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11/02/2015 Economia: aumento da dívida pública e baixo crescimento são entraves para 2015 Resumo das disciplinas UOL Vestibular http://vestibular.uol.com.br/resumodasdisciplinas/atualidades/economiaaumentodadividapublicaebaixocrescimentosaoentravespara2015.htm 1/4 Economia: aumento da dívida pública e baixo crescimento são entraves para 2015 Andréia Martins da Novelo Comunicação 09/01/2015 12h32 Imprimir Comunicar erro Quando o assunto é economia brasileira, as previsões para 2015 não soam animadoras. Para especialistas, o período é visto como um ano difícil. As previsões de arrocho fiscal e baixo crescimento contribuem para que o ano que mal começou seja classificado como “o ano perdido”. E quais são os temas – ou tópicos --- importantes para entender melhor as previsões econômicas para 2015? Veja abaixo. Direto ao ponto: Ficha-resumo Contas públicas Hoje um dos grandes problemas do Brasil é o equilíbrio das contas públicas, ou seja, a diferença entre as receitas e as despesas do governo federal. São essas contas nacionais que oferecem indicadores da “saúde” da economia de modo geral. E como esse equilíbrio é alcançado? O Estado arrecada dinheiro por meio da cobrança de impostos que incidem sobre a renda, a propriedade, serviços e produtos. Existe ainda a receita de dividendos oriundos de empresas públicas ou de alugueis do patrimônio público. Já as despesas incluem gastos com obras, previdência, educação, saúde, funcionários, pagamento da dívida pública, entre outros. Quando o governo arrecada mais do que gasta, significa que houve superávit primário.Quando as despesas superam as receitas, ou seja, o governo gasta mais do que arrecada, temos um déficit primário. Números recentes das contas públicas do Brasil mostram um país à beira de uma crise fiscal. Segundo dados do Tesouro Nacional, o ritmo de crescimento dos gastos do Estado é seis vezes maior que o das receitas. Entre janeiro e novembro de 2014, o governo federal gastou R$ 933,1 bilhões. No mesmo período do ano anterior, o valor foi de R$ 827,7 bilhões. Ou seja, as despesas cresceram 12,72%, enquanto as receitas avançaram apenas 2,8% no mesmo período, passando de R$ 890,3 bilhões (2013) para R$ 914,7 bilhões. A diferença entre as contas (receitas menos despesas, excluindo o pagamento da dívida pública) foi de R$ 18,3 bilhões, o pior resultado de janeiro a novembro desde 2001 (início da série histórica desse indicador). Para especialistas esse resultado se deve ao aumento dos gastos do governo nas eleições, às concessões com desonerações de tributos e ao baixo crescimento da economia que derrubou a arrecadação. Se por um lado os gastos do governo “injetam” mais dinheiro na economia, por outro, também influenciam na inflação. Um dos mecanismos usados para “frear” os gastos excessivos de prefeituras, governos estaduais e da União é a Lei de Responsabilidade Fiscal, sancionada em 2000. Atualidades Related Searches Inner Ear Balance Cause Of Vertigo Vestibular Rehabilitation Therapy Vestibular Neuritis Balance Disorders Solution Real

Economia

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11/02/2015 Economia: aumento da dívida pública e baixo crescimento são entraves para 2015 ­ Resumo das disciplinas ­ UOL Vestibular

http://vestibular.uol.com.br/resumo­das­disciplinas/atualidades/economia­aumento­da­divida­publica­e­baixo­crescimento­sao­entraves­para­2015.htm 1/4

Economia: aumento da dívidapública e baixo crescimento sãoentraves para 2015Andréia Martinsda Novelo Comunicação 09/01/2015 12h32

m n o H J Imprimir F Comunicar erro

Quando o assunto é economia brasileira, as previsões para 2015 não soam

animadoras. Para especialistas, o período é visto como um ano difícil. As previsões

de arrocho fiscal e baixo crescimento contribuem para que o ano que mal começou

seja classificado como “o ano perdido”.

E quais são os temas – ou tópicos --- importantes para entender melhor as

previsões econômicas para 2015? Veja abaixo.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Contas públicasHoje um dos grandes problemas do Brasil é o equilíbrio das contas públicas, ou

seja, a diferença entre as receitas e as despesas do governo federal. São essas

contas nacionais que oferecem indicadores da “saúde” da economia de modo geral.

E como esse equilíbrio é alcançado? O Estado arrecada dinheiro por meio da

cobrança de impostos que incidem sobre a renda, a propriedade, serviços e

produtos. Existe ainda a receita de dividendos oriundos de empresas públicas ou de

alugueis do patrimônio público. Já as despesas incluem gastos com obras,

previdência, educação, saúde, funcionários, pagamento da dívida pública, entre

outros.

Quando o governo arrecada mais do que gasta, significa que houve superávit

primário.Quando as despesas superam as receitas, ou seja, o governo gasta

mais do que arrecada, temos um déficit primário.

Números recentes das contas públicas do Brasil mostram um país à beira de uma

crise fiscal. Segundo dados do Tesouro Nacional, o ritmo de crescimento dos

gastos do Estado é seis vezes maior que o das receitas.

Entre janeiro e novembro de 2014, o governo federal gastou R$ 933,1 bilhões. No

mesmo período do ano anterior, o valor foi de R$ 827,7 bilhões. Ou seja, as

despesas cresceram 12,72%, enquanto as receitas avançaram apenas 2,8% no

mesmo período, passando de R$ 890,3 bilhões (2013) para R$ 914,7 bilhões.

A diferença entre as contas (receitas menos despesas, excluindo o pagamento da

dívida pública) foi de R$ 18,3 bilhões, o pior resultado de janeiro a novembro desde

2001 (início da série histórica desse indicador).

Para especialistas esse resultado se deve ao aumento dos gastos do governo nas

eleições, às concessões com desonerações de tributos e ao baixo crescimento da

economia que derrubou a arrecadação.

Se por um lado os gastos do governo “injetam” mais dinheiro na economia, por

outro, também influenciam na inflação. Um dos mecanismos usados para “frear” os

gastos excessivos de prefeituras, governos estaduais e da União é a Lei de

Responsabilidade Fiscal, sancionada em 2000.

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11/02/2015 Economia: aumento da dívida pública e baixo crescimento são entraves para 2015 ­ Resumo das disciplinas ­ UOL Vestibular

http://vestibular.uol.com.br/resumo­das­disciplinas/atualidades/economia­aumento­da­divida­publica­e­baixo­crescimento­sao­entraves­para­2015.htm 2/4

A Lei estipula o limite máximo de 49% da receita corrente líquida (RCL) nos gastos

com o funcionalismo público. Na prática, ela também ajuda a cumprir as metas de

superávit, pois obriga o governo a economizar para pagar juros.

Quem estoura o limite máximo fica proibido de contrair financiamentos, de

conseguir garantias de outras unidades da Federação para linhas de crédito e de

obter transferências voluntárias.

Devido ao aumento dos gastos públicos, em dezembro de 2014, o Congresso

aprovou um projeto de lei (http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/senado-

aprova-alteracoes-na-lei-de-responsabilidade-fiscal/) que poupa a gestão de ser

responsabilizada por descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal em 2015.

Contas externasA situação das contas externas ou da balança comercial é pautada pela diferença

entre importação e exportação (matérias-primas, produtos e transações de

comércio, serviços e renda). O déficit ocorre quando existe diferença no balanço de

pagamentos em transações correntes.

Em relação às contas externas, o Brasil está importando mais do que exportando.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em

2014 a importação superou a exportação em US$ 3,93 bilhões, sendo o primeiro

saldo negativo anual desde 2000.

Segundo especialistas, o saldo negativo é devido à desvalorização do preço de

commodities (as matérias-primas que o país exporta, como minério de ferro e soja),

cenário internacional desfavorável (como a crise da Argentina) e ao baixo preço do

petróleo.

Dívida públicaQuando falta dinheiro em caixa, o governo pode se endividar e pegar recursos

emprestados de investidores para honrar compromissos. Em troca, compromete-se

a devolver o dinheiro com alguma correção monetária. Para isso, ele costuma emitir

títulos públicos que são vendidos no mercado financeiro.

A dívida bruta do Brasil saltou para 62% do PIB (produto interno bruto, ou seja, a

soma de toda riqueza produzida pela sociedade). Em dez meses, o endividamento

total aumentou 8,4 pontos percentuais, já que, em dezembro de 2013, a dívida

representava 53,6% de todas as riquezas produzidas pelo país.

O dinheiro que “sobra” nas contas do governo depois de pagar as despesas (exceto

juros da dívida pública) é chamado de superávit primário. É esse dinheiro que o

governo usa como poupança para pagar os juros da dívida pública.

Manter as contas públicas em dia é crucial para o mercado financeiro internacional.

Quanto menor a dívida em relação ao PIB, mais o país mostra que é um “bom

pagador”. Quanto maior a capacidade de pagamento do Brasil, menor é o risco de

crédito e as chances de conseguir taxas de juros mais baixas em empréstimos. 

A dívida ainda pode aumentar se a cotação do dólar subir. Quanto mais os

encargos da dívida crescerem, pior ficará a situação fiscal.

Juros e inflaçãoO gasto público também pressiona a alta dos preços em geral. Com a inflação mais

alta, o governo também sobe a taxa básica de juros (Selic). A alta dos juros pelo

Banco Central é uma forma de conter o consumo das famílias e frear a oferta de

crédito pelos bancos.

Apesar disso, os juros altos deixam famílias endividadas em alerta e “travam”

financiamentos do setor produtivo, o que freia os investimentos que o país precisa

para voltar a crescer.

Austeridade

11/02/2015 Economia: aumento da dívida pública e baixo crescimento são entraves para 2015 ­ Resumo das disciplinas ­ UOL Vestibular

http://vestibular.uol.com.br/resumo­das­disciplinas/atualidades/economia­aumento­da­divida­publica­e­baixo­crescimento­sao­entraves­para­2015.htm 3/4

Numa situação de crise ou recessão, austeridade é o caminho escolhido por muitos

governantes. Durante a crise econômica de 2008, a palavra foi muito ouvida nos

discursos dos novos ministros europeus que realizaram reformas em meio a

déficits, desemprego, calotes em dívidas, entre outras situações. A austeridade

nada mais é do que controlar rigidamente os gastos públicos.

E para reequilibrar as finanças públicas, a saída que os governos encontram é

cortar gastos ou aumentar receitas (ou as duas coisas ao mesmo tempo). Para ter

mais dinheiro, ele pode aumentar impostos ou contar com o crescimento da

economia do país.

A carga tributária brasileira já é considerada alta. Hoje, quase 36% do PIB são

destinados ao pagamento de impostos, que também podem vir embutidos no preço

de bens, produtos e serviços (como luz, água, carro, gasolina, transporte, imóveis

etc). 

Quando a economia cresce pouco, o resultado é uma arrecadação de impostos

menor do que o esperado. Quando a economia cresce muito, as receitas avançam

no mesmo ritmo, impulsionadas pela exportação ou consumo interno.

O problema é que em 2014, a economia do Brasil cresceu cerca de 1%. Além do

crescimento do PIB abaixo do previsto no último ano, o emprego deu sinais de

desgaste, a inflação (em torno de 6,5%) e juros registraram altas significativas e os

brasileiros nunca estiveram tão endividados.

Levantamento feito pelo Banco Central mostra que 45,88% da renda anual

acumulada pelas famílias brasileiras é para o pagamento de dívidas, quase o dobro

do registrado em 2005 (21,47%).

O novo ministro da Fazenda do Brasil, Joaquim Levy, disse que fará um ajuste fiscal

e pretende cumprir a meta de superávit primário de 1,2% do PIB para 2015. Como

sem crescimento será difícil cumprir essa meta, a tendência é que haja um maior

rigor fiscal nas contas públicas.

2015, ano perdido também em outros países?Na Rússia, a palavra presente em todas as previsões é “recessão”.  O motivo são

as sanções econômicas impostas pelos países ocidentais e a queda no preço do

petróleo, que também deve abalar economias como a do Equador e Venezuela.

Estados Unidos e Reino Unido devem manter um crescimento estável, já que estão

mais recuperados da crise de 2008.

Com o Japão em recessão e prevendo um crescimento de 1% em 2015, a China

estabeleceu-se como a segunda maior economia do mundo. Ao mesmo tempo, o

país asiático mudou seu modelo de crescimento, antes voltado exclusivamente para

as exportações. Hoje, ele já apresenta um melhor equilíbrio das vendas externas e

o consumo interno. Mas a previsão é de que a China tenha um crescimento

sustentável neste ano.

Na Europa, os países da União Europeia (UE) tentam manter o bloco unido. Se em

2014 a zona do euro conseguiu evitar a recessão, para 2015 a expectativa é

crescer apenas 1,1% e evitar a deflação (quando a população para de consumir à

espera de preços mais baixos, levando à quebra de empresas e ao desemprego).

No entanto, para esses países, a instabilidade política também influencia a

economia. Em janeiro, as eleições antecipadas na Grécia vão definir se o país

seguirá ou não no bloco.

Mas é importante lembrar que a difícil situação econômica que muitos países vão

enfrentar em 2015 não significa que viveremos um novo momento de crise

econômica em grande escala.

A última grande crise mundial aconteceu em 2008, com o colapso do sistema

financeiro norte-americano. Foi considerada a pior crise do capitalismo desde a

Grande Depressão, em 1929. Antes, nas décadas de 1970 e 1980, o preço elevado

11/02/2015 Economia: aumento da dívida pública e baixo crescimento são entraves para 2015 ­ Resumo das disciplinas ­ UOL Vestibular

http://vestibular.uol.com.br/resumo­das­disciplinas/atualidades/economia­aumento­da­divida­publica­e­baixo­crescimento­sao­entraves­para­2015.htm 4/4

do petróleo produziu crises globais. A última vez que o Brasil entrou em recessão foi

em 2009, quando o país tentava driblar os efeitos da crise financeira mundial.

DIRETO AO PONTO

2015 será um ano difícil para a economia, segundo especialistas. As previsões de

arrocho fiscal e baixo crescimento para o Brasil contribuem para que o ano já seja

classificado como “o ano perdido”.

No resto do mundo, embora os EUA retomem seu crescimento, outros países terão

pela frente um período de recessão, como a Rússia, e de crescimento abaixo do

esperado, como China, Japão e economias latino-americanas.

No entanto, isto não significa dizer que teremos em 2015 um ano de crise mundial.

Para entender o que vem pela frente, é fundamental compreender temas como

equilíbrio nas contas públicas, austeridade, juros e inflação e o papel da dívida

pública na organização das finanças do governo.

 

 

Andréia Martins

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