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Newsletter Março 2014 Visite nosso site: www.cpbs.com.br São Paulo Av. Brigadeiro Faria Lima, 3.015, 10º andar São Paulo, SP - CEP 01.452-000 Tel.: +55 (11) 3165-3000 Rio de Janeiro Av. Lauro Müller, 116, 14º andar Rio de Janeiro, RJ - CEP 22.290-906 Tel.: +55 (21) 3289-0930 Autores: Marcelo Rechtman [email protected] André Luiz Andrade dos Santos [email protected] Coordenação Editorial: Daniela Yoko Taminato Comunicação e Marketing [email protected] Marcelo Vieira Rechtman Sócio [email protected] Sobre o investimento estrangeiro em hospitais Está novamente em discussão no Congresso Nacional a proposta de que seja autorizada a participação de estrangeiros no capital social de hospitais e outras empresas de saúde brasileiras. O Projeto de Lei nº 259, iniciado em 16.06.2009 (“PL-259”), e que recentemente voltou a andar, se propõe a alterar a Lei nº 8.080, de 19.09.1990, de forma a incluir um texto permitindo o capital externo no segmento. Se aprovado o PL-259, estrangeiros poderiam passar a deter participação em hospitais, laboratórios e clínicas privados, desde que (i) organizados sob a forma de sociedade anônima; (ii) tendo a maioria do capital votante (51%) detida por brasileiros; e (iii) que não tivessem atividades relevantes nas áreas de hemodiálise, cirurgia cardiovascular, terapia ou propedêutica hemodinâmica, transplantes de órgãos, tecidos e partes do corpo humano, quimioterapia ou radioterapia. A restrição atualmente em vigor tem origem nos artigos 172 e 199, §3º da Constituição Federal, os quais limitam a participação de estrangeiros no setor de saúde apenas às hipóteses expressamente previstas em lei. Embora nunca tenha sido editada a referida lei, autorizações pontuais foram dadas. Por força da Lei nº 9.656, de 03.06.1998, estrangeiros podem investir em operadoras de plano de saúde, as quais, por sua vez, podem ser donas de hospitais e clínicas, de forma que essa se tornou uma das alternativas mais comuns para o controle de hospitais por estrangeiros. Outra opção utilizada é o investimento por meio de dívida (i.e. o hospital toma recursos do estrangeiro mediante títulos de dívida de longo prazo). Marcelo Rechtman PGFN flexibiliza a utilização do seguro-garantia em execuções fiscais, mas jurisprudência recente do STJ ainda é restritiva O Jornal Valor Econômico publicou importante matéria em sua edição de 03.02.2014 acerca de um levantamento da jurisprudência recente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) por meio do qual restou constatado que a Corte Superior não vem admitindo o seguro-garantia judicial como uma das modalidades de caução do juízo em sede de execução fiscal. O argumento que vem prevalecendo é o de que não há previsão expressa no artigo 9º da Lei de Execuções Fiscais (LEF- Lei nº 6.830, de 28.09.1980) para a utilização do seguro, razão pela qual não poderia este ser equiparado à fiança bancária, modalidade essa prevista no inciso II do precitado dispositivo legal. Exemplos de acórdãos recentes nesse sentido são os proferidos por ocasião do julgamento do REsp Nº 1215750/RS e do AgRg no AREsp nº 266570/PA. Tal tecnicismo prevalece não obstante o que dispõe o artigo 656, parágrafo 2º, do Código de Processo Civil (CPC), o qual prevê expressamente que a penhora pode ser substituída por fiança bancária ou seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da inicial, mais 30% (trinta por cento). Importante notar que a própria Procuradoria da Fazenda Nacional flexibilizou a utilização do seguro-garantia em execuções fiscais, por meio da Portaria nº 164, publicada em 05.03.2014, eliminando a exigência do referido adicional de 30% e desvinculando a apólice apresentada nos autos em caso de parcelamento do débito, ocasião na qual o devedor deverá apresentar nova garantia, dentro outras medidas. A posição da jurisprudência aponta tendência de consolidação quanto a necessidade de alteração da LEF para a aceitação do seguro-garantia como uma das modalidades de caução, modificação legislativa que em O presente clipping é uma publicação periódica de Cascione, Pulino, Boulos e Santos Advogados dirigida apenas a seus destinatários. As opiniões ora manifestadas não representam aconselhamento jurídico final pelo escritório e sua aplicação dependerá de análise prévia.

Boletim CPBS - março 2014

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São PauloAv. Brigadeiro Faria Lima, 3.015, 10º andarSão Paulo, SP - CEP 01.452-000Tel.: +55 (11) 3165-3000

Rio de JaneiroAv. Lauro Müller, 116, 14º andarRio de Janeiro, RJ - CEP 22.290-906Tel.: +55 (21) 3289-0930

Autores:Marcelo Rechtman [email protected]é Luiz Andrade dos [email protected]

Coordenação Editorial:Daniela Yoko TaminatoComunicação e [email protected] Vieira RechtmanSó[email protected]

Sobre o investimento estrangeiro em hospitais

Está novamente em discussão no Congresso Nacional a proposta de que seja autorizada a participação de estrangeiros no capital social de hospitais e outras empresas de saúde brasileiras. O Projeto de Lei nº 259, iniciado em 16.06.2009 (“PL-259”), e que recentemente voltou a andar, se propõe a alterar a Lei nº 8.080, de 19.09.1990, de forma a incluir um texto permitindo o capital externo no segmento.

Se aprovado o PL-259, estrangeiros poderiam passar a deter participação em hospitais, laboratórios e clínicas privados, desde que (i) organizados sob a forma de sociedade anônima; (ii) tendo a maioria do capital votante (51%) detida por brasileiros; e (iii) que não tivessem atividades relevantes nas áreas de hemodiálise, cirurgia cardiovascular, terapia ou propedêutica hemodinâmica, transplantes de órgãos, tecidos e partes do corpo humano, quimioterapia ou radioterapia.

A restrição atualmente em vigor tem origem nos artigos 172 e 199, §3º da Constituição Federal, os quais limitam a participação de estrangeiros no setor de saúde apenas às hipóteses expressamente previstas em lei. Embora nunca tenha sido editada a referida lei, autorizações pontuais foram dadas. Por força da Lei nº 9.656, de 03.06.1998, estrangeiros podem investir em operadoras de plano de saúde, as quais, por sua vez, podem ser donas de hospitais e clínicas, de forma que essa se tornou uma das alternativas mais comuns para o controle de hospitais por estrangeiros. Outra opção utilizada é o investimento por meio de dívida (i.e. o hospital toma recursos do estrangeiro mediante títulos de dívida de longo prazo).

Marcelo Rechtman

PGFN flexibiliza a utilização do seguro-garantia em execuções fiscais, mas jurisprudência recente do STJ ainda é restritiva

O Jornal Valor Econômico publicou importante matéria em sua edição de 03.02.2014 acerca de um levantamento da jurisprudência recente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) por meio do qual restou constatado que a Corte Superior não vem admitindo o seguro-garantia judicial como uma das modalidades de caução do juízo em sede de execução fiscal. O argumento que vem prevalecendo é o de que não há previsão expressa no artigo 9º da Lei de Execuções Fiscais (LEF- Lei nº 6.830, de 28.09.1980) para a utilização do seguro, razão pela qual não poderia este ser equiparado à fiança bancária, modalidade essa prevista no inciso II do precitado dispositivo legal. Exemplos de acórdãos recentes nesse sentido são os proferidos por ocasião do julgamento do REsp Nº 1215750/RS e do AgRg no AREsp nº 266570/PA.

Tal tecnicismo prevalece não obstante o que dispõe o artigo 656, parágrafo 2º, do Código de Processo Civil (CPC), o qual prevê expressamente que a penhora pode ser substituída por fiança bancária ou seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da inicial, mais 30% (trinta por cento). Importante notar que a própria Procuradoria da Fazenda Nacional flexibilizou a utilização do seguro-garantia em execuções fiscais, por meio da Portaria nº 164, publicada em 05.03.2014, eliminando a exigência do referido adicional de 30% e desvinculando a apólice apresentada nos autos em caso de parcelamento do débito, ocasião na qual o devedor deverá apresentar nova garantia, dentro outras medidas.A posição da jurisprudência aponta tendência de consolidação quanto a necessidade de alteração da LEF para a aceitação do seguro-garantia como uma das modalidades de caução, modificação legislativa que em tese não seria necessária, haja vista que o artigo 1º da própria LEF prevê a aplicação subsidiária do Código de Processo Civil no que couber.

André Luiz Andrade dos Santos

O presente clipping é uma publicação periódica de Cascione, Pulino, Boulos e Santos Advogados dirigida apenas a seus destinatários. As opiniões ora manifestadas não representam aconselhamento jurídico final pelo escritório e sua aplicação dependerá de análise prévia.