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R O L I M Ã
Barack Obama pode até não gostardos motores potentes, os ambienta-listas condenam o ronco e o cheirode combustível perfumando o ar,que já encantou gerações, mas osopaleiros do Barreiro Opala Clube sesentem abençoados quando se reú-nem aos pés da estátua de Jesus Cris-to, no Bairro Milionários. O encontroacontece quinzenalmente e hoje, apartir das 10h, tomará a Praça doCristo. É assim há quatro anos, des-de que Roberto da Silva Machado, oBetinho (foto abaixo), reuniu al-guns amigos que professavam amesma fé para emparelhar seusOpalas, conversar, fazer um social eassim nasceu o clube.
VARIEDADE Por lá, já passaram maisde 600 modelos, entre Opalas e Cara-vans, e, em média, 100 carros marcampresença por encontro, que contem-pla de modelos originais com placapreta até outros totalmente modifica-dos, rebaixados, com rodas alteradas,equipamentos de som preparadosque podem tocar em altíssimo volu-me Back in black, do AC/DC, como fa-zia o Opala SS 1974 de Helbert Caeta-no Ribeiro, o Índio, na noite de quinta-feira, quando os donos de cinco Opa-las levaram seus carros até a praça econversaram com a reportagem sobreos problemas da General Motors.
POTÊNCIA O Opala de Índio foi per-feito na execução da música, mas pa-ra dar a partida só com o auxílio de
uns empurrões. Detalhe pequeno. Oque vale para essa turma é o senti-mento de associação. Primeiro aChevrolet. Reginaldo da Silva Macha-do levou seu Opala 1977 cor ouro pa-ra a praça, mas tem outro do mesmoano na garagem, além de um Impala1967 e dois modelos Kadett. Já até te-ve carro de outra marca, mas é umentusiasta da GM. “É um símbolo depotência, de motores fortes”, explicaReginaldo.
NAMORO Fausto José D’moro temtrês Opalas, um 1969, um 1977 e um1979. O que levou à praça para posarpara as fotos, o mais antigo, (fotoabaixo) foi o que o pai comprou zeroquilômetro há 40 anos. Já teve umadúzia de Opalas e um detalhe: Faustotrabalha na Fiat. Questionado se oOpala é um bom automóvel para es-treitar os laços de amizade com o fren-tista (devido aos elevados índices deconsumo de combustível), Fausto não
demonstra muita satisfação e respon-de: “Quem quer ter uma mulher bo-nita tem que pagar caro”.
CONSUMO Michel Alves, que é vice-presidente do clube, tem uma Cara-van SS e sabe que a média de 4 km/lpisando com parcimônia no acelera-dor não é adequada para a rotina nempara o bolso. O presidente norte-ame-ricano, Barack Obama também sabedisso e quer reduzir o consumo de to-
dos os carros produzidos nos EstadosUnidos. Atualmente, o limite é 11,69km/l para automóveis e 10,2 km/l pa-ra caminhonetes. As novas medidascomeçarão a ser aplicadas gradual-mente a partir de 2012 e em 2016 umautomóvel terá que consumir umamédia de 15,08km/l. Isso representauma economia de 5% por ano no con-sumo e uma redução de 900 milhõesde toneladas métricas em emissões dedióxido de carbono.
MUSEU Diferentemente da matriz, aChevrolet, que é marca que vende oscarros da General Motors no Brasil,anunciou que não terá mudanças, porenquanto, e que o cenário é de relativatranquilidade. Mas, de toda forma, o sé-culo 21 é um mundo completamentediferente daquele do lançamento doOpala, o primeiro carro de passeio daChevrolet no Brasil. Produzido de 1968até 1992, teve quase 1 milhão de unida-des vendidas, em diferentes versões etipos de motores, que terão lugar — sejá não têm — apenas em um museu.
MOTORES Quando foi lançado, omodelo teve duas versões de motori-zação, 2.5 de quatro cilindros e 3.8 deseis cilindros em linha; depois na ver-são SS o motor 3.8 teve o curso dos pis-tãos aumentado e passou para 4.1. Em1976, o 250-S era equipado com motor4.1, com um carburador de corpo du-plo e mais 30cv. Na década de 1980, osmotores passaram a beber álcool tam-bém. Quem quiser saber mais sobreOpalas ou participar dos encontros doclube pode se informar no BarreiroOpala Clube: (31) 3384-6531.
RITUAL DE DOMINGO
FOTOS: EMMANUEL PINHEIRO/EM/D.A PRESS
Encontro do Clube do Opala acontece quinzenalmente aos domingos a partir das 10h, no Barreiro
Roberto Machado é o criador do clube que começou com alguns amigos Opala, de 1969, de Fausto José, é o mais antigo da turma Na quinta-feira, alguns integrantes discutiam o futuro da marca