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ANEL Eletromáquinas Anel. 1-) Quem foi Nick Fritz? Quando chegou ao Brasil? Qual sua formação, experiência anterior? Qual sua(s) atividade(s) inicial(ais) no Brasil? Que atividade antecedeu a criação da ANEL? Havia sócios? Nick Fritz nasceu em 20 de janeiro de 1899 no Reino da Hungria (então no Império Habsburgo (Império Austro-Hungaro) hoje parte da Áustria. Na região onde Sr Nick cresceu a língua tradicional era o alemão e apenas uma minoria sabia falar húngaro ou Latim. A nacionalidade do Sr Nick causava polemica e discussão entre os funcionários da Eletro Máquinas Anel, alguns acreditavam que ele era Húngaro, muitos outros Alemão e poucos que ele era Romeno (apesar de seu passaporte ser Romeno). O Sr Nick era de família Alemã e seu língua natal era o Alemão, apesar das noções de Húngaro, Latim e Romeno, porém ele quando inquirido sobre sua nacionalidade ele considerava-se Alemão, apesar de sua aldeia hoje pertencer a Austria. Ele era formado em Eletricidade em curso equivalente ao de Engenheiro Eletricista e trabalhava na Siemens AG. A Dona Vitoria, a sua esposa, que se tornará peça fundamental do crescimento da Anel, era de uma região húngara que hoje é Romênia (Transilvânia), Ela era de família com origem Húngara o que explicará em parte a vinda deles para o Brasil. A Dona Vitória como muitos nativos daquela região, falava húngaro, alemão e um pouco de Latim, inclusive o nome dela era grafado Vitoria, ou seja, nome latino. Os primeiros grupos de imigrantes húngaros começaram a chegar no Brasil a partir de 1890. Vieram para buscar novas oportunidades, já que a conjuntura econômica na Monarquia Austro-Húngara não era muito favorável. Vieram também animados pelos incentivos oferecidos pelo governo brasileiro: terras e animais para recomeçar a vida na nova terra. Muitos aportaram no sul do país e estabeleceram-se no Rio Grande do Sul, Santa Catarina (Jaraguá do Sul) e Paraná. Alguns desembarcaram no porto de Santos. A maioria desses imigrantes que chegaram, pelo Porto de Santos foram para o interior do estado de São Paulo, porém uma pequena parte veio para São Paulo e fixaram nas regiões da Lapa (chamados até hoje de Hungareses) e da Vila Prudente. Dona Vitoria e Seu Nick desembarcaram no segundo grupo de imigrantes húngaros chegou ao Brasil entre 1920 e 1929, depois da primeira Guerra Mundial, proveniente dos territórios desmembrados da Hungria pelo Tratado de Paz de Trianon, estabelecido em 1920 na França. Uma vez que a Áustria

Histórico da eletromáquinas anel

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Historido de um dos tecnologicos fabricante de maquinas eletricas especiais sob encomenda que houve no Brasil

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ANEL

Eletromáquinas Anel. 1-) Quem foi Nick Fritz? Quando chegou ao Brasil? Qual sua formação, experiência anterior? Qual sua(s) atividade(s) inicial(ais) no Brasil? Que atividade antecedeu a criação da ANEL? Havia sócios?

Nick Fritz nasceu em 20 de janeiro de 1899 no Reino da Hungria (então no Império Habsburgo (Império Austro-Hungaro) hoje parte da Áustria.

Na região onde Sr Nick cresceu a língua tradicional era o alemão e apenas uma minoria sabia falar húngaro ou Latim.

A nacionalidade do Sr Nick causava polemica e discussão entre os funcionários da Eletro Máquinas Anel, alguns acreditavam que ele era Húngaro, muitos outros Alemão e poucos que ele era Romeno (apesar de seu passaporte ser Romeno).

O Sr Nick era de família Alemã e seu língua natal era o Alemão, apesar das noções de Húngaro, Latim e Romeno, porém ele quando inquirido sobre sua nacionalidade ele considerava-se Alemão, apesar de sua aldeia hoje pertencer a Austria. Ele era formado em Eletricidade em curso equivalente ao de Engenheiro Eletricista e trabalhava na Siemens AG.

A Dona Vitoria, a sua esposa, que se tornará peça fundamental do crescimento da Anel, era de uma região húngara que hoje é Romênia (Transilvânia), Ela era de família com origem Húngara o que explicará em parte a vinda deles para o Brasil. A Dona Vitória como muitos nativos daquela região, falava húngaro, alemão e um pouco de Latim, inclusive o nome dela era grafado Vitoria, ou seja, nome latino.

Os primeiros grupos de imigrantes húngaros começaram a chegar no Brasil a partir de 1890. Vieram para buscar novas oportunidades, já que a conjuntura econômica na Monarquia Austro-Húngara não era muito favorável. Vieram também animados pelos incentivos oferecidos pelo governo brasileiro: terras e animais para recomeçar a vida na nova terra. Muitos aportaram no sul do país e estabeleceram-se no Rio Grande do Sul, Santa Catarina (Jaraguá do Sul) e Paraná. Alguns desembarcaram no porto de Santos.

A maioria desses imigrantes que chegaram, pelo Porto de Santos foram para o interior do estado de São Paulo, porém uma pequena parte veio para São Paulo e fixaram nas regiões da Lapa (chamados até hoje de Hungareses) e da Vila Prudente.

Dona Vitoria e Seu Nick desembarcaram no segundo grupo de imigrantes húngaros chegou ao Brasil entre 1920 e 1929, depois da primeira Guerra Mundial, proveniente dos territórios desmembrados da Hungria pelo Tratado de Paz de Trianon, estabelecido em 1920 na França. Uma vez que a Áustria

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estava economicamente destruída pela Guerra e não havia oportunidades claras na região e a nascente ameaça Nazista, eles vieram para o Brasil motivados por parentes da Dona Vitoria, vindos anteriormente que haviam sido acolhidos de forma muito amistosa pelo povo da Vila Prudente e região, além das informações da necessidade de técnicos e engenheiros eletricistas para atender a mudança do uso de energia a vapor por energia elétrica na Industria de São Paulo, que naquele momento passava por um crescimento econômico sem precedentes..

Os imigrantes que deixavam os territórios desmembrados pelo tratado de Trianon, viajavam com passaportes de seus novos governos, ou seja: romenos, iugoslavos, tchecoslovacos e austríacos. No caso do seu Nick e Dona Vitoria, pela nacionalidade dela, vieram com o passaporte Romeno.

Figura 1) Sr Nick Fritz, Dona Vitória, no batismo de Marcelo Gandra Falcone em 19 de maio de 1963. (arquivo pessoal Marcelo Gandra Falcone)

2-) Como começou a ANEL? Que máquinas reparava/produzia? De onde vinha a tecnologia? Quem era a "cabeça técnica" no início? Quando o Prot. Áureo Falcone se associou a ANEL? Alguém da ANEL participou do curso do Prof. Khulmann em 1950 no Instituto de Eletrotécnica? Já no Brasil, seu Nick e Dona Vitoria começaram a prestar serviços em casa de enrolamentos de motores. Seu Nick ia de fabrica em fabrica oferecendo serviços e Dona Vitoria ia buscar junto aos clientes os motores para enrolar. De noite eles enrolavam os motores e no dia seguinte a rotina se repetia. Com o tempo nasceu as 3 filhas e a oficina de motores elétricos com duas pessoas não produzia o suficiente para suprir as necessidades da família. Aproveitando um nicho de mercado nascente, resolveram fabricar ferros de passar roupa além dos reparos de motores. Em 1932 abriram a empresa Elna

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(homenagem a filha Elena), para reparar motores elétricos e fabricar ferros de passar roupa. Logo a empresa se popularizou e a Marca Elna entrou em conflito com as uma empresa suíça que produzia maquinas de costura cuja marca também era Elna. Em decorrência do processo de utilização da marca imposto pela empresa suíça, a Elna da Família Fritz teve que mudar de nome. Em 1937 surgiu a marca Anel e a razão social Eletromáquinas Anel, nome idealizado a partir de um anagrama com a palavra ELNA. A fábrica (casa da família Nick Fritz) ficava na Rua Marius, 645, Bairro de Santa Clara, Distrito de Vila Prudente. Posteriormente a parte comercial e administrativa foi transferida para um escritório na Avenida Senador Queiroz, 605, 18º Andar. A Avenida Senador Queiroz no centro de São Paulo era o endereço obrigatório de todas as boas empresas fornecedoras de máquinas e equipamentos naquela época.

Figura 2) “Chapinha” retirada de motor Schrage sucateado que havia pertencido a industria de papel Ramenzoni. (arquivo pessoal Marcelo Gandra Falcone)

Com o inicio da segunda guerra mundial, advém a dificuldade de importações e o inicio do racionamento dos combustíveis fósseis. A dificuldade novamente gerou oportunidade. Aproveitando sucatas de motores elétricos e principalmente fazendo o uso das chapas dos núcleos magnéticos, em 1939 a Eletromáquinas Anel passa a produzir de maneira artesanal motores elétricos de indução para reposição e reserva de máquinas Européias. Devido o sucesso compraram as primeiras prensas picotadeiras, tesouras de chapas e prensas no Rio de Janeiro, centro tecnológico de produção de máquinas e equipamentos desde os fins do século XIX, para produzirem os seus próprios núcleo magnéticos de chapas. Após a segunda guerra mundial, por volta de 1945 a é que a Anel passa a ter uma visão de pesquisa e Desenvolvimento de tecnologia iniciando trabalhos significativos dirigidos a criação de tecnologia Nacional focando sua produção

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em maquinas especiais sob encomenda. A motivação vem do grande salto tecnológico que Europa viveu durante a segunda guerra na produção de tecnologia para máquinas e equipamentos destinados a industria Bélica, aeronáutica, de produtos siderúrgicos, metalúrgicos e de papel. Uma das novidades de grande uso na Europa eram os motores schrage e os reguladores de tensão por indução, que representavam uma grande evolução, pois eram de velocidade variável e corrente alternada, alternativa mais barata para acionamentos de velocidade variável e os reguladores por indução dispensavam escovas.

Figura 3) Propagando na revista Engenheiro Moderno de (arquivo pessoal Marcelo Gandra Falcone)

A Anel começa a focar no mercado de substituições de importados, principalmente de maquinas provenientes da Europa. Nesta época a Anel contrata o Eng Nikolaus Onjanow. Proveniente da fabrica de maquinas especiais da Westinghouse, Texas, USA, que passa a criar e

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projetar os motores Schrage, no lugar do Seu Nick Fritz que até então era o Engenheiro responsável da Anel, porém devido o crescimento da empresa não dispunha mais de tempo para dominar e criar a nova série com esta nova tecnologia. Simultaneamente com a implantação da industria Siderúrgica e automobilística o mercado dos fabricantes praticamente fraciona-se em dois, ou seja, de equipamentos elétricos domésticos linha branca e industriais. Os equipamentos industriais subdividiram-se em outros fragmentos, tais como ferramentas, maquinas e equipamentos, transformadores, materiais para GTD (Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica, motores e geradores elétricos seriados, e máquinas elétricas especiais entre outros. A Eletro máquinas Anel focou no mercado de máquinas elétricas especiais sob encomenda, dentre os principais concorrentes da época podemos citar Bardella Borriello Eletromecânica, Villares, Codima Stoltz, Carmos,GE, Arno Asea, Mecânica Suíça, Brown Boveri Na sequência em 1958 a Eletro Máquinas Anel S/A contratou o professor Dr. Aurio Gilberto Falcone como Engenheiro Projetista de Máquinas Especiais e Encarregado da Sala de Provas (1958 – 1961) que participou em muitos casos, e promoveu o desenvolvimento de grande número de máquinas elétricas das categorias “Especial” e “Para Fins Específicos” para substituição de importadas.

Figura 4) Sr Nick Fritz e Dr Aurio Gilberto Falcone, em confraternização em 1969. (arquivo pessoal Marcelo Gandra Falcone)

Nacionalização – “Desenvolvimento de projeto e fabricação de Máquinas Elétricas Especiais e Transferência de tecnologia”. Nesta primeira fase com o apoio do Setorial de Máquinas Elétricas da ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) foram desenvolvidos, entre outras, as séries nacionais de Motores de Velocidades Variável tipo Schrage (como dito anteriormente), de Variadores de Tensão Tipo Indução

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(Regulador de Tensão) de pequeno e grande porte, de Conversores de Freqüência de Indução e de Alternadores de Alta Freqüência Industrial. O Dr Aurio já como Engenheiro Chefe do Departamento Técnico da Eletro Máquinas Anel S/A (1962 – 1978), estrutura um Departamento Técnico composto de sete engenheiros (cinco eletrotécnicos, um eletrônico e um mecânico), quatro desenhistas projetistas e três técnicos, cujas funções eram projetar, construir e ensaiar máquinas elétricas especiais de C.A. e C.C Nesta época a Anel passa a incentivar além da nacionalização, o desenvolvimento de projetos e fabricação de Máquinas Elétricas Especiais com tecnologia nacional e também transferência de tecnologia e a criação e desenvolvimento, no paÍs, de equipamentos didáticos elétricos e eletromecânicos. Dos diversos desenvolvimentos marcantes vamos citar 4 deles: Motores para Centrifugadoras de Açúcar, modelo Siemens 1SH4 (1972). Surgiu de uma parceira com a Siemens AG (Alemanha), Siemens S/A (Brasil). O projeto foi desenvolvido na Siemens S/A e na Eletro Máquinas Anel S/A. O Dr Aurio, chefiou o grupo técnico da Eletro Máquinas Anel composto pelo Eng. Eletrotécnico Fausto de Freitas Del Monte, Eng. Mecânico Celso Gioria e o projetista mecânico Antônio Gyorfy Filho, que juntamente com o Eng. Helmut Niehoff da Siemens AG de Erlangen, Alemanha, adaptaram o projeto e ferramental para produção no Brasil (Eletro Máquinas Anel S/A.), dos motores Siemens AG, específicos para centrifugadoras de açúcar. Trata-se de motores assíncronos de 5 velocidades, com regime de trabalho extremamente severo, acelerando e freando por frenagem dinâmica, um cesto centrifugador com momento de inércia da ordem de 500 kgm2, a cada 4 min. O motor tem características de projeto e construtivas inteiramente fora dos padrões normais, massa de 1.600 kg, e um custo atual da ordem de US$ 80.000,00 O projeto foi considerado de interesse nacional, tendo sido inicialmente fabricado por Eletro Máquinas Anel S/A. em convênio com a Siemens, em número que ultrapassou 300 unidades e se encontra instalado em quase todas as usinas de açúcar brasileiras.

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Figura Vista explodida de Motor 1SH4, retirada de antigo catalogo Siemens Ag / Fives Lille de 1972

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Motores C.C. para o Metrô – Rio de Janeiro (1º fase: 1977 – 1978), (2º fase: 1982 – 1983) (Doc.5.1.4.2) Patrocinador: Safety Electrical Corporation New Haven, Connecticut, USA e Eletro Máquinas Anel S/A. Local: Safety/MAFERSA/CEBEC/Eletro Máquinas Anel S/A. Objetivos e Descrição: adaptou projetos e construção dos motores auxiliares de corrente contínua blindados, com ventilação externa, de 23 CV, 1750 rpm, tensão nominal de 500/750/900 V, com isolamento e comutador para classe de 1000 VCC. Os motores, anteriormente importados, destinavam-se a equipar os carros construídos pela MAFERSA (Material Ferroviário S/A.) para a Cia. do Metrô do Rio de Janeiro, montados, 2 unidades por carro, no sistema de compressores de refrigeração do sistema de ar condicionado produzido pela CEBEC S/A. Os principais problemas a serem vencidos foram o tipo de regime, a tensão variável de trabalho e as condições ambientais do Metrô do Rio de Janeiro. O programa compreendeu um mês de estágio na Safety em New Haven, Connecticut, 8 meses de desenvolvimento na Anel, com colaboração da CEBEC e da MAFERSA e posteriormente na Equacional. Resultado: Após a construção de 2 protótipos, aprovados pela Safety, foram construídos 300 unidades iniciais na Anel S/A. em 1979 e 1980. Nas seguintes 100 unidades (2ºfase) foram introduzidas modificações e melhora na Equacional Elétrica e Mecânica Ltda. (1982 – 1983).

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Estágio na Safety Electrical Corporation em New Haven, USA, empresas fabricante de equipamentos e máquinas elétricas auxiliares metroviárias e ferroviárias, para fins de introduzir no Brasil a fabricação dos motores de corrente contínua, classe de 1000 V para o metrô do Rio de Janeiro (Jul. a Ago. 1978) (Doc.5.1.4.2) Emprego do Alumínio nos Enrolamentos de Máquinas Elétricas Rotativas (1967 – 1968) (Doc.6.2) Patrocinador: Escola Politécnica da universidade de São Paulo e Eletro Máquinas Anel S/A. Local: Eletro Máquinas Anel S/A. Objetivo e Descrição: Estudou e reformulou as relações de dimensionamento das máquinas assíncronas com a finalidade de ser poder abrigar nas carcaças normalizadas IEC e ABNT, as mesmas potências dos modelos existentes com enrolamento em cobre. Os objetivos foram atingidos com a vantagem de resultar motores com custo de ordem de 2 a 6% inferior aos convencionais. Foi projetado a série IEC/ABNT do tipo 180 a 315 (potências de 2,2 a 150 kW), 4 pólos, 60 Hz, assíncronos, blindados com ventilação externa e foi construído pela empresa Eletro Máquinas Anel S/A., como protótipo, o modelo 315 de 150 kW, 4 pólos, 60 Hz. Resultado: Tese de doutoramento “O Emprego do Alumínio nos Enrolamentos das Máquinas Elétricas Assíncronas” apresentada a EPUSP em novembro de 1969 (Doc.6.2), sendo o principal objetivo a substituição do cobre, importando, pelo alumínio, nacional. Estágio na Siemens A.G. em Nurnberg, Alemanha, no setor de Máquinas Elétricas Rotativas Especiais para fins de transferir a fabricação para o Brasil dos motores de Corrente Contínua para Centrifugas Pesadas de Açúcar no período de 15 a 22 de Julho de 1980 1SH5.

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Equipamentos de Ensino – “ Criação e Desenvolvimento, no país, de Equipamentos Elétricos e Eletromecânicos“. Até o ano de 1960 desconhecia-se equipamentos didáticos de concepção e fabricação nacionais na área eletromecânica. Os equipamentos existentes eram importados ou constituíam adaptações de máquinas industriais. Graças ao incentivo e apoio do professor Dr. Paulo Ribeiro de Arruda, da EPUSP e do diretor presidente da Eletro Máquinas Anel S/A., Sr. Nick Fritz, foi construídos e projetado para a EPUSP o primeiro equipamento nacional para laboratório de Máquinas Elétricas, concebido especificamente para ensaio universal de qualquer um dos três tipos básicos de máquinas elétricas: síncronas, assíncronas e de corrente contínua. A seguir, a equipe de engenheiros e técnicos projetou e construiu dezessete modelos de equipamentos eletromecânicos série nesta fase além dos engenheiros e técnicos citados, a equipe contava também o Engenheiro mecânico Fúlvio Tomaselli.

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Nesta fase da ampliação da série de equipamentos didáticos a Anel contou com a colaboração de então titular da área de Máquinas e Elétricas da EPUSP, o professor Dr. Rubens Guedes Jordão, incentivador da nacionalização dos equipamentos de laboratório e sua adequação às exigências e ao poder aquisitivo de nossas escolas. Nos anos que se sucederam, esses equipamentos foram, progressivamente, sendo adotados por outras instituições de ensino e hoje fazem parte dos laboratórios quase de todas as escolas de engenharia elétrica do Brasil (públicas e particulares) e de grande número de escolas técnicas de grau médio. O processo de criação e desenvolvimento consolidou-se em 1974, quando devido ao Plano Nacional de Desenvolvimento a Anel perdeu o interesse nos equipamentos didáticos, com a fundação por funcionários pela equipe técnica da Anel, da primeira unidade industrial brasileira, a Equacional Elétrica e Mecânica, que desenvolve equipamentos não somente de ensino, mas também de treinamento e testes industriais, expandido-se também para as áreas de eletromecânica, hidráulica, mecânica e termodinâmica. Conjunto Universal para Laboratório de Máquinas Elétricas (1959 – 1960) (Doc.5.1.1) Patrocinador: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e Eletro Máquinas Anel S/A. Local: EPUSP e ANEL S/A. Objetivo e Descrição: Estudou a viabilidade de construção, projetou e construiu o protótipo do conjunto que é composto por três máquinas rotativas, com mesmas medidas externas, intercambiáveis e acopláveis duas a duas, possibilitando praticamente todos os ensaios em máquinas de C.C. e C.A. síncronas e assíncronas. As carcaças são basculantes, permitindo a medida do conjugado por reação nas mesmas. O principal objetivo era conseguir, em máquinas de pequeno porte, as características normais de máquinas de potência média para que o aluno retivesse, no seu aprendizado, a ordem de grandeza dos equipamentos mais comuns para sua futura vida profissional. Resultado: Por sugestão do Prof. Dr. Paulo Ribeiro de Arruda, então professor catedrático de Eletrotécnica Geral da E.P.U.S.P., com a finalidade de nacionalizar e normalizar equipamentos de laboratório, até então quase todo importado e de dimensões consideradas exageradamente grandes, foram desenvolvidos para aquela disciplina da E.P.U.S.P. e da F.E.I., dezenove conjuntos. Posteriormente a Eletro Máquinas ANEL S/A., continuou fornecendo equipamento semelhante às Escolas de Engenharia brasileiras totalizando somente naquela empresa quase uma centena de conjuntos. Alguns estagiários que passaram à empresa “Eletro Máquinas Anel S/A.”

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- René Pompeo de Pina(1960); - Joaquim Simplício Netto (1961); - Valentino Rodrigues Bento(1962); - Renato Marinho Quadrante (1965); - Marcos José Lopes (1965); - Hélio Adauto de Paula (1969); - Arno Kladt (1971); - Cícero Couto de Moraes (1974 e 1975); - Gil Afonso André (1974 e 1975); - Hugo Oscar Brodskin (1974); - Jorge Ladislau Novotny (1976 e 1977); - Ivan Eduardo Chabu (1977 e 1978); - Adauto Lucio Monteiro (1979 e 1980)