66
Capítulo 1 Lugar: espaço de vivência 2 Capítulo 2 A realidade que nos cerca 14 Capítulo 3 Orientação e localização no espaço 34 Capítulo 4 Representação do espaço 48 Volume 1

Ç DQR Volume 1€¦ · O poeta cearense Patativa do Assaré é conhecido por representar a vida e a cultura do povo nordestino. No trecho do poema a seguir, ele expressa, com seu

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Capítulo 1

Lugar: espaço de vivência 2

Capítulo 2

A realidade que nos cerca 14

Capítulo 3

Orientação e localização no espaço 34

Capítulo 4

Representação do espaço 48

Volume 1

capí

tulo

Ao estudar o tema, você aprofundará seus conhecimentos

a respeito do conceito de lugar, objeto de estudo da Geogra-

fia. Entenderá por que o lugar também é chamado de espaço

vivido e também as relações e os cuidados que as pessoas têm

com ele, bem como as transformações pelas quais os lugares

passam ao longo do tempo.

Em geral, as pessoas têm um lugar onde se sentem mais

à vontade e felizes. A imagem acima mostra um lugar apre-

ciado por boa parte da população que vive em certo local: a

praça. Quais motivos, na sua opinião, fazem das praças lugares

atraentes para pessoas de diferentes idades? Se você pudesse

fotografar seu lugar favorito, qual seria ele? Por quê?

Lugar: espaço de vivência 1

Lugar de vivência

Representação dos lugares de vivência

o que vocêvai conhecer

©Shutterstock/Pepsco Studio

2

Geografia

Lugar e espaço vivido

Ao estudar Geografia, compreendemos melhor os locais e

os fenômenos que se passam ao redor, seja nos ambientes natu-

rais em que nos encontramos (solo, rios, clima, vegetação, etc.),

seja em nossa cidade e bairro.

Isso porque a Geografia estuda as transformações naturais

e humanas que ocorrem na superfície terrestre. Para isso, apoia-

-se em conceitos importantes, como lugar, região, paisagem e

território, com o objetivo de explicar o espaço geográfico. Essa

ciência também faz uso de técnicas de representação cartográ-

fica, os mapas, para analisar o espaço.

Reconhecer o lugar como uma porção do mundo vivido, onde o ser humano estabelece uma identidade.

Compreender que o lugar tem diferentes significados, de acordo com a relação estabele-cida com um determinado espaço.

Refletir a respeito da dinâmica existente nos espaços de vivência, reconhecendo as pecu-liaridades que o fazem diferente de outros espaços.

objetivos do capítulo

Os locais onde sua vida acontece, nos quais você realiza

diversas atividades, tais como estudar, brincar e passear, são os

espaços que a Geografia chama de lugar.

Há, portanto, uma infinidade de lugares, pois estes se constituem com base nas relações de afetividade que cada pessoa es-tabelece com seu espaço vivido. Você pode compartilhar os seus lugares com outras pes-soas, mas isso não significa que o que é lugar para você também é para todos. Faça uma rápida enquete com seus colegas e professor para descobrir quantos frequentam um local semelhante ao representado na foto. Quantos gostam de ir a esses locais e se sentem bem quando estão lá?

enquete: pesquisa de opinião.

©Shutterstock/Wavebreakmedia

Adolescentes pesquisando livros em uma biblioteca

3

O poeta cearense Patativa do Assaré é conhecido por representar a vida e a cultura do

povo nordestino. No trecho do poema a seguir, ele expressa, com seu linguajar típico do Nor-

deste, o sentimento de pertencimento ao seu lugar de origem. Leia-o com atenção.

olhar geográfico

ASSARÉ, Patativa do. Vaca Estrela e Boi Fubá. In: NÓBREGA FILHO, Antonio; FEITOSA, Fátima. Patativa do Assaré: 100 anos poesia. Fortaleza: Inesp, 2009. p. 27.

No trecho do poema, o autor apresenta algumas referências de elementos que faziam parte de sua vida.

a) Que elementos são esses?

b) Como ele se sentia no lugar onde vivia? Por quê?

c) É possível dizer que o poeta tinha afeto pelo seu lugar de origem? Por quê?

atividades

Ma

rce

lo B

itte

nco

urt

. 20

14

. Na

nq

uim

e c

afé

.

Vaca Estrela e Boi Fubá

Seu doutor me dê licença pra minha história contar.Hoje eu tô na terra estranha, é bem triste o meu penarMas já fui muito feliz vivendo no meu lugar.Eu tinha cavalo bom e gostava de campear.E todo dia aboiava na porteira do curral.Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,ô ô ô ô Boi Fubá.Eu sou filho do Nordeste, não nego meu naturáMas uma seca medonha me tangeu de lá pra cáLá eu tinha o meu gadinho, num é bom nem imaginar,Minha linda Vaca Estrela e o meu belo Boi FubáQuando era de tardezinha eu começava a aboiar.[...]

campear: prática de andar a cavalo no campo à procura de gado.

aboiava: ato de cantar dos vaqueiros do sertão nordestino, chamando a boiada para o curral.

4

©C

ria

r Im

ag

em

/Fe

rna

nd

o F

av

ore

tto

Lugar de vivência

Começamos a conhecer o espaço onde vivemos ainda em nossa infância. Quando peque-

nos, usamos os sentidos – tato, paladar, audição, visão e olfato – para reconhecer os elemen-

tos que estão à nossa volta. À medida que crescemos, nossa forma de perceber o espaço e de

nos relacionarmos com ele vai se modificando. Os lugares que frequentamos passam a ter

novos significados e começamos a reconhecer melhor o espaço que ocupamos.

Em Geografia, o termo "lugar"refere-se aos vários espaços vivenciados pelas pessoas em

suas atividades cotidianas – de estudo, trabalho, lazer, religião e convivência familiar. O con-

junto de lugares que fazem parte do dia a dia de um indivíduo é chamado de espaço vivido.

Observe as fotografias a seguir, que representam os diferentes espaços vivenciados pe-

las pessoas.

©P

uls

ar

Ima

ge

ns/

De

lfim

Ma

rtin

s

A casa, a rua e o bairro onde moramos fazem parte de nosso espaço vivido. Na foto, crianças da etnia Kalapalo jogando futebol no pátio da aldeia Aiha, Querência, MT, 2006.

A escola é o lugar em que estudamos, aprendemos coisas novas e fazemos amizades. Na foto, crianças pulando corda durante o intervalo.

5

1 Que lugares são retratados pelas fotografias? Descreva as atividades que as crianças estão realizando em cada um deles.

2 Na sua escola, em que espaços você e seus amigos mais gostam de permanecer? Descreva as ativi-dades que realizam durante o intervalo, não esquecendo de citar esses espaços.

Relação com o lugar

Em cada lugar, as pessoas têm uma relação direta, única e particular com seu meio.

ou grupo de pessoas se relaciona com a natureza.

Um exemplo de como as sociedades desenvolvem diferentes modos de se relacionar

com a natureza é apresentado em uma antiga carta. Escrita em 1855 pelo cacique Seattle,

indígena da tribo Suquamish, ao então presidente dos Estados Unidos, Francis Pierre, ela é

uma resposta à pretensão demonstrada pelo governo estadunidense de comprar o território

ocupado pelos indígenas.

Essa carta ficou famosa pelo desabafo e pela crítica ao modelo insustentável de relação

entre os homens e seus lugares, adotado na sociedade industrial que florescia na época. Leia

a carta, com atenção, do começo ao fim.

olhar geográfico

Quem é dono do céu, do brilho das águas?

“Como podeis comprar ou vender o céu, a tepidez do chão? A ideia não tem sentido para nós. Se não possuímos o frescor do ar ou o brilho da água, como podeis querer comprá-los? Qualquer parte desta terra é sagrada para meu povo. Qualquer folha de pinheiro, qualquer praia, a neblina dos bosques sombrios, o brilhante e zumbidor inseto, tudo é sagrado na me-mória e na experiência de meu povo. A seiva que percorre o interior das árvores leva em si as memórias do homem vermelho.

[...] Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores perfumosas são nossas irmãs; os gamos, os cavalos, a majestosa águia, todos são nossos irmãos. Os picos rochosos; a fragrân-cia dos bosques, a energia vital do pônei e o homem, tudo pertence a uma só família.

[...] Se vendermos nossa terra a vós, deveis vos lembrar e ensinar a vossas crianças que os rios são nossos irmãos, vossos irmãos também, e deveis a partir de então dispensar aos rios a mesma espécie de afeição que dispensais a um irmão.

atividades

6

Geografia

Nós sabemos que o homem branco não entende o nosso modo de ser. Para ele um pedaço de terra não se distingue de outro qualquer, pois é um estranho que vem de noite e rouba da terra tudo de que precisa. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga; depois que a submete a si, que a conquista, ele vai embora, à procura de outro lugar. [...] Trata a sua mãe, a terra, e a seu irmão, o céu, como coisas a serem compradas ou roubadas, como se fossem peles de carneiro ou brilhantes contas sem valor. Seu apetite vai exaurir a terra, deixando atrás de si só desertos.

[...]

O barulho serve apenas para insultar os ouvidos. E que vida é essa onde o homem não pode ouvir o pio solitário da coruja ou o coaxar das rãs à margem dos charcos à noite? O índio prefere o suave sussurrar do vento esfrolando a superfície das águas do lago, ou a fragrância da brisa, purificada pela chuva do meio-dia ou aromatizada pelo perfume das pinhas.

O ar é precioso para o homem vermelho, pois dele todos se alimentam. Os animais, as árvo-res, o homem, todos respiram o mesmo ar. O homem branco parece não se importar com o ar que respira.

[...]

Se vendermos nossa terra a vós, deveis conservá-la à parte, como sagrada, como um lugar onde mesmo um homem branco possa ir sorver a brisa aromatizada pelas flores dos bosques. Assim consideraremos vossa proposta de comprar nossa terra. Se nos decidirmos a aceitá-la, farei uma condição: o homem branco terá que tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.

[...]

Que será do homem sem os animais? Se todos os animais desaparecessem, o homem morreria de solidão espiritual. Porque tudo que aconteça aos animais, pode afetar os homens. Tudo está relacionado.

Deveis ensinar a vossos filhos que o chão onde pisam simboliza as cinzas de nossos ances-trais. Para que eles respeitem a terra, ensinai a eles que ela é rica pela vida dos seres de todas as espécies. Ensinai a eles o que ensinamos aos nossos: que a terra é a nossa mãe. Quando o homem cospe sobre a terra, está cuspindo sobre si mesmo.

De uma coisa temos certeza: a terra não pertence ao homem branco; o homem branco é que pertence à terra. Disso temos certeza. Todas as coisas estão relacionadas como o sangue que une uma família. Tudo está associado.

O que fere a terra fere também os filhos da terra. O homem não tece a teia da vida; é antes um de seus fios. O que quer que faça a essa teia, faz a si próprio.

[...]

RUA, João et al. Para ensinar Geografia: contribuição para o trabalho com 1.º e 2.º graus. Rio de Janeiro: Access, 1993. p. 307-310.

7

Com base no texto da carta, realize as atividades propostas.

1 Por que o cacique Seattle afirma que não pode vender suas terras ao governo estadunidense?

2 Mesmo sem a intenção de vender as terras, que condição o cacique impõe ao governo, caso resol-vam vender o território?

3 Tendo como base a carta do cacique Seattle, explique o significado da afirmação a seguir: “A natu-reza é fonte de vida que deve ser cuidada e preservada”.

4 Explique a crítica ao modo de vida da sociedade representada pelo “homem branco”, de acordo com a carta do cacique Seattle. Destaque, no texto, a crítica que o cacique faz ao modo de vida do homem branco. Faça uma análise reflexiva dessa crítica e, em seguida, escreva o que significa cada indicação apresentada pelo cacique.

atividades

8

Geografia

Cuidado com o lugar

Nas histórias em quadrinhos, geralmente os personagens são associados a lugares com

os quais estabelecem sentimentos, tais como agitação, aconchego, insegurança, alegria, en-

tre outros. De certo modo, os lugares fazem parte de sua personalidade ou identidade.

A identidade das pessoas é formada pelo nome, idade, gênero, traços familiares e for-

mação cultural. O lugar onde se nasce e os locais por onde cada um passa ao longo da vida

também são fatores importantes para a formação da própria identidade.

Veja a tirinha a seguir. Ela mostra de que maneira Chico Bento se relaciona com o espaço

onde vive, e que, de certo modo, faz parte de sua identidade.

©M

au

rici

o d

e S

ou

sa P

rod

uçõ

es

Ltd

a.

SOUSA, Mauricio de. As melhores tiras do Chico Bento. São Paulo: Panini Books, 2008. p. 32.

GeGeGeGeGeGeGeGeGGeGGeGeeGeeeeG oogogogogggoggogoggoogogggggrrararararaaaaraararaaraaaraaarararaaraaraarraaaraaaaafifififififififififfiffifff aaaaaaaaaaaaaaaaaaa

©S

hu

tte

rsto

ck/Z

ab

av

na

Ao mostrar ao primo da cidade um lugar em que a natureza está preservada, ele mostra

um exemplo de espaço de lazer que faz parte do próprio cotidiano.

O mesmo acontece na vida real. No lugar onde você mora, as pessoas com quem convive

costumam ficar nos ambientes que mais lhes agradam, não é? Isso acontece porque selecio-

namos os ambientes de acordo com o que eles nos proporcionam em termos de conforto

ou desconforto, proteção ou exposição, silêncio ou barulho. Enfim, estabelecemos relações

de sentimento com os lugares de acordo com suas características físicas e segundo nossos

interesses e preferências.

E temos uma grande variedade de lugares com que nos relacionamos, pois as cidades

apresentam uma infinidade deles com as mais diversas características. Porém, muitos deles

não recebem o cuidado adequado.

Lugares próximos da natureza proporcionam paz e tranquilidade para muitas pessoas.

9

©F

oto

are

na

/Tia

go

Ca

lda

s

Poluição visual: A poluição visual ocorre quando

existe um excesso de informações visuais no

ambiente que afetam a sua qualidade e harmonia.

Mais comum em áreas urbanas, a poluição visual tem

diversas origens, como o excesso de propagandas,

de cabos elétricos e telefônicos, de lixo e pichações.

Esse tipo de poluição também pode afetar a saúde

humana, causando desconforto visual e estresse.

©S

érg

io P

ed

reir

a/F

olh

ap

ress

Grafitagem na ladeira da Preguiça, Salvador, BA, 2014

O texto a seguir descreve a solução para um problema ambiental muito comum nas

cidades brasileiras: a poluição visual. Leia-o com atenção.

Salvador transforma pichadores em grafiteiros-servidores

Um projeto da Prefeitura de Salvador transformou pichadores - muitos com passagens pela polícia - em servidores. [...], 37 jovens que todas as noites deixavam as suas mensagens de protesto em muros públicos e particulares da capital baiana agora têm uma nova profissão - são grafiteiros profissionais.

"Passei sete anos de minha vida pichando paredes e não ganhei nada com isso. Agora, tenho poucos meses trabalhando com o grafite e já me sinto re-conhecido socialmente", disse Jackson Jesuíno Barbosa, 25, que faz parte do grupo de grafiteiros contratados pelas Sedes (Secretaria Municipal de De-senvolvimento Social) e Limpurb (Empresa de Limpeza Urbana de Salvador).

Desde o começo do projeto, cerca de 3.500 metros lineares de muros já foram grafitados, mudando a paisagem não apenas no centro de Salvador, área tradicionalmente visitada por tu-ristas - 80% dos grafiteiros moram na periferia e também executam trabalhos em seus bairros.

As mensagens deixadas pelos grafiteiros de-pendem do local de trabalho. "Onde há áreas verdes ou o mar, por exemplo, os trabalhos são ambientalistas. Onde há terreiros de candom-blé ou quadras, trabalhamos com orixás e com o esporte", disse Josenildo Silva Mendes, 26.

[...]

"Estamos muito satisfeitos com o resultado do projeto. Além do colorido que a cidade está ga-nhando com esses painéis, houve uma sensível redução na incidência de pichação na cidade." [...]

olhar geográfico

pichadores: pessoas que praticam a pichação, que são escritas feitas em muros e monumentos públicos. No Brasil, a pichação é considerada crime ambiental.

grafiteiros: pessoas que produzem

graffiti, forma de arte urbana que pode ser visualizada em diversos lugares públicos das cidades. Grafiteiros, ao contrário dos pichadores, podem produzir o grafite em muros e paredes de construções, mediante autorização. Giz, carimbos, pincéis e, sobretudo,

sprays são alguns materiais usados por esses artistas para produzir suas obras.

SALVADOR transforma pichadores em grafiteiros-servidores. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq3010200522.htm>. Acesso em: 6 ago. 2018.

Pichações no centro

histórico de Salvador, BA, 2018

10

©F

oto

are

na

/Alv

inh

o D

ua

rte

Geografia

Há lugares em que a ausência ou a pouca

oferta de alguns serviços públicos obriga os

próprios moradores a se reunirem para ten-

tar solucionar os problemas que enfrentam.

Esses grupos também pedem às autoridades

do município providências para que sejam

há algumas ações realizadas por grupos de

moradores.

Plantio de árvores em calçadas, praças,

parques ou hortas comunitárias.

Mutirões de limpeza de rios, lagos,

praias, praças, parques, entre outros.

Projetos de coleta seletiva de lixo e de

outros materiais. Esses materiais são uti-

lizados em programas de geração de ren-

da para a comunidade, como produção de

sabão, entre outros.

Reivindicações à prefeitura municipal

de obras de infraestrutura e de serviços

básicos. A construção de escolas, a con-

tratação de professores, que podem ser

provenientes da própria comunidade,

e a garantia de transporte resultam,

muitas ve zes, da pressão exercida pela

população em busca de seus direitos.Voluntários realizam mutirão de limpeza na praia de Copacabana, RJ. Na ocasião, foram recolhidos 320 quilos de lixo nas areias e espelho-d'água. Foto de 2017.

pesquisaVocê percebe mudanças nos lugares que frequenta no seu dia a dia? Para descobrir as alterações

no seu lugar de vivência, realize uma entrevista. Solicite a um adulto que conheça o lugar onde você mora que responda às perguntas a seguir.

a) Há quanto tempo conhece o lugar?

b) Em sua opinião, o lugar mudou muito ou pouco ao longo do tempo?

c) Quais foram as principais mudanças que notou?

d) Você acha que o lugar era melhor antes ou agora? Por quê?

e) Você já atuou, sozinho ou em comunidade, por melhorias no lugar em que vive?

11

Representação dos lugares de vivência

Você já ouviu a frase “Conheço esse lugar como a palma de minha mão!”? Quando usa-

mos essa expressão, fica claro que conhecemos bem certo lugar. Não há necessidade de

mapas, GPS ou de outros instrumentos.

Isso acontece, por exemplo, quando você vai da escola à sua casa: o trajeto e os pontos

de referência estão armazenados em sua memória.

Ao descrever um percurso ou indicar referências espaciais para a localização de um lugar,

as pessoas constroem um mapa mental. Criam, assim, uma representação elaborada com base

em experiências, vivências ou, até mesmo, na imaginação. Por isso, é possível que cada uma

elabore seu próprio mapa mental de forma singular, expressando o modo de ver e organizar

o espaço.

Para reproduzir um mapa mental no papel, podem-se utilizar elementos como símbolos

(desenhos, traçados, etc.), título e legenda. Observe um exemplo.

Os elementos de um mapa men-

tal podem ser representados de vá-

rias formas. As mais utilizadas são

a visão oblíqua, que é uma visão de

cima e de lado (em diagonal) sobre o

objeto, e a visão vertical, uma mirada

de cima em linha reta. Também é co-

mum reproduzir os objetos de forma

proporcional aos tamanhos que têm

na realidade. Observe as figuras que

ilustram essas diferentes visões.

Mapa mental elaborado por uma criança de onze anos representando o trajeto entre sua casa e a escola.

Visão vertical

Visão oblíqua

Ilu

stra

çõe

s: D

ivo

. 20

14

. 3D

.

12

Geografia

leitura cartográfica

Imagine que você convidou um colega da turma para visitá-lo. Além do endereço, que

pontos de referência o ajudariam a localizar sua residência?

Represente esse percurso e as referências em um mapa mental, numa folha à parte.

Depois de pronto, cole a folha em seu caderno. Siga o roteiro.

1. Lembre-se do caminho que você percorre da escola até sua casa.

2. Faça um rascunho do trajeto percorrido e anote os pontos de referência mais importan-

tes para a produção de um mapa mental.

3. Produza, com um lápis, o traçado das vias e distribua os pontos de referência nelas, em

proporção e locais adequados.

4. Elabore uma legenda que permita a interpretação dos elementos presentes no mapa.

Mapa pronto! É hora de avaliar o resultado.

É possível interpretá-lo sem a ajuda de quem o produziu? Os pontos de referências orien-

tarão facilmente seu colega? Os elementos do mapa mental foram distribuídos adequada-

mente? As distâncias são proporcionais à realidade? A legenda está clara?

Troque seu mapa mental com um colega. Analise o mapa dele enquanto ele analisa o

seu. Depois, verifiquem se as informações ficaram ou não claras. Faça os ajustes necessários

e finalize seu mapa pintando-o com cores facilmente associadas aos elementos que ele con-

tém (exemplos: azul para água, verde para vegetação, etc.).

1 Explique o significado de lugar e espaço vivido para a Geografia.

2 Responda às questões a seguir.

a) Que lugares você frequentava quando era menor, mas que hoje não visita? E quais ainda fre-

quenta? Eles mudaram muito?

b) Qual é a importância das áreas de lazer para os moradores de um lugar?

c) Em seu bairro, faltam lugares de lazer ou os que existem são suficientes? Justifique sua resposta.

d) Na comunidade em que você vive, há pessoas que se ocupam da construção ou melhoria das áreas de lazer? Quais as ações realizadas por elas?

e) Em sua opinião, como podemos colaborar para a existência de lugares com maior qualidade

o que já conquistei

13

capí

tulo

A paisagem, o espaço geo-

gráfico, o território e a região

são fundamentais para enten-

der a relação existente entre

a sociedade e a natureza. Gra-

ças a esses conhecimentos, é

possível compreender de que

maneiras a espécie humana,

ao longo do tempo, foi capaz

de transformar esses espaços

conforme suas necessidades.

A realidade que nos cerca 2

Paisagem

Espaço geográfico

Região

Território

Paisagens e

trabalho humano

o que vocêvai conhecer

O município do Rio de Janeiro é reconhecido mundialmente por sua diversidade e beleza

na sua forma única de integração entre a sociedade e a natureza. Por isso, foi a primeira cidade

a receber o título de Patrimônio Mundial por sua Paisagem Cultural Urbana, concedido pela

Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Ao observar a

pintura, que representa parte do Rio de Janeiro no fim do século XIX, é possível notar diferen-

ças com a paisagem atual do Rio? As intervenções humanas eram tão intensas como hoje? Em

sua opinião, quais motivos levam as pessoas a modificar o ambiente natural?

Morro do Castelo, na cidade do Rio de Janeiro, representada por Victor Meirelles no fim do século XIX.

©Victor Meirelles. Panorama do Rio de Janeiro/Morro do Castelo. 1885. Óleo sobre tela.

105 cm × 104 cm. Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)

©M

use

u N

aci

on

al

de

Be

las

Art

es

(MN

BA

)

14

Geografia

Paisagem

O lugar, estudado anteriormente, a paisagem, o território, a região e o espaço geográ-

fico são todos objetos de estudo da Geografia. Ao apresentar e investigar esses conceitos,

a Geografia auxilia a compreender a realidade, mostrando a responsabilidade de todos na

transformação do espaço ao redor.

O estudo da Geografia requer atenção ao observar os lugares e suas aparências, nada

mais do que paisagens. Nas paisagens são encontradas evidências de como as sociedades se

organizam e se relacionam com seus espaços.

Entender que a paisagem revela o modo de vida das sociedades.

Compreender o conceito de espaço ageográfico e como seu constante processo de trans-formação é reflexo da ação humana sobre ele.

Perceber que o espaço geográfico reflete as desigualdades sociais existentes.

Compreender o conceito de região, sua importância e os critérios utilizados para se regio-nalizar um espaço.

Entender o território como sendo um espaço apropriado por uma pessoa, grupo de pes-soas ou governo.

Compreender que, historicamente, o ser humano observa e transforma a natureza para sua sobrevivência na Terra, mediante o trabalho e o uso de técnicas.

objetivos do capítulo

Ao caminhar pelas ruas das grandes cidades, podem ser vistos edifícios, avenidas,

viadutos, automóveis, cartazes publicitários e muitas pessoas. Há os ruídos do trânsito,

a poluição do ar. Ao se afastar dos centros urbanos, serão observados outros elemen-

tos: florestas, campos, plantações, pastos, criações de animais, chácaras, sítios e grandes

fazendas.

olhar geográfico

O estudo das paisagens possibilita compreender as transformações que ocorrem em

cada lugar. Essas alterações podem acontecer em decorrência de processos naturais e tam-

bém devido a atividades humanas, que modificam os espaços tendo em vista atender às

necessidades da própria sociedade.

Tudo o que podemos ver e perceber no espaço circundante compõe uma paisagem.

15

©P

uls

ar

Ima

ge

ns/

Ro

rio

Re

is

©P

uls

ar

Ima

ge

ns/

Ru

be

ns

Ch

av

es

As grandes cidades apresentam um predomínio de elementos culturais. Vista do Elevador Lacerda, Salvador, BA, 2017.

Elementos da paisagem

As paisagens apresentam diversos elementos, tais como rios, vegetação, casas, ruas, etc.

Ao viajar, tanto para locais distantes como próximos, percebemos que há uma infinidade de

paisagens de tipos diferentes. Pela internet e pela televisão, vemos ainda mais tipos de pai-

sagens, como as montanhosas, as desérticas, as urbanas, as agrícolas. Na tentativa de clas-

sificar essas paisagens, foram criados dois grupos de elementos que as compõem: naturais

e culturais.

Os naturais são formados pelos processos e pelas dinâmicas da natureza, ou seja, in-

dependem da ação e do trabalho do ser humano. São, portanto, obras da própria natureza,

como rios, matas, solo, rochas e formas do relevo.

Elementos que, por sua vez, são fruto do trabalho humano e da organização social, como

pontes, carros, fábricas, represas e ilhas artificiais, são denominados elementos culturais,

por serem produzidos pelos seres humanos e suas culturas, quando estes transformam o

espaço para atender às suas necessidades.

A ação da sociedade sobre a natureza é tão intensa que, atualmente, quase não existem

paisagens não afetadas pela ação humana. Em alguns lugares, essas interferências são difíceis

de serem observadas, como acontece no caso da influência do uso do solo sobre as águas sub-

terrâneas. Em outros lugares, porém, elas já causaram transformações profundas e visíveis.

Predomínio de elementos naturais na vista aérea da cidade de

Pirenópolis, GO, 2015.

pesquisa

Pesquise, em jornais e revistas, imagens de paisagens. Depois, recorte-as e separe-as em dois grupos: paisagens naturais e paisagens humanizadas (ou culturais). Em uma folha de cartolina ou papel bobina, cole as imagens de acordo com a classificação feita por você e crie uma legenda descrevendo os elementos naturais e humanizados que podem ser identificados em cada uma delas.

Muitas paisagens naturais são modifi cadas pelas atividades do ser humano, que derruba florestas para fazer plantações, escava o solo para extrair minerais, represa a água dos rios para produzir energia elétrica, e assim por diante. Por isso, é comum se observar, em uma mesma paisagem, a presença de elementos naturais e culturais.

16

Geografia

As transformações na paisagem

Após muitas alterações realizadas pelos seres humanos, as paisagens formadas princi-

palmente por elementos naturais passam a apresentar cada vez mais elementos culturais.

Tais elementos são fruto da ação de diversos agentes, como o governo, a população local e

suas atividades econômicas.

Além desses agentes, vários outros atuam na transformação de uma paisagem. É importante

considerar que esses agentes nem sempre atuam de forma harmônica e que, muitas vezes, há

conflitos entre eles em virtude das divergências de ideias e interesses.

Toda essa desarmonia deixa rastros, marcas, sinais. Por isso, é importante realizar uma

leitura da paisagem, para compreender melhor as mudanças pelas quais a Terra passa

continuamente.

As transformações impostas pelos seres humanos variam de uma sociedade para outra.

No passado, em diversas culturas, os seres humanos costumavam extrair da natureza apenas

os meios necessários à própria sobrevivência: alimentos, material para a construção de casas,

fibras para tecidos, entre outros. Por isso, a paisagem era pouco modificada. Ainda hoje é

possível encontrar povos nativos que se relacionam mais harmoniosamente com a natureza.

Entretanto, embora ainda preservem seus modos de vida próprios e, muitas vezes, suas lín-

guas originais, isso não significa que sejam imutáveis ou que não se relacionem com outras

culturas e desfrutem de tecnologias modernas.

©S

hu

tte

rsto

ck/H

ab

rda

As tribos nômades da Mongólia ainda mantêm muitas tradições seculares, vivendo em tendas (yurts) e conduzindo seu rebanho de uma

pastagem para outra, de acordo com as estações do ano. Porém, muitos já incorporaram ao seu cotidiano certas comodidades, como automóveis e painéis solares para geração de energia.

©S

hu

tte

rsto

ck/A

lex

an

dru

Nik

a

Revolução Industrial: processo

de invenções e modificações

técnicas produzidas inicialmente

na Inglaterra, em meados do

século XVIII, que provocou

transformações radicais

nas formas e relações de

produção e trabalho e no

desenvolvimento da ciência.

O trabalho humano transforma a natureza em estradas,

pontes, fábricas, carros, cidades, plantações, etc. Até meados do

século XVIII, quando ocorreu a Revolução Industrial inglesa, a

natureza sofria transformações menos intensas e mais lentas.

Ao longo dos séculos XIX e XX ocorreram profundas altera-

ções nas paisagens da Terra. Na atualidade, há muitos lugares

que não seriam reconhecidos por seus antigos habitantes, pois se

modificaram completamente.

17

Una-se a dois colegas. Juntos, observem atentamente as imagens das páginas 17 e 18. Respondam

às questões a seguir no caderno e compartilhem suas impressões com os colegas.

1 Quais são as principais diferenças que podem ser vistas entre as paisagens transformadas pelas tribos nômades mongóis e as causadas pelo processo de industrialização em Birmingham? Mencione ao menos três características de cada tipo de paisagem.

2 Descreva a transformação da paisagem notada na cidade de Birmingham nos três momentos apre-

sentados nas imagens.

3 Podemos afirmar que atualmente todas as paisagens observadas sofreram influência da sociedade humana?

Essas mudanças ocorreram em virtude do aumento da população e do extraordinário

crescimento das cidades e das atividades econômicas, que passaram a utilizar quantidades

crescentes de recursos naturais – árvores, solo, minérios (como o ferro), combustíveis fósseis

(como o petróleo), etc.

Em muitas sociedades, há um aumento na produção de mercadorias a fim de atender às

necessidades das pessoas por novos produtos. Isso contribui para acelerar ainda mais o pro-

cesso de transformação das paisagens.

©G

ett

y I

ma

ge

s

Birmingham, Inglaterra, 1732

©A

lam

y/F

oto

are

na

Birmingham, Inglaterra, 2014

©P

rin

t C

oll

ect

or/

Ge

tty

Im

ag

es

Birmingham, Inglaterra, 1860

Cidade de Birmingham, na Inglaterra, em três momentos, antes, durante e depois da Revolução Industrial.

atividades

18

Geografia

Estudo da paisagem: um exercício de observação

Identificando os diversos elemen-

tos da paisagem representada na foto

ao lado (usina, agrupamento de casas,

lago artificial – represa –, campos cul-

tivados, entre outros), é possível per-

ceber e até fazer algumas deduções,

como:

onde há hoje um lago artificial de

águas calmas, antes havia uma

área cortada por um rio de água

corrente, cujo percurso foi altera-

do, e as águas, represadas;

provavelmente a água do rio

represado é aproveitada para ir-

rigar as plantações e abastecer a

cidade;

a cana-de-açúcar está plantada perto da usina, que a utiliza como matéria-prima para a

produção de açúcar e álcool;

a vegetação original foi retirada para dar lugar a moradias, usina e plantações.

Os vários componentes de uma paisagem se inter-relacionam, ou seja, as pessoas atuam

sobre os elementos da paisagem ao mesmo tempo que estes influenciam a vida delas. Por

isso, existe a preocupação de preservar a natureza sem, no entanto, deixar de usar os recur-

sos naturais disponíveis de maneira racional e consciente.

A observação atenta de uma paisagem permite compreender alguns aspectos sobre as

pessoas que nela vivem e o modo como se relacionam com seu lugar.

©E

dso

n S

ilv

a/F

olh

ap

ress

Vista aérea de usina de cana-de-açúcar no município de Ribeirão Preto, SP, 2011

©Z

ig K

och

/Na

ture

za B

rasi

leir

a

Vila de pescadores em Ilha das Peças, Guaraqueçaba, PR, 2012

©P

uls

ar

Ima

ge

ns/

Le

o C

ald

as

Vaqueiro sertanejo no vale do Rio São Francisco, Piranhas, AL, 2010

Muitas comunidades tradicionais brasileiras mantêm forte relação com o meio em que

vivem, pois dependem da preservação de seus recursos para manter seus modos de vida.

19

Planos de paisagem

As paisagens costumam ser formadas por elementos naturais e/ou humanizados. Algu-

mas delas são formadas por vários elementos, que, mesmo apresentando características es-

pecíficas, formam um sistema integrado, relacionando-se entre si.

Para analisar as partes que compõem uma paisagem, podem-se definir seus planos.

©ro

be

rth

ard

ing

/ M

ast

erf

ile

/La

tin

sto

ck

Igreja de St. Johann no Vale de Funes, Trentino, Itália, 2011

1o. plano

2o. plano/Plano intermediário

3o. plano/Plano de fundo

Se

rgio

Pit

am

itz/

Ro

be

rt H

ard

ingOs planos de uma paisagem podem

ser esquematizados em um croqui (a

palavra “croqui” é de origem francesa e

quer dizer esboço ou rascunho). Trata-

-se de um desenho feito à mão e com um

traçado marcante. Essa técnica permite

caracterizar e descrever uma paisagem.

Croqui representando os planos da paisagem

mostrada na imagem anterior

A definição dos planos das paisa-

gens é também empregada por artistas.

Observe, ao lado, a obra de arte produzi-

da pela pintora Wilma Ramos. Nela, a ar-

tista valorizou e tornou fácil a percepção

dos planos da paisagem. Para isso, ela

utilizou texturas, formas e cores diferen-

ciadas em cada um deles, o que permitiu

caracterizar a paisagem como um todo.

RAMOS, Wilma. Bumba meu boi. 60 cm × 80 cm.

Galeria Jacques Ardies.

3.º plano: presença de elementos naturais – rochas expostas em um relevo elevado e ausência de solos que favoreçam o desenvolvimento de uma vegetação.

2.º plano: presença de elementos naturais – vegetação densa e relevo de altitude intermediária.

1.º plano: presença de elemento humanizado –

20

Geografia

Agora é a sua vez. Produza, em uma folha de papel sulfite, um croqui da paisagem retratada na obra de arte da página 20. Para isso, siga as etapas descritas a seguir.

1 Observe atentamente a paisagem, identificando os conjuntos de elementos semelhantes que po-dem ser agrupados em planos distintos.

2 Coloque um pedaço de papel de seda ou vegetal sobre a obra e fixe-o com um clipe. Tome cuidado para não rasurar o livro.

3 Trace, com um lápis, os planos da paisagem, delimitando cada um deles.

4 Faça uma moldura no sulfite para definir a área e a orientação da paisagem (se vai ser na horizontal ou na vertical) que você representará.

5 Transfira as linhas de seu plano de paisagem do papel de seda ou vegetal para a folha de sulfite, dentro da moldura e de acordo com a orientação que você definiu.

6 Deixe claro quantos planos tem seu croqui pintando cada uma das linhas que o separam com uma cor diferente.

7 Crie uma legenda (cores, texturas, ícones, etc.) para simbolizar as características dos elementos da paisagem existentes em cada plano.

8 Coloque título, data e a fonte que serviu de referência para a representação produzida – nesse caso, a fonte é a obra de arte Bumba meu boi. Anote também seu nome como autor do croqui.

9 Por fim, escreva um texto explicando as características de cada plano da paisagem representado no croqui e apresente o resultado de seu trabalho à turma.

Espaço geográfico

A paisagem é cada vez mais transformada pelo trabalho humano, pois novos elementos

são criados sobrepondo-se aos anteriores ou substituindo-os. Compreender essas transfor-

mações significa entender como e por que elas acontecem, o que implica até mesmo ques-

tionar o motivo das mudanças.

A paisagem em processo de transformação, incluindo os motivos e as formas de suas

mudanças, constitui o espaço geográfico.

leitura cartográfica

O espaço geográfico é constituído da paisagem, do lugar e da vida so-

cial que o anima e o transforma. Pode-se dizer, então, que o lugar é como

uma “fotografia” (uma pausa no movimento), e o espaço geográfico é a

sucessão de fotos, ou melhor, é o “filme” do ambiente

21

Observe as imagens e responda às questões a seguir.

olhar geográfico

1 Quais as principais diferenças entre as duas imagens em relação ao meio natural?

2 Em sua opinião, quais os motivos que levaram às mudanças no meio natural observadas entre a primeira e a segunda imagem?

3 Em quais paisagens é possível concluir que existe maior interação do ser humano com a natureza?

4 Perto de onde você mora também existe um rio? Como ele é? É possível nadar ou pescar nele atualmente?

©A

cerv

o: I

con

og

rap

hia

©F

utu

ra P

ress

/Lu

iz G

ua

rnie

ri

Rio Tietê, SP, ca. 1910 Rio Tietê, SP, 2010

22

Geografia

A circulação de pessoas e de informações no espaço geográfico

Na atualidade, tudo parece depender da velocidade com que são feitas as coisas. Eis o

mundo interligado pelas tecnologias de telecomunicações, com seus cabos de fibras ópticas,

telefones celulares e supercomputadores, e das máquinas usadas nas indústrias, no comér-

cio, na agricultura, na pecuária, no extrativismo, etc. Outro aspecto são os transportes – car-

ros, motocicletas, jatos, aviões, helicópteros e trens-bala – cada vez mais velozes e acessíveis

a um número maior de pessoas.

Essa é a sociedade regida pela circulação das informações, espalhadas por todos os la-

dos e nas mais variadas formas: impressa (livros, revistas, jornais, etc.), oral (televisão e rá-

dio) e on-line (internet), que revolucionou o consumo, os hábitos e as visões de mundo de

pessoas de todo o planeta.

A Geografia vai ajudar a entender esse mundo veloz, repleto de informações, contrastes e

desigualdades, para que você compreenda as diversas transformações que estão ocorrendo.

Para a Geografia, interessa onde, quando, de que forma e em que aspectos essas transforma-

ções no espaço geográfico têm nos afetado. Por isso, os estudos geográficos se interessam por

uma grande variedade de temas, referentes tanto à sociedade quanto à natureza.

É importante perceber que, por meio do trabalho humano, as sociedades transformam

o ambiente para suprir suas necessidades, produzindo e alterando o espaço geográfico. Ob-

serve atentamente a ilustração-modelo do espaço geográfico.

Th

iag

o B

ray

ne

r. 2

00

7. D

igit

al.

Praticamente toda a superfície terrestre já foi, de alguma maneira, alterada pela ação humana, compondo o espaço de

interesse à Geografia.

23

Espaço interligado

O espaço geográfico é composto pela soma de todas as áreas alteradas pelo trabalho

humano. Assim, uma floresta onde ocorre mineração, um vilarejo, uma grande metrópole,

um parque nacional visitado por turistas, um parque industrial, um rio represado e seu entor-

no, entre outros, são exemplos de espaços geográficos.

Por causa disso, o espaço geográfico pode ser definido como a paisagem em constan-

te processo de transformação, sempre consideradas as razões das mudanças e o que foi

modificado.

Assim, para compreender como ocorrem as transformações e como afetam a sociedade

e o ambiente, é preciso estudar tanto os elementos que compõem a natureza quanto as ati-

vidades econômicas desenvolvidas pelos seres humanos.

Atualmente, o espaço geográfico é interligado por vias de transporte, de comunicação

e de informação. Essas vias possibilitam que os diferentes lugares do planeta estabeleçam

relações entre si.

Nos dias atuais, é possível percorrer longas distâncias em um curto espaço de tempo

se comparado a alguns anos atrás. Da mesma forma, a internet, o telefone e a televisão

possibilitam a comunicação entre pessoas de diferentes lugares, além de disponibilizarem

informações praticamente em tempo real.

É importante, porém, considerar que muitos desses avanços não estão ao alcance de

toda a população. Muitas pessoas não têm acesso a itens de necessidade básica, particular-

mente alimentação saudável e habitação.

Desigualdades socioespaciais

As desigualdades sociais e espaciais ocorrem porque, nas relações de trabalho, grande

parte da população não tem acesso a uma renda suficiente para atender a necessidades

básicas. A obtenção de alimentação, vestuário, transporte, saúde e educação não é satisfa-

tória. O acesso à terra e aos meios de produção e comunicação de alta tecnologia também

são desiguais.

As famílias sem renda suficiente para comprar uma casa própria ou pagar aluguel em um

lugar adequado são obrigadas a ocupar áreas irregulares, como margens de rios e estradas,

morros, proximidade de lixões e outros lugares impróprios.

Além disso, muitas não conseguem

trabalho remunerado. Por isso, vivem

de doações e de alimentos que coletam

em feiras, mercados e restaurantes. Essa

realidade mostra que o espaço geográfi-

co também é resultado das desigualda-

des sociais.

©P

uls

ar

Ima

ge

ns/

Ge

rso

n G

erl

off

Muitas pessoas dependem dos alimentos que são descartados nas feiras. São verduras e legumes amassados,

de má aparência e, muitas vezes, podres. A foto mostra uma pilha de alimentos separados para ir para o lixo. Foz do Iguaçu, PR, 2010.

24

Geografia

Você sabe o que significa “rendimento nominal mensal domiciliar per capita”? Imagine

a seguinte situação: Júlio mora com a mãe e o padrasto. O casal, junto, recebe R$ 3.000,00

por mês, que é a renda domiciliar total. O rendimento nominal mensal domiciliar per capita

consiste na soma dos rendimentos recebidos em um domicílio (nesse exemplo, R$ 3.000,00)

divididos pelo número de seus moradores (no caso, 3: Júlio, sua mãe e o padrasto). Por-

tanto, no domicílio de Júlio, essa renda é de R$ 1.000,00 por

pessoa. A tabela a seguir mostra o rendimento nominal men-

sal domiciliar per capita no Brasil, em 2017, em cada unidade

da federação. Observe-a.

RENDIMENTO NOMINAL MENSAL DOMICILIAR PER CAPITA DA POPULAÇÃO RESIDENTE,

Unidade da federação

Média rendimento per capita

Unidade da federação

Média rendimento

Brasil R$ 1.268 Tocantins R$ 937

Maranhão R$ 597 Rondônia R$ 957

Alagoas R$ 658 Roraima R$ 1.006

Pará R$ 715 Espírito Santo R$ 1.205

Piauí R$ 750 Minas Gerais R$ 1.224

Acre R$ 769 Mato Grosso R$ 1.247

Ceará R$ 824 Goiás R$ 1.277

Sergipe R$ 834 Mato Grosso do Sul R$ 1.291

Rio Grande do Norte R$ 845 Rio de Janeiro R$ 1.445

Amazonas R$ 850 Paraná R$ 1.472

Pernambuco R$ 852 Santa Catarina R$ 1.597

Bahia R$ 862 Rio Grande do Sul R$ 1.635

Paraíba R$ 928 São Paulo R$ 1.712

Amapá R$ 936 Distrito Federal R$ 2.548

Fonte: IBGE. IBGE divulga o rendimento domiciliar per capita 2017. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/Pesquisa_Nacional_por_Amostra_de_Domicilios_continua/Renda_domiciliar_per_capita/Renda_domiciliar_per_capita_2017.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2018.

Após a leitura dos dados da tabela, junte-se com um colega e responda, no caderno, às questões a seguir.

1 Qual a unidade da federação que possui o maior rendimento mensal domiciliar per capita? E o menor?

2 A unidade da federação onde você vive possui maior ou menor rendimento mensal domiciliar que a média do Brasil?

3 Existe relação entre os dados da tabela e as desigualdades sociais existentes em nosso país? Comente.

olhar geográfico

domiciliar: referente a domicílio, casa.

per capita: por pessoa.

25

Território é o espaço

ocupado por uma pes-

soa, um grupo ou um

governo, sobre o qual

exerce autoridade.

©S

hu

tte

rsto

ck/M

on

ke

y B

usi

ne

ss I

ma

ge

s

Território

Você já reparou como algumas pes-

soas costumam procurar os mesmos

lugares para sentar ou descansar? Uma

poltrona preferida na sala de casa, o

mesmo banco debaixo da árvore na hora

do recreio ou sempre a mesma carteira

na sala de aula. Quando fazemos isso,

estamos não apenas escolhendo o lugar

onde nos sentimos melhor, mas também

definindo nosso território. E muitas ve-

zes ficamos chateados quando vemos

alguém ocupando esse espaço, pois nos

identificamos tanto com ele que acha-

mos que ele nos pertence.

E no ambiente escolar? Já percebeu

que existem alguns lugares onde os alu-

nos não podem entrar, ou que precisam

de autorização para isso? A diretoria ou

a sala dos professores, por exemplo. Es-

ses espaços possuem limites e seu uso

ou seus ocupantes são definidos por

uma autoridade, como o diretor e os

professores.

Ta

lita

Ka

thy

Bo

ra

Brasil: limites internacionais

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

Da mesma forma que

na escola, os países pos-

suem espaços delimitados

sobre os quais os governos

exercem seus poderes.

Esses espaços, bem

delimitados fisicamente

ou não, são denominados

de territórios.

©P

. Im

ag

en

s/P

ith

26

Geografia

Limites e fronteiras

Os limites indicam onde começa e termina um território. Podem ser naturais, como rios

e morros, ou artificiais, como estradas e cercas. Ao longo da linha de limite estende-se uma

faixa de território denominada fronteira. Porém, os territórios dos povos nativos são um

exemplo de que essas fronteiras, entretanto, nem sempre são visíveis ou bem demarcadas.

A TERRA sagrada dos índios. Disponível em: <https://super.abril.com.br/comportamento/a-terra-sagrada-dos-indios/>. Acesso em: 13 ago. 2018.

Observe atentamente sua casa, seu bairro e sua escola, verificando, nesses lugares, a existência de espaços que podem ser denominados de territórios, sendo eles fisicamente delimitados ou não. Anote suas observações e compartilhe em classe com os colegas.

pesquisa

O funeral dos índios bororo é um dos rituais mais complexos do mundo. Leva meses e envolve toda a aldeia,

com pinturas, músicas, danças e rezas. [...] Os bororo acreditam que, após a morte, a alma da pessoa passa a

habitar o corpo de um animal, e o funeral deve guiá-la nessa transição. Notei que os índios sempre se deslo-

cavam seguindo linhas imaginárias, que eu não enxergava, mas que para eles tinham um significado profun-

do – a aldeia é dividida em clãs, e cada um faz determinados caminhos para atravessar o pátio central. Mario,

um jovem bororo, foi meu guia durante o funeral. Graças a ele descobri que cada elemento da aldeia, aquelas

coisas que pareciam apenas casas, um banhado, árvores, também tinha um significado oculto – porque de-

sempenhava um papel específico no processo. Mario resumiu de forma simples: “Nossa aldeia é sagrada”.

Quando um índio diz que a própria terra é sagrada, não é força de expressão. Muitos povos indígenas acre-

ditam em deuses e seres mitológicos ligados a elementos da natureza, e o território é o espaço físico onde

essas divindades se manifestam. Ou seja: a terra não é apenas o lugar onde os índios moram. É um elemento

central da religião e da identidade cultural deles. [...]

As 687 terras indígenas no país [...] des-

pertam enorme interesse de agricultores,

pecuaristas, mineradoras e empreiteiras,

que veem nelas uma grande oportunidade

de lucro e têm tentado explorá-las – nem

sempre de forma pacífica.

A primeira terra indígena reconhecida le-

galmente no Brasil foi o Parque do Xingu,

em 1961. [...] A partir daí, grandes áreas

foram demarcadas, tentando respeitar os

territórios tradicionalmente ocupados pe-

los índios. A maior de todas é a yanomami,

com mais de 9 milhões de hectares, situada

entre Roraima e o Amazonas.

©P

uls

ar

Ima

ge

ns/

Re

na

to S

oa

res

General Carneiro, MT, 2014

27

Região

Provavelmente, você já ouviu definições do termo região. Quando alguém diz: “Sou do

Cariri Cearense”, “Sou da Baixada Fluminense”, “Sou da Campanha Gaúcha”, está se identi-

ficando como originário de uma determinada fração do território brasileiro com a qual tem

alguma ligação. De fato, o Sertão do Cariri, localizado no Nordeste, a Baixada Fluminense,

no Sudeste e a Campanha Gaúcha, no Sul, são considerados cada qual uma região. Portanto,

região pode ser entendida como um pedaço ou fração de um espaço com alguns elementos

em comum, mas com características próprias que a diferenciam de outras áreas ou partes de

um conjunto.

Região é uma fração do espaço que se diferencia do restante por apresentar características

próprias.

Delimitação do espaço: diferentes propósitos, muitas dinâmicas

Existem vários motivos para delimitar regiões: elas podem ser criadas para facilitar a

administração de uma cidade ou de um país, para entender determinados aspectos naturais,

sociais, culturais ou econômicos do espaço, por exemplo. Porém, é importante compreender

que, apesar das semelhanças, dentro de uma mesma região também podem existir carac-

terísticas de outras regiões. Além disso, os limites das regiões não são estáticos e podem

mudar com o passar do tempo, como você pode observar nos mapas a seguir.

Fonte: IBGE. Cartogramas. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartogramas/evolucao.html>. Acesso em: 7 mar. 2019. Adaptação.

Lu

cia

no

Da

nie

l T

uli

o

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

Ta

lita

Ka

thy

Bo

ra

28

Geografia

Paisagens e trabalho humano

Nem tudo o que é próprio da natureza pode ser aproveitado em seu estado bruto. Quase

sempre o ser humano precisa trabalhar para transformar os vários elementos naturais em

bens capazes de satisfazer suas necessidades.

Toda ação ou atividade de alteração da natureza é um trabalho: desde o simples gesto

de cortar lenha ou preparar refeições com os alimentos encontrados no ambiente até a com-

plicada operação de montar uma máquina.

Trabalho humano

Você já pensou em tudo o que precisa para sobreviver? Leia a história em quadrinhos

a seguir.

SOUSA, Mauricio de. Dudu: quanto trabalho. Turma da Mônica, Barueri, n. 5, p. 64-69, maio 2010. ©Mauricio de Sousa Editora Ltda.

Na história do personagem Dudu, vários trabalhadores estiveram envolvidos diretamen-

te na produção e na comercialização do milho. O agricultor produz, com seu trabalho, ali-

mentos para serem consumidos naturalmente por quem mora no campo e na cidade. Mas os

produtos agrícolas também podem ser utilizados como matérias-primas, pelos trabalhado-

res da indústria, para serem transformados em vários outros produtos.

29

Os bens e as mercadorias

Tudo aquilo que satisfaz alguma necessidade humana é considerado um bem. Como no

mundo atual quase todos os bens podem ser vendidos e comprados, ou seja, estão no mer-

cado, eles constituem mercadorias.

A maior parte das mercadorias é extraída da natureza e transformada pela atividade hu-

mana. A natureza é constituída de muitos elementos que se tornam mercadoria pelo traba-

lho do ser humano. Por exemplo, o solo e a flora são elementos naturais, mas é o ser humano

que aproveita o solo para cultivar as plantas que lhe interessam e, desse modo, produzir

mercadorias agrícolas.

atividades

Resolva as questões a seguir.

1 Explique o caminho do alimento, da terra até nossas mesas.

2 Na história da página 29, quantos trabalhadores foram necessários para que o milho chegasse ao consumidor?

3 Que importância têm os elementos da natureza (solo, clima, rios, calor) para a produção dos alimen-tos? E a tecnologia, qual sua importância nesse processo?

A comercialização dessas mercadorias também é realizada por outros trabalhadores,

bem como o transporte delas do campo para a cidade. Há, portanto, vários tipos de trabalho

sendo realizados pelas pessoas para que a sociedade como um todo tenha suas necessida-

des de sobrevivência atendidas.

Todos os elementos necessários à produção e à distribuição de mercadorias fazem parte

da economia. As atividades que têm por objetivo produzir e distribuir mercadorias são deno-

minadas atividades econômicas.

30

Geografia

Atividades econômicas

O ser humano não age sozinho, mas em conjunto com seus semelhantes. Caso contrário,

-

lho humano é uma atividade social.

Principais atividades realizadas pelos grupos humanos

Agricultura: atividade que

consiste na utilização do solo

para o plantio e o cultivo de

plantas úteis ao ser humano.

Pecuária: criação, domesti-

cação e reprodução do gado,

como bovinos, ovinos, suínos,

equinos, caprinos, asininos e

bufalinos.

Extrativismo: atividade

pela qual o ser humano ex-

trai recursos diretamente da

natureza. Há três tipos de

extrativismo:

• extrativismo animal – caça e pesca;

• extrativismo vegetal – extração de produtos ve-

getais que não foram cultivados pelas pessoas,

como madeira, óleos, frutos e látex;

• extrativismo mineral – extração dos minerais úteis, como ouro, ferro, alumínio, cobre, pe-

tróleo, carvão mineral e areia. O extrativismo mineral também é chamado de mineração.

Indústria: atividade que transforma a matéria bruta (ou matéria-prima), como madeira,

fibras, couro, lã e minerais, em produtos para o consumo ou uso da população. A atividade

industrial é realizada nas fábricas e oficinas, como é possível observar na imagem.

Comércio: atividade de compra e venda de produtos. É por meio do comércio que se dá a

distribuição e a circulação das mercadorias.

Serviços: todas as demais atividades indispensáveis à produção e à distribuição de mercado-

rias que não resultam em produtos materiais. Os meios de transporte, as escolas, os centros de

pesquisa, os bancos, os hospitais, entre outros, fazem parte dos serviços.

látex: seiva de uma árvore, a seringueira, que serve de matéria-prima para a fabricação de borracha.

©S

hu

tte

rsto

ck/A

lf R

ibe

iro

Fábrica de tratores e máquinas em Mogi das Cruzes, SP, 2008

Todas essas atividades econômicas costumam ser classificadas em três categorias ou

setores:

atividades primárias – aquelas ligadas à terra, como agricultura, pecuária e extrativismo;

atividades secundárias – formadas por todos os tipos de transformação industrial e

construção civil;

atividades terciárias – reúnem o comércio, os serviços e a administração pública.

31

pesquisa

Como é a divisão do trabalho na escola onde você estuda? Converse com os colegas a respeito disso. Depois, sob a orientação do professor, elabore no caderno um esquema representando essa divisão.

Divisão do trabalho

Desde cedo, os seres humanos perceberam que dividir as tarefas torna o trabalho mais

eficiente, tendo em vista a sobrevivência do grupo. Geralmente, a repartição de tarefas per-

mite que cada uma delas seja mais bem executada e realizada com maior rapidez em be-

nefício do conjunto. Com isso, o trabalho ganha em qualidade (maior produtividade) e em

quantidade (maior produção).

Embora a repartição de tarefas ocorra em qualquer atividade econômica, ela pode ser

mais bem observada nas indústrias, onde as diversas etapas e operações do processo produ-

tivo são realizadas por várias pessoas e até em locais diferentes.

A repartição do trabalho

A fim de melhor conseguir fornecer os meios para que a população satisfaça suas ne-

cessidades, cada atividade é realizada por determinado conjunto de pessoas. Assim, cada

área de atuação profissional (agricultura, indústria, comércio, educação, saúde e assim por

diante) representa uma parte do processo geral de trabalho produzido pelo conjunto da

sociedade. Essa repartição constitui uma divisão social do trabalho.

Você já deve ter ouvido alguém co-

mentar que, em nossa sociedade, as tare-

fas ou atividades são valorizadas de modo

desigual. Dessa maneira, a renda ou o salá-

rio das pessoas varia conforme o trabalho

realizado por elas. Desse fato, resultam as

desigualdades sociais.

A divisão do trabalho também aconte-

ce sob a forma de distribuição no espaço,

de modo a serem constituídas áreas ou

regiões especializadas em uma ou outra

atividade. Assim, há regiões industriais,

regiões agrícolas, entre outras.

Essa repartição espacial é chamada de

divisão territorial do trabalho. Ela estimu-

la o comércio entre as regiões e tem papel

importante na formação das paisagens e

na diversificação regional.

©P

uls

ar

Ima

ge

ns

/Ru

be

ns

Ch

av

es

A Zona Franca de Manaus, que fica no Amazonas, é uma região

industrial, exemplo de como a divisão do trabalho se distribui pelo espaço. Foto de 2014.

32

Geografia

1 O que é paisagem? Para que serve o estudo das paisagens na Geografia?

2 Liste, no quadro a seguir, os elementos naturais e humanizados que podem ser observados no lugar onde se localiza a escola em que você estuda.

Elementos naturais Elementos humanizados

O que você conclui com a análise do quadro? Registre suas observações no caderno.

3 Cite algumas atividades humanas responsáveis pelas transformações das paisagens (naturais e culturais) que podem ser observadas atualmente.

4 Relacione as imagens a seguir aos seus respectivos setores da economia.

( 1 ) Atividade primária ( 2 ) Atividade secundária ( 3 ) Atividade terciária

5 Diferencie divisão social do trabalho de divisão territorial do trabalho, citando exemplos.

©P

uls

ar

Ima

ge

ns/

T

ho

ma

z V

ita

Ne

to

©S

hu

tte

rsto

ck/K

ali

Ju

stin

e

©S

hu

tte

rsto

ck/A

fric

a S

tud

io

©S

hu

tte

rsto

ck/K

aro

l M

ora

es

©S

hu

tte

rsto

ck/A

fnr

©S

hu

tte

rsto

ck/A

lf R

ibe

iro

( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( )

o que já conquistei

33

capí

tulo Orientação e

localização no espaço

3

Observe a imagem e converse com os colegas e o

professor sobre as seguintes questões:

1. Você já utilizou algum tipo de mapa fora da escola?

Caso a resposta seja afirmativa, conte como foi sua

experiência.

2. Como você faz para se orientar quando precisa ir a

algum lugar que não conhece?

Direções cardeais, colaterais e subcolaterais

Coordenadas geográficas

Zonas térmicas da Terra

o que vocêvai conhecer

Mapas são representações gráficas que mostram a organização dos elementos componentes do espaço: os aspectos naturais, as construções humanas e os movimentos de pessoas e objetos. Os seres humanos criaram esse instrumento

com a finalidade de se orientarem na Terra e registrarem informações sobre ela. Mas antes de conhecer melhor os mapas, estudaremos nesse capítulo alguns códigos básicos da linguagem cartográfica – isto é, a linguagem dos mapas –, tais como localização e orientação, escalas, diferentes tipos de mapas e sua importância.

©Shutterstock/Rawpixel.com

34

Geografia

Observar o movimento aparente do Sol e perceber sua interação com o planeta Terra.

Perceber as relações entre o movimento aparente do Sol e o cotidiano.

Aprender a manusear instrumentos de orientação e localização no espaço.

Valorizar o conhecimento produzido historicamente pela humanidade.

objetivos do capítulo

Direções cardeais, colaterais e subcolaterais

Para deslocar-se de um lugar para outro na superfície terrestre, são utilizados os pontos

de referência. Nas cidades, há as praças, as igrejas, os edifícios, as paradas de ônibus e os

cruzamentos, por exemplo. Mas como encontrar a direção correta no deserto ou no interior

de uma floresta? E o piloto de um avião ou o comandante de um navio, que pontos de

referência eles podem utilizar para determinar a direção do voo ou da navegação?

Os pontos de referência indicam direções seguras em qualquer lugar da superfície da

Terra. Para isso, foram definidas as direções globais de referência, chamadas de direções

cardeais.

Existem quatro direções cardeais: norte (N), sul (S), leste (L) e oeste (O). Nas posições

intermediárias, há as direções colaterais, que ajudam a estabelecer uma direção mais precisa.

Entre o norte e o leste, fica o nordeste (NE); entre o norte e o oeste, fica o noroeste (NO);

entre o sul e o leste, fica o sudeste (SE); e entre o sul e o oeste, fica o sudoeste (SO).

As direções cardeais também podem ser denominadas da seguinte forma: norte –

setentrião; sul – meridião; leste – oriente; oeste – ocidente. Assim, os termos setentrional

e boreal referem-se ao norte; meridional e austral, ao sul; oriental, ao leste; e ocidental, ao

oeste. Portanto, quando alguém diz que mora na parte meridional da cidade, está informando

que sua casa se localiza na zona sul.

Nas posições intermediárias às direções

cardeais e colaterais, existem as direções subco-

laterais: norte-nordeste (N-NE), norte-noroeste

(N-NO), sul-sudeste (S-SE), sul-sudoeste (S-SO),

leste-nordeste (L-NE), leste-sudeste (L-SE), oeste-

-noroeste (O-NO) e oeste-sudoeste (O-SO). As dire-

ções podem ser representadas pela rosa dos ven-

tos ou rosa dos rumos – gráfico em forma de estrela

que corresponde à volta completa do horizonte.

N

NNENE

LNE

LSE

SESSE

S

SSOSO

OSO

O

ONO

NO NNO

An

ge

la G

ise

li. 2

00

9. D

igit

al.

Rosa dos ventos representando as direções cardeais, colaterais e subcolaterais. Entretanto, no total, a rosa dos ventos apresenta

números, totalizando 64 direções.

35

Orientação pelo Sol

Sem um instrumento apropriado, não é muito fácil encontrar com precisão as direções

cardeais. No entanto, há uma maneira de defini-las com aproximação aceitável: basta verifi-

car o movimento aparente do Sol. Isso porque as posições que o Sol ocupa no céu ajudaram

a definir as posições das direções cardeais. O Sol surge sempre na mesma direção: no leste –

também conhecido como nascente ou oriente. A direção em que o Sol se põe ao fim de cada

dia é o oeste, denominado também de poente ou ocidente.

Lu

is M

ou

ra. 2

00

9. D

igit

al.

Sabendo a direção em que o Sol aparece,

é possível determinar as demais direções com

o uso da rosa dos ventos. Há também uma ma-

neira simples de encontrar as direções cardeais:

com o próprio corpo. Se você estender o braço

direito na direção em que o Sol aparece todas as

manhãs, o braço esquerdo apontará para o oes-

te. Ao mesmo tempo, você estará de frente para

o norte e às suas costas estará o sul. Observe a

imagem ao lado.

Orientação com o corpo

Encontre as direções cardeais, tomando como referência a escola. Depois, converse com os

colegas e o professor sobre quais dependências da escola estão localizadas em cada uma das

direções cardeais.

Orientação pela constelação do Cruzeiro do Sul

Durante a noite, no Hemisfério Sul, as direções podem ser determinadas pela observação

de uma constelação em forma de cruz, conhecida como Cruzeiro do Sul. Ela indica a direção

sul, pelo prolongamento de sua base maior, e indica o norte, por sua ponta superior (ou oposta

à que indica o sul). O leste e o oeste são obtidos pelo prolongamento dos “braços” direito e

esquerdo da constelação.

Lu

is M

ou

ra. 2

00

9. D

igit

al.

Constelação do Cruzeiro do Sul

36

Geografia

Div

o. 2

01

2. D

igit

al.

Polo norte magnético (PNM): apontado pela bússola. A diferença de ângulos entre o polo norte magnético e o Polo Norte geográfico é chamada de declinação magnética. Agulha: é feita de metais magnetizados e aponta sempre para a direção norte.

Limbo ou anel graduado: está situado ao redor da cápsula e vai de 0 grau a 360 graus (total da circunfe-rência completa do planeta).

Norte do limbo: marca N situada no limbo. Indica o começo e o fim da graduação.

Azimutes magnéticos: valores lidos no limbo que representam as medidas angulares.

Cápsula recipiente: em geral, é circular e feita de material transparente. Fica na parte superior da bússola para permitir a leitura do usuário.

Orientação pela bússola

O mais antigo e ainda eficiente instrumento de orientação inventado pelo ser humano

é a bússola. Ela é parecida com o relógio e suas partes principais são a

agulha e o limbo.

A agulha é imantada e funciona como um ponteiro, que gira

sobre um eixo. O limbo é o mostrador da bússola. Nele, está

desenhada uma rosa dos ventos e estão marcados os graus de

uma circunferência.

A figura a seguir representa um modelo atual de bússola,

com os elementos que a compõem.

Polos magnéticos e polos geográficos

O núcleo da Terra é composto basicamente de ferro e níquel e, por essa razão, funciona

como um grande ímã. Desse ponto, partem linhas de campo magnético para os polos norte e sul.

A agulha da bússola aponta sempre para o polo norte magnético, que fica situado na me tade

norte da Terra. Os polos magnéticos não coincidem com os polos geográficos, mas estão próxi-

mos uns dos outros. Os polos geográficos são as extremidades do eixo imaginário em torno do

qual a Terra gira. Os polos magnéticos são as extremidades do grande ímã que é a Terra.

Observe a figura a seguir.

Polos norte e sul magnéticos

Assim, como a agulha da bússola sempre aponta para o polo norte magnético, para sa-

ber a direção aproximada dos outros pontos cardeais, deve-se girar o aparelho até fazê-la

coincidir com o norte da rosa dos ventos marcado no limbo.

Posição média dos polos norte e sul magnéticos (pontos brancos) em relação aos polos Norte e Sul geográficos (pontos azuis)

em 2005.

O polo norte magnético situa-se na costa norte do Canadá, no Oceano Ártico.

O polo sul magnético está a oeste da

Antártica, no Oceano Pacífico.

Os círculos vermelhos são os paralelos.

As linhas pretas que convergem nos polos magnéticos são as linhas dos campos

magnéticos projetadas sobre a Terra.

©Shutte

rstock/Provasilich

Canadá

Antártica

37

Coordenadas geográficas

Para localizar um ponto qualquer da superfície da Terra, utiliza-se um globo terrestre

ou um planisfério. Neles, estão representados os oceanos, mares e as grandes porções de

terra que formam os continentes: América, África, Ásia, Europa, Oceania e Antártica. Sobre

o globo ou os mapas, é traçado um conjunto de linhas imaginárias que formam um sistema

parecido com uma malha, denominado coordenadas geográficas.

O mapa a seguir é um planisfério, ou seja, uma representação do planeta Terra em uma

superfície plana – neste caso, em uma folha de papel.

Lu

cia

no

Da

nie

l T

uli

o

Planisfério: continentes

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 34. Adaptação.

As linhas traçadas no sentido leste-oeste no mapa são chamadas de paralelos e indicam as latitudes norte e sul de qualquer ponto na superfície terrestre. As linhas que seguem no sentido norte-sul são chamadas de meridianos e determinam a longitude.

Paralelos e latitudes

Os paralelos são as linhas horizon-

tais traçadas sobre a esfera terrestre. Ao

todo, são 90 paralelos ao norte e 90 ao

sul, obtidos com base na Linha do Equa-

dor, a qual é denominada paralelo inicial

e tem valor de zero grau (0°).

A Linha do Equador divide a Terra

em duas meias esferas (ou duas par-

tes iguais): Hemisfério Norte, chamado

de Setentrional ou Boreal, e Hemisfé-

rio Sul, conhecido como Meridional ou

Austral.

L

i

n

h

a

d

o

E

q

u

a

d

o

r

(

0

°

)

H

e

m

i

s

f

é

r

i

o

N

o

r

t

e

H

e

m

i

s

f

é

r

i

o

S

u

l

Eixo de

rotação

Div

o. 2

01

2. D

igit

al.

38

Geografia

A distância entre um lugar qualquer da

superfície terrestre e a Linha do Equador é

chamada de latitude. Ela é medida em graus

e seus valores variam de 0° (na Linha do

Equador) a 90º (nos polos).

leitura cartográfica

Observe o mapa da página 38 e responda às questões a seguir.

a) Que paralelos estão localizados no Hemisfério Norte? E no Hemisfério Sul?

b) Que paralelos importantes cortam o território brasileiro?

c) Em relação à Linha do Equador, em que hemisfério está localizada a maior parte do território brasileiro?

Meridianos e longitudes

Os meridianos são linhas semicircu-

lares verticais traçadas de um polo a ou-

tro. Cada meridiano tem um antimeridia-

no correspondente e, juntos, completam

uma volta em torno do planeta Terra.

O Meridiano de Greenwich é o inicial

e tem valor de zero grau (0°). Diferente-

mente dos paralelos, todos os meridia-

nos têm a mesma medida entre eles. Na

figura ao lado, o Meridiano de Greenwich

e seu antimeridiano dividem a Terra em

Hemisfério Ocidental (oeste) e Hemisfé-

rio Oriental (leste).

M

e

r

i

d

i

a

n

o

d

e

G

r

e

e

n

w

i

c

h

(

0

°

)

Hemisfério

Ocidental

Hemisfério

Oriental

Eixo de

rotação

Div

o. 2

01

2. D

igit

al.

L

i

n

h

a

d

o

E

q

u

a

d

o

r

(

0

°

)

9

0

°

9

0

°

1

0

°

1

0

°

2

0

°

2

0

°

3

0

°

3

0

°

4

0

°

4

0

°

5

0

°

5

0

°

6

0

°

6

0

°

7

0

°

7

0

°

8

0

°

8

0

°

Eixo de

rotação

Div

o. 2

01

2. D

igit

al.

39

curiosidade?

A partir do Meridiano de Greenwich, traça-

mos quantos meridianos quisermos até o limite

de 180°, para leste ou para oeste. Dessa maneira,

temos os 360° de circunferência da Terra.

A distância angular entre um lugar qualquer

da superfície terrestre e o Meridiano de Green-

wich é chamada de longitude, conforme é pos-

sível observar na figura ao lado.

Meridiano de

Greenwich

Polo Norte

Polo Sul

20°

40°

60° 80° 100°

120°

140°

160°

180°

20°

Div

o. 2

01

2. D

igit

al.

O Meridiano de Greenwich parte dos

polos, como os demais, e passa pelo cen-

tro de um instrumento conhecido como

Círculo de Trânsito de Airy, no Observató-

rio Real de Greenwich, na Inglaterra. Em

1884, representantes de 25 países reuni-

ram-se nos Estados Unidos, na cidade de

Washington, para a Conferência Interna-

cional do Meridiano. Nela, ficou definido

que o Meridiano de Greenwich seria o

meridiano-origem, isto é, o ponto de refe-

rência para os demais.

O Observatório Real de Greenwich foi fundado em 1675 com o objetivo de desenvol-

ver pesquisas e fazer observações celestes que permitissem aos marinheiros encontrar

mais facilmente sua localização no mar.

Ao se cruzarem, os paralelos e os meridianos permitem a localização precisa de qual-

quer ponto na superfície da Terra. Isso significa que cada lugar é cortado por duas coorde-

nadas geográficas e sua localização deve ser indicada por dois números: o do paralelo e o

do meridiano.

Observatório Real de Greenwich, na Inglaterra

©S

hu

tte

rsto

ck/L

uk

asz

Pa

jor

Observe, no mapa da página seguinte, que o ponto A está localizado na latitude 40°N

(norte) e na longitude 100°O (oeste), formando uma coordenada geográfica. Em seguida,

responda no caderno às questões propostas.

leitura cartográfica

40

Geografia

Lu

cia

no

Da

nie

l T

uli

o

Planisfério: coordenadas geográficas

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 34. Adaptação.

1 Em quais continentes estão localizados cada um dos pontos assinalados no mapa?

2 Quais são as coordenadas geográficas assinaladas com as letras B, C, D e E?

3 Qual é a localização do ponto F em relação ao Meridiano de Greenwich?

4 Qual é, aproximadamente, a latitude e a longitude do município onde você mora?

Com os avanços tecnológicos, localizar-se ficou muito mais fácil. Uma ferramenta que

contribui para isso é o Sistema de Posicionamento Global (conhecido como GPS), criado há

pouco mais de duas décadas. Atualmente, o GPS se tornou popular e acessível, podendo ser

instalado em carros, celulares, entre outros. Observe como esse sistema funciona.

©A

rte

AE

Fonte: O ESTADO DE S.PAULO, 18 jan. 2010. Caderno Link. Infografistas: Filipe Campoi e Rubens Paiva.

O receptor, no

GPS do carro,

do celular, etc. recebe o sinal

3 Com essa informação,

seu GPS do carro ou do celular calcula a distância

entre você e cada um dos

satélites

Cada satélite dá duas voltas na Terra por dia.

E pela disposição das órbitas, qualquer ponto

do planeta é coberto por pelo menos

quatro satélites, 24 horas por dia

Quando enviados, os sinais de rádio carregam a informação precisa do horário e da posição do satélite

A localização tem

precisão de 5 a 20

metros

5

O receptor GPS então sobrepõe

a distância de cada satélite – em

órbitas diferentes – e assim determina

em qual posição do mapa você está. Este

cálculo é chamado de triateração

tridimensional

6

24 satélites orbitam a 19,3 mil quilômetros

da Terra enviando sinais de rádio

para a superfície

GPS

Sisetema de Posicionamento Global (GPS, na sigla em inglês) foi desenvolvido e é controlado pelo governo dos Estados Unidos

Como os eletrônicos sabem onde você está?

41

Zonas térmicas da Terra

Lu

cia

no

Da

nie

l T

uli

o

Planisfério: zonas térmicas

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 58. Adaptação.

Zona Tropical é a faixa de menores latitudes, situada entre os dois trópicos – também

é chamada de Zona Intertropical. Caracteriza-se por receber mais intensamente a luz solar,

pois os raios do Sol incidem verticalmente sobre ela pelo menos em um dia do ano, ficando

“a pino” ao meio-dia. Essa é, em média, a zona mais quente do planeta Terra.

As faixas localizadas em latitudes médias são denominadas Zonas Temperadas, com-

preendidas entre os trópicos e os círculos polares, tanto no Hemisfério Norte quanto no

Hemisfério Sul. Nessas zonas, os raios do Sol incidem de modo mais ou menos inclinado.

Quanto maior o afastamento em relação à Linha do Equador, maior será a inclinação dos

raios solares, o que reduz a quantidade de luz e calor recebidos. Por isso, as Zonas Tempera-

das são menos quentes que a Zona Tropical.

As Zonas Polares são as de maiores latitudes, pois se localizam além dos círculos polares.

Essas zonas recebem os raios do Sol bem inclinados e, portanto, muito fracos. Por essa razão,

são bem frias.

Os meridianos e os paralelos são indicados por

graus de circunferência, e algumas dessas linhas rece-

bem nomes especiais. É o caso da Linha do Equador e

do Meridiano de Greenwich, que são as coordenadas

iniciais, de grau 0.

Além da Linha do Equador, há outros paralelos im-

portantes e que recebem nomes próprios. Para conhe-

cê-los, observe a figura ao lado.

Os trópicos e os círculos polares são importantes

porque indicam linhas em que ocorre uma significativa

mudança no grau de incidência dos raios solares sobre a

superfície terrestre. Com base nisso, são definidas as zo-

nas térmicas, as quais são mostradas no mapa a seguir.

L

i

n

h

a

d

o

E

q

u

a

d

o

r

C

í

r

c

u

l

o

P

o

l

a

r

A

n

t

á

r

t

i

c

o

C

í

r

c

u

l

o

P

o

l

a

r

Á

r

t

i

c

o

T

r

ó

p

i

c

o

d

e

C

a

p

r

i

c

ó

r

n

i

o

T

r

ó

p

i

c

o

d

e

C

â

n

c

e

r

Div

o. 2

01

2. D

igit

al.

42

Geografia

Fusos horários

Você já se perguntou por que os horários são tão diferentes entre os países

ou entre as regiões de um mesmo país?

Isso acontece em virtude do movimento de rotação da Terra. À medida que ela gira em

torno de seu próprio eixo, os raios solares vão iluminando apenas uma parte do planeta, de

modo que os horários também vão se diferenciando. Assim, na parte iluminada é dia, en-

quanto na que não recebe os raios solares é noite.

A circunferência do planeta corresponde a 360 graus (360°). Dividindo esse valor por

de seu eixo, obtêm-se 15°. Assim: 360° ÷ 24 h = 15°, que corresponde a 1 hora.

Logo, cada uma das 24 horas do planeta corresponde a uma faixa longitudinal de 15°

situada entre dois meridianos. É essa faixa ou intervalo que recebe o nome de fuso horário.

O Meridiano de Greenwich é o ponto inicial para a contagem dos fusos horários. Assim,

convencionou-se que todos os lugares localizados a leste desse meridiano têm a hora adian-

tada em relação a ele e todos os lugares localizados a oeste têm a hora atrasada, em virtude

de o movimento de rotação ocorrer de oeste para leste. Observe, na página 1 do material

de apoio, o mapa dos fusos horários.

O meridiano de 180° é denominado Linha Internacional da Data, ou antimeridiano de

Greenwich, uma vez que ele é oposto ao Meridiano de Greenwich. Quando se cruza essa li-

nha no sentido oeste-leste, deve-se subtrair um dia (isto é, mudar a data para o dia anterior).

Quando se cruza no sentido oposto (leste-oeste), soma-se um dia – a hora é a mesma, o que

muda é a data.

leitura cartográfica

Com base no mapa da página 1 do material de apoio, responda às questões a seguir.

a) No Brasil, as horas são atrasadas ou adiantadas em relação ao Meridiano de Greenwich? Por quê?

b) Quantas horas Sydney está adiantada em relação a Greenwich? E em relação à capital do Brasil?

c) Imagine que você precisa telefonar para um amigo que mora na Cidade do México quando for meio-dia nessa cidade. A que horas do horário de Brasília você precisa fazer essa ligação?

43

Brasil: fusos horários

Em razão de sua grande extensão no sentido leste-oeste, o Brasil apresenta quatro fu-

sos horários – todos atrasados em relação a Greenwich, uma vez que nosso país está locali-

zado a oeste desse meridiano.

Observe como se apresentam as horas no Brasil.

Ta

lita

Ka

thy

Bo

ra

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 91. Adaptação.

Brasil: fusos horários

1º. fuso horário brasileiro: as localidades situadas nesse fuso, como

o Arquipélago de Fernando de Noronha – PE, marcam menos

2º. fuso horário brasileiro: determina a hora oficial do Brasil. É tam-

bém o fuso que abrange a maior parte do território brasileiro.

3º. fuso horário brasileiro: marca menos 4 horas em comparação

ao GMT. É o fuso horário de grande parte do Centro-Oeste e do

Norte do país.

4º. fuso horário brasileiro: a única capital brasileira localizada nes-

se fuso é Rio Branco, que apresenta menos 5 horas em relação

44

Geografia

leitura cartográfica

Com base no mapa da página 44, responda às questões.

a) Em que fuso horário estão localizadas as ilhas oceânicas brasileiras?

b) O segundo fuso determina a hora oficial do Brasil, pois abrange a capital do país. Que unidades da federação apresentam a mesma hora de Brasília?

c) Que estados brasileiros estão atrasados quatro horas em relação a Greenwich?

d) Se você fizer uma viagem de João Pessoa, na Paraíba, até Rio Branco, no Acre, por quantos fusos horários irá passar?

e) Em qual fuso horário brasileiro está inserida a unidade da federação onde você mora?

Observe no mapa da página 1 do material de apoio e no mapa da página anterior como os fusos utilizados pelos estados e países não obedecem exatamente aos limites estabelecidos pelos me-ridianos. Isso ocorre para facilitar o cotidiano das sociedades: já pensou como seria confuso se em uma mesma cidade houvesse dois horários diferentes?

1 Sabendo que o Sol surge, aproximadamente, na direção leste, como é possível determinar as outras direções cardeais?

o que já conquistei

45

2 Relacione as colunas.

( 1 ) Paralelos ( 2 ) Meridianos ( 3 ) Latitude ( 4 ) Longitude

( ) É a distância, medida em graus, da Linha do Equador até um ponto da superfície terrestre.

( ) São linhas horizontais imaginárias que circundam a Terra somando 90º em cada hemisfério, Norte e Sul.

( ) É a distância, medida em graus, entre um ponto da superfície terrestre e o Meridiano de Greenwich.

( ) São linhas verticais imaginárias que ligam os polos geográficos norte e sul em um total de 180º em cada hemisfério, Leste e Oeste.

3 Preencha as lacunas:

Coordenadas geográficas são um sistema de linhas imaginárias – os e

os que formam uma malha ao redor do ter-

restre. Os são linhas que circundam a esfera terrestre no senti-

do leste-oeste, e os , no sentido norte-sul. Ambas são medidas

em , minuto e segundo.

4 Como localizar um lugar na superfície terrestre por meio das coordenadas geográficas?

5 Por meio das linhas imaginárias podemos determinar a posição do Brasil no planisfério. Observe o mapa e assinale as alternativas verdadeiras.

Lu

cia

no

Da

nie

l T

uli

o

Posição do Brasil no planisfério

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 32. Adaptação.

46

Geografia

a) A maior parte do Brasil localiza-se ao sul do Equador.

b) O Brasil possui terras nos hemisférios Norte, Sul e Oeste.

c) O Brasil localiza-se a leste do Meridiano de Greenwich, no Hemisfério Oriental (Leste).

d) O território brasileiro se situa inteiramente nos hemisférios Sul e Ocidental (Oeste).

e) O Brasil localiza-se a oeste do Meridiano de Greenwich, no Hemisfério Ocidental (Oeste).

6 Sobre o Sistema de Posicionamento Global (GPS), marque V para verdadeiro e F para falso nas afir-mativas a seguir.

( ) Com o GPS é possível se localizar, elaborar mapas e rastrear veículos.

( ) Por utilizar uma rede composta por 24 satélites artificiais, o GPS não é uma tecnologia portátil, dificultando seu uso em tablets e smartphones.

( ) O GPS usa receptores portáteis, que recebem informações dos satélites e efetuam diversos cálculos para determinar a localização de um ponto.

( ) O Sistema de Posicionamento Global (GPS) foi desenvolvido pelo governo dos Estados Unidos.

7 A latitude do Polo Norte geográfico é de 90°N. Em 2010, a latitude do polo norte magnético era de 85°N. Para qual dessas latitudes a agulha de uma bússola sempre aponta?

8 O quadro a seguir apresenta as coordenadas geográficas aproximadas de algumas capitais brasileiras.

Cidade Latitude (S) Longitude (O)

Salvador – BA 12°58’ 38°30’

Curitiba – PR 25°25’ 49°16’

Vitória – ES 20°16’ 40°19’

Rio Branco – AC 9°58’ 67°48’

Goiânia – GO 16°40’ 49°15’

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

a) Em relação às coordenadas, ordene as capitais partindo da que está situada mais a oeste para a

b) Agora, ordene as capitais partindo da que está situada mais ao norte para a que está situada

mais ao sul.

47

capí

tulo

Representação do espaço 4

Há várias maneiras de retratar o espaço em que vivemos,

como usar palavras para descrevê-lo, fazer desenhos ou tirar

fotografias. Os mapas também são meios de representar o

espaço. Neste capítulo, você aprenderá mais a respeito deles,

pois todos são instrumentos muito importantes de comunica-

ção, que informam sobre aspectos físicos e humanos, lugares

e regiões, modos de vida e relações.

Observe o artista pintando o quadro na imagem acima.

Como é possível representar uma paisagem tão grande em

uma tela? E você, já tentou reproduzir algo fielmente no

papel por meio de um desenho? Quais técnicas você utilizou?

Conhecendo os mapas

Elementos cartográficos

Tipos de mapas

o que vocêvai conhecer

©Shutterstock/C Jones

48

Geografia

Conhecer a origem e importância dos mapas para a sociedade.

Conhecer os diferentes processos de mapeamento do espaço.

Estudar os elementos cartográficos básicos de modo a aprender a ler as informações con-tidas nas diversas representações cartográficas.

objetivos do capítulo

Conhecendo os mapas

Há diversos tipos de mapas. Alguns deles representam toda

a superfície terrestre: são os chamados mapa-múndi. Outros, por

sua vez, representam somente uma porção dela. Geralmente

são desenhados ou impressos em superfícies planas.

Presentes no dia a dia de diferentes profissionais, tais

como engenheiros, geólogos, geógrafos, meteorologistas e

economistas, os mapas permitem conhecer e avaliar o espaço

e o conjunto de elementos que o compõem.

Os órgãos públicos fazem uso de mapas para as mais di-

versas finalidades: realizar obras de construção e de melhorias

de saneamento básico, distribuir energia elétrica e executar

ações de planejamento urbano, entre outras. Servem ainda de

importante instrumento para as forças armadas, onde são em-

pregados tendo em vista estabelecer estratégias de controle e

defesa dos territórios. São também muito úteis para turistas,

que os consultam para se localizarem e se orientarem.

Origem e importância dos mapas

A necessidade de reproduzir, em imagens, os elementos

do espaço geográfico teve início na Pré-História. Nesse pe-

ríodo, as primeiras representações gráficas mostravam áreas

de atividades sociais e elementos da natureza. Algumas delas

aparecem em inscrições rupestres e também em entalhes e

maquetes de madeira, pedra, argila, couro e fibras naturais.

Na Antiguidade, muitos filósofos, matemáticos e geó-

grafos, como Pitágoras, Aristóteles, Eratóstenes e Ptolomeu,

contribuíram com novas ideias para a compreensão e o regis-

tro cartográfico do mundo.

Parte do mapa babilônico conhecido como Ga-Sur. Feito de argila há mais

de 4 mil anos, representa o norte da Mesopotâmia, com terras povoadas e rodeadas por um oceano. É o mapa-múndi mais antigo de que se tem notícia.

meteorologistas: pessoas especialistas em meteorologia, ciência que estuda a atmosfera terrestre.

inscrições rupestres: representações gravadas em superfícies rochosas, normalmente datando de épocas pré- -históricas.

cartográfico: referente à Cartografia, que é o conjunto de conhecimentos necessários à produção de mapas precisos.

mais

das e tícia

©Creativ

e Comm

ons/Arta

xiad

49

Ptolomeu (168-90 a.C.), por exemplo,

em sua obra Geographia, apresentou cálcu-

los de coordenadas e pontos fundamentais

da Cartografia. Ele publicou um dos primei-

ros mapas-múndi com a forma arredondada

da Terra. Foi também o primeiro a adotar

a latitude e a longitude como referências

para a localização de pontos sobre a super-

fície do planeta.

Observe a obra desse astrônomo e car-

tógrafo. Perceba que ela inclui as coordena-

das geográficas dos lugares mais importan-

tes para os antigos gregos, bem como os

movimentos do ar de acordo com os conhe-

cimentos alcançados em sua época.©

Wik

ime

dia

Co

mm

on

s/T

he

sup

erm

at

leitura cartográfica

Observe o mapa de Ptolomeu e, depois, responda às questões.

1 Que elementos gráficos do mapa-múndi de Ptolomeu também aparecem nos mapas atuais?

2 Como os principais ventos são representados no mapa-múndi de Ptolomeu?

Mapa-múndi de Ptolomeu

Entre os séculos V e XIV, período conhecido como Idade Média, a religião influenciou

bastante a produção de documentos cartográficos.

A partir do século XIV, os europeus intensificaram suas

atividades comerciais, o que estimulou as Grandes Navega-

ções e a descoberta de novas terras. Esses acontecimentos

promoveram o desenvolvimento de outras técnicas para a

elaboração de mapas.

Nessa época, em Portugal, havia leis muito rigorosas

para proteger as cartas de navegação, conhecidas como

mapas portulanos, da cobiça de outros reinos. Isso porque

esses documentos eram considerados secretos e, portanto,

fonte de poder para aqueles que os possuíssem.

Mapas portulanos: são representações

cartográficas elaboradas a partir da

tomada de medidas entre os portos

do Mar Mediterrâneo. Eles contêm

informações sobre distâncias e linhas

de rumos, de acordo com os diversos

ventos, com base em um ponto central.

Não representavam as graduações

de latitudes e longitudes, apenas

pequenas escalas em milhas italianas.

50

Geografia

A Carta del Cantino é uma das mais antigas cartas geográficas a retratar as rotas maríti-

mas portuguesas. É também um dos primeiros mapas a reproduzir uma pequena parte das

terras que atualmente pertencem ao Brasil, com alguns elementos que representavam o

que se imaginava existir nessas terras.

©W

ikim

ed

ia C

om

mo

ns/

Au

tor

de

sco

nh

eci

do

Mapas na atualidade

Durante muito tempo, os mapas foram desenhados à mão. Por isso, além de documen-

tos, eram verdadeiras obras de arte.

No século XX, entretanto, as técnicas para produção de mapas se desenvolveram muito

rapidamente. Isso foi possível, em grande parte, graças ao uso de aviões e satélites, que per-

mitiram o mapeamento mais detalhado de todo o planeta.

Fotografias aéreas

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), foi inventada uma técnica para produção

de mapas que tinha como base fotografias aéreas. A aerofotogrametria, como ficou conhe-

cida, utiliza câmeras especiais acopladas a aviões. Para obter as fotografias, essas câmeras

captam feixes de luz de comprimento de onda idênticos aos captados pelos olhos humanos.

As fotografias aéreas servem de base para a produção de mapas que mostram detalhes

das áreas fotografadas. Portanto, essa técnica é empregada quando as áreas representadas

são de pequena extensão.

Observe as imagens a seguir.

Carta: representação da superfície da Terra que possibilita avaliar com precisão distâncias, direções e a localização geográfica de pontos.

Carta del Cantino

Div

o. 2

01

2. 3

D.

A câmera instalada no avião fotografa a área sobrevoada. As fotografias obtidas são

encaminhadas ao laboratório, onde as sobreposições são corrigidas com aparelhos

e técnicas específicas. Em seguida, as imagens servem de base para a produção de mapas detalhados.

© N

ov

a V

en

eza

- S

C-

IBG

E. E

sca

la 1

: 2

50

00

0

51

Imagens de satélite

As imagens de satélite surgiram na década de 1970, quando os Estados Unidos coloca-

ram na órbita da Terra o satélite Landsat. Atualmente, existem inúmeros tipos de satélites

artificiais utilizados para os mais diversos objetivos. Leia a respeito de alguns exemplos.

Radar: usado para localizar objetos. O Seasat (satélite do mar), por exemplo, localiza

embarcações em mares e oceanos.

Comunicações: permitem que sejam enviadas imagens de todos os locais da Terra para

diversos tipos de aparelhos, como televisão, GPS, celulares e computadores.

Espionagem: utilizados para detectar

bases militares, observar desloca-

mentos de tropas e localizar alvos

estratégicos, como estradas e usinas

de energia.

Civil: os satélites de uso civil são de

fundamental importância, pois en-

viam imagens que são utilizadas pelos

serviços de meteorologia e por profis-

sionais da área de ambiente, turismo,

agricultura, pesca e muitos outros.

Observe, ao lado, a imagem de satéli-

te do município de Nísia Floresta, no esta-

do do Rio Grande do Norte. Por meio de

suas cores é possível identificar diferentes

elementos, como as áreas urbanas, em

tons de rosa ou ocre, e as áreas de vegeta-

ção nativa, em verde mais escuro.

Lu

cia

no

Da

nie

l T

uli

o

Município de Nísia Floresta, RN

Fonte: ©Google Earth/Image ©2012/Geo Eye. Adaptação.

O uso de satélites teve início em 1957,

com o lançamento do Sputnik pela ex-URSS.

Na década de 1960, foram lançados no espa-

ço satélites para coletar dados meteorológi-

cos. Nas décadas seguintes (1970 e 1980), a

Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa)

criou a estação espacial Skylab e o projeto

Landsat.

Por meio do Instituto Nacional de Pesqui-

sas Espaciais (INPE), o Brasil passou a rece-

ber imagens e dados sobre seu território na

década de 1970. A estação de recepção fica

em Cuiabá - MT, centro geográfico da Améri-

ca do Sul. Na década de 1990, iniciou-se uma

parceria para o lançamento de satélites en-

tre Brasil e China, o Programa CBERS.

A importância das imagens de satélite

As imagens obtidas pelos satélites não apenas

permitem uma visão privilegiada da superfície da

Terra a partir do espaço, mas também mostram

como ela evolui ao longo do tempo. Por esse mo-

tivo, elas são utilizadas para analisar a transforma-

ção do espaço geográfico, que pode ser causada

tanto por meio da ação da natureza quanto pela

ação humana. O uso correto das imagens de satéli-

te pode auxiliar na prevenção de catástrofes, como

furacões e tornados; ajudar a prever as melhores

condições para o plantio e a colheita; reconhecer

focos de incêndios em florestas ou ainda a expan-

são das cidades e suas consequências.

conectado

52

Geografia

Há diversas formas de aplicação das imagens de satéli-

te. Por exemplo, as imagens a seguir mostram a cidade de

Rikuzentakata, no Japão, em dois momentos: a primeira,

no ano de 2010, e a segunda, um dia após ter sido atingida

por um tsunami.

Ta

lita

Ka

thy

Bo

ra

Rikuzentakata, Japão, antes do tsunami

Fonte: ©Google Earth/Image ©2018 Digital Globe. Data da imagem: 22 jul. 2010. Adaptação.

Ta

lita

Ka

thy

Bo

ra

Rikuzentakata, Japão, depois do tsunami

Fonte: ©Google Earth/Image ©2018 Digital Globe. Data da imagem: 12 mar. 2011. Adaptação.

Na primeira imagem, é possível observar áreas arborizadas, em verde-escuro (1); plantações, que se parecem com campos de futebol (2); e

construções, como casas e galpões (3). É possível notar, também, abaixo da imagem, uma faixa de areia, a praia (4). Na segunda imagem, após o tsunami, o local aparece devastado, com a destruição de grande parte da vegetação e das construções. Observando as imagens, é possível concluir que a população ficou desabrigada e sem alimentos, já que muitas casas e plantações foram destruídas.

tsunami: são grandes ondas que surgem como reflexo da movimentação de terras sob o leito oceânico. Também são chamadas de maremoto.

53

Agora observe duas imagens de satélite da cidade de Manaus.

Em ambas as imagens há tanto elementos humanizados (construções e ruas) quanto na-

turais (rios e vegetação). Mas na imagem de 1984 havia mais elementos naturais em compa-

ração com a de 2015. Isso acontece porque parte dos elementos naturais foi suprimida para

a expansão da cidade, já que, entre 1984 e 2015, a população da cidade de Manaus cresceu,

aproximadamente, de 650 000 para 2 000 000 habitantes.

O surgimento das imagens de satélite possibilitou também um grande avanço na car-

tografia. Por meio dessas imagens, os mapas atuais podem ser feitos com maior precisão e

detalhamento.

Nesse exemplo, por meio da imagem de satélite, foi criado um mapa que mostra como ocorre

o uso do solo no município de Porto Seguro (BA) como as áreas ocupadas pela vegetação nativa,

pelas plantações e pela área urbana.

Ta

lita

Ka

thy

Bo

ra

Fonte: ©Google Earth/Image Landsat Copernicus. 1984. Adaptação.

Ta

lita

Ka

thy

Bo

ra

Fonte: ©Google Earth/Image ©2018 Digital Globe. Image ©2018 CNES/Airbus. 2015. Adaptação.

Ta

lita

Ka

thy

Bo

ra

Fonte: VEIGA, R. de S.; SILVA, V. de A., 2018. ©Google Earth/Data SIO, NOAA, U.S. Navy, NGA, GEBCO. Image Landsat/Copernicus. Image©2018CNES/Airbus. Adaptação.

54

Geografia

1 No mapa de Porto Seguro, qual atividade econômica ocupa a maior parte do território, especial-mente ao longo das margens dos rios?

2 O crescimento desordenado e sem planejamento das cidades pode causar diversos efeitos negati-vos ao ambiente. Com base nas imagens de satélite da cidade de Manaus, converse com o professor e os colegas sobre os possíveis impactos que o crescimento dessa cidade pode ter causado ao am-biente, no período observado.

atividades

Elementos cartográficos

Os mapas são compostos por elementos como linhas, cores e símbolos. Para tornar pos-

sível o entendimento desses documentos por qualquer pessoa e em qualquer lugar do mun-

do, os cartógrafos uniformizaram esses elementos, estabelecendo convenções cartográficas

internacionais.

Observe os principais elementos de um mapa.

Ma

rilu

de

So

uza

Brasil: político

Título: informa o lugar e o tema representados no mapa.

Orientação: possibilita

estabelecer as referências espaciais no mapa. Pode ser

representada pela rosa dos ventos ou uma indicação do norte.

Escala: indica quantas vezes o tamanho da área representada foi reduzido proporcionalmente

para ser representado no mapa.

Fonte: indica a origem das informações do mapa. Os dados geralmente são organizados por um ou mais pesquisadores.

Legenda: informa, por meio de símbolos (linhas, traços,

desenhos, entre outros) e cores, os dados representados no mapa. A legenda auxilia no entendimento do mapa.

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

55

Uso de escalas

Escala é a relação entre o tamanho do espaço real e a redução feita para representá-lo

no papel. Ela pode ser numérica ou gráfica.

Escala numérica

A escala numérica, como o próprio nome indica, é representada por números. Por

exemplo:

1 : 100 000 (lê-se: 1 para 100 mil).

Essa escala também pode ser representada das seguintes formas: 1/100 000 ou1

100 000.

A escala numérica é uma fração e, nesse caso, o denominador é 100 mil. Isso significa que

um centímetro no mapa representa 100 mil centímetros no terreno.

A medida usual para representação da escala numérica é o centímetro. Como centíme-

tros não são unidades comuns para referência de distâncias no terreno, deve-se convertê-los

em metros ou quilômetros. Para isso, utiliza-se a régua de conversão de valores.

Observe o exemplo da escala 1 : 100 000.

Escala

km hm dam m dm cm

1 km 0 0 0 0 0

Convertendo os valores, tem-se: 1 cm no mapa = 100 000 cm ou 1 km na realidade.

Escala gráfica

A escala gráfica é representada em um segmento de reta. Nela, cada centímetro do mapa

equivale a um metro, ou um quilômetro, do espaço real. A régua graduada no mapa geralmente

apresenta intervalo de um centímetro.

Observe a escala gráfica do mapa ao lado.

Ela indica que a unidade de medida é o quilôme-

tro e que cada intervalo representa a distância

de 78 quilômetros no terreno.

Variação no tamanho da escala

O tamanho da escala está relacionado à fun-

ção do mapa. Assim, dependendo de sua apli-

cação, os mapas podem apresentar uma escala

grande, média ou pequena. Para cada escala, é

possível obter maior ou menor detalhamento

do terreno – quanto maior a redução, menor a

quantidade de detalhes. O detalhamento indica

quantas vezes o espaço real precisou ser reduzi-

do para ser representado.

Ju

lio

Ma

no

el

Fra

nça

da

Sil

va

Rondônia: município de Porto Velho

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

56

Geografia

Veja, no quadro a seguir, a relação entre o tamanho da escala e sua aplicação no mapa.

Escala Tamanho da escala

Nível de

detalhamento

da área mapeada

Exemplo

de aplicação

Até 1 : 25 000 GrandeMaior quantidade de

detalhes (visão local)Plantas de bairro

De 1 : 25 000 até

1 : 250 000Média

Escala com nível

intermediário de

detalhes (visão local e

regional)

Mapas de municípios

e estados

Acima de 1 : 250 000 Pequena

Menor quantidade de

detalhes (visão regional, nacional e global)

Mapas de países

e continentes — planisfério

Os dados do quadro mostram que a escala grande é empregada em um mapa com mais

detalhes, mas que representa uma área menor. Nesse tipo de mapa, é possível identificar

edificações, as vias asfaltadas, o curso dos rios, a concentração da vegetação, entre outras

informações da área mapeada. Já a escala pequena é utilizada em um mapa com menos de-

talhes, mas que representa uma área maior.

Observe os mapas a seguir.

Lu

cia

no

Da

nie

l T

uli

o

Lu

cia

no

Da

nie

l T

uli

o

Estado de Mato Grosso Rondonópolis, MT

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

57

Observe os mapas da página anterior e, em seguida, responda às questões.

1 Qual é o título dos mapas?

2 Que tipo de escala esses mapas apresentam?

3 Escreva como se lê a escala numérica dos mapas.

4 No mapa do estado de Mato Grosso, a escala gráfica de cada centímetro equivale a quantos quilô-metros no terreno? E no mapa do município de Rondonópolis, quanto representa cada centímetro?

5 No mapa do estado de Mato Grosso, meça com uma régua a distância, em centímetros, entre Ron-donópolis e Cuiabá. A seguir, por meio da escala gráfica, calcule a distância aproximada, em linha reta, entre as duas cidades.

6 Qual dos mapas apresenta a maior escala? E a menor escala?

7 Qual das escalas apresenta menor detalhamento da área mapeada? Explique sua resposta.

leitura cartográfica

58

Geografia

Tipos de mapas

Não é possível representar em um único mapa todos os elementos de um espaço. Por

isso, há diferentes tipos de mapas, cujas informações variam bastante de um para outro.

Os mapas que representam aspectos físicos, como relevo, hidrografia e vegetação, são

chamados de mapas físicos.

Existem ainda aqueles que reproduzem elementos criados pelos seres humanos. Entre

eles, os mais comuns são os mapas:

demográficos – mostram aspectos ligados à população, como densidade demográfica,

migrações, religiões e indicadores de saúde e de ensino;

econômicos – reproduzem os aspectos ligados à economia de um lugar, como a localização

de indústrias, estradas, exploração de recursos minerais, entre outros;

políticos – representam fronteiras, estados, regiões administrativas, etc.;

históricos – ajudam a compreender como era um território ou determinados fenômenos

no passado;

rodoviários – representam as principais vias rodoviárias, que formam uma rede integran-

do o país.

Observe a seguir alguns exemplos de mapas temáticos.

Ta

lita

Ka

thy

Bo

ra

Brasil: relevo

Ta

lita

Ka

thy

Bo

ra

Brasil: densidade demográfica

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 88. Adaptação.

Fonte: IBGE. Sinopse do Censo Demográfico – 2010. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/sinopse.pdf>. Acesso em: 23 out. 2013. Adaptação.

59

Ma

rilu

de

So

uza

Brasil: recursos minerais

Ta

lita

Ka

thy

Bo

ra

Brasil: regiões administrativas

Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli A. de. Atlas do Brasil. São Paulo: Edusp, 2008. p. 72. Adaptação.

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

Tipos de representações cartográficas

Além dos mapas, é possível usar maquetes, plantas e globos terrestres para fazer repre-

sentações cartográficas.

Globo terrestre

Os globos terrestres são as representações mais

confiáveis da Terra, pois reproduzem o planeta de

forma esférica, mais semelhante, portanto, ao

original. Neles, a distribuição e a configuração

dos continentes e dos oceanos também são mais

próximas do real.

©W

ikime

dia

Co

mm

on

s/ Ch

ristian

Fis

60

Geografia

©P

uls

ar

Ima

ge

ns/

Ern

est

o R

eg

hra

n

Maquete

As maquetes são cons-

truções em miniatura que

representam objetos ou

elementos de determinado

lugar. São tridimensionais,

ou seja, têm altura, largura e

profundidade.

Elas podem ser confec-

cionadas com papel, madei-

ra, plástico, isopor, metal

ou, até mesmo, sucata. Ge-

ralmente, são utilizadas por

engenheiros e arquitetos

para representar um espaço

em construção.

Lu

cia

no

Da

nie

l T

uli

o

Curitiba: arruamento Alto da Glória

Fonte: Google Maps. IPPUC. Adaptação.

Planta de parte do centro de Curitiba, PR

Planta

As plantas representam pequenos espaços, como casas, apartamentos, bairros e ruas de

cidades. Geralmente, são elaboradas em grande escala, possibilitando maior detalhamento

do espaço representado.

61

O texto a seguir trata dos mapas táteis – representações gráficas em textura e relevo

– que servem para orientar os deficientes visuais na locomoção e localização de lugares e

fenômenos geográficos. Leia-o atentamente.

Mapa tátil direciona deficientes visuais no metrô

Cidadãos também podem se localizar pelo piso tátil implantado no chão das estações

Um mapa tátil implantado no Metrô Santa Ce-cília está facilitando o deslocamento de defi cientes visuais no entorno da estação. Construída em for-mas tridimensionais, a ferramenta reproduz em al-to-relevo e em braile as ruas e pontos de referência que se localizam ao redor do local.

No mapa, o usuário consegue encontrar as prin-cipais escolas, hospitais, igrejas, estações do metrô e restaurantes. Para aqueles que têm visão reduzi-da, as alterações de cores – azul, preto e branco – permitem a compreensão das informações.

[...]

MAPA tátil direciona deficientes visuais no metrô. Disponível em: <http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/lenoticia.php?id=201856#1>. Acesso em: 10 out. 2013.

Com base no texto, responda às questões a seguir.

1 Do que trata a notícia?

2 Por que o mapa tátil disponibilizado aos usuários do metrô foi construído em alto-relevo?

3 Que informações podem ser identificadas pelos usuários do metrô que utilizarem o mapa tátil?

4 Você conhece alguma ação praticada em seu município que facilita o acesso de pessoas com defi-ciência aos serviços públicos? Descreva-a, caso ocorra, ou cite exemplo de outro lugar, cuja adoção onde você vive traria benefícios para a população.

alhar geográfico

©F

olh

ap

ress

/He

nri

qu

e M

an

reza

Usuário utiliza mapa tátil da Estação Santa Cecília, no município de São Paulo, SP, 2009

62

Geografia

1 Que povo produziu o mapa-múndi mais antigo já encontrado? Com que material ele foi confeccio-nado e o que representava?

2 Cite algumas utilidades dos satélites de uso civil.

3 Quais são os principais elementos que compõem um mapa?

4 Escolha dois elementos que compõem um mapa e explique o que eles representam.

5 Observe a imagem de satélite de parte do bairro Jardim Paraíso, no município de Joinville (SC), e responda às questões propostas.

Ta

lita

Ka

thy

Bo

ra

a) Que elementos da paisagem é possível observar na imagem de satélite?

Fonte: ©Google Earth/Image ©2018 Digital Globe. 2009. Adaptação.

o que já conquistei

63

b) A letra C representa uma paisagem cultural. Você concorda com essa afirmação? Com base no que estudou sobre paisagens, justifique sua resposta.

c) Em sua opinião, que motivos levaram as pessoas a transformar o lugar na atual paisagem re-presentada pela letra B?

6 A imagem representa a planta de um apartamento. Observe-a e, em seguida, responda ao que se pede.

a) Para qual tipo ou tamanho de espaço esse modo de representação (planta) é mais indicado?

b) Qual é a escala numérica apresentada nessa planta: pequena, média ou grande? Explique sua resposta.

c) Qual é a escala gráfica apresentada na planta? Um centímetro dessa escala corresponde a

quantos metros no apartamento?

d) Quais são o maior e o menor cômodo do apartamento? Calcule suas dimensões reais.

An

ton

io E

de

r. 2

01

2. D

igit

al.

64

Material de apoio6°. ano – Volume 1

Geografia

Pla

nis

féri

o: f

uso

s h

orá

rio

s

Fon

te: I

BG

E. A

tlas

geo

gráf

ico

esco

lar.

7. e

d. R

io d

e Ja

nei

ro, 2

016.

Ad

apta

ção.

Marilu de Souza

Capítulo 4 – Páginas 43 e 45 – Leitura cartográfica

1

Capítulo 4 – Página 45 – Atividade complementar

WINKEL, Juliana. No 1º. tempo, o time joga no Hemisfério Sul; no 2º., no Norte. Disponível em: <http://www.almanaquebrasil.com.br/curiosidades-esporte/4885-no-1o-tempo-o-time-joga-no-hemisferio-sul-no-2o-no-norte.html>. Acesso em: 13 nov. 2013.

Zerão, o estádio de futebol que fica no meio do mundo

O Amapá, como toda terra, tem suas curiosidades. Uma das mais conhecidas diz respeito à geografia global. Situado quase que inteiramente no Hemisfério Norte, o estado abriga a única capital do Brasil cortada pela Linha do Equador – Macapá. Para destacar o fato, construíram na cidade um monumento, o Marco Zero, com relógio de sol e terraço para contemplação dos equinócios de março e setembro, quando o Sol cruza a Linha do Equador.

O mais curioso [...] tem a ver com a vida esportiva da cidade. Em 17 de outubro de 1990, foi inaugurado o Estádio de Futebol Milton Corrêa, o Zerão. Pelo projeto, metade do campo fica no Hemisfério Sul, metade no Hemisfério Norte. Visto de cima, ele se asse-melha a um imenso zero. Com capacidade para 8 mil pessoas, é um dos três estádios que ficam exatamente no meio do mundo.

Em geral, os equinócios acontecem nos dias

21 de março e 22 de setembro, quando os

raios do sol incidem perpendicularmente

sobre a Linha do Equador.

Imagem aérea mostrando o estádio do Zerão, com metade do campo no Hemisfério Norte (à esquerda) e a outra metade no

Hemisfério Sul (à direita). Ao fundo, o monumento Marco Zero do Equador no dia do equinócio. Macapá, AP, 2000.

©T

yb

a/M

arc

ell

o L

ou

ren

ço

idades. bal.e, a

o o Sol

Fla

pe

r. 2

01

9. D

igit

al.

©P

uls

ar

Ima

ge

ns/

Ro

rio

Re

is

Marco Zero do município de Macapá, AP, 2012

2