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O trabalho toma por base a realidade da sociedade tecnológica atual que gera necessidade de mudanças nas diversas esferas educacionais, principalmente no trabalho do professor para lidar com as TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação). Esta realidade social sinaliza para a exigência de se repensar práticas docentes, que tradicionalmente privilegiam a comunicação oral em detrimento da construção coletiva do conhecimento. São apresentadas recomendações para o uso pedagógico das redes de computadores na formação de professores, ressaltando a necessidade de um novo paradigma educacional.
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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GÓIASMESTRADO EM EDUCAÇÃO
DISCIPLINA: EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS DA COMUNICAÇÃO E DA
INFORMAÇÃOPROFESSOR: DR. JUAN BERNADINO
MARQUES BARRIO
ALUNA: MARIA APARECIDA CANDINE DE BRITO
A SOCIEDADE CONECTADA: CAMINHOS PARA A
FORMAÇÃO DE PROFESSORES
ResumoO trabalho toma por base a realidade da sociedade tecnológica atual que gera necessidade de mudanças nas diversas esferas educacionais, principalmente no trabalho do professor para lidar com as novas tecnologias. Esta realidade social sinaliza para a exigência de se repensar práticas docentes, que tradicionalmente privilegiam a comunicação oral em detrimento da construção coletiva do conhecimento. São apresentadas recomendações para o uso pedagógico das redes de computadores na formação de professores, ressaltando a necessidade de um novo paradigma educacional.
Introdução
Vivemos hoje sob a influência de um processo de globalização no qual as novas tecnologias se destacam, causando profundas alterações na sociedade em que vivemos. À medida que marcam sua presença na sociedade, estas tecnologias afetam valores, identidades, formas de trabalho, formas de pensar e de sentir (Piscitelli, 1997).
A enorme velocidade com que se desenvolve a tecnologia torna difícil determinar seus rumos, sua qualidade e suas aplicações educativas. Daí a importância de se formar professores sintonizados com a sociedade tecnológica (Leite & Silva, 2000).
Destacando o potencial das redes eletrônicas para educação, Moran(2000) apresenta seus possíveis usos pedagógicos:
(a) Na divulgação do conhecimento;
(b) Na pesquisa;
(c) No apoio ao ensino;
(d) Na comunicação interpessoal.
Para que haja uma maior integração dessas tecnologias no processo educativo é necessário que os professores:
(a)sintam-se confortáveis ao utilizar a tecnologia;
(b) explorem recursos de ensino como software educativo, CD-ROM, Internet para identificar aqueles que possam enriquecer o seu curso;
(c) repensem o seu curso para determinar a melhor maneira de integrar essa tecnologia nos seus planos de aula;
(d) Revejam os planos de aula para incorporar a tecnologia;
(e) Testem os planos na sala de aula;
(f) Avaliem como eles funcionam; (g) Refinem suas aulas.
(McGrath, 1998).
Buscando caminhos para a formação
de professores: A educação da atualidade, da sociedade conectada, deve privilegiar a renovação de conteúdos e de métodos pedagógicos para melhorar a eqüidade, desburocratizar e homogeneizar as oportunidades educacionais.
Para que essas características se efetivem, é preciso que o investimento, no que diz respeito à presença do computador no ensino, seja diferente daquele realizado pelas escolas norte-americanas: 90% para a aquisição de novos equipamentos e somente 10% para a formação de professores (Piscitelli, 1997).
Valente (1998), ao analisar a capacitação de recursos humanos em informática educativa, estabelece distinção entre cursos de treinamento e cursos de formação.
No treinamento, adiciona-se alguma técnica ou conhecimento à técnica que o profissional já dispõe, isto é, não implicando, necessariamente, em mudança de atitudes ou de valores. Este é o caso do professor que é treinado para usar uma nova tecnologia, mas cuja atuação em sala de aula praticamente não se modifica. Na formação, deve-se, ao menos, propiciar meios para que haja uma mudança na forma do professor "ver a sua prática, entender o processo de ensino-aprendizagem e assumir uma nova postura como educador" (p. 141).
Visando a formação de professores, quanto ao uso pedagógico das redes de computadores, os responsáveis pelo sistema educacional devem realizar, entre outras estratégias:
(a)Debates e seminários com o objetivo de
desmistificar o computador, diminuir a resistência à tecnologia educacional e quebrar o ceticismo em relação à utilidade do computador para a educação;
(b)Cursos de formação, que não devem se limitar ao ensino de conteúdos e habilidades. Essas duas abordagens são importantes porque é necessário que os professores adquiram compreensão das relações entre a informática e a sociedade, além de uma visão crítica dos diferentes usos do computador na educação (Oliveira, 1997);
(a)Sólida formação inicial;
(b)Percepção clara do contexto sócio-político-econômico-cultural;
(c)Preocupação com a relação entre teoria e prática;
(d)Busca de constante auto-aperfeiçoamento;
(e)Aceitação e uso de inovações;
(f)Ênfase no trabalho cooperativo e multidisciplinar;
(g)Consciência de ser agente de mudança.
Segundo Stahl (1997), é fundamental que sejam realizadas alterações profundas nesse processo e que os professores sejam capazes de estabelecer o quê, como, onde, por quê, para quê, a quem e para quem servem as novas tecnologias. Eles só estarão capacitados para tal se possuírem:
É importante, portanto, que o material elaborado para a formação de professores via rede atenda a requisitos tais como os sugeridos por Kilby (1997):
Desenvolver o material didático para o usuário, não para a tecnologia;
Escolher os tipos de mídia baseado nos objetivos de aprendizagem;
A tecnologia deve ser usada de forma a facilitar a interação do professor com o conteúdo trabalhado.
Planejar para que o material se adapte a diferentes níveis de habilidade;
Atender a uma variedade de estilos de aprendizagem;
Preferir o modo não linear; Deve-se permitir que o aluno fique no controle de
sua aprendizagem
Segundo Oliveira (1997):
Para que a formação seja eficaz, as pessoas responsáveis por ela devem estar preparadas tanto nos aspectos ligados à informática quanto nos aspectos pedagógicos da utilização da tecnologia em ambientes de aprendizagem.
Essa formação só será encontrada em um processo que tenha como referência o papel político-pedagógico esperado do professor.
Devido à grande velocidade com que novos equipamentos e programas são desenvolvidos, a formação não deve ocorrer em um momento único; é necessário que este processo seja permanente, possibilitando aos professores o acompanhamento das mudanças.
Conforme Moran (1997):
É inegável o grande potencial das redes de computadores para a educação. No entanto, se observarmos o caso das universidades públicas brasileiras, carentes de recursos humanos e de infra-estrutura, a viabilidade da formação dos educadores em novas tecnologias torna-se bastante questionável. Isto, sem dúvida, prejudica a formação de profissionais de educação que terão dificuldade em utilizar apropriadamente estas tecnologias em ambientes de ensino-aprendizagem.
Implementando redes de computadores na educação: a necessidade de um novo paradigma. Entre os aspectos mais freqüentemente relatados na literatura, pode-se mencionar os seguintes: A função do professor deve ser a de facilitador, orientador
e mentor, que apóia as atividades dos alunos;
O ensino via rede exige muita atenção do professor, pois os alunos tendem a se dispersar na exploração de informações;
A motivação dos alunos é maior devido à novidade e à enorme quantidade de informações disponíveis;
É preciso uma maior habilidade para fazer pesquisas na rede, pois as informações variam muito em termos de qualidade e utilidade, sendo constantemente modificadas;
Novas formas de comunicação estão surgindo devido à utilização de novas tecnologias na rede;
A cooperação, a pesquisa em grupo e a troca de resultados são ampliadas com o uso das redes.
As recomendações anteriores só fazem sentido se atreladas a um projeto político-pedagógico construído pelos participantes do processo educativo no qual o curso de formação de professores estiver inserido.
Apesar das potencialidades e atuais limitações das redes para uso na educação, o grande desafio consiste em integrá-las em um novo paradigma educacional, onde professores e alunos pesquisam e aprendem juntos, visando a construção comum do conhecimento.
“Estamos em plena fase de transição da tecnologia analógica para a digital, o que não significa que a educação tenha assimilado a profunda transformação de suas ferramentas pedagógicas: "Será preciso uma nova geração de educadores, eles mesmos educados nas modalidades digitais, para que a transformação se complete" (Battro & Denham, 1997, p.59).
Referências bibliográficas
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KILBY, T. Rules for good WBT design. Internet: http://www.filename.com/wbt/pages/rules.htm, 1997.
LEITE, L.S., SILVA, C.M.T. A educação a distância capacitando professores: em busca de novos espaços para a aprendizagem. Internet: http:// www. posead.hpg.com.br, 2000.
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McGRATH, B. Partners in learning: twelve ways technology changes the teacher-student relationship. Technological Horizons in Education, v. 25, n. 9, p. 58-61, 1998.
MORAN, J. M. A. Internet no ensino de comunicação. Santos, 1997. Trabalho apresentado no Intercom' 97.
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PISCITELLI. Educación y agentes inteligentes. In: CAFIERO, MARAFIOTI E TAGLIABUE (Org.) Atracción Mediática. Buenos Aires: Biblos, p. 141-143, 1997.
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http://www.revistaconecta.com/conectados/ligia_conectada.htm
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