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AMEOPO MA E Rio Janeiro - Bra$il - FE(r)VEREIRO ’ 17 46 o a torre da Central do Brasil, o Pão de Açúcar os prédios que se elevam do mar. Não é exatamente amor, bem menos identificação absoluta. O Rio de Janeiro me é um caminho, um mover-se entre coisas, um eixo, trem-bala de minha vida. Do alto da ponte das coisas, de cima do topo do mundo, inclinam-se as águas a mim; azul cingido de azul, as cores trêmulas do meu velejar. É abril de um outro ano! É abril e eu vejo! vejo o Sol que nos deixa de queimar, vento forte que do Sul traz ventania arejando e limpando as cinzas de um verão incendiário. Eu fui longe buscar a brisa fresca, para abençoar os cariocas com um frio que vem de lá. É no alto que eu vivo, é pra baixo que eu olho. Ao nível do mar eu despenco. Não sem antes re-tornar. João Pedro Campos facebook.com/joaopedro.campos.994 no papel pardo do meu circular Mikael Viegas facebook.com/mikael.viegas André Garcia facebook.com/andre138 ilustra: facebook.com/marginalfotographia Você tem cara daqueles pensadores melancólicos que se trancam em seus quartos e escrevem poemas maravilhosos e secretos. - disse-me uma mulher Acenei com a cabeça, esperei ela ir embora e escrevi um poema. Segunda é quase terça Terça é quase quarta Quarta é quase quinta Quinta é quase sexta Sexta é quase sábado Sábado é quase domingo Domingo é quase segunda Tristeza é quase sempre Felicidade quase nunca QUASE NUNCA

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AMEOPO MAERio Janeiro - Bra$il - FE(r)VEREIRO ’ 17

46o

a torre da Central do Brasil,o Pão de Açúcaros prédios que se elevam do mar. Não é exatamente amor,bem menos identificação absoluta.O Rio de Janeiro me é um caminho,um mover-se entre coisas,um eixo,trem-bala de minha vida. Do alto da ponte das coisas,de cima do topo do mundo,inclinam-se as águas a mim;azul cingido de azul,as cores trêmulas do meu velejar. É abril de um outro ano!É abril e eu vejo! vejo o Sol que nos deixa de queimar,vento forte que do Sul traz ventaniaarejando e limpando as cinzasde um verão incendiário. Eu fui longe buscar a brisa fresca, para abençoar os cariocascom um frio que vem de lá. É no alto que eu vivo, é pra baixo que eu olho.Ao nível do mar eu despenco.Não sem antes re-tornar.

João Pedro Camposfacebook.com/joaopedro.campos.994

no papel pardo

do meu circular

Mikael Viegasfacebook.com/mikael.viegas

André Garciafacebook.com/andre138

ilustra: facebook.com/marginalfotographia

Você tem cara daqueles pensadores melancólicos

que se trancam em seus quartose escrevem poemas

maravilhosos e secretos.- disse-me uma mulher

Acenei com a cabeça,esperei ela ir emborae escrevi um poema.

Segunda é quase terçaTerça é quase quartaQuarta é quase quintaQuinta é quase sextaSexta é quase sábadoSábado é quase domingoDomingo é quase segunda

Tristeza é quase sempreFelicidade quase nunca

QUASE NUNCA

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Rômulo Ferreira

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AMEOPO MA

E

AMEOPO MA

E

AMEOPO MA

E

Capa: Bárbara Sotério , "Toque Recíproco - grav. metal"

Moço dos olhos castanhos da boca carnudapercorre meu corpome deixa desnuda

Teu toque teu beijome faz delirarentre as pernas meu gozo te faz desejar

Então enlouqueço esaio de mimme entrego à você em uma noite sem fimte aperto e te trago pra dentro de mim

Meu corpo teu corposuados então se entregampor horas à essa paixão

Um poema para Carlos Tão acostumada a ser marAo ver margens de rio só consegui ser correnteza

Que transborda a cada limite Desmanchando o limitar em incerteza

Tão pouco acostumada a fluirCapotei em trombas D'água

Destruí toda a mataE o viver a me rodear chorei e vi alagar

Tão presente em construir portosCriei icebergs insossos

Que bem vejo para além da superfície Mas não posso com a alma tocar

Sendo só e observando o todoMe transformo em água

Sem ser mar, rio, gelo ou nadaMe faço lago

SintoExisto

Evaporo ChovoRego

MolhoE tão nada mais me sinto

Que me possibilito em ser marDesaguar

Maria Mitsukofacebook.com/maria.mitsuko

Júlia Vitaversoando.wordpress.com

sem referênciasnão quero referênciasquero o verso simplesmas já fizeramquero o rebuscadoe já nasceuonde mato esses malditos?como termino a canção?

mulheres que reclamamcheiram à calcinha sujana cidade dos homenssem línguas que lambam

só as sinapses são felizes‘ não sei, tudo está travado, cravado na pele deste calor que vibra e tem endereço\\

rumo certo... Estamos cegos e não enxergamos o palmo a

frente; Só pode ser isso. Vai ver, é o calor... que cala nossa agonia

e esquenta nosso rabo... É verão pra

lá, carnaval pra cá... E o que

teremos de saldo desta festa estranha

que sem perceber entramos e depois

de duas cervejas não mais

ousamos sair? Que dia foi este

que ví tudo ser planejado na minha cara e calado fui

procurar meu lugar na sombra do futuro? O que queremos? O que queremos? Queremos?

É tudo tão confuso algumas vezes que nem sei o que escrever neste editorial meia bosta...

Nesta edição: Mell Calado, Mariana Belize, Maria Mitsuko, Júlia Vita,André Garcia, Mikael Viegas, João Pedro Campos, Marginalfotographia

SELO EDITORIAL

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21 - 9 - 6822-3446