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EDIÇÃO ESPECIAL DO JORNAL DA VILA, EM HOMENAGEM A ÊNIO IMBUZEIRO Rio de Janeiro, 8 de julho de 2007 - Ano XXVII - N o . 1.326 Faleceu Ênio Imbuzeiro, o artista do jornalismo de Vila Isabel Faleceu na sexta-feira retrasada, aos 71 anos, nosso irmão Ênio Imbuzeiro, ex-membro de nossa igreja. Ele foi sepultado em Nova Friburgo, onde morava há muitos anos. Há muitos anos também ele enfrentava sérios problemas de saúde, que finalmente o ven- ceram. Ênio foi muito atuante na nossa Sociedade de Jovens das décadas de 1950 e 1960. Também foi secretário da Igreja e ecô- nomo. Excelente desenhista e escritor, pode-se dizer que foi ele que deu o formato definitivo para o Alvorada, jornal da mocida- de que dirigiu por muitos anos. Seu traço inconfundível ilustrou centenas de edições do Alvorada . Isso numa época em que os de- senhos precisavam ser “esculpidos” em estêncil (matriz para im- pressão em mimeógrafos da época). Nesta edição, o Jornal da Vi- la, sucessor do Alvorada , presta uma homenagem muito especial a este artista do jornalismo da Vila. Um pouco de sua arte pode ser visto na página 3 e ao longo desta edição. Festa da Roça será no próximo sábado. Participe, uai! Nossa igreja está con- vidada para participar, no próximo sábado, a partir das 16 horas, da Festa na Roça, que será realizada sob a direção do Ministério da Famí- lia/Sociabilidade e contará com a colabo- ração de todos os mi- nistérios de nossa igre- ja. Como já é tradição, serão armadas barra- quinhas, com as gulo- seimas típicas das festas juninas. Em outras, haverá oportunidade para pescarias, jogos, etc. A música regional estará presente, ani- mando a comemoração. Aliás, está prevista a dança da quadrilha, embora não tenha havido ensaios. O ingresso é a entrega de um quilo de alimento não-perecível. Ênio por Ênio Auto-retrato publicado no número 465 do Alvorada, de 03/08/1958 Rápidas Colabore com a Escola Domi- nical. Ao término do culto matu- tino, dirija-se logo para a sua classe. Mas não se esqueça de pe- gar o seu exemplar do JV. Leia nesta edição Pan 2007 – Artigo de Airton Campos – página 2 . Luiz Pimenta, José da Cruz Alves, Márcia Imbuzeiro e Enoc Muniz Duarte escrevem sobre Ênio Imbuzeiro – páginas 4 a 7. Campanha da climatização do templo será lançada no domingo que vem – Leia esta e outras notí- cias de nossa comunidade em O que há pela Vila – página 8. Ilustração de Ênio – Alvorada de 26/10/1958

1.326 Ênio por Ênio Faleceu Ênio Imbuzeiro, o artista do ... · difundir o evangelho tendo como alvo principal os atletas, as comissões técnicas e os turistas. Estão previstas

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EDIÇÃO ESPECIAL DO JORNAL DA VILA, EM HOMENAGEM A ÊNIO IMBUZEIRO

Rio de Janeiro, 8 de julho de 2007 - Ano XXVII - No. 1.326

Faleceu Ênio Imbuzeiro,o artista do jornalismode Vila IsabelFaleceu na sexta-feira retrasada, aos 71 anos, nosso irmão ÊnioImbuzeiro, ex-membro de nossa igreja. Ele foi sepultado em NovaFriburgo, onde morava há muitos anos. Há muitos anos tambémele enfrentava sérios problemas de saúde, que finalmente o ven-ceram. Ênio foi muito atuante na nossa Sociedade de Jovens dasdécadas de 1950 e 1960. Também foi secretário da Igreja e ecô-nomo. Excelente desenhista e escritor, pode-se dizer que foi eleque deu o formato definitivo para o Alvorada, jornal da mocida-de que dirigiu por muitos anos. Seu traço inconfundível ilustroucentenas de edições do Alvorada. Isso numa época em que os de-senhos precisavam ser “esculpidos” em estêncil (matriz para im-pressão em mimeógrafos da época). Nesta edição, o Jornal da Vi-la, sucessor do Alvorada, presta uma homenagem muito especiala este artista do jornalismo da Vila. Um pouco de sua arte podeser visto na página 3 e ao longo desta edição.

Festa da Roça será no próximosábado. Participe, uai!

Nossa igreja está con-vidada para participar,no próximo sábado, apartir das 16 horas, daFesta na Roça, que serárealizada sob a direçãodo Ministério da Famí-lia/Sociabilidade econtará com a colabo-ração de todos os mi-nistérios de nossa igre-ja. Como já é tradição,serão armadas barra-quinhas, com as gulo-

seimas típicas das festas juninas. Em outras, haverá oportunidadepara pescarias, jogos, etc. A música regional estará presente, ani-mando a comemoração. Aliás, está prevista a dança da quadrilha,embora não tenha havido ensaios. O ingresso é a entrega de um quilode alimento não-perecível.

Ênio por Ênio

Auto-retrato publicado no número465 do Alvorada, de 03/08/1958

Rápidas Colabore com a Escola Domi-nical. Ao término do culto matu-tino, dirija-se logo para a suaclasse. Mas não se esqueça de pe-gar o seu exemplar do JV.

Leia nesta edição Pan 2007 – Artigo de AirtonCampos – página 2 . Luiz Pimenta, José da CruzAlves, Márcia Imbuzeiro e EnocMuniz Duarte escrevem sobreÊnio Imbuzeiro – páginas 4 a 7. Campanha da climatização dotemplo será lançada no domingoque vem – Leia esta e outras notí-cias de nossa comunidade em Oque há pela Vila – página 8.

Ilustração de Ênio – Alvorada de 26/10/1958

Pan 2007

Airton Campos

s jogos Pan-Americanos são uma versãocontinental dos Jogos Olímpicos, incluin-do esportes que não são disputados nas

Olimpíadas. Realizados de 4 em 4 anos, sempreum ano antes dos Jogos Olímpicos, começaramem 1951 na Argentina.

Os jogos Pan-Americanos cresceram emtamanho e importância. Em meio século, o eventodobrou em número de países, atletas e modalida-des até tornar-se um das principais competiçõesdo calendário esportivo mundial.

Desde 2002 os governos Federal, Estaduale Municipal estão criando a estrutura do Pan-Americano 2007 que começa esta semana.

As delegações de 42 países que vem dis-putar diversas modalidades de esportes vão ficarna Vila do Pan-Americano, um conjunto de 17prédios com 1.480 apartamentos, hospedandomais de 5 mil atletas.

Além dos atletas, comissões técnicas, diri-gentes e repórteres, são esperados cerca de 500mil turistas que vão transformar a vida da cidade,especialmente a Barra da Tijuca que vai abrigarcerca de 60% das atrações dos jogos.

Aproveitando o Pan as igrejas evangélicasdesencadearão um grande projeto evangelístico: o“Mais que Ouro 2007”. Missionários e voluntáriosevangélicos vão se valer da movimentação paradifundir o evangelho tendo como alvo principalos atletas, as comissões técnicas e os turistas.

Estão previstas ações no interior da Vilado Pan, em parceria com a Prefeitura do Rio e a

Riotur, os evangélicos distribuirão água mineral eoferecerão serviços de guias turísticos e intérpre-tes em barracas na própria Vila do Pan. Montarãoainda postos para prestar assistência religiosa epsicológica aos atletas.

Os organizadores esperam que o “Maisque Ouro 2007” envolva cerca de 1.000 igrejas emais de 5 mil voluntários evangélicos. Este proje-to é um laboratório para as Olimpíadas de 2008em Pequim quando se espera a presença de maisde 400 voluntários evangélicos brasileiros.

Segundo os organizadores eles não vão fi-car pregando ou distribuindo bíblias. A propostaé mostrar valores, pregar o amor, orar pelo Rio epromover a paz.

Este pré-evangelismo abre portas para queum missionário possa iniciar um dialogo e apre-sentar aos fãs do esporte as razões deste testemu-nho. A imagem que marcou a Copa de 2002 noJapão foi a dos 3 jogadores evangélicos de nossaseleção ajoelhados no campo ao final do jogo.

Além das atividades diretamente ligadasao Pan serão realizados trabalhos em diversascomunidades carentes com atividades recreativase de esportes contando com a ajuda dos Atletasde Cristo.

Desde o mês de maio cerca de 3.500 pes-soas de todos os municípios do Estado do Rioestão envolvidas no projeto 100 dias de oraçãopelo Rio de Janeiro e nós podemos agora nestafase final do projeto nos juntar aos que estão le-vantando um clamor para que o Pan 2007 seja aabertura de portas para o evangelismo em todasas Américas.

O

O meu amigo Ennio

Diretoria da Sociedade de Jovens em 1957 (e-d): Luiz Pimenta, Antonio Amaral, EnnioImbuzeiro, Manoel Rabelo, Ely Leal, Hugo Fernandes, Leny Pimenta, Glads Heim, AliceSoares, Nancy Castro e Rosa Edith.

‘Luiz B. Pimenta

Minha amizade com o Ennio, ou Ênio, como ele gostava de assinar seu nome, começou na ClasseIntermediários da Escola Dominical. Quando completei 12 anos, teria que ir para a classe dos juvenis.Como eu era muito tímido e não havia mais ninguém a ser "promovido", acabei deixando a EscolaDominical, embora continuasse assíduo à igreja. Mas o Ennio volta e meia me chamava de volta à ED, oque de fato somente aconteceu alguns anos depois, quando passei a freqüentar a classe dos jovens.

Uma outra coisa que devo ao Ennio foi ele ter incentivado minha ida para trabalhar na Direção Geral doBanco do Brasil, o que abriu novas perspectivas para minha carreira.

Só estes dois fatos seriam suficientes para minha gratidão a Deus por ter o Ennio como meu amigo,irmão e companheiro. Mas foi especialmente por causa da Sociedade de Jovens que ficamos tão amigos.Juntos participamos de inúmeros eventos que nos trouxeram alegria e crescimento cultural e espiritual.Na S.M. Jovens trabalhamos em diversos departamentos, no teatro e no jornal Alvorada.

Fomos colegas de trabalho no Banco do Brasil. Lá sua arte também era muito solicitada peloscompanheiros. Qualquer acontecimento fora da rotina ia-se correndo ao Ennio para que ele fizesse odesenho correspondente ou, em outras oportunidades pedíamos, caricaturas de um ou de outro.Sua mudança para Nova Friburgo afastou-nos fisicamente, embora de vez em quando nosencontrássemos.

Nesta semana reli trecho de um artigo seu escrito para o Alvorada, quando atingi o limite de idade daSociedade de Jovens. Ele, que era dois anos mais novo do que eu, falava daquela separação entre nós,ressaltando que continuaríamos juntos até o dia da outra separação, a definitiva, pela partida para aeternidade, esta que agora ocorreu.

Ênio por ÊnioJosé da Cruz Alves

ara retratar Ênio Imbuzeiro com o traço per-feito e a palavra precisa, somente ele própriopoderia fazê-lo. Vou tentar falar um pouco

do muito que observei nele, desde o início dos anos50, quando eu ia com ele e com meu irmão Jairoacompanhar as primeiras corridas de Fórmula 1 noBrasil, no Circuito da Gávea. Naquela época elesfundaram juntos aquela que seria a primeira revistasobre automobilismo no Brasil, a Moto Revista. Êniomuito cedo revelava seu talento como desenhista eredator.

Homem demuitos talen-tos, menospara jogar fu-tebol, quandobaixava a cabe-ça e partia paraalcançar seusobjetivos atro-pelando emlinha reta o quetinha pela fren-te, encarou avida sempre decabeça erguida,venerando as coisas boas do passado, vivendo in-tensamente o presente e fazendo dos planos para ofuturo o sustentáculo de uma vida repleta de desa-fios e, nos últimos 30 anos, graves problemas desaúde , os quais superava dia a dia com o vigor doesforçado futebolista e o bom humor do artista ta-lentoso.

Marcou época em Vila Isabel e na Igreja Metodistacomo o melhor e mais criativo jornalista de nossomeio, pelo conteúdo de seus artigos, a sensível eresponsável agudez de suas críticas, o alto nível deseus trabalhos humorísticos.

Se temos justamente homenageado Carlos ValleRego como aquele que, inspirado nos anos doura-dos do “Alvorada”, que ajudou a construir e man-ter, foi perseverante e insistente para fundar o “Jor-nal da Vila” e sustentá-lo enquanto viveu, seu prin-cipal parceiro e inspirador foi sem dúvida o Ênio,que deu forma sentido e cores vivas ao históricoperiódico que ultrapassou os limites de Vila Isabel eda própria Igreja Metodista.

Na Vila foi quase tudo: redator, diretor e ilustradordo “Alvorada”, ecônomo, tesoureiro da igreja e pre-sidente da Sociedade de Jovens.

Na vida secular foi funcionário do Banco do Brasil,responsável por muitos anos por revistas e outraspublicações do banco. Como desenhista chegou acolaborar com seu colega de banco, o famoso cartu-nista Jaguar, fazendo a “arte final” (passando a lim-po) os desenhos que ele Jaguar fazia para publica-ções brasileiras e estrangeiras. Alem de apreciadorda boa música tocava gaita (harmônica de boca)muito bem, tendo participado de conjuntos de câ-mera com artistas de renome deste instrumento.

Era, provavel-mente, o maiorconhecedor dehistórias em qua-drinhos do Brasil,colecionando erestaurando mui-tas das sériesmais famosas domundo inteiro.Alem disso, apre-ciava e coleciona-va publicaçõessobre a históriado automóvel,

tendo uma vasta coleção de miniaturas de automó-veis. Também tinha aptidão para o artesanato, che-gando a confeccionar precisos brinquedos para seusnetos. Usava suas habilidades para restaurar reló-gios antigos, pesquisando suas formas originaispara artisticamente recompô-los. Enveredou pelaliteratura escrevendo sobre pessoas de sua família,criando verdadeiras preciosidades, muito bem escri-tas e preciosamente ilustradas por ele.

Ênio perdeu prematuramente alguns de seus maio-res amigos: Jairo da Cruz Alves, Hugo dos PassosFernandes, Lineu Pantaleão, José Carlos Nunes.Agora ele deixa saudosos muitos, como eu que mui-to aprendi com ele vendo-o trabalhar com meu ir-mão (anos 50), trabalhando com ele no “Alvorada”(anos 60), e em nossos encontros em Friburgo, noRio e em Chiador (desde o casamento dele com aminha sobrinha Márcia).

Todos os seus múltiplos talentos estiveram sempreem sintonia e a serviço de uma Vida Cristã, nas igre-jas metodistas e presbiterianas às quais pertenceu.

P

Ao Ennio, em seu aniversário

Márcia Alves Imbuzeiro (*)

Falar de alguém muito especial é difícil. Não defini-mos com facilidade o ponto que devemos tomarcomo início. Quanto mais nos apaixonamos maissomos parciais, envolvidos, e mais e mais nos mistu-ramos às histórias das pessoas a quem amamos. Essaé uma história parcial. Não há nenhuma preocupa-ção com isenção. O que nossa narrativa quer fazer édesenvolver o nosso mito familiar com todo o fascí-nio que nos é por demais conhecido.

Vamos falar do companheiro, do pai, do ir-mão, do amigo, do avô, do sogrão, do tio meio pai,do primo traquinas, do neto fanfarrão e do filho deum casal orgulhoso que um dia o trouxe ao mundo,vó Elzira e vô Noquinha.

Eu, como todos sabem, sou sua fã númeroum. Apaixonadíssima, uni minha história à dele e,magicamente, formamos esse grupo lindo, grande ebarulhento, mas que nos enche de orgulho. Nossosfilhos, distribuídos entre as crianças e os meninossão: Murilo, Nando, Ricardo, Anisley e Melo.

Nossa personagem tem muitos codinomes,atende na vizinhança por Sô Enis.

Graças ao seu jeito de menino, irrecuperável,diga-se de passagem, será sempre garotinho.

Era uma vez um garotinho chamado Ennio.Irmão de Zizi, Eni e Luís Sérgio, correu pelas ruasdos subúrbios do Rio e foi parar num endereço en-cantado, lá na Rua Marumbi 12. Apesar de sua ori-gem presbiteriana, chegou à Igreja metodista de VilaIsabel e lá se juntou à minha família, para aflição dovelho Itiberê, conselheiro dos juvenis. Foi considera-do por minha avó como seu filho. Passou a fazerparte do clã dos Alves. Os tios Márcio, Zezé, Bebetoe Célia, falam muito desse tempo. Olhem só queconfusão nós dois juntos já arranjamos de saída.

Ele e meu pai, com apenas 16 anos fundarama Moto Revista, meninos que de tão novinhos queeram precisaram que Daniel assinasse por eles paraque a revista pudesse existir. Não haviam atingido amaioridade, mas que importância isso tinha? Ossonhos precisavam mover a realidade, e assim elesse colocavam em movimento.

Em 1977 nos reencontramos, apesar de todasas dificuldades que nos rodeavam resolvemos que apartir dali nossa história seguiria em parceria. Reu-nimos nossos filhos, com cuidados especiais trata-mos esses diversos encontros, até que realmentefossemos uma família coesa. Eu o elegi como ogrande companheiro. Ele, que me conhecia desdeque cheguei ao mundo, aceitou minha eleição. Podiafazer uma boa análise de contexto já que havia pas-seado pelos campos da minha história. Nada era

segredo para ele que vivia nas casas de minha genteantes que eu me apropriasse delas. Meus queridoseram seus amados e assim, apesar do susto que nos-sa decisão causou, nossas famílias nos amaram e demodo muito especial nos protegeram.

Sua vida foi feita de acontecimentos especi-ais, e ele os absorveu com muita sensibilidade. Seusamigos, seus companheiros de trabalho formam umaverdadeira irmandade. Entre eles o tempo não urdetramas, não cria distância. Quando estão juntos, tudoo que houve entre os encontros desaparece magica-mente e eles num balanço enigmático, seguem paranovas aventuras. Que bem o fale o Nadinho.

Deus o fez indestrutível. não há mazelas queo derrubem, as revascularizações que o digam. Maispródigo em vidas do que os felinos, segue certo deencontrar-se no colo do Pai Celestial. E Este, sempreo abençoa e renova suas forças até à próxima baldea-ção.

Dotado de uma sensibilidade especial, é ca-paz de traduzir em uma cena de cartum toda umagama de idéias que se viéssemos a narrá-las usaría-mos de um estúpido palavrório. Ele a traduz cominsinuantes traços, capazes de silenciar nossas con-jecturas. Esse é o nosso menino, levado pela Ninapara o cinema com apenas seis meses de vida.(Àsvezes me pergunto se não haveria de ser ela, com amagia cinematográfica, a responsável por esse modoespecial dele ver a vida). (...)

Hoje, nos reunimos aqui para um abraçomuito especial. É bom poder falar a quem amamos.Ver reunida a vida no sorriso de cada pessoa queri-da. É bom comemorar a vida. Queremos dizer bemalto e em bom som “até aqui nos fez chegar o Se-nhor”. Foi Ele quem colocou cada um de vocês emnosso caminho. Vocês são nossa bênção maior.

O ano que passou nos fez viver experiênciasincríveis. Ainda hoje pensamos que elas realmentenão são críveis. Mas, contudo, provamos o imensoamor do nosso Deus por cada um de nós. Deus nosfez fortes o suficiente para passarmos pelo caminhoestreito, e agora podemos dizer que Ele tem sido onosso grande escudo contra o mal e tem levantadoem cada amigo o companheiro necessário a todas astravessias.

Em cada ato de nossa história, cada um, aseu modo, desempenhou um papel abençoado. Essaé a razão de termos todos vocês à nossa mesa. Deusabençoe a cada um a quem amamos tanto.

Ao nosso menino de 71 anos, mais do que osparabéns quero dizer: Garotinho amado, Deus te fezgigante e somos felizes com você!

(*) texto escrito em 2004

Ao mestre e amigoEnoc Muniz Duarte

Foi em 1962, quando aos 17 anos ingressei na Socie-dade de Jovens. O presidente era Ennio de SouzaImbuzeiro, o Enio – era assim que ele escrevia o seunome no Alvorada e é assim que vou escrever tam-bém, pois não ouso contrariá-lo. Ele era para mimuma celebridade e perto dele eu me sentia como umnovato que ingressava em uma equipe cuja estrelaprincipal era ninguém menos que o Pelé.

No ano seguinte passei a fazer parte da equipe deredação do Alvorada e lá estava o Enio, aquele queconhecia, como ninguém os segredos de como fazerum jornal. A minha experiência era mínima, atéentão se limitara a ajudar ao conselheiro dos juve-nis, o grande Nelson Alves Peixoto, a fazer O Juve-nil, e foi com o Ênio que realmente aprendi a fazerum jornal.

Mais tarde fui o diretordo Alvorada, junto como Josias, que cuidava daparte administrativaenquanto eu cuidava daredação. O meu objetivoera fazer um jornal tãobom quanto o que o Eniofazia; esforço inútil, maseu tentava. Eu queria serum Enio. Que preten-são!!!

Em todo tempo que par-ticipei das equipes dejornalismo da Igreja deVila Isabel, passandopelo Alvorada, NossoJornal e pelo Jornal daVila, tive nele um mestre,com quem muito apren-di. Conversando com oZezé durante o velório,concordamos que se o Jornal da Vila presta umajusta homenagem ao Carlos Valle Rego, colocando-oem seus créditos como o seu fundador, que real-mente foi, devemos também uma homenagem aoEnio que é sem qualquer dúvida o grande respon-sável pela vocação jornalística da Igreja Metodistade Vila Isabel.

O Enio era o meu mestre, mas eu não poderia dizerque era também meu amigo, pois as nossas faixasetárias nos separavam. Ele era 12 anos mais velho e,

quando se tem vinte e poucos anos de idade, essadiferença é um empecilho para uma aproximação.

Muitos anos mais tarde, por motivos profissionaiseu vim para Nova Friburgo e tive uma agradávelsurpresa ao saber que ele também estava se mu-dando para cá. A medida que vamos envelhecendo,nossas idades vão se aproximando, o empecilhodesaparece e a amizade aflora.

Em Friburgo eu tinha além do mestre o amigo, por-que, é claro, continuei aprendendo com ele, em nos-sos longos papos que iam até bem tarde da noite.Conheci a sua cultura - “O Enio abrilhantava a nos-sa classe” - palavras do nosso professor da EscolaDominical. Conheci o seu bom senso, pelas suasopiniões sobre o momento político do país, da nossaigreja e do nosso papel no mundo de hoje.

Conheci, também, as suas manias e algumas delaseram iguais às minhas,como por exemplo: aaversão ao celular: elenunca teve um e eu, es-pero nunca ter. Eu achoque aquela minha pre-tensão continua. Eu ain-da quero ser um Enio.

Finalmente conheci a suacoragem e a sua fé. Ja-mais se deixou dominarpela doença, jamais dei-xou de dar glória a Deuspor tudo o que viveu;pelos bons momentos e,também, pelos momen-tos difíceis. Na últimavez em que conversa-mos, seis dias antes dasua morte, ele me faloudo quanto era feliz pelafamília e pelos muitosamigos que tinha. E nes-

sa mesma conversa me falou também dos seus pla-nos que ainda queira realizar.

Esse foi o Enio que eu conheci. Agradeço a Deuspelo amigo e mestre que colocou em minha vida.

Até breve amigo, vou sentir saudade dos nossospapos.

A arte de Ênio

Alvorada número 725, de 13/10/1963

O que há pela Vilao culto matutino do próximo domingo será lançada a segunda fase da campanha finan-ceira para a climatização de nosso templo. Para um gasto orçado em R$ 80.000,00, ain-da faltam cerca de R$ 40.000,00. O movimento será lançado por “famílias-polo”, que se

reunirão com outras em busca do alvo que for definido para cada grupo. Espera-se o apoio de-cidido de toda a igreja para que antes do verão tenhamos o ar condicionado em nosso templo.

o mesmo domingo o Rev.Ronan estará pregando na

Igreja Central de Volta Redon-da, que comemora seus 62 anosde vida. O Coral Henrique Soa-res também estará presente,cantando naquele culto.

e 27 a 29 deste mês serárealizada aqui na Vila a

Escola Bíblica de Férias, paranossa criançada. As inscriçõesdevem ser feitas antecipada-mente com a Alessandra.

om referência a crianças, ébom notar que na Socieda-

de Bíblica do Brasil – Rua Bue-nos Aires, 135, centro – está àvenda o livro “História Bíblicaem Quadros”, com bom conte-údo e boa apresentação. O pre-ço é de R$ 16,90.

erá agora na próxima quin-ta-feira a festa de encerra-

mento das atividades do Refor-

ço Escolar no primeiro semes-tre. Terá início às 14 horas.

na quinta-feira passada foiencerramento do Curso de

Alfabetização de Adultos, comum jantar de confraternização.

Igreja do Lins, nossa “fi-lha”, fará realizar no dia 4

de agosto a Festa do Milho.Eles estão nos convidando aparticipar. É a versão de nossaFesta na Roça.

e nosso irmão, Victor JoséFerreira, atual Diretor Ge-

ral do Bennett, recebemos oseguinte: “Obrigado pela re-messa do Jornal da Vila, quesempre leio. É muito bom sabersobre o que acontecendo nessaquerida comunidade metodis-ta. Desta feita, quero transmitirmeus agradecimentos a todaequipe do jornal pela nota naprimeira página sobre minha

posse na Direção Geral / Reito-ria do Bennett. Conto com asorações e o apoio dos irmãospara enfrentar esse difícil desa-fio.”

m retribuição à visita quenossos juvenis fizeram em

junho passado, os adolescentesda Igreja de Realengo estarãoconosco em 5 de agosto.

ara todos aqueles que par-ticipam da CLAM ou que

se interessam pelas atividadesda Igreja Metodista é bom pos-suir um exemplar dos Cânones,livro que contém a legislaçãode nossa igreja. A nova edição,com as alterações introduzidasno último Concílio Geral, podeser adquirida na Sede Regional.Custa R$ 32,00. Informaçõespelos telefones 2557-3542 e2577-7999. A Sede fica na R.Marques de Abrantes, 55.

Balancete do Jornal da Vila – 1º semestre de 2007Saldo em 31.12.2006: 740,90Recebimentos: janeiro 142,40

fevereiro 60,00março 327,50abril 115,00maio 50,00junho 70,00. + 765,00

Despesas: xerox: janeiro 125,00fevereiro 66,00março 88,00abril 1 10,00maio 88,00junho 189,00

grampos – fevereiro . 2,90. - 668,90Saldo em 30.06.2007: R$ 837,00Todos os pagamentos são feitos contra a apresentação de notasfiscais, que se encontram devidamente arquivadas e estão à dispo-sição dos interessados.

JORNAL DA VILAANO XXVII - Nº 1326Publicado semanalmente peloMinistério de Comunicação daIgreja Metodista de Vila Isabel -Rio de Janeiro (RJ)Diretor: Roberto PimentaRedator: Luiz PimentaXerox e distr. Walquírio MattosOs artigos assinados são de res-ponsabilidade de seus autores.Sua publicação não indica, ne-cessariamente,a concordância daRedação com o que é exposto.Se você ainda não é assinante doJornal da Vila, faça a sua assina-tura. Procure nossa banca parainformar-se.

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