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CURSO DE DIREITOS HUMANOS teoria e questões comentadas Aula 00 Ricardo Torques [email protected] www.concurseiro24horas.com.br 1/71 APRESENTAÇÃO DO CURSO Iniciamos hoje nosso Curso Completo de Direitos Humanos, abrangendo teoria e questões, com objetivo de prepará-los para o próximo concurso de Auditor Fiscal do Trabalho (AFT). Em 2009 a banca escolhida foi a ESAF, com uma prova que não comtemplava Direitos Humanos propriamente. Já em 2013 a banca escolhida foi o CESPE e Direitos Humanos figurou de maneira expressa. Acredita-se que mesmo que a prova volte a ser elaborada pela ESAF a nossa disciplina deverá estar presente, seja pela correlação com o trabalho de um auditor, seja pela importância que foi conferida à disciplina na última prova. Vejamos: A fase objetiva do concurso contemplou 220 itens para serem julgados como CERTO/ERRADO, dos quais 22 foram da nossa disciplina. Logo, 10% de toda a prova objetiva. Ademais, na prova de conhecimentos básicos (Língua Portuguesa, Raciocínio Lógico, Direitos Humanos, Administração Pública e Geral e Informática) o percentual, em termos proporcionais, foi ainda maior: 22% da prova, ou seja, 22 das 100 assertivas. Se não bastassem essas constatações, na prova de 2009 já podemos observar certa preocupação do examinador com a temática do direito internacional do trabalho, aproximando-se dos direitos humanos. Expliquemos: Vejamos parte da ementa de Direito do Trabalho do concurso de 2009, realizado pela ESAF: 11. Do Direito Internacional do Trabalho: Declaração Universal dos Direitos Humanos (Resolução Assembleia ONU de 10/12/1948); Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 27, em 25/9/1992 e promulgada pelo Decreto nº 678, de 6/11/1992); Convenções da Organização Internacional do Trabalho – OIT, ratificadas pelo Brasil: 29, 81, 138, 182, 105, 111, 132, 148, 154, 155, 158, 159 e 161.12. Programa Nacional de Direitos Humanos (Decreto n.º 7.037, de 21/12/2009 – Eixo Orientador III). Todos esses assuntos foram retomados e ampliados na prova de 2013, com a cobrança específica da disciplina Direitos Humanos. Vejamos a ementa do edital CESPE: 1 Teoria geral dos direitos humanos. 1.1 Conceito, terminologia, estrutura normativa, fundamentação. 2 Afirmação histórica dos direitos humanos. 3 Direitos humanos e a responsabilidade do Estado. 4 Direitos humanos na Constituição Federal. 5 Documentos históricos brasileiros. 6 Institucionalização dos direitos e garantias fundamentais. 7 Política nacional de direitos humanos. 8 Programas nacionais de direitos humanos. 9 Globalização e direitos humanos. 10 A proteção internacional dos direitos humanos. 11 Fundamentos dos direitos humanos. 12 Características dos direitos humanos no direito internacional. 13 Interpretação e aplicação dos tratados internacionais de proteção aos direitos humanos. 14 As três vertentes da proteção internacional da pessoa humana. 14.1 Direitos humanos, direito humanitário e direito dos refugiados. 15 A interligação entre o direito internacional e o direito interno na proteção dos direitos humanos. 16 A Constituição brasileira e os

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APRESENTAÇÃO DO CURSO

Iniciamos hoje nosso Curso Completo de Direitos Humanos, abrangendo

teoria e questões, com objetivo de prepará-los para o próximo concurso de Auditor Fiscal do Trabalho (AFT).

Em 2009 a banca escolhida foi a ESAF, com uma prova que não comtemplava Direitos Humanos propriamente. Já em 2013 a banca escolhida foi o CESPE e

Direitos Humanos figurou de maneira expressa. Acredita-se que mesmo que a prova volte a ser elaborada pela ESAF a nossa disciplina deverá estar presente,

seja pela correlação com o trabalho de um auditor, seja pela importância que foi conferida à disciplina na última prova. Vejamos:

A fase objetiva do concurso contemplou 220 itens para serem julgados como CERTO/ERRADO, dos quais 22 foram da nossa disciplina. Logo, 10% de toda a

prova objetiva.

Ademais, na prova de conhecimentos básicos (Língua Portuguesa, Raciocínio

Lógico, Direitos Humanos, Administração Pública e Geral e Informática) o

percentual, em termos proporcionais, foi ainda maior: 22% da prova, ou seja, 22 das 100 assertivas.

Se não bastassem essas constatações, na prova de 2009 já podemos observar certa preocupação do examinador com a temática do direito

internacional do trabalho, aproximando-se dos direitos humanos. Expliquemos:

Vejamos parte da ementa de Direito do Trabalho do concurso de 2009, realizado pela ESAF:

11. Do Direito Internacional do Trabalho: Declaração Universal dos Direitos Humanos

(Resolução Assembleia ONU de 10/12/1948); Convenção Americana sobre Direitos

Humanos (Pacto de San José da Costa Rica, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 27, em

25/9/1992 e promulgada pelo Decreto nº 678, de 6/11/1992); Convenções da

Organização Internacional do Trabalho – OIT, ratificadas pelo Brasil: 29, 81, 138, 182,

105, 111, 132, 148, 154, 155, 158, 159 e 161.12. Programa Nacional de Direitos

Humanos (Decreto n.º 7.037, de 21/12/2009 – Eixo Orientador III).

Todos esses assuntos foram retomados e ampliados na prova de 2013, com a

cobrança específica da disciplina Direitos Humanos. Vejamos a ementa do edital CESPE:

1 Teoria geral dos direitos humanos. 1.1 Conceito, terminologia, estrutura normativa,

fundamentação. 2 Afirmação histórica dos direitos humanos. 3 Direitos humanos e a

responsabilidade do Estado. 4 Direitos humanos na Constituição Federal. 5 Documentos

históricos brasileiros. 6 Institucionalização dos direitos e garantias fundamentais. 7 Política

nacional de direitos humanos. 8 Programas nacionais de direitos humanos. 9 Globalização

e direitos humanos. 10 A proteção internacional dos direitos humanos. 11 Fundamentos

dos direitos humanos. 12 Características dos direitos humanos no direito internacional. 13

Interpretação e aplicação dos tratados internacionais de proteção aos direitos humanos.

14 As três vertentes da proteção internacional da pessoa humana. 14.1 Direitos humanos,

direito humanitário e direito dos refugiados. 15 A interligação entre o direito internacional

e o direito interno na proteção dos direitos humanos. 16 A Constituição brasileira e os

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tratados internacionais de direitos humanos. 17 Sistema internacional de proteção dos

direitos humanos. 18 Universalismo e relativismo cultural. 18.1 Precedentes históricos. 19

O sistema da liga das nações. 20 A Organização Internacional do Trabalho (OIT). 21

Instrumentos internacionais de direitos humanos. 22 O núcleo de direito internacional dos

direitos humanos. 22.1 Carta das Nações Unidas. 22.2 Declaração universal de direitos

humanos. 22.3 Pacto internacional de direitos civis e políticos. 22.4 Pacto internacional de

direitos econômicos, sociais e culturais. 22.5 Convenção internacional sobre a eliminação

de todas as formas de discriminação racial. 22.6 Convenção sobre a eliminação de todas

as formas de discriminação contra a mulher. 22.7 Convenção contra a tortura e outros

tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes. 22.8 Convenção sobre os

direitos da criança. 22.9 Convenção internacional sobre a proteção de direitos de todos os

migrantes trabalhadores e membros de suas famílias. 23 Os limites dos direitos humanos

na ordem internacional. 24 A natureza objetiva da proteção internacional dos direitos

humanos. 25 Mecanismos de proteção contra as violações de direitos humanos. 26

Responsabilidade internacional em matéria de direitos humanos. 27 Regra do

esgotamento dos recursos internos na proteção dos direitos humanos. 28 Mecanismo

unilateral e mecanismo institucional ou coletivo. 29 A proteção dos direitos humanos na

ONU. 29.1 Sistemas convencional e extraconvencional da ONU. 30 Sistema europeu de

direitos humanos. 31 Sistema interamericano de direitos humanos. 31.1 Comissão

interamericana de direitos humanos e corte interamericana de direitos humanos. 31.2

Proteção dos direitos humanos no Mercosul. 32 Responsabilidade internacional dos

estados por violações de direitos sociais, econômicos e culturais. 33 Mecanismos coletivos

e afirmação do indivíduo como sujeito de direito internacional. 34 Implementação das

decisões de responsabilização internacional do Estado por violação de direitos humanos.

35 Instrumentos e Normas Internacionais de Direitos Humanos. 35.1 Declaração Universal

dos Direitos Humanos (Resolução Assembleia ONU de 10.12.1948). 35.2 Convenção

Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José de Costa Rica, aprovada pelo

Decreto Legislativo nº 27, em 25.09.1992 e promulgada pelo Decreto nº 678, de

06.11.1992). 36 A Auditoria Fiscal do Trabalho como agente de proteção e concretização

dos direitos fundamentais dos trabalhadores. 36.1 Segurança e Saúde no Trabalho. 36.2

Combate à redução análoga ao trabalho escravo. 36.3 Discriminação e ações afirmativas.

36.4 Direitos da mulher, da Criança, do Adolescente e do Idoso. 36.5 Direito das Pessoas

com Deficiência. 37 Programa Nacional de Direitos Humanos (Decreto nº 7.037/2009 –

Eixos Orientadores II e III).

Portanto, há clara tendência de cobrança da disciplina no concurso de AFT, o

que acreditamos que irá se manter no concurso vindouro.

Explicada a importância da disciplina para o concurso, vejamos sobre a

metodologia do curso.

Em razão do enorme relevo da matéria no contexto desse concurso e

considerando a extensão das ementas acima citadas, é fundamental um estudo

correto e dirigido para a prova. Esse é o nosso objetivo!

O edital acima é um dos mais abrangentes na área de concurso público. Apenas

para se ter uma ideia, embora a temática de Direitos Humanos seja comum em provas para as defensorias públicas, nestes concursos a disciplina não é tão

abrangente quanto foi no concurso de AFT.

Além disso, no concurso passado o CESPE nos trouxe algumas “surpresas” na

hora da prova, bem como importantes diretrizes que devem servir para orientar nossos estudos. Explicando:

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Os conteúdos da prova foram assim distribuídos:

PROVA AFT 2013

OIT 5 assertivas 22,7%

Trabalho Forçado 4 assertivas 18,1%

Proteção da Criança no Trabalho 3 assertivas 13,6%

PNDH III 2 assertivas 9%

Proteção às Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais 3 assertivas 13, 6%

Direitos Humanos no MERCOSUL 2 assertivas 9%

Proteção aos Direitos Humanos dos Trabalhadores Migrantes 3 assertivas 13,6%

(i) Da distribuição acima podemos perceber que a banca conferiu especial importância aos documentos de direito internacional quando abordou, por

exemplo, o trabalho forçado, a proteção da criança no trabalho, a proteção das pessoas portadoras de necessidades especiais e a proteção aos direitos

humanos dos trabalhadores migrantes. Logo, daremos especial ênfase aos tratados internacionais de Direitos Humanos tal como fizemos no curso

passado, com referência ao texto, destaque dos assuntos importantes, com gráficos e esquemas para auxiliar a fixação da matéria.

(ii) Para além dessa constatação é possível observar que foi dada importância especial às Convenções da OIT, algumas até não mencionadas expressamente

no edital. Numa rápida análise da prova, 6 das 22 assertivas referiram-se expressamente Convenções Internacionais da OIT. Assim, trataremos das

principais Convenções da OIT, com referência ao texto, destaque dos assuntos importantes, gráficos e esquemas, tudo com a finalidade de

bem fixar esses assuntos. Frise-se que o edital do concurso em 2009, cobrou

– na disciplina de Direito do Trabalho – diversas Convenções da OIT.

(iii) Houve grande preocupação com os direitos humanos assegurados

na órbita internacional, de modo que, trataremos minuciosamente dos principais direitos assegurados. Não houve, por outro lado, preocupação com os

mecanismos e procedimentos contra as violações a direitos humanos, razão pela qual o trato desses assuntos será objetivo e direto.

(iv) Vamos estender o trato dos Direitos Humanos e o Mercosul, uma vez que a prova passada trouxe questões sobre a matéria.

Como vocês podem perceber, a nossa intenção aqui não é um curso doutrinário e acadêmico de Direitos Humanos, mas um Curso de Direitos Humanos focado e

objetivo, voltado para questões objetivas e concurso público. Queremos – e este é o principal objetivo de um curso regular – conferir segurança e

tranquilidade para uma preparação completa, sem necessidade de recurso a outros materiais didáticos.

Como se trata de um curso regular, pré-edital, é importante que o aluno possua

um acompanhamento permanente. Diante disso, e com o intuito de acompanhar nossos alunos até a próxima prova, disponibilizaremos canais

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de comunicação (e-mail e Facebook) pelos quais vamos manter contato

até a data da próxima prova, seja ela em 2015, seja ela em 2016.

Ademais, firmamos parceria com o C24H para o Curso de Direito do Trabalho,

que comporá os Módulos II e III do pacote regular. Como Direito do Trabalho é a disciplina mais importante do certame e, por vezes, relaciona-se com os

Direitos Humanos – note que no edital passado havia assuntos de Direitos Humanos na ementa de Direito do Trabalho –, faremos constantemente

interlocução entre as disciplinas, ressaltando os aspectos em que

Direito do Trabalho e Direitos Humanos andam juntos.

Nossos gráficos, esquemas e resumos, bem acolhidos pelos alunos da primeira

edição do nosso curso, serão ampliados, constituindo excelente instrumento para a fixação e revisão dos principais pontos.

A legislação e os diplomas internacionais pertinentes às nossas aulas integrarão o material. Além disso, se relevante para prova, destacaremos os

principais assuntos, traremos gráficos e esquemas explicativos, com o fito de facilitar o estudo desses documentos legais.

O curso todo será permeado por questões. O exercício é fundamental para se chegar bem preparado para a prova. Não é um curso de exercícios, de modo

que não traremos centenas de questões por aula, até porque acreditamos que esse método não seja proveitoso para cursos regulares. De todo modo, a cada

aula haverá um número suficiente de questões para bem representar como o assunto é cobrado em prova. Essas questões serão sempre

gabaritadas e comentadas minuciosamente.

Embora neste momento não se saiba qual é a banca examinadora, nossas questões serão apresentadas sempre no modelo CERTO/ERRADO. Isso, por

vários motivos.

Primeiramente, por questões didáticas é mais fácil ordenar os assuntos. As

questões de múltipla escolha, por vezes, abrangem vários assuntos numa única questão, inviabilizando a sua utilização no início do curso.

Além disso, a análise detalhada de cada assertiva/alternativa permite identificar com profundidade como o assunto é abordado em prova. É

comum, no estudo de questões objetivas, o aluno ater-se ao estudo da alternativa que é o gabarito da questão, sem dar a devida atenção às demais

alternativas. Assim, pegaremos as questões de múltipla escolha e adaptaremos para assertivas de modo a detalhar cada uma das alternativas da prova.

Por fim, não se sabe ao certo qual será a banca a ser escolhida para o próximo certame, de modo que o importante é apreender a matéria.

Finalmente, cada aula será estruturada do seguinte modo:

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Mais uma última observação é importante. Vocês verão que ao longo das

páginas, existem algumas notas de rodapé. Não há necessidade de consulta/leitura dessas notas. Apenas as colocamos para referenciar os

doutrinadores que utilizamos para subsidiar nossa redação ou algumas observações rápidas a respeito de determinado tema.

Foi com esse espírito que no curso passado aprovamos mais de 40 alunos na primeira fase do concurso passado.

Por fim, resta uma breve apresentação pessoal. Meu nome é Ricardo

Strapasson Torques. Sou formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), a qual possui uma extensa grade humanística. Além disso,

atualmente trabalho como assessor jurídico em Vara da Infância e Juventude, local em que aplicamos cotidianamente assuntos de Direitos Humanos.

Além da formação profissional, tenho experiência na área de concurso público. Desde 2008 estou envolvido no mundo dos concursos públicos, leciono no Focus

Concursos Públicos em minha cidade atual – Cascavel/PR –, instituição em que sou responsável pela organização de materiais didáticos.

Deixarei abaixo meus contatos, quaisquer dúvidas ou sugestões, por favor, entrem em contato. Terei o prazer em orientá-los da melhor forma possível

nesta caminhada que estamos iniciando.

•Lançaremos o objeto de nosso estudo, eventuais comentários e observações sobre aulas passadas;

•Informações atinentes ao andamento do curso

•Novidades sobre o concurso.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

•Analise teórica;

•Esquemas e gráficos explicativos;

•Legislação destacada;

•Resumo dos principais aspectos do tópico;

AULA

•Lista das questões sem comentários;

•Gabarito; e

•Questões Comentadas.

QUESTÕES

•Sugestões de leituras e considerações quanto à revisão;

•Dicas e sugestões de estudo e revisão;

•Informações sobre a próxima aula.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Facebook: https://www.facebook.com/ricardotorquesC24h

Vamos ver como serão distribuídas nossas aulas?

AULA 00 – Tratados Internacionais Disponibilização

Interpretação e aplicação dos tratados internacionais de proteção aos

direitos humanos.

A Constituição brasileira e os tratados internacionais de direitos humanos.

15.03.2014

AULA 01 – Teoria Geral dos Direitos Humanos Disponibilização

Teoria geral dos direitos humanos.

Conceito, terminologia, estrutura normativa e fundamentação.

Afirmação histórica dos direitos humanos.

Fundamentos dos direitos humanos.

Características dos direitos humanos no direito internacional.

As três vertentes da proteção internacional da pessoa humana.

Direitos humanos, direito humanitário e direito dos refugiados.

Os limites dos direitos humanos na ordem internacional.

Mecanismo unilateral e mecanismo institucional ou coletivo.

Mecanismos coletivos e afirmação do indivíduo como sujeito de direito

internacional.

Globalização e direitos humanos.

25.03.2014

AULA 02 – Proteção Internacional dos Direitos Humanos Disponibilização

A proteção internacional dos direitos humanos.

A natureza objetiva da proteção internacional dos direitos humanos.

Mecanismos de proteção contra as violações de direitos humanos.

Regra do esgotamento dos recursos internos na proteção dos direitos

humanos.

A interligação entre o direito internacional e o direito interno na proteção

dos direitos humanos.

Direitos humanos e a responsabilidade.

Direitos humanos e a responsabilidade do Estado.

Responsabilidade internacional em matéria de direitos humanos.

Responsabilidade internacional dos estados por violações de direitos sociais,

econômicos e culturais.

Implementação das decisões de responsabilização internacional do Estado

por violação de direitos humanos.

05.04.2014

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AULA 03 – Sistema Global de proteção dos Direitos Humanos (parte

01) Disponibilização

Sistema internacional de proteção dos direitos humanos.

Universalismo e relativismo cultural.

Precedentes históricos.

Instrumentos internacionais de direitos humanos.

O sistema da liga das nações.

A proteção dos direitos humanos na ONU.

Sistemas convencional e extraconvencional da ONU.

15.04.2014

AULA 04 - Sistema Global de proteção dos Direitos Humanos (parte

02) Disponibilização

O núcleo de direito internacional dos direitos humanos.

Carta das Nações Unidas.

Declaração universal de direitos humanos.

Pacto internacional de direitos civis e políticos.

25.04.2014

AULA 05 - Sistema Global de proteção dos Direitos Humanos (parte

03) Disponibilização

Pacto internacional de direitos econômicos, sociais e culturais.

Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de

discriminação racial.

Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a

mulher.

Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis,

desumanos ou degradantes.

05.05.2014

AULA 06 - Sistema Global de proteção dos Direitos Humanos (parte

04) Disponibilização

Pacto internacional de direitos econômicos, sociais e culturais.

Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de

discriminação racial.

Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a

mulher.

Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis,

desumanos ou degradantes.

15.05.2014

AULA 07 – Sistemas Locais de proteção dos Direitos Humanos:

Sistema Interamericano e Sistema Europeu (parte 01) Disponibilização

Sistema europeu de direitos humanos.

Sistema interamericano de direitos humanos.

Comissão interamericana de direitos humanos e corte interamericana de

direitos humanos.

25.05.2014

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AULA 08 – Sistemas Locais de proteção dos Direitos Humanos:

Sistema Interamericano e Sistema Europeu (parte 02) Disponibilização

Proteção dos direitos humanos no Mercosul.

Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José de Costa

Rica, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 27, em 25.09.1992 e

promulgada pelo Decreto nº 678, de 06.11.1992).

04.06.2014

AULA 09 – OIT e suas Convenções (parte 01) Disponibilização

A Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Convenções da OIT: 29, 81, 138, 182, 105, 111, 132, 148, 154, 155, 158,

159, 161

14.06.2014

AULA 10 – OIT e suas Convenções (parte 02) Disponibilização

A Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Convenções da OIT: 29, 81, 138, 182, 105, 111, 132, 148, 154, 155, 158,

159, 161

24.06.2014

AULA 11 – OIT e suas Convenções (parte 03) Disponibilização

A Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Convenções da OIT: 29, 81, 138, 182, 105, 111, 132, 148, 154, 155, 158,

159, 161

04.07.2014

AULA 12 - Direitos Humanos no Brasil e Na Constituição Federal

(parte 01) Disponibilização

Direitos humanos na Constituição Federal.

Documentos históricos brasileiros.

Institucionalização dos direitos e garantias fundamentais.

14.07.2014

AULA 13 - Direitos Humanos no Brasil e Na Constituição Federal

(parte 02) Disponibilização

Política nacional de direitos humanos.

Programas nacionais de direitos humanos.

Programa Nacional de Direitos Humanos (Decreto nº 7.037/2009 – Eixos

Orientadores II e III).

24.07.2014

AULA 14 – Direitos Humanos e a Atuação da Auditoria Fiscal do

Trabalho Disponibilização

A Auditoria Fiscal do Trabalho como agente de proteção e concretização dos

direitos fundamentais dos trabalhadores.

Segurança e Saúde no Trabalho

Combate à redução análoga ao trabalho escravo.

Discriminação e ações afirmativas

Direitos da mulher, da Criança, do Adolescente e do Idoso.

Direito das Pessoas com Deficiência.

03.08.2014

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AULA 15 – Resumão, AFT 2013 e Simuladão Final Disponibilização

Prova AFT 2013 Comentada

Resumão

Simuladão Final

13.08.2014

Como vocês podem perceber, trata-se de um curso longo, com aulas mais espaçadas, o que permitirá ao aluno organizar os estudos sem comprometer o

estudo das demais disciplinas. Assim, a cada 10 dias teremos uma nova aula disponibilizada de modo que no início do segundo semestre deste ano o

aluno terá uma visão completa e integral da disciplina para fins de concurso

público.

Apresentado o curso, a metodologia e feita a distribuição das aulas, vejamos

como serão nossos estudos em nossa aula demonstrativa.

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AULA 00

TRATADOS INTERNACIONAIS DE

DIREITOS HUMANOS

Sumário

1 – Observações Iniciais .......................................................................... 11

2 – Tratados Internacionais ...................................................................... 11

2.1 – Introdução .................................................................................. 11

2.2 – Interpretação e aplicação dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos ............................................................................................ 12

2.2.1 – Aplicação ............................................................................... 13

2.2.2 – Interpretação ......................................................................... 16

2.3 - Constituição Federal e Tratados Internacionais de Direitos Humanos ... 20

2.3.1 – Incorporação à ordem jurídica dos tratados internacionais ........... 21

2.3.2 – Hierarquia dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos ....... 25

2.3.3 – Impacto dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos na Ordem

Jurídica Brasileira .............................................................................. 34

2.3.4 – Tratados Internacionais Promulgados no Brasil ........................... 37

3- Questões ........................................................................................... 42

3.1 – Lista de questões anteriores sem comentários ................................. 42

3.2 – Gabarito ..................................................................................... 51

3.3 – Questões Comentadas .................................................................. 52

4 – Observações Finais ............................................................................ 71

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1 – Observações Iniciais

Na aula de hoje vamos abranger os seguintes itens do edital CESPE:

Interpretação e aplicação dos tratados internacionais de proteção aos direitos humanos. A

Constituição brasileira e os tratados internacionais de direitos humanos.

Escolhemos esse assunto para a aula inaugural porque é um dos temas mais importantes da nossa matéria, visto que é o instrumento pelo qual os Direitos

Humanos são positivados na órbita internacional e, dentro dos Estados, produzem efeitos. Além disso, o assunto é recorrente em provas de Direitos

Humanos.

2 – Tratados Internacionais

2.1 – Introdução

Para não ficarmos perdido, vamos ver alguns conceitos introdutórios, para orientar nossos estudos.

Primeiro, os direitos humanos objetivam a proteção dos direitos da pessoa humana independentemente de qualquer condição, tanto no

plano interno quanto no plano internacional. Por um lado os direitos humanos constituem assunto afeto ao Direito Constitucional (proteção interna),

por outro, constituem assunto de Direito Internacional Público (proteção internacional).

Segundo, os direitos humanos no âmbito internacional são positivados (são documentados em forma de texto com normatividade), em regra, por meio de

tratados e convenções internacionais.

O que nós vamos estudar nesta aula é justamente sobre os tratados

internacionais de direitos humanos.

A nossa aula de hoje envolve, numa primeira análise, o estudo dos tratados

internacionais no âmbito do Direito Internacional Público, denominado de “Direito dos Tratados”. Já num segundo momento, os tratados internacionais

serão estudados no âmbito do interno, onde abordaremos a relação dos tratados internacionais com o nosso ordenamento jurídico.

Para delimitarmos a abrangência do nosso estudo recorremos ao edital do último concurso, que menciona o estudo dos tratados internacionais em dois

momentos. Primeiramente há referência à interpretação e aplicação dos tratados internacionais, remetendo o estudo de assunto específico dentro de

Direito Internacional Público. Logo, não iremos estudar todas as regras relativas

ao “Direito dos Tratados”, mas apenas as regras relativas à interpretação e aplicação. A outra menção aos tratados internacionais refere-se ao estudo dos

DIREITOS HUMANOS

Objetivam a proteção dos direitos da pessoa humana independentemente de qualquer condição,

tanto no plano interno quanto no plano internacional

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reflexos do direito internacional no ordenamento jurídico brasileiro, em

especial, sua relação com a Constituição da República (CRFB).

É o que faremos nesta aula!

2.2 – Interpretação e aplicação dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos

O estudo dos tratados internacionais no âmbito do Direito Internacional Público é feito pela Convenção de Viena sobre os Direitos dos Tratados de 1969,

que traz regras gerais referentes aos tratados internacionais, abrangendo o

modo como são elaborados, a entrada em vigor, a aplicação e interpretação, bem como regras sobre nulidade, extinção e suspensão

de tratado internacional.

A Convenção de Viena sobre os Direitos dos Tratados foi promulgada no Brasil

apenas no ano de 2009 por meio do Decreto 7.030/2009, em razão da Emenda Constitucional 45/2004, que conferiu maior importância aos tratados

internacionais na órbita interna.

No art. 1º da Convenção os tratados são conceituados como:

Um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito

Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos

conexos, qualquer que seja sua denominação específica.

Geraldo Silva e Hildebrando Accioly assim conceituam os tratados:

Por tratado entende-se o ato jurídico por meio do qual se manifesta o acordo de vontades

entre duas ou mais pessoas internacionais1.

Para fins do nosso concurso devemos estudar as regras relativas à

interpretação e aplicação dos tratados internacionais2. Vejamos primeiro as regras relativas à aplicação e, depois, a interpretação dos tratados

internacionais.

1 SILVA, Geraldo E. N, e ACCIOLYm Hildebrando. Manual de Direito Internacional Público.

15º edição, rev., atual., São Paulo: Editora Saraiva, 2002, p. 28. 2 Recomendamos uma rápida “passada de olhos” no Convenção de Viena de 1969, que pode ser

encontrada neste link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-

2010/2009/Decreto/D7030.htm.

•acordo com efeitos jurídico

•entre duas ou mais pessoas de direito internacional

•com uma finalidade específica

TRATADO INTERNACIONAL É:

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2.2.1 – Aplicação

A respeito da aplicação dos tratados internacionais a Convenção de Viena

de 1969 divide o assunto em aplicação no tempo e no espaço.

O art. 28, da Convenção trata da aplicação dos tratados internacionais no

tempo e fixa a regra da irretroatividade dos tratados.

Artigo 28

A não ser que uma intenção diferente se evidencie do tratado, ou seja estabelecida de

outra forma, suas disposições não obrigam uma parte em relação a um ato ou fato

anterior ou a uma situação que deixou de existir antes da entrada em vigor do tratado,

em relação a essa parte.

Da leitura do texto acima, podemos afirmar que os tratados internacionais são

criados para regerem situações futuras, ou seja, situações ocorridas após a vigência do tratado internacional (efeito ex nunc). Todas as situações que

ocorreram antes do tratado internacional, ainda que viole suas regras, não poderão ser regidas pelo tratado. Segundo Valério de Oliveira Mazzuuoli3, o art.

28 “existe para impedir que um tratado seja aplicado em relação a um fato ou ato anterior ou a uma situação que deixou de existir antes da entrada em vigor

do tratado, em relação a essa parte”.

Imaginemos uma linha do tempo:

Contudo, excepcionalmente, a retroatividade será possível, nos termos do art.

28, desde que haja menção expressa no texto do tratado.

Assim:

3 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público. 5ª edição, rev.,

atual. e ampl., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010, p. 257.

REGRA •os tratados observam a irretroatividade (efeito ex nunc)

EXCEÇÃO •havendo previsão expressa no tratado ou se evidencie intenção diferente no tratado, possuirá retroatividade (efeito ex tunc)

NÃO SE APLICA

APLICA-SE

EDIÇÃO DO

TRATATADO

INTERNACIONAL

linha do tempo

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Em relação à aplicação dos tratados internacionais no espaço (ou

aplicação territorial) vale a regra prevista no art. 29, da Convenção de Viena de 1969.

Artigo 29

A não ser que uma intenção diferente se evidencie do tratado, ou seja estabelecida de

outra forma, um tratado obriga cada uma da partes em relação a todo o seu território.

Assim, um Estado que tenha assinado determinado tratado internacional

deverá executá-lo dentro do seu território, a não ser que o próprio tratado internacional disponha de forma diferente. No decorrer do curso vamos analisar

questões específicas como as consequências do não cumprimento dos pactos afirmados internacionalmente.

Por hora, lembre-se:

Por fim, para concluir o estudo deste tópico, devemos analisar o art. 30 da Convenção de Viena, que traz regras relativas à aplicação de tratados

sucessivos sobre o mesmo assunto.

Artigo 30

1. Sem prejuízo das disposições do artigo 103 da Carta das Nações Unidas, os direitos e

obrigações dos Estados partes em tratados sucessivos sobre o mesmo assunto serão

determinados de conformidade com os parágrafos seguintes.

2. Quando um tratado estipular que está subordinado a um tratado anterior ou posterior

ou que não deve ser considerado incompatível com esse outro tratado, as disposições

deste último prevalecerão.

3. Quando todas as partes no tratado anterior são igualmente partes no tratado posterior,

sem que o tratado anterior tenha cessado de vigorar ou sem que a sua aplicação tenha

sido suspensa nos termos do artigo 59, o tratado anterior só se aplica na medida em que

as suas disposições sejam compatíveis com as do tratado posterior.

4. Quando as partes no tratado posterior não incluem todas a partes no tratado anterior:

a) nas relações entre os Estados partes nos dois tratados, aplica-se o disposto no

parágrafo 3;

b) nas relações entre um Estado parte nos dois tratados e um Estado parte apenas em um

desses tratados, o tratado em que os dois Estados são partes rege os seus direitos e

obrigações recíprocos.

5. O parágrafo 4 aplica-se sem prejuízo do artigo 41, ou de qualquer questão relativa à

extinção ou suspensão da execução de um tratado nos termos do artigo 60 ou de

qualquer questão de responsabilidade que possa surgir para um Estado da conclusão ou

da aplicação de um tratado cujas disposições sejam incompatíveis com suas obrigações

em relação a outro Estado nos termos de outro tratado.

Desse extenso e confuso dispositivo devemos levar para a prova três informações.

O Estado signatário compromete-se a executar o tratado dentro do seu território.

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PRIMEIRA, poderá prever o texto que o tratado internacional firmado,

seja subordinado a tratado internacional anterior ou posterior (ou seja, tratado já assinado ou tratado que ainda será firmado), e se não for

incompatível, será aplicado o novo tratado.

Organizando as ideias:

SEGUNDA, caso não haja previsão, existindo tratado internacional anterior

com as mesmas partes as regras do tratado antigo somente se aplicam se compatíveis com o tratado internacional posterior. Podemos dizer que

essa regra é bastante semelhante ao critério cronológico, que estudamos em

conflito de normas, segundo o qual, aplicam-se as normas anteriores desde que compatíveis com as leis posteriores.

POR FIM, poderá ocorrer de não serem as mesmas partes signatárias

dos tratados anterior e posterior. Se isso acontecer, devemos considerar aplicável o tratado internacional assinado por ambas as

partes, independentemente de ser anterior ou posterior. Um exemplo facilita a compreensão: o Brasil é signatário do “Tratado Internacional A” e do

“Tratado Internacional B”. A Argentina, por sua vez, é signatária somente do “Tratado Internacional A”. Nesse caso, as relações entre Brasil e Argentina

envolvendo os assuntos regidos por ambos os tratados internacionais será regido pelo “Tratado Internacional A”, assinado por ambos, ainda que esse

tratado seja anterior ou posterior ao “Tratado Internacional B”.

Também explica essa regra os gráficos abaixo:

tratado subordinado a tratado anterior ou

posterior

tratado não é considerado incompatível

prevalece as disposições do novo

tratado

tratado posterior com as mesmas partes do tratado anterior

aplicam-se somente as regras do tratado anterior que forem compatível

com o novo tratado

•anterior

•posterior TRATADO

com as mesmas partes

so é aplicado o tratado anterior se compatível

com o posterior

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2.2.2 – Interpretação

Segundo Maximiliano4 interpretar significa:

ato de explicar, esclarecer, dar o significado do vocábulo, atitude ou gesto, produzir por

outras palavras um pensamento exteriorizado; mostrar o sentido verdadeiro de uma

expressão; extrair de frase, sentença ou norma, tudo o que na mesma se contém.

Logo, interpretar constitui o ato de fixar o sentido de um texto escrito,

para extrair a exata significação.

No que tange à interpretação dos tratados internacionais, da mesma maneira, devemos nos atentar ao disposto na Convenção de Viena de 1969.

O art. 31 trata das regras gerais de interpretação.

1. Um tratado deve ser interpretado de boa fé segundo o sentido comum atribuível aos

termos do tratado em seu contexto e à luz de seu objetivo e finalidade.

2. Para os fins de interpretação de um tratado, o contexto compreenderá, além do texto,

seu preâmbulo e anexos:

a)qualquer acordo relativo ao tratado e feito entre todas as partes em conexão com a

conclusão do tratado;

b)qualquer instrumento estabelecido por uma ou várias partes em conexão com a

conclusão do tratado e aceito pelas outras partes como instrumento relativo ao tratado.

3. Serão levados em consideração, juntamente com o contexto:

a)qualquer acordo posterior entre as partes relativo à interpretação do tratado ou à

aplicação de suas disposições;

b)qualquer prática seguida posteriormente na aplicação do tratado, pela qual se

estabeleça o acordo das partes relativo à sua interpretação;

c)quaisquer regras pertinentes de Direito Internacional aplicáveis às relações entre as

partes.

4. Um termo será entendido em sentido especial se estiver estabelecido que essa era a

intenção das partes.

A interpretação dos tratados é orientada, em regra, para a busca do

significado de seu texto, que constitui o objeto da interpretação, conforme

4 MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e Aplicação Do Direito. 19ª edição, Rio de Janeiro:

Editora Forense, 2002, p. 7.

•anterior

•posterior TRATADO

partes diferentes

aplicável tratado em que ambas as partes são signatários

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informa o primeiro parágrafo do art. 31. Essa regra, contudo, é excepcionada

no último parágrafo ao prever a possibilidade de interpretar, objetivando a real intenção das partes signatárias do tratado internacional.

Esquematizando:

Além disso, o art. 31, em seu primeiro parágrafo, traz o princípio da boa-fé

na interpretação dos tratados, que se consubstancia no compromisso de respeito e fidelidade entre os signatários do tratado internacional, de

maneira que a interpretação não deve ser dissimulada, fraudatória ou

tendenciosa. O intérprete deve objetivar o sentido coerente e compatível com as demais disposições do tratado.

Por fim, de acordo com o artigo sob análise, os tratados internacionais deverão ser interpretados “à luz de seu objeto e finalidade”. O objeto de um

tratado internacional refere-se aos direitos e obrigações que foram pactuados no tratado internacional. A finalidade, por sua vez, remete ao objetivo, à

intenção das partes quando decidiram compor o tratado internacional.

Pelo parágrafo segundo do art. 31, estabelece-se que a Convenção de Viena de

1969, na interpretação dos tratados, deverá ser observado o contexto. Trata-se do recurso da interpretação contextual, pelo qual se busca interpretar o

texto em conjunto, levando em consideração as várias partes que

REGRA: determinação do

significado do texto do tratado internacional

conforme art. 31, primeiro parágrado

EXCEÇÃO: busca da real e comum

intenção das partes

conforme art. 31, quarto parágrafo

NA INTERPRETAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DEVEMOS LEVAR EM CONTA O:

objeto:

direitos e obrigações pactuados no tratado

internacional

finalidade:

intenção das partes quando decidiram compor o tratado

internacional

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integram o tratado internacional. Desta forma, ao se interpretar um tratado

internacional, o hermeneuta deverá observar não apenas os artigos e parágrafos do tratado internacional, mas também, seu preâmbulo e anexos.

Além disso, prevê a Convenção de Viena de 1969 que na interpretação dos tratados internacionais deverão ser levados em consideração também acordos e

instrumentos relativos ao tratado feitos em conexão pelas partes signatárias. Esses acordos e instrumentos em conexão, nada mais seriam do que

documentos que as partes firmam para tratar ou explicitar as regras do tratado

internacional.

Para finalizar o art. 31, parágrafo terceiro, traz ainda a necessidade de se levar

em consideração, para fins de intepretação dos tratados internacionais, os acordos posteriores firmados entre as partes, eventuais práticas que sejam

adotadas após a pactuação do tratado e as regras de Direito Internacional aplicáveis.

Cabe, ainda, falar dos meios suplementares de interpretação que estão

previstos no art. 31 da Convenção de Viena. Em termos bastante simples são instrumentos utilizados pelas partes signatárias do tratado

internacional para interpretá-lo.

Artigo 32

Pode-se recorrer a meios suplementares de interpretação, inclusive aos trabalhos

preparatórios do tratado e às circunstâncias de sua conclusão, a fim de confirmar o

sentido resultante da aplicação do artigo 31 ou de determinar o sentido quando a

interpretação, de conformidade com o artigo 31:

a)deixa o sentido ambíguo ou obscuro; ou

b)conduz a um resultado que é manifestamente absurdo ou desarrazoado.

Do dispositivo extrai-se que são 2 os meios suplementares de interpretação:

1. trabalhos preparatórios, que envolve as negociações preliminares e

redação do texto do tratado internacional; e

A INTERPRETAÇÃO CONTEXTUAL LEVA EM CONTA:

artigos e paráfrafos do tratado internacional

preâmbulo do tratado internacional

anexos

acordos e instrumentos relativos firmados em conexão

acordos posteriores firmados entre as partes

eventuais práticas que sejam adotadas após a pactuação do tratado

regras de Direito Internacional

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2. circunstâncias de sua conclusão, que se refere ao aspectos que cercam a

conclusão e assinatura do texto.

Assim, esses meios devem ser considerados como forma adicional à regra de

interpretação, para se chegar ao exato sentido do texto do tratado internacional, conforme vimos no art. 31, desde que haja sentido ambíguo

ou resultado absurdo ou desarrazoado.

Continuando, vejamos o art. 33 da Convenção de Viena de 1969:

Artigo 33

Interpretação de Tratados Autenticados em Duas ou Mais Línguas

1. Quando um tratado foi autenticado em duas ou mais línguas, seu texto faz igualmente

fé em cada uma delas, a não ser que o tratado disponha ou as partes concordem que, em

caso de divergência, prevaleça um texto determinado.

2. Uma versão do tratado em língua diversa daquelas em que o texto foi autenticado só

será considerada texto autêntico se o tratado o previr ou as partes nisso concordarem.

3. Presume-se que os termos do tratado têm o mesmo sentido nos diversos textos

autênticos.

4. Salvo o caso em que um determinado texto prevalece nos termos do parágrafo 1,

quando a comparação dos textos autênticos revela uma diferença de sentido que a

aplicação dos artigos 31 e 32 não elimina, adotar-se-á o sentido que, tendo em conta o

objeto e a finalidade do tratado, melhor conciliar os textos.

As partes signatárias de tratados internacionais, em regra, possuem línguas

diferentes, motivo pelo qual, os tratados são, em regra, escritos nas diversas línguas dos países que o assinam. Como sabemos, uma mesma expressão pode

ter conotações diametralmente opostas dependendo do idioma em que for

empregada.

Caso os países signatários do tratado internacional sejam das mais

diversas línguas, todas elas serão consideradas legítimas para a interpretação do tratado internacional, a não ser que o tratado preveja

expressamente, em caso de dúvida, que prevalece a interpretação com base em determinado idioma específico.

Em síntese:

MEIOS SUPLEMENTARES DE INTERPRETAÇÃO:

trabalhos preparatórios

circunstâncias de suas conclusão

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O parágrafo segundo, por sua vez, disciplina que uma versão será considerada autêntica se o tratado prever ou as partes acordarem.

Em regra, presume-se que ambos os textos tem o mesmo sentido, conforme o parágrafo terceiro. Porém, se ocorrer divergência, informa o parágrafo quarto,

que deverá prevalecer o sentido que melhor conciliar o texto, tendo em vista o objeto e finalidade do tratado internacional.

Com isso finalizamos o primeiro tópico. Em seguida passaremos ao estudo de um dos assuntos mais importantes para a sua prova de Direitos Humanos: a

Constituição Federal e a aplicação dos Tratados Internacionais de Direitos

Humanos.

2.3 - Constituição Federal e Tratados Internacionais de Direitos Humanos

A partir de agora passaremos a estudar os tratados internacionais de Direitos

Humanos e as relações com nosso ordenamento jurídico. Inicialmente vamos conceituar o que sejam esses tratados internacionais de direitos humanos. Em

seguida, veremos como que esses documentos ingressam no direito interno, passando pelo estudo de cada uma das fases de internalização. Por fim, uma

vez ingressado no direito pátrio, estudaremos onde se acomodam os tratados internacionais de direitos humano dentro da hierarquia das normas.

Vamos lá?

Embora seja assunto de aula futura, devemos inicialmente trazer o conceito

de Direitos Humanos.

Direitos Humanos representam conjunto de direitos reputados imprescindíveis para que se concretize a dignidade das pessoas.

Tratados Internacionais de Direitos Humanos são, portanto, acordos internacionais concluídos por escrito entre Estados e/ou Organizações

Internacionais regidos pelo Direito Internacional, que versam sobre direitos que concretizam a dignidade da pessoa.

TRATADO EM DIFERENTES LÍNGUAS

regra

todas as interpretações são consideradas válidas

segundo idioma dos países signatários

exceção

se previsto expressamente aplica-se determinado

idioma

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Em nosso ordenamento jurídico, a assinatura do tratado internacional pelo Presidente da República não implica na incorporação do tratado internacional

perante a ordem jurídica interna. Na sequência, veremos o processo de incorporação dos tratados internacionais em nossa ordem jurídica interna.

2.3.1 – Incorporação à ordem jurídica dos tratados internacionais

Para que um tratado obrigue o Estado brasileiro ele deverá passar por quatro

fases. São elas:

1. assinatura do tratado internacional;

2. aprovação pelo Congresso Nacional;

3. ratificação e depósito do tratado; e 4. promulgação na ordem interna.

Vejamos cada um dessas fases.

Os tratados internacionais são assinados, no Brasil, pelo Presidente da

República no exercício da chefia de estado, conforme art. 84, VIII, da Constituição Federal:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...) VIII - celebrar tratados,

convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; (...).

Do dispositivo extrai-se que o Presidente da República possui a competência privativa5 para celebrar tratados, convenções e atos

internacionais. Contudo, esses documentos estarão sujeitos a aprovação pelo Congresso Nacional, o que denota a aplicação do modelo de duplicidade de

vontade. Mas o que seria exatamente esse modelo?

5 Estudamos em Direito Constitucional que a competência privativa somente poderá ser

delegadas nas hipóteses expressamente previstas em lei. Para celebração de tratados

internacionais não existe previsão expressa de delegação de competência.

TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS

Acordos internacionais regidos pelo Direito Internacional, que versam sobre direitos que

concretizam a dignidade da pessoa

INCORPORAÇÃO DE UM TRATADO À ORDEM JURÍDICA

assinatura internacional

aprovação pelo Congresso Nacional

ratificação e depósito

promulgação interna

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Antes de respondermos à pergunta acima devemos fazer uma rápida

observação. O Brasil adotou o modelo presidencialista de governo. O Presidente da República acumula a Chefia de Estado e a Chefia de Governo. Melhor

dizendo: representa o país internacionalmente (Chefia de Estado), quando, por exemplo, assinar tratados internacionais e representar o país internamentos

nas relações com os demais poderes. Feita a observação, vamos responder à pergunta.

De acordo com a doutrina existem dois modelos para que determinado tratado

internacional passe a obrigar o Estado. Pelo modelo de unicidade de vontade entende-se que somente a manifestação de vontade do Chefe de Estado seria

suficiente para que este Estado fique obrigado a observar o tratado internacional. Já pelo modelo de duplicidade de vontade existem duas

vontades distintas que devem ser cumuladas para que o tratado passe a obrigar. Além da assinatura do Chefe de Estado (primeira manifestação de

vontade) é necessário que o tratado seja aprovado pelo Poder Legislativo.

No direito brasileiro, o Presidente da República possui competência privativa para celebrar tratados internacionais, que nada mais é do que a

manifestação do Poder Executivo. Porém, de acordo com a Constituição, após a assinatura pelo Presidente o tratado internacional ficará sujeito a

aprovação pelo Congresso Nacional, nos termos do art. 49, I, da Constituição Federal.

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente

sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos

gravosos ao patrimônio nacional; (...).

A parte final desse dispositivo prevê que a aprovação será necessária

somente quando o tratado, acordo ou ato internacional acarretasse encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional. Pergunta-

se: então existem tratados internacionais que não passaram pela aprovação do Congresso Nacional? Sim, existem! Vejamos o que diz Rafael Barretto: “atos

que não gerem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional não precisam ser aprovados no Parlamento. É o que ocorre, por exemplo, com

MODELO DA UNICIDADE DE VONTADE

manifestação apenas do Poder Executivo (Chefe de Estado)

MODELO DA DUPLICIDADE DE VONTADES

manifestação do Poder Executivo (Chefe de Estado) E

manifestação de vontade do Poder Legislativo.

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alguns acordos executivos, como convênios internacionais de cooperação, que o

Presidente celebre com o chefe de outro país" 6.

Portanto, quando envolvem matérias que tragam encargos ou

compromissos ao patrimônio do Estado, como é o caso dos direitos humanos prestacionais, será necessária a aprovação pelo Congresso

Nacional, que o fará por meio de um decreto legislativo.

Aprofundando um pouco mais o estudo, é possível afirmar que o modelo de

duplicidade de vontades reflete a separação de poderes. Tendo em vista

que ao chefe de Estado é dado representar o Brasil internacionalmente e, por consequência, poderá firmar compromissos internacionais, e considerando que

o Poder Legislativo é o responsável pela edição das normas que regem nossa sociedade, adota o modelo de duplicidade, que respeita ambas as esferas de

poder que agem em harmonia.

Logo:

Após a aprovação pelo Congresso Nacional, podemos afirmar que o tratado

obriga o Brasil? Ainda não! Há, na sequência, a fase de ratificação e de depósito do tratado. A aprovação do Congresso Nacional consiste numa autorização

para que o Estado se obrigue internacionalmente. De posse dessa autorização, é feito o depósito do tratado internacional assinado pelo Presidente

da República, que será anexado ao tratado firmado, junto ao órgão responsável pelo tratado. Diz a doutrina que o ato de ratificação e depósito é a “certidão

de nascimento jurídico do tratado internacional”.

Lembre-se:

A partir da ratificação e do depósito o tratado internacional passa a

vincular o Estado no cenário internacional. Contudo, internamente, é necessária uma última fase: a promulgação do tratado internacional na ordem

interna.

6 BARRETTO, Rafael. Direitos Humanos. 2ª edição, rev., ampl. e atual., Salvador: JusPodivm,

2012, p. 77.

EM RESPEITO À SEPARAÇÃO DE

PODERES

o Presidente, no exercício de sua

função típica de chefia de Estado

assina o tratado internacional

o Congresso Nacional na sua função típica

de legislar

aprova o documentos internacional que

acarretará encargos ou compromissos

gravosos

•consiste em autorização para que o Presidente se obrigue perante a comunidade internacional

APROVAÇÃO PELO CONGRESSO NACIONAL

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A promulgação do tratado internacional internamente consiste na

transformação do tratado internacional em lei interna do país.

Lembre-se:

A respeito dessa fase, os doutrinadores desenvolveram duas teses:

monista; e

dualista.

Pela tese monista, a partir da ratificação e do depósito do tratado

internacional o Estado já estaria vinculado internacional e

internamente, sendo desnecessária a promulgação do tratado internacional na ordem interna Esse é o entendimento de parte importante da doutrina, a

exemplo de Flávia Piovesan. Já pela tese dualista, somente com a promulgação do tratado internacional na ordem interna seria possível

fala em vinculação interna.

Esquematizando:

Diante disso, pergunta-se: e no Brasil, qual das teses adotamos? Nenhuma! Isso mesmo, não adotamos nem a tese monista, nem a tese dualista. O

interesse de estudar essas teorias é único: a grande incidência em provas, porque é um assunto muito discutido no Direito Internacional Público. Rafael

Barretto7 nos ensina queno Brasil não é nem monista nem dualista, pois os tratados precisam ser publicados na ordem interna (o que afasta o monismo),

mas não são transformados em lei interna (o que afasta o dualismo).

No Brasil, há a promulgação de um decreto executivo do Presidente da

República autorizando a execução do tratado na ordem interna. Não há

7 BARRETTO, Rafael. Direitos Humanos, p. 79.

•transformação do tratado internacional em lei interna do país. PROMULGAÇÃO

TEORIA MONISTA

basta a ratificação e depósito do tratado para a vinculação interna e externa

* um ato para vinculação interna e internacional

TEORIA DUALISTA

externamente o tratado internacional vincula a partir da ratificação e do depósito

internamente o tratado internacional somente vinculará com a promulgação do tratado internacional

* dois atos, um para vinculação interna, outro para vinculação externa

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transformação em lei desse tratado internacional, mas apenas autorização

por decreto para que seja executado no Brasil, conforme entendimento perfilhado pelo STF.

Vejamos o quadro abaixo que sintetiza os principais aspectos vistos sobre a internalização dos tratados internacionais:

Na sequência vamos passar a estudar a relação que os tratados internacionais direitos humanos estabelecem com as demais regras do ordenamento jurídico

infraconstitucional.

2.3.2 – Hierarquia dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos

Após todo trâmite de internalização dos tratados internacionais dentro da

ordem interna, sabemos que o tratado vincula o Estado assim como qualquer outra lei que componha nosso ordenamento jurídico.

ASSINATURA PELO PRESIDENTE

•competência privativa

APROVAÇÃO PELO CONGRESSO NACIONAL

•dos tratados que acarrtarem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio do Estado

•modelo de duplicidade de vontades

•decreto legislativo

RATIFICAÇÃO E DEPÓSITO

•certidão de nascimento jurídico do tratado internacional

•vinculação internacional

PROMULGAÇÃO DO TRATADO INTERNACIONAL

•transformação do tratado internacional em lei interna do país

•vinculação interna

•no BRASIL ocorre apenas a promulgação de um decreto executivo autorizando a execução do tratado

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Em Direito Constitucional, estudamos a hierarquia das normas constitucionais,

baseada na famosa pirâmide de Kelsen. Pois bem, o que vamos fazer neste tópico é determinar onde se acomodam os tratados internacionais de Direitos

Humanos dentro dessa pirâmide.

Desde já é importante traçar um alerta:

Essa frase será melhor compreendida quando estudarmos o tópico 2.3.3. Por

ora, frise a ideia.

Sem aprofundar demasiadamente o assunto, porque não é assunto de nossa

disciplina, vejamos a pirâmide que representa a hierarquia das normas no

ordenamento jurídico brasileiro:

Devemos mencionar primeiramente que vamos discutir a natureza formal dos

tratados, pois em termos materiais não há dúvidas de que os tratados internacionais de direitos humanos são matérias tipicamente

constitucionais porque envolve um princípio constitucional que é a base de todos os direitos fundamentais, qual seja: princípio da dignidade humana. Mas,

em decorrência da rigidez e da supremacia formal da Constituição, estabelece-se hierarquia entre as normas, cuja finalidade principal é permitir o controle de

constitucionalidade.

Para bem compreendermos o assunto devemos diferenciar 4 teses defendidas

pelos diversos doutrinadores a respeito desse assunto.

1ª NATUREZA Os tratados internacionais de Direitos Humanos valem mais

A fixação da posição hierárquica dos tratados internacionais de direitos humanos na pirâmide kelseniana soluciona os conflitos envolvendo apenas o ordenamento jurídico infraconstitucional.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

•compreende o texto originário e as emendas constitucionais

ATOS NORMATIVOS PRIMÁRIOS

•buscam validade diretamente no texto constitucional

•ex. leis ordinárias, leis complementares, decretos legislativos etc.

ATOS NORMATIVOS SECUNDÁRIOS

•buscam validade nos atos normativos primários

•ex. decretos executivos, portarias, instruções normativas

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tese SUPRACONSTITUCIONAL que a própria Constituição, de modo que num eventual conflito

entre um tratado internacional de Direitos Humanos e uma

norma constitucional, o tratado prevalecerá.

tese

NATUREZA

CONSTITUCIONAL

Os tratados internacionais de Direitos Humanos valem tanto

quanto a Constituição, possuindo a mesma hierarquia que as

normas constitucionais.

tese NATUREZA LEGAL

Os tratados internacionais de Direitos Humanos valem menos

que a Constituição, estando hierarquicamente no mesmo

patamar das leis. Em razão disso, os tratados internacionais de

Direitos Humanos não podem se sobrepor à Constituição.

tese NATUREZA SUPRALEGAL

Os tratados internacionais de Direitos Humanos valem menos

que a Constituição, mas são superiores à legislação

infraconstitucional. Em razão disso, um tratado internacional

de Direitos Humanos não pode se sobrepor à Constituição,

contudo, prevalece perante uma lei infraconstitucional.

Desde a promulgação da Constituição, o STF sempre entendia que os tratados

internacionais de Direitos Humanos possuíam natureza jurídica de normas infraconstitucionais, assim como as leis. Os tratados internacionais, portanto,

estariam subordinados à Constituição e no mesmo patamar hierárquico das normas infraconstitucionais.

Nesse ponto é importante uma observação. Pela pirâmide acima exposta, sabemos que o decreto executivo é ato normativo secundário, não equiparado

às leis infraconstitucionais, que são atos normativos primários. Se os tratados internacionais são promulgados por intermédio de um ato normativo secundário

(decreto executivo) como estariam no mesmo patamar das normas infraconstitucionais?

Caro aluno, muita atenção quanto a esse aspecto. Vimos que o Brasil não adota nem a teoria monista, nem a teoria dualista. Correto? Vimos, ainda, que nossa

promulgação (que ocorre com o decreto executivo) consiste tão somente numa

autorização para a execução interna do tratado internacional. Como não adotamos a teoria dualista, tem-se que o tratado internacional nasce para o

ordenamento jurídico interno com a aprovação pelo Congresso Nacional, porém sua execução dependerá de ato futuro: o decreto executivo

do Presidente. Por isso também não adotamos a teoria monista. Portanto, o tratado internacional de Direitos Humanos será considerado formalmente como

um decreto legislativo e, logo, ato normativo primário, equiparado às demais leis infraconstitucionais. Isso demonstra a importância do conhecimento das

teorias e da relação entre os assuntos.

Retomando o processo de internalização que estudamos acima, vejamos este

esquema:

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Feito esse breve parênteses, sigamos!

O fundamento sobre o qual o STF defendia que os todos tratados

internacionais seriam normas infraconstitucionais decorria do art. 102, III, da Constituição Federal.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da

Constituição, cabendo-lhe: (...) III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas

decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: (...) b) declarar a

inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; (...).

Vale dizer, compete ao STF por meio de recurso extraordinário julgar decisão

recorrida que declarar a inconstitucionalidade de tratado internacional. Assim, é possível declarar a inconstitucionalidade de um tratado, pois ele é lei

infraconstitucional.

Contudo, a Emenda Constitucional 45/2004 intensificou as discussões a

respeito da posição hierárquica dos tratados internacionais de direitos humanos

ao prever, no art. 5ª, §3º, da CRFB, que:

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem

aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos

votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

O conhecimento do teor desse dispositivo é fundamental para provas objetivas

de concurso público. Como vocês poderão perceber ao fazerem os exercício, de todos os assuntos relativos aos tratados internacionais, esse dispositivo é o

mais recorrente em provas de concurso público.

Assim:

1º) ASSINATURA

Presidente

2º) APROVAÇÃO

Congresso Nacional

Decreto Legislativo - ATO NORMATIVO

PRIMÁRIO

marca a EXISTÊNCIA DO TRATADO

3º) RATIFICAÇÃO/

DEPÓSITO Presidente

4º) PROMULGAÇÃO

Presidente Decreto Executivo - ATO NORMATIVO SECUNDÁRIO

marca a EXECUÇÃO INTERNA DO

TRATADO

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Em razão dessa emenda constitucional, o STF, reconhecendo a importância que o legislador conferiu aos tratados internacionais de direitos humanos, decidiu

diferençar definitivamente os tratados internacionais de direitos humanos dos demais tratados internacionais.

Nesse contexto, o STF proferiu decisão indicando uma mudança na jurisprudência, para reconhecer a supralegalidade dos tratados

internacionais de Direitos Humanos, quando internalizados pelo quórum ordinário. Não houve afirmação de que todos os tratados internacionais de

Direitos Humanos possuem natureza constitucional, mas tão somente passou a

Suprema Corte a entender que os tratados internacionais de Direitos Humanos aprovados com o quórum de lei ordinária seriam supralegais.

Desta forma, considerando que os tratados internacionais podem ser internalizados com o quórum de emenda constitucional ou com o quórum de lei

ordinária, conforme atual posicionamento do STF, podemos concluir:

tratados internacionais de Direitos Humanos aprovados com quórum de

emenda constitucional: possuem status de emenda constitucional; tratados internacionais de Direitos Humanos aprovados com quórum de

norma infraconstitucionais: possuem status de norma supralegal, em ponto intermediário, acima das leis, abaixo da Constituição Federal.

demais tratados internacionais, independentemente do quórum de aprovação: possuem status de norma infraconstitucional.

Diante desse entendimento podemos agregas novas informações à pirâmide da hierarquia das normas:

Se o tratado internacional versar sobre Direitos Humanos;

se for aprovado na Câmara dos Deputados, em 2 turnos, por 3/5 dos

votos dos respectivos membros;

se for aprovado no Senado Federal, em 2 turnos, por 3/5 dos votos dos

respectivos membros:

EQUIVALE ÀS EMENDAS

CONSTITUCIONAIS

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Agora, três observações são importantes.

PRIMEIRA, os tratados internacionais de Direitos Humanos aprovados com o quórum qualificado previsto no art. 5º, §3º, da Constituição Federal, não são

emendas constitucionais, mas possuem status de emendas constitucionais. Há doutrinador que diferencia um do outro. Para fins de prova

objetiva, devemos nos basear no texto de lei e a posição do STF. Ambos informam a equiparação desses tratados às emendas, não os qualificam como

emendas constitucionais propriamente ditas.

Atualmente, o único tratado internacional de Direitos Humanos, aprovado com quórum de emenda constitucional e que, portanto, é equiparado às emendas

constitucionais, é a “Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo”. Esse instrumento foi

assinado em 2007, aprovado pelo Congresso Nacional e ratificado e depositado em 2008, sendo promulgado na ordem interna pelo Decreto 6.949/2009.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL E TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS APROVADOS COM O QUÓRUM DE EMENDA

•compreende o texto originário e as emendas constitucionais

TRATADOS INTERNACINOAIS DE DIREITOS HUMANOS APROVADOS COM QUÓRUM DE NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS

•caráter supralegal

ATOS NORMATIVOS PRIMÁRIOS

•buscam validade diretamente no texto constitucional

•ex. leis ordinárias, leis complementares, decretos legislativos etc.

•estão compreendidos dentro do conjunto de leis infraconstitucionais os tratados internacionais, à exceção dos de Direitos Humanos

ATOS NORMATIVOS SECUNDÁRIOS

•buscam validade nos atos normativos primários

•ex. decretos executivos, portarias, instruções normativas

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SEGUNDA, a natureza supralegal dos tratados internacionais de Direitos

Humanos aprovados com quórum ordinário abrange não apenas os tratados posteriores à Emenda Constitucional 45/2004, como também

os tratados internacionais já aprovados e perfeitamente internalizados em nosso ordenamento. Um exemplo é o Pacto de San José da Costa Rica,

promulgado em 1992.

TERCEIRA, em que pese seja a posição do STF, há doutrinadores de renome, a

exemplo de Flávia Piovesan, que entendem que os tratados internacionais de

Direitos Humanos possuem status constitucional a partir do próprio texto constitucional, com fundamento no art. 5º, §2º, da Constituição Federal.

§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros

decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais

em que a República Federativa do Brasil seja parte.

Não seria necessário, portanto, a aprovação do tratado pelo quórum qualificado das emendas para possuírem status constitucional. A mera aprovação com o

quórum ordinário, em decorrência do que prevê o dispositivo acima, seria suficiente para garantir ao tratado internacional o status de emenda

constitucional.

Segundo a referida doutrinadora:

“Enfatize-se que, enquanto os demais tratados internacionais têm força hierárquica

infraconstitucional, nos termos do art. 102, III, b, do texto (que admite o cabimento de

recurso extraordinário de decisão que declarar a inconstitucionalidade de tratado), os

direitos enunciados em tratados internacionais de proteção dos direitos humanos detêm

natureza de norma constitucional. Esse tratamento jurídico diferenciado se justifica, na

medida em que os tratados internacionais de direitos humanos apresentam um caráter

especial, distinguindo-se dos tratados internacionais comuns. Enquanto estes buscam o

equilíbrio e a reciprocidade de relação entre Estados-parte, aqueles transcendem os meros

compromissos recíprocos entre os Estados pactuantes, tendo em vista que objetivam a

salvaguarda dos direitos do ser humano e não das prerrogativas dos Estados”8.

A doutrinadora vai mais além. Segundo ensina, aproximando-se da teoria

monista, com a ratificação e depósito do tratado internacional já haveria a vinculação internacional e interna, sendo desnecessária a promulgação do texto

do tratado internacional pelo Presidente da República, uma vez que constitui mero ato de autorização de execução.

Contudo, reiteramos que essa posição não é a adotada pelo STF, porém, por vezes, há questionamento em provas objetivas, a respeito dessa posição

específica da doutrinadora referida.

Para a sua prova:

8 PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos, 6ª edição, São Paulo: Editora Saraiva,

2013, p. 59.

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2.3.2.1 – Prisão do Depositário Infiel

Finalizamos o conteúdo teórico, vamos ilustrar a importância do caráter supralegal dos tratados internacionais baseando-se numa importante discussão

doutrinária e jurisprudencial.

Segundo prevê o art. 5º, LXVII, da Constitucional Federal: “não haverá prisão

civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel”. A Convenção

Americana sobre Direitos Humanos (ou Pacto de San José da Costa Rica) prevê a impossibilidade de prisão civil do depositário infiel. Por se tratar de um

documento internalizado com quórum de norma infraconstitucional, o STF, seguindo seu novo entendimento a respeito do assunto, posicionou-se que o

Pacto de San José da Costa Rica possui natureza de norma supralegal.

Em decorrência disso, não é possível que lei ordinária preveja, ou melhor, regulamente o dispositivo constante do art. 5º, LXVII, da Constituição Federal

que permite a prisão do depositário infiel. Devemos lembrar que nos termos do art. 5º está previsto que a restrição à liberdade somente poderá ocorrer na

forma da lei, sendo, portanto, considerado de eficácia contida, cuja aplicabilidade depende de regulamentação ulterior. Como o dispositivo depende

de lei infraconstitucional para regulamentá-lo, mas o Pacto de San José da Costa Rica veda tal regulamentação, torna-se impossível juridicamente a

instituição da prisão civil do depositário infiel no âmbito do direito interno brasileiro.

Para ilustrar vejamos a emenda do HC 87.585, julgado no STF, que firmou o entendimento a respeito do assunto:

DEPOSITÁRIO INFIEL - PRISÃO. A subscrição pelo Brasil do Pacto de São José da Costa

Rica, limitando a prisão civil por dívida ao descumprimento inescusável de prestação

SE A QUESTÃO NADA ESPECÍFICAR

adotar posição majoritária

os tratados incorporados possuem natureza jurídica supralegal (se

internalizados com o quórum ordinário) ou equiparam-se às emendas (se

internalizados pelo mesmo procedimento das emendas constitucionais)

SE A QUESTÃO ESPECIFICAR O POSICIONAMENTO DE FLÁVIA PIOVESAN

OU REFERIR-SE AO PENSAMENTO DOUTRINÁRIO

com fundamento no art. 5º, §2º, da CRFB, todos os tratados internacionais de direitos

humanos possuem status de norma constitucional

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alimentícia, implicou a derrogação das normas estritamente legais referentes à

prisão do depositário infiel9.

Resumindo esse entendimento, o STF editou a Súmula Vinculante 25: “é ilícita a

prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito”.

Portanto:

2.3.2.2 – Convenções da OIT como Tratados Internacionais de Direitos

Humanos

Esse é um assunto que será melhor compreendido com o decorrer das aulas e,

especialmente, quando abordarmos a temática da OIT e suas Convenções.

De todo modo, a correta compreensão das Convenções da OIT como tratados

internacionais de direitos humanos é fundamental para a nossa matéria e para um bom desempenho em concursos na área trabalhista.

Primeiramente vamos firmar uma premissa terminológica: a distinção entre tratados e convenções. Em seguida exporemos posição dominante da

quanto à classificação e a hierarquia das Convenções da OIT perante nosso ordenamento jurídico.

Retomando o conceito de tratados internacionais e em termos didáticos

podemos afirmar que:

TRATADO manifestação de vontades entre dois ou mais estados no sentido de firmar

um compromisso recíproco.

Já em relação ao conceito de convenção, assim leciona a doutrina:

CONVENÇÃO acordo entre duas ou mais pessoas, concernente a um fato preciso,

previsto pelo direito internacional, referindo-se à matéria técnica resultante de conferência

entre as várias nações interessadas.

Como as reuniões da OIT são conferências técnicas que discutem os mais diversos assuntos relativos ao campo jus laboral acordou-se denominar o

documento resultante dessa conferência de Convenção.

Em verdade, para fins de concurso público não há diferença, sendo comum o

emprego dos termos conjuntamente como sinônimos: “tratados e convenções internacionais”.

9 HC 87585, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 03/12/2008, DJe-

118 DIVULG 25-06-2009 PUBLIC 26-06-2009 EMENT VOL-02366-02 PP-00237.

Em razão da natureza supralegal dos tratados internacionais de direitos humanos, consoante posicionamento atual do STF, o Pacto de San José da Costa Rica veda a regulamentação do art. 5º, LXVII, norma de eficácia limitada, que prevê a possibilidade de lei infraconstitucional prever a prisão do depositário infiel.

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Esse assunto será melhor abordado no decorrer do curso, contudo, desde já

devemos fixar a premissa de que o objeto sobre o qual os conferencistas da OIT se debruçam são os direitos dos trabalhadores em termos

gerais. Esses direitos são classificados como direitos sociais e denominados de direitos fundamentais de segunda dimensão, de caráter prestativo.

Não pretendemos que você compreenda todos esses termos mencionados, mas

apenas o fato de que os direitos trabalhistas são direitos fundamentais, ou seja, são direitos humanos.

Em razão disso, uma Convenção da OIT se devidamente internalizada em nosso

ordenamento jurídico brasileiro pelo procedimento de norma ordinária terá natureza de norma supralegal. Doutro giro, se aprovada com o quórum

qualificado previsto no art. 5º, §3º, da CRFB, terá o status de norma constitucional.

Em síntese:

Reiteramos, não se preocupe com este assunto, neste momento do curso, apenas queremos que você internalize o conteúdo do esquema acima. Ele será

fundamental em nossa matéria!

2.3.3 – Impacto dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos na Ordem

Jurídica Brasileira

Para finalizar a parte teórica da presente aula, cumpre analisar o impacto que um tratado internacional de direitos humanos incorporado pode causar no

ordenamento jurídico brasileiro.

Vimos nos tópicos acima a relação hierárquica dos tratados internacionais.

Assim, quanto à legislação ordinária não temos dúvidas, seja supralegal ou com

•são direitos fundamentais

•são direitos de segunda dimensão

•são direitos sociais

•são direitos de caráter prestacional

DIREITO DO TRABALHO

OS DIREITOS DO TRABALHO SÃO ESPÉCIE DE DIREITOS

HUMANOS

CLASSIFICAÇÃO DA NATUREZA DAS

CONVENÇÕES DA OIT

•se aprovadas com o quórum ordinário terão natureza de normas supralegais;

•se aprovadas com o quórum qualificado do art. 5º, §3º, da CRFB, serão equiparadas às emendas constitucionais.

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status constitucional o tratado internacional impõe-se perante a legislação

interna, de modo que prevalece o texto do tratado.

Já da relação entre a CRFB e o tratado internacional, inicialmente devemos distinguir os tratados de direitos humanos supralegais, que estão subordinados

hierarquicamente à Constituição dos tratados internacionais com status de norma constitucional.

Quanto aos primeiros não há discussão, impõe-se o texto constitucional, que é hierarquicamente superior.

Em relação aos tratados internacionais de direitos humanos com status de

emenda constitucional, segundo a doutrina, três são as situações possíveis:

Em relação às duas primeiras situações não há maiores problemas, a discussão

acirra-se em relação à divergência entre o texto do tratado e o texto constitucional.

Neste caso, segundo a doutrina majoritária – defendida inclusive pelo STF – deverá prevalecer a norma que melhor proteja os direitos da pessoa

humana. Esse posicionamento assimila-se às regras de interpretação das normas trabalhista que mandam aplicar a regra do in dubio pro trabalhador, ou

seja, entre duas ou mais regras relativas a direitos trabalhistas, aplica-se a mais favorável ao empregado, polo hipossuficiente da relação de trabalho.

A ideia aqui é a mesma, diante do conflito entre o texto constitucional e o tratado internacional de direitos humanos equiparado às emendas deve-se

aplicar a norma que confere mais efetividade ao princípio da dignidade da pessoa humana, ou seja, a norma mais favorável à vítima de violação aos

direitos humanos, notadamente a parte hipossuficiente.

EM RELÇÃO À LEGISLAÇÃO INTERNA

prevalece o texto do tratado internacional, seja ela aprovado com quórum ordinário ou

qualificado das emendas.

TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS

APROVADOS COM O QUÓRUM ORDINÁRIO

supralegais prevalece o texto

constitucional, uma vez que é hierarquicamente superior

IMPACTO DOS TRATADOS NA

ORDEM JURÍDICA

•as disposições do tratado podem coincidir com os direitos assegurados na Constituição;

•as regras do tratado podem integrar, complementar e ampliar as regras previstas constitucionalmente; e

•o texto do tratado internacional poderá contrariar o previsto na CRFB.

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Para arrematar, vejamos o entendimento de Flávia Piovesan sobre o assunto:

“Os tratados internacionais de direitos inovam significativamente o universo dos direitos

nacionalmente consagrados – ora reforçando sua imperatividade jurídica, ora adicionando

novos direitos, ora suspendendo preceitos que sejam menos favoráveis à proteção dos

direitos humanos. Em todas essas três hipóteses, os direitos internacionais constantes dos

tratados de direitos humanos apenas vêm a aprimorar e fortalecer, nunca a restringir ou

debilitar, o grau de proteção dos direitos consagrados no plano normativo

constitucional”10.

Mesmo entendimento é adotado pelo STF, como podemos extrair deste excerto

da ementa do HC 96.772:

HERMENÊUTICA E DIREITOS HUMANOS: A NORMA MAIS FAVORÁVEL COMO CRITÉRIO

QUE DEVE REGER A INTERPRETAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO. - Os magistrados e

Tribunais, no exercício de sua atividade interpretativa, especialmente no âmbito dos

tratados internacionais de direitos humanos, devem observar um princípio hermenêutico

básico (tal como aquele proclamado no Artigo 29 da Convenção Americana de Direitos

Humanos), consistente em atribuir primazia à norma que se revele mais favorável à

pessoa humana, em ordem a dispensar-lhe a mais ampla proteção jurídica. - O Poder

Judiciário, nesse processo hermenêutico que prestigia o critério da norma mais

favorável (que tanto pode ser aquela prevista no tratado internacional como a que se

acha positivada no próprio direito interno do Estado), deverá extrair a máxima eficácia

das declarações internacionais e das proclamações constitucionais de direitos,

como forma de viabilizar o acesso dos indivíduos e dos grupos sociais,

notadamente os mais vulneráveis, a sistemas institucionalizados de proteção aos

direitos fundamentais da pessoa humana, sob pena de a liberdade, a tolerância e

o respeito à alteridade humana tornarem-se palavras vãs. - Aplicação, ao caso, do

Artigo 7º, n. 7, c/c o Artigo 29, ambos da Convenção Americana de Direitos Humanos

(Pacto de São José da Costa Rica): um caso típico de primazia da regra mais favorável à

proteção efetiva do ser humano11.

Assim:

Com isso finalizamos nossa aula demonstrativa na expectativa de que o

conteúdo tenha sido bem entendido e internalizado.

Antes de passarmos às questões, porém, vejamos a relação de tratados e

convenções internacionais promulgados no Brasil.

10 PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos, p. 75.

11 HC 96772, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 09/06/2009,

DJe-157 DIVULG 20-08-2009 PUBLIC 21-08-2009 EMENT VOL-02370-04 PP-00811 RTJ VOL-

00218- PP-00327 RT v. 98, n. 889, 2009, p. 173-183.

TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS

APROVADOS COM O QUÓRUM QUALIFICADO

equiparados à emenda constitucional

prevalece a norma mais favorável à vítima, que maximize o princípio da

dignidade da pessoa

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2.3.4 – Tratados Internacionais Promulgados no Brasil

Segue lista dos tratados internacionais de direitos humanos promulgados pelo

Brasil, segundo o André de Carvalho Ramos12.

Lembrem-se, a finalidade do rol desses tratados é ilustrativa e consultiva. Nada

de decorar!

1) Até 1988:

Tratado

Data de

assinatura ou

adesão pelo

Brasil

Promulgação

Decreto

n. Data

Convenções sobre feridos e enfermos nos

exércitos em campanha e sobre os prisioneiros de

guerra, firmadas em Genebra, a 27 de julho de

1929 (1929)

27/07/1929 22.435 07/02/1933

Convenções sobre direitos e deveres dos Estados e

sobre Asilo político, assinadas em Montevidéo a 26

de dezembro de 1933, por ocasião da Sétima

Conferência Internacional Americana (1993)

26/12/1933 1.570 13/04/1937

Carta das Nações Unidas (1945) 26/06/1945 19.841 22/10/1945

Convenção Interamericana sobre a Concessão dos

Direitos Políticos à Mulher (1948)

02/05/1948 28.011 19/04/1950

Convenção para a Prevenção e Repressão do

Crime de Genocídio (1948)

11/12/1948 30.822 06/05/1952

Convenção Interamericana sobre a Concessão dos

Direitos Civis à Mulher (1948)

02/05/1948 31.643 23/10/1952

Convenção sobre o Instituto Indigenista

Interamericano (1940)

24/02/1940 36.098 19/08/1954

Acordo relativo a Concessão de Título de Viagem

para Refugiados sob Jurisdição do Comitê

Intergovernamental de Refugiados (1946)

15/10/1946 38.018 07/10/1955

Convenção para a Melhoria da Sorte dos Feridos e

Enfermos dos Exércitos em Campanha (1949)

12/08/1949 42.121 21/08/1957

Convenção para a Melhoria da Sorte dos Feridos,

Enfermos e Náufragos das Forças Armadas do Mar

(1949)

12/08/1949 42.121 21/08/1957

Convenção Relativa ao Tratamento dos

Prisioneiros de Guerra (1949)

12/08/1949 42.121 21/08/1957

Convenção relativa à Proteção dos Civis em Tempo

de Guerra (1949)

12/08/1949 42.121 21/08/1957

Convenção sobre Asilo Diplomático (1954) 28/03/1954 42.628 13/11/1957

Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados

(1951)

15/07/1952 50.215 28/01/1961

Convenção sobre os Direitos Políticos da Mulher

(1953)

21/05/1953 52.476 12/09/1963

Convenção sobre Asilo Territorial (1954) 28/03/1954 55.929 14/04/1965

Convenção Suplementar sobre a Abolição da 07/09/1956 58.563 01/06/1966

12 RAMOS, André Carvalho. Processo Internacional de Direitos Humanos, 2ª edição, São

Paulo: Editora Saraiva, 2012, versão eletrônica.

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Escravatura, do Tráfico de Escravos e das

Instituições e Práticas Análogas à Escravatura

(1956)

Convenção relativa à Escravatura, assinada em

Genebra a 25 de setembro de 1926 e emendada

pelo Protocolo aberto à assinatura ou à aceitação

na Sede das Nações Unidas (1953)

25/09/1926 58.563 01/06/1966

Convenção Internacional sobre Eliminação de

Todas as Formas de Discriminação Racial (1965)

07/03/1966 65.810 08/12/1969

Protocolo Adicional à Convenção relativa ao

Estatuto dos Refugiados (1967)

07/04/1972 70.946 07/08/1972

2) Após 1988:

Tratado

Data de

assinatura ou

adesão pelo

Brasil

Promulgação

Decreto

n. Data

Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a

Tortura (1985)

09/12/1985 98.386 09/12/1989

Convenção sobre os Direitos da Criança (1990) 26/01/1990 99.710 21/11/1990

Convenção Contra a Tortura e outros Tratamentos

ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes

(1984)

23/09/1985 40 15/02/1991

Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos

(1966)

24/01/1992 592 06/07/1992

Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais

e Culturais (1966)

24/01/1992 591 06/07/1992

Convenção Americana sobre Direitos Humanos

(Pacto de São José da Costa Rica) (1969)

09/07/1992 678 06/11/1992

Protocolo Adicional às Convenções de Genebra de

12 de Agosto de 1949, adotado pela Conferência

Diplomática sobre a Reafirmação e o

Desenvolvimento do Direito Internacional

Humanitário Aplicável aos Conflitos Armados.

(Protocolo I) (1977)

10/06/1977 849 25/06/1993

Protocolo Adicional às Convenções de Genebra de

12 de Agosto de 1949, adotado pela Conferência

Diplomática sobre a Reafirmação do

Desenvolvimento do Direito Internacional

Humanitário Aplicado aos Conflitos Armados.

(Protocolo II) (1977)

10/06/1977 849 25/06/1993

Convenção Interamericana sobre a Restituição

Internacional de Menores, adotada em Montevidéu

(1989)

15/07/1989 1.212 03/08/1994

Convenção Interamericana sobre a Corrupção

(1996)

29/03/1996 4.410 07/10/2002

Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e

Erradicar a Violência contra a Mulher (Convenção

de Belém do Pará) (1994)

09/06/1994 1.973 01/08/1996

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Convenção Interamericana sobre Tráfico

Internacional de Menores (1994)

18/03/1994 2.740 20/08/1998

Protocolo à Convenção Americana sobre Direitos

Humanos relativo à Abolição da Pena de Morte

(1990)

07/06/1994 2.754 27/08/1998

Acordo Constitutivo do Fundo para o

Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América

Latina e do Caribe (1992)

24/07/1992 3.108 30/06/1999

Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre

Direitos Humanos em Matéria de Direitos

Econômicos, Sociais e Culturais (Protocolo da São

Salvador) (1988)

17/11/1988 3.321 30/12/1999

Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro

Internacional de Crianças (1980)

25/10/1980 3.413 14/04/2000

Convenção Internacional Contra a Tomada de

Reféns, concluída em Nova York, em 18 de

dezembro de 1979, com a reserva prevista no

parágrafo 2o do art. 16 (1979)

18/12/1979 3.517 20/06/2000

Convenção Interamericana para a Eliminação de

Todas as Formas de Discriminação contra as

Pessoas Portadoras de Deficiência (1999)

08/06/1999 3.956 08/10/2001

Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas (1954) 28/09/1954 4.246 22/05/2002

Protocolo Facultativo à Convenção para a

Eliminação de Todas as Formas de Discriminação

contra as Mulheres (1999)

13/03/2001 4.316 30/07/2002

Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas

de Discriminação contra as Mulheres (1979)

31/03/1981 4.377 13/09/2002

Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional

(1998)

07/02/2000 4.388 25/09/2002

Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos

da Criança relativo ao envolvimento de Crianças em

Conflitos Armados (2000)

06/09/2000 5.006 08/03/2004

Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos

da Criança referente à venda de Crianças, à

Prostituição Infantil e à Pornografia Infantil (2000)

25/05/2000 5.007 08/03/2004

Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas

contra o Crime Organizado Transnacional, relativo

ao Combate ao Tráfico de Migrantes por Via

Terrestre, Marítima e Aérea (2000)

15/11/2000 5.016 12/03/2004

Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas

contra o Crime Organizado Transnacional, relativo à

Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de

Pessoas, em Especial Mulheres e Crianças (2000)

15/11/2000 5.017 12/03/2004

Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção

(2003)

09/12/2003 5.687 31/01/2006

Protocolo Facultativo à Convenção contra a Tortura

e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos

13/10/2003 6.085 19/04/2007

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ou Degradantes (2002)

Convenção sobre a Proteção e Promoção da

Diversidade das Expressões Culturais (2005)

20/10/2005 6.177 01/08/2007

Convenção Internacional sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo

(2007)

30/03/2007 6.949 25/08/2009

Promulga o Protocolo de Assunção sobre

Compromisso com a Promoção e a Proteção dos

Direitos Humanos do Mercosul (2005)

20/06/2005 7.225 01/07/2010

3) Aprovados de acordo com o rito especial do artigo 5o, § 3o (equivalente à emenda constitucional)

Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com

Deficiência e seu Protocolo Facultativo (2007)

30/03/2007 6.949 25/08/2009

4) Reconhecimento de competência de órgãos de defesa de direitos humanos (inclusive o TPI)

Tratado

Data de

assinatura ou

adesão pelo

Brasil

Promulgação

Decreto

n. Data

Declaração de Reconhecimento da Competência

Obrigatória da Corte Interamericana de Direitos

Humanos, sob reserva de reciprocidade, em

consonância com o art. 62 da Convenção Americana

sobre Direitos Humanos (Pacto de São José), de 22

de novembro de 1969

10/12/1998 4.463 08/11/2002

Protocolo Facultativo à Convenção para a Eliminação

de Todas as Formas de Discriminação contra as

Mulheres (1999), que confere ao seu Comitê a

possibilidade de receber petições de vítimas

13/03/2001 4.316 30/07/2002

Declaração Facultativa à Convenção Internacional

sobre Eliminação de Todas as Formas de

Discriminação Racial, reconhecendo a competência

do Comitê Internacional para a Eliminação da

Discriminação Racial para receber e analisar

denúncias de violação dos direitos humanos cobertos

na mencionada Convenção

17/06/2002 4.738 12/06/2003

Estatuto de Roma, que reconhece jurisdição, sem

reservas, do Tribunal Penal Internacional

07/02/2000 4.388 25/09/2002

Protocolo Facultativo à Convenção contra a Tortura e

Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou

Degradantes, que estabelece a competência, para

fins preventivos, do Subcomitê de Prevenção da

Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis,

Desumanos ou Degradantes do Comitê contra a

Tortura

13/10/2003 6.085 19/04/2007

Convenção Internacional sobre os Direitos das

Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo,

que reconhece a competência do Comitê dos Direitos

30/03/2007 6.949 25/08/2009

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das Pessoas com Deficiência para receber petições

de vítimas de violações desses direitos

Passemos às questões.

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3- Questões

Na sequência segue uma bateria de questões a serem respondidas. Não

separamos as questões por assunto, nem por nível de dificuldade. Como vocês perceberão existem questões bastante fáceis, outras, por sua vez, exigem

conteúdos aprofundados, doutrinários e jurisprudenciais. Isso é importante, pois considerando que a ESAF e o CESPE já foram banca deste concurso é

demasiadamente importante atentar-se para os aspectos mais aprofundados da disciplina.

Além disso, alguns assuntos repetem-se bastante, isso denota, primeiramente,

a importância da resolução de questões e, por outro lado, delimita, com certa segurança, quais são os assuntos mais recorrentes em provas.

Após a realização das questões confira o gabarito e aproveite os comentários para revisar os principais pontos da matéria e, principalmente, para estudar as

questões que você errou.

3.1 – Lista de questões anteriores sem comentários

Questão 01. (CESPE – 2013 – TRF 5ª Região – Juiz Federal)

A respeito dos tratados internacionais, julgue o item seguinte.

Aprovados em dois turnos por ambas as casas do Congresso Nacional, os tratados e as

convenções internacionais, qualquer que seja a matéria sobre a qual versem, adquirirão status

de emenda constitucional.

Certo Errado

Questão 02. (CESPE - 2012 - DPE-SE - Defensor Público – questão adaptada)

Relativamente ao entendimento dos tribunais superiores acerca dos direitos humanos julgue o

item abaixo.

Nos termos da jurisprudência do STF, os tratados internacionais sobre direitos humanos

aprovados antes da reforma constitucional promovida pela Emenda Constitucional n.º 45/2004

têm força de lei ordinária e os aprovados depois da referida emenda têm força, sempre, de

norma supralegal.

Certo Errado

Questão 03. (INÉDITA - 2014)

Segundo prevê a Constituição da República o Congresso Nacional detém a competência

exclusiva para resolver definitivamente sobre os tratados internacionais que acarretem

encargos ou compromissos ao patrimônio nacional.

Considerando o exposto, acima julgue o item seguinte.

Tendo em vista que os tratados internacionais de Direitos Humanos não geram encargos

financeiros diretos ao Brasil não é necessário, para o procedimento de incorporação do tratado,

a aprovação pelo Congresso Nacional, nos termos do art. 49, I, da Constituição da República.

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Certo Errado

Questão 04. (CESPE - 2012 - DPE-SE - Defensor Público – questão adaptada)

Relativamente ao entendimento dos tribunais superiores acerca dos direitos humanos julgue o

item abaixo.

Ao qualificar os tratados internacionais como normas supralegais, o STF admite que tais

acordos estão além do direito positivo, sobrepondo-se e servindo de paradigma a todas as

normas do ordenamento jurídico brasileiro.

Certo Errado

Questão 05. (CESPE - 2007 - DPU - Defensor Público – questão adaptada)

Julgue o item abaixo.

De acordo com a jurisprudência do STF, desde 1988 os tratados sobre direitos humanos podem

ser incorporados ao ordenamento jurídico nacional com força de emenda constitucional.

Certo Errado

Questão 06. (CESPE - 2007 - DPU - Defensor Público)

Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a

finalidade de assegurar cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de

direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o STJ, em qualquer

fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a justiça federal.

Certo Errado

Questão 07. (CESPE - 2010 - DPE-BA - Defensor Público)

Julgue o seguinte item, acerca da teoria geral do direito internacional dos direitos humanos e à

incorporação dos tratados internacionais de direitos humanos no Brasil.

A sistemática concernente ao exercício do poder de celebrar tratados é deixada a critério de

cada Estado. Em matéria de direitos humanos, são estabelecidas, na CF, duas categorias de

tratados internacionais: a dos materialmente constitucionais e a dos materialmente e

formalmente constitucionais.

Certo Errado

Questão 08. (CESPE - 2009 - DPE-PI - Defensor Público – questão adaptada)

A respeito da incorporação dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos ao

direito brasileiro, julgue o item abaixo.

Antes da EC n.º 45, já havia, na doutrina brasileira, menção ao fato de que os tratados

internacionais sobre direitos humanos deveriam ter o status de norma constitucional.

Certo Errado

Questão 09. (CESPE - 2009 - DPE-PI - Defensor Público – questão adaptada)

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A respeito da incorporação dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos ao

direito brasileiro, julgue o item abaixo.

Após a EC n.º 45, todos os tratados internacionais passaram a possuir status de norma

constitucional.

Certo Errado

Questão 10. (CESPE - 2009 - DPE-PI - Defensor Público – questão adaptada)

A respeito da incorporação dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos ao

direito brasileiro, julgue o item abaixo.

Após a EC n.º 45, foi dado nova abordagem aos tratados internacionais sobre direitos humanos.

Certo Errado

Questão 11. (CESPE - 2009 - DPE-PI - Defensor Público – questão adaptada)

A respeito da incorporação dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos ao

direito brasileiro, julgue o item abaixo.

Os tratados internacionais sobre direitos humanos não necessitam de aprovação pelo Congresso

Nacional.

Certo Errado

Questão 12. (CESPE - 2009 - DPE-PI - Defensor Público – questão adaptada)

A respeito da incorporação dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos ao

direito brasileiro, julgue o item abaixo.

O STF sempre considerou o tratado internacional sobre direitos humanos como norma

constitucional superveniente.

Certo Errado

Questão 13. (CESPE - 2012 - PM-AL - Oficial Combatente da Polícia Militar – questão

adaptada)

Julgue o item abaixo.

No sistema de proteção dos direitos humanos, os Estados e a comunidade internacional

compartilham responsabilidade primária pela proteção desses direitos, razão pela qual os

tratados internacionais encontram-se no mesmo patamar dos direitos nacionais na garantia de

proteção aos direitos humanos.

Certo Errado

Questão 14. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público – questão adaptada)

Julgue o item abaixo.

A natureza sinalagmática dos tratados internacionais impõe obrigações estatais efetivas para a

proteção dos indivíduos e de seus direitos diante de outro Estado contratante.

Certo Errado

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Questão 15. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público – questão adaptada)

Julgue o item abaixo.

Os tratados institutivos de garantias de direitos humanos fundamentam-se na noção

contratualista, que supera o princípio da reciprocidade e é comum aos direitos dos tratados.

Certo Errado

Questão 16. (CESPE - 2007 - MPE-AM - Promotor de Justiça – questão adaptada)

Julgue o item abaixo.

A partir da Emenda Constitucional n.º 45/2004, que introduziu os incisos 3.º e 4.º ao art. 5.º da

CF, os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos passaram a ter força de

emenda constitucional, desde que tais atos internacionais sejam aprovados em ambas as Casas

congressuais, em turno simples de votação, e por maioria simples de votos de seus respectivos

membros.

Certo Errado

Questão 17. (CESPE - 2007 - MPE-AM - Promotor de Justiça – questão adaptada)

Julgue o item abaixo

O artigo 5º § 2º, reconhece hierarquia constitucional a tratados de direitos humanos firmados

pelo Brasil, estando estes, portanto, acima das normas infraconstitucionais, como os demais

tratados.

Certo Errado

Questão 18. (CESPE - 2010 - MPE-RO - Promotor de Justiça – questão adaptada)

Julgue o item abaixo.

Os tratados de direitos humanos, ainda que aprovados apenas no Senado Federal, em dois

turnos e por maioria qualificada, equiparam-se às emendas constitucionais.

Certo Errado

Questão 19. (CESPE – 2012 – MPE-RR – Promotor de Justiça – questão adaptada)

Julgue o item abaixo.

Compete ao presidente da República, na condição de chefe de Estado, celebrar tratados,

convenções e atos internacionais, condicionados à prévia autorização do Congresso Nacional.

Certo Errado

Questão 21. (CESPE – 2012 – TRF 2ª Região – Juiz Federal – questão adaptada)

Acerca do direito dos tratados internacionais, como regido pela Convenção de Viena sobre o

Direito dos Tratados de 1969, julgue o item abaixo.

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Na regra geral de interpretação dos tratados, está previsto o recurso aos trabalhos

preparatórios.

Certo Errado

Questões 22. (CESPE – 2013 – TRF 5ª Região – Juiz Federal – questão adaptada)

A respeito dos tratados internacionais, julgue o item seguinte.

As convenções da OIT são consideradas tratados internacionais.

Certo Errado

Questões 23. (CESPE – 2013 – TRF 5ª Região – Juiz Federal – questão adaptada)

A respeito dos tratados internacionais, julgue o item seguinte.

Os defensores da aplicabilidade dos denominados acordos executivos — para os quais não seria

necessário referendo do Congresso Nacional — argumentam que a exigência de referendo

limita-se a acordos que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.

Certo Errado

Questões 24. (CESPE – 2013 – TRF 5ª Região – Juiz Federal – questão adaptada)

A respeito dos tratados internacionais, julgue o item seguinte.

Caso não concorde com o teor de determinada convenção da OIT, o Poder Executivo não estará

obrigado a enviá-la ao Congresso Nacional para ratificação.

Certo Errado

Questões 25. (CESPE – 2013 – TRF 5ª Região – Juiz Federal – questão adaptada)

A respeito dos tratados internacionais, julgue o item seguinte.

De acordo com a Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969, os tratados, acordos

internacionais regidos pelo direito internacional, podem ser celebrados por escrito ou

verbalmente.

Certo Errado

Questão 26. (FCC - 2013 - AL-PB – Procurador – questão adaptada)

Em relação à incorporação dos tratados internacionais de proteção aos direitos humanos ao

direito brasileiro julgue o item abaixo.

Para que produzam efeito de emenda constitucional, deverão ser aprovados, em cada uma das

Casas do Congresso Nacional, em dois turnos de votação, por três quintos dos votos dos

respectivos membros.

Certo Errado

Questão 27. (CESPE - 2012 - DPE-SE - Defensor Público / Direitos Humanos -

adaptada)

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Relativamente ao entendimento dos tribunais superiores acerca dos direitos humanos julgue o

item abaixo.

Conforme a jurisprudência do STJ, o Poder Judiciário, em regra, deve limitar-se à verificação da

legalidade do procedimento que tenha culminado em decisão do CONARE relativa ao

indeferimento de refúgio de estrangeiro.

Certo Errado

Questão 28. (FCC - 2013 - PGE-BA - Analista de Procuradoria – questão adaptada)

A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais, dentre outros, pelo

princípio da prevalência dos direitos humanos.

Considerando o excerto acima, julgue o item abaixo.

Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados em cada Casa do

Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão

equivalentes às emendas constitucionais.

Certo Errado

Questão 29. (FCC - 2013 - PGE-BA - Analista de Procuradoria – questão adaptada)

A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais, dentre outros, pelo

princípio da prevalência dos direitos humanos.

Considerando o excerto acima, julgue o item abaixo.

Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados e assinados pelos

representantes diplomáticos do Brasil serão incorporados ao ordenamento jurídico como

emendas constitucionais.

Certo Errado

Questão 30. (FCC - 2013 - PGE-BA - Analista de Procuradoria – questão adaptada)

A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais, dentre outros, pelo

princípio da prevalência dos direitos humanos.

Considerando o excerto acima, julgue o item abaixo.

Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados em cada Casa do

Congresso Nacional, em dois turnos, por dois terços dos votos dos respectivos membros, serão

equivalentes às emendas constitucionais.

Certo Errado

Questão 31. (FCC - 2013 - PGE-BA - Analista de Procuradoria – questão adaptada)

A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais, dentre outros, pelo

princípio da prevalência dos direitos humanos.

Considerando o excerto acima, julgue o item abaixo.

Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados pelo Senado

Federal, em único turno de votação, por metade dos votos dos respectivos membros, serão

equivalentes às leis ordinárias após a sanção presidencial.

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Certo Errado

Questão 32. (CESPE - 2009 - DPE-PI - Defensor Público)

A respeito da incorporação dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos ao

direito brasileiro, julgue o item abaixo.

Antes da EC n.º 45, não havia, na doutrina brasileira, menção ao fato de que os tratados

internacionais sobre direitos humanos deveriam ter o status de norma constitucional.

Certo Errado

Questão 33. (CESPE - 2009 - DPE-PI - Defensor Público)

A respeito da incorporação dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos ao

direito brasileiro, julgue o item abaixo.

d) Os tratados internacionais sobre direitos humanos necessitam de aprovação pelo Congresso

Nacional.

Certo Errado

Questão 34. (INÉDITA - 2014)

A respeito da incorporação dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos ao

direito brasileiro, julgue o item abaixo.

Em razão da interpretação conferida pelo STF ao art. 5º, §3º, da CRFB, o entendimento

dominante é o de que o Pacto de San José da Costa Rica – de natureza supralegal – impede a

regulamentação do dispositivo constitucional de eficácia limitada que prevê a prisão do

depositário infiel.

Certo Errado

Questão 35. (CESPE – 2013 – TRF 5ª Região – Juiz Federal – questão adaptada)

A respeito dos tratados internacionais, julgue o item abaixo.

Aprovados em dois turnos por ambas as casas do Congresso Nacional, os tratados e as

convenções internacionais, qualquer que seja a matéria sobre a qual versem, adquirirão status

de emenda constitucional.

Certo Errado

Questão 36. (MPT - 2012 - MPT – Procurador)

Sobre o chamado, doutrinariamente, “bloco de constitucionalidade”, julgue o item seguinte.

A Emenda Constitucional nº 45/2004 introduziu expressamente a concepção de “bloco de

constitucionalidade” no Texto Constitucional, ao acrescentar ao art. 5º da Constituição da

República que os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem

aprovados, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às

emendas constitucionais.

Certo Errado

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Questão 37. (CESPE – 2013 – TRF 5ª Região – Juiz Federal – questão adaptada)

A respeito do “Direito dos Tratados”, julgue o item seguinte.

De acordo com a Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969, os tratados, acordos

internacionais regidos pelo direito internacional, podem ser celebrados apenas por escrito, não

havendo possibilidade de que sejam verbais.

Certo Errado

Questão 38. (CESPE - 2013 - MPE-RO - Promotor de Justiça – questão adaptada)

Determinado advogado, integrante da Comissão de Defesa de Direitos Humanos da Seccional

de Rondônia da OAB, morreu, no município de Ji-Paraná – RO, após ter atingido por vinte

disparos de arma de fogo efetuados por duas pessoas não identificadas. O advogado havia feito

diversas denúncias relacionadas a supostos atos de corrupção e maus-tratos aos detentos de

determinado presídio localizado no referido município. A CIDH, então, expressando preocupação

com a possível represália cometida contra o advogado, instou o Estado brasileiro a investigar o

crime, esclarecê-lo judicialmente e punir os responsáveis. Considerando essa situação

hipotética, julgue o item seguinte acerca do incidente de deslocamento de competência para a

justiça federal nas hipóteses de grave violação de direitos humanos.

O deferimento do deslocamento de competência para a justiça federal só será possível, nessa

situação, de acordo com o STJ, se houver risco de responsabilização internacional decorrente do

descumprimento de obrigações jurídicas assumidas em tratados internacionais, entre outros

requisitos.

Certo Errado

Questão 39. (CESPE - 2013 - PRF - Policial Rodoviário Federal)

Considerando o disposto na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue os itens a seguir,

relativos aos direitos humanos.

Equivalem às normas constitucionais originárias os tratados internacionais sobre direitos

humanos aprovados, em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos

votos dos respectivos membros.

Certo Errado

Questão 40. (CESPE - 2013 - DPE-DF - Defensor Público)

Considerando as disposições constitucionais relativas aos direitos humanos e aos tratados que

versam sobre o tema, julgue os itens subsequentes.

O procurador-geral da República poderá, ouvido o Conselho Nacional do Ministério Público,

suscitar, perante o STF, incidente de deslocamento de competência para a justiça federal

quando julgar que o processo envolve grave violação de direitos humanos e exige o

cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos

quais o Brasil seja parte.

Certo Errado

Questão 41. (MPT - 2012 - MPT – Procurador)

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Sobre o chamado, doutrinariamente, “bloco de constitucionalidade”, julgue o item seguinte.

O “bloco de constitucionalidade” consiste na junção dos direitos fundamentais e do sistema de

garantias, que formam uma complexidade coesa (um único bloco), independentemente de

existir ou não normas periféricas à Constituição, conquanto de mesma hierarquia normativa.

Certo Errado

Questão 42. (CESPE – 2013 – TRF 5ª Região – Juiz Federal – questão adaptada)

A respeito dos tratados internacionais, julgue o item abaixo.

As convenções da OIT são consideradas tratados internacionais.

Certo Errado

Questão 43. (CESPE - 2013 - DPE-DF - Defensor Público)

Considerando as disposições constitucionais relativas aos direitos humanos e aos tratados que

versam sobre o tema, julgue os itens subsequentes.

Uma das condições para que os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos

sejam considerados equivalentes às normas constitucionais é a sua aprovação, em cada casa do

Congresso Nacional, pelo mesmo processo legislativo previsto para a aprovação de proposta de

emenda constitucional.

Certo Errado

Questão 44. (CESPE - 2012 - DPE-SE - Defensor Público / Direitos Humanos -

adaptada)

Relativamente ao entendimento dos tribunais superiores acerca dos direitos humanos julgue o

item abaixo.

A despeito do previsto no Pacto de São José da Costa Rica, a prisão civil do depositário infiel é

admitida pelo STF, conforme Súmula n.º 619/STF, segundo a qual a prisão do depositário

judicial pode ser decretada no próprio processo em que se constitui o encargo,

independentemente da propositura de ação de depósito.

Certo Errado

Questão 45. (MPT - 2012 - MPT – Procurador)

Sobre o chamado, doutrinariamente, “bloco de constitucionalidade”, julgue o item seguinte.

Embora o texto original da Constituição da República ensejasse alguma discussão, sua

consagração adveio com a Emenda Constitucional nº 45/2004, segundo a qual os tratados e

convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do

Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão

equivalentes às emendas constitucionais.

Certo Errado

Questão 46. (CESPE - 2011 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal)

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Conforme a jurisprudência do STF, tratados de direitos humanos anteriores à Emenda

Constitucional n.º 45/2004 possuem, no direito brasileiro, status hierárquico

supraconstitucional.

Certo Errado

Questão 47. (INÉDITA – 2014)

De acordo com a Convenção de Viena sobre os Direitos dos Trabalho, julgue o item abaixo.

Em relação à aplicação dos tratados internacionais a regra é a irretroatividade dos tratados, que

são criados para regerem situações futuras, portanto, com efeitos ex nunc.

Certo Errado

Questão 48. (INÉDITA – 2014)

De acordo com a Convenção de Viena sobre os Direitos do Tratados, julgue o item abaixo.

Na interpretação dos tratados internacionais a regra é a busca da real e comum intenção das

partes, admitindo a flexibilização do significado textual do diploma internacional.

Certo Errado

Questão 49. (INÉDITA – 2014)

De acordo com a Convenção de Viena sobre os Direitos dos Trabalho, julgue o item abaixo.

Na interpretação dos tratados internacionais deve-se levar em consideração o objeto (direitos e

obrigações pactuados) e a finalidade (intenção das partes).

Certo Errado

Questão 50. (INÉDITA – 2014)

De acordo com a Convenção de Viena sobre os Direitos dos Trabalho, julgue o item abaixo.

São comuns em tratados internacionais a aposição de preâmbulos e anexos que, assim como o

preâmbulo constitucional, não podem ser levados em conta para fins de interpretação.

Certo Errado

3.2 – Gabarito

01 – E 02 – E 03 – E 04 – E 05 – E

06 - C 07 – C 08 – C 09 – E 10 – C

11 – E 12 – E 13 – E 14 – E 15 – E

16 – E 17 – C 18 – E 19 – E 20 – C

21 – E 22 – C 23 – C 24 – E 25 – E

26 – C 27 – C 28 – C 29 – E 30 – E

31 – E 32 – E 33 – C 34 – C 35 – E

36 – E 37 – C 38 – C 39 – E 40 – E

41 - E 42 – C 43 – C 44 – E 45 - C

46 – E 47 – C 48 – E 49 – C 50 - E

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3.3 – Questões Comentadas

Questão 01. (CESPE – 2013 – TRF 5ª Região – Juiz Federal)

A respeito dos tratados internacionais, julgue o item seguinte.

Aprovados em dois turnos por ambas as casas do Congresso Nacional, os tratados e as

convenções internacionais, qualquer que seja a matéria sobre a qual versem, adquirirão status

de emenda constitucional.

Certo Errado

Comentários

A alternativa A está ERRADA.

Somente os tratados internacionais de direitos humanos, se aprovados com o quórum

qualificado de emenda, serão equivalentes às normas constitucionais. Notem que a questão

generalizou e mencionou “tratados e convenções internacionais”.

Questão 02. (CESPE - 2012 - DPE-SE - Defensor Público – questão adaptada)

Relativamente ao entendimento dos tribunais superiores acerca dos direitos humanos julgue o

item abaixo.

Nos termos da jurisprudência do STF, os tratados internacionais sobre direitos humanos

aprovados antes da reforma constitucional promovida pela Emenda Constitucional n.º 45/2004

têm força de lei ordinária e os aprovados depois da referida emenda têm força, sempre, de

norma supralegal.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está ERRADA.

Os tratados internacionais de Direitos Humanos, após a Emenda Constitucional 45/2004

passaram a ter tratamento diferenciado em nosso ordenamento jurídico. Segundo entendimento

perfilhado atualmente pelo STF, todos os tratados internacionais de direitos humanos, sejam

eles anteriores à emenda, sejam eles posteriores à emenda, se aprovados com o quórum

ordinário, de aprovação das leis, possuirão status supralegal.

Questão 03. (INÉDITA - 2014)

Segundo prevê a Constituição da República o Congresso Nacional detém a competência

exclusiva para resolver definitivamente sobre os tratados internacionais que acarretem

encargos ou compromissos ao patrimônio nacional.

Considerando o exposto, acima julgue o item seguinte.

Tendo em vista que os tratados internacionais de Direitos Humanos não geram encargos

financeiros diretos ao Brasil não é necessário, para o procedimento de incorporação do tratado,

a aprovação pelo Congresso Nacional, nos termos do art. 49, I, da Constituição da República.

Certo Errado

Comentários

Alternativa ERRADA.

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Trata-se de questão que envolve o procedimento de incorporação dos tratados internacionais.

Segundo a CRFB, é do Congresso Nacional a competência para resolver, definitivamente, sobre

tratados internacionais em duas hipóteses: a) que gerem encargos ao patrimônio nacional; ou

b) que acarretem compromissos gravosos ao patrimônio nacional.

Segundo doutrina majoritária existem atos a exemplo de acordos executivos e convênios

internacionais de cooperação que não atenderem às hipóteses acima mencionadas prescindem

da aprovação pelo Congresso Nacional.

Não é o que ocorre, todavia, com os tratados internacionais de direitos humanos, que implicam

uma série de consequência e assunção de diversos compromissos, muitos deles, relacionados

com políticas públicas, geradoras de encargos e compromissos financeiros, que oneram os

cofres públicos.

Questão 04. (CESPE - 2012 - DPE-SE - Defensor Público – questão adaptada)

Relativamente ao entendimento dos tribunais superiores acerca dos direitos humanos julgue o

item abaixo.

Ao qualificar os tratados internacionais como normas supralegais, o STF admite que tais

acordos estão além do direito positivo, sobrepondo-se e servindo de paradigma a todas as

normas do ordenamento jurídico brasileiro.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está ERRADA.

A qualificação dos tratados internacionais como normas supralegais colocam os tratados

internacionais em patamar hierárquico acima dos atos normativos primários (como as leis) e

abaixo do texto constitucional. Para que estivessem acima do direito positivo interno, os

tratados internacionais de Direitos Humanos deveriam ser reconhecidos como

supraconstitucionais.

Questão 05. (CESPE - 2007 - DPU - Defensor Público – questão adaptada)

Julgue o item abaixo.

De acordo com a jurisprudência do STF, desde 1988 os tratados sobre direitos humanos podem

ser incorporados ao ordenamento jurídico nacional com força de emenda constitucional.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está ERRADA.

Estudamos que os tratados internacionais, após internalizados, passavam a valer como leis

ordinárias. Esse era, inclusive, o entendimento do STF aplicado os tratados internacionais de

direitos humanos, que buscava fundamento no art. 102, III, b, da Constituição Federal.

Essa situação predominou até 2004, quando foi acrescido ao art. 5º, o §3º, que passou a

conferir maior importância aos tratados internacionais de direitos humanos, estabelecendo que,

se aprovados com quórum das emendas constitucionais, possuíram status constitucional. Para

os demais tratados internacionais continua a valer a regra de interpretação do art. 102, III, b,

da Constituição Federal, segundo a qual os tratados internalizados possuirão status de lei

ordinária.

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Questão 06. (CESPE - 2007 - DPU - Defensor Público)

Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a

finalidade de assegurar cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de

direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o STJ, em qualquer

fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a justiça federal.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está CERTA.

Trata-se, em verdade de assunto de Direito Constitucional. Porém, como envolve tratados de

Direitos Humanos, decidimos trazê-lo a conhecimento. De acordo com o art. 109, V, combinado

com o §5º, da CRFB compete à Justiça Federal julgar as causas que envolvam grave violação

dos Direitos Humanos. Nesses casos, poderá o Procurador-Geral da República (PGR) suscitar

um Incidente de Descolamento de Competência, perante o STJ, para mover qualquer processo

que envolva grave violação de Direitos Humanos para a julgamento perante a Justiça Federal,

com a finalidade de assegurar o cumprimento das obrigações decorrentes dos tratados

internacionais de Direitos Humanos que Brasil seja parte. Esse expediente é utilizado para

deslocamento de competência e é denominado de “federalização dos crimes graves contra os

Direitos Humanos”.

Esse não deve ser assunto cobrado em Direitos Humanos, mas em Direito Constitucional.

Todavia, o CESPE usa de interdisciplinaridade e envolve assuntos de matérias distintas em uma

mesma questão.

Questão 07. (CESPE - 2010 - DPE-BA - Defensor Público)

Julgue o seguinte item, acerca da teoria geral do direito internacional dos direitos humanos e à

incorporação dos tratados internacionais de direitos humanos no Brasil.

A sistemática concernente ao exercício do poder de celebrar tratados é deixada a critério de

cada Estado. Em matéria de direitos humanos, são estabelecidas, na CF, duas categorias de

tratados internacionais: a dos materialmente constitucionais e a dos materialmente e

formalmente constitucionais.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está CERTA.

Muito interessante a questão porque ela envolve a distinção entre normas materialmente

constitucionais e normas formalmente constitucionais. Dissemos em aulas que todos os tratados

de direitos humanos são considerados materialmente constitucionais.

De acordo com a doutrina são normas materialmente constitucionais as que: a) dispõem sobre

a estrutura do Estado, definem a função de seus órgãos, modo de aquisição e limitação do

poder e fixam o regime político; b) estabelecem os direitos e garantias fundamentais da

pessoa; c) disciplinam os fins socioeconômicos do Estado; d) asseguram a estabilidade

constitucional; e e) estatuem regras de aplicação da própria Constituição.

Os tratados internacionais de Direitos Humanos enquadram-se no item b), pois como

rapidamente vimos nesta aula inaugural, os direitos humanos objetivam a tutela da dignidade

da pessoa, eixo central de todas as disposições que versam sobre os direitos e garantias

fundamentais da pessoa.

Logo, todos os tratados disciplinam matérias materialmente constitucionais. Assim, se

aprovados pelo procedimento das emendas serão, ao mesmo tempo, material e formalmente

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constitucionais. Se aprovados pelo procedimento comum, serão apenas materialmente

constitucionais.

Em suma:

Questão 08. (CESPE - 2009 - DPE-PI - Defensor Público – questão adaptada)

A respeito da incorporação dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos ao

direito brasileiro, julgue o item abaixo.

Antes da EC n.º 45, já havia, na doutrina brasileira, menção ao fato de que os tratados

internacionais sobre direitos humanos deveriam ter o status de norma constitucional.

Certo Errado

Comentários

Está CERTA a assertiva.

Conforme dissemos na apresentação do curso, por vezes o CESPE e, inclusive, a ESAF, cobram

alguns doutrinadores consagrados. Em Direitos Humanos, atualmente, Flávia Piovesan e

Antônio Augusto Cançado Trindade são referência na matéria.

Assim, está perfeita a assertiva, na medida em que, embora não houve texto legal, muito

menos jurisprudência nesse sentido, os referidos doutrinadores já defendiam que tratados

internacionais de direitos humanos possuem status constitucional.

Flávia Piovesan vai além, para a referida doutrinadora, os tratados internacionais de Direitos

Humanos após a assinatura seguida de aprovação pelo Congresso Nacional já teriam o condão e

incorporar o tratado internacional à nossa ordem jurídica, que assumiria desde então status de

norma constitucional.

Questão 09. (CESPE - 2009 - DPE-PI - Defensor Público – questão adaptada)

A respeito da incorporação dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos ao

direito brasileiro, julgue o item abaixo.

Após a EC n.º 45, todos os tratados internacionais passaram a possuir status de norma

constitucional.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está ERRADA.

Percebam, futuros auditores, o CESPE adora esse assunto. Vimos dezenas de vezes na aula de

hoje que os tratados humanos poderão ter status de norma constitucional ou status de norma

infraconstitucional a depender do quórum de aprovação.

TRATADO APROVADO COM QUÓRUM DE EMENDA

CONSTITUCIONAL

materialmente constitucional

formalmente constitucional

TRATADO APROVADO COM QUÓRUM DE EMENDA

CONSTITUCIONAL ---

formalmente constitucional

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Assim, não é possível afirmar que todos os tratados internacionais passarão a possuir status de

norma constitucional após a referida emenda.

Questão 10. (CESPE - 2009 - DPE-PI - Defensor Público – questão adaptada)

A respeito da incorporação dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos ao

direito brasileiro, julgue o item abaixo.

Após a EC n.º 45, foi dado nova abordagem aos tratados internacionais sobre direitos humanos.

Certo Errado

Comentários

Assertiva CERTA.

Tranquilo, né? A Emenda foi o acontecimento que impulsionou o pensamento jurídico que

conduziu a decisão do STF, para conferir interpretação no sentido de que os tratados

internacionais de Direitos Humanos possuem importância diferenciada, de maneira que, ainda

que aprovados com o quórum das leis ordinárias, integrarão nosso ordenamento como norma

de status supralegal.

Questão 11. (CESPE - 2009 - DPE-PI - Defensor Público – questão adaptada)

A respeito da incorporação dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos ao

direito brasileiro, julgue o item abaixo.

Os tratados internacionais sobre direitos humanos não necessitam de aprovação pelo Congresso

Nacional.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está ERRADA.

Mais uma questão facílima. A aprovação pelo Congresso Nacional, pelo modelo da duplicidade

de vontades por nós adotado, depende de assinatura pelo Presidente da República, na condição

de Chefe de Estado, e da aprovação pelo Congresso Nacional, no exercício da função típica

legislativa e por força da previsão do art. 49, I, da CRFB.

Questão 12. (CESPE - 2009 - DPE-PI - Defensor Público – questão adaptada)

A respeito da incorporação dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos ao

direito brasileiro, julgue o item abaixo.

O STF sempre considerou o tratado internacional sobre direitos humanos como norma

constitucional superveniente.

Certo Errado

Comentários

Assertiva ERRADA.

O STF nunca considerou a tese da constitucionalidade superveniente, de maneira que somente

os tratados internacionais sobre Direitos Humanos aprovados após a Emenda Constitucional

45/2004 passaram a possuir status de norma constitucional, se aprovados com o quórum das

emendas constitucionais. Os tratados de Direitos Humanos celebrados antes da Emenda

Constitucional 45/2004 possuem natureza tão somente supralegal.

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Questão 13. (CESPE - 2012 - PM-AL - Oficial Combatente da Polícia Militar – questão

adaptada)

Julgue o item abaixo.

No sistema de proteção dos direitos humanos, os Estados e a comunidade internacional

compartilham responsabilidade primária pela proteção desses direitos, razão pela qual os

tratados internacionais encontram-se no mesmo patamar dos direitos nacionais na garantia de

proteção aos direitos humanos.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está ERRADA.

Como vimos, os tratados internacionais internalizados no direito brasileiro possuíram status de

norma supralegal e, se forem aprovados com o quórum qualificado das emendas

constitucionais, terão status de norma constitucional.

Questão 14. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público – questão adaptada)

Julgue o item abaixo.

A natureza sinalagmática dos tratados internacionais impõe obrigações estatais efetivas para a

proteção dos indivíduos e de seus direitos diante de outro Estado contratante.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está ERRADA.

Trata-se de questão bastante difícil, pois cobra um assunto específico e exige maior refelxão.

Sinalagmático significa aquilo que liga mutuamente dois contraentes, por meio de direitos de

deveres recíprocos. O contrato de trabalho, por exemplo, é sinalagmático na medida em que o

empregado obriga-se a prestar serviços mediante remuneração e o empregador obriga-se a

pagar os salários em decorrência do uso da prestação pessoal dos serviços pelo empregado.

Os tratados internacionais não são sinalagmáticos, pois as partes não objetivam interesses

divergentes. Todos os signatários de um tratado internacional pretendem ver assegurado o

princípio da dignidade da pessoa. Logo o interesse é convergente.

Questão 15. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público – questão adaptada)

Julgue o item abaixo.

Os tratados institutivos de garantias de direitos humanos fundamentam-se na noção

contratualista, que supera o princípio da reciprocidade e é comum aos direitos dos tratados.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está ERRADA.

Pela noção contratualista entende-se que uma das partes signatárias encontra-se vinculada à

outra enquanto esta cumprir o pactuado. Se uma das partes descumprir o acordado, o contrato

é desfeito. Isso não ocorre em relação aos tratados internacionais. André de Carvalho Ramos

leciona que “a violação de um tratado multilateral de proteção aos direitos humanos em nada

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afeta a obrigação de outro Estado-parte, que continuará obrigado pelas normas do mesmo

tratado”.

Assim, em que pese haja superação do princípio da reciprocidade, como vimos na questão 14,

não podemos falar que os tratados internacionais de direitos humanos fundamentam-se na

noção contratualista.

Questão 16. (CESPE - 2007 - MPE-AM - Promotor de Justiça – questão adaptada)

Julgue o item abaixo.

A partir da Emenda Constitucional n.º 45/2004, que introduziu os incisos 3.º e 4.º ao art. 5.º da

CF, os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos passaram a ter força de

emenda constitucional, desde que tais atos internacionais sejam aprovados em ambas as Casas

congressuais, em turno simples de votação, e por maioria simples de votos de seus respectivos

membros.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está ERRADA.

Essa questão, ao contrário das que estudamos acima, é bastante simples. O mero texto de lei é

suficiente para resolver a questão.

Prevê o art. 5º, § 3º, da CRFB, que os “tratados e convenções internacionais sobre direitos

humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três

quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”.

Questão 17. (CESPE - 2007 - MPE-AM - Promotor de Justiça – questão adaptada)

Julgue o item abaixo

O artigo 5º § 2º, reconhece hierarquia constitucional a tratados de direitos humanos firmados

pelo Brasil, estando estes, portanto, acima das normas infraconstitucionais, como os demais

tratados.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está CERTA.

A questão envolve conhecimento doutrinário específico, capitaneado pela Flávia Piovesan,

segundo o qual, com fundamento no art. 5º, §2º, todos os tratados internacionais de Direitos

Humanos, após internalizados, passariam, independentemente do quórum de aprovação, a ter

status de norma constitucional.

Todavia, como vimos, esse não é o entendimento do STF, tendo em vista o art. 5º, §3º, da

Constituição Federal.

Trouxemos essa questão para deixar claro que é impossível, ainda mais com bacas como CESPE

e ESAF, gabaritar prova. Orientamos os alunos a seguirem sempre a posição dominante,

especialmente a do STF, quando este já tiver decidido sobre a matéria.

Segundo essas orientações, o aluno errará a questão. Vale dizer, nem sempre a objetividade

prevalece em concurso público. Por vezes, algumas questões destas aparecem em prova,

erramos, não concordamos e não temos o que fazer.

Ao invés de preocupá-los, pretendemos com esta questão dar-lhes segurança, ou seja, haverá

em seu concurso questões com as quais você não concordará, questões que não seguem o

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padrão de objetividade desejado, mas isso não impedirá que você seja aprovado, uma vez que

a maior parte das questões refletem um padrão. Assim, procure sempre assinalar a questão que

aponte paro posicionamento dominante, especialmente a posição do STF, a não ser que a banca

mencione especificamente a posição de determinado doutrinador.

Questão 18. (CESPE - 2010 - MPE-RO - Promotor de Justiça – questão adaptada)

Julgue o item abaixo.

Os tratados de direitos humanos, ainda que aprovados apenas no Senado Federal, em dois

turnos e por maioria qualificada, equiparam-se às emendas constitucionais.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está ERRADA.

Já cansou? Ainda faltam 30 questões esse tipo de questão voltará a aparecer em nossa bateria

de questões. É um assunto muito recorrente em provas de concurso público.

Lembrem-se: para serem equipados às emendas constitucionais os tratados internacionais

deverão ser aprovados em 2 turnos, na Câmara dos Deputados e no Congresso Nacional pelo

voto de 3/5 de seus membros.

Questão 19. (CESPE – 2012 – MPE-RR – Promotor de Justiça – questão adaptada)

Julgue o item abaixo.

Compete ao presidente da República, na condição de chefe de Estado, celebrar tratados,

convenções e atos internacionais, condicionados à prévia autorização do Congresso Nacional.

Certo Errado

Comentários

A alternativa está ERRADA.

Conforme estudamos a competência para firmar tratados internacionais é privativa do

Presidente da República, nos termos do art. 84, VIII, da Constituição Federal. Não há previsão

constitucional de prévia autorização pelo Congresso Nacional. O Congresso Nacional atuará

apenas num segundo momento, qual seja: após a assinatura do tratado internacional por nosso

Chefe de Estado.

Ademais, a prévia autorização do Congresso Nacional seria violação à separação dos poderes.

Nós vimos em aula que o arquétipo envolvendo o Poder Executivo na assinatura do documento

internacional e a aprovação pelo Poder Legislativo ressalta a teoria de Montesquieu adotada

pelo nosso ordenamento.

Questão 20. (CESPE – 2012 – TRF 2ª Região – Juiz Federal – questão adaptada)

Acerca do direito dos tratados internacionais, como regido pela Convenção de Viena sobre o

Direito dos Tratados de 1969, julgue o item abaixo.

A necessidade de forma escrita está expressa na definição de tratado presente na Convenção de

Viena.

Certo Errado

Comentários

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A assertiva está CERTA.

Conforme prevê o art. 2º, da Convenção de Viena de 1969: “tratado significa um acordo

internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste

de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua

denominação específica”.

Embora não haja previsão de cobrança do edital sobre a forma de celebração dos tratados

internacionais, mas tão somente de sua interpretação e aplicação, é interessante saber que os

tratados internacionais exigem a forma escrita pois o assunto é recorrente em provas.

Questão 21. (CESPE – 2012 – TRF 2ª Região – Juiz Federal – questão adaptada)

Acerca do direito dos tratados internacionais, como regido pela Convenção de Viena sobre o

Direito dos Tratados de 1969, julgue o item abaixo.

Na regra geral de interpretação dos tratados, está previsto o recurso aos trabalhos

preparatórios.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está ERRADA.

O art. 31 da Convenção de Viena de 1969 prevê as regras gerais de interpretação dos tratados.

O art. 32, por sua vez, prevê as regras suplementares de interpretação, quais sejam: a)

trabalhos preparatórios; e b) circunstância de conclusão dos tratados.

Observe que a questão fala em regra geral de interpretação e não em regra suplementares.

Esse é o erro da questão! O CESPE exigiu tão somente a letra de lei.

Questões 22. (CESPE – 2013 – TRF 5ª Região – Juiz Federal – questão adaptada)

A respeito dos tratados internacionais, julgue o item seguinte.

As convenções da OIT são consideradas tratados internacionais.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está CERTA.

Fácil, não? O assunto será melhor analisado em aula futura, mas desde logo devemos saber que

as Convenções da OIT são considerados espécie de tratados internacionais.

Questões 23. (CESPE – 2013 – TRF 5ª Região – Juiz Federal – questão adaptada)

A respeito dos tratados internacionais, julgue o item seguinte.

Os defensores da aplicabilidade dos denominados acordos executivos — para os quais não seria

necessário referendo do Congresso Nacional — argumentam que a exigência de referendo

limita-se a acordos que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.

Certo Errado

Comentários

A assertiva e está CERTA.

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Conforme vimos, prevê o art. 49, I, da Constituição Federal que é competência exclusiva do

Congresso Nacional resolver definitivamente sobre tratados internacionais que acarretem

encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional. Nessa esteira, segundo a doutrina,

os acordos executivos não estão sujeitos à aprovação pelo Congresso Nacional.

Questões 24. (CESPE – 2013 – TRF 5ª Região – Juiz Federal – questão adaptada)

A respeito dos tratados internacionais, julgue o item seguinte.

Caso não concorde com o teor de determinada convenção da OIT, o Poder Executivo não estará

obrigado a enviá-la ao Congresso Nacional para ratificação.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está ERRADA.

Se o Brasil for signatário da Convenção Internacional deverá enviá-la ao Congresso Nacional

para aprovação, nos termos previstos no art. 84, VIII, combinado com o art. 49, I, da

Constituição Federal.

Questões 25. (CESPE – 2013 – TRF 5ª Região – Juiz Federal – questão adaptada)

A respeito dos tratados internacionais, julgue o item seguinte.

De acordo com a Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969, os tratados, acordos

internacionais regidos pelo direito internacional, podem ser celebrados por escrito ou

verbalmente.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está ERRADA.

Segundo o art. 2º, da Convenção de Viena de 1969 os tratados internacionais deverão ser

pactuados por escrito.

Questão 26. (FCC - 2013 - AL-PB – Procurador – questão adaptada)

Em relação à incorporação dos tratados internacionais de proteção aos direitos humanos ao

direito brasileiro julgue o item abaixo.

Para que produzam efeito de emenda constitucional, deverão ser aprovados, em cada uma das

Casas do Congresso Nacional, em dois turnos de votação, por três quintos dos votos dos

respectivos membros.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está CERTA.

Mais uma vez a questão reproduziu o art. 5º, §3º, da CRFB, que reiteradamente é exigido.

Questão 27. (CESPE - 2012 - DPE-SE - Defensor Público / Direitos Humanos -

adaptada)

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Relativamente ao entendimento dos tribunais superiores acerca dos direitos humanos julgue o

item abaixo.

Conforme a jurisprudência do STJ, o Poder Judiciário, em regra, deve limitar-se à verificação da

legalidade do procedimento que tenha culminado em decisão do CONARE relativa ao

indeferimento de refúgio de estrangeiro.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está CERTA.

Trouxemos essa questão apenas para mostrar que o CESPE adora fazer surpresas para seus

candidatos, pois somente acertaria essa questão o candidato que conhecesse o Informativo

456, do STJ, que trouxe o seguinte julgado:

REFÚGIO. CONDIÇÕES. APRECIAÇÃO. PODER JUDICIÁRIO. Trata-se, na espécie, de recurso em

que o ora recorrido, cidadão israelense com visto para turismo, defende sua permanência no

Brasil como refugiado ao argumento de sofrer perseguição religiosa. A Turma deu provimento

ao recurso da União por entender que, em regra, o Poder Judiciário deve limitar-se a analisar as

questões de legalidade do procedimento de concessão do refúgio, sem apreciar o acerto ou

desacerto da decisão do Conare, incumbido legalmente de tal mister, sob pena de invadir o

mérito da decisão administrativa. O Direito comparado, ao deparar com a tendência mundial de

excessiva flexibilização na concessão do status de refugiado, tende a restringir o papel do Poder

Judiciário para aferir as condições da concessão do asilo. Ademais o Estado concedeu ampla

defesa, respeitou o contraditório e o devido processo legal, tendo o pedido sido apreciado por

órgão legalmente competente. No caso, não se trata de restringir a imigração no País, apenas

de pontuar adequadamente o procedimento correto quando o intuito for de imigração e não de

refúgio. REsp 1.174.235-PR, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 4/11/2010.

Questão 28. (FCC - 2013 - PGE-BA - Analista de Procuradoria – questão adaptada)

A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais, dentre outros, pelo

princípio da prevalência dos direitos humanos.

Considerando o excerto acima, julgue o item abaixo.

Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados em cada Casa do

Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão

equivalentes às emendas constitucionais.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está CERTA.

O mero texto de lei é suficiente para resolver a questão.

Prevê o art. 5º, § 3º, da CRFB, que os “tratados e convenções internacionais sobre direitos

humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três

quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”.

Questão 29. (FCC - 2013 - PGE-BA - Analista de Procuradoria – questão adaptada)

A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais, dentre outros, pelo

princípio da prevalência dos direitos humanos.

Considerando o excerto acima, julgue o item abaixo.

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Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados e assinados pelos

representantes diplomáticos do Brasil serão incorporados ao ordenamento jurídico como

emendas constitucionais.

Certo Errado

Comentários

Está ERRADA a assertiva.

Como estamos cansados de estudar, os tratados internacionais de direitos humanos somente

serão equipados às emendas constitucionais se observarem o quórum qualificado de aprovação

de 3/5 nas duas Casas do Congresso Nacional.

Questão 30. (FCC - 2013 - PGE-BA - Analista de Procuradoria – questão adaptada)

A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais, dentre outros, pelo

princípio da prevalência dos direitos humanos.

Considerando o excerto acima, julgue o item abaixo.

Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados em cada Casa do

Congresso Nacional, em dois turnos, por dois terços dos votos dos respectivos membros, serão

equivalentes às emendas constitucionais.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está ERRADA.

Esse tipo de questão é maldosa, pois o erro está no quórum de aprovação que é de 3/5 e não

de 2/3.

Questão 31. (FCC - 2013 - PGE-BA - Analista de Procuradoria – questão adaptada)

A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais, dentre outros, pelo

princípio da prevalência dos direitos humanos.

Considerando o excerto acima, julgue o item abaixo.

Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados pelo Senado

Federal, em único turno de votação, por metade dos votos dos respectivos membros, serão

equivalentes às leis ordinárias após a sanção presidencial.

Certo Errado

Comentários

Está ERRADA a assertiva.

A questão trocou várias informações, vejamos:

ao invés de aprovação pelo Senado Federal, a aprovação é pelo Congresso Nacional (Senado

Federal + Câmara dos Deputados);

ao invés de único turno, são dois turno de votação; e

ao invés de metade dos votos de cada casa, são necessários 3/5 dos votos.

Questão 32. (CESPE - 2009 - DPE-PI - Defensor Público)

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A respeito da incorporação dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos ao

direito brasileiro, julgue o item abaixo.

Antes da EC n.º 45, não havia, na doutrina brasileira, menção ao fato de que os tratados

internacionais sobre direitos humanos deveriam ter o status de norma constitucional.

Certo Errado

Comentários

Está ERRADO a assertiva.

Conforme já estudamos nesta aula, doutrina de peso no brasil, em especial Flávia Piovesan,

defendem, antes mesmo da Emenda Constitucional 45, que os tratados internacionais de

direitos humanos possuem o mesmo status das normas constitucionais.

Questão 33. (CESPE - 2009 - DPE-PI - Defensor Público)

A respeito da incorporação dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos ao

direito brasileiro, julgue o item abaixo.

d) Os tratados internacionais sobre direitos humanos necessitam de aprovação pelo Congresso

Nacional.

Certo Errado

Comentários

Está CERTA a assertiva.

Lembrem-se do que dispõe o art. 49, I, da CRFB:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem

encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; (...).

Como vimos, os tratados internacionais de direitos humanos geram encargos ou compromissos

financeiros para o Estado, de modo que necessitam de aprovação pelo Congresso Nacional.

Questão 34. (INÉDITA - 2014)

A respeito da incorporação dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos ao

direito brasileiro, julgue o item abaixo.

Em razão da interpretação conferida pelo STF ao art. 5º, §3º, da CRFB, o entendimento

dominante é o de que o Pacto de San José da Costa Rica – de natureza supralegal – impede a

regulamentação do dispositivo constitucional de eficácia limitada que prevê a prisão do

depositário infiel.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está CERTA.

A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (ou Pacto de San José da Costa Rica) prevê a

impossibilidade de prisão civil do depositário infiel. Por se tratar de um documento internalizado

com quórum de norma infraconstitucional, o STF, seguindo seu novo entendimento a respeito

do assunto, posicionou-se que o Pacto de San José da Costa Rica possui natureza de norma

supralegal.

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Em decorrência disso, não é possível que lei ordinária preveja, ou melhor, regulamente o

dispositivo constante do art. 5º, LXVII, da Constituição Federal que permite a prisão do

depositário infiel.

Questão 35. (CESPE – 2013 – TRF 5ª Região – Juiz Federal – questão adaptada)

A respeito dos tratados internacionais, julgue o item abaixo.

Aprovados em dois turnos por ambas as casas do Congresso Nacional, os tratados e as

convenções internacionais, qualquer que seja a matéria sobre a qual versem, adquirirão status

de emenda constitucional.

Certo Errado

Comentário

Está ERRADA a assertiva.

Conforme exaustivamente estudado nesta aula, apenas os tratados internacionais de direitos

humanos poderão alcançar o status constitucional se aprovados com o quórum qualificado

previsto no art. 5º, §3º, da CRFB.

Questão 36. (MPT - 2012 - MPT – Procurador)

Sobre o chamado, doutrinariamente, “bloco de constitucionalidade”, julgue o item seguinte.

A Emenda Constitucional nº 45/2004 introduziu expressamente a concepção de “bloco de

constitucionalidade” no Texto Constitucional, ao acrescentar ao art. 5º da Constituição da

República que os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem

aprovados, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às

emendas constitucionais.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está ERRADO.

Muita atenção para a resolução desta assertiva.

Ela envolve precipuamente tema de Direito Constitucional, mais especificamente o controle de

constitucionalidade. Não vamos aqui abordar a questão do bloco de constitucionalidade. Um

conceito, contudo é importante.

Louis Favoreu, doutrinador francês, foi o primeiro a usar o termo para se referir a todas as

normas constitucionais que tivesses status constitucional. A partir dessa concepção, J. J. Gomes

Canotilho usou o termo para se referir a todas as normas formalmente constitucional. Assim,

segundo o referido autor, bloco de constitucionalidade constitui o conjunto de normas com

status constitucional, utilizadas como parâmetro para o controle de constitucionalidade.

De posse do referido conceito, podemos afirmar que a expressão bloco de constitucionalidade

não foi introduzida pela Emenda Constitucionalidade 45/2004. Em verdade, afirma-se que o art.

5º, §3º, da CRFB, introduziu uma possibilidade de normas com status constitucional fora do

texto da Constituição propriamente, o que ampliaria o bloco de constitucionalidade no direito

brasileiro.

Questão 37. (CESPE – 2013 – TRF 5ª Região – Juiz Federal – questão adaptada)

A respeito do “Direito dos Tratados”, julgue o item seguinte.

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De acordo com a Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados de 1969, os tratados, acordos

internacionais regidos pelo direito internacional, podem ser celebrados apenas por escrito, não

havendo possibilidade de que sejam verbais.

Certo Errado

Comentário

Está CERTA a assertiva.

Já vimos essa questão anteriormente. Todos os tratados internacionais devem ser fixados por

escrito, não havendo se falar em tratados internacionais verbais.

Questão 38. (CESPE - 2013 - MPE-RO - Promotor de Justiça – questão adaptada)

Determinado advogado, integrante da Comissão de Defesa de Direitos Humanos da Seccional

de Rondônia da OAB, morreu, no município de Ji-Paraná – RO, após ter atingido por vinte

disparos de arma de fogo efetuados por duas pessoas não identificadas. O advogado havia feito

diversas denúncias relacionadas a supostos atos de corrupção e maus-tratos aos detentos de

determinado presídio localizado no referido município. A CIDH, então, expressando preocupação

com a possível represália cometida contra o advogado, instou o Estado brasileiro a investigar o

crime, esclarecê-lo judicialmente e punir os responsáveis. Considerando essa situação

hipotética, julgue o item seguinte acerca do incidente de deslocamento de competência para a

justiça federal nas hipóteses de grave violação de direitos humanos.

O deferimento do deslocamento de competência para a justiça federal só será possível, nessa

situação, de acordo com o STJ, se houver risco de responsabilização internacional decorrente do

descumprimento de obrigações jurídicas assumidas em tratados internacionais, entre outros

requisitos.

Certo Errado

Comentários

Assertiva CERTA.

Trata-se de uma questão dificílima, que exige conhecimento da jurisprudência do STJ para

respondê-la. Lembrem-se, se a banca for o CESPE o conhecimento de entendimentos

jurisprudenciais importantes é essencial para o bom desempenho em prova.

Apenas a título de curiosidade, na prova passada, na fase discursiva, a questão de Direito

Administrativo foi toda montada em cima de uma jurisprudência do STJ. Portanto, todo cuidado

é pouco.

Voltando à questão, vejamos a jurisprudência que subsidiou a questão:

INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA. JUSTIÇAS ESTADUAIS DOS ESTADOS DA

PARAÍBA E DE PERNAMBUCO. HOMICÍDIO DE VEREADOR, NOTÓRIO DEFENSOR DOS DIREITOS

HUMANOS, AUTOR DE DIVERSAS DENÚNCIAS CONTRA A ATUAÇÃO DE GRUPOS DE

EXTERMÍNIO NA FRONTEIRA DOS DOIS ESTADOS. AMEAÇAS, ATENTADOS E ASSASSINATOS

CONTRA TESTEMUNHAS E DENUNCIANTES. ATENDIDOS OS PRESSUPOSTOS

CONSTITUCIONAIS PARA A EXCEPCIONAL MEDIDA. 1. A teor do § 5.º do art. 109 da

Constituição Federal, introduzido pela Emenda Constitucional n.º 45/2004, o incidente de

deslocamento de competência para a Justiça Federal fundamenta-se, essencialmente, em três

pressupostos: a existência de grave violação a direitos humanos; o risco de responsabilização

internacional decorrente do descumprimento de obrigações jurídicas assumidas em tratados

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internacionais; e a incapacidade das instâncias e autoridades locais em oferecer respostas

efetivas. (...)13.

Questão 39. (CESPE - 2013 - PRF - Policial Rodoviário Federal)

Considerando o disposto na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue os itens a seguir,

relativos aos direitos humanos.

Equivalem às normas constitucionais originárias os tratados internacionais sobre direitos

humanos aprovados, em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos

votos dos respectivos membros.

Certo Errado

Comentários

Está ERRADA a assertiva.

Como vimos, se aprovado o tratado internacional de direitos humanos em cada casa do

Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos, ele será equiparado à emenda

constitucional, por força do art. 5º, §3º, da CRFB.

Questão 40. (CESPE - 2013 - DPE-DF - Defensor Público)

Considerando as disposições constitucionais relativas aos direitos humanos e aos tratados que

versam sobre o tema, julgue os itens subsequentes.

O procurador-geral da República poderá, ouvido o Conselho Nacional do Ministério Público,

suscitar, perante o STF, incidente de deslocamento de competência para a justiça federal

quando julgar que o processo envolve grave violação de direitos humanos e exige o

cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos

quais o Brasil seja parte.

Certo Errado

Comentários

Assertiva ERRADA.

Vejamos o que dispõe o texto constitucional no art. 109, §5º:

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República,

com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados

internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o

Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de

deslocamento de competência para a Justiça Federal.

Logo, o incidente de deslocamento de competência é perante o STJ e não perante o STF como

afirmado na assertiva.

Muita atenção para não cair em pegadinhas como essa!

Questão 41. (MPT - 2012 - MPT – Procurador)

Sobre o chamado, doutrinariamente, “bloco de constitucionalidade”, julgue o item seguinte.

13 STJ - IDC: 2 DF 2009/0121262-6, Relator: Ministra LAURITA VAZ, Data de Julgamento:

27/10/2010, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 22/11/2010.

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O “bloco de constitucionalidade” consiste na junção dos direitos fundamentais e do sistema de

garantias, que formam uma complexidade coesa (um único bloco), independentemente de

existir ou não normas periféricas à Constituição, conquanto de mesma hierarquia normativa.

Certo Errado

Comentários

ERRADA a assertiva.

Respondemos essa questão quando abordamos a questão 35. O conceito de bloco de

constitucionalidade não envolve junção de direito fundamentais com as garantias fundamentais,

mas sim o conjunto de normas formalmente constitucionais que são utilizados como parâmetro

para o controle de constitucionalidade.

Questão 42. (CESPE – 2013 – TRF 5ª Região – Juiz Federal – questão adaptada)

A respeito dos tratados internacionais, julgue o item abaixo.

As convenções da OIT são consideradas tratados internacionais.

Certo Errado

Comentário

A assertiva está CERTA.

Como vimos em aula, as Convenções da OIT são as formas normativas emanadas pela OIT, que

possuem natureza de tratado internacional.

Questão 43. (CESPE - 2013 - DPE-DF - Defensor Público)

Considerando as disposições constitucionais relativas aos direitos humanos e aos tratados que

versam sobre o tema, julgue os itens subsequentes.

Uma das condições para que os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos

sejam considerados equivalentes às normas constitucionais é a sua aprovação, em cada casa do

Congresso Nacional, pelo mesmo processo legislativo previsto para a aprovação de proposta de

emenda constitucional.

Certo Errado

Comentários

Está CERTA a assertiva.

Mais uma vez, uma questão envolvendo o art. 5º, §3º, da CRFB.

Questão 44. (CESPE - 2012 - DPE-SE - Defensor Público / Direitos Humanos -

adaptada)

Relativamente ao entendimento dos tribunais superiores acerca dos direitos humanos julgue o

item abaixo.

A despeito do previsto no Pacto de São José da Costa Rica, a prisão civil do depositário infiel é

admitida pelo STF, conforme Súmula n.º 619/STF, segundo a qual a prisão do depositário

judicial pode ser decretada no próprio processo em que se constitui o encargo,

independentemente da propositura de ação de depósito.

Certo Errado

Comentários

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A assertiva está ERRADA.

Conforme estudamos no final de nossa aula, o entendimento atual do STF é no sentido de que o

Pacto de San José da Costa Rica possui natureza supralegal. Diante disso, esse diploma tem o

efeito de impedir a regulamentação necessária para permitir a execução da previsão

constitucional do art. 5ª, LXVI, da Constituição Federal, que, excepcionalmente, permitiria a

prisão civil do depositário infiel e de obrigação alimentícia. Hoje a Súmula 619, do STF, está

revogada, devendo ser aplicada a Súmula Vinculante 25.

Questão 45. (MPT - 2012 - MPT – Procurador)

Sobre o chamado, doutrinariamente, “bloco de constitucionalidade”, julgue o item seguinte.

Embora o texto original da Constituição da República ensejasse alguma discussão, sua

consagração adveio com a Emenda Constitucional nº 45/2004, segundo a qual os tratados e

convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do

Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão

equivalentes às emendas constitucionais.

Certo Errado

Comentários

Está CERTA a assertiva.

É exatamente o que prevê o art. 5º, § 3º, da CRFB: “Os tratados e convenções internacionais

sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois

turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas

constitucionais”. Esse dispositivo, como afirma parte da doutrina – filiada ao pensamento de J.

J. Gomes Canotilho, alargou o bloco de constitucionalidade do ordenamento jurídico brasileiro.

Questão 46. (CESPE - 2011 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal)

Conforme a jurisprudência do STF, tratados de direitos humanos anteriores à Emenda

Constitucional n.º 45/2004 possuem, no direito brasileiro, status hierárquico

supraconstitucional.

Certo Errado

Comentários

Assertiva ERRADA.

Novamente o CESPE questionou o candidato quanto ao status dos tratados internacionais de

Direitos Humanos internalizados antes da Emenda Constitucional 45/2004. Vejamos, sobre o

assunto, os ensinamentos de Rafael Barretto : “a natureza supralegal abrange todos os tratados

sobre Direitos Humanos que não passaram pelo procedimento do art. 5º, §3º, da CRFB, não

importando se foram incorporados à ordem jurídica brasileira antes ou depois da Emenda 45”.

Questão 47. (INÉDITA – 2014)

De acordo com a Convenção de Viena sobre os Direitos dos Trabalho, julgue o item abaixo.

Em relação à aplicação dos tratados internacionais a regra é a irretroatividade dos tratados, que

são criados para regerem situações futuras, portanto, com efeitos ex nunc.

Certo Errado

Comentários

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Está CERTA a assertiva.

Vejamos o que dispõe o art. 28 da Convenção de Viena sobre os Tratados Internacionais:

Artigo 28. A não ser que uma intenção diferente se evidencie do tratado, ou seja estabelecida

de outra forma, suas disposições não obrigam uma parte em relação a um ato ou fato anterior

ou a uma situação que deixou de existir antes da entrada em vigor do tratado, em relação a

essa parte.

Questão 48. (INÉDITA – 2014)

De acordo com a Convenção de Viena sobre os Direitos do Tratados, julgue o item abaixo.

Na interpretação dos tratados internacionais a regra é a busca da real e comum intenção das

partes, admitindo a flexibilização do significado textual do diploma internacional.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está ERRADA.

Houve uma inversão! Como vimos, a regra é a interpretação textual, ao passo que a busca da

real intenção das partes é a exceção, conforme se extrai da leitura do art. 31, da Convenção de

Viena.

Questão 49. (INÉDITA – 2014)

De acordo com a Convenção de Viena sobre os Direitos dos Trabalho, julgue o item abaixo.

Na interpretação dos tratados internacionais deve-se levar em consideração o objeto (direitos e

obrigações pactuados) e a finalidade (intenção das partes).

Certo Errado

Comentários

A assertiva está CERTA.

Conforme dispõe o art. 31, da Convenção de Viena, os tratados internacionais deverão ser

interpretados “à luz de seu objeto e finalidade”. O objeto de um tratado internacional refere-se

aos direitos e obrigações que foram pactuados no tratado internacional. A finalidade, por sua

vez, remete ao objetivo, à intenção das partes quando decidiram compor o tratado

internacional.

Questão 50. (INÉDITA – 2014)

De acordo com a Convenção de Viena sobre os Direitos dos Trabalho, julgue o item abaixo.

São comuns em tratados internacionais a aposição de preâmbulos e anexos que, assim como o

preâmbulo constitucional, não podem ser levados em conta para fins de interpretação.

Certo Errado

Comentários

A assertiva está ERRADA.

Assim prevê a Convenção de Viena: 2. Para os fins de interpretação de um tratado, o contexto

compreenderá, além do texto, seu preâmbulo e anexos:

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a)qualquer acordo relativo ao tratado e feito entre todas as partes em conexão com a conclusão

do tratado;

b)qualquer instrumento estabelecido por uma ou várias partes em conexão com a conclusão do

tratado e aceito pelas outras partes como instrumento relativo ao tratado.

Logo, o preâmbulo do tratado internacional será considerado sim parâmetro para interpretação

do tratado internacional.

Com isso finalizamos a bateria de testes. Podemos extrair das questões acima que a temática da Emenda Constitucional 45/2004 e a hierarquia dos tratados

internacionais constitui o assunto mais importante desta aula, sendo bastante recorrente em provas. Em razão disso, sugere-se ao aluno a revisão atenta

desta matéria. Se ficou dúvidas, retorne à aula, leia-a com atenção redobrada. Se a dúvida persistir, escreva-nos.

4 – Observações Finais

Vamos tecer sugestões.

Primeira, quando ao estudo, especificamente em relação à presente, sugiro a vocês que deem uma lida no Decreto 7.030/2009, que internalizou a Convenção

de Viena de 1969, disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D7030.htm

Embora não tenha sido cobrada integralmente nos editais anteriores, se for possível, é melhor estar prevenido.

Segunda, quando à revisão sugiro a você que estudem preferencialmente o assunto de tratados internacionais de Direitos Humanos no ordenamento

jurídico brasileiro.

Quaisquer dúvidas e sugestões, por favor, entrem em contato através do e-mail

fornecido no início da apresentação do Curso ou deixem uma mensagem no Facebook.

Espero que vocês tenham compreendido a proposta que apresentamos em parceria com o C24H para o estudo de Direitos Humanos e decidam estudar

conosco em nossa 2º Edição do Curso de Direito Humanos!

Até a próxima aula!

Ricardo S. Torques