O Aguadeiro

Preview:

Citation preview

Profissões Antigas O Aguadeiro

"Há água fresquinha! Quem quer, quem quer?"

O transporte da água• A água era captada em

fontes públicas e depois transportada ao ombro em pequenos pipos pelos aguadeiros.

• Imagem contida num postal ilustrado da época.

Aguadeiros• Grupo de aguadeiros, homens e

mulheres.

• Como se pode ver, o transporte da água era feito preferencialmente em pipos, embora também se utilizassem as bilhas.

• A água era recolhida em fontes públicas e transportada porta – a – porta.

Os aguadeiros de Caneças

Desde tempos remotos, os habitantes da povoação de Caneças enchiam de água bilhas de barro que faziam transportar até à Capital.

Assim, sobre o dorso dos animais, em carroças, em galeras e, posteriormente, em camionetas cujo combustível era o gás, substituído mais tarde pelo combustível líquido, o comércio aguadeiro foi crescendo, tornando-se numa das actividades económicas mais importantes para os habitantes e também uma das fontes de receita da freguesia.

Os carros de tracção animal eram utilizados para o transporte da água.

Carro com cerca de 18 bilhas de água.

Na imagem, um dos últimos aguadeiros algarvios.

Os últimos Aguadeiros

Fonte das Fontainhas

Esta fonte iniciou a sua actividade em 1910. Foi a primeira a ser explorada pelos aguadeiros, os quais estavam sujeitos ao pagamento de uma taxa. Esta taxa era paga sobre cada bilha de água.

Fonte da Pipa Os aguadeiros que se

abasteciam nesta fonte não pagavam contribuição ao Estado, sob condição de terem os barris cheiros de água para quando houvesse incêndio a despejarem nas caldeiras dos bombeiros.

A qualidade da água

• O comércio da água era uma actividade certificada pelas autarquias. Para tal, os proprietários das fontes adquiriam selos metálicos na Junta de Freguesia. A certificação da água, através da colocação dos selos, assegurava aos consumidores a excelente qualidade da água.

Fonte das Fontainhas

Fonte dos Castanheiros

As captações da água

• Embora algumas fontes tivessem nascentes próprias, muitas havia que eram alimentadas a partir de aquedutos.

• Na imagem observa-se o imponente Aqueduto das Águas Livres de Lisboa

Os aguadeiros de Lisboa Segundo o recenseamento de

1763 - 1774 havia 188 aguadeiros em Lisboa e, em 1851, estavam registados 2871.

É necessário não esquecer que o Aqueduto das Águas Livres conduzia as águas aos chafarizes de Lisboa, que distavam bastante uns dos outros.

Com a cumulação de salitre e detritos, os chafarizes e bicas foram-se degradando.

O vasilhame para a água• O cântaro era

indispensável para transportar e guardar a água em casa.

• Ao lado, diversos tipos de cântaros, em barro, estanho, chapa e plástico.

O consumo de água pela população• Em meados do século XIX cada Lisboeta gastava menos de menos de

quatro litros de água por dia.

• Nesta época, o acesso à água era difícil: não havia rede pública de distribuição de água, enquanto os hábitos de higiene eram muito poucos ou mesmo inexistentes.

• No séc. XVII havia a crença de que a pele não deveria ser lavada frequentemente e que o suor impermeabilizava o organismo contra as mudanças bruscas das temperaturas e doenças variadas.

• A cidade era varrida com cheiros de suor, legumes e peixes apodrecendo nas ruas. A água suja de todo o tipo de lavagens atirada para a rua, mas não antes do aviso prévio água vai!

Os hábitos de higiene• A higiene, quer pessoal quer pública, era praticamente inexistente.

Utilizava-se pouca água em casa e os despejos das águas sujas faziam-se para a ruas, daí resultando cheiros pestilentos e a propagação de doenças.

• A Câmara de Lisboa publica a 1 de Abril de 1818 um edital sobre o asseio das ruas e as respectivas coimas:

• – Lançar das janelas corpos sólidos de dia ou de noite – 12$00• – Águas imundas de dia – 8$00• – Lixos das casas, ou restos de frutas, ou hortaliças de dia – 4$00• – Água limpa das janelas ou de dentro das portas de dia, e sobre os

passeios – 2$00

Curiosidades dos tempos antigos• Sabia que o sumptuoso palácio de Versalhes, em

França, não dispunha de quartos de banho.• Na Idade média não havia banheiros, escovas de

dentes, desodorizantes, papel higiénico …

Utensílios de higiene antigos

• A ausência de água canalizada nas casas levava a que as famílias utilizassem apenas pequenos lavatórios, em louça ou esmaltados.

• A banheira era um luxo, apenas acessível à nobreza.

Os banhos • Os banhos eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água

quente.• O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa.• Depois, sem trocar a água, vinham os outros homens da casa, por

ordem de idade, as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças.• Os bebés eram os últimos a tomar banho, portanto!

Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era possível perder um bebe lá dentro.

• É por isso que existe a expressão em inglês "don't throw the baby out with the bath water", ou seja, literalmente "não deite fora o bebé juntamente com a água do banho”.

A água em casa

• Cantareira• Neste móvel (louceiro),

colocavam-se, na parte superior os pratos e canecas e, na parte inferior, os cântaros, em barro, onde se guardava a água.

A Lenda da Bilha de S. JorgeNo dia da Batalha de Aljubarrota, encontravam-se os exércitos frente a frente, sob um sol abrasador. Temendo mais a sede que o exército inimigo, Nuno Álvares Pereira incumbiu Antão Vasques de procurar água, uma tarefa difícil dada a secura dos regatos. Após algum tempo, já desesperado, Antão Vasques desceu do cavalo, ajoelhou-se na terra poeirenta e pediu a S. Jorge que o ajudasse. No mesmo instante, surgiu uma camponesa com uma bilha de água. Quanto mais dela se bebia mais de água se enchia. Uma água que saciava a sede e renovava as forças e o espírito.Os castelhanos atacaram, certos de encontrar os soldados enfraquecidos pela espera e pela sede. Mas os portugueses aguentaram firmes e, para grande surpresa dos castelhanos, ganharam a batalha.

EFA• Trabalho realizado na abordagem ao Tema de Vida: “Do

Artesanato à Indústria”

Sub – Tema: “As Profissões Antigas”

Curso EFA Básico, Nível 3Cidadania e Empregabilidade

Janeiro de 2010• Formando: Maria Rosa Martins

• Formador: Professor Amaral Pinto

Recommended