11
Leia o texto para responder as questões de 01 a 04. EU, ETIQUETA Carlos Drummond de Andrade Em minha calça, está grudado um nome que não é meu de batismo ou de cartório, um nome ... estranho. Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nesta vida. Em minha camiseta, a marca de cigarro que não fumo, até hoje não fumei. Minhas meias falam de produto que nunca experimentei mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido de alguma coisa não provada por este provador de longa idade. Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente, meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete, meu isso, meu aquilo, desde a cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidência, costume, hábito, premência, indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncio itinerante, escravo da matéria anunciada. Estou, estou na moda. É doce estar na moda, ainda que a moda seja negar minha identidade, trocá-la por mil, açambarcando todas as marcas registradas, todos os logotipos do mercado. Com que inocência demito-me de ser eu que antes era e me sabia tão diverso de outros, tão mim-mesmo, ser pensante, sentinte e solidário com outros seres diversos e conscientes de sua humana, invencível condição. Agora sou anúncio, ora vulgar, ora bizarro, em língua nacional ou em qualquer língua (qualquer, principalmente). E nisto me comprazo, tiro glória de minha anulação. Por me ostentar assim, tão orgulhoso de ser não eu, mas artigo industrial, peço que meu nome retifiquem. Já não me convém o título de homem. Meu nome é coisa. Eu sou a coisa, coisamente. QUESTÃO 01 A afirmativa que melhor expressa a mensagem do texto é: a) a moda-anúncio no poema de Drummond é uma forma de despersonalização do ser humano. b) os estilos de vestuário variam no tempo, de acordo com o gosto, as idéias e os caprichos das pessoas. c) a integração do indivíduo na sociedade depende em grande parte de sua aceitação da moda vigente. d) as pessoas que vestem roupas com propaganda de produtos que não são de seu uso pessoal dão mostras de falsidade. e) as pessoas idosas que adotam sem restrições os ditames da moda atual demonstram conservar a juventude de espírito. QUESTÃO 02 Em suas cogitações a respeito da “moda-anúncio”, o autor revela-se a) irônico. b) satisfeito. c) indignado. d) enraivecido. e) conformado.

7 ano -_olimpíadas (1)

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Page 1: 7 ano -_olimpíadas (1)

Leia o texto para responder as questões de 01 a 04. EU, ETIQUETA

Carlos Drummond de Andrade Em minha calça, está grudado um nome que não é meu de batismo ou de cartório, um nome ... estranho. Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nesta vida. Em minha camiseta, a marca de cigarro que não fumo, até hoje não fumei. Minhas meias falam de produto que nunca experimentei mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido de alguma coisa não provada por este provador de longa idade. Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente, meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete, meu isso, meu aquilo, desde a cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidência, costume, hábito, premência, indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncio itinerante,

escravo da matéria anunciada. Estou, estou na moda. É doce estar na moda, ainda que a moda seja negar minha identidade, trocá-la por mil, açambarcando todas as marcas registradas, todos os logotipos do mercado. Com que inocência demito-me de ser eu que antes era e me sabia tão diverso de outros, tão mim-mesmo, ser pensante, sentinte e solidário com outros seres diversos e conscientes de sua humana, invencível condição. Agora sou anúncio, ora vulgar, ora bizarro, em língua nacional ou em qualquer língua (qualquer, principalmente). E nisto me comprazo, tiro glória de minha anulação. Por me ostentar assim, tão orgulhoso de ser não eu, mas artigo industrial, peço que meu nome retifiquem. Já não me convém o título de homem. Meu nome é coisa. Eu sou a coisa, coisamente.

QUESTÃO 01

A afirmativa que melhor expressa a mensagem do texto é: a) a moda-anúncio no poema de Drummond é uma forma de despersonalização do ser humano. b) os estilos de vestuário variam no tempo, de acordo com o gosto, as idéias e os caprichos das pessoas. c) a integração do indivíduo na sociedade depende em grande parte de sua aceitação da moda vigente. d) as pessoas que vestem roupas com propaganda de produtos que não são de seu uso pessoal dão mostras de falsidade. e) as pessoas idosas que adotam sem restrições os ditames da moda atual demonstram conservar a juventude de espírito.

QUESTÃO 02

Em suas cogitações a respeito da “moda-anúncio”, o autor revela-se

a) irônico. b) satisfeito. c) indignado. d) enraivecido. e) conformado.

Page 2: 7 ano -_olimpíadas (1)

QUESTÃO 03 LETRAS são captadas pelo sentido da visão. LETRAS FALANTES FALA é captada pelo sentido da audição.

O Autor coloca palavras juntas que se referem a dois sentidos diferentes, obtendo um efeito de grande expressividade. Esse mesmo recurso é usado na expressão: a) gritos visuais. b) proclama colorido. c) matéria anunciada. d) marcas registradas. e) provador de longa idade. QUESTÃO 04 Ser que pensa pensante Ser que vive vivente Ser que ouve ouvinte Imitando esse procedimento da Língua Portuguesa, o autor criou uma palavra para significar “que sente.” Essa palavra é: a) sensível. b) sentinte. c) sensorial. d) consciente. e) sentimental. Texto para as questões 05 e 06.

(Classificados – Livro 2 – São Paulo: Devir, 2002, p. 36)

QUESTÃO 05 Observe o emprego do verbo ter no último quadrinho. Em que modo está a forma verbal tenha?

a) indicativo b) subjuntivo c) imperativo d) gerúndio e) particípio

Page 3: 7 ano -_olimpíadas (1)

QUESTÃO 05

A frase “Talvez eu tenha feito uma besteira”, a palavra em destaque pode ser

clasificada morfologicamente como:

a) pronome

b) substantivo

c) adjetivo

d) conjunção

e) preposição

As questões de números 07 a 09 tomam por base a seguinte crônica do escritor e blogueiro Antônio Prata.

Pensar em nada A maravilha da corrida: basta colocar um pé na frente do outro.

Assim como numa família de atletas um garoto deve encontrar certa resistência ao começar a fumar, fui motivo de piada entre alguns parentes – quase todos intelectuais – quando souberam que eu estava correndo. “O esporte é bom pra gente”, disse minha avó, num almoço de domingo. “Fortalece o corpo e emburrece a mente.”

Hoje, dez anos depois daquele almoço, tenho certeza de que ela estava certa. O esporte emburrece a mente e o mais emburrecedor de todos os esportes inventados pelo homem é, sem sombra de dúvida, a corrida – por isso que eu gosto tanto. Antes que o primeiro corredor indignado atire um tênis em minha direção (número 42, pisada pro nada, por favor), explico-me. É claro que o esporte é fundamental em nossa formação.

Não entendo lhufas de pedagogia ou pediatria, mas imagino que jogos e exercícios ajudem a formar a coordenação motora, a percepção espacial, a lógica e os reflexos e ainda tragam mais outras tantas benesses ao conjunto psico-moto-neuro-blá-blá-blá.

Quando falo em emburrecer, refiro-me ao delicioso momento do exercício, àquela hora em que você se esquece da infiltração no teto do banheiro, do enrosco na planilha do Almeidinha, da extração do siso na próxima semana, do pé na bunda que levou da Marilu, do frio que entra pela fresta da janela e do aquecimento global que pode acabar com tudo de uma vez. Você começa a correr e, naqueles 30, 40, 90 ou 180 minutos, todo esse fantástico computador que é o nosso cérebro, capaz de levar o homem à Lua, compor músicas e dividir um átomo, volta-se para uma única e simplíssima função: perna esquerda, perna direita, perna esquerda, perna direita, inspira, expira, inspira, expira, um, dois, um, dois.

A consciência é, de certa forma, um tormento. Penso, logo existo. Existo, logo me incomodo. A gravidade nos pesa sobre os ombros. Os anos agarram-se à nossa pele. A morte nos espreita adiante e quando uma voz feminina e desconhecida surge em nosso celular, não costuma ser a última da capa da Playboy, perguntando se temos programa para sábado, mas a mocinha do cartão de crédito avisando que

Page 4: 7 ano -_olimpíadas (1)

a conta do cartão “encontra-se em aberto há 14 dias” e querendo saber se “há previsão de pagamento”.

Quando estamos correndo, não há previsão de pagamento. Não há previsão de nada porque passado e futuro foram anulados. Somos uma simples máquina presa ao presente. Somos reduzidos à biologia. Uma válvula bombando no meio do peito, uns músculos contraindo-se e expandindo-se nas pernas, um ou outro neurônio atento aos carros, buracos e cocôs de cachorro. Poder, glória, dinheiro, mulheres, as tragédias gregas, tá bom, podem ser coisas boas, mas naquele momento nada disso interessa: eis-nos ali, mamíferos adultos, saudáveis, movimentando-nos sobre a Terra, e é só. (Antonio Prata. Pensar em nada. Runner’s World, n.° 7, São

Paulo: Editora Abril, maio/2009.)

QUESTÃO 07

Ao longo do texto apresentado, percebemos que o cronista nos conduz com sutileza e humor para um sentido de emburrecer bem diferente do que parece estar sugerido na fala de sua avó. Para ele, portanto, como se observa principalmente no emprego da palavra no terceiro parágrafo, emburrecer é: a) embotar as faculdades mentais pela prática constante do esporte. b) fazer perder progressivamente a inteligência por meio do esporte. c) esvaziar a mente de outras preocupações durante a prática do esporte. d) tornar-se uma pessoa muito teimosa, focada exclusivamente no esporte. e) imitar a capacidade de concentração do animal para obter melhores resultados.

QUESTÃO 08

No período “Hoje, dez anos depois daquele almoço, tenho certeza de que ela estava certa”, o cronista poderia ter evitado o efeito redundante devido ao emprego próximo de palavras cognatas (certeza – certa). Leia atentamente as quatro possibilidades abaixo e identifique as frases em que tal efeito de redundância é evitado, sem que sejam traídos os sentidos do período original: I. Hoje, dez anos depois daquele almoço, estou certo de que ela acertou. II. Hoje, dez anos depois daquele almoço, acredito que ela poderia estar certa. III. Hoje, dez anos depois daquele almoço, estou seguro de que ela estava certa. IV. Hoje, dez anos depois daquele almoço, tenho certeza de que ela tinha razão. a) I e II. b) III e IV. c) I, II e III. d) I, III e IV. e) II, III e IV.

Page 5: 7 ano -_olimpíadas (1)

QUESTÃO 09

Ao empregar lhufas em “Não entendo lhufas de pedagogia ou pediatria (...)”, o cronista poderia ter também empregado outros vocábulos ou expressões que correspondem à mesma ideia. Assinale a única alternativa em que a substituição NÃO é pertinente, pois alteraria o sentido da frase: a) Não entendo nada de pedagogia ou pediatria.

b) Não entendo bulhufas de pedagogia ou pediatria. c) Não entendo patavina de pedagogia ou pediatria. d) Não entendo muita coisa de pedagogia ou pediatria. e) Não entendo coisa alguma de pedagogia ou pediatria. QUESTÃO 10

No diálogo das personagens da tira, há um comentário sobre uma rede social parecida com as conhecidas ultimamente, como Facebook, Twitter, Instagram. Porém, em oposição a essas redes, Joana quer criar uma em que não haja ninguém, nenhuma pessoa além dela como usuária, porque a) odeia obrigação constante de compartilhar seus arquivos com seus amigos pela Internet. b) pensa em se isolar de seus conhecidos cibernéticos, pois pretende ficar sozinha. c) incomoda-se com chamados inoportunos de perfis, como jogos e correntes online. d) quer afastar-se de atitudes inconvenientes que não se adéquam ao seu perfil social. e) preocupa-se em permanecer a única neste espaço, deletando outros perfis sociais.

QUESTÃO 11 Na tirinha de Clara Gomes, a opinião de Joana sobre as redes sociais é reforçada principalmente

a) pela concordância expressa por seu interlocutor no contexto. b) ao usar a oralidade em expressão coloquial como em “sem noção”. c) através do vocábulo antissocial contrastando com a palavra “planeta”. d) por utilizar-se de gerúndios verbais ao se referir à criação desta rede. e) pelo uso das várias palavras negativas utilizada no segundo quadrinho.

Page 6: 7 ano -_olimpíadas (1)

QUESTÃO 12

Leia os textos I e II para responder a questão

Texto I

Texto II Acudiro. Nhola tinha ânsia, tonteira, celeração, corpo largado, não via nada, nem a lampa da candeia. Dei chá de goiabeira. Esperei clareá o dia, bandiei o corgo, fui na casa da Delíria. Aí falei: — Delíria, me prouve um insonso de sal, Nhola tá ruim... Delíria me pruveu o sal. Eu fiz um engrossado de farinha de milho, Nhola comeu, descansou, miorou e falou: — Nunca comi comesinho tão bão. Louvado seja Deus. Nóis demos gaitada... Aí correu mundo que Nhola teve vertige de fraqueza, falta de cumê... A casa se encheu de vizinho. Cada um trazendo uma coisa pra nóis. Até pedaço de capado e cuia de sal; café pilado e açúcar branco. Nóis fiquemo tão contente... Nhola dava gaitada... virou uma infância.

CORALINA, Cora. Quadrinhos da vida. In: Estórias da casa velha da ponte. 13. ed. São Paulo: Global, 2006. p. 39-40.

A temática da pobreza: a) surge associada a um problema de impossível solução nos quadrinhos e a uma

questão política e religiosa no pequeno texto literário de Cora Coralina. b) é abordada comparando os dois textos, pois o primeiro sugere ajuda humanitária

entre as classes sociais, e o segundo explicita um drama de ordem moral. c) é criada a partir dos conceitos expressos em ambos os textos, já que tanto o texto

de Cora Coralina, quanto a charge de Thomate não explicitam a miséria. d) é tratada de modo igual em ambos os textos, uma vez que os problemas aos

quais se referem não são minimizados por quaisquer ações governamentais. e) surge associada a uma questão política e social nos quadrinhos e a uma

dificuldade social suavizada pela caridade de conhecidos no texto da autora.

Page 7: 7 ano -_olimpíadas (1)

QUESTÃO 13

TEXTO I

Entre 1995 e 2008, 12,8 milhões de pessoas saíram da condição de pobreza absoluta (rendimento médio domiciliar per capita até meio salário mínimo mensal), permitindo que a taxa nacional dessa categoria de pobreza caísse 33,6%, passando de 43,4% para 28,8%.

No caso da taxa de pobreza extrema (rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo mensal), observa-se um contingente de 13,1 milhões de brasileiros a superar essa condição, o que possibilitou reduzir em 49,8% a taxa nacional dessa categoria de pobreza, de 20,9%, em 1995, para 10,5%, em 2008. (Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por estado no Brasil, Comunicados do IPEA, 13/07/2010, p.

3.)

TEXTO II

A charge acima pode ser relacionada ao texto I desta questão, pois ambos

abordam a mesma temática. Considerando esta relação, podemos afirmar que:

I. A charge ironiza a divisão conceitual entre miséria e pobreza que pode ser

encontrada, sob outro nome, no texto I.

II. A relação entre os dois textos ocorre, pois ambos apresentam estimativas

concretas sobre os problemas do saneamento básico.

III. A subjetividade e o gênero textual aproximam conceitualmente os dois textos

e produzem, portanto, uma intertextualidade.

Considera-se correto (s) o (s) item(s):

a) I.

b) III.

c) II.

d) II e III.

e) I e III.

Page 8: 7 ano -_olimpíadas (1)

Leia o texto para responder as questões de 14 a 17.

Recado ao senhor 903 Vizinho – Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o barulho em meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal – devia ser meia-noite – e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão. O regulamento do prédio é explícito e, se não o fosse, o senhor teria ainda ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem trabalha o dia inteiro tem direito ao repouso noturno e é impossível repousar no 903 quando há vozes, passos e músicas no 1003. Ou melhor: é impossível ao 903 dormir quando o 1003 se agita; pois como não sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos a ser dois números, dois números empilhados entre dezenas de outros. Eu, 1003, me limito a Leste pelo 1005, a Oeste pelo 1001, ao Sul pelo Oceano Atlântico, ao Norte pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 – que é o senhor. Todos esses números são comportados e silenciosos; apenas eu e o Oceano Atlântico fazemos algum ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenas nos agitamos e bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da lua. Prometo sinceramente adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de manso lago azul. Prometo. Quem vier à minha casa (perdão, ao meu número) será convidado a se retirar às 21:45, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22 às 7 pois às 8:15 deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará até o 527 de outra rua, onde ele trabalha na sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda numerada; e reconheço que ela só pode ser tolerável quando um número não incomoda outro número, mas o respeita, ficando dentro dos limites de seus algarismos. Peço-lhe desculpas – e prometo silêncio. Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que um homem batesse à porta do outro e dissesse: “Vizinho, são três horas da manhã e ouvi música em tua casa. Aqui estou.” E o outro respondesse: “Entra, vizinho, e come de meu pão e bebe de meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e a cantar, pois descobrimos que a vida é curta e a lua é bela”. E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e amigas do vizinho entoando canções para agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o dom da vida, e a amizade entre os humanos, e o amor e a paz. (Rubem Braga).

QUESTÃO 14

Sobre o texto, podemos afirmar que:

a) o narrador acha que o distanciamento entre as pessoas, embora desagradável, é necessário. b) o narrador não quer ser amigo do seu vizinho, isso justifica o tom arrogante usado no texto. c) o narrador, em primeira pessoa, quer ser amigo do vizinho, e faz de tudo para que isso aconteça. d) o narrador acredita que se as pessoas obedecerem rigorosamente as normas sociais, o mundo seria bem melhor. e) o narrador lamenta as normas impostas pela sociedade, que limitam a possível convivência calorosa entre as pessoas.

Page 9: 7 ano -_olimpíadas (1)

QUESTÃO 15

Sobre o texto, podemos afirmar que:

a) o narrador acredita sinceramente que as leis devem ser respeitadas, e o fará sem nenhum pesar. b) as pessoas comumente se relacionam de maneira calorosa, principalmente quando vivem próximas. c) o narrador acha que as normas sociais, se respeitadas, levam a uma convivência mais agradável entre as pessoas. d) o narrador acredita que a convivência entre as pessoas seria melhor se a sociedade valorizasse as coisas simples da existência. e) a imposição de regras pela sociedade é comum, e é habitual que nós as sigamos, pois isso só pode melhorar as relações entre as pessoas.

QUESTÃO 16

Assinale a alternativa correta sobre o texto:

a) o narrador tenta humanizar a relação entre ele e o zelador chamando-o de senhor. b) o narrador não usa, em nenhum momento, a ironia, uma vez que quer fazer as pazes com o vizinho. c) o narrador é irônico ao chamar o vizinho não pelo nome, mas por “Senhor 903”, o que antecipa a crítica que fará à sociedade. d) o narrador deseja que o zelador seja mais compreensivo, já que ele gostaria que as pessoas fossem mais amigas umas das outras. e) o narrador tenta humanizar a relação entre ele e o vizinho chamando-o de senhor, o que indica respeito e, consequentemente, proximidade.

Leia o texto para responder às questões 17 e 18.

Receita de Herói

Toma-se um homem

Feito de nada como nós

Em tamanho natural

Embebece-lhe a carne

De um jeito irracional

Como a fome, como o ódio

Depois perto do fim

Levanta-se o pendão

E toca-se o clarim...

Serve-se morto

Reinaldo Ferreira

Page 10: 7 ano -_olimpíadas (1)

QUESTÃO 17.

No poema “Receita de Herói”, pode-se afirmar que:

a) o herói do texto afasta-se da concepção de um herói mitológico. b) o homem do texto pode ser comparado a uma figura quixotesca. c) a sensação da fome e o ódio constroem a figura de qualquer herói. d) o clarim apenas anuncia em bom tom o falecimento do herói do texto. e) a imagem no texto da carne embebecida remete ao sofrimento do herói.

QUESTÃO 18.

No verso “Como a fome, como o ódio” do poema em questão, a palavra em destaque é classificada gramaticalmente como: a) verbo b) adjetivo c) conjunção d) substantivo e) advérbio de modo

Texto para as questões 19 e 20

Page 11: 7 ano -_olimpíadas (1)

QUESTÃO 19

Este provérbio, “A preguiça é a mãe de todos os vícios (...)” poderia ter a

mesma relação semântica de:

a) a preguiça é a mãe da indigência.

b) a preguiça consome todas as virtudes.

c) quem ama a preguiça, desama a fortuna.

d) quem tem preguiça, não faz casa de telhado.

e) não há fardo mais pesado do que a preguiça.

QUESTÃO 20

A palavra “mãe”, morfologicamente, tem a mesma classificação de gênero de:

a) dama.

b) jovem.

c) menino.

d) criança.

e) jornalista.