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, deputado federal “PENSO QUE O PREFEITO ACM NETO ERROU ... · Homens armados caminham livremente na Travessa São Carlos, no bairro de São Cristóvão, onde poucos metros à frente

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Jornal da Metrópole, Salvador, 26 de abril de 20182

Publisher Editora KSZDiretor Executivo Chico KertészEditor Bárbara Silveira Projeto Gráfico Marcelo Kertész

Grupo Metrópole Rua Conde Pereira Carneiro, 226 Pernambués CEP 41100-010 Salvador, BA tel.: (71) 3505-5000

Editor de Arte Paulo BragaDiagramação Dimitri Argolo CerqueiraRedação Alexandre Galvão, Bárbara Silveira, Gabriel Nascimento e Matheus MoraisRevisão Bárbara Silveira

Fotos Tácio MoreiraComercial (71) 3505-5022 [email protected]

Jornal da

Boca quente

ACEITA...O ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia Marcelo Nilo (PSB) parece que não se conforma em ter perdido o cargo para Angelo Coronel (PSD). O homem de An-tas sempre lembra com muita mágoa, es-pecialmente em entrevistas, que foi traído por aliados como o PCdoB dos deputados federais Alice Portugal e Daniel Almeida. A mágoa continua forte, batendo pesado!

BYE, BYE Outro que abandonou o barco de do prefeito ACM Neto foi o gestor do mu-nicípio de Santo Amaro, Flaviano Bon-fim, que deixou o Democratas e anun-ciou apoio a Rui. Flaviano é aliado do deputado Cláudio Cajado, que também se filiou ao PP, comandado na Bahia pelo vice-governador, João Leão. Haja troca!

SÓ QUER HOLOFOTE Se na Câmara Municipal de Salvador tem gente que gosta de holofote, essa semana a cota aumentou. A chegada de um novo vereador deve tirar o foco das polêmicas de Igor Kannário (PHS), que adora falar no trio elétrico, mas no plenário não dá um piu. O tal vereador gosta de tirar selfie e pensa que a vida é um eterno estúdio de televisão. Roubar a cena é com ele mesmo!

ATÉ TU, NETO Quem também soltou o verbo foi o depu-tado federal Cláudio Cajado (PP), que é o mais novo integrante da base de apoio ao governador Rui Costa (PT) Em entrevista a Mário Kertész, Cajado disse que o prefei-to ACM Neto (DEM) foi ríspido quando ele comunicou que não ficaria mais no parti-do e deixaria de ser seu aliado. “Achou que eu estava pressionando”, disse.

... QUE DÓI MENOSDesta vez, Nilo afirmou em entrevista ao “Se Liga Bocão”, da Itapoan FM, nesta ter-ça-feira (24): “O PCdoB me traiu por 20 mil votos a Davidson Magalhães”. Magalhães, que é presidente da sigla na Bahia e candi-dato à reeleição, tratou logo de responder ao ex-presidente. “Não negociamos a nos-sa convicção por voto. Pode ser até prática de Nilo, mas não nossa”, rebateu.

DISPUTA À PARTEAntes cantado em verso e prosa como possível candidato a uma vaga no Sena-do na chapa capitaneada pelo governa-dor Rui Costa, hoje o nome do deputado federal Ronaldo Carletto (PP) nem é mais citado na base aliada do petista. A dispu-ta pela vaga restante ao Senado vai ficar mesmo entre Angelo Coronel e Lídice da Mata (PSB). Quem menos anda, voa!

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Anúncio de Neto pegou apoiadores

de surpresa

Em entrevista a Mário Kertész na última segunda--feira (23), o deputado fe-deral Cláudio Cajado (PP) deixou claro que se magoou com a postura do prefeito ACM Neto (DEM) ao rejeitar uma candidatura ao Gover-no do Estado, no início do

mês de abril. Segundo Cajado, Neto foi

“ríspido” e “enrolou o gru-po”, ao deixar para anun-ciar que não seria candida-to pelo Democratas aos 45 minutos do segundo tempo. “Absolutamente eu pressio-naria ele. Eu apenas queria que, se ele tomasse uma de-cisão, que me informasse.

Foto Tácio Moreira

Entrevista

“PENSO QUE O PREFEITO ACM NETO ERROU NESTE PROCESSO”Deputado criticou rispidez de Neto ao “enrolar” o grupo sobre candidatura para o Governo do Estado

Cláudio Cajado, deputado federal

Penso que o prefeito ACM Neto errou neste processo, ao não preparar o grupo”, reclamou.

O parlamentar, que recen-temente trocou o DEM pelo PP ressaltou a longa relação com a antiga legenda e rea-firmou que, a partir de ago-ra, apoiará o governador Rui Costa (PT) no pleto. “Eu não considerei que a minha posi-ção de 30 anos de carlismo, lealdade e amizade pudes-se ser colocado dessa forma. Então, eu vou estar com Rui Costa (PT) para a o Governo da Bahia nessas eleições de outubro”, ressaltou o deputa-do federal.

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Escola tem vários problemas cinco

meses após entrega

Cidade

REFORMA DE VERÃO Escolas municipais reformadas e até mesmo reconstruídas acumulam rachaduras e vazamentos

Em novembro de 2017, a Escola Municipal Fonte do Capim, na Avenida San Mar-tin, foi entregue com pompa e elegância pela Prefeitura de Salvador. Na festa com fan-farra e coral musical, o prefei-to ACM Neto (DEM) anunciou que R$ 2,1 milhões dos cofres

municipais foram gastos para reconstruir a escola, que até então funcionava em uma es-trutura pré-moldada.

Mas o momento de come-moração durou bem pouco: só até a primeira chuva. Após alguns milímetros de água, já deu para perceber que os mi-lhões investidos na constru-ção não impediriam a que a chuva escorresse pelas salas,

alagasse o pátio e causasse inúmeros prejuízos a profes-sores e alunos. “O teto está aberto e algumas salas estão

infiltrando [água]. Quando chove enche a parte do jardim e do pátio”, contou um fun-cionário da instituição que

preferiu não se identificar. E a Escola Fonte do Ca-

pim não é a única a passar pelo problema. Um levanta-mento do Sindicato dos Tra-balhadores em Educação do Estado da Bahia mostra que várias escolas municipais reformadas ou até mesmo reconstruídas nos últimos anos, apresentam diversos problemas.

Escola Municipal Fonte do Capim foi reconstruída e entregue em novembro, mas chuva evidencia problemas na obra; ao Jornal da Metrópole, secretário de Educação prometeu reparo em breve para corrigir problemas

Sem vigilânciaA falta de segurança também é um problema da escola Fonte do Ca-pim. Por lá, os vigias não conseguem ver quem está do lado de fora da escola, já que não há guarita e o portão não tem visão da área externa.

Violência diáriaHomens armados caminham livremente na Travessa São Carlos, no bairro de São Cristóvão, onde poucos metros à frente funciona uma escola municipal de educação infantil.

Fotos Tácio MoreiraTexto Bárbara [email protected]

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3ESCOLAS

precisaram de reparo no último ano após obras de reparo ou reconstrução.

Cidade

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educa-ção, na Escola Municipal José Maria de Paula, na Ribeira, que passou por reparo há cer-ca de dois anos, a água tomou conta dos corredores que dão acesso as salas.

“São reformas paliativas que não levam em conside-

ração a época de chuvas em Salvador (…) São reformas feitas de forma afobada, apressada e que não resistem a esse índice pluviométrico. Eu posso afirmar que se fos-se bem construída resistiria a essas chuvas”, analisa Rui Oliveira, presidente do Sin-dicato.

Na última terça-feira, dia em que a chuva em Salvador nem foi das piores, o Jornal da Metrópole esteve na escola Fonte do Capim e encontrou o banheiro adaptado para alunos com necessidades especiais es-tava trancado por causa de um enorme vazamento de água que alaga todo o cômodo. “O piso de

toda a escola não é antiderra-pante, escorrega demais quan-do está molhado. Banheiro, cor-redor, tudo. É criança caindo o tempo todo”, contou outro fun-cionário que também não quis se identificar. Nas salas de aula, manchas de água nas paredes e baldes nos corredores, que ten-tavam amenizar as goteiras.

Mas para o secretário de Edu-cação do Município, Bruno Bar-ral, as críticas do Sindicato dos Trabalhadores em Educação tem “cunho político”. Barral reconhe-ceu que três escolas reformadas precisaram de reparo no período de um ano, mas defendeu que essas são situações pontuais. “As chuvas que estamos tendo são fortes. É natural, às vezes, você ter um processo de uma obra que precise passar por um aciona-

mento de garantia. Mas eram ca-sos pontuais”, disse. Segundo o secretário, o período de garantia é o prazo dado pelas construto-ras para reparos sem custo.

No caso da escola Fonte do Capim, segundo Barral, a em-presa responsável pela obra fará os reparos em breve. “Não é um problema estrutural, é um pro-blema pontual. Telhado, por conta da chuva, mas são coisas pequenas”, reafirmou.

“SE FOSSE BEM CONSTRUÍDA RESISTIRIA”

BANHEIROS ALAGADOS E ACIDENTES: “CRIANÇA CAINDO O TEMPO TODO”

BARRAL REBATE CRÍTICAS

Banheiro para alunos com necessidades especiais na Escola Fonte do Capim foi fechado após vazamento; paredes acumulam rachaduras

Baldes, rodo e pano fazem parte da rotina de professores e auxiliares de limpeza da escola Fonte do Capim; piso não atende necessidades Registro feito pelo Sindicato mostra corredores da Escola Municipal Mária José de Paula

“Verdadeiras bibocas”De acordo com o presidente do Sindicato, algumas escolas municipais funcionam em “verdadeiras bibocas”. “Em pirambeiras, escolas que co-locam em risco a comunidade escolar”.

Problemas antigosAs escolas são novas, mas, segundo o sindicato, problemas antigos como a falta de professores continuam nas unidades de educação municipal.

PROBLEMAS PARA TODOS OS LADOS

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“Quando você vai discutir com o secretário [de Mobilidade] é um diálogo difícil”

– Renato Cunha, representante do Grupo Ambientalista da Bahia

Considerado defasado e caro mesmo antes dos primei-ros passos em Salvador, o Bus Rapid Transit (BRT) dá poucos sinais de que vai atender aos anseios da população. Apesar de o prefeito ACM Neto (DEM) estipular que 31 mil passagei-ros vão ser beneficiados por hora, quando o modal estiver em pleno funcionamento, há uma série de “detalhes” no pro-jeto que desanima os sotero-politanos. Além da quantidade de viadutos e elevados a serem construídos, há também as ár-vores centenárias que terão de ser cortadas, o que é motivo de batalha entre a Prefeitura e de-fensores do meio-ambiente.

O representante do Grupo

Ambientalista da Bahia (Gambá), Renato Cunha, disse que serão mais de 500 espécimes históri-cas derrubadas entre a Lapa e o Iguatemi. “É o mais caro BRT do Brasil [R$ 800 milhões] para uma demanda bem questionável. É um projeto rodoviarista, não de mobilidade pública. Tem um alto custo ambiental, as árvores, os rios”, declarou.

No último domingo (22), ma-nifestantes protestaram contra a implantação do modal. Segundo Cunha, o Município tem avançado sem consultar moradores ou en-tidades. Ele criticou a postura do secretário de Mobilidade (Semob), Fábio Mota. “Há um diálogo via Câmara de Vereadores, mas quan-do você vai discutir com o secre-tário é um diálogo difícil, ele acha que é por aí mesmo”, salientou.

Grupo Ambientalista da Bahia lista prejuízos ambientais que serão causados pela instalação do BRT, de acordo com projeto da prefeitura

Cidade

Mesmo com todas as contes-tações, a Prefeitura anunciou que deu início ao transplante das 169 árvores. Em nota divulgada à im-prensa, a gestão municipal afir-mou que “154 árvores precisarão ser suprimidas” devido às obras, mas “1,7 mil espécies de Mata Atlânticas” serão colocadas no entorno dos corredores do BRT para compensar. Medida que, novamente, é questionada. “Tem que plantar árvores na cidade não por compensação, mas para ter mais”, concluiu Cunha.

MUNICÍPIO NEGA PREJUÍZO AMBIENTAL

Manifestantes se reuniram no domingo pedindo mudanças no BRT de Salvador

CARO E NADA BEM-VINDOSegundo ambientalistas, BRT vai causar a derrubada de árvores e tamponamento de rios em Salvador

Texto Gabriel [email protected]

grupo ambientalista da bahia/divulgacao

grupo ambientalista da bahia/divulgacao

Jornal da Metrópole, Salvador, 26 de abril de 2018 7

Estação Aeroporto será inaugurada

hojeBasta chover para a Metrópole receber inúmeros registros de passageiros reclamando da lentidão do metrô de Salvador

Engenheiro eletricista e profes-sor, Luiz Antônio Azevedo afirma que as chuvas podem, sim, afetar o funcionamento do metrô. “Água e eletricidade não combinam. Qual-quer sistema de energia elétrica onde pode ter água no entorno pode ter problemas”, explicou.

Ele ressaltou, no entanto, que a operação do modal em Salvador é uma das mais modernas do país. “Acho que o metrô aqui nunca recebeu tanta chuva nas subesta-ções. Pode ter havido operação de controle para evitar que aconte-cesse alguma coisa”, acredita.

“UM DOS MAIS MODERNOS”

QUASE DE AÇÚCAR Basta chover para o Metrô de Salvador parar ou ter a velocida-de drasticamente reduzida

Vovó tanto esperou pela inauguração do Metrô de Sal-vador que agora tem outra preocupação: será que vai chover? Não tem muito a ver com se molhar, mas sim com a funcionalidade do modal, que, em dias de chuva, quan-do não para, reduz e muito a velocidade dos vagões – que já não é das maiores, por cau-sa do projeto elevado e cheio de altos e baixos.

Só este mês, de acordo com a CCR Metrô Bahia, o trans-porte teve duas interrupções em temporais no dia 18 e no dia 24. A empresa, porém, nega que a água seja o fator que motiva as paradas dos trens. O consórcio classifica ainda as ocorrências como “pontuais”.

Entre os mais de 300 mil passageiros diários do metrô está o fisioterapeuta Ismar Lino, de 27 anos, que todos os

dias usa o modal para voltar para casa. Nos dias de chuva, ele fica tenso. “Quando tenho horário para chegar em algum lugar, eu ligo logo para alguma amiga para perguntar se parou ou se está mais devagar”, con-tou, ao Jornal da Metrópole.

As ocorrências “pontuais”, além de insegurança, fazem lotar os vagões. “É um incon-veniente, pois você pensa que vai chegar mais rápido e aca-ba demorando. Nesse tempo todo que ando de metrô, eu quase nunca peguei cheio e com esse atraso. Nesses dias de chuva, me senti bem des-confortável”, lembra.

2 LINHAS

compõem o metrô interligando Salvador e Lauro de Freitas.

Fotos Tácio MoreiraTexto Alexandre Galvã[email protected]

Cidade

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PLANTÃO MÉDICO À DISTÂNCIA?Contratação de cirurgiões pediátricos vira embate após categoria reivindicar plantão à distância

A contratação de 37 médicos para atender cirurgias pediátri-cas na rede estadual era para ser um alívio na rotina dos hospitais, mas virou uma tremenda dor de cabeça, tanto para a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), quanto para a empresa vencedora da li-citação de mais de R$ 4 milhões. Há quase um mês, a Sesab e o Novo Núcleo de Cirurgiões Pedi-átricos da Bahia Sociedade Sim-ples (NCP) travam uma verdadei-ra guerra de versões sobre o que de fato aconteceu no processo licitatório.

O problema teve início após o Novo Núcleo afirmar que o cer-tame não exigia que os plantões fossem presenciais, argumenta-ção rebatida pela Sesab. “Lamen-tamos que a empresa queira van-tagens em decorrência do fato de

existirem poucos profissionais dessa especialidade na Bahia”, critica a Sesab.

No meio da queda de braço, está o Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindmed), que deflagrou greve dos cirurgiões pediátri-cos e defende que a presença do profissional no hospital pode ser dispensada. “Os médicos fazem o plantão de sobreaviso. É uma coisa legal. Quase 10 anos que esses médicos atuam assim”, alega o presidente do Sindmed, Francisco Magalhães.

Sindicato dos Médicos da Bahia garante que reivindicação dos pediatras é válida e não compromete realização do trabalho

4MILHÕES

é o valor da licitação para contratação de médicos pediatras.

Bahia

Foto Tácio MoreiraTexto Alexandre Galvã[email protected]

sindimed/divulgacao

sindimed/divulgacao

Jornal da Metrópole, Salvador, 26 de abril de 2018 9

Diretor Administrativo da NCP, o médico Alexinal-do Silva diz que a empresa ficou “surpresa” ao perce-ber que o texto da licitação foi mudado. “Já trabalhamos com plantões de sobreavi-so há mais de 10 anos. Isso funcionou até mesmo em contratos da Sesab. Só que agora, na hora de assinatura do contrato, a Sesab mudou o entendimento dela”, alega. O médico negou ainda que a instituição não tenha os profissionais para atender ao firmado em contrato.

Depois de tanta confusão, o secretário de Saúde, Fábio Vilas-Boas, afirmou ter perce-bido que o Estado precisa de menos profissionais especia-lizados em cirurgia pediátrica do que pedia a licitação.

“Nós tivemos várias reuniões ao longo da semana passada para estruturar uma equipe que possa atender às duas bases onde nós

necessitamos de cirurgiões: o HGE [Hospital Geral do Estado] e o Hospital Roberto Santos. Nós tivemos ao longo desse perío-do um volume de atendimento muito inferior ao que era alegado pelo Núcleo de Cirurgiões Pediá-tricos como a razão demandante da necessidade de um número de 50 cirurgiões”, explicou, ao site Bahia Notícias.

EMPRESA DIZ QUE DOCUMENTO FOI MUDADO

APÓS TANTA CONFUSÃO, SESAB MUDA DE IDEIA...

Secretário de Saúde afirmou que várias reuniões foram feitas para discutir o problema

Bahia

“Tivemos ao longo desse período um volume de atendimento muito inferior”

– Fábio Villas-Boas, secretário de Saúde

Jornal da Metrópole, Salvador, 26 de abril de 201810

BR DA ESCURIDÃO Administrado pela ViaBahia, trecho da BR-324 acumula mais de 500 pontos de escuridão total

Quantas vezes você já foi de Salvador até Simões Filho, via-BR-324, no escuro? E em zigue--zague para desviar dos bura-cos? Se a resposta for “várias vezes”, bem-vindo ao clube! A principal ligação entre a capital e as cidades do interior do esta-do é, novamente, o centro das atenções por dois problemas em especial: a falta de ilumina-ção e os buracos.

Esta semana, a Metrópole

recebeu inúmeras queixas de motoristas prejudicados com a atual situação da rodovia, de

responsabilidade da conces-sionária Via Bahia. Gente que, com razão, questiona a co-brança dos R$ 5,10 no pedá-gio para cada condutor – di-nheiro que, na teoria, deveria bancar a manutenção da via. De acordo com levantamento feito pela Prefeitura de Salva-dor, são 535 pontos apagados só no trecho entre o Acesso Norte o município da Região Metropolitana.

Procurada, a Via Bahia ar-gumentou que a escuridão é causada pelo “furto constante de cabos de energia”. A conces-sionária afirmou ainda que ini-

ciou os reparos este mês e que, ao menos, R$ 4 milhões serão investidos. Não foi dada uma previsão para que todo o trecho esteja devidamente iluminado.

VIABAHIA AFIRMA REPAROIndignado com o valor do

pedágio, um ouvinte de preno-me Totó lembrou que há muito tempo o cenário é o mesmo e su-geriu ações mais céleres da Via Bahia. Ele explicou que a falta de luz durante à noite aumenta o risco de acidentes. “Eles não dão a mínima para a iluminação da BR-324. Dizem que é por fur-to, então por que não colocam a rede por via aérea”, reclamou.

“NÃO DÃO A MÍNIMA PARA A ILUMINAÇÃO”

ViaBahia se recusou a ressarcir motorista que perdeu pneu de carro após colidir com pedras na BR-116, via de responsabilidade da concessionária

Buracos espalhados pela via se tornam piscinas em dias de chuva, prejudicando o trânsito

20KM

de cabos de energia foram roubados nos últimos anos.

“A Concessionária já realiza o serviço de restauração”

– ViaBahia

PEDIDO DE INDENIZAÇÃO FOI NEGADO

Bahia

Fotos Tácio Moreira Texto Gabriel Nascimento [email protected]

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Bahia

REFINARIA FATIADAVenda da refinaria Landulpho Alves preocupa Sindicato dos Petroleiros e deve aumentar número de demissões

O anúncio da Petrobras que pretende colocar à venda até 60% da Refinaria Landulpho Alves, localizada em São Fran-cisco do Conde, pegou muita gente de surpresa. De acordo com o plano de negócios divul-gado, a estatal ficaria com 40% de participação enquanto “em-presas parceiras” seriam res-ponsáveis por 60% das ações.

Nesta semana, uma multi-nacional chinesa interessada na compra, iniciou conversas

com a Petrobras. Segundo a newsletter Relatório Reserva-do, a empresa também teria interesse na refinaria pernam-bucana de Abreu e Lima. A francesa Total também está na disputa pela unidade baiana. A crise enfrentada pela Landul-pho Alves não é novidade. Nos últimos cinco anos, a refinaria teve 30% da sua produção redu-zida e mais de 7 mil demissões, o que segundo o Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipe-tro-BA), será agravado com a venda em curso.

O diretor do Sindpetro-BA, Radiovaldo Costa, afirmou que, se a Petrobras não voltar atrás, pode haver uma parali-sação nacional. “Há uma ten-dência de grande redução nos

postos de trabalho, próprios e terceirizados, além da redução de massa salarial. A refinaria conta com 900 trabalhadores próprios e 1,7 mil terceiriza-dos”, disse.

PARALISAÇÃO GENERALIZADA

Sindipetro acredita que a empresa francesa Total tenha vantagem na disputa pela Refinaria Landulpho Alves, em São Francisco do Conde

“Hoje a refinaria conta com 900 trabalhadores próprios e 1,7 mil terceirizados”

– Radiovaldo Costa, diretor Sindipetro

Texto Matheus [email protected]

foto do leitor/divulgacao

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