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Pontos a destacar PESQUISA CONJUNTURAL DO COMÉRCIO RELATÓRIO MENSAL DA PESQUISA CONJUNTURAL DO COMÉRCIO VAREJISTA DA RMR, ANO VII - Nº 83 ABRIL/2009 PROGNÓSTICO CENTRO DE PESQUISA A queda em abril das vendas do varejo da Região Metropolitana do Recife (RMR), em relação a março, deveu-se, sobretudo ao efeito calendário. Além de ser mês de 30 dias, contou com dois feriados, o dia 21 e a sexta-feira da semana santa, sem considerar que a quinta feira nunca é uma data de atividades normais. Somou-se ainda a forte queda de mais de 41% nas vendas das livrarias e papelarias, também decorrentes de fatores sazonais. Na comparação com o ano anterior os resultados são bons, na medida que apontam para um nível de vendas semelhante ao de abril de 2008. Depois da queda das vendas do primeiro bimestre e em vista das dificuldades impostas pela crise, igualar-se ao ano passado é sem dúvida uma boa performance. A despeito disso, a previsão da Fecomércio-PE é que em maio as vendas cresçam em relação a abril, especialmente devido ao Dia das Mães. O faturamento acumulado em 2009 está cerca de 1% abaixo do que o ano passado, o que é um bom resultado em vista do fraco desempenho dos dois primeiros meses do ano, de modo que ao final de fevereiro esse percentual atingiu -3,77%. A atual previsão da Fecomércio-PE é que ao final de 2009 as vendas acumuladas do ano cresçam no entorno de 2%, um percentual significativo em vista das incertezas que marcaram o início do ano. Um fato a registrar é o bom resultado das lojas de utilidade domésticas cujas vendas cresceram 3,51% na comparação com março. Parece claro que a redução do IPI da linha branca afetou positivamente o ramo, que apesar disso não conseguiu superar os números de abril do ano passado. Registre-se também a queda de 6,27% nas vendas de materiais de construção, que a vários meses não apresentava retração e que certamente foi afetado por fatores climáticos. Apesar do recuo relativamente a março, seu faturamento subiu 2% na comparação com abril do ano passado e 3% no quadrimestre. A massa salarial tem apresentado um bom resultado no ano, crescendo cerca de 3% no acumulado do ano, a despeito de queda em torno de 1% tanto no faturamento quanto no nível de emprego. Esse aumento na folha de pagamento das empresas deve, em sua maior parte, ser creditado a gastos com desligamento da mão de obra e não a ganhos de produtividade. Os resultados registrados pela Pesquisa Con- juntural em abril aumentam a confiança na continuidade, em 2009, do ciclo de crescimento do varejo da Região metropolitana do Recife, iniciado em 2004. Essa previsão baseia-se, em parte, na continuidade do ciclo de corte na taxa SELIC que deverá chegar a 9,5% no final do ano. Conseqüente se ampliará o volume de crédito e redução das taxas de juros, acrescentado ao crescimento do mercado interno da área, em função do bem vindo aumento da renda dos mais pobres, via salário mínimo e transferências do governo via crédito. Além do mais, a economia pernambucana, centrada nos serviços e no setor público, deverá mostrar resultados melhores que a dos estados que têm na indústria e nas exportações sua base econômica. Pernambuco deverá apresentar taxa positiva de crescimento do PIB, mesmo se o PIB nacional estagnar ou retrair-se um pouco. Os dados que o IBGE publicará em junho deverão mostrar decrescimento do PIB no primeiro tri- mestre de 2009, mas os dados do segundo tri- mestre já deverão ser melhores, refletindo a reto- mada que, embora ainda tênue, está se delineando desde abril. Nossa previsão é que, a des-peito do primeiro trimestre acumular queda em torno de 1%, o varejo da RMR crescerá cerca de 2% em 2009. Mesmo com esse número anima-dor, um possível aumento da inadimplência pode-rá comprometer parte dos bons resultados do ano.

Pesquisa Conjuntural da RMR - Abril 2009

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Pontos a destacar

PESQUISA CONJUNTURAL

DO COMÉRCIORELATÓRIO MENSAL DA PESQUISA CONJUNTURAL DO COMÉRCIO VAREJISTA DA RMR, ANO VII - Nº 83

AB

RIL

/20

09

PROGNÓSTICO

CENTRO DE

P E S Q U I S A

A queda em abril das vendas do varejo da Região Metropolitana do Recife (RMR), em relação a

março, deveu-se, sobretudo ao efeito calendário. Além de ser mês de 30 dias, contou com dois

feriados, o dia 21 e a sexta-feira da semana santa, sem considerar que a quinta feira nunca é

uma data de atividades normais. Somou-se ainda a forte queda de mais de 41% nas vendas das

livrarias e papelarias, também decorrentes de fatores sazonais.

Na comparação com o ano anterior os resultados são bons, na medida que apontam para um

nível de vendas semelhante ao de abril de 2008. Depois da queda das vendas do primeiro

bimestre e em vista das dificuldades impostas pela crise, igualar-se ao ano passado é sem

dúvida uma boa performance. A despeito disso, a previsão da

Fecomércio-PE é que em maio as vendas cresçam em relação a abril, especialmente

devido ao Dia das Mães.

O faturamento acumulado em 2009 está cerca de 1% abaixo do que o ano passado, o que é um

bom resultado em vista do fraco desempenho dos dois primeiros meses do ano,

de modo que ao final de fevereiro esse percentual atingiu -3,77%. A atual previsão da

Fecomércio-PE é que ao final de 2009 as vendas acumuladas do ano cresçam no entorno de

2%, um percentual significativo em vista das incertezas que marcaram o início do ano.

Um fato a registrar é o bom resultado das lojas de utilidade domésticas cujas vendas cresceram

3,51% na comparação com março. Parece claro que a redução do IPI da linha branca afetou

positivamente o ramo, que apesar disso não conseguiu superar os números de abril do ano

passado. Registre-se também a queda de 6,27% nas vendas de materiais de construção, que a

vários meses não apresentava retração e que certamente foi afetado por fatores climáticos.

Apesar do recuo relativamente a março, seu faturamento subiu 2% na comparação com abril do

ano passado e 3% no quadrimestre.

A massa salarial tem apresentado um bom resultado no ano, crescendo cerca de 3% no

acumulado do ano, a despeito de queda em torno de 1% tanto no faturamento quanto no nível

de emprego. Esse aumento na folha de pagamento das empresas deve, em sua maior parte, ser

creditado a gastos com desligamento da mão de obra e não a ganhos de produtividade.

Os resultados registrados pela Pesquisa Con-

juntural em abril aumentam a confiança na

continuidade, em 2009, do ciclo de crescimento do

varejo da Região metropolitana do Recife, iniciado

em 2004. Essa previsão baseia-se, em parte, na

continuidade do ciclo de corte na taxa SELIC que

deverá chegar a 9,5% no final do ano. Conseqüente

se ampliará o volume de crédito e redução das taxas

de juros, acrescentado ao crescimento do mercado

interno da área, em função do bem vindo aumento

da renda dos mais pobres, via salário mínimo e

transferências do governo via crédito. Além do mais,

a economia pernambucana, centrada nos serviços

e no setor público, deverá mostrar resultados

melhores que a dos estados que têm na indústria e

nas exportações sua base econômica. Pernambuco

deverá apresentar taxa positiva de crescimento do

PIB, mesmo se o PIB nacional estagnar ou retrair-se

um pouco.

Os dados que o IBGE publicará em junho deverão

mostrar decrescimento do PIB no primeiro tri-

mestre de 2009, mas os dados do segundo tri-

mestre já deverão ser melhores, refletindo a reto-

mada que, embora ainda tênue, está se delineando

desde abril. Nossa previsão é que, a des-peito do

primeiro trimestre acumular queda em torno de 1%,

o varejo da RMR crescerá cerca de 2% em 2009.

Mesmo com esse número anima-dor, um possível

aumento da inadimplência pode-rá comprometer

parte dos bons resultados do ano.

Page 2: Pesquisa Conjuntural da RMR - Abril 2009

Variação percentual entre o mês atual e o mês anterior

RELATÓRIO MENSAL DA PESQUISA CONJUNTURAL DO COMÉRCIO VAREJISTA DA RMR, ANO VII - Nº 83 - ABRIL/2009

Abr08 Mai08 Jun08 Jul08 Ago08 Set08 Out08 Nov08 Dez 08 Jan09 Fev09 Mar09 Abr09 Mar08 Abr08 Mai08 Jun08 Jul08 Ago08 Set08 Out08 Nov08 Dez08 Jan09 Fev09 Mar09

-4,42

-2,62

-4,38-3,67

-11,79

2,14

-19,73

2,16

15,79

9,30

5,456,90

4,06

-30,00

DADOS MENSAIS, ANUAIS E ACUMULADOS

COMÉRCIO EM GERAL

COMÉRCIO EM GERAL (Exc. Conces.)

BENS DE CONSUMO DURÁVEIS

Móveis e Decorações

Lojas de Utilidades Domésticas

Cine-foto-som e Óticas

Informática

BENS DE CONSUMO SEMIDURÁVEIS

Vestuário

Tecidos

Calçados

Livrarias e Papelarias

BENS DE CONSUMO NÃO DURÁVEIS

Supermercados

Farmácias e Perfumarias

Combustíveis

COMÉRCIO AUTOMOTIVO

Concessionárias de Veículos

Autopeças e Acessórios

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

-3,67

-4,77

-1,45

2,80

3,51

-3,32

-8,47

-11,80

1,10

-2,59

3,93

-41,48

-0,80

2,66

11,50

-3,71

0,01

0,62

-4,56

-6,27

DISCRIMINAÇÃOFATURAMENTO REAL MASSA SALARIAL NÍVEL DE EMPREGO

abr/09/09mar

abr/09mar/09

abr/09mar/09

0,29

-0,42

-4,10

-1,73

-0,71

1,40

-11,40

-1,62

8,40

-3,30

-4,29

-2,39

-0,82

0,86

-1,67

-1,44

2,53

2,97

-0,85

2,03

-1,23

-0,75

-9,24

-0,81

-7,41

0,29

-18,45

-4,41

-0,69

-0,62

-10,94

-0,93

0,77

0,66

0,98

0,79

-2,65

-3,19

1,44

3,05

abr/09abr/08

abr/09abr/08

abr/09abr/08

jan-abr/09jan-abr/08

jan-abr/09jan-abr/08

jan-abr/09jan-abr/08

0,52

0,37

0,52

-5,85

0,20

2,35

2,39

-2,53

0,99

-0,65

-0,36

-16,23

2,04

2,46

-0,39

2,56

1,99

1,89

2,21

1,82

3,14

4,59

6,64

2,45

-0,30

15,08

11,07

-4,85

-4,60

0,67

-7,73

-0,67

9,94

-3,19

-2,16

24,19

-4,59

-7,78

-3,57

10,78

2,46

3,14

4,41

3,75

-2,34

15,21

5,18

-5,14

-3,68

2,27

-9,77

0,39

9,63

-2,22

0,27

21,87

-2,51

-2,94

-1,46

8,92

-0,51

-0,43

-2,19

-4,16

-2,04

0,26

-2,88

-2,42

1,01

-0,47

-1,36

-12,68

0,79

0,07

1,50

0,95

-1,17

-1,63

-0,56

1,94

-0,54

-0,46

-1,46

-1,71

-3,23

-0,07

0,33

-7,24

-4,52

-4,85

-15,05

7,74

7,15

0,09

2,58

14,15

0,62

-1,77

3,96

2,42

-1,33

-1,48

-0,70

0,48

-1,15

0,15

-1,78

-7,95

-4,00

-4,17

-16,67

3,09

7,01

-0,93

3,05

14,50

-0,47

0,85

-2,23

0,85

O índice Fecomércio-PE de vendas do varejo na Região Metropolitana do Recife (RMR) do mês de abril, voltou a registrar variação negativa de 3,67% em relação a março. Esse resultado foi obtido em decorrência dos feriados da Semana Santa e de Tiradentes, o que reduziu a quantidade de dias úteis. O rebaixamento das vendas pode ser verificado na análise dos segmentos do comércio, onde em sua maioria houve recuo, principalmente em Bens Semiduráveis -11,80% e Materiais de Construção -6,27%. A exceção ficou com Comércio Automotivo 0,01% que apresentou estabilidade, como uma reação do mercado ao incentivo de compra de veículos novos com redução do IPI. Os ramos de atividade, porém, não tiveram uma tendência bem definida e houve equilíbrio na quantidade de variações negativas e positivas. Os principais resultados foram de um lado para livrarias e papelarias -41,48% e de outro, farmácias e perfumarias 11,50%.

A massa de salários cresceu cerca de 0,5% no comércio, tanto com ou sem as concessionárias de veículos. Considerando os segmentos, a maioria apresentou acréscimo, sobretudo nos Bens Não Duráveis com 2,04%. Em contraposição, Semiduráveis -2,53%, foi influenciado pelo

ramo de livrarias e papelarias com recuo de -16,23%. No entanto, a maior parte dos ramos apresentou uma folha de pagamento positiva, assim como em combustíveis cujo índice foi de 2,56%.

O emprego contraiu-se em 0,51% no comércio em geral e em 0,43% quando são retiradas as concessionárias. Mas, nos segmentos, o movimento de retração foi mais forte como nos Bens Semiduráveis

-2,42%, Duráveis -2,19% e Comércio Automotivo -1,17%. As exceções couberam aos Não Duráveis 0,79% e Materiais de Construção 1,94%. Nos ramos, afora livrarias e papelarias -12,68%, móveis e decorações -4,16% teve o maior número de dispensa de trabalhadores. Em contraponto, materiais de construção 1,94% e farmácias e perfumarias 1,50% obtiveram os melhores resultados.

Page 3: Pesquisa Conjuntural da RMR - Abril 2009

Variação percentual do mês atual em relação a igual mês do ano anterior

RELATÓRIO MENSAL DA PESQUISA CONJUNTURAL DO COMÉRCIO VAREJISTA DA RMR, ANO VII - Nº 83 - ABRIL/2009

Abr08 Mai08 Jun08 Jul08 Ago08 Set08 Out08 Nov08 Dez08 Jan09 Fev09 Mar09 Abr09Abr07 Mai07 Jun07 Jul07 Ago07 Set07 Out07 Nov07 Dez07 Jan08 Fev08 Mar08 Abr08

0,81 0,81

0,35

-3,56

-2,17

-2,99

2,74

1,33

1,78

7,66

2,90

4,74

7,05

5,40 5,07

Abr08 Mai08 Jun08 Jul08 Ago08 Set08 Out08 Nov08 Dez08 Jan09 Fev09 Mar09 Abr09Abr07 Mai07 Jun07 Jul07 Ago07 Set07 Out07 Nov07 Dez07 Jan08 Fev08 Mar08 Abr08

0,00

3,00

6,00

9,00

12,00

-3,00

-6,00

3,14

-0,28

0,21

0,67 0,76

-3,00

3,01

1,18

20,00

25,00

-1,10 -2,22

-6,41

0,842,70

0,29

8,539,30

11,35

Abr08 Mai08 Jun08 Jul08 Ago08 Set08 Out08 Nov08 Dez08 Jan09 Fev09 Mar09 Abr09Abr07 Mai07 Jun07 Jul07 Ago07 Set07 Out07 Nov07 Dez07 Jan08 Fev08 Mar08 Abr08

3,56 3,53 3,57

14,79

2,00

1,17

-10,00

-0,54

A variação do índice Fecomércio-PE de vendas no comércio em geral da RMR no comparativo com o mês abril de 2008 foi positivo em 0,29%. Sem considerar as concessionárias de veículos o valor passaria a ser negativo: 0,42%. Ressalta-se que mesmo tendo diminuído em relação a última pesquisa (março, 2,70%), o mais importante foi ter se mantido acima da linha de crescimento, ainda mais contra uma base de comparação elevada do ano passado. Considerando os segmentos do comércio, embora a maioria tenha tido recuo, assim como em Bens Duráveis com -4,10%, vale ressaltar os acréscimos do Comércio Automotivo 2,53% e Materiais de Construção 2,03%. Ambos se beneficiaram de políticas pontuais de aumento na demanda como a redução de impostos (IPI) e os incentivos a construção da casa própria. Nos ramos de atividade, a maior parte dos resultados apresentados foi de queda, sendo mais forte nas empresas de informática -11,40%. Por outro lado, vestuário 8,40% foi o de maior magnitude.

O índice dos salários no comércio em geral da RMR teve uma expansão de 3,14% e sem as concessionárias de veículos o valor passaria a 4,59%. Vale ressaltar que esse acréscimo foi obtido em função dos ajustes ocorridos no emprego. Nos segmentos, a maior parte teve alta na folha de pagamento: Materiais de Construção 10,78%, Bens Não Duráveis 9,94% e Duráveis 6,64%. Por outro lado, Semiduráveis -4,85% e Comércio Automotivo -4,59%. Nos ramos, mesmo com o bom desempenho apresentado no comércio em geral, os resultados foram de igualdade na quantidade de índices de variação positivos e negativos. Os destaques foram, de um lado, combustíveis 24,19%, de outro, concessionárias de veículos -7,78%.

O emprego na RMR em abril recuou cerca de 0,5%, tanto com ou sem as concessionárias de veículos. Mesmo negativo foi o melhor desempenho apresentado em 2009 no comparativo com igual mês do ano passado. Nos segmentos, a despeito do resultado do comércio, a maior parte teve índice de variação positivo: Comércio Automotivo 0,62%, Materiais de Construção 2,42% e Bens Não Duráveis 7,15%. As exceções couberam aos Bens Semiduráveis -7,24% e Duráveis -1,46%. Nos ramos, a maior parte acompanhou a tendência de retração do comércio como um todo, de forma mais acentuada em calçados -15,05%. Noutro extremo, combustíveis com 14,15% foi o de melhor desempenho.

Page 4: Pesquisa Conjuntural da RMR - Abril 2009

RELATÓRIO MENSAL DA PESQUISA CONJUNTURAL DO COMÉRCIO VAREJISTA DA RMR, ANO VII - Nº 83 - ABRIL/2009

PARTICIPAÇÃO RELATIVA NO FATURAMENTO REAL (%) - ABRIL / 2009

Bens Não Dur veisá

Bens Duráveis

Materiais de ConstruçãoComércio Automotivo 26,45%24,07%

9,33%

27,54%

Bens Semiduráveis

12,60%

Variação acumulada no mês em relação ao mesmo período do ano anterior

VARIAÇÃO ACUMULADA DO FATURAMENTO REAL (%)

2008 2009

Jan/Jan

-2,22

9,29

7,71

9,41 9,588,64 8,73

-3,77

-1,41 -1,23

Jan/Fev

14,15

10,76 10,21

Jan/Mar Jan/Abr Jan/Mai Jan/Jun Jan/Jul Jan/Ago Jan/Set Jan/NovJan/Out Jan/Dez

7,798,83

7,46

Até abril de 2009, a variação real das vendas do comércio da RMR, descontada a inflação pelo IPCA-IBGE, registrou um decréscimo de 1,23%. Sem considerar as concessionárias, o valor passaria a -0,75%. Ressalta-se que, por mais um mês, o montante acumulado no ano vem melhorando seu desempenho e como no segundo semestre historicamente os negócios são intensificados, a tendência é de reduzir ainda mais essa diferença e fechar o ano de forma positiva. Analisando os segmentos, a grande maioria variou em conformidade com o varejo em geral, registrando as maiores perdas nos Bens Duráveis -9,24% e Não Duráveis -4,41%. Nos ramos, a variação mais freqüente foi negativa, de forma que informática -18,45% e calçados -10,94% tiveram as mais elevadas. Por outro lado, materiais de construção 3,05% e autopeças e acessórios 1,44% foram os de melhor comportamento.

O total dos salários na RMR fechou o primeiro quadrimestre de 2009 com alta de 2,46%. Quando as concessionárias de veículos não são computadas, a elevação passaria a 3,14%.

Dos cinco segmentos pesquisados, três tiveram igual comportamento: Bens Não Duráveis 9,63%, Materiais de Construção 8,92% e Duráveis 4,41%. Bens Semiduráveis e Comércio Automotivo apresentaram resultado adverso de -5,14% e -2,51%, respectivamente. Nos ramos, a maior parte teve bom resultado e de forma mais expressiva em combustíveis 21,87% e cine-foto-som e óticas 15,21%. Em contraposição, calçados -9,77% foi o de variação mais expressiva.

No mercado de trabalho o resultado foi de retração da ordem de 1,4%, quer se considere ou não as concessionárias de veículos. Nos segmentos, afora Comércio Automotivo -0,47%, os demais tiveram resultados díspares: Bens Semiduráveis -7,95% e Não Duráveis 7,01%; Duráveis -0,70% e Materiais de Construção 0,85%. Nos ramos houve igualdade na quantidade das variações positivas e negativas dos índices. De um lado, a maior dispensa de trabalhadores aconteceu em calçados -16,67%, de outro, a ocupação ficou com combustíveis 14,50%.

Page 5: Pesquisa Conjuntural da RMR - Abril 2009

APRESENTAÇÃO DO TRABALHO

Na atualidade, os estudos de conjuntura econômica ocupam lugar de relevo nas atividades pública e privada. Os fenômenos econômicos estão em contínua mutação, sendo por isso temerário planejar ações de curto prazo quando se conhecem apenas os parâmetros estruturais.

A análise da conjuntura do Comércio é especialmente importante, porque dentre as atividades econômicas é das mais dependentes de fenômenos de curto prazo. Em decorrência de seu conhecimento, serve como balizamento não só para as empresas, pois têm condições de avaliarem suas posições em relação ao desempenho médio onde estão inseridas, como também para o governo central, que pode melhor direcionar as políticas públicas.

Desde 2001 a Federação do Comércio do Estado de Pernambuco -FECOMÉRCIO/PE- integra uma rede nacional de acompanhamento da conjuntura comercial, liderada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e a partir de 2002 passou a divulgar mensalmente a análise do desempenho do Comércio Varejista da Região Metropolitana do Recife, por meio da Pesquisa Conjuntural. A Pesquisa tem em seu escopo três variáveis principais: Faturamento Real, Nível de Salário e Número de Empregados.

O acompanhamento que é feito permite às empresas avaliarem seu desempenho em relação aos padrões estadual e nacional, favorecendo o delineamento de tendências, abrindo espaço, quando necessário, para uma intervenção rápida capaz de reverter uma direção não pretendida ou reforçar resultados julgados desejáveis.

Ressalta-se que as informações conjunturais além de se constituírem em importante instrumento para a tomada de decisões de curto prazo, também podem ser úteis para o processo decisório e estratégico. A acumulação dessas informações permite a formação de painéis que ajudam a identificar movimentos recorrentes, tais como sazonalidades, ciclos de negócios e outros, cuja identificação proporcionam uma melhor programação econômico-financeira.

A experiência da FECOMÉRCIO/PE tem demonstrado que existe em Pernambuco uma grande demanda de informações sobre o desempenho do Comércio Varejista, constituindo-se motivo de satisfação a grande receptividade que a Pesquisa Conjuntural vem tendo não só por parte dos empresários, mas de institutos de pesquisa, dos meios de comunicação e da comunidade em geral.

Aos Empresários do Comércio Varejista da RMR

A Federação do Comércio do Estado de

Pernambuco, por meio do Instituto Oscar Amorim

de Desenvolvimento Econômico e Social, apresenta

mais uma vez à sociedade em geral os resultados

da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista da

Região Metropolitana do Recife. Com mais essa

prestação de serviço, a Fecomércio/PE acredita

estar cumprindo o seu papel representativo,

levando aos empresários, informações consistentes

de desempenho do Comércio. Embasadas em um

sério sistema de coleta de dados e rigoroso

tratamento estatístico, permitem uma correta

tomada de decisões tanto em relação a novos

investimentos, quanto na definição de estratégias

para fazer frente a um mercado tão competitivo.

Fazendo parte do Índice Nacional idealizado pela

Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde

2002 junto com outras Federações, a Região

Metropolitana do Recife vem se destacando por ser

a primeira a divulgar os seus resultados, o que

para nós é motivo de orgulho, por servirmos de

comparação para o restante do País. Mas tudo isso

só é possível porque temos uma Equipe de Trabalho

competente e comprometida com o ideal de luta e

clareza nos resultados apresentados.

Confiando em um Brasil mais produtivo,

esperamos, com esse trabalho estar contribuindo

para a Sociedade no desenvolvimento e na

manutenção de um instrumento científico apurado,

de análise da realidade do Comércio.

Josias Silva de Albuquerque

Presidente do Sistema Fecomércio/Senac/Sesc-PE

RELATÓRIO MENSAL DA PESQUISA CONJUNTURAL DO COMÉRCIO VAREJISTA DA RMR, ANO VII - Nº 83 - ABRIL/2009

Page 6: Pesquisa Conjuntural da RMR - Abril 2009

METODOLOGIA

Área geográfica da pesquisa

A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista da Região Metropolitana do Recife - PCCV é uma pesquisa de natureza exploratória-descritiva realizada mensalmente pela FECOMÉRCIO/PE, como parte de um levantamento de nível nacional coordenado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). Entende-se como Comércio Varejista a atividade comercial regularmente estabelecida, com um ou mais empregados registrados (ou não) por estabelecimento e com mais de 51% das vendas destinadas a consumidores finais, sendo estes pessoas físicas.

Os dados primários que dão origem a Pesquisa são obtidos através de questionários padrão preenchidos mensalmente pelas empresas e coletados pela FECOMÉRCIO-PE por meios eletrônicos. A participação dessas empresas se deu através do processo de amostragem estratificada aleatória, que usou como variável de estratificação o Faturamento anual, formando assim a amostra da Pesquisa que passa a ser chamada de "Painel de Informantes".

É através do painel que se faz o acompanhamento Conjuntural do Comércio por meio da produção de índices mensais de desempenho analisando as seguintes variáveis: Faturamento Real, Folha de Salários e Número de Empregados. Por Faturamento Real entende-se a receita mensal bruta da empresa decorrente da venda de mercadorias, incluindo impostos e taxas incidentes sobre o faturamento tais como: IPI, ICMS, COFINS e outros, excluindo-se as receitas financeiras e não operacionais. A Folha de Pagamentos corresponde ao total de rendimentos mensais pagos aos empregados, incluindo o salário fixo, gratificações, comissões, férias, participações nos lucros e outras, sem dedução das contribuições da previdência e impostos. O Número de Empregados registra o total de pessoas em atividade na empresa e por ela diretamente remunerados, sejam formais ou informais. Para fazer o deflacionamento dos dados mensais da Pesquisa é utilizado o Índice de Preço ao Consumidor Amplo - IPCA, calculado mensalmente pelo IBGE.

Do ponto de vista espacial, todas as análises se referem à área Met ropol i t ana do Rec i fe , nas seguin tes c idades :

• Abreu e Lima• Cabo de Santo Agostinho• Camaragibe• Igarassu• Jaboatão dos Guararapes• Moreno• Olinda• Paulista• Recife• São Lourenço da Mata

COMÉRCIO EM GERAL

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

Bens De Consumo Duráveis• Móveis e Decorações• Utilidades Domésticas• Cine-foto-som e Óticas

• Informática

Bens De Consumo Semiduráveis• Vestuário• Tecidos

• Livrarias e Papelarias• Calçados

Bens De Consumo Não Duráveis• Supermercados• Combustíveis

• Farmácias e Perfumarias

Comércio Automotivo• Concessionárias de Veículos

• Autopeças e Acessórios

O acompanhamento das três variáveis da Pesquisa Conjuntural (Faturamento Real, Folha de Pagamentos e Número de Empregados) é feito por meio de três categorias de análise: i) mês atual em relação ao mês anterior; ii) mês atual em relação a igual mês do ano anterior; iii) acumulado ao longo dos meses no ano, em relação ao acumulado nos mesmos meses do ano anterior.

Cada categoria analisada possui quatro níveis de agregação: i) o mais amplo inclui todo Comércio Varejista da RMR; ii) Comércio em Geral, sem a presença das concessionárias de veículos; iii) Grandes Segmentos; iv) Ramos.

Comparações de análise e o nível de agregação dos dados

SESC

F E C O M É R C I O - P E

PESQUISA CONJUNTURAL DO COMÉRCIO

FECOMÉRCIO-PE

Av. Visconde de Suassuna, 255 Cep: 50050-540 - Santo Amaro - Recife/PETel.: (81)3231.5393 / 3221.6226 Fax: (81) 3423.3024 E-mail: [email protected] ou

Presidente - Josias Silva de Albuquerque

[email protected]

RELATÓRIO MENSAL DA PESQUISA CONJUNTURAL DO COMÉRCIO VAREJISTA DA RMR

RELATÓRIO MENSAL DA PESQUISA CONJUNTURAL DO COMÉRCIO VAREJISTA DA RMR, ANO VII - Nº 83 - ABRIL/2009

INSTITUTO EMPRESÁRIO OSCAR AMORIM DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL

Centro de PesquisaSupervisão - Lailze SantosCoordenação - Urbano da NóbregaConsultores AD HOC - José Fernandes de Menezes e Luiz Kehrle

Tiragem: 500 ExemplaresProjeto Gráfico: André Marinho