HIROSHIMA: A problemática da representação e a influência da literatura

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HIROSHIMA: A PROBLEMÁTICA DA REPRESENTAÇÃO

E A INFLUÊNCIA DA LITERATURA

Autora: Daniela Israel

Orientador: Dr. Daniel Conte

Mestrado em Processos e Manifestações

Culturais

Universidade FEEVALE

Metodologia[...] toda obra literária é antes de mais nada uma

espécie de objeto, de objeto construído; e é grande

o PODER HUMANIZADOR desta construção,

ENQUANTO CONSTRUÇÃO.

(CANDIDO, 2004, p. 177)

HiroshimaFundada em 1589.

Localizada a 670 km ao sul de Tóquio.

Com uma população de 350.000, representava,

até 1945, o centro universitário e militar do país.

Durante a Segunda Guerra Mundial,

era a sede do batalhão do pilotos kamikazes.

PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS

1944

Iwo Jima

1945

Explosão

da Bomba

1944

Iwo Jima

1945

Explosão

da Bomba

1945 - 1952

Lei da Imprensa

1944

Iwo Jima

1945

Explosão

da Bomba

1945 - 1952

Lei da Imprensa

[...] o LONGO SILÊNCIO SOBRE O PASSADO, longe de conduzir ao esquecimento, é a

RESISTÊNCIA QUE UMA SOCIEDADE CIVIL IMPOTENTE OPÕE AO EXCESSO DE

DISCURSOS OFICIAS. (POLLAK, 1989, p. 5)

1944

Iwo Jima

1945

Explosão

da Bomba

1945 - 1952

Lei da Imprensa

1960

Decreto dos

3 Princípios Nucleares

1944

Iwo Jima

1945

Explosão

da Bomba

1945 - 1952

Lei da Imprensa

1960

Decreto dos

3 Princípios Nucleares

[...] ORGANIZAÇÃO DA PALAVRA comunica-se ao nosso espírito e o leva, primeiro, a

se organizar; e seguida, A ORGANIZAR O MUNDO. (CANDIDO, 2004, p. 179)

1944

Iwo Jima

1945

Explosão

da Bomba

1945 - 1952

Lei da Imprensa

1960

Decreto dos

3 Princípios Nucleares

1963

Notas de Hiroshima

1944

Iwo Jima

1945

Explosão

da Bomba

1945 - 1952

Lei da Imprensa

1960

Decreto dos

3 Princípios Nucleares

1963

Notas de Hiroshima

Escrito por O ̂e Kenzaburo.

Apresenta uma visão de Hiroshima abandonada pelo governo e

relata as experiências dos sobreviventes, seu sofrimento e seu silêncio.

A linguagem literária é clara e objetiva.

O eixo central da história é o conceito sobre o “Outro”.

(GONÇALVES, 2011, p. 110)

1944

Iwo Jima

1945

Explosão

da Bomba

1945 - 1952

Lei da Imprensa

1960

Decreto dos

3 Princípios Nucleares

1963

Notas de Hiroshima

1966

Preservação

das Ruínas

1944

Iwo Jima

1945

Explosão

da Bomba

1945 - 1952

Lei da Imprensa

1960

Decreto dos

3 Princípios Nucleares

1963

Notas de Hiroshima

1966

Preservação

das Ruínas

[...] a busca pela preservação material surge como um “forte elemento simbólico,

talvez até uma forma de magia que, ao restabelecer uma parte pequena mas

emocionalmente carregada de um PASSADO PERDIDO,

de algum modo RESTABELECE O TODO”.

(HOBSBAWM, 1998, p. 23)

1944

Iwo Jima

1945

Explosão

da Bomba

1945 - 1952

Lei da Imprensa

1960

Decreto dos

3 Princípios Nucleares

1963

Notas de Hiroshima

1966

Preservação

das Ruínas

1969

Chuva Negra

1944

Iwo Jima

1945

Explosão

da Bomba

1945 - 1952

Lei da Imprensa

1960

Decreto dos

3 Princípios Nucleares

1963

Notas de Hiroshima

1966

Preservação

das Ruínas

1969

Chuva Negra

Chuva Negra é uma obra híbrida que mistura romance e depoimentos.

O destaque da obra está na relação entre o Eu e o Outro:

o eu, vítima da bomba atómica, e o outro, os japoneses não vítimas.

“Chuva Negra diz a ‘nós' (não vítimas) o que ‘nós’ somos enquanto seres humanos,

então e ́ porque aqui se encontra um romance que narra

as semelhanças entre nós e as vítimas e não as diferenças.”

(GONÇALVEZ, 2011, p. 49)

1944

Iwo Jima

1945

Explosão

da Bomba

1945 - 1952

Lei da Imprensa

1960

Decreto dos

3 Princípios Nucleares

1963

Notas de Hiroshima

1966

Preservação

das Ruínas

1969

Chuva Negra

1973

Gen Pés Descalços

1944

Iwo Jima

1945

Explosão

da Bomba

1945 - 1952

Lei da Imprensa

1960

Decreto dos

3 Princípios Nucleares

1963

Notas de Hiroshima

1966

Preservação

das Ruínas

1969

Chuva Negra

1973

Gen Pés Descalços

“A série foi baseada em MINHA EXPERIÊNCIA PESSOAL sobre a bomba. As cenas de família,

as personagens e vários episódios que aparecem em Gen são pessoas e eventos reais que

EU VI, DOS QUAIS OUVI FALAR OU QUE EU MESMO VIVENCIEI.”

(NAKAZAWA, 2003, p. 13).

1944

Iwo Jima

1945

Explosão

da Bomba

1945 - 1952

Lei da Imprensa

1960

Decreto dos

3 Princípios Nucleares

1963

Notas de Hiroshima

1966

Preservação

das Ruínas

1969

Chuva Negra

1973

Gen Pés Descalços

1944

Iwo Jima

1945

Explosão

da Bomba

1945 - 1952

Lei da Imprensa

1960

Decreto dos

3 Princípios Nucleares

1963

Notas de Hiroshima

1966

Preservação

das Ruínas

1969

Chuva Negra

1973

Gen Pés Descalços

1994

Nobel de

Literatura

1996

UNESCO

1944

Iwo Jima

1945

Explosão

da Bomba

1945 - 1952

Lei da Imprensa

1960

Decreto dos

3 Princípios Nucleares

1963

Notas de Hiroshima

1966

Preservação

das Ruínas

1969

Chuva Negra

1973

Gen Pés Descalços

1994

Nobel de

Literatura

1996

UNESCO

[...] representar é “uma maneira própria de estar no mundo,

a SIGNIFICAR SIMBOLICAMENTE um estatuto e UMA POSIÇÃO. (CHARTIER, 2002, p. 73)

HALL ensina que a representação é parte essencial do processo pelo qual um significado é

produzido e disseminado aos membros de uma cultura, e que a representação envolve

ESSENCIALMENTE O USO DA LINGUAGEM, de sinais e imagens que representam coisas.

Alguns apontamentos

Hiroshima, o primeiro centro urbano a

vivenciar a experiência de uma explosão

atômica, assumiu o status de “cidade

vítima”, e construiu no entorno de suas

ruinas o Museu Memorial da Paz.

Entre os fatores que colaboraram para

construção de sua identidade, estão suas

PRÓPRIAS FORMAS DE REPRESENTAR: a

manutenção das ruínas, as obras literárias e

o sentimento japonês de “vítima da guerra”.

Referências Bibliográficas

CANDIDO, A. Direito e Literatura. In: ___. Vários escritos. São Paulo/Rio de Janeiro:

Duas Cidades, Ouro sobre Azul, 2004.

CHARTIER, Roger. À beira da falésia. A História entre certezas e inquietude. Porto

Alegre: Ed. Da Universidade/UFRGS, 2002.

COMPAGNON, A. A literatura. In: ___. O Demônio da Teoria. Literatura e senso

comum. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1999.

ENCARTE INSTITUCIONAL MUSEU MEMÓRIAL DA PAZ DE HIROSHIMA. Disponível

em: <http://www.pcf.city.hiroshima.jp/virtual/img/pamphlet/Portuguese.pdf>.

Acesso em: 15 jul. 2015.

GONC ̧ALVES, Ana Cristina. A Representações de Hiroshima: a problemática da

representação a partir de Gen pés Descalços. 2011. 124p. Dissertação (Mestrado

em língua, literatura e cultura japonesa), Faculdade de filosofia, letras e ciências

humanas. Departamento de Letras Orientais. Universidade de São Paulo, 2011.

HERSEY, John. Hiroshima. 2.ed. Companhia das Letras. São Paulo: 2002.

HOBSBAWM, Eric. Sobre a História. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

IBUSE, Masuji. Chuva Negra. São Paulo: Estação Liberdade, 2011.

NAKAZAWA, Keiji. Gen Pés Descalços. Tradução de Suara Bastas e José Maruoka.

São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2001.

OE, Kenzaburo. Hiroshima Notes. Tradução de David L. Swain e Toshi Yonezawa.

New York: Grove Press, 1981.

POLLAK, Michael. Memória e identidade social. In: Estudos Históricos, Rio de

Janeiro, vol. 5, n. 10, 1992..

_____, Michael. Memória, Esquecimento e silêncio. In: Estudos Históricos, Rio de

Janeiro, vol. 2, n. 3, 1989.

RUTH, Benedict. O Crisântemo e a Espada. São Paulo: Editora Perspectiva S.A,

1972.

HIROSHIMA: A PROBLEMÁTICA DA REPRESENTAÇÃO

E A INFLUÊNCIA DA LITERATURA

Autora: Daniela Israel

Orientador: Dr. Daniel Conte

Mestrado em Processos e Manifestações

Culturais

Universidade FEEVALE

daniela_israel@uniritter.edu.br

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