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9» f$#8. AM6PJA ///àè*

POIS TODAS AS CRIANÇASESTÃO EXIGINDO AO MESMOTEMPO O INSUPERÁVEL

ALMANAQUE DErsO

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h\ LTl ®LEITURA ESCOLHIDA.

HISTÓRIAS MUDAS AO ALCANCEDAS CRIANÇAS QUEAINDA NÃO SABEM LER.

•120 PÁGINAS COLORIDAS

•Edição da S. A. O MALHO PREÇOSen. Dantas, 15 - 5.° - Rio. ? 5Pedidos pelo REEMBOLSO. CRUZEIROS

PEDIDOS PELO REEMBOLSO/ S. A . '"O MALHO" — RIO DE JANEIROPOSTAL À EDITORA ( RUA SENADOR DANTAS, 15 — 5o ANDAR

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Lições ^VUVIIMEUS NETINHOS

O começo de novo ano representa sempre uma ótima oportunidade paracada um de nós "emendar a mão", como se costuma dizer. Ficaram para

trás os erros, as falhas, as deficiências. Começa-se vida nova. Tudo se vai re-petir, já agora sob novos aspectos. Novo período se inicia para a vida de todosnós. É, então, uma ocasião boa para os meninos refletirem, verificando se ti-veram bons resultados fazendo certas coisas, descuidando-se dos estudos e dosdeveres, deixando "correr o barco", sem ouvir as recomendações dos pais, dosmestres, seus amigos... Sendo um momento de renovação, de re-comêço,deve cada um tomar suas decisões', planejar o que fará durante o novo perío-do de vida, corrigindo-se no que andou errado, persistindo naquilo que lhetrouxe bons resultados.

Todos nós sabemos o que é que traz bom resultado: ser estudioso, aplica-do, educado, respeitador, honesto, pontual, bom filho, bom irmão, bom ami-go. O menino que seguir essas diretrizes, não poderá ter, no fim do ano que oracomeça, do que se arrepender. Não poderá, de modo algum, colher maus fru-tos, de um tal programa. O contrário é acontecerá. Aí está, resumido, todoum plano de vida para os netinhos que desejarem alcançar êxito na vida,dando alegrias aos seus pais. Os grandes homens que o Mundo já teve, segui-ram sempre tais princípios. Não houve um só, que chegasse a ser Grande Ho-mem tomando o caminho oposto: sendo vadio, desonesto, mau filho, mau ami-go, mentiroso, trapaceiro.

Ninguém, apontará, na História, um exemplo, siquer.

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MElErMPAPOÔ TAMOIOS

Foi na imensa e fértil região de águas de montanhas e de areias,

que vem do Espirito Santo até o Rio de Janeiro, que apareceuSumi, o venerando velho, pai da agricultura, cuja memória

foi tão criminosamente perdida pela ingratidão dos homens.Nessa larga faixa de terra, cujos cabos e promontórios rochosos

invadem o mar. quase tocando ilhas fecundas, que verdejam ao sol,entre bancos de areia, vMa um povo forte e valente, respeitado napaz e temido na guerra. Eram os Tamoio», cujas canoas guerreirasdominavam a costa, desde o cabo de S. Tome até Angra dos Reis,guardando as aldeias, formadas de cabanas sólidas, cercadas dealtas paliçadas inexpugnáveis. Quando as tribus vizinhas ousavaminvadir o seu território, — o canto do pagé concitava os filhos dagrande nação. E, ao som dos chocalhos de pedra, das buzinas demadeira, dos tambores e das flautas de< taquara, — os grandes exér-citos tamoios abalavam, em hostes cerradas, para repelir o invasor.E a nação não descansava, enquanto os inimigos não fugiam ao va-loroso embate das suas armas gloriosas, — maças pesadas; feitas delenho de palmeira, formidáveis machados chatos de madeira verme-lha, flechas agudas, arcos da altura de um homem. Mais de umavez, assim, os Goitacazes e os Goianazes tiveram de ver castigada asua ousadia. Quando ia guerra findava, toda a tribu comemorava comgrandes festas a vitória de seus filhos. E a música e a dansa celebra-vam, em torno dos prisioneiros que tlnhanf de ser comidos vivos, aderrota dos inimigos. Depois vinha de nove a livre e arriscada exis-tência da paz, — a pesca, nas canoas ligeiras que voavam como avesdo mar à fiôr das águas, e a caça dentro dos matos bravos, povoadosde feras.

Ora, um dia, em que uma grande multidão da tribu, à beira mar,estava reunida, celebrando uma vitória, — viram todos que sobre olargo oceano, vinha, do lado em que o sol aponta, uma grande figura,que mais parecia de Deus que de homem.

Era' um grande velho, branco como a luz do dia, trazendo, espa-lhada no peito, como uma toalha de neve, até os pés, uma longa barbavenerável, cuja ponta roçava a água do mar. E houve um grande es-panto entre os Tamoios, vendo assim um homem, como eles, cami-nhar sem receio sobre as ondas como sobre a terra firme.

Era Sumé, enviado de Tupã senhor do Céu e da Terra. E Suméoperava prodígios nunca vistos. Diante dele, os matos mais cerradosse abriam por si mesmos, para lhe dar passagem: a um aceno seu,calmavam-se os ventos mais desencadeados: quando o mar furiosorugia. um simples gesto da sua mão lhe impunha obediência. A suapresença fazia abaterem as tempestades, cessarem as chuvas, ábrandarem as secas. E até as feras quando o viam, vinham submissa-mente lamber-lhes os pés, arrastando-se, de rojo, na areia. E osTamoios, cativos da sua bondade, conquistados pelo assombro dosseus milagres, tomaram Sumé para seu conselheiro. E todas as tar-des os chefes, adiantando-se para êle, — enquanto, em roda, mu-lheres, homens e crianças paravam a escutar, — vinham contar-_nea história do seu povo, e interrogá-lo yôbre as suas crenças, e pedir-lhe conselhos e lições.

E diziam-lhe a sua religião:"Tupã, para fazer o céu e a terra, criou as mães de tudo. O solé mãe do dia e da noite. A lua é mãe das plantas e dos animais.Os homens nasceram, e foram maus. Tupã, para castigar a sua mal-dade, mandou que as águas crescessem desmedidamente e cobrissemtudo. Então, viram-se os peixes nadando entre as folhagens dasárvores, e os tigres afogados boiando sobre a vastidão das ondascrescidas. E os homens fugiam de monte em monte. E o céu seabria em relâmpagos e em quedas assombrosas de água. Mas umvarão forte, que Tupã amava, — um varão de alma grande, que ti-nha o nome de Tamandaré, salvou a raça guardando dentro de umacanoa os seus filhos, e livrando-os do naufrágio espantoso. E deTamandaré saímos nós, guerreiros que não tememos o trove jar dasarmas dos inimigos, quando o furor os assanha no campo da guerra,— mas que nos rojamos por terra, lembrando a antiga punição,_íf ~" v

0 TICO-TICO JANEIRO, 1954

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quando ouvimos trovejar no céu, carregada de ameaça» e de maldl-çáo, a grande voz sagrada de Tupã, senhor e criador de todas ascousas e de todos os seres..."

Sumé amou aquela nação simples e sóbria, sem vícios e sem pe-cados Louvou-lhe a bravura aa «guerra e a modéstia na pax. E quistorná-la íeliz, ensinando-lhe o meio de viver na abundância. E or-denou que todos os homens válidos, depois de haverem abundante-mente provido de caça e de pesca as çabanas,

«^«J™?"™!e as crianças ficariam, seguissem cam êle, para otrigar a terra a inesdar o sustento diário. _

Disse-lhes Sutoé: "A grande mae é a terra: grande mãe gene-rosa- basta acariciá-la, basto amá-la e afagá-la. para que elásoatra' logo pródigamente em toda a sorte de bens e de venturas^ Masum Pajé, velho sábio, conhecedor das cousas que o comum dosmortais ignora, observou: "Como pois. grande Santo até hoje sotem ela tido í»i_ nós espinhos e r^eis ?" E Sumé respondeu:Í£>rque até hoje não amastes com fervor e trabalho. Cavai-a e sua-,sobre ela- se rasará agradecida, não para vos engulir, mas paravos dar "idas novas. Vinde comigo e vereis _

Seguiram-no eles. E a terra, por toda a parte, era nua e In-grata Matagais crespos e impenetráveis subiam do seu seio. E den-tro deles, as cobras silvavam, as onças ulvavam: e toda aquela na-tureaa primitiva sem piedade, que afiava contra êle os dentes desuas teias e as pontas agudas dos seus espínheü-os. Mandou Suméque desbastossem a terra, e tivessem, para destruir os mato» fecha-dos a mesma bravura e o mesmo vigor que Unham pira destruir ashostes dos inimigos. Ordenou-lhes depois que amanhassem o solo,e dando-lhes sementes várias, disse-lhes que as lançassem sem contoaôbre o seio da grande mãe, assim preparado.

Deste modo correu Sumé todo o litoral. E atoas dele todos oshomens válidos da tribu seguiam. Os dias passavam. Passávamosmeses Passavam os anos. E, de sol sol, a febre do mesmo trabalhosacudia aquela multidão, que a virtude e a. bondade de um só ho-' mem arrastavam, seduzida e cativa. Quando Sumé chegou a grandeAngra, que fechava ao sul o domínio dos Tamoios, parou. E dissereunindo os trabalhadores:

— E" tempo de retroceder... Ides ver como a terra vos paga emabundância e ventura as bagas de suor que gastastes em seu favor!

Retrocederam. E, então, começou o deslumbramento da tribu.À medida que se aproximavam do ponto de partida, viam a terra,mudada, de mais em mais, abrindo-se em folhagens que não conhe-ciam, em frutos que nunca tinham visto. E' quando chegaram aogrande acampamento, as mu-lheres e as crianças dansavame cantavam. Os celeiros da trí-bu regorjitavam. O céu pareciamais belo; mais belo parecia amar; mais bela a natureza tô-da; porque a tribu toda via a-gora a natureaa através dessaalegria que é filha da felicl-dade. Das sementes que o San-to Sumé fornecera, tinham nas-cido, em touceiras Imensas, asbananeiras fartas; tinham nas-cido os carás e as mandiocas;tinham nascido os milhos daespigas de ouro; unham nasci-do os algodoelros, os feijões eas favas...Sumé não achou bastante o que

já tinha feito:ensinhou-lhe aarte de fabricar a farinha moen-do a mandioca: e revelou-lhes os

segredos da navegação, perfeiçoando as suas lgáras rústicas, dando-lhes velas, que, como asas de pássaros, as ajudassem a voar com ovento, e lemes, que como caudas de peixes, as ajudassem a cortar aaondas. _ toda a tribu abençoou Sumé. E, em honra sua todas astardes, quando o pôr do sol ensangüentavam as águas, a tribu dan-sava, ao tater compassado dos tambores, enl torno do grande velho— filho querido de Tupã, pai da Agricultura, Gênio protetor dosTamoios.Mas os anos passaram. E, como o passar dos anos passou a srati-dao da tribu.Os pagés, ciumentos do poder do Santo, envenenaram a alma danação: "Como ? Pois ela, tão forte, que, em todo o arredor, só o seugrito de guerra bastava para amendrontor todas as outras nações,ficaria sempre sob o domínio de un* só homem, um estrangeiro unihomem de pele branca ?

.x E ° rumor d» maledlcêncla crescia em torno do Santo E, emtorno dele, a rede da intriga se apertava.E êle ouvia, e sorria. E a sua grande alma, toda sabedoria ebondade, compreendia e perdoava a Ingratidão das gentesUma madrugada, quando o Santo sala da sua cabana, viu íor-mados todos os Tamoios, que vociferavam, ameaçando-oE todos eles estavam armados. E as fisionomias de todos elestranspiravam ódio e rancor.

«_ O, santo Sumé quis falar. Não pôde. Uma flecha certeira, par-tida das fileiras dos ingratos, veio cravar-se no seu peito o Santosorriu. E, arrancando o dardo das carnes, atirou-o ao chão, e foi an-dando de costas, para o lado do mar. As setas voavam, àa centenasaos milhares, todas atingindo o alvo. Sumé, com o mesmo sorrisonos lábios, ia sempre caminhando de costa para o lado do marQuando chegou à praia, entrou pela água, cresceu sobre ela,se equilibrou, e. sempre de costas, foi fugindo, — e sorrindo, sen*amaldiçoar os ingratos a quem dera, a farturaE toda a tribu. paralisada de assombro, via, oscilando de levesobre as ondas que o nascer do sol ensangüentava, ir diminuindodiminuindo, até sumir-se de todo na extrema do horizonte, aqueladoce figura, de pele branca como a luz do dia, trazendo espalhadasobre o peito, até os pés, como uma toalha de neve, a' longa barbavenera vel, cuja ponta roçava a áaua dtf mar..

OLAVO BILAC

lASEIRO. 1954 O TICO-TICO

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g/am/atapaB©

Transferidos para a seção de fabricação de isquei-ros, Tamarindo, Simplicio e o dr. Carapetão estão in-teressadissimos no seu novo trabalho. Tudo o que elesfazem é bem feito, vocês já sabem.

E fazem logo bateladas, também. Fazem logo quan-tidades tais que dão para vender, dar de prêmio emconcursos, distribuir nos campos de futebol... Reparem:há um tipo comprando um !

ja^asto***1" *jf cg&sv sfl ^m^A^yA^í. wiíAy .Jko. ''' -AAzAAF&f^^^mBi m m* f^v~^——?

Um, não ! Comprou logo uma dúzia e deu aosgarçons do seu Restaurante, para eles acenderemos charutos dos fregueses de alta categoria. Uma idéiagenial, aliás.

Aqui vemos, por exemplo, o Dr. Barbosa, barão deBabaquara. Jantou bem e agora vai fumar um cha-ruto... O garçon corre, solícito e obsequioso, paraacender o morrão, isto é, o havano...

i^"^k »x^^*^^*C_fí7v7^yÍB*Ki'i^B *l/X*jfí^ **»^í H/v^^l il^V^^^ / ^tFfxC? ^r\. wm\sa" ^^..^E

doMas hâ outros, a querer disputar a gorgetabarbudo. Os isqueiros não dão fogo... E' um

tal de tic, tic, tic... e nada de fogo !... Eis,que um deles dá o fogo desejado !

porem,

E que fogo ! Parece lança-chamas, o tal de is-queiro marca Tamarindo. As lindas barbas do barão,que estão secas como palha, começaram a ar-der!

Nem no incêndio de Roma se viu tanta la-bareda junta! O barão sapateava, gritava, soprava,e quanto mais soprava mais o fogo crescia! Afi-nal, a "bomba" rebentou...

na não de Tamarindo, ate onde foram passar osqueixosos. E o dono do restaurante passou-lhe um sa-bonete em regra, terminando com a eterna ameaça:"— Você vai ser transferido !" (Continua)

O TICO-TICO JANEIRO 1954

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QwwMiúüà/O ponto mais alto

do Brasil é o> Pico daBandeira com 2.890metros.

•O homem pode pas-

sar 10 dias sem dor-mlr e sem beber umasemana, mas sem res-pirar não pode pas-sar 5 minutos.

•Afirmam os den-

tis tias que o oxigêniopuro é venenoso aoahomens e aos ani-,mais.

'O Duque de Ca-

xias, ao morrer, ex-clamou: A morte é odescanso do guerrel-ro.

•Dingo é o nome de

um cão bravio naAustrália, que é aterra dos animalaexóticos.

.Aos 4 anos de ida-

de, Mozart compu-nha peças que êlemesmo executava noiclavicordio.

•Darwln, esteve no

Rio de Janeiro em 4de abril d». 1832.

Sm virtude de sera vaca um animal sa-grado na índia, qmarajá de Udaiparainda hoje usa o ti-tulo . honorífico de"protetos das vacas".

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ámm ^__h.._Ô^__llr _/»_i _f

Androcles era umescravo. Fugiu paraa Africa e, no deser-to, encontrou um diaum leão ferido napata, e dela cuidoucom carinho, fazendo-o sarar.

Preso e levado paraRoma, foi condenadoa morrer no circo, de-vorado pelas feras. E,em plena arena doColiseu, sendo atiradoa nm leão, a fera, queera a mesma que êlehavia salvo no deser-to, tendo-o reconheci-do, veio deitar-se pa-cíficamente aos seuspés.

•A capa luxuosa

que os antigos gre-gos usavam, presapor um broche aoombro direito, tha-ttiava-se "Clâmlde".

O touro de Crctaera nm monstro nas-cido no mar, que per-corria aquela Ilha de-vastando tudo à suapassagem.

Foi Hércules quemo capturou, depois deluta terrível.

•O primeiro nome

de Cuba foi ilha Jo-ana, dado por Co-lombo para homena-gear um príncipe dacoroa espanhola.

•Chama-se " b e o -

cio" um indivíduode pouca ánteligên-cia, porque os habi-tantes da Beocla. naGrécia antiga, era»considerados pelos a-tenlenses como ru-des e estunldos.

•Igapó é a parte de

uma floresta sub-mersa pelas águasde uma enchente.

Existem cerca de1.750 espécies co-nhecldas de cobras.

•O santo padroeiro

dos jornalistas é SãoFrancisco de Bales,festejado a 29 de Ja-neiro. |

•A maior ilha do

mundo é a Groelan-dia. com 1.907.600Kir-2.

•Em 1700 havia nosEstados Unidos umúnico jornal e hojeexistem mais jornaisdo que em todos ospaíses da Europa re-rddos.

•Sterne escreveu qua

em cada gracejo sefazem dez inimigos.

Os caracteres gra-vados no quarto debanho do rei chinêsT c h i n g Tchangeram: Renova-tecompletamente cadadia: faze-te novo, a-inda novo e sempreInovo.

•A luz percorre ....

309.410 quilômetrospor segundo.

•D. Pedro I assinou

o ato de abdicaçãoàs 2 horas de ma-drueada do dia 7 deAbril de 1831.

• ¦

' A pele de um adul-to normal tem 120quatrilhões de célu-.Ias em.apenas 1 me-tro quadrado de su-perficle.

_aODiz-se que Jean Bu-

ridan, doutor escolas-tico do século XTV,afirmava que umasno seria capaz demorrer, se fosse co-locado a igual dlstân-cia de uma tina comágua e de uma raçãode capim, indeciso so-bre se devia comerprimeiro, ou primeirobeber. Não há, po-rém, confirmação deque Burídan tivesseemitido semelhanteteoria.

•Os antigos não co-

Z-heciazn o uso da_meias, mas as ma-tronas romanas en-tvolviam .os pés e aspernas com faixas outiras de pano, exem-pio que era tambémseguido pelos foo-xnens.

•Buda, como JesusCristo, nada deixouescrito, mas os disci-pulos recolheram oaseus ensinamentos.

•Ma FOlonia existe,

uma capela onde aacolunas, os altares eas Imagens são es-culpidos em sal.

A escrita dos po-vos Etruscos é até a-gora completamenteIndecifrável.

•O livro "A Vida dos

Doze Césares" foi es-crito por Suetonlo.

•Cubata é uma cho-

ça formada de fo-lhas, habitação doapretos da Africa.

Os seres humanourespiram cerca de 18vezes por minuto.

Na Torre Eli fei, emParis, empregaram-se 7.SOO toneladas deferro.

•O Brasil em super-

flcie é maior que aSuiça 200 vezes, 190oue a Dinamarca e270 vezes que a Bél-gJca.

O nome do famosocacique brasileiro TI-birlçá significa:Príncipe da Terra.

•Come t ologia

é o tratado sobre oscometas.

•A cauda das co-

bras venenosas écurta e grossa e a dasr. ã o venenosas écomprida e atilada.

•A guerra dos FS-T-

rapos durou 10 anos.•_

A Hidra de Lemaera uma serpente co-lossal de nove cabe-ças — segundo a leu-da. Existiu na Argó-lida. Se se cortavauma das cabeças, nas-da outra. Hércules,para acabar com ela,teve que incendiar afloresta onde vivia.

•D. Pedro I foi rei

de Portugal com o ti-tulo de D. Pedro IV.

•A bandeira mais

antiga da Europa éa da Dinamarca.

Foi BenjaminFranklln quem praü-tou '. pela primeiravez na América aarte odontológica

•O peixe mais velos

dos mares é o tuba-rão, que chega a ia-zer 60 quilômetrospor hora.

Ofe.O leão de Neméa

era o terror na Elida.Foi morto pelo heróilendário Hércules queo estrangulou, passa»-do a usar sua pelecomo vestimenta.

•O mais longo ca-

pltulo da Bíblia é oSalmo 118, que tem176 versos.

•_0 Forte de Copa.Cabana foi Inaugura-do a 28 de setembrode 1914.

•O general Osório

morreu ao 71 anos.•

A biblioteca de JoséBonifácio jcontinha6.000 volumes.

•Mais da metade da"Vitamina A" mana-

faturada no mundo éextraída do figadoaos tubarões.

No mês de Julho aTerra se encontra ...4.500.000 quilôme-tros mais longe doBoi que em Janeiro.

•Entre os ciganos

costuma-se misturarsangue extraído dopulso do noivo e danoiva na farinhacom que se faz o bo-Io nupcial.

•fi ã o Longulnhos

foi o centurião ro-fmano que deu o gol-pe de lança em Je-sus Cristo na Cruz.

a O TICO-TICO 1ANE1RO. .954

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dica: i • ^^g^^.«'O TICO-TICO"... I__\ V etmÈÈÊ _m_ 9U

t'tflaW^.taaaalBaaaaaa! a^

'^flfl

W.yrM

em: awiuw '-- 9ÜÜ^gv Isto, que parece nm chapéu de palha para si-'Wr gante, é apenas uma "corbeille", isto é, uma

cesta para flores. Está sendo feita por nm ces-teiro cego de nascença, Allan Beasley, considerado o me-lhor cestelro de toda a Inglaterra.

A "corbeille" foi vendida, pelo Natal, em beneficio¦ dos cegos ingleses.

__\ Desde 1927 existem, nos Estados Unidos "briga-AM das" de auxlliares do tráfego, compostas de esco-T lares. Na Holanda, desde 1947, já se fundaram

I mais de 100 "brigadas" desse gênero. Aqui vemos nmI escolar holandês ajudando uma senhora á atravessar uma9 rua. A senhora sabe qne pode confiar nele e o acompanhaI sem cuidado. Lá, os motoristas não são loucos nem assos-I sinos. E existe Inspetoria de Transito...

1 Aqui estão nada menos de 8.000 atletas numa demonstra-k ^ ção de ginástica rítmica em conjunto. tss*> festival es-

'__ * portivo teve lugar em Hamburgo, Alemanha, e mais de

^__ 110.000 pessoas assistiram e aplaudiram a bela¦"••H»" exibição, qne revela o grau de disciplina e or-ganização dos atletas.¦*ãVaTÍBfBMtTBW|-afnE*BBfBaB****B

-f-v V-*vJt*lIJ'lll-^J-Jtt«J'*^-jff "tf JJ4 ¥bJ'****\JW~&**-J'4F*B M-*#. »*f*T'*a*C*TàX'?M .lf *¦ ¦ ¦¦ ¦ ,raV*au_ -¦ fm ¦¦ ¦ i

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IAKE1RO, 19$4 O TICO-TICO

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Tradução deMARIA

MATILDE

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imperador Kam-Li achava-se empe-nhado em uma partida de caça.

Em dado momento, afastou-se bastantedos companheiros e viu-se a poucos pas-sos de uma choupana, à porta da qualestava um ancião por cujo rosto desciamcopiosas lágrimas. Estava coberto defarrapos e seu aspecto revelava extremamiséria e completo desamparo.

Comovido, o jovem imperador aproxi-mou-se do ancião e perguntou-lhe:

—: Por que estás tão aflito ?— Porque um dos inspetores de caça

do imperador, — respondeu o yelho —

achando que minha casa podia servircomo pavilhão de descanso para Sua Ma-jestade, ordenou-me que a deixasse, proí-bindo-me ainda caçar nestas imedia-Ções. Então, refugiei-me neste casebree tenho apenas raízes como alimento.

O inspetor disse ainda que se eu me

queixasse ou protestasse, cairia sobre

mim a ira do Imperador, que nãovacilaria em me tirar a vida poressa ousadia.

Agora, — continuou o pobre ve-lho — só me resta morrer.

Kam-Li, profundamente comovido,perguntou: — Onde fica a casa da qualte expulsaram ?

Perto daqui — respondeu o an-cião. — Vedes aquelas árvores, acolá? E1lá que está a minha casa...

Está bem ! — disse o imperador.— Tenho algum prestígio na corte e voufalar com o inspetor.

Por Deus ! Não façais isto ! — im-

piorou, assustado o velhinho.— Ele disse queassim procedia em nome de Sua Majestade.

Não te inquites — respondeu o mo-narca.

Sentes-te com forças para ir ca-minhando até tua antiga casa ?

Oh ! Não, senhor! Estou muito en-

10 O TICO-TICO

«& <S_

JANEIRO 1954

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froquecido. Só me tenho alimentadocom raízes...

Então, —disse Kam-Li — tunfontarás no meu cavalo e eu o leva-rei pelas rédeas. Sou mais jovem doque tu e, como estou bem alimentado,não me dará grande trabalho cami-nhar este trecho, que para o amigoseria extremamente penoso.

Oh ! Senhor! — protestou oancião. — Que dirão os outros, ven-do-vos assim ? Dissestes que sois in-fluente na ÇôrtcL.

Não te preocupes; sobe !O velhinho obedeceu e imperador,

cevando o cavalo pelas rédeas, foi atéo ponto de reunião dos caçadores. Es-tes, ao vê-lo chegar, a próxima ram-serespeitosamente, chamando - o deMajestade. Só então é que o anciãocompreendeu que estava diante doImperador. Aquele jovem que tãoamavelmente o havia tratado era opróprio soberano ! !

Este chamou o inspetor de caça elhe disse:

Acabo de saber que, usando omeu nome, comefeste uma grandeinjustiça; praticaste um espólio quenão tem desculpa nem atenuantes.Como te atreveste a proceder de talmaneira ? Quem te deu permissãopara fazer o que fizeste ? Foste overdugo e este ancião a vítima. Nãocontente em despojá-lo do único bemque possuía, ainda o enganaste di-zendo que assim orocedias por ordemminha, — prosseguiu ainda o monar-ca — ameaçando-o de morte se pro-testasse ou se queixasse. Isto signifi-ca castigo, agora, para ti, e justiçapara este desventurado, que teriasucumbido às privações se eu não oencontrasse, casualmente. Minha jus-JANEIRO — 1954

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____________________ **_ \}j.\ i ^wíN^vr t!

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£\am. ti \

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tiça será esta: — acrescentou a seguir. — Tu, bomvelhinho, voltarás para a tua propriedade ereceberás o título a categoria e todas as van-tagens de Inspetor de Caça, enquanto quetu, mau servidor, que puseste em dúvida a justiçado Imperador, vestirás os andrajos deste ancião eirás morar na choupana onde quiseste que êle vi-vesse. Ficarás tambem proibido de caçar e porconseguinte só te alimentarás de raizes.

E assim foi feito.

/fj ^ U-, ° ml JR^>O TICO-TICO II

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TIPOS DEAVIÃO

— Um bimotor!

— Um bombardeiro !

— Um teco-teco!

Um "caça"! **

?fura*

tVCHEL

— Uma andorinha !

MISCELÂNEAOa dentes da cão empre-

gam-se como moeda emmuitas povoações da NovaGuiné e nas ilhas dos mo-res do Sul.

*Segundo Plínio, os romã-

noa importavam queijo doRoquefort — há mate de doismil anos — pare saborearnos seus banquete*

*Antes da última guerra

circulavam no Japão matode quatro milhões de btct-cletas.

*Já na antiga Grécia se

usavam os dados — cuja in-venção e jogo são antiquis-simos.oooooooooooooo

A ORIGEM DA GRAVATAA origem das gravatas, bon pouco co-

nhecida, deve-se aos soldados Croatas.No reinado de Luis XIV um regimento

de croatas desfilou nas grandes artérias dacapital francesa, em parada, e cada solda-do levava à volta do pescoço um lenço ne-gro, atado, com certa elegância e graça,abaixo do queixo.

Dias depois, os elegantes da Corte apa-receram com um lenço semelhante. Opovo, por sua vez, não tardou a imitar estamoda. E dizia-se então, que era modatrazer-se uma "croate" à volta do pescoço.Pouco á pouco o nome de "croate" modifi-cou-se e passou a chamar-se gravata.

A ESCURIDÃO E OS OLHOS DOS ANIMAISII LGTJMAS pessoas, vendo que¦**aos cães e, sobretudo aos ga-

tos, lhes brilham os olhos na an-curidao, pensam, equlvocamente,que estes têm uma espécie de f os-forescência.

O que é fato é não existir a es-curidao absoluta. Mesmo no meioda mais negra noite e nas casasmais hermèticamente fechadas,há raios de luz que os olhos hu-manos não podem recolher, masque são recolhidos pelos dos ani-

mais, sobretudo pelos dos carni-vòros. O brilho que vemos neles é,na realidade, essa luz refletida nofundo das suas pupilas.

Faz parecer maior este f enôme-no da reflexão a faculdade que osanimais têm de dilatar enorme-mente as pupilas na escuridão,com o que a claridade mais débilse concentra no fundo dos olhos eé refletida pela retina como emum espelho côncavo.

o^ooooooooooooooooooooooALGUNS CÚMULOS

Era um tipo tão pe-sado, tão pesado que(nunca pôde subir deposto.

•Era um tipo tão in-

culto, tão inculto que1até os números es-crevia com erros deortografia.

•Aquele conde era tão

orgulhoso, tão orgu-lhoso que não consen-tia que na sua casa se)matasse um percevejoporque — dizia — po-dia ter sangue seu.

•Era tão cabeçudo,

tão cabeçudo, que os]piolhos morriam to-dos de cansaço.

Era tão distraído,tão distraído quequando morreu, em lu-gar de ir ao caixão,Ia no acompanha-mento.

Era t ão alto, tãoalto que tinha vrwnuvem num olho.

Era um perito, tãoperito que morreu deperito...site.

Era um homem tãopequenino, tão peque-nino que, para cuspirtinha que dar um sal-to.

Foi um verão tãoseco, que seco, que esárvores corriam atrasdos cães para apanha-rem alguma gota deágua.

Era tão feio, tãofeio, que curava ossoluços vendo-se aoespelho.

TOSSI 7jaaHsl sisaW^ia^^W-. '" "SBS^sM

ÁW \WJ ^ m\ * ^^^M

CODEINOLNUNCA FALHA

PRE*"SRIDO PELAS CRIANÇASPOH SER DE GOSTO AGRADA-

VEL.PREFERIDO PEL06 MÉDICOSPOR SER CS EFEITO 6EOURO.pRxnEamo poa todos posSER O REMÉDIO QUE ALIVIA

ACALMA S ODRA.Infalível contra resfrlados,

¦"- i1 II . so .

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O TICO-TICO IANEJRO. 1954

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A CURIOSA ORIGEM DA PALAVRA...

AMBIÇÃO

A palavra ambição, cuja origem vamos conhecer hoje, originou-se, curiosamente, emuma votação. E' que — tal como se vê nos dias atuais em todos os países — já

nos tempos da antiga Roma os candidatos a cargos públicos viviam "pedindo" votos.Esta atividade era designada pela palavra

"âmbito", significando "andar por aí, pelos ar-redores".

"Âmbito" derivou-se de "ambire", que significo "andar por aí", deambular, quepor sua vêz formou-se dos dois vocábulos "a mb" significando "por ai" e "ire" verbo ir.Como a atividade em questão indicava um desejo de honra e poder, a palavra

"ambitio"

passou a significar aspiração de honras oficiais. Surgiu assim a palavra "ambição" que

significa um forte desejo de sucesso e de grandes realizações.Nos dias de hoje, ambicioso é "aquele que tudo quer para si", em certo sentido.

E' mais uma deturpação, como há tantas, do sentido e da significação primitivasde um vocábulo.

1ANEIRO, 1954 O TICO-TICO 13

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REW-RKO. BÕCffl e AZEITO/M-BOLÃO, VOCÊ ANDA MUITOtriste... que e'QUB ha;MEU BOM AMIGO?

/ ¦£' FALTA DE DINHEIRO.PRECISO ARRANJAR UMNEGOCIO PARA GANHAR.

UNS "COBRES".

t «ç?

^4

BOLÃO, FALEI COM O "SEU"PAFUNCIO E ,\ELE ME DISSE QÜE TEM UM ALTO NEGO-~CIO PARA VOCÊ. POOECOMeÇAR HOJG MESMO

( ( \ f V0U VOANDoN

0 SERVIÇO E' MUITO SIMPLES. VOCÊSOBE NUM COQUEIRO E,POR UM COCO'QUE DERRUBAR, GANHAR A* QuARE/V TACENTAVOS.

yy^-^M^. /^TREPAR Em\

£y £Y\ \ COQUEIROS , J)

RE'CO-RE'eO, O BOCA'0 QUER ARRANJAR UMEMPREGO, ACHO <5UE PODEMOS DAR

, UM JEITO NISSO.

\T Çdeixe tudo por\

0 RE-O-REfcO FALOU EM "ALTO NEGOCIO:*..EU SEMPRE TIVE VOCAÇÃO PARA OS

—^ "ALTOS NEGÓCIOS"-.

ORA,BOLAO/ TREPAR EM COQUEIROPARA TIRAR COCO VÃO DEIXA DESER UM ... "ALTO NEGC-CIO'.'

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) luizSa \ Èà'l -*—£_!___:—\JÊm 114 O TIOO-TIOO Ja\NErRO t»54

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1954I

I ^II

fOMIHHAPOR ZDMUNDO-

2 \

Jl domingo II

1951

4-2í_foL,

ESTA folhinha é de "faz de conta". Serve para brincar, enfei-

tando a "casa" das nossas leitoras.

Primeiro se colam as figs. 1 e 2, dobrando pelas linhas inter-

rompidas. Cola-se, então, esta parte, no lugar indicado em 1,

devendo ficar coladas as aletas amarelas.

O "bloco" ficará, então, saliente, como se vê em 3, dando a impressão de uma fc-

Ihinha de parede.Faz-se o furo, na parte de cima de 1, e está pronta a folhinha para ser colocada

na parede.

JANEIRO — 1954 O TICO-TICO 15

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DESVENTURASDE FAUSTINA

Faustina lançou para Combinou então, com o célebre cabeleireiro Bic de Pat. e êle fez uma conferênciao verão, uma nova moda sobre a nova linha capilar, com ilustrações ao vivo, pela^k^cS^^oSS^de penteado. penteado, que foi chamado Braço de Violino. 6*^«w w-aaora ao iormiaavel

^jT ^3 1 F^fllB ~~

No dia seguinte não havia mãos a medir, no sa- E até um homem, com cara de artista, foi ao salãolão do famoso Bic de Pat. Todas as freguesas que- E de lá saiu com a cabeleira penteada como mandava onovo figurino.riam adotar a nova linha violinista.

Justamente naquele dia o casal Macaco ia aocirco. Ao comprar as entradas Faustina teve umasurpresa...

15-2-- !~m*,nMas surpresa maior teve à noite, quando viu que era o pa-lhaço, que tinha achado aquilo tâo gozado que resolvera ado-tar. para fazer rir mais os espectadores...

M O T1COT1CO JANEIRO. 19S4

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A hlstófía do -j%teMáJuiúm>

VOCÊS já têm ouvido falar

do "Aleijadinho", o fa-moso escultor mineiro, cujas obras ornam muitasdas velhas Igrejas de Minas, entre elas a do SenhorBom Jesus de Matosinhos, na cidade de Congonhasdos Campos, e a de S. Francisco (Oura Preto).

Chamava-se Se Antônio Francisco Lisboa enasceu em Ouro Preto, no ano de 1750. Seu pai eraportuguês. Com este, aprendeu Lis- .boa as primeiras noções dè escultu-ra. Desde menino, manifestou umgrande talento. Gostava de se di-vertir e de comer bem, conformenarra um dos seus biógrafos. Nãotinha maiores preocupações sinãoa sua arte.

EM 1777, a desgraça começou a

perseguir Lisboa. Uma estra-nha moléstia apoderou-se dele. Noinicio, perdeu logo os dedos dos pês,sendo forçado a andai* de joelhos.Os das mãos, depois, foram atingidos e começaramdeformar até cairem também. Dai se origina o epi-teto de "Aleijadinho", com que passou à história.

O sofrimento, entretanto, aguçou as qualida-des geniais de Lisboa. Em vez de se entregar ao de-sespêro, atirou-se dé corpo e alma ao seu trabalho.Afastou-se do convívio social, escondendo-se numlugar onde ninguém o visse. Para dar forma e vidaàs suas estátuas, Lisboa fez amarrar nos punhos oburil com que tirava da pedra bruta as maravilhasque imortalizaram seu nome e sua glória.

ISBOA tinha dois escravos: o Januário e o' Mauricio. Mais do que escravos, foram amigos

dedicados, durante todoo período da sua moles-tia. Era trepado nas cos-tas do Januário que Lis-boa ia assistir a missa emOuro Preto. Católico sin-cero, o poder da fé lhedeu forças para suportartodo o peso das suasamarguras.

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Lisboa viveu numa época emque não havia recursos paraum artista se aperfeiçoar.Além de tudo, era pobre edoente. Não poderia sair domeio em que vivia, no interiorde Minas Gerais. O que êle produziu foi fruto dasua genialidade admirável. Suas estátuas tinham

vida e beleza, e ainda hoje podemosadmirá-las nos templos mineiros.

O historiador Saint Hilaire, refe-rindo*se às estátuas existentes naIgreja de Congonhas do Campo,disse: "Estas estátuas não sãoobras primas, mas verifica-se namaneira por que foram esculpidasalguma coisa de grande, que {trovano artista um talento natural mui-to pronunciado". Entre as suas es-tátuas destacam-se a de Amos, a

de Oseas e de outros profetas bíblicos. A de Oseas,é, talvez, a sua maior produção artística.

A NTÒNIO Francisco Lisboa morreu a 10 de no-•*-*• vembro de 1814, na mais completa miséria,assistido pelos dois fiéis escravos. Seus restos mor-tais foram sepultados na matriz de Antônio Dias,em Ouro Preto.

Um dos biógrafos do "Aleijadinho" disse que ogrande artista é uma figura que se deve venerar dejoelhos. E quem viajar pelo interior da terra mi-neira encontrará, nas suas velhas igrejas, o traçoImortal do gênio que ali viveu. As estátuas do "Alei-jadinho" falam de uma época e de uma vida quese consumiu no amor a Deus e na consagração daarte pura e bela.

AméricoPalha

~\J OS cantos da páginaornatos e um capitei

do altar-mór da Maulz deSão Francisco, de OuroPreto, obras do "Alejandi-

nho".

JANEIRO. 1954 O TICO-TICO 17

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Veja a explicação dojogo em outra páginadesta edição.

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MICQO -EXPERIÊNCIAS

"i$>Y*f* ***%*§ 3A ÁGUA QUE FOGE.

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ARA esta experiência são necessárias duas garrafas,uma cheia de água e outra vasia e ainda um fio de lãgrossa, dessas usadas para tecermeias. Molha-se bem o fio de lãe se introduz na garrafa que estácheia, até que a ponta toque ofundo da garrafa;'esta deveráser colocada sobre uma mesa eao lado da mesa se coloca umbanquinho e sobre este a garrafavasia. Nesta segunda garrafa seintroduz a outra ponta do fio delã. Ao cabo de uns segundos, aágua começa a cair gota a gotadentro da garrafa vasia. Sobe,por capilaridade, ao longo da lã,logo descendo, pela ação da gra-vidade, para o interior da garra-fa vasia. Ao cabo de uma horatoda a água passará para a gar-rafa que está mais baixa, tendopassado unicamente pelo fio de

lã. A condição para isto é que a diferença de ai-tura entre as duas garrafas seja pelo menosigual à altura da garrafa que se acha sobre obanquinho, isto é, que o seu gargalo chegueapenas à altura do fundo da garrafa cheia.

Esta experiência pode ser feita com águamisturada com vinho e com outros líquidossemelhantes.

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O VIDRO TAMBÉMÉ ELÁSTICO

APOSTE com seus companheiros,

como, fazendo bater com violên-cia uma bolinha de vidro contra ou-trás seis, colocadas entre duas réguasde madeira, não se moverá senãouma e que essa será a que está maisdistante da que recebe a pancada. Équasi certo que todos acharão istoimpossível. Pois logo se convencerão.

Coloque seis ou oito bolinhas degude entre duas réguas de madeira,em cima de uma mesa. Atire umabolinha contra a fileira, fazendo-acorrer pela separação deixada entreas duas réguas e verá que a bolinhaque receber a pancada a transmite àseguinte, esta por sua vêz à seguintee, assim, sucessivamente, até que aúltima, não tendo outra à qual trans-mitir sua energia, se põe a rodar esai de entre as réguas.Com isto se demonstra também aelasticidade que têm as bolinhas devidro, ou o vidro, mais propriamente.

0 JOGO DA BATALHA NAVALda página anterior

FRENTE a frente estão duas esquadras inimigas, cada uma composta de cinco

navios de guerra. Podem tomar parte dois jogadores, cada um com 5 pequenasfichas da mesma côr, para diferençar do côr das do adversário.

Cada um joga por sua vez, começando dos navios, sobre os quais se enfileiram asfichas. As fichas vão seguindo os traços entre os círculos, e nestes estacionam. Só seavança um círculo de cada vez, como no jogo de damas, valendo andar para dianteou recuar.

Não se pode "comer" as pedras, como nas "damas", mas "encurralar" o ad-

versário, o que corresponde a "comer" sua pedra. Quem conseguir fazer entrar maisnavios (fichas) no ancoradouro inimigo, ganha a partida.

20 O TICO-TICO JANEIRO. 1954

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POtzxtCt c Pf-âfvxi-i.^S^s-ooe-.

XV».

A industrio dos "rendos" é umo alividademuito desenvolvida no nordeste, sendo a ei-

dade de Aracatí, no Ceará, um dos principais cen-tros onde essa é a ocupação da maioria das mu-iheres.

Admite-se que a maneira de trabalhar aindahoje empregada é a mesma das famosas rendasda região do Puí, em Portugal, trazida para oBrasil por antigas mestras que encontraram, no li-toral nordestino, continuadoras da melhor espécie.

Nas zonas suburbanas de cidades de todo oNordeste brasileiro, são encontradas as rendeiras,trançando pacientemente seus bilros. Algumas

> -tBm usam espinhos de mandacaru para espetar os "pa-

pelões", onde os desenhos estão inscritos e cujosmodelos são transmitidos de geração a geração..Na Bahia, os bilros são feitos cpm coquinhos dedendezeiro.

A "almofada" é, em geral, cheia de palha.Diante dela passam a vida humildes mulheres dopovo, às vezes carregadas de filhos e tirando dodelicado ofício o sustento indispensável.

Preparar os "furos" no papelão é umo ver-jadeira ciência, e decorre daí a beleza do traçadoentre os "pontos".

No Sul do Brasil, nos arredores de Florianópo-lis, existe também uma interessante indústríf*derendas.

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JANEIRO, 19S4 0 TICO-TICO 21

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Depois dos consertos feitos, a casa ficou com outroaspecto. E os próprios moradores ficaram extasiados,admirando a obra realizada. A horta e a roça começa-nm por sua vez a. .

... dar os resultados esperados. Como eram bonitas asverduras, as hortaliças, tudo o que delas colhiam osseus donos ! Até chegavam para ir vender na ci-dade !

Se aparecia um pobre, Anjo Belé aconselhava Fini-nha a não cobrar. Em vez de vender, oferecia. Desde quehavia fartura, não prejudicavam ninguém com aquelaliberalidode. Fininha ia aprendendo...

Um dia quando iam para a cidade, apareceramuns meninos maus, que quiseram tomar à força as frutasque eles iam vender. E' claro que eles negaram. Entãoos meninos os atacaram...

... e judiaram de Belé, zombaram .dele por causa dasasas, como verdadeiros meninos maus. Fininha, furiosa,tomou a defesa do amigo. Que lhe dessem pancadas,mas não tocassem no seu protetor!22 O TICO-TICO

E travou-se na estrada um furioso combate, emque Fininha e Belé levaram, finalmente, a melhor.Os mal-educados acabaram fugindo deles. Foram-se, mas...

•JANEIRO — 1954

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... prometendo voltar depois, para tirar uma desforra.— Aqueles são meninos maus — disse Fininha. — Elesnão sabem como é feio o que estão fazendo disseBelé.

Sentaram-se, então, para descansar. — Por queserá que existem meninos maus ? — pensava Belé. — Setodos fossem bons, educados, bem comportados, o mun-do seria melhor!

Nisto, avistaram ao longe os meninos que voltavam.E viram que com eles vinha agora um outro, forte, gran-dão, com jeito de musculoso.

— E* agora ! — disse Belé.

— Agora vamos ver se vocês não nos dão asfrutas ! — disse o menino. Se não derem, "Braço

Grosso" dá uma surra em cada um de vocês ! —ameaçou.

Enquanto um dos meninos segurava os pulsos deFininha, Belé se lembrou de que estavam perto tio casade Frei Cirilo e disparou para lá. Ia pedir auxílio oobom frade.

Frei Cirilo o recebeu com seu sorriso bondoso. E Belélhe contou o que estava ac nrecendo perto dali.

— Não me diga ! — exclamou o religioso. (Continua)

JANEIRO 1954 Ò TICO-TICO 23

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CwUctâdcFjcfeAAVIA nasp r o x i-

midades de Te-bas um mons-

tro, que tinha o rosto de mu-lher e o corpo de leão, chama-do Esfinge. Segundo a fábula,êsse monstro tinha sido cria-do por Juno, indignada con-tra os tebanos por causa dosamores de Júpiter e Alcmena.

Colocado no caminho deDelfos a Tebas, a esfinge pro-punha um enigma aos tran-seuntes e devorava aquelesque não o decifravam. O tronode Tebas estava prometido aquem livrasse a cidade de talmonstro.

O enigma era este: qual erao animal que tinha quatropés de manhã, dois ao meiodia e três à tarde?

Edipo explicou-o, dizendoque êsse animal era o homem,que na infância se arrastavasobre os pés e as mãos; no vi-gor da idade, andava sobre osdois pés e na velhice se arri-mava a um bastão, que com-pletava os três pés.

Decifrado o enigma, o mons-tro precipitou-se sobre um ro-chedo e morreu.

H)0 mar do Sul, nas ilhas deGonvatoa, os primeiros mis-

sionários ali chegados impunhamuma pesadissima multa a todosquantos não fossem à igreja trêsvezes na semana, seguidas.24

"VTA Córsega, ilha francesa do•*-^ Mediterrâneo, são inúmerasas aldeias cujas casas se achamconstruídas sobre altitudes queparecem inacessíveis. Vem issoda época em que os piratas assai-tavam a ilha para saquear as po-pulações. Resolveram então osilhéus construir suas aldeias nascolinas.

vetiver, que não só perfumam aroupa como afugentam o dani-nho inseto. A tinta de impressãotambém o destrói, e por isso mui-tas pessoas envolvem a roupa delã em papel de Jornal, processoque é, entretanto, anti-higiênico.

A naftalina não mata as tra-ças, como erroneamente se acre-dita .Mais eficazes são a cânforae as raizes da planta chamada

O azeite extraído das mandi-bulas do tubarão é o melhor queaté agora se consegue para asmáquinas de relógios, grandes oupequenos. A fim de obté-lo, foiintensificada ultimamente a pes-ca do temível peixe.

( ÓLEO DE OVO ^^ BMarca Registrada fflji8»^

Cabelos sedosose ondulados

II

^^aÜt\m-BÍKF=^ ___1 DIPIOH* DE HONRA ^^¦¦¦¦¦""""^¦¦H——\g> MKMSIÇlOMCaTCJ-tolO \**j[ ^00*^"^ ^^mm*mm^^^

JANEIRO, l*tSi

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im moot\wmáe4$

AOAtCAfICeDAS MÃO 8

PREÇO25

CRUZEIROS

Tüdo ° «üe <«* respeito oo lor e ò m. .kSinos b.„ihli °

e " "•»"•«. "rufe.*,,,,, „„w«e encanto manusear + F«*;„h>s, sugestões, conselhos + a*- En$,no"»entosf recei.

^err. cora e rae$o + ^coração da casa.

'OI TUDO ISTO. ESTEÉ O PRESENTE IDEALPA*A VOCÊ DAR A

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miwo pas ^fltlll(?lf0UPEDIDOS PELO REEMBOLSO POSTAL À S. A. "O MALHO" — Senador Dantas. 15 —S.» —RIO

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® ÔD®£_™© (Pí^]fífi_3__2__í]®Cf _Ã____^,£Offl(_^^^

ÍL__ ______ i [__, /Z-^^ s^~/ ig!S|r^SE^V Vi0lência os Cara^uja, por ordem do caciqueÍtoque-Roque levaram o mocinho Gonçalinho para uma barra-ca. E... lá estava, prisioneira, a...

¦¦¦-"-¦

... Lioca, filha dos colonos, que Gonçalinho andava mesmo pro-curando I (Viram? Agora'já sabemos porque a mulher choravae porque Gonçalinho tinha saído...

. - correndo daquela maneira !) Ai, então, os Cara-SuJas reuni-ram o Grande Conselho, para discutir a sorte dos prisioneiros.O pajé Bacuio...

'^^^dl^^Ú-^^M^^-

... consultou o osso sagrado da perna da Velha Biata e o ossosagrado revelou que os prisioneiros deviam ser fritos nas palhasComeçaram, então... • ¦¦«¦¦.

¦'- l I .11 K. .X .¦„¦.,' i ¦ ,.„. |... os preparativos. E não ficou colchão inteiro, aquele dia —Espalhaa palha I — gritou o Pajé. Não quero palhaçada I Que-ro é palha assada 1 !

Foram, então, buscar o mocinho Gonçalinho e a pobreLioquinha, que foram conduzidas para a fogueira. Coitados!

O,,. XT' T wi"^u3as ^^ ílzeram um círcul° em tórn° deles- e começaram a dançar o zicunati, que é uma divertida dança de índio<_ue acontecerá? Morrerão? Isso veremos no próximo número

{Continua)26 O TICO-TICO JANEIRO — ígs*

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Hoje a coisa é séria e científica, rapazes ! Hoje vamos fazerexercícios de transmissões. Você, Xilindró, fica aqui com osdois i— disse o Tenente.

™io^eSÍÍCa,ram "í6?"10- Daí a P°uco* começaram a se sentiruma saudade. '

n° °amP°* Dava Uma sa^ade

reu'um

Começaram, então, a cantar. Escolheram "O meu boi mor-', porque era canção que todos sabiam. E a audição estavasucesso! !

Lá no posto receptor, porém, os oficiais não estavam gostan-do. Aquele negócio de "que será da vaca?" estava parecendo fal-ta de respeito.

O general vinha chegando e o coronel estava por conta.Que não diria êle? Mas as vozes continuavam- "Que será da -

— Vamos parar com isso ! — gritou o coronel. Aqui nin-vaca?" perguntavam. S^em 1uer saber ° <"*ue vai ser da va<*a ! Isso tem cabimento?— —, .

-- • '"¦¦

Nã«j demorou muito e apareceu o sargento. — Quem é odono úo 3032? — perguntou. E o dono já nós sabemos...

... quem era. E o dono do jazz foi curtir as máguas, sem mú-sica, no xilindró, mais uma vez... Que triste sina !

(Continua)JANEIRO 1954 O TICO-TICO 27

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y^&$)^r~\

Ds grupos de letras contidos em cada uma das bolas com que se estãodivertindo osf dois palhaços, formam um nome que é, por sua ves, verdadeirasímbolo de alegria, divertimento e distração sadia para o espírito das crlan-ças. Recorte-os e cole em folha de) bloco, de modo a recompor o nome tã<tformidável. Escreva, depois, seu nome por extenso, e não esqueça o endereço,ttm-tim por tim-tim, e depois mande tudo à Redação de "O TIOO-TIOO" —(Nossos concursos) — r. Senador Dantas. 15 —¦ 3.* andar. Rio de Janeiro —

D. F. O resultado sairá) n*"0 TICO-TICO-" de Março vindouro.

OS AMIGOSProcurai ter por amigo aquele que

derrame em vossa alma a verdade

com suas palavras; a primeira con-dição que devemos exigir de um ami-

go é a honradez, pois ela nos provaque êle é capaz e digno de nossaamizade — Mme. de Lambert

QUADRO DE HONRAFORAM CLASSIFICADOS POBSORTE, PARA SAIR NO QUADRODE HONRA, OS SEGUINTES CON-CORRENTES QUE NOS ENVIARAMSOLUÇÕES CERTAS DOS DOIS

ÚLTIMOS CONCURSOS.— MARIA PAULINA T. REIS -Três Pontas — Minas Gerais. ,— SEBASTIÃO A. 8. KLEIN —V. Redonda — E. do Rio.— TEREZINHA R. RUZSICSKASanto Amaro — 8. Paulo.— HUMBERTO LIMA SORIANOTeófilo Otoni — Minas Gerais.— MARIA BEATRIZ CRAIDT —l]uí — Rio Grande do Sul.— JXKA C. DBS8AUNE — Vltò-ria — Espirito Santo.— VALDIR A. I» OUVKIRA -Salvador — Bahia.— MARIA ANTONIA B. SILVA -Leblon — Rio — D. F.— AGENOR S. ÍTSRRAZ — Pira-cicaba — S. Paulo.

10 r- FELOMENA RACCA — Soroca-ba — São Paulo.

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12 — MAGDA M. ALVES BeloHorizonte — Minas Gerais.

13 — MARIA HELENA VEIT — CaiRio Grande do Sul.

14 — M. LÚCIA P. MACABÜ — RioDistrito Federal.

15 — ORLANDO TAVEIRA — B_te-do do Rio.

16 — ENIO DA CUNHA PIRES' Itabuna — Bahia.17 — ROSINHA MALHEIROS — Três

Rios — E. do Rio.18 — ADAUTO MARCO NOVAXS —

Maringá — Paraná.19 — SUELI PINHEIRO — AracajuSergipe.20 — ONDINA MARIA MATOS

Campina Grande — Paraíba.

OXW3ÒMENSARIO INFANTIL

Propriedade da S. A. "O MALHO"Diretor: Antônio A. de Souza e Silva

Rua Senador Dantas, 19 — (B.° andar)RIO DE JANEIRO

ASSINATURAS(Sob registre postal) 12 números Cr$ 50,00

avulso Cr 4,00 — Atrazado.. Cr$ 5,00

OBSERVAÇÃOATENDENDO

a que as soluções enviadas peles leito-res residentes Estados nos chegam i

grande atraso, resolvemos, no sen próprio lutei.sse, me-dlficar a forma de sorteie dos nomes «ne devem apare-eer, c^jda mês, no Quadro de Honra.

Assim, • sorteio abrangerá sempre ss solaçêcs DOSDOIS ÚLTIMOS CONCURSOS, em ves de se __nlt__ à

cuja «©loção vai jaMtesds.

28 O TICO-TICO IANEIRO, KS4

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o auír PBBOfO

MBUiíÔBBECHA

NO dia 14 de maio de 1796, Eduardo Jenner, médico rural, realizou uma

experiência importantíssima para a humanidade: a primeira vacina. Apessoa vacinada foi James Phips, rapazinho corajoso que tem seu nome ligadoa essa notável descoberta do sábio inglês.

Mas há tanta confusão, acerca da varíola e da vacina, ainda hoje! !:*A varíola 9 transmissível principalmente por contágio direto de uma pes-soa a outra, sendo de notar, o que a torna mais perigosa, a facilidade em que atransmissão se dá em todos os períodos da moléstia, isto é, desde os primeirossintomas iniciais até a queda das crostas, na última fase da doença. O conta-gio indireto também é possível, através das roupas e objetos usados pelo do-ente. Além do risco de morte para aqueles que são atingidos por essa temívelenfermidade, há a considerar a circunstância de marcar suas vítimas e marca-las predominantemente no rosto, o que a torna um mal até certo modo aviltan-te. A erupção causada pela doença é caraterizada a principio por vesículas quedepois se transformam em pústulas e estas ao secar deixam cicatrizes indele-veis, podendo até causar deformações no rosto de suas vítimas.

Entretanto, a ciência entregou, já há muito tempo, aos sanitaristas e àhumanidade, uma grande arma contra a varíola, a vacina específica, que con-fere a imunidade pelo espaço de sete anos, tendo mesmo sido observados ca-sos de imunidade por prazo ainda mais dilatado. É uma boa regra renovar avacinação por prazo menor.

Ê necessário que a vacinação, quando praticada pela primeira vez sejarepetida até que a vacina "pegue", quanto muitas vezes ela falha em conse-quência de pequenos defeitos ao praticá-la, ou, ainda, por estar a linfa vaci-nante sem a necessária atividade. A falta de esclarecimento por parte de mui-tas pessoas, faz com que evitem ou recusem a vacina. Muitos acreditam queuma vez pegada a vacina confere imunidade pelo resto da vida; outros que —não tendo pegado a primeira vez, significa possuir o indivíduo uma imunidadenatural que a defende mesmo sem a vacina. Há, também, os que acreditam quea linfa imunizante traga prejuízos ao organismo, o que é um grande erro. Estesúltimos são os mais ignorantes. A vacina nenhum mal ocasiona.

Tornada obrigatória por força de lei, a vacinação contra a varíola é, an-tes de mais nada, um meio eficiente de proteção que se pode dizer absolutapara a defesa do homem e das coletividades.

JANEIRO, 1954 0 TICO-TICO

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a i n. N D E M O S A PEDIDOS PELO REEMBOLSO POSTAL

30 o tico-tico JANEIRO — 1Ç54

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ESSE

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OLHO

MúsculosPalpebraCílios

CristalinoI risPupila

Humor AquosoCoVnea

Esclerótica

Prof. ANY BELLAGAMBA

VISÃO

Nervo Ótico

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Ótico

ESQUEMA DO GLOBOOCULAR

ESQUEMA DA FORMAÇÃO

DA IMAGEM NA

RE TI NA

JANEIRO — 1954 O TICO-TICO 31

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de Historia NaturalProf. ANY BELLAGAMBA

(Vêr ilustrações no verso)

O HOMEM

13 — VTSAO

PELO sentido da visão nos é possível perceber a ação da luz, que nos

permite conhecer a côr, a forma, o tamanho, a posição e os movi-mentos de todos os objetos.

O aparelho da visão se compõe de: globo do olho, nervo ótico e deórgãos encarregados de sua proteção e movimento.

A) — O globo do olho é um órgão de forma um tanto oval, prote-gido por várias membranas (a córnea transparente, a esclerótica, a co-róide e a retina). Essas membranas abrigam o humor-aqüoso, q cris-talino e o humor-ví treo.

O humor-aquoso é um líquido transparente formado de água, albu-mina e alguns sais. Está contido entre a córnea e o cristalino. No meiodesse existe um diafragma chamado iris, que na parte central mostrauma abertura que é a pupila. Esta abertura varia de tamanho de acór-do com a intensidade de luz que o olho recebe. Quando a luz é viva apupila se contrai; quando a luz é fraca, se dilata. O lado anterior daíris apresenta-se colorido, variando de indivíduo para indivíduo.

O cristalino é uma lente bíconvexa transparente. Está colocadoverticalmente atrás da íris.

O humor-vítreo é um líquido gelatinoso que ocupa um grande es-paço do globo do olho, separando o cristalino do fundo do Alho, onde seencontra a retina.

B) — O nervo ótico, que é o segundo par de nervos cranianos, en-carrega-se de receber a impressão da visão na retina e a transmite aocérebro.

C) — Os órgãos encarregados da proteção e movimento do apare-lho da visão, são:

órbitas — cavidades ósseas destinadas a conter o globo ocular;pálpebras — membrana que protege a parte externa do olho;

glândula lacrimal — que produz a lágrima, cuja tarefa é de lubri-ficar a superfície do olho;

cüios e super-cílios — defendem o olho de qualquer luz intensa edo pó que flutua na atmosfera.

músculos — em número de seis, encarregam-se dos movimentos doolho.

Funcionamento do aparelho da visão:

OS raios luminosos penetram no olho pela pupila; atravessam o cris-

talino, que é a lente que produz a imagem do objetivo sobre a re-tina, que figura como uma tela receptora da imagem refletida. É essaimagem que o nervo ótico transmite ao cérebro.

32 O TICO-TICO 1ANEIRO, i9S4

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/ Y£JA> QUE SC&TE, JOÃO \ ( OO/S CRUZEIROS ? _Ü| ^J K/ CHARUTO f ACHE/ DO/S ]

""^ Ns. _^^M K*

l CRü2£//?os duo/To ao ^-* 1yy0fÊwW\^ jM|P

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DEVEM SER MEUS.' f^ <Sük SEUS. Z' /v.fo PottOM «-._=¦/? *./-/.<_ ^"\

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___i/ / /.tf/' -?' -4 /H//WM <S_C_? ,_?_. "\

^ y-^rmrj \^aJÊKFi PARTIU /tO ME/O CSX/ANDO CA/U \ ! \0jjjJ[/ )

IANEIRO, 1954 O TICO-TICO

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/e o rttti*noI^^ \i^ H ^ Vv. ^^y^^f^I

/^Ondea ^ ^Vinha nadando muito d^f«sT\^7w> ^(^Jamqs ver se toso da?)

/Ora! Esta turma ca,<i^S^k ' feafr """"^

*&%?í baixo dàoua não me tonhec^^$^^^A% "tEP ^r>A caminho.cavalinho/ Jt ^^/^MM^/^T'^^' ^~X

34 O TICO-TICO JANEIRO — 1954

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Rio Vr-\_4i_s ...

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AVENTURAS OE RÉCO-RÉCO, B0LÃ0 E

AZEITONA — de Luiz Sá

NO PAÍS DA FANTASIA - de Carlos Manhães

0 CIRCO 00S ANIMAIS- de Gaspar Coelho

PINGA FOGO. 0 DETETIVE ERRAOO - de Luiz SáAVENTURAS OE CHIQUINHO - de Paulo Affonso

MINHA .BABÁ - de J. Carlos

Pedidos aS. A. "O MALHO"Senador Dantas, 15-5.° and

• ••*•• ATENDEMOS A PEDIDOS PELO REEMBOLSO POSTAL ••••••

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W*(*. a*** Ej&~* mvn, ^=§^-S^ ^K£

Apesar de saber que criança não deve soltar papagaios, ou pi-pas, porque esse divertimento é muito prejudicial, nas cidades,Chiquinho entendeu de fazer uma grande arraia, destinada a cau-sar sucesso.

A arraia era tão grande, que êle teve de enrolar o fio na pró-pria cintura. Mas veio um pé de vento, que fez Chiquinho rodarcomo o "meu pião" daquela cantiga enjoada...

^yyyiVyy ^JV**»*--^

^'^L^L^L^y Mm\r-^ "\\\\AT3_ííftk^M^__i _^_^"~^^__

Levado pelos ares, deu êle uma boacabeçada em Benjamin, que, coitado, viuestrelas ao meio dia ! E o vento puxavasempre, furioso !

Para ajudar o amigo, Benjamin se-gurou-o... por onde pôde. E puxou tam-bém, para baixo. Foi um verdadeiro pu-xa-puxa...

... ficando Benjamin com os sapatos delenas mãos, e sem saber o que fazer com osdois sapatos! E ainda foi cair de narizdentro de...

... um charco, enquanto Chiquinho só foi parar o seu vôo por-que bateu...

... num galho providencial. O fio arrebentou e... assim acabou atriste aventura!

GRAFICA PIMENTA DE MELLO S. A. — RIO