Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 Estatuto da Criança e do Adolescente (DOU 16.07.90) LIVRO I PARTE GERAL TÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1º - Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. Art. 2º - Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcional-mente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade. Art. 3º - A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se- lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Art. 4º - É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. Art. 5º - Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. Art. 6º - Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
1. Lei n 8.069, de 13 de julho de 1990 Estatuto da Criana e do
Adolescente(DOU 16.07.90)LIVRO IPARTE GERALTTULO IDAS DISPOSIES
PRELIMINARESArt. 1 - Esta Lei dispe sobre a proteo integral criana
e ao adolescente.Art. 2 - Considera-se criana, para os efeitos
desta Lei, a pessoa at doze anos de idadeincompletos, e adolescente
aquela entre doze e dezoito anos de idade.Pargrafo nico. Nos casos
expressos em lei, aplica-se excepcional-mente este Estatutos
pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.Art. 3 - A criana
e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes
pessoa humana, sem prejuzo da proteo integral de que trata esta
Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, a fim de lhesfacultar o
desenvolvimento fsico, mental, moral, espiritual e social, em
condies deliberdade e de dignidade.Art. 4 - dever da famlia, da
comunidade, da sociedade em geral e do Poder Pblicoassegurar, com
absoluta prioridade, a efetivao dos direitos referentes vida, sade,
alimentao, educao, ao esporte, ao lazer, profissionalizao, cultura,
dignidade, ao respeito, liberdade e convivncia familiar e
comunitria.Pargrafo nico. A garantia de prioridade compreende:a)
primazia de receber proteo e socorro em quaisquer circunstncias;b)
precedncia de atendimento nos servios pblicos ou de relevncia
pblica;c) preferncia na formulao e na execuo das polticas sociais
pblicas;d) destinao privilegiada de recursos pblicos nas reas
relacionadas com a proteo infncia e juventude.Art. 5 - Nenhuma
criana ou adolescente ser objeto de qualquer forma de
negligncia,discriminao, explorao, violncia, crueldade e opresso,
punido na forma da leiqualquer atentado, por ao ou omisso, aos seus
direitos fundamentais.Art. 6 - Na interpretao desta Lei levar-se-o
em conta os fins sociais a que ela sedirige, as exigncias do bem
comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e acondio
peculiar da criana e do adolescente como pessoas em
desenvolvimento.
2. TTULO IIDOS DIREITOS FUNDAMENTAISCAPTULO IDO DIREITO VIDA E
SADEArt. 7 - A criana e o adolescente tm direito a proteo vida e
sade, mediante aefetivao de polticas sociais pblicas que permitam o
nascimento e o desenvolvimentosadio e harmonioso, em condies dignas
de existncia.Art. 8 - assegurado gestante, atravs do Sistema nico
de Sade, o atendimento pre perinatal. 1. A gestante ser encaminhada
aos diferentes nveis de atendimento, segundocritrios mdicos
especficos, obedecendo-se aos princpios de regionalizao
ehierarquizao do Sistema. 2. A parturiente ser atendida
preferencialmente pelo mesmo mdico que aacompanhou na fase
pr-natal. 3. Incumbe ao Poder Pblico propiciar apoio alimentar
gestante e nutriz que delenecessitem.Art. 9 - O Poder Pblico, as
instituies e os empregadores propiciaro condiesadequadas ao
aleitamento materno, inclusive aos filhos de mes submetidas a
medidaprivativa de liberdade.Art. 10. Os hospitais e demais
estabelecimentos de ateno sade de gestantes,pblicos e particulares,
so obrigados a:I - manter registro das atividades desenvolvidas,
atravs de pronturios individuais, peloprazo de dezoito anos;II -
identificar o recm-nascido mediante o registro de sua impresso
plantar e digital e daimpresso digital da me, sem prejuzo de outras
formas normatizadas pela autoridadeadministrativa competente;III -
proceder a exames visando ao diagnstico e teraputica de
anormalidades nometabolismo do recm-nascido, bem como prestar
orientao aos pais;IV - fornecer declarao de nascimento onde constem
necessariamente as intercorrnciasdo parto e do desenvolvimento do
neonato;V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a
permanncia junto me.Art. 11. assegurado atendimento mdico criana e
ao adolescente, atravs doSistema nico de Sade, garantido o acesso
universal e igualitrio s aes e serviospara promoo, proteo e
recuperao da sade.
3. 1. A criana e o adolescente portadores de deficincia
recebero atendimentoespecializado. 2. Incumbe ao Poder Pblico
fornecer gratuitamente queles que necessitarem osmedicamentos,
prteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitao
oureabilitao.Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento sade
devero proporcionar condiespara a permanncia em tempo integral de
um dos pais ou responsvel, nos casos deinternao de criana ou
adolescente.Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmao de
maus-tratos contra criana ouadolescente sero obrigatoriamente
comunicados ao Conselho Tutelar da respectivalocalidade, sem
prejuzo de outras providncias legais.Art. 14. O Sistema nico de
Sade promover programas de assistncia mdica eodontolgica para a
preveno das enfermidades que ordinariamente afetam a
populaoinfantil, e campanhas de educao sanitria para pais,
educadores e alunos.Pargrafo nico. obrigatria a vacinao das crianas
nos casos recomendados pelasautoridades sanitrias.CAPTULO IIDO
DIREITO LIBERDADE, AO RESPEITO E DIGNIDADEArt. 15. A criana e o
adolescente tm direito liberdade, ao respeito e dignidade
comopessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos
de direitos civis,humanos e sociais garantidos na Constituio e nas
leis.Art. 16. O direito liberdade compreende os seguintes
aspectos:I - ir, vir e estar nos logradouros pblicos e espaos
comunitrios, ressalvadas asrestries legais;II - opinio e
expresso;III - crena e culto religioso;IV - brincar, praticar
esportes e divertir-se;V - participar da vida familiar e
comunitria, sem discriminao;VI - participar da vida poltica, na
forma da lei;VII - buscar refgio, auxlio e orientao.Art. 17. O
direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade
fsica, psquica emoral da criana e do adolescente, abrangendo a
preservao da imagem, da identidade,da autonomia, dos valores, idias
e crenas, dos espaos e objetos pessoais.
4. Art. 18. dever de todos velar pela dignidade da criana e do
adolescente, pondo-os asalvo de qualquer tratamento desumano,
violento, aterrorizante, vexatrio ouconstrangedor.CAPTULO IIIDO
DIREITO CONVIVNCIA FAMILIAR E COMUNITRIASEO IDISPOSIES GERAISArt.
19. Toda criana ou adolescente tem direito a ser criado e educado
no seio da suafamlia e, excepcionalmente, em famlia substituta,
assegurada a convivncia familiar ecomunitria, em ambiente livre da
presena de pessoas dependentes de substnciasentorpecentes.Art. 20.
Os filhos, havidos ou no da relao do casamento, ou por adoo, tero
osmesmos direitos e qualificaes, proibidas quaiquer designaes
discriminatrias relativas filiao.Art. 21. O ptrio poder ser
exercido, em igualdade de condies, pelo pai e pela me, naforma do
que dispuser a legislao civil, assegurado a qualquer deles o
direito de, emcaso de discordncia, recorrer autoridade judiciria
competente para a soluo dadivergncia.Art. 22. Aos pais incumbe o
dever de sustento, guarda e educao dos filhos menores,cabendo-lhes
ainda, no interesse destes, a obrigao de cumprir e fazer cumprir
asdeterminaes judiciais.Art. 23. A falta ou a carncia de recursos
materiais no constitui motivo suficiente para aperda ou a suspenso
do ptrio poder.Pargrafo nico. No existindo outro motivo que por si
s autorize a decretao damedida, a criana ou o adolescente ser
mantido em sua famlia de origem, a qual deverobrigatoriamente ser
includa em programas oficiais de auxlio.Art. 24. A perda e a
suspenso do ptrio poder sero decretadas judi-cialmente,
emprocedimento contraditrio, nos casos previstos na legislao civil,
bem como na hiptesede descumprimento injustificado dos deveres e
obrigaes a que alude o art. 22.SEO IIDA FAMLIA NATURALArt. 25.
Entende-se por famlia natural a comunidade formada pelos pais ou
qualquerdeles e seus descendentes.Art. 26. Os filhos havidos fora
do casamento podero ser reconhecidos pelos pais,conjunta ou
separadamente, no prprio termo de nascimento, por testamento,
mediante
5. escritura ou outro documento pblico, qualquer que seja a
origem da filiao.Pargrafo nico. O reconhecimento pode preceder o
nascimento do filho ou suceder-lheao falecimento, se deixar
descendentes.Art. 27. O reconhecimento do estado de filiao direito
personalssimo, indisponvel eimprescritvel, podendo ser exercitado
contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquerrestrio, observado o
segredo de Justia.SEO IIIDA FAMLIA SUBSTITUTASubseo IDisposies
GeraisArt. 28. A colocao em famlia substituta far-se- mediante
guarda, tutela ou adoo,independentemente da situao jurdica da
criana ou adolescente, nos termos desta Lei. 1. Sempre que possvel,
a criana ou adolescente dever ser previamente ouvido e asua opinio
devidamente considerada. 2. Na apreciao do pedido levar-se- em
conta o grau de parentesco e a relao deafinidade ou de afetividade,
a fim de evitar ou minorar as conseqncias decorrentes damedida.Art.
29. No se deferir colocao em famlia substituta a pessoa que revele,
por qualquermodo, incompatibilidade com a natureza da medida ou no
oferea ambiente familiaradequado.Art. 30. A colocao em famlia
substituta no admitir transferncia da criana ouadolescente a
terceiros ou a entidades governamentais ou no-governamentais,
semautorizao judicial.Art. 31. A colocao em famlia substituta
estrangeira constitui medida excepcional,somente admissvel na
modalidade de adoo.Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o
responsvel prestar compromisso de bem efielmente desempenhar o
encargo, mediante termos nos autos.Subseo IIDa GuardaArt. 33. A
guarda obriga prestao de assistncia material, moral e educacional
criana ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de
opor-se a terceiros,inclusive aos pais. 1. A guarda destina-se a
regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar
ouincidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoo, exceto no de
adoo por
6. estrangeiros. 2. Excepcionalmente, deferir-se- a guarda,
fora dos casos de tutela e adoo, paraatender a situaes peculiares
ou suprir a falta eventual dos pais ou responsvel,podendo ser
deferido o direito de representao para a prtica de atos
determinados. 3. A guarda confere criana ou adolescente a condio de
dependente, para todos osfins e efeitos de direito, inclusive
previdencirios.Art. 34. O Poder Pblico estimular, atravs de
assistncia jurdica, incentivos fiscais esubsdios, o acolhimento,
sob a forma de guarda, de criana ou adolescente rfo
ouabandonado.Art. 35. A guarda poder ser revogada a qualquer tempo,
mediante ato judicialfundamentado, ouvido o Ministrio Pblico.Subseo
IIIDa TutelaArt. 36. A tutela ser deferida, nos termos da lei
civil, a pessoa de at vinte e um anosincompletos.Pargrafo nico. O
deferimento da tutela pressupe a prvia decretao da perda oususpenso
do ptrio poder e implica necessariamente o dever de guarda.Art. 37.
A especializao de hipoteca legal ser dispensada, sempre que o
tutelado nopossuir bens ou rendimentos ou por qualquer outro motivo
relevante.Pargrafo nico. A especializao de hipoteca legal ser tambm
dispensada se os bens,porventura existentes em nome do tutelado,
constarem de instrumento pblico,devidamente registrado no registro
de imveis, ou se os rendimentos forem suficientesapenas para a
mantena do tutelado, no havendo sobra significativa ou provvel.Art.
38. Aplica-se destituio da tutela o disposto no art. 24.Subseo IVDa
AdooArt. 39. A adoo de criana e de adolescentes reger-se- segundo o
disposto nesta Lei.Pargrafo nico. vedada a adoo por procurao.Art.
40. O adotando deve contar com, no mximo, dezoito anos data do
pedido, salvo sej estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes.Art.
41. A adoo atribui a condio de filho ao adotado, com os mesmos
direitos edeveres, inclusive sucessrios, desligando-o de qualquer
vnculo com pais e parentes,salvo os impedimentos matrimoniais.
7. 1. Se um dos cnjuges ou concubinos adota o filho do outro,
mantm-se os vnculos defiliao entre o adotado e o cnjuge ou
concubino do adotante e os respectivos parentes. 2. recproco o
direito sucessrio entre o adotado, seus descendentes, o
adotante,seus ascendentes, descendentes e colaterais at o 4 grau,
observada a ordem devocao hereditria.Art. 42. Podem adotar os
maiores de vinte e um anos, independentemente de estado civil. 1.
No podem adotar os ascendentes e os irmos do adotando. 2. A adoo
por ambos os cnjuges ou concubinos poder ser formalizada, desde
queum deles tenha completado vinte e um anos de idade, comprovada a
estabilidade dafamlia. 3. O adotante h de ser, pelo menos,
dezesseis anos mais velho do que o adotando. 4. Os divorciados e os
judicialmente separados podero adotar conjuntamente,contanto que
acordem sobre a guarda e o regime de visitas, e desde que o estgio
deconvivncia tenha sido iniciado na constncia da sociedade
conjugal. 5. A adoo poder ser deferida ao adotante que, aps
inequvoca manifestao devontade, vier a falecer no curso do
procedimento, antes de prolatada a sentena.Art. 43. A adoo ser
deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando
efundar-se em motivos legtimos.Art. 44. Enquanto no der conta de
sua administrao e saldar o seu alcance, no pode otutor ou o curador
adotar o pupilo ou o curatelado.Art. 45. A adoo depende do
consentimento dos pais ou do representante legal doadotando. 1. O
consentimento ser dispensado em relao criana ou adolescente cujos
paissejam desconhecidos ou tenham sido destitudos do ptrio poder.
2. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, ser
tambm necessrioo seu consentimento.Art. 46. A adoo ser precedida de
estgio de convivncia com a criana ouadolescente, pelo prazo que a
autoridade judiciria fixar, observadas as peculiaridades docaso. 1.
O estgio de convivncia poder ser dispensado se o adotando no tiver
mais de umano de idade ou se, qualquer que seja a sua idade, j
estiver na companhia do adotantedurante tempo suficiente para se
poder avaliar a convenincia da constituio do vnculo. 2. Em caso de
adoo por estrangeiro residente ou domiciliado fora do Pas, o
estgiode convivncia, cumprido no territrio nacional, ser de no
mnimo quinze dias paracrianas de at dois anos de idade, e de no
mnimo trinta dias quando se tratar deadotando acima de dois anos de
idade.
8. Art. 47. O vnculo da adoo constituiu-se por sentena
judicial, que ser inscrita noregistro civil mediante mandado do
qual no se fornecer certido. 1. A inscrio consignar o nome dos
adotantes como pais, bem como o nome de seusascendentes. 2. O
mandado judicial, que ser arquivado, cancelar o registro original
do adotado. 3. Nenhuma observao sobre a origem do ato poder constar
nas certides doregistro. 4. A critrio da autoridade judiciria,
poder ser fornecida certido para a salvaguardade direitos. 5. A
sentena conferir ao adotado o nome do adotante e, a pedido deste,
poderdeterminar a modificao do prenome. 6. A adoo produz seus
efeitos a partir do trnsito em julgado da sentena, exceto nahiptese
prevista no art. 42, 5, caso em que ter fora retroativa data do
bito.Art. 48. A adoo irrevogvel.Art. 49. A morte dos adotantes no
restabelece o ptrio poder dos pais naturais.Art. 50. A autoridade
judiciria manter, em cada comarca ou foro regional, um registro
decrianas e adolescentes em condies de serem adotados e outro de
pessoasinteressadas na adoo. 1. O deferimento da inscrio dar-se-
aps prvia consulta aos rgos tcnicos doJuizado, ouvido o Ministrio
Pblico. 2. No ser deferida a inscrio se o interessado no satisfizer
os requisitos legais, ouverificada qualquer das hipteses previstas
no art. 29.Art. 51. Cuidando-se de pedido de adoo formulado por
estrangeiro residente oudomiciliado fora do Pas, observar-se- o
disposto no art. 31. 1. O candidato dever comprovar, mediante
documento expedido pela autoridadecompetente do respectivo
domiclio, estar devidamente habilitado adoo, consoante asleis do
seu pas, bem como apresentar estudo psicossocial elaborado por
agnciaespecializada e credenciada no pas de origem. 2. A autoridade
judiciria, de ofcio ou a requerimento do Ministrio Pblico,
poderdeterminar a apresentao do texto pertinente legislao
estrangeira, acompanhado deprova da respectiva vigncia. 3. Os
documentos em lngua estrangeira sero juntados aos autos,
devidamenteautenticados pela autoridade consular, observados os
tratados e convenesinternacionais, e acompanhados da respectiva
traduo, por tradutor pblico juramentado.
9. 4. Antes de consumada a adoo no ser permitida a sada do
adotando do territrionacional.Art. 52. A adoo internacional poder
ser condicionada a estudo prvio e anlise de umacomisso estadual
judiciria de adoo, que fornecer o respectivo laudo de habilitaopara
instruir o processo competente.Pargrafo nico. Competir comisso
manter registro centralizado de interessadosestrangeiros em
adoo.CAPTULO IVDO DIREITO EDUCAO, CULTURA, AO ESPORTE E AO
LAZERArt. 53. A criana e o adolescente tm direito educao, visando
ao plenodesenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exerccio da
cidadania e qualificaopara o trabalho, assegurando-se-lhes:I -
igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola;II -
direito de ser respeitado por seus educadores;III - direito de
contestar critrios avaliativos, podendo recorrer s instncias
escolaressuperiores;IV - direito de organizao e participao em
entidades estudantis;V - acesso a escola pblica e gratuita prxima
de sua residncia.Pargrafo nico. direito dos pais ou responsveis ter
cincia do processo pedaggico,bem como participar da definio das
propostas educacionais.Art. 54. dever do Estado assegurar criana e
ao adolescente:I - ensino fundamental, obrigatrio e gratuito,
inclusive para os que a ele no tiveramacesso na idade prpria;II -
progressiva extenso da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino
mdio;III - atendimento educacional especializado aos portadores de
deficincia,preferencialmente na rede regular de ensino;IV -
atendimento em creche e pr-escola s crianas de zero a seis anos de
idade;V - acesso aos nveis mais elevados do ensino, da pesquisa e
da criao artstica,segundo a capacidade de cada um;VI - oferta de
ensino noturno regular, adequado s condies do adolescente
trabalhador;VII - atendimento no ensino fundamental, atravs de
programas suplementares dematerial didtico-escolar, transporte,
alimentao e assistncia sade.
10. 1. O acesso ao ensino obrigatrio e gratuito direito pblico
subjetivo. 2. O no-oferecimento do ensino obrigatrio pelo Poder
Pblico ou sua oferta irregularimporta responsabilidade da
autoridade competente. 3. Compete ao Poder Pblico recensear os
educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar,
junto aos pais ou responsvel, pela freqncia escola.Art. 55. Os pais
ou responsvel tm a obrigao de matricular seus filhos ou pupilos
narede regular de ensino.Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos
de ensino fundamental comunicaro aoConselho Tutelar os casos de:I -
maus-tratos envolvendo seus alunos;II - reiterao de faltas
injustificadas e de evaso escolar, esgotados os
recursosescolares;III - elevados nveis de repetncia.Art. 57. O
Poder Pblico estimular pesquisas, experincias e novas propostas
relativas acalendrio, seriao, currculo, metodologia, didtica e
avaliao, com vistas inserode crianas e adolescentes excludos do
ensino fundamental obrigatrio.Art. 58. No processo educacional
respeitar-se-o os valores culturais, artsticos ehistricos prprios
do contexto social da criana e do adolescente, garantindo-se a
estesa liberdade de criao e o acesso s fontes de cultura.Art. 59.
Os Municpios, com apoio dos Estados e da Unio, estimularo e
facilitaro adestinao de recursos e espaos para programaes
culturais, esportivas e de lazervoltadas para a infncia e a
juventude.CAPTULO VDO DIREITO PROFISSIONALIZAO E PROTEO NO
TRABALHOArt. 60. proibido qualquer trabalho a menores de quatorze
anos de idade, salvo nacondio de aprendiz.Art. 61. A proteo ao
trabalho dos adolescentes regulada por legislao especial,
semprejuzo do disposto nesta Lei.Art. 62. Considera-se aprendizagem
a formao tcnico-profissional ministrada segundoas diretrizes e
bases da legislao de educao em vigor.Art. 63. A formao
tcnico-profissional obedecer aos seguintes princpios:I - garantia
de acesso e freqncia obrigatria ao ensino regular;
11. II - atividade compatvel com o desenvolvimento do
adolescente;III - horrio especial para o exerccio das
atividades.Art. 64. Ao adolescente at quatroze anos de idade
assegurada bolsa de aprendizagem.Art. 65. Ao adolescente aprendiz,
maior de quatorze anos, so assegurados os direitostrabalhistas e
previdencirios.Art. 66. Ao adolescente portador de deficincia
assegurado trabalho protegido.Art. 67. Ao adolescente empregado,
aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno deescola tcnica,
assistido em entidade governamental ou no-governamental,
vedadotrabalho:I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas
de um dia e as cinco horas do diaseguinte;II - perigoso, insalubre
ou penoso;III - realizado em locais prejudiciais sua formao e ao
seu desenvolvimento fsico,psquico, moral e social;IV - realizado em
horrios e locais que no permitam a freqncia escola.Art. 68. O
programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob
responsabilidadede entidade governamental ou no-governamental sem
fins lucrativos, dever assegurarao adolescente que dele participe
condies de capacitao para o exerccio de atividaderegular
remunerada. 1. Entende-se por trabalho educativo a atividade
laboral em que as exignciaspedaggicas relativas ao desenvolvimento
pessoal e social do educando prevalecemsobre o aspecto produtivo.
2. A remunerao que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a
participaona venda dos produtos de seu trabalho no defigura o
carter educativo.Art. 69. O adolescente tem direito
profissionalizao e proteo no trabalho,observados os seguintes
aspectos, entre outros:I - respeito condio peculiar de pessoa em
desenvolvimento;II - capacitao profissional adequada ao mercado de
trabalho.TTULO IIIDA PREVENOCAPTULO IDISPOSIES GERAIS
12. Art. 70. dever de todos prevenir a ocorrncia de ameaa ou
violao dos direitos dacriana e do adolescente.Art. 71. A criana e o
adolescente tm direito a informao, cultura, lazer,
esportes,diverses, espetculos e produtos e servios que respeitem
sua condio peculiar depessoa em desenvolvimento.Art. 72. As
obrigaes previstas nesta Lei no excluem da preveno especial
outrasdecorrentes dos princpios por ela adotados.Art. 73. A
inobservncia das normas de preveno importar em responsabilidade
dapessoa fsica ou jurdica, nos termos desta Lei.CAPTULO IIDA
PREVENO ESPECIALSEO IDA INFORMAO, CULTURA, LAZER, ESPORTES,
DIVERSES E ESPETCULOSArt. 74. O Poder Pblico, atravs do rgo
competente, regular as diverses eespetculos pblicos, informando
sobre a natureza deles, as faixas etrias a que no serecomendem,
locais e horrios em que sua apresentao se mostre
inadequada.Pargrafo nico. Os responsveis pelas diverses e
espetculos pblicos devero afixar,em lugar visvel e de fcil acesso,
entrada do local de exibio, informao destacadasobre a natureza do
espetculo e a faixa etria especificada no certificado
declassificao.Art. 75. Toda criana ou adolescente ter acesso s
diverses e espetculos pblicosclasificados como adequados sua faixa
etria.Pargrafo nico. As crianas menores de dez anos somente podero
ingressar epermanecer nos locais de apresentao ou exibio quando
acompanhadas dos pais ouresponsvel.Art. 76. As emissoras de rdio e
televiso somente exibiro, no horrio recomendado parao pblico
infanto-juvenil, programas com finalidades educativas, artsticas,
culturais einformativas.Pargrafo nico. Nenhum espetculo ser
apresentado ou anunciado sem aviso de suaclassificao, antes de sua
transmisso, apresentao ou exibio.Art. 77. Os proprietrios,
diretores, gerentes e funcionrios de empresas que explorem avenda
ou aluguel de fitas de programao em vdeo cuidaro para que no haja
venda oulocao em desacordo com a classificao atribuda pelo rgo
competente.Pargrafo nico. As fitas a que alude este artigo devero
exibir, no invlucro, informaosobre a natureza da obra e a faixa
etria a que se destinam.
13. Art. 78. As revistas e publicaes contendo material imprprio
ou inadequado a crianas eadolescentes devero ser comercializadas em
embalagem lacrada, com a advertncia deseu contedo.Pargrafo nico. As
editoras cuidaro para que as capas que contenham
mensagenspornogrficas ou obscenas sejam protegidas com embalagem
opaca.Art. 79. As revistas e publicaes destinadas ao pblico
infanto-juvenil no podero conterilustraes, fotografias, legendas,
crnicas ou anncios de bebidas alcolicas, tabaco,armas e munies, e
devero respeitar os valores ticos e sociais da pessoa e da
famlia.Art. 80. Os responsveis por estabelecimentos que explorem
comercialmente bilhar,sinuca ou congnere ou por casas de jogos,
assim entendidas as que realizem apostas,ainda que eventualmente,
cuidaro para que no seja permitida a entrada e apermanncia de
crianas e adolescentes no local, afixando aviso para orientao
dopblico.SEO IIDOS PRODUTOS E SERVIOSArt. 81. proibida a venda
criana ou ao adolescente de:I - armas, munies e explosivos;II -
bebidas alcolicas;III - produtos cujos componentes possam causar
dependncia fsica ou psquica aindaque por utilizao indevida;IV -
fogos de estampido e de artifcio, exceto aqueles que pelo seu
reduzido potencialsejam incapazes de provocar qualquer dano fsico
em caso de utilizao indevida;V - revistas e publicaes a que alude o
art. 78;VI - bilhetes lotricos e equivalentes.Art. 82. proibida a
hospedagem de criana ou adolescente em hotel, motel, penso
ouestabelecimento congnere, salvo se autorizado ou acompanhado
pelos pais ouresponsvel.SEO IIIDA AUTORIZAO PARA VIAJARArt. 83.
Nenhuma criana poder viajar para fora da comarca onde
reside,desacompanhada dos pais ou responsvel, sem expressa
autorizao judicial. 1. A autorizao no ser exigida quando:
14. a) tratar-se de comarca contgua da residncia da criana, se
na mesma unidade daFederao, ou includa na mesma regio
metropolitana;b) a criana estiver acompanhada:1) de ascendente ou
colateral maior, at o terceirograu, comprovado documentalmente o
parentesco;2) de pessoa maior, expressamenteautorizada pelo pai, me
ou responsvel. 2. A autoridade judiciria poder, a pedido dos pais
ou responsvel, concederautorizao vlida por dois anos.Art. 84.
Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorizao dispensvel, se
a crianaou adolescente:I - estiver acompanhado de ambos os pais ou
responsvel;II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado
expressamente pelo outro atravs dedocumento com firma
reconhecida.Art. 85. Sem prvia a expressa autorizao judicial,
nenhuma criana ou adolescentenascido em territrio nacional poder
sair do Pas em companhia de estrangeiro residenteou domiciliado no
exterior.LIVRO IIPARTE ESPECIALTTULO IDA POLTICA DE
ATENDIMENTOCAPTULO IDISPOSIES GERAISArt. 86. A poltica de
atendimento dos direitos da criana e do adolescente far-se-atravs
de um conjunto articulado de aes governamentais e
no-governamentais, daUnio, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municpios.Art. 87. So linhas de ao da poltica de atendimento:I -
polticas sociais bsicas;II - polticas e programas de assistncia
social, em carter supletivo, para aqueles quedeles necessitem;III -
servios especiais de preveno e atendimento mdico e psicossocial s
vtimas denegligncia, maus-tratos, explorao, abuso, crueldade e
opresso;IV - servio de identificao e localizao de pais, responsvel,
crianas e adolescentesdesaparecidos;
15. V - proteo jurdico-social por entidades de defesa dos
direitos da criana e doadolescente.Art. 88. So diretrizes da
poltica de atendimento:I - municipalizao do atendimento;II - criao
de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da
criana e doadolescente, rgos deliberativos e controladores das aes
em todos os nveis,assegurada a participao popular paritria por meio
de organizaes representativas,segundo leis federal, estaduais e
municipais;III - criao e manuteno de programas especficos,
observada a descentralizaopoltico-administrativa;IV - manuteno de
fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos
respectivosconselhos dos direitos da criana e do adolescente;V -
integrao operacional de rgos do Judicirio, Ministrio Pblico,
Defensoria,Segurana Pblica e Assistncia Social, preferencialmente
em um mesmo local, paraefeito de agilizao do atendimento inicial a
adolescente a quem se atribua autoria de atoinfracional;VI -
mobilizao da opinio pblica no sentido da indispensvel participao
dos diversossegmentos da sociedade.Art. 89. A funo de membro do
Conselho Nacional e dos conselhos estaduais emunicipais dos
direitos da criana e do adolescente considerada de interesse
pblicorelevante e no ser remunerada.CAPTULO IIDAS ENTIDADES DE
ATENDIMENTOSEO IDISPOSIES GERAISArt. 90. As entidades de
atendimento so responsveis pela manuteno das prpriasunidades, assim
como pelo planejamento e execuo de programas de proteo e
scio-educativos destinados a crianas e adolescentes, em regime de:I
- orientao e apoio scio-familiar;II - apoio scio-educativo em meio
aberto;III - colocao familiar;IV - abrigo;V - liberdade
assistida;
16. VI - semiliberdade;VII - internao.Pargrafo nico. As
entidades governamentais e no-governamentais devero proceder
ainscrio de seus programas, especificando os regimes de
atendimento, na forma definidaneste artigo, junto ao Conselho
Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente, oqual manter
registro das inscries e de suas alteraes, do que far comunicao
aoConselho Tutelar e autoridade judiciria.Art. 91. As entidades
no-governamentais somente podero funcionar depois deregistradas no
Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente, o
qualcomunicar o registro ao Conselho Tutelar e autoridade judiciria
da respectivalocalidade.Pargrafo nico. Ser negado o registro
entidade que:a) no oferea instalaes fsicas em condies adequadas de
habitabilidade, higiene,salubridade e segurana;b) no apresente
plano de trabalho compatvel com os princpios desta Lei;c) esteja
irregularmente constituda;d) tenha em seus quadros pessoas
inidneas.Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de abrigo
devero adotar os seguintesprincpios:I - preservao dos vnculos
familiares;II - integrao em famlia substituta, quando esgotados os
recursos de manuteno nafamlia de origem;III - atendimento
personalizado e em pequenos grupos;IV - desenvolvimento de
atividades em regime de co-educao;V - no-desmembramento de grupos
de irmos;VI - evitar, sempre que possvel, a transferncia para
outras entidades de crianas eadolescentes abrigados;VII -
participao na vida da comunidade local;VIII - preparao gradativa
para o desligamento;IX - participao de pessoas da comunidade no
processo educativo.Pargrafo nico. O dirigente de entidade de abrigo
equiparado ao guardio, para todos
17. os efeitos de direito.Art. 93. As entidades que mantenham
programas de abrigo podero, em carterexcepcional e de urgncia,
abrigar crianas e adolescentes sem prvia determinao daautoridade
competente, fazendo comunicao do fato at o 2 dia til imediato.Art.
94. As entidades que desenvolvem programas de internao tm as
seguintesobrigaes, entre outras:I - observar os direitos e
garantias de que so titulares os adolescentes;II - no restringir
nenhum direito que no tenha sido objeto de restrio na deciso
deinternao;III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas
unidades e grupos reduzidos;IV - preservar a identidade e oferecer
ambiente de respeito e dignidade ao adolescente;V - diligenciar no
sentido do restabelecimento e da preservao dos vnculos
familiares;VI - comunicar autoridade judiciria, periodicamente, os
casos em que se mostreinvivel ou impossvel o reatamento dos vnculos
familiares;VII - oferecer instalaes fsicas em condies adequadas de
habitabilidade, higiene,salubridade e segurana e os objetos
necessrios higiene pessoal;VIII - oferecer vesturio e alimentao
suficientes e adequados faixa etria dosadolescentes atendidos;IX -
oferecer cuidados mdicos, psicolgicos, odontolgicos e
farmacuticos;X - propiciar escolarizao e profissionalizao;XI -
propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;XII -
propiciar assistncia religiosa queles que desejarem, de acordo com
suas crenas;XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada
caso;XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo mximo
de seis meses, dandocincia dos resultados autoridade competente;XV
- informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua
situao processual;XVI - comunicar s autoridades competentes todos
os casos de adolescente portadoresde molstias
infecto-contagiosas;XVII - fornecer comprovante de depsito dos
pertences dos adolescentes;XVIII - manter programas destinados ao
apoio e acompanhamento de egressos;
18. XIX - providenciar os documentos necessrios ao exerccio da
cidadania queles que noos tiverem;XX - manter arquivo de anotaes
onde constem data e circunstncias do atendimento,nome do
adolescente, seus pais ou responsvel, parentes, endereos, sexo,
idade,acompanhamento da sua formao, relao de seus pertences e
demais dados quepossibilitem sua identificao e a individualizao do
atendimento. 1. Aplicam-se, no que couber, as obrigaes constantes
deste artigo s entidades quemantm programa de abrigo. 2. No
cumprimento das obrigaes a que alude este artigo as entidades
utilizaropreferencialmente os recursos da comunidade.SEO IIDA
FISCALIZAO DAS ENTIDADESArt. 95. As entidades governamentais e
no-governamentais, referidas no art. 90, serofiscalizadas pelo
Judicirio, pelo Ministrio Pblico e pelos Conselhos Tutelares.Art.
96. Os planos de aplicao e as prestaes de contas sero apresentadas
ao Estadoou ao Municpio, conforme a origem das dotaes
oramentrias.Art. 97. So medidas aplicveis s entidades de
atendimento que descumpriremobrigao constante do art. 94, sem
prejuzo da responsabilidade civil e criminal de seusdirigentes ou
prepostos:I - s entidades governamentais:a) advertncia;b)
afastamento provisrio de seus dirigentes;c) afastamento definitivo
de seus dirigentes;d) fechamento de unidade ou interdio de
programa;II - s entidades no-governamentais:a) advertncia;b)
suspenso total ou parcial do repasse de verbas pblicas;c) interdio
de unidades ou suspenso de programa;d) cassao do registro.Pargrafo
nico. Em caso de reiteradas infraes cometidas por entidades
deatendimento, que coloquem em risco os direitos assegurados nesta
Lei, dever ser o fatocomunicado ao Ministrio Pblico ou representado
perante autoridade judiciria
19. competente para as providncias cabveis, inclusive suspenso
das atividades oudissoluo da entidade.TTULO IIDAS MEDIDAS DE
PROTEOCAPTULO IDISPOSIES GERAISArt. 98. As medidas de proteo criana
e ao adolescente so aplicveis sempre que osdireitos reconhecidos
nesta Lei forem ameaados ou violados:I - por ao ou omisso da
sociedade ou do Estado;II - por falta, omisso ou abuso dos pais ou
responsvel;III - em razo de sua conduta.CAPTULO IIDAS MEDIDAS
ESPECFICAS DE PROTEOArt. 99. As medidas previstas neste Captulo
podero ser aplicadas isolada oucumulativamente, bem como
substitudas a qualquer tempo.Art. 100. Na aplicao das medidas
levar-se-o em conta as necessidades pedaggicas,preferindo-se
aquelas que visem ao fortalecimento dos vnculos familiares e
comunitrios.Art. 101. Verificada qualquer das hipteses previstas no
art. 98, a autoridade competentepoder determinar, dentre outras, as
seguintes medidas:I - encaminhamento aos pais ou responsvel,
mediante termo de responsabilidade;II - orientao, apoio e
acompanhamento temporrios;III - matrcula e freqncia obrigatrias em
estabelecimento oficial de ensino fundamental;IV - incluso em
programa comunitrio ou oficial de auxlio famlia, criana e
aoadolescente;V - requisio de tratamento mdico, psicolgico ou
psiquitrico, em regime hospitalar ouambulatorial;VI - incluso em
programa oficial ou comunitrio de auxlio, orientao e tratamento
aalcolatras e toxicmanos;VII - abrigo em entidade;VIII - colocao em
famlia substituta.
20. Pargrafo nico. O abrigo medida provisria e excepcional,
utilizvel como forma detransio para a colocao em famlia substituta,
no implicando privao de liberdade.Art. 102. As medidas de proteo de
que trata este Captulo sero acompanhadas daregularizao do registro
civil. 1. Verificada a inexistncia de registro anterior, o assento
de nascimento da criana ouadolescente ser feito vista dos elementos
disponveis, mediante requisio daautoridade judiciria. 2. Os
registros e certides necessrias regularizao de que trata este
artigo soisentos de multas, custas e emolumentos, gozando de
absoluta prioridade.TTULO IIIDA PRTICA DE ATO INFRACIONALCAPTULO
IDISPOSIES GERAISArt. 103. Considera-se ato infracional a conduta
descrita como crime ou contravenopenal.Art. 104. So penalmente
inimputveis os menores de dezoito anos, sujeitos s medidasprevistas
nesta Lei.Pargrafo nico. Para os efeitos desta Lei, deve ser
considerada a idade do adolescente data do fato.Art. 105. Ao ato
infracional praticado por criana correspondero as medidas previstas
noart. 101.CAPTULO IIDOS DIREITOS INDIVIDUAISArt. 106. Nenhum
adolescente ser privado de sua liberdade seno em flagrante de
atoinfracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade
judiciria competente.Pargrafo nico. O adolescente tem direito
identificao dos responsveis pela suaapreenso, devendo ser informado
acerca de seus direitos.Art. 107. A apreenso de qualquer
adolescente e o local onde se encontra recolhido seroincontinenti
comunicados autoridade judiciria competente e famlia do apreendido
ou pessoa por ele indicada.Pargrafo nico. Examinar-se-, desde logo
e sob pena de responsabilidade, apossibilidade de liberao
imediata.
21. Art. 108. A internao, antes da sentena, pode ser
determinada pelo prazo mximo dequarenta e cinco dias.Pargrafo nico.
A deciso dever ser fundamentada e basear-se em indcios
suficientesde autoria e materialidade, demonstrada a necessidade
imperiosa da medida.Art. 109. O adolescente civilmente identificado
no ser submetido a identificaocompulsria pelos rgos policiais, de
proteo e judiciais, salvo para efeito deconfrontao, havendo dvida
fundada.CAPTULO IIIDAS GARANTIAS PROCESSUAISArt. 110. Nenhum
adolescente ser privado de sua liberdade sem o devido
processolegal.Art. 111. So asseguradas ao adolescente, entre
outras, as seguintes garantias:I - pleno e formal conhecimento da
atribuio de ato infracional, mediante citao ou meioequivalente;II -
igualdade na relao processual, podendo confrontar-se com vtimas e
testemunhas eproduzir todas as provas necessrias sua defesa;III -
defesa tcnica por advogado;IV - assistncia judiciria gratuita e
integral aos necessitados, na forma da lei;V - direito de ser
ouvido pessoalmente pela autoridade competente;VI - direito de
solicitar a presena de seus pais ou responsvel em qualquer fase
doprocedimento.CAPTULO IVDAS MEDIDAS SCIO-EDUCATIVASSEO IDISPOSIES
GERAISArt. 112. Verificada a prtica de ato infracional, a
autoridade competente poder aplicar aoadolescente as seguintes
medidas:I - advertncia;II - obrigao de reparar o dano;III - prestao
de servios comunidade;
22. IV - liberdade assistida;V - insero em regime de
semiliberdade;VI - internao em estabelecimento educacional;VII -
qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. 1. A medida
aplicada ao adolescente levar em conta a sua capacidade de
cumpri-la,as circunstncias e a gravidade da infrao. 2. Em hiptese
alguma e sob pretexto algum, ser admitida a prestao de
trabalhoforado. 3. Os adolescentes portadores de doena ou
deficincia mental recebero tratamentoindividual e especializado, em
local adequado s suas condies.Art. 113. Aplica-se a este Captulo o
disposto nos arts. 99 e 100.Art. 114. A imposio das medidas
previstas nos incisos II a VI do art. 112 pressupe aexistncia de
provas suficientes da autoria e da materialidade da infrao,
ressalvada ahiptese de remisso, nos termos do art. 127.Pargrafo
nico. A advertncia poder ser aplicada sempre que houver prova
damaterialidade e indcios suficientes da autoria.SEO IIDA
ADVERTNCIAArt. 115. A advertncia consistir em admoestao verbal, que
ser reduzida a termo eassinada.SEO IIIDA OBRIGAO DE REPARAR O
DANOArt. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos
patrimoniais, a autoridade poderdeterminar, se for o caso, que o
adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento dodano, ou,
por outra forma, compense o prejuzo da vtima.Pargrafo nico. Havendo
manifesta impossibilidade, a medida poder ser substituda poroutra
adequada.SEO IVDA PRESTAO DE SERVIOS COMUNIDADEArt. 117. A prestao
de servios comunitrios consiste na realizao de tarefas gratuitasde
interesse geral, por perodo no excedente a seis meses, junto a
entidadesassistenciais, hospitais, escolas e outros
estabelecimentos congneres, bem como em
23. programas comunitrios ou governamentais.Pargrafo nico. As
tarefas sero atribudas conforme as aptides do adolescente,devendo
ser cumpridas durante jornada mxima de oito horas semanais, aos
sbados,domingos e feriados ou em dias teis, de modo a no prejudicar
a freqncia escola ou jornada normal de trabalho.SEO VDA LIBERDADE
ASSISTIDAArt. 118. A liberdade assistida ser adotada sempre que se
afigurar a medida maisadequada para o fim de acompanhar, auxiliar e
orientar o adolescente. 1. A autoridade designar pessoa capacitada
para acompanhar o caso, a qual poderser recomendada por entidade ou
programa de atendimento. 2. A liberdade assistida ser fixada pelo
prazo mnimo de seis meses, podendo aqualquer tempo ser prorrogada,
revogada ou substituda por outra medida, ouvido oorientador, o
Ministrio Pblico e o defensor.Art. 119. Incumbe ao orientador, com
o apoio e a superviso da autoridade competente, arealizao dos
seguintes encargos, entre outros:I - promover socialmente o
adolescente e sua famlia, fornecendo-lhes orientao einserindo-os,
se necessrio, em programa oficial ou comunitrio de auxlio e
assistnciasocial;II - supervisionar a freqncia e o aproveitamento
escolar do adolescente, promovendo,inclusive, sua matrcula;III -
diligenciar no sentido da profissionalizao do adolescente e de sua
insero nomercado de trabalho;IV - apresentar relatrio do caso.SEO
VIDO REGIME DE SEMILIBERDADEArt. 120. O regime de semiliberdade
pode ser determinado desde o incio, ou como formade transio para o
meio aberto, possibilitada a realizao de atividades
externas,independentemente de autorizao judicial. 1. obrigatria a
escolarizao e a profissionalizao, devendo, sempre que possvel,ser
utilizados os recursos existentes na comunidade. 2. A medida no
comporta prazo determinado, aplicando-se, no que couber,
asdisposies relativas internao.SEO VII
24. DA INTERNAOArt. 121. A internao constitui medida privativa
da liberdade, sujeita aos princpios debrevidade, excepcionalidade e
respeito condio peculiar de pessoa emdesenvolvimento. 1. Ser
permitida a realizao de atividades externas, a critrio da equipe
tcnica daentidade, salvo expressa determinao judicial em contrrio.
2. A medida no comporta prazo determinado, devendo sua manuteno
serreavaliada, mediante deciso fundamentada, no mximo a cada seis
meses. 3. Em nenhuma hiptese o perodo mximo de internao exceder a
trs anos. 4. Atingido o limite estabelecido no pargrafo anterior, o
adolescente dever serliberado, colocado em regime de semiliberdade
ou de liberdade assistida. 5. Aliberao ser compulsria aos vinte e
um anos de idade. 6. Em qualquer hiptese a desinternao ser
precedida de autorizao judicial, ouvidoo Ministrio Pblico.Art. 122.
A medida de internao s poder ser aplicada quando:I - tratar-se de
ato infracional cometido mediante grave ameaa ou violncia a
pessoa;II - por reiterao no cometimento de outras infraes
graves;III - por descumprimento reiterado e injustificvel da medida
anteriormente imposta. 1. O prazo de internao na hiptese do inciso
III deste artigo no poder ser superiora trs meses. 2. Em nenhuma
hiptese ser aplicada a internao, havendo outra medida adequada.Art.
123. A internao dever ser cumprida em entidade exclusiva para
adolescentes, emlocal distinto daquele destinado ao abrigo,
obedecida rigorosa separao por critrios deidade, compleio fsica e
gravidade da infrao.Pargrafo nico. Durante o perodo da internao,
inclusive provisria, sero obrigatriasatividades pedaggicas.Art.
124. So direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros,
os seguintes:I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do
Ministrio Pblico;II - peticionar diretamente a qualquer
autoridade;III - avistar-se reservadamente com seu defensor;IV -
ser informado de sua situao processual, sempre que solicitada;
25. V - ser tratado com respeito e dignidade;VI - permanecer
internado na mesma localidade ou naquela mais prxima ao domiclio
deseus pais ou responsvel;VII - receber visitas, ao menos
semanalmente;VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;IX
- ter acesso aos objetos necessrios higiene e asseio pessoal;X -
habitar alojamento em condies adequadas de higiene e salubridade;XI
- receber escolarizao e profissionalizao;XII - realizar atividades
culturais, esportivas e de lazer;XIII - ter acesso aos meios de
comunicao social;XIV - receber assistncia religiosa, segundo a sua
crena, e desde que assim o deseje;XV - manter a posse de seus
objetos pessoais e dispor de local seguro para guard-los,recebendo
comprovante daqueles porventura depositados em poder da
entidade;XVI - receber, quando de sua desinternao, os documentos
pessoais indispensveis vida em sociedade. 1. Em nenhum caso haver
incomunicabilidade. 2. A autoridade judiciria poder suspender
temporariamente a visita, inclusive de paisou responsvel, se
existirem motivos srios e fundados de sua prejudicialidade
aosinteresses do adolescente.Art. 125. dever do Estado zelar pela
integridade fsica e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as
medidas adequadas de conteno e segurana.CAPTULO VDA REMISSOArt.
126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apurao de ato
infracional, orepresentante do Ministrio Pblico poder conceder a
remisso, como forma de exclusodo processo, atendendo s
circunstncias e conseqncias do fato, ao contexto social,bem como
personalidade do adolescente e sua maior ou menor participao no
atoinfracional.Pargrafo nico. Iniciado o procedimento, a concesso
da remisso pela autoridadejudiciria importar na suspenso ou extino
do processo.Art. 127. A remisso no implica necessariamente o
reconhecimento ou comprovao da
26. responsabilidade, nem prevalece para efeito de
antecedentes, podendo incluireventualmente a aplicao de qualquer
das medidas previstas em lei, exceto a colocaoem regime de
semiliberdade e a internao.Art. 128. A medida aplicada por fora da
remisso poder ser revista judicialmente, aqualquer tempo, mediante
pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal,ou do
Ministrio Pblico.TTULO IVDAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU
RESPONSVELArt. 129. So medidas aplicveis aos pais ou responsvel:I -
encaminhamento a programa oficial ou comunitrio de promoo famlia;II
- incluso em programa oficial ou comunitrio de auxlio, orientao e
tratamento aalcolatras e toxicmanos;III - encaminhamento a
tratamento psicolgico ou psiquitrico;IV - encaminhamento a cursos
ou programas de orientao;V - obrigao de matricular o filho ou
pupilo e acompanhar sua freqncia eaproveitamento escolar;VI -
obrigao de encaminhar a criana ou adolescente a tratamento
especializado;VII - advertncia;VIII - perda da guarda;IX -
destituio da tutela;X - suspenso ou destituio do ptrio
poder.Pargrafo nico. Na aplicao das medidas previstas nos incisos
IX e X deste artigo,observar-se- o disposto nos arts. 23 e 24.Art.
130. Verificada a hiptese de maus-tratos, opresso ou abuso sexual
impostos pelospais ou responsvel, a autoridade judiciria poder
determinar, como medida cautelar, oafastamento do agressor da
moradia comum.TTULO VDO CONSELHO TUTELARCAPTULO IDISPOSIES
GERAIS
27. Art. 131. O Conselho Tutelar rgo permanente e autnomo, no
jurisdicional,encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento
dos direitos da criana e doadolescente, definidos nesta Lei.Art.
132. Em cada Municpio haver, no mnimo, um Conselho Tutelar composto
de cincomembros, escolhidos pela comunidade local para mandato de
trs anos, permitida umareconduo. (Redao dada pela Lei n
8.242/91).Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho
Tutelar, sero exigidos os seguintesrequisitos:I - reconhecida
idoneidade moral;II - idade superior a vinte e um anos;III -
residir no municpio.Art. 134. Lei Municipal dispor sobre local, dia
e horrio de funcionamento do ConselhoTutelar, inclusive quanto a
eventual remunerao de seus membros.Pargrafo nico. Constar da Lei
Oramentria Municipal previso dos recursosnecessrios ao
funcionamento do Conselho Tutelar.Art. 135. O exerccio efetivo da
funo de conselheiro constituir servio pblicorelevante, estabelecer
presuno de idoneidade moral e assegurar priso especial, emcaso de
crime comum, at o julgamento definitivo.CAPTULO IIDAS ATRIBUIES DO
CONSELHOArt. 136. So atribuies do Conselho Tutelar:I - atender as
crianas e adolescentes nas hipteses previstas nos arts. 98 e
105,aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII;II -
atender e aconselhar os pais ou responsvel, aplicando as medidas
previstas no art.129, I a VII;III - promover a execuo de suas
decises, podendo para tanto:a) requisitar servios pblicos nas reas
de sade, educao, servio social, previdncia,trabalho e segurana;b)
representar junto autoridade judiciria nos casos de descumprimento
injustificado desuas deliberaes.IV - encaminhar ao Ministrio Pblico
notcia de fato que constitua infrao administrativaou penal contra
os direitos da criana ou adolescente;V - encaminhar autoridade
judiciria os casos de sua competncia;
28. VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade
judiciria, dentre as previstas noart. 101, de I a VI, para o
adolescente autor de ato infracional;VII - expedir notificaes;VIII
- requisitar certides de nascimento e de bito de criana ou
adolescente quandonecessrio;IX - assessorar o Poder Executivo local
na elaborao da proposta oramentria paraplanos e programas de
atendimento dos direitos da criana e do adolescente;X -
representar, em nome da pessoa e da famlia, contra a violao dos
direitos previstosno art. 220, 3, inciso II da Constituio
Federal;XI - representar ao Ministrio Pblico, para efeito das aes
de perda ou suspenso doptrio poder.Art. 137. As decises do Conselho
Tutelar somente podero ser revistas pela autoridadejudiciria a
pedido de quem tenha legtimo interesse.CAPTULO IIIDA COMPETNCIAArt.
138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competncia constante
do art. 147.CAPTULO IVDA ESCOLHA DOS CONSELHEIROSArt. 139. O
processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar ser
estabelecidoem Lei Municipal e realizado sob a responsabilidade do
Conselho Municipal dos Direitosda Criana e do Adolescente e a
fiscalizao do Ministrio Pblico. (Redao dada pelaLei n
8.242/91).CAPTULO VDOS IMPEDIMENTOSArt. 140. So impedidos de servir
no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes edescendentes, sogro
e genro ou nora, irmos, cunhados, durante o cunhadio, tio
esobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.Pargrafo nico. Estende-se
o impedimento do conselheiro, na forma deste artigo, emrelao
autoridade judiciria e ao representante do Ministrio Pblico com
atuao naJustia da Infncia e da Juventude, em exerccio na Comarca,
Foro Regional ou Distrital.TTULO VIDO ACESSO JUSTIA
29. CAPTULO IDISPOSIES GERAISArt. 141. garantido o acesso de
toda criana ou adolescente Defensoria Pblica, aoMinistrio Pblico e
ao Poder Judicirio, por qualquer de seus rgos. 1. A assistncia
judiciria gratuita ser prestada aos que dela necessitarem, atravs
dedefensor pblico ou advogado nomeado. 2. As aes judiciais da
competncia da Justia da Infncia e da Juventude so isentasde custas
e emolumentos, ressalvada a hiptese de litigncia de m f.Art. 142.
Os menores de dezesseis anos sero representados e os maiores de
dezesseise menores de vinte e um anos asssistidos por seus pais,
tutores ou curadores, na formada legislao civil ou
processual.Pargrafo nico. A autoridade judiciria dar curador
especial criana ou adolescente,sempre que os interesses destes
colidirem com os de seus pais ou responsvel, ouquando carecer de
representao ou assistncia legal ainda que eventual.Art. 143. vedada
a divulgao de atos judiciais, policiais e administrativos que
digamrespeito a crianas e adolescentes a que se atribua autoria de
ato infracional.Pargrafo nico. Qualquer notcia a respeito do fato
no poder identificar a criana ouadolescente, vedando-se fotografia,
referncia a nome, apelido, filiao, parentesco eresidncia.Art. 144.
A expedio de cpia ou certido de atos a que se refere o artigo
anteriorsomente ser deferida pela autoridade judiciria competente,
se demonstrado o interessee justificada a finalidade.CAPTULO IIDA
JUSTIA DA INFNCIA E DA JUVENTUDESEO IDISPOSIES GERAISArt. 145. Os
Estados e o Distrito Federal podero criar varas especializadas e
exclusivasda infncia e da juventude, cabendo ao Poder Judicirio
estabelecer suaproporcionalidade por nmero de habitantes, dot-las
de infra-estrutura e dispor sobre oatendimento, inclusive em
plantes.SEO IIDO JUIZArt. 146. A autoridade a que se refere esta
Lei o Juiz da Infncia e da Juventude, ou o
30. Juiz que exerce essa funo, na forma da Lei de Organizao
Judiciria local.Art. 147. A competncia ser determinada:I - pelo
domiclio dos pais ou responsvel;II - pelo lugar onde se encontre a
criana ou adolescente, falta dos pais ou responsvel. 1. Nos casos
de ato infracional, ser competente a autoridade do lugar da ao
ouomisso, observadas as regras de conexo, continncia e preveno. 2.
A execuo das medidas poder ser delegada autoridade competente
daresidncia dos pais ou responsvel, ou do local onde sediar-se a
entidade que abrigar acriana ou adolescente. 3. Em caso de infrao
cometida atravs de transmisso simultnea de rdio outeleviso, que
atinja mais de uma comarca, ser competente, para aplicao
dapenalidade, a autoridade judiciria do local da sede estadual da
emissora ou rede, tendo asentena eficcia para todas as
transmissoras ou retransmissoras do respectivo Estado.Art. 148. A
Justia da Infncia e da Juventude competente para:I - conhecer de
representaes promovidas pelo Ministrio Pblico, para apurao de
atoinfracional atribudo a adolescente, aplicando as medidas
cabveis;II - conceder a remisso, como forma de suspenso ou extino
do processo;III - conhecer de pedidos de adoo e seus incidentes;IV
- conhecer de aes civis fundadas em interesses individuais, difusos
ou coletivosafetos criana e ao adolescente, observado o disposto no
art. 209;V - conhecer de aes decorrentes de irregularidades em
entidades de atendimento,aplicando as medidas cabveis;VI - aplicar
penalidades administrativas nos casos de infraes contra norma de
proteoa criana ou adolescentes;VII - conhecer de casos encaminhados
pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidascabveis.Pargrafo nico.
Quando se tratar de criana ou adolescente nas hipteses do art. 98,
tambm competente a Justia da Infncia e da Juventude para o fim
de:a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;b) conhecer de aes de
destituio do ptrio poder, perda ou modificao da tutela ouguarda;c)
suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
31. d) conhecer de pedidos baseados em discordncia paterna ou
materna, em relao aoexerccio do ptrio poder;e) conceder a
emancipao, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;f)
designar curador especial em casos de apresentao de queixa ou
representao, oude outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais
em que haja interesses de criana ouadolescente;g) conhecer de aes
de alimentos;h) determinar o cancelamento, a retificao e o
suprimento dos registros de nascimento ebito.Art. 149. Compete
autoridade judiciria disciplinar, atravs de portaria, ou
autorizar,mediante alvar:I - a entrada e permanncia de criana ou
adolescente, desacompanhado dos pais ouresponsvel, em:a) estdio,
ginsio e campo desportivo;b) bailes ou promoes danantes;c) boate ou
congneres;d) casa que explore comercialmente diverses eletrnicas;e)
estdios cinematogrficos, de teatro, rdio e televiso;II - a
participao de criana e adolescente em:a) espetculos pblicos e seus
ensaios;b) certames de beleza. 1. Para os fins do disposto neste
artigo, a autoridade judiciria levar em conta, dentreoutros
fatores:a) os princpios desta Lei;b) as peculiaridades locais;c) a
existncia de instalaes adequadas;d) o tipo de freqncia habitual ao
local;e) a adequao do ambiente a eventual participao ou freqncia de
crianas eadolescentes;f) a natureza do espetculo.
32. 2. As medidas adotadas na conformidade deste artigo devero
ser fundamentadas,caso a caso, vedadas as determinaes de carter
geral.SEO IIIDOS SERVIOS AUXILIARESArt. 150. Cabe ao Poder
Judicirio, na elaborao de sua proposta oramentria, preverrecursos
para manuteno de equipe interprofissional, destinada a assessorar a
Justiada Infncia e da Juventude.Art. 151. Compete equipe
interprofissional, dentre outras atribuies que lhe foremreservadas
pela legislao local, fornecer subsdios por escrito, mediante
laudos, ouverbalmente, na audincia, e bem assim desenvolver
trabalhos de aconselhamento,orientao, encaminhamento, preveno e
outros, tudo sob a imediata subordinao autoridade judiciria,
assegurada a livre manifestao do ponto de vista tcnico.CAPTULO
IIIDOS PROCEDIMENTOSSEO IDISPOSIES GERAISArt. 152. Aos
procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se subsidiariamente as
normasgerais previstas na legislao processual pertinente. Art. 153.
Se a medida judicial a seradotada no corresponder a procedimento
previsto nesta ou em outra lei, a autoridadejudiciria poder
investigar os fatos e ordenar de ofcio as providncias
necessrias,ouvido o Ministrio Pblico.Art. 154. Aplica-se s multas o
disposto no art. 214.SEO IIDA PERDA E DA SUSPENSO DO PTRIO
PODERArt. 155. O procedimento para a perda ou a suspenso do ptrio
poder ter incio porprovocao do Ministrio Pblico ou de quem tenha
legtimo interesse.Art. 156. A petio inicial indicar:I - a
autoridade judiciria a que for dirigida;II - o nome, o estado
civil, a profisso e a residncia do requerente e do
requerido,dispensada a qualificao em se tratando de pedido
formulado por representante doMinistrio Pblico;III - a exposio
sumria do fato e o pedido;
33. IV - as provas que sero produzidas, oferecendo, desde logo,
o rol de testemunhas edocumentos.Art. 157. Havendo motivo grave,
poder a autoridade judiciria, ouvido o MinistrioPblico, decretar a
suspenso do ptrio poder, liminar ou incidentalmente, at ojulgamento
definitivo da causa, ficando a criana ou adolescente confiado a
pessoaidnea, mediante termo de responsabilidade.Art. 158. O
requerido ser citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta
escrita,indicando as provas a serem produzidas e oferecendo desde
logo o rol de testemunhas edocumentos.Pargrafo nico. Devero ser
esgotados todos os meios para a citao pessoal.Art. 159. Se o
requerido no tiver possibilidade de constituir advogado, sem
prejuzo doprprio sustento e de sua famlia, poder requerer, em
cartrio, que lhe seja nomeadodativo, ao qual incumbir a apresentao
de resposta, contando-se o prazo a partir daintimao do despacho de
nomeao.Art. 160. Sendo necessrio, a autoridade judiciria requisitar
de qualquer repartio ourgo pblico e apresentao de documento que
interesse causa, de ofcio ou arequerimento das partes ou do
Ministrio Pblico.Art. 161. No sendo contestado o pedido, a
autoridade judiciria dar vista dos autos doMinistrio Pblico, por
cinco dias, salvo quando este for o requerente, decidindo em
igualprazo. 1. Havendo necessidade, a autoridade judiciria poder
determinar a realizao deestudo social ou percia por equipe
interprofissional, bem como a oitiva de testemunhas. 2. Se o pedido
importar em modificao de guarda, ser obrigatria, desde quepossvel e
razovel, a oitiva da criana ou adolescente.Art. 162. Apresentada a
resposta, a autoridade judiciria dar vista dos autos aoMinistrio
Pblico, por cinco dias, salvo quando este for o requerente,
designando, desdelogo, audincia de instruo e julgamento. 1. A
requerimento de qualquer das partes, do Ministrio Pblico, ou de
ofcio, aautoridade judiciria poder determinar a realizao de estudo
social ou, se possvel, depercia por equipe interprofissional. 2. Na
audincia, presentes as partes e o Ministrio Pblico, sero ouvidas
astestemunhas, colhendo-se oralmente o parecer tcnico, salvo quando
apresentado porescrito, manifestando-se sucessivamente o
requerente, o requerido e o Ministrio Pblico,pelo tempo de vinte
minutos cada um, prorrogvel por mais dez. A deciso ser proferidana
audincia, podendo a autoridade judiciria, excepcionalmente,
designar data para sualeitura no prazo mximo de cinco dias.Art.
163. A sentena que decretar a perda ou a suspenso do ptrio poder
ser averbada margem do registro de nascimento da criana ou
adolescente.
34. SEO IIIDA DESTITUIO DA TUTELAArt. 164. Na destituio da
tutela, observar-se- o procedimento para a remoo de tutorprevisto
na lei processual civil e, no que couber, o disposto na seo
anterior.SEO IVDA COLOCAO EM FAMLIA SUBSTITUTAArt. 165. So
requisitos para a concesso de pedidos de colocao em famlia
substituta:I - qualificao completa do requerente e de seu eventual
cnjuge, ou companheiro, comexpressa anuncia deste;II - indicao de
eventual parentesco do requerente e de seu cnjuge, ou
companheiro,com a criana ou adolescente, especificando se tem ou no
parente vivo;III - qualificao completa da criana ou adolescente e
de seus pais, se conhecidos;IV - indicao do cartrio onde foi
inscrito nascimento, anexando, se possvel, uma cpiada respectiva
certido;V - declarao sobre a existncia de bens, direitos ou
rendimentos relativos criana ouao adolescente.Pargrafo nico. Em se
tratando de adoo, observar-se-o tambm os requisitosespecficos.Art.
166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destitudos ou
suspensos do ptriopoder, ou houverem aderido expressamente ao
pedido de colocao em famliasubstituta, este poder ser formulado
diretamente em cartrio, em petio assinada pelosprprios
requerentes.Pargrafo nico. Na hiptese de concordncia dos pais, eles
sero ouvidos pelaautoridade judiciria e pelo representante do
Ministrio Pblico, tomando-se por termo asdeclaraes.Art. 167. A
autoridade judiciria, de ofcio ou a requerimento das partes ou do
MinistrioPblico, determinar a realizao de estudo social ou, se
possvel, percia por equipeinterprofissional, decidindo sobre a
concesso de guarda provisria, bem como, no casode adoo, sobre o
estgio de convivncia.Art. 168. Apresentado o relatrio social ou o
laudo pericial, e ouvida, sempre que possvel,a criana ou o
adolescente, dar-se- vista dos autos ao Ministrio Pblico, pelo
prazo decinco dias, decidindo a autoridade judiciria em igual
prazo.Art. 169. Nas hipteses em que a destituio da tutela, a perda
ou a suspenso do ptriopoder constituir pressuposto lgico da medida
principal de colocao em famliasubstituta, ser observado o
procedimento contraditrio previsto nas sees II e III deste
35. Captulo.Pargrafo nico. A perda ou a modificao da guarda
poder ser decretada nos mesmosautos do procedimento, observado o
disposto no art. 35.Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela,
observar-se- o disposto no art. 32, e, quando adoo, o contido no
art. 47.SEO VDA APURAO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUDO A
ADOLESCENTEArt. 171. O adolescente apreendido por fora de ordem
judicial ser, desde logo,encaminhado autoridade judiciria.Art. 172.
O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional ser, desde
logo,encaminhado autoridade policial competente.Pargrafo nico.
Havendo repartio policial especializada para atendimento
deadolescente e em se tratando de ato infracional praticado em
co-autoria com maior,prevalecer a atribuio de repartio
especializada, que, aps as providnciasnecessrias e conforme o caso,
encaminhar o adulto repartio policial prpria.Art. 173. Em caso de
flagrante de ato infracional cometido mediante violncia ou
graveameaa a pessoa, a autoridade policial, sem prejuzo do disposto
nos arts. 106, pargrafonico e 107, dever:I - lavrar auto de
apreenso, ouvidos as testemunhas e o adolescente;II - apreender o
produto e os instrumentos da infrao;III - requisitar os exames ou
percias necessrios comprovao da materialidade eautoria da
infrao.Pargrafo nico. Nas demais hipteses de flagrante, a lavratura
do auto poder sersubstituda por boletim de ocorrncia
circunstanciada.Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou
responsvel, o adolescente serprontamente liberado pela autoridade
policial, sob termo de compromisso eresponsabilidade de sua
apresentao ao representante do Ministrio Pblico, no mesmodia ou,
sendo impossvel, no primeiro dia til imediato, exceto quando, pela
gravidade doato infracional e sua repercusso social, deva o
adolescente permanecer sob internaopara garantia de sua segurana
pessoal ou manuteno da ordem pblica.Art. 175. Em caso de
no-liberao, a autoridade policial encaminhar, desde logo,
oadolescente ao representante do Ministrio Pblico, juntamente com
cpia do auto deapreenso ou boletim de ocorrncia. 1. Sendo impossvel
a apresentao imediata, a autoridade policial encaminhar
oadolescente a entidade de atendimento, que far a apresentao ao
representante doMinistrio Pblico no prazo de vinte e quatro
horas.
36. 2. Nas localidades onde no houver entidade de atendimento,
a apresentao far-se-pela autoridade policial. falta de repartio
policial especializada, o adolescenteaguardar a apresentao em
dependncia separada da destinada a maiores, nopodendo, em qualquer
hiptese, exceder o prazo referido no pargrafo anterior.Art. 176.
Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminhar
imediatamenteao representante do Ministrio Pblico cpia do auto de
apreenso ou boletim deocorrncia.Art. 177. Se, afastada a hiptese de
flagrante, houver indcios de participao deadolescentes na prtica de
ato infracional, a autoridade policial encaminhar aorepresentante
do Ministrio Pblico relatrio das investigaes e demais
documentos.Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato
infracional no poder serconduzido ou transportado em compartimento
fechado de veculo policial, em condiesatentatrias sua dignidade, ou
que impliquem risco sua integridade fsica ou mental,sob pena de
responsabilidade.Art. 179. Apresentado o adolescente, o
representante do Ministrio Pblico, no mesmo diae vista do auto de
apreenso, boletim de ocorrncia ou relatrio policial,
devidamenteautuados pelo cartrio judicial e com informao sobre os
antecedentes do adolescente,proceder imediata e informalmente sua
oitiva e, em sendo possvel, de seus pais ouresponsvel, vtima e
testemunhas.Pargrafo nico. Em caso de no-apresentao, o
representante do Ministrio Pbliconotificar os pais ou responsvel
para apresentao do adolescente, podendo requisitar oconcurso das
Polcias Civil e Militar.Art. 180. Adotadas as providncias a que
alude o artigo anterior, o representante doMinistrio Pblico poder:I
- promover o arquivamento dos autos;II - conceder a remisso;III -
representar autoridade judiciria para aplicao de medida
scio-educativa.Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou
concedida a remisso pelorepresentante do Ministrio Pblico, mediante
termo fundamentado, que conter o resumodos fatos, os autos sero
conclusos autoridade judiciria para homologao. 1. Homologado o
arquivamento ou a remisso, a autoridade judiciria
determinar,conforme o caso, o cumprimento da medida. 2.
Discordando, a autoridade judiciria far remessa dos autos ao
Procurador-Geral deJustia, mediante despacho fundamentado, e este
oferecer representao, designaroutro membro do Ministrio Pblico para
apresent-la, ou ratificar o arquivamento ou aremisso, que s ento
estar a autoridade judiciria obrigada a homologar.Art. 182. Se, por
qualquer razo, o representante do Ministrio Pblico no promover
o
37. arquivamento ou conceder a remisso, oferecer representao
autoridade judiciria,propondo a instaurao de procedimento para
aplicao da medida scio-educativa quese afigurar a mais adequada. 1.
A representao ser oferecida por petio, que conter o breve resumo
dos fatos ea classificao do ato infracional e, quando necessrio, o
rol de testemunhas, podendoser deduzida oralmente, em sesso diria
instalada pela autoridade judiciria. 2. A representao independe de
prova pr-constituda da autoria e materialidade.Art. 183. O prazo
mximo e improrrogvel para a concluso do procedimento, estando
oadolescente internado provisoriamente, ser de quarenta e cinco
dias.Art. 184. Oferecida a representao, a autoridade judiciria
designar audincia deapresentao do adolescente, decidindo, desde
logo, sobre a decretao ou manutenoda internao, observado o disposto
no art. 108 e pargrafo. 1. O adolescente e seus pais ou responsvel
sero cientificados do teor darepresentao, e notificados a
comparecer audincia, acompanhados de advogado. 2. Se os pais ou
responsvel no forem localizados, a autoridade judiciria darcurador
especial ao adolescente. 3. No sendo localizado o adolescente, a
autoridade judiciria expedir mandado debusca e apreenso,
determinando o sobrestamento do feito, at a efetiva apresentao. 4.
Estando o adolescente internado, ser requisitada a sua apresentao,
sem prejuzoda notificao dos pais ou responsvel.Art. 185. A
internao, decretada ou mantida pela autoridade judiciria, no poder
sercumprida em estabelecimento prisional. 1. Inexistindo na comarca
entidade com as caractersticas definidas no art. 123, oadolescente
dever ser imediatamente transferido para a localidade mais prxima.
2. Sendo impossvel a pronta transferncia, o adolescente aguardar
sua remoo emrepartio policial, desde que em seo isolada dos adultos
e com instalaesapropriadas, no podendo ultrapassar o prazo mximo de
cinco dias, sob pena deresponsabilidade.Art. 186. Comparecendo o
adolescente, seus pais ou responsvel, a autoridade
judiciriaproceder oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinio de
profissional qualificado. 1. Se a autoridade judiciria entender
adequada a remisso, ouvir o representante doMinistrio Pblico,
proferindo deciso. 2. Sendo o fato grave, passvel de aplicao de
medida de internao ou colocao emregime de semiliberdade, a
autoridade judiciria, verificando que o adolescente nopossui
advogado constitudo, nomear defensor, designando, desde logo,
audincia emcontinuao, podendo determinar a realizao de diligncias e
estudo do caso.
38. 3. O advogado constitudo ou o defensor nomeado, no prazo de
trs dias contado daaudincia de apresentao, oferecer defesa prvia e
rol de testemunhas. 4. Na audincia em continuao, ouvidas as
testemunhas arroladas na representao ena defesa prvia, cumpridas as
diligncias e juntado o relatrio da equipeinterprofissional, ser
dada a palavra ao representante do Ministrio Pblico e aodefensor,
sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um,
prorrogvel pormais dez, a critrio da autoridade judiciria, que em
seguida proferir deciso.Art. 187. Se o adolescente, devidamente
notificado, no comparecer, injustificadamente, audincia de
apresentao, autoridade judiciria designar nova data,
determinandosua conduo coercitiva.Art. 188. A remisso, como forma
de extino ou suspenso do processo, poder seraplicada em qualquer
fase do procedimento, antes da sentena.Art. 189. A autoridade
judiciria no aplicar qualquer medida, desde que reconhea
nasentena:I - estar provada a inexistncia do fato;II - no haver
prova da existncia do fato;III - no constituir o fato ato
infracional;IV - no existir prova de ter o adolescente concorrido
para o ato infracional.Pargrafo nico. Na hiptese deste artigo,
estando o adolescente internado, serimediatamente colocado em
liberdade.Art. 190. A intimao da sentena que aplicar medida de
internao ou regime desemiliberdade ser feita:I - ao adolescente e
ao seu defensor;II - quando no for encontrado o adolescente, a seus
pais ou responsvel, sem prejuzodo defensor. 1. Sendo outra a medida
aplicada, a intimao far-se- unicamente na pessoa dodefensor. 2.
Recaindo a intimao na pessoa do adolescente, dever este manifestar
se desejaou no recorrer da sentena.SEO VIDA APURAO DE
IRREGULARIDADES EM ENTIDADE DE ATENDIMENTOArt. 191. O procedimento
de apurao de irregularidades em entidade governamental
eno-governamental ter incio mediante portaria da autoridade
judiciria ou representaodo Ministrio Pblico ou do Conselho Tutelar,
onde conste, necessariamente, resumo dos
39. fatos.Pargrafo nico. Havendo motivo grave, poder a
autoridade judiciria, ouvido oMinistrio Pblico, decretar
liminarmente o afastamento provisrio do dirigente daentidade,
mediante deciso fundamentada.Art. 192. O dirigente da entidade ser
citado para, no prazo de dez dias, oferecer respostaescrita,
podendo juntar documentos e indicar as provas a produzir.Art. 193.
Apresentada ou no a resposta, e sendo necessrio, a autoridade
judiciriadesignar audincia de instruo e julgamento, intimando as
partes. 1. Salvo manifestao em audincia, as partes e o Ministrio
Pblico tero cinco diaspara oferecer alegaes finais, decidindo a
autoridade judiciria em igual prazo. 2. Em se tratando de
afastamento provisrio ou definitivo de dirigente de
entidadegovernamental, a autoridade judiciria oficiar autoridade
administrativa imediatamentesuperior ao afastado, marcando prazo
para a substituio. 3. Antes de aplicar qualquer das medidas, a
autoridade judiciria poder fixar prazopara a remoo das
irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigncias, o processo
serextinto, sem julgamento de mrito. 4. A multa e a advertncia sero
impostas ao dirigente da entidade ou programa deatendimento.SEO
VIIDA APURAO DE INFRAO ADMINISTRATIVA S NORMAS DE PROTEOArt. 194. O
procedimento para imposio de penalidade administrativa por infrao
snormas de proteo criana e ao adolescente ter incio por representao
do MinistrioPblico, ou do Conselho Tutelar, ou auto de infrao
elaborado por servidor efetivo ouvoluntrio credenciado, e assinado
por duas testemunhas, se possvel. 1. No procedimento iniciado com o
auto de infrao, podero ser usadas frmulasimpressas,
especificando-se a natureza e as circunstncias da infrao. 2. Sempre
que possvel, verificao da infrao seguir-se- a lavratura do
auto,certificando-se, em caso contrrio, dos motivos do
retardamento.Art. 195. O requerido ter prazo de dez dias para
apresentao de defesa, contado dadata da intimao, que ser feita:I -
pelo autuante, no prprio auto, quando este for lavrado na presena
do requerido;II - por oficial de justia ou funcionrio legalmente
habilitado, que entregar cpia do autoou da representao ao
requerido, ou a seu representante legal, lavrando certido;III - por
via postal, com aviso de recebimento, se no for encontrado o
requerido ou seurepresentante legal;
40. IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou no
sabido o paradeiro do requeridoou de seu representante legal.Art.
196. No sendo apresentada a defesa no prazo legal, a autoridade
judiciria darvista dos autos ao Ministrio Pblico, por cinco dias,
decidindo em igual prazo.Art. 197. Apresentada a defesa, a
autoridade judiciria proceder na conformidade doartigo anterior,
ou, sendo necessrio, designar audincia de instruo e
julgamento.Pargrafo nico. Colhida a prova oral, manifestar-se-o
sucessivamente o MinistrioPblico e o procurador do requerido, pelo
tempo de vinte minutos para cada um,prorrogvel por mais dez, a
critrio da autoridade judiciria, que em seguida
proferirsentena.CAPTULO IVDOS RECURSOSArt. 198. Nos procedimentos
afetos Justia da Infncia e da Juventude fica adotado osistema
recursal do Cdigo de Processo Civil, aprovado pela Lei n 5.869, de
11 dejaneiro de 1973, e suas alteraes posteriores, com as seguintes
adaptaes:I - os recursos sero interpostos independentemente de
preparo;II - em todos os recursos, salvo o de agravo de instrumento
e de embargos de declarao,o prazo para interpor e para responder
ser sempre de dez dias;III - os recursos tero preferncia de
julgamento e dispensaro revisor;IV - o agravado ser intimado para,
no prazo de cinco dias, oferecer resposta e indicar aspeas a serem
trasladadas;V - ser de quarenta e oito horas o prazo para a extrao,
a conferncia e o conserto dotraslado;VI - a apelao ser recebida em
seu efeito devolutivo. Ser tambm conferido efeitosuspensivo quando
interposta contra sentena que deferir a adoo por estrangeiro e,
ajuzo da autoridade judiciria, sempre que houver perigo de dano
irreparvel ou de difcilreparao;VII - antes de determinar a remessa
dos autos superior instncia, no caso de apelao,ou do instrumento,
no caso de agravo, a autoridade judiciria proferir
despachofundamentado, mantendo ou reformando a deciso, no prazo de
cinco dias;VIII - mantida a deciso apelada ou agravada, o escrivo
remeter os autos ou oinstrumento superior instncia dentro de vinte
e quatro horas, independentemente denovo pedido do recorrente; se a
reformar, a remessa dos autos depender de pedidoexpresso da parte
interessada ou do Ministrio Pblico, no prazo de cinco dias,
contadosda intimao.
41. Art. 199. Contra as decises proferidas com base no art. 149
caber recurso de apelao.CAPTULO VDO MINISTRIO PBLICOArt. 200. As
funes do Ministrio Pblico, previstas nesta Lei, sero exercidas
nostermos da respectiva Lei Orgnica.Art. 201. Compete ao Ministrio
Pblico:I - conceder a remisso como forma de excluso do processo;II
- promover e acompanhar os procedimentos relativos s infraes
atribudas aadolescentes;III - promover e acompanhar as aes de
alimentos e os procedimentos de suspenso edestituio do ptrio poder,
nomeao e remoo de tutores, curadores e guardies, bemcomo oficiar em
todos os demais procedimentos da competncia da Justia da Infncia
eda Juventude;IV - promover, de ofcio ou por solicitao dos
interessados, a especializao e a inscriode hipoteca legal e a
prestao de contas dos tutores, curadores e quaisqueradministradores
de bens de crianas e adolescentes nas hipotecas do art. 98;V -
promover o inqurito civil e a ao civil pblica para a proteo dos
interessesindividuais, difusos ou coletivos relativos infncia e
adolescncia, inclusive osdefinidos no art. 220, 3, inciso II, da
Constituio Federal;VI - instaurar procedimentos administrativos e,
para instru-los:a) expedir notificaes para colher depoimentos ou
esclarecimentos e, em caso de no-comparecimento injustificado,
requisitar conduo coercitiva, inclusive pela polcia civil
oumilitar;b) requisitar informaes, exames, percias e documentos de
autoridades municipais,estaduais e federais, da administrao direta
ou indireta, bem como promover inspeese diligncias
investigatrias;c) requisitar informaes e documentos a particulares
e instituies privadas;VII - instaurar sindicncias, requisitar
diligncias investigatrias e determinar ainstaurao de inqurito
policial, para apurao de ilcitos ou infraes s normas deproteo
infncia e juventude;VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos
e garantias legais assegurados s crianas eadolescentes, promovendo
as medidas judiciais e extrajudiciais cabveis;IX - impetrar mandado
de segurana, de injuno e habeas corpus, em qualquer juzo,instncia
ou tribunal, na defesa dos interesses sociais e individuais
indisponveis afetos criana e ao adolescente;
42. X - representar ao juzo visando aplicao de penalidade por
infraes cometidas contraas normas de proteo infncia e juventude,
sem prejuzo da promoo daresponsabilidade civil e penal do infrator,
quando cabvel;XI - inspecionar as entidades pblicas e particulares
de atendimento e os programas deque trata esta Lei, adotando de
pronto as medidas administrativas ou judiciais necessrias remoo de
irregularidades porventura verificadas;XII - requisitar fora
policial, bem como a colaborao dos servios mdicos,
hospitalares,educacionais e de assistncia social, pblicos ou
privados, para o desempenho de suasatribuies. 1. A legitimao do
Ministrio Pblico para as aes cveis previstas neste artigo noimpede
a de terceiros, nas mesmas hipteses, segundo dispuserem a
Constituio e estaLei. 2. As atribuies constantes deste artigo no
excluem outras, desde que compatveiscom a finalidade do Ministrio
Pblico. 3. O representante do Ministrio Pblico, no exerccio de suas
funes, ter livreacesso a todo local onde se encontre criana ou
adolescente. 4. O representante do Ministrio Pblico ser responsvel
pelo uso indevido dasinformaes e documentos que requisitar, nas
hipteses legais de sigilo. 5. Para o exerccio da atribuio de que
trata o inciso VIII deste artigo, poder orepresentante do Ministrio
Pblico:a) reduzir a termo as declaraes do reclamante, instaurando o
competenteprocedimento, sob sua presidncia;b) entender-se
diretamente com a pessoa ou autoridade reclamada, em dia, local
ehorrio previamente notificados ou acertados;c) efetuar recomendaes
visando melhoria dos servios pblicos e de relevnciapblica afetos
criana e ao adolescente, fixando prazo razovel para sua
perfeitaadequao.Art. 202. Nos processos e procedimentos em que no
for parte, atuar obrigatoriamente oMinistrio Pblico na defesa dos
direitos e interesses de que cuida esta Lei, hiptese emque ter
vista dos autos depois das partes, podendo juntar documentos e
requererdiligncias, usando os recursos cabveis.Art. 203. A intimao
do Ministrio Pblico, em qualquer caso, ser feita pessoalmente.Art.
204. A falta de interveno do Ministrio Pblico acarreta a nulidade
do feito, que serdeclarada de ofcio pelo juiz ou a requerimento de
qualquer interessado.Art. 205. As manifestaes processuais do
representante do Ministrio Pblico deveroser fundamentadas.
43. CAPTULO VIDO ADVOGADOArt. 206. A criana ou o adolescente,
seus pais ou responsvel, e qualquer pessoa quetenha legtimo
interesse na soluo da lide podero intervir nos procedimentos de
quetrata esta Lei, atravs de advogado, o qual ser intimado para
todos os atos,pessoalmente ou por publicao oficial, respeitado o
segredo de justia.Pargrafo nico. Ser prestada assistncia judiciria
integral e gratuita queles que delanecessitarem.Art. 207. Nenhum
adolescente a quem se atribua a prtica de ato infracional, ainda
queausente ou foragido, ser processado sem defensor. 1. Se o
adolescente no tiver defensor, ser-lhe- nomeado pelo juiz,
ressalvado odireito de, a todo tempo, constituir outro de sua
preferncia. 2. A ausncia do defensor no determinar o adiamento de
nenhum ato do processo,devendo o juiz nomear substituto, ainda que
provisoriamente, ou para o s efeito do ato. 3. Ser dispensada a
outorga de mandato, quando se tratar de defensor nomeado ou,sido
constitudo, tiver sido indicado por ocasio de ato formal com a
presena daautoridade judiciria.CAPTULO VIIDA PROTEO JUDICIAL DOS
INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFUSOS E COLETIVOSArt. 208. Regem-se pelas
disposies desta Lei as aes de responsabilidade por ofensaaos
direitos assegurados criana e ao adolescente, referentes ao
no-oferecimento ouoferta irregular:I - do ensino obrigatrio;II - de
atendimento educacional especializado aos portadores de
deficincia;III - de atendimento em creche e pr-escola s crianas de
zero a seis anos de idade;IV - de ensino noturno regular, adequado
s condies do educando;V - de programas suplementares de oferta de
material didtico-escolar, transporte eassistncia sade do educando
do ensino fundamental;VI - de servio de assistncia social visando
proteo famlia, maternidade, infncia e adolescncia, bem como ao
amparo s crianas e adolescentes que delenecessitem;VII - de acesso
s aes e servios de sade;
44. VIII - de escolarizao e profissionalizao dos adolescentes
privados de liberdade.Pargrafo nico. As hipteses previstas neste
artigo no excluem da proteo judicialoutros interesses individuais,
difusos ou coletivos, prprios da infncia e da
adolescncia,protegidos pela Constituio e pela Lei.Art. 209. As aes
previstas neste Captulo sero propostas no foro do local onde
ocorreuou deva ocorrer a ao ou omisso, cujo juzo ter competncia
absoluta para processara causa, ressalvadas a competncia da Justia
Federal e a competncia originria dosTribunais Superiores.Art. 210.
Para as aes cveis fundadas em interesses coletivos ou difusos,
consideram-se legitimados concorrentemente:I - o Ministrio
Pblico;II - a Unio, os Estados, os Municpios, o Distrito Federal e
os Territrios;III - as associaes legalmente constitudas h pelo
menos um ano e que incluam entreseus fins institucionais a defesa
dos interesses e direitos protegidos por esta Lei,dispensada a
autorizao da assemblia, se houver prvia autorizao estatutria. 1.
Admitir-se- litisconsrcio facultativo entre os Ministrios Pblicos
da Unio e dosEstados na defesa dos interesses e direitos de que
cuida esta Lei. 2. Em caso de desistncia ou abandono da ao por
associao legitimada, oMinistrio Pblico ou outro legitimado poder
assumir a titularidade ativa.Art. 211. Os rgos pblicos legitimados
podero tomar dos interessados compromissode ajustamento de sua
conduta s exigncias legais, o qual ter eficcia de ttuloexecutivo
extrajudicial.Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses
protegidos por esta Lei, so admissveistodas as espcies de aes
pertinentes. 1. Aplicam-se s aes previstas neste Captulo as normas
do Cdigo de ProcessoCivil. 2. Contra atos ilegais ou abusivos de
autoridade pblica ou agente de pessoa jurdicano exerccio de
atribuies do Poder Pblico, que lesem direito lquido e certo
previstonesta Lei, caber ao mandamental, que se reger pelas normas
da lei do mandado desegurana.Art. 213. Na ao que tenha por objeto o
cumprimento de obrigao de fazer ou nofazer, o juiz conceder a
tutela especfica da obrigao ou determinar providncias queassegurem
o resultado prtico equivalente ao do adimplemento. 1. Sendo
relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio
deineficcia do provimento final, lcito ao juiz conceder a tutela
liminarmente ou apsjustificao prvia, citando o ru.
45. 2. O juiz poder, na hiptese do pargrafo anterior ou na
sentena, impor multa diriaao ru, independentemente de pedido do
autor, se for suficiente ou compatvel com aobrigao, fixando prazo
razovel para o cumprimento do preceito. 3. A multa s ser exigvel do
ru aps o trnsito em julgado da sentena favorvel aoautor, mas ser
devida desde o dia em que se houver configurado o
descumprimento.Art. 214. Os valores das multas revertero ao fundo
gerido pelo Conselho dos Direitos daCriana e do Adolescente do
respectivo municpio. 1. As multas no recolhidas at trinta dias aps
o trnsito em julgado da deciso seroexigidas atravs de execuo
promovida pelo Ministrio Pblico, nos mesmos autos,facultada igual
iniciativa aos demais legitimados. 2. Enquanto o fundo no for
regulamentado, o dinheiro ficar depositado emestabe