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João Pedro Lamana Paiva Registrador e Tabelião de Protesto www.lamanapaiva.com.br JPLP

O registro de imóveis e o princípio da concentração

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Page 1: O registro de imóveis e o princípio da concentração

João Pedro Lamana PaivaRegistrador e Tabelião de Protesto

www.lamanapaiva.com.br

JPLP

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Introdução

• O Sistema Registral brasileiro é de natureza MISTA, podendo ser:

• CONSTITUTIVO: cria um direito e gera a ficção de conhecimento parao Brasil e o Mundo.

É Constitutivo em relação aos atos de oneração e às transmissões intervivos

• DECLARATIVO: limita-se a declarar a existência de um direitopreexistente.

É Declaratório também nas aquisições originárias e causa mortis, bemcomo nos títulos de divisão, judiciais ou extrajudiciais

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O registro de imóveise o

princípio da concentração

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Introdução

• Os sistemas de registros servem para criar,modificar, declarar e extinguir direitos no planoda normalidade da vida em sociedade. Assimcomo o juiz atua visando restabelecer a ordemquando rompida, criando, modificando,extinguindo e declarando direitos, o registradore os demais agentes/órgãos de registros atuamna vida normal da sociedade com os mesmospropósitos.

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Segurança jurídica do sistema

►O Sistema Registral Brasileiro admitiu apresunção RELATIVA (juris tantum) deverdade ao ato registral, o qual, até provaem contrário, atribui eficácia jurídica evalidade perante terceiros (art. 252 da Lei6.015/73 e art. 1.245 e seguintes doCódigo Civil).

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O registro de imóveis

• Medel, ao conceituar o registro de propriedade, prescreve que:

– O Registro da propriedade é aquele serviço de caráter essencial ejurídico, que tem por finalidade a publicidade de terminadas situaçõesjurídicas, por meio da inscrição, obrigatória ou constitutiva, dosdireitos reais, como regra geral, sobre imóveis, em atenção àsegurança jurídica do tráfego imobiliário, da qual é destinatária aprópria sociedade, uma vez que satisfaz o interesse particular dosindivíduos, estando a cargo de alguns funcionários públicos, técnicosem Direito, com faculdades de índole jurisprudencial para fins, pormeio da qualificação, da justiça registral.[1]

•1] MONTES, Angel Cristóbal. Direito Imobiliário Registral. Tradução deFrancisco Tost. Porto Alegre: IRIB : Sergio Antônio Fabris, 2005, p. 167

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O registro de imóveis

• Para falar em segurança jurídica no tráfego imobiliário é necessáriotambém mencionar o instrumento utilizado para desempenhar talencargo: a publicidade.

• Dar publicidade no sentido técnico jurídico significa tornar cognoscível atodos determinada situação jurídica para tutelas dos direitos; é o revésda clandestinidade.

• A publicação é essencial instrumento para prevenir fraudes e a boa-féde terceiros, evitando as transmissões fraudulentas e assegurando aoproprietário do imóvel, as vantagens econômicas derivadas da certezado domínio.

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O registro de imóveis

• Não se pode perder de vista que, tornando pública a situação jurídicados imóveis, os órgãos registrais fornecem àquelas situações dominiaisaparentes segurança de que os dados que constam nestes órgãoscoincidem com a realidade.

• O Sistema Brasileiro atribui à publicidade registral efeito erga omnes,justamente pelo fato da presunção de que todos têm conhecimento darelação jurídica uma vez que esta relação jurídica ingressa no RegistroImobiliário.[1] .

•[1] RICHTER, Luiz Egon. Princípio de Inscrição: considerações gerais. In:Revista de Direito Imobiliário, n. 318, ano 27, Set./ Out. de 2004, .p. 4.

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O registro de imóveis

• O terceiro adquirente procura na instituiçãoregistral a eliminação dos riscos, no que dizrespeito à verdadeira situação jurídica daspropriedades territoriais.

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O sistema da Lei nº 6.015/73

• A Lei 6.015, desde sua vigência a partirde 1976, instituiu o sistema dematrícula (fólio real) para os imóveisem todo o país, abandonando osistema de inscrições e transcriçõesvigente até então.

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A matrícula imobiliária

• A matriculação dos imóveis fez comque o sistema registral imobiliáriobrasileiro fosse modernizado já queorigina um histórico completo relativoaos imóveis, formando um verdadeiro“curriculum vitae” de cada unidadeimobiliária.

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A matrícula imobiliáriaFALANDO NA MATRÍCULA, NO RIO GRANDE DO SUL HÁ A POSSIBILIDADE DE SE FAZER CONSTAR O DESENHO

GRÁFICO DO IMÓVEL NO FÓLIO REAL

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Princípio da Concentração

UM NOVO PRINCÍPIO FORMADOR DO DIREITO REGISTRAL IMOBILIÁRIO BRASILEIRO

SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO

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A concentração e os demais princípios

– PUBLICIDADE (FICÇÃO DE CONHECIMENTO);

– INSCRIÇÃO;

– PRIORIDADE;

– CONCENTRAÇÃO

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Princípio da publicidade

• Uma vez realizado o ato registral, ele se tornapúblico, a fim de permitir a oponibilidade do direitoinscrito perante toda a sociedade. O que não tempublicidade, não gera oponibilidade, pois, se o atonão é conhecido, não tem como ser respeitado.

• O meio de publicizar os atos registrais é a certidão, aqual pode ser de inteiro teor, em resumo ou emrelatório.

• DISPOSITIVOS LEGAIS:

• Art. 16 e seguintes da LRP.

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Princípio da inscrição

• Também chamado de princípio da obrigatoriedade,impõe o lançamento dos atos sujeitos a registroe/ou averbação no livro próprio, como corolário daeficácia jurídica, tendo por finalidade dar aos atossegurança e oponibilidade perante terceiros. É aaplicação da máxima popular: “Quem não registranão é dono”.

• DISPOSITIVOS LEGAIS:Art. 1.245 e parágrafos do Código Civil.Art. 167, I e II; arts. 168 e 169 da Lei nº 6.015/73.

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Princípio da prioridade

• Confere ao primeiro que apresentar o título pararegistro/averbação, a preferência na realização do ato e,assim, a prioridade do direito real oponível erga omnes. Valeaqui a máxima: “O Direito não socorre aos que dormem”.

• O lançamento do título no Livro Protocolo, com a aquisiçãodo número de ordem, determina a precedência do direitoreal.

• DISPOSITIVOS LEGAIS:Art. 174 e art. 182 ao 186 da Lei nº 6.015/73;

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Princípio da concentração

• Esse princípio significa que se deve trazer paraa matrícula tudo o quanto se referir ao imóvel,para que haja uma publicidade ampla e deconhecimento de todos, preservando egarantindo, com isso, os interesses doadquirente e de terceiros de boa-fé.

• DISPOSITIVOS LEGAIS:

Artigos 167, II, item 5, combinado com o art. 246 da LRP.

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O registro de imóveis e o princípio da concentração

• A doutrina afirma comumente que a funçãoprimordial do sistema registral é a de darsegurança jurídica ao tráfego imobiliário.

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Origem doutrinária do princípio

• O denominado “princípio da concentração”surgiu na doutrina registral imobiliária comoconstrução resultante dos estudos realizados porDécio Antônio Erpen (Desembargadoraposentado do TJRS) e João Pedro Lamana Paiva(Registrador Imobiliário no RS), com a adesão doRegistrador de Imóveis gaúcho Mario PazuttiMezzari.

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Origem doutrinária do princípio

• No Brasil, já no ano de 2000, por ocasião doXXVII Encontro de Oficiais de Registro deImóveis do Brasil, em Vitória (ES), foiapresentado o trabalho “A autonomia registral eo princípio da concentração”, publicadoposteriormente no livro Registro de imóveis;estudos de direito registral imobiliário, ediçãode Sérgio Fabris Editor, em 2002, sob acoordenação de Sérgio Jacomino (do Institutodo Registro Imobiliário do Brasil - IRIB).

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O princípio no exterior

• No exterior, foi apresentadopioneiramente, por seus idealizadores, porocasião da 2ª Jornada Ibero-americana deDireito Registral, ocorrida em Havana(Cuba), no ano de 2001, quando recebeuatenção especial entre as conclusõesdaquele conclave.

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Origem doutrinária do princípio

• Esse tema mereceu destaque na Relatoriafinal, onde se fez consignar a seguintepassagem:

• “Estudiar la propuesta del Delegado Brasileñocon relación al principio de la Concentraciónde los Actos Administrativos y Judiciales demanera estén contenidos en el Folio Real a finde poseer una verdadera historia de la finca.”

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Desenvolvimento do princípio

Em 2004, sob a forma de um artigo intitulado “Princípiodo registro imobiliário formal”, foi desenvolvido no livro“Introdução ao Direito Notarial e Registral”, tambémpublicado pela editora Sérgio Fabris de Porto Alegre.

Posteriormente a isso, sua divulgação tem sido amplaem artigos de doutrina, conferências, palestras e aulasem cursos de Direito Notarial e Registral, fazendo comque, pela consistência de suas idéias inspiradoras,passasse a ser disseminado no meio jurídico em todo opaís.

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Referências na doutrina

• Na atualidade, o princípio da concentração já é referidoamplamente na doutrina brasileira de Direito Registral eImobiliário podendo ser citados, dentre outros autores:

• MEZZARI, Mario Pazutti. União estável; questões instrumentais eregistrárias, p.3, disponível emhttp://www.colegioregistralrs.org.br/doutrinas/.

• PASSARELI, Luciano Lopes. O princípio da boa-fé registral:necessidade de sua adoção para as incorporações eloteamentos. Monografia que recebeu distinção no II PrêmioAbecip de Monografia em Crédito Imobiliário e Poupança,(http://www.arpenbrasil.org.br/).

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Referências na doutrina

• PASSOS, Tatiana. Registro de imóveis para profissionais do direito. 2.ª ed.Editora Russel, 2008. p.404.

• MELO, Marcelo Augusto Santana. – com outros autores. Registro deImóveis e Meio Ambiente. (Série direito registral e notarial/coordenaçãoSérgio Jacomino) Saraiva, 2010. p.38.

• STIFELMAN, Anelise Grehs. O registro de imóveis e a tutela domeio ambiente. Disponível emhttp://www.colegioregistralrs.org.br/doutrinas/AneliseGrehsStifelmano_RITutelaMeioAmbiente.pdf

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O princípio na jurisprudência

Já começam a surgir julgados, especialmenteno TJRS, reconhecendo a aplicação doprincípio da concentração registral:

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AVERBAÇÃODE DEMANDA JUDICIAL PENDENTE. É medida quevisa dar publicidade, respaldada no principio daconcentração que empresta eficácia aos registroscontidos na matricula do imóvel. AGRAVO NEGADO.(Agravo de Instrumento Nº 70006893515, DécimaSétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Alzir Felippe Schmitz, Julgado em11/11/2003).

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O princípio na jurisprudência

► EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ANULAÇÃO DETESTAMENTO. AVERBAÇÃO DA LIDE NO REGISTRO IMOBILIÁRIO DEDEMANDA JUDICIAL PENDENTE. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA (ART. 273 CPC).AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS. INDEFERIMENTO. Admite-se a averbação dalide no registro imobiliário, visando dar publicidade, respaldada no principioda concentração que empresta eficácia aos registros contidos na matrículado imóvel. A presença da verossimilhança da alegação, atestada por provainequívoca, e o receio de dano irreparável ou de difícil reparação (art. 273, I,do CPC) são pressupostos que devem estar presentes para a concessão detutela antecipada. AGRAVO DE INSTRUMENTO PARCIALMENTE PROVIDO.(Agravo de Instrumento Nº 70030685432, Sétima Câmara Cível, Tribunal deJustiça do RS, Relator: André Luiz Planella Villarinho, Julgado em 30/09/2009).

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Visão do TRF da 4ª Região

• Em um documento intitulado “Meio Ambiente, reservalegal e o princípio da publicidade”, elaborado comotexto-base para o Seminário sobreGeorreferenciamento e o Registro de Imóveis,promovido pelo IRIB, em 2004, o TRF/4, mesmoreconhecendo que sua jurisprudência não admite, emmuitas situações, a plenitude do princípio daconcentração, faz referência à essência desse institutode Direito Registral e reconhece sua importância,propugnando pelo alargamento da visão sobre asnovas funções dos registradores na atualidade.

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Inserção do princípio na CNNR-RS

• Conforme reconhece Mário Mezzari (op. cit. p.3), o princípio da concentração também foiinserido na Consolidação Normativa Notarial eRegistral da Corregedoria-Geral de Justiça do RS,ainda que não citado expressamente no rol deprincípios de seu art. 315, por ter, em seucontexto, “admitido como averbáveis váriassituações jurídicas que a doutrina clássicanegava acesso ao registro imobiliário”.

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Princípio da Concentração

NOÇÃO, FUNDAMENTO E ALCANCE

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Noção

• O princípio da publicidade apregoa que oconhecimento amplo dado ao ato registral, tão logo eleseja editado, faz com que se torne oponível aosinteresses das demais pessoas, materializando-seatravés da respectiva certidão.

• O princípio da concentração é um corolárioimportante do princípio da publicidade porque vaidefinir qual o conteúdo de atos registrais passíveis defigurarem na matrícula do imóvel de modo quepossam ser publicizados e opostos a terceiros a partirda respectiva certidão.

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Noção

PUBLICIDADE X CLANDESTINIDADE

O direito só protege aquilo a que é dado conhecer.

O conhecimento público se dá através dos órgãos de registros públicos,que incluem outros além do Registro de Imóveis, porque quando asociedade compreender a importância dos registros passará a dar maisimportância ao R.I.

SÚMULA 375 do STJ: “O reconhecimento da fraude à execução depende doregistro da penhora do bem alienado ou da prova de má fé do terceiroadquirente”.

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Fundamento

• O princípio da concentração fundamenta-se em que a matrícula (fólio real ou álbumimobiliário) deve ser tão completa deinformações quanto possível, de forma quedispense diligências a outras fontes deinformação relativas ao imóvel, fazendocom que essa fonte única de informaçãoseja sinônimo de segurança jurídica.

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Conflito originador do princípio

• Esse princípio nasceu a partir da discussãodoutrinária acerca de serem ou nãoexaustivos, os atos e títulos passíveis deregistro/averbação enumerados no art.167 da Lei dos Registros Públicos (Lei nº6.015/73), relativamente às hipótesesregistrais que admitem ingresso no álbumimobiliário.

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Alcance do princípio

• Assim, nenhum fato jurígeno ou atojurídico que diga respeito à situaçãojurídica do imóvel ou às mutaçõessubjetivas que possa vir a sofrerpodem ficar indiferentes aoregistro/averbação na matrícula.

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Dos atos a incluir na matrícula

• Dessa forma, devem ser incluídos na matrícula imobiliária para que esta cumpra sua finalidade de repositório único de informações sobre o imóvel:

• Os atos translativos da propriedade;

• As instituições de direitos reais;

• Os atos judiciais e administrativos;

• Os atos de outra natureza que digam respeito à situação jurídica em que o imóvel se encontra.

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Dos atos em espécie(passíveis de lançamento na matrícula)

• Os atos judiciais que restringem a propriedade;• Os atos judiciais constritivos (penhoras, arrestos, seqüestros, embargos),

ainda que acautelatórios);• As declarações judiciais de indisponibilidade;• As ações pessoais reipersecutórias e as reais;• Os decretos de utilidade pública;• As imissões nas expropriações;• Os decretos de falência;• Os tombamentos;• Os comodatos;• As servidões administrativas;• Os protestos contra a alienação de bens;• Os arrendamentos e as parcerias.

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Princípio da Concentração

TENDÊNCIA DE AMPLIAÇÃO

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Situações da legislação já existente

• Muitas situações previstas na legislaçãoextravagante, já existente em matéria deregistros públicos, têm feito com que se firmecada vez mais o princípio da concentração e seamplie a razoabilidade da idéia de que aconcentração na matrícula é a melhor forma dese obter informação rápida e precisa sobre oimóvel.

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Algumas situações concretas

Alguns exemplos de que as situações previstas no art.167 da LRP não constituem rol exaustivo:

Transferência ou caução do direito de participaçãosobre a lavra pelo proprietário da terra minerada (art.12 do Decreto-Lei nº 227/67) só oponível contraterceiros depois da inscrição no RI;

Emissão de debêntures pela S.A. (art. 98, § 2º da Lei nº6.404/76) condicionada ao registro da escritura deemissão no RI de sua sede;

O gravame de perpetuidade de florestas (art. 21, § 1ºda Lei nº 9.985/2000) por termo de compromissoperante o órgão ambiental, averbado no RI.

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Ampliação do princípio

• O surgimento de novas leis, que espelham oaspecto cada vez mais dinâmico e complexoda sociedade moderna, põem em relevooutras tantas situações que passam a exigir olançamento das respectivas informações namatrícula do imóvel enquanto fonte única depublicidade a seu respeito e como sinônimode certeza na obtenção de segurança jurídicaem relação à propriedade imobiliária e aosnegócios que envolve.

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Outras situações atuais

• Cresce o número de situações cujo maisadequado meio de publicidade é sua inserçãona matrícula ressaltando a importância doprincípio da concentração, tais como:

• O confisco de áreas utilizadas para o cultivo deplantas psicotrópicas, por sentenças criminais;

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Outras situações atuais

• As questões ambientais que têm gerado necessidadede obter informação adequada:

o registro dos passivos ambientais criados sobre osimóveis (aterros sanitários, aterros industriais, áreascontaminadas), assim como os inventários de áreas depreservação permanente, de reserva florestal legal, deflorestas plantadas, de recursos hídricos existentes e ainstituição de reservas ambientais públicas e privadas,bem como os termos de ajustamentos de condutascelebrados entre o Ministério Público e as PessoasNaturais e/ou Jurídicas.

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A questão legislativa

• Francisco José Rezende dos Santos (O princípio da concentração noregistro de imóveis, in Revista do SFI nº 33, ABECIP:2011, p. 40) julgaimportante o princípio da concentração asseverando que este consisteem que os fatos que possam produzir efeitos no imóvel, em relação aseus proprietários ou ao registro, devem ser lançados na matrícula sobpena de não serem levados em consideração pelo mundo jurídico.Entretanto falta dar dimensão a tal ato de obrigatoriedade e certezajurídica para que seja absoluto e imperativo. Considera que isso só serápossível a partir do momento em que se edite uma modificaçãolegislativa que reconheça, com força cogente, que os negócios jurídicoscelebrados com base em informações advindas do Registro Imobiliárioestejam protegidos pelo princípio da boa-fé, de modo a atestar,suficientemente, tanto a titularidade da propriedade quanto os ônus,encargos ou gravames incidentes sobre o imóvel, promovendo,igualmente, redução de custos aos negócios imobiliários com aeliminação de certidões e documentos atualmente exigidos.

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O Projeto de Lei nº 5.951/2009

• O princípio da concentração é tão importante e jáestá de tal forma consagrado no âmbito do DireitoRegistral Imobiliário que a legislação registral estásendo objeto de alterações profundas no sentido deexplicitar sua importância e aplicação.

• Essa realidade é espelhada pelo que se contém noProjeto de Lei nº 5.951/2009, em tramitação naCâmara dos Deputados, aguardando manifestaçãodo Senado Federal, desde 09/04/2010.

• Tal projeto, pela primeira vez no direito brasileiro,refere a adoção de princípios de direito registralimobiliário, inserindo-os no texto da Lei nº6.015/73.

Page 47: O registro de imóveis e o princípio da concentração

O princípio da concentração e a segurança jurídica

• Assim, o aperfeiçoamento da legislação registralprovocará uma ampliação da força do princípioda concentração.

• Se a lei vier a estabelecer uma presunçãoabsoluta de conhecimento por parte deterceiros quanto aos direitos inseridos namatrícula, a força probatória da certidão dematrícula será bastante aumentada.

• Essa auto-suficiência da matrícula significaráampliação de segurança jurídica aos negóciosimobiliários.

Page 48: O registro de imóveis e o princípio da concentração

O Princípio da Concentração

e

a Necessidade de Apresentação

das Certidões de Feitos Ajuizados

Page 49: O registro de imóveis e o princípio da concentração

ESCRITURA PÚBLICA, CERTIDÕES E PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO

• - Um dos assuntos tormentosos no âmbito das atividades notariais e registrais, por suaimportância tanto para os Tabeliães como para os Registradores Imobiliários e pela diversidadede entendimentos, diz respeito à apresentação das certidões de ônus reais e de feitos ajuizadospara a realização de negócios jurídicos translativos da propriedade imobiliária e a possibilidadede sua dispensa pelas partes contratantes.

• - Entretanto, parece estar surgindo, na atualidade, em razão do processo interpretativo dasnormas cogentes e da evolução doutrinária do princípio da concentração, um consenso maisamplo entre os registradores brasileiros e, dada a sua grande importância, o referido tema nãopoderia deixar de ser tratado no âmbito desta abordagem.

• - Há que se considerar, também, que o princípio da concentração, como princípio jurídico emfranca evolução doutrinária no âmbito do Direito Registral tendo influenciado fortemente,nos últimos tempos, a formação da legislação de regência da atividade registral do país,ampliando e detalhando o elenco de atos passíveis de consignação na matrícula imobiliária,notadamente o art. 167 da LRP.

• - Em decorrência disso, o alcance do conteúdo das certidões passíveis de expedição peloRegistro de Imóveis (notadamente as de matrícula, as de ônus reais e as de ações reais epessoais reipersecutórias) tem-se ampliado à medida que evolui o princípio.

Page 50: O registro de imóveis e o princípio da concentração

ESCRITURAS PÚBLICAS E CERTIDÕES

A Lei nº 7.433/85 regula quais são os documentos exigíveis para a lavratura de atos notariais relativos a imóveis e a regulamentação específica (Decreto nº 93.240/86)

Por outro lado, Eduardo Pacheco Ribeiro de Souza (IRIB em Revista, nº 315,mar./abr. 2004, p. 76) após asseverar que não é tranqüila a conceituação de ônusreais e invocando lição de Jether Sottano, apresenta a definição de ônus real comosendo “todo gravame que inserido à coisa restringe o domínio ou direito depropriedade”, terminando por afirmar, em relação ao conteúdo das certidões deônus reais, que este corresponde ao que vem sendo apregoado para aespecificação de todos os atos que deveriam estar constando no art. 167 da Lei6.015 (cuja redação, entretanto, continua experimentando aperfeiçoamentosatravés de iniciativas tais como o Projeto de Lei nº 5.951/2009, aprovado pela CCJCda Câmara dos Deputados e enviado ao Senado).

Page 51: O registro de imóveis e o princípio da concentração

ESCRITURAS PÚBLICAS E CERTIDÕES

Isso demonstra perfeita harmonização do tema relativo àscertidões de ônus com a concretização do princípio daconcentração.

Assim, o referido autor apregoa que as Certidões de Ônusdevem referir: os direitos reais que onerem a coisa, listados noart. 1.225 do Código Civil (superfície, servidões, usufruto, uso,habitação, promessas de compra-e-venda, hipoteca,anticrese); a instituição de bem de família; os contratos delocação registrados nos quais haja cláusula de vigência ...........

Page 52: O registro de imóveis e o princípio da concentração

ESCRITURAS PÚBLICAS E CERTIDÕES

• O ponto nodal dessa controvertida questão está, entretanto, em que a Lei 7.433/85 (§

2º do art. 1º) refere-se a “certidões de feitos ajuizados” e a respectiva regulamentação

(Decreto nº 93.240/86, art. 1º, IV) faz referência às “certidões de ações reais e pessoais

reipersecutórias” (além das de ônus reais). Quanto às de ônus reais, não resta qualquer

dúvida de que são há muito expedidas pelo Registro de Imóveis. Restou dúvida, no

entanto, quanto a se a certidão de feitos ajuizados é aquela de natureza estritamente

judicial, assim denominada e relativa a processos cíveis ou criminais, fornecidas pelos

Distribuidores Judiciais nos mais diversos âmbitos de nossa organização judiciária ou

se, por ser específica para prova relativa a negócios imobiliários e por conter

informações de natureza judicial, é a mesma certidão que a norma regulamentar

designa como “certidão de ações reais e pessoais reipersecutórias” fornecida pelo

Registro de Imóveis.

Page 53: O registro de imóveis e o princípio da concentração

• Tanto é assim que Valdecy Gusmão (A exigência da apresentação das certidões defeitos ajuizados por ocasião da lavratura de escrituras públicas de alienação deimóveis em face do princípio da concentração. Recife, 2011), em grande esforço deintegração interpretativa, traça toda uma coerente argumentação no sentido de queas certidões de feitos ajuizados referida pela Lei nº 7.433/85 são aquelas obtidasno Registro Imobiliário da circunscrição onde esteja localizado o imóvel objeto donegócio translativo da propriedade imobiliária a ser celebrado mediante escriturapública. Nesse aspecto concordamos com o posicionamento do ilustre titular do 3ºOfício Imobiliário da capital pernambucana, em razão, especialmente, da grandeevolução experimentada pelo princípio da concentração, que terminou por acolher,na matrícula, as informações relativas aos feitos ajuizados em relação ao imóvelobjeto do negócio. Essa parece ser a visão mais coerente e atualizada sobre essaproblemática.

• É ainda conveniente lembrar que a apresentação das certidões de ônus reais e deações reais e pessoais reipersecutórias tem caráter obrigatório, restando aoadquirente dispensar tão-somente a apresentação de certidões de natureza fiscal,por força do que dispõe o § 2º do art. 1º do Decreto nº 93.240/86, respondendo,aquele, em contrapartida, por eventuais débitos fiscais anteriormente inadimplidos.

ESCRITURAS PÚBLICAS E CERTIDÕES

Page 54: O registro de imóveis e o princípio da concentração

DAS DIFICULDADES

A necessidade de apresentação de certidão de feitos ajuizados por

ocasião da lavratura de escrituras públicas relativas à alienação de

imóveis corresponde à questão tormentosa.

Há interpretações que vão desde o entendimento de que é

obrigatória apresentação de tais certidões relativas aos juízos cíveis,

da justiça comum e federal, obtidos no domicílio dos alienantes e na

circunscrição onde está situado o imóvel, até o entendimento de que

aquelas podem ser dispensadas.

Page 55: O registro de imóveis e o princípio da concentração

DA DECORRÊNCIA DO PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO

•A matrícula deve ser tão completa de informações quanto possível,dispensando diligências a outras fontes de informação relativas ao imóvel,fazendo com que essa fonte única de informação seja sinônimo desegurança jurídica.

•Assim, é de se defender que o princípio da concentração, que reconhece noRegistro de Imóveis a força atrativa de todos os fatos relevantes aos bensimóveis aponta no sentido de que absolutamente nada, relativo ao imóvel,deve ficar alheio à indicação na matrícula.

•Dessa forma, à luz do princípio da concentração defendemos que ascertidões que devem ser exigidas para a lavratura de escrituras públicas, noque se refere aos imóveis, devem ser obtidas junto às respectivas serventiasde registro imobiliário.

Page 56: O registro de imóveis e o princípio da concentração

DAS EXIGÊNCIAS LEGAIS

•A Lei 7.433/85, por meio do seu artigo 1º, prescreve que “Nalavratura de atos notariais, inclusive os relativos a imóveis, além dosdocumentos de identificação das partes, somente serão apresentadosos documentos expressamente determinados nesta Lei”.

•O § 2º do referido artigo prescreve que “O Tabelião consignará no atonotarial, a apresentação do documento comprobatório do pagamentodo Imposto de Transmissão inter vivos, as certidões fiscais, FEITOSAJUIZADOS, e ônus reais, ficando dispensada sua transcrição”.

•Conclusão 1 : EXISTE A EXIGÊNCIA LEGAL DA APRESENTAÇÃO DACERTIDÃO DE FEITOS AJUIZADOS;

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DAS EXIGÊNCIAS LEGAIS

•Decreto nº 93.240/86, encontramos o inciso IV do Art. 1º, o qualprescreve que “Para a lavratura de atos notariais, relativos a imóveis,serão apresentados” ...”a certidão de ações reais e pessoaisreipersecutórias, relativas ao imóvel, e a de ônus reais, EXPEDIDASpelo Registro de Imóveis competente, cujo prazo de validade, paraeste fim, será de 30 (trinta) dias”

•Conclusão 2 : O TERMO “EXPEDIDAS” INDICA QUE A NORMAREGULAMENTADORA DA LEI 7.433/85, EXPLICITAMENTE, ESTABELECEQUE AS CERTIDÕES DEVEM SER OBTIDAS JUNTO AO REGISTRO DEIMÓVEIS COMPETENTE.

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DA IMPOSSIBILIDADE DE DISPENSA

• O § 2º do art. 1º do Decreto nº 93.240/86, prescreve que “as certidõesreferidas na letra a, do inciso III, deste artigo, somente serão exigidas para alavratura das escrituras públicas que impliquem a transferência de domínio ea sua apresentação poderá ser dispensada pelo adquirente que, neste caso,responderá, nos termos da lei, pelo pagamento dos débitos fiscaisexistentes”.

• Porém, a regra do inciso III letra a acima referida trata apenas das certidõesreferentes aos tributos que incidam sobre o imóvel, não se referindo àapresentação de certidões relativas aos feitos ajuizados, que estão indicadasno inciso IV do mesmo artigo.

•Conclusão 3 : O DECRETO NÃO ESTABELECE A POSSIBILIDADE DE DISPENSADA CERTIDÃO DE FEITOS AJUIZADOS.

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CONSEQUÊNCIAS PRÁTICAS

•ESSAS CONCLUSÕES PERMITEM AFIRMAR:

•HAVERÁ MAIOR PRATICIDADE PARA A OBTENÇÃO DAS CERTIDÕESDE FEITOS AJUIZADOS, POIS ESTAS SERIAM APENAS AQUELASEMITIDAS PELA SERVENTIA DE REGISTRO IMOBILIÁRIO COMPETENTE.

•HAVERÁ TAMBÉM MAIOR VALORIZAÇÃO DA FUNÇÃO DE REGISTRODE IMÓVEIS COM A CONCENTRAÇÃO NA SERVENTIA DE TODAS ASINFORMAÇÕES RELATIVAS AO IMÓVEL A SER TRANSFERIDO

•SERÁ PROPORCIONADA MAIOR SEGURANÇA JURÍDICA.

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CONCLUSÃO

•PELO PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO E PELAS LEIS E REGULAMENTOSAPLICÁVEIS, PODEMOS AFIRMAR QUE EXISTE A PREVISÃO DAAPRESENTAÇÃO DA CERTIDÃO DE FEITOS AJUIZADOS, A QUAL DEVE SEROBTIDA JUNTO À SERVENTIA DE REGISTRO IMOBILIÁRIO COMPETENTE, NÃOPODENDO SER DISPENSADA.

• TAL ENTENDIMENTO TEM COMO CONSEQUÊNCIA A MAIOR PRATICIDADEPARA A LAVRATURA DE ESCRITURAS PÚBLICAS, A VALORIZAÇÃO DA FUNÇÃODE REGISTRO IMOBILIÁRIO E MAIOR SEGURANÇA JURÍDICA AOS NEGÓCIOSIMOBILIÁRIOS.

•DESSA FORMA, O POSICIONAMENTO EM RELAÇÃO AO QUAL QUEREMOSCONTAR COM A ANUÊNCIA DOS COLEGAS, É O DE QUE OS FEITOSAJUIZADOS DEVEM CONSTAR NECESSARIAMENTE NA MATRÍCULAIMOBILIÁRIA, POR REGISTRO/AVERBAÇÃO, PARA QUE SEJAMRECONHECIDOS COMO VÁLIDOS E EFICAZES, RATIFICANDO, NESSE SENTIDO,O PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO.

•A SORTE ESTÁ LANÇADA!...

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C E R T I D Ã O N E G A T I V A

CERTIFICO, a pedido verbal de parte interessada, que, de acordo comos livros deste serviço registral, desde o dia de sua instalação (......), até apresente data, inexistem AÇÕES REAIS ou PESSOAISREIPERSECUTÓRIAS, HIPOTECAS, FEITOS AJUIZADOS ou outros ÔNUSlegais ou convencionais, registrados e/ou averbados, gravando o imóvel depropriedade de FULANO DE TAL, casado, relativo a (o): LOTE URBANO sob onúmero doze (12) da quadra "A" da planta do loteamento "Vila Silva", situado naRua Mariano, nesta cidade, o qual se encontra devidamente matriculado nestaserventia sob o número 23.000, objeto do R-1/23.000 do livro 2-registrogeral.

O referido é verdade e dou fé.

Sapucaia do Sul, 12 de setembro de 2011

Registrador e/ou Substituto

Emolumentos: Certidão Matrícula 23.000 - 1 página: R$5,10 (0314.00.1100008.05159 = R$0,20)

Busca em livros e arquivos: R$5,30 (0314.00.1100008.05159 = R$0,20)

Processamento eletrônico de dados: R$2,70 (0314.00.1100008.05159 = R$0,20)

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Mudança de posicionamento

• Convém ressaltar e deixar consignado, a estaaltura, que, no passado, chegamos a defender apossibilidade de dispensa da apresentação decertidões de feitos ajuizados para a lavratura deescrituras relativas aos negócios jurídicostranslativos da propriedade imobiliária(“Certidões de feitos ajuizados”, disponível emwww.lamanapaiva.com.br/novidades), emvirtude da evolução do princípio da concentração,mudamos o posicionamento.

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A consagração do princípio da concentração

• Como podemos ver, nada, absolutamentenada, relativo ao imóvel, deve ficar alheio àindicação na matrícula: esse é o princípio daconcentração, que reconhece no Registro deImóveis a força atrativa de todos os fatosrelevantes aos bens imóveis, servindo comoum ímã aos títulos que interessamjuridicamente à sociedade.

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• Muito obrigado!

João Pedro Lamana Paiva

www.lamanapaiva.com.br

cartó[email protected]

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COMENTÁRIOS

AO PROJETO DE LEI

nº 5.951/2009

(ALTERAÇÕES À LEI Nº 6.015/73 – LRP)

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O Projeto de Lei nº 5.951/2009

• De acordo com esse projeto de autoria doDeputado Índio da Costa, tendo como relator oDeputado Zenaldo Coutinho pela primeira vezna legislação pátria são enunciados os princípiosjurídicos informadores do Direito RegistralImobiliário, estando, dentre eles, o princípio daconcentração.

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O Projeto de Lei nº 5.951/2009 (os princípios de direito registral)

• Assim dispõe o projeto:

• “Art. 2º Os negócios jurídicos celebrados combase nos assentos dos Registros Públicos estãoprotegidos pelo princípio da boa-fé, na forma daLei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, comas alterações promovidas por esta lei.

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O Projeto de Lei nº 5.951/2009 (os princípios de direito registral)

• Art. 2º...........

• Parágrafo único. Para alcançar a finalidadedesta lei, seus dispositivos devem serinterpretados de forma sistemática, harmônicae coerente com os princípios informativos dodireito registral, em especial, os da legalidade,inscrição, fé pública, continuidade,territorialidade, concentração, especialidade eprioridade.”

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Noções sobre os princípios referidos no projeto

• Como podemos ver, além do princípio daconcentração, são referidos muitos outrosprincípios informadores do direito registralimobiliário, na alteração proposta para o textoda Lei nº 6.015/73, fazendo com que essesprincípios, desenvolvidos pela doutrina, passema ser de observância obrigatória no Direitobrasileiro, sugerindo, assim, que se aborde umabreve noção acerca de seu significado.

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Princípio da legalidade

• Esse princípio impõe o exame prévio da legalidade, validez eeficácia dos títulos, a fim de obstar o registro de títulosinválidos, ineficazes ou imperfeitos. Os títulos dotados dealgum óbice legal não podem ser objeto de registro, podendo,o Oficial ou seu preposto, fazer exigências por escrito para queo título seja convalidado.

• DISPOSITIVOS LEGAIS:

– Art. 198 e 289 da Lei nº 6.015/73;

– Art. 315, XIII, do Provimento nº 32/2006-CGJ/RS(Consolidação Normativa Notarial e Registral).

Page 71: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Princípio da inscrição

• Também chamado de princípio da obrigatoriedade,impõe o lançamento dos atos sujeitos a registro e/ouaverbação no livro próprio, como corolário da eficáciajurídica, tendo por finalidade dar aos atos segurança eoponibilidade perante terceiros. É a aplicação damáxima popular: “Quem não registra não é dono”.

• DISPOSITIVOS LEGAIS:– Art. 1.245 e § 1º do Código Civil.– Art. 167, I e II; arts. 168 e 169 da Lei nº 6.015/73.

Page 72: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Princípio da fé pública• A fé pública atribuída aos Notários e Registradores

afirma a certeza e a veracidade dos atosregistrais/notariais realizados. Os traslados e ascertidões são os documentos representativos da fépública, pois geram autenticidade, segurança eeficácia jurídica aos atos praticados nas Serventias deNotas e de Registros Públicos.

DISPOSITIVOS LEGAIS:– Art. 3º da Lei nº 8.935/94;– Arts. 315, I, do Provimento nº 32/2006-CGJ-RS

(Consolidação Normativa Notarial e Registral).

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Princípio da continuidade

• Também chamado de princípio do trato sucessivo,impede o lançamento de qualquer ato registral sem aexistência de registro anterior, obrigando a mençãodas referências originárias, derivadas e sucessivas dapropriedade sobre o imóvel.

• DISPOSITIVOS LEGAIS:– Arts. 195, 196, 197, 222, 223, 225, 228, 229 e 237

da Lei nº 6.015/73;– Art. 315, VI, do Provimento nº 32/2006-CGJ-RS

(Consolidação Normativa Notarial e Registral).

Page 74: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Princípio da territorialidade

• Delimita a atuação do Registrador Imobiliário. Oexercício das funções delegadas do Ofício Imobiliáriodeverão ser realizadas dentro da área territorialdefinida em lei, sob pena de nulidade.

• DISPOSITIVOS LEGAIS:

– Art. 169 da Lei nº 6.015/73;

– Art. 315, V do Provimento nº 32/2006-CGJ-RS(Consolidação Normativa Notarial e Registral).

Page 75: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Princípio da especialidade

• Exige a plena e perfeita identificação do imóvel (urbanoou rural) e do titular do direito real nos documentos,através da indicação precisa das medidas, características econfrontações (especialidade objetiva), bem como daqualificação completa (especialidade subjetiva).

• DISPOSITIVOS LEGAIS:

– Art. 176, §1º, II, itens 3 e 4; e arts. 222 e 225 da Lei nº6.015/73;

– Art. 315, X do Provimento nº 32/2006-CGJ-RS(Consolidação Normativa Notarial e Registral).

Page 76: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Princípio da prioridade

• Confere ao primeiro que apresentar o título pararegistro/averbação, a preferência na realização do ato e, assim,a prioridade do direito real oponível erga omnes. Vale aqui amáxima: “O Direito não socorre aos que dormem”.

• O lançamento do título no Livro Protocolo, com a aquisição donúmero de ordem, determina a precedência do direito real.

• DISPOSITIVOS LEGAIS:

– Art. 174 e art. 182 ao 186 da Lei nº 6.015/73;– Art. 315, VII do Provimento nº 32/2006-CGJ-RS

(Consolidação Normativa Notarial e Registral).

Page 77: O registro de imóveis e o princípio da concentração

O Projeto de Lei nº 5.951/2009 e o princípio da concentração

• As modificações propostas, pelo projeto, para otexto da LRP (Lei 6.015/73) são exemplossignificativos da operacionalização, pelo textolegal, do princípio da concentração,especialmente pela nova redação dada aosartigos 169, 176, 239, 244, 246 e 247,textualmente:

Page 78: O registro de imóveis e o princípio da concentração

O Projeto de Lei nº 5.951/2009 e o princípio da concentração

• “Art. 176 - O Livro de Registro Geral serádestinado à matrícula dos imóveis e aoregistro ou averbação dos atosrelacionados no art. 167.”

• “Art. 169 - Todos os atos enumerados noart. 167 são obrigatórios e serão efetuadosno serviço de Registro Público a quepertence a circunscrição do imóvel...”

Page 79: O registro de imóveis e o princípio da concentração

O Projeto de Lei nº 5.951/2009 e o princípio da concentração

• “Art. 239. As penhoras, os arrestos, os seqüestros deimóveis serão averbados depois de pagos osemolumentos pela parte interessada para averbaçãoem cumprimento a mandado ou por certidão doescrivão.

• Parágrafo único. Após exame do título prenotado ehavendo impossibilidade da averbação determinada, ooficial informará ao juiz as exigências existentes,hipótese em que os efeitos da pré-notação perderãosua eficácia por determinação judicial ou cancelada arequerimento do credor.”

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O Projeto de Lei nº 5.951/2009 e o princípio da concentração

• “Art. 244. As escrituras antenupciais econtratos relativos a regimepatrimonial em união estável somenteserão averbados na matrícula dosimóveis de propriedade das partes,para ciência de terceiros.”

Page 81: O registro de imóveis e o princípio da concentração

O Projeto de Lei nº 5.951/2009 e o princípio da concentração

• “Art. 246. Além dos casos expressamente indicados noitem II do artigo 167, serão averbados na matrícula assubrogações e outras ocorrências que, por qualquermodo, alterem o registro.

• Parágrafo único. As averbações de edificação,reconstrução, demolição, desmembramento,unificação de imóveis, mudança de numeração deprédio, alteração do nome por casamento ou desquiteou outras circunstâncias somente a requerimento dosinteressados com firma reconhecida, comprovada pordocumento fornecido pelo órgão competente.”

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O Projeto de Lei nº 5.951/2009 e o princípio da concentração

• ”Art. 247. As indisponibilidades debens são averbadas na matrícula e seo imóvel constar registrado em nomede terceiros, o oficial, antes de efetuaro ato, deve informar ao juiz que asdeterminou.”

Page 83: O registro de imóveis e o princípio da concentração

O Projeto de Lei nº 5.951/2009 e o princípio da concentração

• A apresentação de sucessivas emendas aesse Projeto de Lei, tende a ampliar aindamais o princípio da concentração porquefazem um detalhamento de mais e maisatos a constituírem objeto de publicidadeatravés da matrícula imobiliária.

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ASPECTOS IMPORTANTES RELATIVOS AO REGISTRO DE IMÓVEIS

Registro ou averbação?

• A nova redação proposta para o art. 167 da Lei nº 6.015/73 visa a fazer umaadequação de critérios quanto aos atos registráveis e averbáveis,pretendendo concentrar, na matrícula, a totalidade desses atos, inclusivecom a extinção do Livro R-3 (Registro Auxiliar).

• Estabelece a Lei que a qualificação do ato como de registro ou averbação,quando não definida objetivamente por lei, dar-se-á por sua naturezajurídica.

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Art. 167 da LRP

• Dessa forma, o art. 167 da Lei 6.015/73, na suanova redação, procura ser exaustivo quanto aosatos que devem ser REGISTRADOS e quanto aosque devem ser AVERBADOS, atualizando seutexto a várias situações legais hoje nãocontempladas e que provocam inúmerasdiscussões, especialmente porque há diferençano valor dos emolumentos a cobrar quando oato é de registro e quando é de averbação.

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Art. 173 da LRP

• Além de confirmar a extinção do Livro R-3(Registro Auxiliar), a nova redação dessedispositivo admite a digitalização de todos oslivros (Protocolo, Registro Geral, IndicadorReal e Indicador Pessoal), o que é compatívelcom a introdução do registro eletrônico,ressalvando, entretanto, que os livros serãomantidos, também, fisicamente impressos eencadernados, (§ 2º do art. 3º).

Page 87: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Artigos 174 e 175 da LRP

• Esses dispositivos referem-se ao LivroProtocolo, que poderá ser realizado por meioeletrônico, preservando a maioria dos requisitosatuais. Não mais referirá, entretanto, quais osatos cuja formalização é solicitada peloapresentante, mas a natureza do negóciojurídico objeto do título protocolado.

Page 88: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Artigos 176 e 177 da LRP

• Esses dispositivos referem-se ao Registro Geral, que se destinará somente ao registro ou averbação dos atos a que se refere o art. 167 e à averbação de atos anteriormente atribuídos ao Livro R-3 (Registro Auxiliar), que será extinto:– Emissão de debêntures e garantias de sua

emissão;

– Cédulas de crédito com garantia real;

– Convenções de condomínio.

Page 89: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Comentários ao art. 176

Essa questão trazida pela nova redação pretendida para o art. 176 émuito delicada em razão da grande perda de receita que implicará aosRegistros Imobiliários do interior do país, que tradicionalmenteregistram cédulas de crédito, ainda que não possuem garantia real(pignoratícias, bancárias, rurais, etc.).

Quanto às emissões de debêntures e suas garantias, não há maioresimplicações porque representam uma instituição que já estava extintahá bastante tempo.

Quanto às convenções de condomínio, há uma necessidade específicade qualificação e registro desse título, que não será suprido porsimples averbação.

Em razão desses aspectos é que propugnamos pela manutenção doLivro R-3 (Registro Auxiliar).

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Artigos 179 e 180 da LRP

• É dada nova redação aos dispositivos quedisciplinam os Livros Indicador Real e IndicadorPessoal.

• A disciplina legal é praticamente a mesma da leiatual só que passa a ser faculta aos Oficiais autilização de livro digital e sistemainformatizado de gerenciamento eletrônico dedados facilitando as buscas na prática dos atos eexpedição de certidões.

Page 91: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Artigos 188 e 191 da LRP

• A nova redação desses dois dispositivos da LRPtambém está relacionada ao protocolo dostítulos e procura esclarecer:

• Prazos: 15 dias para exame e 30 dias, após o exame,para o registro, com ou sem impugnação. Assim, osprazos para adequação e registro terminam juntos.

• Ordem de preferência: para títulos apresentadosno mesmo dia, a preferência é daquele de menornúmero na ordem de prenotação.

Page 92: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Artigos 194 e 196 da LRP

• A nova redação do art. 194 autoriza a que os títuloslavrados na forma de instrumentos particulares eregistrados em Serviço de Registros Públicos sejamdigitalizados para facilitar o fornecimento de certidões.

• A nova redação do art. 196 refere-se a imóveis não-matriculados em nome do outorgante do título, aosquais deverá ser exigida a matriculação, que será feitacom os elementos do registro (existente na Serventia) eos dados constantes do título apresentado.

Page 93: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Art. 197 da LRP

• A nova redação do art. 197 prevê que, quando oimóvel ainda não matriculado tiver seu registrodepositado em serviço registral de outracircunscrição, o título apresentado deverá estaracompanhado de certidão atualizada de ônusreais, expedida pelo registro originário.

Page 94: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Art. 198 da LRP

• A nova redação proposta ao art. 198 alteradisposições relativas ao procedimento dedúvida.

• A alteração no inciso I do referido artigoautoriza a que a suscitação da dúvida sejaaverbada na matrícula do imóvel, para queconste de eventual certidão de ônus, expedidaenquanto não julgada a dúvida.

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Art. 203 da LRP

• Essa alteração proposta ao art. 203 também dizrespeito ao procedimento de dúvida.

• Faculta ao Oficial, no caso de julgamento deimprocedência da dúvida suscitada, que possaanotar a decisão judicial proferida tanto nacoluna correspondente do Protocolo como noIndicador Real.

Page 96: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Art. 206 da LRP A alteração proposta ao art. 206 propicia a devolução de emolumentos nos

casos de impossibilidade de realização do registro e também no caso dedesistência da realização do registro por parte do interessado. Nessashipóteses a prenotação será cancelada.

Serão deduzidos dos emolumentos depositados, somente o valorcorrespondente às buscas realizadas não podendo haver dedução relativa àprenotação, como autoriza atualmente a lei.

A desistência, com a respectiva restituição de emolumentos, só terá lugar seo ato registral ainda não tiver sido realizado.

Page 97: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Artigos 210 e 214 da LRP

• A nova redação proposta para o art. 210 autoriza aque somente o Oficial e seu Substituto subscrevame encerrem os atos, não mais podendo serautorizados outros prepostos.

• A nova redação proposta para o art. 214 esclareceque o cancelamento de registro cuja invalidadetenha sido demonstrada independente de açãojudicial específica depende de autorização do juizcompetente em matéria de registros públicos.

Page 98: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Artigos 215 e 216 da LRP

• A nova redação proposta ao art. 215 estabeleceque a realização de registros de alienação ou deoneração de bens pertencentes à massa, após aaverbação da decretação da falência, só podem serrealizadas com autorização do juízo falimentar.

• A nova redação proposta ao art. 216 não maisautoriza a retificação ou anulação do registro dealienação por efeito de julgado em processo defraude de execução, só admitindo por sentençaespecífica ou por efeito de julgado que declare anulidade de ato jurídico.

Page 99: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Art. 222 da LRP

• A nova redação proposta ao art. 222 fixa requisitos específicos na lavratura de instrumentos públicos pelos tabeliães e escrivães judiciais (somente escrituras, cartas de sentença, formais de partilha e cartas de adjudicação), exigindo que façam referência à matrícula do imóvel, registro anterior e circunscrição a que pertence o imóvel.

Page 100: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Art. 225 da LRP

A nova redação proposta ao art. 225 autoriza a identificaçãodos imóveis, nos documentos públicos, quando urbanos, pelamenção à matrícula, circunscrição a que pertencem erespectivo endereço. Quando rurais, a menção deve ser àmatrícula, circunscrição a que pertence e localização e nomeda propriedade. Não há mais necessidade de descrição dosimóveis, suas confrontações, lindeiros, quadra, lado, etc.

No parágrafo único desse artigo, há autorização para que,quando haja divergência entre a descrição constante do títuloe aquela da matrícula, que o adquirente requeira que oregistro seja feito de acordo com o que consta da matrícula, oque não é admitido atualmente pela legislação vigente.

Page 101: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Art. 226 da LRP A nova redação proposta ao art. 226 refere-se à

usucapião, orientando que conste do mandado referênciaà matrícula do imóvel usucapido. Autoriza, também, quequando a usucapião e a desapropriação não atinjam ototal do imóvel, que possa ser apuradoextrajudicialmente o remanescente, se não apurado noprocesso.

Há problemas de redação nesse dispositivo porque oimóvel pode não estar matriculado e, nessa hipótese, hánecessidade de serem fornecidas informações suficientesà abertura da matrícula. Esse dispositivo dispõe, também,que o “favorecido” pode apurar o remanescente, quandona verdade isso caberá ao “não-favorecido” (ouproprietário anterior).

Page 102: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Artigos 229 e 230 da LRP

• A nova redação do art. 229 estabelece anecessidade de apresentação de certidão deônus reais, além do título anterior, para aabertura de matrícula de imóvel oriundo deoutra circunscrição imobiliária.

• De acordo com o novo art. 230, todos os ônus,constantes de certidão oriunda de outracircunscrição ou de registros do próprio OfícioRegistral devem ser consignados na matrículaaberta.

Page 103: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Artigos 237-A e 239 da LRP

O art. 237-A, constante do projeto, tem texto idêntico aoatual, que foi acrescido pela Lei nº 11.977/2009, nãohavendo motivo por que estar incluído neste projeto.

A nova redação do art. 239 mantém a necessidade deprévio pagamento dos emolumentos para a averbação depenhoras, arrestos e sequestros, em cumprimento amandado ou certidão.

Admite a informação de restrição pelo Registrador, aoJuiz, no caso de ser verificada impossibilidade daaverbação, com perda de eficácia da prenotação se o juizassim determinar, podendo, ainda ser cancelada a pedidodo credor.

Page 104: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Artigos 244 e 246 da LRP

A nova redação do art. 244 decorre da pretendidaextinção do R-3 (Auxiliar), prevendo que as escriturasantenupciais e contratos de regime patrimonial nasuniões estáveis serão averbados na matrícula dos imóveisde propriedade das partes para ciência de terceiros.

A nova redação proposta ao caput do art. 246 em nadaaltera a lei atual, mas seu parágrafo único especifica asaverbações que só poderão ser feitas a requerimento dointeressado e mediante prova documental: edificação,reconstrução, demolição, desmembramento, unificação,mudança de numeração de prédio, alteração do nome porcasamento, desquite ou outras circunstâncias.

Page 105: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Artigos 247 e 251* da LRP

• A nova redação proposta ao art. 247 especifica que asindisponibilidades serão averbadas nas matrículas e, se o imóvelconstar em nome de terceiro, antes de realizar o ato, deveráinformar ao juiz.

• A nova redação proposta ao art. 251 atualiza a matéria relativa aaverbação de cancelamento de registro de hipoteca:

I - em cumprimento de decisão judicial transitada em julgado;II - a requerimento unânime das partes que tenham participado do ato registrado,

se capazes, com as firmas reconhecidas por tabelião;III - a requerimento do interessado, instruído com documento hábil;IV – por decurso do prazo contratado, desde que comprovado o pagamento daúltima parcela da dívida.

(*No projeto consta, equivocadamente, como alteração ao art. 250)

Page 106: O registro de imóveis e o princípio da concentração

Art. 263 da LRP Essa nova redação proposta ao art. 263 trata de alteração no

procedimento registral para a instituição do bem de família.

Estabelece que, depois de publicada a escritura de instituiçãoe desde que não tenha havido reclamação, esta será transcritaintegralmente no Livro Auxiliar e averbada na matrícula,sendo arquivado o exemplar do jornal que fez a publicação.

Há um equívoco aqui porque o Livro de Registro Auxiliar estásendo extinto pela reforma introduzida na LRP. Logo, parece-nos que só caberá, na hipótese, a averbação (ou registro) dainstituição do bem de família na matrícula do imóvel, aindaque por extrato, podendo ser fornecido, por certidão, o inteiroteor da escritura ou publicação arquivada na ServentiaRegistral.

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Artigos 289 e 292 da LRP

• A nova redação proposta ao art. 289 trata do deverde fiscalização do recolhimento de impostosatribuída aos Registradores, vinculando essaatividade exclusivamente aos negócios jurídicosconstantes do título apresentado.

• A nova redação proposta ao art. 292 volta ao velhotema da anuência do credor hipotecário para alavratura e registro de escritura ou contratoparticular envolvendo imóvel hipotecado aentidade do SFH. Atualmente é exigida apenas amenção ao ônus nos títulos e notificação prévia aocredor

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OBS:

As demais disposições estabelecem a realização dasintimações e notificações relativas a direitos reais e garantiasreais, previstas em lei, pelos RTDs, inclusive aquelas da Lei nº6766 (através de acréscimo do art. 296-A à LRP e alteraçõesaos artigos 32, 33, 35, 38 e 49 da Lei 6766).

Prazo para vigência das alterações: 180 dias da publicação.

Sapucaia do Sul-RS/novembro/2010João Pedro Lamana Paiva

Registrador e Tabelião de Protesto