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ANÁLISE LITERÁRIA - SAGARANAALICE, LARISSA B., NATIELLI A., TAWANY E THAIS
Guimarães
Rosa
BIOGRAFIA DO AUTOR João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo-MG, em 27 de junho de
1908, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 19 de novembro de 1967. Foi contista, novelista, romancista e diplomata.
Filho de comerciante da região. Ele conviveu desde cedo com personagens encantados criados pela mente paterna e com outra herança fundamental.
Em 1930, formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais. Tornou-se capitão médico, por concurso.
Exerceu a profissão em uma pequena cidade, Itaguara, mas a dificuldade da falta de estrutura da cidade, fez com que Rosa largasse o posto de médico.
A carreira, no entanto, foi importante na sua literatura.
Sua estreia literária deu-se, em 1929, com a publicação, na revista O Cruzeiro.
Em 36, a coletânea de versos Magma, obra inédita, recebe o Prêmio Academia Brasileira de Letras, com elogios do poeta Guilherme de Almeida.
Guimarães foi também um diplomata. Como Cônsul Adjunto, foi para a Europa. No período que passou na Alemanha, mais especificamente em Hamburgo, colaborou com a fuga de judeus
Em 1942, em plena 2º Guerra Mundial, Getúlio Vargas corta relações com a Alemanha. Com isso, o escritor e outros brasileiros ficam retidos no país por cerca de quatro meses.
A libertação só acontece quando é feita uma troca por diplomatas alemães. Volta ao Brasil por um breve período, logo se torna Secretário da Embaixada em Bogotá, Colômbia. O escritor teve uma passagem depois por Paris, França, também a serviço do governo.
Um dos livros que colocaram Guimarães Rosa no rol de grandes escritores brasileiros foi “Grande Sertão: Veredas”.
É o único romance escrito por Guimarães Rosa e um dos mais importantes textos da literatura brasileira. Publicado em 1956, mesmo ano da publicação do ciclo novelesco Corpo de baile
Os problemas de saúde que levaram o escritor à morte começaram em 1958.
ESTILO LITERÁRIO / O LIVRO
Fez parte do 3º Tempo do Modernismo
Foi um dos principais representantes do regionalismo brasileiro
Com uma linguagem fiel à popular, o escritor conseguiu inovar a literatura.
Como atuou como médico e diplomata, Rosa começou a publicar seus textos mais tarde, apenas com 38 anos.
Linguagem carregada de regionalismos, uma linguagem do povo.
A experimentação marcou sua escrita. Rosa busca a recriação da linguagem, colocando o falar popular e a vida no sertão nos seus escritos.
Primeira obra de Guimarães Rosa a sair em livro
Traz nove contos, nos quais o universo do sertão, com seus vaqueiros e jagunços, surge no estilo marcante que o escritor iria aprofundar em textos posteriores.
Garantiu-lhe um privilegiado lugar de destaque no panorama da literatura brasileira
O regionalismo estava novamente em pauta, mas com um novo significado e assumindo a característica de experiência estética universal.
Utilizou o hibridismo - O título do livro é composto dessa forma: Saga, radical de origem germânica, quer dizer “canto heroico”; rana, na língua indígena, significa “espécie de”.
Muitas vezes caracteriza como folclóricas as histórias que conta. Por exemplo, temos o "Era uma vez" que inicia o conto O burrinho pedrês .
Merece destaque especial “A Hora e a Vez de Augusto Matraga”. Tido pela crítica como um dos mais importantes contos de nossa literatura.
Percebe-se nele o aproveitamento do colorido de expressões típicas do povo como: “Estou como ovo depois de dúzia”, “Suspiro de vaca não arranca estaca”
Surpreendeu a crítica e levou o escritor ao renome em virtude da originalidade de sua linguagem e de suas técnicas narrativas.
ENREDO – O BURRINHO PEDRÊS / VOLTA DO MARIDO PRÓDIGO
Sete-de-ouros é um burrinho bem velho
Esquecido na fazenda do Major Saulo
Travessia Córrego da fome - Francolim e Badu
Personagens:
Sete-de-ouro
Major Saulo
Francolim
Badu
Lalino é um típico malandro
Abandona o trabalho para conhecer a capital (Rio de Janeiro)
Ritinha com Ramiro
Personagens:
Lalino
Maria Rita
Ramiro
Major Anacleto
ENREDO – SARAPALHA / DUELO
Cassiano – sempre com um rifle ao alcance da mão
Duelo entre o forte e o fraco
Os dois nunca se encontram na correria
Turíbio queria se vingar de Cassiano Gomes
Alternam os papéis de caça e caçador
Cassiano chama Vinte-e-um antes de morrer
Turíbio é morto com Vinte-e-um
Dois primos, Ribeiro e Argemiro contagiados de malária
Luísa esposa de Ribeiro
Argemiro apaixonado por Luísa
Personagens:
Ribeiro
Argemiro
Luísa
Ceição
ENREDO – MINHA GENTE / SÃO MARCOS
João Mangolô – fama de feiticeiro
José é alvo de bruxaria
Para se salvar teve de rezar São Marcos
Zomba dos feiticeiros
Izé (José) fica subitamente cego
João Mangolô se vinda de Izé
Visita ao tio
Paixão por Maria Irma
Plano errado
Nova paixão Armanda
Personagens:
Narrador - Doutor
Prima Maria Irma
Tio Emílio
Armanda
ENREDO – CORPO FECHADO / CONVERSA DE BOIS
Antonico cobiça mula de Manuel
Manuel cobiça cela de Antonico
Targina irá dormir com a noiva de Manuel
Antonico fecha corpo da noiva
Duelo entre Antonico e Targina
Manuel vence a porfia
É um conto, no qual toda uma problemática da relação Homem - Natureza – Animal
Viagem de um carro de bois
Tiaozinho maltratava os bois
Há uma indignação entre os animais em relação aos maus-tratos
Agenor Soronho - Carreiro. Mandava em Tiãozinho
Bois aproveitam-se do cochilo de Agenor e puxam bruscamente a carroça, matando seu algoz
ENREDO – A HORA E A VEZ DE AUGUSTO MATRAGA
Nhô Augusto encontra também a sua redenção final obtida- trabalho, sua reza e a fé de que teria sua hora e vez
Matraga dá a vida, como Cristo, pelos seus semelhante
Augusto Estêves manda e desmanda no pequeno povoado em que vive
Perdera os capangas para seu inimigo
Major Consilva ordena que Nhô Augusto seja marcado a ferro
Nhô Augusto decide que sua vida de facínora chegara ao fim.
Quer purgar seus pecados
Joãozinho Bem-Bem, que está prestes a executar uma família
ESPAÇO
É quase sempre Minas Gerais. Mais especificamente, o interior do estado. Os estados de
Goiás e do São Paulo são mencionados no livro, mas têm pouca relevância na narrativa.
O burrinho pedrês: Interior de Minas Gerais, na paisagem das fazendas e vaqueiros.
A volta do marido pródigo: Interior de Minas Gerais, sem especificar o local.
Sarapalha: Ocorre em Pará de Vilelas, na estrada que liga a Rodovia Fernão Dias a Cláudio (MG260).
Duelo: Interior de Minas Gerais.
Minha gente: Fazenda Saco-do-Sumidouro (interior de Minas Gerais).
São Marcos: O cenário é Calango-Frito, arraial do interior de Minas Gerais.
Corpo fechado: O cenário é Laginha, arraial monótono do interior de Minas Gerais.
Conversa de bois: O cenário do conto é uma estrada do interior de Minas Gerais.
A hora e vez de Augusto Matraga: O espaço é Minas Gerais, mais especificamente o Norte deMinas, destacando-se nomes de vilarejos (Rala-Coco, Murici, Pindaíbas, Tombador) e lugares dosertão (rios, serras, etc.).
AMBIENTE / TEMPO
Na prosa, as décadas de 1940 e 1950 são marcadasprincipalmente pela valorização da linguagem,pelo regionalismo visto de um prisma universal epela exploração psicológica e introspectiva daspersonagens.
Guimarães Rosa surpreende em virtude daoriginalidade da linguagem e da indagação arespeito das questões fundamentais do homem(amor e ódio, vida e morte, violência, ciúmes, mito erazão e etc.)
Os contos de Sagarana (repletos de interpretaçõessubjetivas, espiritualistas e filosóficas), devem sercompreendidos de forma mais profunda, pois ashistórias dos personagens ultrapassam os limites doregionalismo e alcançam as questões de valoreterno e universal.
Linearidade da narrativa, que se desenvolve namaior parte sob o tempo psicológico dospersonagens. As narrativas em Sagarana sãomarcadas por um tempo indeterminado.
A eleição presidencial no Brasil não é realizada devido ao golpe de estado de Getúlio Vargas.
Realiza-se em Paris a primeira exposição internacional do movimento surrealista, acontecimento que marca o apogeu deste movimento antes da Segunda Guerra Mundial.
O general Franco estabelece o seu governo em Espanha, dando início a uma ditadura que duraria 40 anos.
NARRAÇÃO
O Burrinho Pedrês - terceira pessoa.
A Volta do Marido Pródigo - terceira pessoa.
Sarapalha - terceira pessoa.
Duelo - terceira pessoa.
Minha Gente - primeira pessoa.
São Marcos - primeira pessoa.
Corpo Fechado - terceira pessoa.
Conversa de Bois - terceira pessoa.
A Hora e a Vez de Augusto Matraga - terceira pessoa.
OPINIÃO
Guimarães Rosa tinha plena consciência das dificuldades que seus textos apresentam para o leitor:
O livro em forma de vários contos juntos nos chamou a atenção, ainda mais sendo contos que falam sobre o ser humano de forma implícita. Talvez um pouco “bagunçado” quanto a sua estrutura (Ex.: a mistura de duas histórias em um conto apenas).
"Como escritor, não posso seguir a receita de Hollywood, segundo a qual épreciso sempre orientar-se pelo limite mais baixo do entendimento. Portanto,torno a repetir: não do ponto de vista filológico e sim do metafísico, no sertãofala-se a língua de Goethe, Dostoievski e Flaubert, porque o sertão é o terrenoda eternidade, da solidão (...). No sertão, o homem é o eu que ainda nãoencontrou um tu; por ali os anjos e o diabo ainda manuseiam a língua".