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XXIV ENEGEP - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 de novembro de 2004 Ganho de rentabilidade em minifábrica processadora de castanha de caju mediante o redimensionamento do seu processo produtivo: um estudo de caso Pedro F. Adeodato de Paula Pessoa (EMBRAPA) [email protected] Otavio Augusto Lima Pires (UFC-Mestrando) [email protected] Resumo Em virtude dos seus supostos atrativos econômicos e sociais, nos últimos anos foram implantadas nas zonas rurais do Nordeste do Brasil uma grande quantidade de minifábricas de processamento de castanha de caju. Entretanto estima-se que atualmente apenas 50% das minifábricas implantadas estão em funcionamento. As baixas rentabilidades obtidas atualmente pelas minifábricas em relação a outras oportunidades de investimento, constitui provavelmente a principal causa desta paralisação. Neste sentido, a hipótese testada nesse estudo de caso é que apesar de ser considerada um empreendimento bem sucedido, são amplas as possibilidades de ganho de rentabilidade em uma minifábrica processadora de castanha de caju, mediante uma melhor alocação do seu investimento permanente em máquinas e equipamentos. Os resultados obtidos com o redimensionamento do seu processo produtivo, amparam a hipótese formulada. Palavras chave: Processo produtivo, Minifábrica, Castanha de caju. 1. Introdução No cenário atual para ser competitivo é necessário que se busque otimizar de forma permanente o binômio qualidade dos produtos e a produtividade dos processos produtivos. Neste sentido, a Embrapa Agroindústria Tropical, juntamente com a Companhia de Produtos Alimentícios do Nordeste - COPAN e com Francisco Alves Chagas, desenvolveram um sistema alternativo de processamento da castanha de caju, denominado de minifábrica. Este sistema alternativo permite a obtenção de 85% de amêndoas inteiras; enquanto na indústria tradicional este índice fica em torno de 50%, que deprecia o preço de venda do produto, pois uma amêndoa inteira de castanha de caju pode chegar a ter o dobro do valor de uma amêndoa quebrada. Assim, esse sistema pode possibilitar uma agregação de valor de 155% à matéria- prima e promover uma desconcentração industrial, mediante a sua implantação nas zonas rurais produtoras de castanha de caju (PAULA PESSOA et. al.; 2002). Segundo Paula Pessoa et. al.; (2002), já existem implantadas no Nordeste brasileiro 150 minifábricas, com capacidade instalada de aproximadamente 24.000 toneladas de castanha de caju, capazes de gerar 3.000 empregos diretos. Embora as minifábricas processadoras de castanha de caju representem um importante avanço tecnológico no agronegócio caju no Nordeste do Brasil, esses autores estimam que apenas 50% das minifábricas implantadas estão em funcionamento. Pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical e empresários envolvidos com o negócio minifábrica consideram como vitais para o sucesso destes empreendimentos os seguintes fatores críticos: o primeiro consiste na alocação do investimento permanente em máquinas e

Ganho de rentabilidade em minifábrica processadora de castanha de caju mediante o redimensionamento do seu processo produtivo: um estudo de caso

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XXIV ENEGEP - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 de novembro de 2004

Ganho de rentabilidade em minifábrica processadora de castanha decaju mediante o redimensionamento do seu processo produtivo: um

estudo de caso

Pedro F. Adeodato de Paula Pessoa (EMBRAPA) [email protected] Augusto Lima Pires (UFC-Mestrando) [email protected]

Resumo

Em virtude dos seus supostos atrativos econômicos e sociais, nos últimos anos foramimplantadas nas zonas rurais do Nordeste do Brasil uma grande quantidade de minifábricasde processamento de castanha de caju. Entretanto estima-se que atualmente apenas 50% dasminifábricas implantadas estão em funcionamento. As baixas rentabilidades obtidasatualmente pelas minifábricas em relação a outras oportunidades de investimento, constituiprovavelmente a principal causa desta paralisação. Neste sentido, a hipótese testada nesseestudo de caso é que apesar de ser considerada um empreendimento bem sucedido, sãoamplas as possibilidades de ganho de rentabilidade em uma minifábrica processadora decastanha de caju, mediante uma melhor alocação do seu investimento permanente emmáquinas e equipamentos. Os resultados obtidos com o redimensionamento do seu processoprodutivo, amparam a hipótese formulada.

Palavras chave: Processo produtivo, Minifábrica, Castanha de caju.

1. IntroduçãoNo cenário atual para ser competitivo é necessário que se busque otimizar de formapermanente o binômio qualidade dos produtos e a produtividade dos processos produtivos.

Neste sentido, a Embrapa Agroindústria Tropical, juntamente com a Companhia de ProdutosAlimentícios do Nordeste - COPAN e com Francisco Alves Chagas, desenvolveram umsistema alternativo de processamento da castanha de caju, denominado de minifábrica. Estesistema alternativo permite a obtenção de 85% de amêndoas inteiras; enquanto na indústriatradicional este índice fica em torno de 50%, que deprecia o preço de venda do produto, poisuma amêndoa inteira de castanha de caju pode chegar a ter o dobro do valor de uma amêndoaquebrada. Assim, esse sistema pode possibilitar uma agregação de valor de 155% à matéria-prima e promover uma desconcentração industrial, mediante a sua implantação nas zonasrurais produtoras de castanha de caju (PAULA PESSOA et. al.; 2002).

Segundo Paula Pessoa et. al.; (2002), já existem implantadas no Nordeste brasileiro 150minifábricas, com capacidade instalada de aproximadamente 24.000 toneladas de castanha decaju, capazes de gerar 3.000 empregos diretos. Embora as minifábricas processadoras decastanha de caju representem um importante avanço tecnológico no agronegócio caju noNordeste do Brasil, esses autores estimam que apenas 50% das minifábricas implantadas estãoem funcionamento.

Pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical e empresários envolvidos com o negóciominifábrica consideram como vitais para o sucesso destes empreendimentos os seguintesfatores críticos: o primeiro consiste na alocação do investimento permanente em máquinas e

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equipamentos estabelecido quando da elaboração dos projetos; o segundo está relacionadocom a gestão do investimento circulante (estoques, contas a receber e contas a pagar) e oterceiro fator crítico consiste na articulação entre os elos da cadeia produtiva da amêndoa decastanha de caju (ACC).

Com relação ao investimento permanente, Machado (1999) afirma que o seu planejamento éde extrema importância, pois pode determinar o sucesso ou o fracasso de uma empresa.

Neste sentido, será realizado em uma minifábrica considerada um empreendimento bemsucedido, um estudo de caso sobre o primeiro fator crítico. Esse tipo de estudo é importante,pois testa a hipótese que apesar de ser considerada um empreendimento bem sucedido, sãoamplas as suas possibilidades de ganhos de rentabilidade, mediante uma melhor alocação doseu investimento permanente em máquinas e equipamentos.

2. MetodologiaCom base em indicação de pesquisadores da Área de Negócios Tecnológicos da EmbrapaAgroindústria Tropical, foi selecionada uma empresa que adota o sistema alternativo deprocessamento de castanha de caju, denominado minifábrica. Esta empresa é consideradadentro do setor, como um empreendimento bem sucedido.

Atendendo a solicitação do seu proprietário, o nome da empresa será omitido.

O ganho de rentabilidade dessa minifábrica com o redimensionamento do seu processoprodutivo foi avaliado, mediante o incremento obtido no seu retorno sobre o investimento(RSI).

O retorno sobre o investimento (RSI) é um indicador de rentabilidade que expressa aeficiência global da gestão na obtenção de lucro com os investimentos disponíveis (GITMAN,1987 e PAULA PESSOA, 2003).

É obtido pela divisão entre o lucro líquido (LL) e o investimento total (IT). Matematicamente,é expresso pela seguinte fórmula:

RSI = LL / IT (1)

O lucro líquido (LL) foi calculado da seguinte forma:

LL = (Pv x Qv) – (Cvu x Qv) – Cf (2)

onde:

Pv = preço de venda unitário;

Qv = quantidades vendidas;

Cvu = custo variável unitário;

Cf = custo fixo.

O custo fixo é aquele que não varia diretamente com as quantidades vendidas. O custovariável, por sua vez, é aquele que varia diretamente com as quantidades vendidas.

O investimento total (IT) da minifábrica foi obtido da seguinte forma:

IT = IP + IC (3 )

onde:

IP = é o investimento permanente;

IC = é o investimento circulante líquido ou capital de giro líquido.

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Segundo Assef (1997) o investimento total (IT) de qualquer empreendimento é composto peloinvestimento permanente (IP) e pelo investimento circulante líquido (IC).

O investimento permanente (IP), também denominado de investimento fixo, foi representadonesse estudo pelo valor das máquinas, equipamentos, construções, móveis, etc.

O investimento circulante líquido ou capital de giro líquido, conforme Paula Pessoa (2003),depende de três componentes básicos: valor do investimento total em estoque de matéria-prima (valor da matéria-prima mantida em estoque, valor da matéria-prima em processo evalor da matéria-prima contida nos produtos acabados), mais o valor das contas a receber,menos o valor das contas a pagar.

O cálculo do investimento circulante líquido (IC) foi obtido pela fórmula a seguir:

IC = (ITE + CR) – CP ( 4 )

onde:

IC = valor do investimento circulante líquido;

ITE = valor do investimento total em estoque de matéria-prima;

CR = valor de contas a receber;

CP = valor de contas a pagar.

Para o melhor entendimento da metodologia empregada nesse trabalho sobre oredimensionamento de investimento permanente em máquinas e equipamentos, seráapresentado parcialmente um exemplo desenvolvido por Paula Pessoa (2003).

Suponha que uma empresa venda seu produto por R$ 15,00 a unidade e tenha um custovariável por unidade de R$ 5,00. O custo fixo por mês é de R$ 100,00. Para simplificar,considerou-se nulo o investimento circulante líquido.

O produto é fabricado, seqüencialmente, nas etapas A, B e C, conforme a Figura 1.

O investimento permanente em máquinas e equipamentos (IPmq) em cada etapa, e as suasrespectivas capacidades produtivas, estão dimensionados da seguinte forma:

Dimensionamento Atual.

IPmq = R$ 300,00 IPmq = R$ 100,00 IPmq = R$ 200,00

A B C

Figura 1 - Etapas A, B e C do processo produtivo com as respectivas capacidades de produção.

Como o gargalo está localizado na etapa B do processo produtivo, a capacidade produtiva daempresa é de 20 unidades por mês. Caso a empresa planeje produzir uma quantidade acima de20 unidades por mês, obterá somente 20 unidades por mês, devido ser esta a capacidadeprodutiva do gargalo. Assim, a etapa gargalo é que estabelece a capacidade produtiva de umprocesso de produção.

CapacidadeProdutiva = 70

unid./mês

CapacidadeProdutiva = 20

unid./mês

CapacidadeProdutiva =70

unid./mês

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A seguir, será apresentado o impacto sobre a rentabilidade da empresa, decorrente de umamelhor utilização do seu investimento permanente máquinas e equipamentos:

Situação Atual (20 unidades por mês):

Investimento permanente em máquinas e equipamentos (IPmq) = R$ 600,00

Eficiência do IPmq = 600,00 / 20 = R$ 30,00

LL = (15,00 x 20) – (5,00 x 20) – 100,00 = R$ 100,00

RSI = 100,00 / 600,00 = 0,16 .: 0,16 x 100 = 16% ao mês.

Com base nessas informações, avalie a seguinte decisão:

- aumentar em 100% a capacidade produtiva da etapa gargalo, tendo a seguinte conseqüência:elevação de 100% no investimento permanente em máquinas e equipamentos da etapagargalo (Figura 2) e de 60% no custo fixo.

Redimensionamento:

IPmq = R$ 300,00 IPmq = R$ 200,00 IPmq = R$ 200,00

A B C

Figura 2 - Etapas A, B e C do processo produtivo com suas respectivas capacidades produtivas redimensionadas.

Situação com Redimensionamento:

Investimento permanente em máquinas e equipamentos (IPmq) = R$ 700,00

Eficiência do IPmq = 700,00 / 40 = R$ 17,50

LL = (15,00 x 40) – (5,00 x 40) – 160,00 = R$ 240,00

RSI = 240,00 / 700,00 = 0,34 ... 0,34 x 100 = 34% ao mês.

Observa-se que com o redimensionamento do investimento permanente em máquinas eequipamentos da etapa gargalo, houve um incremento de 112% no RSI da empresa.

Nesse trabalho, será adotado esse procedimento metodológico para avaliar o ganho derentabilidade obtido com o redimensionamento do processo produtivo de uma minifábricaprocessadora de castanha de caju.

3. ResultadosO fluxo do processo produtivo da minifábrica, conforme a Tabela 1, é composto de dez etapasde produção. Estas etapas estão dimensionadas com as seguintes capacidades produtivas:recepção, limpeza e calibragem das castanhas (6.000 quilos de ACC por mês), decorticação(7.920 quilos de ACC por mês), desidratação das amêndoas (4.400 quilos de ACC por mês),umidificação (4.400 quilos de ACC por mês), despeliculagem mecânica (4.400 quilos deACC por mês), despeliculagem manual (1.320 quilos de ACC por mês), classificação(11.975 quilos de ACC por mês), fritura (8.800 quilos de ACC por mês) e embalagem (8.800quilos de ACC por mês). Observa-se portanto, que a despeliculagem manual, com capacidade

CapacidadeProdutiva =70

unid./mês

CapacidadeProdutiva = 40

unid./mês

CapacidadeProdutiva = 70

unid./mês

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de processar 1.320 quilos de ACC por mês, é a etapa gargalo do processo produtivo. Destaforma, a capacidade produtiva da minifábrica é de 1.320 quilos de ACC por mês.

Com esta produção, a minifábrica obtém por ano um lucro líquido de R$ 29.681,00, resultadoda receita bruta de R$ 205.920,00 com a venda de 1.320 quilos de ACC, menos o custovariável de R$ 83.160,00 e menos o custo fixo de R$ 93.079,00.

Para essa capacidade produtiva, o investimento permanente e o investimento circulante sãode R$ 85.620,00 e R$ 66.166,00, respectivamente. Portanto, a rentabilidade desta minifábrica,expressa pelo retorno sobre o seu investimento (RSI), é de 19% ao ano, ou seja, cadaunidade de real investida neste empreendimento gera um lucro de R$ 0,19.

Com base no fluxo do processo produtivo discriminado na Tabela 1, fica evidente que paraaumentar a capacidade produtiva da minifábrica para 3.520 quilos de ACC por mês, énecessário elevar apenas a capacidade produtiva da etapa de despeliculagem manual para3.520 quilos de ACC por mês, mediante a aquisição de 2 (duas) mesas de despeliculagemmanual no valor de R$ 450,00 a unidade. Assim, com um aumento de apenas 3% noinvestimento em máquinas e equipamentos (passou de R$ 28.620,00 para 29.520,00), espera-se um incremento de 167% na capacidade produtiva.

Com uma produção de 3.520 quilos de ACC por mês, a minifábrica obtém um lucro líquidoanual de R$ 139.675,00, resultado da receita bruta de R$ 549.120,00 obtida com a vendade 3.520 quilos de ACC, menos o custo variável de R$ 221.760,00 e menos o custo fixo deR$ 187.685,00.

Para esta capacidade produtiva, o investimento permanente e o investimento circulante sãode R$ 86.520,00 e R$ 176.442,00, respectivamente. Dessa forma, o retorno sobre oinvestimento (RSI) da minifábrica com o redimensionamento é de 53% ao ano, ou seja, cadaunidade de real investida neste empreendimento gera um lucro de R$ 0,53. Portanto, com oredimensionamento do processo produtivo houve um incremento 179% na rentabilidade daminifábrica.

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Valor total CapacidadeDiscriminação/Etapas Quantidade

ValorUnitário

(R$) (R$) (%)(quilos deACC/mês)

1.Recepção, limpeza e calibragem - - - - 6.000Classificador 1 1.300,00 1.300,00 4,54 -Balança plataforma 1 600,00 600,00 2,10 -Suporte dos rotores 1 300,00 300,00 1,05 -Sub-total - - 2.200,00 7,69 -

2.Autoclavagem - - - - 3.520Vaso cozedor 1 4.000,00 4.000,00 13,98 -Sub-total - - 4.000,00 13,98 -

3.Decorticação - - - - 7.920Máquinas de corte 6 220,00 1.320,00 4,61 -Bancadas duplas 3 450,00 1.350,00 4,72 -Sub-total - - 2.670,00 9,33 -

4.Desidratação das amêndoas - - - - 4.400Estufas 4 2.000,00 8.000,00 27,95 -Sub-total - - 8.000,00 27,95 -

5.Umidificação - - - - 4.400Umidificador 1 500,00 500,00 1,75 -Sub-total - - 500,00 1,75 -

6.Despeliculagem mecânica - - - - 4.400Despeliculador mecânico 1 250,00 250,00 0,87 -Sub-total - - 250,00 0,87 -

7.Despeliculagem manual - - - - 1.320Mesa classificadora 1 450,00 450,00 1,57 -Sub-total - - 450,00 1,57 -

8.Classificação - - - - 11.975Mesa classificadora 2 550,00 1.100,00 3,84 -Sub-total - - 1.100,00 3,84 -

9.Fritura - - - - 8.800Fritadeiras 2 900,00 1.800,00 6,29 -Centrífugas 2 2.000,00 4.000,00 13,98 -Sub-total - - 5.800,00 20,26 -

10.Embalagem - - - - 8.800Balança eletrônica 1 1.200,00 1.200,00 4,19 -Seladora comum 1 250,00 250,00 0,87 -Seladora especial 1 2.200,00 2.200,00 7,69 -Sub-total - - 3.650,00 12,44 -

Total - - 28.620,00 100,00Fonte: Dados da pesquisa

Tabela 1 - Investimento em máquinas e equipamentos (produção de 1.320 quilos de ACC por mês).

4. ConclusõesNão obstante a minifábrica processadora de castanha, objeto desse estudo, ser considerada umempreendimento bem sucedido, foi constatado que o redimensionamento do seu processoprodutivo poderá incrementar de forma significativa (179%) a sua rentabilidade. Com basenessa constatação e na forma como as minifábricas foram implantadas no Nordeste do Brasil,pode-se afirmar que há fortes indícios que ocorreu uma má alocação de investimentopermanente em máquinas e equipamentos na maioria destes empreendimentos. Desta forma,são amplas as possibilidades de ganhos de rentabilidade destas minifábricas com oredimensionamento dos seus processos produtivos.

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5. ReferênciasASSEF, R. (1997) - Guia Prático de Formação de Preços. Ed. Campus. Rio de Janeiro.

GITMAN, L. J. (1987) - Princípios da Administração Financeira. Habra. São Paulo.

MACHADO, J. R. (1999) - O Gerenciamento do Capital de Giro como Fator de Maximização da Rentabilidadeem Empresas Industriais. Faculdades Integradas de Guarulhos – FIG. São Paulo.

PAULA PESSOA, P. F. A. de; ROSA, M. de F. & SÁ, F. T. de. (2002) - Avaliação dos Impactos Econômicos,Sociais e Ambientais dos Módulos Múltiplos de Processamento de Castanha de Caju. Embrapa AgroindústriaTropical. Fortaleza.

PAULA PESSOA, P. F. A. de. (2003) - Gestão Agroindustrial. Embrapa Agroindústria Tropical. Fortaleza.