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HOLANDA HOLANDA Ano 1 R$ 10,00 M.C. ESCHER M.C. ESCHER XILOGRAVURA XILOGRAVURA ESPECIAL O MUNDO MÁGICO DE CONHEÇA MAIS SOBRE O PAÍS DO NOSSO ARTISTA HOMENAGEADO CEM ANOS NA LITERATURA DE CORDEL

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HOLANDA

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M.C. ESCHER

M.C. ESCHER

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ESPECIAL

O MUNDO MÁGICO DE

CONHEÇA MAIS

SOBRE O PAÍS DO NOSSO

ARTISTA HOMENAGEADO

CEM ANOS NA

LITERATURA DE CORDEL

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EDITORIALOlá! Primeira vez? Vamos nos apresentar então.

A Mosaico é uma revista de entretenimento que surgiu da necessidade de reunir, de forma descontraída, toda a programação cultural de Brasília em um só espaço. Dentro dela, vimos a oportunidade de trabalhar melhor as ligações existentes.

Para não nos perder, focamos em três grandes áreas: cultura, turismo e consumo. E a cada mês buscamos demonstrar a melhor forma que Brasília interage com o mundo dentro dessas vertentes e apresentá-las para você.

Juntando cada informação, buscamos novas tendências e o que vai acontecer no mês. Não é preciso bússola para entendê-la, você trilha o caminho e a revista faz o resto.

Como edição de estréia, novembro será dedi-cado ao gênio M.C. Escher, quem ele foi, o que fez e o impacto de sua obra. Sua influência será demonstrada, principalmente nos diversos trabalhos, tanto no cinema quanto no design. Para compreender melhor o artista, é preciso conhecer um pouco sobre seu país, por isso mostraremos sobre a cultura, sociedade, gastro-nomia e arte da Holanda.

Gostou?

Monique LopoEditora-Chefe

Expediente

Editora Chefe: Monique Lopo

Diretor de Redação: Thiago Lucas

Diretor de Arte: Mariana Tada

Coordenadora Administrativa: Juliana

Holanda

Revisora: Jutada Luthi

Editora de Fotografia: Jurema Ladi

Designers: Monique Lopo, Mariana

Tada, Thiago Lucas, Juliana Holanda

Repórteres: Juca Thili, Paula Nascida,

Antônio Rafael e João Alencar.

Redator: Machado de Assis

Fotógrafa: Jocinaldo Campelo

Publicidade: Augusto dos Anjos, Nicolas

Behr, Arnaldo Antunes

Impressão: AlphaGraphics

www.mosaico.com

Assinaturas: Tel.: (061)3387-6445

www.mosaico.com/assinatura

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Editora UnB

Universidade de Brasília Campus Darcy Ribeiro

Prédio Multiuso 1 bloco C sala C1 25/2

Tel.: (061) 3307 3813

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A Matemática De Escher 12

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Mosaico Nov 2010SUMÁRIO

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O mundo mágico de

EscherEscherEscher

CCBB comemora 10 anos com a mostra

“O Mundo Mágico de Escher”.

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Reunindo 95 obras, incluindo todas as mais importantes produzi-das pelo mestre da ilusão de ótica e dos paradoxos, a mostra O mundo mágico de Escher estréia no CCBB de Brasília e circulará pelo eixo Rio, São Paulo.

No dia 12 de outubro, quando completa 10 anos de existência, o Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) de Brasília receberá a mais completa exposição já realizada no Brasil dedicada ao artista gráfico holandês Maurits Cornelis Escher (1898 – 1972). A mostra O mundo mágico de Escher reunirá 95 obras, entre gravuras originais, desenhos e fac-símiles, incluindo todos os trabalhos mais conhecidos do artista, suas obras mais enigmáticas. O acervo — da coleção do Haags Gemeen-temuseum, que mantém o Museu Escher, na cidade de Den Haag, na Holanda – estará distribuído entre as Galerias I e II do CCBB. Na sala Multiuso estarão experiências interativas que exemplificam os princípios aplicados nas obras e, nos jardins e no hall central, de interven-ções óticas.

A exposição permitirá que o público passe por uma série de experiências que desvendam os efeitos óticos e de espelhamento que o Escher utilizava em seus trabalhos: como olhar por uma janela de uma casa e ver tudo em ordem e, em seguida, ver tudo flutuando por outra janela, ou, ainda, assistir a um filme em 3D

Artista gráfico holandês conhecido pelas suas xilogravuras, litografias e meios-tons (mezzotints), que tendem a representar construções impossíveis, preenchimento regular do plano, explo-rações do infinito e as metamorfoses - padrões geométricos entrecruzados que se transformam gradualmente para formas completamente diferentes.

Mão com esfera refletora

Aumentando e Diminuindo

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que possibilitará um divertido passeio por dentro das obras do artista gráfico.

A expografia apresentará animações de algumas de suas gravuras. A mostra marcará as comemorações pelo 10° aniversário do CCBB Brasília e ficará montada por lá até dia 26 de dezembro, quando percorrerá os demais centros cul-turais do Rio de Janeiro e São Paulo.

Reunir tantos trabalhos do artista não foi fácil e, provavelmente, essa será a única oportunidade de apreciar tantas obras reunidas fora do museu. “As obras do Escher são muito raras e muito procu-radas para exposições. Só existem três coleções no mundo. As gravuras são mui-to frágeis e o Haags Gemeentemuseum, que emprestou as obras originais, depois desta exposição, não poderá exibi-las por mais de quatro anos“, diz Pieter Tjabbes, curador da mostra coordenada pela Art Unlimited.

Escher ficou mundialmente famoso por representar construções impossíveis, preenchimento regular do plano, explora-ções do infinito e as metamorfoses – pa-drões geométricos entrecruzados que se transformam gradualmente para formas completamente diferentes.

Sua capacidade de gerar imagens com impressionantes efeitos de ilusões de óptica, com notável qualidade técnica e estética, respeitando as regras geométri-cas do desenho e da perspectiva, é uma de suas principais contribuições para as artes.

“Ele sempre fez questão de ressaltar que se considerava um artista gráfico. O questionamento de alguns críticos sobre sua obra ser ou não arte, para ele, era irrelevante. Escher era um gravador e desenhista com muito talento e muitos artistas já se inspiraram em suas obras ou temas“, ressalta o curador.

Foi depois de uma incursão à Espanha, onde teve contato com mosaicos mouros,

que ele começou a desenvolver trabalhos se utilizando do preenchimento regular do plano. Escher achou muito interes-sante as formas como cada figura se entrelaçava a outra e se repetia, formando belos padrões geométricos. A partir de uma malha de polígonos, regulares ou não, Escher fazia mudanças, mas sem alterar a área do polígono original.

Assim surgiam figuras de homens, peixes, aves, lagartos, todos envolvidos de tal forma que nenhum poderia mais se mexer. Tudo representado num plano bidimensional.

Destacam-se também os trabalhos do artista que exploram o espaço. Escher brincava com o fato de ter que representar o espaço, que é tridimen-sional, num plano bidimen-

sional, como a folha de papel. Com isto ele criava figuras impossíveis, representações distorcidas, paradoxos.

“Escher utilizava princípios da matemática sem ser rígido na sua aplicação. Ele seria mais um matemático amador, que aplicava certos efeitos quase intuitivamente.

Obras que mostram situações que pare-cem normais, mas com uma observação mais atenta comprovam ser impossíveis, são baseadas em modelos matemáticos, como a cinta de Möbius ou o triangulo de Penrose“, explica Pieter. Belvedere (1958), Subir e descer (1960) e Cascata (1961) são exemplos dessa aplicação.

Tudo na exposição foi pensado para que o público, de uma forma lúdica, atente para as dimensões visuais criadas por Escher. Um quebra-cabeça gigante, por

Waterfall - 1961

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Vai ser onde?

Serviço: O mundo mágico de EscherFuncionamento: de terça a domingo, das 9h às 21hData: do dia 12 de outubro a 26 de dezembroAbertura para convidados: 11 de outubroCentro Cultural Banco do Brasil BrasíliaSala multiuso, Galeria, vão central e jardinsSCES, Trecho 02, lote 22Tel: (61) [email protected] franca

Relatividade

Dia e Noite

exemplo, mostrará como ele se utilizava de imagens geométricas ou figurativas, unindo-as umas as outras, para criar gravuras que remetem ao infinito, comum em obras como em Menor e Menor (1956), o clássico Dia e Noite (1938) e Metamor-phosis II (1940).

Assim como Escher adorava brincar com a percepção imediata das pessoas, apre-sentando um mundo dos sonhos, onde não existem direções certas, em cima ou embaixo (Outro mundo,1947 e Relativi-dade, 1953), a mostra também recriará essa sensação se utilizando de alguns efeitos, como o de uma imagem plotada no chão que se completa no espelho curvado, numa divertida mistura das três dimensões. “Adoramos o caos porque sentimos amor em produzir ordem“, dizia o artista.

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Exposição no Centro Cultural Banco do Brasil em Brasília mostra a complexidade dos trabal-hos do artista holandês

Alessandro Greco

O artista holandês Mauritis Cornelis Escher (1898-1972) tem uma obra única. Suas representações de construções impossíveis e metamorfoses – pa-drões que se transformam gradualmente em formas completamente diferentes – se tornaram clássicos e reproduções delas estão espalhadas pelo mundo. O desenhos e fac-símiles na mostra “O Mundo Mágico de Escher”.

O acervo é da coleção do Haags Gemeentemuseum, que mantém o Museu Escher, na cidade de Den Haag, na Holanda, e fica em cartaz em Brasília até 26 dezembro. Em 17 de janeiro a exposição acontece no CCBB do Rio de Janeiro e depois vem para o CCBB de São Paulo, em data a definir

Na exposição o público pode desvendar os efeitos visuais que o Escher usava em seus trabalhos como olhar por uma janela de uma casa e ver tudo em ordem e, em seguida, ver tudo flutuando por outra janela, ou, ainda, assistir a um filme em 3D que leva a uma viagem por dentro das obras do ar-tista. Uma sala faz a reprodução da litografia “Autorretrato no Espelho Esférico” (1950) e permite que o visitante se coloque dentro do cenário desenhado por Escher.

As obras de Escher, porém, nem sempre tratavam de efeitos visuais. No início de sua carreira, ele usava paisagens e o

mundo exterior como ponto de partida para suas obras como em “Natureza Morte e Rua” (1937). A partir de 1937, passou a utilizar o mundo das estruturas como ponto inicial para compor seus tra-balhos como em “Metamorfose I” (1937) e com o passar de mais anos ainda, em especial depois de 1947, as relações espaciais dominam sua obra como em “Relatividade”(1953) e “Subindo e Descendo”(1960).

Matemática avançada apesar de não ter passado do segundo grau.

Os trabalhos da “segunda fase” da carreira (pós 1937) de Escher são feitos basicamente a partir de conceitos matemáti-cos avançados como divisão regular do plano, geometria

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matemática de M. C. Escher

Natureza Morta e Rua _ 1937

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hiperbólica e topologia. Curiosamente ele não tinha treino na área além do se-gundo grau e pouco se interessava pelas formalidades da área. Seu entendimento era basicamente intuitivo e visual, e seu aprendizado se deu muito pela cor-respondência com grandes matemáticos como os ingleses Harold Scott MacDonald Coxeter, um dos grandes geômetras do século XX, e Roger Penrose, que criou a “Escada de Penrose”, um objeto impossível de existir.

Ao olhá-lo não é possível saber se seus degraus estão subindo ou descendo. A obra “Subindo e Descendo” (1960) é basicamente uma “Escada de Penrose” – outra impossibilidade matemática que Escher retratou e ficou famosa foi a “Fita de Moebius II (formigas)” que pa-rece ter duas faces, mas tem apenas uma.

Com Coxeter, Escher aprendeu sobre geo-metria hiperbólica e fez, por exemplo, a obra “Limite do Círculo (Céu e Inferno) IV” (1960), um mosaico hiperbólico que trata do preenchimento do plano curvo de uma forma que não sobre nenhum espaço vazio.

A técnica de preencher espaços de forma regular (a divisão regular da superfí-cie) fascinou Escher pela primeira vez quando ele visitou o complexo palaciano de Alhambra, em Granada, em 1926. Lá encontrou mosaicos feitos pelos mouros que utilizavam esta técnica.

Dez anos depois, Escher visitou nova-mente o local e copiou os ornamentos dos mosaicos na busca de entender as possibilidades contidas na divisão do plano feita pelos mouros.

A partir daí estudou a estrutura e criou seu próprio sistema que pode ser visto, por exemplo, em “Metamorfose I” no qual uma forma reconhecível vai lenta-mente se transformando em um figura rigorosamente geométrica (ou vice e versa). O passar dos anos elevaram a técnica de Escher a um ponto inimag-

inável. Em 1956, ele fez “Print Gal-lery”, que consid-erou peculiar. “O estranho trabalho sobre o qual te falei da última vez está terminado, mas não impresso ainda.

Acho que nunca fiz nada tão pecu-liar em minha vida. Entre outras coisas mostra um jovem olhando com interesse para

uma pintura na parede de uma exibição que mostra ele mesmo. Como pode ser isso? Talvez eu não esteja tão longe do universo curvo de Einstein”, escreveu ao filho Arthur.

A obra mereceu um estudo, em 2002, do matemático holandês Hendrik Lenstra, da Universidade de Leiden. Ao olhar a litografia em uma revista de bordo de um avião, Lenstra ficou fascinado por

Opa!

A resposta tá aqui nesse vídeo: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/a+arte+matematica+de+m+c+escher/n1237837785815.html

Print Gallery _ 1956

uma questão: o que haveria dentro do ponto branco no centro da figura em que estava apenas a assinatura de Escher. Com ajuda da matemática, Lenstra achou a resposta.

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Linha do tempoCronologia dos artistas mais famosos da Holanda

Idade Moderna

Renascimento séc. XIV a XVI

Pieter Brueghel (1525/1530 - 1569)Hieronymus Bosch (1450/9 - 1516)Jan van Eyck (1390 - 1441)

Pintor Flandres, célebre por seus quadros retratando paisagens e cenas do campo.Conhecido como “O Velho” (para distin-guí-lo de seu filho mais velho), foi o primei-ro de uma família de pintores flamengos. Foi um pintor de multidões e de cenas po-pulares, com tal vitalidade que transborda do quadro. Além da sua predileção por paisagens, pintou quadros que realçavam o absur-do na vulgaridade, expondo as fraquezas e loucuras humanas, que lhe trouxeram muita fama. Retratava a vida e costumes dos camponeses, sua terra, uma vívida descrição dos rituais da aldeia, da vida, incluindo agricultura, caça, refeições, fes-tas, danças e jogos. Suas paisagens de inverno de 1565 (por exemplo “Caçadores na Neve”) são toma-dos como provas corroborativas da gravi-dade dos invernos durante a Pequena Era Glacial.

Foi um pintor flamengo do século XV e também o fundador de um estilo pictórico do estilo gótico tardio, influenciando em muito o Renascimento nórdico. Como tal, é visto como o mais célebre dos primitivos flamengos.Foi um pintor igualmente caracterizado pelo naturalismo, imperando na sua obra meticulosos pormenores e vivas cores, além de uma extrema precisão nas texturas e na busca por novos sistemas de represen-tação da perspectiva.Foi nomeado pelo Duque de Borgonha, pintor da corte da Flandres, cargo que con-servou até à sua morte. Foi encarregado de alguns cargos e missões diplomáticas, sobretudo em Espanha, Portugal e Itália.

Sua obra insólita, original e brilhante re-trata a vulnerabilidade do homem diante das tentações, idéia dominante na Idade Média. Hieronymus Bosch, pseudônimo de Jerome van Aeken, aparece em documen-tos da Confraria de Nossa Senhora, de sua cidade natal, para a qual executa trabalhos de 1486 até o ano de sua morte. Das 35 a 40 telas atribuídas a Bosch, apenas sete são assinadas e nenhuma é datada. O Jardim das Delícias, é considerada seu trabalho mais maduro e descreve a criação da mulher. O pintor é apreciado por seus contemporâneos e exerce, séculos depois, influência sobre os surrealistas.

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Idade Contemporânea

Barroco séc. XVII a XVIII

Vermeer (1632 - 1675)Rembrandt (1606 - 1669)Frans Hals (1580 - 1666)

Um dos mais importantes retratistas do século XVII. Foi o verdadeiro criador do retrato coletivo em pintura. Seu estilo naturalista evidenciou uma téc-nica precursora do impressionismo.Frans Hals deve ser incluído também na escola barroca holandesa. Alcançou o sucesso como pintor por volta de 1610, retratando a sociedade burguesa da Holanda, a partir de uma estética realis-ta, usando muitas cores, com uma pintura leve, solta e de muitas pinceladas. Paralelamente pintou retratos de perso-nagens populares, também bem realistas. Após 1649, Hals entrou em profunda me-lancolia e terminou seus dias na miséria. Faleceu em 10 de setembro de 1666, em Haarlem, na Holanda.

Também conhecido como Jan Vermeer ou Jonhannes van der Meer, nasceu na cidade de Delft.Durante 6 anos fez seu aprendizado em pintura, e em 1653 foi admitido no Asso-ciação de Saint Luke of Delft, como mestre. Somente 35 de suas telas são conhecidas e nenhuma parece ter sido vendida.A maioria de seus trabalhos retratam cenas domésticas com uma ou duas figuras len-do, escrevendo ou tocando instrumentos musicais.Pintou também algumas paisagens, cenas de rua e alguns retratos. Vermeer é consi-derado um dos maiores mestres da pintura holandesa, apesar de ter sido esquecido após sua morte e só ser redescoberto no final do século XIX. Suas telas apresentam grande precisão na composição e na repre-sentação do espaço.

Rembrandt Harmenzoon van Rijn estudou arte, primeiramente com um obscuro pin-tor de Leiden, onde nasceu e depois em Amsterdam, com Peter Lastman voltando então para sua cidade natal, onde pintava por sua própria conta.A maioria de seus trabalhos iniciais constitui-se de pinturas pequenas e com acabamento preciso sobre temas bíblicos e históricos, onde era notada a influência do seu segundo professor. Resolveu então caminhar por seus pró-prios passos e passou a utilizar o efeito de luz e sombra melhor do que ninguém; este modo de pintar tornou-se seu princi-pal meio de expressão.Obteve então grande sucesso local, come-çou a ensinar em 1628 e sua forte persona-lidade atraía estudantes.Apesar de sua grande obra, Rembrandt é especialmente lembrado como retratista dotado de extraordinária sensibilidade, que dava aos seus modelos grande digni-dade interior, mas ao mesmo tempo seus quadros proporcionavam uma penetrante visão de seu caráter.

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Idade Contemporânea

Mondrian (1872 - 1944)

Van Gogh foi internado várias vezes em sa-natórios, pois tinha mania de perseguição e sofria com intensos conflitos internos. Por algum tempo, dividiu seu ateliê com Paul Gauguin, importante pintor francês que aceitou o insistente convite de Gogh, cumprindo uma promessa feita à Théo, irmão de Gogh e seu primeiro marchand. Ao perceber que ninguém suportava con-viver com sua angústia e depressão, Van Gogh cortou a própria orelha para provar seu arrependimento. Apoiado apenas pelo irmão Théo que real-mente acreditava em seu trabalho e tratado pela sociedade como um louco, sua vida foi uma constante entre o trabalho compulsi-vo na pintura e internações em hospitais psiquiátricos. Em 1890, na França, Van Gogh se suicidou com um tiro no peito. Tempos depois, veio a glória. Sua obra tornou-se reconhecida.

O termo liga-se diretamente às novas formulações plásticas de Piet Mondrian (1872-1944) e Theo van Doesburg (1883-1931) e sua origem remete à revista De Stijl (O Estilo) criada pelos dois artistas holandeses em 1917, em cujo primeiro número Mondrian publica A nova plástica na pintura. O movimento se organiza, segundo Van Doesburg, em torno da necessidade de “clareza, certeza e ordem” e tem como propósito central encontrar uma nova forma de expressão plástica, liberta de sugestões representativas e composta a partir de elementos mínimos: a linha reta, o retângulo e as cores primárias - azul, vermelho e amarelo -, além do preto, branco e cinza. quando assina sua última colaboração para a revista. Este último, em 1926, seria responsável por uma dissidência, que batiza como elementarismo. De Stijl deixa de existir oficialmente em 1928.

É a representação do movimento através da pintura apenas com a utilização de ele-mentos gráficos. A vida rápida das cidades contribuiu para a percepção do movimento como elemento constituinte da cultura vi-sual do artista. Outro fator fundamental para a criação da Op Art foi a evolução da ciência, que está presente em praticamente todos os trabalhos, baseando-se principalmente nos estudos psicológicos sobre a vida moderna e da Física sobre a Óptica.

Um dos mais importantes pintores puramente abstratos, nasceu na cidade de Arnersfoort. Fez seus estudos em Amsterdam. Foi muito influenciado pelo Cubismo, e depois de ver uma exposição de Geroges Braque e Picasso, resolveu mudar-se para Paris e desenvolveu um estilo abstrato bastante simplificado. Rejeitava motivos que se pudesse identificar, ignorou a textura em suas obras, reduziu a pintura a linhas retas que formavam ângulos retos, usava apenas preto, branco, cinza e as cores primárias. A 2ª Guerra Mundial o for-çou a mudar-se para Londres; depois fixou-se em Nova York em 1940. Durante os últimos quatro anos de sua vida, sua obra encontrou um ritmo mais vivo, influenciada pelo seu amor ao jazz. Seu estilo influenciou a arte comercial e o desenho industrial moderno.

Pós-Impressionismo séc. XIX Neoplasticismo séc. XX

Ver matéria principal

Op Art

Van Gogh (1853 - 1890)

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Tolerância, utopia ou realidade?

A Holanda, dife-rente de outros pa-íses não estabeleceu a execução de homosse-xuais no passado, o que não significa que nunca houve dis-criminação.Porém com o passar dos anos a comu-nidade gay foi se fortalecendo e ganhando espaço na Holanda, tanto quanto nas questões jurídicas quanto nas questões sociais, tanto é que em 2001 e 2009 respectivamente foram legalizados o casamento ho-mosexual e a adoção de crianças por casais homessexuais.A famosa Semana do orgulho gay ocorre anualmente em Ams-terdam, a cidade se envolve em atividades culturais, desportivas e festas celebrando “a cultura gay, parte do festival, A Canal Pa-rade é a famosa parada gay que ocorre no canal de Amsterdam.

Homossexualismo

A Holanda mais uma vez surpreende o mundo. Além de, há al-guns anos, ter liberado comedidamente o consumo de drogas em certas cidades grandes, e legalizado o casamento homosse-xual, o parlamento em Haia aprovou a eutanásia, ou seja a mor-

te consentida do paciente terminal. Se muitos sentem-se chocados pela liberalidade daquele país, é bom

ressaltar que essas atitudes complacentes e tolerantes não vêm de agora, mas

estão entrelaçadas com os últi-mos quatro séculos da his-

tória dos batavos.Que ninguém se assom-bre com as coisas que ocor-rem na Holanda de hoje. Lá tudo se ousa, não só o direito de poder drogar-se, o de casar-se com o sexo que melhor aprouver, como o mais recente, o de consentir-se que nos matem no instante em que a vida, no seu estertor, tornou-se-nos insuportável. Coisas da Holanda, diz-se. Desde o nascer daquele pequeno país, nos tumultos das guer-ras religiosas do século XVI, quando chamou-se de República das Províncias Unidas, os holandeses optaram por prestigiar a liberdade. Enquanto os reis e os padres se associavam no restante da Europa para oprimir, reprimir, ou assustar com as penas do inferno os seus súditos e fiéis, as gentes dos Países-Baixos seguiram o oposto. Rebelando-se contra o império espanhol de Felipe II, que queria lhes enfiar goela abaixo o Tribunal do Santo Ofício da Inqui-sição, apostaram na harmonia e no bom convívio dos contrários. Enquanto a nobreza da vizinhança ainda enaltecia o cavaleiro de espada e escudo, fanfarrão e briguento, os holandeses admiravam o mer-cador hábil no dinheiro e na conquista das praças, dado ao cálculo e não à bravata.

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A prostituição é vista como uma profissão legali-zada na Holanda. Elas pagam impostos e o governo assegura que todas as prostitutas registradas estão aptas a ter acesso a serviço médico e tra-balhar em melhores condições, regulando e monitorando as práticas de trabalho. Em Amesterdam, o famoso bairro Red Light Dis-trict tem gozado de uma longa tradição de tolerân-cia. Desde 2000, as prostitutas de janela foram legali-zadas a exercer sua profissão. Ao contrário de crenças populares, o RLD é uma das áreas mais seguras em Ames-terdam, devido ao policiamento e aos seguranças privados contratados pelas próprias prostitutas .Para os que não se ofendem facilmente, existem espectácu-los de sexo ao vivo, para o mero curioso, inúmeros peep shows que vêm com cabines de vídeo e, para os mais aventureiros existem espectáculos mais interativos, como é exemplo dos que acontecem em Bananenbar (Ouderzijds Achterburgwal 37). Existe também uma mistura de vídeos eletri-zantes, revistas e brinquedos sexuais. O RLD é também casa de vários bares gays e ci-nemas. Para aqueles que não são apre-ciadores das ruas no RLD, existe também um grande número de bordéis e casas privadas que oferecem uma forma mais tradicional de prostituição.

Prostituição

Homossexualismo

Neste mês de novembro em Brasília

está rolando a peça O inverno da luz vermelha, que fala sobre a prostituição e o RedLight Distric em Amsterdam.

Confira na nossa programação (pág. X)

Fique por dentro!

Na Holanda o consumo de drogas não é legalizado, e sim tolerado. Cruzar frontei-ra com droga é crime. O consumo é per-mitido em lugares “autorizados” como os famosos “coffeshops” (onde é proibi-do vender bebidas alcólicas). São pu-níveis nos Países Baixos: o comércio

(importação/exportação); a venda; a produção e a posse (porém há

uma tolerância em pequenas quantidades). O consumo na

rua e o tráfico são expres-samente proibidos e pu-

nidos com rigor.

Dro

gas

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É muito bom viajar, conhecer a história, a paisagem, os sabo-res de outro país. É fácil apreciar um museu, visitar uma igreja antiga ou um lugar histórico. Mas é difícil conhecer a alma de um povo. Fico observando as pessoas da Holanda, a maioria com pele clara, olhos azuis, altas. Os imigrantes também trouxeram ra-ças e cores diferentes ao país; são árabes, negros, asiáticos... Gosto de escutar as pessoas conversando em sua língua inde-cifrável e ficar imaginando do que estão falando. Me pergunto, o que elas pensam, como agem, que valores têm. Afinal, que cultura é essa?Acredito que os holandeses realmente são pessoas contraditó-rias, como a própria Holanda no conjunto também parece ser. Um país carregado de história e de arte. De certa forma, um país poético, na sua arquitetura, nos seus moinhos, nas flores, nas bicicletas. Por outro lado, a liberdade e a vanguarda são muito marcantes aqui. Quem vai a Amsterdam, se impressiona com a naturalidade com que as pesso-as convivem com o sexo e com as drogas. Com certeza, esse é um aspecto da cultura muito mais vendido para os turistas. É o que torna Amsterdam única e por isso, tão atrativa. Nas outras cidades da Holanda, esse ar liberal não é tão forte.

Conversando com pessoas que já estão aqui há mais tempo, procuro

entender e captar suas impressões do povo holandês. Os homens são unâni-

mes em referir que as holandesas são muito mais independentes. Quanto a isso não tenho

dúvida mesmo. As holandesas não gostam de re-ceber flores, de galanteios e cavalheirismos, roman-

tismo nem pensar. Não é contraditório uma mulher não gostar de receber flores no país das tulipas? Não gostar

de ser galanteada no país dos diamantes? E o que dizer das “dutch parties”? Dizem que nas típicas festas holandesas se encontra homens fumando e bebendo juntos, enquanto as mulheres se reúnem em outro canto e lugar. Particularmente, nas festas em que fui não encontrei isso; eram festas muito animadas, sem tal distância entre homens e mulheres.Em geral, acho que os holandeses se divertem com os seus amigos e amigas mas sem obrigação de estabelecerem rela-ções amorosas. Os homens holandeses não sofrem a mesma pressão dos brasileiros, de terem que provar sua masculinida-de, de serem conquistadores. Observa-se maior igualdade na relação entre os sexos aqui.

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Holandeses?El

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As amizades

Os jovens holandeses adoram música eletrônica. Me surpreendi ao saber que aqui é muito comum re-mixarem músicas brasileiras de “bossa nova” com a “batida dance”. O que mais tocam em dis-cotecas é música eletrônica. Nas estações de rádio, as preferidas são as músicas pop, a maioria americanas.Muito comum e típico aqui são os coffee shops, mas nem todos vendem maconha. É muito comum ver-se bares ocupando as cal-çadas com suas mesas e cadeiras, geralmente muito coloridas, dando uma idéia de que ali se vive e se está bem.

Para os nerlandeses há uma clara dinstinção entre sua vida pri-vada e sua carreira profissional, a estratégia de negóciação cos-tumam ser objetivas e claras. Apesar disso, diferente de culturas asiáticas eles não costumam ter muitas reuniões para conhecer seus pasceiros, e também é praticamente inaceitável recomeçar as negociações após o contrato ter sido assinado.

Os holandeses são pessoas fechadas? Já ouvi que sim. Não são pessoas tão abertas quanto os brasileiros em geral, mas também não são tão fechadas como os alemães, por exemplo, que car-regam a fama de serem muito frios. Também ouvi dizer que os holandeses são pessoas muito francas, que não hesitam em falar verdades. Não duvido, pois isso é visível nas relações comerciais. Aqui eles não conhecem a máxima de que o cliente é o dono da ra-zão. Eles são gentis, mas não fazem muitas concessões e agrados; deixam bem claro que se alguém não gostar de algo, também não precisa levar. É difícil classificar tal comportamento como sen-do melhor ou pior; mas é bem diferente das práticas e da cultura brasileira.

Relações comerciais

Diversão e lazer

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“Os governante das cidades (Amsterdã), souberam natural-mente pôr em prática a recomendação de Spinoza em orga-nizar uma sociedade em que a maioria dos homens imagi-nam que vivem como entendem, e eles os contiveram não pelos horrores de uma tirania teológico-política, mas ape-lando ao seu amor à liberdade e ao seu desejo de adquirir dinheiro e honras.” H. Méchoulan - Dinheiro e Liberdade, 1990Como

As políticas sociais são reflexo do perfil da população neerlandesa e fazem parte de um processo histórico que explica como o povo nerlandês é hoje cosmopolita, multicultural e tolerante quanto à questões polêmicas como aborto, casamento homossexual entre outros.Veja os eventos históricos em que a posição nerlande-sa na história ditou as regras para o futuro:

tudo começou?

Para atrair os que pensa-vam como eles, os holandeses

acertaram no Tratado de Tolerân-cia da União de Utrecht, acordado em

1581, que ninguém que lá vivesse ou que lá chegasse em busca da Poorterschap — di-

reito de cidadania — seria importunado por mo-tivos religiosos. Quer seguissem Lutero ou Cal-vino, quer carregassem a Torá, fossem católicos

fugidos do bispo ou anabatistas acusados de heresia, não importava, todos teriam guarita.

Não queimariam nem bruxas nem filósofos. Foi assim, que naquela terra desolada do Mar do Norte, no grande pântano gelado que era a Holanda do século XVI, a liber-dade, no seu sentido mais lato e profundo, sentou pé na Europa. Enquanto na Ibéria, — na época da União das Coroas — era afastava a possibilidade de unir-se por canais o rio Tejo ao Manzanares, visto tal obra ferir a vontade de Deus, na Holanda a população inteira, desafiadora, empu-nhava a pá e empilhava pedras nos diques para dominar, metro a metro, a braveza do mar que a assolava. Se na Ibéria expulsa-vam os judeus como raça maldita, marra-na, na Holanda, eles serviam como mode-los para as figuras sagradas das pinturas de Rembrandt.

Trat

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Enquanto em Portugal e na Espanha, de monges e de soldados, todos aferravam-se ao princípio da honra e de que lidar com títulos e promissórias eram coisas baixas, indignas de um povo cristão, os homens de Roterdam e de Amsterdam, libertos de toda e qualquer autoridade conciliar ou dogmática, lançavam-se pelos mares a roer-lhes o império. Amparados pelas Companhias das Índias Orientais (1602) e depois as Ocidentais (1621), eles põem um pé nas Índias Orientais, outro nas An-tilhas, outro no nordeste do Brasil, outro ainda em Angola, montando assim a sua poderosa talassocracia mercantil. Por to-dos os lados esses calvinistas furiosos

e cobiçosos afugentam os católicos à canhonadas (o que levou o Padre Vieira a compor em 1640, aquele soberbo e co-nhecido sermão, o pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal, desesperado com as glórias dos heréticos holandeses). Lem-brando-se ainda que coube a Hugo Gro-cius, o grande tratadista do Mare Liberum, de 1609, implodir juridicamente com o Tratado de Tordesilhas (que desde o sécu-lo XV transformara os oceanos num lago ibérico), abrindo, sob os olhos do direito internacional, as águas do mundo a quem mais ousasse.

Foi lá, a partir de Amsterdam, onde primeiro garantiu-se a liberda-de de imprensa e onde editaram-se as principais obras dos Ilumi-nistas, para infelizmente serem censuradas ou queimadas na França dos Luíses (A Enciclopédia, de Diderot, o grande instrumento da revo-lução intelectual do século XVIII, foi impressa inteiramente na Holanda a partir de 1751). Como também somente no clima rude, mas inquiridor da Holanda que o filósofo Baruch Spinoza pôde concluir a sua leitura crítica dos Evangelhos e de outros livros sagrados, publicando-a em 1670 com o tí-tulo de Tratado Teológico-Político (se bem que logo condenada pelo sínodo da Igreja Reformada e banido em 1674), oferecendo o caminho para a de-fesa da liberdade de culto e do estado secular que iria inspirar o libera-lismo político no século seguinte. Tudo isso fez daquele pequeno país o paraíso da editoração do livre-pensamento, contribuindo para que a Holanda, no século XVII, sozinha, imprimisse mais livros do que todos os demais países europeus juntos.

O mercador como modelo

Liberdade de imprensa

e pensamento

O Conde Maurício de Nassau trouxe à “Nova Holanda” (assim chamava o nordeste brasileiro conquistado pelos holandeses aventureiros) artistas e cientistas que se instalaram em Recife. Foi sob a orientação de Nassau que o arquiteto Pieter Post projetou a construção da Cidade Maurícia e também os palácios e prédios administrativos. Assim como os artistas Franz Post e Eckhout se destacaram nas artes plásticas.

A nova Holanda

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A holanda é reconhecida por muitos judeus terem sobrevivido ao holocaus-

to com ajuda de holandeses não-judeus, escondendo-os em suas casas, forjando do-

cumentos com sua ajuda ou de outras manei-ras. Inclusive o famoso diário de Anne Frank

ter sido escrito em Amsterdã enquanto ela se escondia dos nazistas. Hoje, seu antigo refúgio se

tornou um museu em homenagem aos judeus que sofreram pelos abuso cometidos pelos

Alemães contras os Judeus.

A Holanda permaneceu neutra durante a Pri-meira Guerra Mundial e a invasão alemã da

Bélgica naquele mesmo ano conduziu muitos refugiados belgas (em torno de um milhão) à Ho-

landa. Na Segunda Guerra Mundial, os Países Baixos decla-

raram sua neutralidade mais uma vez. Não obstante, os alemães lançaram um ataque contra os Países Baixos e a

Bélgica e conquistaram a maior parte dos dois países em pouco tempo.

Entre 1939 e 1940, em torno de 30.000 judeus entraram na Holanda fugindo do Holocausto e quando a Holan-

da foi invadida pela Alemanha, a força de ocupação contou 154.000 judeus lá, embora muitos não o

fossem. Como em outros países, leis anti-judai-cas foram estabelecidas e, em 1942, iniciou-se

a deportação dos judeus para os campos de extermínio. A maioria dos judeus foi deportada para Auscwitz ou Sobibor.No pós-guerra, a economia reergueu-se, e o país ingressou em organizações como o Benelux, a Comunidade Econômica Euro-péia e a Organização do Tratado do Atlân-tico Norte.Sediando, em Maastricht, a assinatura do Tratado da União Européia, o país foi um de seus membros fundadores, e aderiu ao euro em 1999, com a moeda em circulação a partir de 2002.

O século XX

O testemunho

de DescartesNada melhor do que o testemunho do fi-

lósofo Descartes, que lá se fixara desde 1628, para atestar o fabuloso que era viver nos Países

Baixos naquela época. Em carta ao seu amigo Bal-zac, datada de maio de 1631, escreveu: “que outro lugar poderia haver no resto do mundo em que todas as co-modidades da vida, e todas as curiosidades que podem ser desejadas sejam tão fáceis de serem encontradas senão como aqui? Em que outro país se pode gozar de uma de uma liberdade tão completa, se pode dormir com menos inquietude? Em que outro país há sempre exércitos prontos para nos proteger, onde os envenena-mentos, as traições, calúnias sejam menos conhecidos, e onde tenha restado mais do que um pouco de inocên-cia de nossos ancestrais?”Portanto, nada de espantar-se com que nos chega de lá agora, nada de sustos. Coisas da Holanda!

Heranças históricas

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Inverno da Luz

O Centro Cultural Banco do Brasil Brasília apresenta temporada de ‘Inverno da Luz Vermelha’, texto do premiado autor off-Broad-way Adam Rapp, com direção de Monique Gardenberg, depois de consagrada temporada em São Paulo. Com André Frateschi, Marjorie Estiano e Rafael Primot no elenco, o espetáculo cumpre temporada de 25 de novembro a 19 de dezembro, no Teatro I do CCBB Brasília. Indicado ao Prêmio Pulitzer em 2006, o texto é responsável pela volta de Monique Gardenberg à direção teatral depois de três anos.O amor e a obsessão são sentimentos que nem sempre possuem uma fronteira bem definida, ainda mais quando se convergem sobre um triângulo amoroso, levando a um resultado que costuma ser devastador. Em ‘Inverno da Luz Vermelha’, o americano Adam Rapp construiu uma delicada trama sobre o assunto, centrada em contrastes psicológicos de personagens com falas de expressão realista, que tornam verossímeis as suas ações e de forma que tudo se encaixe.

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Por: Ademir Cunha

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Inverno da Luz

Em uma noite no Red Light Dis-trict, o ‘Bairro da Luz Vermelha’, em Amsterdã, os ami-gos David, machão impulsivo e, ao mes-mo tempo, intimi-dador, interpretado por André Frateschi, e o acanhado e de bom coração Matheus, inter-pretado por Rafael Pri-mot, têm contato com uma mesma mulher, Cristina, com traços de personalidade perdida, porém, romântica, de-sempenhada com exatidão por Marjorie Estiano. Um ano depois deste encontro, já de volta ao seu país de origem, ela os reencontra e o público percebe como a experiência mexeu em graus bem diferentes com cada um dos envolvidos, uma juventude trans-viada driblando suas carências. A trama bem urdida apresenta aos pou-cos a complexa personalidade de cada um dos três personagens. ‘Fui aos poucos descobrindo as manobras do Adam Rapp, a sensibilidade dele para criar diálogos que soariam perfeitos na boca do elenco, jogos de cena deliciosos e uma qualidade poética que se esconde atrás de situações e falas banais’, conta Monique, que foi apresentada ao texto por Rafael Primot. Na época, ele estava em busca de uma diretora para a peça, pois acreditava que o tema pedia um olhar feminino. Ainda suspeitando da força do texto, mas movida por sua admiração por Rafael, ela aceitou o convite e também assumiu a adaptação do original. Adam Rapp é mais um autor que tem sua obra encenada pela primeira vez em palcos brasileiros sob o olhar da diretora. Indicado ao Prêmio Pulitzer em 2006, o texto é o responsável pela volta de Monique Gardenberg à direção teatral depois de três anos.

SERVIÇOData: 26 de novembro a 19 de dezembroHorário: Quinta a sábado, às 21hDomingo, às 20hLocal: CCBB Teatro 1Ingressos: R$ 15 (inteira) | R$ 7,50 (meia entrada para estudantes, professores, funcionários e correntistas do Banco do Brasil e maiores de 60 anos)Classificação indicativa: 16 anosDuração: 110 min

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Mulher Afro Latino Amer.e CaribenhaEsplanadaTer - Dom 10-18h

MARIA RITAPavilhão Expo P. Cidade21h

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NANDO REISPavilhão Expo P. Cidade21h

CIDADÃO INSTIGADOCCBB19h

CORPOPOLÍTICATECNOLOGIAvisite:corpopolitica.net

FRAGMENTOS DO DESEJO CCBBQui - Sáb 21hDom 20h

Inverno da Luz Vermelha CCBBQui - Sáb 21hDom 20h

7x Rodas CCBBQui - Sáb 21hDom 20h

43º Festival de BrasíliaVerificar site festbrasilia.com.br

5ª Mostra Cinema e Direitos HumanosCCBBTer - Dom 10-21h

O Mundo Mágico de EscherCCBBTer - Dom 10-21h

Joan MiróMuseu Nacional Ter - Dom 9-18:30h

Exposição MadridInstituto Cervantes

Ter - Dom 10-21h

MOSAICO INDICA

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CIDADÃO INSTIGADOCCBB19h

CORPOPOLÍTICATECNOLOGIAvisite:corpopolitica.net

FRAGMENTOS DO DESEJO CCBBQui - Sáb 21hDom 20h

Inverno da Luz Vermelha CCBBQui - Sáb 21hDom 20h

7x Rodas CCBBQui - Sáb 21hDom 20h

43º Festival de BrasíliaVerificar site festbrasilia.com.br

5ª Mostra Cinema e Direitos HumanosCCBBTer - Dom 10-21h

O Mundo Mágico de EscherCCBBTer - Dom 10-21h

Joan MiróMuseu Nacional Ter - Dom 9-18:30h

Exposição MadridInstituto Cervantes

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MOSAICO INDICA

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Notícia e fotos http://www.portalsaofrancisco.com.br

Patrick

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Culinária

Holandesa

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http://serlesorganizer.blogspot.com

A culinária Holandesa é uma mistura de outras cozinhas do mundo com um toque de ingredientes holandeses, as principais influências são das cozinhas da Alemanha e da Indonésia. Produtos locais são muito usados nas re-ceitas, como produtos lácteos, cereais, car-nes, legumes e frutas, peixe e batatas são essenciais na gastronomia do país. Alguns pratos típicos que se destacam são:

Salgadinho frito recheado de carne, bem conhecido dos brasileiros que tem origem holandesa.

Pratos da culinária internacional são oferecidos por diversos restaurantes nas cidades maiores e a comida da Indonésia tornou-se parte integrante da cozinha na-cional holandesa.

Num país onde a produção de leite e de-rivados é das mais elevadas da Europa, os ingredientes lácteos entram na maioria das suas preparações culinárias.

Devido aos inúmeros intercâmbios cul-turais, podemos encontrar influências de todo o mundo na culinária holandesa.

É a receita de biscoito mais antiga da Ho-landa, ela existe há vários séculos. É uma guloseima holandesa tradicional e, em ge-ral, consumida pela manhã acompanhando café ou chá.O waffle de caramelo ou melado (stroopwa-fel), ainda é fabricado de maneira artesa-nal, nas feiras abertas, usando chapa de ferro à gás. Enquanto o cheiro exala pela feira, os fregueses se amontoam para ad-quirir uma porção fresquinha recém saída da chapa quente.O stroopwafel tradicional é feito com uma bolacha fina de waffle cortada ao meio e recheada com um caramelo muito especial. A melhor maneira de saboreá-lo é à tempe-ratura ambiente ou levemente aquecido no forno de microondas ou na borda da xícara de chá ou café quente.

Stroopwafel

O que se pode dizer sobre a culinária holandesa?

Kroket

Questão de costumeStamppot

O prato consiste em purê de batata, legu-mes como cenoura, verduras e uma salsi-cha especial holandesa.Tal como nos diz Van Gogh através do títu-lo de um dos seus mais famosos quadros, os holandeses são “Aardappeleters”, ou seja, “comedores de batatas”.Em relação às bebidas, a cerveja holan-desa é muito famosa e servida gelada e em copos pequenos (een pils). As cerve-jas de sabor suave mais conhecidas são a Heineken e a Amstel. As mais fortes são a Oranjeboom e a Grolsch. A ginebra ( je-never) é outra das bebidas mais populares da Holanda.

As mulheres, normalmente sentam primei-ro à mesa e é de bom tom não começar a comer antes de a dona da casa indicar, dizendo “Eet smakelijk” (coma deliciosa-mente). Mesmo as crianças devem esperar que todos acabem a refeição antes de le-vantar da mesa.

É considerado falta de educação comer os pratos salgados utilizando apenas o garfo e a sobremesa não deve, em hipótese al-guma, ser comida com garfo, apenas com uma colher pequena.

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Flashes daArquitetura

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http://www.adelenekoh.com

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Instituto Holandês de Imagem e SomLocalizado em Hilversum, vila a sudeste de Amsterdã, mais conhecida como o centro da indústria da televisão holandesa.Projeto de Willem Jan Neutelings e Michiel Riedijk.

Rio AmstelDe onde se derivou o nome da capital Ams-terdã, que possui inúmeros canais que a levaram a ser chamada a “Veneza do Norte”.

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4maisarquitetura.com.br

viagemarquitetura.blogspot.com

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Inntel HotelLocalizado em Zaandam, o edifício apresenta so-breposição de fachadas em madeira na cor verde, típicas das casas tradicio-nais da região.Projeto do Estúdio WAM Arquitetura

SpaceboxCriada como alterna-tiva de moradias para estudantes da Univer-sidade de Utrecht, hoje já são produzidas e montadas também na Europa e na América.Arquiteto holandês, Mart de Jong.

Livraria Uma livraria dentro de uma antiga igreja dominicana, em Maastricht.Escritório de arquitetura Merkx + Gi-rod venceu o prêmio anual ”Lensvelt Architect Interior”.

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transitarquitetura.com.br

bookess.com

amstedam.blogspot.com

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A Holanda possui mais ciclovias do que em qualquer outro país. São pintadas em

vermelho e têm seus próprios sinais de trânsito. Portanto, usar a bicicleta torna-se uma forma tran-

qüila e segura de se locomover na Holanda.

Coisas de lá

Droog é uma empresa holandesa de Design com sede em Amsterdam. O escritório trabalha com produtos, projetos, exibições e eventos.

A Heineken é uma cervejaria Holandesa, fundada em 1863 por Ge-rard Adriaan Heineken na cidade de Amsterdã.. A empresa possui cerca de 115 cervejarias em mais de 65 países e emprega aproxima-damente 57.557 pessoas. Com uma produção anual de 121.8 milhões de hectolitros de cerveja, a Heineken é a terceira maior cervejaria do mundo.

Heineken

Bicicletas

Droog Design

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A Holanda é um país plano e pequeno onde tudo é perto, por isso desenvolveu-se uma cultura de andar de bicicleta; as fiet-sen — bicicletas em holandês — dominam o trânsito e as paisagens.Ao acompanhar a vida de um Amsterda-nês e “sua bike”, quando ele nasce é colo-cado em um caixote. Se estiver chovendo os pais põem uma cobertura de plástico em cima do carrinho. Quando o guri já consegue sentar, é colocado em uma ca-deirinha que fica na bike.Quando completa dois anos, já pode ter sua kinder fiets (bicicleta de criança).Lá pelos 8 anos, o guri joga futebol em cima da fiets, faz acrobacia, afinal, não tem diferença do tempo em que sabe ca-minhar do que ele sabe andar de fiets.Aos 18, pedala segurando o guidão com uma mão e com a outra escreve SMS no celular prestando atenção no texto e des-viando dos turistas perdidos na ciclovia. Aos 25 arruma um emprego, põe o terno e vai trampar de bike, segurando a pasta e falando ao celular. No almoço, come o lanche com uma mão e segura o guidão com a outra. E as meninas também pedalam pra bala-da usando vestidos apertados e salto alto. Todos sem capacete. Outro dia eu vi um cara em roupa esportiva, numa bike de marchas usando capacete, devia ser ame-ricano, eles tiram sarro da paranóia ameri-cana por segurança. pensam: “bem, talvez realmente os americanos precisem usar capacete por lá mas é que aqui a gente sabe andar de bicicleta…”E sabem mesmo! Eles dão carona nas bi-cicletas sem banquinho de carona, é sen-tado onde der. Agora o típico amsterdanês tem 70 anos de idade e faz tudo na fiets. Para parar a fiets na frente da banquinha de frutas, ele tira o pé direito do pedal, passa pro outro lado da bicicleta, apoiando-o no calcanhar esquerdo, ficando de banda na bike que ainda anda com o impulso. Vai controlan-do a parada até desmontar num gesto flu-ído, que emenda no ato de baixar o apoio pra deixar o seu cavalo de ferro parado de pé, enquanto faz as compras. Essa é a vida de um típico Amsterdanês!

O país das bicicletas

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Andar de bicicleta é sinônimo de saúde e bem estar. É nessa linha de pensamen-to que a Universidade de Brasília adotou o uso da bicicleta para ensinar uma nova forma de estilo de vida. Criado em 2007, o projeto intitulado Bicicleta Livre, implan-tou até hoje 18 magrelas comunitárias. A previsão é de que até o final do ano este número ultrapasse os 50.O projeto é uma tentativa de implementar os mesmos sistemas de locomoção que outras cidades mundo afora adotaram — Paris (Velib), Rio de Janeiro (Samba) e Amsterdam — tendo a bicicleta como veículo de locomoção facilitada. As bici-cletas chegam por meio de doações e os colaboradores se dividem nas tarefas para readaptá-las aos formatos do projeto. Após receberem o famoso trato, as “amareli-nhas” — cor que ganham após a revitaliza-ção — podem ser utilizadas por qualquer pessoa que estiver no campus.Morando há dois anos no centro-oeste, o paulistano Renato Zerbinato fugiu da grande metrópole para a Capital Federal. Assim que chegou, descobriu o projeto e já abraçou a idéia. Mesmo não sendo da universidade, Renato tem sido um dos colaboradores para tocar este projeto que vem ganhando notoriedade: “Desde que lançamos oficialmente o projeto, muita gente está nos procurando para ter mais informações e conhecer melhor o funcio-namento, nesses emails, pessoas da USP e da UNICAMP disseram estar com projetos semelhantes”. Em dois anos o projeto con-quistou editais realizados internamente pela UnB, com o apoio da universidade e da reitoria. Em projetos como esse, apoios e patrocí-nios são indispensáveis. Além das verbas conquistadas pelos editais (cerca de R$ 4 mil cada) e o apoio da reitoria, o projeto tem ganhado patrocínio aos poucos.Mesmo sem o controle de quem as usa, o projeto vem conquistando respeito de quem utiliza as tais magrelas. Chance de uma mudança de hábito na forma de agir e de pensar perante a sociedade e ao meio ambiente. E a saúde? Ela agradece.

A cidade das bicicletas

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Desde 1993, quando foi co-fundada em Amsterdã pela designer de produtos Gijs Bakker e Renny Ramakers historiador de design, a Droog tem uma nova abordagem para a concepção de materiais de mistura e interagindo com o usuário. Quando Renny Ramakers mostrou algu-mas peças de mobiliário montado por jo-vens designers holandeses de materiais industriais baratos e objetos achados, como gavetas velhas e troncos, em expo-sições na Holanda e na Bélgica no início de 1992, ela vendeu tão pouco que mal co-bria seus custos, mesmo assim, as atraiu tanto a atenção que Ramakers, então edi-tor-chefe da revista de design Industrieel Ontwerpen estava convencido de que ela havia descoberto “uma clara ruptura com o passado”, em outras palavras, uma abor-dagem verdadeiramente novo design . Gijs Bakker, designer de produto e profes-sor da Academia de Design em Eindho-ven, estava planejando expor os trabalhos de seus alunos no Milan Furniture Fair 1993, ela sugeriu colaborar com um show comum. “A coleção de catorze objetos expostos em Milão foi chamada de Droog Design ‘droog’, palavra holandesa que se traduz em Inglês como “seco” ou seja, a sagacida-de seca, ou sentido, irônico sutis de humor que caracterizava as peças que apresenta-ram. Foi o sucesso da Feira de Móveis de Milão 1993. O jornal francês Libération

Como nascem boas ideias?

Droog Design

sugeriu que os “desconhecidos” responsável pela Droog deve ser dada uma medalha para o espiritual, savoir vivre “. Até o início de 1990 o design contemporâneo se rebelou contra a cacofonia de auto-paródia de plásticos doces coloridos e motivos kitsch do movimento Memphis, adotando uma estética contida, como Renny Ramakers colocou: “. Design tornou-se muito mais sóbrio” Droog foi diferente. É comum o minimalismo e da sua escolha cuidada de materiais, mas o humor é implantado para atacar um vínculo emocional com o usuário. candelabro Rudy Graumans ‘bulbo 85 é um exemplo de pensamento lateral inspirado no pro-jeto, mas é impossível não sorrir para a verve com que o designer transformou um objeto cotidiano, como uma lâmpada normal em um lustre espetacular. Saudado pela resposta à sua exposição de Milão, Bakker e Ra-makers estabeleceu a Droog Design Foundation, em janeiro de

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1994 e fechou um acordo com a empresa DMD Voorburg-based para fazer e comer-cializar seus produtos. Esses produtos, de acordo com os estatutos da Droog, se-riam aqueles que “em termos de qualida-de e ajuste de conteúdo com a imagem e modo de pensar comunicadas pela Droog Design: ideias originais (e), de conceitos claros que foram moldadas em um irônico, sem brincadeiras maneira “. Bakker e Ramakers percebeu que o defen-dido por designers Droog teria mais im-pacto se o seu trabalho fosse mostrado em conjunto, do que teriam com a exibição individualmente. Ao invés de simplesmente selecionar um

leção de mais de 120 produtos, que eram criados por um dos seus projectos de gru-po ou encomendados a seus criadores por Bakker e Ramakers. “Os critérios são flexí-veis e moldadas pela evolução da cultura de produtos e iniciativas dos designers próprios”, afirma o Droog. “A única cons-tante é que o conceito tem validade hoje, que é trabalhado ao longo clara, linhas atraentes, e que a usabilidade do produto é uma obrigação. Dentro deste quadro, li-teralmente, qualquer coisa serve “.

conjunto de projetos para o Milan Furnitu-re Fair 1995, a dupla Droog decidiu iniciar o novo trabalho de ligação com a Univer-sidades e empresas privadas Bakker e Ramakers, desde então, desen-volveu o conceito Droog não repetindo e refinando a fórmula original, mas através da experimentação de novos produtos, novos criadores e novos parceiros indus-triais, aderindo aos mesmos princípios. Desde a criação de conceitos visionários a, Droog continuou a reinventar seus prin-cípios fundamentais em diferentes escalas e em diferentes disciplinas, em projetos industriais, livros e exposições. O núcleo de trabalho Droog é a sua co-

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A exposição 100 Anos da Xilogravura na Literatura de Cordel apresenta parte do acervo particular do colecionador e pes-

quisador Jeová Franklin.

A primeira temporada da exposição ocorreu em Brasília – DF, no Palácio do Planalto, Ala Leste, de 27 de Junho a 15 de agosto de 2007.

A segunda, em Juazeiro do Norte, no estado do Ceará, berço da xilogravura nordestina; no Centro

Cultural BNB Cariri, de 14 de setembro a 15 de outu-bro. Nesse mesmo ano ainda a Exposição foi exibida na

27ª FILSA – Feira Internacional do Livro de Santiago, no Chile, de 24 de outubro a 04 de novembro, no Centro Cultural

Estación Mapocho, a convite do Ministério da Cultura do Brasil.

A exposição 100 Anos da Xilogravura na Literatura de Cordel perfaz a trajetória da xilogravura desde a publica-

ção da primeira edição conhecida de cordel ilustrado com xilogravura, em 1907. São compostas por 32

gravuras decorativas, 34 matrizes em madeira, 60 cordéis antigos originais, 100 cordéis origi-

nais em circulação, 01 cartaz, 03 panôs, 02

álbuns históricos, 02 maletas artesanais típicas, 14 ferramentas de xilogravador, 15 fotografias amplia-

das do processo de composição da xilogravura, 10 reproduções ampliadas dos cordéis históricos e 09 capas

comemorativas criadas exclusivamente para a exposição.

As obras têm origem no universo da literatura de cordel e apresentam o universo cultural sertanejo do Brasil produzido pela população humilde da região nordeste do país. A partir de suas especificidades e história os artistas populares nordesti-nos construíram identidade própria com alta expressividade de símbolos e imagens.

Estão contemplados na Exposição os artistas: J. Borges, Dila, Nena, Marcelo Soares, José da Costa leite, Amaro Fran-

cisco, Nena Borges, Ivan Borges, Manasses Borges, Bacaro, Givanildo, Lourenço Borges, J. Miguel, Palito, Minelvino,

representando a escola pernambucana.

E também: Walderedo, Mestre Noza, Abraão Batista, Stênio Diniz, José Lourenço, Cícero Lourenço, Francorli, Expedito, Zênio, Nilo,

Manoel Inácio, representando a escola cearense.

na Literatura de Cordel

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Um conjunto de nove textos explicativos, legendas e ampliações de gravuras e placa de entrada acompanham o acervo. A ex-posição está montada em biombos e móveis de MDF, molduras e vitrines de vidro e madeira, textos e imagens plotados sobre base de PVC.

Em fins da década de 1970, fazendo as reportagens: “O sertão só se informa bem com a literatura de cordel” e “A via sacra da gravura sertaneja” para a revista Interior, do Ministério do Interior, Jeová Franklin entrevistou xilogravadores e cordelistas em Juazeiro do Norte, no Ceará; Caruaru e Bezerros, em Per-nambuco. Iniciou sua coleção por acaso, comprando obras para recompensar os artistas pela matéria.

Desde então, o interesse pelo universo artístico da xilogravura nordestina e pela literatura de cordel cresceu e junto com ele a atividade de colecionador e pesquisador, sem fins comerciais.

Em quase trinta anos de dedicação, Jeová Franklin constituiu um acervo de grande valor para a memória das artes brasilei-ras reunindo cerca de 4.000 obras entre cordéis, gravuras e matrizes talhadas em madeira. Nesse período cultivou a amizade dos xilogravadores com quem manteve maior contato e devotou ver-dadeiro amor à tarefa de contribuir para o registro e a divulgação da arte gráfica popular nordestina.

Ateliê especializado em xilo?O atelier da Graphias Casa da Gravura está equipado para desenvolver projetos nas diversas técnicas gráficas tais como: gravura em relevo: xilogravura, linoleogravura, gravura em metal (de entalhe): calcografia, processos planográficos: litografia e serigrafia.Informações: www.graphias.com.br

Passando tinta na matriz

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O precursor da xilogravura decorativa

Inocêncio Medeiros da Costa ou Inocêncio da Costa Nick, conhecido como Mestre Noza, era do grupo de

“santeiros do Padre Cícero”. Nascido em Pernambuco, em 1897, mudou-se para

Juazeiro do Norte aos 15 anos. Foi o primeiro artista a ser publicado em álbum

de gravuras populares brasileiras com a seqüência da Via Sacra, em Paris (1965) e a

trabalhar por encomenda para um produ-tor cultural.

J. BorgesPatrimônio da Cultura Pernambucana

Nascido em Pernambuco, em 1935, é patriarca de um clã de xilogravadores. Diz que tudo que aprendeu deveu-

se ao medo de cortar cana. Estudou somente dez meses em escola. Agricultor, pintor, carpinteiro, fabricante de brinque-

dos, poeta, foi ser cordelista, ilustrar, imprimir e vender seus próprios folhetos. Obteve reconhecimento nacional e interna-cional e é hoje o mais conhecido xilogravador nordestino.

Osmestres

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RevivendoA fascinante obra do Escher não só encantou as pessoas pela sua qualidade técnica, seus módulos e sua maestria em representar o impossível como também foi recriada muitas vezes, imortalizando seu trabalho nas mais diversas formas de representações contemporâneas. Confira!

Criada por Timbor Lantos, a fonte é uma homena-gem a M.C. Escher. O Designer tentou captar sua

geometria impossível, o senso de espaço e as tonalidades acinzentadas utilizadas no seu

trabalho.

Andrew Lipson, fotógrafo e amante das peças de Lego criou, em parceria com seu amigo, Daniel Shizu representações das obras de M.C. Escher para Lego. Pos-teriormente a fotografia das peças foram utilizadas como propaganda da empresa.

E se escher brincasse de lego?

Hommage a Escher

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A marca da empresa internacional da Wool-mark foi desenhada pelo italiano Francesco Saroglia e Franco Grignani e teve como in-spiração as obras de Escher. A marca é um claro exemplo de aplicações de múltiplas leis da forma-ção da unidade fenomenal de Max Wertheimer . É constituída por uma esfera de imagem estilizada de lã, no entanto, se observados com cuidado, a geo-metria da bola toma a fita de Möbius , resultando em um objeto 3D impossível, o início e final do acasalamento na realidade não coincidem.

Um dos estilistas de maior sucesso de todos os tempos, Alexander McQueen, transfor-mou as figuras inquietantes do Escher em alta costura, e foram apresentadas em uma de suas últimas coleções (Resort 2010), pouco antes de suicidar-se.

Marca Woolmark

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O trabalho de M.C.Escher dispensa introduções ou apresentações.

Todos nós aprendemos a apreciar as im-possibilidades deste mestre da ilusão. Sua obra ainda causa espanto e instiga ao estudo das formas e a relação da gravi-dade com a perspectiva matemática. São várias as releituras, seja no campo da ar-quitetura e do design, seja por curiosi-dade e divertimento.Provavelmente você já esteve diante de alguma releitura deste grande mes-tre porém passou desapercebido. Pen-sando nisso, a revista Mosaico, trouxe até você uma série do que há de melhor acontecendo nas mais diversas áreas de interesse.

Por: Thiago LucasEntrevista: prazeresurbanos.blogspot.com

Ilustração: DevianArt - Moni158

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é...

MARVELOcasionalmente é feita referên-cia das arte clássica ou artes plásticas em quadrinhos. A Marvel não foi diferente e representou a escada sem fim de Escher.

FUTURAMAMatt Groening posteriormente

usou a mesma situação cômica em um episódio de

Futurama.

OS SIMPSONSAlguns episódios

de Os Simpsons têm surpresa em sua

abertura. No episódio “O PTA dispersa”, nossa família

preferida corre pela sala ao estilo de Escher.

MATTGROENING,criador de Os Simpsons, utilizou uma referência à Escher em sua tira Life in Hell. Em sua paródia à obra Relativity, coelhos desenhados caem de es-cadas em ângulos impossíveis.

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... na cultura dos

Desenho Animados

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O FOTÓGRAFO BRITÂNICO MIKE STIMPSON RECRIOU AL-GUMAS DAS FOTOGRAFIAS QUE SE TRANSFORMARAM EM ÍCONES DA HISTÓRIA COM PEÇAS DE LEGO.

Construir figuras de LEGO pode ser diver-tido e pode trazer algo realmente surpreen-dente, porém, a maioria dos que brincam, não conseguem fazer o que Mike faz. Mike Stimpson (MS) é um fotógrafo britânico, informático durante o dia, que utiliza os Legos e imagens icônicas para reproduzir fotos reais e deslumbrar-nos com uma at-mosfera encantada. Para isso as imagens digitais são manipu-ladas com photoshop para transformarem-se nas figuras impossíveis do Escher. Um tipo especial de ilusão visual que pode ser desenhada no papel, mas não pode ser construído em três dimensões no mundo real, ou seja, têm apenas um carácter bi-dimensional.

Nunca ouviu falar sobre MS? Mergulhe nesteo mundo magnífico, e conheça-o melhor através desta entrevista.

ESC

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R... bricando de

LEGO

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P- A maioria das pessoas vê os infor-máticos como obcecados pela tecnolo-gia. Como se define ?R- Obcecado creio que é o melhor termo para me definir. Passo os meus dias a fazer e jogar jogos de video, e passo as minhas noites a tirar fotografias a Lego. Penso que não posso negar a minha obcessão.

P- O Lego é para as crianças – dizem. Considera-se deslumbrado pelo mundo Lego ?R- Digo sempre que sou, antes de mais, um fotografo e depois um fã de Lego. Na verdade nem tenho muito Lego em comparação com muitas pessoas que conheço. Fico sempre extasiado com as construções de alguns membros tal-entosos. Depois do efeito inicial, penso sempre na forma como os vou fotografar!

P- A fotografia é um modo de vida e também uma paixão. Consegue imaginar-se sem a mesma?R- Foi à quatro anos que peguei, a sério,

numa máquina fotográfica, agora não me imagino sem tirar fotografias. Tenho sempre uma máquina comigo, faz com que veja o mundo de uma forma dife-rente. Sombras, luzes, formas interes-santes, tudo aquilo para o que antes nunca olhava uma segunda vez; comecei a pensar em tudo no formato da fotogra-fia.

P- Quando e como começou a fazer tais “obras de arte” ?R- A minha fotografia iniciou-se rapi-damente após ter pegado, a sério, numa máquina fotográfica. Desde o inicio que tive interesse pela fotografia macro e as peças tinham o tamanho certo para fazer experiências. Desde que comecei a criar cenários com pequenas peças de Lego e personagens da Guerra das Estrelas descobri que era divertido de o fazer, e que as pessoas pareciam gostar do que eu fazia, o que foi bom.

P- Considero que o seu trabalho é uma forma de contar uma história, em que medida sente que toca cada pessoa?R- Tento contar uma história e canalizar emoções para a minha fotografia. Gosto que exista algum significado por detrás da fotografia e não apenas uma imagem bonita.

P- A luz perfeita é como a fotografia perfeita. Onde é que se inspira para conseguir tal façanha?R- A inspiração provem de varios locais. A maioria das minhas fotografias são préviamente planeadas, não sou o tipo de fotografo que consegue tirar fotos espe-taculares de improviso. As minhas ideias vêm de filmes, outros fotografos, quad-ros, comentários engraçados que tenha escutado ou apenas pequenas ideias de cenass ou histórias que me lembro.

P- Grande parte dos super herois tem dois lados na sua vida. Sente que, de alguma forma, é um super heroi ?R- Ah, creio que ninguém me chama de super heroi! Sou apenas alguém que tira bastantes fotografias de Lego no tempo

livre. Se ser capaz de fotografar decente-mente Lego é um poder de super heroi, creio que acabo por ser lamentável. Creio que gostaria de ser capaz de voar.

P- Cada foto é um mundo perfeito como se entrassemos numa nova atmosfera. Sente que coloca a pessoa que vê a foto dentro da mesma ?R- Não creio que alguém queira en-trar no mundo das minhas fotografias. Seria, certamente, bastante apertado. O que espero que as pessoas retirem das minhas fotofrafias é que vejam uma fatia de outro mundo. Gostava que acreditas-sem, apenas por um segundo, que estas personagens têm vidas e emoções para além da fotografia.

P- Os herois têm uma frase. Qual é a sua ?R- Creio que nunca considerei ter uma frase. E se eu roubar uma de alguém: “As máquinas fotográficas não tiram fotogra-fias, são as pessoas que as tiram”. Isto resume os meus sentimentos em relação ao equipamento fotográfico.

P- Qual é o seu maior prazer urbano ?R- Não sei o que isso quer dizer, pretende saber qual é a minha coisa favorita para fazer na cidade? Naturalmente, andar e tirar fotografias das coisas.

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naTelinha

INCUBUSO videoclipe da música Drive, do grupo Incubus, é baseado em Drawing Hands, começando com uma mão animada desenhando um pedaço de papel e uma segunda mão, para então formar a própria obra de Escher. Também mostra a mão desenhando o vocalis-ta da banda Brandon Boyd.

PUSSYCAT DOLLSHá um exemplo da geometria de MC Escher no clipe das PCD “Hush Hush”. O vídeo foi inspirado pelo “Relati-vity”, famosa litografia do artista, que tinha três conjuntos de interseção de escadas e platafor-mas em três paredes perpendiculares, como uma peça de arquitetura impossível.

DAFT PUNKO videoclipe da canção

Around the World, do grupo Daft Punk, dirigido por

Michel Gondry, é baseado na obra

Encounter.

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No filme “Labirinth” (Labirinto - A Magia do Tempo), com David Bowie no papel principal (Jareth), há uma cena nitidamente inspirada em “Relativity”, de 1953.

O filme A Origem (Inception) utiliza repetidamente a idéia de paradoxos geométricos, inclusive com escadadas retorcidas como em Relativity.

O LABIRINTOA Magia do Tempo, 1986

A ORIGEM, 2010

Imagens: sxc.hu | adorocinema.com

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HOLANDA

HOLANDA

Ano

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M.C. ESCHER

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