Upload
duongtruc
View
215
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
MONTEPIO
Departamento de Estudos / / abril 2016
ANGOLA
Indicadores do FMI para Angola
Superfície
1 246 700 Km2
Densidade Populacional
20,1 Hab/Km2
Reserv as Ex ternas
24,15 10^9 $
Unidade: taxa de crescimento % 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
PIB 2,4 3,4 3,9 5,2 6,8 4,8 3,0 2,5 2,7 3,2 3,7 4,2 4,3
PIB Nominal -5,2 26,6 29,0 12,6 9,5 3,4 -1,1 11,9 22,6 17,7 15,4 14,1 13,3
PIB Nominal (10^9) 5 988,7 7 579,5 9 780,1 11 011,4 12 056,3 12 462,3 12 323,4 13 785,9 16 895,5 19 893,6 22 958,5 26 184,3 29 674,3
PIB Nominal (10^9 $) 75,5 82,5 104,1 115,3 124,9 126,8 103,0 81,5 86,3 91,6 97,2 103,4 109,8
Deflator do PIB -7,4 22,4 24,2 7,1 2,5 -1,4 -4,0 9,1 19,3 14,0 11,3 9,4 8,7
Inflação (IPC) 13,7 14,5 13,5 10,3 8,8 7,3 10,3 19,1 15,2 12,9 10,9 9,4 9,0
Investimento (% PIB) 15,2 14,4 12,9 14,9 14,7 15,3 9,3 10,5 11,6 11,5 11,4 11,4 11,4
Poupança Nacional Bruta (% PIB) 5,2 23,5 25,5 26,9 21,4 12,4 0,8 -1,1 2,7 5,3 6,8 7,6 7,7
Dívida Pública (% PIB) 22,7 44,3 33,8 29,5 32,9 40,7 62,3 70,1 68,7 67,7 66,3 65,0 64,2
Receitas Públicas (%) -35,7 59,2 44,9 5,8 -4,1 -9,2 -30,5 -2,9 30,6 22,2 18,5 13,5 12,1
Despesas Públicas (%) -28,3 20,9 29,5 15,8 7,5 6,8 -31,7 10,8 24,5 16,2 14,2 12,4 12,0
Receitas Públicas (% PIB) 34,6 43,5 48,8 45,9 40,2 35,3 24,8 21,6 23,0 23,9 24,5 24,4 24,1
Despesas Públicas (% PIB) 41,9 40,0 40,2 41,3 40,5 41,9 28,9 28,7 29,1 28,7 28,4 28,0 27,7
Saldo Orçamental (% PIB) -7,4 3,5 8,7 4,6 -0,3 -6,6 -4,1 -7,1 -6,1 -4,9 -3,9 -3,6 -3,6
Saldo Primário (% PIB) -5,6 4,6 9,6 5,5 0,5 -5,4 -2,1 -4,8 -3,8 -2,6 -1,6 -1,3 -1,2
Balança Corrente (10^9 $) -7,6 7,5 13,1 13,9 8,3 -3,7 -8,7 -9,4 -7,6 -5,7 -4,5 -3,9 -4,1
Balança Corrente (% PIB) -10,0 9,1 12,6 12,0 6,7 -2,9 -8,5 -11,6 -8,8 -6,2 -4,6 -3,8 -3,7
População (10^6) 21,0 21,7 22,3 23,0 23,7 24,4 25,1 25,9 26,6 27,4 28,3 29,1 30,0
População (%) 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0
População 15-64 anos (% total) 49,7 49,8 49,9 50,0 50,1 - - - - - - - -
Taxa de Desemprego - - - - - - - - - - - - -
PIB PPP (10^9 $) 129,0 135,0 143,2 153,3 166,4 177,3 184,4 190,9 198,8 209,4 221,7 235,9 251,0
PIB per capita PPP $ 6 131 6 230 6 416 6 671 7 030 7 271 7 344 7 381 7 461 7 631 7 845 8 102 8 371
PIB per capita $ 3 589 3 807 4 666 5 018 5 277 5 199 4 100 3 150 3 238 3 338 3 440 3 553 3 661
Exportações (%) -2,6 -3,3 -5,4 3,8 0,1 -2,1 7,9 8,2 -1,6 0,1 0,2 0,5 0,0
Bens (%) -3,6 -3,4 -4,8 3,8 -0,8 -3,0 5,4 8,1 0,0 0,1 0,2 0,4 -0,1
Importações (%) 6,5 -21,3 10,1 8,5 9,0 11,2 -23,8 -13,2 3,0 -1,0 -0,1 1,2 3,1
Bens (%) 18,6 -31,6 7,8 21,8 12,9 10,9 -23,2 -14,1 5,2 2,2 1,3 1,7 3,0
Agricultura (% PIB) 10,2 9,8 9,3 7,2 10,1 9,4 - - - - - - -
Indústria (% PIB) 59,0 59,9 62,1 61,8 57,8 60,2 - - - - - - -
Serviços (% PIB) 30,8 30,2 28,6 31,0 32,1 30,4 - - - - - - -
Esperança Vida à nascença (anos) 50,3 50,7 51,1 51,5 51,9 - - - - - - - -
F o nte : FMI (Wo rld Eco no mic Outlo o k - abril de 2016); Banco Mundia l (res tantes dado s his tó rico s s em previs õ es ).
2
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
Indicadores do Banco Mundial para Angola
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Ter r a e E ner gia
Superfície (km²) 1 246 700 1 246 700 1 246 700 1 246 700 1 246 700 1 246 700 1 246 700 1 246 700 1 246 700 1 246 700 1 246 700 1 246 700 1 246 700
Terra cultivável (% de área terrestre) 46,0 46,2 46,2 46,2 46,2 46,3 46,3 46,8 46,8 47,3 47,3 47,5 -
Área florestal (km²) 594 784 593 536 592 288 591 040 589 792 588 544 587 296 586 048 584 800 583 552 582 304 - -
Utilização anual de água doce, total (% de recursos internos)0,4 - - - - 0,5 - - - - - 0,5 -
Emissões de CO² (toneladas métricas per capita) 0,8 0,5 1,1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,4 1,4 1,4 - - -
Consumo de energia elétrica (kWh per capita) 93,5 104,1 94,9 118,6 157,3 145,2 188,5 207,7 227,2 228,5 219,5 - -
Uso de energia (kg do petróleo equivalente per capita)515,4 539,4 539,8 509,9 542,1 561,6 589,4 620,6 639,2 630,5 629,6 - -
Mer cado de Capi t a is e Dív ida E xt er na
Capitalização de mercado de empresas cotadas (% do PIB)- - - - - - - - - - - - -
Ações da dívida externa, total (DOD, 10^6 US$ atual)9 110 9 101 9 786 12 224 9 890 11 932 15 502 17 014 16 949 19 298 20 106 24 004 -
Assistência oficial para o desenvolvimento (10^6 US$ atual, líquido)414 494 1 144 415 164 248 369 239 238 194 242 288 -
E mpr esas e Negócios
Índice da facilidade de fazer negócios (1 = regulamentações mais favoráveis)- - - - - - - - - - - - 183
Tempo necessário para iniciar um negócio (dias) - 83,0 83,0 83,0 83,0 83,0 68,0 68,0 66,0 66,0 66,0 66,0 66,0
Assinatura de telefones móveis (por 1.000 pessoas)0,9 2,3 4,6 9,7 17,8 28,0 37,0 42,8 48,1 59,8 61,4 61,9 63,5
Utilizadores de internet (por 100 pessoas) 0,3 0,4 0,5 1,1 1,9 3,2 4,6 6,0 10,0 14,8 16,9 19,1 21,3
Despesa com investigação e desenvolvimento (I&D) (% do PIB)- - - - - - - - - - - - -
Exportações de alta tecnologia (% de export. totais de bens transformados)- - - - - - - - - - - - -
Pr eços
Inflação, preços no consumidor (% anual) 108,9 98,2 43,5 23,0 13,3 12,2 12,5 13,7 14,5 13,5 10,3 8,8 7,3
Inflação, deflator do PIB (% anual) 142,5 84,9 39,8 26,8 13,0 12,6 19,7 -7,4 22,4 24,2 7,1 1,9 3,7
Set or Público
Superávit / déficit (% do PIB) 2 -12 13 1 24 15 7 -11 1 11 7 - -
Serviço da dívida total (% de export. produtos, serviços e rendim. primário)17,0 15,3 13,6 10,8 13,2 9,9 2,5 8,5 4,5 4,2 5,8 6,9 -
Dívida do governo central, total (% do PIB) - - - - - - - - - - - - -
Receita pública, excluindo subsídios (% do PIB) 32,6 38,7 33,8 32,0 57,8 48,6 44,9 20,7 35,6 47,9 40,2 - -
Despesas militares (% do PIB) 3,5 4,7 4,2 4,8 4,7 3,4 3,8 4,4 4,2 3,5 3,6 4,9 5,2
Despesa pública na educação, total (% do PIB) - - - 2,8 2,9 - - - 3,5 - - - -
Despesas com saúde, total (% do PIB) 4,4 4,9 5,1 4,2 4,5 3,4 3,8 4,4 3,4 3,4 3,5 3,8 -
Pr odução e Rendiment o
PIB, (10^6 US$ atual) 12 497 14 189 19 641 28 234 41 789 60 449 84 178 75 492 82 471 104 116 115 342 124 163 131 401
Crescimento do PIB (% anual) 13,8 5,2 10,9 18,3 20,7 22,6 13,8 2,4 3,4 3,9 5,2 6,8 3,9
PIB per capita (US$ atual) 775,8 850,1 1 135,6 1 576,2 2 253,8 3 151,0 4 242,4 3 678,9 3 886,5 4 745,0 5 084,3 5 295,2 5 423,6
PIB per capita, PPP ($ internacional atual) 2 858,9 2 962,0 3 256,7 3 838,3 4 614,6 5 613,2 6 298,0 6 284,3 6 360,8 6 524,5 6 755,2 7 083,9 7 227,4
RNB, método Atlas (10^6 US$ atual) 9 517,4 11 188,8 15 242,0 20 957,6 30 092,3 45 124,6 59 799,2 71 581,6 75 261,6 80 912,7 94 172,6 110 903,6 117 412,5
RNB, PPP (10^6 $ internacional atual) 40 031,8 43 423,7 49 203,0 59 003,8 72 523,6 93 751,5 104 290,5 116 666,3 121 025,1 127 954,9 137 081,1 150 201,5 158 391,8
RNB per capita, método Atlas (US$ atual) 590,0 670,0 880,0 1 170,0 1 620,0 2 350,0 3 010,0 3 490,0 3 550,0 3 690,0 4 150,0 4 730,0 4 850,0
RNB per capita, PPP ($ internacional atual) 2 480,0 2 600,0 2 840,0 3 290,0 3 910,0 4 890,0 5 260,0 5 690,0 5 700,0 5 830,0 6 040,0 6 410,0 6 540,0
Set or es de A t i v idade
Agricultura, VAB (% do PIB) 9,4 9,5 9,2 8,5 7,7 7,9 6,6 10,2 9,8 9,3 7,2 10,1 9,4
Indústria, VAB (% do PIB) 58,7 60,5 64,0 67,1 67,5 66,6 67,5 59,0 59,9 62,1 61,8 57,8 60,2
Serviços, etc., VAB (% do PIB) 31,9 30,0 26,8 24,4 24,8 25,6 25,9 30,8 30,2 28,6 31,0 32,1 30,4
Balança Cor r ent e e de Capi t a is
Exportação de bens e serviços (% do PIB) 68,3 68,4 70,1 86,0 79,8 76,4 78,1 55,0 61,4 65,4 61,9 55,8 58,5
Formação de capital bruto (% do PIB) 11,5 12,5 9,2 8,8 15,4 13,5 16,2 15,2 14,4 12,9 14,9 14,7 14,6
Importação de bens e serviços (% do PIB) 56,7 62,0 54,1 53,6 39,0 43,5 51,2 55,4 42,9 42,2 39,7 40,7 42,0
Comércio de mercadorias (% do PIB) 96,7 105,6 98,3 115,0 97,2 96,0 100,9 84,1 81,6 84,1 82,2 76,2 69,0
Índice de termos de troca líquido (2000 = 100) 92,4 101,7 125,2 172,5 197,7 202,4 251,7 170,8 210,2 255,9 260,7 257,4 -
Investimento direto estrangeiro (IDE), em termos líquidos (BoP, 10^6 US$ atual)1 672,1 3 504,7 1 449,2 -1 303,8 -37,7 -893,3 1 679,0 2 205,3 -3 227,2 -3 023,8 -6 898,0 -7 120,0 -
Remessas pessoais recebidas (US$ atual) - - - - - - 82,1 0,2 18,0 0,2 0,0 - -
População
População total 16 109 696 16 691 395 17 295 500 17 912 942 18 541 467 19 183 907 19 842 251 20 520 103 21 219 954 21 942 296 22 685 632 23 448 202 24 227 524
Crescimento da população (anual %) 3,5 3,5 3,6 3,5 3,4 3,4 3,4 3,4 3,4 3,3 3,3 3,3 3,3
Desemprego (% da força de trabalho total) 6,8 7,0 6,9 6,8 6,8 6,8 6,8 7,0 6,9 6,9 6,9 6,8 -
Migração líquida 172 194 - - - - 82 005 - - - - 65 543 - -
Taxa de fertilidade (nascimentos por mulher) 6,8 6,7 6,7 6,7 6,6 6,5 6,4 6,3 6,2 6,1 6,0 5,9 -
Tx fertil. adolescentes (nascimentos por 1 000 mulheres de 15 a 19 anos)206,2 202,6 199,1 195,5 192,0 188,4 185,9 183,4 180,9 178,4 175,9 171,3 166,6
Esperança de vida à nascença (anos) 46,7 47,4 48,0 48,5 49,0 49,4 49,8 50,3 50,7 51,1 51,5 51,9 -
Índice de Gini - - - - - - 42,7 - - - - - -
Participação no rendimento dos 20% mais pobres - - - - - - 5,4 - - - - - -
Pobreza, US$1,90/dia (PPP) (% da população) - - - - - - 30,1 - - - - - -
Pobreza, linha de pobreza nacional (% da população)- - - - - - 36,6 - - - - - -
E ducação
Despesa pública na educação (% do PIB) - - - 3 3 - - - 3 - - - -
Taxa de alfabetização, total de adultos (% de pessoas com 15 anos ou mais)- - - - - - - - - - - 70,8 -
Proporção meninas/meninos nos ensinos fundamental e médio (%)- - - - - - 0,8 0,8 0,8 0,6 - - -
Taxa de conclusão do ensino fundamental, total (% de faixa etária relevante)- - - - - - 46,0 45,5 46,8 54,3 - - -
Matrículas escolares, ensino fundamental (% bruto)- - - - - 114,9 122,2 121,4 123,8 140,5 - - -
Matrículas escolares, ensino médio (% bruto) 18,1 - - - - - 25,5 27,1 31,3 31,5 - - -
Saúde
Despesas com saúde, total (% do PIB) 4,4 4,9 5,1 4,2 4,5 3,4 3,8 4,4 3,4 3,4 3,5 3,8 -
Taxa de mortalidade infantil (por 1.000 nascidos vivos):125,5 124,1 122,8 121,2 119,4 117,1 114,7 112,2 109,6 106,8 104,1 101,4 98,8
Utilização de contracetivos (% de mulheres de 15 a 19 anos de idade)- - - - - - - - - - - - -
Taxa de infeção por HIV (% de população de 15 a 49 anos)1,9 1,9 2,0 2,1 2,1 2,2 2,3 2,3 2,3 2,4 2,4 2,4 2,4
Taxa de mortalidade, menores de 5 anos (por 1.000 nascidos vivos)211,7 209,2 206,7 203,9 200,5 196,4 192,0 187,3 182,5 177,3 172,2 167,1 162,2
Acesso a água potável (% de população com acesso)45,7 45,8 45,9 46,0 46,2 46,4 46,6 46,9 47,1 47,5 47,8 48,2 48,6
Imunização, sarampo (% de crianças de 12 a 23 meses)74,0 62,0 64,0 45,0 48,0 88,0 79,0 77,0 93,0 88,0 97,0 91,0 85,0
Instalações sanitárias melhores (% da população urbana com acesso)34,8 36,2 37,6 39,0 40,4 41,8 43,3 44,7 46,2 47,6 49,1 50,6 51,1
Partos assistidos por pessoal de saúde qualificado (% do total):- - - - - 47,3 - - - - - - -
Taxa de desnutrição, peso para a idade (% de crianças < 5 anos):- - - - - 15,6 - - - - - - -
Fonte : Banco Mundial.
3
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
Código Descrição Valor (mM$) Peso (%)
27 Combustíveis minerais, óleos. Produtos de destilação 63,3 98,4
71 Embarcações e outras estruturas flutuantes 0,8 1,3
72 Pedras e metais preciosos 0,1 0,1
84 Feero e aço 0,0 0,1
25 Sal, enxofre, terra, pedras, gesso, cal e cimento 0,0 0,0
Outros produtos 0,1 0,2Fo nte : Inte rna tio nal Trade Centre (ITC) - Naçõ es Unidas
Principais Exportações de Bens (2014)
Código Descrição Valor (mM$) Peso (%)
84 Máquinas, reatores nucleares e caldeiras 4,0 15,5
85 Equipamento elétrico e letrónico 2,1 8,1
87 Veículos elétricos e ferroviários 2,0 8,0
73 Embarcações e outras estruturas flutuantes 1,7 6,6
89 Objetos de ferro e/ou aço 1,7 6,5
Outros produtos 14,1 55,4Fo nte : Inte rna tio nal Trade Centre (ITC) - Naçõ es Unidas
Principais Importações de Bens (2014)
País Valor (mM$) Peso (%) País Valor (mM$) Peso (%)
China 31,11 40,8 China 5,98 17,1
EUA 5,72 7,5 Portugal 4,22 12,1Índia 5,64 7,4 EUA 2,04 5,8
Espanha 3,60 4,7 República da Coreia 1,80 5,2
Taiwan 2,96 3,9 Brasil 1,26 3,6Outros países 27,2 35,6 Outros países 19,6 56,1
Fo nte : Inte rna tio nal Trade Centre (ITC) - Naçõ es Unidas Fo nte : Inte rna tio nal Trade Centre (ITC) - Naçõ es Unidas
Principais Parceiros Comerciais de IMPORTAÇÕES (2014)Principais Parceiros Comerciais de EXPORTAÇÕES (2014)
Tipo de Produto Valor (€)Share
(%)
TCMA10-15
(%)Tipo de Produto Valor (€)
Share
(%)
TCMA10-15
(%)
Petróleo bruto e gás natural 1 128 077 719 98,8 15,1 Produtos alimentares 362 895 342 17,3 10,9
Produtos alimentares 4 945 903 0,4 - Máquinas e equipamentos, n.e. 254 211 795 12,1 2,6
Máquinas e equipamentos, n.e. 2 526 486 0,2 12,9 Equipamento eléctrico 227 692 729 10,8 3,2
Produtos informáticos, electrónicos e ópticos 2 431 257 0,2 27,0 Bebidas 155 445 374 7,4 -4,7
Produtos da agricultura, da produção animal,
da caça e dos serviços relacionados 1 480 654 0,1 43,2Produtos metálicos transformados, excepto
máquinas e equipamento 141 920 406 6,8 -4,4
Vendas por grosso e a retalho e serviços de
reparação de veículos automóveis e motociclos 588 038 0,1 2,8 Produtos químicos 116 831 989 5,6 5,5
Produtos da silvicultura, da exploração
florestal e serviços relacionados 513 526 0,0 9,0 Artigos de borracha e de matérias plásticas 96 717 179 4,6 7,5
Madeira e cortiça e suas obras, excepto
mobiliário; obras de espartaria e de cestaria 266 861 0,0 142,3 Produtos informáticos, electrónicos e ópticos 92 187 977 4,4 -3,6
Produtos metálicos transformados, excepto
máquinas e equipamento 243 586 0,0 -2,8 Mobiliário 86 156 863 4,1 -0,5
Produtos diversos das industrias
transformadoras207 015 0,0 11,6 Outros produtos minerais não metálicos 77 858 735 3,7 -3,2
Fonte: INE. Fonte: INE.
TOP 10 DAS IMPORTAÇÕES DE PORTUGAL de ANGOLA (2015) TOP 10 DAS EXPORTAÇÕES DE PORTUGAL PARA ANGOLA (2015)
2013 2014 2015 2013 2014 2015
Importações de Portugal deste país (milhares €) 2 631 734,1 1 605 751,6 1 142 155,7 Exportações de Portugal deste país (milhares €) 3 112 687,7 3 176 022,7 2 101 778,4
Importações totais de Portugal (milhares €) 57 012 825 58 976 409 60 117 914 Exportações totais de Portugal (milhares €) 47 302 913 48 104 633 49 815 871
Peso das importações do país (%) 4,6 2,7 1,9 Peso das exportações do país (%) 6,6 6,6 4,2
Fonte: INE. Fonte: INE.
PESO de ANGOLA NAS IMPORTAÇÕES DE PORTUGAL (2013/15) PESO de ANGOLA NAS EXPORTAÇÕES DE PORTUGAL (2013/15)
4
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
CONJUNTURA Economia deverá crescer 2,7% em 2016,
menos do que o estimado para 2015 (+3,0%) e
que representa um mínimo desde 2009, mas
devendo acelerar ligeiramente já em 2017
ATIVIDADE
Após a crise orçamental e da balança de pagamentos em
Angola em 2009, foi assinado um programa com o FMI
com vista à correção dos desequilíbrios macroeconómicos
do país. A instituição considera que o programa atingiu
os seus principais objetivos. Neste contexto, as
autoridades têm avançado com um programa de
reformas institucionais, fortalecendo algumas áreas-
chave na gestão orçamental, monetária e financeira.
Em termos da evolução real da atividade económica,
a economia tem sido gravemente afetada por uma
queda acentuada do preço do petróleo. O Governo,
no âmbito do Orçamento do Estado para 2016 (OE
2016) – cuja proposta foi concretizada em outubro,
tendo sido posteriormente aprovada pelo Parlamento
angolano em 12 de dezembro de 2015 –, e, mais
recentemente, o FMI (abril de 2016), colocaram o
crescimento do PIB em 6,8% em 2013, um valor em
linha com o estimado pelo Montepio e que representa
uma aceleração face ao ano anterior (+5,2% em 2012).
Para 2014, o FMI estima um crescimento do PIB de
4,8%, alinhado com o que também assumimos e que
passou igualmente a ser assumido pelo Governo no OE
2016 - representando uma ligeira revisão em alta face
aos 4,7% que o Governo apresentava Orçamento do
Estado retificativo para 2015 (OER 2015), que foi
aprovado pelo Parlamento a 19 de março –, mas que
continua a tratar-se de um valor inferior aos 5,3% que
tinham sido estimados pelo FMI ainda em 2014, com
essa revisão em baixa a refletir o abrandamento da
agricultura e um crescimento aquém do esperado da
extração de petróleo, que sofreu paragens durante o 1.º
semestre desse ano. Segundo os dados referentes a
2014 divulgados pelo Governo no recente OE 2016, o
setor petrolífero terá caído 2,6% em 2014, mais do
que em 2013 (-1,1%), enquanto o setor não
petrolífero terá continuado a crescer, estimando agora
um acréscimo de 8,2%, em desaceleração (+10,9% em
2013), mas não deixando de constituir uma notícia
animadora para a necessária diversificação da estrutura
produtiva. A queda do setor petrolífero resulta da
desaceleração da economia global e de problemas
técnicos em algumas refinarias.
Economia deverá ter
desacelerado para 3,0% em 2015,
crescendo menos do que o
estimado pelo Governo…
O ano de 2015 ficou marcado pela transmissão dos
efeitos da queda do preço do petróleo, tendo sido um
ano bastante restritivo para o setor real da economia
angolana. O PIB foi afetado diretamente pela queda do
preço do petróleo, que provocou, designadamente, uma
queda das exportações líquidas. A trajetória de
depreciação apresentada pela taxa de câmbio e a retoma
do ciclo ascendente da taxa de inflação, ao longo do
ano, reforçaram a desaceleração da atividade económica,
em função do abrandamento da procura privada,
refletindo designadamente as restrições no acesso a
divisas para efeitos de importação. Por outro lado, o
ajustamento orçamental apresentado em março, em
sede do OER 2015, contemplou reduções expressivas no
consumo público (em particular, nas despesas em bens e
serviços) e da despesa em investimento do setor público,
na ordem de 50% e 53%, respetivamente, refletindo-se
Angola/ PREVISÕES ECONÓMICAS DO DEPARTAMENTO DE ESTUDOS DO MONTEPIO2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
PIB 13,8 2,4 3,4 3,9 5,2 6,8 4,8 3,0 2,7 2,9 3,4 3,9 4,4Inflação 12,5 13,7 14,5 13,5 10,3 8,8 7,3 10,3 19,1 15,2 12,9 10,9 9,4Balança Corrente (% PIB) 8,5 -10,0 9,1 12,6 12,0 6,7 -2,9 -8,2 -10,5 -8,8 -6,2 -4,6 -3,8Saldo Orçamental (% PIB) -4,5 -7,4 3,5 8,7 4,6 -0,3 -6,6 -4,1 -7,1 -6,1 -4,9 -3,9 -3,6
No ta s : Os da dos his tóric os do S a ldo Orç a me nta l e da Ba la nç a Corre nte se gue m a me todologia do FMI.
5
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
numa dinâmica menos favorável para a atividade
económica.
Atendendo aos dados de atividade conhecidos para
2015, apontamos para um crescimento do PIB de 3,0%,
com a economia a dever, assim, desacelerar pelo 2.º ano
consecutivo (+4,8% em 2014). Trata-se de um valor
ainda abaixo dos 4,0% estimados pelo Governo
angolano, que veio, no âmbito do OE 2016, rever em
baixa a sua anterior estimativa de 6,6%, que tinha sido
apresentada no OER 2015 e que também já tinha
representado uma revisão em baixa face aos 9,7% que
tinham sido considerados inicialmente no OE 2015, um
processo de sucessivas e intensas revisões que ilustram
bem a forma intensa e algo inesperada com que a queda
do preço de petróleo afetou a atividade económica no
país. Segundo as últimas estimativas do Governo
(publicadas no OE 2016), o crescimento do PIB de 4,0%
estimados para 2015 terão resultado de um acréscimo de
2,4% da produção do setor não petrolífero,
contribuindo com cerca de 1,7 p.p. para o crescimento
do PIB estimado pelo Governo e para um crescimento de
7,8% da produção do setor petrolífero (com um
contributo de 2,3 p.p. para o crescimento do PIB),
acréscimos que, a avaliar pela informação disponível,
consideramos excessivos, estimando-se antes
crescimentos entre 1,5% e 2,0% para o setor não
petrolífero e entre 6,0% e 6,5% para o setor petrolífero,
este último, ainda assim, regressando aos acréscimos,
após dois anos em contração. Com efeito, note-se que,
apesar da queda do preço, o setor petrolífero
revigorou-se em 2015, terminando, assim, em 2014, o
ciclo de contração económica que registava desde a crise
financeira e económico 2008/09, apenas pontualmente
interrompido em 2012, quando o setor cresceu 4,5%.
No entanto, ao longo de 2015, apesar da recuperação
económica verificada no setor, a atividade petrolífera
continuou a ficar marcada por restrições de produção
(blocos 17 e 18, em janeiro), problemas técnicos no
bloco 31 (em marco) e pelo adiamento da paragem
parcial no bloco 14 (de março/abril, para julho/agosto),
bem como pelo atraso no arranque e instabilidade de
novos poços da Dália, no bloco 17.
… e desacelerar novamente em
2016, para 2,7%, crescendo
também abaixo do previsto pelo
Governo (+3,3%) e ao menor
ritmo desde 2009 (+2,4%)
A conjuntura económica este ano continuará a
apresentar desafios, pois não se espera que os preços
internacionais do petróleo recuperem de forma
significativa ao longo de 2016, com os riscos a
manterem-se negativos, e com a economia a dever voltar
a desacelerar, para um crescimento de 2,7% (+3,0% em
2015), abaixo do que o que o Governo prevê. Com
efeito, no já referido OE 2016, o Governo antecipa um
crescimento do PIB 3,3%, cerca de 0,7 p.p. abaixo do
crescimento estimado pelo Governo para 2015,
sustentando esta previsão de crescimento para 2016 com
um crescimento de 4,8% da produção do setor
petrolífero, que o Governo considera registar uma
aceleração para 1,89 milhões de barris/dia (Mb/d) em
2016 (1,80 Mb/d em 2015), em consequência do
aumento esperado da produção nos blocos Cabinda –
blocos 3/05, 14 e 15/06 – e da entrada em produção dos
projetos mafumeira, no bloco 0, Polo Este, no bloco
15/06, e Satélite Kizomba A e B – fase 2 no bloco 15,
bem como pela manutenção das perspetivas de
crescimento de todos os setores de atividade económica
no setor não petrolífero, com a exceção do Setor
Público Administrativo, cujas previsões do Governo
apontam para uma estagnação em 2016. Segundo as
previsões do Governo, no cômputo geral, o setor não
petrolífero registará um reforço moderado, prevendo um
crescimento de 2,7% em 2016, em aceleração face ao
acréscimo de 2,4% estimado pelo Executivo para 2015.
No entanto, como referido, trata-se de uma previsão de
crescimento do PIB que consideramos ligeiramente
otimista. Note-se que as previsões do Governo são
sustentadas pela expectativa das autoridades angolanas
de que a produção de petróleo no país e os preços
internacionais da commodity se cifrem pelos (já
referidos) 1,89 Mb/d e pelos 45 dólares ($)/barril (b),
respetivamente. Ao nível da produção de petróleo
partilhamos das previsões ligeiramente menos otimistas
divulgadas pela Economist Intelligence Unit (EIU), que
apontam para uma previsão de produção de cerca de
1,88 Mb/d. Quanto ao preço médio do petróleo nos
mercados internacionais, consideramos a previsão de 45
$/b do Governo otimista, a avaliar designadamente pelos
contratos de futuros (no passado dia 15 de abril, a
cotação do brent estava nos 43,5 $/b e os contratos de
futuros para dezembro de 2016 apontavam para uma
cotação de apenas 46,0, correspondendo a uma média
anual de 42,2 d/b). Assim, apontamos para um
acréscimo de apenas 2,7% do PIB em 2016, um valor
0,6 p.p. abaixo do previsto pelo Governo e que, face à
nossa estimativa de uma expansão de 3,0% em 2015,
representa desaceleração de 0,3 p.p. no ritmo de
crescimento da atividade no presente ano, apesar de a
nossa previsão permanecer ainda rodeada de riscos
descendentes.
6
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
PIB deverá crescer a um ritmo
médio de 3,6% no horizonte
2017/20
Para 2017, apontamos para uma ligeira aceleração da
atividade económica (+2,9%), com a economia a dever
dar nos anos seguintes continuidade a essa tendência de
moderada aceleração, impulsionado pelas perspetivas de
sólidos crescimentos do consumo público e privado,
refletindo a recuperação dos preços do petróleo,
prevendo-se um crescimento médio anual de 3,6% para
o período 2017/20. Assim, em termos de perspetivas
de médio prazo, apontamos para que o crescimento se
mantenha firme no médio/longo prazo, prevendo-se que
o crescimento do PIB acelere para 4,4% em 2020 e que
cresça a um ritmo médio de 3,5% no horizonte
2016/20. Este ímpeto de crescimento estará dependente
da: i) dimensão do crescimento populacional – deverá
aumentar a um ritmo médio anual de 3,0%, entre 2014
e 2020, segundo o FMI, sendo que o Governo conduziu
um Census em 2014, apurando uma população total de
24,38 milhões em maio de 2014 –, e sobretudo até que
medida estará associado à qualificação do capital
humano; ii) aposta na construção de infraestruturas
(nomeadamente no acesso à energia e aos transportes),
que dependerá do investimento público (que por seu
lado depende das receitas orçamentais) e de fluxos de
capital estrangeiro; iii) diversificação da estrutura
produtiva, uma vez que o setor petrolífero – que em
2015 terá sido responsável por cerca de 25% da
produção, 95% das exportações e 55% das receitas
públicas – deverá abrandar, ao aproximar-se do máximo
da capacidade extrativa; iv) continuação da criação de
instituições, da promoção da equidade na distribuição
do rendimento, da eliminação de burocracia e do
combate à corrupção; v) manutenção da estabilidade
macroeconómica, para a qual foram dados passos
muito importantes depois da crise de 2008/09, associada
à promoção do crédito; vi) reversão de determinadas
medidas ineficientes, das quais são exemplo os maiores
subsídios aos preços dos combustíveis concedidos pelo
Governo (este último um aspeto que o Governo tem
vindo a efetuar desde setembro de 2014, tendo a mais
recente diminuição destes subsídios aos combustíveis
ocorrido neste mês de janeiro).
Sobre a evolução do setor petrolífero pairam nos
próximos anos, desde logo, riscos relacionados com a
evolução dos preços do petróleo. Por outro lado, existem
riscos descendentes relacionados com a possibilidade
de a OPEP vir a impor quotas mais rigorosas para Angola
e com a velocidade de execução dos projetos para
aumentar a capacidade produtiva, bem como problemas
técnicos que afetaram várias plataformas do país nos
últimos anos. Do lado dos riscos ascendentes, estão
essencialmente os relacionados com a possibilidade de
descoberta de mais petróleo ou de outras commodities
(v.g. gás natural).
OPORTUNIDADES
Angola tem visto o seu PIB crescer de forma rápida, com
uma média de 15,3% ao ano entre 2003/08, em
resultado do boom do petróleo, tendo sofrido com a recessão global e reduzido o crescimento do PIB para
uma média de 4,3% ao ano entre 2009/13. Segundo o
FMI, o PIB per capita em paridade de poder de compra
foi estimado em 7 344 dólares norte-americanos (USD) em 2015, substancialmente maior do que no Quénia ou
na Nigéria. No entanto, este valor agregado esconde
enormes disparidades no rendimento – excluindo uma pequena elite e a classe média, a maioria da população é
extremamente pobre. O Programa de Desenvolvimento
das Nações Unidas (PNUD) estima que 37% da população de Angola viva abaixo da linha da pobreza
(definida como 2 USD por dia) e 26% vive em extrema
pobreza (1,25 USD por dia).
Luanda, a capital do país, domina e vai continuar a
dominar a economia angolana devido à sua posição como centro político e económico e pelo facto de ser o
lar de mais de ¼ da população. A maioria dos ministérios
e das sedes das empresas estão em Luanda, bem como
cerca de metade da indústria transformadora do país. Em
Luanda situa-se, também, o maior porto comercial, pelo que a maior parte da atividade comercial do país
desenvolve-se na cidade. No entanto, a rápida expansão
da população da capital, que passou de cerca de 480 mil
pessoas em 1970 para mais de 6,5 milhões em 2014 (de acordo com o último Census), colocou enormes tensões
nas infraestruturas da cidade. Além disso, os custos de
vida são extremamente elevados, com Luanda a ser regularmente classificada entre as cinco cidades mais
caras do mundo. Nos últimos três anos foi também
considerada como a cidade mais cara para estrangeiros. As restrições de infraestruturas são um enorme obstáculo
ao crescimento, particularmente para o setor do retalho,
com longos atrasos na distribuição de bens e com
intensos engarrafamentos no centro da cidade. No entanto, a existência de um grupo tão grande de
consumidores numa pequena área possibilitou que as
empresas que operam no mercado angolano sejam altamente lucrativase que estejam a operar com sucesso
7
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
há vários anos, sem procurarem fornecer serviços fora
dos limites da cidade. Mas tal poderá mudar com a
abertura da rede de estradas para o interior, que é visto
como a criação de novas oportunidades comerciais.
Retalho deverá expandir-se
A rede de distribuição do retalho entrou em colapso durante a guerra civil, o que colocou vários obstáculos à
procura dos consumidores. A maior parte da atividade
do retalho é realizada atualmente no setor informal. A maioria dos alimentos são importados da África do Sul
ou de outros países vizinhos e são vendidos em mercados
públicos ou por vendedores ambulantes. No entanto, o Governo está empenhado em afastar-se deste sistema e
lançou uma série de operações contra esse tipo de
vendedores.
O interesse no mercado está a crescer. A empresa
Shoprite da África do Sul entrou em Angola em 2003 e, atualmente, realiza mais vendas fora da África do Sul.
Atualmente tem três pontos de venda em Angola, mas
afirma ter potencial para abrir mais 21 pontos de venda no país nos próximos três a quatro anos. Está também a
abrir uma série de estabelecimentos de fast-food,
incluindo operações como a Debonairs Pizza. Em
meados de 2014, outra empresa sul-africana, a Spar Group, abriu o seu primeiro estabelecimento comercial
na capital. De acordo com o diretor financeiro da
empresa, Mark Godfrey, a Spar é suscetível de fornecer a maior parte dos produtos vendidos em Luanda, embora
alguns possam ser adquiridos localmente. A empresa sul-
africana também irá fornecer serviços de logística. Outra empresa sul-africana, a Massmart, também estava a
ponderar entrar no final de 2013 em Angola, mas adiou
em 2014 a sua entrada para o presente ano. Os
concorrentes incluem a Metcast subsidiária da Austrália, que opera em lojas de comércio por grosso, a francesa
Auchan, que tem uma participação no supermercado
Jumbo e várias empresas portuguesas, incluindo o Grupo GCT, Teixeira Duarte e Sonae. Outra empresa chave é a
Afrosam, uma joint venture angolana/libanesa que tem
mais de 70 pequenas lojas em todo o país.
A atração para estes retalhistas estrangeiros é bastante clara. O rendimento disponível real aumentou cerca de
19,5% ao ano entre 2012 e 2014, ao mesmo tempo que
a população – bastante jovem – está a crescer a ritmos
bastante fortes, uma tendência que se prevê manter durante os próximos anos, dando aos retalhistas claras
oportunidades no longo prazo para expandirem e
construir a sua marca no país. Segundo o FMI, a população angolana deverá subir de 25,1 milhões, em
2015, para 30,0 milhões em 2021.
Oportunidades para melhorar a
posição na cadeia de valor
Apesar de praticamente todos os inputs serem
importados, existem oportunidades para Angola
melhorar a sua posição na cadeia de valor global e
ampliar a sua participação em setores como o gás liquefeito natural, o metanol, o transporte de gás e
energia, e o gás para combustíveis líquidos. O
investimento nestes setores poderia gerar empregos e promover o aparecimento de atividades de maior valor
acrescentado. De acordo com um estudo do Banco
Africano de Desenvolvimento, elaborado em 2013,
Angola tem maiores hipóteses de integrar a cadeia de valor de petróleo e gás, e de desempenhar um papel
catalisador a nível regional através de: i) maior
investimento em gás natural liquefeito; ii) adoção de uma abordagem gradual para o desenvolvimento de
indústrias a jusante de petróleo e de gás, começando
com projetos de alto impacto para demonstrar a viabilidade de Angola; iii) investimento adicional em
fertilizantes, metanol e gás para líquidos destinados a
indústrias situadas a jusante; iv) melhorando o quadro
regulamentar, garantindo regulamentos transparentes e estáveis, incentivando a transparência e abordando o
imposto de mais-valias.
Os principais obstáculos para o desenvolvimento dessas
indústrias residem nas inadequadas infraestruturas de transportes, nas dificuldades no acesso a infraestruturas
internacionais (estradas, portos, aeroportos e ferrovias de
ligação ao mercado externo), nas fontes de fornecimento de energia inadequadas e pouco fiáveis, nas dificuldades
no acesso ao financiamento, na volatilidade do comércio
em resultado da flutuação dos preços das mercadorias,
bem como nas mudanças de estratégia por parte das empresas multinacionais. Além disso, o ambiente de
negócios ainda não é propício para a integração regional
devido a obstáculos administrativos à livre circulação de bens e de trabalhadores. A fraca capacidade de produção
local e a falta de competências especializadas na
indústria petrolífera limitam o desenvolvimento das relações entre as atividades de serviços petrolíferos e o
resto da economia.
Devido às barreiras de entrada na cadeia de valor global
de petróleo e gás, o Governo introduziu uma legislação
para promover as indústrias de transformação a jusante do petróleo e gás, criar postos de trabalho e, ainda,
contribuir para os esforços de redução da pobreza. A Lei
das Atividades Petrolíferas atribui a propriedade exclusiva dos recursos de hidrocarbonetos em Angola e direitos de
mineração ao Estado angolano. Segundo a lei, a
Sonangol, empresa petrolífera estatal, é a concessionária
da indústria do petróleo de Angola e a única proprietária dos direitos de mineração. Outras entidades só podem
aceder a recursos angolanos de hidrocarbonetos em
parceria com a Sonangol e através de contratos de concessão e de partilha de produção. O Governo
também tem recorrido à Lei das Atividades Petrolíferas e
decretos de conteúdo local, para promover a criação de competências locais, através da “angolanização” dos
8
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
recursos humanos. Também se pretende aumentar a
participação das empresas locais nos mercados globais,
dando tratamento preferencial a empresas nacionais no
fornecimento de bens e serviços.
Para estimular uma maior participação local, o
Governo angolano poderá vir a considerar algumas
medidas de política, tais como: i) apoiar diferentes
setores - o Governo poderia conceder os mesmos
incentivos fiscais e financeiros a todas as empresas
locais envolvidas em diferentes fases da indústria
petrolífera e priorizar da mesma forma a criação de
atividades de pesquisa e desenvolvimento e a
promoção das empresas nacionais, que é o foco
principal da política atual. Poderia, também, selecionar
grandes empresas industriais locais para entrarem no
setor de fornecimento e incentivar o desenvolvimento
de redes de conhecimento entre fornecedores,
produtores e clientes; ii)
garantir um maior investimento na formação de nível
técnico, no ensino geral e sistemas de formação, mas
também em institutos de petróleo para preencher as
lacunas de capacidade a este nível
; iii) o Ministério do Petróleo e a Sonangol (os
reguladores do setor petrolífero) devem trabalhar mais
estreitamente sobre as políticas com os ministérios da Indústria e da Economia, que são líderes das agendas de
industrialização e diversificação de Angola; iv)
implementar mecanismos transparentes de políticas com
vista a permitir a eficiência política e acabar com
potenciais canais de corrupção.
Governo deverá evitar lançar
sinais contraditórios para o
investimento direto estrangeiro,
que deverá ter um importante
papel na necessária maior
diversificação da economia
Pese embora o Governo angolano falar da sua abertura
ao investimento direto estrangeiro (IDE), o fraco
ambiente de negócios – como ilustram as frequentes baixas classificações do país nos relatórios Doing
Business do Banco Mundial (Angola posicionou-se no
lugar 181, entre 189 países presentes na edição de
2016) – limita significativamente o seu potencial. Algumas das recentes revisões da legislação estão ser
saudadas como uma forma de simplificar os processos e
reduzir a burocracia no país e, em especial, no setor empresarial, mas algumas medidas paralelas adotadas
recentemente pelo Governo – como, por exemplo, a
criação no OER 2015 da contribuição especial sobre
operações cambiais, como transferências privadas entre
o território nacional e o estrangeiro – são suscetíveis de
contrariar esses esforços. Esses sinais contraditórios
surgem num contexto de abrandamento da economia,
como resultado dos já referidos baixos preços do petróleo, sendo a necessidade de diversificação da
economia (para além do setor dos hidrocarbonetos) mais
urgente do que nunca. Como tal, o Governo deverá procurar manter os investidores privados estrangeiros no
país, devendo, neste sentido, evitar emanar sinais
contraditórios para o mercado, desincentivando o IDE.
Anúncios por parte da agência de investimento privado
nacional de Angola, a Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP), em relação a novos projetos
e contratos de elevado valor com empresas estrangeiras
surgem nos órgãos de comunicação social estatais quase numa base semanal. Alguns desses exemplos recentes
incluem os planos do grupo Accor da França para a
construção de 50 hotéis em toda a Angola, bem como outro projeto francês, da BTP Eiffage, para construir
mais de 100 passagens pedonais, num contrato avaliado
num valor de quase 200 milhões de dólares. Não há nada
que garanta que estes projetos e contratos anunciados não venham a decorrer como previsto e anunciado. No
entanto, enquanto a ANIP tende a realçar a importância
destes acordos alcançados como oferecendo grandes e novos projetos e uma significativa criação de emprego no
país, a Presidente da agência, Maria Luísa Abrantes,
admitiu que muitos dos contratos assinados pela ANIP estão a desenvolver-se de uma forma parcialmente, ou
em alguns casos totalmente, insatisfatória. A Presidente
da ANIP culpa os investidores internacionais por essa
situação, referindo que algumas empresas estavam a assinar contratos com a ANIP, a fim de usá-los para
aumentar o crédito no exterior.
Difícil situação económica e
financeira do país, provocada
principalmente pelas fortes
queda dos preços do petróleo,
levou o Governo a adotar
medidas de caracter estrutural
A realidade económica e financeira vivida em Angola
desde há cerca de ano e meio, cuja origem se encontra
principalmente na quebra acentuada do preço do
petróleo nos mercados internacionais (iniciada em
meados de 2014), implicou a tomada de medidas de
carácter estrutural, de grande alcance e permanência
no tempo por parte do Governo angolano, de forma a
minimizar o impacto da quebra de mais de 50% nas
receitas de exportação e maior ainda nas receitas fiscais
do país.
9
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
Não obstante os esforços prosseguidos, a conjuntura
internacional não tem sido propícia à contenção da crise
enfrentada por Angola: o regresso de países produtores
de petróleo aos mercados (Irão), a não imposição de
restrições à produção petrolífera por parte da OPEP, o
surgimento dos EUA enquanto grande fornecedor de
petróleo e o abrandamento da economia chinesa, são
alguns dos aspetos que têm dificultado a inversão da
situação atual.
No sentido de contextualizar a recente adoção de
medidas de caracter mais estrutural adotadas pelo
Governo, recorde-se que o ano de 2015 foi
particularmente desafiante para o país. As receitas
inicialmente aprovadas no OE 2015 tiveram que ser
revistas, através da forte redução nas estimativas do
preço médio do barril de petróleo, levando a que as
despesas fossem significativamente reduzidas, havendo
para além disso necessidade de fazer ajustamentos em
variáveis fundamentais como as taxas diretoras do BNA e
as taxas de câmbio, para tentar conter a procura e
restaurar a estabilidade económica, acompanhado do
aumento de alguns preços até então administrativamente
controlados, como o dos combustíveis. Os agentes
económicos demonstraram alguma resistência, todavia,
com o aproximar do fim do ano de 2015 e já depois de o
OE 2016 ter sido aprovado, os preços do petróleo
intensificaram o ritmo de queda, reduzindo-se também
as perspetivas de evolução futura dos preços e colocando
em causa o preço médio do barril de petróleo utilizado
nas projeções daquele documento (45 dólares).
Governo aprova estratégia para a
saída da crise
Entretanto, logo nos primeiros dias do ano de 2016,
o Governo atuou de forma energética e rápida
sobre determinadas variáveis, como os subsídios e a
taxa de câmbio, houve uma depreciação da moeda em
15% e um aumento dos preços dos combustíveis acima
de 30%, tendo sido também atualizados pelo respetivo
ajustamento cambial. Consciente da fraca eficácia de
uma tomada de medidas avulsas, na sessão do Conselho
de Ministros de 21 de janeiro de 2016, liderada pelo
Presidente José Eduardo dos Santos, foi aprovada a
estratégia do Governo para a saída da crise.
Segundo essa estratégia, que é considerada como uma
forte oportunidade de a economia angolana não
resvalar para uma fase recessiva, o Governo pretende
desenvolver ações que visem substituir o petróleo como
principal fonte de divisas para o país, sendo vista como a
necessidade de aumentar o controlo sobre outros
produtos exportados, mas que fogem ao circuito oficial,
nomeadamente ao nível dos recursos naturais extrativos,
como minérios e rochas ornamentais. Por outro lado, a
estratégia dá enfase à substituição de importações,
nomeadamente em bens que integram o capaz de
consumo básico. Para além disso, o programa é de tal
forma abrangente e coordenado que indica a postura
que deve ser adotada pela política monetária e cambial
para garantir os objetivos traçados. Por outro lado, dá
indicações para que o mercado cambial se torne flexível,
fazendo com que a taxa de câmbio do país passe a ser,
de facto, flutuante, permitindo que a taxa em vigor em
qualquer momento seja uma taxa de equilíbrio.
Noutra vertente, o plano sinaliza a necessidade de criar
um setor privado mais produtivo através da canalização,
para este efeito, de recursos previamente captados para
financiamento público sob a forma de linhas de crédito
num montante global que poderá atingir os 5,5 mM$
até 2025.
Do lado da despesa, a estratégia propõe ações para a
redução das mesmas, indo ao detalhe, desde a redução
dos custos com viagens, à compra de viaturas com
menor cilindragem, bem como o congelamento de
salários e da contratação de novos profissionais com
exceção aos setores da saúde, educação e assistência
social. Do lado das receitas foram elencados um
conjunto de impostos e ações que devem ser reforçados
para aumentar as receitas fiscais não petrolíferas, tais
como o imposto sobre operações financeiras de 0,1% e
a cobrança do Imposto Predial Urbano.
Nova Lei do Investimento
Privado
Ainda no campo das oportunidades, especial referência
para a nova Lei do Investimento Privado (NLIP),
publicada ainda em 2015, no dia 11 de agosto. O novo
quadro legal faz uma separação clara entre as entidades que são envolvidas no processo negocial e as entidades
que têm competência para aprovar os projetos de
investimento, separação essa que difere consoante o valor do investimento a realizar. No plano central
compete ao Presidente da República, enquanto titular do
poder executivo, definir e aprovar a política geral de
investimento e aprovar diretamente os investimentos de valor igual ou superior a 10 M$. Para assessorar o Chefe
de Estado nesta matéria, foi criada uma Unidade Técnica
para o Investimento Privado, UTIP, junto da Presidência.
As competências para aprovar, acompanhar e fiscalizar projetos de investimento ficaram, segundo o
Regulamento, repartidas da seguinte forma: i) projetos
de investimento até 10 M$ – departamento ministerial da área da atividade dominante do investimento, por
intermédio das respetivas Unidades Técnicas de Apoio ao
Investimento; ii) projetos de investimento de montante
superior a 10 M$ e investimentos nos setores financeiro,
10
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
mineiro e diamantífero – Presidente da República, através
da Unidade Técnica para o Investimento Privado do
Titular do Poder Executivo; e iii) investimentos de
montante superior a 50 M$ que criem entre 200 a 500 postos de trabalho para cidadãos angolanos
(dependendo da zona onde o projeto ficar instalado) –,
será criada uma Comissão de Negociação de Facilidades e
Incentivos para negociar os incentivos com o investidor.
Governo cria Agência de
Promoção do Investimento e das
Exportações de Angola
Outra vertente importante no novo quadro estratégico é
a criação da Agência de Promoção do Investimento e
das Exportações de Angola, instituição que visa captar
o investimento estrangeiro e promover os produtos e as
marcas nacionais tanto internamente como, sobretudo,
no exterior. AAPIEX sucede à ANIP, que desde 2003
geria a entrada do investimento estrangeiro no país. Esta reforma não surgiu propriamente em resposta à crise que
o país enfrenta desde finais de 2014, altura em que a
quebra do preço da sua principal commodity se acentuou, mas o novo contexto internacional e nacional
apressou a sua conclusão. A única vertente que resta da
ANIP é a da promoção, já que as competências respeitantes à receção, coordenação e supervisão do
investimento privado, foram transferidas para estruturas
sob alçada dos ministérios e do próprio Chefe de
Estado.
Nova Lei Geral do Trabalho
As alterações à Lei Geral do Trabalho foram discutidas
durante cerca de dois anos, através de consulta pública com a participação de representantes das instituições
públicas que atuam diretamente na área da proteção dos
direitos dos trabalhadores, de representantes dos maiores grupos económicos privados do país e,
naturalmente, de juristas. Com a nova Lei Geral do
Trabalho (Lei n.º 7/15, de 15 de junho de 2015), passa a ser possível celebrar contratos de trabalho por tempo
determinado por períodos de até cinco ou dez anos,
dependendo da dimensão da empresa, ao contrário do
prazo máximo previsto na lei anterior ao abrigo da qual, após o decurso de três anos, ocorria uma transformação
automática do contrato em contrato por tempo
indeterminado. Para além do alargamento da duração deste tipo de contratos de trabalho, o empregador deixa
de estar obrigado a limitar a contratação por tempo
determinado às circunstâncias que eram taxativamente referidas na lei anterior. Uma breve nota para referir que
as regras para a contratação de expatriados, no que
respeita ao período máximo de duração dos respetivos
contratos, mantém-se inalteradas. Desta forma, ao abrigo do Decreto 6/01 de 19 de janeiro (Regulamento
sobre o exercício da atividade profissional do trabalhador
estrangeiro não residente), a duração máxima de um
contrato de trabalho com um estrangeiro não residente
continua a ser de três anos, devendo o trabalhador regressar ao seu país de origem findo o contrato.
Desaparece, assim, a ideia de renovação automática do
contrato quando não é cumprido o aviso prévio. O estabelecimento de regras diferenciadas em função da
dimensão da entidade empregadora reflete o sentido de
maior equilíbrio na distribuição de responsabilidades
pelas empresas e é mais um instrumento para a prossecução da política de estímulo e proteção das
médias, pequenas e micro empresas encetada pelo
Governo angolano nos últimos anos, ainda dentro do espírito da reconstrução nacional, e hoje, um dos pilares
da diversificação da economia.
Movimentos de consolidação no
setor bancário
Um relatório recente da consultora Eaglestone apontava
como “insustentável” a existência de 29 bancos a operar em Angola, prevendo “vários movimentos de consolidação no setor bancário a curto a médio prazo.”
Os motores da consolidação, referia, serão atores estrangeiros, mas também é sustentada a necessidade de alguns dos bancos ganharem dimensão, ou
corresponderem aos novos e mais exigentes requisitos de capital, bem como alterar a atual estrutura acionista das instituições bancárias angolanas.
Em instituições como o BIC, Banco de Negócios Internacional, Banco Comercial do Huambo e Banco Valor, os gestores ainda são dos principais acionistas,
havendo espaço para encontrar um parceiro internacional ou mesmo vender diretamente uma participação.
A fusão entre o Banco Privado Atlântico (BPA) e o Millennium Angola deverá dar início a uma vaga de
fusões na banca comercial em Angola, com o objetivo de ultrapassar adversidades como a menor rentabilidade do negócio, de acordo com analistas internacionais. A fusão
BPA/Millennium Angola, que criará o quinto maior banco angolano em ativos, foi anunciada em outubro de 2015 como forma de assegurar condições de crescimento em contexto adverso e responder às alterações da supervisão
europeia, que veio penalizar os bancos portugueses expostos a Angola, um movimento que deverá ter sequência.
A Economist Intelligence Unit (EIU) sublinha, no seu mais recente relatório sobre Angola, ter sido esta a
primeira vez que dois bancos angolanos se fundiram e recordou que o Banco Privado Atlântico tem estado a negociar uma operação semelhante com a filial do russo
VTB. “Com a rentabilidade a recuar e outros desafios associados que os bancos angolanos enfrentam, é
11
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
provável uma consolidação do setor através de fusões”,
afirma a EIU.
Angola formalizou, em março,
pedido de assistência económica
e financeira ao FMI, com o
conjunto de medidas e reformas
estruturais que deverá estar
associado a representar, em si
mesmo e (pelo menos) a médio
prazo, uma grande oportunidade
para o país
Refira-se, entretanto, que os fortes riscos e desafios
económicos, provocados essencialmente pela quebra dos
preços do petróleo, levaram o Governo angolano, em
março, a solicitar ajuda ao FMI, procedendo à
formalização de um pedido de assistência económica e
financeira. A revelação foi feita pelo próprio FMI, já em
abril, que referiu estar pronto para apoiar Angola, um
dos principais mercados das exportações portuguesas e
um dos maiores investidores recentes em Portugal. O
programa de assistência deverá ter o prazo de três anos
(ver tópico “Análise do FMI à Economia de Angola e
Pedido de Assistência Económica e Financeira ao
FMI”). Este pedido de assistência económica e
financeira, com o conjunto de medidas e reformas
estruturais que naturalmente lhe estarão associadas,
constitui, em si mesmo e (pelo menos) a médio prazo,
uma grande oportunidade para o país.
INFLAÇÃO
Em março, a inflação, medida pelo crescimento
homólogo do índice de preços no consumidor (IPC)
na cidade de Luanda – o índice de referência do Banco Nacional de Angola (BNA) –, subiu de 20,26% para 23,60%, acelerando, pelo 14.º mês consecutivo e depois
de duas desacelerações, retomando, nos últimos 14 meses, o anterior ciclo de cinco acelerações e ascendendo a um máximo desde abril de 2005
(+27,02%, segundo a série longa do FMI), afastando-se do registo de junho de 2014 (+6,89%), o mais baixo desde que, em 1992, se iniciou a série mensal do FMI.
Esta evolução da inflação homóloga no mês de março
esteve associada a uma variação mensal do IPC de
cerca de 3,46%, superior à observada em fevereiro (+3,28%) e à registada em março de 2015 (+0,63%). A
classe saúde foi a que registou o maior aumento de
preços com 15,91%. Destacam-se também os aumentos
dos preços verificados nas classes de bens e serviços
diversos (+5,21%), das bebidas alcoólicas e tabaco
(+4,42%) e da alimentação e bebidas não alcoólicas
(+3,58%). Ao nível do contributo para a variação
mensal do IPC, a classe de alimentação e bebidas não
alcoólicas foi a que mais contribuiu para o aumento
mensal do nível geral de preços, com 1,76 p.p..
Inflação deverá regressar para
níveis abaixo dos dois dígitos
apenas em 2019
Em termos médios anuais, em 2014, a inflação cifrou-se
em 7,3% (+8,8% em 2013), o mais baixo registo desde
1990, mas tendo em 2015 registado uma forte
aceleração para 10,3%. A depreciação mais
acentuada do kwanza face ao dólar, desde os finais
de 2014, foi um dos principais fatores para esta forte
pressão sobre os preços internos, tendo levado a
inflação a ultrapassar novamente os dois dígitos no
passado mês de julho de 2015, o que já não acontecia
desde julho de 2012.
Em termos de perspetivas para a evolução dos
preços, para o ano de 2016, a desvalorização do kwanza
face ao dólar (que vai continuar a agravar os preços dos serviços, bens e matérias primas importadas), o
agravamento da pauta aduaneira, as políticas protecionistas e o aumento dos preços dos combustíveis (o Governo tem vindo a cortar os subsídios aos
combustíveis desde setembro de 2014, o que tem vindo naturalmente a exercer uma pressão ascendente sobre os
preços), deverão provocar um novo agravamento da
inflação dos 10,3% observados 2015 para 19,1% em
2016 (representando uma considerável revisão, em
alta, face à nossa anterior previsão de 15,2%,
realizada em março de 2016), mantendo-se, pelo 2.º ano consecutivo, acima do objetivo de inflação [+7,0%; +9,0%] do BNA, tratando-se de um valor
significativamente acima dos 7,0% previstos pelo Governo no OE 2016. Refira-se que estão programados mais cortes nos subsídios aos preços dos combustíveis,
com naturais impactos ascendentes sobre os preços (o OE 2016 contempla novas diminuições para este ano).
Posteriormente, apesar de prevermos que o BNA dê continuidade ao aperto da política monetária que tem vindo a adotar para conter as pressões inflacionistas, tal
12
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
deverá ser insuficiente para conter a inflação no curto
prazo. Com as pressões inflacionistas a deverem ser impulsionadas pelos gastos do Governo (designadamente no âmbito da preparação para as
eleições legislativas em 2017) ou por preços mais elevados das matérias-primas não petrolíferas, apontamos para taxas de inflação ainda acima do
objetivo do BNA ao longo de todo o horizonte de
previsão, não obstante se perspetivar o início de uma trajetória descendente da inflação (em termos anuais) a partir do próximo ano, prevendo-se uma redução para
15,2% em 2017 e o alcance de um valor em torno dos
9,4% em 2020.
POLÍTICA MONETÁRIA
Na reunião de 29 de março, o Comité de Política
Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola (BNA)
decidiu tornar novamente a sua política monetária
mais restritiva, optando por subir as suas principais
taxas de juro, após ter analisado a evolução dos indicadores dos setores real, orçamental, monetário e externo referentes ao mês de fevereiro, bem como o comportamento da economia mundial. Em concreto, o BNA referiu ter sido prestada particular atenção aos fatores que determinam a trajetória recente dos preços na economia angolana, com vista à tomada das medidas de política monetária, tendo, em termos concretos, decidido: i) aumentar a taxa de juro básica - taxa BNA
- de 12,00% para 14,00%; ii) aumentar a taxa de juro
da facilidade de cedência de liquidez de 14,00%
para 16,00%; iii) aumentar a taxa de juro da
facilidade permanente de absorção de liquidez a
sete dias de 1,75% para 2,25%.
BNA decidiu, em março, tornar a
sua política monetária mais
restritiva, pela 2.ª vez em 2016,
depois de ter iniciado um ciclo
de aperto da sua política em
2015, tendo, ao longo desse ano,
aumentado a sua taxa de juro
básica por cinco ocasiões
Esta decisão de aumento de taxas surge depois de o CPM do BNA ter decidido manter o stance da sua política monetária na reunião anterior, que decorreu a 29 de
fevereiro, e após já ter decidido, na primeira reunião de
2016, que decorreu em 30 de janeiro, tornar a sua
política monetária mais restritiva, tendo nessa ocasião optado por aumentar em 100 p.b. tanto a taxa de juro
básica (para 12,00%), como a taxa de juro da
facilidade de cedência de liquidez (para 14,00%),
mas mantido a taxa de juro da facilidade
permanente de absorção de liquidez a sete dias (em
1,75%).
Recorde-se que, ao longo de 2015, a política do BNA
permaneceu focada no controlo da liquidez do sistema bancário, visando a manutenção e garantia da estabilidade de preços e da estabilidade do sistema financeiro, proporcionando, assim, espaço para o aumento do crédito a outros residentes e, consequentemente, do crescimento económico. A escalada da inflação em 2015 levou o BNA a iniciar um ciclo de aperto da sua política, tendo, ao longo do ano, aumentado a sua taxa de juro básica por cinco ocasiões. Em concreto, na derradeira reunião de 2015, o CPM do BNA decidiu: i) aumentar a taxa de juro básica de
10,50% para 11,00% (tinha encerrado 2014 em 9,00%); ii) aumentar a taxa de juro da facilidade
permanente de cedência de liquidez, de 12,50%
para 13,00% (tinha encerrado 2014 em 9,75%); iii)
reduzir a taxa de juro da facilidade permanente de
absorção de liquidez overnight, de 1,75% para
0,00% (tinha encerrado 2014 em 1,75%); e iv) instituir
uma taxa de juro de facilidade permanente de
absorção de liquidez com maturidade de sete dias,
fixando-a em 1,75%.
Política monetária permaneceu
em elevada sintonia com a
política orçamental ao longo de
2015
A implementação da política monetária por parte do BNA manteve-se em elevada sintonia com a execução da política fiscal, ao longo de todo o ano de 2015. As interações entre ambas as políticas intensificaram-se no decorrer do ano, à medida que se foi tornando cada vez mais evidente o impacto na economia angolana da queda dos preços do petróleo. Para além da habitual
gestão da liquidez, por via do acompanhamento
regular dos fatores determinantes da base monetária, a coordenação das políticas orçamental e monetária
centrou-se, com elevada regularidade, na preservação
da estabilidade macroeconómica e financeira
(traduzida pelo assegurar da solvabilidade externa da economia, o controlo da inflação e o financiamento do Tesouro do Estado, sem comprometer o rácio da dívida,
13
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
por forma a permitir a execução da despesa pública), e
na gestão da procura agregada da economia, para
assegurar a manutenção de um crescimento positivo do PIB. A execução coordenada das políticas orçamental e monetária assentou na combinação de instrumentos de ambas com o fim de permitir a gestão da liquidez do setor bancário e uma adequação das reservas do sistema financeiro compatível com a oferta de títulos públicos, bem como viabilizar um reforço a nível da gestão da taxa de câmbio e a proteção das reservas internacionais.
Desenvolvimentos monetários e
financeiros
Ao nível dos desenvolvimentos monetários e financeiros, segundo os dados divulgados pelas últimas contas monetárias do BNA disponíveis, o stock de crédito ao
setor privado da economia (exclui crédito à Adm.
Central) cifrava-se no final de fevereiro de 2016, nos 3 665 mil milhões de kwanzas, representando um acréscimo de 21,8% face ao período homólogo (3,011 mil milhões de kwanzas no final de fevereiro de 2015) e depois de ter encerrado 2015 nos 3,469 mil milhões de kwanzas, um valor 17,7% superior ao observado no final de 2014 (2,947 mil milhões de kwanzas). Isto após ter crescido 0,7% em 2014, já em forte abrandamento face aos acréscimos observados em 2013 e 2012 (+10,5% e +23,9%, respetivamente). Por sua vez, o agregado
monetário M3 – que é composto pelas notas e moedas
em circulação, pelos depósitos à ordem e a prazo e pelos outros instrumentos financeiros – ascendia no final de 2015 a 5,712 mil milhões de kwanzas, o que representava uma expansão de 11,8% face ao período homólogo (5,110 mil milhões de kwanzas), depois de ter expandido 16,2% em 2014, 13,2% em 2013 e 5,7% em 2012. Já em 2016, o agregado M3 fechou o mês de fevereiro nos 6,052 mil milhões de kwanzas, um valor 18,3% superior ao observado no período homólogo.
Deterioração da posição externa
do país
Realce-se também a deterioração da posição externa do país, refletindo essencialmente a redução dos ativos externos líquidos. Os dados mais recentes, referentes a março, apontam para que as reservas cambiais tenham subido nesse mês, dos 23,89 mM$, observados em fevereiro, para 24,15 mM$, representando uma queda de 5,8% face ao período homólogo (-8,8% em fevereiro) e encontrando-se 29,0% abaixo do pico máximo observado em setembro de 2013 (34,02 mM$).
Tendência de “desdolarização”
da economia interrompida em
2015, refletindo a forte
desvalorização do kwanza
Refira-se que o BNA tem promovido a
“desdolarização” da economia desde 2011, tendo
implementado em outubro de 2013 a última fase da nova lei cambial, que obriga as empresas petrolíferas a efetuar o pagamento a fornecedores não-residentes através de bancos nacionais. Essa tendência de
desdolarização viu-se, no entanto, interrompida em
2015, refletindo naturalmente a forte
desvalorização do kwanza, com o crédito e os
depósitos em moeda estrangeira, em termos agregados, a manterem sensivelmente inalterado o seu peso no total do crédito e dos depósitos, com a redução do peso do dólar que continuou a observar-se em 2015 nos depósitos a ser contrariada pelo aumento do peso do dólar nos créditos. O crédito em moeda estrangeira ao setor privado não financeiro representava cerca de 28% do total do crédito no final de 2015, acima dos 25% observados no final de 2014, mas mantendo-se ainda abaixo dos 36% observados no final de 2013. Já os depósitos em moeda estrangeira representavam, no final de 2015, 15% do total dos depósitos, abaixo dos 19% e 21% observados, respetivamente, no final de 2014 e 2013. Em termos agregados, o montante global de créditos (ao setor privado) e de depósitos em moeda estrangeira representava no final de 2015 cerca de 20% do total, sensivelmente o mesmo que no final de 2014 (21%), mas já mais abaixo dos 27% no final de 2013.
POLÍTICA CAMBIAL
A cotação oficial do kwanza depreciou 1,9% face ao dólar em 2014 (-1,2% em 2013), depreciação que continuou a observar-se e se intensificou ao longo de 2015 – que foi visível em todos os mercados, e especialmente no informal –, dando continuidade à tendência que dura desde o início do milénio, com o kwanza a terminar o ano a apresentar uma depreciação média anual de 22,1% (-31,5%, quando comparada a cotação de fecho de 2015 com a de fecho de 2014), representando a maior depreciação desde a
observada em 2003 (-80,7% em termos médios e -38,6% em termos de final de período).
Kwanza intensificou tendência
de depreciação, penalizado pela
queda dos preços do petróleo
A dinâmica do mercado cambial ao longo de 2015 foi amplamente influenciada pela queda do preço do petróleo, traduzindo-se a taxa de câmbio no mais
14
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
percetível canal de transmissão dos efeitos dos choques externos sobre o setor real da economia. As importações representam, em média, pouco menos de 1/3 da oferta total de bens e serviços da economia, e as restrições às divisas, tanto pelo efeito preço, como pelo efeito quantidade sentido pelos agentes económicos, agravadas por uma procura de divisas improdutiva, impactaram significativamente no movimento depreciativo da taxa de câmbio do kwanza ao longo de 2015. Do ponto de vista dos fundamentos do mercado, a redução do preço do petróleo a partir do 2.º semestre de 2014 e o aumento da procura por moeda estrangeira (oferta excessiva de kwanzas), refletiram-se na degradação do excedente global das contas externas em 2014 e nas perspetivas de evolução negativa das contas externas em 2015, com efeitos diretos de depreciação da taxa de câmbio de referência.
BNA cortou a taxa de câmbio
oficial do kwanza por duas vezes
em 2015, em junho e em
setembro, e ambas em cerca de
6%, representando as maiores
reduções pontuais desde 2009…
No início de junho de 2015, o BNA procedeu a uma desvalorização do kwanza, cortando a taxa oficial em cerca de 6%, para 116,70 AOA/USD. Esta foi a maior redução pontual desde 2009, mas que não se revelaria suficiente para reduzir a pressão sobre a moeda. Na verdade, essa desvalorização da cotação oficial em meados de 2015 teve pouco impacto sobre a taxa informal, com os operadores de câmbio nas ruas de Luanda a venderem dólares, no final de julho (cerca de dois meses após a redução da taxa oficial do kwanza por parte do BNA), entre 180 AOA/USD e 200 AOA/USD, e os bancos comerciais a venderem, supostamente, a moeda a 125,6 AOA/USD no final de agosto. Neste sentido, cerca de três meses depois (início de setembro) o BNA voltou a proceder a uma desvalorização da taxa de câmbio oficial do kwanza, igualmente em cerca de 6%, colocando-a em 134,7 AOA/USD, mas continuando a não se revelar suficiente (nesse período, a moeda estava a ser transacionada no mercado informal acima dos 210,0 AOA/USD). De facto, não obstante a desvalorizações observadas ao longo do ano de 2015, a cotação oficial do kwanza estava (e, ainda permanece) distante dos preços praticados no mercado informal, de rua, que representa a única solução face às dificuldades dos clientes em acederem a divisas junto dos bancos comerciais. Na origem desta situação está, como referido, a forte quebra na cotação internacional do barril de crude, que fez cair para metade as receitas orçamentais angolanas com a exportação de petróleo e, como corolário, com a entrada de divisas. O Governador do banco central angolano,
José Pedro de Morais Júnior, tem vindo a reiterar que o BNA recebeu um mandato (do Governo) para tomar as medidas necessárias para descomprimir, na medida do possível, a pressão existente ao nível do mercado cambial, para evitar situações de rotura de stocks e para resolver os problemas que se vão colocando, com grande acuidade, ao nível dos agentes económicos.
… voltando a reduzi-la, mais
expressivamente, no inicio do
ano
Entretanto, já em 2016, o BNA voltou a diminuir a cotação oficial do kwanza e de forma mais expressiva, diminuindo-a, no dia 6 de janeiro, em cerca de 15%,
para 156,39 AOA/USD, num novo esforço de reduzir o fosso entre a taxa de câmbio oficial e a taxa praticada no mercado informal/paralelo. Tratou-se da terceira desvalorização da taxa oficial do kwanza por parte do BNA em sete meses, passando a ser a maior queda pontual da moeda angolana em mais de uma década. Posteriormente, foram sendo realizadas, ao longo destes primeiros meses do ano, outras desvalorizações pontuais do kwanza, mas de bem menor intensidade. O BNA espera que a redução das disparidades das cotações da moeda doméstica em ambos os mercados ajude a reduzir a atividade no mercado negro. A mudança de ano parece, assim, ter trazido uma ainda maior abertura do banco central de Angola à desvalorização do kwanza. Note-se, no entanto, que as disparidades da cotação do kwanza entre os mercados formal e informal permanecem elevadas. No passado dia 6 de abril, a cotação oficial do kwanza era de cerca de 163,89 AOA/USD, bastante abaixo dos valores a que o kwanza é transacionado no mercado informal (segundo informações veiculadas pela SIC Notícias, o kwanza foi, nesse dia, transacionado à volta dos 450,00 AOA/USD).
Note-se que, no âmbito da estratégia do Governo para a saída da crise, aprovada em 21 de janeiro de 2016, são dadas indicações para que o mercado cambial se torne flexível, fazendo com que a taxa de câmbio do país passe a ser, de facto, flutuante, permitindo que a taxa em vigor em qualquer momento seja uma taxa de equilíbrio.
Espera-se que o kwanza mantenha nos próximos meses uma tendência de depreciação, perspetivando-se uma depreciação média anual de 44,0% face ao dólar em
2016, devendo voltar a depreciar em 2017, mas a um ritmo inferior (-14,8%), com a moeda a dever continuar a depreciar até final do período de previsão, mas a um ritmo ainda mais moderado (média de -9.0%), prevendo-se que passe de um valor médio de cerca de 198,6 AOA/USD em 2017 para 257,1 AOA/USD em 2020.
15
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
POLÍTICA ORÇAMENTAL
Perante a descida significativa dos preços do petróleo observada desde meados de 2014, atingindo o brent, no início de 2015, níveis perto dos 45 dólares/barril, o Governo apresentou um Orçamento do Estado Retificativo para 2015 (OER 2015), que foi aprovado pelo Parlamento a 19 de março. Ainda que prevalecesse alguma incerteza relativamente ao ímpeto de recuperação dos preços do petróleo ao longo de 2015 e para que níveis, os dados dos mercados de futuros sugeriam, nessa altura, que o preço do brent se devesse situar em torno dos 50 dólares por barril no final de 2015 (acabou por fechar 2015 nos cerca de 37 dólares por barril). Perante as perspetivas de então, as autoridades decidiram alterar os pressupostos do Orçamento Geral do Estado (OE 2015), de forma a manter uma atitude conservadora relativamente às finanças públicas. Assim, no OER 2015, o Governo reviu em baixa o preço de referência do barril de petróleo para 40 dólares, menos de metade dos 81 dólares que tinha considerado no OE 2015 (o documento inicial foi produzido quando os preços do petróleo ainda flutuavam em torno dos 90 dólares e as previsões do FMI de outubro de 2014 apontavam para um preço de referência de 99 dólares em 2015). O OER 2015 continuou, ainda assim, a apontar para um orçamento expansionista e de suporte ao crescimento.
Estimativas do Governo (no OE
2016) quanto à evolução
orçamental em 2015
No OER 2015, o Governo apontou para um agravamento do défice orçamental dos 3,1% então estimados para 2014, para um défice de 7,0% em 2015
(-7,6% no OE 2015). Entretanto, já no Orçamento de Estado para 2016 (OE 2016), aprovado pelo Parlamento em 12 de dezembro de 2015, o Governo veio estimar um défice inferior para 2015.
Segundo refere o Executivo angolano no documento, os desenvolvimentos orçamentais de 2015, que se traduzem na expectativa da emergência de um défice orçamental global anual em cerca de 4,2% do PIB, refletem uma melhoria de 2,8 p.p. do PIB face ao défice anteriormente previsto, no âmbito do OER 2015. As projeções para 2015 constantes do OE 2016 apontam para que a despesa pública registe uma queda de 21,6% face ao nível de despesa executada em 2014, devendo ter atingido em 2015 um montante de 3 776,2 milhões de kwanzas. A despesa corrente foi estimada em 2 639,7 mil milhões de kwanzas, representando 20,7% do PIB, enquanto a despesa de capital foi
estimada situar-se em 1 136,5 mil milhões de kwanzas, correspondendo, segundo as estimativas do Governo, a 8% do PIB. O ano de 2015 foi marcado pela continuação da execução da estratégia de reforma dos subsídios aos combustíveis, em razão do elevado grau de subsidiação económica global que a economia apresentava na ordem dos 5% do PIB.
Relativamente à receita, as contas do fisco assinalam uma queda anual da receita fiscal em 2015 estimada de 26,4%, face ao ano de 2014. O Governo estima que a receita total se tenha cifrado em 3 240,7 mil milhões de kwanzas, que estima corresponder a 25,4% do PIB, um valor acima do previsto no OER 2015, graças, designadamente, aos esforços adicionais na arrecadação de receitas fiscais não petrolíferas. De facto, enquanto o Governo projeta uma queda anual da receita petrolífera na ordem de 40,3%, cifrando-se em 1 616,3 mil milhões de kwanzas (12,7% do PIB, segundo as estimativas do Governo), a receita não-petrolífera deverá registar um importante aumento de 13,8%, representando cerca de 12,74%.
Depois do forte agravamento em
2014, o défice terá aliviado em
2015 e encetado uma tendência
de melhoria ao longo do período
de previsão
Em temos anuais, segundo o FMI, ter-se-á registado um défice de 0,3% do PIB em 2013, quando tinha sido orçamentado um défice de 3,7%, com este melhor desempenho a beneficiar das receitas do petróleo e das despesas abaixo do estipulado. Refira-se, em todo o caso, que o valor do saldo pelo FMI estimado para 2013 diverge consideravelmente com as estimativas do Governo (+0,3%) – note-se que é frequente observar-se divergências consideráveis entre as estimativas do Governo e, por exemplo, as do FMI. Para 2014, o FMI estima um forte agravamento do défice orçamental para 6,6%, prevendo depois um desagravamento do défice em 2015, para 4,1% (-4,2%
segundo as estimativas do Governo no OE 2016). O FMI prevê depois um novo agravamento em 2016, para um défice de 7,1% (o Governo prevê um agravamento para -5,5%), encetando posteriormente uma tendência de gradual alívio da situação orçamental a partir de 2017, mas não devendo deixar de ser deficitária até ao final do período de previsão (FMI prevê -3,6% em 2020, valor que prevê igualmente para 2021).
16
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
CONTAS EXTERNAS
A balança corrente de Angola foi o primeiro canal (e direto) de transmissão da queda do preço do petróleo na economia nacional, pela ligação imediata entre as exportações líquidas e o PIB. Com a queda do preço do petróleo, as exportações petrolíferas registaram uma queda de 57,6%, entre agosto de 2014 e agosto de 2015. A balança de bens registou, no mesmo período, uma redução de 67,9%, tendo evoluído de 3 227,1 milhões de dólares (m$) para 1 037,4 m$. Os desequilíbrios no mercado cambial, por conta da excessiva oferta líquida de kwanzas no mercado cambial, pesou negativamente sobre as importações totais, que se viram agravadas, por via da desaceleração das componentes importadas da procura agregada da economia.
Apesar da prevalência dos défices estruturais ao nível das balança de serviços, balança de rendimento e
balança de transferências correntes, a balança corrente foi-se apresentado excedentária até 2013, mas tendo, no entanto, vindo a registar desde 2012 uma tendência de queda, refletindo a instabilidade do preço do petróleo nos mercados internacionais, mas também os recuos da produção física das ramas angolanas, no período 2009-2014, justificada pela ocorrência de problemas técnico operacionais em diversos blocos petrolíferos, e o atraso no arranque de alguns projetos, afetando a balança de bens, que, estruturalmente, tem sido a única fonte de procura líquida de kwanzas, tanto ao nível da balança corrente, como ao nível do conjunto da balança de pagamentos.
Défice da balança corrente
deverá ter-se intensificado
bastante em 2015, refletindo a
quebra dos preços do petróleo,
mas devendo aliviar ligeiramente
este ano
No ano de 2015, Angola deparou-se com uma acentuada deterioração dos termos de troca, refletindo a forte queda nos preços do petróleo observada ao longo do ano (a cotação do brent caiu 35,0% entre o final de 2014 e o final de 2015, ao passo que a do WTI desceu 30,5%). Embora o consumo interno de petróleo deva ter permanecido estável, as receitas totais de exportação deverão ter caído cerca de 30%, realçando, uma vez mais, a dependência da economia angolana do setor dos hidrocarbonetos e os contínuos falhanços nas tentativas de diversificação. As importações também deverão ter caído em 2015, refletindo uma moderação do investimento público causado pelo contexto desfavorável do preço do petróleo, enquanto a desvalorização do kwanza terá, por sua vez, condicionado a procura por parte dos consumidores.
Neste sentido, estimamos que a balança corrente tenha registado um novo défice em 2015 e em forte agravamento, depois de em 2014 ter observado um défice de 2,9% do PIB, representando o 1.º défice desde a recessão mundial de 2009 (quando o défice ascendeu a -10,0% do PIB), sendo que, embora os preços do petróleo devam recuperar ao longo do período de previsão (2016/20), a recuperação não deverá ser tão intensa como a observada após a queda dos preços de 2009, o que significa que a balança corrente não deverá, tão rapidamente, regressar a uma situação excedentária. Para 2015, estimamos um agravamento do défice da balança corrente, de 2,9% do PIB para 8,2%, prevendo-se um novo agravamento em 2016, para cerca de 10,5%. No entanto, a melhoria dos preços do petróleo durante os próximos anos deverá permitir ao défice corrente moderar, prevendo-se um alívio em 2017 para um défice de 8,8% e a manutenção dessa tendência de alívio ao longo do período de previsão, devendo chegar-se a 2020 com um défice de 3,8%.
POPULAÇÃO
Estatísticas demográficas precisas para Angola são raras. Angola realizou o seu 1.º censo desde 1970 em maio de 2014. Os Resultados Preliminares do Censo de 2014, com referência à data de 16 de maio de 2014, mostraram que a população residente em Angola era de 24,3 milhões de habitantes, sendo 11,8 milhões do género masculino (48%) e 12,5 milhões do feminino (52%). A província de Luanda é a mais populosa, com 6,5 milhões de residentes, o que corresponde a 27% do total do país. Pelo contrário, a província do Bengo, com
351 579 habitantes, é a menos populosa do país. Angola tem uma superfície de 1 252 145 Km
2 (valor que difere
ligeiramente dos 1 246 700 Km2 que são atualmente
assumidos pela CIA no World Fact Book), com uma densidade populacional de 20 habitantes por Km
2,
menos cinco vezes que o observado em Portugal (em 2014, 112,8 habitantes por Km
2). Luanda, além de ser a
província com o maior número de habitantes (27% da população total), é igualmente a província com maior densidade populacional com 347 habitantes por Km
2,
17
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
apesar da sua pequena dimensão territorial (18 834 Km
2). No extremo oposto encontram-se duas províncias
do leste do país, nomeadamente a província do Cuando Cubango, com cerca de 3 habitantes por Km
2, seguida
pela província do Moxico, com 4 habitantes por Km2. Os
dados divulgados pelo INE de Angola mostram ainda que 62,3% da população reside em áreas urbanas. No entanto, estes dados provisórios devem ser olhados com cautela. O reduzido conhecimento estatístico do país é um dos principais problemas e coloca desafios para o planeamento político e económico de Angola. Por exemplo, um estudo oficial, o Inquérito sobre o Bem-Estar da População, desenvolvido em 2009, conjuntamente pelo Banco Mundial, a UNICEF e o INE de Angola, foi baseado numa amostra de apenas 12 mil famílias, existindo um grande ceticismo sobre o que é extrapolado nesse estudo, como é o caso da taxa de pobreza estimada em 36% (com analistas angolanos a sugerirem, pelo contrário, uma taxa entre 50% e 60%). Mesmo o número total da população não é claro. Até 2010, as estimativas da população variavam entre 14 e 18 milhões de pessoas, variando muito entre os diferentes departamentos governamentais. Para 2011, o Banco Mundial estimava um total de 21,9 milhões, apontando para os 24,2 milhões em 2014 (um crescimento médio anual de 3,3%), pese embora com a Unicef a estimar que menos de 1/3 dos angolanos sejam registados ao nascer, o que sugere que uma parte substancial da população é dada como desaparecida. Tratam-se, pois, de discrepâncias significativas.
População jovem continuará a
crescer rapidamente
No entanto, apesar da falta de dados fiáveis, é possível identificar algumas tendências demográficas gerais. A assumir maior destaque pela positiva está o facto de Angola ter uma população jovem, até mesmo para os padrões da África Subsariana. O Governo estima que mais de 2/3 da população tem menos de 20 anos de idade. Estimamos que a população tenha registado uma taxa de crescimento média anual de 3,3% entre 2009 e 2014. Dada a pouca idade da população, associada a uma elevada taxa de fertilidade, as mulheres têm em média seis filhos. A população vai crescer rapidamente, prevendo-se que ultrapasse os 29 milhões em 2020. Angola tem um nível relativamente elevado de urbanização, uma consequência da guerra civil, que deslocou uma grande proporção da população rural para as cidades. A taxa de urbanização oficial é de 40%. No entanto, em 2011, o Departamento dos Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas estimou esta taxa em 59,2%, refletindo com maior precisão o tamanho da população da Capital, Luanda, e levando em conta o rápido crescimento de Lobito, Lubango, Cabinda, Benguela e Huambo. Além disso, com a nova composição demográfica, a população urbana deverá crescer de forma extremamente rápida no período
2015/20.
Estatísticas de saúde estão a
melhorar, mas apenas
lentamente
Angola tem ficado perto dos valores mais baixos do
Índice de Desenvolvimento Humano do Programa das
Nações Unidas de Desenvolvimento, ficando em 149.º
lugar em 187 países no relatório de 2014, com a
expectativa de vida à nascença a ser de apenas 51,9
anos. Doenças como a malária, disenteria provocada por
diversos vírus e bactérias, doenças respiratórias,
tuberculose e sarampo são as maiores causas de morte
por motivo de saúde. Existem também epidemias de
cólera e de poliomielite recorrentes, que tinham sido
eliminadas e regressaram nos últimos anos. O Governo
tem feito alguns progressos na melhoria da saúde desde
o fim da guerra civil em 2002. Existem poucos dados
recentes, mas, de acordo com os últimos dados do
Banco Mundial, a mortalidade infantil caiu de 25,5% em
2002 para 9,9% em 2014. No entanto, as condições de
vida para os angolanos comuns permanecem muito
fracas, com o Banco Mundial a estimar que em 2014
apenas 48,6% da população tivesse acesso a água
potável e 51,1% acesso a saneamento.
De acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas
sobre o HIV/SIDA, a taxa de adultos infetados em Angola
é razoavelmente baixa para os padrões da África
Subsariana, sendo estimada em 2,3% dos adultos com
idades compreendidas entre os 15-49 anos em 2012 (o
equivalente a 250 mil pessoas) – segundo o BM, terá
sido de 2,4% em 2014. No entanto, Angola é um dos
poucos países africanos onde as novas infeções por HIV e
mortes relacionadas com a infeção têm aumentado na
última década. O isolamento causado pela guerra
desempenhou, em parte, uma limitação à infeção, mas
que acabou por aumentar com o regresso dos refugiados
dos países vizinhos, com elevadas taxas de infetados, e
com uma reabertura de rotas de camiões para a
Namíbia, o que, juntamente com uma das taxas de
natalidade mais elevadas do mundo e pobreza
generalizada, impulsionaram um aumento da taxa de
infeção, sobretudo nas regiões orientais de Angola. As
novas infeções por HIV aumentaram de 19 mil, em 2011,
para 28 mil, em 2012, um crescimento de 47%. A
cobertura do tratamento antirretroviral é muito baixa;
apenas 15% das crianças elegíveis e 48% dos adultos
tiveram acesso ao tratamento em 2012, no âmbito das
orientações da Organização Mundial de Saúde em 2010.
As populações mais vulneráveis são os pobres nas regiões
urbanas e as comunidades remotas e carentes do
interior, onde os serviços de saúde e informações são
diminutos.
18
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
ANÁLISE DO FMI À ECONOMIA DE ANGOLA E PEDIDO DE
ASSISTÊNCIA ECONÓMICA E FINANCEIRA AO FMI
A economia angolana tem sido
gravemente afetada pela queda
acentuada do preço do petróleo
A última análise detalhada do FMI realizada à economia
angolana (e tornada pública) foi a efetuada no âmbito
do Artigo IV, que foi concluída no final do ano passado.
Com efeito, em 28 de outubro de 2015, o Conselho de
Administração do FMI concluiu a consulta com
Angola ao abrigo do Artigo IV.
No comunicado da conclusão desta consulta, o FMI
refere que “o choque dos preços do petróleo está a
afetar negativamente a economia”. O FMI projetava
então que o preço médio do cabaz de petróleo angolano
se situasse em 53 dólares por barril em 2015, contra
pouco mais de 100 dólares por barril em 2014,
conduzindo a uma grande diminuição da receita fiscal e
das exportações. Embora a produção de petróleo tenha
recuperado na sequência da conclusão das obras de
manutenção, o FMI previa uma desaceleração do
crescimento do PIB não petrolífero para 2,1% em 2015.
Os setores industrial, da construção e dos serviços estão
a ajustar-se à queda do consumo privado e do
investimento público e às dificuldades persistentes para
obter moeda estrangeira. O FMI projetava que a inflação
ascendesse a quase 14% até ao final de 2015,
ultrapassando o objetivo do BNA, de 7-9%, o que se
veio efetivamente a concretizar, com a inflação a
alcançar os 14,27% em dezembro de 2015, tendo de
resto voltado a subir intensamente já em janeiro, para
17,34%, um máximo desde dezembro de 2005. O OE
2015 previa a descida do défice do Governo central para
3,5% do PIB, face aos 6,4% registados em 2014 – no
entanto, nas suas últimas previsões, constantes do
World Economic Outlook (WEO), publicado a 12 de
abril, o FMI prevê uma redução do défice dos 6,6%
estimados para 2014 para 4,1%. A projeção para a
dívida pública, porém, era de um aumento expressivo,
para 57,4% do PIB até ao final de 2015 (segundo as
últimas estimativas do FMI, no WEO, terá ascendido a
62,3% em 2015, depois dos 40,7% estimados para
2014), dos quais 14,7% do PIB correspondem à empresa
estatal de petróleo, a Sonangol. Aquando da referida
última consulta ao país (artigo IV), o FMI previa que o
défice da balança corrente externa ascendesse a 7,6%
do PIB em 2015 (-8,5% no WEO) e que as reservas
internacionais diminuíssem para USD 22,3 mil milhões
(cerca de sete meses das importações de 2016) até ao
final de 2015. Entretanto, verificou-se um grande
diferencial entre as taxas de câmbio do mercado paralelo
e oficial, o que indica um desequilíbrio no mercado
cambial.
Segundo o FMI, era provável que em 2016 a conjuntura
económica continuasse a apresentar desafios, pois não
se espera que os preços internacionais do petróleo
recuperem e os riscos são negativos. O FMI projetava,
então, que o crescimento permanecesse estável em
3,5% em 2016 (um valo acima da nossa atual previsão,
de +2,7%, bem como da mais recente previsão do FMI
de +2,5%) e que o setor do petróleo crescesse cerca de
4%. A expetativa do Fundo para o setor não petrolífero
era de uma ligeira melhoria, com crescimento homólogo
de 3,4%, impulsionado sobretudo pela recuperação
mais robusta da agricultura. O FMI previa que a inflação
devesse abrandar para 13% no final de 2016 (o que já
não constitui o seu cenário, tendo no WEO revisto a
previsão de inflação para 19,1%), tendo então previsto
que o efeito da recente restritividade monetária venha a
ser sentido de forma mais clara no segundo semestre de
2016.
Os Administradores do FMI congratularam as
autoridades pelas medidas de política atempadas face ao
declínio dos preços do petróleo. Embora as perspetivas
de crescimento sejam estáveis, a persistência dos preços
internacionais do petróleo em níveis baixos e o ambiente
mundial incerto representam riscos consideráveis. Os
Administradores vincaram que o compromisso contínuo
com políticas sólidas e a realização de reformas
estruturais ambiciosas são fundamentais para preservar a
estabilidade macroeconómica e a sustentabilidade da
dívida, abordar os desequilíbrios prolongados no
mercado cambial e promover o crescimento vigoroso e
inclusivo.
Os Administradores consideram positiva a restritividade
da posição orçamental para proteger a economia das
vulnerabilidades resultantes do choque de preços do
petróleo e concordaram que será necessário prosseguir
no ajustamento. Incentivaram as autoridades a restaurar
gradualmente as margens de manobra (buffers)
orçamentais e a garantir que parte da riqueza do
petróleo de Angola seja poupada para as futuras
gerações, sob uma estrutura de governação sólida e
transparente, procurando-se com o tempo manter um
excedente orçamental estrutural. Enfatizaram também a
importância de eliminar os atrasos nos pagamentos a
fornecedores e reverter o aumento significativo do rácio
entre a dívida pública e o PIB projetado para 2015.
Referindo-se à elaboração do OE 2016 (entretanto já
aprovado), os Administradores incentivaram as
autoridades a utilizar como base pressupostos cautelosos
sobre o preço do petróleo e um nível prudente de
19
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
despesas, porém preservando os gastos com a proteção
social e as infraestruturas essenciais.
Os Administradores do FMI realçaram a necessidade de
racionalização das despesas e de maior mobilização de
receitas não petrolíferas. Instaram por esforços
coordenados para conter o crescimento da massa
salarial, reformar a administração tributária, simplificar
os incentivos fiscais, melhorar a qualidade do
investimento público e eliminar os subsídios aos
combustíveis, alargando, em simultâneo, a assistência
social orientada para os pobres. Os Administradores
observaram ainda que a implementação cautelosa de um
IVA poderia proporcionar uma fonte mais estável de
receita pública. Um quadro orçamental de médio prazo
melhorado, com a adoção de regras orçamentais e de
um fundo de estabilização, ajudaria a reduzir a pro-
ciclicidade da despesa e a volatilidade da receita
orçamental.
Os Administradores destacaram que as políticas
monetária e cambial teriam um papel fundamental a
cumprir no rebalanceamento do mercado cambial.
Saudaram os avanços no sentido da maior flexibilidade
cambial e as medidas tomadas para restringir as
condições de liquidez, com o aumento da taxa de
referência do BNA e das reservas obrigatórias dos
bancos, e incentivaram as autoridades a tomar novas
medidas para abordar os desequilíbrios cambiais que
ainda restam. Seria útil, para o efeito, adotar uma
âncora de política monetária clara, apoiada por
melhorias no quadro de previsão de inflação e gestão de
liquidez.
Os Administradores saudaram os progressos na
implementação das recomendações de 2012, como as
medidas recentes para fomentar o aprofundamento e da
inclusão financeira. Apoiaram os esforços para fortalecer
a supervisão bancária e salientaram a importância de
implementar os planos para restruturar e acelerar a
recapitalização dos bancos mais fracos.
Os Administradores acolheram, ainda, positivamente a
agenda de reformas estruturais das autoridades e
frisaram que a sua implementação sustentada será
crucial para reduzir os riscos orçamentais, promover a
diversificação económica e apoiar a competitividade e o
crescimento. Deve-se dar prioridade às ações para tornar
o mercado de trabalho mais flexível, promover o
investimento privado, melhorar o ambiente de negócios
– com ênfase na redução da burocracia, simplificação do
processo de constituição de empresas e reforço do
Estado de direito –, bem como à melhoria das
infraestruturas físicas e do capital humano.
Fortes riscos e desafios
económicos para Angola levam o
país a formalizar pedido de
assistência económica e
financeira ao FMI
Refira-se, entretanto, que os fortes riscos e desafios
económicos, provocados essencialmente pela quebra dos preços do petróleo, levaram o Governo angolano, em março, a solicitar ajuda ao FMI, procedendo à
formalização de um pedido de assistência económica e financeira. A revelação foi feita pelo próprio FMI, já em abril, que referiu estar pronto para apoiar Angola, um dos principais mercados das exportações portuguesas e
um dos maiores investidores recentes em Portugal. O programa de assistência deverá ter o prazo de três anos.
Em comunicado, o FMI refere estar “pronto para ajudar Angola a enfrentar os desafios económicos que enfrenta atualmente, apoiando um pacote de políticas
abrangentes para acelerar a diversificação da economia, salvaguardando a estabilidade macroeconómica e financeira”, com o FMI a referir que as discussões com as
autoridades angolanas sobre as condições e montantes do resgate serão iniciadas já em meados de abril, no quadro dos encontros de Primavera do FMI e do Banco
Mundial.
A causa próxima do pedido de ajuda de Luanda reside, como referido, na queda do preço do petróleo, matéria-
prima de que depende grande parte das receitas públicas do país. A par da queda do preço do petróleo, a desaceleração da China, principal mercado de Angola
(maior cliente e também maior fornecedor), terá também agravado as dificuldades do país. Segundo refere o FMI, “o declínio acentuado dos preços do petróleo desde
meados de 2014 representa um grande desafio para os países exportadores de petróleo, especialmente para aquelas economias que ainda têm de se tornar mais
diversificada".
O pedido de ajuda também já foi formalmente admitido pelo Governo, que, numa nota emitida pelo Ministério
das Finanças, refere que, depois de iniciadas, as discussões com o FMI serão prosseguidas "pouco depois, em Angola, para definir claramente o âmbito de
medidas de política económica a serem tomadas no quadro dos requisitos do Programa de Financiamento Ampliado (Extended Fund Facility – EFF), com forte foco
em reformas para remover ineficiências, manter a estabilidade macroeconómica financeira, estimular o potencial económico do setor privado, e reduzir a
dependência do setor petrolífero"
20
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
EVOLUÇÃO DO RATING DO PAÍS
Apesar dos progressos observados, as agências de notação financeira Fitch (BB-) e S&P (BB-) mantiveram em 2014 o rating soberano de Angola, com apenas a Moody’s a subir em uma nota o rating (de Ba3 para Ba2), mas continuando ainda em todas as agências na classe de speculative grade. Já em 2015, a agência S&P cortou o rating do país de BB- para B+, tendo posteriormente, em agosto (no âmbito da 2.ª análise anual ao país), confirmado esse mesmo rating, mas reduzido outlook de estável para negativo, deixando, assim, antever a possibilidade de futuras novas revisões em baixa para a notação financeira do país. Posteriormente foi a vez da Fitch (em setembro de 2015) proceder a uma revisão em baixa a notação financeira de Angola, de BB- para B+, num corte de um nível e que a agência justifica, essencialmente, com o mesmo motivo que esteve por detrás do corte realizado pela S&P: os efeitos que a baixa cotação do petróleo tem na economia do país. Segundo referiu a Fitch, no seu relatório, a dependência de Angola dos hidrocarbonetos deixa o país exposto à forte queda nos preços do petróleo, o que resultou na subida da dívida pública, na queda das reservas e num crescimento mais fraco. O outlook manteve-se, no entanto, estável, devido às medidas aprovadas pelo Governo para responder aos efeitos negativos da baixa cotação da matéria-prima. Com efeito, pela positiva a agência destacou a resposta atempada do Governo aos efeitos negativos, incluindo uma política monetária mais apertada, medidas orçamentais e a desvalorização cambial, o que, referiu, permitiu limitar o corte do rating. Já a Moody’s manteve o rating de Angola (em Ba2) numa primeira avaliação efetuada ao país em 2015, tendo depois em outubro vindo, de certa forma, “validar” essa manutenção de rating, ao emitir um rating também de Ba2 a uma emissão de dívida (eurobond) de longo prazo lançada pelo Governo de Angola. Na explicação para a atribuição deste rating, que fica abaixo da recomendação de investimento, a Moody's argumenta que este está alinhado com o rating do emissor. A Moody’s realçou que Angola, economia dependente do petróleo, está a lidar com um choque petrolífero, mas notou que o país está mais bem preparado do que estava em 2009 e as suas respostas políticas foram mais rápidas e abrangentes. Ainda assim, salientou que a posição externa do país deteriorou-se significativamente e que a posição orçamental e as perspetivas de crescimento pioraram a curto prazo, justificando, assim, a manutenção de um outlook negativo para o rating.
Corte no rating reflete o
impacto da queda do preço do
petróleo
Já neste ano de 2016, em concreto no passado dia 13 de fevereiro, a agência S&P decidiu descer o rating da dívida soberana de Angola de B+ para B, devido à descida do preço do petróleo e ao respetivo impacto no
valor das exportações, levando ao aumento do endividamento do país. No comunicado com a decisão, que assume ainda uma perspetiva de evolução "estável" do rating, aquela agência justifica a decisão com os preços do barril de petróleo nos mercados internacionais "mais baixos do que o esperado" nas previsões 2016/19. “Adicionalmente, os empréstimos internos e externos do Estado, juntamente com uma taxa de câmbio fraca, tem elevado o peso da dívida pública e esperamos que a dívida bruta de Angola atinja os 50% do PIB este ano", lê-se no comunicado. A S&P justifica a perspetiva de evolução "estável" com a previsão de uma descida gradual do défice angolano, reduzindo, assim, os riscos ao financiamento externo, e tendo também em conta a resposta do Governo à crise, para evitar a deterioração da situação orçamental e da dívida.
Posteriormente, no passado dia 7 de março, foi a vez de a Moody’s se pronunciar sobre o assunto, tendo então avisado ser provável que proceda a um downgrade do rating de Angola durante o mês de abril, sendo possível que desça mais que um nível devido aos impactos da descida do preço do petróleo. Segundo o comunicado da agência de notação financeira :“Moody’s colocou a avaliação de Angola (atualmente em Ba2) enquanto emissor de títulos de dívida em revisão para uma descida”. No comunicado acrescenta que “o objetivo da revisão do rating é avaliar a extensão do impacto de uma descida adicional dos preços do petróleo, que a Moody’s espera que se mantenham baixos por vários anos, no desempenho económico de Angola e na balança de pagamentos nos anos vindouros”. Na explicação desta avaliação, a Moody’s argumenta que “vai descer o rating de Ba2 se a análise concluir que os planos do Governo são inadequados para sustentar a melhoria da balança de pagamentos e da economia, sendo que o mais provável é que, nesse caso, a descida seja de um grau, mas dada a extensão do impacto negativo da queda dos preços do petróleo, um downgrade de mais de um nível é possível, apesar da proteção oferecida pela presença de um vasto fundo soberano”.
Mais recentemente, no dia 30 de março, foi a vez da agência de notação financeira Fitch se pronunciar, tendo optado por descer o outlook sobre a avaliação da dívida soberana de Angola para negativo, sendo assim provável que opte por descer o rating do país nos próximos 12 a 18 meses. Nesta avaliação dos peritos desta agência, o rating de Angola foi mantido em B+, abaixo da escala de investimento (ou 'lixo', como é tradicionalmente conhecido), mas a previsão de evolução da análise passou de estável para negativa. No comunicado divulgado, a agência refere que "a elevada dependência das receitas petrolíferas por parte de Angola, em combinação com a queda dos preços do petróleo desde a anterior avaliação feita pela Fitch, em setembro de 2015, piorou a análise das condições externas, orçamentais e macroeconómicas do país, aumentando os riscos".
21
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
ÍNDICE DE LIBERDADE ECONÓMICA
- The Heritage Foundation
Angola encontra-se em 39.º lugar
entre os 46 países da região de
África Subsaariana A pontuação de Angola ao nível da liberdade económica ficou em 48,9 pontos em 2016, correspondendo à 156.ª economia mais livre dos países que compõem o índice. Trata-se de um resultado que fica 1,0 ponto acima do observado no ano anterior, sendo de realçar as melhorias observadas ao nível da liberdade orçamental e da liberdade de comércio. As principais preocupações centram-se na eficiência regulatória e no Estado de Direito. Angola encontra-se em 39.º lugar entre os 46 países da região de África Subsaariana e permanece com
uma liberdade económica abaixo da média mundial e regional.
O desempenho económico de Angola melhorou no passado recente, facilitada pela indústria petrolífera em expansão. O maior dinamismo económico do país tem incentivado a reconstrução económica e ajudou a sustentar o progresso geral de liberdade económica. As reformas estruturais têm progredido em áreas como a modernização do ambiente regulatório.
Ao longo dos últimos quatro anos Angola avançou 2,2 pontos na liberdade económica. Os angolanos têm desfrutado de uma melhoria ao nível global a cada ano que passa desde 2012, com ganhos em categorias de liberdade económica, como as liberdades empresarial, de investimento e de corrupção.
Enquadramento José Eduardo dos Santos é Presidente de Angola há mais de três décadas. O seu partido, o Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA), venceu as eleições parlamentares em agosto de 2012, as segundas eleições desde o fim da guerra civil de 27 anos, em 2002. Angola é o 2.º maior produtor de petróleo da África, com muitas das suas reservas comprovadas concentradas na província de Cabinda, uma região assolada por um conflito separatista de longa data. No entanto, a produção de petróleo mais do que duplicou os 800 mil
barris por dia desde 2001, para mais de 1,8 milhões de barris por dia em 2015. Em 2014, a companhia petrolífera francesa Total investiu 16 mil milhões de dólares em projetos offshores. O país possui também gás natural, diamantes, um bom potencial hidroelétrico e terrenos agrícolas férteis. No entanto, a grande maioria dos angolanos continua dependente da agricultura de subsistência. Angola é membro não permanecente do Conselho de Segurança da ONU no mandato 2015/16.
Estado de Direito Eficácia da Regulação O jornal The New York Times informou em 2015 que muitos fundos estatais para cuidados de saúde são roubados anualmente, contribuindo para que a mortalidade infantil não desça. A legislação sobre o branqueamento de capitais foi aprovada em 2014, mas a corrupção do Governo, de acordo com o The Heritage Foundation, e o compadrio persiste, especialmente na indústria extrativa. Os subornos acompanham, muitas vezes, a base da atividade empresarial. Embora os tribunais ocasionalmente decidam contra o Governo, o sistema judicial está sujeito a uma ampla influência política, particularmente em relação ao Executivo. As despesas jurídicas e o registo de propriedade podem ser proibitivamente elevadas e a proteção global dos direitos de propriedade é fraca.
Apesar da recente implementação de processos de negócio mais ágeis, as ainda burocráticas e onerosas regulamentações continuam a dificultar o desenvolvimento do setor privado. O The Heritage Foundation refere que o sistema de regulamentação carece de transparência e clareza e os regulamentos são aplicados de forma inconsistente. O mercado de trabalho continua subdesenvolvido. O controlo de preços está presente em muitos setores e os subsídios à energia chegaram a corresponder a cerca de 4% do PIB e eram os mais elevados da região, mas as políticas de austeridade obrigaram o Governo a cortar nos subsídios várias vezes em 2015, pressionando a inflação.
Intervenção do Governo Abertura Económica A taxa máxima de IRS é de 17% e a de IRC de 30%, embora as taxas para os setores das minas e do petróleo possam atingir 50%. Outros impostos incluem impostos sobre os combustíveis e sobre o consumo (IVA). A carga fiscal global corresponde a 6% do PIB e os gastos públicos equivalem a 40,8% do PIB. O excedente orçamental é elevado devido à receita do petróleo, mas as recentes quedas contabilizadas, refletindo a forte descida dos preços do petróleo, vieram rodear de incerteza a situação orçamental do país. A dívida pública é moderada.
A pauta aduaneira média de Angola é de 4,9% e as suas políticas comerciais e de investimento são menos abertas do que a média global. O Estado possui a maior parte da terra e as barreiras burocráticas funcionam como tampão ao investimento estrangeiro. O setor bancário crescente tem mais de 20 instituições financeiras em operação. A utilização pública de serviços bancários, no entanto, continua a ser baixa; apenas cerca de 10% da população detém uma conta bancária. O mercado de capitais encontra-se, ainda, numa fase inicial, com diminuta expressão.
22
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
INDICADORES DE RISCO
COUNTRY’S SCORE OVER TIME COUNTRY COMPARISONS
R a t i n g d a s A gê n c i as
SCORE % 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Overall Score 43,5 44,7 46,9 47,0 48,4 46,2 46,7 47,3 47,7 47,9 48,9
Property Rights 30,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 15,0 15,0 15,0 15,0
Freedom from Corruption 20,0 20,0 22,0 22,0 19,0 19,0 19,0 20,0 17,7 23,0 19,0
Government spending 40,1 61,6 72,8 62,2 62,8 48,1 53,2 60,6 55,3 50,1 50,1
Fiscal Freedom 84,9 85,0 85,2 85,2 85,1 84,5 84,1 82,6 87,7 84,5 87,8
Business Freedom 26,8 35,3 36,7 43,6 43,4 41,4 45,5 43,1 47,5 47,4 50,3
Labor Freedom 44,9 44,9 41,5 43,5 45,2 42,3 43,9 44,8 40,1 43,2 44,8
Monetary Freedom 40,3 47,7 57,8 61,8 62,6 61,8 61,2 61,5 63,6 65,4 72,2
Trade Freedom 68,0 73,0 73,0 72,0 70,4 70,2 65,2 70,2 70,1 70,2 70,2
Investment Freedom 30,0 20,0 20,0 20,0 35,0 35,0 35,0 35,0 40,0 40,0 40,0
Financial Freedom 50,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0 40,0
F o nte : The Heritage Fo undatio n.
SCORE % 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2015 2016
Country Risk 61,0 52,0 47,0 59,0 58,0 58,0 53,0 51,0 57,0 65,0 65,0 CCC CCC
Sovereign* 63,0 47,0 42,0 53,0 52,0 51,0 47,0 46,0 52,0 64,0 64,0 CCC CCC
Currency* 57,0 49,0 44,0 58,0 56,0 56,0 50,0 48,0 54,0 63,0 63,0 CCC CCC
Economic 70,0 53,0 45,0 48,0 58,0 60,0 53,0 53,0 50,0 63,0 65,0 CCC CCC
Political 80,0 68,0 52,0 58,0 57,0 57,0 56,0 55,0 55,0 60,0 60,0 CCC CCC
Banking* 64,0 60,0 56,0 66,0 67,0 67,0 61,0 58,0 64,0 68,0 68,0 CCC CCC
F o nte : EIU. No ta (*): Utilizado na co ntrução do "Co untry Ris k".
Rating
S&P - - - - B+ BB- BB- BB- BB- B+ B
Moody's - - - - B+ BB- BB- BB- BB BB BB
Fitch - - - - B+ BB- BB- BB- BB- B+ B+
Compósito - - - - B+ BB- BB- BB- BB- BB- B+
N o ta : O rating co mpó s ito res ulta da média das 3 agências .
2016201520142013201220072006 2011201020092008
23
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
CHART BOOK
0
4
8
12
16
20
24
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
GDP Growth (%)
Angola - GDP Grow th%
Source: IMF (April 2016)
2,000
2,500
3,000
3,500
4,000
4,500
5,000
5,500
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
Per Capita GDP
Angola – Per Capita GDP$
Source: IMF (April 2016)
9
10
11
12
13
14
15
16
17
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
% GDP
Angola – Investment (% GDP)%
Source: IMF (April 2016)
-5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
% GDP
Angola – Gross National Saving (% GDP)%
Source: IMF (April 2016)
-12
-8
-4
0
4
8
12
16
20
24
28
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
% GDP
Angola – Current Account (% GDP)%
Source: IMF (April 2016)
6
8
10
12
14
16
18
20
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
Inflation Rate
Angola – Inflation Rate%
Source: IMF (April 2016)
Angola – Unemployment Rate
No data available in the WEO Apr/2016
10
20
30
40
50
60
70
80
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
% GDP
Angola – Public Debt (% GDP)%
Source: IMF (April 2016)
-8
-4
0
4
8
12
16
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
% GDP
Angola – Budget Balance (% GDP)%
Source: IMF (April 2016)
18
20
22
24
26
28
30
32
2.996
2.997
2.998
2.999
3.000
3.001
3.002
3.003
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
Population Growth Rate (%)
Angola - Population10^6 %
Source: IMF (April 2016)
-8
-4
0
4
8
12
16
20
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
Exports Growth (%)
Angola - Exports Grow th%
Source: IMF (April 2016)
-30
-20
-10
0
10
20
30
40
50
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
Imports Growth (%)
Angola - Imports Grow th%
Source: IMF (April 2016)
24
Departamento de Estudos // Canadá //maio 2015
Departamento de Estudos // Angola // abril 2016
DEPARTAMENTO DE ESTUDOS Rui Bernardes Serra Chief Economist
José Miguel Moreira Senior Economist
Caetano Ferreira Economist
DEPARTAMENTO DE NEGÓCIO
INTERNACIONAL
Rita Marques Trade Finance
AD VERTÊNCIA Este documento foi elaborado pelo Departamento de Estudos da Caixa Económica Montepio Geral e é disponibilizado com intuito e
para fins exclusivamente informativos.
Todos os dados, análises e considerações nele contidas estão simplesmente baseadas no que estimamos ser as melhores
informações disponíveis, recolhidas a partir de fontes oficiais e outras consideradas credíveis, não assumindo, todavia, qualquer
responsabilidade por erros, omissões ou inexatidões das mesmas.
As opiniões e previsões expressas refletem somente a perspetiva e os pontos de vista dos autores na data da sua elaboração,
podendo ser livremente modificadas a todo o tempo e sem aviso prévio.
Neste contexto, o presente documento não pode, em circunstância alguma, ser entendido como convite ao investimento, seja de
que natureza for, nem como proposta ou oferta de negócio de qualquer tipo.
Qualquer decisão de investimento deve ser devidamente ponderada, fundamentada na análise crítica, pelo investidor, de toda a
informação publicamente disponível sobre os ativos a que respeita, suas características e adequação ao perfil de risco assumido, e
devem ter em conta todos os documentos emitidos ao abrigo da regulamentação das entidades de supervisão, nomeadamente da
Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
Nem o Montepio, na qualidade de emitente do documento, nem nenhuma entidade sua dominante ou dominada ou qualquer
outra integrante do Grupo Montepio em que se insere, pode, consequentemente, ser responsabilizada por eventuais perdas ou
prejuízos decorrentes de decisões de investimento que, quem quer que seja, tenha tomado, mesmo que por levar em conta
elementos constantes deste documento.
Por outro lado, uma vez que este documento não contempla qualquer tipo de informação privilegiada ou reservada, nem constitui
nenhum conselho ou convite ao investimento, as empresas do Grupo Montepio mantêm o direito de, nos limites da lei, transacionar
ou não, ocasional ou regularmente, qualquer ativo direta ou indiretamente relacionado com o âmbito deste relatório.
O relatório pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte.