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impressão Pedagógica [ 3 ] [ editorial ] Direção-Geral: Armindo Vilson Anger Armindo Vilson Anger Armindo Vilson Anger Armindo Vilson Anger Armindo Vilson Angerer er er er er Gerente do CEEE: Rosalina Soar osalina Soar osalina Soar osalina Soar osalina Soares es es es es Gerente de Marketing: Karina L Karina L Karina L Karina L Karina Lafraia afraia afraia afraia afraia Edição e Redação: Andr Andr Andr Andr Andrea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos (Mtb 9355/19/195) (Mtb 9355/19/195) (Mtb 9355/19/195) (Mtb 9355/19/195) (Mtb 9355/19/195) Alessandra P Alessandra P Alessandra P Alessandra P Alessandra Potamianos otamianos otamianos otamianos otamianos (Mtb 4469/18/109) (Mtb 4469/18/109) (Mtb 4469/18/109) (Mtb 4469/18/109) (Mtb 4469/18/109) Direção de Gráfica: Antonio Both Antonio Both Antonio Both Antonio Both Antonio Both Gerente Pré-Impressão: Paulo César Niehues aulo César Niehues aulo César Niehues aulo César Niehues aulo César Niehues Arte e Diagramação: Augusto de P Augusto de P Augusto de P Augusto de P Augusto de Paiva Vidal neto aiva Vidal neto aiva Vidal neto aiva Vidal neto aiva Vidal neto Fotolitos e Impressão: Editora Gráfica Expoente Ltda. Editora Gráfica Expoente Ltda. Editora Gráfica Expoente Ltda. Editora Gráfica Expoente Ltda. Editora Gráfica Expoente Ltda. Av Av Av Av Av. Maringá, 350 - P . Maringá, 350 - P . Maringá, 350 - P . Maringá, 350 - P . Maringá, 350 - Pinhais-PR inhais-PR inhais-PR inhais-PR inhais-PR CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50 CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50 CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50 CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50 CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50 Fax: (41) 3312 43 70 Fax: (41) 3312 43 70 Fax: (41) 3312 43 70 Fax: (41) 3312 43 70 Fax: (41) 3312 43 70 Tiragem: 18 500 exemplar 18 500 exemplar 18 500 exemplar 18 500 exemplar 18 500 exemplares. es. es. es. es. Impressão Pedagógica é uma publicação semestral, de circulação nacional, dirigida a diretores de escolas, coordenadores e professores, sendo distribuída por mailing personalizado. Não nos responsabilizamos por opiniões expressas nos artigos assinados. Todos os direitos reservados. [ expediente ] [ 04 ] Entrevista Hamilton Werneck [ 08 ] O que muda no Ensino Fundamental de 9 anos [ 10 ] Aproveite as eleições para trabalhar a cidadania [ 14 ] Aprendizado fora da sala de aula [ 20 ] Alfabetização com muita diversão [ 24 ] A importância dos projetos educacionais [ 28 ] Filosofia e Sociologia de volta aos currículos escolares [ Ìndice ] Armindo Angerer Diretor-Geral Grupo Educacional Expoente

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[ editorial ]

Direção-Geral: Armindo Vilson AngerArmindo Vilson AngerArmindo Vilson AngerArmindo Vilson AngerArmindo Vilson AngererererererGerente do CEEE: RRRRRosalina Soarosalina Soarosalina Soarosalina Soarosalina Soareseseseses

Gerente de Marketing: Karina LKarina LKarina LKarina LKarina LafraiaafraiaafraiaafraiaafraiaEdição e Redação:

AndrAndrAndrAndrAndrea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos (Mtb 9355/19/195)(Mtb 9355/19/195)(Mtb 9355/19/195)(Mtb 9355/19/195)(Mtb 9355/19/195)Alessandra PAlessandra PAlessandra PAlessandra PAlessandra Potamianos otamianos otamianos otamianos otamianos (Mtb 4469/18/109)(Mtb 4469/18/109)(Mtb 4469/18/109)(Mtb 4469/18/109)(Mtb 4469/18/109)

Direção de Gráfica: Antonio BothAntonio BothAntonio BothAntonio BothAntonio BothGerente Pré-Impressão: PPPPPaulo César Niehuesaulo César Niehuesaulo César Niehuesaulo César Niehuesaulo César Niehues

Arte e Diagramação: Augusto de P Augusto de P Augusto de P Augusto de P Augusto de Paiva Vidal netoaiva Vidal netoaiva Vidal netoaiva Vidal netoaiva Vidal neto

Fotolitos e Impressão: Editora Gráfica Expoente Ltda.Editora Gráfica Expoente Ltda.Editora Gráfica Expoente Ltda.Editora Gráfica Expoente Ltda.Editora Gráfica Expoente Ltda.AvAvAvAvAv. Maringá, 350 - P. Maringá, 350 - P. Maringá, 350 - P. Maringá, 350 - P. Maringá, 350 - Pinhais-PRinhais-PRinhais-PRinhais-PRinhais-PR

CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50Fax: (41) 3312 43 70Fax: (41) 3312 43 70Fax: (41) 3312 43 70Fax: (41) 3312 43 70Fax: (41) 3312 43 70

Tiragem: 18 500 exemplar18 500 exemplar18 500 exemplar18 500 exemplar18 500 exemplares.es.es.es.es.

Impressão Pedagógica é uma publicação semestral,de circulação nacional, dirigida a diretores de escolas,

coordenadores e professores, sendo distribuída por mailingpersonalizado. Não nos responsabilizamos por opiniões

expressas nos artigos assinados.Todos os direitos reservados.

[ expediente ][ 04 ] Entrevista Hamilton Werneck

[ 08 ] O que muda no EnsinoFundamental de 9 anos

[ 10 ] Aproveite as eleições paratrabalhar a cidadania

[ 14 ] Aprendizado fora da sala de aula

[ 20 ] Alfabetização com muita diversão

[ 24 ] A importância dos projetoseducacionais

[ 28 ] Filosofia e Sociologia de volta aoscurrículos escolares

[ Ìndice ]

Armindo AngererDiretor-Geral

Grupo Educacional Expoente

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Tu finges, ele fingeHamilton Werneck viaja o país, falando sobrea pedagogia do fingimento e as dificuldadesda carreira do educador

[ entrevista ]

[ 4 ] impressão Pedagógica

Você já deve ter se deparado com aquele professor que finge que ensina ou

com o aluno que finge que aprende. A situação é comum e, infelizmente,

ainda não tem prazo para acabar. Por mais que o educador se aperfeiçoe,

constantemente, a pedagogia do fingimento tem espaço em uma ou outra

instituição. O professor, consultor e escritor Hamilton Werneck até publicou

um livro sobre esse assunto. Segundo ele, ensinar

e exigir que os alunos aprendam por

aprender, sem incentivar o ato de

pensar, é um indício da

pedagogia do fingimento. Mas o

magistério, claro, não se resume

ao fingimento de alguns

professores e alunos. É

importante manter-se atualizado e

interessado pela função social do

educador. E, para isso acontecer deve-

se investir na educação permanente.

Confira esse e outros assuntos na

entrevista que Hamilton Werneck

concedeu à Impressão

Pedagógica.

[ 4 ] impressão Pedagógica

Impressão Pedagógica– Em seu

livro Se Você Finge que Ensina,

Eu Finjo que Aprendo, é defendida

a idéia de que professores e

alunos estão envolvidos numa

farsa. Você pode enumerar

algumas situações para

exemplificar essa idéia?

Hamilton Werneck – Se o trabalho

em grupo, nas aulas, torna-se uma

conversa fiada, então, não há um

fato pedagógico relevante. Trata-se

de fingimento consentido de ambas

as partes. Depois, quando os traba-

lhos são feitos e assinados, poden-

do ter sido trabalho de um só, a

nota vai para todos, sem o profes-

sor saber quem, de fato, sabe. Tra-

ta-se de uma ilusão. Ensinar o que

não é atual e útil, outra ilusão. Ensi-

nar e exigir que os alunos aprendam

o que não leva ao hábito de pensar

por si só é outra farsa. Exigir, nos

dias de internet, que os alunos de-

corem, outra perda de tempo. Ensi-

nar conceitos livrescos quando es-

tão cheios de erros, como as defini-

ções de ilha e triângulo, a explica-

ção da órbita da Terra.

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impressão Pedagógica [ 5 ]

em relação ao Sol, tudo uma gran-

de perda de tempo. Mas por que

isso ocorre? Muito simples: os pro-

fessores são “pilotos de livros didá-

ticos”, e não agentes de transforma-

ção.

IP – Quais motivos levam um

professor a adotar a Pedagogia do

Fingimento com seus alunos?

Hamilton Werneck – Muitos

professores, escolas e sistemas

estão trabalhando mecanicamente,

sem pensar no que estão fazendo.

Trabalham e, por vezes, trabalham

muito, porém fazem o que o

programa manda, sem levar em

conta o contexto dos alunos. O

fingimento não é pensado, nem

acatado, nem se trata de uma

forma de ação consciente. Trata-se

de uma ação involuntária, quase

que automática, de pessoas que

refletem pouco. Ou seja: não

pensam o próprio

pensar.

IP – Você costuma dizer que a

educação permanente e a

conexão são duas tendências em

nossa sociedade. O que isso

significa?

Hamilton Werneck – Assim como

você não compra um produto num

supermercado com data de

validade vencida, os alunos

também não gostam de assistir a

aulas com professores

desatualizados. Para se manter

atualizado, só por meio de uma

formação permanente, que poderá,

até mesmo, ser administrada pelo

próprio professor, por leituras e

debates com seus próprios

colegas. A questão é que, muitos,

no magistério, sempre esperam que

os dirigentes organizem a formação

permanente. Deveriam, sim,

organizá-la. No entanto, se eles não

a organizam, nada impede que o

próprio interessado, o professor,

procure se organizar tendo em vista

essa formação. Sem isso, não se

vai adiante a lugar algum e a

profissão alguma. O segundo

tópico da pergunta fala de conexão.

Pois bem, no mundo atual, com os

assumem, de fato, essa postura

política, fazendo disso uma

bandeira e levando essa

“politicagem” a sério?

Hamilton Werneck – Buscando

recurso em Pierre Bourdier,

afirmamos que não há escola

neutra. Pode não existir uma escola

partidária (político-partidária), mas,

na macropolítica, as escolas são

políticas. Como se desenvolve o

conceito de poder nas escolas? A

meios de comunicação que

existem, é importante estarmos

conectados. Conectar-se com os

colegas de colégio, de série e de

turma; conectar-se pela internet,

por vários tipos de

correspondência. Essa conexão

visa, antes de mais nada, à troca de

informações e de conhecimento.

Quanto maior a rede de conexões,

maiores as oportunidades de

formação permanente.

IP – Ainda que não apóiem ou

banquem campanhas políticas

nem se envolvam com partidos,

você afirma que todas as escolas

são políticas, pois permitem e

incentivam os trabalhos em

equipe, promovem o diálogo e se

organizam. Mas as escolas

escola busca a legitimidade

árquica, télica, tectônica ou tópica

do poder, relembrando os capítulos

finais de meu livro Ensinamos

Demais, Aprendemos de Menos?

As relações de submissão, a

começar pela do próprio corpo, às

normas disciplinares existentes e à

metodologia das aulas indicam

pistas para a democracia ou

autocracia? A escola é uma

representação da sociedade,

podendo não ser sua fiel

reprodutora, embora Louis

Althusser, no livro Ideologia e

Aparelhos Ideológicos de Estado,

afirme que as escolas são

aparelhos reprodutores. Ao

reproduzir, a escola faz política no

sentido macro, não no sentido

“Muitos professores, escolas e sistemas

estão trabalhando mecanicamente, sem

pensar no que estão fazendo. Trabalham

e, por vezes, trabalham muito, porém

fazem o que o programa manda.”

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[ 6 ] impressão Pedagógica

micro. Existem grêmios estudantis

ou representação dos estudantes

para dialogar com os educadores?

Existindo ou não, em ambas as

práticas, está embutido um

conceito político. Nesse sentido,

toda escola faz política.

IP – O que é o conteúdo oculto?

Hamilton Werneck – Chamamos de

conteúdo oculto o que os alunos

percebem no ato educador, que, no

entanto, não aparece nos

programas, nos objetivos e nos

conteúdos. Ele está presente nas

atitudes, no modo de fazer o

trabalho, nas relações entre

educandos e educadores. Paulo

Freire diz que deveríamos chegar a

um momento em nossa vida

profissional em que “nossa fala

deveria ser a nossa prática”. Se as

ações educativas ocorrem nessa

visão freiriana, o conteúdo será

manifesto. No entanto, se as ações

são veladas, despercebidas, então,

o conteúdo é oculto, e o educando

acaba por concluir na direção que

a cultura deseja, sem ter sido

aconselhado para tirar tais

conclusões.

IP – A avaliação é uma das

ferramentas pedagógicas. Você

acredita que corrigir uma prova

apenas analisando as respostas

é um método falho?

Hamilton Werneck – Quando um

professor corrige as questões de

uma prova pela resposta final, está

deixando em segundo plano a

análise do processo. Marshall

McLuhan, em 1963, no livro Meios

de Comunicação como Extensão da

Pessoa Humana, lembra que “a

queda é mais importante que a

contusão”. Isso significa que o

processo, o caminho seguido é o

mais importante para avaliar o que

um aluno, de fato, sabe. O

acompanhamento do

desenvolvimento de uma resposta

permitirá uma análise mais acurada

dos erros e o professor saberá

quais domínios o seu aluno tem ou

precisa adquirir. A uma conclusão,

portanto, chega-se: professores mal

pagos, saturados de trabalho, e que

necessitam atender a todas as

exigências burocráticas das provas

e notas do bimestre não terão bom

desempenho como avaliadores e

educadores. Serão muito mais

“pilotos de livro didático” que

“agentes de transformação”.

IP – O professor é também uma

das vítimas da péssima qualidade

de ensino que ainda existe em

algumas instituições que tratam a

educação sem lhe dar o devido

valor. O professor, ao seu ver,

continua passivo frente a essa

situação?

Hamilton Werneck – O professor,

mesmo não aderindo à

“vitimologia”, pode ser vítima do

processo que atinge a educação.

São salários baixos, desvios de

verbas, desconsiderações por parte

da sociedade. Muitas vezes, dele

tudo se exige e pouco se oferece. O

Brasil desenvolve, ainda, a

educação da quantidade em

detrimento da qualidade. Não se

pode negar que a educação do

passado, mesmo nas escolas

públicas, era muito boa. No

entanto, é preciso avaliar melhor

essa questão, porque não era a

grande massa da população que

estudava nessas escolas; eram,

exatamente, os membros das elites

rurais e urbanas. Havia qualidade,

mas para um grupo muito reduzido

de pessoas. Hoje, desenvolve-se a

quantidade: quase todas as

crianças estão nas escolas, mas as

escolas ensinam o que não se

precisa aprender, descuidam do

pensar e do sentir, não se prendem

ao “aprender a aprender”. Isso

significa que podemos desenvolver,

facilmente, uma pedagogia para o

pobre continuar pobre. E ser

agente pedagógico de uma

situação dessas é uma lástima que

desencanta qualquer mestre

responsável que tenha o mínimo de

discernimento em relação as suas

ações profissionais.

“Algumas provas trazem um espaço

retangular ou quadrado abaixo das questões

para as respostas. O professor muito

atarefado ganha tempo ao corrigir, porém

não sabe da evolução de seus alunos.”

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impressão Pedagógica [ 7 ]

O papel pedagógicodo conflito

[ artigo ]

Em qualquer ambiente social e,

como não poderia ser diferente, no

ambiente escolar, as relações

interpessoais são envolvidas por

afetividade que também pode

compreender situações de

desavenças no cotidiano. Ver como

naturais essas manifestações e

compreender que são

oportunidades de aprendizagem

representa um desafio para nós

professores. Os conflitos podem

ter contextos construtivos ou

destrutivos, dependendo da postura

que temos, pois mesmo não

fazendo nada transmitimos uma

mensagem. Em qualquer relação

educativa, haverá crises ou atritos

que podemos considerar como

ocorrências naturais nas relações

humanas. Considerando-as como

parte do processo de

desenvolvimento do ser humano,

penso que podemos planejar

intervenções que favoreçam a

construção autônoma das crianças,

ou adolescentes, na resolução dos

conflitos.Há uma grande tendência emgastarmos tempo e energia paraprevenir ou evitar conflitos.Pensando que quanto maiscooperativas forem as criançasmais conflitos surgirão, podemosplanejar situações deaprendizagem que as envolvam.

Por exemplo, discutindo as

conseqüências da “fofoca”,pode-se

pedir para que os envolvidos

discorram sobre como se sentiram.

Situações de mentira são ótimas

oportunidades para refletir sobre a

necessidade da veracidade. Em

circunstâncias de agressões físicas

e verbais, possibilitar que os alunos

reconheçam os sentimentos dos

outros e resolvam as desavenças

por meio do diálogo. Isso amplia a

consciência do certo e do errado,

do bem e do mal e torna os

indivíduos solidários e competentes

para manter relacionamentos

saudáveis. Expressar os

sentimentos sem causar danos nos

outros é uma ótima experiência

para controlar explosões de raiva.

Isso envolve a descentração e a

reciprocidade, condições

necessárias para considerar as

perspectivas e os sentimentos dos

outros. Os pequenos furtos podem

servir para as crianças aprenderem

o significado de emprestar e não

pegar o que não lhes pertence semautorização. Crianças precisamaprender a lidar com a frustração, atristeza, a perda, a raiva ecompreender que isso faz parte dossentimentos humanos.Geralmente nós, professores,tendemos a resolver os conflitosentre as crianças, retirando-as do

processo e não lhes

proporcionando a oportunidade de

aprenderem com o conflito. O fato

de não solucionar por elas não é

sinônimo de largá-las à própria

sorte. A intervenção do professor

acontece à medida em que ele

explicita o problema de tal forma

que as crianças possam entendê-lo,

ajuda-as a verbalizar seus

sentimentos e desejos, promove

uma interação, auxilia-as a se

escutarem e convida-as a

colocarem sugestões e proporem

soluções. O professor promove o

autoconhecimento quando ajuda a

criança a refletir sobre seus

sentimentos e tendência de

reações.

Acreditemos que as crianças são

capazes de resolver seus conflitos,

mas lembremos, também, que

nossa postura e mediação são

parte do processo de

aprendizagem.

Maria Luiza Pick,graduada em Pedagogia epÛs-graduada emModalidades de IntervenÁ„o noProcesso Ensino/Aprendizagem, pela PUC/PR.Coordenadora, da EducaÁ„oInfantil ‡ 4™ sÈrie, do Expoente.

impressão Pedagógica [ 7 ]

por Maria Luiza Pick

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[ 8 ] impressão Pedagógica

O Ensino Fundamental de 9 anos já

é uma realidade em muitos

municípios brasileiros. O que o

Ministério da Educação quer fazer,

até 2010, é uniformizar esse nível de

ensino em todo o país, atualizando

o currículo escolar dos estudantes,

a exemplo do que acontece em

MEC quer uniformizar EF em todoo Brasil até 2010

Mudanças no EnsinoFundamental

todos os outros países da América

Latina. O MEC orientou que cada

Conselho Estadual da Educação

defina em sua região quando o

Ensino Fundamental de 9 anos

deve ser incorporado à realidade

das escolas, tendo o ano de 2010

como prazo máximo para isso. Em

São Paulo, o Conselho

Estadual de Educação

definiu que o EF de 9

anos deve ser

implantado até 2010.

Um dos objetivos

dessa padronização é

permitir que mais

crianças comecem a

freqüentar as escolas

(com o EF de 9 anos,

o pai é obrigado – por

lei – a matricular seu

filho com 6 anos e não

mais com 7). O

conteúdo escolar não

sofrerá grandes

mudanças. Apesar de

ingressar no Ensino

Fundamental com 6

anos, o período de

desenvolvimento da

O Ministério da Educação eCultura (MEC), disponibilizouem seu site(www.mec.gov.br) um FAQde perguntas maisfreqüentes sobre o EnsinoFundamental de 9 anos.Você pode ter acesso àsperguntas e respostas noPortal Escola Interativa(www.escolainterativa.com.br).

criança deverá ser respeitado. As

atividades ainda serão alusivas ao

mundo infantil e os pequenos

ingressarão no ciclo de

alfabetização. “A criança de 6 anos

ainda é aquela que brinca e as

atividades são mais infantis. Logo,

ela não terá o mesmo conteúdo

(pedagógico) da criança com 7

anos”, explica Francisco das

Chagas Fernandes, secretário da

Educação Básica do MEC.

Adaptando-se plenamente à nova

realidade, o Sistema de Ensino

Expoente manterá até 2010 todos

os seus materiais didáticos

atualizados, tanto para o Ensino

Fundamental de 8 anos, como para

o de 9 anos.

[ 8 ] impressão Pedagógica

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[ 10 ] impressão Pedagógica

Cidadania seaprende na escola

Aproveite as eleições para desenvolver aconsciência política em seus alunos

PMDB tem o maior número de candidatos;

Heloísa Helena trabalhou como bóia-fria; Lula

considera aceitar o convite para debate elei-

toral; Apoio de Aécio a Alckmin não deve ser

tão enfático. As frases acima foram retiradas

das manchetes de alguns jornais no dia 3 de

agosto de 2006. Mas, se você está se per-

guntando o que isso tem a ver com a rotina

escolar, a resposta é simples: tudo. Afinal, as

eleições de 2006 são um ótimo momento para

se trabalhar o tema cidadania e mostrar aos

seus alunos que o voto consciente é sim ca-

paz de mudar a sociedade.

“Alguns alunos vêem os políticos como de-

sonestos, negligentes, corruptos, que visam

apenas ao lado financeiro e egocêntrico e dei-

xando o interesse maior pelo bem comum da

sociedade. Por outro lado, temos estudantes

que, depois das nossas discussões em sala

de aula, adquirem uma visão mais ampla, le-

vando em conta que a política não pode ser

vista somente como algo negativo, mas sim

como a solução dos problemas da socieda-

de”, analisa Alessandro Luis Mombach, pro-

fessor de Filosofia do Colégio Expoente.

Mas, para chegarem às próprias conclusões,

os alunos precisam de estímulo. O professor

Alessandro, por exemplo, trabalha com muita

leitura, reflexão de grupo e discussões.

“Conscientizo os adolescentes da realidade

[ 10 ] impressão Pedagógica

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impressão Pedagógica [ 11 ]

social e política de nossa sociedade

mostrando que um bom futuro de-

pende de boas atitudes no presen-

te, sobretudo, de que o voto cons-

ciente é a única forma de tornar-

mos nosso país mais justo e hu-

mano”, diz.

Cuidado,porém, para não lembrar da

cidadania apenas em época de elei-

ção. É importante exercitá-la diaria-

mente. “Parto do princípio que a sala

de aula é uma célula desse imenso

corpo que é a sociedade, por isso é

preciso viver a cidadania, respeitan-

do os direitos e deveres do aluno

na sala de aula e no espaço esco-

lar”, defende o professor, lembran-

do que o exercício da cidadania não

tem idade.

É possível trabalhar, de acordo com

a faixa etária de cada turma, valores

como honestidade e respeito por

todos e tudo que está a nossa volta.

“Acredita-se que não nascemos seres

humanos, mas sim, tornamo-nos

seres humanos por meio de

experiência e convivência com o

outro. Devemos desenvolver nos

alunos o espírito solidário, visando

mais ao bem comum e altruísta do

que a um bem individual e egoísta”,

conclui o ensinador.

Estudantes vão às urnasNa escola Vivendo o Verde, em São Bernardo do Campo (SP), votar é

um dever de todos, não importa a idade. A primeira experiência dos

estudantes, do maternal à 8a. série do Ensino Fundamental, diante das

“urnas” foi no referendo popular sobre a comercializaçã o de armas no

país, em 2005. O projeto empolgou tanto os pequenos cidadãos que a

instituição vai repetir a dose para as eleições de 2006.

Na época do referendo, as turmas de 6a. série dividiram-se em dois grupos.

Um, a favor da comercialização das armas e outro, contra. Os alunos

ficaram responsáveis pelas campanhas. Para isso, pesquisaram em detalhes

o tema, realizaram, todas as semanas, o “horário eleitoral” – quando

passavam em todas as classes defendendo seu ponto de vista e informando

os colegas – e colaram cartazes por toda a escola.

Já a 7a. série fez o papel do Tribunal Regional Eleitoral e o Tribunal Superior

Eleitoral ficou por conta da a 8a.. As turmas mostraram o que era permitido

e proibido nas campanhas, confeccionaram títulos de eleitor para todos

os alunos e dividiram a escola em seções eleitorais para o tão esperado

momento da votação.

“Percebemos que, antes do trabalho, os alunos não se envolviam. Depois,

passaram a ser mais críticos e entenderam a importância de ter opinião

própria, baseada no conhecimento”, conta Kátia Navarro Alves, professora

de Filosofia do Ensino Fundamental II (5a. a 8a. série).

Em 2006, os trabalhos na Vivendo o Verde já começaram. As turmas de 7a.

e 8a. séries do Ensino Fundamental fazem novamente as vezes de TRE e

TSE. Já a 6a. série continua responsável pelas campanhas, mas para não

ter que representar um candidato, a instituição decidiu que os alunos

votariam melhorias para a escola. Os grupos se dividiram e defendem,

entre outros benefícios, a pintura do muro e a construção de uma pista

de corrida. “O tema é aproveitado em todas as disciplinas. Em Matemática,

foram trabalhados gráficos de pesquisas, e, em História, os professores

mostraram como era o processo eleitoral antigamente”, conta .

Quem vencerá as eleições escolares? Isso não importa, os alunos do

Vivendo o Verde já saíram ganhando quando entenderam o valor do voto.

impressão Pedagógica [ 11 ]

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[ 12 ] impressão Pedagógica

Como vive oprofessor brasileiroDificuldades são muitas, mas docentesnão pensam em desistir

O salário de um professor, na

Educação Infantil, é cerca de vinte

vezes menor que o de um juiz. Para

garantir o próprio sustento, 25%

dos docentes trabalham mais de 40

horas semanais e acabam sem

tempo de preparar aulas criativas e

inovadoras. A infra-estrutura também

deixa a desejar: 80% das escolas

brasileiras não contam com

laboratórios de ciências e 45% não

têm nem bibliotecas. É difícil ser

professor no Brasil, mas, mesmo

com números tão decepcionantes,

a arte de ensinar continua

encantando e reunindo cada vez

mais adeptos. Atualmente, existem

2,6 milhões de docentes no país,

responsáveis pela educação de 57,7

milhões de alunos. E, nos últimos

anos, o número de ingressos nos

cursos de graduação que oferecem

licenciatura mais que dobrou,

passando de 166 mil, em 1991, para

362 mil, em 2002.

Segundo a pesquisa O Perfil dos

Professores Brasileiros: o que fazem,

o que pensam, o que almejam,

realizada pela Unesco, em parceria

com o Instituto Paulo Montenegro,

com o Instituto Nacional de Estudos

e Pesquisas Educacionais (Inep) e

com o Ministério da Educação,

apenas 10% dos docentes declara-

ram o desejo de largar a profissão,

enquanto 72,2% enxergam a

educação como principal maneira

para formar cidadãos conscientes.

Além disso 60,5% ainda sonham em

desenvolver a criatividade e o

espírito crítico de seus alunos.

Confira a história de dois

professores que deixam de lado as

dificuldades e vivem a experiência

da educação com muito orgulho.

Existem cerca de 2,6 milhıes deprofessores no Brasil

15% dos professores brasileirosest„o na �rea rural

80% dos docentes de EducaÁ„oInfantil, Ensino Fundamental eMÈdio atuam na rede p˙blica

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impressão Pedagógica [ 13 ]

Exemplos de dedicação“Meu pai era advogado havia 42 anos; tinha uma carreira brilhante,

e quando fui escolher minha profissão, eu era muito indeciso. Me

sentia pressionado a seguir os passos dele, pois todos diziam que

seria mais fácil, que eu já começaria a carreira com a garantia de

ter clientes e um nome no mercado. Enfim, me deixei influenciar.

Resultado: fiz Direito e me formei, mesmo sabendo que não estava

feliz. Como já dava aulas de Inglês, aproveitei e resolvi fazer Letras

na Universidade Federal do Paraná. Ensinar já era a minha paixão

e decidi investir.

Tive a oportunidade de fazer um curso em Londres e me encantei

pela história da Língua Inglesa. Em seguida, fui para Edimburgo,

fiquei lá por um tempo e quando voltei ao Brasil fiz pós-graduação em Língua Inglesa – Introdução e

Metodologia de Ensino.

Como adoro cantar tango, também aprendi o Espanhol sozinho e, para aperfeiçoar, fiz muitos cursos de

especialização. Tenho muitos amigos argentinos e aproveitava as férias para ficar um tempo mais longo em

Buenos Aires, praticando o idioma.

O que mais me fascina é passar o meu conhecimento e ver que isso pode transformar outras pessoas. Para

a minha família não foi fácil, sei que os decepcionei, até porque a área educacional não é muito

valorizada no Brasil. Mas valeu a pena, poderia ser muito mais rico hoje, mas com certeza não seria tão

feliz. Acredito que o homem deve pôr seu coração em tudo o que faz. Se fizer isso com certeza terá

sucesso.”

“Sou professora há 24 anos e acredito que educação se faz com

amor, paciência e comprometimento. Para garantir bons

resultados com a turma, faço questão de falar baixo com eles.

Não é preciso gritar para impor respeito, converso sempre e

explico tudo. Tem o caso de um aluno que nenhum professor

queria por problemas de comportamento. Percebi que era

dificuldade de aprendizado, consegui que ele freqüente uma aula

de apoio com menos alunos e está progredindo bastante. Isso é

gratificante!

Esse ano assumi pela primeira vez uma turma de inclusão. Minha

primeira reação foi o receio, mas decidi superar meu medo e

correr atrás do assunto. Fiz muita leitura, troquei idéia com outros

profissionais e busquei orientação junto à APAE. Agora estou confiante e adorando o trabalho.”

Alexandre Bastos Penteado, professor deInglês e Espanhol, no Expoente.

Luzia Rosana da Silva Lima, professora da4ª série do Ensino Fundamental, nomunicípio de Paranaguá, no Paraná.

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Ensino além da escolaCom aulas-passeio, o aluno vivencia

o que aprende em sala

Giz e apagador e quadro-de-giz.

Essas são suas únicas ferramentas

para dar aula, ao lado do material

didático? Muitos professores já

descobriram que o mundo todo é

uma sala de aula. O ambiente

externo propicia enriquecimento e

permite que os alunos vivam e

experienciem o que existe no

material didático. Levar o aluno

para um passeio é uma

metodologia cada vez mais (bem)

empregada por docentes, da

Educação Infantil ao Ensino

Superior.

O pedagogo francês Célestin

Freinet é um dos precursores das

aulas-passeio, ou estudos de

campo, como também é conhecida

essa prática didática. Ele integrou o

movimento da Escola Nova, na

década de 20, e propagou a idéia

de que o conhecimento do aluno

se forma à medida em que ele

experimenta o que aprende em sala

e é estimulado a criar suas próprias

hipóteses e conclusões.

A aula-passeio que o professor

Edivan Coelho Kremer idealizou, no

Expoente em Florianópolis (SC),

não será esquecida tão cedo pelos

seus alunos do Ensino Médio. A

disciplina de Geografia tornou-se

mais compreensível quando os

estudantes fizeram uma trilha

ecológica da Praia do Santinho à

Ponta das Aranhas, no litoral

catarinense. “Divertir-se

aprendendo e conhecendo novos

ambientes é didaticamente perfeito

para o desenvolvimento do aluno”,

afirma o professor Edivan.

Graças à interdisciplinariedade, os

alunos do professor Edivan

conheceram não só os aspectos

geográficos da região onde a trilha

foi realizada, como também

incorporaram o ideal de vida

saudável, disseminado nas aulas

de Educação Física. “Hoje

vivemos no mundo da

informação. As informações

por si só são recebidas e

compreendidas por várias

áreas do conhecimento. Nesse

sentido, já que a intenção é a

aprendizagem, não existe nada

melhor que vários profissionais,

das mais variedades áreas do

conhecimento, falarem e

trabalharem em conjunto.

O aprendizado, assim, torna-se

coeso e pleno”,explicou Edivan.

ì Toda a atividadeextraclasse È

bem-vinda, n„o sÛpara o aluno como

para a prÛpria escola.î

[ 14 ] impressão Pedagógica

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impressão Pedagógica [ 15 ]

As crianças estavam com a vida à

deriva e prestes a ingressar em um

mundo pouco produtivo. Ouviam

funk e adotavam

posturas rebeldes.

Sem usar de

opressão, mas com

muita arte e cultura, o

Centro Educacional

Souza Poletti

apresentou um novo

caminho a elas e,

mais, proporcionou o surgimento de

pequenos grandes fãs de Vinicius

de Moraes, o Poetinha. “Os alunos

estavam envolvidos com rebeldes,

ouviam músicas sem muito sentido

e buscamos nos trabalhos do

Vinicius de Moraes uma forma de

mudar isso”, conta Fabiane Poletti,

coordenadora pedagógica da

instituição, que fica em Nova

Friburgo (RJ). A partir daí, as

reuniões com professores tornaram-

se o ponto de encontro para que se

definissem as características do

projeto, que se chamou Vinicius de

Moraes: para criança e gente

grande. Resistência houve, mas foi

contornada com muita informação a

respeito do compositor carioca,

símbolo da geração bossa nova no

Brasil. “Alguns professores e

Poetinha inspiraprojeto pedagógicono Rio de Janeiro

[ conveniadas ]

alunos não queriam e nem conhe-

ciam os trabalhos do Vinicius de

Moraes, mas dis-ponibilizamos a

eles cds e dvds, e as

pesquisas na internet

ajudaram a fazer com

que todos aderissem à

idéia”, lembra a

coordenadora.

As atividades foram

interdisciplinares,

envolvendo todas as

disciplinas do colégio, que oferece

ensino da Educação Infantil à 2a.

série do Ensino Fundamental. As

crianças foram incentivadas a

utilizar as diferentes linguagens

(verbal, gráfica, plástica, corporal,

etc.) e conheceram a história e as

participações sociais e políticas da

sociedade, na época da bossa

nova, nas décadas de 50 e 60.

Como resultado das experiências

viabilizadas pelo projeto, os alunos

do Souza Poletti, criaram livros de

poesias, murais, desenvolveram

coreografias e incluíram a arte de

Vinícius no cotidiano escolar. “Na

aula de cozinha experimental, as

crianças prepararam pão de mel,

em função de uma poesia que fala

sobre as abelhas”. Em Ciências, as

crianças estudaram o hábitat e as

características dos animais que

compõem a clássica obra Arca de

Noé. Na disciplina de Língua

Portuguesa, elas fizeram um estudo

sobre poemas e desenvolveram o

prazer pela leitura.

Com tanta mobilização em torno do

projeto pedagógico, os pais também

tiveram sua participação.

“Colocávamos bilhetinhos na

agenda dos alunos, para que os

pais pudessem acompanhar o

projeto. Muitos pais se envolveram,

pediram C Ds emprestados para

conhecer melhor o Vinicius”,

conta a coordenadora.

O projeto foi concluído com uma

apresentação no teatro SESC, de

Friburgo, quando cerca de 300

pessoas prestigiaram as

apresentações culturais, incluindo o

coral de professores. “A

participação de todos foi

surpreendente.

Os alunos compreenderam a

verdadeira

função

da Arte em

nossas vidas”,

comentou,

satisfeita, a

coordenadora

Fabiane.

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[ 16 ] impressão Pedagógica

Os alunos continuam sendo a priori-

dade, mas no colégio Cermac, em

São Paulo, a educação também é

para toda a família. Foi pensando

em melhorar a relação entre pais e

filhos que a instituição está promo-

vendo, de agosto e outubro, dez

ciclos de debate com temas impor-

tantes para manter o bom relacio-

namento entre adultos, crianças e

adolescentes.

“A parceria entre a escola e a famí-

lia é fundamental para o trabalho

ter um resultado positivo. Os pais

também precisam de ajuda, pois

muitas vezes se sentem perdidos.

Essa proximidade é importante,

Educação paratoda a família

[ conveniadas ]

Escola aproxima pais e filhos, comciclo de palestras

pois para dar uma educação

de qualidade, a escola e os

responsáveis devem falar a

mesma língua”, explica

Lilian Siqueira, coordena-

dora pedagógica do Ensi-

no Fundamental II e do

Ensino Médio.

Durante esses eventos, rea-

lizados todas as quartas-

feiras pela Escola de Pais do

Brasil, são discutidos assuntos

como Amor e Segurança; Sexualida-

de Humana, Educar Hoje e Mãe,

Esposa e Mulher. Além de ouvir os

palestrantes, os familiares presentes

ainda podem trocar experiências,

compartilhar dúvidas e preocupa-

ções. “É importante, pois eles perce-

bem que outras famílias também

passam pelas mesmas dificuldades e

sentem-se mais seguros”, analisa a

coordenadora.

A Escola de Pais do Brasil é uma

sociedade civil, sem fins lucrativos,

que atua na educação de pais em

todos os estados. Formada por vo-

luntários, tem como objetivo

conscientizar os responsáveis do

seu papel na educação e promover

uma maior aproximação entre a

família e a escola na perspectiva de

uma educação integral do ser hu-

mano.

CERMAC COMPLETA 30 ANOS

O colégio Cermac em São Paulo,

começou como Escola de Edu-

cação Infantil Abelhinha, em 1976.

Hoje, a instituição atende alunos

do maternal ao Ensino Médio e

tornou-se referência na região.

Tendo como proposta pedagógica

o sociointeracionismo, o Cermac

acredita que o processo de ensino-

aprendizagem tem início no nasci-

mento da pessoa e é interminável.

O Cermac e o Expoente são

parceiros há 14 anos.

“Acompanhamos todo o processo

de atualização e aperfeiçoamento

do material didático do Expoente

e, desde 2000, utilizamos os

volumes da Educação Infantil ao

Ensino Médio. A continuidade do

uso se deve à confiança que

temos na equipe do Centro de

Excelência em Educação Expoente

(CEEE)”, diz Rosa Maria Castanho,

diretora do Cermac.

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impressão Pedagógica [ 17 ]

Pequenosgrandes poetasAlunos recitam poemas em evento queenvolve toda a comunidade

[ conveniadas ]

A primeira edição do projeto Poetizando, na escola

Novo Espaço, em Guaratuba (PR), foi realizada com

um certo receio. A educadora Rosana Wachoholz

lembra que alunos, e até mesmo professores, achavam

que a poesia não seria muito bem aceita, por conta do

tabu que existe em relação a essa forma de linguagem.

Mas o evento, que neste ano chegou à terceira edição,

mostrou um outro lado desse “verso”. A cada edição

do Poetizando, o interesse das crianças aumenta e o

resultado prático é visível. Por conta do projeto, a

escola, que trabalha com Educação Infantil e Ensino

Fundamental, passou a respirar poesia. Os pequenos

da Educação Infantil trabalham com a linguagem

figurada, gravuras e leitura de imagens. Os alunos

maiores produzem seus próprios textos e os recitam na

entrada de aula e no recreio. “Os alunos passaram a dar

vida aos poemas. Eles não os falam em voz alta

apenas, eles recitam. A vergonha de se expor que

tinham na primeira edição não existe mais. Hoje eles

entendem que, recitar um poema, envolve

movimentação, gestos, a fisionomia do rosto muda”,

conta Rosana, diretora da instituição.

Mas o Poetizando não pára nessa estrofe. Os

estudantes e professores se envolvem na cenografia,

coreografia e sonorização e sempre acontece uma

grande apresentação, aberta ao público que, inclusive,

atrai a atenção de alunos de outras instituições. O III

Poetizando aconteceu no primeiro semestre desta ano

e houve até torcida organizada para os pequenos

artistas, que recebem medalhas e certificados de

Encontros TemáticosOs Encontros que o Expoente realizou neste

ano com as escolas conveniadas ofereceram

palestras e oficinas de capacitação a treze

cidades brasileiras. As fotos dos eventos estão

disponíveis no Portal Escola Interativa

w w w.escolainterativa.com.br

participação como reconhecimento. “O local neste ano

lotou. Havia, com certeza, mais de 200 pessoas no

evento”, diz Rosana, contente com o rumo que o

projeto tomou.

Uma ferramenta e tantoA poesia é um recurso pedagógico muito utilizado nas

escolas. Não só os professores de Língua Portuguesa

e Literatura usufruem dessa linguagem com crianças e

adolescentes. É possível incorporá-la em diversos

temas, promovendo uma interdisciplinaridade

proveitosa. No ensino de Ciências, História, Geografia,

Artes e até mesmo de Matemática é possível apresentar

aos alunos os grandes nomes da poesia brasileira.

Ganha o aluno, que não só aprende o conteúdo

curricular, mas também expande seu conhecimento, e

ganha a instituição, que imedie uma imagem

comprometida com a valorização da arte e da cultura

brasileira.

impressão Pedagógica [ 17 ]

Page 15: [ editorial ] [ expediente ] [ Ìndice ]

[ 18 ] impressão Pedagógica

Buscando melhorias para a sociedade

[ conveniadas ]

Há 23 anos no mercado, a escola

O Pequeno Polegar, em São José

dos Pinhais, Região Metropolitana

de Curitiba (PR), sempre se preocu-

pou em contribuir para a melhoria

da sociedade. Justamente por bus-

car resultados que beneficiem a

todos, a instituição recebeu, em

junho de 2006, os prêmios Top Of

Mind, realizado pelo Instituto

Brasileiro de Pesquisa e Opinião

Pública (Inbrap); e o Expoente da

Grande Curitiba, votado pela Câma-

ra dos Vereadores de Curitiba, am-

bos na categoria Educação Infantil e

Pré-escola. “Ficamos muito felizes

de ver que o nosso trabalho é reco-

nhecido por todos e com isso a

gente percebe que está no caminho

certo”, orgulha-se a diretora da es-

cola, Terezinha de Fátima

Andriguetto, mais conhecida como

Tia Lula. Como na instituição a pre-

ocupação com o futuro dos alunos

começa cedo, no primeiro semes-

tre de 2006, os estudantes da Edu-

cação Infantil trabalharam o projeto

Contos de Fadas. Cada turma tra-

tou de uma história infantil e de um

valor referente a ela; como por

exemplo, os temas respeito pelos

animais e pela natureza, com a

peça A Arca de Noé; a importância

da família, com os Três Porquinhos;

e a amizade, com A Branca de

Neve. No final do período, os alu-

nos apresentaram

os projetos para os pais e

familiares. “A escola é a principal

responsável pela leitura e nós

trazemos os pais justamente para

que eles entendam a importância

do trabalho e possam dar

continuidade e estimular seus filhos

em casa”, conta a diretora.

Projeto orienta escolha profissionalDecidir qual carreira seguir é um dos momentos mais difíceis na vida de um estudante. Ao perceber que esse

período estava gerando ainda mais sofrimento e ansiedade aos adolescentes por causa da falta de informação, os

educadores do Colégio Criativo, em Natal (RN), decidiram agir e, em 2006, colocaram em prática o projeto Profissões.

“Percebemos que, mesmo com tantos veículos à disposição, os estudantes não têm a menor idéia de como é a rotina

nas mais variadas profissões”, conta a coordenadora pedagógica da instituição, Maria Zildete Nunes Aires.

Como informação nunca é demais, os professores decidiram incluir todos os estudantes no

projeto. Cada turma, da 1a. série do Ensino Fundamental ao 3o. ano do Ensino Médio, ficou

responsável por uma profissão. “É claro que cada classe está trabalhando dentro da sua

capacidade de compreensão. Mas achamos importante incluir os pequenos, pois assim

eles já vão se familiarizando com as carreiras. O projeto tem despertado o interesse

de todos”, orgulha-se a coordenadora.

Num primeiro momento as turmas fizeram pesquisas sobre as mais variadas

profissões. A 6a. série ficou responsável pela Ciência da Computação e a 2a. série

do Ensino Fundamental por Letras. Depois, cada classe recebeu um profissional

da sua área de estudo para uma palestra e visitou ambientes reais de trabalho. A

conclusão do projeto será realizada em novembro quando as turmas organizarão

uma grande feira para expor seus trabalhos e trocar informações.

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impressão Pedagógica [ 19 ]

Um dos diferenciais do Material

Didático Expoente é a capa

temática que, a cada ano, estampa

um assunto sugerido para ser

trabalhado de, maneira

contextualizada, pelos educadores

que utilizam o Sistema de Ensino

Expoente. Em 2007, o tema

proposto é a Pluralidade Cultural.

A sugestão é que seja feita a

abordagem das diferenças entre os

povos dos quatro cantos do

mundo, quebrando barreiras,

diminuindo preconceitos e

preparando crianças e adolescentes

para viver e conviver com o que é

novo,com o que é diferente. “A

globalização permitiu que muitas

fronteiras se extinguissem.

Como hoje temos acesso a

culturas distintas, precisamos

incentivar os alunos a respeitar as

diferenças e a conviver com

elas”, justifica Rosalina Soares,

gerente do Centro de Excelência

em Educação Expoente (CEEE),

responsável pela elaboração

Pluralidade culturalAssunto é o tema do

Material Didático Expoente em 2007

do Material Didático Expoente.

Por meio das capacitações e das

assessorias pedagógicas, a equipe

do CEEE apresentará formas de se

trabalhar a pluralidade cultural,

que será dividida em tópicos como

dança, artesanato,

esporte, etnia,

música,

brinquedo, arte e

cidade. O material

didático de cada

bimestre terá como

capa um desses

assuntos. A equipe de

assessoria pedagógica

ainda dará suportes às

escolas conveniadas

para que a pluralidade

cultural possa ser o tema

de um grande projeto

anual, envolvendo diversas

disciplinas. “A pluralidade é um

tema transversal e muito

enriquecedor. Ao trabalhar com

valores e diferenças entre culturas, a

instituição que adota o Sistema de

Ensino Expoente estará

contribuindo para que os

estudantes se preparem para o

futuro, quando as distâncias entre

as culturas serão ainda menores”,

comenta Rosalina. A pluralidade

consta no Plano

Nacional de Educação como um

tema essencial para a atualidade

do currículo escolar, possibilitando

a interdisciplinaridade.

Além do material didático, as

capas de agenda do aluno e do

professor também trarão

imagens referentes à pluralidade

cultural nas capas.

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[ 20 ] impressão Pedagógica[ 20 ] impressão Pedagógica

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impressão Pedagógica [ 21 ]

Esqueça aquela famosa cena da

professora listando o alfabeto no

quadro-de-giz e dos alunos apenas

repetindo as letras. Parece chato, e

é. Para estimular os pequenos a

construir sua própria leitura de

mundo, é fundamental mantê-los

interessados e sempre com sede

de aprender. Brincadeiras,

atividades com músicas, revistas,

placas e até anúncios são

fundamentais hoje no processo de

alfabetização.

“É importante que o professor em

sala de aula continue propiciando

o acesso a diferentes estilos de

textos. O espaço não precisa se

tornar um depósito, mas sim um

lugar onde todo o material que se

tenha esteja ao alcance das mãos

das crianças”, explica Simone

Kleina Machado, que trabalha com

Educação Infantil há 21 anos e é

professora do Infantil III do

Expoente.

Deixar o aluno criar é fundamental

para que ele desenvolva a leitura e

a escrita, sem medo de errar.

“Propor inúmeras atividades onde a

criança possa ‘ler’ e ‘escrever’,

mesmo que não de forma

requer respeito, paciênciae muito estímulo

convencional e admitir resultados

que não sejam exatamente

corretos do ponto de vista do

adulto, permitindo que o aluno

levante hipóteses e faça suas

tentativas, são atitudes que

estimulam muito o aprendizado”,

analisa Simone.

Para sentir o gosto pelo aprender,

a criança precisa se divertir. “A

criança hoje aprende por meio do

brincar. O professor é o mediador

das possibilidades do aprender e

ajuda na construção dos

conhecimentos e da prática destes

no cotidiano dos alunos”, explica a

pedagoga

Déborah de Araújo Maia.

Mas, como a maioria das

crianças já tem contato com o

mundo da letras antes mesmo

de entrar na escola, esse

processo de alfabetização

começa no início da Educação

Infantil, sem cobranças e com

muita naturalidade. “O trabalho é

feito de modo acolhedor pelo

professor que oferece à criança

a possibilidade de apropriar-se

do mundo da escrita por

meio do lúdico”, diz Déborah.

É importante lembrar, no entanto,

que, para o processo de

aprendizagem ser eficaz e sem

traumas, a escola deve respeitar o

ritmo de cada estudante. “O

professor precisa ter um olhar

diferenciado para cada aluno e

tem que considerar que os alunos

têm tempos, ritmos e formas

diferentes de aprender. A cobrança

exagerada só atrapalha a

compreensão desse complexo

processo que é ler e escrever”,

justifica a professora.

Alfabetizar é um degrau importante

no aprendizado, mas está longe de

ser o último. Portanto, é

fundamental que seja firme para

que os alunos sintam-se seguros

para seguir adiante. “É necessário

que todos os conceitos sejam

mediados, respeitando o tempo de

cada aluno e que tenham

significados para ele. Caso

contrário, a alfabetização corre um

sério risco de ser momentânea e,

aos poucos, o estudante

apresentará dificuldades de

aprendizagem no decorrer de sua

vida escolar”, conclui a

pedagoga.

Alfabetizar

impressão Pedagógica [ 21 ]

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[ 22 ] impressão Pedagógica

Bê-a-bádo professor

star em sala de aula é um aprendizado diário também

para o professor. Aproveite as dicas abaixo para repensar

algumas ações e trazer novidades para os alunos.

Substitua o ato de falar pelo ato de conversar.

Descubra opiniões, idéias e desejos dos seus alunos;

dê voz a eles.

Faça da sala de aula um lugar estimulante. Proponha

jogos, lance desafios, invente brincadeiras e passeios.

O registro escrito de vivências significativas é sempre

mais rico.

Leve seus alunos à biblioteca, fale com entusiasmo

dos livros que leu e que eles também poderão ler.

Leia e releia as histórias favoritas das crianças, afinal

elas adoram repetições.

Nunca deixe faltar material para que escrevam muito.

Encoraje-os a dominar as tarefas e desenvolvê-las

bem, mas saiba compreender suas limitações.

Acredite que a criança é única e que o tempo

rapidamente rouba-a de você.

Dica de atividadeA professora Simone Kleina Machado ensina o

trabalho de Produção Textual em Duplas.

A atividade desenvolve a leitura, a escrita e ainda

possibilita a socialização entre os alunos. Confira:

O primeiro passo é distribuir textos para

os alunos divididos em duplas. Em seguida,

deixe que leiam individualmente e, em seguida,

que discutam a narrativa, troquem idéias

e tomem decisões. Depois, peça para que

respondam algumas perguntas, um supervisionando

a escrita do outro, executando assim a tarefa

de revisão, de identificação de dúvidas e de

correção. “Partilhar as tarefas de escrita ajuda a

melhorar a produção e, sem dúvida, será um

excelente recurso para a aprendizagem

interativa”, conclui a professora.

[ 22 ] impressão Pedagógica

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impressão Pedagógica [ 23 ]

LivrosA pedagoga Déborah de Araújo Maia sugere algumas

leituras complementares para quem trabalha com a

alfabetização.

Alfabetização eLetramentoO analfabetismo no Brasil permanece um tema de

dolorosa atualidade. Mas, quais as verdadeiras causas

do fracasso do processo de alfabetização no Brasil?

Por que nossas estatísticas sobre o analfabetismo - e

sobre o baixo desempenho escolar nos primeiros

ciclos do ensino fundamental - insistem em nos revelar

números tão incômodos? Qual a verdadeira

responsabilidade que cabe ao educador, aos métodos,

aos materiais didáticos, à escola e à própria sociedade

em relação a isso? Na obra, Magda Soares, uma das

maiores especialistas brasileiras em alfabetização,

propõe algumas possibilidades de resposta para tais

perguntas e impõe novas provocações.

Enfoque Globalizador ePensamento ComplexoO livro de Antoni Zabala trata-se de um instrumento

extremamente útil para tornar a prática educativa eficaz

e para dotar as crianças de estratégias e atitudes que

lhes permitam enfrentar problemas e encontrar soluções

para estes.

Ler e Escrever na EscolaO real, o possível e onecessário

No livro, Delia Lerner testemunha um esforço para

analisar as mudanças nas práticas docentes e teoriza

sobre as ações necessárias para que tais mudanças

ocorram.

“Partilhar as tarefasde escrita

ajuda a melhorara produção.”

impressão Pedagógica [ 23 ]

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[ 24 ] impressão Pedagógica

Eles não queremEles não queremEles não queremEles não queremEles não queremsaber de nada?saber de nada?saber de nada?saber de nada?saber de nada?

Cena: os alunos estão sentados nas carteiras,

desleixados. Uns mandam bilhetinhos e ficam

conversando com os colegas do lado ou que se

sentam atrás. O professor percebe, mas continua

ministrando a aula e completa o quadro-de-giz com as

informações restantes, para finalizar o conteúdo até

bater o sinal. Esse cenário é comum em muitas escolas

ele demonstra a falta de motivação em aprender por

parte dos alunos e a ausência de ânimo dos

professores para reverter a situação de desinteresse.

Que tal, então, trabalhar com a pedagogia de projetos

A pedagogia de projetos pode devolver ointeresse dos alunos pelas aulas

e incentivar crianças e adolescentes a encontrarem as

soluções e as informações do conteúdo escolar por

meio de atividades mais interativas? A idéia já vem

sendo adotada por muitos professores. Mas não pense

que, com essa metodologia, são só os alunos que

colocam a “mão na massa”. “Trabalhar com projetos

não é somente uma questão de boa vontade, mas

também de muito estudo, de muita leitura por parte do

professor. Não basta ser um professor ousado que

goste de trabalhar de formas inovadoras. É necessário

o empenho na questão teórica”, afirma a professora

Juslaine Dallegrave, que trabalha com essa

metodologia na disciplina de Língua Portuguesa com

seus alunos do Ensino Fundamental no Expoente. Não

há faixa etária específica para se trabalhar com projetos

pedagógicos. Da Educação Infantil ao Ensino Médio,

os alunos, bem orientados por um professor bem

preparado, podem não só desenvolver o projeto, como

definir o tema e avaliar o aprendizado que adquiriram.

Tudo na pedagogia de projetos é compartilhado entre

professor e aluno. O primeiro passo para obter sucesso

com essa metodologia é manter um canal aberto com

os estudantes. Saber ouvir o que eles pensam e

querem é primordial. “O projeto deve nascer na sala de

aula, dos interesses e das propostas dos alunos e não

somente do professor, que precisa ter mente aberta o

suficiente para aceitar as propostas dos alunos,

ajudando-os a encaminhar seus trabalhos”, orienta

Juslaine.

[ 24 ] impressão Pedagógica

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impressão Pedagógica [ 25 ]

InterdisciplinaridadeNão é um requisito indispensável, mas aliar diferentes

disciplinas é uma alternativa muito atraente. De acordo

com Denise Bigaiski, professora de Ciências, do

Expoente, trabalhar em parceria com outra disciplina

proporciona um enriquecimento das informações e

ainda estimula o trabalho em equipe.

“O projeto pode ser trabalhado além de uma

visão fragmentada do conteúdo, lecionado, na

maioria das vezes, de forma estanque pelas

escolas”, diz Denise. Mas, para se trabalhar

com outra disciplina, é preciso buscar parceria

com o professor da outra matéria. Você e o outro

educador servirão de exemplo para que os alunos

entendam o que é operar em equipe e

em sincronia. “Todos os professores envolvidos

devem ‘falar a mesma língua’, ter conhecimento de

todos os passos atingidos ou por atingir.

A cooperação e o conhecimento de tudo o que

se refere ao projeto deve ser compartilhado

entre os professores, que geralmente o

fazem por e-mail, já que nem sempre podem ou

conseguem conversar. Essa prática passa

confiança e segurança aos alunos”,

defende Juslaine.

AvaliaçãoPor fim, como a instituição de ensino necessita de

meios para avaliar o rendimento e o aprendizado do

aluno, com a pedagogia de projetos não poderia ser

diferente. Neste ponto, a avaliação deve ser mais

cuidadosa. “O trabalho por projetos requer uma

avaliação contínua, no qual os critérios devem ser

previamente definidos e passados para os alunos.

O professor pode fazer uma avaliação formal,

contanto que ela esteja no contexto desenvolvido”,

explica Denise. “O cuidado reside em analisar

cada aluno como um todo e o seu progresso,

o seu interesse, o seu desempenho, de forma

que não há dificuldade alguma em apresentar à

coordenação pedagógica o acompanhamento feito

pelo professor”, complementa Juslaine.

Para trabalhar com a pedagogia de projetos em

sua turma, siga os passos sugeridos pela professora

Denise Bigaiski.

1º – investigar qual é o tema de interesse

de seus alunos.

2º – sensibilizá–los com técnicas diversas,

como: vídeos, transparências, visitas, entre

outras para conhecerem melhor o tema em

questão.

3º – orientar a organização das equipes

por afinidades, temas comuns, que não

devem ser impostos mas orientados.

Erros que professores despreparados podem

cometer ao trabalhar com a pedagogia de projetos.

Impor temas para serem estudados pelos

alunos, pois o projeto deve ser construído junto

com eles, portanto o assunto deve ser comum

(ao professor e aos alunos).

O professor idealizar todas as atividades,

padronizando o resultado que quer obter.

Delimitar datas muito rígidas, com um

cronograma que não permita flexibilidade.

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È um espaço propício para que as

crianças soltem a imaginação e

coloquem a sua criatividade em

prática. A brinquedoteca já perdeu

o status de “sala da bagunça” e

hoje se transformou em um

ambiente tão importante quanto a

sala de aula tradicional. De fato, as

crianças associam-no à diversão,

mas, para o educador, o espaço

tem uma função ainda maior. Nesse

ambiente, o brinquedo é um

intermediário, responsável por

proporcionar aprendizado

e desenvolvimento. Um

jogo de encaixe, na

brinquedoteca, é mais

que isso. É uma

ferramenta de ensino que

propicia a incorporação

de conceitos geométricos

e matemáticos. Uma casa

de bonecas é mais que

isso. É um meio pelo qual

a criança aprende,

mesmo que sem saber, a

organizar, dividir e alocar

objetos conforme o

Um playgroundde aprendizagemBrinquedoteca assume função pedagógicae é cada vez mais valorizada

espaço disponível. Enfim, esse é um

ambiente socializador com função

pedagógica. Nela, a criança

aprende a conviver em grupo e, por

isso, divide seus recursos, se

expressa, adquire autonomia e, por

último, mas não menos importante,

a brinquedoteca permite que a

criança vivencie experiências e

descobertas para o seu

desenvolvimento. “Com a

brinquedoteca, a escola promove

uma interação entre as crianças por

meio de brinquedos simples, como

aqueles com os quais brincávamos

na infância. Isso possibilita a troca,

a criatividade e, principalmente, o

nascimento do respeito de um pelo

outro. Trabalha-se, ainda, a

importância da organização como

parte do brincar. No Expoente,

aplicamos um conceito básico que

é ‘tudo o que eu retiro do lugar eu

guardo no lugar depois da

brincadeira’, sempre de maneira

muito didática”, explica Angela

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Basso, analista de desenvolvimento

do Material Didático.

Ainda que possa ser utilizada

em outros níveis de ensino, a

brinquedoteca é referência quando

se fala das séries iniciais, aquelas

em que o aluno começa a sua

alfabetização. “A função da

Educação Infantil é, entre outras,

aflorar a autonomia, a criatividade

e a socialização. A brinquedoteca

é onde tudo isso se encontra e

ainda associa o lúdico, importante

para a faixa etária desse nível de

ensino”, diz Ângela.

O espaço de brincar precisa ser

montado com critérios para que

o não perca sua função peda-

gógica. Jogos, brinquedos

A história dabrinquedotecaEm 1934, o dono de uma loja infantil em Los Angeles

constatou que seus produtos estavam sumindo e, junto ao

diretor de uma escola municipal, teve a idéia de alugar os

brinquedos para que as crianças pudessem ter acesso aos

objetos sem precisar furtá-los.

No Brasil, os primeiros modelos de ludoteca surgiram na

década de 20, quando se começou a utilizar os brinquedos

como recurso pedagógico, mas precisava-se de um

ambiente específico para as atividades lúdicas.

Durante os anos 60, a Unesco passou a divulgar o ideal das

brinquedotecas pelo mundo e não só as escolas passaram

a incorporá-las, hospitais, centros comunitários, clubes,

ônibus e universidades também aderiram à idéia.

Hoje, a Associação Brasileira das Brinquedotecas faz um

trabalho de divulgação e conscientização das

brinquedotecas (ou ludotecas), prestando apoio àqueles

que querem trabalhar como brinquedistas. O site da

entidade é www.brinquedoteca.org.brFonte: Brinquedoteca ñ O l˙dico em diferentes contextos. Santa Marli Pires dos Santos (org.). ñPetrÛpolis, RJ: Vozes,1997 e AssociaÁ„o Brasileira de Brinquedotecas (ABRI)

plásticos de encaixe, objetos

de madeira, brinquedos simples,

com os quais as crianças possam

explorar a criatividade e a

imaginação, são algumas das

opções para compor seu acervo.

Também é importante dar prioridade

aos brinquedos que as próprias

crianças podem confeccionar,

com sucatas, por exemplo.

“Os brinquedos que temos no

Expoente são, em geral, simples.

Procurarmos não colocar no

espaço aqueles eletrônicos, que

fazem tudo sozinhos, sem precisar

da interação da criança e sem

permitir que ela use a imaginação

para brincar”, justifica a analista

Ângela.

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Q

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Filosofia desenvolveautonomia e sensocríticoDisciplina, acompanhada da Sociologia,volta aos currículos em 2007

A palavra Filosofia é derivada do grego e significa

“amor pela sabedoria”. É justamente a vontade a

alegria no ato de aprender que os professores da

disciplina querem estimular em seus alunos para

que, os adolescentes possam elaborar uma reflexão

sobre o mundo, sobre si mesmos, de forma a

possibilitar-lhes a conquista de uma autonomia

crescente no seu pensar e agir.

“É cada vez maior a necessidade de que os

indivíduos sejam sujeitos de si mesmos,

conscientes de sua história. Por isso, a nossa

principal preocupação é com a formação de um

cidadão crítico e responsável socialmente pelos

seus atos”, explica a professora Alice Ferrúa dos

Santos, que dá aulas de Filosofia e Sociologia, na

unidade do Expoente em Florianópolis.

Fundamental para a formação dos estudantes, as

disciplinas voltam a ser obrigatórias para os nove

milhões de alunos do Ensino Médio de todo o país,

a partir de 2007. No Expoente, onde as matérias

nunca saíram do currículo escolar, a professora

garante que o segredo para estimular o interesse

dos estudantes é trazer os conteúdos para o seu

cotidiano. “Não se pode trabalhar de modo

tradicional, acadêmico. É necessário embasar a

teoria com a realidade deles, pois somos seres

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Expoente preparado paraa nova lei

O Conselho Nacional de Educação aprovou, no mês de julho, uma

resolução que torna obrigatória a inclusão das disciplinas de

Filosofia e Sociologia no currículo escolar do Ensino Médio em todo

o país. A medida começa a valer a partir de 2007 e o Expoente já

está preparado para cumpri-la. Confira os materiais oferecidos sobre

o assunto.

Ensino FundamentalOs currículos de Filosofia e Sociologia estão distribuídos de acordo

com a matriz curricular, nos volumes de todas as séries de 1a. a 8a.

série.

Ensino MédioSociologia – Dois volumes são direcionados ao Ensino Médio.

Utilizando linguagem extremamente acessível e didática, tornam-se

um importante instrumento para o aprendizado da Sociologia,

auxiliando professores e alunos a desenvolver habilidades e

competências.

Filosofia – Dois volumes são direcionados ao Ensino Médio. O

conteúdo de cada volume é dividido em quatro unidades, cada uma

delas complementada por atividades afins.

basicamente dogmáticos,

observamos e compreendemos a

vida tal qual ela é. É um caminho

difícil, porém necessário”, analisa.

Para obter esse resultado, ela

propõe atividades variadas, pois

dessa forma as disciplinas não

caem na mesmice e podem sempre

surpreender os estudantes. Leitura

de reportagens, entrevistas,

pesquisas, produção textual e

análise de obras de arte e músicas

são apenas alguns dos trunfos de

Alice. “Quando falamos do

nascimento da Filosofia, por

exemplo, peço que cada aluno

traga sua própria certidão de nas-

cimento, para que, a partir do

próprio nascimento possam

estabelecer pontos a serem

discutidos sobre a importância de

conhecermos nossa própria história.

Já em Sociologia, peço que

fotografem situações do cotidiano e

identifiquem os elementos culturais

presentes”, enumera.Tantas ativi-

dades e estímulos à reflexão são

fundamentais para que as disci-

plinas possam atingir seu principal

objetivo que é o despertar do senso

crítico do educando. “Por meio de

temas que cercam o seu cotidiano,

o aluno se sentirá encorajado a

discutir e fazer valer a sua opinião.

Justamente na discussão de ques-

tões polêmicas, a família, a

sociedade, a escola e os meios de

comunicação tornam-se o centro

dos holofotes de interpretação

histórica. Nesse ponto, o critério de

discernimento do aluno será

fundamental no sentido de reavaliar

a sua postura enquanto cidadão

atuante e formador de opiniões”,

filosofa a professora.

“A arte de ensinar éa arte de acordar acuriosidade naturalnas mentes jovens,com o propósito de

serem satisfeitas maistarde.”

Anatole France, escritor francês

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Novidades na Gráfica Expoente

[ notas ]

O Grupo Expoente está investindo,

no 2o. semestre de 2006, mais de

1 milhão de reais em

equipamentos gráficos. Dos

Estados Unidos, virá uma

máquina coladeira para livros

e uma alceadora para

cadernos. Como essa última

é equipada com um sensor

automático de medição da

espessura de cada um dos

cadernos, a falha na montagem será eliminada em 100%.

Outra máquina, vinda da Alemanha, chegará em outubro e

fará dobras, cortes e vincos nos materiais da Editora

Gráfica Expoente.

Um mundo de conhecimento

Armindo Angerer, diretor geral do Grupo Expoente, e José Luiz

Amálio de Souza, diretor das unidades de ensino, acompanharam a

realidade alemã das escolas de educação infantil, ensino

fundamental e ensino superior no primeiro semestre de 2006. Eles

visitaram as instituições de Berlim, Frankfurt, Wiesbaden e Bonn. A

diretoria do Expoente já conhece a situação educacional dos

Estados Unidos, Espanha e Inglaterra. “É um dos compromissos do

Expoente estar sempre na vanguarda do que acontece na educação

no mundo para que, no desenvolvimento de nossos projetos,

possamos transferir o máximo de novidades que agreguem valor às

nossas escolas conveniadas”, afirma Armindo Angerer.

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Materialatualizado

Quem é parceiro do Expoente está

sempre atualizado. No final de

agosto, cientistas reunidos em

Praga, na República Tcheca,

decidiram que Plutão deixaria de ser

um planeta. A novidade, muito

importante para

os estudantes e

que deixou o

Sistema Solar com

apenas oito planetas, já

estará nas páginas do

Material Didático em

2007.