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SeiZo joias 2014

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SeiZo Soares

Joias esculturais em madeiras preciosas

Sculptural jewelry in precious wood

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Crio objetos de madeira para pessoas vestirem.

Pequenas esculturas para serem usadas como

joias.

Gosto especialmente da escultura em madeira

porque ela me permite experimentar as

relações entre mente, mãos e matéria;

Perceber – com toda a subjetividade que a

palavra traz em si - tanto nos resultados

quanto nos processos, por quais meios a mente

se expressa e como e porque ela não se

expressa.

Medos, dúvidas, desejos, as visões do mundo ao meu redor e de mim mesmo surgem antes durante e

depois do trabalho na oficina e funcionam não como temas, mas como um pano de fundo para a

ação criativa, que acontece sempre sem um desenho ou projeto, de forma livre e lúdica.

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* Energia e processo

O prazer do ofício na lida com o material e

com as ferramentas é um elemento central.

É na atitude de limpeza do estado mental,

do assobio da brincadeira que é trabalho -

que a ligação pode acontecer e a musa

manifestar-se.

Muitas vezes busco um certo estado de

“inconsciência” sobre o que estou fazendo.

Trabalhar a noite com pouca luz, agir por impulso e utilizar processos pouco controláveis são

algumas das ações para criar o campo onde estas manifestações mais profundas se concretizem. Por

outro lado, a visão da perfeição do corte, da marca a ser deixada exige disciplina e exercício.

*

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Romper a madeira fazendo-a lascar com uma faca é diferente de poli-la finamente. Cada processo e

suas marcas na matéria são a concretização de um certo tipo de energia, que nasce na mente, e

chega ao mundo real por meio do corpo e das ferramentas escolhidas.

*

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As Ferramentas

As ferramentas transformam a maneira

de agir sobre o mundo e sobre a

matéria e o modo como agimos sobre o

mundo e sobre a matéria transforma

nossa maneira de pensar.

Assim é preciso estar consciente do

significado disso. Cada nova ferramenta

que adotamos trará consigo uma nova

mente para tratar da matéria.

Gosto de uma certa restrição

tecnológica no trabalho na oficina. Tenho poucas ferramentas. A aproximação com processos mais

humanos, no sentido de serem próximos da natureza, são uma escolha, neste momento.

*

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*

Literatura, objeto e significado

Produzo poesia e alguma literatura há algumas décadas e a fotografia nasceu como uma paixão nos

anos noventa. Considero estas formas de expressão - a criação do texto para o objeto e sua

representação fotográfica - como partes essenciais do processo na minha arte joalheria.

São realmente essenciais – e não assessórios apenas - pois a escultura nasce junto com um olhar

fotográfico sobre o trabalho de composição. Um olhar que vasculha todos os ângulos na busca de

pistas para o próximo entalhe.

*

A mensagem escrita remonta a maneira pela qual a mente age. O pensamento são palavras. Assim, a

poesia está – ou deveria estar... - dentro do objeto, como seu conteúdo intangível que pode vir à tona

em forma de escrita.

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Poesia e sonho

Este trabalho nasceu do desejo culminante de realizar algo único, no sentido da autoria e da

expressividade individual. Mas

há sempre uma musa e um

professor.

A arte joalheria é para mim um

caminho na busca por

identidade e pela história a ser

contada, é um modo de agir no

mundo para a tomada de

consciência sobre ele e sobre si.

Na escultura em madeira e na

poesia encontrei minhas

matérias primas.

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A matéria madeira

É a fonte primal da poesia.

O perfume, os desenhos que se revelam, o

comportamento diante da mão e da ferramenta

distingue-se de forma a proporcionar um novo

encontro a cada pedaço.

Em minha história – e penso que na de muitos

brasileiros – a madeira ocupa um lugar na infância, nos

brinquedos artesanais, na casa da avó e seus armários

de Imbuia, na oficina do avô e suas limas muito usadas.

A madeira é o material que fez o chamado e é das

árvores que emana o amor e o respeito por sua carne.

*

Utilizo madeiras chamadas “preciosas” – por sua

raridade e qualidades estéticas - provenientes de redescoberta. Garimpo em antigas marcenarias,

móveis dispensados e outras fontes alternativas.

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As joias

Construir uma joia é tentar trazer à tona a beleza que toda a matéria traz consigo; é parar de pensar

e pôr a mão na consistência do possível. É tornar concreto um sentimento.

A joia é um amuleto para o corpo criado em estado de concentração. Para muito além do adorno, ela

leva beleza para dentro de quem a carrega e se

comunica com os outros.

Cada peça tem seu poder, herdado da matéria

e intuído pela pessoa para quem foi feita.

*

Joias levantam perguntas, intrigam os

sentidos e proporcionam prazer a quem as

carrega. Pequenos objetos duradouros e

preciosos. Para além do ornamento, a joia é um instrumento cognitivo e sensorial.

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SeiZo Soares é professor, escritor e artista visual criador de objetos ´vestíveis´ e joias em madeira.

Trabalha em seu ateliê em Campinas, SP, em frente à Mata Santa Genebra, importante mata urbana

do país.

Desde 2007, desenvolve trabalho de pesquisa e experimentação de técnicas de escultura e arte

joalheria contemporânea.

Participou do Joya Barcelona 2013 e da Beijing International Art Jewelry Exhibition 2013.

“Joias de arte são objetos que intrigam os sentidos, que sugerem perguntas e

proporcionam prazer a quem as carrega. Pequenos objetos duradouros e

preciosos. Para além do ornamento, a joia é um instrumento cognitivo e

sensorial.”

Site: www.seizojoias.com.br

email: [email protected]

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