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Mudança na legislação dos agrotóxicos divide opiniões Engenheiro Aleixo Belov dá a quinta volta ao mundo CREA REVISTA DO CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DA BAHIA v. 16, n. 61, Terceiro trimestre de 2018 ISSN 1679-2866

CREA · a governador para que eles digam o que pretendem fazer pelo setor. Propomos a todos os candidatos, três responderam e você pode conferir aqui na revista! Essa é uma forma

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Mudança na legislação dos agrotóxicos divide opiniões

Engenheiro Aleixo Belov dá a quinta volta ao mundo

CREAREVISTA DO CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DA BAHIA

v. 16, n. 61,Terceiro trimestre

de 2018

ISSN 1679-2866

EDITORIALAmigo leitor,

Nossa revista chega até você diferente, na palma da sua mão, cada vez mais atualizada de acordo com as necessidades do mundo digital e reconfigurado. Este é um veículo de comunicação que tem como propósito trazer temas importantes nas áreas de Engenharia, Agronomia e Geociências, apontando soluções e desafios dentro do nosso mercado profissional.

Nesta edição, trazemos uma primeira prestação de contas em relação aos avanços alcançados na execução do serviço do Crea Bahia, que tem sido nossa prioridade absoluta para que o profissional seja plenamente atendido pelo seu Conselho de Classe. Outra preocupação nossa é com a transparência. Por isso, transmitimos ao vivo todas as plenárias para que a sociedade possa acompanhar não só os debates, mas as decisões tomadas pelos representantes do nosso Conselho e o relatório de gastos. Implantamos também uma sala de acolhimento na sede, um local com a estrutura necessária para apoio ao profissional no acesso às informações e documentações solicitadas e também para tornar mais agradável o período do atendimento.

Temos uma reportagem que propõe a discussão do polêmico projeto aprovado em comissão na Câmara dos Deputados que muda a legislação sobre agrotóxicos no Brasil. É um tema dos mais relevantes, pois afeta diretamente os alimentos que chegam à nossa mesa diariamente. Com um olhar técnico, apresentamos alguns pontos de vista para que o leitor tire suas próprias conclusões. Trazemos ainda reportagem sobre os seminários BIM (Building Information Model), realizados em Salvador e mais 17 municípios baianos com uma presença expressiva de público. É muito gratificante perceber a sede de conhecimento dos profissionais e estudantes baianos e, melhor ainda, ver que o Conselho pode atuar no apoio de iniciativas como essas. Fico ainda mais feliz que o projeto BIM tenha ido além de Salvador. Nosso compromisso é com os profissionais de todo o estado e temos que mergulhar nas cidades do interior para que nossa representatividade seja realmente efetiva.

As Câmaras Especializadas do Crea-BA elaboraram perguntas aos candidatos a governador para que eles digam o que pretendem fazer pelo setor. Propomos a todos os candidatos, três responderam e você pode conferir aqui na revista! Essa é uma forma de sabermos como eles enxergam os projetos que influenciam diretamente nosso mercado e também de cobrarmos, depois das eleições, os resultados.

Por fim, não poderíamos deixar de destacar a entrevista com o engenheiro civil Aleixo Belov, um empreendedor e aventureiro que já deu a volta ao mundo cinco vezes, as duas últimas a bordo de uma embarcação projetada por ele mesmo. Ele conta que sua profissão o ajuda muito nas viagens, pois é preciso planejar e se antecipar aos problemas. Belov é muito espontâneo e isso fica evidente durante a entrevista. Ele é também uma prova viva de que o engenheiro pode ir além; é apenas uma questão de iniciativa e criatividade.

Boa leitura!Luis Edmundo Prado de Campos

Engenheiro civil, professor e presidente do Crea-BA

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PRESIDENTEEng. Civil Luís Edmundo Prado de Campos

CHEFE DE GABINETEEng. Civil Valter Sarmento

DIRETORIA 20181º. Vice-Presidente: Eng. Agr. Jonas Dantas dos Santos

2º. Vice-Presidente: Eng. Civil Karen Daniela Melo Miranda1º. Diretor Administrativo: Eng. Seg. Rodrigo Lobo Braga de Morais

2º. Diretor Administrativo: Eng. Agrim. Márcia Virgínia Cerqueira Santos1º. Diretor Financeiro: Eng. Elet. Natalino Medeiros do Bem

2º. Diretor Financeiro: Eng. Ftal Dalton Longue Júnior3º. Diretor Financeiro: Eng. Sanit. Mariluce Domingos Sousa Santos

CONSELHO EDITORIAL Victor Lopes – Gerente de Marketing e Projetos Estratégicos

Giesi Nascimento – Assessor TécnicoKaren Daniela – Engenharia Civil

Paulo Baqueiro – AgronomiaRodrigo Lobo – Engenharia de Segurança do Trabalho

Eduardo Sousa – Engenharia MecânicaJoseval Carqueija – Engenharia de Agrimensura

Marjorie Nolasco – Geologia Cristina Abreu – Engenharia Elétrica

Luis Filipe Freitas – Engenharia Química

Assessora de Comunicação Daniela Biscarde

ElaboraçãoEcomunicação

JornalistaAdelmo Borges

ColaboraçãoCarlos Baungartem

Foto CapaFreepik

Projeto gráfico e diagramaçãoAutor Visual/Perivaldo Barreto

Nosso endereçoAv. Professor Aloisio de Carvalho Filho, 402, Engenho Velho de Brotas

CEP: 40243-620 – Salvador/BahiaTels.: (71) 3453-8989/Telecrea: (71) 3453-8990

E-mail: [email protected]

As opiniões emitidas nas matérias e artigossão de total responsabilidade de seus autores.

Revista CREA-BA/Conselho Regional de Engenharia eAgronomia da Bahia. Nº 61 (Terceiro trimestre de 2018). Salvador: CREA-BA, 2006 - ISSN 1679-2866

Trimestral

1.Engenharia. I. Conselho Regional de Engenharia eAgronomia da Bahia

CDU 72:63 (813.8) CDD 720

ISSN 1679-2866v. 16, n. 61,

terceiro trimestre de 2018

06Segurança do TrabalhoEspecialização é exclusiva para graduados em Engenharia ou Arquitetura

16CandidatosPropostas para a Engenharia na Bahia

24AgrotóxicosEspecialistas opinam sobre a nova legislação

34Seminário BIMEvento é sucesso de público na Bahia

42Entrevista

Aleixo Belov fala de suas viagens ao redor do mundo

12Transparência

Plenárias do Crea-BA transmitidas ao vivo

14Mudança

Técnicos terão o próprio Conselho

Foto: Leonardo Papini

ESPAÇO DO LEITOR

FALE CONOSCOEnvie sua mensagem com nome completo, e-mail e telefone para os endereços eletrônicos: [email protected]. Lembramos que as mensagens poderão ser resumidas ou adaptadas ao espaço da revista. Siga o Crea-BA nas redes sociais www.facebook.com/creabahia e Twitter: @CreaBahia.Para anunciar, ligue para (71) 98888-1479. Edição online no site: www.creaba.org.br.

Quais os itens que devem ser atendidos no preenchimento da ART?

Fábio de Jesus - Salvador

A ART de obra ou serviço apresentada deverá atender aos seguintes itens:

• Ter sido anotada antes ou durante a execução da obra ou serviço;

• Ter sido emitida por profissional habilitado devidamente registrado no Crea no período de execução da obra ou serviço;

• Havendo empresa executora, esta deverá estar devidamente registrada no Crea no período de execução da obra ou serviço;

• O profissional deverá estar devidamente vinculado à empresa executora, perante o Crea, no período da execução da obra ou serviço;

• A ART deverá ser baixada após a conclusão da obra ou serviço.

Assessoria Técnica do Crea-BA

Realizei uma obra que foi terceirizada. Quem deve emitir meu Atestado de Capacidade Técnica?

João Pedro – Feira de Santana

O Atestado de Capacidade Técnica deverá ser emitido pela empresa que contratou diretamente o profissional para a execução da obra. Além disso, de acordo com o Art. 61 da Resolução nº 1025/09 do Confea, o documento deverá estar acompanhado de comprovante da anuência do contratante principal ou que comprove a efetiva participação do profissional na execução da obra ou prestação do serviço, tais como trabalhos técnicos, correspondências, diário de obras ou documentos equivalentes.

Assessoria Técnica do Crea-BA

Elogio à reportagemParabéns à revista pela escolha do tema compostagem e também pela forma abordada. Reportagem muito esclarecedora e abrangente, sobre prática importante, como solução para destino correto, e economicamente viável, dos “resíduos sólidos orgânicos” na melhoria de qualidade do meio ambiente e da cidade.

Betina Bona – Camaçari

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#SEGURANÇA DO TRABALHO Foto: AntClausen

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Dados do Ministério do Trabalho apontam que o Brasil é o quarto país do mundo no ranking de acidentes laborais. Os motivos são os mais variados e vão desde a ausência de equipamento de segurança, ao cansaço e à falta de medidas preventivas. Em 2017, mais de 37 mil ocorrências foram causadas por quedas no ambiente de trabalho, de acordo com o Instituto

Nacional do Seguro Social (INSS).

o decreto 92.530, de 1986, diz que o Confea definiria as atividades desses profissionais.

Antônio Geraldo explica que em 1991 o Confea editou a Resolução 359/91, definindo essas atividades, perfazendo um total de 18 itens e cada um deles tem um detalhamento que se desdobra em outras atribuições.

Após a conclusão da carga horária esta-belecida em lei, o profissional deve pro-curar anotar o curso junto ao Conselho, levando o certificado de conclusão e o histórico escolar. “Sendo aprovado o pedido, o profissional passa a ter um novo título e acréscimo de atribuições”, destaca Antônio Geraldo, acrescentan-do que o currículo mínimo foi estabe-lecido com carga horária total de 600 horas. “Existem disciplinas obrigatórias para esse curso, inclusive com a carga horária definida. Higiene industrial, por

exemplo, teve a carga horária mínima definida em 140 horas”, lembra o técnico do Crea-BA.

Ter o título, entretanto, não significa que o profissional pode exercer qualquer tipo de serviço. “O Parecer nº 19/87 do Conselho Federal deixou claro que a ati-vidade do Engenheiro de Segurança do Trabalho não pode fazer interface com outras áreas técnicas da Engenharia”, ressalta o analista, enfatizando que a função tem relação direta com a prote-ção do trabalhador.

Ele dá um exemplo: um engenheiro ambiental que tenha essa especiali-zação anotada na carteira não seria o profissional mais habilitado para fazer uma análise de risco dentro de uma subestação de energia elétrica de alta tensão. Nesse caso, seria o próprio en-genheiro eletricista. Alerta que em uma situação como essa, o profissional po-

SEGURANÇA DO TRABALHO

ENGENHEIRO DESEGURANÇA DOTRABALHOEspecialização é exclusiva para graduadosem Engenharia ou Arquitetura

O engenheiro de segurança do trabalho é o profissional que propõe medidas preventivas, por conhecer a natureza e gravidade das lesões provenientes dos acidentes, cuja especialização tem uma particularidade: o curso somente pode ser feito por engenheiro ou arquiteto, em nível de pós-graduação, e necessita estar devidamente cadastrado no Crea.

De acordo com Antônio Geraldo Ferreira, engenheiro eletricista e de seguran-ça do trabalho e que assessora a Câmara Especializada de Engenharia de Segurança do Trabalho – CEEST do Crea-BA, essa pós-graduação tem uma característica particular em relação a outras, por ter sua regulamentação dada por uma lei federal, a 7.410, de 1985. Essa lei define que o Ministério do Trabalho é quem estabeleceria o currículo mínimo do curso. A regula-mentação, publicada um ano depois,

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15 mil trabalhadores foram vítimas

de acidentes de trabalho fatais

4 milh

ões de acidentes e

doenças do trabalho, gerando um gasto superior a R$ 26 bilhões somente com despesas previdenciárias e 315 milhões de dias de trabalho perdidos.

15%foram causados por máquinas e equipamentos, atividade

em que as amputações são 15 vezes mais frequentes e que gera 3 vezes mais vítimas fatais que a média geral.

1 acidente a cada 48 segundos ocorre nos mais diversos setores e ambientes do trabalho brasileiros. Desse total, 15.840 resultaram em mortes, ou seja, uma morte em acidente estimada a cada 3h 38m 43s.

Fonte: Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho. Dados compreendem o período de 2012 a 2017

São mais de 335 milhões de dias de trabalho perdidos por causa dos acidentes de trabalho no Brasil, desde 2012.

ACIDENTES DE TRABALHO NO BRASIL

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derá incorrer em eventual exorbitância das suas atribuições. Para examinar um risco em uma subestação de energia elétrica é necessário ter conhecimen-tos específicos sobre campos elétri-cos e magnéticos, procedimentos de energização e desenergização, níveis de tensão, normas técnicas aplicadas, entre outros aspectos. Isso caracteriza, de certa forma, o exercício ilegal da pro-fissão, pois o engenheiro ambiental vai opinar tecnicamente sobre uma área que não é a específica da sua formação.

Conduta ética é fundamentalSegundo Geraldo, o profissional pre-cisa ter uma conduta ética para não imaginar que, apenas por ter uma pós--graduação, vai poder exercer qualquer atividade. Ele dá outro exemplo: A NR-18, que trata do programa condições e meio ambiente de trabalho na indústria

da construção - PCMAT, é muito aplica-da para os canteiros de obras. “Quem melhor pode elaborar esse programa é o engenheiro civil com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho”, defende o analista.

Atividades comuns nessa especialidade são treinamentos previstos na área de segurança, elaboração e implantação do programa de prevenção de riscos ambientais, diagnóstico para saber se determinada empresa está cumprindo os requisitos exigidos pelo Ministério do Trabalho, entre outras funções.

Sobre a remuneração da carreira, Antônio Geraldo lembra que, como o profissional tem a formação prévia em Engenharia, o salário mínimo profissio-nal se aplica à graduação dele.

A Câmara Especializada de Engenharia de Segurança do Trabalho do Crea-BA tem observado que nos últimos três anos aumentou significativamente os pedidos de anotação desse curso. Com

a crise na Engenharia, muitos profissionais estão buscando atuar como peritos. “Só que essa atividade requer uma certa experiência, um domínio da aplicação das NRs e, princi-palmente, é preciso conhecer bastante os ter-mos específicos dessa atividade no Código de Processo Civil.”

Outro aspecto destacado por Antônio Geraldo é a grande busca por cursos a distância. A Lei de Diretrizes e Bases prevê essa modalidade, só que existem prerrogativas legais que pre-cisam ser obedecidas, como credenciamento da instituição, estrutura física e aspectos di-dáticos. Por exemplo, ele não pode ser 100% à distância, tem que ter obrigatoriamente uma parte presencial.

Segundo o analista da Câmara Especializada de Engenharia de Segurança do Trabalho do Crea-BA, nem sempre o interessado no cur-so observa essas questões. Outros aspectos importantes lembrados por Antônio Geraldo: o curso só pode ser feito após a conclusão da graduação em Engenharia ou Arquitetura e tecnólogo não pode fazer essa pós-graduação.

O engenheiro de segurança do trabalho não pode fazer interface com outras áreas

técnicas da EngenhariaAntônio Geraldo Ferreira, engenheiro eletricista e de segurança do trabalho e assessor da Câmara Especializada de Engenharia

de Segurança do Trabalho – CEEST do Crea-BA

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SEGURANÇA DO TRABALHO

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#SEGURANÇA DO TRABALHO

Cursos clandestinosO presidente da Abese (Associação Baiana de Engenharia de Segurança) e coordena-dor da Câmara Especializada de Engenharia de Segurança do Trabalho do Crea-BA, José Francisco Ramalho, reforça o que diz Antônio Geraldo, lembrando que existe uma grande quantidade de cursos a distância atuando na clandestinidade e formando profissionais sem nem mesmo fazer avaliações e concedendo diplomas. “Tem sido um problema lidar com os egressos desses cursos fictícios na Câmara Especializada do Crea-BA”, diz ele.

Ramalho, que é engenheiro civil, de minas e de segurança do trabalho, além de advogado e professor universitário, destaca que entre as atribuições do profissional com essa especia-lização está a função de perito judicial. Nas questões trabalhistas, ao ser arguida em juízo qualquer questão ligada à insalubridade ou pe-riculosidade, o juiz é obrigado a determinar que se realize uma perícia, a cargo do engenheiro de segurança do trabalho ou médico do trabalho.

Outro campo mais amplo são as grandes indús-trias ou corporações, obrigadas a ter em seus quadros esses profissionais. A NR4, da porta-ria 3.214, estabelece que a depender do grau de risco da atividade da empresa e o número de empregados, é obrigatório ter um Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho. Em geral, as empresas com mais de 100 empregados e que têm um grau de risco entre três e quatro são obrigadas a ter esse profissional.

A indústria é o segmento que absorve a maior parte desses profissionais, seja da construção civil, petroquímica ou metal mecânica.

Outros campos de atuação são a área acadêmica, cursos e palestras, além de consultoria. Esta envolve não só a orientação ao gestor da empresa sobre os procedimentos mais ade-quados na área, como a produção de documentos próprios do setor, entre eles o PPRA (Programa de Prevenção de Risco Ambiental), o LTCAT (Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho) e Laudo de Periculosidade e Insalubridade que as empresas solici-tam para subsidiar e dar suporte às suas ações gerenciais.

Mesmo em atividades de baixo risco, na qual a empresa não seja obrigada a ter esse profissional, o empresário deve buscar um assessoramento na área visando evitar acidentes. “Dessa forma ele vai ter um excelente custo benefício, pois vai reduzir os acidentes e as doenças ocupacionais, que resultam em afastamento”, destaca Ramalho.

Existem cerca de 5 mil profissionais, com base nos registros do Crea-BA, atuando nessa área na Bahia. A concen-tração maior é na Região Metropolitana e em cidades com polos industriais, como Feira de Santana, Juazeiro, Vitória da Conquista, Itabuna e Ilhéus. “Várias dessas cidades têm cursos presenciais, qualificados e respeitados”, diz o con-selheiro do Crea-BA.

Orientação sobre riscosO engenheiro de produção com Especialização em Segurança do Trabalho Eric Santos Ornelas atua há cinco anos na função dentro de uma empresa multinacional do ramo de BPO - Business Process Outsourcing, em Salvador. Ele coordena equipes de SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) formadas por técnicos, bombeiros, enfer-meiros e médicos do trabalho, além de elaborar plano de combate a incêndio, realizar inspeções, análise de risco e trei-namento de brigada, entre outras tarefas.

A empresa possui um número elevado de funcionários e o grau de risco é baixo,

mas existem aspectos que devem ser considerados pelo engenheiro de segu-rança do trabalho, como o posto de tra-balho dos colaboradores para o desen-volvimento de suas atividades diárias, a rotina de atividades e acidentes de trajeto. “Identificamos as oportunidades de melhoria e informamos à empresa qual o tipo de medida preventiva a ser implementada”, ressalta o engenheiro, enfatizando que, por exemplo, as pausas para descanso junto com a ginástica laboral podem ajudar o trabalhador a não vir a ter uma lesão.

Além disso, o engenheiro coordena, todos os anos, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes, sempre com um tema diferente. Este ano foi sobre situações de emergência.

Eric garante que essas ações trazem re-sultado positivo para a empresa, com a redução de acidentes e de doenças ocu-pacionais. Ele lembra que os emprega-dores precisam, com o e-social, informar ao governo, o número mensal de aciden-tes e, quanto mais trabalhadores afasta-dos por motivo de acidentes ou doenças ocupacionais, maior será o imposto a ser recolhido sobre a folha de pagamento.

O engenheiro dá um exemplo concreto de situação de afastamento do traba-lhador: assalto no trajeto para empresa. Esse tipo de situação pode gerar um abalo psicológico para o funcionário, causando a sua ausência. “Por isso faze-mos parceria com a Polícia Militar, que ministra palestras, dando dicas de segu-rança e cuidados básicos no trajeto até a empresa para evitar possíveis assaltos.”

Fotos: Adelmo Borges

José Francisco Ramalho, conselheiro do Crea-BA e presidente da Abese

Eric Santos Ornelas, engenheiro de produção com Especialização em Segurança do TrabalhoCREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 201810

#NOTÍCIAS DO CREA-BA

PLENÁRIAS AO VIVOUm dos destaques da nova gestão do Crea-BA é a transmissão ao vivo das plenárias da instituição. Para assistir, basta acessar o canal do Youtube do Conselho ou o FacebookCREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 201812

A transmissão das plenárias serve também para apresentar os custos com diárias

e deslocamento, passagens, alimentação e infraestrutura de transmissão, tornando o processo transparente para toda a sociedade, um compromisso de campanha do presidente, o engenheiro civil Luís Edmundo Prado de Campos.

O internauta, por meio de computador, tablet ou smartphone, pode acompa-nhar não só as plenárias, mas todos os eventos que acontecem no auditório da instituição. Apenas a reunião da Comissão de Ética, por uma questão legal, não pode ser transmitida.

A Plenária do Crea é o órgão colegiado decisório da estrutura básica que tem por finalidade decidir os assuntos rela-cionados às competências do Conselho Regional, constituindo a segunda ins-tância de julgamento no âmbito de sua jurisdição, ressalvado o caso de foro pri-vilegiado. Decide questões de natureza política e multiprofissionais.

As reuniões são mensais, sempre na primeira quinzena, e somente os Conselheiros têm direito a voz e voto. Os demais participantes ou convidados somente podem falar quando lhes for concedida a palavra. A pauta da sessão plenária é decidida coletivamente pelo presidente, diretores, chefia de gabinete e indicação das Câmaras Especializadas.

Todos os conselheiros precisam partici-par, sendo que o quorum para instalação e funcionamento da sessão plenária corresponde ao número inteiro imedia-tamente superior à metade da compo-sição do Plenário.

Da decisão do Plenário do Crea cabe recurso ao Confea pela parte legitima-mente interessada, com efeito suspen-sivo, no prazo de 60 dias, contado do recebimento da notificação pela parte interessada.

A ordem dos trabalhos do Plenário obedece à seguinte sequência:

I – Verificação do quorum;

II – Execução do Hino Nacional;

III – Execução do Hino do Estado da Bahia;

IV – Discussão e aprovação da ata da sessão plenária anterior;

V – Leitura de extrato de correspon-dências recebidas e expedidas;

VI – Comunicados; e

VII – Ordem do dia.

Sala de acolhimentoOs profissionais do Crea-BA têm um lo-cal com computador e impressora para acessar a internet, digitalizar e imprimir documentos exigidos pelo Conselho, além de poder atualizar leitura de in-formativos do Sistema Confea/Crea e Mútua enquanto aguardam atendimen-to. A Sala de Acolhimento foi criada para dar mais conforto aos profissionais que procuram a instituição.

Inscrições abertas para o Prêmio Arlindo FragosoCriado com o objetivo de estimular a ge-ração de conhecimento e a cultura em-preendedora na Bahia, o Prêmio Arlindo Fragoso de Tecnologia e Inovação, promovido pelo Crea-BA e Instituto Politécnico da Bahia (IPB), está com as inscrições abertas até o dia 11 de outubro.

Os melhores projetos terão apoio financeiro (R$ 15 mil, R$ 7,5 mil e R$ 5 mil para o primeiro, segundo e terceiro colocados, respectivamente), além de troféu, medalha, certificados, consultoria específica para a proteção da propriedade industrial, coaching nas áreas de gestão inovação e empreendedorismo. Mais informações, no site www.creaba.org.br

Certidão de Acervo TécnicoA Certidão de Acervo Técnico - CAT está sendo liberada no prazo de 30 dias, como está na carta de serviços do Crea-BA. A medida foi possível graças à otimização dos processos internos. A CAT é o instrumento que certifica, para os efeitos legais, as obras ou ser-viços técnicos registrados no Crea-BA e que constituem o acervo técnico do profissional.

NOTÍCIAS DO CREA-BA

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 2018 13

#TÉCNICOS INDUSTRIAIS

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 201814

TÉCNICOS INDUSTRIAIS

LEGISLAÇÃO DETERMINA SAÍDA DE TÉCNICOS DO SISTEMA CONFEA/CREAOs registros migrarão para o novo Conselho da categoria

Os técnicos industriais não fazem mais parte do Sistema Confea/Crea. A Lei Federal 13.639/2018, promulgada em março deste ano, criou o Conselho Federal dos Técnicos Industriais e o Conselho Federal dos Técnicos Agrícolas.

Desde 21 de setembro que o Crea não presta mais serviços aos técnicos in-dustriais, que agora têm o seu próprio Conselho. O mesmo, porém, não vale para os técnicos agrícolas, cujo Conselho próprio ainda não foi instalado.

Conforme prevê a legislação, os re-gistros dos técnicos industriais serão migrados para o novo Conselho, bem como os acervos técnicos, processos e outros dados cadastrais.

As empresas que tiverem um profissio-nal de nível médio como Responsável Técnico deverão substituí-lo por um

com nível superior para manter as suas atividades regulares junto ao Sistema Confea/Crea.

Segundo Sérgio Souza, técnico em ele-trotécnica, presidente da Associação dos Técnicos em Eletrotécnica e Eletromecânica da Bahia e conselhei-ro federal, a medida veio atender a um anseio antigo da categoria, que queria ter o próprio Conselho. Ele acredita que agora os profissionais terão mais repre-sentatividade política.

Conforme determina a lei, a sede do novo Conselho na Bahia será em

Salvador, em local a ser definido pelos novos conselheiros e dirigentes eleitos.

Sérgio esclarece que no caso de um técnico industrial ter obtido uma graduação posterior em Engenharia, esse profissional continua a fazer parte do Sistema Confea/Crea, a não ser que ele ingresse com um pedido no novo Conselho solicitando a inclusão.

ALGUMAS ATRIBUIÇÕES DO NOVO CONSELHO• Zelar pela dignidade, pela independência, pelas prerrogativas e pela valorização do exercício profissional dos técnicos; • Homologar os regimentos internos e as prestações de contas dos conselhos regionais; • Inscrever empresas de técnicos industriais ou de técnicos agrícolas, conforme o caso, e profissionais estrangeiros técnicos

industriais ou técnicos agrícolas, conforme o caso, que não tenham domicílio no País; • Representar os técnicos industriais ou os técnicos agrícolas, conforme o caso, em colegiados de órgãos da Administração

Pública federal que tratem de questões do respectivo exercício profissional; • Aprovar e divulgar tabelas indicativas de honorários dos técnicos industriais ou dos técnicos agrícolas, conforme o caso; • Instituir e manter o Acervo de Responsabilidade Técnica dos Técnicos Industriais ou o Acervo de Responsabilidade Técnica

dos Técnicos Agrícolas, conforme o caso.

Sergio Souza, presidente da Associação dos Técnicos em Eletrotécnica e Eletromecânica da Bahia

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 2018 15

#CANDIDATOS AO GOVERNO

PROPOSTAS DOS CANDIDATOS AO GOVERNO DA BAHIA PARA A ENGENHARIAA Revista do Crea-BA convidou candidatos ao Governo da Bahia a responder questões sobre diversos aspectos envolvendo a Engenharia em nosso estado. Entramos em contato com todos eles e estabelecemos um prazo, mas até o fechamento desta edição apenas três responderam às perguntas elaboradas pelas Câmaras Especializadas do Conselho: em ordem alfabética, Célia Sacramento, José Ronaldo e Rui Costa. Acompanhe a seguir as respostas.

RUI COSTACÉLIA SACRAMENTO JOSÉ RONALDO

Foto: Ângelo Pontes

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CANDIDATOS AO GOVERNO

PERGUNTAS CÉLIA SACRAMENTO JOSÉ RONALDO RUI COSTA

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S O Estado da Bahia possui uma diversidade mineral ampla, que assegura a presença de grandes empreendimentos para o setor mineral capazes de promover divisas e empregabilidade para milhares de trabalhadores. Qual a agenda para o desenvolvimento do setor mineral no Estado da Bahia, no seu governo, caso eleito?

Em decorrência desta diversidade, há alguma prioridade na implantação de políticas de cunho local?

Vamos construir políticas públicas que viabilizem as ferrovias e dotar os portos baianos de infraestrutura para possibilitar o escoamento da produção mineral; ampliar o orçamento dos Centros de Extensão Universitários, Pesquisa, Ciência e Tecnologia para identificação das potencialidades e também anomalias minerais existentes no solo baiano, viabilizando, inclusive, o intercâmbio dos estudantes universitários das universidades públicas estaduais para centros de pesquisa e desenvolvimento de outros países. Vamos também possibilitar os trabalhos de avaliação e auditoria para análises de viabilidade ambiental sustentável, através dos órgãos e entidades de regularização e licenciamento ambiental.

Sim, a viabilização da ferrovia que liga as cidades entre Ilhéus e Barra da Rocha; priorizar a conclusão da ferrovia que liga ao porto de Ilhéus.

A Bahia possui um subsolo rico. Nossa produção cresceu no ano passado em 20% e o Estado é apontado como o primeiro do País em requisição de áreas para pesquisa mineral. A extração dos minérios e também a atração de grandes empresas e investimentos são coisas naturais, mesmo. Infelizmente, nos últimos 12 anos de governo do PT pouco se atraiu de investimentos para o setor. O Estado não investe em infraestrutura que permita o escoamento da produção. Temos estradas em péssima situação e também vemos que as obras da Ferrovia Oeste Leste (Fiol) e do Porto de Ilhéus vão sendo empurradas com a barriga. A Bahia Mineração, por exemplo, aguarda há 10 anos a garantia de construção da ferrovia para que possa escoar sua produção de minério de ferro. Em outra ponta, apesar da demanda, não conseguimos exportar nossas riquezas como ouro, níquel e rochas ornamentais por falta de competência administrativa e infraestrutura.

Vamos buscar resolver os gargalos, o que impede a maior produtividade, principalmente com relação a estradas – hoje muito ruins – e fazer com que as empresas aqui instaladas possam dar o melhor de si.

No setor mineral, a Bahia alcançou 100% do seu território coberto com o levantamento aerogeofísico de alta resolução, atingindo o pleno conhecimento geológico de suas áreas e viabilizando importantes descobertas, como as de níquel e cobre no prospecto Caboclo dos Mangueiros (Pilão Arcado-Campo Alegre de Lourdes), com recursos de níquel e cobre estimados em 200 milhões de toneladas e perspectivas de alcançar até 490 milhões de toneladas. Destaca-se o prospecto Jurema Leste, constituído por cinco alvos de pesquisa para ouro e os de minério de ferro na região de Paratinga, com recursos mínimos da ordem de 150 milhões de toneladas, podendo chegar a 400 milhões de toneladas.

A prioridade é aumentar a competitividade do setor com a ampliação da produção mineral e minero-industrial, buscando atrair novos investimentos por meio da ampliação do conhecimento geológico do Estado, com a disponibilização para a iniciativa privada de estudos e áreas com potencial mineral comprovado, estimulando o encadeamento, a agregação de valor e a estruturação dos elos de comércio, serviços e logística para as cadeias produtivas minerais e o aproveitamento dos seus resíduos.

RESPOSTAS

Foto: Carla Ornelas_GovBA

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 2018 17

#CANDIDATOS AO GOVERNO DA BAHIA

PERGUNTAS CÉLIA SACRAMENTO JOSÉ RONALDO RUI COSTA

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Considerando a extensão territorial do Estado da Bahia, a situação atual quanto à titulação de terras devolutas e a regularização fundiária urbana são bem complexas. Qual o plano do candidato para a evolução das políticas públicas voltadas para a regularização fundiária?

Fortalecer as políticas públicas e ações que potencializem a regularização fundiária com o reconhecimento do direito à moradia digna dos povos urbanos e também dos povos de comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas, pescadores, ribeirinhos e caiçaras).

A Bahia está muito atrasada na questão de titulação de terras devolutas e regularização fundiária. É preciso mais trabalho e menos promessas. Vamos fazer um levantamento com relação à situação. Em 12 anos, o governo do PT não implantou nenhum programa de desenvolvimento urbano das cidades.

A Secretaria de Desenvolvimento Urbano perdeu sua capacidade técnica que lhe daria condições de traçar políticas claras. Propomos uma atenção maior às cidades, buscando estruturá-las e desenvolvê-las.

Ampliação da ação da política de regularização fundiária, através do Programa Bahia Mais Forte-Terra Legal, em parceria com consórcios públicos, prefeituras, setor privado e entidades de ATER.

Entrega de títulos de reconhecimento de domínio para Comunidades Remanescentes de Quilombos e regularização de áreas coletivas de Comunidades Tradicionais de Fundo e Fecho de Pasto.

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Quais os planos do futuro governo para a área de energia elétrica no Estado da Bahia?

Construir políticas públicas que viabilizem ampliar a geração de energia eólica com 100 % de instalação das linhas de transmissão para uso otimizado, como também viabilizar energia solar com ênfase nas áreas do semiárido.

Em termos de produção de energias renováveis, a Bahia alcançou algumas posições de liderança pelo simples fato de ser privilegiada em vento e na insolação. Se dependesse de iniciativas do governo estadual, nada aconteceria. Fomos, por exemplo, um dos últimos estados a isentar a cobrança de ICMS para energia solar (micro e minigeração), o que só aconteceu após forte pressão do setor. O estado tem que ter gerência nesse setor e garantir os investimentos. As indústrias, médias e grandes, devem ser estimuladas a trabalhar com energia solar. Temos alternativas e precisamos pô-las em prática. O que não pode é ficar de braços cruzados e apenas observar como o governo do PT vem fazendo há 12 anos na Bahia.

Ampliar a cobertura e distribuição de energia, de forma a suprir as demandas e permitir a instalação de novos empreendimentos como: priorizar a construção da subestação de energia da Coelba para atender regiões ainda sem energia como Formosa do Rio Preto e Jaborandi.

A energia é um tema precioso. Nesta perspectiva de desenvolvimento, cabe ao governo, em parceria com o setor privado, assegurar a energia necessária para dar sustentação aos processos de produção. Contudo, mais do que garantir a energia, é preciso investir nas chamadas energias limpas, estabelecendo uma relação sustentável com o meio ambiente. É preciso avançar na construção de parques de energia solar e eólica.

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Como o candidato avalia a situação dos diversos locais onde ocorrem shows com grande concentração de pessoas, muitos deles sem as medidas necessárias de prevenção e combate a incêndio, bem como plano de emergência para situações de pânico? O que propõe a respeito desse fato, haja vista a tragédia ocorrida em 27/01/13, na Boate Kiss, localizada em Santa Maria-RS?

Propomos a construção de Políticas Públicas que exijam a existência de planos de emergência em lugares onde ocorram shows com grande concentração de pessoas. Como, também, a obrigatoriedade da presença dos Bombeiros Civis.

É um absurdo imaginar que ainda hoje ocorram tragédias como a da Boate Kiss ou o incêndio que destruiu quase que totalmente o Museu Nacional, no Rio de Janeiro. A Bahia tem tradição em grandes eventos e já deveria ter estabelecido uma política de combate e prevenção a desastres.

É fundamental que realizemos fóruns estaduais de segurança. O Estado tem o papel de estabelecer normas e fiscalizar o funcionamento de casas de shows e grandes eventos. Os Conselhos de Engenharia e Arquitetura podem ser parceiros, assim como as prefeituras.

Ampla e rigorosa fiscalização para assegurar que situações como essa aconteçam novamente, tanto na capital quanto no interior do estado. Também pretendemos ampliar o canal de comunicação para denúncias que apontem esse tipo de irregularidade.

RESPOSTAS

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 201818

CANDIDATOS AO GOVERNO

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 2018 19

#CANDIDATOS AO GOVERNO DA BAHIA

Foto: Alberto Coutinho_GovBA

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 201820

CANDIDATOS AO GOVERNO

RESPOSTAS

PERGUNTAS CÉLIA SACRAMENTO JOSÉ RONALDO RUI COSTA

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Nos últimos anos observamos um processo de desindustrialização e desinvestimentos no segmento industrial baiano. Considerando que a área industrial é um importante vetor para geração de empregos, renda e arrecadação de tributos, a CEEMM quer saber do candidato quais são as propostas para reverter esse quadro no Estado?

Adicionalmente, conhecendo o potencial de cada região/microrregião do Estado, quais ações estão sendo planejadas para dinamizar a indústria e os segmentos afins fora do eixo do Polo?

Construir políticas públicas que potencializem o polo de informática na região de Ilhéus e Itabuna, assim como as indústrias calçadistas espalhadas por diversos municípios. Iremos investir também na agroindústria de grãos no oeste, no segmento de papel e celulose no extremo sul e, fundamentalmente, na interiorização do turismo.

Tudo isso combinado com ações de melhoria na macroestrutura viária, criando corredores logísticos mais eficientes e capazes de reduzir custos, a exemplo da infraestrutura portuária. Sempre considerando os processos industriais sustentáveis.

É inegável a perda de dinamismo da economia baiana nos últimos 12 anos. E isso não se explica apenas pela retração ocorrida nacionalmente. Na verdade, nem mesmo nos períodos em que houve crescimento da economia brasileira a Bahia aproveitou para crescer junto, o que revela a existência de um fator endógeno no baixo desempenho da economia estadual. Se dividirmos o comportamento da nossa economia em períodos de quatro anos, a partir de 2007, em todos os intervalos em que houve crescimento, o da Bahia foi sempre menor que o brasileiro, e, quando houve queda, a da Bahia foi maior que a do Brasil. Trata-se de uma situação bem diferente da que ocorreu entre 2003 e 2006, quando o PIB baiano teve um crescimento acumulado 36% superior ao crescimento brasileiro. Nossa proposta é trabalhar pela retomada do desenvolvimento da Bahia, atraindo empresas, reativando polos industriais, como o calçadista na região sudoeste, investindo no potencial das regiões.

Nem mesmo estratégias de descentralização, que conseguiram estruturar importantes vetores de desenvolvimento no interior, como são os casos da indústria de papel e celulose, no Extremo Sul, da indústria calçadista, em diversas regiões, inclusive em algumas de baixo dinamismo, e da indústria de oleaginosas, no Oeste baiano, foram exemplos capazes de gerar, no governo baiano, atitudes para a sua reprodução em outros segmentos ou regiões. A falta de planejamento obrigou o governo a desativar importantes projetos de agricultura irrigada.

Algumas de nossas propostas: desconcentração espacial, buscando reduzir os grandes desníveis regionais existentes; adensamento das cadeias produtivas, de forma a conduzir à verticalização e geração de produtos de consumo final; expansão e fortalecimento dos principais polos industriais, agroindustriais e turísticos do estado.

A indústria baiana tem forte participação econômica no PIB do Estado com destaque para os setores de Petróleo e Gás, Química e Petroquímica, Energias Renováveis, Mineração, Agroindústria, Informática e Automobilístico. Grande parte desse desempenho econômico do estado, nos últimos 10 anos, resulta das ações de governo de apoiar a implantação e ampliação desses investimentos. Atualmente, o Governo da Bahia incentiva um total de 830 empreendimentos através dos seus principais programas (Desenvolve, ProBahia, Ativo Fixo e Informática).

Para os próximos anos, o desafio maior é que os jovens baianos possam estar qualificados para usar as novas tecnologias e participar ativamente do mercado de trabalho. O Governo seguirá investindo na preparação de professores e profissionais para que eles, por sua vez, possam formar os jovens nesse ambiente tecnológico de rápida transformação.

Implantação do polo ceramista de Barreiros, para realocação de 15 indústrias cerâmicas instaladas no centro urbano do distrito, no município de Riachão do Jacuípe, para a sede do município, com recursos aplicados no valor de R$ 3,03 milhões beneficiando cerca de 25 produtores locais.

Atrair investimentos, visando agregar valor às cadeias produtivas da agropecuária; fortalecer a agroindústria existente, por meio ordenamento e orientação para o crédito financeiro.

Adensar as cadeias produtivas existentes e atrair empreendimentos em setores estratégicos de acordo com as vocações regionais do Estado da Bahia, preservando a competitividade fiscal e tributária.

Diversificar a base produtiva através do incentivo ao conteúdo local, além da formação de mão de obra qualificada de acordo com as necessidades das cadeias produtivas e as vocações territoriais.

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 2018 21

#CANDIDATOS AO GOVERNO DA BAHIA

RESPOSTAS

PERGUNTAS CÉLIA SACRAMENTO JOSÉ RONALDO RUI COSTA

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Por que o Governo do Estado extinguiu dois órgãos de grande importância para a Engenharia, como o DERBA, departamento que foi referência na área de estradas, bem como a SUCAB, que executava as obras administrativas do Estado, e, ao mesmo tempo, aumentou o número de secretárias do Estado?

Quais os planos para a conclusão da Fiol e construção do porto? Não seria prioridade concentrar recursos nessas importantes obras para o desenvolvimento do estado em vez de investir agora na ponte Itaparica?

Canalizar esforços institucionais, dialogando com todos os atores que estão inviabilizando empreendimento de tamanha importância para o desenvolvimento econômico e social com sustentabilidade.

Sim. Não daremos prioridade à construção da ponte Salvador – Itaparica, mas implementaremos ações para viabilizar que ela seja construída no médio prazo.

A extinção do Derba tem sido assunto recorrente nas reuniões que realizamos com lideranças em todo o interior do estado. É preciso redesenhar a rede rodoviária da Bahia, até hoje apoiada em um modelo radioconcêntrico, que conduz sempre à capital. Precisamos fortalecer as nossas “capitais regionais”. A duplicação da rodovia Ilhéus-Conquista, com 276 quilômetros de extensão, interligando Ilhéus, Itabuna, Itapetinga e Vitória da Conquista possibilitará que esses polos urbanos sejam fortalecidos, além de melhorar a acessibilidade a todo o Sudoeste do estado, até alcançar a divisa com Goiás.

Prometidos há mais de uma década, o Porto Sul nunca saiu do papel, e a Ferrovia de Integração Oeste- Leste (FIOL) está com as obras paralisadas. Ambos são empreendimentos integrados e indispensáveis para criar novas perspectivas de desenvolvimento para o nosso estado.

Nos próximos quatro anos, de forma articulada com o governo federal, haveremos de implantar esses projetos, também integrados com a exploração da província mineral de Caetité/Brumado.

O Estado mantém a estratégia de sustentar parcela expressiva dos investimentos planejados para a economia, em diversos setores, com recursos privados através de PPP’s e concessões.

O esforço para a conclusão destes projetos é fundamental para induzir maiores investimentos na economia baiana. Na RMS, por exemplo, com a implantação do Metrô e a construção das vias Vermelha (29 de Março) e Azul (Av. Gal Costa), novas oportunidades para a construção civil, em habitação e comércio, foram criadas.

Semelhante perspectiva espera-se com a implantação do SVO (Sistema Viário Oeste) e da Fiol (Ferrovia Oeste Leste), que permitirão a incorporação de novas zonas econômicas na base produtiva do estado. Cabe destacar a presença de grandes projetos com horizonte de longo prazo na lista de investimentos, como os projetos estruturantes do Sistema Viário Oeste – Ponte Salvador-Itaparica, a Ferrovia de Integração Oeste Leste – FIOL e a implantação do Porto Sul.

Foto: Manu Dias_GovBA

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 201822

Foto: Carol Garcia_GovBA

CANDIDATOS AO GOVERNO

PERGUNTAS CÉLIA SACRAMENTO JOSÉ RONALDO RUI COSTA

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A assistência técnica de qualidade no campo praticamente desapareceu nos últimos anos. Os impactos disso são sentidos na cidade. O planejamento de ações por profissionais qualificados poderia contribuir com o desenvolvimento sustentável de várias regiões esquecidas do interior do estado. O seu plano de governo possui alguma ação para atender essa demanda?

Os cursos relacionados às Ciências Agrárias, tanto em nível médio quanto superior, estão vinculados principalmente a instituições estaduais na Bahia. Muitos desses cursos apresentam dificuldades no quadro profissional e nas instalações, bem como falta de material de apoio para as aulas. Como o seu governo pretende atuar nessa demanda educacional?

Ampliando o orçamento das Universidades para viabilizar a pesquisa, ciência e a extensão universitária.

O novo governo será um grande parceiro da agropecuária. E isso se revelará de todas as formas necessárias, a exemplo da interação produtiva e permanente com as lideranças do setor, do apoio ao atendimento de demandas por infraestrutura, do estímulo ao seu crescimento e, também, da solução de problemas e anseios que lhe afligem e comprometem a sua atividade.

O setor da agropecuária, empresarial e familiar, merecerá um lugar de destaque nas políticas de segurança pública do novo governo.

As universidades estaduais baianas – UNEB, UEFS, UESC e UESB – receberão atenção especial. Estado com o maior número de universidades públicas no país, a Bahia precisa integrá-las socialmente e fortalecer a sua função de pesquisa, complementando as suas estruturas e formatando os seus perfis institucionais.

Incentivar a formação de técnicos e agricultores em agroecologia e ATER, ensino superior e especialização em políticas territoriais.

Realizar ações de assistência técnica que aproximem os agricultores familiares dos estudantes e professores das escolas de famílias agrícolas.

Executar a política estadual de ATER, por meio da ação direta, praticada pelo quadro de servidores do estado; parceria com programas federais; entidades parceiras; prefeituras; consórcio e IES. Reafirmamos nossa postura de considerar a ATER como elemento básico do desenvolvimento rural, tendo como princípio a elevação da renda da população rural, a sua qualidade de vida e a transição para a agroecologia.

RESPOSTAS

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 2018 23

#AGROTÓXICOS

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 201824

PROJETO QUER ALTERAR LEGISLAÇÃO DE AGROTÓXICOSEspecialistas opinam sobre a nova lei aprovada em comissão especial na Câmara dos Deputados

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dos produtos para os agricultores, que poderá ser repassada a população na diminuição nos preços dos alimentos”.

Quem é contra argumenta que a lei atual é adequada e protege o consumi-dor da grande indústria de agentes quí-micos, cujo interesse é vender cada vez mais seus produtos. Defendem ainda que o controle de vários órgãos fede-rais (além do Ministério da Agricultura, Ministérios da Saúde e Meio Ambiente) é mais seguro e eficaz.

O PL propõe também substituir o termo “agrotóxico” por “defensivo fitossanitá-rio e produtos de controle ambiental”.

Quem defende a alteração diz que o termo é pejorativo e deprecia o produto.

Quem é contra o projeto argumenta que a mudança pretende aumentar a aceitação aos agrotóxicos, colocando um nome menos impactante em um produto que pode causar mal à saúde e ao meio ambiente.

A Revista do Crea-BA ouviu dois enge-nheiros agrônomos sobre o assunto, além de uma produtora rural e o pre-sidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia. Acompanhe a seguir a posição de cada um deles.

Muitos engenheiros agrônomos que só usavam agrotóxico no passado, hoje

utilizam e produzem materiais para controle biológico

Paulo Afonso Baqueiro, engenheiro agrônomo

O Projeto de Lei (PL) que altera diversos pontos da legislação sobre agrotóxicos no Brasil divide opiniões e tem sido debatido em diversos setores da sociedade. O PL 6.299/2002 foi aprovado por uma comissão especial na Câmara dos Deputados no dia 25 de junho, por 18 votos a favor e 9 contra. O texto, antes de virar lei, precisa passar pelo plenário

da Casa, pelo Senado e depois pela sanção presidencial.

#AGROTÓXICOS

Na legislação em vigor, os agrotóxi-cos são controlados por três órgãos: Ministério da Saúde, Ibama e Ministério da Agricultura. O processo de liberação acontece paralelamente nos três. Pelo PL o registro de novos produtos pas-saria a ser centralizado no Ministério da Agricultura e os outros dois órgãos teriam apenas a função de homologar pareceres técnicos.

De acordo com a justificativa apre-sentada pelo projeto, “a instituição de fertilizantes, herbicidas e pesticidas genéricos incentivará a concorrência no setor, resultando na redução dos custos

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 201826

Na opinião de Paulo Afonso Baqueiro, engenheiro agrôno-mo e coordenador adjunto da

Câmara Especializada de Agronomia do Crea-BA, se fosse possível extinguir com todos os agrotóxicos no dia a dia seria ótimo, mas no momento é impos-sível. Baqueiro, que também é professor de ciências agrárias, destaca que essa discussão tem sido travada mais do ponto de vista ideológico do que técni-co. “Os grupos que estão nos extremos não aceitam uma posição equilibrada e racional, que é olhar a questão de um ponto de vista mais amplo e plural.”

Ele cita como exemplo a própria deno-minação do produto. “Quando alguém diz agrotóxico ou veneno, é contra a utilização, mas se fala em defensivo, é a favor.” Baqueiro defende o termo agro-químico, pois nem sempre essas subs-tâncias são tóxicas. “A diferença entre o remédio e o veneno é a dose”, lembra ele, ressaltando que os engenheiros agrônomos têm uma responsabilidade grande, pois são os profissionais que podem prevenir problemas na agrope-cuária, receitando a quantidade exata de produtos químicos que determinada cultura precisa, da maneira correta.

O engenheiro levanta outra questão sobre o assunto, que é o uso incorreto de produtos químicos na lavoura por parte de produtores que não são assistidos e orientados por engenheiro agrônomo, profissional capacitado para essa fun-ção. Nesse sentido, o papel do Crea é fis-calizar se os produtores têm responsá-veis técnicos na propriedade, únicos que podem emitir receituários agronômicos.

“É preciso ter responsabilidade so-cial, ambiental e econômica”, destaca Baqueiro, reforçando o papel do espe-cialista na busca de alternativas para determinadas pragas. “Nem sempre é preciso o uso de produtos químicos”, lembra o engenheiro.

Com relação à lei que tramita no Congresso, Baqueiro diz que a agricul-tura empresarial se queixa da demora de até oito anos, por parte dos órgãos de controle, da análise das novas mo-léculas que são inventadas no exterior para combater pragas e doenças na lavoura. “Em outros países, a demora varia entre dois e três anos. Ou seja, quando os produtos chegam ao Brasil já estão ultrapassados, causando pre-juízos econômicos.”

O conselheiro defende o uso de con-trole biológico contra pragas, mas, ao mesmo tempo, ressalta o valor dos produtos químicos em determinadas aplicações. “Nem tanto ao céu e nem tanto à terra. Não podemos querer abo-lir tudo, como se o mundo pudesse viver sem a agricultura empresarial.”

Baqueiro lembra que a matéria orgâ-nica no solo, além de reter os nutrien-tes, alimenta a vida que brota da terra “Muitos engenheiros agrônomos que só usavam agrotóxico no passado, hoje utilizam e produzem materiais para controle biológico, mostrando que de-sequilíbrios podem ser combatidas sem o uso de química.”

Paulo Afonso Baqueiro, engenheiro agrônomo

Ideologia domina os debates

Sistema Faeb é favorávelanos no Brasil, enquanto em países agrí-colas como EUA, Canadá, Austrália e os da União Europeia têm seus registros em no máximo três anos.”

Por fim, o Sistema Faeb, representado pelo presidente Humberto Miranda, afirma que a modernização da legis-lação não retira dos órgãos da saúde e do meio ambiente a competência de adotar os procedimentos necessários para homologar ou não a avaliação e classificação de produtos. “A legislação do Brasil, quanto à fabricação e utili-zação de defensivos, é uma das mais rigorosas do mundo. O Poder Público não é obrigado a homologar avaliação de risco. Só o fará se estiver de acordo.”

O Sistema Faeb (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia) é favorável à lei que

regulamenta o uso de agrotóxicos no Brasil. Segundo a entidade, “a moder-nização vai facilitar o comércio interna-cional, contribuir com maior segurança jurídica aos usuários e beneficiários do sistema de registro e gerar maior segurança à sociedade”.

Prossegue afirmando que um dos im-portantes benefícios será a maior cele-ridade nos processos de registros, por meio do estabelecimento de critérios, prazos, taxas, entre outros aspectos. “O registro de um produto fitossanitário, por exemplo, demora de cinco a oito

Humberto Miranda, presidente do Sistema Faeb

AGROTÓXICOS

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 2018 27

Controle de pragas com produtos orgânicosA produtora rural Edna Lúcia Gomes da Silva, que é técnica em agropecuária, cultiva, junto com a família, uma horta orgânica em Monte Gordo, município de Camaçari. Ela diz que não usa produtos químicos e que o controle de pragas é feito de forma sustentável e orgânica, com biofertilizantes, biogel e calda bordalesa (fungicida agrícola composto de sulfato de cobre, cal hidratada ou cal virgem e água).

Os produtos são comercializados na Feira Agroecológica da Ufba e nas localidades de Jacuípe, Jauá e Monte Gordo. Inclui hortaliças, verduras, frutas, ovos de quintal, mel e outros gêneros alimentícios.

Sobre o PL em tramitação no Congresso, Edna acredita que deixar o poder decisó-rio apenas com o Ministério da Agricultura “será um colapso para saúde pública e ambiental, já que os órgãos que anteriormente regulavam a utilização ficarão de mãos atadas”.

#AGROTÓXICOS

João Bosco Ramalho, engenheiro agrônomo e analista técnico do Crea-BA

“Mudanças na Lei dos Agrotóxicos 7.802/89 é um retrocesso”

Para João Bosco Ramalho, enge-nheiro agrônomo e analista téc-nico do Crea-BA, o PL representa

um retrocesso grande. “A atual lei dos agrotóxicos, é uma das mais avançadas do mundo, pois permite o uso, mas com o devido cuidado, seguindo os princí-pios que estão na resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), entre eles o da precaução.”

O analista do Crea-BA, que é mem-bro do Fórum Baiano de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, lembra que atualmente para se aprovar o registro de um agrotóxico no país é preciso uma análise do Ministério da Agricultura e estudos do Ministério da Saúde e Meio Ambiente, que vão examinar onde exis-te esse produto em outros lugares do mundo e quais os males que ele causou.

Além disso, a Anvisa faz análises em cobaias para verificar o efeito em se-res vivos e o Ibama verifica a toxidade desses produtos para o meio ambiente. O engenheiro agrônomo acredita que o PL é fruto de pressão da bancada rura-lista, que quer acelerar o processo de liberação, alegando que um produto leva muito tempo para ser registra-

do no Brasil. “Eles querem suprimir o princípio da precaução, deixando ape-nas o Ministério da Agricultura para analisar o agrotóxico do ponto de vista da produtividade, um viés claramente reducionista.”

Para João Bosco Ramalho, até do ponto de vista da exportação o país perde. “A maioria dos países, sobretudo da Europa, não estão aceitando produtos transgênicos, nem contaminados por agroquímicos”, diz, lembrando que os índices de agrotóxicos permitidos na União Europeia são entre 20 e 50 % menores do que os permitidos no Brasil.

Na opinião dele, a Agronomia precisa atuar com base na agricultura susten-tável, que é o futuro da humanidade. O especialista acredita que em breve espaço de tempo as rochas fosfatadas se esgotarão, bem como os derivados de petróleo. “E aí, a agricultura desapare-cerá?”, pergunta ele, acrescentando que nesse contexto, o Engenheiro Agrônomo terá um papel muito importante, pois é o profissional que pensa a alimenta-ção do mundo. “Teremos que retirar os nutrientes através da microbiologia dos solos, portanto, não podemos reduzir

a profissão dos agrônomos à função de preencher receituário agronômico.”

“Com a discussão do PL 6229/2002, houve uma reação muito forte das entidades ambientalistas, inclusive do Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, que fo-ram, em abril 2018, até à Câmara dos Deputados e em diálogo com o presi-dente Rodrigo Maia, este se comprome-teu em desengavetar o PL 6670/2016 que cria a PNARA - Política Nacional de Redução dos Agrotóxicos, para tra-mitar de forma paralela, o que é uma esperança que nem tudo está perdido”, afirmou o analista.

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TECNOLOGIA

Viadutos abrigam jardins verticaisPara tentar melhorar o ar da Cidade do México, o Projeto Via Verde vem transformando os pilares dos viadutos que cruzam a metrópole em jardins verticais. Além de embelezar a cidade, o projeto impacta no ambiente, pois os jardins absorvem CO2, calor e até mesmo a poluição sonora que tanto caracteriza uma cidade grande. O projeto é totalmente sustentável, com estruturas feitas de material reciclado, sistema de irrigação autossuficientes de água de chuva coletada.

Estrada inteligenteUma empresa de tecnologia dos Estados Unidos lançou um projeto que utiliza um sistema de escaneamento dos veículos para antecipar problemas. A tecnologia consiste em inserir vários postes de metal nas laterais da pista, interligados por sensores colocados no chão. Quando entra na estrada, o carro é fotografado e esses dados vão mostrar informações como a pressão dos

pneus, por exemplo. Conduzir com excesso de pressão nos pneus diminui a eficiência de combustível dos veículos.

Tecnologia a serviço da naturezaA tecnologia pode ser uma aliada no cultivo de plantas. Uma empresa chinesa criou um pequeno robô, chamado Hexa, capaz de identificar a quantidade de luz diária que a planta pede e de se mover pela residência para aproveitar as horas de sol, voltando para a sombra no momento certo.

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TECNOLOGIA

Lixo vai produzir energia elétricaO lixo produzido nas grandes cidades traz inúmeros problemas para a sociedade. Países como China, Suécia e a Noruega vêm transformando resíduos sólidos em energia. Dubai, rica por conta do petróleo, está construindo a maior usina desse tipo do mundo. O equipamento queima o lixo e utiliza o calor como alimento para uma grande turbina geradora de eletricidade. A usina em Dubai, a maior cidade dos Emirados Árabes, ocupará um espaço de 20 mil metros

quadrados, com capacidade de tratar cinco mil toneladas de lixo e gerar 185 MW de eletricidade.

Casa com impressora 3DUma solução de moradia sustentável foi desenvolvida por uma empresa de tecnologia dos Estados Unidos, que está criando casas feitas com impressoras 3D. A primeira residência foi construída em Austin, no Texas, com 32 m² e erguida em apenas um dia. A intenção é abrigar comunidades carentes. Com um custo de cerca de US$ 4 mil, o primeiro país na mira para receber esse tipo de moradia é El Salvador.

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TECNOLOGIA

Trem movido a hidrogênioSão da Alemanha os primeiros trens movidos a hidrogênio. São duas composições que percorrerão 100 quilômetros no norte do país, um trajeto antes percorrido por poluentes trens movidos a diesel. Os veículos possuem células de combustível capazes de produzir eletricidade através de uma combinação de hidrogênio e oxigênio, o que produz emissões de vapor e água. A novidade é capaz de rodar

cerca de mil quilômetros com um único tanque de hidrogênio, o que o equipara à capacidade dos trens comuns.

Tela para retirar lixo do marO problema da poluição oceânica preocupa ambientalistas e organismos que cuidam da preservação do meio ambiente. A organização holandesa The Ocean Cleanup desenvolveu uma tecnologia para erradicar os plásticos que poluem os mares. Uma rede de telas em forma de “U” coleta o plástico flutuante até um ponto central. O plástico concentrado pode, então, ser extraído e enviado à costa marítima para fins de reciclagem.

Avião com piso de vidroUma empresa britânica fabricante de aeronaves resolveu inovar e criar uma experiência diferente para seus clientes: construiu um híbrido de avião e dirigível com piso de vidro. Batizada de Airlander, a aeronave conta com suítes e bar, pode voar continuamente por cinco dias a uma velocidade média de 148 km/h e pousar em terra, água e gelo. A cabine de passageiros

tem 46 metros de comprimento e é capaz de acomodar até 19 viajantes, além da tripulação.

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BIM MAIS PERTO DOS PROFISSIONAISEspecialistas reunidos em Salvador e em mais 17 cidades baianas apontam mudanças no processo tecnológico

#III SEMINÁRIO ESTADUAL BIM BAHIA

O auditório do Senai Cimatec, em Salvador, ficou lotado, dia 8 de agosto, para o III Seminário Estadual BIM Bahia, iniciativa que visa difundir conceitos e esclarecer dúvidas sobre o tema para os profissionais da área tecnológica. O evento aconteceu também em outras 17 cidades do estado (veja box), sempre com público expressivo.

Foto: Clara Feliciano

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Érica Checcucci, professora da Faculdade de Arquitetura da Ufba

É preciso saber lidar com um conjunto grande de informações,

ser proativo, crítico e estar disposto a encarar desafios

Realizado em Salvador pelo Crea-BA e Senai Cimatec, o encontro discutiu, entre outros temas, a formação dos profissionais e a implantação do BIM na Construção Civil. A sigla BIM, em inglês, Building Information Modeling, significa Modelagem da Informação na Construção. A tecnologia traz im-portantes mudanças, como assegurar aos empreendimentos informações mais confiáveis e consistentes, mais qualidade dos projetos, menores prazos e controle de custos. Na solenidade de abertura do seminário, representou o presidente Luís Edmundo Prado de Campos, o vice-presidente do Crea-BA, engenheiro agrônomo Jonas Dantas.

A primeira palestra foi do professor Sérgio Leusin, que tratou da implan-tação de processos BIM na Construção Civil. Ele esclareceu alguns equívocos sobre o assunto. Por exemplo, não se compra um projeto desse tipo. “O BIM é um processo que precisa ser executado e a organização precisa estar capacitada para isso”, disse o especialista, que acrescentou que o processo não se faz sozinho, é preciso integração e colaboração.

Segundo Sérgio, a tecnologia pode au-xiliar o Brasil a superar o baixo índice de produtividade na Construção Civil. “O BIM ajuda a fazer uma gestão mais transparente e eficiente”, garantiu.

O especialista destacou ainda que a capacitação inadequada do pessoal que vai implantar o BIM é outro fator de risco, associado à infraestrutura para a implantação. Sérgio apresentou uma tabela (veja na página 36) com os ga-nhos do BIM por segmento, mostrando que toda a cadeia ganha, desde a con-cepção, passando pela construção em si, fornecedores e proprietários.

O professor ressaltou ainda que para implantar o BIM é preciso mudar a cultura da organização, exige tempo. Disse ainda que é preciso as qualidades

e expertises existentes na organização. “Como qualquer projeto, a implantação precisa ser gerenciada e monitorada.”

Na sequência, a professora da Faculdade de Arquitetura da Ufba Érica Checcucci abordou o tema “Como formar profissio-nais para trabalhar com BIM”. Destacou que, para atuar com a tecnologia, não basta apenas ter conhecimento, mas habilidades e atitudes. “É preciso sa-ber lidar com um conjunto grande de informações, ser proativo, crítico e estar disposto a encarar desafios”, observa.

“Adoção do BIM no Metrô de São Paulo” foi o tema da palestra do arquiteto Ivo Mainardi. O palestrante afirmou que o BIM só acontece se houver três elemen-tos: o contrato, o protocolo (guia com as diretrizes) e o plano de execução.

Fotos: Clara Feliciano

III SEMINÁRIO ESTADUAL BIM BAHIA

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 2018 35

BIM: GANHOS POR SEGMENTOConcepção Construção Fornecedores Proprietários

- erros - erros+Novos meios de comunicação

- erros

+ produtividade + produtividade

+ Integração entre concepção e fabricação: novos produtos em menores prazos

+ efetividade

+ efetividade + efetividade+ previsibilidade na demanda

- prazos

- prazos - prazos - custos + previsibilidadeNovos produtos e serviços

+ previsibilidade+ velocidade de vendas

- custos - custos- custos totais de operação

Relatou um projeto que desenvolveu com os funcionários do metrô, chamado de “Inovação BIM”. Foram organizadas palestras e workshops e uma pesquisa mostrou o nível de entendimento sobre o assunto antes e o depois. A escuta com os colaboradores mostrou clara-mente a evolução sobre a percepção de todos em relação ao tema.

“A vantagem é que descobrimos novas formas de uso, como na manutenção e com a brigada de incêndio”, disse.

Canteiros DigitaisO engenheiro civil Diego Mendes, ven-cedor do Prêmio Arlindo Fragoso 2016, falou sobre “Canteiros Digitais”, em pa-lestra bastante aplaudida. Segundo Diego, que mora hoje em São Paulo por conta do aplicativo que desenvolveu, a Construção Civil é um dos setores mais defasados em termos de tecnologia. Segundo ele, o gargalo não está na con-cepção, mas na comunicação.

Ele conta que atuando na área perce-beu que não adiantava digitalizar o escritório sem fazer o mesmo com o canteiro de obras. Foi assim que surgiu o Construcode, plataforma que conver-te projetos em etiquetas inteligentes e permite a visualização das plantas em 2D ou 3D por meio de tablets e smartphones. Com isso, são menos erros, mais economia e produtividade.

#III SEMINÁRIO ESTADUAL BIM BAHIA

Diego explicou que o sistema torna o processo mais eficiente e prático, pois possibilita, além da visualização das plantas, uma comunicação direta do canteiro com os projetistas no escritório. Citou ainda a etiqueta pós-obra desenvolvida por sua empresa, que traz toda a vida útil do imóvel de forma simples e digital.

Além de softwares pilotos em grandes empresas, como Andrade Gutierrez (SP) e Braskem (BA), a Construcode opera atualmente com mais de 200 usuários e se estrutura para um forte processo de escalada de vendas.

Outra palestra foi ministrada por Moacyr Graça, que abordou o tema:

“Gerenciamento de Facilidades no Mundo Moderno: Qalidade de Vida e Produtividade”. Houve ainda outra palestra sobre soluções fáceis da ACCA Software.

O III Seminário Estadual BIM Bahia recebeu apoio do Tribunal de Contas do Estado da Bahia, Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia –CAU, Instituto de Arquitetos do Brasil – secção Bahia-IAB, Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado da Bahia – Sinduscon e Universidade Salvador – Unifacs. Contou ainda com o patrocínio da Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea-Mútua e das em-presas desenvolvedoras de softwares: Bentley e ACCA.

Fonte: GDP – Gerenciamento e Desenvolvimento de Projetos

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CARAVANA PERCORREU 17 CIDADESEste ano, a Caravana BIM foi ampliada. Em 2017 foram oito cidades, atendendo a 600 profissionais e estudantes de Engenharia, Arquitetura e demais áreas tecnológicas. Em 2018, passou por 17 municípios: Feira de Santana, Alagoinhas, Camaçari, Lauro de Freitas, Juazeiro, Paulo Afonso, Jacobina, Jequié, Vitória da Conquista, Brumado, Guanambi, Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, Ilhéus, Itabuna, Eunápolis e Teixeira de Freitas, alcançando mais de 1.500 pessoas.

Além disso, foram arrecadadas, por meio da caravana, mais de duas toneladas de alimentos não-perecíveis, doadas a instituições carentes dos municípios visitados. A organização da caravana 2018 ficou a cargo de Laura Matos e contou com o apoio de professores do Senai Cimatec, que levaram aos participantes conhecimento e informações técnicas sobre o BIM.

III SEMINÁRIO ESTADUAL BIM BAHIA

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 2018 37

#PREPARAÇÃO PROFISSIONAL

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Os programas de trainee na área tecnológica podem ser a porta de entrada para uma carreira promissora, pois ajudam a desenvolver o perfil de liderança e constituem a última etapa antes da contratação efetiva. Geralmente é uma fase posterior ao estágio e tem garantido o aperfeiçoamento de profissionais que buscam uma maior qualificação no mercado.

outro estágio, na empresa atual, onde atuou de novembro de 2016 a junho de 2018, quando recebeu proposta para ser trainee. “O cargo que desempenho aqui provavelmente será o que vou desem-penhar no futuro”, afirma.

Segundo ele, a grande diferença entre as duas funções é a responsabilidade. “Hoje eu sei o que a obra está preci-sando, consigo planejar o trabalho, tenho mais liberdade do que na época que era estagiário”, destaca o jovem, que prefere não revelar o salário, mas adianta que é mais do que o dobro que recebia antes.

Toda sexta-feira ele se reúne com a equipe após o expediente e planeja a próxima se-mana do serviço. “Quando eu era estagiário, fazia pequenas medições e acompanhava obras específicas da empresa. Agora, eu atuo mais na área de produção, fazendo pedido de material e acompanhando o andamento da obra, sempre sob a super-visão do engenheiro responsável técnico.”

Cargo de liderançaOs programas de trainee fazem uma espécie de ponte entre o estudante universitário ou o recém-formado e o mercado de trabalho. Conforme destaca o coordenador do curso de Engenharia Química e Engenharia de Petróleo da Unifacs, Diniz Alves de Santana, o trai-nee é um profissional “desenhado para exercer algum tipo de cargo de liderança na empresa”.

Gabriel Fraga, trainee em Engenharia Civil

PORTA DE ENTRADA PARA UMA CARREIRA PROMISSORADiferente do estagiário, o trainee tem a oportunidade de passar por áreas diferentes de uma empresa, com um foco maior em gestão e liderança

Hoje eu sei o que a obra está precisando, consigo planejar o

trabalho, tenho mais liberdade do que na época que era estagiário

Foi o caso do estudante de Engenharia Civil Gabriel Fraga, 22 anos, que co-meçou atuando como estagiário durante o terceiro semestre da fa-culdade e hoje trabalha como trai-nee em uma empresa de construção em Salvador, desenvolvendo várias funções, entre elas coordenando e supervisionando um estagiário.

O primeiro estágio de Fraga durou oito meses e aconteceu em uma empresa de construção civil, que ergueu um galpão na Via Parafuso. Após o término da obra, Fraga voltou para a faculdade e, no final de 2016, participou de uma seleção para

PREPARAÇÃO PROFISSIONAL

Gabriel Fraga, trainee em Engenharia Civil CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 2018 39

TRAINEE ESTÁGIO

Possui um plano de carreira específico e o profissional é treinado para, posteriormente, ocupar cargos gerenciais ou executivos dentro da empresa.

Um estagiário não pode ser contratado para substituir um funcionário regular e deve ser sempre supervisionado por um profissional de sua equipe.

Geralmente já possui habilidades ou conhecimentos específicos dentro da área para o qual foi direcionado

O plano de estágio deve contemplar atividades relacionadas à área do estudante e proporcionar aprendizado, sem sobrecarregá-lo.

O programa pode durar de 6 meses a 1 ano e, ao fim dele, o candidato pode conquistar um cargo júnior

O contrato dura, geralmente, até 2 anos, com a possibilidade de efetivação ao fim do período.

O trainee passa por uma seleção e é contratado nos últimos semestres do curso ou com até dois anos de formado

As empresas geralmente contratam a partir do 2º ou 3º ano, pois o estudante já possui alguma noção na área e tem ainda dois anos de formação pela frente.

Carga horária igual a dos demais colaboradores

Carga horária de 30 horas semanais

O trainee passa por todas as áreas de uma empresa e tem uma visão global da atividade, tendo principalmente experiência no campo de gestão

O estagiário atua em áreas específicas da empresa, focado exclusivamente em sua área de formação

#PREPARAÇÃO PROFISSIONAL

Saímos da faculdade um pouco ‘quadrados’, sem enxergar essas oportunidades que podem surgir

em outras áreas, que a gente nem imagina que podemos atuar

Carolina Garrido, engenheira química

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 201840

Carolina Garrido, engenheira química

PREPARAÇÃO PROFISSIONAL

Segundo ele, quem passa por um pro-grama de trainee desenvolve, além das competências técnicas, competências comportamentais, como liderança, ges-tão e trabalho em equipe. “Ele passa por todas as áreas da empresa e essa experiência contribui para a tomada de decisões de forma mais analítica.”

A primeira diferença entre estagiário e trainee é que o primeiro exerce uma atividade dentro de uma área específica de uma empresa, ligada à sua gradua-ção, e precisa, necessariamente, estar cursando uma faculdade. O trainee, conforme pontuou Diniz, tem a opor-tunidade de passar por áreas diferentes de uma empresa, com um foco maior em gestão e liderança, e pode estar no período final de um curso superior ou ter, no máximo, dois anos de formado.

Diniz reforça que é preciso que o estu-dante ou o recém-formado que passe pela experiência de trainee some ou-tros conhecimentos à sua formação. “É importante se especializar com MBA em gestão de pessoas e projetos, por exemplo. A experiência possibilita que ele desenvolva aspectos comportamen-tais, mas sem deixar de lado a parte técnica. Além disso, dá uma visão global da atividade da empresa, passando por todas as etapas do processo”, conclui.

RegulamentaçãoNo Brasil, os estágios são regulamenta-dos pela Lei 11.788/2008, enquanto os programas de trainee não possuem uma regulamentação específica. Os trainees são contratados sob as regras da legisla-ção trabalhista vigente no país. Por isso, os estagiários têm carga horária de 30 horas semanais, enquanto os trainees têm a mesma carga horária de trabalho dos demais funcionários.

Além disso, o trainee possui um plano de carreira específico, sendo treinado para, posteriormente, ocupar cargos gerenciais ou executivos dentro da em-presa. Já o estagiário, por sua vez, não pode ser contratado para substituir um funcionário regular e deve ser sempre supervisionado por um profissional de sua equipe.

Quando é implantado um programa de trainee em uma empresa, o empresário ou engenheiro responsável deve ter em mente que os jovens são escolhi-dos e contratados para desenvolver as atribuições de caráter gerencial. Uma maneira produtiva comumente usa-da para se alcançar bons resultados é a instalação de projetos com início e fim. Dessa forma, o futuro profissional vai poder mostrar sua capacidade de entregar resultados, objetivo maior de qualquer empresa.

De acordo com o Sebrae, é fundamental a interação entre os gestores e os jovens. Os responsáveis pelos trainees durante os períodos de trabalho têm a respon-sabilidade de preparar o profissional para lidar com pressões, ter respostas rápidas e assertivas, além de coragem para decidir. Um conhecimento aprofun-dado sobre a realidade da empresa e do mercado também é muito importante.

A engenheira química Carolina Garrido, 26, hoje atua na área de automação ana-lítica na empresa Globaltek. Antes de in-gressar em sua área de formação, Carolina teve uma experiência em um programa de trainee em uma empresa de varejo.

Mesmo não sendo uma oportunidade específica em sua área, a engenheira

percebeu que a experiência como trainee pode-ria agregar à sua formação e assumiu o desafio. Carolina se formou em dezembro de 2016. Três meses depois, ingressou no programa da empresa. “A experiência foi muito boa, porque trouxe uma noção de toda a cadeia do negócio. Isso ajuda a entender certos processos que, quando estamos na indústria, por exemplo, e não conseguimos enxergar.”

Carolina também teve experiência como esta-giária e pôde vivenciar na prática essa diferença. “Estagiei na indústria a atuava nas áreas de pro-dução. Ficávamos muito fechados no processo e não tínhamos a oportunidade de entender o negócio como um todo. Não entendemos, por exemplo, a cadeia de suprimentos, a flutuação de preços e o que acontece na ponta”, destaca.

Ela aponta que na carreira de Engenharia, mesmo na indústria, em muitos casos os pro-fissionais precisam atuar na área de gestão, como coordenadores e supervisores. “Por isso, a experiência como trainee é muito importante. “Saímos da faculdade um pouco ‘quadrados’, sem enxergar essas oportunidades que podem surgir em outras áreas, que a gente nem ima-gina que podemos atuar”, detalha.

Carolina acredita ainda que a experiência como trainee é a principal porta de entrada para as grandes empresas. “É difícil contratar um engenheiro júnior sem ele ter passado por um programa de trainee, que é o que dá a ele a possiblidade de entender como funciona a parte corporativa de uma empresa.”

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Foto: Leonardo Papini#ENTREVISTA

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Foto: Adelmo Borges

Aleixo Belov, engenheiro civil

É um apaixonado por aventura. Já deu a volta ao mundo cinco

vezes e tem disposição e saúde para novas viagens.

“SER ENGENHEIROFAVORECEU MINHAS VIAGENSAO REDOR DO MUNDO”“Levo a bordo essa capacidade de engenhar, de arranjar soluções para os problemas”

Tem que desapegar, ter

coragem de sair para o mar aberto, de largar a família

por um tempo

PING-PONG

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Hoje ele concilia as viagens com a empresa Belov Engenharia, que pos-sui cerca de mil funcionários. Além de executar obras submarinas, também é mergulhador profissional e velejador. Tem orgulho de dizer que ele mesmo construiu o barco Fraternidade, com o qual deu duas voltas ao mundo, a última delas em 2018. “Já andei pelos trópicos, pela Antártica e pelo Alasca. Falta pouca coisa para conhecer.” Diz Belov, que acredita que para realizar todos os seus sonhos precisava ter pelo menos umas três vidas.

Acompanhe a seguir a entrevista concedida à

Revista do Crea-BA.

Ser engenheiro facilitou essa empreitada de dar a volta ao mundo?Claro, em tudo. Quem vai construir um barco ou mesmo velejar é preciso ter noção da resistência dos materiais, além da capacidade de contornar os problemas. Em uma obra de Engenharia Civil, por exemplo, às vezes existe a solução clássica, mas nem sempre o equipamento ideal está disponível e é preciso improvisar. Essa capacida-de de engenhar, de arranjar soluções para os problemas, levo a bordo e isso a Engenharia ajuda muito. Minha for-

mação profissional favoreceu as viagens ao redor do mundo

Ajuda também na construção da embarcação?Como engenheiro entendo porque determinadas coisas acontecem e posso me antecipar aos problemas. O Fraternidade eu construí com base nas minhas experiências passadas. Fiz um barco de aço, com 21,5 metros e que não entra água. O convés é de aço inox. Isso porque a todo momento surgem equi-pamentos novos e o material facilita a substituição das peças. Eu vou dar um exemplo: quando resolvi ir para a Antártica, descobri que a corrente de minha âncora era muito leve. Quando pegava muito vento, ela parecia uma corda de violão. Tive que trocar por uma mais pesada, o que implicou em trocar o guincho. Tudo isso foi facilitado por eu ser engenheiro.

Quantas voltas já deu ao redor mundo?Inicialmente eu dei três voltas ao mun-do em um barco pequeno, chamado Três Marias e aprendi muito. Esse co-nhecimento me levou a construir o ve-leiro-escola Fraternidade, com o qual fiz outras duas viagens, totalizando cinco. O primeiro barco ainda existe e o colo-quei como monumento na entrada de meu estaleiro. Levei cinco anos para construir o veleiro-escola, pois não te-nho fábrica. Cada peça foi desenhada por mim e feita sob encomenda. As

O engenheiro civil Aleixo Belov é um apaixonado por aventura. Já deu a volta ao mundo cinco vezes e tem disposição e saúde para novas viagens. Formado pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) em 1967, ele foi professor da Cadeira de Portos na Universidade, daz anos após a formatura. Como passou a construir plataformas de petróleo e a atividade exigia muito tempo, foi obrigado a abdicar

da carreira docente, mas diz que sente saudades de ensinar. O reconhecimento veio dos próprios alunos, que o homenagearam, por duas vezes, durante a formatura.

Foto: Leonardo Papini

#ENTREVISTA

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pessoas que fizeram o casco nunca ti-nham pisado em um barco e os carpin-teiros que confeccionaram as peças do interior faziam armário embutido. Mas expliquei tudo a eles como eu queria e construí o barco, que chegou inteiro da viagem. A parte mais frágil ainda são as velas. Às vezes elas não aguentam um temporal mais forte. Nessa última travessia, por exemplo, pegamos um temporal que rasgou duas velas, no mar do Timor Leste, no Pacífico Sul. Mas o barco resistiu bem.

O senhor teve medo em algum momento?Tenho medo sempre, mesmo quando o mar está tranquilo. Acho que o medo me ajuda a viver. Acredito que dentro de mim moram duas pessoas. A que tenta prever tudo, escolhe melhor caminho, analisa todas as rotas e vai levando o barco, o engenheiro. Às vezes um outro acorda dentro de mim e esse não tem medo de nada. Acha que pode voar e fazer qualquer coisa, até enfrentar ci-clones. Eu já fiz isso, mas hoje não faço

mais. Já atravessei o Oceano Índico em plena estação de ciclone e consegui sair ileso, junto com a tripulação.

Como foi a primeira viagem?Quando eu fiz a primeira volta ao mun-do, em 1980, não tinha dinheiro. Viajei sem rádio e a Marinha permitiu porque naquela época não existia o rigor que existe hoje. Não tinha balsa salva-vidas e nem GPS. Viajei com dois sextantes velhos que eu recuperei de um barco naufragado, além de um cronômetro muito bom que me permitiu fazer na-vegação astronômica. Tomei um curso de oito meses e consegui uma carta de capitão amador. De todos os alunos só eu aprendi a fazer esse tipo de navega-ção. Já era professor de Matemática e estudante de Engenharia. Por isso não foi difícil fazer a conta aritmética exigi-da. Hoje, com o GPS, qualquer pessoa sabe onde está e pode velejar. Naquele tempo, somente quem sabia navegar pelos astros conseguia chegar ao seu destino em segurança.

O que é essencial para ser um navegador?Além de disciplina e conhecimento, tem que ter vontade e disposição. Tem que desapegar, ter coragem de sair para o mar aberto, de largar a família por um tempo, o emprego. Muitos não querem deixar de ficar em casa vendo televisão domingo à tarde sentados na poltrona. É preciso ser determinado e o mar tem que chamar a pessoa. Ele me chamou e eu compareci.

Qual será a próxima aventura? A minha última viagem ainda não terminou. Tenho 17 cadernos de 200 páginas totalmen-te preenchidos, com anotações de tudo que me veio à cabeça, que eu vi e senti. Além disso, mais dez horas de registro em vídeos, que pretendo fazer um vídeo ou transformar em série. Só depois vou pensar na próxima empreitada. Eu faço essas viagens para di-vulgar o amor que eu tenho pelo mar e para ensinar aos mais novos. Quero que essa ideia de velejar continue nas novas gerações.

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PING-PONG

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#INSTITUTO POLITÉCNICO DA BAHIA – Engenharia aplicada

Rua Prof. Severo Pessoa, 31, Bairro Federação – Salvador-BA – CEP 40210-700 – Telefax (71) 3331-8481www. ipolitecnicobahia.org | e-mail: [email protected] | https://youtu.be/4-YNzte5HnE

TECNOLOGIATecnologias Revisitadas

– Caiuby CostaNo Fórum Antonio José Valente, dentro do programa da Agenda de Desenvolvimento Bahia, a ser realizado em outubro próximo, um dos temas será Tecnologias Revisitadas: Aplicações e Desenvolvimento.

Serão tratadas as aplicações de antigas tecnologias à luz dos conhecimentos e materiais disponíveis atualmente ou do uso de materiais/equipamentos usados recuperados ou reciclados.

O tema é abrangente, indo de cogeração de energia elétrica em pequena escala (micro usinas hidráulicas, usando equipamentos como a roda d’agua; térmicas, usando, por exemplo, o biogás; eólicas como o aerogerador Savonius; e solares), elevação de água: utilizando energia eólica como o cata-vento, ou o golpe de aríete como o carneiro hidráulico.

Envolve também os métodos construtivos utilizando bambu, palha e argila e irrigação, abordando também o uso de beneficiamento de produtos agrícolas, como secagem, moagem, etc, com o uso das energias renováveis utilizando equipamentos e métodos antigos à luz dos novos materiais disponíveis atualmente.

Por fim, desenvolve a aplicação conceitos que potencializam o melhor uso na recuperação e armazenamento de água e na infraestrutura. A aplicação dessas tecnologias é um fator de desenvolvimento, com baixo custo de investimento.

ENGENHARIA E MERCADOPoço Transparente – Luciano Chagas

A utilização completa da energia limpa se dará com a transição entre a matriz poluidora, o carvão e petróleo, dominantes no mundo, para outras, limpas, como as  hidroelétrica, eólica, solar, nuclear etc. Fazer a transição passa pelo uso do gás abundante e menos poluente. O maior consumidor mundial, os Estados Unidos (20 milhões de barris de petróleo/dia) investem no próprio território buscando a sua emancipação energética. Assim, eles começaram a produzir o gás e o óleo a partir de rochas geradoras, os folhelhos, chamados erroneamente de xistos, no Brasil, pois estes têm maior distribuição em área. Diferentes dos reservatórios originais, os arenitos e carbonatos, eles precisam ser fraturados (fracking), pois são rochas com baixas permeabilidades originais, que não têm capacidade de produzir com vazões comerciais e economicamente viáveis.

Junto aos folhelhos vieram as contestações ambientais, pois a atividade de fraturamento exige uma série de procedimentos que degradam sobremaneira o meio ambiente. No Brasil, antes do início de quaisquer atividades do mesmo tipo, a Justiça já declarou ser o uso poluente e

alguns legisladores, em diferentes cidades, já obstam a atividade com leis, sem ao menos saberem se

tais rochas estão presentes e quais são os seus reais montantes. Na Bahia a aplicação

está sujeita a muitas restrições jurídicas. Neste contexto, a SDE, o IPB, a Ufba, com o apoio do MME e ANP, pretendem conhecer a atividade, por meio de estudos da potencialidade e exiguidade de se produzir dos folhelhos, na Bacia do Recôncavo. Para tanto será perfurado

um poço horizontal, onde serão testados e mensurados os potenciais de produção,

os danos ambientais etc. Este projeto é denominado de “Poço Transparente”. 

CAPACITAÇÃOPor uma Engenharia atemporal e promotora

– Mariana Oliveira – Eletro Jr& IPBO mercado de Engenharia é um dos grandes percussores de inovação, cobrando dos tempos atuais uma formação mais dinâmica, sem comprometer o enredo técnico de seus profissionais. Não sendo mais a sala de aula o método mais eficaz para tal preparação, o Movimento Empresa Junior (MEJ) traz a oportunidade

de vivência aprofundada do mercado e desenvolvimento por meio de projetos e gestão empresarial, fazendo dos

jovens profissionais promotores de uma Engenharia mais sólida e simultaneamente versátil,

acompanhando a pressa dos novos tempos.

É seguindo o pensamento de que se é necessário desenvolver-se em rede que as empresas juniores buscam todos os dias parcerias com instituições de grande contribuição técnica/comercial/social, promovendo uma simbiose de conhecimentos

e valores para a construção de uma Engenharia promotora, como a relação do Instituto

Politécnico da Bahia – IPB com a empresa Junior de Engenharia Elétrica da Universidade Federal da

Bahia, Eletrojr.

EXPERTISES e ÁREAS DO SABERIPB avança além fronteiras –

Lenaldo AlmeidaPrestigiado pela presença do Confea no Fórum Geraldo Rocha realizado em 19/07, o IPB avança celeremente para ser destaque nacional, sendo a Entidade Precursora mais atuante no 1º Encontro Nacional de Entidades Precursoras – realizada durante a 75ª SOEA - o que lhe levou a ser indicada para a Coordenação Adjunta do grupo de 40 Instituições que compõem o sistema Confea. Foram efetivados agrupamentos por cada região geográfica do Brasil, que terão seus líderes regionais.

O IPB, juntamente com os Institutos de Engenharia de São Paulo e Paraná, discute o uso de energia renovável no projeto de revitalização do São Francisco como ação inicial. É o toque de liderança para fortalecimento do conglomerado de competências históricas da Engenharia nacional.

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#INSPETORIAS DO CREA-BA

Alagoinhas

Rua Dantas Bião, s/n, sala 52, Laguna Shopping – Centro. CEP: 48030-030Tel.: (75) 3421-5638E-mail: [email protected]: Eng. Agrônomo Luis Augusto dos Santos de Saldanha

Barreiras

Rua Maria Mendes Ferreira, nº 21 – Sandra Regina. CEP: 47.802-022Tel.: (77) 3611-2720/3612-3700E-mail: [email protected]: Eng. Eletricista Délio Rangel de Oliveira

Bom Jesus da Lapa

Av. Manoel Novaes, nº 1586, Edf. Avenida Center, Sala 6B – Centro. CEP: 47.600-000Tel.: (77) 3481-0301E-mail: [email protected]: Eng. Agrim. Luiz EustaquioDiniz Bastos

Brumado

Praça Coronel Zeca Leite, 460 – CentroCEP: 46.100-000Tel.: (77) 3441-3326E-mail: [email protected]: Eng. Mecânico Ettore Meira Costa

Camaçari

Av. Radial A, nº 67, Edfício Empresarial Pacific Center, salas Q e R, 1º andar – CentroCEP: 42.807-000Tel.: (71) 3621-1456 / 3040-5871E-mail: [email protected]: Eng. Ambiental Claudia Jussiara Gomes do Nascimento

Cruz das Almas

Rua Cícero Nazareno, nº 172 – CentroTel.: (75) 3621-3324E-mail: [email protected]: Eng. Agrônomo e Seg. Trabalho Adson Barbosa Melo dos Santos

Eunápolis

Rua Castro Alves, 374, Sala 02 e 03 – CentroCEP: 45820-350Tel.: (73) 3281-2806E-mail: [email protected]: Eng. Civil Vitor Grimaldi Carneiro Lopes

Feira de Santana

Rua Prof. Geminiano Costa, 198 – CentroCEP: 44001-120Tel.: (75) 3623-1524E-mail: [email protected]: Eng. Civil Gerinaldo Costa Alves

Guanambi

Av. Messias Pereira Donato, 495 – Aeroporto Velho. CEP: 46430-000Tel.: (77) 3451-1964E-mail: [email protected]: Eng. Civil Cristiano Meira Magalhães

Ilhéus

Praça Rui Barbosa, nº 32 – CentroCEP: 45.653-340Tel.: (73) 3634-1158E-mail: [email protected]: Eng. Eletricista Mario Jorge Salomão Silva

Irecê

Av. Tertuliano Cambuí, n° 350 – CentroCEP: 44.900-000Tel.: (74) 3641-3708 / 1957E-mail: [email protected]: Eng. Civil Amanda Batista Neiva

Itaberaba

Praça Flávio Silvany, 130, s/105, Edf. EmpresarialJoão Almeida Mascarenhas – CentroCEP: 46880-000Tel.: (75) 3251-3213 / 1812E-mail: [email protected]: Eng. eletricista Jayme Carneiro Calmon Neto

Itabuna

Av. Princesa Izabel, 395, Condomínio Itabuna Trade Center, sala 202 – São CaetanoCEP: 45.607-291Tel.: (73) 3211-9273 E-mail: [email protected]: Eng. Ambiental Marcio Massayoshi Watanabe

Jacobina

Rua Duque de Caxias, 400A – EstaçãoCEP: 44.700-000Tel.: (74) 3621-5781E-mail: [email protected]: Tecnólogo G. Ambiental Almacks Luiz Silva

Jequié

Rua Frederico Costa, 61 – CentroCEP: 45203630Tel.: (73) 3525-1293E-mail: [email protected]: Eng. Civil Deusdedith Lima Souza Filho

Juazeiro

Rua do Paraíso, nº 97, Centro Médico e Empresarial Dr. Olavo Balbino, s/35 – Santo Antonio. CEP: 48.903-050Tel.: (74) 3611-3303 / 3611-8186E-mail: [email protected]: Eng. Civil Hemerson Cardoso Guimarães

Lauro de Freitas

Av. Brigadeiro Mário Epighaus, 78, Ed. Busines Center, sala 115, Bloco B, Condomínio Porto 3 – Centro. CEP: 42.703-640Tel.: (71) 3024-3517E-mail: [email protected]: Eng. Eletricista e Washington Willams Leal Brandão

Luis Eduardo Magalhães

Av. JK, nº 1.973, salas 1 e 3 – CentroCEP: 47850-000Tel.: (77) 3628-6755E-mail: [email protected]: Eng. Agrônoma Daniella Aparecida das Virgens Cantelli

Paulo Afonso

Rua Carlos Berenhauser, 322, Térreo – Alves de Souza. CEP: 46.608-080Tel.: (75) 3281-4887E-mail: [email protected]: Eng. Mecânico e Eng. Seg. Trabalho Glaucio Augusto Lima Bezerra

Ribeira do Pombal

Av. Oliveira Brito, 310, Ed. Bruna Center, salas 09 e 10 – Centro. CEP: 48.400-000Tel.: (75) 3276-3896E-mail: [email protected]: Eng. Eletricista Gutemberg Menezes Ribeiro

Santa Maria da Vitória

Rua 06 de outubro, S/Nº – CentroCEP: 47.640-000Tel.: (77) 3483-1090 Fax: 3483-1110E-mail: [email protected]: Eng. Sanitarista e Ambiental Luan Sodré Matos

Santo Antônio de Jesus

Av. Roberto Santos, 88, Ed. Cruzeiro do Sul, salas 103 e 104 – Centro. CEP: 44572-060Tel./Fax: (75) 3631-4404E-mail: [email protected]: Eng. Agrim. Carlos Roberto Canuto Ribeiro

Seabra

Rua Jacob Guanaes, 565 – CentroCEP: 46900-000Tel.: (75) 3331-1327E-mail: [email protected]: Eng. Civil Marcos Vinicius dos Santos Silva

Teixeira de Freitas

Av. Presidente Getúlio Vargas, 3421, Edificio Esmeralda - salas 203, 204 e 205 – CentroCEP: 45.985-200Tel.: (73) 3291-3647/ 3291-7444E-mail: [email protected]: Eng. Agrimensor e Eng. Seg. Trabalho Nilton Silva Correia

Valença

Rua Dr. Heitor Guedes de Melo, nº 111,Ed. Argeu Farias Passos – CentroCEP: 45400-000Tel.: (75) 3641-3111E-mail: [email protected]: Engª sanitarista e ambiental Márcia Cristina Alves do Lago

Vitória da Conquista

Av. Jorge Teixeira, nº 74, 3º Andar, s/304, Ed. Millenium – Candeias. CEP: 45028-050Tel.: (77) 3422-1569 (77) 3427-8843E-mail: [email protected]: Engª Civil Nelma Moraes Santos

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 201848

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de alimentos e também para outros profissionais da área.

A obra apresenta, de forma sucinta, os

princípios básicos da especialidade,

abordando aspectos microbiológicos, sanitários e de conservação de

produtos.

Autor: Altanir Jaime Gava

Editora: Nobel

Ano: 2014

Páginas: 512

FUNDAMENTOS DE TOPOGRAFIA

Prática indispensável para determinar

todos os detalhes de um terreno,

o levantamento topográfico é

fundamental para a Engenharia. Os autores abordam

tecnologias e métodos ligados ao tema.

Autores: Marcelo Tuler e Sérgio Saraiva

Editora: Bookman

Ano: 2013

Páginas: 324

ELEMENTOS DE ELETRÔNICA DIGITAL

Livro que aborda as recentes inovações tecnológicas dessa

área. Entre os tópicos abordados, estão

os sistemas de numeração, álgebra e simplificação de circuitos lógicos.

Possui ainda exercícios resolvidos

e propostos com suas respectivas respostas.

Autores: Francisco Gabriel Capuano e Ivan Idoeta

Editora: Érica

Ano: 2015

Páginas: 528

INTRODUÇÃO À ROBÓTICA

Livro que aborda a história da

especialidade, os componentes do robô, locomoção,

manipulação, sensores, controle,

arquiteturas de controle,

representação, comportamento,

aprendizagem e o futuro da robótica (bem como suas

implicações éticas). Autora: Maja J. Mataric

Editora: Unesp

Ano: 2014

Páginas: 368

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA

Concebido para os alunos do primeiro semestre de todas as Engenharias, o

material oferece uma abordagem simples

sobre o tema. O autor valeu-se dos muitos anos de experiência em sala de aula e de

exercício da profissão para escrever o texto.

Autor: Luís Fernando Cocian

Editora: Bookman

Edição: 2016

Páginas: 296

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E ESTUDO DE RESERVATÓRIOS HIDRELÉTRICOS E GRANDES LAGOS

O livro apresenta diversos exemplos e dados técnicos

para quem deseja estudar o assunto. Um dos capítulos, por exemplo, trata do monitoramento da temperatura e fluxos de calor na superfície da água

do Reservatório Hidrelétrico de

Itumbiara (Goiás).

Organizador: Enner Herenio de Alcântara

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Edição: 2016

Páginas: 328

CREA, Salvador, BA, v. 16, n. 61, terceiro trimestre de 2018 49

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