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B794 à Brakel, Wilhelmus 1635- 1711. A providência de Deus/ Wilhelmus à Brakel. Tradução , adaptação e edição por Silvio Dutra – Rio de Janeiro, 2016. 58 p.; 14,8 x 21cm Título original: The providence of God Extraído de: The Christians Reasonable Service 1. Teologia. 2. Provisão 2. Graça 3. Fé. 4. Alves, Silvio Dutra I. Título CDD 230
3
Sumário
Introdução pelo Editor.......................................
4
A Providência de Deus Definida.....................
6
O Primeiro Ato da Providência de Deus:
Preservação...............................................................
14
O Segundo Ato da Providência de Deus:
Cooperação...............................................................
17
Deus não é o autor do pecado..........................
25
O Terceiro Ato da Providência de Deus:
Governo......................................................................
31
Governo de Deus e Pecado................................
34
A Providência de Deus e a Utilização de
Meios............................................................................
46
Exortações Práticas Relativas à Doutrina
da Providência.........................................................
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4
Introdução pelo Editor
Meditava sobre a providência de Deus em relação à preservação de toda a criação,
especialmente do homem na face da Terra,
quando então me dispus a interpretar o
presente texto de Wilhelmus à Brakel que versa sobre este assunto.
Admirava-me do modo maravilhoso pelo qual o
Senhor inscreveu sua lei na própria mente natural do ser humano fazendo com que sua
consciência aprove aquilo que é correto e
reprove o que é incorreto, segundo o padrão ali
estabelecido pelo poder divino.
Mas, o cuidado providencial maravilhoso de
Deus comprova-se também na forma como deu mandamentos aos homens desde os primórdios
da criação, e avançou com a revelação destes
mandamentos morais e espirituais
intensificando-a nos dias de Moisés e desde então até a manifestação de nosso Senhor Jesus
Cristo, quando completou definitivamente a
revelação da Sua vontade para o homem.
Isto influenciou de tal forma a civilização, que
estes mandamentos permeiam e norteiam o
comportamento de todas as sociedades civilizadas ao longo da história da humanidade.
Não precisaríamos de nenhuma outra prova
externa para ser confirmada a existência de Deus, mas Ele, em sua Providência continua
cuidando de tudo o que criou, e manifestando o
Seu poder em todo o mundo, especialmente
5
pelas operações do Espírito Santo na Igreja, e
desta, por seu testemunho e orações, para o
benefício de toda a humanidade.
Bendito e louvado seja Deus para todo o sempre,
especialmente por nos ter dado a Jesus Cristo,
para ser o nosso amado Salvador e Senhor.
Entendemos que a maior e melhor providência
divina para o homem é a própria Trindade pela
própria entrega a nós, de Si mesmos, voluntariamente e por amor - a Pessoa de Deus
Pai, de Deus Filho e de Deus Espírito Santo, em
suas respectivas funções para a criação e
manutenção da nossa vida, especialmente aquela que se refere à vida espiritual, celestial e
eterna.
6
A Providência de Deus Definida
Tendo considerado a criação de todas as coisas
em geral e a criação dos anjos e dos homens, em
particular, iremos agora considerar a providência de Deus em relação a todas as Suas
criaturas. Entendemos que esta não seja nem a
presciência singular de Deus, nem o decreto
imutável de Deus a respeito de tudo o que deveria acontecer, mas, sim, a execução do
referido decreto; isto é, a disposição imediata e
a dispensação de todas as coisas. Isto pode ser
observado em Gn 22: 8, "Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto". A Providência é
também referida como ordenança (Sl 119: 91),
caminho de Deus (Sl 77:13), mão de Deus (Atos
4:28), sustentação de Deus (Hb 1: 3), trabalho de Deus (Ef 1.11), governo de Deus (Sl 93: 1), e
cuidado de Deus (1 Pedro 5: 7).
O Catecismo de Heidelberg descreve de forma
clara e devotamente a providência da seguinte forma:
O poder onipotente e onipresente de Deus;
segundo o qual, como se fosse pela Sua mão, ele
sustenta e governa o céu, terra, e todas as criaturas; de modo que as ervas e grama, a chuva
e a seca, anos frutíferos e estéreis, comida e
bebida, saúde e doença, riqueza e pobreza, sim,
e todas as coisas vêm, não por acaso, mas por Sua mão paterna; para que possamos ser
pacientes na adversidade; agradecidos na
prosperidade; e que em todas as coisas, que
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possam vir a cair sobre nós, coloquemos a nossa
firme confiança em nosso fiel Deus e Pai, para
que nada nos separe do Seu amor; uma vez que
todas as criaturas estão assim em Sua mão, que, sem a Sua vontade não podem agir além do que
Ele permita.
A Providência é um poder divino. Este não é
apenas relativo à providência a ser executada pelo Onipotente, mas particularmente em
referência à execução extrínseca deste poder
em relação às Suas criaturas. É, portanto,
afirmado com ênfase: " E logo Jesus, percebendo em si mesmo que saíra dele poder ... "(Marcos
5:30).
A Providência é um poder onipotente. Quando
percebemos a magnitude da obra da criação; o
inumerável número de criaturas; a diversidade insondável de suas naturezas e aparência; a
existência e continuação de cada objeto criado
de acordo com a sua própria natureza essencial; as criaturas racionais e as inanimadas, a ordem
exata de todas as coisas, tanto como o
movimento e a maneira pela qual um objeto
inicia o movimento e a progressão de outro
objeto – devemos ficar admirados com espanto sobre o poder infinito e a sabedoria de Deus
pelos quais todas as coisas são mantidas e
governadas. Por este poder Deus executa
irresistivelmente tudo o que Ele quer, e nada pode impedi-lo de fazê-lo. " Pois o Senhor dos
exércitos o determinou, e quem o invalidará? A
sua mão estendida está, e quem a fará voltar
8
atrás?" (Is 14:27); "O meu conselho subsistirá, e
farei toda a minha vontade" (Isaías 46:10).
A Providência é um poder onipresente de Deus.
Isso não é meramente verdadeiro em relação ao
Ser onipresente de Deus, mas particularmente em referência ao seu poder energizante em
todas as Suas criaturas. Este poder de Deus não
meramente se manifesta em geral em todas as coisas. Nem meramente nas causas secundárias
iniciais, que por sua vez iniciam ainda mais
movimento e atividade em todas as outras
causas secundárias. Este poder de Deus penetra a existência de toda criatura, e assim, em um
senso imediato e através de todas as causas
secundárias, afeta o resultado final de todas as
coisas. O poder de Deus está, portanto, em todas as coisas e manifesta-se em tudo o que existe e
se move. Se tivéssemos uma percepção clara,
observaríamos esse poder em tudo.
(Nota do tradutor: Tudo a que o autor quer se
referir é que não há efeito sem causa, e que a causa primária de tudo é a providência divina.
Mesmo em tudo o que se costuma chamar de
natureza, onde a percepção pode ser embaçada
pela noção errada de que tudo existe e se multiplica por sua própria capacidade e poder,
pois é evidente que Deus estabeleceu os
princípios gerais, para por exemplo que os
animais e vegetais pudessem crescer e se multiplicar, conforme vemos em suas ordens
diretas neste sentido no livro de Gênesis para
que assim sucedesse – “Crescei e multiplicai-
9
vos”, e ainda limitou esta reprodução: “cada um
segundo a sua própria espécie.”)
Esta providência de Deus diz respeito a tudo é
tão claramente revelado na natureza e nas
Escrituras que quem nega a providência de Deus
não é melhor do que um ateu, ou na melhor das hipóteses, deve ser considerado tão cego como
uma toupeira.
Primeiro, considere o testemunho da natureza
como expresso por Jó. "Mas, pergunta agora às
alimárias, e elas te ensinarão; e às aves do céu, e
elas te farão saber; ou fala com a terra, e ela te ensinará; até os peixes o mar to declararão. Qual
dentre todas estas coisas não sabe que a mão do
Senhor fez isto?" (Jó 12: 7-9).
(1) Reflita sobre o que quer que você encontrar,
vendo-o de todas as perspectivas até que
observe o onipotente e onipresente poder de
Deus nisto. Cada objeto atesta que o seu ser e sua existência não se originam dentro de si mesmo;
em vez disso, tem sido criado por Deus e não é
nem capaz de existir por si só, nem de gerar a si,
assim como o mesmo poder é necessário para ambos. Se fosse independente de Deus, não
estaria sujeito a Ele, mas deveria existir e
funcionar no mesmo padrão estabelecido por Deus.
(2) Observe o arranjo ordenado do universo, e
como tudo tem o seu propósito e funções harmonizados. Observe como uma coisa não
interfere com a outra, mas coopera com a
função da outra.
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Considere a ausência de confusão entre as
criaturas de vários tipos e mobilidades. Observe
os objetos inanimados como mantêm o seu
movimento de uma forma tão precisa e ordenada, sem que tenham qualquer
compreensão de como isto se procede ou o seu
propósito. Quão o sol, a lua e as estrelas conhecem os seus cursos e o tempo para se
movimentarem. Quão preciso é o calendário das
marés altas e baixas.
Os pássaros sabem quando regressar e quando
se afastar; cada flor sabe quando deve brotar; cada espécie permanece consistente tanto no
seu ser e no seu modo de procriação, de modo
que desde a criação do mundo até agora não têm
falhado. "Levantai ao alto os vossos olhos, e vede: quem criou estas coisas? Foi aquele que faz sair
o exército delas segundo o seu número; ele as
chama a todas pelos seus nomes; por ser ele
grande em força, e forte em poder, nenhuma faltará." (Is 40:26).
(3) Considere a ascensão e queda dos reinos, o
resultado de guerras e situações inesperadas
que podem ter consequências significativas. Considere também as profecias e a maneira em
que são cumpridas, as pragas extraordinárias
que vêm sobre aqueles que são particularmente
ímpios, as libertações inesperadas dos piedosos, as respostas para as suas orações, e todas as
formas maravilhosas em que várias coisas
ocorrem na natureza e na graça. Quem quer que
11
seja que não observe a mão de Deus em todas
estas coisas deve ser totalmente cego.
(4) Adicione a isso o sentimento comum e o
reconhecimento de todos os homens em cujo
coração, devido ao inato conhecimento de Deus,
há uma impressão disto. Mesmo que por observação uma pessoa pode reconhecer isso
mais que outra, e alguns trabalham para se
tornarem ateus tentando negar tudo, essa
consciência, no entanto, permanece no seu coração e não pode ser completamente apagada.
(Nota do tradutor: Nisto agrego o meu próprio testemunho pessoal, pois mesmo quando era
um ateu decidido a negar a existência de Deus,
não podia explicar e entender qualquer
racionalidade nas teorias materialistas que eu cultivava, até que achei descanso e paz para a
minha consciência quando me converti a
Cristo.)
Desejamos que quem é tão falto de
entendimento como os animais do campo e não
pode observar a providência de Deus em tudo
isso, que possa vir a ter o mesmo senso a que Nabucodonosor chegou, e confessar com ele, " E
todos os moradores da terra são reputados em
nada; e segundo a sua vontade ele opera no exército do céu e entre os moradores da terra;
não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe
dizer: Que fazes? (Dan 4:35)
(5) Sim, quem reconhece a existência de Deus
deve também reconhecer a Sua providência,
porque uma confirma a outra.
12
Em segundo lugar, como a providência de Deus
é evidente a partir da natureza, por isso é
abundantemente expressa nas Sagradas
Escrituras. Nenhuma pessoa que considere que a Bíblia é a Palavra de Deus jamais ousou negar
essa doutrina. Alguns, no entanto, torcem e
distorcem as Escrituras, a tal ponto que, ao aderir às mesmas expressões, procuram
separar a própria matéria do seu conteúdo. À
medida que avançamos, isto será confirmado
por muitos textos, dos quais nós aqui apenas mencionamos Ef 1:11, onde se afirma, "... que faz
todas as coisas segundo o conselho da sua
vontade".
Somente aquele que é falto de entendimento se
atreveria a sugerir que seu próprio governo do
mundo seria mais sábio e melhor do que é presentemente, o caso. Ele não permitiria que a
chuva caísse sobre o mar, uma vez que há
suficiente água lá. Ele não iria tolerar a
existência de tantas montanhas, formações rochosas, e territórios áridos. Ele faria o bem
para aqueles que são bons, e traria o mal sobre
os ímpios. Pobre homem! Como Ícaro e Phaeton
ele iria imediatamente mergulhar de sua posição elevada e virar tudo de cabeça para
baixo. Deus não faz nada em vão; inescrutável
sabedoria pode ser discernida em todas as obras
de Deus, e cada uma delas tem um propósito maravilhoso e útil. Os anjos observam isso e
magnificam a Deus por Sua providência. Eles,
com uma compreensão esclarecida observam
13
tudo isso com perspicácia, acreditam em tudo
de uma vez para sempre. Mas tudo está fora do
alcance de um tolo. "Quem é sábio, para que
entenda estas coisas? prudente, para que as saiba? porque os caminhos do Senhor são retos,
e os justos andarão neles; mas os transgressores
neles cairão." (Oséias 14: 9). Observe o que o pecado provoca no mundo, e isso vai confirmar
isso para você.
Os atos da providência de Deus podem ser
organizados em três temas: preservação, cooperação e governo.
14
O Primeiro Ato da Providência de Deus:
Preservação
A preservação é definida como o poder
imediato, energizante de Deus pelo qual todas as
criaturas, em geral, e cada criatura em particular, são preservadas em seu ser e
existência. Deus não se limita a preservar
criaturas vivas por proporcionar-lhes a sua
comida e bebida prescrita. Ele também as energiza imediatamente, conferindo a cada
criatura a energia necessária para preservar a
sua existência, se sem isso o alimento não teria
qualquer proveito. "porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos "(Atos 17:28); "E por Ele
são todas as coisas" (Cl 1:17); "... Sustentando
todas as coisas pela palavra do seu poder "(Hebreus 1: 3).
Se esta influência preservadora e imediata fosse removida senão, por um momento, a criatura
seria imediatamente reduzida a nada, uma vez
que nenhuma criatura poderia de e por si
mesma existir independentemente de Deus. Isso está implícito na palavra "criatura". "que
fosse do agrado de Deus esmagar-me; que
soltasse a sua mão, e me exterminasse!" (Jó 6: 9);
" Escondes o teu rosto, e ficam perturbados; se lhes tiras a respiração, morrem, e voltam para o
seu pó." (Sl 104: 29).
Deus criou algumas criaturas, de tal forma que,
além deste poder energizante e preservador de
que necessitam há outros meios para manter
15
sua existência. Outras Ele criou de tal forma que
necessitam de uma variedade de outros meios
terrestres. Entre estes meios há uma relação de
causas secundárias que ultrapassa nossa compreensão. A menor dessas causas
secundárias é, frequentemente, os meios que a
superior dessas causas secundárias utiliza. Eles são por sua vez causais em relação às causas
secundárias, que são inferiores a eles. " Naquele
dia responderei, diz o Senhor; responderei aos
céus, e estes responderão a terra; a terra responderá ao trigo, e ao vinho, e ao azeite, e
estes responderão a Jizreel " (Os 2: 21-22).
Deus ordenou que as criaturas vivas sejam preservadas por comida e bebida, e ele mesmo
fornece isso para elas. "Tu, Senhor, preservas os
homens e os animais." (Sl 36: 6); "Ele dá aos
animais o seu alimento, e aos filhos dos corvos que choram" (Sl 147: 9).
Deus não precisa prover a Si mesmo de meios,
nem dos próprios meios para preservar a criatura sem o Seu poder preservador. No
entanto, Deus usa os meios para manifestar a
Sua sabedoria, poder e bondade, de modo que
Sua mão possa ser melhor discernida pelas criaturas racionais, e exultarem e
magnificarem a Deus por causa disso.
Deus usa normalmente os meios, mas ocasionalmente Ele age de uma maneira
extraordinária para demonstrar sua majestade e
soberania:
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(1) Às vezes Ele preserva por meios que de outra
forma são insuficientes. Desta maneira Deus
preservou Elias, a viúva e seu filho por um longo
tempo, por meio de uma pequena medida de farinha e óleo (1 Reis 17: 10 e ss.). De modo
semelhante, o Senhor Jesus alimentou cinco
mil pessoas com cinco pães e dois peixes (João 6: 9-10).
(2) Deus preservou alguns por um período de
tempo sem comida e temos exemplo disto em
Moisés, Elias, e Cristo, cada um por um período de quarenta dias (Êx 34:28; 1 Reis 19: 8; Mt 4: 2).
(3) Deus preservou alguns suspendendo os
poderes naturais, como foi o caso dos três jovens
na fornalha de fogo (Dan 3:17).
Ele livrou Israel do Egito, fazendo com que a
água do mar ficasse como paredes de ambos os
lados até que Israel tivesse passado a pé enxuto
para o outro lado (Êxodo 14:22); Isso também ocorreu no Rio Jordão (Jos 3:16). O Senhor fez
com que o sol se detivesse (Jos 10:13) e se
movesse para trás por dez graus (2 Reis 20:11).
17
O Segundo Ato da Providência de Deus:
Cooperação
O segundo ato da providência é a cooperação, (concurso), isto é, a concordância do poder de
Deus com os movimentos das Suas criaturas.
Todas as criaturas têm recebido uma existência
independente e única de Deus, de modo a mover-se em uma forma única para si mesmas.
Elas se põem em movimento, como o homem,
por exemplo, anda, fala, e trabalha – tudo o que
ele faz de si mesmo. Desde que cada criatura existe, no entanto, pelo poder energizante e
preservação de Deus, e não seria capaz de existir
sem isso. A atividade de cada criaturas acontece
pela influência do cooperativo poder de Deus, sem o qual não seria capaz de se mover. Assim
como é a sua maneira de existência, assim
também é a sua forma de movimento; pois tanto
existência e movimento são dependentes de Deus.
(Nota do tradutor: A tal respeito tive a
oportunidade de aprender pela graça do Senhor
que até mesmo o ato de respirarmos procede do
fato de Ele nos permitir que assim o façamos; pois para aprender melhor acerca da Sua
providência até nas coisas que nos parecem as
mais simples e naturais, fiquei várias semanas
com muita dificuldade de respirar, sendo-me uma experiência muito desconfortante e
angustiante, e todos os exames apontavam para
o fato de que desfrutava de boa saúde física e que
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nada havia de errado com meu aparelho
respiratório, inclusive meus pulmões, e
nenhum medicamento foi capaz de fazer com
que voltasse a respirar de modo normal. Isto durou até o dia que ouvi o Senhor dizer de forma
muito clara em meu íntimo, quando me
preparava para tomar banho, que assim que entrasse no box do banheiro eu voltaria a
respirar normalmente, e assim como foi dito
assim se cumpriu. Desde então sou grato a Ele
até mesmo pelo ar que respiro.)
(1) A cooperação de Deus não deve ser entendida como o poder energizante de Deus, que
preserva a existência e as faculdades de todas as
criaturas, mas que, em seguida, deixa de
funcionar, deixando uma maior atividade e governo para a criatura. Nós preferimos
compreender isto como sendo um poder
iniciante e preservador que põe a criatura em
movimento.
(2) Também não entendemos esse poder cooperativo como sendo uma discriminação, ou
influência geral proporcional que não
determina a atividade da criatura, de modo que
tempo, local e modo de atividade são determinados pela criatura, e, assim, teria seu
efeito sempre que lhe agradasse. Isto seria,
então, semelhante ao sol que tem uma
influência geral sobre as coisas terrenas, tais como o crescimento das plantas, a procriação de
animais e homens, enfim, da maioria dos
processos biológicos. Neste caso, o objeto e os
19
efeitos são diferentes, mas a influência de
energização é sempre a mesma.
Alguém não deveria ser de opinião de que
Aquele, que é supremo em soberania e sabedoria coopera com várias criaturas de tal
maneira destacada e geral - não regulando a
criatura, mas sendo regulado pela criatura,
dando assim ao Criador a oportunidade de cooperar de acordo com a boa vontade da
criatura. Neste modo usaríamos o sol de acordo
com o nosso prazer. Deus, porém, energiza por
um sábio, soberano ato cooperativo especial, em que Sua atividade precede a atividade de
cada criatura, sendo assim determinado o
tempo, localização e tipo de atividade,
preservando ao mesmo tempo a criatura em seus movimentos até que seja realizado o ato.
(Nota do tradutor: quanto a isto devemos
entender a cooperação ativa de Deus nas
atividades naturais que mantêm suas criaturas vivas, e não no sentido moral quanto a ter
participação sobretudo nos atos pecaminosos
que são praticados pelas criaturas racionais,
sejam homens, sejam anjos, sobre o que o autor discorrerá mais adiante. Todavia há muita ação
divina no sentido de refrear o pecado em várias
situações, mesmo em ímpios e em gerar e
imprimir virtudes morais e espirituais naqueles que são regenerados voluntariamente por meio
da fé em Jesus Cristo.)
(3) também não entendemos a cooperação
como sendo uma influência sugestiva que é
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positiva ou negativa na natureza, nem a
operação pela qual as oportunidades e objetos
são disponibilizados. Ao contrário, ela se refere
a um exame físico (se podemos usar esta palavra neste contexto), a influência natural, imediata e
poderosa que faz com que a criatura se mova
voluntariamente.
(Nota do tradutor: entendemos este mover ao qual o autor se refere como sendo a energização
e criação de todas as atividades vitais
necessárias para que a criatura desempenhe
todas as suas funções naturais, inclusive aquelas a nível celular e todas aquelas que
pertencem ao sistema parassimpático que
independem de sua consciência ou ação para
funcionarem – sistema nervoso, batimentos cardíacos, movimentos peristálticos do
intestino etc).
(4) Esta cooperação também não é mediada, no
sentido em que um artesão usa suas ferramentas, e como a lua emite a sua luz a
partir dos raios do sol afeta os objetos terrestres
iluminando a terra.
Esta cooperação é imediata; Deus energiza as
criaturas móveis pelo Seu próprio poder e em virtude de seu próprio ser. Isto não é apenas
verdadeiro para a causa secundária inicial que
procede diretamente dEle, deixando isto
funcionar por si mesmo para definir todos os demais movimentos, mas com a potência
idêntica que está envolvida em todas as causas
secundárias. Assim Ele está imediatamente
21
envolvido com todas as consequências da causa
secundária inicial, embora as criaturas em
relação mútua devem ser vistas como um meio
na mão de Deus.
(5) A pessoa também não deve compreender
que esta cooperação seja tal como se Deus
estivesse colateralmente envolvido na atividade
da criatura, como acontece quando dois cavalos ocupam um vagão. Isto significaria que a
criatura em virtude de uma capacidade inata
dada por Deus, então, funciona de forma
independente, em vez de que Deus iria energizar a criatura, a todo momento a fim de
que ela desempenhe suas funções.
Assim, entendemos a cooperação de Deus não
apenas se referindo ao Seu poder onipotente e onipresente pelo qual Ele preserva a existência
e faculdades de todas as criaturas, mas também
sendo uma operação tangível pela qual Ele
precede a criatura em cada movimento, dirigindo este movimento e preservando o
funcionamento do que criou.
Esta verdade é confirmada tanto pelas
Escrituras, quanto pela natureza..
É antes de tudo evidente ao longo de toda a Bíblia. Considere, por exemplo, Atos 17:28, onde
uma distinção clara é feita entre o ser e o
movimento da criatura, e que ambos procedem
de Deus e em Deus. Isto também é exemplificado nas seguintes passagens.
" Pois tu formaste os meus rins; entreteceste-me
no ventre de minha mãe. Eu te louvarei, porque
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de um modo tão admirável e maravilhoso fui
formado; maravilhosas são as tuas obras, e a
minha alma o sabe muito bem. "(Salmo 139: 13-
14); "Não me envazaste como leite, e não me coalhaste como queijo? De pele e carne me
vestiste, e de ossos e nervos me teceste." (Jó 10:
10-11); “Ora veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: antes que eu te formasse no ventre te
conheci, e antes que saísses da madre te
santifiquei; às nações te dei por profeta.” (Jer
1.4,5) "Como corrente de águas é o coração do rei na mão do Senhor; ele o inclina para onde
quer." (Pv 21: 1). A água segue seu próprio curso,
mas Deus a dirige para onde Ele quer. Embora o
coração do rei possa ser altamente exaltado acima de seus súditos, no entanto, isto não
funciona independentemente de Deus. O rei
pode fazer quantos planos ele deseje, mas o
Senhor, no entanto, o inclina em direção à Sua vontade e faz com que ele aja em conformidade
a ela. Adicione a isso Isa 10:15, onde se afirma,
"Porventura gloriar-se-á o machado contra o
que corta com ele? ou se engrandecerá a serra contra o que a maneja? como se a vara movesse
o que a levanta, ou o bordão levantasse aquele
que não é pau!"
O profeta afirma como um machado, uma serra,
e uma vara não podem se colocar em
movimento, senão por serem postos em movimento por uma pessoa, assim isso se aplica
ao homem e a todas as criaturas em relação a
Deus.
23
Deus os coloca em movimento em harmonia
com a sua natureza por meio de sua influência
cooperativa. O Senhor faz com que "seu sol se
levante" (Mt 5:45). O Senhor fez com que "desde os céus pelejaram as estrelas; desde as suas
órbitas pelejaram contra Sísera.” (Jz 5:20). Davi
reconheceu, "Pois me cinges de força para a peleja; prostras debaixo de mim aqueles que
contra mim se levantam." (Sl 18:39). " porque
Deus é o que opera em vós tanto o querer como
o efetuar, segundo a sua boa vontade." (Fp 2:13).
Em segundo lugar, isto é também evidente a
partir da razão e da própria natureza.
(1) É um princípio irrefutável de que o modo de
operação prossegue a partir do modo de
existência. Desde que cada criatura é dependente de Deus na sua existência, é
igualmente dependente em seus movimentos.
(2) Ou o homem é inteiramente independente de Deus – isto é tão absurdo para ser concebido,
quanto seria contraditório ser uma criatura e
ainda ser independente do Criador, ou se o
homem é dependente, então ele também é dependente em todos os seus movimentos. Caso
contrário ele seria independente nesta área, e se
ele fosse capaz de ser independente em uma área, ele também seria capaz de ser
independente em outras, e, consequentemente,
em todas as áreas; e isto é contrário à natureza
de uma criatura.
(3) Se Deus não energizasse os movimentos de
cada criatura, não seria necessário orar: "Cria
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em mim um coração limpo” (Sl 51:12); "Ensina-
me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus;
guie-me o teu bom Espírito por terreno plano."
(Sl 143: 10); "Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta dos meus lábios!" (Salmo 141:
3). Não haveria necessidade de orar para ter a
vitória na guerra ou para qualquer outro assunto. Como, no entanto, somos ordenados a
orar, é evidente que Deus energiza pelo Seu
poder cooperativo. Então, (se Deus não
energizasse os movimentos de cada criatura) também não haveria nenhuma necessidade de
agradecer a Deus pelo recebimento de uma
bênção para o corpo ou para a alma; porque, se
Deus não tivesse feito isso, não seria necessário darmos graças a Ele, e seria preferível expressar
o seu agradecimento tanto a si mesmo ou a
outra criatura que tivesse concedido a bênção.
(4) Então Deus não seria Deus, mas sim um
servo da criatura semelhante ao Sol que o
homem utilizaria como e quando lhe agradasse.
Deus, então, teria que estar prontamente disponível com Sua influência geral, quando a
criatura determinasse usá-la.
Então alguém não seria capaz de dizer: "Eu devo
fazer isso, se o Senhor permitir", mas sim," O
Senhor terá de exercer sua influência de acordo
com a minha vontade." Então isto não seria a vontade de Deus, mas como o homem quer, ao
contrário de Tiago 4:15.
25
Deus não é o autor do pecado
O pensamento pode ocorrer se a consequência
de tal cooperação não fosse que há senão uma só
causa de todos os movimentos e atividades. Então, Deus seria o único agente ativo e o
homem e todas as criaturas seriam
inteiramente passivos, sendo postos em
movimento como as cordas de um instrumento musical que são inteiramente passivas e cujo
movimento é causado apenas pelo tangedor.
Minha resposta a isso é: "Nem um pouco!"
Porque, embora as criaturas funcionem como
meios em relação umas às outras, Deus as
usando na execução do Seu trabalho, elas, no entanto, são a principal causa de seus
movimentos e atividades. Isso não é verdade no
que diz respeito a Deus como se fossem
independentes dele, mas em relação a outras causas subordinadas, bem como aos resultados
das suas atividades.
Não há inconsistência no fato de que duas
causas de uma ordem diferente tenham o
mesmo resultado, especialmente uma vez que o
resultado é um e o mesmo, proveniente de ambas as fontes em uma maneira diferente.
A designação de Deus como a única causa de
todos os movimentos, ações e atividades, e a proposição de que o homem é portanto, passivo
e inativo é o resultado de cegueira e ignorância
a respeito do poder e sabedoria de Deus. É um
26
erro que é refutado pela Escritura e pela
natureza.
Em primeiro lugar, uma vez que Deus tem
imposto uma lei sobre o homem na qual tanto
faz promessas como ameaças, o homem é,
portanto, não passivo, mas é a própria causa em movimento de seus atos. Deus não pode impor
uma lei sobre Si mesmo, fazer promessas a si
mesmo, nem ameaçar a Si mesmo. Desde que a
lei com as suas promessas e ameaças foi dada ao homem para o objetivo de regular sua conduta,
o homem deve, portanto, ser ativo em si mesmo
e, assim, receber ou o que foi prometido ou a
ameaça.
Em segundo lugar, se o homem fosse
meramente passivo em todos os seus movimentos, ele não poderia estar sujeito à
punição, pois a punição é a execução de Justiça
em resposta à transgressão da lei.
Se o homem não tivesse cometido qualquer
coisa, seria apenas um objeto passivo da
atividade de Deus, ele não teria cometido
nenhum mal, e, portanto, sobre a base da justiça, não poderia ser punido e condenado.
Em terceiro lugar, se o homem fosse meramente passivo e Deus fosse o único agente
ativo em seus movimentos e ações, todos os
movimentos e obras, tanto naturais, bem como
pecaminosos, teriam sido cometidos por Deus e teriam de ser atribuídos a Ele. Então Deus, em
vez do homem deveria caminhar, falar,
escrever, ou ler. O homem nunca deveria orar e
27
nem crer, senão Deus que deveria estar orando
para Si mesmo, e crendo em Si mesmo através
Jesus Cristo. O homem não seria culpado de
fazer ídolos; o homem não usaria o nome de Deus em vão; o homem não iria quebrar o dia do
Senhor; o homem não seria desobediente a seus
pais; o homem não seria culpado de ódio, cólera, e ira para com o próximo, etc. O homem não
seria um inimigo de Deus, uma vez que ele seria,
senão passivo e, portanto, inativo. Tudo isto
teria que ser atribuído a Deus - o que seria o último ato de blasfêmia.
Em quarto lugar, a Escritura diz claramente que o homem anda, vê, ouve, fala, crê e ora. Ela
também afirma que o homem peca, e está,
portanto, justamente sujeito à punição. É
desnecessário citar todos os textos que mencionam isso. Paulo afirma: "Porque nós
somos cooperadores de Deus" (1 Co 3: 9). Isso
também é confirmado quando ele afirma:
"Desenvolvei sua salvação com temor e tremor. Porque Deus é quem opera em vós tanto o
querer como o realizar, segundo a Sua boa
vontade." (Filipenses 2: 12-13). Deus é a causa
eficiente desta atividade, mas o homem é a causa subjetiva desse mesmo trabalho,
produzindo essas atividades a partir de dentro
de si mesmo. Estas atividades devem, portanto,
ser atribuídas ao homem de acordo com o seguinte princípio: O nome é atribuído à causa
formal. Em Filipenses 2: 12-13 o homem é
exortado a ser ativo no sentido de sua salvação,
28
sendo convencido a mover-se a respeito de seu
dever. Ele é instruído simultaneamente, no
entanto, a respeito de sua pecaminosidade e
impotência espiritual, para que ele não entretenha qualquer noção a respeito da
bondade de sua vontade, nem seja encorajado a
ser ativo em relação a isto em sua própria força.
Por outro lado, ele não deve ficar desanimado quando percebe sua fraqueza, mas deve, antes,
ser encorajado, pela fé, em razão do fato de que
Deus o ajudará por ser o iniciador de sua ação,
trabalhando poderosamente nele para tomar posse deste poder e ser movido pela virtude
operante deste poder.
Objeção 1: Tal cooperação não faz de Deus uma
causa do pecado?
Resposta: De maneira nenhuma! É preciso fazer uma distinção entre a atividade em si, como a
compreensão, disposição, visão, audição, fala,
trabalho e o contexto em que essa atividade deve
ocorrer: a lei de Deus. A atividade em si é natural e, como tal, nem é boa ou má; no entanto,
quando visto no contexto da lei, de acordo com
o que deveria ser julgado na medida do assunto,
esta atividade se torna boa ou má. Ao discutir a cooperação de Deus nós entendemos isso como
se referindo às dimensões naturais desta
atividade ou movimento em si. Isto não é nem
verdadeiro, no entanto, em referência ao uso indevido dessa atividade, à falta de
conformidade com a lei, nem para o mal nesta
atividade. Uma pessoa pode ser a causa da
29
atividade em outra pessoa, mas não do mal que
a acompanha.
(Nota do tradutor: considere-se também que
sendo quem efetua no crente o querer e o
realizar, Deus atua operando a influência do
Espírito Santo sobre nós no sentido de capacitar-nos a fazer a sua vontade e para santificar-nos
pela Sua graça e Palavra, e jamais para nos
inclinar para a prática do pecado, senão para sempre vencê-lo.)
O governo faz com que o carrasco açoite o ladrão, mas não é a causa da maneira cruel com
que ele vier a fazê-lo. Um instrumentista tange
as cordas para produzirem música, mas não a
dissonância; isto pode proceder do mau estado da corda. Tal é o caso aqui. A atividade em si
provém de Deus, mas o homem a estraga devido
à sua corrupção interior.
Consequentemente, não é Deus, mas o homem,
a causa do pecado.
Objeção 2: Será que esta iniciativa e cooperação
definitivas de Deus não eliminam a liberdade da
vontade do homem?
Resposta: De maneira nenhuma! A liberdade da
vontade não é uma de neutralidade; isto é, da indiferença se deve ou não fazer alguma coisa,
senão de consequência necessária, vindo da
própria escolha da pessoa, prazer ou inclinação
para fazer ou não fazer alguma coisa. A cooperação de Deus capacita o homem a ser
ativo em harmonia com a natureza, isto é, pelo
livre exercício de sua vontade. Existe, portanto,
30
a harmonia entre a cooperação de Deus e a
vontade do homem. Deus ativa a vontade e o
homem em seguida, exerce sua vontade.
31
O Terceiro Ato da Providência de Deus:
Governo
O terceiro elemento da providência de Deus é o
Governo, através do qual Deus rege todas as
coisas em geral, e cada coisa em particular para fins pré-determinados por Ele. A Palavra de
Deus ensina que Deus tudo governa e dirige. "O
Senhor reina" (Sl 93: 1); "... Aquele que faz todas
as coisas segundo o conselho da sua vontade" (Ef
1:11); "Eu sou o Senhor que faço todas as coisas" (Is 44:24). Podemos organizar todas estas coisas
com quatro designações em particular: 1) as
entidades independentes, 2) a grandeza ou
insignificância, 3) a bondade ou maldade, e 4) o resultado de todas as coisas.
A primeira designação que se refere às entidades independentes que são ou animadas
ou inanimadas. As animadas são racionais ou
irracionais. As entidades racionais são os anjos e
os homens. Deus governa os anjos para que eles sejam "enviados para servir" (Hb 1:14). Deus
governa os homens - “Ao homem pertencem os
planos do coração; mas a resposta da língua é do
Senhor.”; “O coração do homem propõe o seu caminho; mas o Senhor lhe dirige os passos.”
(Pv 16: 1,9). As criaturas irracionais vivem de
forma sensata ou simplesmente têm uma
existência vegetativa. O Senhor governa tudo o que é sensivelmente vivo, tais como as aves.
"Olhai para as aves do céu ... vosso Pai celestial as
alimenta" (Mt 6:26). O Senhor governa os
32
animais. "... O Senhor mandou entre eles leões ..."
(2 Reis 17:25). O Senhor chama o gafanhoto, a
locusta, o pulgão e a lagarta, de "meu grande
exército que enviei contra vós" (Joel 2:25).
Ele governa os peixes do mar. "Lançai a rede para
o lado direito do barco, e achareis" (João 21: 6). O Senhor também governa toda a vegetação,
como plantas, árvores e ervas. "Fazes crescer
erva para os animais, e a verdura para uso do
homem, de sorte que da terra tire o alimento,"(Sl 104: 14). O Senhor governa toda a criação
inanimada, como sol, lua, estrelas, chuva,
granizo, neve, trovão, relâmpago, vento, as
montanhas e todos os seus recursos naturais, e o mar e rios (cf. Sl 148, Sl 29: 3; Jer 10:13).
A segunda designação se refere à magnitude ou insignificância das coisas. Objetos grandes são
tão incapazes de governar a si mesmos como são
os pequenos objetos, e, portanto, têm a
necessidade de governo divino.
Pequenos objetos, por menores que sejam, são
governados por Deus em todas as
circunstâncias, ocorrências e movimentos. Isto é para a glória de Deus - Aquele que criou todas
as coisas, mesmo as muito pequenas e faz com
que elas existam por sua influência. Isto é verdade até para os cabelos da nossa cabeça.
"Mas os cabelos da vossa cabeça estão todos
contados "(Mt 10:30).
A terceira designação se refere à bondade ou
maldade de uma questão. Tudo o que é bom na
natureza ou na graça é do Senhor.
33
"Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do
alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há
mudança nem sombra de variação." (Tg 1:17). O
mal ou é o mal da punição ou do pecado. O mal de punição procede de Deus. Deus envia e
governa o mal de punição como um juiz justo ou
como um Pai amoroso. "Não sai da boca do Altíssimo tanto o mal como o bem?" (Lam 3:38);
"Sucederá qualquer mal à cidade, sem que o
Senhor o tenha feito?" (Amós 3: 6) O mal do
pecado não procede de Deus, porque Ele é santo
(Is 6: 3) e luz (1 João 1: 5). "Ele é a Rocha; suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos
são justos; Deus é fiel e sem iniquidade; justo e
reto é ele." (Dt 32: 4); "Pelo que ouvi-me, vós
homens de entendimento: longe de Deus o praticar a maldade, e do Todo-Poderoso o
cometer a iniquidade!" (Jó 34:10); "... Não há
injustiça nele" (Sl 92:15). Uma vez que Deus proibiu o mal e vai puni-lo, Ele, portanto, não é a
causa do pecado. Isso nós sinceramente
proclamamos e declaramos diante de todo o
mundo. É, portanto, calunioso sustentar que a Igreja Reformada ensina que Deus é a causa do
pecado.
34
Governo de Deus e Pecado
O governo de Deus, no entanto, também
abrange o pecado, pois caso contrário, toda a
raça humana, sendo pecaminosa em suas obras,
seria removida do governo de Deus. O governo de Deus em relação ao pecado não pode ser
negado por alguém que acredita na Palavra de
Deus, a partir da qual vamos provar isto com
maior clareza.
Para uma compreensão correta do governo de
Deus em relação ao pecado, devemos tomar nota de três coisas que se referem a todo pecado:
a atividade natural, o desvio nessa atividade, e o
governo de Deus em trazer essa atividade a bom
termo.
(1) A atividade natural, considerada em si
mesma, procede de Deus. Isto tem sido
demonstrado na discussão do segundo ato da providência: a cooperação.
(2) Devemos em breve demonstrar que Deus governa o pecado a um bom termo.
(3) O desvio, o abuso do poder energizante de
Deus, a corrupção deste poder, e a irregularidade da atividade, tanto quanto a
forma e objetivo estão envolvidos - se essa
atividade é interna ou externa - não procede de
Deus, mas do próprio homem. O homem não é, contudo, independente do ato de pecado porque
ele corrompe a energia da qual depende para a
sua atividade. O governo de Deus quanto ao
35
pecado se refere: 1) ao seu início, 2) à sua
progressão, e 3) até o seu resultado final.
Em primeiro lugar, Deus pode permitir,
inicialmente, a ocorrência de pecado. " Pelo que eu os entreguei à obstinação dos seus corações,
para que andassem segundo os seus próprios
conselhos." (Sl 81:12); "Quem nos tempos
passados deixou andar todas as nações em seus próprios caminhos" (Atos 14:16).
Deus permite o pecado, mas não da maneira que
se o pecador fosse descumprir as exigências da
lei, porque então Deus aprovaria o pecado e não
seria capaz de punir os pecadores. Ele o permite de tal forma, no entanto, que ele não impede o
pecador de pecar. Ele é, no entanto, capaz de
impedir o pecado, e às vezes também o faz. "E
também eu te tenho impedido de pecar contra mim; por isso não te permiti tocá-la; "(Gn 20: 6).
Esta não é uma questão de observação
indiferente, pela qual o pecador é meramente
autorizado a seguir seu próprio caminho. Isto é sim uma permissão ativa, e não em relação ao
pecado, como o próprio objeto em si mesmo,
mas em relação às circunstâncias. Isto não
consiste simplesmente em Deus recusar-se a coagir a livre vontade do pecador, forçando-o a
renunciar à sua vontade. (Mesmo quando Deus
impede o pecador e não lhe permite consumar o
pecado, como nós observamos com Abimeleque - Ele, no entanto, não elimina a liberdade de sua
vontade.) Em vez disso, Deus influencia o
homem de uma forma agradável com a sua
36
natureza de forma que ele age ou não age
arbitrariamente. Esta permissão ativa é
constituída pelos seguintes atos:
(1) A atividade do homem, tanto quanto suas
faculdades e atividades estão em causa, é
originária de Deus, que o restringe e sustenta
com Sua influência poderosa, permitindo-lhe que exista e se mova, assim que ele trabalha e
está ativo.
(2) Deus permite que situações ocorram, em
que o homem iria fazer uso correto se ele ainda
estivesse perfeito. Ele ainda está em obrigação
de utilizar corretamente tais situações. Devido à sua corrupção, no entanto, ele abusa delas. A
luxúria de Davi acendeu quando ele observou
Bateseba (2 Sam 11: 2); A ira de Acabe se acendeu
em resposta às palavras do profeta Elias (1 Reis 21:20). As concupiscências são até mesmo
acendidas pela própria lei. "Mas o pecado,
tomando ocasião, pelo mandamento operou em
mim toda espécie de concupiscência;" (Rm 7: 8).
(3) Em reter do homem a capacidade de suportar
o pecado, Deus em retidão e soberanamente se
recusa a dar nova graça ao homem quando ele tem a oportunidade e está inclinado para o
pecado. Ele quer deixá-lo em sua condição
inclinada para o mal, deixando que se torne
capaz e disposto a cometer toda sorte de pecados. "portanto eu vos lançarei fora desta
terra, para uma terra que não conhecestes, nem
vós nem vossos pais; e ali servireis a deuses
37
estranhos de dia e de noite; pois não vos
concederei favor algum." (Jr 16:13).
(4) Como um julgamento justo sobre pecados
passados, Deus retira o seu poder de restrição que é normalmente exercido para o pecador,
deixando-o entregue a si mesmo. "Contudo, no
negócio dos embaixadores dos príncipes de
Babilônia, que lhe foram enviados a perguntarem acerca do prodígio que fora feito
na sua terra, Deus o desamparou para
experimentá-lo, e para saber tudo o que havia no
seu coração." (2 Cr 32:31).
(5) Como um julgamento justo, Deus entrega o pecador a seus próprios desejos e, portanto,
castiga o pecado com o pecado. " E assim como
eles rejeitaram o conhecimento de Deus, Deus,
por sua vez, os entregou a um sentimento depravado, para fazerem coisas que não
convêm; "(Rm 1:28); "... porque não receberam o
amor da verdade para serem salvos. E por isso Deus lhes envia a operação do erro, para que
creiam na mentira;" (2 Ts 2: 10-11); "Deixai-o;
deixai que amaldiçoe, porque o Senhor lho
ordenou." (2 Sam 16:11).
(6) Deus dá liberdade ao diabo para concentrar todos os seus esforços, nos homens, a quem ele
dirige de um pecado para outro, tendo
vantagem sobre as concupiscências dos
homens que foram despertadas. "Mas o Espírito do Senhor se retirou de Saul, e um espírito
maligno da parte do Senhor o atormentava" (1
Sam 16:14); "Respondeu ele: Eu sairei, e serei um
38
espírito mentiroso na boca de todos os seus
profetas. Ao que disse o Senhor: Tu o induzirás,
e prevalecerás; sai, e faze assim." (1 Reis 22:22).
(7) Deus endurece o coração, fazendo com que seja como uma pedra, permitindo assim que o
pecador persevere no pecado sem ser sensato
do mesmo. O próprio Deus usa essas expressões,
dizendo que Ele faz isso. "E eu vou endurecer o coração de Faraó"; “. ...E Ele endureceu o coração
de Faraó” (Êx 7: 3,13). Este ato de endurecimento
não é uma infusão de algum mal ou algo
pecaminoso, mas uma operação santa e secreta pela qual os dons comuns, sendo abusados, são
retirados de uma maneira extraordinária.
O Senhor, então, retira-se plenamente de modo
que não há nem visão, nem senso a respeito de
Deus ou da consciência. Deus deixa o pecador sob as suas próprias paixões furiosas e permite
que os demônios tenham toda liberdade para
que o pecador neste estado não possa fazer nada a não ser o pecado e seja endurecido como
resultado do pecado contínuo. Portanto, o que é
atribuído a Deus também é atribuída ao faraó.
"Mas vendo Faraó que havia descanso, endureceu seu coração" (Êx 8:15). Tal é o
governo de Deus em relação ao pecado desde o
início da sua comissão.
Em segundo lugar, o governo de Deus também
se estende à progressão do pecado. Deus determina a medida, o tempo, e as limitações;
isto é, até à data e não mais, de tal forma e sem
mais, e para uma tal duração e não mais. Isto
39
observamos com Labão. "Está no poder da
minha mão fazer-vos o mal, mas o Deus de vosso
pai falou-me ontem à noite, dizendo: Guarda-te,
que não fales a Jacó nem bem nem mal." (Gn 31:29). Esaú estava determinado a matar Jacó,
mas deveria beijá-lo em vez disso (Gen 33: 4).
Balaão desejava amaldiçoar Israel, a fim de ganhar o salário da injustiça, mas cada vez que
ele foi fazê-lo, foi obrigado a abençoar (Nm 24).
O diabo desejou eliminar Jó, mas cada vez o
Senhor determinou sua libertação. "... Somente contra ele não estendas a tua mão" (Jó 1:12); "...
Disse, pois, o Senhor a Satanás: Eis que ele está
no teu poder; somente poupa-lhe a vida." (Jó 2: 6).
Em terceiro lugar, o governo de Deus também
se estende para o resultado final do pecado. Ele governa o pecado, quer para declarar Sua
justiça, para manifestar a Sua graça,
longanimidade, e misericórdia, ou para
beneficiar seus filhos, mantendo-os humildes e
tornando-os cuidadosos.
"Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim;
Deus, porém, o intentou para o bem, para fazer
o que se vê neste dia, isto é, conservar muita
gente com vida." (Gn 50:20); "Ai da Assíria, a vara da minha ira, porque a minha indignação é
como bordão nas suas mãos. Eu a envio contra
uma nação ímpia; e contra o povo do meu furor
lhe dou ordem, para tomar o despojo, para arrebatar a presa, e para os pisar aos pés, como
a lama das ruas. Todavia ela não entende assim,
nem o seu coração assim o imagina; antes no
40
seu coração intenta destruir e desarraigar não
poucas nações... Por isso acontecerá que,
havendo o Senhor acabado toda a sua obra no
monte Sião e em Jerusalém, então castigará o rei da Assíria pela arrogância do seu coração e a
pomba da altivez dos seus olhos.” (Isa 10: 5-7,12).
"Mas por isso alcancei misericórdia, para que em mim, o principal, Cristo Jesus mostrasse
toda a sua longanimidade, a fim de que eu
servisse de exemplo aos que haviam de crer nele
para a vida eterna." (1 Tm 1:16).
Tais resultados não fluem naturalmente do pecado; tampouco Deus em primeiro lugar
determina-se em extrair bons resultados do
pecado depois de ter sido cometido. Tendo
decretado glorificar a Si mesmo de tal maneira e de conceder determinados benefícios aos
Seus filhos, Deus usa assim a maldade do
homem de uma forma santificada para
consumar o resultado.
Da mesma forma que o sol não é contaminado
pela decomposição de um cadáver fedorento,
Deus da mesma forma, enquanto os homens e
demônios cometem pecado, continua sendo santo e opera de uma maneira santa em relação
ao início, progressão e resultado final do pecado.
Deus usa os pecadores como se fossem
verdugos, leões e ursos, a fim de executar os seus juízos, por meio de sua fúria, e, portanto,
com uma vara torta Ele ataca com golpes retos.
A quarta designação relativa à providência de
Deus se relaciona com o resultado de todas as
41
coisas. Estes resultados são consequências
necessárias ou são contingências na natureza.
Por conseguinte, estes incluem também o que
quer que ocorra como um resultado de questões como o livre exercício da vontade do homem, o
resultado de guerras, casamentos, e o dia da
morte de uma pessoa.
Em primeiro lugar, alguns resultados são certos e uma questão de curso, sendo determinados
pela lei e ordem da natureza. Tal é verdadeiro
para as órbitas do sol e da lua, para eclipses, para
a ocorrência de marés baixas e altas, e para o fato que o fogo sobe e que tudo o que é pesado
desce. Todos estes são regidos por Deus. Isto é
confirmado nos seguintes: "Designou a lua para
marcar as estações; o sol sabe a hora do seu ocaso. Fazes as trevas, e vem a noite, na qual
saem todos os animais da selva." (Salmos 104: 19-
20); "Conforme a tua ordenança, tudo se
mantém até hoje, porque todas as coisas te obedecem." (Sl 119: 91).
Deus pode, no entanto, intervir neste plano
estabelecido e causar a progressão contrária ao
curso da natureza. Sobre a oração de Josué, o
Senhor fez com que o sol e a lua ficassem parados (Jos 10:13) E fez o sol retornar dez graus
conforme o pedido de Ezequias (2 Reis 20:11). O
Senhor fez com que o ferro flutuasse (2 Reis 6:
6), e os três jovens saíssem ilesos do forno ardente (Dan 3:25). As profecias também têm
um cumprimento certo e determinado que
Deus não quer e nem Suas criaturas são capazes
42
de mudar. "Como, pois, se cumpririam as
Escrituras, que dizem que assim convém que
aconteça?" (Mt 26:54).
Em segundo lugar, os resultados de alguns
assuntos são contingentes. Isso não é uma verdade em referência a Deus, porque nem a
menor coisa acontece por acaso. Seu conselho
será firme e Ele fará todo o Seu prazer. Eles são contingentes, porém, tanto em relação a causas
secundárias (em relação ao qual eles poderiam
ter sido diferentes) e relativamente à conexão
entre as causas e os seus efeitos, para os quais os resultados não foram nem planejados,
regulados, nem esperados.
Deus, porém, governa todos estes resultados
contingentes de acordo com o Seu conselho e
vontade, executando-os com certeza e sem qualquer impedimento. Isto é exemplificado
pela morte inesperada, acidental, em que Deus
fez com que este golpe viesse aos mortos.
“Como, por exemplo, aquele que entrar com o seu próximo no bosque para cortar lenha e,
pondo força na sua mão com o machado para
cortar a árvore, o ferro saltar do cabo e ferir o
seu próximo de sorte que venha a morrer; o tal se acolherá a uma dessas cidades, e viverá;” (Dt
19: 5); “Quem ferir a um homem, de modo que
este morra, certamente será morto. Se, porém,
lhe não armar ciladas, mas Deus lho entregar nas mãos, então te designarei um lugar, para
onde ele fugirá.”(Êx 21:13). Existe alguma coisa
mais imprevisível do que lançar a sorte?
43
Mas o governo de Deus, no entanto, se estende
a isto, e ele pode fazer com que o resultado seja
de acordo com a Sua vontade. "A sorte se lança no regaço; mas do Senhor procede toda a
disposição dela." (Pv 16:33). Isto é evidente na
sorte que caiu sobre Jonas (Jon 1: 7) e sobre
Jonatas (1 Sam 14:42). O que é mais imprevisível na natureza do que a queda de um pardal do
telhado ou um fio de cabelo da cabeça? O
governo de Deus, no entanto, também se
estende a estes. "Nenhum pardal deve cair ao chão sem a permissão do seu pai... Mas os
cabelos da vossa cabeça estão todos contados"
(Mt 10: 29-30).
Em terceiro lugar, Deus também governa todas
as ações que ocorrem como resultado do exercício livre da vontade do homem. Deus não
remove a liberdade da vontade, nem coage o
homem a agir contra a sua vontade. Ao contrário, Ele inclina e governa essa vontade,
seja por inclinação interna ou por
circunstâncias e eventos externos, para que o
homem realize as coisas decretadas por Deus em virtude de sua própria determinação
arbitrária e inclinação. Isto é confirmado nos
seguintes textos.
"aquele que forma o coração de todos eles, que
contempla todas as suas obras." (Sl 33:15); "... A resposta da língua é do Senhor ... o Senhor lhe
dirige os passos "(Pv 16: 1,9); "Como corrente de
águas é o coração do rei na mão do Senhor; ele o
44
inclina para onde quer." (Pv 21: 1); "... Deus que
opera ... o querer ... " (Fp 2:13).
Em quarto lugar, Deus pode governar o
resultado de guerras, o envio de uma nação para
punir uma outra. Ele nem sempre dá a vitória para a nação que é mais forte numericamente,
mais inteligente e mais corajosa, mas para
quem quer. " Como poderia um só perseguir mil, e dois fazer fugir dez mil, se a sua Rocha não os
vendera, e o Senhor não os entregara?" (Dt 32:30
a); "Ó Senhor, nada para ti é ajudar, quer o
poderoso quer o de nenhuma força. Acuda-nos, pois, o Senhor nosso Deus " (2 Cr 14:11); "Um rei
não se salva pela multidão do seu exército; nem
o homem valente se livra pela muita força. O
cavalo é vã esperança para a vitória; não pode livrar ninguém pela sua grande força." (Sl 33: 16-
17); "O cavalo prepara-se para o dia da batalha;
mas do Senhor vem a vitória." (Pv 21:31). Todos os
textos em que é dito que Deus vende ou dá uma nação nas mãos de outra nação, ou para
entregar uma nação, servem para ilustrar isto
(cf. Jz 3: 8; Jz 6: 1).
Em quinto lugar, o governo de Deus também se
estende ao casamento, dirigindo um parceiro para cada pessoa. Alguns Ele reúne em
julgamento como punição sobre seus pecados,
alguns para fins de correção, e alguns para o
conforto mútuo da alma e do corpo. Quão insondáveis são todas essas formas peculiares e
eventos incomuns relativos a casamentos!
Deus, porém, os governa a todos de acordo com
45
o Seu propósito determinado, e enquanto o
mundo continua haverá alguns casamentos em
que tais providências serão evidentes. " E disse:
Ó Senhor, Deus de meu senhor Abraão, dá-me hoje, peço-te, bom êxito, e usa de benevolência
para com o meu senhor Abraão. Eis que eu estou
em pé junto à fonte, e as filhas dos homens desta cidade vêm saindo para tirar água; faze, pois,
que a donzela a quem eu disser: Abaixa o teu
cântaro, peço-te, para que eu beba; e ela
responder: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos; seja aquela que designaste para o
teu servo Isaque. Assim conhecerei que usaste
de benevolência para com o meu senhor." (Gn
24: 12-14); "... A mulher prudente vem do Senhor" (Pv 19:14); "O que, portanto, Deus uniu ... " (Mt 19:
6).
Em sexto lugar, Deus determina a idade de cada
pessoa. Ninguém vai morrer mais cedo, nem
viver mais tempo do que Deus decretou.
Ele vai morrer em tal localização e do modo que Deus determinou. Até aquele momento Deus vai
fornecer alimentos e abrigo, preservando seu
corpo. Mas, em seguida, todos os médicos no
mundo não serão capazes de prolongar sua vida por uma hora. "...E determinando os tempos já
dantes ordenados e os limites da sua habitação"
(Atos 17:26); "Visto que os seus dias estão
determinados, contigo está o número dos seus meses; tu lhe puseste limites, e ele não poderá
passar além deles." (Jó 14: 5); "Eis que fizeste os
meus dias como a palmos" (Sl 39: 5).
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A Providência de Deus e a Utilização de
Meios
Temos assim observado que tudo, sem exceção,
é governado de acordo com os decretos de Deus. Deus geralmente executa todas essas coisas por
meio de meios, no entanto, tendo ligado o
homem a eles. Sempre que os meios são
adequadamente usados, Deus geralmente abençoa Suas próprias ordenanças. Um
agricultor ímpio que prepara adequadamente
sua terra geralmente tem uma colheita
frutífera, e um fazendeiro de Deus que tem sido negligente em sua preparação terá que
testemunhar uma colheita de mãos vazias.
Quando uma pessoa piedosa faz o seu melhor,
no entanto, Deus certamente abençoa os meios mais insignificantes. Uma pessoa tenta a Deus
quando ela não quiser usar os meios e, no
entanto, deseja ver os resultados.
Esta doutrina da providência de Deus é de
grande benefício para aqueles que fazem uso
adequado da mesma. Uma pessoa cega, natural,
e não convertida nem pode extrair qualquer benefício desta doutrina nem obter conforto
dela. Ele não pode fazê-lo mesmo que ele
observe e acredita na providência de Deus e
deseje fortalecer-se por meio dela quando um julgamento extraordinário vem à sua porta. Sua
paciência é uma paciência coagida, já que ele
não é capaz de fazer o contrário. Ele se resigna a
47
um fatum Stoicum, isto é, o destino estóico,
dizendo:
"As circunstâncias tinham que ser dessa
maneira e nada pode mudá-las." Quando ele não
pode fazer o que quiser, ele tenta fazer o melhor dele. Como é que um homem não convertido se
confortaria com a providência de Deus, pois
Deus é contra ele?
O que acontece com ele serve para sua perdição,
se ele não é convertido. Por isso, é um terror para ele.
No entanto, todos os benefícios que podem ser
derivados desta doutrina são para os filhos de
Deus.
A mais clara é para que saibam por si mesmos
que pertencem a Deus, os maiores benefícios que eles podem extrair da providência de Deus.
E portanto, venham, todos os que choram
muito, interiormente, e continuamente sobre o
pecado; a fugir para o Senhor Jesus para serem justificados pelo Seu sangue; aqueles que
anseiam por comunhão com Deus; cujo desejo é
amar, temer e obedecer ao Senhor, mesmo
embora isto seja muitas vezes acompanhado por muita escuridão e pelo pecado. Venha, eu digo,
sentar ao meu lado por um momento, ouça, e
deixe minhas palavras penetrarem em seus
ouvidos e corações.
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Exortações Práticas Relativas à Doutrina
da Providência
Acostume-se com meditações frequentes,
atenção e exercícios diligentes para observar
com fé a mão de Deus em todas as coisas. Como seria observar os raios do sol entrando em uma
sala por uma janela, observe a Sua preservação,
a cooperação, e o Seu governo, relativos às criaturas e sua atividade. Acostume-se
continuamente a discernir a mão ativa Deus
quando você observar o nascer do sol na parte
da manhã e da lua brilhando e as estrelas durante a noite; como você observa tudo
brotando na terra; e quando você observa tanto
a vitória e a derrota em tempo de guerra, como
também os eventos extraordinários e rumo dos acontecimentos em tempo de paz.
Faça o mesmo em relação à sua própria vida, se
você está saudável ou doente, se você encontra continuamente tribulação, uma cruz na
sequência de outra; se você experimenta
libertação e prosperidade; se uma pessoa olha
para você, quer de uma forma amigável ou mal-humorada, que fale muito bruscamente com
você ou ajuda e te conforta; ou se alguém vira as
costas para você, procura prendê-lo, se opõe a
você, fala bem ou o mal de você. Todas estas coisas, desde a menor até a maior, estão sob o
controle de Deus. Não é suficiente apenas
afirmar isso e acreditar que isso seja verdade,
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pois esta vontade terá, senão pouco efeito sobre
você.
Rogo-lhe, porém, para esforçar-se por uma
atividade constante e continuamente focar e ver
vividamente isso para se familiarizar com esta
verdade. Você pode, assim, perceber continuamente a mão de Deus trabalhando nas
causas secundárias, de tal modo como se estas
causas não existissem, mas como se Deus
trabalhasse estas coisas diretamente.
Esforce-se assim sendo continuamente
exercitado para adquirir um quadro habitual da mente que tornará mais claro e fácil para você
ver Deus no trabalho.
Acredite, isso requer mais esforço para aprender do que você possa pensar. Nossos
corações ateus e mundanos continuamente nos
prejudicam em tais observações e
reconhecimento, e isso vai nos trazer em uma escuridão que nos será prejudicial. Portanto,
aplique-se nesta matéria, orando por muita luz
para que você possa estar atento e ser
continuamente envolvido em tais observações. Você vai experimentar que a sua alma vai obter
grandes benefícios em todos os sentidos.
Acautele-se, porém, de fazer muito esforço na
procura da maneira pela qual Deus preserva,
coopera, e governa, porque isso teria um efeito
negativo sobre você, e seria um mistério insondável. Em vez disso, creia e observe essa
doutrina cada vez com nova atenção. Fale sobre
isso e comunique isso aos outros, e você
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perceberá que a sua jornada por este mundo
será feita com mais conforto e santidade.
Em segundo lugar, não se limite a concentrar-se
nos atos da providência, mas se acostume a perceber neles a majestade, poder, sabedoria,
justiça e bondade de Deus.
Reconheça esses atributos com espanto e
alegria. todas as criaturas são do Senhor; toda atividade prossegue a partir dele, e ele governa
tudo no céu e na terra. Isto é verdade,
independentemente do quão grande é o
universo, quantas criaturas (grandes ou pequenas) ela pode conter, e como diversas
todas as atividades podem ser. Que este
reconhecimento gere um temor humilde e
reverente em você. Não é Ele, e somente Ele, o Senhor? Não cooperam todas as coisas
juntamente em seu favor? Não são todas as
criaturas seus servos que atentam para a mão de
seu Mestre? Esteja, portanto, com temor dele e curve-se diante dele, enquanto exclama: "O
Senhor é Deus ", e "o Senhor reina". Deus exige
isso. "Não me temeis a mim? diz o Senhor; não
tremeis diante de mim, que pus a areia por limite ao mar, por ordenança eterna, que ele
não pode passar? Ainda que se levantem as suas
ondas, não podem prevalecer; ainda que
bramem, não a podem traspassar." (Jer 5:22). Oh, quão doce é a contemplação do fato de que Deus
é a causa em movimento de todas as coisas e se
curvar diante dele, para adorá-Lo!
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Em terceiro lugar, não mais dependa de causas
secundárias; não confie em suas posses, força,
sabedoria e habilidade; não se preocupe com o
amigo ou inimigo; não dependa de forças navais, fortificações, e soldados. Não olhe tanto para
este ou aquele indivíduo ou ao meio, como se
sua única esperança dependesse deles. Se Deus
assim quiser, Ele vai superar todas as suas
dependências e expectativas de meios. Ele vai
virar tudo de cabeça para baixo; de tal forma que aquilo que você pensa ser a sua libertação vem a
ser a sua ruína, e o que pensava ser a sua ruína
será a sua libertação. Desde que criaturas não
podem deixar de atuar de outra forma senão através do poder energizante de Deus, o que
podem dar a você ou tirar de você? Por que então
você olha para elas, uma vez que cada uma delas
tem este testemunho, "Isto não é para ser encontrado comigo"? Além disso, depender da
ajuda de criaturas é ser culpado de idolatria e
afastamento do Senhor. "Maldito o homem que
confia no homem, e faz da carne o seu braço, e cujo coração se aparta do Senhor. Bendito o
homem que confia no Senhor, e cuja esperança
é o Senhor "(Jr 17: 5,7).
Oh, aprenda esta grande lição! Que aqueles que
não conhecem a Deus olham para a criatura e
dependem delas.
Você, no entanto, deve esperar tudo do Senhor,
cuidadosamente, utilizando os meios como
meios e olhando além de todas as criaturas para
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o próprio Deus. Isso irá gerar muita firmeza e
força dentro de seu coração. "Os que confiam no
Senhor são como o monte Sião, que não pode ser
removido, mas permanece para sempre "(Sl 125:
1).
Em quarto lugar, não tenha medo de criaturas,
uma vez que elas não podem iniciar o seu
próprio movimento. É somente Deus quem as governa e controla.
Se você tem um encontro com elas, Deus que as
controla as enviou. Elas não podem fazer nada senão executar a vontade de Deus. Deus os
obstrui na sua atividade e faz com que eles se
afastem novamente. "Se Deus é por nós, quem
será contra nós?" (Romanos 8:31). E desde que Ele é por você, filho de Deus, por que você tem
medo?
(Nota do tradutor: Isto permanece sendo
verdade ao longo das eras e mesmo em nossos
dias, que estamos vivendo três séculos depois
que isto foi escrito por Wilhelmus à Brakel, pois está também previsto no decreto eterno de Deus
e em Sua providência que no tempo do fim
deveria ocorrer a multiplicação da iniquidade
pela qual será precipitado o retorno de Jesus para juízo do mundo de pecado, assim como esta
iniquidade se multiplicou nos dias de Noé e foi a
causa do dilúvio. A mesma razão que motivou tal
multiplicação lá é a mesma que vemos aqui, pois é declarado expressamente que o Espírito de
Deus não mais restringiria a prática do pecado
nos dias de Noé, no mesmo grau que vinha
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fazendo até aqueles 120 anos que antecederam o
grande juízo do dilúvio, de forma que as pessoas
foram caminhando de mal a pior, pois não se
arrependiam de seu modo de viver pecaminoso e então Deus as entregou a si mesmas. De igual
forma é dito também nas Escrituras que esta
influência restringidora do Espírito Santo seria removida gradualmente no período que
antecede o retorno de Jesus, pelo fato de a
população mundial resistir à verdade em sua
grande maioria, e sendo entregues a si mesmos, o resultado é a multiplicação da iniquidade
conforme a temos testemunhado em nossos
dias.
No entanto, não podemos esquecer que em
meio a todo este quadro geral, Deus livra os
justos, assim como o fizera em relação a Noé e os seus; a Ló e sua família; a Raabe e seus pais em
Jericó, de modo que isto é dito pelo apóstolo
Pedro: “Porque se Deus não poupou a anjos
quando pecaram, mas lançou-os no inferno, e os entregou aos abismos da escuridão,
reservando-os para o juízo; se não poupou ao
mundo antigo, embora preservasse a Noé,
pregador da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios; se,
reduzindo a cinza as cidades de Sodoma e
Gomorra, condenou-as à destruição, havendo-
as posto para exemplo aos que vivessem impiamente; e se livrou ao justo Ló, atribulado
pela vida dissoluta daqueles perversos (porque
este justo, habitando entre eles, por ver e ouvir,
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afligia todos os dias a sua alma justa com as
injustas obras deles); também sabe o Senhor
livrar da tentação os piedosos, e reservar para o
dia do juízo os injustos, que já estão sendo castigados;” (2 Pedro 2.4-9).
Para todos os seus inimigos é verdade que isto é,
senão como se uma máscara assustadora
escondesse o rosto de um amigo. "Se ele dá tranquilidade, quem então o condenará? "(Jó
34:29). Portanto, "Não temais os que matam o
corpo" (Mt 10:28). Quão tranquila uma alma
pode estar, embora consciente de seus inimigos, "habita no esconderijo do Altíssimo" e
permanece sob a sombra do Onipotente (Sl 91:
1)!
Em quinto lugar, não fique zangado e vingativo
para com aqueles que têm lhe prejudicado, pois está de acordo com o comando do Senhor (2 Sam
16:11). "Quem é aquele que manda, e assim
acontece, sem que o Senhor o tenha ordenado?" (Lam 3:37). É verdade que eles têm feito isso com
má intenção, mas o Senhor usa suas más ações
como uma vara para lhe açoitar (Is 10). Não
devemos agir como um cão que morde a pedra que foi atirada nele, mas devemos olhar para o
alto, para a mão dAquele que usa nossos
inimigos contra nós e refreia nossa
murmuração contra o Senhor.
Portanto, nunca se concentre sobre a maldade do homem sozinha, como se ele funcionasse de
forma independente, mas sim "a voz do Senhor
clama à cidade, e o que é sábio temerá o teu
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nome. Escutai a vara, e quem a ordenou." (Mq 6:
9), “Com tudo isso não se apartou a sua ira, mas
ainda está estendida a sua mão.” (Is 9:12).
Em sexto lugar, controle a sua alma com
paciência. Isto é assim necessário, porque
coisas más não vêm sobre você por acaso, mesmo se elas são causadas por pessoas. Sim,
mesmo se a sua própria tolice e pecado sejam a
causa, não é menos do Senhor que decretou isto
que lhe diz respeito, que o controla, e quem o executa. Portanto, com uma submissão
tranquila diga: "Pois cumprirá o que está
ordenado a meu respeito, e muitas coisas como
estas ainda tem consigo." (Jó 23:14).
(1) Não é Ele o absolutamente soberano Senhor?
Você não se alegra de que Ele é assim? Não iria você defendê-lo se alguém desafiar Seu direito
absoluto de governar? Então, como você se
atreve a lhe resistir? Fique quieto, portanto, e
submeta-se à Sua vontade, simplesmente porque isto é a Sua vontade.
(2) Ele não é seu Pai? Ele não tem lhe amado com
um amor eterno? Eis que, em amor Ele causou este mal que veio sobe você. "Eu repreendo e
disciplino a quantos amo" (Ap 3:19). Ele tem
compaixão de você, é misericordioso para com você, está com você em sua aflição, conhece o
seu sofrimento, vê as suas lágrimas, e ouve seus
clamores. Ele vai livrá-lo no Seu tempo e na Sua
maneira.
(3) O resultado será uma maior glorificação de
Seu poder, fidelidade e bondade. Isso fará com
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que você seja muito mais humilde e santo. Quão
mais abundante a tribulação tiver sido, mais
abundante será o seu conforto.
Portanto, negue a si mesmo, tome a sua cruz e
siga a Jesus (Mt 16:24). Não seja impaciente e "não despreze a correção do Senhor; nem esteja
cansado de sua correção " (Pv 3:11). "Descansa no
Senhor e espera nele" (Sl 37: 7). Diga com Davi: "Emudecido estou, não abro a minha boca; pois
tu és que agiste,"(Sl 39: 9). Renda-se como o
barro nas mãos do seu Criador, e deixe que Ele o
molde como Lhe agrada. Ele te guiará com Seu conselho, e depois te receberá na glória (Sl
73:24). E tudo não estará bem então,
independentemente de ele ter conduzido você
através de uma forma de tristeza ou alegria?
Em sétimo lugar, o uso adequado da providência de Deus irá render-lhe uma medida excepcional
de gratidão e vai ensinar-lhe a considerar o
Senhor como o único Doador de todo o bem que
você pode receber para sua alma e corpo. Ele fará com que você observe a Sua bondade,
fidelidade, e benevolência. Isso fará com que
você se alegre, louve e engrandeça a Deus, fale
com outras pessoas sobre Seus atributos, e tenha um coração disposto para servir a Deus. É
dele que flui amor puro concedido em Sua
bondade a você. Às vezes Ele tem feito isso de
uma maneira mais notável e maravilhosa. Desde que veio de Deus, devemos também acabar nele.
"Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as
coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém."
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(Romanos 11:36). "Em tudo dai graças" (1
Tessalonicenses 5:18). Continuamente siga o
exemplo de Davi e diga: " Bendize, ó minha alma,
ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios." (Sl 103: 2). Oh, como é doce
quando contemplando nossa aflição que passou,
o nosso desamparo e nossa indignidade para receber qualquer coisa, para, em seguida,
perceber que o próprio Senhor pensa sobre nós
e nos liberta!
O que deseja isso empenha-se em engrandecer
o Senhor nisto e para se alegrar nEle!
Em oitavo lugar, tal uso apropriado da providência rende para a alma uma perspectiva
adequada e uma serena confiança em Deus em
relação ao futuro. Os desejos apaixonados da
carne são mantidos em cheque, e a cruz não vai ser temida. Uma pessoa cessará com o uso
intenso, imoderado, e pecaminoso dos meios e
entregará o assunto nas mãos do Senhor. Outra ficará então satisfeita com a maneira pela qual
Ele age, sabendo que ficará bem. "Entrega o teu
caminho ao Senhor; confia nele; e o mais ele
fará" (Sl 37: 5); "lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós." (1
Pedro 5: 7); "O Senhor aperfeiçoará o que me
toca" (Salmo 138: 8). Veja como esses benefícios
podem ser derivados da providência de Deus.
“Quem é sábio observe estas coisas, e considere atentamente as benignidades do Senhor." (Sl
107: 43); " Quem é sábio, para que entenda estas
coisas? prudente, para que as saiba? porque os
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caminhos do Senhor são retos, e os justos
andarão neles; mas os transgressores neles
cairão." (Oséias 14: 9).
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