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AGRO PECUÁRIO ESTADO DE MINAS S E G U N D A - F E I R A , 3 0 D E O U T U B R O D E 2 0 0 6 2 AGRO PECUÁRIO ESTADO DE MINAS S E G U N D A - F E I R A , 3 0 D E O U T U B R O D E 2 0 0 6 11 A Semen- tes Biomatrix acaba de pa- trocinar a edi- ção do livro Coletâneas de receitas com milho, elaborado pela Emater-MG, resultado de 25 anos do Festival de Pratos Típicos com Mi- lho, realizado anual- mente durante a tradi- cional Festa Nacional do Milho, em Patos de Mi- nas (Alto Paranaíba). É um rico e variado cardá- pio que encanta o pala- dar de brasileiros e de estrangeiros que visi- tam nosso país. Traz 132 receitas, entre biscoitos, bolos de fubá e de mi- lho verde, pamonhas, mingaus, saladas, faro- fas, suflês, salgados, so- bremesas e tortas doces e salgadas. O milho é, certamente, o cereal de mais forte ligação e identidade com os hábi- tos alimentares dos bra- sileiros. É usado na ali- mentação humana e de animais desde a coloni- zação do Brasil, sendo matéria-prima para muitos produtos indus- trializados. A história re- gistra que a pamonha foi trazida ao Brasil pe- los escravos africanos. O milho tem grande valor nutritivo, com grãos ri- cos em carboidratos, além de proteína, fibras e vitaminas do comple- xo B e E e sais minerais, como fósforo e potássio. BIBLIOTECA DO CAMPO Receitas com milho ARTIGO * Com tiragem limitada, a Sementes Biomatrix reservou 100 exemplares, que serão fornecidos gratuitamente, aos primeiros produtores e/ou profissionais inseridos na cadeia do milho verde que se cadastrarem na seção “Fale Conosco” do site www.biomatrix.com.br, solicitando um exemplar. AGRO OPORTUNIDADES CERCA VIVA MADEIRA TRATADA MADEIRA TRATADA PARA CERCA. Uma empresa do grupo Empresa com mais de 40 anos de mercado. Excelência em qualidade e durabilidade. Ótimo preço. Consulte nossas revendas. São Gotardo: (34) 3671.1781 SEMENTES MUDAS MINIPOÇO BALANÇA P/ GADO ADUBOS FERTISOLO Da fábrica para o consumidor. Temos também termofosfato, sementes de milho, sorgo e forrageiras. Consulte-nos PABX (31) 3592-0393 ADUBOS MOURÕES DE CERCA (31) 3394-6655 NELORE E GUZERÁ TOURINHOS E VACAS NELORE COM PROCEDÊNCIA LEITEIRA TOURINHOS E NOVILHAS GUZERÁ COM PROCEDÊNCIA LEITEIRA VENDE-SE Tratar com Toni (31) 3596-1199 / 9819-2176 GUZERÁ Energia que vem da agricultura REPRODUÇÃO/EMATER-MG MARA LUIZA GONÇALVES FREITAS Coordenadora da Área de Estudos de Mercados da CBM Agroenergia [email protected] A redução dos impactos da ação humana na natureza, no úl- timo quarto do século 20, contri- buiu de modo decisivo para o início do processo de desenvol- vimento de tecnologias, que tor- nassem possível o uso de fontes de energias limpas e renováveis. Essa preocupação foi acirra- da principalmente pela instabi- lidade política nas principais re- giões produtoras de petróleo do planeta registradas nos últimos anos, que comprometem em particular a oferta do produto ao mercado consumidor, a preços atrativos. O caso mais recente e emblemático que se pode ressal- tar é o caso Brasil X Bolívia, na questão da nacionalização da subsidiária da Petrobras instala- da em território boliviano. Além disso, dados da Asso- ciação Brasileira do Gás Natural Veicular (2005) indicam que as reservas de energia fóssil, petró- leo e gás natural, têm duração fi- nita de 43 e 68 anos, respectiva- mente, em relação à elevação do consumo no planeta. Esse fator, combinado com a expansão de- mográfica mundial, e conse- guinte crescimento da frota vei- cular, fortaleceu as discussões em torno da redução de emis- são de gases poluentes na at- mosfera, a intensificação do efeito estufa, conduzindo assim à chancela do Protocolo de Kyo- to, do qual várias nações, inclu- sive o Brasil, se tornaram signa- tárias. Nesse documento, prevê- se, a redução de emissão de po- luentes na atmosfera, via a pre- servação ambiental e o respecti- vo desenvolvimento e uso de energias renováveis. A partir do Protocolo de Kyo- to, o governo brasileiro passou a discutir a inclusão de outras fontes de energia em sua matriz energética, formada anterior- mente, essencialmente por pe- tróleo e energia hidroelétrica e de biomassa, conforme se ob- serva na tabela. TABELA O agronegócio, nesse con- texto, passou a ter um papel- chave no processo de posicio- namento do Brasil no chamado Mercado de Créditos de Carbo- no e produção de energia verde, conhecida como agroenergia. Pode-se dizer que essa nova ati- vidade legitimamente coloca o país na dianteira do processo de inovação e fornecimento de uma nova modalidade energé- tica mundial, imprescindível para o processo de desenvolvi- mento e sobrevivência das eco- nomias e da própria humanida- de. Essas alternativas nascem fundamentalmente de produ- tos conhecidos da pauta de pro- dução nacional, como , a cana- de-açúcar e o milho (etanol) e várias oleríferas, como a soja, a mamona, o dendê, o babaçu, a palma forrageira, o amendoim e o girassol (biodiesel). A discussão sobre o desenvol- vimento de cadeias produtivas, voltadas à indústria da agroe- nergia, tornou-se estratégica no nível do governo federal, por meio do estabelecimento do Plano Nacional de Agronergia e as Diretrizes de Política de Agroenergia, para os o período de 2006 a 2011, via criação de uma ação interministerial, en- volvendo os Ministérios da Agri- cultura, Pecuária e Abasteci- mento (Mapa), Ciência e Tecno- logia (MCT), Minas e Energia (MME) e Desenvolvimento, In- dústria e Comércio (MDIC). Essa chancela estatal, causou impac- to também na mudança do no- me da antiga Secretaria de Pro- dução e Comercialização ligada ao Mapa, que atualmente pas- sou a ser denominada de Secre- taria de Produção e Agroenergia, demonstrando o real interesse do governo brasileiro em apoiar este mercado, fomentando, es- pecialmente pela agricultura fa- miliar (no caso de produtos vol- tados para a produção de bio- diesel, como mamona, palma forrageira e dendê). Preliminarmente, é possível verificar que o produtor deve se preparar para esse novo am- biente, que certamente oferece inúmeras outras vertentes de agregação de valor ao seu produ- to. É claro que ainda estamos diante de um mercado em fase de regulamentação e organiza- ção, dada a sua complexidade: várias são as cadeias produtivas que contribuem para a produ- ção de energia renovável (bio- diesel e etanol). Contudo, estra- tegicamente, é interessante ob- servar a movimentação do mer- cado, uma vez que nesse século, estamos diante do processo de bifurcação da atividade de pro- dução agrícola, visando o atendi- mento tanto da área de alimen- tação, altamente demandante de elevados níveis de qualidade, rastreabilidade e certificação, quanto da área de produção de combustíveis, altamente de- mandante de qualidade e escala. Lidar com a mudança vai re- querer uma revisão de valores e análise estratégica do mercado. É o que concluímos nesse momento. LUIZ PAULO LIMA/AE - 3/7/95 Plantação de dendê, uma das fontes brasileiras de energia alternativa, ao lado da cana, soja, mamona e milho COMPOSIÇÃO DA MATRIZ ENERGÉTICA (EM %) Fonte Mundo Brasil Petróleo 35,3 43,1 Carvão mineral 23,2 6 Gás natural 21,1 7,5 Biomassa tradicional 9,5 8,5 Nuclear 6,5 1,8 Hidrelétrica 2,2 14 Biomassa moderna 1,7 23 Outras renováveis 0,5 0,1 FONTES: Instituto de Economia Agrícola, Ministério de Minas e Energia e Ministério da Agricultura, 2005.

Energia que vem da agricultura

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Artigo publicado no jornal O Estado de Minas em 30 de outubro de 2006.

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Page 1: Energia que vem da agricultura

A G R O P E C U Á R I O

E S T A D O D E M I N A S ● S E G U N D A - F E I R A , 3 0 D E O U T U B R O D E 2 0 0 6

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E S T A D O D E M I N A S ● S E G U N D A - F E I R A , 3 0 D E O U T U B R O D E 2 0 0 6

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A Semen-tes Biomatrixacaba de pa-trocinar a edi-ção do livroColetâneas dereceitas commilho, elaborado pelaEmater-MG, resultadode 25 anos do Festival dePratos Típicos com Mi-lho, realizado anual-mente durante a tradi-cional Festa Nacional doMilho, em Patos de Mi-nas (Alto Paranaíba). Éum rico e variado cardá-pio que encanta o pala-dar de brasileiros e deestrangeiros que visi-tam nosso país. Traz 132receitas, entre biscoitos,bolos de fubá e de mi-lho verde, pamonhas,mingaus, saladas, faro-fas, suflês, salgados, so-bremesas e tortas docese salgadas. O milho é,certamente, o cereal demais forte ligação eidentidade com os hábi-tos alimentares dos bra-sileiros. É usado na ali-mentação humana e deanimais desde a coloni-zação do Brasil, sendomatéria-prima paramuitos produtos indus-trializados. A história re-gistra que a pamonhafoi trazida ao Brasil pe-los escravos africanos. Omilho tem grande valornutritivo, com grãos ri-cos em carboidratos,além de proteína, fibrase vitaminas do comple-xo B e E e sais minerais,como fósforo e potássio.

BIBLIOTECADO CAMPO

Receitascom milho

AARRTTIIGGOO

* Com tiragem limitada, aSementes Biomatrixreservou 100 exemplares,que serão fornecidosgratuitamente, aosprimeiros produtores e/ouprofissionais inseridos nacadeia do milho verde quese cadastrarem na seção“Fale Conosco” do site www.biomatrix.com.br,solicitando um exemplar.

A G R O O P O R T U N I D A D E SCERCA VIVA

MADEIRATRATADA

MADEIRA TRATADAPARA CERCA.

Uma empresa do grupo

Empresa com mais de 40 anos demercado. Excelência em qualidade e

durabilidade. Ótimo preço.Consulte nossas revendas.

São Gotardo: (34) 3671.1781

SEMENTES

MUDAS

MINIPOÇO

BALANÇA P/ GADO

ADUBOS FERTISOLODa fábrica para o consumidor.

Temos também

termofosfato, sementes de milho,

sorgo e forrageiras.

Consulte-nos PABX (31) 3592-0393

ADUBOS

MOURÕES DE

CERCA

(31) 3394-6655NELORE E GUZERÁ

TOURINHOS E VACASNELORE COM PROCEDÊNCIA

LEITEIRATOURINHOS E NOVILHAS

GUZERÁ COM PROCEDÊNCIA LEITEIRA

VENDE-SE

Tratar comToni (31) 3596-1199 / 9819-2176

GUZERÁ

Energia que vem da agricultura

REPR

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UÇÃ

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MAT

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MG

MARA LUIZA GONÇALVES FREITAS

Coordenadora da Área de Estudos de

Mercados da CBM Agroenergia

[email protected]

A redução dos impactos daação humana na natureza, no úl-timo quarto do século 20, contri-buiu de modo decisivo para oinício do processo de desenvol-vimento de tecnologias, que tor-nassem possível o uso de fontesde energias limpas e renováveis.

Essa preocupação foi acirra-da principalmente pela instabi-lidade política nas principais re-giões produtoras de petróleo doplaneta registradas nos últimosanos, que comprometem emparticular a oferta do produto aomercado consumidor, a preçosatrativos. O caso mais recente eemblemático que se pode ressal-tar é o caso Brasil X Bolívia, naquestão da nacionalização dasubsidiária da Petrobras instala-da em território boliviano.

Além disso, dados da Asso-ciação Brasileira do Gás NaturalVeicular (2005) indicam que asreservas de energia fóssil, petró-leo e gás natural, têm duração fi-nita de 43 e 68 anos, respectiva-mente, em relação à elevação doconsumo no planeta. Esse fator,combinado com a expansão de-mográfica mundial, e conse-guinte crescimento da frota vei-cular, fortaleceu as discussõesem torno da redução de emis-são de gases poluentes na at-mosfera, a intensificação doefeito estufa, conduzindo assimà chancela do Protocolo de Kyo-to, do qual várias nações, inclu-sive o Brasil, se tornaram signa-tárias. Nesse documento, prevê-se, a redução de emissão de po-luentes na atmosfera, via a pre-servação ambiental e o respecti-vo desenvolvimento e uso deenergias renováveis.

A partir do Protocolo de Kyo-to, o governo brasileiro passou adiscutir a inclusão de outrasfontes de energia em sua matrizenergética, formada anterior-mente, essencialmente por pe-tróleo e energia hidroelétrica ede biomassa, conforme se ob-serva na tabela.

TABELAO agronegócio, nesse con-texto, passou a ter um papel-chave no processo de posicio-namento do Brasil no chamadoMercado de Créditos de Carbo-no e produção de energia verde,conhecida como agroenergia.Pode-se dizer que essa nova ati-vidade legitimamente coloca opaís na dianteira do processo deinovação e fornecimento deuma nova modalidade energé-tica mundial, imprescindívelpara o processo de desenvolvi-mento e sobrevivência das eco-nomias e da própria humanida-de. Essas alternativas nascemfundamentalmente de produ-tos conhecidos da pauta de pro-dução nacional, como , a cana-de-açúcar e o milho (etanol) evárias oleríferas, como a soja, amamona, o dendê, o babaçu, apalma forrageira, o amendoime o girassol (biodiesel).

A discussão sobre o desenvol-vimento de cadeias produtivas,voltadas à indústria da agroe-nergia, tornou-se estratégica nonível do governo federal, pormeio do estabelecimento doPlano Nacional de Agronergia e

as Diretrizes de Política deAgroenergia, para os o períodode 2006 a 2011, via criação deuma ação interministerial, en-volvendo os Ministérios da Agri-cultura, Pecuária e Abasteci-mento (Mapa), Ciência e Tecno-logia (MCT), Minas e Energia(MME) e Desenvolvimento, In-dústria e Comércio (MDIC). Essachancela estatal, causou impac-to também na mudança do no-me da antiga Secretaria de Pro-dução e Comercialização ligadaao Mapa, que atualmente pas-sou a ser denominada de Secre-taria de Produção e Agroenergia,demonstrando o real interessedo governo brasileiro em apoiareste mercado, fomentando, es-pecialmente pela agricultura fa-miliar (no caso de produtos vol-tados para a produção de bio-diesel, como mamona, palmaforrageira e dendê).

Preliminarmente, é possívelverificar que o produtor deve sepreparar para esse novo am-biente, que certamente ofereceinúmeras outras vertentes deagregação de valor ao seu produ-to. É claro que ainda estamos

diante de um mercado em fasede regulamentação e organiza-ção, dada a sua complexidade:várias são as cadeias produtivasque contribuem para a produ-ção de energia renovável (bio-diesel e etanol). Contudo, estra-tegicamente, é interessante ob-servar a movimentação do mer-cado, uma vez que nesse século,estamos diante do processo debifurcação da atividade de pro-

dução agrícola, visando o atendi-mento tanto da área de alimen-tação, altamente demandantede elevados níveis de qualidade,rastreabilidade e certificação,quanto da área de produção decombustíveis, altamente de-mandante de qualidade e escala.

Lidar com a mudança vai re-querer uma revisão de valores eanálise estratégica do mercado. É oque concluímos nesse momento.

LUIZ PAULO LIMA/AE - 3/7/95

Plantação dedendê, umadas fontesbrasileirasde energiaalternativa,ao lado dacana, soja,mamona e milho

COMPOSIÇÃO DA MATRIZ ENERGÉTICA (EM %)

Fonte Mundo Brasil

Petróleo 35,3 43,1Carvão mineral 23,2 6Gás natural 21,1 7,5Biomassa tradicional 9,5 8,5Nuclear 6,5 1,8Hidrelétrica 2,2 14Biomassa moderna 1,7 23Outras renováveis 0,5 0,1

FONTES: Instituto de Economia Agrícola, Ministério de Minas e Energia e Ministério da Agricultura, 2005.