ESTÓRIAS DA HISTÓRIA DOS TÍTULOS

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Alguns trechos saborosos sobre a evolução da arte e das técnicas de titular na imprensa. Para saber mais sobre a arte e as técnicas de titular na imprensa, assim como sobre a “Intertextualidade”, visite http://www.mediatico.com.pt/manchete/index.htm (necessita de ter instalado o Java Runtime Environment), e www.youtube.com/discover747 Visite outros sítios de Dinis Manuel Alves em www.mediatico.com.pt , www.youtube.com/mediapolisxxi, www.youtube.com/fotographarte, www.youtube.com/tiremmedestefilme, www.youtube.com/discover747 , http://www.youtube.com/camarafixa, , http://videos.sapo.pt/lapisazul/playview/2 e em www.mogulus.com/otalcanal

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Arte e Técnicas de TitularArte e Técnicas de Titular

Instituto Superior Miguel Torga 2006/2007

Dinis Manuel AlvesDinis Manuel Alves

http://www.mediatico.com.pt

HISTÓRIAHISTÓRIA

Nos primeiros tempos do jornalismo Nos primeiros tempos do jornalismo

os títulos não existiam. os títulos não existiam.

Os diários eram folhas impressas para ler Os diários eram folhas impressas para ler

na totalidade e com calma, na totalidade e com calma,

que passavam de mão em mão, que passavam de mão em mão,

não perdiam facilmente a sua actualidade não perdiam facilmente a sua actualidade

nem havia urgência em serem lidos.nem havia urgência em serem lidos.

Diário de Notícias n.º 1 – 29 de Dezembro de 1864

Suas Magestades e Altezas Suas Magestades e Altezas

passam sem novidade passam sem novidade

em suasem suas

importantes saudesimportantes saudes

Diário de Coimbra, n.º 1 – 24 de Maio 1930

O diário espanhol ABC, que

iniciou a sua publicação em

1905, surgiu com a primeira

página integralmente ocupada

por publicidade, estilo que

perdurou durante algum tempo.

Motivo: evitar que a humidade, a

chuva ou a sujidade manchassem

as notícias quando os

exemplares se depositavam à

porta dos assinantes.

• A ponte sobre o Tejo, protagonista de duas primeiras páginas do Diário de Notícias, separadas por 27 anos. 

• Da mancha-chumbo (edição de 7 de Agosto de 1966), à força avassaladora de uma fotografia ímpar (edição de 25 de Junho de 1994)

7 de Agosto 1966

25 de Junho1994

29 de Dezembro de 1864 20 de Março de 2003

Só alguns séculos depois do aparecimento dos

primeiros jornais os títulos começaram a dar ares da

sua graça a uma imprensa graficamente muito

entediante.

Os jornais limitavam-se a rotular as informações,

etiquetá-las, mas não a titulá-las.

Os títulos eram simples enunciados, sem verbo, que

indicavam o tema e contribuíam para ordenar as

páginas e para a classificação das notícias.

02.0

2.19

08

1 de

Novembro

1922

19.01.1934

19.01.1934

11 de Maio

1958

Gazeta de

Coimbra,

2.10.1928

2.10.1928

2.1

0.1

92

8

2.1

0.1

92

8

O aparecimento de jornais de grande difusão, com a

quebra do peso das assinaturas e a sua substituição

pela venda através dos ardinas e nas bancas; a

concorrência entre os jornais e a conquista do

mercado publicitário, iniciando a passagem do jornal

para os leitores comprarem, ao jornal que devia vender

o maior número de leitores aos anunciantes; tudo isso

obrigou ao início da laboração das fábricas de títulos.

“Sem títulos as páginas de um jornal seriam

um conjunto caótico de textos.

Através do tamanho das suas letras e do

espaço que ocupam, indicam a relevância

informativa dos textos jornalísticos que

encabeçam.”

Zorilla Barroso

A graça do título está no facto das pessoas

começarem a falar do facto antes de terem lido sequer

a informação inteira que o conta.

O título move, agita e acelera a actualidade. A função

das notícias é modificar a consciência da realidade, e a

dos títulos promover uma consciência comum.

Lorenzo Gomis

Trata de fazer um bom jornal e lembra-te de que a

sensualidade moderna, que é o fundo do gosto

moderno, gosta sobretudo de qualidades de forma e

de plástica.

Não se vai ao restaurante onde se come melhor — mas

àquele onde a mobília é mais vistosa.

Procura por isso que o jornal, como papel, tipo,

impressão, etc., seja um primor.

Dá-lhe um feitio que não seja o do pesado e pançudo

Comércio do Porto.

Fá-lo ligeiro e vibrante.

(…) Diz quando sai essa Província — e, repito,

enverniza-lhe os tamancos. 

Eça de Queiroz a Oliveira Martins [5.05.1885]

E, logo no mês seguinte (10.6.1885), acrescenta: ‘A

Província, por ora, não está bem feita nem malfeita —

está provinciana. Tende ao ramerrão e à sonolência.

Precisas de espertá-la.

Um bom artigo teu não basta: é necessário que o resto

do jornal viva e vibre, e por ora acho-lhe o ar molengão

e empapado. Precisas melhoria de papel’.

Mais tarde escreverá o autor (1894): ‘Tudo neste nosso

século é toilette, dizia o velho Carlyle. O apreço exterior

pela arte é a sobrecasaca da inteligência. Quem se

quererá apresentar diante dos seus amigos com uma

inteligência nua? (…) Dispondo de algum dinheiro, e

graças ao armazém de fato feito, e ao armazém de ideias

feitas que se chama jornal, pode estar todo e

dignamente vestido, por dentro e por fora, e sair à rua, e

ser um senhor ”.

ArteArte

EE

Técnicas de Titular Técnicas de Titular Instituto Superior Miguel Torga

2006/2007

Dinis Manuel AlvesDinis Manuel Alves

http://www.mediatico.com.pt

Apresentação destinada exclusivamente às aulas leccionadas pelo autor.

A cedência aos alunos destina-se a uso exclusivo destes, para melhor preparação da unidade curricular.

Proibido o empréstimo, a cedência ou o visionamento a terceiros.

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