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1 INSTITUTO POLITÉCNICO DE SANTARÉM ESCOLA SUPERIOR AGRÁRIA DE SANTARÉM CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA DA PRODUÇÃO ANIMAL PROJECTO PARA EXPLORAÇÃO DE SUÍNOS DE RAÇA ALENTEJANA #2439 - David Quintino #2627 - Hernani Pereira #2628 - João Marquilhas #2709 - Daniel Mirrado SANTARÉM 2009

Projecto Porco Alentejano (Proj. Agro-Pec.)

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Projecto para uma exploração de porco alentejano (semi-integrado)

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Page 1: Projecto Porco Alentejano (Proj. Agro-Pec.)

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INSTITUTO POLITÉCNICO DE SANTARÉM

ESCOLA SUPERIOR AGRÁRIA DE SANTARÉM CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA DA

PRODUÇÃO ANIMAL

PROJECTO PARA EXPLORAÇÃO DE

SUÍNOS DE RAÇA ALENTEJANA

#2439 - David Quintino

#2627 - Hernani Pereira

#2628 - João Marquilhas

#2709 - Daniel Mirrado

SANTARÉM

2009

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ÍNDICE GERAL 1 - Introdução e Objectivos ......................................................................................... 3 2 - Caracterização da Empresa Agro-Pecuária ............................................................ 3

2.1 - Localização e Caracterização da Exploração .................................................. 3 2.2 - Caracterização dos Aspectos Edafo-climáticos ............................................... 3 2.3 - Descrição dos Solos ......................................................................................... 4 2.4 - Distribuição dos Recursos Hídricos ................................................................ 4

3 - Caracterização do Sistema de Produção Actual ..................................................... 5

4 - Caracterização do Sistema de Produção Proposto ................................................. 5 4.1 - Ordenamento Cultural Previsto ....................................................................... 5 4.2 - Actividades Vegetais Desenvolvidas .............................................................. 5

4.3 - Caracterização do Porco de Raça Alentejana .................................................. 6 4.3.1 - Caracteres Morfológicos .......................................................................... 6 4.3.2 - Sistema de Produção ................................................................................ 6

4.4 - Parâmetros Produtivos e Reprodutivos da Raça .............................................. 8

4.5 - Maneio Reprodutivo ........................................................................................ 9 4.6 - Maneio Alimentar ............................................................................................ 9

4.6.1 - Alimentação de reprodutores: .................................................................. 9 4.6.2 - Consumo de água: .................................................................................. 10

4.7 - Maneio Higio-Sanitário ................................................................................. 10 4.8 - Instalações e Equipamentos ........................................................................... 10 4.9 - Balanço Contabilístico ................................................................................... 12

5 - Possíveis Rendimentos Suplementares ................................................................ 15 6 - Considerações Finais ............................................................................................ 15

7 - Bibliografia .......................................................................................................... 16 ANEXOS ........................................................................................................................ 17

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1 - Introdução e Objectivos

Este trabalho consiste na formulação de um Projecto com o objectivo de haver um

maior contacto académico com questões como a criação e a gestão de uma exploração

agro-pecuária. Todo o trabalho englobará temas como análise física e química do solo,

exploração arbórea e da pastagem, maneio alimentar, maneio reprodutivo, infra-

estruturas, mão-de-obra, visualização das normas e directivas relacionadas e toda a

gestão de uma empresa agro-silvo-pastoril.

O trabalho irá sediar-se numa Herdade na região de Alcácer do Sal onde se pretende

instalar dois efectivos distintos de porco da raça alentejana, um em sistema de engorda

na montanheira e outro, mais reduzido, de cria de leitões para abate.

2 - Caracterização da Empresa Agro-Pecuária

2.1 - Localização e Caracterização da Exploração

A exploração localiza-se na Herdade das Sesmarias dos Pretos localizada na freguesia

de Santiago, freguesia de Alcácer do Sal no distrito de Setúbal. A herdade tem 785

hectares, é confrontada a Norte pela albufeira da barragem de Pego do Altar, a Sul pela

estrada que une Santa Catarina de Sitimos a Alcáçovas, a Oeste pelas Herdades de

Romeiras e Penique e a Este pela Herdade de Vale Sabroso. A Herdade é composta por

três Montes: Sesmarias dos Pretos, Mestras e Mestrinhas e diversas dependências

agrícolas, como celeiros e currais. Este projecto irá ser aplicado numa área com

aproximadamente 215 hectares, dos quais 210 irão estar reservados para os porcos em

engorda na montanheira e, aproximadamente 5ha para as porcas de cria de leitões.

2.2 - Caracterização dos Aspectos Edafo-climáticos

O clima de Alcácer é fortemente influenciado por elementos de origem continental e

mediterrânica. O Verão é caracterizado pela sua vertente longa, muito quente e seca. A

pluviosidade é muito inconstante, mas geralmente fraca. A irregularidade da

precipitação, induzindo uma muito alta variabilidade da produção, torna difícil a

obtenção de um rendimento mínimo de sobrevivência por parte de alguns agricultores.

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Em regiões como o Alentejo, onde o processo de desertificação se faz já sentir,

assumem grande importância não só a estabilização dos rendimentos como também a

garantia de um rendimento mínimo de sobrevivência. Neste contexto, a adequação das

produções, nomeadamente a produção de raças autóctones perfeitamente adaptadas às

condições climáticas, topográficas e regimes de alimentação desempenham um papel

fundamental, não só através do aumento do rendimento mas também na sua

estabilização.

2.3 - Descrição dos Solos

Na Herdade existem terrenos arenosos, pobres em nutrientes e matéria orgânica,

terrenos barrentos e terrenos xistosos, de textura fina, de fertilidade mediana e razoável

capacidade produtiva, variando progressivamente e por esta ordem de Sul para Norte.

Os solos das parcelas da Propriedade que está destinado a receber o gado recebem a

classificação C e D, consoante a zona.

C – Limitações acentuadas para uso agrícola. Susceptível de utilização agrícola pouco

intensiva. Riscos de erosão no máximo elevados.

D – Poucas ou moderadas limitações para pastagens. Exploração de matos e exploração

florestal. Não susceptível de utilização agrícola excepto casos muito especiais;

e - erosão e escoamento superficial;

s - limitações do solo na zona radicular.

Parcelas:

1 – De (70%) + Ds (30%)

2 – A maioria Ce (60%) + Cs (40%), a minoria De (70%) + Ds (30%)

3 – Classificações Ce (60%) + Cs (40%)

4 – Toda De. Limitações agrícolas severas. Riscos de erosão no máximo de elevados a

muito elevados.

(Ver anexo 2 – Carta de Capacidade e uso do Solo)

2.4 - Distribuição dos Recursos Hídricos

Uma das características desta zona do país é a escassez de água, de modo que a pouca

que há deverá ser racionada e valorizada. A Herdade tem seis barragens de grande

capacidade e sete poços com água todo o ano. É banhada em toda a sua extrema a norte

pela barragem de Pego do Altar que constitui também um importante recurso hídrico

para o terreno. Nas parcelas que irão ser utilizadas para

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3 - Caracterização do Sistema de Produção Actual

Os terrenos da exploração encontram-se em pousio há muitas décadas. A composição

florística da Herdade é essencialmente composta por um montado de sobro e azinho

mais ou menos cerrado, o que implica um grande potencial produtivo para a

montanheira, nomeadamente na engorda de porco Alentejano em extensivo. Existe

ainda presentemente na exploração uma barragem artificial, caminhos, algumas

vedações, que poderão ser aproveitadas para o investimento proposto e uma área social

que contempla uma habitação e um armazém em condições.

A única actividade que é desenvolvida na exploração é a tiragem da cortiça de 9 em 9

anos, que irá continuar a ser efectuada, mas tudo isto por conta do proprietário da

Herdade. É ainda assim um processo vantajoso para a vertente animal, nomeadamente o

porco, pois preserva os sobreiros, sendo factor integrante do sistema sustentável

tradicional do montado.

4 - Caracterização do Sistema de Produção Proposto

4.1 - Ordenamento Cultural Previsto

Não está prevista a instalação de qualquer tipo de cultura na exploração, visto tratar-se

de um sistema de porco alentejano em pleno extensivo e este pastorear à sua inteira

vontade a pastagem natural existente na Herdade. Esta pastagem natural é

essencialmente composta por espécies de gramíneas variadas, infestantes e ainda

algumas espécies de leguminosas, como é o exemplo das diferentes espécies de trevo

(trevo branco e trevo subterrâneo).

4.2 - Actividades Vegetais Desenvolvidas

Dentro do tema vegetação também não irão ser implementadas modificações nem

investimentos, pois apesar da base de todo este projecto ser o porco que está dependente

da bolota, o montado de sobro e azinho já existente apenas irá ser preservado. Esta

preservação dos sobreiros e das azinheiras é feita através de uma carga animal

adequada, pois irá desmatar a vegetação arbustiva em excesso, que compete com as

árvores na busca de água. Outra forma de aumentar a longevidade dos sobreiros e por

outro lado uma forma de rentabilizar a exploração é a tiragem da cortiça. Esta prática já

é efectuada na Herdade desde há muito, sendo a sua exploração económica por parte do

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proprietário, como tal os número daí resultantes não irão surgir no balanço deste

projecto. As parcelas onde decorrerá o projecto estão cobertas de montado de sobro e

azinho. Na parcela 1 estava implantada uma vinha que foi retirada e onde se decorreu a

um processo de reflorestação com sobreiros, azinheiras e pinheiro.

(ver Anexo 3 - Carta Agrícola e Florestal)

4.3 - Caracterização do Porco de Raça Alentejana

4.3.1 - Caracteres Morfológicos

Em anos recentes, o reconhecimento e valorização da qualidade excepcional dos

produtos desta raça têm permitido a sua recuperação progressiva. Além das

características organolépticas únicas dos seus produtos transformados, verificou-se que

a composição da gordura desta raça é mais saudável, e que a sua estratégia fisiológica

lhe permite uma maior capacidade de digestão da fibra.

4.3.2 - Sistema de Produção

Como já foi referido anteriormente o sistema irá dividir-se em duas partes distintas, com

diferentes efectivos e finalidades. Uma delas, a maior parcela, irá receber 210 porcos de

raça alentejana que, através de um sistema de integração com a empresa, irão fazer a sua

engorda na montanheira. Estes porcos são recebidos em meados de Outubro com

aproximadamente 80 kg e irão permanecer numa rotação entre as quatro parcelas para

este fim destinadas até Fevereiro, altura em que deverão atingir os 150kg

aproximadamente, o seu peso para abate. O ganho médio diário desta raça num sistema

de montado mediano, com quantidade de bolota suficiente, segundo um ano de

produção média, será de aproximadamente 548-747 g/dia. A empresa irá efectuar o

pagamento por cada porco, que corresponde ao “aluguer” do espaço e da bolota

consumida. Por parte da exploração ficará a obrigação do fornecimento da água, maneio

e rotação das parcelas e manutenção fundiária. O outro grupo de animais será composto

por 51 porcas marrãs e 3 varrascos que serão adquiridos pela exploração com a função

específica da cria de leitões para abate pós desmame, com cerca de 60 dias. Estas 51

porcas irão ficar em parques de tamanho mais reduzido que os anteriores. Existirão

ainda 13 parques separados com um sistema de “camping” onde irão decorrer os partos

e a cria dos leitões.

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Dimensionamento do Efectivo

Efectivo total (reprodutoras) 51

Efectivo vivo 48

Efectivo 44

Efectivo reprodutor 33

Efectivo de substituição anual 3

Efectivo de renovação 11

Nº machos 3

Nº machos a renovar 0,66

Nº leitões desmamados/porca/parto 5,7

Nº leitões desmamados/porca/ano 11,3

Nº leitões desmamados/ano 374

Dimensionamento Espacial Maternidades

Nº lugares 13

Nº lugares ocupados 12

Lugares para porcas vazias e confirmação de gestação

Período de Ocupação (dias) 59

Nº lugares ocupados 11

Grupos para vazias 1

Lugares para porcas gestantes

Gestantes 10

Grupos de fêmeas 1

Lugares para porcas de substituição

Renovação/ano 13

Tempo de espera até à reprodução (meses) 4

Nº Lugares 4

Grupo de porcas de substituicao 1

Lugares para varrascos 3

Lugares para varrascos de substituição 1

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4.4 - Parâmetros Produtivos e Reprodutivos da Raça

Parâmetros Produtivos e Reprodutivos

Fêmeas

Duração do ciclo produtivo (dias) 183,5

Duração do ciclo sexual (dias) 21 (COSTA, L., 2008)

Duração do cio (horas) 24 (COSTA, L., 2008)

Duração do parto (horas) 5 (COSTA, L., 2008)

Duração da fase de cobrição (dias) 10 (PARDAL, P., VICENTE, A., 2008)

Duração da gestação (dias) 113,5 (VICENTE, A., 2006)

Maturidade sexual (meses) 8 a 12 meses 10 (VICENTE, A., 2006)

Vida útil (anos) 4 (PARDAL, P., 2006)

Taxa de mortalidade 5%

Taxa de improdutividade 9%

Taxa de fertilidade 75% (PARDAL, P., 2006)

Taxa de infertilidade 25%

Intervalo desmame - fecundação (dias) 10

Confirmação de gestação 42

Período de habituação à cela de parto (dias) 7

Nº partos/porca/ano 1,99 (PARDAL, P., VICENTE, A., 2008)

Prolificidade média (leitões) 7 (CARBÓ, C., et al., 2001)

Fecundidade 90% (VICENTE, A., 2006)

Partos vivos (primiparas) 83% (COSTA, L., 2008)

Peso vivo adulto (Kg PV) 150 (PARDAL, P., VICENTE, A., 2008)

Idade 1ª cobrição (meses) 10

Dias de Gestação/ano (dias) 226

Dias de vazia e conf. Gestação/ano (dias) 20

Machos

Maturidade sexual (meses) 10,5 (VICENTE, A., 2006)

Vida útil (anos) 5 (PARDAL, P., 2006)

Relação macho/fêmea (1 para 8-10 porcas) 9 (PARDAL, P., VICENTE, A., 2008)

Peso vivo adulto (Kg PV) 180 (PARDAL, P., VICENTE, A., 2008)

Leitões

Peso vivo ao desmame (KgPV) 12 (FREITAS, A., 2006)

Taxa de mortalidade até desmame 18,8% (VICENTE, A., 2006)

nº leitoes desmamados 5,7 (VICENTE, A., 2006)

Peso vivo ao nascimento (KgPV) 1,2 (FREITAS, A., 2006)

Aleitamento = desmame (dias) 60 (PARDAL, P., VICENTE, A., 2008)

Dias de Aleitamento/ano (dias) 119

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4.5 - Maneio Reprodutivo

O maneio reprodutivo irá decorrer com o efectivo de porcas divididas em grupos de 17

fêmeas cada grupo, compradas inicialmente de forma faseada. Este maneio irá decorrer

em três parques diferenciados para as fêmeas, sendo um para as gestantes, outro para as

porcas “vazias” e um último para as primíparas de substituição. As porcas irão terminar

em 13 maternidades de campo isoladas destinadas para os partos e o aleitamento. Para

os varrascos estão reservados dois parques. Os parques irão ter uma rotatividade de

forma eficaz e rentável, optimizando o maneio reprodutivo. A nível do maneio

reprodutivo irão ser obtidas uma média de 8 barrigas por porca. O refugo da exploração,

a nível das 51 porcas, irá ser de 13 marrãs por ano primíparas prontas a ser cobertas.

Estarão destinados para a cobrição dos diferentes lotes das porcas dois varrascos, de

forma a rentabilizar a exploração, pois a beneficiação estará dispersa durante todo o

ano. Equacionamos numa base experimental grupos de 17 marrãs, em cinco períodos

temporais por ano, sendo o período de habituação à maternidade 7 dias, o desmame

efectuado aos 60 dias pós-parto e seguido do vazio sanitário das maternidades que

durará 7 dias.

4.6 - Maneio Alimentar

4.6.1 - Alimentação de reprodutores:

O fornecimento de alimento às porcas deve fazer-se consoante a condição corporal

(CC), de modo a que mantenham uma CC adequada durante todo o ciclo produtivo,

desde a entrada à reprodução até ao ciclo seguinte.

1ª fase da gestação (Kg/dia) 1,8

2ª fase da gestação(Kg/dia) 2,4

3ª fase da gestação (Kg/dia) 2,7

2 a 3 dias antes do parto (Kg/dia) 2,52

Aleitamento (Kg/dia) 3,9

Vazias+conf. Gestação (Kg) 2,16

Porcas de reposição e substituição (Kg) 2,4

(adaptado de FREITAS, A., 2006)

Para melhores resultados reprodutivos, e em caso da CC da porca ser inferior a 2 ao

desmame deve-se:

- Ponderar adiar cobrição para o 2º cio;

- Permitir que a porca recupere a CC nesse período.

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Necessidades Alimentares

Gestantes 1ª fase (Kg) 3 733

Gestantes 2ª fase (Kg) 4 977

Gestantes 3ª fase (Kg) 5 599

Gestantes Total (Kg) 14 309

Aleitamento (Kg) 12 826

Vazias + conf. Gestação (Kg) 1184

Porcas de reposição e substituição (Kg) 3257

Varrascos (Kg) 2607

4.6.2 - Consumo de água:

Rácio consumo de água : alimento 5

Consumo de água 1ªfase (L/porca/dia) 9

Consumo de água 2ª fase (L/porca/dia) 12

Consumo de água 3ª fase (L/porca/dia) 13,5

Consumo de água 2 a 3 dias antes do parto (L/porca/dia) 12,6

Consumo de água aleitamento (L/porca/dia) 19,5

(Aulas Suinicultura:ratio)

4.7 - Maneio Higio-Sanitário

Para o efectivo de reprodutoras administra-se uma vacina de Aujeszky contra a doença

de Aujeszky e uma desparasitação de 3 meses e meio em 3 meses e meio. Os machos

são ainda vacinados de 6 em 6 meses contra a Parvovirose e Mal Rubro e as fêmeas

uma semana após o desmame. Os leitões são desparasitados aos 40 dias. Por fim, é

efectuado um vazio sanitário no parque das maternidades de 7 dias após a saída das

fêmeas com os leitões desmamados.

O apoio veterinário é assegurado através de meios exteriores, podendo ser privados ou

cooperativos, contemplando essa avença todos os meios técnicos necessários ao natural

decorrer das actividades de maneio.

4.8 - Instalações e Equipamentos

A Herdade será parqueada em zonas para o maneio dos animais, por um lado para o

destino da reprodução, por outro para o pastoreio. Para esse fim será utilizada a

tradicional vedação em estacaria de madeira tratada, rede ovelheira consociada com

arame farpado.

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A nível do abastecimento de água será instalada uma moto-bomba que irá bombear a

água da barragem para um depósito construído para o fim. Este depósito será instalado

no ponto mais alto para poder abastecer todos os bebedouros por gravidade, através de

tubagens e terá uma capacidade de 28.600 litros de água.

Os caminhos existentes na Herdade são suficientes, sendo a propriedade atravessada, a

meio, pela estrada, servindo as vedações laterais como caminho para passar os animais

aquando do maneio da rotação das pastagens, deslocação dos animais para a manga e ao

próprio cais de embarque.

Todos os parques terão dois bebedouros de grande capacidade e sombras em

abundância, fornecidas naturalmente pelas árvores.

A nível alimentar os comedouros apenas são existentes na parte da exploração destinada

às marrãs para obtenção de leitões, sendo alimentadas exclusivamente por alimento

composto em comedouro.

A área social é assegurada pelo monte e armazém existentes, não sendo necessário

qualquer investimento nesse campo.

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4.9 - Balanço Contabilístico

HERDADE DAS SESMARIAS DOS PRETOS 7580-244 ALCÁCER DO SAL Renda = 1000€ SAU total da exploração = 215 hectares

Custos Preço Unitário Quantidade Inicial Subtotal Inicial Quantidade Anual Subtotal Anual

Animais 10.956,71 € 2.314,70 €

Reprodutoras (Raça Alentejana) 150,00 € 51 porcas 7.650,00 € 11 porcas 1.653,36 €

Varrascos (Raça Alentejana) 1.000,00 € 3 varrascos 3.306,71 € 1 varrascos 661,34 €

Alimentos 8.118,55 € 8.118,55 €

S.830 Reprodutoras (Kg) 0,23 € 18749,85 Kg 4.312,47 € 18749,85 Kg 4.312,47 €

S.831 Lactantes (Kg) 0,25 € 12825,90 Kg 3.206,47 € 12825,90 Kg 3.206,47 €

S.815 Varrascos (Kg) 0,23 € 2607,01 Kg 599,61 € 2607,01 Kg 599,61 €

Fármacos 1.185,52 € 1.185,52 €

Vacina Parvovirose e Mal Rubro (dose) 3,00 € 217,16 € 217,16 €

Vacina Aujeszky (dose) 3,00 € 558,58 € 558,58 €

Desparasitante (dose) 2,00 € 409,77 € 409,77 €

Gasóleo 251,74 € 251,74 €

Gasóleo (L) 0,62 € 408,00 L/ano 251,74 € 408,00 L/ano 251,74 €

Ordenados 17.290,00 € 17.290,00 €

Encarregado da exploração (€/mês) 750,00 € 14 Meses 10.500,00 € 14 Meses 10.500,00 €

Indiferentes (€/mês) 485,00 € 14 Meses 6.790,00 € 14 Meses 6.790,00 €

Nº de indiferentes 1

Nº Mão de Obra Familiar 1 2200 horas/ano

Assistência veterinária 120,00 € 12 meses 1.440,00 € 12 Meses 1.440,00 €

Instalações e Equipamento 29.680,11 €

Page 13: Projecto Porco Alentejano (Proj. Agro-Pec.)

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Vedação externa (1,5m) 6,30 € 1675,00 m 10.552,50 €

Vedação interna (1,2m) 4,00 € 1625 m 6.500,00 €

Manga 6m, elevatoria 1.330,00 € 1 unid. 1.330,00 €

Balde 2,00 € 5 unid. 10,00 €

Comedouro 80,00 € 20 unid. 1.571,33 €

Bebedouro c/ boia 45,00 € 16 unid. 720,00 €

Aziar 30,00 € 2 unid. 60,00 €

Pulverizador de pressão móvel para lavagens e desinfecções 35,00 € 1 unid. 35,00 €

Placas de proibição 2,00 € 5 unid. 10,00 €

Cabana para porca 250,00 € 13 unid. 3.333,74 €

Pá 20,00 € 5 unid. 100,00 €

Balança para porcos 932,00 € 1 unid. 932,00 €

Tubagens 2" 4,20 € 250 m 1.050,00 €

Tubagens 3/4" 0,71 € 2375 m 1.686,25 €

Motor encher deposito 425,00 € 1 unid. 425,00 €

Pipetas agua 4,80 € 20 unid. 94,28 €

Depósito (2,7m*5m) (28.600 L) 1.220,00 € 1 unid. 1.220,00 €

Carro de mão 50,00 € 1 unid. 50,00 €

Renda Anual da Propriedade 1.000,00 €

SUBTOTAL 69.922,63 € 31.600,51 €

Empréstimo 70% para instalações e equipamento

6,5% juro 18 anos 4.641,41 € /ano 4.641,41 €

Empréstimo 70% para reprodutores 6,5% juro 10 anos 3.640,73 € /ano 3.640,73 €

Segurança Social (23,76%)

4.108,10 € 4.108,10 €

IRS (15%)

2.593,50 € 2.593,50 €

Seguro de Acidentes de Trabalho (3%) 518,70 € 518,70 €

TOTAL 47.102,95 € 48.102,95 €

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Receitas Gerais

Leitão 14.954,34 € 14.954,34 €

Porcos no montado (integração) 36.750,00 € 36.750,00 €

Varrascos de Refugo/ano 99,20 € 99,20 €

Porcas de Refugo/ano 1.183,34 € 1.183,34 €

TOTAL 52.986,88 € 52.986,88 €

BALANÇO 5.883,93 € 4.883,93 €

Page 15: Projecto Porco Alentejano (Proj. Agro-Pec.)

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5 - Possíveis Rendimentos Suplementares

Esta exploração contempla, depois de iniciada a actividade, a formulação de

candidaturas a quadros de apoio aos animais autóctones, raça alentejana, e às ajudas de

superfície agrícola e florestal. Estes fundos seriam aplicados na totalidade para mehoria

das condições produtivas, a fim de optimizar e maximizar a exploração, ponderando até

a compra de meios adequados para transporte do gado vivo e do produto final – o leitão

pronto para assar – directamente aos talhos e empresas/restaurantes do sector, passando

a dominar maior cota da fileira deste sector cárnico.

6 - Considerações Finais

Preservação do montado com práticas silvo-pastoris adequadas;

Boas práticas agro-florestais;

Sustentabilidade;

Abrir a porta a trabalhos de investigação agrícola, florestal e zootécnica de

preservação e valorização das espécies da fauna e da flora;

Promover o bem-estar animal, apoiado nos quatro pilares, as 5 liberdades, moral

e ética, tratamento humano dos animais e por fim o tratamento individual e de

grupo;

Por fim, e não menos importante, contribuirmos para o enriquecimento próprio

da região, pois sem rentabilidade não é sustentável, optimizando o mercado

nacional de qualidade para o leitão assado no forno e o porco alentejano

acabado em montanheira, apoiados na gestão e nos mercados de fileira.

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7 - Bibliografia

Anexo 1 - Instituto Geográfico do Exército

Anexos 2 e 3- Secretaria de Estado da Agricultura, Serviço de Reconhecimento e Ordenamento Agrário

CARBÓ, C.; ANDRADA, A. (2001) - Porcino Ibérico: aspectos claves. Ediciones Mundi-Prensa. España, Madrid.

COSTA, L. (2008) - Análise dos Resultados Produtivos e Reprodutivos de dois núcleos de Porcas Alentejanas e Bísaras. Escola Superior Agrária de Castelo Branco. Portugal, Castelo Branco

FREITAS, A. (2006) – Alimentação em Regime Extensivo Raça Suína Alentejana. Mestrado de Produção Animal. Universidade de Évora, Portugal.

PARDAL, P. (2006) - Aulas de Actividades Pecuárias. Escola Superior Agrária de Santarém. Portugal, Santarém.

PARDAL, P.; VICENTE, A. (2008) - Aulas de Suinicultura. Escola Superior Agrária de Santarém. Portugal, Santarém.

PARDAL, P; VICENTE, A.; POTES, J.; CARVALHO, J.; AMARAL, A. (2009) - Aulas de Projectos Agro-Pecuários. Escola Superior Agrária de Santarém. Portugal, Santarém.

VICENTE, A. (2006) - Caracterização do Porco Malhado de Alcobaça. Tese de Mestrado. Instituto Superior de Agronomia. Portugal, Lisboa.

VICENTE, A. (2009) - Aulas de Suinicultura Especial. Escola Superior Agrária de Santarém. Portugal, Santarém.

Page 17: Projecto Porco Alentejano (Proj. Agro-Pec.)

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ANEXOS

1 - Carta Militar de Portugal nº 477 escala de 1:25000

2 - Carta de Capacidade do Uso do Solo nº 477 escala 1:25000

3 - Carta Agrícola e Florestal de Portugal nº 477 escala 1:25000

4 - Preços/Orçamentos