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. EVENTOS . CONGRESSOS . FEIRAS . INCENTIVOS . DESTINOS . . ANO III . NÚMERO 6 . TRIMESTRAL . JANEIRO / FEVEREIRO / MARÇO . 2013 . 5,00 € EVENTOS ASSOCIATIVOS MANTÊM RESILIÊNCIA MAS TÊM NOVOS DESAFIOS GRANDE ENTREVISTA: LUÍS RASQUILHA INTERNATIONAL & EUROPEAN ASSOCIATIONS CONGRESS NO ESTORIL E AGORA LONDRES?

Entrevista Event Point Março 2013

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. E V E N T O S . C O N G R E S S O S . F E I R A S . I N C E N T I V O S . D E S T I N O S .. A N O I I I . N Ú M E R O 6 . T R I M E S T R A L . J A N E I R O / F E V E R E I R O / M A R Ç O . 2 0 1 3 . 5 , 0 0 €

E V E N T O S A S S O C I A T I V O S M A N T Ê MR E S I L I Ê N C I A M A S T Ê M N O V O S D E S A F I O SG R A N D E E N T R E V I S T A : L U Í S R A S Q U I L H AI N T E R N A T I O N A L & E U R O P E A N A S S O C I A T I O N S C O N G R E S S N O E S T O R I LE A G O R A L O N D R E S ?

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C E O D A A Y R C O N S U L T I N G

L U Í S R A S Q U I L H A

© C L Á U D I A C O U T I N H O D E S O U S A . E V E N T P O I N T

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W W W . E V E N T P O I N T . C O M . P T

“OS EVENTOS EM PORTUGAL SÃO DOS MELHORES DO MUNDO”É u m n ó m a d a u r b a n o , q u e c o r r e o m u n d o c o m u m p o r t á t i l n a m o c h i l a . A s u a v i d a é d e t e c t a r t e n d ê n c i a s q u e d e p o i s p o d e m s e r a p r o v e i t a d a s p a r a m o d e l o s d e n e g ó c i o . D e s a f i á m o s L u í s R a s q u i l h a , C E O d a A y r C o n s u l t i n g , Tr e n d s a n d I n n o v a t i o n a i d e n t i f i c a r t e n d ê n c i a s q u e p o s s a m s e r v i r o s e c t o r d o s e v e n t o s .

Como é que explica em meia dúzia de frases quem é e o que faz?Eu sou um Consultor de Trends Innovation. Alguém que utiliza o conhecimento das tendências compor-tamentais do consumidor para gerar inovação nas empresas. Os mercados, as empresas e os profissionais estão habituados a olhar para o passado e definir a sua estratégia com base nos resultados que no passado consegui-ram. O correcto é antecipar o futuro e aproveitar essas oportunidades. A consultoria de TrendsInnovation é isso: olhar para o futuro pela lente das tendências e definir propostas e mode-los de negócio que permitam diferen-ciação no mercado.

O que é que os eventos podem aprender com esse trabalho de identificação de tendências no marketing, no consumo?Ao nos apercebermos do que motiva os consumidores e de que forma eles se comportam podemos encontrar novos conceitos, aplicações e formas de cons-truir eventos. Cada vez mais o evento é algo experiencial, emotivo, envolvente e menos de mera confraternização ou comercial. Sabendo que duas ten-dências muito claras são o Identity

Narrated (algo que sai da evolução do storytelling) e o Experience já podemos construir outras abordagens e outros conceitos de eventos.

A experiência de viver e trabalhar no Brasil mudou a sua perspectiva sobre os mercados? De que forma?Sim. A escala deste mercado é algo completamente diferente. Não só pela dimensão, mas pela fase em que a economia está - em crescimento, “aque-cida” e focada nos grandes momentos que aí vêm (Campeonato Mundo 2014 e Jogos Olímpicos 2016. Fala-se também numa Exposição Universal em 2020) - eventos que deixam o país em estado de total euforia que se reflecte também nos negócios. Eu vivo no Brasil, mas traba-lho um pouco por todo o mundo e isso é muito interessante pois permite ver até como o Brasil está posicionado face a ou-tros mercados interessantes como Ásia, Médio Oriente e no futuro África.

G R A N D E E N T R E V I S T A

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E como é olhar hoje em dia para Portugal, para o país, a partir do Brasil?Por um lado com a preocupação de ver que mais uma vez adiámos o nosso potencial enquanto país no mundo. As sucessivas crises pelas quais passámos nos últimos 30 anos deviam ser um factor de aprendizagem para todos nós, mas continuamos a cair nos mesmos erros e, pior, a deixar a culpa morrer solteira, o que faz com que a nossa cre-dibilidade venha por aí abaixo. Agora, também vejo com grande optimismo. Somos dos melhores profissionais do mundo, dos povos mais inteligentes e trabalhadores. O capital de conheci-mento (aliado a algum desenrascar) faz dos portugueses profissionais reconhecidos um pouco por todo o lado. Este é o momento de viragem. Esta é a oportunidade. Do Brasil vemos Portugal como a porta de entrada das empresas brasileiras na Europa e no sentido inverso a entrada das portu-guesas na América do Sul. Como vou quase todos os meses a Portugal sem-pre dá para ir sentindo a evolução das mudanças. Não estamos a viver tempos fáceis. Mas como sempre digo - se fosse fácil não era com os Portugueses.

Que opinião tem dos eventos que se fazem em Portugal?

Dos melhores do mundo. Muitas

vezes sem os recursos que

os grandes mercados podem

fornecer, mas em linha com o que

já referi (a questão de sermos

detentores de grandes índices

e capital de conhecimento)

conseguimos fazer coisas que

ninguém até hoje fez . E isso

depois reflecte-se nos prémios ,

reconhecimentos e demais

menções que as empresas

por tuguesas têm recebido.

Quais são as grandes tendências das sociedades modernas que podem marcar o modo como vamos fazer eventos?O futuro é dominado pela tecnologia e pela conectividade. O smartphone e o estar conectado passou a fazer parte da nossa vida. Depois a crescente procu-ra de coisas autênticas, com história/significado e que nos permitam viver experiências novas, envolventes e emo-cionantes/inesquecíveis. Precisamos de incorporar isso na forma de pensar eventos para construir conceitos e mo-mentos únicos e alinhados com as ex-pectativas destes consumidores, atentos, actualizados, proactivos, conectados.

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W W W . E V E N T P O I N T . C O M . P T

P U B

Em que é que as gerações mais novas são diferentes das anteriores, e de que modo isso vai determinar mudanças, também ao nível dos eventos? O que é que elas esperam dos eventos?Claramente na forma como se relacio-nam com a tecnologia e com seu ine-xistente índice de fidelidade às marcas. Hoje o ciclo de vida das marcas é muito mais curto e eu mudo da marca A para a B só porque a B me deu algo novo. O sen-timento de posse/pertença passou para o lado do consumidor e deixou o das mar-cas- São elas que são escolhidas e não são elas que escolhem. A geração mais nova sendo muito mais multitasking, brand oriented e tech driven espera velo-cidade, eficácia e acima de tudo ser sur-preendida - mas como estão altamente up to date com o mundo acha que já nada as surpreende. Aqui está a grande opor-tunidade do TrendsInnovation.

E os eventos para os mais velhos? Como serão no futuro?Desengane-se quem pensa que os mais velhos não estão conectados ou actua-lizados. Estão tanto quanto os mais novos - existe uma grande aproxima-ção entre a geração mais nova (até aos 18/20 anos) e a mais velha (acima dos 50). Com o fenómeno de que agora são os mais novos a ensinar os mais velhos. E isso é de uma beleza e com um cariz desafiador enorme.

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As redes sociais, e as novas tecnologias, são as grandes responsáveis por virmos a ter uma experiência completamente diferente de participação num evento?Sem dúvida. O evento é algo muito mais interactivo que acontece antes, durante e depois do momento do evento. E as tecnologias são as grandes impulsionadoras dessa perenidade que os eventos podem usufruir para se tornarem mais eficazes.

Responsabilidade social, ambiente, sustentabilidade, vão continuar a ser tendências?Sem dúvida. Estão na ordem do dia e influenciarão cada vez mais o negócio das empresas e os mercados. São hoje indissociáveis da realidade dos merca-dos. Até há pouco tempo eram chavões que ficavam bem no discurso empre-sarial, hoje são factor de sobrevivência das empresas.

Como imagina o mundo daqui a 5 anos?

Mais rápido, mais imprevisível e mais

desafiador. Mas acredito que com

mais oportunidades e globalizado. O

mercado é o mundo e não apenas o

território onde estou hoje.

Cláudia Coutinho de Sousa [[email protected]]

Rui Luís Romão [[email protected]]

DEZ PERGUNTAS A LUÍS RASQUILHASmartphone que não dispensa?Iphone. Tenho dois. Um com numero brasileiro e um com numero português.

Aplicação favorita?São três. Instagram para partilha do que vou comendo, Facebook para acompanhar e estar actualizado sobre o que se passa (às vezes complemen-tado com o Twitter) e Skype para estar sempre em contacto com a família, equipa e clientes.

Melhor comida para partilhar no Instagram?Quem vê o meu Instagram acha que eu devia abrir um restaurante, tantas são as diferentes fotos de comida. Mas sushi está no topo, pela comida em si e pela beleza dos pratos.

Quem escolheria para um hangout (também pode ser uma figura histórica, do passado)? Porquê?Gostaria de conversar com várias pessoas, mas divido-me entre Martin Luther King, Steve Jobs, Margareth 'atcher e Bruce Lee. Por razões diferentes, mas que se complemen-tam: pelas visões que apresentaram do mundo e pelo que poderia aprender com eles. Não sendo possível gostaria de conversar com o Professor Medina Carreira, porque cada vez que fala na TV dá uma verdadeira aula e como nunca tem muito tempo nos seus programas (para tanto que partilha) gostaria de saber a sua opinião sobre alguns temas da nossa realidade.

Música que mais toca no seu Spotify?Chillout, Sade, Seu Jorge, Linkin Park, R&B, Antonio Jackson, Nina Simone, Adele, Tiesto, Simply Red e Alicia Keys.

Quantas milhas tem no cartão de passageiro frequente?230.000 (actualizado ontem). Quando esta entrevista sair deverão ser mais umas 10 ou 20 mil.

Onde as gostaria de gastar?A levar as pessoas de quem gosto a via-jar comigo para não ir (quase) sempre sozinho.

Sapatilhas com meias brancas?Nunca. Antes sem meias do que com meias brancas. Amarelas, vermelhas, azuis, mas nunca brancas.

É adepto do fio dental?Uso três vezes por semana à noite antes de ir dormir, depois de lavar os dentes. A minha dentista diz que lhe dá menos trabalho na higiene oral depois quando a visito. Ou estavam a falar do outro?

Quantas vezes já desistiu do ginásio?Já perdi a conta. Mas nos últimos dois ou três meses umas cinco.

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