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Administração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) .

Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 2 de 129

Esta é uma obra simples, dirigida principalmente a estudantes de economia, administração de empresas e ciências contábeis, que objetiva dar um roteiro para o estudo da administração financeira.

Sua elaboração foi calcada nas obras de diversos autores, cujo conteúdo serve de base e estímulo para estudantes do mundo inteiro.

Na medida em que se teve que adaptá-las à realidade brasileira, assim o fez-se, incluindo alguns assuntos e excluindo outros, sempre acreditando estar selecionando o necessário para a carga horária de graduação na matéria dentro dos padrões de ensino da educação universitária brasileira.

Desculpamos-nos antecipadamente por qualquer erro que esta obra possa conter, solicitando dos leitores que ao perceberem algum, nos informem através do e-mail [email protected], pelo que desde já agradecemos.

O autor

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Administração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) .

Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 3 de 129

1. INTRODUÇÃO

1.1. CONCEITOS E PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 06 1.2. O ADMINISTRADOR FINANCEIRO 07 1.3. MERCADOS 09 1.4. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 10 1.5. ORDENAMENTO JURÍDICO DAS EMPRESAS 15 1.6. TIPOS DE SOCIEDADES MAIS CONSTITUÍDAS NO BRASIL 16

1.6.1. Sociedades Anônimas 16 1.6.2. Sociedades por Cotas de Participação Limitada 22 1.6.3. Firmas Individuais 22

1.7. CONSIDERAÇÕES SOBRE RENTABILIDADE X LIQUIDEZ 23 1.8. AMBIENTE FISCAL DAS EMPRESAS 24 1.9. DIAGRAMA DOS FLUXOS FINANCEIROS 26 1.10. CICLOS FINANCEIROS 27

2. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO

2.1. ADMINISTRAÇÃO DO CIRCULANTE 29 2.2. CAPITAL DE GIRO 31 2.3. ESTRATÉGIAS DE INVESTIMENTO EM CAPITAL DE GIRO 34 2.4. ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DO CAPITAL DE GIRO 37

2.5. O PROCESSO DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO 39 3. ORÇAMENTOS

3.1. INTRODUÇÃO 43 3.2. ORÇAMENTO EMPRESARIAL 45 3.3. ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTO EMPRESARIAL 48 3.4. ORÇAMENTO DE VENDAS 49 3.5. ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO 50 3.6. ORÇAMENTO DE CONSUMO DE MATÉRIAS PRIMAS 50 3.7. ORÇAMENTO DE COMPRAS 51 3.8. OAMENTO DE MÃO-DE-OBRA DIRETA 52 3.9. ORÇAMENTO DE CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO 53 3.10. ORÇAMENTO DOS ESTOQUES FINAIS 54 3.11. ORÇAMENTO DAS DESPESAS OPERACIONAIS 55 3.12. ORÇAMENTO DAS DESPESAS DE CAPITAL 55 3.13. ORÇAMENTO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS 56 3.14. ORÇAMENTO DE CAIXA 56 3.15. CONTROLE ORÇAMENTÁRIO 57

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4. PROJEÇÕES FINANCEIRAS

4.1.PROJEÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 58 4.2.PROJEÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL 58

5. ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA

5.1.INTRODUÇÃO 58 5.2.ESTRATÉGIAS DE CAIXA 60 5.3.SALDO MÍNIMO DE CAIXA 62 5.4.MONTAGEM DO FLUXO DE CAIXA... 62 5.5.COMPARATIVO ENTRE O RESULTADO... 64 5.6.MODELO FINANCEIRO DE PROJEÇÃO DAS NECESSIDADES... 65 5.7.FONTES DE CAIXA 67

5.7.1. Operações com Desconto de Duplicatas 68 5.7.2. Taxas do Mercado Aberto 70 5.7.3. Operações “Hot Money” 71 5.7.4. “Floating” Bancário 72 5.7.5. Crédito Rotativo 73 5.7.6. Leasing 73

6. ADMINISTRAÇÃO DO CONTAS A RECEBER

6.1.CONCESSÃO DE CRÉDITO 75 6.2.SELEÇÃO DE CRÉDITO 77 6.3.EFEITO DAS POLÍTICAS DE CRÉDITO 78 6.4.ESTUDOS SOBRE A FLEXIBILIZAÇÃO DO CRÉDITO 79

7. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES

7.1.INTRODUÇÃO 82 7.2.DIFERENTES ENFOQUES SOBRE ESTOQUES 83 7.3.ESTOQUE COMO INVESTIMENTO 83 7.4.CUSTO DE ESTOQUES 84 7.5.RELAÇÃO ESTOQUES X DUPLICATAS A RECEBER 85 7.6.SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES 85 7.7.SELEÇÃO DE COMPRAS 90 7.8.CÁLCULO DA TAXA DE EQUILÍBRIO PARA COMERCIALIZAÇÃO 92

8. PONTO DE EQUILÍBRIO E ALAVANCAGEM

8.1.PONTO DE EQUILÍBRIO – CONCEITUAÇÃO E CÁLCULO 95 8.2.ALAVANCAGEM 98

8.2.1. ALAVANCAGEM OPERACIONAL 99 8.2.2. GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL 100 8.2.3. ALAVANCAGEM FINANCEIRA 101

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8.2.4. GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA 102 8.2.5. ALAVANCAGEM TOTAL 102 8.2.6. GRAU DE ALAVANCAGEM TOTAL 103

9. BIBLIOGRAFIA 105 10. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 107

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1.1 CONCEITOS E PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Quando se pretende administrar financeiramente uma empresa, tem-se que ter em mente todo um conjunto de decisões que norteará seu rumo. Estas decisões são calcadas no estudo da movimentação de fundos, e pressupõem-se duas rotas básicas: as decisões de financiamento e as de investimento. As primeiras estão correlacionadas com as atividades de captação de recursos e as segundas com as atividades de aplicação de recursos. Ambas as atividades podem ser estudadas no curto e no longo prazo, dependendo de suas características. Os recursos captados, por sua vez, podem ser próprios ou de terceiros, o que implica num estudo mais aprofundado para determinar qual o mais viável.

Assim sendo, podemos definir FINANÇAS, como a arte e a ciência de administrar fundos, ou a ciência que estuda a movimentação financeira entre os agentes econômicos. Estes agentes podem ser instituições, mercados ou instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos.

A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA, por sua vez, é a ciência cuja finalidade é maximizar a riqueza dos proprietários, gerindo com competência seus recursos. A empresa deverá proporcionar aos seus donos o maior retorno possível sobre seus investimentos. 1

A administração financeira, assim como a maioria das ciências, é fruto do aprofundamento natural dos estudos no processo de desenvolvimento da humanidade. Nasceu com as teorias econômicas para após, com as teorias de Taylor, Fayol e Ford, caminhar para sua independência, com forte ascensão após a grande depressão americana dos anos 1929/30. Estudos de fluxos de caixa, investimentos e retornos, foram transformando a teoria da administração financeira em uma ciência independente. A dissociação total está ligada aos estudos de Modigliani e Miller aos quais se convencionou chamar de Moderna Teoria de Finanças. Por fim, os estudos de risco que se desenvolveram a partir da Teoria do Portfólio, patrocinada principalmente por Markowitz e Sharpe, e permitiram fechar o esboço no qual trafega a moderna administração financeira.Esta ciência atua em colaboração estreita com outras ciências tais como2:

• Contabilidade – Ciência que subsidia as decisões financeiras com os dados de seus demonstrativos e relatórios.

• Matemática Financeira – Ciência que situa os números das finanças no tempo e facilita seu entendimento.

• Estatística – Ciência que colabora com seus dados e previsões às decisões de cunho administrativo/financeiro.

1 Ver mais em Assaf Neto, 2002 pp 46 -47. 2 Ver mais em Silva, 2001 pp 30-31.

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• Economia – Ciência que ensina como a empresa deve se colocar dentro das variáveis econômicas e das leis que a regem.

• Direito – Ciência que orienta o disciplinamento legal dos procedimentos administrativo/financeiros.

• Informática – Ciência recente, mas de grande utilidade para o administrador financeiro pela rapidez e confiança no ordenamento de dados e elaboração de relatórios.

1.2 O ADMINISTRADOR FINANCEIRO

A administração financeira pressupõe pessoas qualificadas que administrem as decisões necessárias ao seu funcionamento. Estas decisões, via de regra, estão ligadas a atividades que envolvem recursos financeiros direta ou indiretamente. Podemos catalogá-las em três atribuições principais:

• Planejamento, análise e controle. • Decisões de investimento. • Decisões de financiamento.

As atribuições de PLANEJAMENTO, ANÁLISE E CONTROLE consistem em visualizar no futuro as conseqüências financeiras dos atos presentes, analisar os resultados apresentados e fazer com que o planejamento seja aplicado de maneira adequada, monitorando sua aplicação. A consulta aos demonstrativos contábeis, permite estudar os dados registrados e suas projeções. O orçamento empresarial, uma ferramenta de grande importância, ajuda também ao administrador financeiro orientar financeiramente a empresa. A análise dos relatórios contábeis e gerenciais denuncia possíveis desvios de roteiro do planejamento, que devem ser corrigidos nas proporções e tempo requeridos.

A atribuição de selecionar INVESTIMENTO existe em decorrência das decisões político-administrativas da empresa, e delimitam o montante de recursos a serem aplicados em decorrência daquelas decisões. Esta atribuição administra os ativos tangíveis e intangíveis que são uma constante preocupação na administração financeira. A aquisição, a depreciação, o risco, o retorno, todos estes itens devem ser questionados, como forma de manter a melhor produtividade e os menores custos.

A atribuição de buscar FINANCIAMENTO executa a seleção do menor custo para viabilização da função anterior. Os financiamentos a longo e a curto prazo devem ser pesquisados para se evitar custos desnecessários em épocas desnecessárias. O equilíbrio do Balanço Patrimonial deve ser sempre perseguido como forma de se ter uma interação entre fontes e aplicação de recursos.

O administrador financeiro utiliza basicamente duas funções financeiras: As funções de tesouraria e as funções de controladoria. Dentre as principais funções de TESOURARIA destacam-se:

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• Orçamento de caixa • Cadastro • Câmbio • Financiamento • Investimento • Crédito e Cobrança • Relacionamento com instituições financeiras

Dentre as principais funções de CONTROLADORIA (O termo vem do inglês controller), destacam-se:

• Administração de custos e preços • Auditoria interna • Contabilidade • Orçamento Geral • Controle Patrimonial • Planejamento tributário • Relatórios gerenciais

Estas funções variam em função do porte da empresa. Em empresas pequenas, os sócios

se incumbem de muitas destas funções, e a contabilidade geralmente é terceirizada. Nas grandes empresas, as funções se subdividem, na maioria das vezes, conforme organograma a seguir:

Conselho de Administração

Diretor de Vendas

Diretor Administrativo-

Financeiro

Diretor de Produção

Tesoureiro Controller

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1.3 MERCADOS3

A Administração Financeira está inclusa em complexos mecanismos de funcionamento que se denominam mercados. Os mercados financeiros podem ser distribuídos da seguinte maneira:

• MERCADO MONETÁRIO – É o mercado de curto e curtíssimo prazo. Caracteriza-se pelas políticas de controle da oferta da moeda e das taxas de juros que garantem sua liquidez. Quem executa e controla estas políticas é o Banco Central através dos seguintes instrumentos:

o Depósito compulsório o Redesconto ou empréstimo de liquidez o Mercado Aberto (Open Market) o Controle e seleção de crédito

O depósito compulsório regula o multiplicador bancário através de reserva obrigatória de recolhimento de depósitos e recursos de terceiros determinado pelo CMN através de percentuais. O redesconto ou empréstimo de liquidez é o socorro que o Banco Central fornece à rede bancária para atender às necessidades de caixa. As operações de mercado aberto é um ágil instrumento de política monetária pelo qual o BC pode regular o fluxo de recursos de mercado através de operações overnight. O controle e a seleção de crédito se dá através do controle de volume e destino do crédito, controle das taxas de juros, fixação de limites e condições de crédito.

• MERCADO DE CRÉDITO – É o mercado que tem como objetivo suprir as

necessidades de recursos da economia através dos agentes econômicos que interligam poupadores e tomadores. Neste mercado se destacam os bancos comerciais e múltiplos.

• MERCADO DE CAPITAIS – É um mercado predominantemente de longo prazo.

Seu principal ambiente é a Bolsa de Valores. Divide-se em primário , quando as operações são realizadas ali pela primeira vez e secundário, quando são realizadas nas demais oportunidades. As operações também podem ser realizadas por instituições financeiras e seus recursos podem ser destinados para giro ou para o permanente das empresas.

• MERCADO CAMBIAL – É o mercado que envolve a contrapartida do mercado

internacional. Inclui agentes econômicos variados como importadores e exportadores, investidores e instituições financeiras.

3 Ver mais em Gitman, 1997 pp 4 – 24; Cherubim et al, 2002 pp 4 – 26; Fortuna, 2002 pp 45-60.

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1.4 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL4

Até 1964 o Sistema Financeiro Nacional carecia de uma estruturação racional para administrar suas necessidades. A partir de então foi montado um organograma funcional para disciplinar e entender as entidades participantes que é distribuído da maneira a seguir:

A. SISTEMA NORMATIVO

• Conselho Monetário Nacional* - CMN

• Banco Central do Brasil - BACEN

• Comissão de Valores Mobiliários - CVM

• Superintendência de Seguros Privados - SUSEP

• Banco do Brasil - BB

• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES

• Caixa Econômica Federal - CEF

Apenas como adendo, informa-se que O CMN é órgão de natureza política e

altamente mutável em virtude dos governos eleitos, e teve nos últimos anos a seguinte formação:

Presidente Número de membros Castelo Branco 6 Costa e Silva 4 Garrastazu Médici 10 Ernesto Geisel 8 Figueiredo 8 José Sarney 15 Fernando Collor 11 Itamar Franco 13 Fernando Henrique Cardoso 3 Luís Inácio Lula da Silva 3 Os atuais membros são: • Presidente: Ministro da Fazenda • Membro: Ministro de Planejamento, Orçamento e Gestão • Membro: Presidente do Banco Central

4 Ler mais em Hoji, 2001, pp 34-41 e Fortuna, 2002, pp 11-43.

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B. SISTEMA DE INTERMEDIAÇÃO

• BANCOS o Comerciais o Múltiplos o Caixas Econômicas o De Desenvolvimento o De Investimento

• INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NÃO BANCÁRIAS o Sociedades de Crédito Financeiro e Investimentos o Sociedades de Arrendamento Mercantil (Leasing) o Cooperativas de Crédito

• POUPANÇA E EMPRÉSTIMO o Sociedade de Crédito Imobiliário o Associação de Poupança e Empréstimo

• MERCADO DE CAPITAIS o Bolsa de Valores o Bolsa de Mercadorias e de Futuros o Sociedade Corretora o Sociedade Distribuidora o Agentes Autônomos de Investimento

• INSTITUIÇÕES NÃO FINANCEIRAS o Sociedade de Fomento Comercial (Factoring) o Seguradoras o Sociedades de Capitalização o Agências de fomento ou desenvolvimento o Fundos mútuos de investimento o Entidades abertas ou fechadas de previdência complementar o Administradora de Cartão o Consórcios

O Conselho Monetário Nacional – CMN é o órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional. Sua missão é definir as diretrizes de funcionamento do Sistema Financeiro Nacional e formular toda a política da moeda e crédito da economia, visando atender a seus interesses econômicos e sociais.

O Banco Central é o principal órgão executivo do CMN funcionando como sua secretaria executiva. É órgão fiscalizador do mercado financeiro e executor da política monetária do governo.

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A Comissão de Valores Mobiliários – CVM controla e fomenta o mercado de valores mobiliários, atingindo as instituições financeiras, as companhias de capital aberto e os investidores.

A Superintendência de Seguros Privados – SUSEP é o órgão responsável pelo controle e fiscalização do mercado de seguros, previdência privada aberta e capitalização.

O Banco do Brasil até janeiro de 1986 assemelhava-se a uma autoridade monetária mediante ajustamentos da conta movimento do BACEN e do Tesouro Nacional. Hoje, é um banco comercial comum, embora responsável pela Câmara de Compensação.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES é responsável pela política de investimentos de longo prazo do Governo e também pela gestão do processo de privatização. É a principal instituição financeira de fomento do Brasil por impulsionar o desenvolvimento econômico, atenuar desequilíbrios regionais, promover o crescimento das exportações, dentre outras funções.

A Caixa Econômica Federal - CEF caracteriza-se por estar voltada ao financiamento habitacional e ao saneamento básico, além de controlar as loterias. É um instrumento governamental de financiamento social.

Os bancos comerciais e múltiplos são intermediários financeiros que transferem recursos dos agentes superavitários para os deficitários, mecanismo esse que acaba por criar moeda através do efeito multiplicador. Eles podem descontar títulos, realizar operações de abertura de crédito simples ou em conta corrente, realizar operações especiais de crédito rural, de câmbio e comércio internacional, captar depósitos à vista e a prazo fixo, obter recursos junto às instituições oficiais para repasse aos clientes, etc.

As Caixas Econômicas Estaduais têm, em círculo mais restrito, as atribuições da Caixa Econômica Federal. São agentes econômicos que estão desaparecendo do mercado.

Os Bancos de Desenvolvimento, cujo principal agente é o já citado BNDES, são os principais agentes de financiamento do governo federal. Destacam-se os bancos regionais de desenvolvimento como, por exemplo, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o Banco da Amazônia (BASA), e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDES).

Os Bancos de Investimento captam recursos através de emissão de CDB e RDB. Esses recursos são direcionados a empréstimos e financiamentos específicos à aquisição de bens de capital pelas empresas ou subscrição de ações e debêntures. Os Bancos de Investimento não podem destinar recursos a empreendimentos mobiliários e têm limites para investimentos no setor estatal.

As Sociedades de Crédito Financeiro e Investimentos, as “financeiras” captam recursos através de letras de câmbio e sua função é financiar bens de consumo duráveis aos consumidores finais (crediário). Tratando-se de uma atividade de alto risco, seu passivo é limitado a 12 vezes seu capital mais reservas.

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As Sociedades de Arrendamento Mercantil trabalham com operações de “leasing”, que se trata de locação de bens de forma que, no final do contrato, o locatário pode renová-lo, adquirir o bem por um valor residencial ou devolver o bem locado à sociedade. Atualmente, tem sido comum operação de leasing em que o valor residual é pago de forma diluída ao longo do período contratual ou de forma antecipada, no início do período. As Sociedades de Arrendamento Mercantil captam recursos através da emissão de debêntures, com características de longo prazo.

As Cooperativas de Crédito equiparam-se às instituições financeiras. As cooperativas normalmente atuam em setores primários da economia ou são formadas entre os funcionários das empresas. No setor primário, permitem uma melhor comercialização dos produtos rurais e criam facilidades para o escoamento das safras agrícolas para os consumidores. No interior das empresas em geral, as cooperativas oferecem possibilidades de crédito aos funcionários, os quais contribuem mensalmente para a sobrevivência e crescimento da mesma. Todas as operações facultadas às cooperativas são exclusivas aos cooperados.

As Sociedades de Crédito Imobiliário, ao contrário das Caixas Econômicas, essas sociedades são voltadas ao público de maior renda. A captação ocorre através de Letras Imobiliárias, depósitos de poupança e repasses de CEF. Esses recursos são destinados, principalmente, ao financiamento imobiliário direto ou indireto.

As Associações de Poupança e Empréstimo são sociedades civis onde os associados têm direito à participação nos resultados. A captação de recursos ocorre através de caderneta de poupança e seu objetivo é principalmente financiamento imobiliário.

As Bolsas de Valores são entidades físicas, constituídas sob a forma de associações civis sem fins lucrativos, com responsabilidades e funções de interesse público. As bolsas operam em três tipos preferenciais de mercado:

• Mercado à vista – Onde a entrega dos títulos do vendedor ao comprador é efetuada no segundo dia útil após o fechamento do negócio na Bolsa. O pagamento da ação pelo comprador deve ocorrer no 3º dia útil após a negociação.

• Mercado a termo – Onde a liquidação das operações ocorre em prazos diferidos, em geral 30, 60 ou 90 dias. Para operar neste mercado é exigido, tanto do comprador quanto do vendedor, um depósito de valores como margem de garantia da operação.

• Mercado de opções – Onde se negocia os direitos de compra ou venda futura de ações a um preço pré-estabelecido. O comprador de uma opção de compra de ações, por exemplo, adquire até a data limite de vencimento da operação o direito de comprar o lote objeto de ações. O comprador de uma opção de venda, por outro lado, poderá exercer o seu direito de vender os papéis objetos na data de vencimento da opção. A principal contribuição deste mercado é a proteção contra o risco (hedge).

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A Bolsa de Mercadorias e de Futuros é a bolsa cujo objetivo é organizar operacionalizar e desenvolver um mercado de futuros (commodities, taxas de juros, taxas de câmbio, metais, índice de ações e de conjuntura) livre e transparente. Mantém as seguintes modalidades de operação: Futuro, opções sobre o disponível, opções sobre futuro, termo e disponível ou à vista (spot).

As Sociedades Corretoras são instituições membros das Bolsas de Valores habilitadas para operar em seus pregões por conta própria e determinadas por seus clientes, por meio de negociações com títulos e valores mobiliários.

As Sociedades Distribuidoras têm uma faixa operacional mais restrita do que as corretoras e não têm acesso às Bolsas de Valores e de Mercadorias.

Os Agentes Autônomos de Investimento são pessoas físicas, credenciadas por Bancos de Investimentos, Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento, Sociedades de Crédito Imobiliário, Sociedades Corretoras e Distribuidoras que exercem atividades por conta e ordem de quem os credenciou.

As Sociedades de Fomento Comercial são conhecidas como “factoring”, e operam na venda de um direito de crédito, feita diretamente pelo detentor deste crédito (o sacador) a uma instituição compradora (o factor). Esta fornece os recursos ao sacador, mediante um deságio sobre o valor de face deste direito de crédito, que pode ser, por exemplo, uma duplicata ou cheque.

As Seguradoras operam o sistema de seguros do país e são regidas pelo Decreto-Lei nº. 73 de 21/11/66 e suas alterações posteriores. Não estão sujeitas à falência nem podem impetrar concordata além de não poderem explorar qualquer outro ramo de comércio ou indústria.

As Sociedades de Capitalização são sociedades mercantis cujo objetivo é fornecer ao público, de acordo com planos aprovados pelo Governo Federal, a constituição de um capital mínimo perfeitamente determinado em cada plano. Este capital é pago em moeda corrente num prazo máximo indicado no mesmo plano, à pessoa que possuir um título, segundo cláusulas e regras aprovadas e mencionadas nos próprios títulos. DL 261, de 28.2.1967.

As Agências de Fomento ou Desenvolvimento são constituídas e funcionam sob as regras da Resolução nº. 2.828 de 30/03/2001. Realizam operações de financiamento de capital fixo e de giro associados a projetos na unidade da federação onde tenha sede. Prestam garantias e serviço de consultoria e ainda administram fundos de desenvolvimento, observando o disposto no Art. 35 da LC 101 de 04/05/2000.

As Administradoras de Cartão não são empresas financeiras, e sim empresas prestadoras de serviços, que fazem a intermediação entre os portadores de cartões, os estabelecimentos afiliados, as bandeiras (Visa, Mastercard, etc.) e as instituições financeiras.

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Os Consórcios. A atividade de consórcio é uma invenção brasileira, hoje difundida no mundo inteiro. Diversos são os instrumentos legais de regulamentação da atividade. A Circular nº. 3.070 e seus regulamentos estabelecem as regras e condições para a concessão de autorização para administrar grupos de consórcios e outros aspectos societários relacionados ao assunto.

Os Fundos Mútuos de Investimentos são constituídos sob a forma de condomínio aberto ou fechado e representam a reunião de recursos de poupança, destinados à aplicação em carteira diversificada de títulos e/ou valores mobiliários, com o objetivo de propiciar aos seus condôminos a valorização de cotas, a um custo global mais baixo, ao mesmo tempo em que tais recursos se constituem em fonte de recursos para investimento em capital permanente das empresas.

As Empresas Abertas ou Fechadas de Previdência Complementar são instituições restritas a determinado grupo contribuintes ou não, com o objetivo de valorização de seu patrimônio, para garantir a complementação da aposentadoria e, por esta razão, orientadas a aplicar parte de suas reservas técnicas no mercado financeiro e de capitais.

1.5 ORDENAMENTO JURÍDICO DAS EMPRESAS

De acordo com o novo Código Civil, as empresas, denominadas pessoas jurídicas, estão divididas em Pessoas Jurídicas de Direito Privado e de Direito Público Interno ou Externo. Pertence ao Direito Público Interno: a União, Estados, Distrito Federal, Territórios, Municípios, Autarquias e demais entidades públicas criadas por lei. São pessoas de direito público externo os estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. As Pessoas Jurídicas de Direito Privado dividem-se em associações, sociedades e fundações. As sociedades, por sua vez, subdividem-se em personificadas e não personificadas. Ao segundo grupo pertence a Sociedade em Conta de Participação. Ao primeiro grupo pertencem as Sociedades Simples, Em Nome Coletivo, Comandita Simples, Limitada, Anônima, Comandita por Ações e Cooperativas.

Segundo o Novo Código Civil (Lei nº. 10.406/02) Sociedade Simples é a sociedade constituída por pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens e serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados, não tendo por objeto o exercício de atividade própria de empresário (Art. 981 e 982).

Sociedade Empresária (Art.983) tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeita a registro, inclusive a sociedade por ações, independentemente de seu objeto, devendo inscrever-se na Junta Comercial do respectivo Estado. Isto é, Sociedade Empresária é aquela que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços, constituindo elemento de empresa. Divide-se em: Comandita Simples, Em Comandita por Ações, De Capital e Indústria, em Nome

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Coletivo, Limitada, Anônima e Cooperativa. O presente estudo será desenvolvido no ambiente das Sociedades Anônimas. 5

União De Direito Interno Estados Público Municípios Autarquias e demais entidades criadas por lei Externo – Estados estrangeiros e pessoas regidas pelo dir. pub. internacional Pessoas Associações Jurídicas Fundações Simples Em Nome Coletivo Em Comandita Simples De Direito Personificadas Limitada Privado Sociedades Anônima Em Comandita por Ações Cooperativas De Capital e Indústria Não Personificadas Sociedades em Conta de Participação 1.6 TIPOS DE SOCIEDADES MAIS CONSTITUÍDAS NO BRASIL 1.6.1 Sociedades Anônimas

Estas sociedades têm seu capital dividido em ações. Ações são títulos negociáveis e corresponde à menor fração em que se divide o capital da companhia. Tem natureza jurídica de título de crédito, ou seja, é o título que dá direito de propriedade sobre parte de uma companhia.

As ações são representadas fisicamente pelo Certificado de Ação, que só pode ser emitido após a companhia adquirir personalidade jurídica. Para que os acionistas confirmem a propriedade de suas ações, elas devem estar inscritas no Livro de Ações Nominativas.

O estatuto da companhia fixará o número de ações em que se divide o capital social e será estabelecido se esses títulos terão valor nominal. Se tiver, corresponderá à quantidade expressa em dinheiro que o subscritor pagará pela ação. Se o estatuto fixar o valor nominal, este servirá para todas as ações da companhia. Em se tratando de companhias abertas, o valor nominal das ações não poderá ser inferior ao mínimo fixado pela Comissão de Valores Mobiliários.

As ações sem valor nominal são aquelas que não expressam em dinheiro o valor que representam.

5 Ver mais no Novo Código Civil, Lei nº 10.406/02, Art 996 a 1.195.

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Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 17 de 129

As ações sempre serão nominativas e podem ser classificadas conforme sua natureza em:

• Ordinárias – São as que concedem a seus detentores o poder de voto nas assembléias deliberativas da companhia.

• Preferenciais – São aquelas que oferecem aos seus detentores a preferência na distribuição de resultados da empresa, assim como no reembolso do capital em caso de liquidação da companhia, mas não concede direito a voto. As ações preferenciais não poderão ultrapassar 50% do total das ações.

• Fruição – São as que podem ser distribuídas aos acionistas em substituição à ação que foi amortizada pela companhia. Este tipo de ação, mesmo não sendo negociável assegurará aos seus detentores o direito de receber a parte do patrimônio da sociedade que ainda lhe couber em caso de liquidação.

Conforme sua forma em:

• Nominativas registradas – Quando há um registro de controle de propriedade feito pela empresa ou por terceiros, podendo ou não haver emissão de certificado.

• Escriturais nominativas – Quando há a designação de uma instituição financeira credenciada pela CVM, que atua como fiel depositária dos títulos, administrando-os via conta corrente de ações.

As ações podem ser classificadas em diferentes classes, como A, B ou C, por exemplo, conforme a importância estabelecida no Estatuto Social. Quanto a liquidez, as ações podem ser classificadas em:

• “Blue Chips” ou de 1ª linha – Ações de empresas de grande porte, com elevado conceito de liquidez e de tradição.

• De 2ª linha – Ações de boa liquidez, porem com maior risco.

• De 3ª linha – Ações de empresas de médio e pequeno porte, com pequena liquidez.

• De privatização – São ações de companhias colocadas no mercado através de leilões do Programa Nacional de Desestatização – PND.

As ações rendem dividendos, que são a parcela de lucro líquido distribuída aos acionistas, na proporção da quantidade de ações detidas, ao fim de cada exercício social. A companhia deve distribuir, no mínimo, 25% do seu lucro líquido ajustado.

A distribuição de novas ações para os atuais acionistas chama-se bonificação, e acontece pela incorporação de reservas ao capital social em deliberação na Assembléia Geral dos acionistas. Excepcionalmente pode acontecer distribuição de bonificação em dinheiro.

Subscrição é o ato de adquirir novas ações emitidas em decorrência de aumento de capital da companhia. Os direitos de subscrição conferem aos seus detentores a possibilidade de exercer o direito de compra de novas ações e podem ser negociados no mercado, isoladamente das ações.

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As ações são negociadas no mercado de bolsa ou no mercado de balcão. O mercado de balcão é um mercado de títulos sem lugar físico determinado, onde são negociadas ações e outros valores mobiliários, em geral, de empresas não registradas em Bolsa de Valores.

Ações podem ser resgatadas com redução ou não do capital social. Resgate é o pagamento de ações para retirá-las de circulação. Já a amortização consiste na distribuição aos acionistas a título de antecipação e sem redução do capital social, de quantias que lhes poderiam tocar em caso de liquidação da companhia. O estatuto da empresa disciplina a matéria.

Por fim, reembolso é a operação pela qual a companhia paga aos acionistas dissidentes de deliberação da assembléia geral o valor de suas ações, nos casos previstos na legislação societária. Normalmente o reembolso é feito com base no valor patrimonial da ação.

Para constituição de uma sociedade anônima, exige a lei um mínimo de duas pessoas, que subscrevam todas as ações que constituem o capital social, muito embora o Art. 251 da Lei das Sociedades Anônimas admita excepcionalmente a figura da companhia com um só acionista. É a chamada subsidiária integral, que é a companhia constituída mediante escritura pública, tendo como único acionista uma sociedade brasileira. As sociedades anônimas são regulamentadas pela Lei nº. 6.404 de 15/12/76 e suas alterações posteriores.

A responsabilidade dos sócios ou acionistas é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.

A sociedade anônima será designada por denominação acompanhada das expressões companhia ou sociedade anônima, por extenso ou abreviadamente, mas vedada a utilização da expressão companhia no final. O nome do fundador, acionista, ou pessoa que, por qualquer outro modo, tenha concorrido para o êxito da empresa, poderá figurar na denominação.

Dando proteção ao nome comercial estabelece a lei que se a denominação da sociedade for idêntica a de companhia já existente, assistirá à prejudicada o direito de requerer a modificação, por via administrativa, ou em juízo, e demandar as perdas e danos resultantes. Exemplos de denominação de Sociedades Anônimas:

• Cia Nordestina de Alimentos • Tecidos Paulista S.A. • S. A. Araraquara de Ferragens

A sociedade anônima, qualquer que seja seu objeto, será sempre empresária e se regerá pelas leis e usos do comércio. Isto significa dizer que seus atos constitutivos e estatutos serão arquivados no Registro do Comércio, o que não ocorrerá com uma sociedade simples, cujos atos constitutivos e contrato social devem ser arquivados em Cartório. Têm competência legal para emitir outros valores mobiliários como partes beneficiárias, debêntures e bônus de subscrição.

Partes Beneficiárias são títulos de renda variável, sem valor nominal e estranhos ao capital social da empresa emitente, os quais conferirão aos seus possuidores direito de crédito eventual contra a sociedade. Este direito consiste na participação nos lucros líquidos anuais da companhia. Só poderão ser emitidos por Sociedades Anônimas de capital fechado.

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As partes beneficiárias emitidas ou atribuídas aos fundadores e acionistas serão criadas no momento da constituição da empresa como forma de pagamento dos serviços prestados, em vez de honorários. Quando criadas gratuitamente para fundadores e acionistas não existe registro contábil dessas partes beneficiárias, mas sim a menção em nota explicativa de sua quantidade, direitos e valor de resgate, se houver. A companhia fechada poderá alienar as partes beneficiárias emitidas ou atribuí-las a fundadores, acionistas ou terceiros, como remuneração de serviços prestados à empresa.

Depois de constituída a sociedade a criação de novas partes beneficiárias só poderão ser criadas em favor de acionistas ou terceiros. A criação desses novos valores mobiliários, em geral, será para atender:

• Obtenção de recursos financeiros com terceiros,

• Aquisição de bens de acionistas que interessam à companhia, quando houver falta de recursos para adquiri-los no mercado,

• Para sanar obrigações com terceiros. Etc.

Devem constar na criação das partes beneficiárias:

• A remuneração dos serviços,

• A cessão de direitos,

• O número em que estão divididas,

• Os percentuais sobre o lucro líquido anual, o qual não poderá ultrapassar 10%.

• A conversibilidade ou não em ações.

O prazo de duração das partes beneficiárias atribuídas gratuitamente não poderá ultrapassar 10 anos, com exceção das destinadas a sociedades ou fundações beneficentes dos empregados da companhia onde não há restrições legais, quanto ao prazo de duração, conforme disposição do art. 48 § 1º da Lei das S/A. Sempre que estipular o prazo para resgate, deverá criar reserva especial para esse fim.

O artigo 190 da Lei das S/A preconiza que serão conferidos aos titulares direito de crédito por conta de lucros anuais, obedecendo a ordem de preferência de participantes nos lucros em que as participações estatutárias de empregados, administradores e partes beneficiárias serão determinados, sucessivamente e nessa ordem com base nos lucros, já deduzidos os prejuízos acumulados e a provisão para Imposto de Renda, que vão remanescendo a cada dedução de participação anteriormente calculada.

Fixado o preço de emissão das partes beneficiárias, seu pagamento, pode ser feito das seguintes maneiras:

• Em dinheiro,

• Trocas ou compensação de direitos

• Dação em pagamento, etc.

Debêntures São valores mobiliários emitidos por Sociedades Anônimas com prazo e remuneração previamente definida, podendo ser pública ou particular, que conferem a

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seus titulares diretos de créditos contra a empresa emitente, nas condições constantes dos certificados ou escrituras de emissão dos títulos.

Sua finalidade é captar recursos financeiros de médio e longo prazo, para suprir as necessidades de novos investimentos ou falta de capital de giro, sem que haja a necessidade da organização recorrer a empréstimos em instituições financeiras com altas taxas de juros.

As debêntures possuem as seguintes vantagens:

• Os juros pagos são deduzidos como despesas financeiras,

• Capitalizam a empresa sem a necessidade de alteração do quadro acionário, a menos que haja cláusula de conversão em ações,

• Flexibilidade nos prazos, garantias e condições de pagamento,

• A emissão pode ser dividida em séries a serem integralizadas nos períodos desejados pela empresa emissora.

• Apresenta custos menores (títulos de longo prazo).

Uma empresa pode efetuar várias emissões de debêntures, de acordo com suas necessidades. Cada emissão pode ainda ser dividida em séries, de forma a adequar o montante de recursos às necessidades da empresa ou à demanda do mercado. De acordo com a lei, a emissão de debêntures não poderá ultrapassar o capital social da companhia. As debêntures deverão ter um valor nominal, o qual poderá ser diferente da sua emissão, e quando isso acontece os títulos poderão ser colocados com ágio ou deságio.

As debêntures poderão ser conversíveis ou não em ações. Podem ter garantias reais, quando garantidas por bens integrantes do ativo da emissora, bens que ficam indisponíveis para negociação, e não poderá ultrapassar 80% dos bens gravados da empresa. As garantias flutuantes asseguram privilégios sobre o ativo da emissora, não impedindo, entretanto, a negociação dos bens que compõem o ativo. Estas garantias são limitadas a 70% do valor contábil do ativo da emissora, líquido das dívidas garantidas por direitos reais, quando o valor da emissão ultrapassar o do capital social.

As debêntures podem ser:

• Nominativas – Quando são representadas por certificados emitidos em nome do titular e registrados em livro próprio mantido pela emissora,

• Escriturais – Quando não possuem certificados representativos, sendo mantidas em nome do titular em conta de depósito em instituição financeira depositária designada pela emissora.

As debêntures poderão ser amortizadas pelo pagamento parcelado, periódico e progressivo, e resgatadas quando retiradas de circulação de forma parcial ou total, independente da vontade do investidor, desde que previsto na escritura de emissão.

Bônus de subscrição são títulos negociáveis emitidos dentro do limite de aumento do capital autorizado no estatuto. As sociedades anônimas podem ser abertas ou fechadas, conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação em bolsa ou mercado de balcão.

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A sociedade anônima possui quatro órgãos sociais, a saber: A Assembléia Geral, o Conselho de Administração, a Diretoria e o Conselho Fiscal.

O Conselho de Administração é órgão facultativo, obrigatório apenas nos casos estabelecidos pela Lei.

As Assembléias Gerais, convocadas e instaladas de acordo com a Lei e o estatuto, tem poderes para decidir todos os negócios relativos ao objeto da companhia e tomar as resoluções que julgar convenientes à sua defesa e desenvolvimento.

A administração da companhia compete ao Conselho de Administração. As companhias abertas, as de capital autorizado e as sociedades de economia mista terão obrigatoriamente Conselho de Administração. Este conselho é quem nomeia a Diretoria.

O Conselho Fiscal verifica a gestão patrimonial da sociedade, podendo não ter funcionamento permanente, hipótese em que será instalado pela assembléia geral, a pedido de seus acionistas, que representem no mínimo 10% das ações com direito a voto, ou 5% das ações sem direito a voto.

As Assembléias poderão ser ordinárias ou extraordinárias. Nas ordinárias, que se realizam uma vez por ano, com primeira convocação com 25% dos acionistas com direito a voto e em segunda convocação com qualquer quorum, se debaterão as contas da diretoria. Nas extraordinárias, que se realizarão quando necessário, a primeira convocação exigirá 2/3 dos acionistas com direito a voto, e a segunda convocação qualquer quorum. Nelas, os demais assuntos que mereçam a convocação dos acionistas serão tratados. 6

Vantagens das Sociedades Anônimas • Responsabilidade limitada: cada acionista é um sócio com responsabilidade

limitada, não podendo perder além do que investiu no negocio. • Dimensão do negócio: o capital pode ser obtido a partir de muitos investidores, pela

facilidade com que as ações podem ser negociadas. A sociedade pode ser pulverizada entre uma infinidade de acionistas, pequenos, médios ou grandes.

• Transferência de propriedade: a propriedade é comprovada pelos certificados de ações, que podem ser facilmente transferidos a outras pessoas. As bolsas de valores facilitam enormemente a venda e compra de ações.

• Vida ilimitada: a S/A não se dissolve com a morte ou retirada de um proprietário e pode perdurar indefinidamente no tempo.

• Crescimento: A S/A pode expandir-se através de aumento de capital devido ao rápido acesso aos mercados de capitais.

• Administração profissional: a direção da empresa passa para administradores profissionais contratados e que podem ser promovidos ou substituídos.

6 Ver mais em Iudícibus et al, Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações, 1995, no Novo Código Civil e na Lei das S.A. e suas alterações posteriores.

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Desvantagens:

• Regulamentação governamental: como a S/A é uma entidade legalmente estabelecida, ela está submetida a regulamentações federais, estaduais e municipais, tornando necessários alguns órgãos para prestar serviços burocráticos e atender a todas essas regulamentações.

• Falta de sigilo: como os acionistas devem conhecer o desempenho e a situação financeira da S/A através das demonstrações financeiras, a empresa torna-se muito transparente. O Novo Código Civil (2002) estabelece algumas normas visando uma maior transparência das sociedades anônimas.

1.6.2 Sociedade em Cota de Participação Limitada (ltda.)

São sociedades de pessoas, constituídas de dois ou mais proprietários que se

associam no mesmo negócio, com o objetivo de obter lucro. Embora quase sempre maiores do que as firmas individuais, geralmente não chegam a assumir grandes proporções. A sociedade limitada é constituída através de um contrato social firmado entre os sócios e registrado na Junta Comercial. A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. Nas sociedades limitadas, os bens pessoais dos sócios respondem pelas dívidas assumidas no negócio.

Principais vantagens: • Economias fiscais: é semelhante à firma individual quanto aos custos

organizacionais e certos tributos. • Capital social: Geralmente maior que as firmas individuais, pois são sociedades com

participação de mais de uma pessoa. • Facilidade de crédito: Os bens pessoais dos sócios garantem os valores

emprestados. • Administração: cooperação e habilidades administrativas de vários sócios

envolvidos no negócio são somadas.

Principais desvantagens:

• Responsabilidade solidária dos sócios: os sócios respondem conjunta e solidariamente pelo negócio. No caso de liquidação do negócio os bens pessoais de um dos sócios podem ser levados a garantir o prejuízo, caso os demais sócios não o possa fazê-lo.

• Vida limitada: do ponto de vista técnico, quando um dos sócios se afasta ou morre, a sociedade é dissolvida.

1.6.2 Firma Individual

A firma individual é constituída por um único empresário ou proprietário que responde pelos seus negócios. É a empresa cujo proprietário é uma pessoa que opera em

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seu próprio benefício. A firma individual é geralmente uma pequena empresa, registrada em Junta Comercial, onde o proprietário toma todas as decisões e opera a propriedade juntamente com alguns poucos empregados. O capital da firma individual advém de recursos próprios ou de empréstimos a curto prazo. É grande a quantidade de firmas individuais, porém sua participação é pequena no volume de faturamento de todas as empresas.

Principais vantagens: • O proprietário é o seu próprio patrão. • O proprietário assume todo o lucro e todo o resto do negócio. • Baixos custos operacionais. • Economias fiscais.

Principais desvantagens:

• Responsabilidade ilimitada em relação aos credores. A riqueza total do proprietário – e não o capital investido – responde pelas dívidas do negócio.

• Limitação de capital: a capacidade financeira do proprietário é limitada e pode restringir operações maiores.

• O proprietário deve jogar em todas as posições do negócio, isto é, deve conhecer e dominar todos os aspectos técnicos, comerciais e financeiros da sua empresa.

1.7 CONSIDERAÇÕES SOBRE RENTABILIDADE E LIQUIDEZ

Como já se viu, o principal objetivo do administrador financeiro é o aumento da riqueza dos proprietários. Para isso ele pondera as alternativas de investimento e financiamento, planeja e administra, além de analisar demonstrativos e propor soluções. Para alcançar seu objetivo, é necessário atentar para dois fatores importantes que afetam as finanças: a rentabilidade e a liquidez.

Ao contrário do que se pensa, nem sempre uma empresa rentável está livre de um processo falimentar. Para ilustrar o que estamos afirmando, transcrevemos o exemplo a seguir:

Exemplo: A empresa ALFA S.A. vendia por R$ 10,00 com prazo de 30dd o artigo que produzia a R$ 7,50 e pagava seus insumos à vista. Como era nova, não tinha crédito na praça para levantar empréstimos, ou fundos de qualquer espécie. Em dezembro de determinado ano, tinha os seguintes saldos no circulante: Caixa 7.500,00 Estoques 11.250,00 Contas a receber 15.000,00

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Animada pela margem de contribuição (10,00 – 7,50), em janeiro vendeu 2.000 unidades e produziu 2.500. Em fevereiro vendeu 2.500 unidades e produziu 3.000. Em março vendeu 3.000 unidades e produziu 3.500. De repente se viu em dificuldades financeiras.

Caixa Estoques Contas a Receber 7.500 18.750 11.250 15.000 15.000 15.000 15.000 18.750 20.000 3.750 22.500 15.000 18.750 20.000 20.000 20.000 22.500 25.000 1.250 26.250 18.750 22.500 25.000 25.000 25.000 26.250 30.000 0 22.500 30.000

Vendas Custo das vendas Resultado 20.000 15.000 5.000 25.000 18.750 6.250 30.000 22.500 7.500

Muito embora a empresa fosse lucrativa, teve que encerrar suas atividades por insolvência, pois não tinha mais dinheiro em caixa para comprar insumos de produção. 7

1.8 AMBIENTE FISCAL DAS EMPRESAS

Com a alta carga tributária atual do Brasil é imprescindível que tenhamos um canal de discussão permanente nas empresas sobre economia de tributos.

A globalização, o mercado competitivo e o pesado ônus tributário que sufoca as empresas brasileiras requer do administrador e do contador práticas de gerenciamento eficazes para preservar a continuidade do empreendimento. Frente à realidade tributária brasileira, a principal preocupação dos contribuintes é a redução da carga tributária. Portanto, o contribuinte pode e deve estudar opções de economia de tributos, ou seja, praticar quaisquer condutas objetivando eliminar, reduzir ou retardar o pagamento de tributos, desde que se mantendo no campo jurídico da licitude.

Procurar alternativas de formas lícitas para reduzir a carga tributária das empresas e estar atento às mudanças da legislação, bem como controle e emissão de relatórios 7 Exemplo extraído de Gitman, Administração Financeira, 1978 p 6.

insolvência

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contábeis confiáveis, torna-se imprescindível para maximização dos lucros das empresas para manutenção dos negócios e contribuição para combater o nível de desemprego.

No Brasil, compete à União tributar sobre:

• Importação de produtos estrangeiros • Exportação de produtos nacionais ou nacionalizados • Rendas e proventos de qualquer natureza • Produtos industrializados • Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários • Propriedade territorial rural • Grandes fortunas, nos termos de lei complementar

A União poderá instituir mediante lei complementar, impostos não previstos nesta relação, desde que não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos já discriminados. Na iminência ou no caso de guerra externa, poderá instituir impostos extraordinários, compreendidos ou não na sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituírem impostos sobre:

• Transmissão causa mortis ou doação, de quaisquer bens ou direitos • Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços de

transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior

• Propriedade de veículos automotores

Compete aos Municípios instituirem impostos sobre:

• Propriedade predial e territorial urbana • Transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por

natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, excetos os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição

• Serviços de qualquer natureza, definidos em lei complementar

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1.9 DIAGRAMA DOS FLUXOS FINANCEIROS Compra venda pgto pgto. Compra venda pgto. depreciação pagamento restituição Recebimento venda de ações Recebimento quitação Pagamento de dividendos Recompra de ações

Mão-de-Obra

Matéria-Prima

Despesa Indireta

Imobilizado

Investimentos

Produtos em processo

Produtos Acabados

Despesas Operacionais

Imposto de Renda

Vendas

Empréstimos Financiamentos

Patrimônio Líquido

Disponibilidades

Fluxo Operacional

Fluxo de Investimentos

Fluxo de Financiamentos

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1.10 CICLOS FINANCEIROS

Pelo que pudemos observar, os recursos financeiros movimentam-se sempre dentro de uma determinada seqüência e repetidas vezes, constituindo-se em ciclos

Graficamente, os ciclos financeiros de uma empresa podem ser assim representados:

Suponhamos que uma empresa disponha dos seguintes dados de Balanço, em Reais: Ano x Ano x+1

Estoques = 100 600 Duplicatas a receber = 200 300 Compras a prazo = 1.500 Duplicatas a pagar = 100 150 Vendas a prazo = 2.000

Calcular: • Ciclo Operacional • Ciclo de caixa • Prazo Médio de Recebimento • Prazo Médio de Pagamento • Prazo Médio de Estoques

PMRPMECO +=

36023602 ×

+

+

=vendas

DRfDRi

CPV

EfEi

CO

Ciclo de caixa

PMP PMR

PME

Ciclo Operacional

compra venda Recbto da venda Pgto da compra

Prazo Médio de Estoque

Prazo Médio de Recebimento

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diasEfCEi

CO 171360000.2

250360

600500.1100

350360

000.22

300200

3602

600100

=×+×−+

+

+×−+

+

=

PMPCOCC −=

diascompras

DPfDPi

CC 141360500.12

150100

1713602171 =×

+

−=×

+

−=

LEGENDA CO = Ciclo Operacional

CC = Ciclo de Caixa

PMP = Período Médio de Pagamento

PME = Período Médio de Estoque

PMR = Período Médio de Recebimento

Ei = Estoques Iniciais Ef = Estoques Finais

DRi = Duplicatas a Receber Inicial

DRf = Duplicatas a Receber Final

DPi = Duplicatas a Pagar Inicial

DPf = Duplicatas a Pagar Final

CMV = Custo das Mercadorias Vendidas

C = Compras

Prazo Médio de Pagamento

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8

2.1 ADMINISTRAÇÃO DO CIRCULANTE

O objetivo da administração financeira de curto prazo é gerir cada um dos ativos circulantes tais como caixa, duplicatas a receber, estoques, etc., e dos passivos circulantes tais como duplicatas a pagar, contas a pagar, impostos a recolher, etc. a fim de encontrar um equilíbrio entre lucratividade e risco que contribua positivamente para o valor da empresa. Um investimento alto demais em ativos circulantes reduz a lucratividade, enquanto um investimento baixo demais aumenta o risco de a empresa não poder honrar suas obrigações nos prazos estipulados. Ambas as situações levam à redução do valor da empresa.

Os ativos circulantes, normalmente chamados de capital de giro ou capital circulante representam a parcela do investimento que circula transitando de conta, durante a condução normal dos negócios. Essa idéia compreende a transição periódica de caixa para estoques e destes para duplicatas a receber e de volta para caixa que compõe o ciclo operacional da empresa. Na condição de substitutos de caixa, as aplicações financeiras são consideradas como parte do capital de giro. Da mesma forma, as despesas pagas antecipadamente estão incluídas no capital de giro porque representam serviços devidos à

8 Ver mais em Gitman, 1997, pp 588-590; Braga, 1989, pp 227-246; Melo, pp 140-142

FLUXO OPERACIONAL

FLUXO DE INVESTIMENTOS FLUXO DE

FINANCIAMENTOS

DISPONIBILIDADES

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empresa e que são usados na realização de suas atividades, eliminando a necessidade de desembolsos posteriores.

Os passivos circulantes representam os financiamentos a curto prazo das empresas pois incluem todas as dívidas que terão vencimento em um ano ou menos. Tais dívidas incluem normalmente os valores a pagar a fornecedores, bancos, empregados e governo, dentre outros.

O Capital Circulante Líquido é usualmente definido como a diferença entre os ativos circulantes e os passivos circulantes da empresa. Quando os ativos circulantes superam os passivos circulantes a empresa tem capital circulante líquido positivo. Nessa situação mais comum, o capital circulante líquido é a parcela dos ativos circulantes da empresa financiada com recursos de longo prazo, os quais excedem as necessidades de financiamentos dos ativos permanentes. Visto que os passivos circulantes representam fontes de recursos a curto prazo, quando os ativos circulantes superam os passivos circulantes, a diferença precisa ser financiada com fundos a longo prazo.

Quando os ativos circulantes são menores que os passivos circulantes, a empresa tem capital circulante líquido negativo. Nesta situação menos usual, o capital circulante líquido é a parcela dos ativos permanentes da empresa que está sendo financiada com passivos circulantes. De uma forma geral, quanto maior a margem pela qual os ativos circulantes de uma empresa cobrem suas obrigações a curto prazo, tanto mais apta ela estará para pagar suas contas nos vencimentos.

O investimento total de uma empresa engloba os ativos circulantes e os ativos permanentes, sendo que sua lucratividade e risco são afetados pela relação entre essas duas categorias. O nível de ativos permanentes de uma empresa é determinado pela escala de produção e pela intensidade de uso do fator capital. Por sua vez, o nível de ativos circulantes guarda estreita reação com o nível de produção, acompanhando de forma direta os aumento e reduções desta.

A lucratividade, neste contexto, é a relação entre receitas e custos gerados pelo uso dos ativos da empresa nas suas atividades produtivas. O lucro de uma empresa pode ser aumentado de três maneiras:

1. Aumentando as receitas

2. Reduzindo-se custos

3. Pela combinação dos itens 1 e 2.

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2.2 CAPITAL DE GIRO

CAPITAL DE GIRO: São os recursos necessários para subsidiar o fluxo operacional. Através dele são elaboradas as políticas de estoques, compras de materiais, produção, vendas e política de crédito, etc.

CAPITAL DE GIRO = CAPITAL CIRCULANTE

CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO – É a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante. Pode também ser entendido como a diferença da soma entre Exigível a Longo Prazo e Patrimônio Líquido e Realizável a Longo Prazo e Permanente.

CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO = CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO

CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO – É a diferença entre o Patrimônio Líquido e o Permanente.

Toda empresa, durante sua gestão corre riscos. O risco operacional é o risco de não se poder cobrir os custos operacionais. Já o risco financeiro refere-se à impossibilidade de efetuar os pagamentos fixos programados decorrentes de empréstimos, leasing e dividendos preferenciais. Uma empresa que não consegue saldar suas dívidas nos vencimentos é considerada tecnicamente insolvente. Um aumento nos ativos circulantes eleva o CCL e, portanto, reduz o risco de insolvência técnica. Ademais, as contas dos ativos são apresentadas no balanço em ordem crescente de risco. Assim, os investimentos em caixa e aplicações financeiras são menos arriscados que as duplicatas a receber, os estoques e os ativos permanentes. O investimento em duplicatas a receber apresenta o menor risco do que em estoques e ativos permanentes. Finalmente o investimento em estoque representa risco menor que o investimento em ativos permanentes. Em outros termos, quanto mais um ativo se aproxima da conta caixa no balanço, tanto menos arriscado ele será. Geralmente é mais fácil transformar duplicatas a receber em caixa do que fazê-lo com estoques. Como exemplo adicional, os investimentos em ativos permanentes têm maturação a longo prazo e o surgimento de maquinários e instalações novos e mais eficientes pode tornar os ativos permanentes de uma empresa relativamente ineficientes ou obsoletos.

Uma das decisões mais importantes que precisa ser tomada com respeito aos itens circulantes da empresa é como usar os passivos circulantes para financiar os ativos circulantes. Os credores concedem empréstimos a curto prazo para permitir que a empresa financie aumentos sazonais de estoque ou duplicatas a receber. Esses recursos não devem servir para aplicações a longo prazo.

As necessidades de financiamento da empresa podem ser subdivididas em permanentes e sazonais. A necessidade permanente, que consiste dos ativos permanente mais a parcela permanente dos ativos circulantes da empresa permanece inalterada ao longo do ano. Já a necessidade sazonal, que se pode atribuir à existência de certos ativos circulantes temporários, varia ao longo do ano conforme podemos ver no diagrama abaixo:

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Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 32 de 129

:

A administração de capital de giro envolve um processo contínuo de tomada de decisões voltadas principalmente para a preservação da liquidez da empresa, mas que também afetam a sua rentabilidade. As concordatas e falências geralmente constituem o desfecho natural para as soluções inadequadas dos problemas de gestão do capital de giro. Muitas vezes ouvimos dizer que determinada empresa tornou-se insolvente devido ao excesso de imobilizações. Em geral isto significa que foram desviados para outra finalidade recursos que deveriam estar financiando o capital de giro ou, então que os planos de expansão não levaram na devida conta as necessidades adicionais de recursos para financiar o giro das operações.

Enquanto os ativos fixos geram produtos, cujas vendas propiciam a recuperação dos custos e despesas e o suprimento dos lucros, os ativos circulantes constituem aplicações de recursos de baixa rentabilidade, mas necessárias à sustentação das atividades operacionais da empresa. Alguns dizem que os ativos fixos criam riqueza e que os ativos circulantes são um mal necessário.

Dependendo do tipo de negócio e da qualidade da sua gestão, cada ciclo do capital de giro será repetido mais ou menos vezes em determinado período. Assim, é de se supor que quanto mais os ciclos se completarem em cada período, mais eficientemente estarão sendo geridos os recursos aplicados no ativo circulante, ocasionando maior rentabilidade.

INVESTIMENTO EM CAPITAL DE GIRO

ABORDAGEM AGRESSIVA - Mais lucro, mais risco. ABORDAGEM CONSERVADORA – Menos lucro, menos risco.

Necessidade permanente

Necessidade sazonal

Abordagem Agressiva

Abordagem Conserva-

dora

Abordagem Média

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Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 33 de 129

A necessidade permanente de fundos é a parcela de recursos necessária para financiar necessidades constantes da empresa. Esse valor é calculado, tomando-se por base o valor anual necessário para manter o imobilizado da empresa no nível de produção pretendida adicionado a alguns itens do ativo circulante, que, sob a ótica financeira, têm características de permanente, como os estoques mínimos e o fluxo de caixa mínimo, por exemplo.

A necessidade complementar de fundos é a parcela que é acrescida à necessidade mínima citada acima. Esta necessidade é calculada, tomando-se por base as operações da empresa que são representadas no ativo circulante em função da flutuação do mercado ou sazonalidade dos insumos, conhecidas como as necessidades eventuais ou sazonais.

A necessidade mínima permanente de fundos é o valor encontrado na menor soma mensal das necessidades permanente com a complementar.

Para um melhor entendimento, vejamos o seguinte exemplo9:

Necessidade

Ativo Ativo Ativo Mínima Necessidade

Mês Circulante Permanente Total Permanente Compleme ntar

Janeiro 4.000 13.000 17.000 13.800 3.200

Fevereiro 3.000 13.000 16.000 13.800 2.200

Março 2.000 13.000 15.000 13.800 1.200

Abril 1.000 13.000 14.000 13.800 200

Maio 800 13.000 13.800 13.800 0

Junho 1.500 13.000 14.500 13.800 700

Julho 3.000 13.000 16.000 13.800 2.200

Agosto 3.700 13.000 16.700 13.800 2.900

Setembro 4.000 13.000 17.000 13.800 3.200

Outubro 5.000 13.000 18.000 13.800 4.200

Novembro 3.000 13.000 16.000 13.800 2.200

Dezembro 2.000 13.000 15.000 13.800 1.200

Média Mensal 13.800 1.950

Esta tabela subsidia o gráfico a seguir:

9 Tabela extraída de Gitman, opus cit p 623

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Necessidade 17.000 sazonal Necessidade 13.800 Mínima do Circulante 13.000 Necessidade Permanente Necessidade total 0 j f m a m j j a s o n d

As empresas podem enfrentar estas necessidades de três modos:

• Caso sejam conservadoras, podem manter em caixa um volume de dinheiro suficiente para cobrir todas as necessidades por todo o ano. Em outras palavras, manter em caixa, no mínimo, R$ 18.000,00 (valor de outubro). Isto dá tranqüilidade ao administrador, porém onera a empresa, posto que os juros de longo prazo são maiores que os de curto prazo.

• Caso sejam agressivas, manterão o nível mínimo de R$ 13.800,00. Isto minimizará os custos, porém qualquer imprevisto poderá causar sérios transtornos financeiros.

• Se ficarem na média, R$ 15.750,00, onerarão menos que a conservadora e ficarão com menos riscos de sobressaltos que a agressiva.

1.2.3 ESTRATÉGIAS DE INVESTIMENTO EM CAPITAL DE GIRO

Vamos supor que uma empresa tenha as opções de financiamento de seu Ativo Circulante conforme quadro abaixo:

BALANÇO PATRIMONIAL AGRESSIVO MÉDIO CONSERVADOR Ativo Circulante 800 1.100 1.400 Ativo Permanente 1.200 1.200 1.200 Total 2.000 2.300 2.600 Custos Passivo Circulante (20%) 400 460 520 15% aa Exigível a Longo Prazo (30%) 600 690 780 20% aa Patrimônio Líquido (50%) 1.000 1.150 1.300

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Esta suposição fará que a Demonstração de Resultado das três opções, partindo de um mesmo Lucro Operacional, sejam as representadas a seguir:

Vê-se então que a abordagem agressiva é a que traz maior retorno sobre o Patrimônio Líquido, embora também seja a que tem maior risco.

A seguir, vê-se como se pode analisar a necessidade de investimento em capital de giro, partindo-se das demonstrações financeiras publicadas.

Como se estuda a seguir, é necessário um maior aprofundamento para diagnosticar as necessidades de financiamento, pois a simples análise dos índices de liquidez não demonstra necessariamente a situação financeira da empresa.

Suponha-se uma empresa que apresente a seguinte demonstração financeira:

ATIVO CIRCULANTE 20 PASSIVO CIRCULANTE 10 Caixa 2 EXIGÍVEL A LP 20 Valores a Receber 10 PAATRIMÔNIO LÍQUIDO 20 Estoques 8 ATIVO PERMANENTE 30 TOTAL 50 50 CCL = AC – PC CCL = 20 – 10 = 10 Isto significa que R$ 10,00 do PL + ELP estão financiando as atividades do AC. Num primeiro instante, isto pareceria uma posição confortável, pois alie-se a isto um índice de liquidez corrente igual a 2.

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS Lucro Operacional 1.000 1.000 1.000 Despesas financeiras 180 207 234 Circulante (0,15x400) 60 69 78 Exigível LP(0,20x600) 120 138 156 Lucro antes do IR 820 793 766 Imposto de Renda (40%) 328 317,20 306,40 Lucro Líquido 492 475,80 459,60 Retorno sobre o PL 49,2% 41,4% 35,4%

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Entretanto, se esta demonstração pertencesse à empresa que tem as seguintes informações:

• Volume de vendas = R$ 40,00 por mês • Vendas a vista = 75% • Vendas a prazo = 25% • Prazo médio de recebimento = 18 dias • Prazo médio de estoque = 15 dias • Custo / Receitas = 40% • Caixa mínimo = 10 dias de desembolso, correspondente a R$ 1,50.

Poder-se-ia então redimensionar as necessidades.

1. Se o caixa apresentado no Balanço é R$ 2,00 e a necessidade mínima é R$ 1,50, então R$ 0,50 é a necessidade sazonal.

2. Os valores a receber são iguais às vendas a prazo multiplicado pelo período de crédito, ou seja:

630

1810 =× ou DRm/V x 30 = 18 DRm/10x30=18 DRm = R$ 6,00

Dessa forma, R$ 6,00 é a necessidade constante. Como o Balanço apresenta saldo de R$ 10,00 então R$ 4,00 é a necessidade sazonal.

3. Os estoques representam 40% das receitas por 15 dias, ou seja:

830

15404,0 =×× ou Em/CMV x 30 = 15 (Em/0,4 x 40)30=15 Em=R$ 8,00

Como o valor é igual ao do Balanço, não há necessidade sazonal.

Assim, poder-se-ia compor o seguinte quadro:

ATIVO CIRCULANTE

Necessidade Constante Sazonal Total Caixa 1,50 0,50 2,00 Valores a Receber 6,00 4,00 10,00 Estoques 8,00 0,00 8,00 TOTAL 15,50 4,50 20,00

Agora se tem um quadro mais real. Os R$ 10,00 do ELP + PL estão financiando necessidades constantes do Circulante (que têm as mesmas características do Permanente), no valor de R$ 15,50. Se o ELP + PL financiasse os R$ 15,50 ou fosse superior a este valor,

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o risco de inadimplência seria diminuído. Na verdade, R$ 5,50 do PC estão financiando atividades similares ao do Permanente.

Por outro lado, o PC também tem fontes constantes e fontes sazonais. A conta Salários a Pagar, por exemplo, pode ser considerada uma fonte constante. A conta Fornecedores seria sazonal.

Desta forma, a Necessidade de Investimento em Giro (NIG) pode ser apresentada da seguinte forma:

NIG = Necessidades constantes do AC – Fontes Constantes do PC.

Se as fontes constantes do PC forem R$ 5,00, por exemplo, então:

NIG = R$ 15,50 – R$ 5,00 = R$ 10,50

2.4 ANÁLISE DE EVOLUÇÃO DE CAPITAL DE GIRO

Suponhamos que determinada empresa apresente os números abaixo10:

ESTRUTURA DO ATIVO CIRCULANTE E DAS SUAS FONTES DE FINANCIAMENTO APLICAÇÕES X0 X1 X2 Caixa e Bancos 200 250 380 Duplicatas a receber 3.120 4.200 5.850 Devedores duvidosos -93 -126 -175 Estoques 2.400 3.600 5.200 Diversos 373 1.076 995 FONTES Fornecedores 1.580 2.400 3.540 Empréstimos 2.300 2.300 5.100 Diversos 1.120 1.850 1.910 ATIVO CIRCULANTE 6.000 9.000 12.250 PASSIVO CIRCULANTE 5.000 6.550 10.550 CAP. CIRC. LÍQUIDO 1.000 2.450 1.700

Comparando a posição de X2 com X0, verificamos através da análise vertical que:

• Na composição do Ativo Circulante, percentualmente aumentou a proporção dos estoques e declinou a das duplicatas a receber. Isto prejudica a liquidez, pois os valores a receber ficam mais longe de se concretizar.

10 Exemplo extraído de apostilha do prof. George Washinton A Melo

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• Na composição do Passivo Circulante, percentualmente, os fornecedores apresentam pequena elevação e o significativo aumento na participação sos empréstimos revela a crescente dependência por essa fonte onerosa de recursos.

• Na composição de financiamentos do ativo circulante ocorreu aumento na participação do passivo circulante e redução na do capital circulante líquido.

O que mais se destaca nessa análise é que a liquidez, após ter apresentado sensível melhora em X1, acusou evolução bastante desfavorável no último exercício. Isto fica evidenciado com a queda de 31% verificada no CCL (de R$ 2.450,00 para R$ 1.700,00).

DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS X1 X2 ORIGENS 1.850 3.500 Lucro Líquido 1.350 1.000 Depreciação 500 700 RECURSOS GERADOS PELAS OPERAÇÕES 1.850 1.700 Aumento do Exigível a Longo Prazo 1.800 APLICAÇÕES 400 4.250 Aumento no Imobilizado 0 4.000 Dividendos Propostos 400 250 VARIAÇÃO NO CAP. CIRC. LÍQUIDO 1.450 -750 INICIAL FINAL VARIAÇÕES X1 Ativo Circulante 6.000 9.000 3.000 Passivo Circulante 5.000 6.550 1.550 CCL 1.000 2.450 1.450 X2 Ativo Circulante 9.000 12.250 3.250 Passivo Circulante 6.550 10.550 4.000 CCL 2.450 1.700 -750

Através da DOAR, podemos identificar os elementos responsáveis pelo decréscimo verificado no CCL. Em X1 o CCL havia aumentado em R$ 1.450,00, enquanto em X2 ocorreu uma redução de R$ 750,00. Esta situação decorreu da queda dos recursos gerados pelas operações e do aumento no imobilizado que foi parcialmente financiado com a contratação de empréstimo de longo prazo. Enquanto que em X1 foram destinados ao reforço do capital de giro de 78,4% dos recursos gerados pelas operações, no último ano as aplicações de CCL superaram as origens em 21,4%. Constatamos então que as novas imobilizações absorveram parte dos recursos que antes estavam financiando o capital de giro.

Devemos considerar que os fornecedores e as instituições financeiras irão indicar a queda ocorrida na folga financeira e isto prejudicará de alguma forma as facilidades de crédito que a empresa vinha desfrutando.

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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO X1 X2 RECEITA OPERACIONAL BRUTA 21960 24120 ICMS (17%) 3730 4110 Devoluções 230 220 RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 18000 19800 Custo das Mercadorias Vendidas 12000 13200 LUCRO BRUTO 6000 6600 Despesas com vendas 900 990 Despesas com devedores duvidosos 33 49 Despesas administrativas 1935 1961 Despesas com depreciações 500 700 LUCRO OPERACIONAL 2632 2900 Despesas financeiras 552 1350 LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA 2080 1550 Provisão (35%) 730 550 LUCRO LÍQUIDO 1350 1000 Lucro por ação 0,338 0,2

Nas demonstrações de resultados, observamos que a receita operacional líquida e o lucro operacional (antes das despesas financeiras) acusaram integralmente acréscimos de 10% no último exercício. Isto evidencia que foram mantidas as margens de lucro na comercialização e que houve bom controle sobre as despesas operacionais. Entretanto, todo este esforço foi comprometido pelo significativo aumento nas despesas financeiras (+145%). Com isso, o lucro líquido apresentou uma queda de 26% em X2 (de R$ 1.350,00 para R$ 1.000,00).

Supondo que as novas imobilizações estivessem orientadas para a expansão dos negócios verificamos que ocorreu uma frustração nos planos da empresa. As receitas de vendas deveriam ter aumentado muito mais para justificar esse investimento, com o agravante de que foram utilizadas fontes de financiamento inadequadas. Esses elementos foram responsáveis pela evolução desfavorável observada tanto na liquidez, quanto na rentabilidade .

2.5 O PROCESSO DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO

Segundo Hogarty11, os dez erros mais comuns na fase inicial das pequenas empresas são:

11 HOGAARTY, donna Brow. Briting the adds: avoid these mistakes at all. Managements Review, feb 1993, p. 16-21 apud Sobansky.

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1. Desprover-se de dinheiro, por não ter estimado adequadamente as saídas de caixa da organização. Não determinar previamente e com relativa precisão onde o dinheiro deve ser gasto e onde não deve.

2. Não dispor de um plano para a empresa. 3. Não fazer uma prévia pesquisa de mercado sobre as potencialidades do produto, dos

competidores e dos distribuidores. 4. Não ter encontrado um nicho no mercado. É importante que o produto ou serviço a

oferecer seja diferenciado. 5. Não obter auxílio, não reconhecer suas próprias fraquezas e desprezar a assistência

de administradores competentes, rigorosamente selecionados. 6. Rapidez em admitir, lentidão em demitir. Mesmo um única pessoa fraca na equipe

inicial pode comprometer todo o projeto. 7. Não conhecer os verdadeiros níveis das despesas. Não dedicar tempo para sentar-se

e responder “Quanto obteremos de receitas nos próximos seis meses, um ano e dois anos? Quais são os níveis reais de despesas?”.

8. Não manter os investidores (sócios, bancos) informados sobre o progresso ou falta de sucesso; isto requer que o próprio empresário saiba a quantas anda a empresa.

9. Não manter altos padrões, inclusive, os de qualidade. Se a empresa promete que entrega algo, deve entregar o que promete.

10. Não conseguir fazer rapidamente uma clientela. Achar que o produto se venderá por si próprio.

Como se disse no início, o administrador financeiro deve estar preocupado nas formas de investimento e captação de recursos mensurando a rentabilidade e a liquidez da empresa no curto e longo prazo.

Para se movimentar os valores o administrador financeiro deve ter em mente que seu papel na empresa deve estar voltado para:

• Manter a empresa em permanente situação de liquidez • Maximizar o retorno sobre o investimento realizado • Administrar o capital de giro da empresa • Avaliar os investimentos realizados em itens do ativo permanente • Estimar o provável custo dos recursos de terceiros a serem captados • Informar sobre as condições atuais e futuras da empresa • Interpretar as demonstrações financeiras • Manter-se atualizado no mercado financeiro

Para tanto sua atividade deve ser planejada. Este processo se inicia com os planos financeiros de longo prazo (estratégicos) e continua com a formulação de planos e orçamentos de médio prazo (táticos) e termina com os planos de curto prazo (operacionais).

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Planos Financeiros de Longo Prazo - São as ações planejadas para períodos superiores a um ano, chegando muitas vezes a alcançar mais de 10 anos, acompanhadas da previsão de seus reflexos financeiros.

Planos Financeiros de Médio e Curto Prazo - São ações planejadas, normalmente até um ano, acompanhadas da previsão de seus reflexos financeiros.

Agregando os planos financeiros de longo e curto prazo em demonstrativos contábeis, como Balanços Patrimoniais, Demonstrativos de Resultado do Exercício, Orçamento de Caixa, etc., e partindo-se da previsão de vendas, pode-se montar um fluxograma de planejamento, conforme demonstramos a seguir:

DIAGRAMA DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO

Como podemos notar, por um lado começamos com o Balanço Patrimonial atual, que servirá de base para o balanço patrimonial projetado. Com base nas vendas, que propiciará um plano de produção, e, por via de conseqüência, a Demonstração de Resultados. Seu fruto, o Lucro ou Prejuízo previsto será acrescido ao Balanço Patrimonial atual, e seus pagamentos à curto prazo, lançados no orçamento de caixa. Por outro lado, os planejamentos de longo prazo, financiamentos de longo prazo e planejamento de investimentos, ensejarão as mudanças no Patrimônio Líquido, Exigível à Longo Prazo,

Previsão de vendas

Planos de produção

Balanço Patrimonial Atual

Plano de Financiamento a Longo Prazo

Demonstração de Resultados projetada

Balanço Patrimonial projetado

Orçamento de Caixa

Orçamento de Capital

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Permanente e Realizável à Longo Prazo, sendo suas parcelas a curto prazo lançadas no planejamento de caixa. Por fim, este planejamento alimentará o ativo e o passivo circulante.

Todo este processo constitui no que se denominou de Planejamento orçamentário, ou simplesmente, orçamento.

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12

3.1 INTRODUÇÃO

Segundo Sanvicente (1983), “Planejar é estabelecer com antecedência as ações a serem executadas, estimar os recursos a serem empregados e definir as correspondentes atribuições de responsabilidades em relação a um período futuro determinado, para que sejam alcançados satisfatoriamente os objetivos porventura fixados para uma empresa e suas diversas unidades”.

Os níveis de planejamento podem ser:

• Estratégico – Onde as decisões são de natureza político-administrativas e estão geralmente voltadas para o ambiente externo da empresa.

• Administrativo - Onde o foco é na administração interna da empresa, seus procedimentos e distribuição de recursos humanos.

• Operacional – São os procedimentos de curto prazo, buscando a máxima eficiência no que foi programado.

O planejamento busca a finalidade de antecipar os fatos através de planos e orçamentos.

Segundo Welsch13, “orçamento é um meio de coordenar os esforços individuais num plano de ação que se baseia em dados de desempenhos anteriores e guiado por julgamentos racionais dos fatores que influenciarão o rumo dos negócios no futuro”. Assim, orçar é processar o sistema de informações contábeis atual, introduzir as alterações pretendidas e organizar os dados de acordo com as demonstrações regulamentares.

A origem da palavra orçamento deve-se aos antigos romanos que usavam uma bolsa de tecido chamada fiscus para coletar impostos. No início da idade média esta bolsa já era conhecida da Inglaterra sob o nome de fisc. Posteriormente, na França, esta bolsa tomou o nome de bouge ou bougette, cujo termo procede do latim bouga. A Inglaterra adaptou o termo para budget.

Em 1860 a França adotou um sistema de contabilidade uniforme que foi aplicado a todos os departamentos. Era o rudimento dos sistemas orçamentários atuais. Nos Estados Unidos, já no século XX, foram desenvolvidos conceitos e uma série de práticas para planejamento e administração financeira que se tornariam, em 1907, o primeiro orçamento público da cidade de Nova York. Em 1921 estes procedimentos foram universalizados pelo Congresso norte-americano.

A iniciativa privada começou a adaptá-lo em 1929 através da empresa Du Pont de Memours.

12 Ler mais em PADOVESE, 2004 pp 498-560, LEONE, 1991 pp 318-403, LUNKES, 2003, SANVICENTE, 1983, MOREIRA, 2002, SOBANSKY, 1994 13 WELSH, 1978, pp 171-265.

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O orçamento tem como principais objetivos:

• Estabelecer e coordenar metas • Planejar o futuro • Facilitar o entendimento dos propósitos da política da empresa • Gerar dados para tomada de decisões • Servir de guia para avaliação dos programas

Para consecução destes objetivos se torna necessário uma orientação para objetivos reais, envolvimento dos participantes com bons índices motivacionais e flexibilidade no processo de implantação e acompanhamento.

Diversos foram os tipos de orçamento estudados e implantados. Entre eles podemos citar:

• Orçamento empresarial – Onde é feita a projeção dos recursos baseada nos objetivos e no controle por meio de acompanhamento de dados contábeis.

• Orçamento contínuo – Onde é feita a renovação do orçamento com acréscimo para o futuro.

• Orçamento flexível – Onde a projeção de recursos é realizada com a opção de análise de várias perspectivas.

• Orçamento por atividade – Onde a ênfase da projeção de recursos é dada por tipo de atividade desempenhada.

• Orçamento padrão – Tipo de orçamento projetado como ideal para as atividades da empresa.

Na preparação dos orçamentos deve-se se seguir a seguinte ordem de procedimentos:

• Estabelecer os objetivos o Participação No mercado o Lucro líquido sobre vendas o Retribuição do investimento o Possibilidade de ampliação das instalações o Novos produtos

• Determinar o volume e condições de vendas • Elaborar os demais orçamentos em função do orçamento de vendas • Revisar os procedimentos • Acompanhar os resultados, analisando-os.

Os orçamentos devem seguir um roteiro, onde primeiro se elaboram as premissas, para em seguida serem feitas as projeções.

O primeiro orçamento a se elaborar é o operacional. Nele estão contidos as vendas, custos e despesas operacionais. Suas principais peças são os orçamentos de:

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• Vendas • Produção • Compras de materiais e estoques • Despesas indiretas, incluindo mão-de-obra e materiais indiretos.

Em seguida devem ser elaborados os orçamentos de investimentos, financiamentos e despesas financeiras.

Depois de elaborados todos os orçamentos, são feitas as projeções financeiras, que podem ser subdivididas conforme abaixo:

• Receitas e despesas não-operacionais • Receitas e despesas financeiras • Demonstração dos resultados projetada • Balanço Patrimonial projetado • Fluxo de caixa ou Demonstração de Origens e Recursos Projetada.

Depois dessas providências é hora do acompanhamento e análise dos dados.

3.2 ORÇAMENTO EMPRESARIAL14

No orçamento empresarial, o importante é se ter uma imagem futura da empresa com o planejamento inserido no contexto. Desta forma se uma empresa quiser saber quanto gastará com compras para compor o seu produto no próximo período, poderá orçar conforme a seguir:

Dados:

Produto: A Venda anual: 10.000 unidades Preço unitário de vendas: R$ 20,00 Estoque Inicial: 1.600 unidades Estoque Final: 600 unidades Matérias-primas: X e Y

Consumo de unidades de matéria-prima por produto:

• X = 3 unidades por produto A • Y = 2 unidades por produto A

14 O exemplo foi retirado do capítulo 6 de FIGUEIREDO e CAGGIANO.

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Estoque inicial de X = 1.500 unidades Estoque inicial de Y = 1.500 unidades Estoque final de X = 2.000 unidades Estoque final de Y = 1.000 unidades Preço unitário de X = 5,00 Preço unitário de Y = 6,00 ORÇAMENTO DE VENDAS 10.000 unidades x R$ 20,00 = R$ 200.000,00 ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO (ud) Estoque final = 600 ud (=)Vendas = 10.000 ud (-) Estoque Inicial = 1.600 ud (=) Quantidade Produzida 9.000 ud ORÇAMENTO DE CONSUMO DE MATÉRIAS-PRIMAS Matéria-prima Consumo unitário Produção Total de Matéria-Prima X 3 9.000 27.000 unidades Y 2 9.000 18.000 unidades ORÇAMENTO DE COMPRA Matéria-Prima X Y Total (R$) Estoque Final 2.000 1.000 (+) Consumo 27.000 18.000 (-) Estoque Inicial 1.500 1.500 (=) Compras (ud) 27.500 17.500 (x) Preço unitário 5,00 6,00 (=) Compras (R$) 137.500,00 + 105.000,00 = 242.500,00 Se, no entanto produzir dois produtos e consumir quatro matérias-primas, seu orçamento de compras será: Dados: Produtos Quantidade anual vendida Preço Unitário A 10.000 20,00 B 15.000 15,00 Estoques A B Final 1.000 1.500 Inicial 2.000 2.500

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Matérias-Primas Estoque inicial Estoque Final Preço Unitário X 500 1.000 3,00 Y 1.000 1.500 4,00 Z 1.000 500 1,00 W 2.500 2.000 2,00 Consumo Unitário Matéria-Prima X Y Z W Produto A 3 2 1 2 Produto B 1 0 3 2 ORÇAMENTO DE VENDAS A - 10.000 X 20 = 200.000 B – 15.000 X 15 = 225.000 Total R$ 425.000,00 ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO (ud) Produto A B Estoque Final 1.000 1.500 (=) Vendas 10.000 15.000 (-) Estoque Inicial 2.000 2.500 (=) Produção 9.000 14.000 ORÇAMENTO DE CONSUMO DE MATÉRIAS-PRIMAS Matéria-Prima Produto A Produto B Total X 3 x 9.000 = 27.000 1 x 14.000 = 14.000 41.000 Y 2 x 9.000 = 18.000 0 x 14.000 = 0 18.000 Z 1 x 9.000 = 9.000 3 x 14.000 = 42.000 51.000 W 2 x 9.000 = 18.000 2 x 14.000 = 28.000 46.000 ORÇAMENTO DE COMPRAS Matéria-Prima X Y Z W Total Estoque Final 1.000 1.500 500 2.000 (+) Consumo 41.000 18.000 51.000 46.000 (-) Estoque Inicial 500 1.000 1.000 2.500 (=) Compra (ud) 41.500 18.500 50.500 45.500 (x) Preço Unitário 3,00 4,00 1,00 2,00 (=) Compra (R$) 124.500,00 + 74.000,00 + 50.500,00 + 91.000,00 = 340.000,00

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No entanto, um orçamento empresarial é muito mais complexo. Ele segue uma seqüência de orçamentos, que culminam com a projeção do Demonstrativo de Resultados e do Balanço Patrimonial.

São eles:

• Orçamento de Vendas • Orçamento de Produção • Orçamento de Consumo de Matérias-primas • Orçamento de Compras • Orçamento de Mão-de-obra Direta • Orçamento de Custos Indiretos de Fabricação • Orçamento de Estoques Finais • Orçamento de Despesas Operacionais • Orçamento de Despesas de Capital • Orçamento de Custo das Mercadorias Vendidas • Orçamento de Caixa

3.3 ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTO EMPRESARIAL

Vamos supor que uma empresa queira elaborar seu orçamento empresarial anual. Seus demonstrativos financeiros publicados são o Demonstrativo de Resultados do Exercício e o Balanço Patrimonial, que transcrevemos a seguir:

Demonstração de Resultados do Exercício Inicial Vendas 135.000 (-) Custo dos Prod. Vendidos 80.000 (=) Resultado Bruto 55.000 (-) Desp. Operacionais 25.000 (=) Lucro Operacional (LAIR) 30.000 (-) Imposto de Renda (40%) 12.000 (=) Lucro Líquido 18.000 Balanço Patrimonial Inicial Ativo 253.000 Passivo 253.000 Circulante 33.000 Circulante 17.000 Disponibilidades 5.325 Fornecedores 5.000 Contas a Receber 20.000 Impostos a pagar 12.000 Estoques 7.675 Patrimônio Líquido 236.000 Matérias-Primas 1.650 Capital 150.000 Produtos Acabados 6.025 Reservas 60.000 Permanente 220.000 Lucros Acumulados 26.000 Imobilizado 250.000 (-)Depreciação Acumulada 30.000

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3.4. ORÇAMENTO DE VENDAS Este orçamento é elaborado com base no estudo das duas forças que o compõe: O

mercado do produto oferecido e a capacidade instalada da empresa. Em outras palavras não se pode projetar o que não se consegue produzir nem o que o mercado não tem condições de absorver. Constam desse orçamento as seguintes previsões e providências: • Quantidades do produto. • Preços esperados • Política de concessão de créditos • Política de descontos • Impacto tributário sobre vendas • Inadimplência • Variação dos clientes • Pesquisa de mercado

Essa empresa vende os produtos A e B e tem levantamentos trimestrais. As vendas seriam realizadas dentro da área geográfica do Recife, não havendo diferenciação de preços. Os valores são calculados com base no histórico de vendas da empresa e nas projeções de seu departamento de vendas. Devem-se levar em consideração também as projeções da economia, evolução dos concorrentes e o comportamento dos atuais clientes. As projeções de crédito também devem ser analisadas, assim como a capacidade de produção, armazenamento, tempo de atendimento, disponibilidade de matérias-primas etc. O levantamento de vendas foi orçado em unidades, conforme quadro 1 abaixo. Os preços unitários de venda de A e B são respectivamente R$ 11,00 e R$ 14,00.

Quadro 1

ORÇAMENTO DE VENDAS (unidades) Vendas em unidades

Produto 1º trimestre 2º Trimestre 3º

Trimestre 4º

Trimestre Total $ Unitário

A 1.500 1.000 1.000 1.500 5.000 11,00 B 2.000 2.000 2.000 2.000 8.000 14,00

Após elaborar o orçamento de vendas em unidades devemos elaborar o orçamento de vendas em valores, onde é necessário apenas multiplicar as unidades vendidas pelo seu preço unitário de vendas. Desta forma teremos:

Quadro 2

Vendas em R$ Produto 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

A 16.500,00 11.000,00 11.000,00 16.500,00 55.000,00 B 28.000,00 28.000,00 28.000,00 28.000,00 112.000,00 Total 44.500,00 39.000,00 39.000,00 44.500,00 167.000,00

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De posse do que se vai vender, é necessário agora apurar o que se vai produzir. Para tanto é necessário ter também as informações sobre os estoques. Assim a empresa determinou que os estoques finais de cada trimestre devessem ser iguais à metade das vendas do trimestre seguinte. Para o último trimestre, determinou que fosse igual ao trimestre anterior.

O estoque inicial do produto A é de 750 unidades e do produto B é de 1.000 unidades.

Desta forma podemos orçar a produção em unidades.

3.5 - ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO Quadro 3 Unidades Produto A 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

Estoque Final 500 500 750 750 750 (+)vendas 1.500 1.000 1.000 1.500 5.000 (-)Estoque Inicial 750 500 500 750 750 (=)Produção 1.250 1.000 1.250 1.500 5.000 Unidades Produto B 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

Estoque Final 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 (+)vendas 2.000 2.000 2.000 2.000 8.000 (-)Estoque Inicial 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 (=)Produção 2.000 2.000 2.000 2.000 8.000

Com o orçamento acima, já se sabe o quanto produzir por trimestre e por ano de

cada produto. O problema agora é saber o quanto se gasta de matérias-primas na produção. As matérias-primas são os produtos que são agregados ao produto final. Assim, tem-se que saber o quanto cada produto usa de matéria-prima na sua confecção. Descobrimos que para fabricar A se gasta duas unidades da matéria-prima X e para fabricar B se gasta 3 unidades da matéria-prima Y. Agora se pode orçar o consumo de matéria-prima multiplicando a produção pelas quantidades componentes. Sabe-se também que o custo unitário de X é R$ 0,50 e de Y é R$ 0,30. Assim ter-se-ia:

3.6 ORÇAMENTO DE CONSUMO DE MATÉRIAS-PRIMAS Quadro 4 ORÇAMENTO DE CONSUMO DE MATÉRIAS-PRIMAS

Consumo por

unidade Custo Matéria-prima A B Unitário X 2 0 0,50 Y 0 3 0,30

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Unidades consumidas Matéria-prima 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

X 2.500 2.000 2.500 3.000 10.000 Y 6.000 6.000 6.000 6.000 24.000 De posse da informação do consumo de matérias-primas, é necessário saber seu preço (já informado) e a situação de seus estoques. Sabendo-se que os estoques finais correspondem à metade do consumo do trimestre seguinte e que o último trimestre é igual ao anterior, e ainda que o estoque inicial de X é de 1.500 unidades e de Y é de 3.000 unidades, pode-se começar a orçar as compras. Desta forma ter-se-ia:

3.7 – ORÇAMENTO DE COMPRAS

Quadro 5

Unidades Matéria-prima X 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

Estoque Final 1.000 1.250 1.500 1.500 1.500 (+) consumo 2.500 2.000 2.500 3.000 10.000 (-) Estoque Inicial 1.500 1.000 1.250 1.500 1.500 (=) compras em Ud 2.000 2.250 2.750 3.000 10.000 Custo unitário 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 Compras em R$ 1.000 1.125 1.375 1.500 5.000 Unidades Matéria-prima Y 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

Estoque Final 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 (+) consumo 6.000 6.000 6.000 6.000 24.000 (-) Estoque Inicial 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 (=) compras em Ud 6.000 6.000 6.000 6.000 24.000 Custo unitário 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30 Compras em R$ 1.800 1.800 1.800 1.800 7.200 total de compras 2.800 2.925 3.175 3.300 12.200

Uma vez terminado o orçamento de matérias-primas, passa-se a elaboração do segundo componente dos custos dos produtos vendidos que é a mão-de-obra direta.

Para orçá-la é necessário calcular a quantidade de hora/homens alocada diretamente na produção para confeccionar a quantidade de produtos projetados, ou seja, é necessário diagnosticar o tempo necessário para produzir cada peça.

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Na linha de produção da empresa existem dois departamentos: Corte e Montagem. Tem-se que determinar quanto se gasta de horas-homens (H/H) em cada departamento, para depois levantar o custo. Inicialmente levantou-se que para produzir A no Departamento de Corte levar-se-ia 12 minutos (0,20 da hora) e para produzir B levar-se-ia 30 minutos (0,5 da hora). No departamento de montagem se gastaria 30 minutos para produzir cada produto. Apurado o custo do salário/hora chegou-se a R$ 2,00 para cada produto em cada departamento. Agora se pode montar o seguinte quadro:

3.8 ORÇAMENTO DE MÃO-DE-OBRA DIRETA Quadro 6 MOD - Tempo Salário/H MOD R$ Departamento A B R$ A B Corte 0,20 0,50 2,00 0,40 1,00 Montagem 0,50 0,50 2,00 1,00 1,00 Total 1,40 2,00

Em seqüência pode-se montar o orçamento de mão-de-obra direta, primeiro elaborando o quadro de consumo de horas trabalhadas e após o custo destas horas.

O primeiro quadro se obtém multiplicando o consumo de tempo pelas unidades produzidas e então se tem:

Consumo de Horas/Homem Quadro 7 Depto de Corte Tempo H/H Produto 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

A 250 200 250 300 1.000 B 1.000 1.000 1.000 1.000 4.000 Total 1.250 1.200 1.250 1.300 5.000 Depto de Montagem Produto 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

A 625 500 625 750 2.500 B 1.000 1.000 1.000 1.000 4.000 Total 1.625 1.500 1.625 1.750 6.500

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Custo da Mão-de-obra Direta Quadro 8 CUSTO DA MÃO-DE-OBRA DIRETA Custo - R$

Depto de Corte 1º trimestre 2º

Trimestre 3º

Trimestre 4º

Trimestre Total

Horas trabalhadas 1.250 1.200 1.250 1.300 5.000 Custo unitário 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 total 2.500 2.400 2.500 2.600 10.000 Depto de Montagem Horas trabalhadas 1.625 1.500 1.625 1.750 6.500 Custo unitário 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 total 3.250 3.000 3.250 3.500 13.000 Total da Mão-de-Obra 5.750 5.400 5.750 6.100 23.000

Parte-se então para o terceiro componente dos custos de produção, os custos indiretos de fabricação. Estes custos são divididos em duas partes: Os custos fixos e os custos variáveis. Portanto, para confeccionar este orçamento tem-se que saber o custo variável unitário, para multiplicá-lo pelas unidades produzidas e obter-se a parte variável. Sabe-se que este custo foi rateado pelos dois produtos, resultando R$ 0,50 para A e R$ 1,00 para B. A parte fixa é considerada constante, de sorte que a previsão anual será dividida pelo número de trimestres. Desta forma teremos:

3.9 – ORÇAMENTO DO CUSTO INDIRETO DE FABRICAÇÃO.

Quadro 9

Custo Variável 1º trimestre 2º

Trimestre 3º

Trimestre 4º

Trimestre Total

A 625 500 625 750 2.500 B 2.000 2.000 2.000 2.000 8.000 Total 2.625 2.500 2.625 2.750 10.500

Custo Fixo 1º trimestre 2º

Trimestre 3º

Trimestre 4º

Trimestre Total

Depreciação 2.500 2.500 2.500 2.500 10.000 Taxas e seguros 1.000 1.000 1.000 1.000 4.000 Salário de supervisores 1.500 1.500 1.500 1.500 6.000 total 5.000 5.000 5.000 5.000 20.000 Custo Ind de Fabricação 7.625 7.500 7.625 7.750 30.500

Está claro que o total dos custos fixos foi informado. O trabalho foi dividir por quatro trimestres. Em seguida monta-se o orçamento de estoques finais, com as informações já existentes.

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3.10 ORÇAMENTO DE ESTOQUE FINAL

Quadro 10

ORÇAMENTO DE ESTOQUE FINAL MATÉRIA-PRIMA Matéria-Prima X Y Total Obs. Estoque Final -ud 1.500 3.000 (Quadro 5) Custo unitário - R$ 0,50 0,30 (Quadro 4) Estoque final - R$ 750 900 1.650 PRODUTOS ACABADOS Produto A B Total Obs. Estoque Final - ud 750 1.000 (Quadro 3) Custo Unitário - R$ 2,90 3,90 (Quadro 11) Estoque Final - R$ 2.175 3.900 6.075 Quadro 11 Produtos Obs: A B Matéria-Prima 1,00 0,90 A = 0,50 x 2 e B = 0,30 x 3 Mão-de-obra Direta 1,40 2,00 Quadro 6 Custos Variáveis Indiretos 0,50 1,00 Informação após quadro 8 Custo Variável Unitário 2,90 3,90 Soma

O orçamento de despesas operacionais é montado de acordo com as informações coletadas. As despesas administrativas podem representar salários do pessoal de administração, encargos sociais, viagens, publicações, comunicação via telefone, fax, Internet, etc., material de escritório, computação, assessorias e depreciação, entre outras. As despesas comerciais ou de vendas, podem representar gastos com salários, encargos sociais, comissões, viagens, publicidade, material de escritório, comunicação, fretes, combustível e lubrificantes, seguros e depreciação, só para enumerar algumas. No nosso caso enumeraram-se muito poucas despesas. Inexistem despesas financeiras líquidas, por exemplo, fruto de relacionamento bancário e suas implicações financeiras tais como: juros de empréstimos, financiamentos, descontos, taxas de serviços, reciprocidade, seguros, cadastros, cauções, etc. Ainda há despesas junto aos fornecedores, como juros por atraso, multas, etc.

De posse das informações monta-se o quadro orçamentário, conforme se segue:

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3.11 ORÇAMENTO DE DESPESAS OPERACIONAIS Quadro 12 ORÇAMENTO DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS E DE VENDAS Desp. Administrativas 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

Salários da Administração 4.500 4.500 4.500 4.500 18.000 Despesas fixas 250 250 250 250 1.000 Outras despesas 250 250 250 250 1.000 Total 5.000 5.000 5.000 5.000 20.000 Desp. com vendas 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total

Salários 3.750 3.750 3.750 3.750 15.000 Propaganda 1.250 1.250 1.250 1.250 5.000 Total 5.000 5.000 5.000 5.000 20.000 Total das despesas 10.000 10.000 10.000 10.000 40.000

Após este orçamento, orça-se os valores destinados ao Ativo Permanente, que são

os investimentos de capital. Os valores fornecidos referem-se aos valores a pagar pelos investimentos a realizar. Foram levantados pela empresa e fornecidos. 3.12 ORÇAMENTO DE DESPESAS DE CAPITAL Quadro 13 ORÇAMENTO DAS DESPESAS DE CAPITAL

1º trimestre 2º Trimestre 3º

Trimestre 4º

Trimestre Total

Despesas de capital 10.000 15.000 8.000 20.000 53.000

O orçamento de investimentos é estratégico para a empresa. Investimentos de curto prazo são atividades operacionais para a empresa, como investimentos em manutenção, reformas internas, pequenas obras, trocas de equipamentos de máquinas, etc. Quando há previsão de vendas de parte do parque industrial, pode-se prever um orçamento de desinvestimento.

O orçamento de financiamento é estreitamente correlacionado com o orçamento de investimento. É nele onde são alocados os recursos que subsidiarão os investimentos. Entre suas informações deverão constar:

Dentre as fontes selecionadas, é necessário ter em mãos as seguintes informações:

• Tipo de financiamento e respectivas garantias • Indexadores • Taxas de juros e demais despesas financeiras • Impostos (IOF, IOC, IRRF, CPMF, etc.)

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Prazos de carência e plano de amortizações. No caso não houve financiamentos.

Agora já se dispõe de dados para elaborar o orçamento dos custos dos produtos vendidos. É o que se fará a seguir com os dados que dispomos em quadro auto explicativo. 3.13 ORÇAMENTO DE CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS Quadro 14 ORÇAMENTO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS Obs. Estoque Inicial de MP 1.650 (Balanço Patrimonial) (+) Compras 12.200 (Quadro 5) (=) MP disponível 13.850 (-) Ef de MP 1.650 (Quadro 10) (=) MP consumida na Prod. 12.200 (+) Custo da MOD 23.000 (Quadro 8) (+) CIF 30.500 (Quadro 9) (=) Custo de Produção Orçado 65.700 (+) Ei de produtos acabados 6.025 (Balanço Patrimonial) (-) Ef de produtos acabados 6.075 (Quadro 10) (=) Custo dos produtos vendidos 65.650 3.14 ORÇAMENTO DE CAIXA

Para elaborar o orçamento de caixa é necessário se ter em mãos algumas informações fundamentais. No nosso caso, têm-se as seguintes informações:

• As vendas são recebidas 50% no trimestre e 50% no trimestre seguinte.

• Os custos de matéria-prima, mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação são

pagos no mês da ocorrência.

• Os custos fixos indiretos são pagos trimestralmente em parcelas iguais.

• As taxas não pagas, no montante de R$ 12.000,00 serão pagas trimestralmente em

parcelas iguais durante o ano.

• O saldo de fornecedores constante do Balanço não será quitado.

• As despesas de capital serão quitadas no trimestre da ocorrência.

De posse das informações acima se monta o quadro a seguir:

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Quadro 15 ORÇAMENTO DE CAIXA

Entradas 1º trimestre 2º

Trimestre 3º

Trimestre 4º

Trimestre Ano Obs.

Saldo Inicial 5.325 10.900 11.325 15.275 5.325 Balanço Clientes 20.000 0 0 0 20.000 Balanço Vendas a vista (50%) 22.250 19.500 19.500 22.250 83.500 Vendas com 30dd (50%) 0 22.250 19.500 19.500 61.250 total de entradas 42.250 41.750 39.000 41.750 164.750 Caixa disponível 47.575 52.650 50.325 57.025 170.075 Saídas Compras 2.800 2.925 3.175 3.300 12.200 Q. 5 Mão-de-Obra direta 5.750 5.400 5.750 6.100 23.000 Q. 8 Custos Indiretos de Fabricação 7.625 7.500 7.625 7.750 30.500 Q. 9 (-) Depreciação 2.500 2.500 2.500 2.500 10.000 Q. 9 Desp. Adm e de Vendas 10.000 10.000 10.000 10.000 40.000 Q. 12 Saídas de capital 10.000 15.000 8.000 20.000 53.000 Q. 13 Taxas e Impostos 3.000 3.000 3.000 3.000 12.000 Balanço Total de saídas 36.675 41.325 35.050 47.650 160.700 Saldo final de caixa 10.900 11.325 15.275 9.375 9.375

3.15 CONTROLE ORÇAMENTÁRIO

De nada adiantaria todo este trabalho, se ele não fosse acompanhado. Cada empresa verifica qual a melhor maneira de fazê-lo. Algumas optam por periodicidade mensal, outras por bimestral, etc. Algumas dão ênfase aos custos de produção, outras aos fatores de comercialização, e assim por diante. Demonstramos a seguir, como se poderia fazer um dos acompanhamentos:

Quadro 16

ACOMPANHAMENTO ORÇAMENTÁRIO

Mensal Acumulado Realizado Orçado Dif. % Realizado Orçado Dif. % Receitas Despesas

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Como conclusão do processo orçamentário, são feitas projeções, dentro dos modelos regulamentares, para apreciação e análise dos números elaborados. Entre estas projeções destacam-se:

• Balanço Patrimonial • Demonstrativo de Resultados

Para início deste trabalho é necessário ter-se em mãos o balanço patrimonial existente, já informado no início do item anterior, que servirá de base para a projeção dos números apurados.

4.1 PROJEÇÃO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO

Quadro 17

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO PROJETADA Obs. Vendas 167.000 (Quadro 2) (-) Custo dos Prod. Vendidos 65.650 (Quadro 14) (=) Resultado Bruto 101.350 (-) Desp. Operacionais 40.000 (Quadro 12) (=) Lucro Operacional (LAIR) 61.350 (-) Imposto de Renda (40%) 24.540 (=) Lucro Líquido 36.810

4.2 PROJEÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL

Quadro 18

BALANÇO PATRIMONIAL PROJETADO Ativo 302.350 Passivo 302.350 Circulante 39.350 Circulante 29.540 Disponibilidades (Q. 15) 9.375 Fornecedores (Bal) 5.000 Contas a Receber (Q. 15) 22.250 Impostos a pagar (Q. 17) 24.540 Estoques 7.725 Patrimônio Líquido 272.810 Matérias-Primas (Q. 10) 1.650 Capital (Bal) 150.000 Produtos Acabados (Q. 10) 6.075 Reservas (Bal) 60.000 Permanente 263.000 Lucros Acumulados(Bal + Q.17) 62.810 Imobilizado (Bal. + Q.13) 303.000 (-) Depreciação Acumulada 40.000 (Bal. + Q. 9)

15 Ver mais em Gitman, 1997 pp 605-606.

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5.1 INTRODUÇÃO

O caixa representa os ativos que têm a característica principal de possuir liquidez imediata, ou seja, a sua utilização independe de ações de terceiros ou de outras ações que não a de seu uso.

São valores em moeda, mantidos na tesouraria da empresa, ou depositados em contas-correntes bancárias de liquidez imediata e, em sua maior parte, livres para serem usados a qualquer momento. Todos os bens do Ativo serão convertidos em caixa em algum momento da vida da empresa.

Junto aos valores que formam o caixa são somados os recursos, eventuais e momentaneamente ociosos, que estão aplicados no mercado financeiro sob a denominação de Títulos Negociáveis, que são considerados quase caixa, pelas suas características de grande liquidez e risco minimizado.

A gestão de caixa é a atividade da administração financeira que objetiva a otimização dos recursos financeiros, integrados às demais atividades da empresa. É a atividade de tesouraria da empresa, que acompanha os reflexos das políticas de investimentos, vendas, crédito, compras e de estoques. O gestor do caixa participa das definições dessas políticas orientando-as para que não ofereçam problemas de liquidez para a empresa.

Segundo Keynes17, as empresas mantêm dinheiro na empresa por três motivos:

• Negócios ou transação – Recursos reservados para efetuar pagamentos decorrentes da atividade operacional da empresa.

• Precaução – Recursos reservados para atender pagamentos de obrigações inesperadas.

• Especulação – Recursos reservados para utilização oportuna em operações vantajosas para a empresa.

De uma maneira geral, as empresas evitam manter grandes somas no caixa (aqui se entende como caixa, caixa e bancos-conta movimento), porque o objetivo da empresa não é lucrar com a disponibilidade financeira e sim com o resultado de suas operações. Não se deve admitir como princípio que as taxas de atratividade de mercado (aplicações financeiras) obtenham remuneração maior que o lucro normal da empresa, muito embora, em contextos de alta inflação, muitas empresas naveguem nesta direção.

16 Ver mais em Gitman, 1997 pp 673-683; Cherubim e outros, 2002, pp 411-434; Sanvicente, 1981, pp 123-131; Hoji, 2001, pp 113-121; Ross e outros, 1998, pp 358-365; Machado, 2002, 81-94. 17 KEYNES, John Maynard. A teoria geral do emprego, dos juros e da moeda. São Paulo: Atlas, 1982. Cap. 15.

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5.2 ESTRATÉGIAS DE CAIXA

As empresas, no intuito de administrar eficientemente o caixa, seguem algumas táticas, entre as quais podemos destacar: Aproveitar os descontos favoráveis - Descontos favoráveis oferecidos pelos credores, além de constituírem redução na pressão por recursos no caixa, contribuem para a redução do ciclo de caixa, de vez que seu aproveitamento diminui o tempo dos valores pagos aos credores.

Incentivar a aceleração do giro dos estoques de matérias-primas e produtos acabados - Programas de produção bem elaborados e coordenados com as previsões confiáveis de vendas contribuem para a utilização racional de matérias-primas. Fornecedores idôneos e pontuais ajudam nesta direção. Quanto mais confiável o programa, mais aceitável o fluxo de pedidos e redução da permanência em estoque. Se este tempo for reduzido, o fluxo de caixa também se reduzirá.

Incentivar a diminuição do ciclo de produção - A introdução de novas máquinas, novos layouts de produção, racionamento de procedimentos, produtos mais simples, etc. favorecem a redução do tempo em que o produto leva na linha de produção, encurtando a distância entre pagamento de insumos e recebimento do produto vendido. Isto é bom para o fluxo de caixa de uma empresa.

Acelerar o recebimento de valores. - A concessão de crédito é ferramenta propulsora das vendas. A venda a crédito, entretanto, exige recursos financeiros para financiá-la. Portanto, a redução do prazo médio de recebimento necessita de uma ação combinada com o departamento de vendas da empresa.

Retardar os pagamentos - A melhor forma de retardar pagamentos está na negociação dos prazos no momento da compra. Fora disso, simplesmente pagando fora dos prazos pactuados, a empresa corre o risco de ficar mal conceituada na praça, e os custos poderão ser elevados.

Antecipar os recebimentos - O quanto antes os recursos entrarem na empresa, mais ela terá folga financeira para funcionar. Uma observação rigorosa nos prazos de recebimento, com providências saneadoras imediatas favorecem esta antecipação. Uma política de descontos bem administrada (que será estudada mais adiante) também favorece esta meta.

Aproveitamento do “float” - Esta técnica se baseia no aproveitamento da compensação dos cheques emitidos. O float é o intervalo de tempo que vai desde a emissão do cheque até sua efetiva liquidação financeira pelo banco. Com a chegada do Sistema Brasileiro de Pagamentos, tende a ter menos importância.

Redução dos prazos de processos administrativos - Sistemas on-line devem ser implantados para redução dos tempos de transmissão de informação tanto nos

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procedimentos internos quanto nos procedimentos externos. Tudo que atrasar o recebimento de valores deve ser analisado e, se possível, cancelado.

Utilizar as melhores formas de cobrança - Existem diversas formas de cobrança, como: duplicatas, cheque pré-datado, fichas de compensação (boleto bancário), carnês de cobrança, cobrança em carteira, cobrança bancária, cobrança por cobrador ou por tesouraria, débito automático, ordem de pagamento, transferências eletrônicas, cartões de crédito, etc. Analisar qual a melhor se encaixa à empresa.

Ter um forte relacionamento bancário - Estabelecer e manter estreitas relações com os bancos é um dos elementos mais importantes para uma efetiva administração de caixa. Os bancos têm-se interessado muito pela rentabilidade das contas das empresas e desenvolveram, em anos recentes, vários tipos de ser viços e pacotes inovadores para atrair novos negócios. Os bancos já não são mais apenas um lugar para se abrir contas correntes e obter empréstimos; de fato, eles se tornaram a fonte de uma ampla gama de serviços de administração de caixa. Por exemplo, estão vendendo programas sofisticados de informática aos clientes comerciais, desde os mais simples, relacionados à contabilidade básica e orçamentos, até complexos sistemas de desembolsos internacionais e controle centralizado de caixa. Todos estes sistemas destinam-se a auxiliar os administradores financeiros a maximizar a disponibilidade diária de caixa e facilitar aplicações a curto prazo. Atualmente, a maioria dos serviços bancários é cobrada numa base direta, mas algumas funções ainda são compensadas com saldos médios. Os bancos preferem essa última alternativa – dar crédito de acordo com saldos médios, em vez de cobrar por serviços – pois isso possibilita a expansão dos depósitos e fornece uma base para a geração de lucros futuros. Obviamente, os serviços bancários devem ser utilizados apenas quando os benefícios obtidos superam seus custos. Aplicações financeiras - Os títulos negociáveis são instrumentos financeiros de curto prazo, classificados como parte dos ativos líquidos da empresa; rendem juros e podem ser facilmente convertidos em dinheiro. Os títulos mais comuns nas carteiras de títulos negociáveis das empresas são divididos em dois grupos: emissões governamentais e emissões privadas. As obrigações a curto prazo emitidas pelo governo federal e disponíveis para investimentos na forma de títulos negociáveis são: Letras do Tesouro, Obrigações do Tesouro e emissões de entidades federais. Esses títulos rendem juros relativamente baixos, por apresentar baixo risco e por serem isentos de impostos estaduais e municipais, embora tributável ao nível federal. Vários outros títulos negociáveis são emitidos por empresas ou bancos. Essas emissões privadas oferecem geralmente taxas de retorno um pouco maiores do que as emissões governamentais, devido aos riscos que apresentam e pelo fato de seus rendimentos serem tributados em todas as esferas de governo. Os principais títulos negociáveis dessa categoria são: Certificados de depósito Bancário – CDB, Commercial Papers, Aceites Bancários e quotas de fundos mútuos.

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5.3 SALDO MÍNIMO DE CAIXA

As empresas mantêm um determinado volume de dinheiro em caixa para atender às necessidades diárias de pagamento. Algumas utilizam o suprimento fixo, outras o suprimento rotativo. No primeiro caso, uma quantia que é remetida ao caixa para efetuar os pagamentos. Ele a utilizará até extingui-la, mesmo que isto leve dias, quando então prestará contas e solicitará reposição. Já o suprimento rotativo, consiste também em determinada quantia remetida ao caixa, mas ele a utilizará para os pagamentos diários, ao fim dos quais, prestará contas no fim do dia e requisitará sua reposição para o dia seguinte.

A determinação desta quantia mínima é que é de difícil mensuração. Mesmo com o advento dos computadores, e previsão de pagamentos diários informatizados, os processos decisórios da empresa incluem e excluem pagamentos cotidianamente. Numa tentativa generalista, poderíamos dizer que esta quantia é igual aos desembolsos periódicos dividido pelo giro de caixa no mesmo período.

Assim, se for previsível o desembolso mensal de $ 100.000 e o giro de caixa no mesmo período for de 5, por exemplo, o saldo mínimo seria de $ 20.000. (100.000/5).

Alguns modelos de caixa como os de Baumol e de Miller e Orr18 , são bastante complexos e pouco usuais nas pequenas e médias empresas, por isso optou-se por não se aprofundar neste assunto.

5.4 MONTAGEM DE FLUXO DE CAIXA A PARTIR DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Um fluxo de caixa pode ser montado a partir dos procedimentos financeiros do orçamento, conforme já se viu em projeções financeiras, quanto pode ser montado a partir de demonstrativos financeiros. Neste bloco utilizam-se as informações contábeis como base de dados para a montagem de um fluxo de caixa. Para isso usaremos informações prestadas a seguir:

BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO X0 X1 PASSIVO X0 X1 Disponível 100 150 Fornecedores 200 60 Dupl. a Receber 140 205 Salários a pagar 50 90 Estoques 150 100 Impostos a recolher 245 245 Tít. a Rec. a LP 110 110 INSS a recolher 80 150 Terrenos 280 180 Financ. a LP 60 60 Máq. e equip. 270 430 Capital Social 300 300 Deprec. Acum. (50) (110) Lucros Retidos 65 160 18 Apud Assaf Neto, opus cit. pp 484-490.

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DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS Receita 2000 (-) CMV 1550 (=) Lucro Bruto 450 (-) Despesas Operacionais 300 Salários 150 INSS 90 Depreciação 60 (=) Lucro Antes do IR 150 (-) Provisão p/ IR (55) (=) Lucro Líquido 95 Procedimentos

A) Saldo Inicial de Caixa 100 B) Recebimento de Vendas

Vendas 2000 (-) Aumento no saldo de duplicatas a receber 65 1935

C) Determinação de compras Estoque inicial (150) Estoque Final 100 Custo das Mercadorias vendidas 1550 1500

D) Pagamento de Fornecedores Saldo Inicial de fornecedores 200 Pagamento de Compras 1500 Saldo final de fornecedores (60) 1640 E) Recebimento pela venda de terreno

Saldo inicial de terrenos 280 Saldo final de terrenos (180) 100

F) Pagamento de Salários Saldo inicial de salários a pagar 50 Despesas de salários 150 Saldo final de salários a pagar 90 110

G) Recolhimento de INSS Saldo inicial de INSS a recolher 80 Despesas com INSS 90 Saldo final de INSS a recolher 150 20

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H) IR a recolher (supor pagamento no exercício) 55

I) Pagamento de aquisição de Máquinas e Equipamentos Saldo final de máquinas e equipamentos 430 Saldo inicial de máquinas e equipamentos (270) 160

OBS. Não se leva em conta a depreciação, pois ela não transita pelo caixa. RESUMO DA MOVIMENTAÇÃO DO CAIXA Saldo inicial de caixa 100 (+) Entradas 2035 Recebimento de vendas 1935 Recebimento não operacional (terreno) 100 (-) Saídas 1985 Fornecedores 1640 Salários 110 INSS 20 Imposto de Renda 55 Máquinas e Equipamentos 160 (=) Saldo final de caixa 150 5.5 COMPARATIVO ENTRE O RESULTADO CONTÁBIL E O RESULTADO FINANCEIRO

CONTAS ECONÔMICO FINANCEIRO Vendas ou receitas operacionais 2000 1935

(-) Custo das mercadorias vendidas 1550 1640

(=) Lucro Operacional Bruto 450 295

(-) Despesas operacionais 300 130

Salários 150 110

INSS 90 20

Depreciação 60 0

(=) Lucro antes do Imposto de Renda 150 165

(-) Imposto de Renda 55 55

(=) Resultado Líquido (contábil) 95 110

(+) Venda de terrenos 100

(-) Compra de máquinas e equipamentos 160

(=) Resultado financeiro 50

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5.6 MODELO FINANCEIRO DE PROJEÇÃO DE NECESSIDADES DE CAIXA

Suponha-se agora que uma empresa tenha as seguintes previsões e condições:

Mês Vendas Compras Outras Entradas Outras Saídas Outubro 150.000 200.000 100.000 Novembro 200.000 150.000 Dezembro 250.000 50.000 Janeiro 100.000 50.000 Fevereiro 100.000 50.000 50.000 150.000 Março 150.000 100.000 Abril 150.000 100.000 50.000 Maio 200.000 150.000 100.000 Junho 200.000 100.000 50.000 Condições de Recebimento Condições de Pagamento De vendas Outras Entradas De Compras Outras Saídas À vista 40% 100% 25% 100% 30dd 30% 50% 60dd 30% 25% Despesas fixas mensais: 50.000 Saldo Inicial 50.000 Saldo mínimo exigido 50.000 Custo médio de empréstimo 5% am Rendimento médio de aplicações 1% am Com os dados acima fazer previsão semestral de caixa. Solução: 1º) Elaboraremos o mapa de recebimentos e pagamentos, através do quadro abaixo: outubro novembro dezembro janeiro fevereiro março abril maio junho

60.000 80.000 100.000 40.000 40.000 60.000 60.000 80.000 80.000 45.000 60.000 75.000 30.000 30.000 45.000 45.000 60.000 45.000 60.000 75.000 30.000 30.000 45.000 45.000

Rec. Venda 175.000 145.000 120.000 135.000 170.000 185.000

Out rec 50000 100000 Entradas 175.000 195.000 120.000 135.000 270.000 185.000

50.000 37.500 12.500 12.500 12.500 25.000 25.000 37.500 25.000 100.000 75.000 25.000 25.000 25.000 50.000 50.000 75.000 50.000 37.500 12.500 12.500 12.500 25.000 25.000 pgto comp 75.000 50.000 62.500 87.500 112.500 125.000 Desp fixas 50.000 50.000 50.000 50.000 50.000 50.000 Out. pgtos 150.000 50.000 50.000 Saídas 125.000 250.000 112.500 187.500 162.500 225.000

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2º) Em seguida elaboraremos a projeção do caixa Jan Fev Mar Abr Mai Jun S Inicial 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 Entradas 175.000,00 195.000,00 120.000,00 135.000,00 270.000,00 185.000,00 Saídas 125.000,00 250.000,00 112.500,00 187.500,00 162.500,00 225.000,00 Saldo m. 100.000,00 -5.000,00 57.500,00 -2.500,00 157.500,00 10.000,00 S mínimo 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 Emprést. 0,00 55.000,00 0,00 52.500,00 0,00 40.000,00 Custo 0,00 0,00 225,00 0,00 2.484,86 0,00 Aplicação 50.000,00 0,00 7.500,00 0,00 107.500,00 0,00 Rendim. 0,00 500,00 0,00 27,75 0,00 553,18 S.I. Emp 0,00 0,00 4.500,00 0,00 49.697,25 0,00 Entradas 0,00 55.000,00 225,00 52.500,00 2.484,86 40.000,00 Saídas 0,00 50.500,00 4.725,00 2.802,75 52.182,11 40.000,00 S.F. Emp. 0,00 4.500,00 0,00 49.697,25 0,00 0,00 S. I. Apl. 0,00 50.000,00 0,00 2.775,00 0,00 55.317,89 Entradas 50.000,00 500,00 7.500,00 27,75 107.500,00 553,18 Saídas 0,00 50.500,00 4.725,00 2.802,75 52.182,11 40.000,00 S.F. Apl. 50.000,00 0,00 2.775,00 0,00 55.317,89 15.871,07

O quadro acima foi elaborado da seguinte forma: S Inicial = Saldo inicial de caixa Entradas = Transferidas do quadro de recebimentos Saídas = transferidas do quadro de pagamentos Saldo m. = Saldo mensal (diferença entre saldo inicial + entradas – saídas) S mínimo = Saldo mínimo, parcela determinada pela empresa para permanecer disponível. Emprést. = Empréstimos. Quando o saldo mensal é negativo ou insuficiente para cobrir o saldo mínimo. Custo = Custo dos empréstimos. Calculado pela taxa de captação vezes o saldo final de empréstimos. Aplicação = Quando existir sobra financeira após constituição do saldo mínimo. Rendim. = Rendimento de aplicação. Calculado pela taxa de aplicação vezes o saldo final de aplicações. SI Emp = Saldo inicial de empréstimos. Saldo existente no início da projeção do caixa. Entradas = Empréstimos contraídos + custo mensal dos empréstimos anteriores. Saídas = Amortizações de empréstimos. SF Emp = Saldo final de empréstimos. Resultado da movimentação mensal de empréstimos. SI Apl = Saldo inicial de aplicação. Saldo existente no início da projeção do caixa. Entradas = Aplicações realizadas + rendimento mensal de aplicações anteriores. Saídas = Utilização das aplicações para pagamentos. SF Apl = Saldo final de aplicações. Resultado da movimentação mensal de aplicações.

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A projeção do fluxo de caixa nos permite: • Facilitar a análise e o cálculo para seleção das linhas de crédito a serem obtidas

junto às instituições financeiras nos momentos determinados pela projeção. • Programar os ingressos e os desembolsos de caixa de forma criteriosa, permitindo

determinar o período em que deverá ocorrer carência de recursos e o montante, havendo tempo suficiente para as medidas necessárias.

• Permitir o planejamento dos desembolsos de acordo com as disponibilidades de caixa, evitando-se o acúmulo de compromissos vultosos em época de pouco encaixe.

• Determinar o quanto de recursos próprios a empresa dispõe em dado período, e aplicá-los de forma mais rentável possível, bem como analisar os recursos de terceiros que satisfaçam as necessidades da empresa.

• Proporcionar o intercâmbio dos diversos departamentos da empresa com a área financeira.

• Desenvolver o uso racional e eficiente do disponível • Financiar as necessidades sazonais ou permanentes da empresa • Providenciar os recursos para atender aos projetos de implantação, expansão,

modernização ou re-localização industrial e comercial. • Fixar o nível de caixa, em termos de capital de giro. • Auxiliar na análise dos valores a receber e estoques, para que se possa julgar a

conveniência em aplicar nesses itens ou não. • Verificar a possibilidade de aplicar possíveis excedentes de caixa • Estudar um programa saudável de empréstimos e financiamentos • Projetar um plano efetivo de pagamento de débitos • Analisar a viabilidade de serem comprometidos os recursos pela empresa • Participar e integrar todas as atividades da empresa, facilitando assim os controles

financeiros.

5.7 FONTES DE CAIXA

Pelo caixa e bancos transitam todos os pagamentos e recebimentos em espécie. Os recebimentos podem oriundos de: • Capitais próprios

o Lucros da atividade o Integralização de capital

• Capitais de terceiros o Crédito comercial

� De fornecedores � De impostos e obrigações sociais � Outros (salários, antecipações, etc.)

o Crédito bancário � Descontos de títulos � Empréstimos e financiamentos � Créditos rotativos � Operações vendor

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As operações vendor ou compror são aquisições ou vendas com interveniência bancária. As operações de vendor se realizam da seguinte maneira:

Nesta operação o vendedor não financia a mercadoria, portanto não embute no

preço os custos financeiros da operação, barateando a venda. Em conseqüência, como o preço da operação é menor, os impostos incidentes também acompanham.

A seguir, far-se-á o estudos dos custos das fontes de financiamento a curto prazo mais utilizadas.

5.7.1 Operações de desconto de duplicatas A) Operações de desconto simples Desconto simples, por dentro

in

CCDS

+−=

1

DS = Desconto Simples C = capital i = taxa n = número de períodos Exemplo: Qual o desconto de uma duplicata de R$ 40.000,00 vencível em 132 dias para ser paga hoje a uma taxa de 4% am?

30

13204,01

000.40000.40

×+

−=DS

DS = 40.000,00 – 34.013,60 = 5.986,40 Taxa efetiva da operação em 132 dias

Fornecedor Comprador

Banco

venda

paga

financia

paga Transfere o crédito

Assume o risco da inadimplência

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176,060,013.34

40,986.5=

Ou seja, 17,6% no período Taxa efetiva mensal

( )132

30

176,01+ = 3,75% am Desconto simples, por fora D = Cin Considerando o mesmo exemplo acima:

13230

04,0000.40 ××=D

D = 7.040,00 Taxa efetiva em 132 dias

960.32

040.7= 0,2136 ou 21,36%

Taxa efetiva mensal (1+0,2136)30/132 = 4,50% am Inclusão do IOF Dando seqüência ao exemplo acima (Desconto simples por fora): IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) = 0,0041% ad IOF = 0,000041 x 132 x 40.000 = 216,48 Juros do desconto = 7.040,00 Total das despesas 7.256,48 Taxa efetiva do período

48,256.7000.40

48,256.7

= 0,2216 ou 22,16%

Taxa efetiva mensal (1+0,2216)30/132 = 4,65% am Inclusão da reciprocidade bancária Continuando o exemplo: Reciprocidade: 10% do valor do valor da duplicata. Reciprocidade = 0,1 x 40.000 = 4.000 Custo da operação no período Despesas financeiras = 7.256,48 Valor líquido disponível = 40.000 – 4.000 – 7.256,48 = 28.743,52

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52,743.28

48,256.7= 0,2525 ou 25,25%

Custo mensal (1+0,2525)30/132 = 5,25% am (Obs. O cálculo da reciprocidade pode ser acrescido ao não aos encargos financeiros) Borderô de duplicatas Duplicatas valor vencimento A 30.000 2 meses B 25.000 2 meses C 45.000 3 meses D 10.000 4 meses E 20.000 4 meses F 20.000 5 meses Recebimento líquido do desconto: 115.000

Custo da operação pela HP 12C 115.000 chs g cfo 0 g cfj 55.000 g cfj 45.000 g cfj 30.000 g cfj 20.000 g cfj Custo = 9,09% am Sem a HP-12C i VPL Interpolando TIR = 9+0,09 9%am 292 1→3.119 TIR = 9,09% am 10% am 2.827 x→ 292 5.7.2 Taxas do Mercado Aberto Transformar taxa de 2,7% am do over night em taxa efetiva mensal em 20 dias úteis 0,027/30 = 0,0009 (1+0,0009)20 = 1,0182 ou 1,82% am Transformar taxa efetiva de 1,82% am em taxa de overnight em 20 dias úteis. [(1+ 0,0182)1/20-1]= 0,0009 0,0009 x 30 = 0,027 ou 2,7% am

115.000

55.000 45.000 30.000 20.000

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5.7.3 Operações “hot money” Empréstimo: R$ 150.000,00 Prazo: 5 dias (3 dias úteis) Juros simples: 3,6% am Spread (juros compostos): 1,6% am IOF: 0,0041% ad Dias úteis do mês: 21 Transformar as taxas mensais em diárias e calcular o encargo diário Juros = 0,036/30 = 0,0012 x 150.000,00 = 180,00 IOF = 0,000041 x 150.000,00 = 6,15 Spread =[ (1+0,016)1/21-1] 0,00076 x 150.000,00 = 113,40 Total 0,002001 299,55 Calcular a taxa diária ____299,55____ = 0,002001 150.000-299,55 Calcular os encargos da operação [(1+0,002001)3-1] = 0,0060 150.000 x 0,0060 = 900,00 Calcular a taxa efetiva mensal [(1+0,002001)21-1] = 0,0429 ou 4,29% am

Se as taxas mensais do over night fossem nos três dias: 3,6%, 3,9% e 3,7% e o spread e os dias úteis fossem os mesmos, pode-se calcular da seguinte forma:

1º Dia 2º dia 3ºdia Juros 0,001200 0,001300 0,001233 IOF 0,000041 0,000041 0,000041 Spread 0,00076 0,00076 0,00076 Total 0,002001 0,002101 0,002034 [(1+0,2001)(1+0,2101)(1+0,2034)] = 0,007476 ou 0,7476% de juros nos três dias úteis. Os encargos seriam de: 0,007476 x 150.000 = 1.121,40 A taxa efetiva mensal seria: [(1+0,007476)7-1] = 0,0535 ou 5,35% am

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5.7.4 Floating bancário

Floating é o período que vai da apresentação do título de crédito até a respectiva compensação. Se se tem uma carteira de duplicatas de R$ 200.000,00 e o crédito em conta se faz dois dias após os recebimentos, considerando uma taxa de 0,1% ad, qual o custo do floating?

Taxa do floating (1+0,001)2 = 1,002001 -1 = 0,002001 Encargos do floating 200.000 x 0,002001 = 400,20 Outro exemplo de cálculo de floating bancário: Valor do título: 14.000 Vencimento: 40 dias Juros simples: 5,8% am IOF: 0,0041% ad Floating: 3 dias Custos no período:

Juros = 000.144030

058,0×× = 1.082,67

IOF = 0,000041 x40x14.000 = 22,96 Encargos 1.105,63

63,105.1000.14

63,105.1

= 0,08574 ou 8,57%

Taxa do floating (1+0,08574)3/40 = 1,006189 ou 0,6189% Custo do floating 0,006189 x 14.000 = 86,64 Custo da operação

64,8663,105.1000.14

64,8663,105.1

−−

+= 0,09309

Custo mensal da operação (1+0,09309)30/40 = 1,0690 ou 6,90% am

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5.7.5 Crédito Rotativo (Método hamburguês) Juros simples: 3,9% am Limite contratado: R$ 500.000,00 Comissão de abertura: 2% Data da abertura: 15 de março Movimentações Dia 15/03: Saque de 250.000 Dia 20/03: Saque de 100.000 Dia 01/04: Saque de 50.000 Dia 10/04: Depósito de 40.000 Dia 18/04: Saque de 35.000 Dia 22/04: Saque de 50.000

a b c d e f e x f data histórico valor d/c saldo nº dias 15/03 Comissão (1) 10.000 d 10.000 0 10.000 15/03 Saque 250.000 d 260.000 5 1.300.000 20/03 Saque 100.000 d 360.000 11 3.960.000 31/03 Juros (2) 6838 d 366.838 0 5.260.000 01/04 Saque 50.000 d 416.838 9 3.751.542 10/04 Depósito 40.000 c 376.838 8 3.014.704 18/04 Saque 35.000 d 411.838 4 1.647.352 22/04 Saque 50.000 d 461,838 8 3.694.704 30/04 juros(3) 15.740,79 d 477.578,79 0 12.108.302

(1) 0,02 x 500.000,00 = 10.000

(2) 5.260.000 x 0,039/30 = 6.838,00

(3) 12.108.302 x 0,039/30 = 15.740,79 5.7.6 Leasing

Leasing é uma operação realizada mediante contrato, no qual o dono do bem (arrendador) concede a outrem (arrendatário) a utilização do mesmo, por prazo determinado. O contrato pode incluir a renovação ou compra do bem pelo arrendatário (opção de compra) pelo valor residual ao final do prazo de vigência.

As principais vantagens do leasing são:

• Liberação de recursos que seriam para aquisição, para capital de giro; • Possibilidade de atualização dos equipamentos arrendados durante a vigência dos

contratos; • Prazo de amortização compatível com a amortização econômica do bem;

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• Flexibilidade nos prazos de vencimento; • Economia de Imposto de Renda pela dedução dos aluguéis; • Simplificação contábil; • Garantia por alienação fiduciária.

As principais desvantagens são:

• Não pode usar as despesas de depreciação, que reduzem o pagamento de Imposto de Renda;

• Se não houver opção de compra, ao fim do contrato, o arrendatário tem que devolver o equipamento;

• Melhorias no equipamento têm que ter aprovação do arrendador;

Os leasings podem ser:

Operacional – Quando praticado diretamente entre arrendador e arrendatário.

Financeiro – É uma operação de financiamento sob a forma de locação particular, de médio a longo prazo, com base em um contrato de bens móveis ou imóveis, onde intervêm uma empresa de leasing (arrendador), a empresa produtora do bem objeto do contrato (fornecedor) e a empresa que necessita utilizá-lo (arrendatário).

Sale and lease back – É a operação pela qual uma pessoa jurídica vende bens do seu imobilizado a uma empresa de leasing e a arrenda de volta com opção de compra.

Sobre as operações de leasing são cobradas geralmente três taxas: A de abertura (entrada), a de compromisso (mensal) e a de arrendamento (mensal).

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19

6.1 CONCESSÃO DE CRÉDITO

Como era de se esperar, o valor recebido não corre mais risco, entretanto o valor a receber sim. Este é o principal componente da análise de crédito. Para isso, as empresas tomam todas as precauções possíveis na concessão de crédito aos seus clientes. Isto se dá tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas.

O objetivo da concessão do crédito é o aumento de vendas. Espera-se que com maiores prazos ou menores valores de prestações o cliente se anime em comprar, e com isso as vendas aumentem.

O crédito pode ser definido como “todo ato de vontade ou disposição de alguém de destacar ou ceder, temporariamente, parte de seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa que esta parcela volte à sua posse integralmente, depois de decorrido o tempo estipulado” MATIAS (apud LONGELUPE, 1977 p. 6).

Esse é o primeiro passo no sentido de se administrar contas a receber. Poderíamos dividir a concessão de crédito para grandes compras e para pequenas compras.

Pequenas compras Grandes compras

Histórico do cliente sim sim Informações bancárias sim sim Informações de outros fornecedores sim sim Informações de empresas especializadas não sim Análise das demonstrações financeiras não sim

Histórico do cliente – Neste item verifica-se os dados cadastrais, sócios, gestores, produção e vendas, etc; se o cliente já comprou os artigos da empresa, e se pagou em dia. Verifica-se também desde quando é cliente, qual o volume histórico de seus negócios com a empresa.

Informações bancárias – Neste item verificam-se informações junto aos órgãos de informações bancárias (SERASA), sobre a idoneidade do cliente. Se já tem títulos protestados ou não.

Informações junto a outros fornecedores – Através de cartas vai-e-vem as empresas de mesmo segmento se defendem dos maus pagadores, dando e recebendo informações sobre seu relacionamento com o investigado.

19 Ver mais em Gitman, 1997, pp 696-712; Machado, 2002, pp 97-106; Ross, 1998, pp 367-373; Droms, 2002, pp 166-168; Sanvicente, 1981, pp 134-148; Braga, 1989, pp 113-120

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Informações junto a empresas especializadas – Existem no mercado empresas especializadas em dar informações cadastrais. A Dun & Bradstreet, por exemplo, é uma delas. Esta empresa publica um anuário que é distribuído para seus clientes, onde constam as principais informações de um grande número de empresas de todos os ramos.

Informações do governo – Estas informações podem ser adquiridas junto ao CADIN – Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público, a SRF – Secretaria da Receita Federal e à Central de Riscos do BACEN.

Garantias – As garantias podem ser pessoais e reais.

As garantias pessoais são:

• Aval – Estabelece a obrigação do avalista pelo valor do documento avalizado. O avalista responde com todos os seus bens, exceto os denominados bens de família. É concedido sobre títulos de crédito. É possível a figura do avalista do avalista.

• Fiança – Estabelece as obrigações do fiador sobre o objeto afiançado. Goza do benefício de ordem. É concedida sobre contratos.

As garantias reais são:

• Alienação fiduciária – Arquivada no Registro de Títulos e Documentos. O devedor tem a posse, mas não a propriedade do bem.

• Hipoteca – Bens oferecidos em garantia, exceto os bens de família. • Penhor – Bens suficientes para garantir uma dívida. Os bens penhorados devem

ficar sob a guarda do devedor, que será seu fiel depositário.

Análise das demonstrações financeiras – Uma vez concedido o crédito, é necessário acompanhar o pagamento pelo cliente. Se atrasar, telefonar, e se continuar o atraso, mandar rapidamente uma cartinha lembrando-o. Em continuando o atraso, fazer correspondência de advertência e dar prazo para que cumpra com sua obrigação. Se puder, mandar cobrador. Permanecendo em aberto, remeter o instrumento de cobrança para Cartório de Protesto de Títulos. Ainda em aberto, remeter o título para cobrança judicial. Tomadas estas providências, é necessário à empresa reavaliar sua política de crédito, para verificar se ela é eficaz e coerente com as aspirações do departamento de vendas.

Informações restritivas de crédito – Algumas informações colhidas das diversas maneiras já citadas neste capítulo, podem conter dados que dificultam a concessão de crédito, à saber:

• Títulos protestados em cartório • Cheques emitidos sem suprimento necessário em conta corrente • Certidões positivas de órgãos públicos • Ações executivas impetradas por credores • Participação de sócios ou gestores em ações fraudulentas.

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6.2 – SELEÇÃO DE CRÉDITO

Vários são os critérios utilizados para selecionar os clientes. Além dos já citados no item anterior, pode-se citar:

a) Escore – Neste tipo de seleção a empresa distribui pesos e notas e, através de critérios estudados e pré-determinados avalia os clientes, conforme exemplo abaixo:

Cliente: peso nota total Informações cadastrais 0,15 8 1,20 Últimas Compras 0,2 7 1,40 Informações Comerciais 0,25 10 2,50 Informações Bancárias 0,1 8 0,80 Garantias apresentadas 0,3 6 1,80 7,70

Critérios adotados:

• De 0 a 4 – Evitar vendas • De 4 a 8 – vender com mais garantias • Acima de 8 – Facilitar a venda

b) Método dos 5 C’s - Brigham e Weston20, por exemplo, citam a análise de risco através do método dos cinco C’s, a saber:

• Caráter – O histórico do solicitante quanto ao cumprimento de suas obrigações financeiras, contratuais e morais. Os dados históricos de pagamentos e quaisquer causas judiciais pendentes ou concluídas contra o cliente seriam utilizadas na avaliação do seu caráter.

• Capacidade – O potencial do cliente para quitar o crédito solicitado. Análises dos demonstrativos financeiros, com ênfase especial nos índices de liquidez e endividamento são geralmente utilizados para avaliar a capacidade do solicitante de crédito.

• Capital – A solidez financeira do solicitante, conforme indicada pelo patrimônio líquido da empresa. O total de exigíveis (a curto e congo prazo) em relação ao patrimônio líquido, bem como os índices de lucratividade são freqüentemente usados para avaliar o capital demandante de crédito.

• Garantia (Collateral) – O montante de ativos colocados à disposição pelo solicitante para garantir o crédito. Naturalmente, quanto maior esse montante, maior será a probabilidade de se recuperar o valor creditado, no caso de inadimplência. O exame do balanço patrimonial e a avaliação de ativos em conjunto com o levantamento de pendências judiciais podem ser usados para estimular os colaterais.

• Condição – As condições econômicas e empresariais vigentes, bem como circunstâncias particulares que possam afetar qualquer das partes envolvidas na

20 BRIGHAM, Eugene F. e WESTON, J. Fred. Fundamentos da administração financeira. 10ª ed São Paulo: Makron Books, 2000, p 441.

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negociação. Por exemplo, caso a empresa tenha estoques excessivos de um item que o solicitante deseje comprar a crédito, a empresa poderá propor vendas em condições mais favoráveis ou vender para clientes com menos condições de obter crédito.

Além destes 5 C’s, alguns autores acrescentaram um sexto: Conglomerado. Este

seria a participação da empresa dentro de um grupo. Ela por si mesma poderia não reunir condições de crédito, mas com o aval do grupo este problema seria sanado.

c) Termômetro de insolvência – Esta é uma contribuição de Stephen Kanitz para determinar o grau de liquidez das empresas, e por conseqüente, sua capacidade de saldar débitos. Kanitz determinou pesos sobre valores contábeis conforme abaixo: Peso Item 0,05 LL/PL 1,65 [(AC + RLP)/(PC+ELP)] 3,55 (AC – E)/PC 1,06 AC/PC 0,33 PT/PL Com o resultado destas operações obtiveram-se os resultados abaixo: Parâmetro Denominação Riscos 1 – 7 Área de solvência Aceitáveis 0 - -3 Área de penumbra Cuidados especiais -4 - -7 Área de insolvência Grandes. Perigo de quebra 6.3 EFEITO DAS POLÍTICAS DE CRÉDITO Algumas conseqüências podem advir da determinação dos créditos. Podemos sintetizá-las da forma do quadro abaixo: Regra Efeito Positivo Efeito Negativo Concessão de Diminuição do risco Clientes insatisfeitos Prazos menores Aumento nos Diminuição do risco Diminuição das margens de lucro Descontos financeiros Cobrança mais rígida Diminuição das perdas Clientes insatisfeitos Padrões de crédito Uniformização de proce- Possível insatisfação de parte Adequados dimentos dos clientes Diminuição das Menor insolvência Menor volume de vendas Vendas a crédito

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Em consonância com a política de crédito, estão as determinações para ação junto aos clientes. A falta destas providências poderá agravar o quadro de liquidez da empresa. Desta forma informa-se abaixo causas e efeitos do crédito a clientela. Tipo de pagamento Cobrança Pagamento antecipado - Pagamento no vencimento - Pagamento com atraso suportável (em média, 30 dias) Amigável. Pagamento acima do prazo anterior Protesto e notificação judicial Não pagamento Execução judicial

6.4 ESTUDOS SOBRE FLEXIBILIZAÇÃO DO CRÉDITO21

As empresas podem ter uma noção sobre que política de crédito adotar, desde que reúna dados para uma análise preliminar. Assim dispomos a seguir alguns exemplos que podem esclarecer quais os procedimentos de cálculo que as empresas podem adotar para determinar se a política de crédito em análise é viável.

Exemplo 1 - Analisar o comportamento da empresa ao conceder crédito frente a alterações no lucro, investimento marginal, prazo médio de recebimento e devedores duvidosos.

Uma empresa tem os seguintes dados:

• Preço unitário de vendas = R$ 10,00 • Vendas a crédito = 60.000 unidades • Custo Unitário Variável = R$ 6,00 • Custos Fixos = R$ 120.000,00

Após reunião com o departamento de vendas e de produção, chegou-se a conclusão que, caso flexibilizassem o crédito, isto aumentaria as vendas em 5%. Porém o PMC passaria de 30 para 45 dias e os devedores duvidosos cresceriam de 1% para 2%. O custo de capital é de 15% aa, no mínimo (taxa de retorno).

1o. Calcula-se o quanto esta atitude contribui para aumento do lucro operacional. • Aumento das vendas = 0,05 x 60.000 = 3.000 unidades • Margem de contribuição unitária = 10 – 6 = R$ 4,00 • Contribuição adicional = 3.000 x 4 = R$ 12.000,00

2o. Calcula-se o custo do investimento marginal em duplicatas a receber. Plano atual Plano proposto

000.5030360

000.600=× 750.7845

360

000.630=×

Acréscimo = 78.750 – 50.000 = 28.750

21 Exemplos retirados de GITMAN, opus cit.

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3o. Calcula-se o retorno exigido (custo de capital) 28.750 x 0,15 = 4.312,5 (custo do recebimento do dinheiro, que está sendo postecipado). 4o. Calcula-se o custo marginal dos devedores duvidosos Plano atual Plano proposto

• Custo atual 0,01 x 600.000 = 6.000 0,02 x 630.000 = 12.600 • Aumento dos custos = 12.600 – 6.000 = R$ 6.600,00

5o. Tomada de decisão • Valores favoráveis à empresa

o Contribuição adicional ao lucro R$ 12.000,00 • Valores desfavoráveis à empresa

o Custo do Investimento marginal R$ 4.312,50 o Custo marginal de devedores duvidosos R$ 6.600,00

• Resultado = 12.000 – 10.912,50 = R$ 1.087,50 Como o resultado deu positivo, a empresa pode flexibilizar o crédito nestas circunstâncias. Exemplo 2 – Inclui o custo dos descontos financeiros.

Uma empresa tem PMC de 30 dias. Seu giro anual de duplicatas a receber é de 12 (360/30). Suas vendas à crédito somam 60.000 unidades, que são vendidas, cada uma, por R$ 10,00 e o custo unitário variável é de R$ 6,00. Após análise de sua diretoria, a empresa deseja tomar as seguintes decisões com as seguintes justificativas:

• Introduzir desconto financeiro de 2% para pagamento até o 10º dia. • Com isso, espera que 60% das vendas sejam utilizadas com o desconto. • Também espera que as vendas aumentem 5% • O prazo médio de cobrança deve cair para 15 dias. • O giro de duplicatas à receber, conseqüentemente, subirá para 24 (360/15) • A participação dos devedores duvidosos cairá de 1% para 0,5% • O custo de capital é de 15% aa.

1o. Contribuição adicional ao lucro • Aumento de vendas = 0,05 x 60.000 = 3.000 unidades • Margem unitária de contribuição = 10 – 6 = 4 • Contribuição adicional ao lucro = 3.000 x 4 = R$ 12.000,00

2o. Custo do investimento marginal Plano Atual Plano Proposto

000.5030360

000.600=× 250.2615

360

000.630=×

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Redução = 50.000 – 26.250 = 23.750 3o. Custo do retorno exigido

0,15 x 23.750 = R$ 3.562,50

4o. Custo marginal dos devedores duvidosos Plano atual Plano proposto 0,01 x 600.000 = 6.000 0,005 x 630.000 = 3.150 Redução do custo de devedores duvidosos = 6.000-3.150 = R$ 2.850,00

5o. Custo do desconto financeiro 0,02 x 0,60 x 630.000 = R$ 7.560,00

6o. Tomada de decisão • Valores favoráveis à empresa

o Aumento da margem de contribuição 12.000,00 o Redução do custo de devedores duvidosos 2.850,00 o Redução no custo do investimento marginal 3.562,50 o Total 18.412,50

• Valores desfavoráveis à empresa o Custo do desconto financeiro 7.560,00 o Total 7.560,00

• Resultado = 18.412,50 – 7.560 = R$ 10.852,50 Como o resultado foi positivo, a empresa pode conceder o desconto financeiro, nestas condições.

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22

7.1 INTRODUÇÃO

Estoques são itens adquiridos que ficam parados na empresa até serem utilizados. Quando são vendidos, ou quando o produto a que serão incorporados for vendido, geram recursos financeiros para serem readquiridos. Portanto, seu controle é muito importante em todas as empresas que os têm. Enquanto as contas a receber ocorrem após a venda, os estoques existem antes das vendas.Diversos são os motivos para se manter estoques. Dentre eles podemos salientar:

• Características particulares do setor onde a empresa atua. • Sazonalidade de seus produtos • Expectativa de aumento nos preços das matérias-primas e produtos finais • Proteção conta perdas inflacionárias • Política de vendas do fornecedor (descontos para compras maiores) • Especulação

Vários são os erros cometidos no dimensionamento dos estoques. Desde o mau dimensionamento dos estoques de segurança, passando pela inconsistência do programa de vendas, até os erros de projeção com base em estudos passados.

Para auxílio dos administradores, a tecnologia de informação tem contribuído de maneira decisiva, facilitando a obtenção de dados em tempo real; a automação dos pontos de venda, permitindo coleta de informação de produtos vendidos mediante utilização de códigos de barra; a utilização da tecnologia EDI – Eletronic Data Interchange, que permite a informação em tempo real das vendas de cada produto do varejista para o fabricante. Tudo isto se constituindo num dos fundamentos do movimento de resposta eficiente do consumidor (ECR – Efficient Consumer Response).

Os principais tipos de estoque são:

• Matérias-primas – O estoque de matérias-primas, ou matérias-primas e embalagens consiste no principal componente do produto final a ser vendido e nos produtos de acondicionamento.

• Produtos em elaboração – Referem-se aos custos inseridos no produto (materiais diretos, mão-de-obra e gastos indiretos) após o início de sua produção até a chegada no estoque de produtos acabados ou elaborados.

• Produtos acabados - São os produtos prontos para serem comercializados. • Material de consumo e de almoxarifado – Inclui os materiais não ligados

diretamente ao processo produtivo como componente do produto final. 22 Ver mais em Braga, 1989, pp 101-111; Cherubim et al, 2002, pp 465-476; Hoji, 2001 pp 123-128; Gitman, 1997 pp 713-721; Corrêa e Gianesi, 1996, 56-183.

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7.2 DIFERENTES ENFOQUES SOBRE ESTOQUES

Enfoque Financeiro – O Departamento Financeiro acha que os estoques devem ser mantidos em níveis mínimos, pois só assim minimizará as perdas financeiras, com imobilização de recursos em estocagem.

Marketing – O Departamento de Marketing acha que os estoques devem ser mantidos em níveis altos, para que as vendas não sofram solução de continuidade. Com a entrega imediata dos pedidos, os clientes estarão sempre satisfeitos.

Produção – O Departamento de Produção acha que os estoques devem ser mantidos em níveis altos, pois qualquer parada do processo produtivo, quer seja por defeitos mecânicos, ou por greves, ainda poderão atender à demanda por algum tempo. Na retomada dos trabalhos, sempre terão produtos em estoque para atender a produção.

Compras – O Departamento de Compras acha que os estoques devem variar de acordo com as condições de compra, sendo altos no momento em que se aproveitam as condições favoráveis, e baixo quando acontecer o contrário.

7.3 ESTOQUES COMO INVESTIMENTO

O administrador financeiro deve estar preparado para analisar os investimentos ligados ao estoque. Para melhor entendermos este tópico, exemplifica-se a seguir uma operação que uma empresa siderúrgica tinha a realizar com as seguintes metas:

• Aumentar os lotes de produção, para evitar os altos custos de preparação. • Redução estimada destes custos: R$ 20.000,00 • Aumento médio dos estoques: R$ 100.000,00 • Custo de capital: 25% aa

O investimento marginal em estoques é de R$ 100.000,00, portanto seu custo marginal é de 0,25 x 100.000 = R$ 25.000,00. (A empresa deixará de ganhar R$ 25.000,00 para aumentar os estoques)

Item favorável à empresa • Redução estimada de custos R$ 20.000,00

Item desfavorável à empresa • Custo de capital (dinheiro empatado no

investimento em estoques, que poderia estar aplicado no mercado financeiro R$ 25.000,00

Resultado desfavorável para a empresa R$ 5.000,00

Logo, a empresa não deverá executar este investimento.

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7.4 CUSTOS DOS ESTOQUES

As políticas de administração de estoques devem estar focadas na determinação do nível ideal de estoques de cada produto, ou grupo de produtos. O nível ideal é estabelecido em relação à flexibilidade operacional proporcionada pela manutenção de estoques.

Quanto maior for o volume de estoque, maior será a flexibilidade da empresa. As vantagens dessa flexibilidade devem ser comparadas com os custos de manutenção de estoques.

Os custos vinculados aos estoques estão classificados em duas categorias: Custos de manutenção e de administração.

Custos de Manutenção – Para manter estoques, as empresas consideram os custos que estão diretamente ligados à sua manutenção, tais como:

• Investimento aplicado • Armazenagem • Transferência • Impostos • Seguros • Perdas • Controle e desuso

Custos de Administração (De pedir) – Para comprar ou repor estoques, devem ser considerados custos vinculados à compra ou reposição dos produtos em estoque. Esses custos são importantes, pois muitos deles ocorrem sempre que houver nova compra ou reposição, e este fato deve influenciar a definição dos níveis de estoques. São estes os principais custos de administração:

• Pesquisa de preços • Comunicação (correio, telefone, faz, internet) • Negociação com fornecedores de bens e serviços • Emissão de ordens de compra • Recepção e conferência dos produtos comprados • Devoluções ocasionais

Custos de Ausência – Além dos dois principais grupos já citados existe um terceiro que é ocasional. A falta de estoques pode trazer conseqüências negativas sérias para a empresa, muitas delas imponderáveis, como a perda de venda atual e da futura, pois o cliente fidelizado pode ir para o concorrente e não voltar mais. Também pode haver conseqüências negativas para a imagem da empresa e maiores custos de compra, através da utilização de processos não rotineiros de compras, ficando a empresa com pouco poder de barganha junto aos fornecedores, dada a urgência da entrega.

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1.7.5 RELAÇÃO ESTOQUES X DUPLICATAS A RECEBER

Os custos dos estoques e o custo das duplicatas a receber interagem, e muitas vezes necessita-se saber qual o melhor resultado desta interação. Para melhor entendimento deste tópico, exemplificaremos a seguir, como se comporta esta relação, através do seguinte exemplo:

Exemplo

Para manter R$ 1,00 em estoque, uma empresa gasta por ano R$ 0,25. Para manter R$ 1,00 em duplicatas a receber, gasta por ano R$ 0,15. Esta empresa tem estoque médio de R$ 300.000,00 e, investimento médio em duplicatas a receber de R$ 200.000,00.

As metas desta empresa são:

• Alterar as condições de crédito, e com isso, espera que os clientes comprem mais. • Com o aumento de vendas, o estoque médio seria reduzido para R$ 150.000,00. • Em contrapartida, o investimento em duplicatas a receber aumentaria para R$

350.000,00.

Com estes dados, deveria a empresa alterar as condições de crédito?

Atual Proposto Custo/retorno Investimento Custo Investimento Custo

Médio Médio Investimento em Estoque Médio 25% 300.000,00 75.000,00 150.000,00 37.500,00

Investimento em Duplicatas a receber 15% 200.000,00 30.000,00 350.000,00 52.500,00

Total 105.000,00 90.000,00

Como se pode verificar, os custos totais cairiam de R$ 105.000,00 para R$ 90.000,00, logo, a empresa deve alterar as condições de crédito.

7.6 SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES

Muitos são os sistemas utilizados para administração de estoques. Relacionam-se abaixo os mais conhecidos:

• Método da faixa vermelha • Método das duas caixas ou gavetas • Sistema ABC • Método do Lote Econômico • Método do Ponto de Re-encomenda • Sistema MRP – Material Requirement Planning • Sistema MRP II – Manufacturing Resources Planning II

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• Sistema JIT – Just in Time • Sistema OPT – Optimized Production Technology

a) Faixa vermelha - Os dois primeiros sistemas, da faixa vermelha ou das duas caixas ou gavetas são voltados para pequenas empresas. O primeiro tem lugar em feiras livres, onde os grãos são colocados no chão entre duas táboas, e é traçada uma linha vermelha por baixo deles. Quando esta linha aparecer está na hora de pedir mais mercadorias.

b) Duas caixas ou gavetas - O segundo segue a mesma lógica e aplica-se a armarinhos e lojas de miudezas. Enchem-se duas gavetas ou caixas e começa-se a vender o conteúdo delas. Quando uma esvaziar está na hora de fazer novo pedido.

c) Sistema ABC – Este sistema divide os itens de estoque em três categorias de materiais, de acordo com o valor dos itens e da quantidade, segundo modelo a seguir:

Categoria Quantidade de itens Valor dos itens A 20% 80% B 30% 15% C 50% 5% Graficamente teríamos:

100 95 80

% acumulado do faturamento

0 20 50 100

% acumulado por tipo de item

Neste sistema, são traçadas normas de procedimento para administrar cada categoria

de produtos. O exemplo acima pode ser discriminado da seguinte forma: Suponha que uma distribuidora de parafusos tenha a seguinte movimentação por

tipo de produto:

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Produto Faturamento % % acumulado Classificação %do grupo A 20% 25.000 50 50 A 80% B 15.000 30 80 _________ C 30% 3.500 7 87 B 15% D 2.000 4 91 E 2.000 4 95 _________ F 50% 1.000 2 97 C 5% G 500 1 98 H 500 1 99 I 250 0,5 99,5 J 250 0,5 100 _________

Os itens devem ser administrados de acordo com suas características específicas, atentando para os seguintes aspectos:

• Consumo médio por período • Prazo de entrega dos fornecedores ou prazo de produção • Valor dos estoques mantidos

Os itens C são formados por bens de pequeno valor unitário e geralmente de fácil obtenção. Podem ser tratados com menor rigor e controlados de forma mecânica. Os itens B são bens de valor unitário médio e devem ter maior rigor no controle. Os itens A devem ser controlados com a máxima segurança e previsibilidade.

d)Lote Econômico – Este método determina a quantidade ótima de compra que minimiza os custos totais de estocagem.

O LEC é um sistema que busca auxiliar o administrador na gestão de estoques. Foi constituído com a premissa básica de que os custos de manutenção elevam-se com o aumento dos estoques, enquanto que os de administração declinam. No entanto ele tem algumas suposições restritivas que são:

• As vendas são distribuídas igualmente durante todo o ano, • As vendas são previsíveis e imutáveis • Não há atraso nas encomendas

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Custo Total Custo de Manutenção

Custos R$

Custo de emissão

Quantidade por Pedido

Para determinar a fórmula algébrica para cálculo do lote econômico teríamos:

S = Procura de unidades por período O = Custo de emissão C = Custo de manutenção Q = Lote econômico S/Q = Número de pedidos Q/2 = Estoque médio S/Q x O = Q/2 x C S/Q / Q/2 = C/O 2S/Q2 = C/O Q2 = 2S/ C/O Q2 = 2SO/C Q 100 200 400 800 1.600 S/Q 16 8 4 2 1 Q/2 50 100 200 400 800 O x S/Q 800 400 200 100 50 C x Q/2 50 100 200 400 800 Total 850 500 400 500 850

1.000 Custo total

Custo de manutenção Valor $

400

Custo de emissão

0 100 200 400 800 1.600 Lote econômico

C

OSQ

2=

Lote econômico

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Exemplo

Qual seria o lote ideal de compra de uma empresa que utiliza 1.600 unidades de determinado item de estoque por ano se, para emitir um novo pedido, ela calcula que gastará R$ 50,00 e para manter este item, em estoque, gastará por ano R$ 1,00?

4001

50600.12=

××=Q

Ponto de re-encomenda – É o ponto em que se deve emitir o pedido de reposição de estoque. PR = Ponto de Re-encomenda

T = Tempo de reposição (em dias)

D = Procura diária do item de estoque

Exemplo:

Uma empresa sabe que são necessários 10 dias para que chegue a mercadoria que ela pediu hoje. Sabe também que usa 5 unidades deste item por dia. Quando deverá emitir novo pedido?

PR = 5 x 10 = 50

Ou seja, quando o estoque estiver próximo de 50 unidades, deve ser emitido novo pedido.

Estoque mínimo – Também denominado estoque de proteção, representa a quantifade mínima necessária para garantir as atividades da empresa num fluxo contínuo, sem qualquer interrupção por falta de material. Sua fórmula poderia ser:

EM = C x F EM = Estoque mínimo C = Consumo médio mensal F = Número de dias exigido pela empresa como fator de segurança.

e) Sistema Just in Time – Este é um sistema que procura minimizar o tempo do item em estoque, tornando-o nulo, se possível. Nas montadoras de automóveis, por exemplo, a maioria das peças não vai para estoques, e sim para a linha de produção.

Este sistema nasceu no Japão na década de 70, tendo sua primeira aplicação na Toyota Motor Company, e tomou inicialmente o nome de sistema Kanban. Hoje existem na Fiat 11 fornecedores em JIT entregando cerca de 5.900 itens à produção, sendo 98% deles em JIT seqüenciado. Os benefícios com esta entrega foram:

PR = T x D

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• Redução dos níveis de estoques de 5 dias para 0,7 dias. • Eliminação de 18.000 m2 de área utilizada para estoques • Redução do montante de capital circulante • Flexibilidade no processo produtivo

f) Sistema MRP e MRP II – MRP (Material requirements planning), ou Cálculo das Necessidades de Materiais e MRP II (Manufactoring Resourses Planning), ou Planejamento dos Recursos de Manufatura, são os Sistemas de Administração da Produção (SAP) de grande porte que têm sido implantados pelas empresas, ao redor do mundo, desde os anos 70.

O Sistema MRP II é um sistema integrado de planejamento e programação de produção baseada no uso de pacotes de computador. Estes pacotes são estruturados de forma modular. Os fornecedores de software oferecem, em seus produtos, diversos módulos que podem variar em especialização e número. Entretanto, há alguns módulos que se encontram presentes na maioria dos pacotes. Os principais são:

Módulo de Planejamento-Mestre de Produção (MPS) Módulo de Cálculo das Necessidades de Materiais (MRP) Módulo de Cálculo de Necessidades de Capacidade (CRP) Módulo de Controle de Produção (SFC)

g) Sistema OPT – É uma técnica computadorizada que auxilia a programação de sistemas produtivos de acordo com o ritmo dos recursos mais fortemente carregados, que são os chamados gargalos. Se a atividade em qualquer parte do sistema produtivo exceder o ritmo do gargalo, alguns itens estarão sendo produzidos sem que possam sr utilizados e, então, os estoques desnecessários serão formados. Se a taxa de atividade estiver abaixo do ritmo do gargalo todo o sistema estará sendo subutilizado.

Esta técnica aproveita a Teoria da Restrição de Goldratt, onde são necessários cinco passos:

• Identificar a restrição do sistema, que é justamente o elo mais fraco. • Explorar a restrição, ou seja, eliminar as perdas e aumentar o ganho. • Subordinar tudo à decisão anterior • Ultrapassar a restrição • Voltar ao primeiro passo e identificar a nova restrição

7.7 SELELÇÃO DE COMPRAS

Quando um fornecedor está disposto a trocar bens ou serviços por determinada soma de dinheiro, tem-se o processo de compra. Neste relacionamento, a ênfase está em

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construir um resultado satisfatório conjunto. Os dois lados, comprador e vendedor devem ter o propósito de identificar interesses comuns e de adicionar valor.

Na empresa área de compra tem os seguintes objetivos:

• Adquirir materiais e serviços de maneira eficaz, obtendo, de maneira ética, a melhor relação custo/benefício.

• Suprir a organização com um fluxo seguro de materiais e serviços • Assegurar a continuidade de suprimento para manter relacionamentos efetivos com

fornecedores existentes e buscar outras fontes de suprimento para estender as necessidades planejadas ou emergenciais

• Manter relacionamentos cooperativos com outros departamentos da empresa, fornecendo e recebendo informações e aconselhamento necessário para a operação eficaz de toda organização.

Apresenta-se abaixo um modelo de seleção de fornecedores, com dados fornecidos.

Dados fornecedores A B C Preços unitários sem IPI 120 110 120 Prazo de pagamento 28 dias 21 dias 35 dias Alíquota de ICMS 18% 12% 18% Encargo financeiro 5%am 5%am 5%am Frete por unidade 0 3 1 Preços unitários sem IPI 120 110 120 (+) frete 0 3 1 (=) 120 113 121 (-) ICMS(1) 21,6 13,56 21,78 (=) 98,4 99,4 99,22 (-) Encargos financeiros (2) 4,58 3,45 5,81 (=) 93,82 95,95 93,41 (1) 120 x 0,18 = 21,6 (2) [(1+0,05)28/30-1]x 98,40 = 4,58

Como se pode notar, a melhor opção é a do fornecedor C.

Uma das maiores dificuldades no controle de estoques é saber comprar. Não só saber comprar o item certo na época certa, mas comprá-lo também com vantagem financeira, quando isto for possível. Analisar políticas de compra em relação a política de vendas é sempre um caminho a trilhar quando se quer verificar rentabilidade nas compras. Então esta demonstração será feita em quatro exemplos, observando as seguintes condições: A- As mercadorias foram adquiridas para uma empresa comercial; B- A economia não tem inflação; C- Não há implicações tributárias e D- O lucro apurado é o bruto.

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7.8 CÁLCULO DA TAXA DE EQUILÍBRIO PARA COMERCIALIZAÇÃO

A) COMPRA À VISTA E VENDA À VISTA

C = Compras PC = Pagamento das compras V = Vendas RV = Recebimento das vendas PME = Prazo médio de estocagem Condição de equilíbrio RV = PC (1+i)PME

Considerar-se-á para este exemplo e para os outros três a seguir, que o preço de aquisição da mercadoria foi $ 4.000, o preço de venda $ 6.000 e o prazo médio de estocagem foi de 3 meses.

Condição de equilíbrio financeiro RV = PC (1+i)PME 6.000 = 4.000 (1+i)3 i = 14,43% am Demonstrativo de resultados Venda 6.000 Custo da venda 4.000 Resultado Bruto 2.000 Custo econômico-financeiro (1+0,1447)3 2.000 Resultado final 0

Isto significa que qualquer taxa de juros inferior a 14,47% am será vantajosa para a empresa, e quanto mais afastada for deste valor, mais vantajosa será.

PME

PC V = RV C

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B) COMPRA A PRAZO E VENDA À VISTA

Onde: PMP = Período médio de pagamento = 1 mês Condição de equilíbrio financeiro V = C (1+i)PME-PMP 6.000 = 4.000 (1 + i)3-1 i = 22,47% am

Isto significa que qualquer taxa de juros inferior a 22,47% am será vantajosa para a empresa, e quanto mais afastada for deste valor, mais vantajosa será.

C) COMPRA À VISTA E VENDA A PRAZO

Onde: PMR = Prazo médio de recebimento = 1 mês. Condição de equilíbrio financeiro RV = PC (1 + i)PME + PMR 6.000 = 4.000 (1 + i)3+1 i = 10,67% am

Isto significa que qualquer taxa de juros inferior a 10,67% am será vantajosa para a empresa, e quanto mais afastada for deste valor, mais vantajosa será.

C PC V = RV

PMP

PME

C=PC V RV

PME PMR

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D) COMPRA A PRAZO E VENDA A PRAZO

Onde: PMR = Período médio de recebimento (ou de cobrança) = 1 mês. Condição de equilíbrio financeiro RV = PC (1+i)PMR+PME-PMP 6.000 = 4.000 (1+i)1+3-1 i = 14,47%

Isto significa que qualquer taxa de juros inferior a 14,47% am será vantajosa para a empresa, e quanto mais afastada for deste valor, mais vantajosa será.

C PC V RV

PMP PMR

PME

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8.1 PONTO DE EQUILÍBRIO - CONCEITUAÇÃO E CÁLCULOS

PONTO DE EQUILÍBRIO 23

Também chamado de análise custo-volume-lucro, é usado para determinar o nível de operações necessárias para cobrir todos os custos operacionais e para avaliar a lucratividade associada a vários níveis de renda.

PONTO DE EQUILÍBRIO OPERACIONAL

Representa o nível de vendas necessário para cobrir todos os custos operacionais, ou, mais especificamente, quando LAJIR = 0.

CUSTOS FIXOS

São os custos que independem do volume produzido.

CUSTOS VARIÁVEIS

São os custos que variam de acordo com o volume produzido.

Para que uma empresa esteja em equilíbrio, é necessário que suas receitas totais sejam iguais a seus custos totais. Ou seja,

RT = Receitas totais CT = Custos totais

As receitas totais, por sua vez, são iguais ao seu preço unitário de venda vezes a quantidade produzida.

v= preço unitário de vendas Q = quantidade produzida/vendida

Os custos variáveis serão iguais ao custo variável unitário vezes a quantidade produzida.

23 Ver mais em Hoji, 2001, pp 312-316; Droms, 2002, pp 135-138.

RT = CT

RT = vQ

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CV = Custo variável c= Custo variável unitário Os custos fixos são iguais a eles mesmos. Desta forma a fórmula original é igual a:

Ora, para nossa análise serão necessárias algumas condições, à saber:

• Não haverá formação de estoques. • As quantidades produzidas serão iguais às quantidades vendidas. • O comportamento da evolução das receitas e custos será retilíneo. • Haverá só um produto.

Dentro destes parâmetros, é possível determinar a quantidade de equilíbrio, determinando Q na equação acima.

Qv = Qc + CF

Qv – Qc = CF

Q(v-c) = CF

cv

CFQ

−=

Exemplo:

Calcular a quantidade de equilíbrio de uma empresa que tenha CF = R$ 2.500,00, v = R$ 10,00 e c = R$ 5,00.

Q = 2.500,00 = 500

10 – 5

Visualizando graficamente teríamos:

CV = cQ

vQ = cQ + CF

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Receitas Totais

Custos totais

Custos Variáveis

R$ 5.000,00 Ponto de equilíbrio

Custos Fixos

0 500

Quantidades

O que aconteceria com o ponto de equilíbrio, se: 1. O custo fixo aumentasse para R$ 3.000,00?

Q = 3.000/ 10-5 = 600 Resposta: A quantidade de equilíbrio aumentaria e o ponto de

equilíbrio se deslocaria para a direita e para cima.

2. O preço unitário de venda aumentasse para R$ 12,50?

Q = 2.500/12,5-5 = 333 Resposta: A quantidade de equilíbrio diminuiria e o ponto de equilíbrio se deslocaria para a esquerda e para baixo.

3. O custo unitário variável aumentasse para R$ 7,50?

Q = 2.500/10-7,5 = 1.000 Resposta: A quantidade de equilíbrio aumentaria e o ponto de equilíbrio se deslocaria para a direita e para cima.

4. As três variáveis aumentassem nas proporções dadas, ao mesmo tempo?

Q = 3.000/12,5-7,5 = 600 Resposta: A quantidade de equilíbrio aumentaria e o ponto de equilíbrio se deslocaria para cima e para a direita.

Área de Prejuízo

Área de Lucro

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8.3 ALAVANCAGEM24

É o uso de ativos ou recursos, com custo fixo, a fim de aumentar os retornos dos proprietários da empresa. Quanto maior a alavancagem, segundo a reação do investidor de aversão ao risco, maior o risco, maior o retorno. A aplicação da alavancagem operacional e financeira na avaliação de uma empresa permite que se conheça sua viabilidade econômica, identificando-se claramente as causas que determinaram eventuais variações nos resultados.

ALAVANCAGEM OPERACIONAL

É determinada pela relação entre as receitas de vendas da empresa e seu LAJIR (Lucro antes dos juros e do Imposto de Renda). Em outras palavras, é o uso potencial de custos operacionais fixos para aumentar os efeitos das mudanças nas vendas sobre os lucros das empresas, antes dos juros e dos impostos. Quanto maior for o uso dos custos fixos em relação aos custos variáveis unitários, maior será o grau de alavancagem operacional.

ALAVANCAGEM FINANCEIRA

Refere-se à relação entre o LAJIR e o LPA (Lucro por Ação). É a capacidade da empresa para usar encargos financeiros fixos, a fim de maximizar os efeitos da variação do LAJIR sobre o LPA da empresa. Quanto maior for o uso destes encargos financeiros fixos, maior será o grau de alavancagem financeira.

ALAVANCAGEM TOTAL

É o uso potencial de custos fixos, tanto operacionais como financeiros, para aumentar o efeito de variações nas vendas/LPA.

Dentro da Demonstração de Resultado do Exercício, teríamos:

Receitas de Vendas - V (-) Custo dos Produtos Vendidos – VPV

(=) Lucro Bruto – LB Alavancagem (-) Despesas Operacionais – DO Operacional (=) Lucro antes dos juros e do IR – LAJIR

Alavancagem (+/-) Resultado financeiro (juros) – J Total (=) Lucro Antes do Imposto de Renda – LAIR (-) Provisão para o IR – PIR

(=) Lucro Antes das Participações e Contribuições Alavancagem (-) Participações e Contribuições Financeira (=) Lucro Líquido do Exercício - LL

24 Ver mais em Sanvicente, 1981, pp 244-246; Cherubim e outros, 2002, pp 80-83; Machado, 2002 pp 173-181.

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8.3.1 Alavancagem Operacional

Podemos demonstrar o mesmo esquema acima, como repartição de custos fixos e variáveis. Então teríamos como alavancagem operacional:

Receitas Totais (-) Custos Variáveis (-) Custos Fixos (=) Lucros Antes dos Juros e do Imposto de Renda (LAJIR).

Exemplo:

Uma empresa tem v = R$ 10,00, c = R$ 5,00 e CF = R$ 2.500,00. Calcule o seu LAJIR para as quantidades de 500, 1.000 e 1.500 unidades produzidas.

- 50% + 50% Quantidades – Q 500 1.000 1.500 Receitas Totais – RT 5.000 10.000 15.000 (-) Custos Variáveis – CV 2.500 5.000 7.500 (=) 2.500 5.000 7.500 (-) Custos Fixos – CF 2.500 2.500 2.500 (=) LAJIR 0 2.500 5.000

- 100% + 100%

Como podemos notar, a uma variação de 50% nas vendas, houve uma variação de 100% no Lucro Antes do Imposto de Renda.

A seguir demonstraremos o que acontece com duas empresas. Uma apenas com capital próprio e outra com capital de terceiros e despesas financeiras anuais de R$ 400.000,00.

Empresa sem capital de terceiros Empresa com capital de terceiros Ativo Patrimônio Líquido Ativo Passivo Patrimônio Líquido 8.000.000 8.000.000 8.000.000 4.000.000 4.000.000 Nº de ações: 400.000 Nº de ações: 200.000 Valor da ação: R$ 20,00 Valor da ação: R$ 20,00 Lucro Operacional 400.000 Lucro Operacional 400.000 Desp. Financeiras 0 Desp. Financeiras 400.000 LAIR 400.000 LAIR 0 LPA = R$ 1,00 LPA = R$ 0,00 Ret. s/ Pat. Líq. 5% Ret. s/ Pat. Líq. 0%

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Lucro Operacional 800.000 Lucro Operacional 800.000 Desp. Financeiras 0 Desp. Financeiras 400.000 LAIR 800.000 LAIR 400.000 LPA = R$ 2,00 LPA = R$ 2,00 Ret. s/ Pat. Líq. 10% Ret. s/ Pat. Líq. 10% Lucro Operacional 1.200.000 Lucro Operacional 1.200.000 Desp. Financeiras 0 Desp. Financeiras 400.000 LAIR 1.200.000 LAIR 800.000 LPA = R$ 3,00 LPA = R$ 4,00 Ret. s/ Pat. Líq. 15% Ret. s/ Pat. Líq. 20%

LPA com capital de terceiros LPA sem capital de terceiros

Desvantagem no uso de capital Vantagem no uso de capital de terceiros de terceiros

8.3.2 Grau de alavancagem operacional

É a medida numérica da alavancagem operacional da empresa. É representada pela fórmula:

800.000

2 LPA

LAJIR

400.000

GAO = ___Q(v-c)__ Q(v-c) - CF

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Exemplo: Qual o grau de alavancagem financeira do exemplo inicial, ao nível de produção de 1.000

unidades?

( )( ) 2

000.2510000.1

510000.1=

−−

−=GAO

O GAO é igual a 2, ou seja, cada vez que eu vario as receitas, o lucro operacional varia em dobro.

8.3.3 Alavancagem financeira Quanto à alavancagem financeira, podemos dispor do seguinte esquema:

Lucro Antes dos Juros e do Imposto de Renda – LAJIR

(-) Juros – J

(=) Lucro Antes do Imposto de Renda – LAIR

(-) Imposto de Renda (40%) – IR

(=) Lucro Líquido do exercício- LLE

(-) Distribuição de dividendos – DD

(=) Lucro Depois da distribuição de dividendos - LDDD

Exemplo:

Uma empresa tinha juros de empréstimos anuais de R$ 20.000,00 a juros de 10% ao ano, a alíquota de Imposto de Renda era de 40% e distribuiu dividendos no valor de R$ 2.400,00. Sabendo que possui 1.000 ações ordinárias, qual a variação do LPA para níveis de LAJIR de R$ 6.000,00, R$ 10.000,00 e R$ 14.000,00?

40% + 40% LAJIR 6.000 10.000 14.000 (-) Juros 2.000 2.000 2.000 (=) LAIR 4.000 8.000 12.000 (-) IR (40%) 1.600 3.200 4.800 (=) LLE 2.400 4.800 7.200 (-) DD 2.400 2.400 2.400 (=) LDDD 0 2.400 4.800 LL/1.000 0 2,40 4,80

100% + 100%

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Assim podemos visualizar a alavancagem financeira. Quando o LAJIR varia 40%, o LPA varia 100%, ou seja, quando há uma variação no LAJIR, o LPA varia 2,5 vezes mais.

8.3.4 Grau de alavancagem financeira

É a medida numérica do grau de alavancagem financeira da empresa. Podemos

representá-la pela fórmula:

Segundo o exemplo anterior, calcular o GAF para um nível de LAJIR = R$ 10.000,00.

5,2

4,01

400.2000.2000.10

000.10=

−−−

=GAF

8.3.5 Alavancagem total

Agora poderemos ver o efeito combinado das duas alavancagens, pelo exemplo a seguir:

Dados

v = R$ 5,00 J = R$ 20.000,00 Nº de ações = 5.000 c = R$ 2,00 PC = R$ 12.000,00 Q1 = 20.000 CF = R$ 10.000,00 IR = 40% Q2 = 30.000

50% R = 100.000 150.000 (-)CV = 40.000 60.000 GAO = ___20.000(5-2)___ = 1,2 (-)CF = 10.000 10.000 20.000(5-2) – 10.000 (=)LAJIR = 50.000 80.000 LAJIR = 50.000 80.000 GAT = 1,2 X 5,0 = 6 (-) J = 20.000 20.000 (=) LAIR = 30.000 60.000 (-) IR = 12.000 24.000 GAF =_____50.000_______ = 5 (=) LLE = 18.000 36.000 50.000-20.000-12.000 (-) DD = 12.000 12.000 1 – 0,4 (=) LL = 6.000 24.000

300%

IR

DDJLAJIR

LAJIRGAF

−−−

=

1

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GAT = 300% ÷ 50% = 6

LPA = 6.000 ÷ 5.000 = 1,2 e 24.000 ÷ 5.000 = 4,8

Outra fórmula pela qual pode-se achar o GAT é a seguinte:

8.3.6 Grau de alavancagem total Substituindo pelos valores acima, teremos: ( )

( )6

4,01

000.12000.20000.1025000.20

25000.20=

−−−−−

−=GAT

Para finalizar o estudo de alavancagem, façamos a comparação entre duas empresas, com composições diferentes de demonstrativo de resultado:

Empresas A % B % Vendas 100 100 Custos e despesas variáveis 30 30 70 70 Margem de contribuição 70 30 Custos fixos 60 60 20 20 Lucro operacional 10 10 10 10

Como dissemos no início deste tópico, embora pareça, à primeira vista, ilógico, quanto maior os custos fixos, maior a alavancagem operacional. Para comprovar isto, vamos supor um aumento de 20% nas vendas de ambas as empresas, e vamos ver como se comporta o lucro operacional.

Empresas A % B % Vendas 120 120 Custos e despesas variáveis 36 30 84 70 Margem de contribuição 84 36 Custos fixos 60 50 20 16,7 Lucro operacional 24 20 16 13,3

Como podemos observar, embora os custos fixos da empresa A sejam maiores do que o da empresa B, eles proporcionam maior lucratividade, pois com o aumento das

IR

DDJCFcvQ

cvQGAT

−−−−−

−=

1)(

)(

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vendas o lucro de A passou de 10% para 20% das vendas, enquanto que o lucro de B passou de 10% para 13,3%.

Calculando a alavancagem operacional de A teremos:

%14010

24 ==∆LO

%20100

120==∆V

720

140==∆∆=

V

LOAO

Calculando a alavancagem operacional de B teremos:

%6010

16 ==∆LO

%20100

120==∆V

320

60 ==∆∆=

V

LOAO

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CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

1. Administração financeira é: a. Ciência b. Arte c. A e b d. Estudo

2. A administração financeira se relaciona mais estreitamente com: a. Matemática financeira, direito e contabilidade. b. Economia, direito e sociologia. c. Informática, contabilidade e marketing. d. Estatística, matemática financeira e recursos humanos

3. As atribuições do administrador financeiro são: a. Controladoria e tesouraria. b. Planejamento e controle. c. Análise, investimento e financiamento d. B e c

4. São funções de tesouraria: a. Cadastro, câmbio e planejamento tributário. b. Financiamento, orçamento de caixa e orçamento geral. c. Crédito, cobrança e investimento. d. Relacionamento com instituições bancárias e controle patrimonial

5. Informe a afirmação falsa: a. O mercado de capitais se subdivide em primário e secundário b. As bolsas de valores estão subordinadas à CVM c. O mercado monetário utiliza o depósito compulsório d. O mercado de crédito é supervisionado pelo Banco do Brasil

6. Informe a afirmação falsa: a. O mercado monetário utiliza o mercado aberto b. O mercado de crédito administra as bolsas de valores c. O mercado de capitais subdivide-se em primário e secundário d. O mercado de câmbio utiliza a paridade das moedas

7. São órgãos do sistema normativo do SFN: a. Conselho Monetário Nacional, Comissão de Valores Mobiliários e Caixa

Econômica Federal. b. Bolsa de Valores, Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários. c. Superintendência de Seguros Privados, Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social e Bancos Múltiplos. d. Caixa Econômica Federal, Seguradoras e Banco do Brasil.

8. São instituições não financeiras: a. Sociedades distribuidoras b. Seguradoras c. Cooperativas de crédito d. Sociedades de arrendamento mercantil

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9. Os bancos múltiplos não: a. São intermediários financeiros b. Realizam operações de crédito c. Financiam o saneamento básico d. Descontam títulos

10. Qual a afirmativa errada? a. Autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno b. Autarquias são pessoas jurídicas de direito público externo c. Autarquias são pessoas jurídicas de direito privado d. Autarquias são sociedades não personificadas

11. Qual das empresas abaixo não é uma S. A: a. Indústria de Tecidos Guararapes S.A. b. Cia Guararapes de Tecidos c. Guararapes Tecidos e Cia d. S.A. Guararapes Tecidos

12. As sociedades de fomento comercial a. São conhecidas como empresas de leasing b. Operam na Bolsa de Valores c. São conhecidas como empresas de factoring d. São conhecidas como financeiras

13. A companhia constituída mediante escritura pública, tendo como principal acionista uma sociedade brasileira é:

a. Sociedade anônima aberta b. Sociedade limitada c. Subsidiária integral d. Sociedade anônima fechada

14. Títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social, mas que conferem participação nos lucros são:

a. Partes beneficiárias b. Bônus de subscrição c. Debêntures d. Ações

15. Informe a afirmação verdadeira: a. As assembléias podem ser ordinárias, extraordinárias e estatutárias. b. As sociedades anônimas são obrigadas a registrarem-se nas Juntas

Comerciais c. As ações ordinárias não poderão ultrapassar 50% do total das ações. d. As sociedades limitadas são constituídas por estatuto social.

16. Qual das afirmativas abaixo é falsa: a. O conselho de administração é órgão facultativo b. O conselho fiscal é órgão facultativo c. As assembléias gerais são convocadas em consonância com o estatuto social d. A diretoria executiva é eleita pela assembléia geral

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17. Os órgãos sociais de uma S.A. são: a. Assembléia geral ordinária, conselho de administração, conselho fiscal e

diretoria. b. Diretoria, assembléia geral extraordinária, conselho fiscal e conselho de

administração. c. Conselho de administração, assembléia geral, conselho fiscal e diretoria d. Conselho consultivo, conselho fiscal, diretoria e assembléia geral

18. Não é vantagem de uma S. A: a. Vida ilimitada b. Crescimento via mercado de capitais c. Administração profissional d. Capital dividido em cotas

19. São impostos federais: a. IPI, IR e ICMS b. ISS, IPI e IR c. IR, ITR e IPI d. IPI, IR e IPVA

20. Com as informações abaixo, determine PMR, PME, PMP, CO e CC. Demonstre graficamente.

Ano 1 Ano 2 Duplicatas a Receber 600 500 Estoques 2.000 2.500 Compras a Prazo 2.000 Duplicatas a Pagar 800 1.000 Vendas a Prazo 3.000 Custo das Mercadorias Vendidas 1.500

21. Qual o PMP, PME, PMR, CC e CO da empresa abaixo? Ano 1 Ano 2

Duplicatas a Pagar 250 300 Duplicatas a Receber 200 250 Estoques 1.200 1.600 Custo dos Produtos Vendidos 2.500 Compras a Prazo ? Vendas a Prazo 5.000 CAPÍTULO II – ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO

22. Capital circulante líquido é: a. A soma do ativo e passivo circulante b. O ativo circulante c. A diferença entre a soma do patrimônio líquido e o Exigível a longo prazo e

a soma do realizável a longo prazo e o ativo permanente. d. A diferença entre o Patrimônio Líquido e o Ativo Permanente.

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23. Com os dados a seguir calcule a diferença percentual entre os retornos sobre o Patrimônio Liquido conservador e agressivo.

Agressivo Conservador Ativo Circulante 1.000 1.500 Ativo Permanente 1.000 1.000 Total 2.000 2.500 Passivo Circulante 400 500 Exigível a Longo Prazo 600 750 Patrimônio Líquido 1.000 1.250 Lucro Operacional 1.000 1.000 Despesas Financeiras a Curto Prazo (20%aa) Despesas Financeira a Longo Prazo (30%aa) Lucro Antes do Imposto de Renda Imposto de Renda (30%) Lucro Líquido Retorno sobre o Patrimônio Líquido

24. Sabendo que o balanço patrimonial de uma empresa se apresenta na forma abaixo, Ativo Circulante 1.000 Passivo Circulante 500 Caixa 25 Fornecedores 500 Duplicatas a rec. 300 Exigível a longo prazo 500 Estoques 675 Patrimônio Líquido 3.000 Ativo Permanente 3.000 Receitas anuais: R$ 9.000,00. Receitas a vista: 50% PMR: 15 dias, PMP: 30 dias e PME: 45 dias Compras a prazo: 50% das vendas a prazo Custo/receita = 60% Caixa mínimo: R$ 25,00 Determinar a NIG (necessidade de capital de giro)

25. Qual a Necessidade de Investimento em Giro da empresa abaixo? Ativo Circulante 50 Passivo Circulante 30 Caixa 5 Salários 10 Duplicatas a Receber 15 Duplicatas a Pagar 20 Estoques 30 Exigível a Longo Prazo 30 Permanente 100 Patrimônio Líquido 90 Ativo 150 Passivo 150 Vendas Mensais: R$ 100,00 Vendas a vista: 50% Prazo Médio de Recebimento: 6 dias Prazo Médio de Pagamento: 15 dias Compras Mensais: R$ 30,00 Prazo Médio de Estoque: 10 dias Custo/Receita: 60% Caixa Mínimo: 4,00

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26. Desenhe o diagrama do planejamento financeiro. CAPÍTULO III - ORÇAMENTO

27. Quais orçamentos abaixo fazem parte do orçamento empresarial? a. Vendas, consumo de matéria-prima caixa e permanente. b. Estoque final, produção, empréstimos e custo dos produtos vendidos. c. Custos indiretos de fabricação, custo da mão-de-obra direta, despesas

operacionais e caixa. d. Consumo de matérias-primas, fornecedores, caixa e estoque final.

28. Os níveis de orçamento são: a. Empresarial, contínuo e flexível. b. Por atividade e padrão c. Estratégico, administrativo e operacional. d. Alternativas a e b

29. Orçamento padrão é um orçamento a. Que representa o ideal da empresa b. Elaborado com números índices c. Que pode ser alterado, gerando diversos panoramas d. Que é executado pela diretoria

30. Calcule os valores em aberto Estoque inicial de produtos acabados 1.000 Estoque final de matérias-primas 500 Custo de mão-de-obra direta 40.000 Estoque final de produtos acabados 2.000 Custos indiretos de fabricação 30.000 Estoque inicial de matérias-primas 1.000 Compras de matérias-primas 50.000 Consumo de matérias-primas ? Custos de produção ? Custo dos produtos vendidos ? 31. Qual o orçamento anual de vendas brutas da empresa a seguir?

Produto Vendas (ud) Preço Unitário de Vendas A 2.000 35,00 B 1.500 50,00 Sabendo que devoluções, abatimentos e impostos incidentes sobre vendas constituem 20% das vendas brutas, qual o total de vendas líquidas?

32. De posse das informações abaixo, calcule o orçamento de consumo de matérias-primas e o orçamento de compras.

Matérias-Primas Vendas (unidades) Produtos X Y Z A 2 1 0 10.000 B 3 0 3 15.000 Estoque X Y Z A B Inicial 1.000 2.000 1.500 1.000 1.500 Final 1.500 1.500 1.500 1.000 1.500 Preço Unitário R$ 5,00 2,00 1,00 30,00 20,00

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33. Elaborar os orçamentos de vendas, produção, consumo de matérias-primas e compras com os dados abaixo:

Produto: Vara de pescar Vendas anuais: 250 unidades Preço unitário de vendas: R$ 150,00

Matéria Prima Consumo unitário Preço Unitário

Haste 1 ud R$ 50/ud Linha 200 m R$ 0,10/m Anzol 5 ud R$ 250/cento Itens Estoque Inicial Estoque Final Vara de pescar 30 ud 20 ud Haste 15 ud 15 ud Linha 6.000 m 10.000 m Anzol 600 ud 200 ud

34. Elaborar os orçamentos de vendas, produção, consumo de matérias-primas e compras com os dados abaixo:

Produto: Lâmpada incandescente Vendas anuais: 10.000 unidades Preço unitário de venda: R$ 50,00

Matéria Prima Consumo unitário Preço Unitário

Vidro 100 gr R$ 100/kg Filamento 5 gr R$ 200/kg Bocal 1 ud R$ 0,10/ud Itens Estoque Inicial Estoque Final Lâmpada 10.000 ud 15.000 ud Vidro 10 kg 20 kg Filamento 20 kg 10 kg Bocal 2.000 ud 3.000 ud

35. Qual o orçamento de compras de matérias-primas da empresa cujos dados extraímos abaixo:

Produtos Estoque Estoque Preço Vendas Inicial Final Unitário Anuais (ud) A 1.000 2.000 500,00 1.000 B 1.500 2.500 400,00 1.200

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Matérias-primas Consumo unitário Estoque Estoque Preço A B Inicial Final Unitário X 1 2 1.000 1.500 5,00 Y 3 4 1.000 1.000 10,00 Z 2 5 1.500 1.000 8,00 W 6 0 1.500 1.500 2,00

36. Elaborar o orçamento empresarial e projetar a Demonstração de Resultados do Exercício e o Balanço Patrimonial da empresa cujas informações detalhamos abaixo:

• Demonstração de Resultados Atual

Vendas 405.000 Custo dos Produtos Vendidos 240.000 Lucro Bruto 165.000 Despesas Operacionais 75.000 Lucro Operacional 90.000 Imposto de Renda 27.000 Lucro Líquido 63.000

• Balanço Patrimonial Atual ATIVO 750.000 PASSIVO 750.000 Circulante 98.000 Circulante 42.000 Disponível 15.000 Fornecedores 15.000 C. a Receber 60.000 Imp. A Pagar 27.000 Estoques 23.000 Patrimônio Líquido 708.000 Mat Prima 4.950 Capital 450.000 Prod. Acab. 18.050 Reservas 180.000 Permanente 652.000 Lucros Acum. 78.000 Imobilizado 750.000 Deprec. Acum. (98.000)

• Projeção de vendas Produtos S N Preço Unitário (R$) 35,00 50,00 Vendas (ud) 1º Trimestre 3.750 4.500 2º Trimestre 3.000 7.500 3º Trimestre 4.500 5.250 4º Trimestre 3.750 6.750 Total 15.000 24.000

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• Custos Diretos Item Horas/produto $/Hora Custo MOD/ud Produto S N S N Departamento de Corte 1,5 1,0 2,00 3,00 2,00 Departamento de Montagem 2,0 1,5 2,00 4,00 3,00 Departamento de Acabamento 0,5 0,5 3,00 1,50 1,50 Total 8,50 6,50

• Consumo unitário de matéria-prima Consumo de Matéria-Prima por unidade produzida

Produto A B S 1 0 N 0 2

• Custo unitário de matéria-prima Matéria-Prima Custo (R$/ud) A 2,50 B 3,00

• Custos Indiretos Custos Fixos Anuais Depreciação R$ 30.000,00 Taxas e seguros R$ 10.000,00 Salários de supervisores R$ 15.000,00 Custos Variáveis Unitários Produtos S N Mão-de-Obra Direta 0,50 0,75 Material Indireto 0,75 0,75 Reparos e Manutenção 0,25 0,50 Energia Elétrica 0,25 0,25 Total 1,75 2,25

• Projeção de estoques Produtos Acabados Estoque Inicial (ud) Estoque Final (ud) S 423 1/5 das vendas do próximo trimestre N 675 1/5 das vendas do próximo trimestre OBS: O estoque final do último trimestre é igual ao dobro do estoque do terceiro trimestre Matérias-primas Estoque Inicial (ud) Estoque Final (ud) A 1.000 ½ do consumo do trimestre seguinte B 1.500 ½ do consumo do trimestre seguinte OBS: O estoque final do último trimestre é igual à metade do estoque do terceiro trimestre

• Custo variável unitário Produto S N Matérias-Primas 2,50 6,00 Mão-de-Obra Direta 8,50 6,50 Custos Variáveis Indiretos 1,75 2,25 Custo Variável Unitário 12,75 14,75

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• Despesas Operacionais Despesas Administrativas Salários e administração R$ 54.000,00 Despesas fixas R$ 3.000,00 Outras despesas R$ 3.000,00 Total R$ 60.000,00 Despesas com Vendas Salários R$ 45.000,00 Propaganda R$ 15.000,00 Total R$ 60.000,00 Despesas Operacionais R$ 120.000,00

• Informações para o fluxo de caixa Entradas

• 60% das vendas são recebidas no trimestre. • 40% das vendas são recebidas no trimestre seguinte.

Saídas

• Mão-de-Obra Direta, Matérias-Primas e Custos Indiretos de Fabricação são desembolsados no mês da ocorrência.

• Custos fixos indiretos são pagos trimestralmente em parcelas iguais. • Outros custos: Taxas no montante de R$ 27.000,00 serão pagas trimestralmente em

parcelas iguais. • Credores diversos: Saldo de R$ 15.000,00 não serão pagos. • Despesas de capital

1º Trimestre R$ 15.000,00 2º Trimestre R$ 22.500,00 3º Trimestre R$ 12.000,00 4º Trimestre R$ 30.000,00

• Quadros para elaboração do orçamento empresarial e projeções. 1. ORÇAMENTO DE VENDAS

Trimestres 1º 2º 3º 4º ano Unidades S N Valor R$ S N Total

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2. ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO (UD) Trimestres 1º 2º 3º 4º ano S Estoque Final (+) Vendas Total (_) Estoque Inicial Produção N Estoque Final (+) Vendas Total (_) Estoque Inicial Produção 3. ORÇAMENTO DE CONSUMO DE MATÉRIAS-PRIMAS Trimestres 1º 2º 3º 4º ano A 1 ud/S B 2 ud/N 4. ORÇAMENTO DE COMPRAS Trimestres 1º 2º 3º 4º ano A Estoque final (+) consumo total (-) Estoque Inicial Compras (ud) (x) $ unitário (=) Compras (R$) B Estoque final (+) consumo total (-) Estoque Inicial Compras (ud) (x) $ unitário (=) Compras (R$) Total (A+B) R$

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5. ORÇAMENTO DE MÃO-DE-OBRA DIRETA Trimestres 1º 2º 3º 4º ano Produção (transferir) S N Horas de MOD Depto de Corte S (1,5) N (1,0) total Depto de Montagem S (2,0) N (1,5) total Depto de Acabamento S (0,5) N (0,5) total %. (continuação) CUSTO DA MÃO-DE-OBRA Trimestres 1º 2º 3º 4º ano Depto de Corte Horas trabalhadas $ hora Total R$ Depto de Montagem Horas trabalhadas $ hora Total R$ Depto de Acabamento Horas trabalhadas $ hora Total R$ Total R$

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6. ORÇAMENTO DE CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO Trimestres 1º 2º 3º 4º ano Produção (transf.) S N Custo Variável S (R$ 1,75/ud) N (R$ 2,25/ud) Total R$ Custo Fixo Depreciação Taxas e seguros Salário de supervisor Total R$ Total do custo Indireto 7. ORÇAMENTO DE ESTOQUE FINAL

Matéria-prima A B Total Estoque final (ud) Custo Unitário (R$) A + B Estoque final (R$)

Produto S N Total Estoque final (ud) Custo Unitário (R$) S + N Estoque final (R$) Total 8. ORÇAMENTO DE DESPESAS OPERACIONAIS Despesas Administrativas Salários da administração Despesas fixas Outras despesas Total Despesas com Vendas Salários Propaganda Total Despesas Operacionais 9. ORÇAMENTO DE DESPESAS DE CAPITAL 1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre

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10. ORÇAMENTO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS Estoque inicial de matéria-prima (+) compras (=) Matéria-prima disponível (-) Estoque final de matéria-prima (=) Matéria-prima consumida (+) Custo da mão-de-obra direta (+) Custo indireto de fabricação (=) Custo da produção (+) Estoque inicial de produtos acabados (-) Estoque final de produtos acabados (=) Custo dos produtos vendidos 11. ORÇAMENTO DE CAIXA Trimestres 1º 2º 3º 4º ano Saldo Inicial Entradas Cliente (saldo do Balanço) 60% das vendas 40% das vendas Total das entradas Caixa disponível Saídas Compras Mão-de-Obra Direta Custos Indiretos Despesas Operacionais Despesas de capital Taxas e impostos (saldo do Balanço) Total das saídas Saldo final

12. DRE

Projeção

Vendas Custo dos Produtos Vendidos Lucro Bruto Despesas Operacionais Lucro Operacional (LAIR) Imposto de Renda (40%) Lucro Líquido

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13. PROJEÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO Circulante

Disponibilidades Contas a Receber Estoques Matérias-Primas Produtos Acabados

Permanente Imobilizado Depreciação Acumulada

PASSIVO Circulante

Fornecedores Impostos a Pagar

Patrimônio Líquido Capital Reservas Lucros Acumulados

37. Sabendo que um automóvel gasta em média numa oficina: Departamento Tempo Salário/hora atendimento Funilaria 30 min 5,00 Janeiro 1.000 Pintura 15 min 6,00 Fevereiro 800 Acabamento 15 min 8,00 Março 1.200 Qual o orçamento trimestral por departamento? Qual o orçamento mensal de mão-de-obra? Qual o orçamento de Mão-de-Obra para o 1º trimestre?

CAPÍTULO IV - PROJEÇÃO FINANCEIRA

38. Sabendo que 1.500 unidades anuais do produto A é vendido por R$ 12,00 e 2.000 unidades de B é vendida por R$ 15,00; que o custo dos produtos vendidos é de 60% das vendas; que as despesas operacionais somam R$ 10.000,00 e ainda, que a alíquota do IR é de 25%, projetar o lucro líquido da empresa.

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CAPÍTULO V – ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA

39. Montar o fluxo de caixa a partir das demonstrações financeiras abaixo e comparar com o resultado contábil.

ano 1 ano 2

ATIVO 1.000 1.200 Circulante 400 500 Caixa e Bancos 20 40 Contas a Receber 180 200 Estoques 200 260 Realizável a Longo Prazo 100 100 Permanente 500 600 Imobilizado 600 750 Depreciações Acumul. (100) (150) Ano 1 Ano 2 PASSIVO 1.000 1.200 Circulante 400 460 Fornecedores 150 260 Salários 150 200 Empréstimos 100 0 Exigível a Longo Prazo 0 0 Patrimônio Líquido 600 740 Capital 400 400 Reservas 200 200 Lucros Acumulados 0 140 DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS Vendas 2.000 Custo das mercadorias vendidas 1.500 Lucro Bruto Despesas operacionais Salários 250 Depreciações 50 Lucro Operacional Imposto de Renda (30%) Lucro Líquido

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A. Saldo Inicial B. Receitas

(+) Contas a Receber Inicial (-) Contas a Receber Final

C. Pagamento a Fornecedores CMV = EI + C – EF Compras (+) fornecedores inicial (-) fornecedores final

D. Pagamento de salários Despesas de salários (+) salários inicial (-) Salários final

E. Pagamento de empréstimos de curto prazo Empréstimos inicial (-) Empréstimos final

F. Aquisição de imobilizado Saldo final de imobilizado (-) Saldo Inicial de imobilizado

G. Pagamento do Imposto de Renda Apuração de IR na DRE (-) Saldo de IR a pagar no PC

H. Saldo Final

40. Projetar o caixa para o 1º trimestre e informar qual o saldo em caixa e qual o saldo em aplicações ou empréstimos no fim do trimestre.

Mês Vendas Compras Outras Outras Despesas Entradas Saídas Fixas Outubro 100.000 200.000 0 0 50.000 Novembro 200.000 200.000 0 0 50.000 Dezembro 300.000 100.000 0 200.000 50.000 Janeiro 100.000 50.000 100.000 0 50.000 Fevereiro 150.000 50.000 0 200.000 50.000 Março 200.000 100.000 0 0 50.000 Condições de vendas Condições de compras Outras Entradas Outras Saídas A vista 50% 50% 100% 50% 30dd 20% 50% 50% 60dd 20% 90dd 10% Saldo Inicial 10.000 Inadimplência: 10% Saldo Mínimo 20.000 Recuperação no mês seguinte: 50% Custo de Empréstimos 5% am Recuperação no 2º mês: 30% Custo de Aplicações 3% am Recuperação no 3º mês: 10% Total de recebimentos: Outubro: 180.000, Nov: 200.000, Dez: 250.000.

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41. Fazer o planejamento diário de caixa pelos dias úteis de uma semana, com os dados a seguir e informar se na sexta feira terá condições de pagar R$ 2.000,00.

Dias Recebimentos Pagamentos Saldo Inicial: R$ 1.000,00 Segunda-feira R$ 2.000,00 R$ 6.000,00 Saldo mínimo: R$ 1.000,00 Terça-feira R$ 5.000,00 R$ 4.000,00 Custo de Empréstimo: 5%am Quarta-feira R$ 8.000,00 R$ 3.000,00 Rend. Aplicações: 15%at Quinta-feira: R$ 6.000,00 R$ 5.000,00 Sexta-feira R$ 4.000,00 R$ 5.000,00

42. De posse das informações abaixo, projetar o caixa para o primeiro trimestre do ano seguinte. (desprezar os centavos, arredondando os resultado e usar 4 casas decimais para o cálculo das taxas)

Mês Vendas Compras Nov 200 120 Dez 300 150 Jan 100 50 Fev 100 50 Mar 200 100 Condições A vista 25% 30% 30dd 25% 30% 60dd 50% 40% Saldo inicial R$ 0,00 Saldo Mínimo R$ 10,00 Custo de empréstimo 70% as Rendimento de aplicações 0,05% à quinzena Total de recebimentos de dezembro do ano anterior: R$ 200,00 Recebimento pela venda do imobilizado: R$ 50,00 em janeiro Pagamento de empréstimos: R$ 200,00 em fevereiro Pagamento de impostos: 10% das vendas pagos no mês seguinte Pagamento de salários: 10% das compras no mês da ocorrência Inadimplência sobre recebimento de vendas: 10% Recuperação da inadimplência: 90% no mês seguinte

43. As empresas mantêm dinheiro em caixa por:

a. Precaução b. Transação e especulação c. Precaução e transação d. Precaução, transação e especulação.

44. Não são boas estratégias de caixa: a. Retardar pagamentos b. Aplicar o excedente de caixa e bancos conta movimento c. Aumentar o ciclo de produção d. Antecipar recebimentos

45. Qual o desconto simples, comercial e bancário, e o custo efetivo mensal de uma duplicata de R$ 120.000,00 vencível em 60 dias, a uma taxa de 5% am?

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46. Com referência ao problema anterior, qual seria o custo efetivo mensal do desconto bancário após o IOF e após reciprocidade de 5%?

47. Qual o custo efetivo mensal de um desconto simples bancário concedido sobre uma duplicata de R$ 72.000,00, vencível em 54 dias a uma taxa de 3,25%am com IOF de 0,0041%ad e reciprocidade de 7%?

48. Qual o custo efetivo mensal de um desconto simples bancário concedido sobre uma duplicata de R$ 135.000,00 vencível em 68 dias, a uma taxa de 6%ab e IOF de 0,0041%ad, com reciprocidade de 8%?

49. Qual o custo efetivo mensal do borderô de descontos a seguir, sabendo que o Banco creditou em conta R$ 120.000,00 referente à operação? (taxa de partida = 11%am) Título R$ Vencimento (dias) A 10.000 30 B 20.000 30 C 30.000 60 D 40.000 60 E 50.000 90

50. Transformar a taxa de 3%am do over night em taxa efetiva num mês de 21 dias úteis.

51. Transformar uma taxa efetiva mensal de 5% num mês de 22 dias úteis em taxa mensal do over night.

52. Qual o encargo e a taxa efetiva mensal de uma operação “hot money” de empréstimo de R$ 100.000,00, pelo prazo de 5 dias (3 úteis) a juros de 6% am, spread de 2% am e IOF de 0,123% am, sabendo que o mês tem 21 dias úteis?

53. Qual o custo efetivo mensal de uma operação “hot money” de R$ 200.000,00, pelo prazo de 4 dias úteis, a juros de 3%am, spread de 2%am e IOF de 0,0041%ad num mês de 21 dias úteis?

54. Qual o encargo e a taxa efetiva mensal de uma operação “hot money” de empréstimo de R$ 50.000,00, pelo prazo de 3 dias (3 dias úteis) a juros de 5%, 6% e 7%am no período, sucessivamente, spread de 2% am, IOF de 0,0041% ad, sabendo-se que o mês tem 22 dias úteis?

55. Qual o custo efetivo mensal de uma operação de empréstimo de R$ 370.000,00 com vencimento em 36 dias, juros de 5%am, IOF de 0,0041%ad e floating de 2 dias?

CAPÍTULO VI – ADMINISTRAÇÃO DO CONTAS A RECEBER 56. São informações restritivas ao crédito:

a. Títulos protestados b. Certidões negativas c. Ações nominativas d. Todas as acima

57. Qual o efeito de reduzir vendas a crédito? a. Menor insolvência b. Maior lucro c. Mais vendas d. Nenhuma das acima

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58. As garantias dividem-se em: a. Aval e fiança b. Alienação fiduciária e hipoteca c. Pessoais e reais d. Penhor e anticrese

59. Os cinco “C”s são: a. Capital, caráter, capacidade, coligada e colateral. b. Capital, caráter, capacidade, condição e colateral. c. Capital, caráter, colateral,, condição e conglomerado. d. Capital, colateral, capacidade, civilidade e condição.

60. Uma empresa que utilize o escore como seleção de crédito da maneira abaixo, como deveria proceder com um cliente que tirasse as notas 4, 5, 4, 3 e 8, respectivamente?

Peso Cadastro 0,1

Últimas compras 0,2 Inf. Comerciais 0,2 Inf. Bancárias 0,3 Garantias 0,2 Critérios 0 < 4 – não vende 4 < 7 – vende com garantias >7 - facilita a venda

61. A empresa CALIL S/A resolveu conceder desconto de 10% para recebimentos antecipados como forma de aumentar suas vendas atuais de 30.000 unidades anuais de determinado produto em 50%. O preço unitário de venda é R$ 2,00 e seu custo unitário variável R$ 1,50. Seu atual prazo médio de recebimento é de 60 dias e cairá pela metade, com cerca de 80% da clientela se beneficiando da antecipação de pagamento. Espera-se que o percentual de devedores duvidosos passe de 1,5% para 1,0%. Sabendo que o custo de captação do dinheiro é de 20%aa, deve a empresa flexibilizar seu crédito?

62. Para aumentar suas vendas em 10% uma empresa afrouxou seus padrões de crédito.

Seu preço unitário de venda era R$ 50,00, seu custo unitário variável de R$ 30,00 e suas vendas anuais 10.000 unidades. Em decorrência disto, seu prazo médio de recebimento subiu de 30 para 45 dias e seus devedores duvidosos cresceram de 2% para 4%. Sabendo-se que o custo do dinheiro é de 30%aa, a empresa deve tomar esta atitude?

CAPÍTULO VII – ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES 63. São motivos para se manter estoque:

a. Sazonalidade do produto b. Expectativa de aumento de preços c. Aproveitamento de descontos d. Todas as acima

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64. Os principais tipos de estoques são: a. Matérias-primas, produtos em elaboração e almoxarifado. b. Matérias-primas, produtos acabados e ferramentaria. c. Matérias-primas, produtos em elaboração e produtos acabados. d. Matérias-primas, ferramentaria e almoxarifado.

65. Qual o profissional que deseja estoques baixos? a. Gerente de produção b. Gerente financeiro c. Gerente de compras d. Gerente de vendas

66. São custos de manutenção: a. Armazenagem, impostos e seguros. b. Armazenagem, impostos e comunicação. c. Armazenagem, seguros e comunicação. d. Impostos, seguros e comunicação.

67. No sistema ABC: a. Controlam-se todos os itens por letras b. Controlam-se os itens pela sua importância c. Não importa a quantidade de itens d. Não importa o valor dos itens

68. Foram apresentadas três propostas de compra de determinado produto: Produto A B C Preço unitário sem IPI 1.000,00 1.100,00 950,00 Alíquota de ICMS 17% 18% 12% Frete por unidade 5,00 4,00 10,00 Encargos financeiros 5%am 5%am 5%am Prazo de pagamento 20 dias 60 dias 5 dias Considerando que os produtos tem a mesma qualidade, qual das três propostas você escolheria? 69. Sabendo que o consumo anual de um item de estoque e de 50.000 peças, que seu

custo administrativo (de pedir) é de R$ 30/pedido, e ainda, que seu custo de manutenção é de R$ 3,00/ud/ano, pede-se calcular:

a) O Lote Econômico b) Quantidade de lotes anuais, considerando nulo o estoque mínimo c) Intervalo de dias entre os lotes d) Sabendo que o tempo de espera é de 30 dias, qual o ponto de re-

encomenda? 70. No caso de compra a vista e venda a prazo, qual a taxa mensal de equilíbrio de uma

mercadoria comprada por R$ 200,00 e vendida 60 dias após por R$ 250,00 recebidos 30 dias depois da venda?

CAPÍTULO VIII – PONTO DE EQUILÍBRIO E ALAVANCAGEM 71. Qual o Ponto de Equilíbrio de uma mercadoria que tem preço de venda de R$ 80,00,

custo unitário variável de R$ 50,00 e custos fixos de R$ 9.000,00? Trace o gráfico.

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72. Uma empresa que vende 10.000 unidades anuais de determinado produto e tem a DRE especificada a seguir, tem que graus de alavancagem operacional, financeira e total? Receitas 100.000 Custo dos Produtos vendidos 60.000 Lucro Bruto 40.000 Despesas operacionais 20.000 Lucro operacional (LAJIR) 20.000 Despesas financeiras 10.000 Lucro antes do IR (LAIR) 10.000 Imposto de Renda e CS (30%) 3.000 Lucro antes da distr. de dividendos 7.000 Distribuição de dividendos 3.500 Lucro Líq. após distr. Div. 3.500

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Administração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) .

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1. a 2. a 3. d 4. c 5. d 6. b 7. a 8. b 9. c 10. a 11. c 12. c 13. c 14. a 15. b 16. d 17. c 18. d 19. c 20. PMR = 66dias

PME = 540 dias PMP = 162 dias CO = 606 dias CC = 444 dias

21. PMP = 34,1 dias PME = 201,6 dias PMR = 16,2 dias CO = 217,8 dias CC = 183,7 dias

22. c 23. 14% 24. R$ 700,00 25. R$ 9,00 26. Diagrama 27. c 28. c 29. a 30. R$ 50.500,00, R$ 120.500,00 e R$ R$ 119.500,00. 31. R$ 145.000,00 e R$ 116.000,00 32. X = 60.000, Y 10.000 e Z = 45.000.Orçamento de compras = R$ 391.500,00 33. R$ 19.200,00 34. R$ 165.600,00 35. R$ 322.500,00

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36. Preencher os quadros 37. Funilaria=R$ 7.500,00, Pintura=R$4.500,00 e Acabamento = R$ 6.000,00

Janeiro= R$ 6.000,00, fevereiro= R$4.800,00 e março = R$ 7.200,00 Mão-de-obra no trimestre = R$ 18.000,00

38. R$ 6.900,00 39. Lucro contábil = R$ 140,00 e Superávit financeiro = R$ 20,00 40. Saldo em caixa: R$ 20.000,00 e Saldo em empréstimos: R$ 41.615,63 41. Saldo em caixa: R$ 1.000,00 e saldo em aplicações R$ 1.996,76 42. Saldo em caixa: R$ 10,00 e saldo final, Aplicações: R$ 32,50 43. d 44. c 45. 4,88%am 46. 5,87%am 47. 3,82%am 48. 3,6%am 49. 11,18%am 50. 2,12%am 51. 6,6%am 52. Encargos: R$ 900,69 e taxa = 6,49%am 53. 4,29%am. 54. Encargos: R$ 496,60 e taxa = 7,49%am 55. 5,74%am 56. a 57. a 58. d 59. b 60. Vende com garantias 61. superavit de R$ 800,00. Deve conceder desconto 62. Déficit de R$ 125,00. Não deve flexibilizar o crédito. 63. d 64. c 65. b 66. a 67. b 68. Opção A. R$ 806,57 69. 1.000 peças, 50 lotes, 7,3 dias e 822 peças 70. 7,72%am. 71. 300ud 72. GAO = 2

GAF = 4 GAT = 8