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Nº 1506 / 6 de setembro 2013 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J www.vidaeconomica.pt DIRECTOR João Peixoto de Sousa 9 781565 812314 51506 DADOS DO EUROSTAT COLOCAM PORTUGAL ENTRE OS PAÍSES COM MAIOR AUMENTO DOS CUSTOS LABORAIS PRIVADOS ESCAPAM AOS CORTES SALARIAIS Págs. 4 e 5 TRABALHO Falsos recibos verdes vão ser participados pela ACT ao Ministério Público Pág. 3 Indemnizações por despedimento baixam para 12 dias em outubro Pág. 8 QREN Fundos Revitalizar finalmente lançados após 18 meses Pág. 25 MERCADOS Montepio cativa mais jovens com Super Poupança Bué Pág. 42 Rent-a-car representa 40% das vendas de automóveis novos em Portugal Págs. 46 e 47 “Mercados financeiros são alternativa de financiamento para as empresas” Os mercados financeiros podem ser uma alternativa à banca para as empresas portuguesas se financiarem, de acordo com a presidente da Casa de Investimentos, Emília Vieira. A especialista aponta várias vantagens, nomeadamente o custo inferior e a diversificação de fontes de financiamento. Págs. 40 e 41 Taxas moderadoras estabilizam seguros de saúde SUPLEMENTO SEGUROS PUB PUB Novo Regime IVA de Caixa Há vantagens para o seu negócio? Teste já no simulador da Sage · www.sage.pt FLAMIANO MARTINS, VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA DE CAMINHA, AFIRMA “Apoiar a iniciativa empresarial é criar emprego e proporcionar mais justiça social” PUB Págs. 6 e 7

 · Nº 1506 / 6 de setembro 2013 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J DIRECTOR João Peixoto de Sousa 9 781565 812314 51506 DADOS DO …

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Nº 1506 / 6 de setembro 2013 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J

www.vidaeconomica.pt

DIRECTORJoão Peixoto de Sousa

9 781565 812314

5 1 5 0 6

DADOS DO EUROSTAT COLOCAM PORTUGAL ENTRE OS PAÍSES COM MAIOR AUMENTO DOS CUSTOS LABORAIS

PRIVADOS ESCAPAMAOS CORTES SALARIAIS

Págs. 4 e 5

TRABALHO

Falsos recibos verdes vão ser participados pela ACT ao Ministério Público

Pág. 3

Indemnizações por despedimento baixam para 12 dias em outubro

Pág. 8

QREN

Fundos Revitalizar finalmente lançados após 18 meses

Pág. 25

MERCADOS

Montepio cativa mais jovens com Super Poupança Bué

Pág. 42

Rent-a-car representa 40% das vendasde automóveis novos em Portugal

Págs. 46 e 47

“Mercados financeiros

são alternativa de financiamento

para as empresas”

Os mercados financeiros podem ser uma alternativa à banca para as empresas portuguesas se financiarem, de acordo com a presidente da Casa de Investimentos, Emília Vieira. A especialista aponta várias vantagens, nomeadamente o custo inferior e a diversificação de fontes de financiamento.

Págs. 40 e 41

Taxas moderadoras

estabilizam seguros

de saúde

SUPLEMENTO SEGUROS

PUB

PUB

Novo Regime IVA de CaixaHá vantagens para o seu negócio?Teste já no simulador da Sage · www.sage.pt

FLAMIANO MARTINS, VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA DE CAMINHA, AFIRMA

“Apoiar a iniciativa empresarial é criar emprego e proporcionar mais justiça social”

PUB

Págs. 6 e 7

PASSOS COELHO

Existe um país, uma democracia e a respetiva Constituição. Os políticos

têm de aceitar esta realidade. O primeiro-ministro tem revelado dificuldade em assumir as suas responsabilidades perante o Tribunal Constitucional. As suas mais recentes críticas aos juízes acabam por ser mais um tiro no pé, já que o primeiro-ministro transmite a ideia ao país que não se sente bem a lidar com as instituições democráticas. Qualquer cidadão pode criticar as entidades públicas, mas Passos Coelho tem responsabilidades que o impedem de colocar em causa o trabalho desenvolvido por um coletivo de juízes, por muito que as suas decisões lhe desagradem.

2 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

ABERTURA

Top da semana

MARIANO RAJOY

Os últimos indicadores sobre o emprego em Espanha são animadores. Foram os melhores números

desde o ano de 2000, o que pode ser um sinal de que a economia espanhola está a acelerar. Politicamente, trata-se uma boa novidade para o chefe do Governo, Mariano Rajoy, muito criticado nos últimos tempos. As medidas de austeridade têm levado a uma forte contestação nas ruas, com a popularidade de Rajoy a descer para os níveis mais baixos de sempre. Os números agora revelados dão um novo alento ao Executivo e poder de argumentação face à oposição. Para todos os efeitos, os tempos serão ainda de grandes dificuldades.

ANTÓNIO JOSÉ SEGURO

O líder da oposição tem-se desdobrado em entrevistas e declarações, mas a realidade é que nada traz

de novo. De facto, não apresenta soluções concretas para os problemas, o que faz com que exista ainda uma certa desconfiança quanto às suas capacidades de liderança. O seu registo tem-se mantido inalterado, o que acaba por ser muito pouco abonatório em termos de intervenção política. A ideia que fica é que outras figuras do partido acabam por ter mais influência e peso na formação da opinião pública. Seguro tem de apresentar novas ideias e revelar que tem as caraterísticas adequadas para governar o país. É isso que os Portugueses esperam.

EXPANSIÓN

Microsoft compra negócio de telemóveis da Nokia

O gigante norte-americano Microsoft chegou a acordo para a compra das patentes e dos negócios de telemóveis da finlandesa Nokia, que já foi a primeira do mundo na venda deste tipo de aparelhos.Na prática, trata-se da absorção da totalidade da empresa escandinava. O grupo de Seattle vai pagar 3790 milhões de euros pela unidade de produção de telemóveis, cada vez mais sob a forte pressão da concorrência, e 1650 milhões de euros pela carteira de patentes da Nokia. A marca tem perdido terreno nos últimos anos para a Apple e a Samsung. Ambas as multinacionais esperam que o negócio fique concluído no primeiro trimestre do próximo ano, depois da aprovação dos acionistas e das autoridades de concorrência.

LES ECHOS

OCDE espera um crescimento mundial letárgico

O pior parece ter passado, mas as perspetivas de crescimento mundial também não são entusiasmantes. A recuperação parece evidente nos países ricos, todavia as economias emergentes começam a dar sinais de

abrandamento.Os indicadores são mais otimistas para a América do Norte e até para a Zona Euro, lentamente a sair da recessão, mas os países emergentes vão pesar na economia global, até porque foram os principais responsáveis pelo crescimento global nos últimos anos. Estes países têm assistido a uma forte saída de capitais, com os investidores a voltarem-se, novamente, para as economias desenvolvidas, especialmente para os Estados Unidos.

THE WALL STREET

JOURNAL

Economias da Europa Central dão sinais de recuperação

Os indicadores apontam para que as economias da Europa Central estejam em processo de retoma. O consumo interno tem aumentado, o mesmo sucedendo com as vendas para a Zona Euro, o seu principal mercado exportador. O crescimento consistente da produção industrial nos últimos meses, na Hungria e na República Checa, é um sinal bastante positivo, depois de mais de um ano de recessão na região da moeda única. Também a Polónia está a dar sinais encorajadores. As encomendas nas três economias atingiram os níveis mais elevados dos dois últimos anos. As exportações têm sido impulsionadas sobretudo pelo melhor desempenho da economia alemã, mercado de eleição dos países da Europa Central.

ImprensaEM REVISTA

Negócios e Empresas .. Pág. 14

Empresas sentem a necessidade de reinventar a motivação

Negócios e Empresas .. Pág. 15

Crise não retira alunos ao ensino privado

Negócios e Empresas .. Pág. 16

Comissão Europeia propõe mais troca de informação para reduzir fraude fiscal

PME ................................Pág. 19

É necessário divulgar os exemplos de sucessonacional

PME ............................... Pág. 20

Marketing no Facebook resulta mas não é milagroso

PME ............................... Pág. 21

Riberalves com o melhor semestre de sempre

Turismo ......................... Pág. 30

Douro Verde quer gerar novo destino turístico na região Norte

Marketing ..................... Pág. 36

On Spot Marketing duplicou volume de negócios nos últimos três anos

Mercados ...................... Pág. 37

Mota-Engil assegura 400 milhões em novos contratos na América Latina

Nesta edição

07Atualidade

Falsos recibos verdes vão ser participados pela AC ao Ministério Público

08 Atualidade

Indemnizações por despedimento baixam para 12 dias em outubro

24 PME

Vinho do Portoincapaz de aumentar preços médios

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Marta Araújo, Patrícia Flores, Rute Barreira, Susana Marvão e Teresa Silveira; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO

PUBLICIDADE LISBOA [email protected]; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO

TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

R

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

Por razões tão difusas que nem as consigo verbalizar, tenho a crença de que em agosto acontecem, todos os anos, calamidades e tragédias. E lembro, para me justificar, desde logo, o incêndio no Chiado (e tantos outros pelo país fora), mas, também, inúmeros outros factos, como acidentes graves e mortes, anunciadas ou não. Possivelmente é o ritmo de vida que, mais lento nesse mês, me permite olhar detidamente, então, para o “mundo da vida”, pois durante o ano é a política de mercearia que me obriga a consumir sempre que oiço os media a vender notícias que me ocupam e preocupam. É, na verdade, uma arte a do mensageiro (media) que nos leva a consumir tanta inútil obscenidade! E, a propósito, aqui deixo uma sugestão a respeito dos fogos: que as televisões acordem em se interditar de dar aos espetadores a mínima imagem de fogos florestais. Já todos sabemos, há muito, que o país está a arder e, com chamas nas televisões a toda a hora, haverá muitos incendiários a sentir-se espevitados para mais uma ignição.

Adiante.Sensibilizou-me, nos dias mais recentes, este

ano, o óbito de Jacques Vergès. Também o de Urbano Tavares Rodrigues e o de António Borges. Sem angústias ou medos – “a vida é a passagem do espírito pela matéria” (Fernando Pessoa) sempre a caminho do retorno à Natureza – olhei

apenas para o que representaram para mim estes homens que, mais ou menos, conheci em vida.

O que, no transe, é de relevar não passa por lembrá-los numa elogiosa biografia ou hagiografia, mas focar-me nos valores pelos quais os referenciei um dia, os acompanhei depois, e não os esquecerei jamais. Não que me identifique passivamente com os seus valores, mas porque, sobretudo, os deles confrontaram-se com os meus, porventura na busca intemporal da verdade.

Jacques Vergès, que faleceu em Paris no passado dia 15 de agosto, foi um advogado que ficou ligado a causas apocalípticas, nomeadamente ao defender alguns ditos grandes criminosos, tais como Klaus Barbie, conhecido criminoso nazi, ou Pol Pot, líder dos Khmers Vermelhos no Cambodja. Advogado, como ele, confesso que sempre me inquietou na minha vida profissional ter de defender situações consideradas, à partida, escabrosas. De resto tive, muitas vezes, de responder à fatídica pergunta: “E tu defendeste esse criminoso?” Ancorei-me sempre numa frase do António José Saraiva, Filhos de Nepturno: “Cada homem é um deus aprisionado num corpo”. E, assim, posso afirmar que defendi muitas vezes o Homem que vestia de criminoso. Como homem (como eu) sujeito a errar e com direito à sua verdade e ao eventual arrependimento. Sei, também, que outros que não defendi, grandes

criminosos, andam por aí de Ferrari, frequentam os mais caros restaurantes e continuam no palco político e social. Mas deles não se fala…

Vergés foi ousado mas, sobretudo, terá percebido que “há mais coisas no céu e na terra” do que alguns pensam.

Urbano Tavares Rodrigues, um “malvado” comunista, deu-me longas horas de prazer através da leitura das suas obras. Nelas encontrei a fraternidade simples que só os escolhidos sabem cultivar. Escreveu sobre todos os homens e sobre o Homem todo. De ontem, de hoje, de amanhã.

António Borges, falecido em Lisboa no dia 25 de agosto, representa um caso diferente – aparentemente diferente – nos escaninhos da transitoriedade humana. Desde que, um dia, no ano de 2005, me confrontei com ele num debate, num hotel do Porto, em tempos de uma ilusão político-partidária que o parecia motivar, fiquei alerta para as consequências de um certo liberalismo desgarrado da realidade portuguesa. Muito longe do seu ideário, julgo que o que mais me levou a admirá-lo foi o seu permanente combate em prol das suas ideias. Ele julgava-as justas e por elas lutou sempre, até ao fim. Só por isso me curvo perante a sua memória.

A vida continua. Os exemplos não se esquecem.

O mês de agosto“a vida é a passagem do espírito pela matéria”

Causas do dia a diaANTÓNIO VILAR [email protected]

Trabalhadores independentes representam 21,1% da população empregada

A deteção, nas empresas, dos chamados falsos recibos verdes vai passar a ter de ser comunicada pela Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) ao Ministério Público no prazo de cinco dias. Assim obriga a Lei 63/2013, de 27 de agosto, que vem instituir mecanismos de combate à utilização indevida de contratos de prestação de serviços em relações de trabalho subordinado e que deveriam configurar contratos de trabalho por conta de outrem. O diploma entra em vigor a 1 de outubro.TERESA [email protected]

Caso um inspetor do trabalho verifique, numa empresa, a existência de indícios de uma situação de prestação de atividade, aparentemente autónoma, em condições análogas ao contrato de trabalho nos ter-mos descritos no artigo 12º do Código do Trabalho, é obrigado a lavrar um auto e a notificar o empregador para, no prazo de 10 dias, regularizar a situação.

Findo esse prazo sem que a situação do trabalhador em causa se mostre devi-damente regularizada, a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) terá de remeter, em cinco dias, a participação dos factos aos serviços do Ministério Públi-co da área de residência do trabalhador, acompanhada de todos os elementos de prova recolhidos, para fins de instauração de ação de reconhecimento da existência de contrato de trabalho.

Assim estabelece a Lei 63/2013, de 27 de agosto, que vem instituir um conjun-to de mecanismos de combate à utilização indevida do contrato de prestação de servi-ços em relações de trabalho subordinado, assim como o respetivo regime processual aplicável às contra-ordenações laborais e de segurança social.

Não é admissível qualquer

adiamento do julgamento

Após a receção dessa participação por parte da ACT, o Ministério Público dis-põe de 20 dias para intentar uma ação de reconhecimento da existência de contrato de trabalho, à qual deverá juntar todos os elementos de prova recolhidos até ao momento e o empregador é citado para contestar no prazo de 10 dias. Se o em-pregador não contestar, diz a lei que o juiz profere, também no prazo de 10 dias, uma decisão condenatória da empresa, “a não ser que ocorram, de forma evidente, exce-ções dilatórias ou que o pedido seja mani-festamente improcedente”.

O diploma publicado a 27 de agosto também dispõe que, se o empregador e o trabalhador estiverem presentes ou re-presentados na audiência, o juiz realiza a audiência de partes, procurando conciliá--los, tal como já hoje sucede com os pro-cessos judiciais intentados nos tribunais do Trabalho. No entanto, frustrando-se essa conciliação, inicia-se o julgamen-to, produzindo-se as provas que ao caso couberem, não sendo admissível qualquer adiamento da audiência por falta, ainda que justificada, de qualquer das partes ou dos seus mandatários. Aliás, refere a lei, “quando as partes não tenham constituí-do mandatário judicial ou este não com-parecer, a inquirição das testemunhas é efetuada pelo juiz”.

No final, a sentença que reconheça a existência de um contrato de trabalho fixa a data do início da relação laboral.

LEI ENTRA EM VIGOR A 1 DE OUTUBRO

Falsos recibos verdes vão ser participados pela ACT ao Ministério Público

Pedro Pimenta Brás é o novo inspetor-geral do trabalho.

SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013 3

Programa Valorizar tem 2,4 milhões para microempresasDecorre até 7 de outubro um novo concurso dos incentivos a microempresas do programa

Valorizar, destinado a financiar projetos de empreendedorismolocal e de emprego em concelhos com problemas de interiori-dade. Este é o penúltimo concurso destes incentivos e disponi-biliza um volume de, pelo menos, 2,4 milhões de euros de fun-dos comunitários para microempresas da Região Norte.

ATUALIDADE

O relatório da atividade da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) referente a 2012, divulgado a meados de agosto, mostra que, na dimensão de estrutura do emprego por situação na profissão, o trabalho por conta de outrem equivaleu, nesse ano, a 78,3% do total da população empregada, enquanto os(as) trabalhadores(as) por conta própria correspondiam a 21,1% desse total. Os contratos de trabalho com termo representavam 17,0% do total da população empregada por conta de outrem, refere o mesmo documento.No mesmo ano, deram entrada nos diversos serviços desconcentrados da ACT 21.845 pedidos de intervenção e os(as) inspetores(as) do trabalho efetuaram 54.922 visitas de inspeção em estabelecimentos, locais de trabalho e sedes de entidades empregadoras, tendo sido autuadas 14.329 infrações, a que correspondeu uma moldura sancionatória mínima de 21.075.387,15 euros. Os setores do comércio por grosso e a retalho/reparação de veículos, das atividades imobiliárias, de consultoria, científicas, técnicas e similares, administrativas e dos serviços de apoio, do alojamento e restauração e das indústrias transformadoras concentraram 48,46 %, em 2012, do total de infrações autuadas.

ATUALIDADE

JOÃO LUÍS DE SOUSA [email protected]

Portugal é um dos países da União Europeia onde os custos laborais mais aumentam – reve-lam os últimos dados do Eurostat que comparam o primeiro tri-mestre de 2013 com o período homólogo do ano anterior. De acordo com o Eurostat e o INE de Espanha, Portugal surge em 4.º lugar na UE com um aumen-to de 3% nos custos laborais, que contrasta com uma queda de 3,2% verificada em Espanha no mesmo período (ver gráfico).

DADOS DO EUROSTAT COLOCAM PORTUGAL ENTRE OS PAÍSES COM MAIOR AUMENTO DOS CUSTOS LABORAIS

Privados escapam aos Os cortes salariais da Função Pública não devem ser aplicados ao setor privado. Apesar de o FMI insistir na necessidade de ajustamento de salários para combater o desemprego e aumentar a competitividade das empresas, o Código do Trabalho não permite cortes salariais no setor privado. Face à rigidez das normas laborais, algumas empresas fazem ajustamentos na vertente variável e outros adicionais como a isenção de horário.Vários empresários e dirigentes associativos partilham da perspetiva do FMI e lamentam o quadro atual de rigidez que impede os ajustamentos e agrava o desemprego. Mas a questão não é consensual. Alguns dos dirigentes associativos contactados pela “Vida Económica” colocam reservas quanto à possibilidade de haver reduções salariais no setor privado.

Custos laborais representam 60%das despesas operacionaisnas instituições financeiras

ATUALIDADE

4 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

Esta tendência sustenta a pers-petiva do FMI, segundo a qual o quadro legal é demasiado rígido em Portugal, travando o proces-so de ajustamento e agravando a desemprego.

Para já, não está prevista pelo Governo a possibilidade de haver ajustamentos, mesmo em relação aos salários mais elevados. Entre os empresários e responsáveis as-sociativos as opiniões dividem-se.

Rigidez está a aumentar desemprego

“Lamentavelmente, as normas em vigor não possibilitam o ajus-tamento dos salários de acordo com os níveis de produtividade e a situação da empresa” – afir-ma José António de Sousa. Para o presidente da Liberty Seguros, está é uma das áreas em que a classe política mais contribuiu para a degradação da situação do emprego neste país.

“Em vez de aceitar negociar, caso a caso, reduções equitativas e

justas para todos os colaborado-res de uma empresa que esteja em dificuldades, estabeleceram esse tal princípio de “irredutibilidade do salário” dando azo assim a des-pedimentos coletivos e ao fecho de empresas” – afirma.

Conforme refere, na compo-nente estritamente salário da re-muneração total de um trabalha-dor (remuneração essa que pode incluir bónus, rappel, isenções de horário de trabalho, etc.) não se pode tocar. “O trabalhador pode ser despedido (isso está cada vez mais facilitado), mas não pode sequer negociar com a empresa ficar a um custo salarial inferior” – lamenta José António de Sousa.

Nas empresas privadas apenas pode haver ajustes na isenção do horário de trabalho (onde o subsídio pode chegar a ser 20 / 25% do salário), desde que o trabalhador, quando lhe foi atri-buída essa componente salarial, tenha sido devidamente alertado para esse facto, e nos esquemas de remuneração variável, como bónus, rappel, incentivos, pres-tações em espécie (gastos pes-soais cobertos com cartão de crédito da empresa, carros de empresa, etc.).

“O Contrato Coletivo do Se-tor Segurador é muito redutor mesmo nestas áreas, pelo que as empresas do setor, à semelhança da banca, quando precisam de cortar nos gastos operativos (que em quase 60% – ou mais – são representados pelos encargos com pessoal) têm seguido a lei do menor esforço que nos im-põe esse tal espartilho legislativo de cariz esquerdista, optando por mandar pessoas para casa. Como? Situações negociadas de pré-reforma, extinções de postos de trabalho, ou saídas negocia-das e incentivadas. Perdem to-dos, graças ao colete legislativo em vigor” – refere.

Como mudança positiva, José António de Sousa sugere que a irredutibilidade do salário se apli-

Custos laborais diminuem em Espanha e aumentam em PortugalÍndice de variação (primeiro trimestre de 2013 face a 2012)

Fonte: Eurostat e INE Espanha

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cortes salariaisque apenas aos valores da contra-tação coletiva, o que daria uma maior flexibilidade no caso dos salários mais elevados.

Corrigir a disparidadede salários

A possibilidade de ajuste de salários no valor que ultrapas-sa o CCT também é defendida para Rafael Campos Pereira. “É interessante para casos de qua-dros superiores ou intermédios que auferem salários muito ele-vados – afirma o vice-presidente da AIMMAP. “Aliás – acrescenta -é bom que tenhamos consciên-cia de será necessário reduzir a disparidade salarial em algumas empresas portuguesas – em que os salários superiores chegam a ser mais do décuplo dos infe-riores. Na AIMMAP estamos convictos de que a redução das disparidades também poderá ajudar a aumentar a produtivi-dade nas empresas”

Sobre a possibilidade de ajusta-mento dos salários, Rafael Cam-pos Pereira admite que a situação é nesse âmbito muito melhor do que o era há 5 anos.

“Penso que as empresas têm alguma margem – ainda que pe-quena –, para fazerem unilateral-mente esse ajustamento. Mas essa margem será substancialmente maior se o ajustamento for feito de forma consensual com os tra-balhadores. Sinceramente, não desgosto do sistema” – afirma.

No caso da indústria metalúr-gica e metalomecânica, a redu-ção da massa salarial global tem sido feita pela redução do traba-lho suplementar, substituição de trabalho suplementar por banco de horas e adaptabilidade, dimi-nuição e/ou eliminação de alguns prémios e conversão de contra-tos a tempo total por contratos a tempo parcial com redução pro-porcional da retribuição.

Sobre a contratação coletiva, refere que os CCT outorgados pela AIMMAP em 2010 previ-ram uma série de novas cláusulas que ajudaram muito a organi-zar melhor o tempo de trabalho nas empresas. “Foram criados instrumentos como o banco de horas, a adaptabilidade, os ho-rários flexíveis ou os horários concentrados. A aplicação desses instrumentos nas empresas per-mitiu em alguns casos significa-tivas reduções da massa salarial global” - acrescenta.

Ajustamento de salários pode evitar encerramento de empresas

“Não temos conhecimento de cortes salariais em termos gerais, embora admitamos casos pon-tuais. Temos, sim, negociações com vista à redução de postos de

trabalho” – disse à “Vida Eco-nómica” António Teixeira Lopes O presidente da ARAN lamenta o encerramento de milhares de empresas. “Se tivesse existido a possibilidade da redução de sa-lários ou os Governos tivessem ajudado com linhas de crédito, para o despedimento por acordo, provavelmente muitas empresas não teriam encerrado, ou no mí-nimo encontrarem-se na situação difícil em que estão, pois não têm serviço para ocupar os seus pro-dutivos”.

Segundo refere não houve mudanças na contratação cole-tiva . “Mais, assistimos a sindi-catos solicitarem aumentos de salários, quando as empresas já não conseguem pagar os atuais. Quanto a nós, alguns sindica-tos poderiam ter um papel ati-vo na procura de soluções para a manutenção das empresas, mas parece-me que vivem nou-tro planeta e tentam justificar as quotas que os seus associados lhes pagam” – salienta.

Para António Teixeira Lopes, as normas em vigor deviam possibi-litar o ajustamento dos salários. Quanto a nós, o problema do País está na falta de produtivida-de. Temos a experiência de que trabalhadores portugueses, ex emigrantes, são muito mais pro-dutivos e responsáveis. Infeliz-mente alguns portugueses ainda não se adaptaram à realidade. Os sindicatos deveriam prever um período de tréguas de “salvação nacional” até a situação econó-mica do país estar regularizada. Seria a consciência nacional a im-perar” – conclui.

Faltam normas objetivas

Para Joel Costa, diretor execu-tivo da Associação Empresarial de Felgueiras, não existem nor-mas suficientemente objetivas para salvaguardar a situação das empresas e também dos seus co-laboradores, sendo muito difícil diminuir a remuneração a um colaborador que reduza os seus níveis de produtividade.

Este responsável associativo admite que sejam regras diferen-tes sobre eventuais ajustamentos para o caso das remunerações que estão acima dos valores da con-tratação coletiva mas considera que será um tema de difícil en-tendimento com as plataformas sindicais.

Flexibilidadenão gera consenso

Alguns responsáveis associati-vos manifestaram mais reservas e reticências quanto ao processo de ajustamento dos salários. Para Paulo Vaz, a possibilidade de re-dução do salário na parte que ex-cede o nível da contratação cole-tiva é complexa.”Depende muito dos setores”, disse o diretor geral da APT à “Vida Económica”. Existem setores em que as tabe-las salariais estão completamente desfasadas da realidade em algu-mas categorias – e, por vezes, em todas –, funcionando mais com indicador para os ajustes salariais em percentagem do que propria-mente em termos de valores no-minais ou absolutos. “Criar nor-mas desta natureza poderia ter repercussões complicadas e criar instabilidade na paz social das or-ganizações” – conclui.

João Albuquerque vai mais longe na discordância quanto à possibilidade de correção nos sa-lários que estão acima dos valores da contratação coletiva. “Recu-so a ideia de fazermos um país de pobres ou de escravos braçais atacando quem mais ganha por legítimo direito.

Os pseudo sucessos que nos

vendem da economia alemã fa-lam apenas da situação macro. Não falam por exemplo dos 7 milhões de alemães que ganham 450 euros por mês por força de contratos laborais miseráveis.

Transportar estas situações para um pequeno país como Portugal terá custos geracionais terríveis” – garante o presidente da ACIB – Associação Comercial e Indus-trial de Barcelos.

Mas João Albuquerque ad-mite a necessidade de alterar as normas atuais. “Herdámos uma legislação pós-revolução cujos efeitos ainda se fazem notar em muitos domínios da nossa ativi-dade empresarial.

Sem criar fragilidades que pos-sam ser utilizadas por gente com menores escrúpulos, devemos modernizar a nossa legislação ade-quando aos tempos que vivemos e às dinâmicas empresariais que hoje já não são passíveis de planea-mento a cinco anos, hoje vivemos nas empresas o curto prazo.

Os compromissos mútuos a que me referi deviam incluir esta vertente de ajuste das remunera-ções em função da produtividade e situação das empresas, dentro de limites que não criem aprovei-tamentos ilegítimos ou imorais” - afirma.

Bloqueio na contratação coletivagera quebra dos rendimentos

Sindicatos alertam para a queda de rendimento disponível provocado pelo aumento dos impostos

Existem setores em que as tabelas salariais estão completamente desfasadas da realidade

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013 5

TERESA [email protected]

A redução salarial em 2012 nos trabalhadores por conta de outrem foi real, garantem as centrais sindicais CGTP e UGT. Em declarações à “Vida Económica”, Armando Faria, da Comissão Executiva da CGTP, e Paula Bernardo, secretária-geral adjunta da UGT, admitem que “não houve cortes nominais” nas remunerações fixas, dado o princípio da irredutibilidade da remuneração que impede qualquer diminuição do salário, mas falam do aumento de impostos, da “flexibilização da legislação laboral” e de “reduções ou eliminações das retribuições variáveis” (prémios e outras componentes da retribuição) e por vezes até de “acordos com os trabalhadores, que têm sido denunciados, abaixo do estabelecido em convenção coletiva e mesmo do salário mínimo nacional”, nota o dirigente da CGTP. Frisa também, em alinhamento com a dirigente da UGT, o “forte bloqueio da contratação coletiva” registado em 2012 e continuado em 2013, que impediu aumentos salariais naquele ano num número “muito significativo” de convenções e de setores de atividade.

Paula Bernardo, da UGT, cita o relatório da contratação coletiva da UGT de 2012 no qual se lamenta “uma alteração profunda no comportamento negocial das partes” e se diz que “o número de trabalhadores abrangidos por aumentos salariais [naquele ano] foi de 327.622, o que representa apenas 26,5% do número do ano anterior”. Já Armando Faria, da CGTP, refere que apenas foram negociados o ano passado 45 contratos coletivos (“entre 10% a 12% do que é habitual negociar” pelos sindicatos afetos àquela central sindical), abrangendo também “um cada vez menor número de trabalhadores”, nomeadamente devido à “política das portarias de extensão” que, ao não estarem a ser publicadas pelo Governo, estão a “impedir um efeito alargado” aos trabalhadores não sindicalizados dos ganhos salariais nos contratos coletivos negociados.

Números do FMI“claramente desfasados”

Questionado igualmente sobre os números utilizados pelo FMI, que indicavam que 7% dos trabalhadores do setor privado teriam sido alvo de cortes salariais em 2012, havendo, no entanto, um conjunto mais abrangente de

dados que apontavam para que um corte de remunerações em 2012 atingisse 27% do total dos trabalhadores, Armando Faria, da Comissão Executiva da CGTP, não alinha com nenhum. Diz apenas que o número (7%) do FMI está “claramente desfasado” e que a percentagem dos 27% está “mais aproximada”, podendo até ser “superior”, se analisados todos os fatores que influenciam as quebras salariais, nomeadamente a “redução do pagamento do trabalho suplementar, a flexibilidade de horário (banco de horas) ou mesmo o aumento de impostos com incidência especial no subsídio de Natal”.Na mesma linha, ainda que mais cautelosa quanto a números, Paula Bernardo, da UGT, remeteu à “Vida Económica” números compilados a partir de dados da Comissão Europeia, dando conta que, no conjunto dos setores público e privado, “as remunerações reais por trabalhador no total da economia baixaram, em Portugal, 4,3% em 2011, 4,7% em 2012 e 2,8% em 2013 (primeiro trimestre)”.Estes números significam que a evolução das remunerações nominais é menos negativa, ao retirar o efeito da inflação. Em 2012, a taxa de informação apurada pelo INE foi de 2,8%.

JOÃO LUÍS [email protected]

Vida Económica – Como surgiu a ideia de criar o Pro-grama Caminha Empreende?

Flamiano Martins – O Ca-minha Empreende surge pela necessidade de aumentar a com-petitividade e a atratividade do nosso concelho e de promover a criação de postos de trabalho. Numa altura em que a con-juntura coloca as empresas em grandes dificuldades e que o desemprego atinge muitas famí-lias, em especial os mais jovens, consideramos que as autarquias não podem, nem devem, ficar alheias às dificuldades das em-presas e das pessoas.

Algumas ações já vinham a ser desenvolvidas, outras sur-giram da auscultação que efe-tuámos junto do tecido empre-sarial e dos planos estratégicos

que foram elaborados pelo Município e pela Comunidade Intermunicipal.

Daí surgiu um programa abrangente e integrador, que atua nas diversas áreas de ativi-dade, com grande enfoque para a promoção dos fatores endó-genos da região e do setor pri-mário, com o objetivo de atrair mais investimentos para Cami-nha, promover o empreende-dorismo e criar mais postos de trabalho no nosso concelho.

VE – Que vantagens apre-senta o concelho de Caminha face a outras regiões?

FM – Caminha tem um enor-me potencial turístico que tem de ser aproveitado. No entanto, o modelo de turismo focaliza-do no segmento de praia e de mar é limitado e deixa-nos em condições concorrenciais menos favoráveis em relação a outros

destinos turísticos. Temos que ter a noção que, atualmente, a mobilidade das pessoas está muito facilitada, seja pela rede de autoestradas ou pelos preços competitivos das ligações aéreas. Temos de ser inteligentes e po-tenciar o que distingue o nosso território. Daí a aposta em pro-jetos inovadores, com elevado potencial turístico, menos sujei-to à sazonalidade e à concorrên-cia de outros territórios.

O concelho de Caminha tem excelentes condições para a prá-tica de atividades de desporto de natureza. Felizmente, fomos abençoados por uma natureza rica e diversificada que nos pro-porciona paisagens lindíssimas. Temos todas as condições para sermos a Capital dos Desportos de Natureza.

Mas podemos falar ainda do rio Minho, que é um dos ex-lí-bris da nossa região e que pode

FLAMIANO MARTINS, VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA DE CAMINHA, AFIRMA

“Apoiar a iniciativa empresarial é criar em O turismo de natureza, a pesca e aquicultura, a agricultura e a floresta são setores prioritários para o desenvolvimento do concelho de Caminha – considera Flamiano Martins. Em entrevista à “Vida Económica”, o vice-presidente da Câmara de Caminha destaca a vertente agregadora do Programa Caminha Empreende, recentemente criado para atrair novas iniciativas para a região. A autarquia está a desenvolver o conceito de via verde para o investimento e avançou também com uma bolsa de emprego que estimula a procura e a oferta no mercado de trabalho. Para Flamiano Martins, o empreendedorismo favorece a coesão social, justificando um conjunto de incentivos, como a isenção de derrama e a redução das taxas camarárias e a disponibilização de vários programas de financiamento.

“Este projeto contempla ainda a candidatura do rio Minho a Património Natural da Humanidade pela UNESCO”, refere Flamiano Martins, vice-presidente da Câmara de Caminha.

“Numa altura em que a conjuntura coloca as empresas em grandes dificuldades e que o desemprego atinge muitas famílias, em especial os mais jovens, consideramos que as autarquias não podem, nem devem, ficar alheias às dificuldades das empresas e das pessoas”

Bancos só podem cobrar uma comissãopor cada prestação em atrasoEntrou em vigor a nova legislação que prevê que os bancos só possam cobrar uma única co-missão de 4% sobre cada prestação de crédito em atraso, num mínimo de 12 euros e num máximo de 150 euros. Até agora, as entidades financeiras podiam cobrar várias comissões so-bre uma só prestação. De notar que as alterações se aplicam também a contratos anteriores à legislação publicada em maio. Por outro lado, a lei também se aplica ao crédito ao consumo, não se restringindo ao crédito à habitação.

Grupo Paulo Duarte contrata 140 novos colaboradoresO grupo Paulo Duarte já recrutou, em 2013, mais de 140 pesso-as. Os novos colaboradores foram admitidos para exercer funções de motorista e secretariado na Transportes Paulo Duarte, a maior empresa do grupo e que se dedica ao transporte rodoviários de mercadorias e logística de distribuição, e na Abrunhoeste (produ-tora de frutas localizada na região Oeste), para as posições de em-baladores e empilhadores.

ATUALIDADE

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prego e proporcionar mais justiça social”

ser potenciado para a náutica e para o turismo. O rio Minho tem excelentes paisagens e a sua história foi marcada pela nave-gabilidade. A navegabilidade do rio Minho será um importante fator de atração turística, com benefícios claros para o comér-cio, hotelaria, restauração e ati-vidades ligadas ao turismo. Mas não só, também a pesca e o des-porto náutico beneficiariam da navegabilidade do rio Minho. Isto, claro, sem nunca pôr em causa a preservação da biodiver-sidade natural e das atividades que lá já se realizam.

Este projeto contempla ainda a candidatura do rio Minho a Património Natural da Huma-nidade pela UNESCO.

VE – Em que áreas e seto-res de atividade existem mais oportunidades de investimen-to no concelho?

“O desemprego é uma das principais chagas da sociedade moderna. Obriga os jovens a terem de emigrar, com perdas claras de pessoas qualificadas, com enorme valor para o país. Obriga ao adiamento de projetos familiares, com importante impacto no índice de natalidade, e acarreta um conjunto de problemas sociais graves”

“Os municípios não podem substituir a iniciativa privada, nem é salutar que o façam. No entanto, não podem ser um entrave ao investimento e à criação de riqueza. Temos que criar condições favoráveis para que os potenciais empreendedores possam exercer a sua atividade e criar postos de trabalho no concelho”

VE – Quais são as principais vertentes do programa e os recursos que envolve?

FM – O programa tem três eixos fundamentais de atuação que se subdividem em medidas e ações concretas, com o propósito de ir ao encontro das necessidades das empresas do nosso concelho e potenciar os pontos fortes existentes no território. O primeiro eixo de atuação tem como propósito a atração de novas iniciativas empresariais, que passa por promover novos espaços de acolhimento empresarial, como o que está a ser feito no TecCaminha, ou efetuar melhorias nos espaços existentes, como estamos a fazer com a instalação da rede de fibra ótica na área empresarial da Gelfa. Estamos ainda a criar uma incubadora de empresas que vai funcionar junto do TecCaminha. Este eixo compreende ainda a criação de instrumentos que permitam o financiamento da economia local, como o programa Caminha Finicia ou a Linha de Crédito para a Agricultura e Pesca, ambos em funcionamento. Por fim, contempla a aposta em três setores que consideramos prioritários para a nossa economia, que denominamos de Cluster da Água, Cluster da Terra e Cluster da Natureza e do Património. Aqui incluímos a promoção do setor primário, em especial as atividades relacionadas com a agricultura, com a pesca e com a floresta, e a promoção dos produtos endógenos do território desde a natureza, o património, a cultura e a gastronomia.O eixo 2 tem como objetivo apoiar o tecido empresarial e o empreendedorismo. Das ações existentes neste eixo, saliento a criação de uma via verde para investimentos, a isenção total da derrama para os próximos anos e a redução das taxas aplicadas pelo Município, como por exemplo a diminuição de 50% nas taxas para a requalificação urbana. Contempla ainda um conjunto de ações para a inovação e competitividade através de formações, seminários e acompanhamento técnico, bem como a criação de novas oportunidades de negócio através do apoio à internacionalização, criação de redes de contactos empresariais ou a realização de eventos que promovam o território e que atraiam mais visitantes ao concelho. Todas estas ações são promovidas e devidamente acompanhadas pelo Gabinete de Apoio ao Empresário do Município de Caminha. Por fim, o eixo 3 é dedicado ao emprego e contempla a criação de uma bolsa de emprego municipal, que já está um pleno funcionamento e com resultados positivos, o apoio e cofinanciamento de estágios profissionais para os jovens do concelho e a realização de ações de formação profissional para desempregados. Contempla ainda a criação de benefícios para as empresas empregadoras instaladas ou que se venham a instalar no concelho e a reordenação da rede de transportes públicos para as áreas com maior oferta de emprego.

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Fisco volta a “atacar” com o Imposto Únicode CirculaçãoA Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) vai enviar mais de dois milhões de notificações para regularização do Imposto Único de Circulação (IUC). Isto porque existem atrasos no seu pagamento desde 2009. Tudo indica que as repartições de Finanças vão entrar novamen-te em rutura, como sucedeu no passado mês de junho. A intenção do Governo é enviar qua-tro milhões de notificações até ao final do ano, no sentido de garantir o máximo possível de receita fiscal.

FM – Para além do turismo, acreditamos que o setor primá-rio tem hoje boas oportunidades no nosso concelho.

Temos uma frente de mar e rios propícios à pesca e à aqui-cultura, os quais podemos pro-mover. Temos de ser capazes de promover a indústria pesqueira e acrescentar valor ao produ-to pescado. Temos alguns bons exemplos aqui ao lado na Galiza que podemos e devemos apro-veitar. Por outro lado, temos especialidades únicas, pescadas no nosso concelho, e que que-remos potenciar. Refiro-me, por exemplo, ao peixe branco seco fumado feito em Seixas, à solha seca de Lanhelas, ao sável ou à lampreia do rio Minho tradi-cionalmente pescada na Foz de Minho, ao robalo e à sardinha de alvorada de Vila Praia de Ân-cora.

Relacionado com a agricultu-ra, acredito que também temos capacidade de sermos competi-tivos. Temos no concelho bons exemplos de empresas no ramo agroalimentar que apostam na inovação, na qualidade, na in-ternacionalização e em boas es-tratégias de marketing. Também a área florestal tem um enorme potencial. Cerca de 70% do nosso território é composto por área florestal, que pode ser apro-veitada para a produção de bio-massa ou outros produtos flores-tais como as paletes, briquetes ou carvão vegetal.

VE – Não é frequente ver-mos autarquias apostar em programas locais de apoio ao empreendedorismo. Esta ini-ciativa alarga o campo de in-tervenção da Câmara?

FM – Cada vez mais as autar-quias assumem competências em áreas para as quais tradicio-nalmente não estavam vocacio-nadas. Com o atual cenário ma-croeconómico, não faria muito sentido que as autarquias con-tinuassem a definir a sua atu-ação com base em modelos do passado. Cada vez mais o para-digma das obras públicas está a ser substituído por modelos de gestão autárquica mais versado nas atividades económicas e na coesão territorial. Felizmente, o concelho de Caminha con-seguiu aproveitar ao máximo as oportunidades criadas pelo QREN para realizar as obras necessárias para a regeneração urbana, a criação de redes de saneamento e abastecimento de

água, requalificação do patri-mónio e dos espaços públicos. Temos agora é que potenciar estes benefícios para aumentar a nossa atratividade e para criar riqueza no concelho. É nisto que estamos empenhados.

VE – Ao fomentar o empre-endedorismo a Câmara espera aumentar a coesão social, o nível de emprego, e reduzir a necessidade de combate à po-breza?

FM – O desemprego é uma das principais chagas da socie-dade moderna. Obriga os jovens a terem de emigrar, com perdas claras de pessoas qualificadas, com enorme valor para o país. Obriga ao adiamento de proje-tos familiares, com importante impacto no índice de natalida-de, e acarreta um conjunto de problemas sociais graves. Consi-dero que temos todos que fazer o máximo possível para comba-ter esta tendência. É isto que o Município pretende com o pro-grama Caminha Empreende: promover o acesso ao emprego e a criação de oportunidades de trabalho no nosso território.

No entanto, paralelamen-te, continuamos a proporcio-nar programas de apoio social para as famílias que atravessam momentos mais complicados. Temos o programa Caminha Solidária para as famílias que se encontrem numa situação de

carência grave e que transitoria-mente não consigam fazer faceaos encargos familiares. Temos o programa Caminhamiga e o Caminhabita que, em conjun-to, permitem criar melhores condições de habitabilidade aosagregados familiares mais caren-ciados.

Temos ainda a Ação Social Escolar com a oferta dos livros escolares, das refeições e dostransportes às crianças mais ca-renciadas. Damos um incentivoaos jovens que queiram ingres-sar no ensino superior e nãopossuam condições económicas, atribuímos um incentivo à nata-lidade e à adoção e lançámos o Cartão Caminha 65+ que pro-porciona descontos aos maioresde 65 anos nos comércios locais aderentes. Por fim, trabalhamosem estreita colaboração com as IPSS, que efetuam um traba-lho louvável junto das nossaspopulações e vimos aprovada uma candidatura ao programaCLDS+ que vai aumentar a res-posta social no concelho.

VE – Para a Câmara de Ca-minha, o estímulo ao empre-endedorismo passa pela dimi-nuição dos serviços prestados de forma direta pela autarquia e pelo envolvimento crescenteda iniciativa individual?

FM – Os municípios não podem substituir a iniciativa privada, nem é salutar que ofaçam. No entanto, não podem ser um entrave ao investimento e à criação de riqueza. Temos que criar condições favoráveis para que os potenciais empre-endedores possam exercer a suaatividade e criar postos de traba-lho no concelho. Em Caminha existem boas empresas e pessoas com grande valor nas diversas áreas de atividade. Da ausculta-ção que fizemos junto do tecido empresarial, uma das coisas que foram mais referidas é a dificul-dade que a administração públi-ca cria para quem quer investir e trabalhar. É importante queconsigamos inverter este ciclo e que estejamos mais próximosdas empresas.

Temos que ter a consciênciaque são as empresas que criampostos de trabalho e não a ad-ministração pública. Portanto,apoiar a iniciativa empresarial é criar emprego e proporcionar mais justiça social no concelho.É isto que pretendemos com o Caminha Empreende e é nisto que estamos empenhados.

STI avança com providência cautelar contra aumento do horário de trabalhoO Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) decidiu avançar com uma providência cautelar para evitar o aumento do horário de trabalho na função pública para as 40 horas semanais. O sindicato acredita que as novas regras estão feridas de inconstitucionalidade. Por outro lado, o STI refere que o aumento da carga de trabalho ape-nas vai agravar ainda mais a situação nos serviços de Finanças.

TERESA [email protected]

Despedir trabalhadores vai mesmo ser mais barato para as empresas. Acaba de ser publicada em Diário da República a Lei 69/2013, de 30 de agosto, que reduz o valor das compensações devidas pela ces-sação do contrato de trabalho dos atuais 20 dias de salário por cada ano de antigui-dade para os 12 e os 18 dias, consoante a natureza do vínculo laboral. É igualmente criado o Fundo de Compensação do Tra-balho (FCT) e o Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho (FGCT), ago-ra regulamentados pela Lei 70/2012, tam-bém de 30 de agosto. Ambos os diplomas entram em vigor a 1 de outubro de 2013.

De acordo com a Lei 69/2013, os traba-lhadores contratados a termo certo cujos contratos não sejam renovados passarão a receber uma indemnização de 18 dias por cada ano de antiguidade. Já os contratados a termo incerto cujos contratos não sejam renovados têm direito a uma compensa-ção que corresponde à soma dos seguintes montantes: 18 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade no que respeita aos três pri-meiros anos de duração do contrato e 12 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo nos anos subse-quentes.

No que respeita às compensações dos novos trabalhadores contratados por tem-po indeterminado, estas serão calculadas em duas parcelas distintas: para a referente aos primeiros três anos os trabalhadores terão direito a 18 dias de salário e para a referente aos anos seguintes terão direito a 12 dias de retribuição por cada ano ao serviço da empresa (ver caixa).

Para suportar os custos associados ao pagamento das indemnizações no futuro, são agora criados o Fundo de Compen-sação do Trabalho (FCT) e o Fundo de Garantia de Compensação de Trabalho

Indemnizações por despedimento baixam para 12 dias em outubro

Ordem dos Médicos

Dentistas pondera

processar a ERS

TERESA [email protected]

Um estudo da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) divulgados nos últimos dias de agosto revela que perto de um terço das clínicas e consultórios de medicina den-tária, estomatologia e odontologia que se submeteram voluntariamente a avaliação não cumprirão com os requisitos para ob-terem a estrela da ERS, uma vez que, do total de 788 participantes, apenas 477 es-tabelecimentos (60,5%) conseguiram ob-ter uma estrela em todas as vertentes sob avaliação.

Quem não aceita a divulgação pública destes resultados e pondera recorrer aos tribunais para “publicamente repor a ver-dade dos factos” sobre as suas conclusões é a Ordem dos Médicos Dentistas. O seu bastonário, Orlando Monteiro da Silva, considera que “a ERS, como entidade re-guladora, não pode lançar suspeitas desta gravidade sobre uma área da saúde, a me-dicina dentária, que é a mais fiscalizada de todas, alvo de centenas de inspeções todos os anos, incluindo da própria ERS”. E acu-sa, aliás, o estudo de “não avaliar o trata-mento e acompanhamento dos doentes”, ou seja, “aquilo que é verdadeiramente im-portante”.

Orlando Monteiro da Silva salienta ainda que “este estudo é discriminatório porque, sob uma aparente capa de rigor, avalia critérios completamente subjetivos, alguns mais de imagem que de conteúdo, e que favorecem sempre os grandes grupos económicos”. O bastonário frisa que “é importante ter instalações que cumpram os requisitos legais, técnicos e de higiene, mas, para isso, já existe o processo de li-cenciamento que, no caso dos médicos dentistas, é pioneiro em Portugal e muito exigente”, pois que “sem cumprir as regras e requisitos previstos no processo de licen-ciamento não é possível abrir consultórios ou clínicas de medicina dentária”.

Inovcluster organiza participação de Portugalna POLAGRA FOODO cluster Inovcluster, com sede em Castelo Branco, está a organizar uma participação coletiva de Portugal na POLAGRA FOOD, que terá lugar em Poznan (Polónia) entre os dias 23 e 26 de setembro. O objetivo é proporcionar aos participantes um acesso exclusivo e privilegiado ao mercado, bem como promover os produtos portugueses junto de potenciais compradores. A Polónia, recorde-se, é uma das economias mais dinâmicas da UE, possuindo um mercado de 38 milhões de habitantes.

PortugalFoods organiza conferência internacionalsobre InovaçãoO polo de competividade PortugalFoods, interlocutor e dinamizador do agroalimentar portu-guês que promove o interface entre o sistema científico e a indústria, está a organizar a primei-ra Conferência Internacional – Tecnologia Agroalimentar e Inovação & Brokerage, que terá lugar a 24 e 25 de outubro de 2013 na Maia (TecMaia). A conferência abordará seis grandes eixos: Inovação na Comunicação; Inovação e Sustentabilidade; Inovação no Consumidor; Inovação de Produto; Inovação Tecnológica e Gestão da Inovação.

ATUALIDADE

REGIME TRANSITÓRIO EM CASO DE CESSAÇÃODE CONTRATO DE TRABALHO SEM TERMO

Em caso de cessação de contrato de trabalho celebrado antes de 1 de novembro de 2011, a compensação passa a ser calculada do seguinte modo:

Até 31 de outubro de 2012, um mês de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade;A partir de 1 de novembro de 2012 (inclusive) e até 30 de setembro de 2013, 20 dias de retribuição base e diuturnidades;A partir de 1 de outubro de 2013 (inclusive), o montante da compensação corresponde à soma dos seguintes montantes:- A 18 dias de retribuição no que respeita aos três primeiros anos

de duração do contrato;- A 12 dias nos anos subsequentes;

Em relação ao período de duração do contrato até 30 de setembro de 2013

O montante da compensação corresponde a 20 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade;

A partir de 1 de outubro de 2013 (inclusive) a compensação corresponde à soma dos seguintes montantes:

- A 18 dias de retribuição base e diuturnidades porcada ano completo de antiguidade, no que respeita aostrês primeiros anos de duração do contrato;- A 12 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano

completo de antiguidade, nos anos subsequentes.

8 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

(FGCP), ambos de “adesão obrigatória” por parte das empresas, incluindo as de trabalho temporário, e a serem criados com contribuições destas. Apenas ficam de fora as relações de trabalho emergentes de contratos de trabalho de muito curta duração. Para as restantes, as entidades patronais vão passar a descontar um mon-tante equivalente a 0,925% da retribuição base e diuturnidades de cada trabalhador abrangido e para o FGCT terão de des-

contar o equivalente a 0,075% da retri-buição base e diuturnidades por trabalha-dor abrangido.

Contribuições de 0,925% e 0,075% dos salários a cargo das empresas

A gestão destes fundos, cujas entidades gestoras iniciam a sua atividade já a partir de 1 de Outubro, fica a cargo das entida-des competentes na área da solidariedade e segurança social. Ainda assim, o montante financeiro acumulado pelo Fundo pode vir a ser resgatado pelas empresas no futu-ro, caso o trabalhador venha a ser despedi-do com direito a indemnização.

O FCT é um fundo de capitalização individual, que visa garantir o pagamento até metade do valor da compensação devi-da por cessação do contrato de trabalho. O valor das entregas da responsabilidade do empregador para o FCT corresponde a 0,925 % da retribuição base e diuturnida-des devidas a cada trabalhador abrangido.

O FGCT é de natureza mutualista e visa garantir o valor necessário à cober-tura de metade do valor da compensação devida por cessação do contrato, subtra-ído do montante já pago pela empresa ao trabalhador. O valor das entregas da responsabilidade do empregador para o FGCT corresponde a 0,075 % da re-tribuição base e diuturnidades devidas a cada trabalhador.

As entidades gestoras do FCT e do FGCT são, respetivamente, o Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social e o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, ambos tutelados pelo ministro Pedro Mota Soares.

ATUALIDADE/Internacional

Vodafone vende participação na Verizon por 130 mil milhõesA companhia telefónica britânica Vodafone chegou a acordo com a norte-americana Veri-zon para vender a sua participação por 130 mil milhões de dólares. A Vodafone detém, atual-mente, cerca de 45% da Verizon Vireless, a maior empresa de telemóveis dos Estados Unidos quanto ao número de subscritores. Caso o acordo seja concluído, o grupo britânico fará a suaretirada do mercado norte-americano. Este é um mercado que continua em processo de con-centração, tendo já sido realizados fusões e aquisições de montantes bastante elevados.

Indústria chinesa dá sinais de recuperaçãoA indústria chinesa começa a dar sinais de recuperação. No entanto, a situação não é ainda de euforia, tendo em conta o lado do consumo das famílias. No que toca à atividade industrial, foi finalmente superada a fasquia dos 50, o que indica que foi ultrapassada a situação de estagnação dos últimos meses. Contudo, os investidores ainda estão cautelosos e há receios que a indústria volte a baixar, face ao facto de os privados estarem cautelosos. De igual modo, as autoridades ten-cionam aumentar as tarifas sobre os produtos de luxo, o que vai afetar as grandes casas do setor.

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Alemanha garante apoio a países em dificuldades económicas

A chanceler alemã Angela Merkel, já em campanha eleitoral, admite que vai manter o apoio do seu país aos países europeus que estão em dificuldades financeiras. No entanto, deixou claro que não pretende exercer “uma falsa solidariedade”, pelo que vai manter a pressão para que esses países avancem com as reformas tidas como essenciais à sua recuperação.

A ainda chanceler admite que a Alemanha está apostada em manter o euro, mas não deixa de criticar o facto de a Grécia ter entrado no euro sem que cumprisse todos os requisitos. Na sua ótica, os principais culpados desta situação foram os sociais-democratas,

anteriormente no poder na Alemanha. A responsável pela maior potência económica da Europa reafirmou a sua vontade de apoiar os países em dificul-dades, mas numa perspetiva de solida-riedade e de responsabilidade própria, de prestação e contraprestação.

Num debate televisivo, a chanceler não colocou de parte a possibilidade de a Grécia necessitar de um segun-do resgate, mas nada quis adiantar quanto ao valor de uma segunda ajuda. Considera que tudo depen-derá de como as coisas evoluírem naquele país. Quanto ao maior par-tido na oposição, deixa fortes críticas à forma como Merkel conduziu as

políticas de apoios, já que os países em dificuldades não têm conseguido entrar na via da recuperação, face àsviolentas medidas de austeridade queforam impostas. O social-democrata Steinbrück diz que foram esquecidas as políticas a favor do crescimento e da criação de emprego para os jovens.O candidato do SPD lembra que a Alemanha beneficiou de uma enor-me ajuda depois da Segunda Guerra Mundial e que tem uma enorme res-ponsabilidade perante o resto da Eu-ropa. Assume a necessidade de políti-cas de consolidação orçamental, masrejeita que sejam aplicadas medidas em “doses mortais”.

O setor industrial registou uma acele-ração na Zona Euro, em agosto. O índice atingiu o nível mais elevado em 26 meses, tendo-se fixado em 51,4 pontos, o que sig-nifica que a atividade está em crescimento, após um longo período de retração. De no-tar que em julho já tinha sido superada a fasquia dos 50 pontos, mas ainda de forma muito ténue (para apenas 50,3 pontos).

De acordo com a Markit, o índice de produção industrial melhorou na maioria dos países, com destaque para a Holanda, a Áustria e a Irlanda. O mesmo sucedeu nas grandes economias, como foram os casos da Alemanha, da Itália e da Espanha, o que leva a pensar que se está no bom caminho para a recuperação. Apenas a França e a Grécia não lograram superar a fasquia dos 50 pontos, mas o segundo país conseguiu o melhor resultado em 44 meses, o que já é um indicador promissor de melhores dias

para um país que tem passado sérias difi-culdades. Quanto à França, a situação não é grave, já que a produção tende a estabi-lizar, depois de uma forte quebra logo no início do ano. As exportações estão na base da recuperação verificada na Zona Euro, ao mesmo tempo que se verifica uma tendên-cia em alta quanto às encomendas.

Produção industrial na Zona Euro acelera em agosto

Os países emergentes dos BRICS (Bra-sil, Rússia, Índia, China e África do Sul) querem desenvolver um sistema de reser-vas comuns de divisas, de modo a garanti-rem a proteção da volatilidade do mercado cambial. Em causa está também a criação de um banco de desenvolvimento comum àqueles países.

Através do novo regime será possível fa-zer face à influência negativa das flutuações dos mercados cambiais. De facto, os países emergentes, com destaque para a Índia e o Brasil, estão confrontados com a desvalo-rização das respetivas moedas desde o ini-cio do ano. Os investidores têm-se voltado novamente para os Estados Unidos, tendo

em conta a perspetiva de um aumento dos juros na maior economia do mundo. Acontece que os bancos centrais de alguns dos países emergentes têm adquirido um grande volume de moeda e colocado nas suas reservas de divisas sobretudo dólares e euros. Perante este cenário, os BRICS estão de acordo quanto ao princípio de um ban-co de desenvolvimento comum, destinado a financiar os investimentos. Por outro lado, tem sido feito um esforço no senti-do de reforçarem as suas posições no Ban-co Mundial. Ainda está por decidir qual o valor que cada um terá de garantir, bem como qual o peso de cada um dos países naquela instituição.

BRICS querem criar reservas comuns de divisas

A candidata Angela Merkel admite apoiar os Estados-Membros em dificuldades, mas continua a exercer pressão para que sejam levadas a cabo as necessárias reformas económicas e orçamentais.

Setor metalúrgico com crescimento recorde O mês de maio foi um dos melhores meses de sempre da indústria metalúrgica e metalomecâni-ca no que se refere ao volume das exportações no setor, a registar 1200 milhões de euros, revela a AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal – com base num estudo que realizou sobre o crescimento do comércio internacional. Segundo o mesmo estudo, o mês de abril regista o regresso do crescimento no setor metalúrgico e metalo-mecânico, depois de uma tendência menos positiva nos três primeiros meses do ano.

RETIFICAÇÃO:

“O ar condicionado de Gaspar”No artigo de opinião com o título em epígrafe, publicado na edição VE de 19 de junho, onde se lê “Consequências que dele advêm, a preservar o ar condicionado de Gaspar?” deverá ler-se “Até que ponto estará disposta Maria Luís Albuquerque, com as consequências que dele advêm, a preservar o ar condicionado de Gaspar?”.Pelo facto, pedimos desculpa aos nossos leitores.

Importará antes de mais ter presente que o regime de transparência fiscal se traduz numa imputação aos sócios ou membros de determinadas sociedades, como por exemplo sociedades profissionais ou civis não constituídas sob a forma comercial, da matéria coletável da sociedade ou entidade. Ou seja, existe uma transferência da tributação da sociedade para os seus sócios, pessoas singulares, em sede de IRS.Quanto a este regime, veio a Comissão para a Reforma do IRC sugerir uma revisão, nomeadamente no que às sociedades profissionais diz respeito. Exemplos de sociedades profissionais são, entre outras, as sociedades de advogados, arquitetos, economistas, médicos e revisores oficiais de contas.Assim, um dos aspetos a rever seria o próprio conceito de sociedades profissionais que, no entender da Comissão para a Reforma do IRC, se encontra desatualizada e ultrapassada. Focando-se a definição de sociedades profissionais na exigência de que todos os sócios desempenhem a mesma profissão, defende a Comissão para a Reforma do IRC que aquela seja mais completa e que deixe de se reconduzir obrigatoriamente à exigência de identidade da profissão

dos sócios, qualificando igualmente como sociedades de profissionais aquelas cujos rendimentos provenham, em mais de 75%, do exercício conjunto ou isolado de atividades profissionais especificamente previstas, desde que cumpram, conjuntamente, os seguintes requisitos:- Que em qualquer dia do período de tributação o capital pertença a um número de sócios não superior a cinco;- Que nenhum dos sócios seja pessoa coletiva de Direito Público;- Que pelo menos 75% do capital social seja detido por profissionais que exerçam as referidas atividades, total ou parcialmente, através da sociedade.Sugere ainda a Comissão para a Reforma do IRC a aproximação do regime de transparência fiscal aplicável às sociedades de profissionais à lógica do IVA de caixa, tal no intuito de garantir o respeito pelos princípios da capacidade contributiva e da realização.Assim, os sócios das sociedades de profissionais não seriam forçados a suportar o imposto por proveitos que a sociedade não tenha ainda efetivamente recebido, não obstante ter já emitido as respetivas faturas, nem seriam os mesmos tributados por rendimentos não recebidos.

Transparência fiscal aplicávela sociedades de profissionais

Desde há vários anos que trabalho no regime de prestação de serviços numa empresa, sendo certo que sempre tive horário, segui instruções e trabalho em regime de exclusividade. Agora, numa fiscalização da ACT à empresa, um inspetor disse-me que o meu vínculo à empresa poderá vir a ser considerado como contrato de trabalho. Isto é assim? Que tenho de fazer?

Desde sempre que o combate aos falsos recibos verdes tem sido um objetivo das políticas laborais nacionais, havendo inúmeros meios de reação à disposição dos trabalhadores que se encontram nesta situação.Entre essas medidas figura a Lei n.º 63/2013, publicada no passado dia 27 de agosto e que institui mecanismos de combate à utilização indevida do contrato de prestação de serviços em relações de trabalho subordinado.Este diploma legal altera diversos outros regimes legais, como o Código de Processo do Trabalho (CPT), com vista à instauração de meios de fiscalização dos “falsos recibos verdes”, numa tentativa de reduzir o número de situações laborais que ainda se encontram “encapotadas”.Em suma, a Lei 63/2013 cria uma ação judicial, cujo objetivo é o reconhecimento da existência de contrato de trabalho – cfr. art. 26.º CPT – e que compete ao Ministério Público intentar, após participação efetuada pela Autoridade para as Condições no Trabalho (ACT).Com efeito, de acordo com o agora artigo 15.º-A da Lei 107/2009, de 14 de setembro, caso o inspetor do trabalho verifique a existência de indícios de uma situação de prestação de trabalho em regime de “falsos recibos verdes”, lavra um auto e notifica o empregador para, no prazo de 10 dias, regularizar a situação ou se pronunciar dizendo o que tiver por conveniente.Após a resposta (ou silêncio) do empregador, “rectius”, da entidade a quem está vinculada o prestador de serviços, apenas surgem dois cenários:

ou o processo é arquivado, se a entidade fizer prova da regularização da situação do trabalhador, designadamente através da apresentação do contrato de trabalho ou, então, os factos são participados ao Ministério Público (MP).Se o processo prosseguir, como referido, o MP dispõe de 20 dias para a instauração da competente ação, cuja petição inicial deve expor sucintamente a pretensão e os respetivos fundamentos, juntando os elementos de prova recolhidos. Seguidamente, o empregador é citado para, no prazo de 10 dias contestar o pedido. Caso o empregador não conteste, o juiz profere decisão condenatória e o processo termina com o reconhecimento do contrato de trabalho.No caso de o empregador contestar, tanto a petição inicial como a contestação são, então, remetidas para o trabalhador, juntamente com a data da audiência de julgamento, com a advertência expressa de que, no prazo de 10 dias, este pode aderir à posição expressa pelo MP, bem como apresentar articulado próprio e constituir mandatário.Segue-se a fase de julgamento, caso não haja acordo entre as partes, com a consequente prolação de sentença. Note-se, ainda, que a sentença que reconheça a existência de um contrato de trabalho fixa a data do início da relação laboral, devendo, ainda, ser comunicada à ACT e à Segurança Social.Em suma, para além dos mecanismos que já se encontravam à disposição do trabalhador para combater a existência de “falsos recibos verdes”, existe, agora, a ação de reconhecimento da existência de contrato de trabalho. Neste caso, o trabalhador apenas tem de participar na referida ação judicial, uma vez que o impulso inicial compete ao inspetor do ACT que deve participar ao Ministério Público os factos suspeitos.

*Gabinete de AdvogadosAntónio Vilar, Luís Cameirão & Associados

www.antoniovilar.pt

O combate aos falsos recibos verdes

MARGARIDA MARTINS LEITÃOADVOGADA da Gali Macedo & Associados

RICARDO MEIRELES VIEIRA ADVOGADO*[email protected]

ATUALIDADE/Opinião

10 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

Como é que se vê a si próprio? Como é que vê a sua empresa? Como uma estrela de vendas? Ou considera ser apenas mais alguém que se queixa…A maioria dos vendedores gostaria de pensar que são uma estrela nas vendas. Contudo, não evidenciam o talento condizente com a expressão “estrela nas vendas”. Na realidade, o que importa é se os seus clientes o consideram uma estrela e não o que você próprio considera ser.O que é que necessita para se transformar numa estrela de vendas? Melhor ainda, como transformar toda a sua equipa de vendas, e portanto a sua empresa, numa “estrela de vendas”?

Tal como qualquer “estrela”, antes de começar a brilhar, tem de passar horas a fio a praticar para melhorar, tem de aprender a enfrentar a rejeição.Depois, as vendas podem, porventura, começar a fluir cada vez com mais intensidade. Finalmente, torna-se uma estrela nas vendas!Não admira que tão poucas pessoas o consigam ser!As estrelas nas vendas não são pessoas normais. São pessoas muito disciplinadas e consistentes. Tal como você, presumo.O empresário tem que descobrir como tirar partido do seu talento. Para que isso seja possível acontecer TEM que:

GOSTAR muito do que faz!DEDICAR-SE a 100% ao que faz!Manter uma ATITUDE positiva quando enfrenta obstáculos!O facto de gostar daquilo que faz,

combinado com a sua crença naquilo que faz, não determina diretamente o seu sucesso. Contudo, irá determinar a sua focalização e dedicação absoluta para alcançar aquilo que pretende. O sucesso virá naturalmente como uma consequência.A sua dedicação inclui, também, o reconhecimento de que necessita de aprender continuamente. A aprendizagem contínua de toda a sua organização permite que se abram novos horizontes à sua empresa.Torne a sua empresa uma “estrela de vendas”!Comece já e coloque a sua empresa um passo à frente da sua concorrência!

Será que a sua empresa possui um talento superior para as vendas?

AZUIL BARROSEspecialista no Crescimento de NegóciosPartner&Diretor Geral www.QuantumCrescimentoNegocios.com

Tal como qualquer “estrela”, antes de começar a brilhar, tem de passar horas a fio a praticar para melhorar, tem de aprender a enfrentar a rejeição

Quando em 2006, o Presidente da República decidiu lançar a Iniciativa Conselho da Globalização, que reuniu em Portugal alguns dos líderes de topo de algumas das principais Multinacionais com responsáveis políticos e empresariais nacionais, estava lançado o mote. Portugal mostrava ao mundo global que tinha uma palavra a dizer no jogo competitivo do IDE. De então para cá, têm-se realizado iniciativas diversas envolvendo multinacionais e gestores de topo colocados no exterior com o objetivo de reforçar a dinâmica global do país, mas falta claramente uma agenda estratégica estruturada e sistemática que permita captar investimento e talentos duma forma mais efetiva. Em 2013, sete anos depois, Portugal precisa de facto de uma nova agenda global.

A economia portuguesa está claramente confrontada com um desafio de crescimento efetivo e sustentado no futuro. Os números dos últimos vinte anos não poderiam ser mais evidentes. A incapacidade de modernização do setor industrial e de nova abordagem,

baseada na inovação e criatividade, de mercados globais, associada à manutenção do paradigma duma “economia interna” de serviços com um caráter reprodutivo limitado, criou a ilusão no final da década de 90 dum “crescimento artificial” baseado num consumo conjuntural manifestamente incapaz de se projetar no futuro.

Portugal precisa efetivamente de potenciar iniciativas como o Conselho de Globalização, com todas as consequências do ponto de vista de impacto na sua matriz económica e social. A política pública tem que ser clara – há que definir prioridades do ponto de investimento estrutural nos setores e nos territórios, sob pena de não se conseguirem resultados objetivos. Estamos no tempo dessa oportunidade. Definição clara dos “pólos de competitividade” em que atuar (terão que ser poucos e com impacto claro na economia); seleção, segundo critérios de racionalidade estratégica, das zonas territoriais onde se vai atuar e efetiva mobilização de “redes ativas” de comercialização das competências

existentes para captação de “IDE de inovação”.

O investimento direto estrangeiro desempenha neste contexto um papel de alavancagem da mudança único. Portugal precisa, de forma clara de conseguir entrar com sucesso no roteiro do “IDE de inovação” associado à captação de empresas e centros de I&D identificados com os setores mais dinâmicos da economia – tecnologias de informação e comunicação, biotecnologia,

automóvel e aeronática, entre outros. Trata-se duma abordagem distinta, protagonizada por “redes ativas” de atuação nos mercados globais envolvendo os principais protagonistas setoriais (empresas líderes, universidades, centros I&D), cabendo às agências públicas um papel importante de contextualização das condições de sucesso de abordagem dos clientes.

Uma nova economia, capaz de garantir uma economia nova sustentável, terá que se basear numa lógica de focalização em prioridades claras. Assegurar que o “IDE de Inovação” é vital na atração de competências que induzam uma renovação ativa estrutural do tecido económico nacional; mobilizar de forma efetiva os “centros de competência” para esta abordagem ativa no mercado global – mas fazê-lo tendo em atenção critérios de racionalidade estratégica definidos à partida, segundo opções globais de política pública, que tenham em devida atenção a necessidade de manter níveis coerentes de coesão social e territorial.

PORTUGAL PRECISA MAIS DO QUE NUNCA DE INVESTIMENTO E TALENTOS

Uma nova agenda global

FRANCISCO JAIME QUESADOESPECIALISTA EM ESTRATÉGIA, INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE

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ATUALIDADE/Opinião

SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013 11

A política pública tem que ser clara – há que definir prioridades do ponto de investimento estrutural nos sectores e nos territórios, sob pena de não se conseguirem resultados objetivos

Porto de Lisboa movimenta mais de um milhãode toneladas por mêsO Porto de Lisboa movimentou cerca de 7,1 milhões de toneladas de mercadorias, até ao fi nal do mês de julho. Os principais contributos vieram dos segmentos de mercado estratégicos para o por-to, a carga contentorizada e os granéis agroalimentares. “Os valores de crescimento evidenciam que o Porto de Lisboa é uma infraestrutura fundamental para o desenvolvimento económico do país e da região de Lisboa e Vale do Tejo”, adianta a respetiva administração em comunicado.

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

A La Redoute, loja online de moda e decoração, no-meou Paulo Pinto para CEO das operações da empresa na Península Ibérica. A decisão surge na sequência de um pro-cesso de reestruturação pela qual fi carão centralizadas em Leiria todas as atividades de logística, distribuição, centro informático, área fi nanceira e direção geral.

Paulo Pinto assumia já as funções de diretor-geral da La Redoute Portugal desde 2007. “Esta nomeação é mais um

desafi o que vou abraçar com o mesmo entusiasmo e sentido de responsabilidade que têm sido pilares da minha já vasta colaboração com a La Redou-te”, declarou Paulo Pinto.

Licenciado em Economia pela Universidade de Coim-bra, Paulo Pinto tem desen-volvido toda a sua carreira profi ssional na área do ma-rketing com uma comprova-da experiência de liderança e gestão. Na La Redoute, onde se encontra desde 1992, foi também responsável pelo de-

partamento de marketing, pelo serviço de clientes e pelo desenvolvimento internacio-nal da Vertbaudet, marca vo-cacionada para o segmento de roupa para criança.

Em paralelo à atividade profi ssional,o novo CEO da La Redoute Portugal e Espa-nha é vice-presidente da ACE-PI – Associação de Comér-cio Eletrónico e Publicidade Interativa e diretor da AMD – Associação Portuguesa de Marketing Direto, Relacional e Interativo.

Paulo Pintonomeado CEO Ibérico da La Redoute

12 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

O novo CEO da La Redoute Portugal e Espanha, Paulo Pinto, já lidera a operação portuguesa desde 2007.

Numa Europa em mudança rápida, motivada pelos efeitos da globalização e pelo “deixar andar” de Bruxelas em matéria de deslocalização industrial, os tempos são de ação e de oportunidades, caso se aposte, verdadeiramente, em novas políticas dedicadas à reindustrialização alicerçados na produtividade, na inovação – tecnologia – formação, tendo em conta que algo de novo deve ser implementado em termos de regular o nosso mercado livre europeu.

Recentemente, a cidade do Porto recebeu a renomada conferência internacional FAIM 2013 – Flexible Automation and Intelligent Manufacturing, numa abordagem sobre o Futuro da Indústria de Produção, evento organizado por Américo Azevedo, investigador do INESC TEC e Professor Associado da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), na sua 23ª edição e com o tema “O desafi o da Sustentabilidade dos Sistemas de Produção Globalmente Competitivos”. Contando com oradores de renome nesta área, é de enaltecer a presença do diretor do Instituto Fraunhofer (Alemanha), Engelbert Westkamper, responsável pela defi nição das políticas industriais na Alemanha, e em toda a Europa, que apresentou as linhas estratégicas para o setor até 2030. Pois é o próprio a afi rmar que Portugal deve reorientar a sua política estratégica industrial, recomendando as Pequenas e Médias Empresas e o

Empreendedorismo como os verdadeiros Pilares para uma Nova Política de Desenvolvimento Industrial em Portugal.

Em Portugal temos vivido orientados pelos políticos que só se focalizam no seu ganho de votos e onde, naturalmente, os megaprojetos, os grandes investimentos dão mote e dão ganhos! Pois o que este cérebro do desenvolvimento industrial nos vem dizer é que o nosso futuro passa pelo “Small is Beautiful”, PME e microempresas, à nossa verdadeira escala, como pequeno país que somos, mas também como pilar de sustentabilidade que os são, em Portugal como na Alemanha, lá quiçá as PME a representar 80-85% e por cá os 95%.

A focalização estratégica vem a seguir, quando o especialista e diretor de

Engenharia e Automação do Instituto Fraunhofer aponta o caminho de desenvolvimento a longo prazo: pela melhoria da produtividade, baseada em produtos inovadores, na tecnologia dos equipamentos produtivos e na qualifi cação dos colaboradores.

Portugal tem vantagens competitivas, como o mostram as nossas exportações, e o seu tecido empresarial industrial, que de forma segura tem vindo exatamente a apostar na Inovação, nas tecnologias e na qualifi cação dos seus recursos humanos, ancorada em universidades, centros tecnológicos ou através fornecedores estrangeiros, como é bem patente em setores como os do calçado, têxteis, plásticos, automóvel, elétrica & eletrónica, cordoaria sintética, metalomecânica,

cerâmica e vidro, embalagem, gráfi ca, agroalimentar, etc., etc., e na sua grande maioria de dimensão PME.

Estamos seguros que o novo Ministro da Economia irá priorizar a Reindustrialização, mas, em tempos eleitorais, pergunto-me por que razão os candidatos autárquicos não colocam na primeira linha uma orientação pró-emprego, uma aposta ao apoio e desenvolvimento industrial das micro e PME, por exemplo promovendo estruturas para pequenos parques industriais, pensando fi nalmente numa visão estratégica de médio e longo prazo. Centros comerciais ou mega projetos eleitorais, já era!

É tempo de termos uma política para a reindustrialização de Portugal, corajosa, com uma Secretaria de Estado da Indústria sediada a Norte, como região pulmão maior da exportação nacional, dedicar apoio estratégico às universidades, polos tecnológicos e centros de coordenação regionais e principalmente “ir ao terreno” falar com as forças vivas empresariais (sem medo de lhes chamar e Elites).

Temos os novos apoios comunitários de 2014 – 2020, oportunidade de excelência, quiçá única, a não poder ser perdida e que ancora exatamente na visão estratégica do especialista do Instituto Fraunhofer, pela inovação tecnológica e sustentabilidade da produção.

Todos os setores industriais e o emprego agradecem!

Futuro da indústria portuguesa são as PME e o empreendedorismo

DAVID ZAMITHACEGE – NÚCLEO DO PORTO

PATRÍCIA FLORES [email protected]

A Destino Líder ajudou já cerca de meia centena de empresas a conseguirem apoios europeus num montante superior a dois milhões de euros. As verbas, oriundas do PRODER (Programa de Desenvolvimento Regional) e do QREN (Quadro de Refe-rência Estratégica Nacional), foram aplica-das por todo o país e ajudaram a criar 25 postos de trabalho.

Criada em 2009, na Marinha Grande, a empresa cresceu no primeiro semestre des-te ano 47% comparativamente ao mesmo semestre do ano passado, devido principal-mente à área dos projetos de investimento. Contudo, como Carla Paulino adianta, a área da formação financiada também re-presenta já uma fatia importante da ativi-dade.

Aliás, a empresa disponibiliza um le-que alargado de serviços nas mais diversas

áreas, desde os projetos de investimento à formação financiada, ao recrutamento e selecção. “Apoiamos uma ideia, um pro-jeto, em todas as suas fases, uma espécie de conceito ‘chave na mão’. Fazemos a candidatura, o estudo económico, temos parcerias para acompanhamento técnico, construção, assessoria e marketing e ajuda à internacionalização... e esta é uma fase decisiva em termos de apoios para quem pretende internacionalizar o seu produto”, recordou a responsável.

O cliente-tipo da DestinoLíder é o clien-te particular que, normalmente, se instala numa sociedade unipessoal ou noutra for-ma jurídica. Seguem-se as pequenas e mé-dias empresas e associações cooperativistas e IPSS.

Presente fundamentalmente no mercado português, Carla Paulino revela ainda que, “estrategicamente, a DestinoLíder encon-tra-se preparada para os novos desafios que

se avizinham em consequência do novo quadro comunitário de apoio, quer nasáreas de projetos de investimento quer naárea da formação e para a qual se encontraem fase final de acreditação junto das en-tidades competentes”. Acrescentando que “certos que o país está a chegar a um ponto de viragem na atual situação, é forte aposta da empresa estar atenta às novas oportuni-dades que irão surgir, quer para os novosempreendedores, quer para os empresários já instalados”.

Embora reconheça que a internacio-nalização é fundamental para os vários setores do país, a responsável reconhece que “o cliente-tipo da DestinoLider mo-ve-se por setores de atividade ainda comuma margem elevada de desenvolvimen-to no mercado interno, nomeadamenteao nível do setor agrícola e do turismo em espaço rural. Este último setor em especial”.

DestinoLíder ajuda empresas a conseguirem apoios europeus

SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013 13

NEGÓCIOS E EMPRESAS

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NOVIDADE 2013

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A “silly season”

À falta de assuntos sérios, a pressão mediática costuma trazer à tona diversos “faits divers”, que vão do absurdo ao grotesco, e assim entreter o pagode.

Diz-se, por isso, que esta é a “silly season”, um dos muitos anglicismos em que nos fomos viciando.

Estranhamente, esta “silly season” parece menos “silly”. Talvez porque os portugueses pareçam menos interessados nas diatribes dos nossos responsáveis políticos.

As crises têm destas vantagens, fazem-nos dar mais importância àquilo que tem verdadeiramente importância e relativizar tudo o resto.

Quando, daqui a pouco mais de uma semana, regressarmos às nossas vidas usuais, regressamos também a um quotidiano em que figuras, figurinhas e figurões nos vão entrar diariamente pela casa dentro.

Será tempo de autárquicas e de discussão do Orçamento de Estado para 2014. Então, sim, teremos entrado definitivamente na “silly season”.

JOSÉ MARTINO Engenheiro Agrónomojosemartino.blogspot.com

Carla Paulino, responsável da Destino Líder.

ANA SANTOS [email protected]

“Não havendo dinheiro para aumentar salários ou para suportar outro tipo de incentivos aos cola-boradores, as empresas procuram novas ferramentas de motivação das suas equipas”, confirma José de Almeida, partner da Ideias & Desafios, que este ano recebeu mais de três centenas de inscrições para o 5º Congresso Nacional de Motivação e Desempenho Co-

mercial. O evento não esqueceu os tempos de incerteza vividos atualmente por todo o tecido em-presarial português e procurou dar a conhecer exemplos de empresas que conseguem manter equipas empenhadas, com índices de pro-dutividade elevados, recorrendo a ideias criativas dos seus líderes.

“Seja numa grande organização ou numa empresa de pequena ou média dimensão, a motivação das equipas tornou-se num tema a que

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Encomendas:

JOSÉ DE ALMEIDA REGISTA GRANDE AFLUÊNCIA AO 5º CONGRESSO NACIONALDE MOTIVAÇÃO E DESEMPENHO COMERCIAL

“Empresas têm necessidade de reinventar a motivação”Mais de 300 pessoas participaram em Lisboa no 5º Congresso Nacional de Motivação e Desempenho Comercial, confirmando a grande necessidade de inspiração para encontrar soluções de motivação de equipas em tempo de crise. A iniciativa assinala o 10º aniversário da consultora Ideias & Desafios

“As empresas sentem hoje uma grande necessidade de reinventar a motivação”

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14 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

NEGÓCIOS E EMPRESAS

os líderes dão cada vez mais valor, já que dela poderá depender o maior ou menor grau de sucesso da em-presa”, reconhece José de Almeida. “E os empresas sentem hoje uma grande necessidade de reinventar a motivação. Faz parte da estratégia de liderança em tempos como es-tes”, sublinha o consultor da Ideias & Desafios, para quem essa reiven-ção se coloca a em todas as áreas de trabalho. “É preciso reinventar a forma de comunicar com os co-laboradores, é preciso reiventar as vendas, no fundo todo o modelo de gestão de recursos humanos tem de ser adaptado a esta conjuntu-ra, onde o dinheiro deixou de ser uma ferramenta disponível. E este é um processo irreversível. É um caminho que se faz agora, por ne-cessidade, mas que veio para ficar”, antecipa José de Almeida.

De chefe a líder

“Não chefie, lidere!”. O con-selho foi deixado por Anabela Conde, associate da Ideias & Desafios, precisamente no painel dedicado à liderança em tempos de incerteza. “A liderança é uma arte que pode ser conquistada”, anunciou a consultora, que apre-sentou o líder como alguém mui-to envolvido no trabalho que a sua equipa desenvolve, longe da ideia tradicional do chefe que se distancia dos colaboradores, res-tringindo a sua relação com eles à transmissão de ordens. “Hoje, o líder tem de comunicar mais, an-tecipar mais e inovar mais. E deve transmitir à equipa as coisas boas e as coisas más, para que todos este-jam envolvidos nos processos que à empresa dizem respeito”, alegou Anabela Conde. “É também o tempo de cada líder potenciar as capacidades individuais de cada um dos dos seus colaboradores”, aconselhando os gestores a identi-ficar os melhores recursos dos seus colaboradores e a desenvolvê-los em prol do sucesso da empresa. “E é tempo de pensar criativamente”, sublinhou também a consultora, lembrando que os tempos de in-certeza constituem habitualmente um dos melhores estímulos para aguçar a imaginação e a criativida-de das pessoas.

A Casa da Música recebeu ontem (dia 5 de setem-bro) a Orquestra XXI. Apoiado pela Cerealis, o pro-jeto reúne cerca de 50 jovens músicos portugueses residentes no estrangeiro “com o duplo objetivo de manter uma forte ligação entre estes jovens e Portu-gal, levando momentos musicais de excelência a um público o mais diversificado possível”, refere o comu-nicado de imprensa. Uma das características da Or-questra XXI é a pluralidade de experiências dos seus músicos, espalhados por cidades como Londres, Pa-

ris, Berlim, Zurique, S. Petersburgo, Madrid Ames-terdão, desenvolvendo as suas atividades profissionais em organismos como a Orquestra Sinfónica de Lon-dres, a Orquestra Nacional de França, a Filarmónica de Dresden e a Opera de Zurique, entre outros, que se reúnem em Portugal para apresentar o melhor que o país tem.

A Orquestra XXI estará hoje (dia 6 de Setembro) no Mosteiro da Batalha e no dia seguinte, no Grande Auditório, do Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Casa da Música recebeu a Orquestra XXI

Crise não tira alunos a ensino privado

Um inquérito recente do Ob-servador Cetelem revela que 90% das famílias que têm filhos a estu-dar no privado pretendem man-ter os filhos neste tipo de ensino. Os 10% que declaram intenções de transferir os filhos para a es-cola pública alegam razões finan-ceiras e continuidade dos estudos (a escola privada que frequentam já não tem mais anos escolares). Neste mesmo inquérito, exis-tiam, em 2011, 25% das famílias a afirmar que iram retirar os fi-lhos do privado e transferir para o público – percentagem que baixou para 6% em 2012 e agora ficou nos 10%.

A análise do Observador Ce-telem mostra ainda que as ten-dências de transferência para o ensino público são mais elevadas entre os inquiridos que estudam. 33% afirmam que pretendem mudar para a escola pública, en-quanto 67% defendem que irão continuar no ensino privado. Em 2012, os resultados obtidos foram diferentes e mais dividi-dos: as intenções de continuar ou mudar de tipo de ensino si-tuavam-se nos 50% para ambas as situações.

“No estudo realizado em 2011 verificou-se um número elevado de transferências de alunos do ensino privado para o público, não só pela diminuição do poder de compra, mas também pelo investimento e melhoramento por parte do Estado de algumas escolas públicas. Tanto em 2012 como agora em 2013, o nosso estudo aponta para uma redução nesta tendência, uma vez que a maioria dos consumidores já se adaptou e ajustou os seus com-portamentos de consumo à re-cessão que se vive atualmente em Portugal”, afirma Diogo Lopes Pereira, diretor de Marketing do Cetelem.

SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013 15

Saraiva + Associados finalista em concurso internacional sobre expo 2017A Saraiva + Associados (S+A) está nos 10 finalistas para o Concurso Internacional de Arqui-tetura para o Design Conceptual da Expo 2017 em Astana, Cazaquistão. Sob o tema “Theenergy of the Future”, a S+A propõe a criação de um plano emblemático em Astana, integran-do conceitos como tecnologias limpas, energias renováveis, eficiência e sustentabilidade numprojeto de arquitetura viável, em que “Energia é vida”.

GrandOptical no NorteShoppingA GrandOptical inaugura hoje (6 de setembro) a segunda loja na zona Norte, no NorteShopping. Presente no mercado português desde 1997, o plano de crescimento da marca contempla a aber-tura de novos estabelecimentos nos próximos dois anos. Com cinco lojas em todo o país, a GrandOptical tem um volume de faturação anual de 10 milhões de euros, dando emprego a mais de 80 colaboradores.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

O projeto reúne cerca de 50 jovens músicos portugueses residentes no estrangeiro.

A Comissão propôs o alargamento da troca automática de informações entre ad-ministrações fiscais da UE como parte do combate reforçado contra a evasão fiscal. De acordo com a proposta, os dividendos, mais-valias, quaisquer outras formas de rendimento financeiro e saldos de contas seriam aditados à lista de categorias abran-gidas pela troca automática de informações na UE. Abre-se assim o caminho para que a UE tenha o sistema de troca automática de informações mais abrangente em todo o mundo.

“Com a proposta apresentada, os Esta-dos-membros ficarão mais bem preparados para avaliar e cobrar os impostos devidos, enquanto a UE ficará mais bem posiciona-da para promover, a nível mundial, nor-mas mais rigorosas de boa governação em matéria fiscal. Esta será mais uma arma poderosa no nosso arsenal para conduzir a uma luta intensa contra a evasão fiscal”, afirmou Algirdas Šemeta, Comissário res-ponsável pela Fiscalidade e União Adua-neira, Auditoria e Luta contra a Fraude.

A troca automática de informações na UE encontra-se já prevista em dois instru-mentos-chave da legislação em vigor.

A diretiva relativa à tributação da pou-pança assegura que os Estados-membros

recolhem dados sobre a poupança dos su-jeitos passivos não residentes e os fornecem automaticamente às autoridades fiscais do país onde essas pessoas residem. Este sis-tema está em vigor desde 2005. Está a ser discutida no Conselho uma proposta para reforçar essa diretiva e alargar o seu âmbi-to de aplicação. No Conselho Europeu de maio de 2013, os Estados-Membros com-prometeram-se a adotar uma revisão da di-retiva relativa à tributação da poupança até ao final do ano.

A diretiva relativa à cooperação adminis-trativa prevê a troca automática de informa-ções relativamente a outras formas de rendi-mento a partir de 1 de janeiro de 2015. A saber: rendimentos do trabalho, honorários de administradores, seguros de vida, pensões e propriedade. A proposta hoje apresentada tem em vista a revisão da diretiva relativa à cooperação administrativa, de modo a que a troca automática de informações seja tam-bém aplicada aos dividendos, mais-valias, outros rendimentos financeiros e saldos de contas a partir dessa data.

Juntamente com as disposições supraci-tadas em matéria de troca automática de informações, a presente proposta significa que os Estados-Membros partilham entre si tantas informações quantas as que se

comprometeram a partilhar com os EUA no âmbito da Lei de Conformidade Fiscal de Contas Estrangeiras (Foreign Account Tax Compliance Act - FATCA).

Prioridade à transparência

Em dezembro de 2012, a Comissão apresentou um plano de ação para uma resposta mais eficaz da UE contra a fraude e a evasão fiscais Esse plano prevê um con-junto abrangente de medidas destinadas a ajudar os Estados-Membros a protegerem as suas matérias coletáveis e a recuperarem milhares de milhões de euros que lhes são legitimamente devidos, realçando ainda a necessidade de promover a troca automáti-ca de informações enquanto norma inter-nacional para a transparência e a troca de informações em matéria fiscal.

O Conselho ECOFIN de 14 de maio de 2013 acolheu favoravelmente o plano de ação. O Conselho Europeu de 22 de maio de 2013 apelou ao alargamento da troca automática de informações a nível da UE e a nível mundial, com vista a uma luta mais eficaz contra a fraude fiscal, a evasão fiscal e o planeamento fiscal agressivo, e acolheu favoravelmente a intenção da Comissão de apresentar uma proposta nesse sentido.

COMBATE À EVASÃO FISCAL

Comissão Europeia propõemais trocas de informaçõespara reduzir a fraude fiscal

Manuel Carvalho da Silva dirige novo Mestrado na Universidade LusófonaManuel Carvalho da Silva, ex-Secretário-Geral da CGTP Intersindi-cal, vai dirigir o Mestrado de Sociologia e Economia do Trabalho: In-teligência Económica e Cooperação no Espaço Lusófono, com data de início prevista para Outubro de 2013. Este mestrado pretende au-mentar a competitividade, a capacidade pró-activa e de cooperação em contextos multiculturais de empresas, organizações e instituições.

Novo Catálogo IKEA 2014 disponível No próximo dia 26 de agosto o Catálogo IKEA 2014 chega à casa de milhões de portugueses, com 328 páginas de soluções de decoração inspiradoras, acessíveis e sus-tentáveis. As novidades tecnológicas do Catálogo IKEA passam, entre outras coisas, pela possibilidade de decorar a sua casa digitalmente, através da realidade aumentada.

AÇÃO DE BENCHMARKINGEM PORTUGAL

Quadrilátero Empresarial visita AICEP Global Parques e Portode Sines

Depois da realização das missões interna-cionais de benchmarking, o Quadrilátero Empresarial deslocou-se a Sines, numa vi-sita à ZIL - Zona Industrial e Logística de Sines da AICEP Global Parques, e ao Porto de Sines, o maior porto de águas profundas da Península Ibérica.

O destino para realização de nova ação de benchmarking foi selecionado após aná-lise da realidade nacional ao nível do aco-lhimento empresarial.

O objetivo foi analisar os modelos de estruturação e de governança destes espa-ços de acolhimento. Integraram a comitiva Gil Carvalho, da AIMinho, Nuno Cunha, do Quadrilátero, e Francisco Magalhães, da Câmara Municipal de Famalicão. A acolhê-los esteve Miguel Fontes, adminis-trador da AICEP Global Parques, e Miguel Borralho, diretor da ZIL.

A análise das experiências resultantes do benchmarking resultará posteriormente na publicação de estudos de caso que, a par dos casos internacionais estudados, servirão como exemplo nestas matérias. Por outro lado, as ações de benchmarking nacional e internacional contribuirão para a definição do modelo de estruturação e requalificação da oferta de acolhimento empresarial mais adequado para o Quadrilátero; a identifica-ção e caraterização dos serviços de suporte supramunicipais passíveis de serem ofereci-dos aos espaços de acolhimento empresa-rial no Quadrilátero e ainda a definição do modelo de governança dos espaços de aco-lhimento empresarial mais adequado aos municípios que integram o Quadrilátero.

A operação Acolhimento e Internacio-nalização pretende desenvolver um plano de estudos e metodologias, com o objeti-vo de definir um modelo de intervenção concertado entre as cidades de Barcelos, Braga, Famalicão e Guimarães, que apoie a internacionalização do tecido empresarial e a captação de investimento para a região.

A nível internacional, foram já realizadas duas missões de benchmarking: à Alema-nha, em abril, e ao País Basco, em junho. As missões incluíram visitas a parques em-presariais e reuniões com representantes de entidades gestoras de áreas de acolhimento empresarial, associações, câmaras de co-mércio e outras entidades participadas por organismos públicos e privados.

O “Quadrilátero Empresarial: Acolhi-mento e Internacionalização” é uma das operações do Quadrilátero Urbano – Bar-celos, Braga, Famalicão e Guimarães, defi-nida nos trabalhos das Ações Preparatórias para a Área Empresarial, uma das cinco áreas determinadas como prioritárias pelos Municípios do Quadrilátero, com inter-venções apoiadas pelo programa “Política de Cidades Polis XXI”, cofinanciado pela Administração Central.

“Os Estados-membros ficarão mais bem preparados para avaliar e cobrar os impostos devidos”, refere um comunicado de Bruxelas.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

16 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

OBJETIVOS:A formação tem como principal objetivo que os participantes, após a sua frequência, dominem e apliquem, de acordo com a atual legislação em vigor, as:

PORTO 16 setembro9h30 às 13h00

PROGRAMA:

1.1. Definições1.2. Exclusões1.3. Documentos de transporte1.4. Processamento dos documentos de transporte1.5. Circuito e validade dos documentos de transporte1.6. Transportador1.7. Impressão dos documentos de transporte1.8. Subcontratação1.9. Aquisição de documentos de transporte

2.1. Obrigatoriedade de emissão de fatura2.2. Comunicação da faturação à Autoridade Tributária (AT)2.3. Benefício fiscal pela exigência de fatura

Jorge Pires - Diretor geral da Moneris Risa S.A., Co-autor dos livros SNC - Teoria e Prática , Normalização Contabilística para Microentidades e com artigos publicados em revistas da especialidade.

João Gomes - Manager da Moneris Santarém e Supervisor da Moneris Risa, Co-autor dos livros SNC - Teoria e Prática, Normalização Contabilística para Microentidades e com artigos publicados em revistas da especialidade.

Público Geral: G90Assinantes VE: G45

(+ IVA)

Organização:

Media Partner:

Informações e inscrições: Vida EconómicaPatrícia Flores Tel.: 223 399 466Fax: 222 058 098 [email protected]

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EMPRESAS/Empresas Familiares

SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013 17

A força de uma marca é algo que todos reconhecem como muito va-lioso e, como tal, um objetivo que a grande maioria das entidades preten-de alcançar.

A sua valia pode ser de tal forma reconhecida que, muitas vezes, per-dura para lá da existência real do item que lhe deu origem. Certamen-te que muitos de nós continuamos a recordar produtos como os blusões impermeáveis “Kispo” e o sabor da “Laranjina C”. Ou as grandes casas de comércio do Porto, os “Grandes Armazéns Nascimento” de 1927, que deram origem ao luxuoso café “Palla-dium” e posteriores galerias de moda, e de Lisboa os “Grandes Armazéns do Chiado” de 1892, que resistiram qua-se 100 anos até ao fatídico incêndio de 1988.

E muitas delas ainda estão bem vi-vas, seja na versão de nome produto - “água das pedras” e “sumol”, ou de classe genérica – gelados da “Santini” ou bombons da “Arcádia”.

Mas criar uma marca não é uma

tarefa fácil nem de percurso linear; isto é, não é sufi ciente percorrer um determinado conjunto de etapas se-quenciais para alcançar uma imagem diferenciadora e recordada da empre-sa ou produto. A conceção de uma marca depende, em grande parte, da sua adequada e contínua adoção por parte dos públicos alvos da entidade: clientes, em primeiro lugar, mas tam-bém todos os restantes stakeholders.

É pois um trabalho árduo que con-grega uma multiplicidade de variáveis e normalmente de longo prazo, o que conjuga muito bem com a fi losofi a das empresas familiares.

Estratégias de reforço de imagem de marca

ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTAConsultor Empresas [email protected]

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares Santiago – Porto www.efconsulting.es

Temas para reflexão:

reconhecem?

para fortalecer e garantir a sua

MARC [email protected]

A Real Companhia Velha (RCV) apresentou as novidades para 2013, num evento que decorreu no hotel Yeatman e que reuniu clientes, dis-tribuidores, restauração e colabora-dores.

Na apresentação dos vinhos, o presidente da empresa, Pedro Silva Reis, destacou o lançamento da nova edição de um vinho que pretende abrir novos caminhos à produção re-gional: um tinto de Verão. Trata-se de um tinto da casta Rufete, datado de 2011, e que “foi lançado à escala comercial para desenvolver um novo estilo de tinto de Verão, leve e fres-co”, disse.

Com um PVP de 7 a 8 euros, este é, segundo Jorge Moreira, enólogo da RCV, “um vinho com uma aborda-gem diferente, com grande expressão aromática”. E constitui “a prova de que o Douro tem imensa diversidade, com muito por explorar incluindo na produção de vinhos mais leves e me-nos alcoólicos”, seguindo as tendên-cias do consumo mundial.

Jorge Moreira frisou que, por trás dessa estratégia, está uma “empresa grande com mentalidade de produtor pequeno, devido ao tratamento indi-vidualizado de cada um dos vinhos e

da vinha”. É este potencial que a RCV pretende continuar a explorar através da Fine Wine Division, equipa cons-tituída internamente e que tem por missão estudar e desenvolver novas potencialidades a nível de castas e vi-nhos, disse Pedro Silva Reis.

Para além daquele vinho, foram apresentados: Carvalhas branco 2011 (PVP 18/20 euros); Cidrô Celebra-tion 2010 (PVP 25 euros), este um lote de Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon; Carvalhas Tinto 2011, elaborado com uvas retiradas de vi-nhas com mais de 100 anos (PVP entre 35 a 40 euros); Grandjó Late Harvest 2011 (13 euros); e o Porto Jubileu, “datado de 1877 e refrescado

com o melhor vinho de cada década do século XX”, explicou Silva Reis. Este exemplar de vinho do Porto raro será comercializado a cerca de 500 euros a unidade.

Entre as jóias da RCV está a Quin-ta das Carvalhas, uma das mais em-blemáticas do Douro. Segundo o responsável de viticultura, Álvaro Martinho, a quinta possui120 hec-tares de vinha e seis quilómetros de margem de rio.

Conta com vinhas com mais de 75 e 95 anos de idade, que merecem tratamento exclusivamente manual e onde chegam a trabalhar 80 pesso-as por ano por hectare, disse aquele responsável. E se, em média, a região conta com uma densidade de planta-ção de 8000 cepas por hectare, nestas vinhas velhas “a densidade baixa para 2000 plantas”, em total mistura de castas. Esta estratégia deve-se à neces-sidade do viticultor, numa altura em que a ciência agronómica não estaria tão desenvolvida, em proceder “à di-visão do risco”.

O grupo de contabilidade português Conceito anunciou a fusão da Conceito Classic com a empresa Your Office, da Your, grupo especializado em serviços de apoio à gestão. Desta fusão resulta a Your Conceito, que espera faturar mais de 1,5 milhões de euros até ao final do ano.

Liderada por Sara do Ó, CEO do grupo Your, a Your Conceito é detida a 50% pelo grupo Conceito e a 50% pelo grupo Your, grupos que faturam sete milhões e 1,5 milhões de euros, respetivamente. O grupo Your man-tém a sua atividade nas áreas de se-guros, recursos humanos, branding, serviços administrativos e TI, ficando as áreas da contabilidade, consultoria fiscal e administrativa de recursos hu-manos a cargo da Your Conceito.

Segundo Sara do Ó, “a Your Con-ceito herda o melhor de cada uma das empresas. Estamos a homoge-neizar os procedimentos e a adoptar as melhores e mais eficientes práti-cas tanto do grupo Your como do grupo Conceito. Os nossos clientes também acreditam nesta fusão e, in-clusivamente, já nos confiaram mais projetos, o que exige a contratação de novos colaboradores.”

Esta fusão está em linha com a estra-tégia de crescimento do grupo Concei-to, grupo que quer liderar o sector da contabilidade e fiscalidade até 2020. Carlos José, fundador daquele grupo, explica que detetaram na empresa do grupo Your, “um crescimento atípico para uma empresa portuguesa de con-tabilidade tão jovem. Acreditamos que esta fusão é mais um passo firme para sermos líderes no setor, até ao final da década.”

“A Conceito sempre foi a nossa re-ferência e é um privilégio poder trazer para o grupo Your os processos e inte-ligência que a Conceito foi cimentan-do, ao longo da sua longa experiência. Foi com uma satisfação desmedida que constatámos que reconheciam

no nosso trabalho um parceiro para o futuro”, acrescenta a CEO do grupo Your.

Com a fusão, que integrou todos os profissionais das empresas que lhe de-ram origem nas instalações do grupo Your, o grupo passa a contar com cer-ca de 50 colaboradores e estima factu-rar 2,5 milhões de euros até ao final do ano, o que representa um cresci-mento de 60% face ao ano de 2012.

Real Companhia Velha lança novos vinhos através da Fine Wine Division

Grupo Conceito e Your “fazem contas” juntos

Real Companhia Velha apresentou novidades para 2013

Da fusão resulta a Your Conceito, que espera faturar 1,5 milhões de euros até ao final do ano

Prémio Aga Khan entregue em LisboaA cerimónia da entrega do Prémio Aga Khan para a arquitetura tem lugar hoje (6 de setembro), em Lisboa. A cerimónia, que encerra o 12º ciclo do prémio, atribuindo prémios num total de um milhão de dólares (750 mil euros), será presidida pelo Presidente da República, Aníbal Ca-vaco Silva, Aga Khan e o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa. Será ainda apresentado um selo comemorativo do prémio, desenvolvido em parceria com os CTT, e será inaugurada uma exposição de peças únicas ilustrando a influência islâmica em Portugal.

Gartner nomeia WeDo Technologies como fornecedorA Gartner anunciou a WeDo Technologies como fornecedor de soluções de garantia de receita e gestão de fraude no setor das telecomunicações. O relatório ‘Market Share: Telecom Operations Management Systems (BSS, OSS and SDP), Worldwide, 2011-2012’ foi atualizado em junho, após o seu lançamento original em março de 2013. Com base nas suas quotas de mercado, o estu-do coloca ainda a empresa no top 50 dos fornecedores de Business Support Systems (BSS), Ope-ration Support Systems (OSS) e Service Delivery Platform (SDP).

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

18 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

PATRÍCIA YERFINO (FISUEL) AFIRMA

“Certificação elétrica portuguesa é das mais eficientes”

A FISUEL sustenta a posição mecanismo de certificação existente em Portugal.

Portugal tem aplicado melhor as normas técnicas da ele-tricidade, de acordo com Patrícia Yerfino, presidente da Federação Internacional para a Segurança dos Utilizadores de Eletricidade (FISUEL), da qual faz parte a portuguesa Certiel, associada fundadora desta instituição internacio-nal. “Em parte graças ao mecanismo de certificação exis-tente no país, é reconhecido pelos países integrantes da FISUEL como um dos mais eficientes”, explica.

Se é certo que “as normas básicas que se aplicam à eletri-cidade para garantir a segurança dos utilizadores de eletrici-dade não podem diferir, e não diferem, de país para país”, segundo Yerfino, “existem diferenças quanto à forma como é assegurada a aplicação dessas normas”, distinguindo novas instalações e instalações existentes. “Quanto às novas insta-lações, existem genericamente, em todos os países, mecanis-mos que garantem que uma instalação não é ligada à rede sem que as suas condições de segurança sejam verificadas, mecanismos que podemos designar por certificação. Os me-canismos de certificação podem diferir de país para país em função da respetiva cultura, mas têm sempre como objetivo garantir a segurança dos utilizadores. Quanto às instalações em exploração, as diferenças são muito acentuadas. Se, por exemplo, em Portugal não existe qualquer obrigatoriedade de verificação periódica, o que permite que instalações com várias dezenas de anos se mantenham ligadas sem que os utilizadores se apercebam dos riscos que correm, já noutros países as inspeções são obrigatórias em determinadas situa-ções (por exemplo, quando existe uma transação) ou com uma determinada periodicidade (por exemplo, de dois em dois anos, na Coreia do Sul)”.

A Presidente da FISUEL faz, no entanto, a ressalva de que “em Portugal tem havido grande preocupação, por parte das entidades oficiais, com a colaboração próxima da Certiel, em divulgar as alterações introduzidas nas nor-mas técnicas, quer pela distribuição de newsletters a todos os técnicos, com explicação dessas alterações, quer por via das ações de formação promovidas pela Certiel.” A comu-nicação mais próxima do consumidor de forma a alertar para todos os perigos de uma instalação elétrica insegura foi um dos temas que juntou em Lisboa representantes das entidades certificadoras, de instaladores, de fabricantes de material elétrico, entre outros, de vários pontos do globo, 16 países no total. Outro tema em foco nesta sessão de troca de experiências foi a luta contra a contrafação de produtos. “Não se identifica, de momento, uma correla-ção entre o número de acidentes e a crise económica. Mas é matéria que não deixa de nos preocupar, sendo a luta contra produtos contrafeitos e não conformes, cuja acres-cida utilização poderá ser impulsionada pela crise, um dos objetivos da FISUEL.”

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013 19

JOSÉ CARLOS CALDEIRA, DIRETOR DO INESC PORTO, AFIRMA

“É necessário divulgar os exemplos de sucesso” nacional

O ex-ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, defendeu ser necessário desenvolver uma agenda de reindustrialização em Portugal, acompanhada de uma diminuição da burocracia, para que a economia do país possa crescer.Em entrevista à “Vida Económica”, à margem da 23.ª edição da International Conference on Flexible Automation and Intelligent Manufacturing (FAIM 2013), José Carlos Caldeira, diretor do Inesc Porto assegura ser “necessária uma aposta forte na disseminação, demonstração e na comunicação à sociedade dos vários exemplos de sucesso que temos em Portugal”. Já do ponto de vista do Governo e do Estado, “é preciso atuar na questão no crédito, apoios à internacionalização, do licenciamento industrial, da simplificação e da desburocratização”, sentencia.

FERNANDA SILVA [email protected]

Vida Económica – Qual o futuro reservado à indústria nacional no contexto de uma economia globalizada?

José Carlos Caldeira – O fu-turo da economia e da indústria nacional depende muito daquilo que a própria indústria fizer. Uma parte está dependente de condi-ções de contexto globais, mas há um espaço grande de capacidade de intervenção e de ação que é da exclusiva responsabilidade dos ‘atores’ nacionais, das empresas,

das instituições e da própria in-dústria.

VE – Nesta perspetiva, quais os desafios a que o programa de reindustrialização anunciado pelo ex-ministro da Economia deve dar resposta?

JCC – Estes desafios são sem-pre muito complexos e necessi-tam de ação em várias vertentes e que demoram o seu tempo. Do ponto de vista do Governo e do Estado, é preciso atuar na ques-tão no crédito, apoios à interna-cionalização, do licenciamento industrial, da simplificação e da desburocratização. Aquelas que nos são mais próximas, como é a Investigação e Desenvolvimento e Inovação (IDI), e o que temos vindo a fazer, sobretudo através do Compete, salientaria a neces-sidade e a vantagem de se facilitar esta colaboração entre universida-des, centros de saber e empresas. Mas é também necessário, uma aposta forte na disseminação, de-monstração e na comunicação à sociedade dos vários exemplos de sucesso que já temos em Portu-gal, fazendo com que outras acre-ditem e tenham também sucesso.

VE – Que tipo de iniciativas devem ser desenvolvidas tendo em vista o relançamento da in-dústria nacional?

JCC – Sem dúvida através da disseminação, demonstração, co-municação e publicitação de ca-sos de sucesso. Se é verdade que temos algumas barreiras, como já referi, também é verdade que a evolução que se verificou nos úl-timos 10 anos é espetacular. No passado, o número de empresas que participava ativamente nos programas de IDI era de algumas centenas, hoje falamos em mi-lhares. Foi, sem dúvida, um salto qualitativo e quantitativo.

VE – Nesse sentido, que ins-trumentos financeiros de apoio ao investimento produtivo de-vem ser previstos no próximo Quadro Comunitário de Apoio 2014-2020?

JCC – O principal instrumen-

to que temos, que é o Compe-te, é um excelente instrumento enquanto conjunto de progra-mas de apoio para a indústria portuguesa. O Compete é um bom exemplo de utilização de fundos estruturais para apoiar o ciclo de inovação. Há dois ou três instrumentos complemen-tares que fazem falta, e que já existiram no passado com exce-lentes resultados. Um deles são as ações de demonstração, ou seja, uma medida que apoie a demonstração e assimilação de novas tecnologias. Por outro lado, seria também importante existir um instrumento de apoio à participação das empresas e das instituições nacionais nos programas europeus. E devia também haver um instrumen-to de apoio e de financiamento de serviços de apoio à indústria para esta entrar nestes processos de inovação.

Agenda para a reindustrializaçãonão deve privilegiar quaisquer setores

VE – Quais os setores onde esta agenda deve incidir comespecial ênfase?

JCC – Não gosto de escolhernem vencedores nem excluídos à partida. Mas o setor do calçadoé um bom exemplo, assim comoa metalomecânica ou mesmo osetor agroalimentar. Devem ser dadas condições aos setores e às empresas para evoluírem e apoiar todas aquelas que demonstrarem capacidade para evoluir sem ne-nhuns preconceitos de setores àpartida. Isto é válido para os seto-res mais maduros e para os seto-res emergentes.

VE – Assim sendo, qual o papelreservado aos setores tradicionais, como o têxtil e o calçado?

JCC – A nossa economia e in-dústria têm uma componenteimportante nos setores ditos ma-duros, como é o caso do têxtil,calçado, agroalimentar, mas que, precisamente por esse facto, têm a vantagem de existir há muitosanos e de serem um campo fértilpara a inovação, modernização e aumento de competitividade. Te-mos vários exemplos de setores eempresas dessas em Portugal quemostram que é possível desenvol-ver estratégias, e planos de ação se-toriais. É possível, ao nível de cada empresa, apostar na moderniza-ção recorrendo a design, inovação tecnológica, num contexto maisisolado ou em consórcios e emcolaboração com outras empresasque conduzam a um aumento decompetitividade e das exportações.

VE – Será possível conciliar esta modernização das indús-trias tradicionais com o reforçodos setores das novas tecnolo-gias?

JCC – Sim, devemos promover também o aparecimento de em-presas noutros setores, valorizan-do e aproveitando a investigação edesenvolvimento de todo o inves-timento que foi feito em Portugalna área da ciência, nomeadamentena área da biotecnologia, nanotec-nologias, novos materiais e outros.Esta aposta deve ser feita em para-lelo, não privilegiando apenas umlado ou outro. Nunca esquecendo que devemos aproximar as empre-sas aos centros de saber, inclusiveuniversidades, para que esse conhe-cimento possa chegar às empresase ajudar no seu desenvolvimento.

É necessária uma aposta forte na disseminação, demonstração e na comunicação à sociedade dos vários exemplos de sucesso que temos em Portugal

O Compete é um bom exemplo de utilização de fundos estruturais para apoiar o ciclo de inovação.

Associação Portuguesa de Famílias Numerosas celebra parceria com Pitéu + EconómicoA Associação que representa as famílias com três ou mais filhos em Portugal celebra uma parceria com a Cofaco, através da marca de atum Pitéu + Eco-nómico. Com esta parceria, 10 famílias numerosas carenciadas têm duas re-feições por mês, durante um ano, garantidas pela marca de atum. Serão dis-tribuídas às famílias um total de quase 500 embalagens de atum.

Rumbo Portugal lança guia para ajudar a superar medo de andar de aviãoA Rumbo Portugal lança um guia com dicas para ajudar os passageiros a enfrentarem o medode viajar de avião: Mais informação, mais segurança; projeção antecipatória da situação; che-gar a horas ao aeroporto; procurar distração, verbalizar instruções positivas, procurar não se sentar em lugares junto à janela, evitar pensamentos negativos; respirar fundo quando hou-ver turbulência; evitar excessos; e procurar estar confortável.

escrevem o que a marca quer transmitir e não aquilo que as pessoas querem ouvir. Ou seja, colocamos em primeiro lugar as motivações da marca e não a motivação das pessoas, da comunidade.” Daí que Gabriel Augusto defenda ser absoluta-mente fundamental adaptar o conteúdo a publicar ao público que segue a página. “E perce-ber que as pessoas, apesar de terem gostado na nossa página, não querem receber incondi-cionalmente mensagens publi-citárias. Temos de encontrar todas as temáticas à volta do que queremos transmitir para ir alimentando o interesse das pessoas”. Um exemplo dado pelo diretor da Flag foi um fármaco para emagrecer. “Há que falar de receitas saudáveis, de fazer exercício, tudo o que coincida com a motivação de perder peso”.

Externalizar a gestãoda rede?

A gestão das redes sociais é um tema por demais comple-xo. Há quem defenda que essa gestão deva ser externalizada a uma empresa especializada, há quem defenda que deva ser dada formação a uma pessoa dentro da empresa por forma a ganhar competências para a sua gestão. Mas… mas a ques-tão é as pequenas e médias em-presas estão descapitalizadas e ceder um colaborador para gerir uma rede social ainda não é considerado primordial, pro-vavelmente demasiadas vezes, pelos administradores. “A pes-soa que ficar responsável pelas redes sociais tem de desenvol-

ver algumas competências. Não podemos apontar para um objetivo muito alto quando a nossa disponibilidade é limita-da. Mas tudo é possível fazer. O importante é estar presente”

Aliás, Gabriel Augusto é da opinião que mesmo as grandes empresas têm de ter muito cui-dado caso optem pela externa-lização da gestão das suas redes sociais. “As agências não têm autonomia para responder a muitas das perguntas. As recla-mações não podem ser as agên-cias a gerir. Da mesma forma que as oportunidades de parce-ria também não podem ser geri-das por uma agência”. E outro aspeto enfatizado pelo diretor: a mesma agência não gere apenas uma página de uma marca, mas múltiplas páginas de várias mar-cas. “Não conseguem vivenciar a cultura da empresa. Uma coisa é externalizar a parte estratégica, alguém que nos ajude a pensar, ou a criar algum passatempo. Agora, a dinamização diária da página e o acompanhamento tem de ser de responsabilidade interna e não de uma terceira empresa”.

Imaginemos um cenário real. Uma pequena e média empresa que quer ter presença no Fa-cebook mas não vai contratar ninguém para esse efeito. E por isso quer recrutar alguém da sua equipa para o fazer. Que características tem de ter um colaborador?

Primeiro, diz Gabriel Au-gusto, tem de ser um bom comunicador. “Isto é comuni-cação pura”. Depois, tem de escrever bem, senão passa uma imagem demasiado amadora. O terceiro e provavelmente o mais importante: uma pessoa com extremo bom senso. “Não pode haver uma precipitação na resposta, não se pode irritar e tem de ter alguma capacida-de analítica. As pessoas esque-cem-se mas há muita métrica por trás, há muito ‘Excel’. Há muito que analisar, muito que otimizar. E, claro, tem de ser uma pessoa que goste de tec-nologia”.

Os grandes errosque as empresas cometem no Facebook

Ninguém passou ao lado da polémica mala Channel da Pepa protagonizada pela Sam-sung. Ou da Sumol, que após um seguidor ter declarado ir deixar de beber Sumol laranja depois de a empresa ter anun-ciado despedimentos, sugeriu que ele bebesse Sumol ana-nás, maracujá… Quais são os grandes erros que as empresas cometem? Ou melhor, quais os erros que nunca devem co-meter? Sobretudo, diz Gabriel Augusto, nunca devem achar que conseguem fazer desapa-recer os problemas. “Não dá para remover e temos de lidar com isso. Estamos basicamen-te a falar da gestão de confli-tos, como se de uma reclama-ção offline de tratasse, mas com o impacto do online… Mas os princípios básicos são os mesmos”.

FLAG DEFENDE QUE TEM DE HAVER INVESTIMENTO ASSOCIADO

Marketing no Facebookresulta mas não é milagroso

Powercoaching aposta no mercado angolano

A Powercoaching – Inspiring Human Performance, empresa fundada por Sérgio Almeida – está, neste momento, a desenvolver vários projetos de formação e de coaching no mercado angolano. “Estamos numa fase muito positiva, com grandes projetos para o futuro junto de entidades governamentais e de empresas privadas de grande dimensão. Representamos ainda para este mercado a ICU – International Coaching University, uma instituição com sede em Londres e que está já representada em 11 países, sendo que Angola tem pela primeira vez a possibilidade de desenvolver uma bolsa de profissionais nesta área do coaching, através do Programa Internacional de Certificação em Coaching Profissional da ICU”, refere o responsável.Sérgio Almeida realça ainda que “ a qualidade que o mercado angolano exige as empresas de formação, sobretudo tratando-se de uma área comportamental como o coaching, temos a consciência que o sucesso em Angola passa pela qualidade dos nossos serviços e da nossa equipa, uma adaptação à cultura e às necessidades dos nossos clientes nesse País.”Sobre os desafios que se colocam as empresas que se pretendem internacionalizar e entrar neste mercado, o diretor geral da Powercoaching não tem dúvidas, “a questão que leva muitas das empresas portuguesas e falhar em Angola tem a ver sobretudo com a falta de preparação para desenvolverem os seus serviços neste mercado. Os clientes angolanos são exigentes e sabem o que querem, longe vai o tempo em que as empresas estrangeiras e só porque eram estrangeiras, chegavam a Angola e venciam! Neste momento a oferta já é considerável, e o sucesso passa pela qualidade, rigor, pela relação criada com os clientes, sempre numa perspetiva de ganhar-ganhar, construindo relações fortes e de confiança. Não se pode querer o sucesso de um dia para o outro.”A Powercoaching está em Angola desde 2011, com algumas parcerias de referência, como é o caso do Instituto Superior Técnico de Angola, com quem irá lançar já em Setembro mais uma ação de “Coaching para Líderes – Como Liderar e Motivar Equipas de Sucesso”, a realizar no Hotel SANA, em Luanda, sendo de realçar que os cursos desta empresa do Norte têm tido como clientes os quadros de topo de grandes companhias e instituições de Angola, entre elas a Sonangol, Comissão de Mercado de Capitais, Serviço Nacional das Alfandegas, Banco Atlântico, GDK, INFRASAT, UCall, entre muitas outras.

A gestão das redes sociais é um tema por demais complexo

Vinhos do Dão em digressão pelas escolas de hotelariaOs vinhos do Dão foram dados a conhecer num evento que decorreu na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto. Este insere-se numa campanha de sensibilização sobre os vinhos do Dão que a Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão está a levar a cabo, junto das escolas de hotelaria e turismo de Portugal. O programa de sensibilização visa chegar junto dos “jo-vens profissionais de hotelaria, através da introdução aos vinhos do Dão”, esclareceu Arlindo Cunha, presidente da CVR do Dão.

Hertz faz parceria com Relais & ChâteauxA rent-a-car Hertz assinou uma parceria com a Relais & Châte-aux, uma associação dos melhores hotéis de luxo e restaurantes do mundo. Através do acordo de três anos, os clientes das duas com-panhias irão beneficiar de ofertas exclusivas e de taxas preferenciais. A parceria nasceu da relação de sucesso entre a Hertz e a Relais & Châteaux em França.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

20 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

Sérgio Almeida

O marketing nas redes sociais, nomeadamente no Facebook, pode ser uma boa estratégia de marketing e comunicação, mas que não se esperem milagres.

Não é fácil, mas também não é nenhum bicho de sete cabeças. A gestão da sua marca ou empresa no Facebook pode muito bem ser feita por um colaborador, desde que este adquira algumas competências. E tenha bom senso. Muito bom senso, disse à “Vida Económica” Gabriel Augusto, diretor da Flag.

SUSANA MARVÃ[email protected]

O marketing nas redes so-ciais, nomeadamente no Fa-cebook, pode ser uma boa estratégia de marketing e co-municação. Mas que não se esperem milagres, disse à “Vida Económica” Gabriel Augus-to, diretor da Flag, empresa de formação em teconologias. “Há investimento associado e as pessoas têm de saber o que estão a fazer”. Investimento materializado em recursos hu-manos disponíveis para a ges-tão da presença da marca na rede mas não só. Também em publicidade. “A ideia que as empresas têm é que a presença na rede é gratuita. Pode ser, mas o resultado vai ser proporcio-nal a esse investimento…”. E depois, outra coisa que basica-mente funciona para o online e para o mundo físico: se o pro-duto for mau não há rede social que o salve. “Isto para além de que não há redes sociais que te-nham resultados imediatos. É preciso dedicar muito tempo, estamos a trabalhar para uma comunidade de pessoas”, eluci-dou Gabriel Augusto.

O diretor explica que umas das questões mais colocadas nas masterclasses que a aca-demia organiza é o porquê de ninguém interagir – através de gostos, partilhas ou comen-tários – quando os conteúdos estão lá. “Basicamente, acha-mos sempre que os nossos con-teúdos são interessantes. Mas depois não são. Uma das prin-cipais razões é que as empresas

A Riberalves, empresa de indústria e transformação de bacalhau, registou em 2013 o seu melhor semestre em 28 anos de atividade, alcançando um volume de negócios na ordem dos 61 milhões de eu-ros, mais 9% do que no mesmo período de 2012. Nos primeiros seis meses do ano a empresa comercializou cerca de 14 500 toneladas de bacalhau. Refira-se que, histo-ricamente, o segundo semestre representa cerca de 60% das vendas totais, uma vez que neste período se registam os picos de consumo típicos no mercado português, nomeadamente em agosto (visitas dos imi-grantes e dos turistas) e em novembro e de-zembro (época do Natal).

Em 2012, a Riberalves vendeu aproxi-madamente 29 500 toneladas de baca-lhau, num volume de negócios de 136,8 milhões de euros. Relativamente a 2011, o crescimento já tinha sido de 7,4 %. “O

bacalhau é um produto com elevados pa-drões de qualidade, com a vantagem deque é o peixe selvagem mais barato que um português pode colocar no seu prato. A forma como investimos e nos adaptámosnos últimos anos permite-nos continuar a crescer de forma sustentada e a manter na nossa marca os elevados padrões de exi-gência exigidos pelos portugueses, respei-tando sempre a cura tradicional do baca-lhau. Continuamos empenhados em ser amarca preferida dos portugueses”, explicao fundador e presidente da Riberalves,João Alves.

Riberalves com o melhor semestre de sempre

LlaoLlao prevê duplicar número de lojasem Portugal até 2014

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013 21

Engenheiros Sem Fronteiras finalistas em concurso internacionalO programa Engenheiros Sem Fronteiras, da Associação para o Desenvolvimento, é o único finalista português no concurso internacional West Africa Forum for Clean Energy Financing, no qual compete para financiamento com o projeto Lojas Sta Claro, para fornecer produtos e serviços de energia solar fotovoltaica na região de Bafatá, na Guiné-Bissau. Os 10 finalistas surgiram de 72 propostas iniciais.

PME Líder Awards distingue Alidatano distrito de LeiriaA Alidata recebeu o prémio PME Líder Awards para o distrito de Leiria. Este é um galardão atribuído pela instituição financeira britânica Barclays, cujo objetivo é premiar as empresas que, por intermédio do banco, alcançaram o estatuto de PME Líder em Portugal. No distrito de Leiria, onde está situada a tecnológica portuguesa, foram distinguidas cerca de 40 Pequenas e Médias Empresas pelo Barclays.

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FERNANDA SILVA [email protected]

Chegou a Portugal há dois anos, pouco depois da primeira visita da “troika”. O timing não foi o melhor, é certo. Todavia, contrariamente ao cenário dominante da economia nacional, a LlaoLlao afirmou--se no mercado e tem registado um “forte crescimento”. A marca conta já com 11 lojas em território nacional e prevê dupli-car este número “até ao final de 2014”.

Em declarações à ‘Vida Económica’, Pedro Sena, sócio-gerente HTFM (re-presentante) da LlaoLlao em Portugal, garante que o balanço destes dois anos de atividade é “muito positivo”, não só pela “resposta dos clientes e interesse do públi-co em geral” como pela própria “adesão de empreendedores que querem investir nas suas próprias lojas franchisadas”.

Na verdade, acrescenta o responsável, “a recetividade dos portugueses foi enor-me, tanto a nível do consumidor final que procurava uma refeição refrescante e mais saudável a um preço mais acessível, como do próprio franchisado que procurava um negócio próprio inovador com mais provas dadas”. Recorde-se que, tanto em Espanha como no resto da Europa, nos EUA ou no Brasil, o conceito de “Fro-zen Yogurt” (iogurte gelado) existe já há alguns anos com enorme sucesso, sendo inúmeras as marcas que exploram este conceito em todo o mundo.

Questionado acerca das dificuldades de desenvolver um projeto voltado para o consumo interno quando este estava já em clara contração, Pedro Sena assegura

que a marca “estava consciente” e salienta que, “de certo modo”, o grupo também viu a atual conjuntura económica “como uma oportunidade”, na medida em que “as pessoas iriam procurar produtos sau-dáveis mais acessíveis, mas sem nunca comprometer a qualidade”.

Por outro lado, esta “também pode ser a solução para pessoas que, por circuns-tâncias do sector onde anteriormente tra-balhavam, veem esta opção como a forma de criar o seu próprio emprego”, sobretu-do porque esta opção “permite, em certa parte, reduzir o risco inerente à criação de um novo negócio, pela possibilidade de investir em negócios já em funcionamen-to, aliando as vantagens que naturalmen-te resultam do trabalho em rede”.

Salientando que a LlaoLlao procura, essencialmente, “pessoas com vontade de crescer em parceria, dedicadas ao negó-cio, com consciência do estado das coi-sas mas com um espírito empreendedor”, Sena sublinha que a marca “conta já com diversos franchisados que terminaram a sua situação de desemprego através da abertura de uma das nossas lojas, contan-do inclusivamente, com apoios por parte de entidades estatais”.

A terminar, o sócio-gerente HTFM admite que a falta de financiamento ban-cário “tem afetado” o negócio. Por esse motivo, a marca tem “tentado minimizar esta contrariedade reduzindo os valores de investimento (sem nunca menospre-zar a qualidade), e fazendo parcerias para obtenção de financiamentos estatais alter-nativos”.

Masters em Gestão de Eventos são uma das grandes novidades do novo calendário de ofertas forma-tivas, composto por oito áreas de qualificação de quadros e gestores.

A entrada no último quadri-mestre do ano é sinónimo de novas oportunidades de qualifi-cação para os diferentes públicos empresariais. Essa é, pelo menos, a proposta da ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários, que acaba de lançar um renova-do plano de ofertas formativas. O marketing, as vendas e a gestão de eventos surgem em destaque num conjunto de ações organizadas pela associação com vista à melho-ria dos processos de gestão, inter-nacionalização, comunicação, li-derança e performance comercial do tecido empresarial português.

“Como lançar novos produtos e serviços?”, “Falar em público”, “Como construir um plano de marketing em tempos de mu-dança constante?”, “Como (re)construir modelos de negócio?”, “Facebook marketing para Em-presas” e “Marketing digital” são alguns dos cursos agendados para os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro. Em desta-que nesta nova agenda está ainda o “Master em gestão inovadora de equipa de vendas” e o programa integrado de “Masters em gestão de eventos”, que constitui uma das grandes novidades do novo calendário.

O primeiro, inserido no progra-ma de Gestão da Força de Vendas promovido pela associação desde fevereiro, inicia a 14 de setembro e termina no dia 27 de novembro. Já o conjunto de Masters em Ges-tão de Eventos inicia em outubro e

termina em maio do próximo ano, incorporando formações avan-çadas em “Marketing de Even-tos”, “Organização de Eventos“ e “Produção de Eventos”. Cada um dos três masters parte do pressu-posto de que o desenvolvimento de competências na Gestão de Eventos é uma prática prioritária para a otimização do mix promo-cional das empresas. A frequência e aproveitamento positivo das três etapas de formação avançada pos-sibilita a obtenção de um diploma de Pós-Graduação em Gestão de Eventos (30 ECTS - European Credit Transfer System) e de um plano de equivalências no Mestra-do de Marketing do ISMAI.

Globalmente, o plano de for-mação lançado pela ANJE para o último quadrimestre de 2013 evidencia oito áreas temáticas, a saber: Gestão de Pessoas e Com-petências Pessoais, Estratégia e

Gestão Empresarial, Empreende-dorismo, Marketing, Mercados e Internacionalização, Empreende-dorismo, Eventos e Comunicação Empresarial, Gestão de Clientes e Vendas e Programas Avançados

A par destes cursos, que vão de encontro àquelas que são as principais carências formativas do mercado, a ANJE disponibili-za também soluções de formação à medida. São programas crite-riosamente gizados e implemen-tados tendo por base as efetivas necessidades de cada empresa, o seu modelo organizacional e as metodologias e suportes mais adequados.

A agenda da Área FOCO – Formação e Competências ANJE pode ser consultada na página www.anje.pt/portal/cursos, estan-do igualmente disponível para contactos adicionais o endereço [email protected]

ANJE lança novo plano de formação empresarial

22 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

Negócios lusos na ColômbiaNa próxima segunda-feira, dia 9, uma comitiva de jovens empresários ruma à Colômbia em busca de novas oportunidades de negócio. A ação de prospeção é organizada pela ANJE e inclui paragens em Bogotá e Me-dellín. No programa de atividades incluem-se contactos institucionais, bem como reuniões com empresas locais e encontros com as principais empresas portuguesas a operar no mercado colombiano.

Networking de vocação global A agenda da “rentrée” empresarial fica marcada pelo habitual Infor-mal Business Drink, que acontece no dia 11, entre as 18h30 e as 21h00, no Clube Inglês, no Porto. A organização do encontro de negócios fica uma vez mais a cargo da ANJE, em parceria com di-versas câmaras de comércio bilaterais (Luso-Britânica, Alemã, Belga--Luxemburguesa, Sueca, Sul-Africana, Portugal-Holanda).

A ANJE - Associação Nacional de Jovens Empresários inaugu-rou ontem, dia 5 de setembro, o Centro de Incubação de Vize-la (Rua Fonseca e Castro, 213), uma iniciativa conjunta com a autarquia local. A inauguração foi precedida da assinatura for-mal do protocolo de colaboração entre a ANJE e a Câmara Muni-cipal de Vizela.

A nova infraestrutura da ANJE inclui gabinetes destinados à instalação individual de empre-sas e ainda uma sala de cowork, beneficiando de um conjunto de sinergias de apoio à iniciativa e ao desenvolvimento empresarial, decorrentes da rede nacional de incubação da associação. O es-paço vem complementar um conjunto de 14 edifícios, dis-tribuídos um pouco por todo o país: Porto (Centro de Incubação do Porto e Incubadora Portu-gal Global), Matosinhos, Maia, Trofa, Póvoa de Varzim, Évora, Aveiro, Barcelos, Oeiras, Faro, Montalegre, Boticas e Ribeira de Pena. Ao todo, são agora perto de 200 os espaços para a insta-

lação de empresas, 12 dos quais destinados a PME industriais. A estes números cumpre somar as inestimáveis possibilidades de in-cubação virtual.

Os centros de incubação da ANJE oferecem muito mais do que condições logísticas ade-quadas à instalação de negócios nascentes promovidos por jo-vens. Networking empresarial e institucional, formação, acom-panhamento técnico, apoio ad-ministrativo, consultoria e apoio à gestão compõem a extensa lista de serviços complementares.

De resto, através da incubação virtual – serviço que estará tam-bém associado ao novo centro de Vizela – a ANJE apoia empresas que, para além de envolverem poucos recursos humanos, de-senvolvem atividades que não exigem, ou não justificam, o in-vestimento em infraestruturas. Nestes casos, os centros de in-cubação servem de base física de negócios, funcionam como sede social e também como ponto de encontro entre empresários, clientes e parceiros.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/ANJE

Formação Pedagógica Inicial de Formadores (b-learning) 9 de setembro Faro

Como elaborar um plano de negócios? 16 de setembro Évora

Business Communication Sessions - “Apresentações Prezi: Impossível é não brilhar”

17 de setembro Lisboa

Como lançar novos produtos e serviços? 18 de setembro Porto

Como conquistar a excelência no atendimento? 19 de setembro Porto

Curso de escrita - “Então queres escrever bem?” 24 de setembro Coimbra

Master em Gestão Inovadora de Equipas de Vendas 28 de setembro Porto

Agentes, Corretores de Seguros e Mediadores de Resseguros (Centro)

30 de setembro Coimbra

Centro de Incubação inauguradoem Vizela

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

SEXTA-FEIRA, 6 SETEMBRO DE 2013 23

Super Bock 0,0% chega este mês à Arábia SauditaOs primeiros contentores com meio milhão de litros de Super Bock Sem Álcool 0,0% che-gam este mês à Arábia Saudita. A cerveja sem álcool Super Bock, com rotulagem em ára-be, será disponibilizada na referência original e nos novos sabores Maçã, Limão e Romã. Asfórmulas foram desenvolvidas especificamente para este mercado, após as conclusões de umestudo efectuado pela Unicer demonstrarem que os consumidores locais apreciam produ-tos mais doces.

Johannes Nikolaus Rückert, economista e líder do grupo Ecovis Comark, comemo-ra 25 anos de vida profissional em Portu-gal. Começou em 1988 como conselhei-ro do Governo Alemão para dar apoio ao Instituto de Investimento Estrangeiro, “na altura havia um contrato de apoio da Ale-manha a Portugal para estimular os investi-mentos. Já tinha colaborado com este Ins-tituto desde a Alemanha juntamente com bancos alemães e associações de setores in-dustriais no sentido de saberem como in-vestir em Portugal, e, finalmente, a direção do Instituto quis que viesse para Lisboa e eu já não quis voltar para a Alemanha”, re-lata Johannes Rückert.

“Comprei uma empresa de consulta-doria no Porto, onde vivi desde então até hoje, e mais tarde comprei também uma empresa em Lisboa. Hoje essa empresa dá pelo nome de Ecovis Comark e trata de contabilidade, assessoria fiscal, consulta-doria e serviços administrativos. Estamos inseridos numa rede de empresas Ecovis e presentes em 60 países no mundo. So-mos uma rede relativamente nova que fará 10 anos em outubro de 2013. Não faze-mos parte dos quatro maiores, mas já es-

tamos na 18ª posição no ranking mundial. Usualmente este tipo de empresas trata de qualquer público, mas nós somos especia-lizados em servir grupos internacionais ou investidores estrangeiros primeiro porque tenho origem estrangeira e depois porque já trabalhei em vários países, como, por exemplo, alguns da América Latina. Todos os nossos negócios da Ecovis Comark me-xem com Portugal, aconselhamos multina-cionais quanto a Portugal porque temos o know-how de Portugal”, frisa o economis-ta.

Atualmente com uma centena de clien-tes, Johannes Rückert, confessa que “sente um pouco a crise no sentido em que há empresas filiadas em Portugal que fecham e há pouca coisa a fazer em Portugal, mas os negócios não decrescem e nesse sentido estamos numa melhor posição”. Há ainda outra mudança que importa, segundo Jo-hannes Rückert: “Quando comecei a mi-nha caraeram todos do ramo da indústria enquanto hoje em dia são todos do sector terciário. Se é verdade que algumas empre-sas saem de Portugal, outras novas entram, sobretudo nas atividades comerciais e nos serviços”

Economista Johannes Rückert comemora 25 anos de carreira

Ceranor abriu ontem na Exponor

A Ceranor abriu ontem (5 de setembro) portas na Exponor, no Porto. O estreita-mento de relações com o mercado galego e a procura de novos mercados são os al-vos estabelecidos para este ano, em que se assinala a 23ª edição da feira de hotelaria, decoração e brinde.

Assim, e para reforçar a sua presen-ça junto dos vizinhos galegos, a organi-zação da Ceranor assinou um protocolo com o ‘Colégio Oficial de Decoradores e Designers de Interior da Galiza’, orienta-do para a divulgação do evento junto dos associados desta instituição, no sentido de que visitem a feira. Angola, Moçam-bique e Marrocos são os países identifica-dos como boas oportunidades de negócio, e nos quais a organização apostou numa forte campanha de divulgação, no sentido de tentar perceber as necessidades destes mercados e adaptar-se à sua oferta e pro-cura.

Este ano com 150 expositores, entre fabricantes, importadores, representan-tes e criadores, a Ceranor volta, segundo a Exponor, “a receber a visita dos princi-pais profissionais do setor, assim como de compradores oriundos de países estran-geiros que procuram naquilo que de bom se faz em Portugal soluções inovadoras e diferenciadoras”.

O setor do calçado manterá a tendência de criação de postos de trabalho nos pró-ximos meses. É o que se conclui do último inquérito de conjuntura da APICCAPS, no qual a maioria das empresas entende que o Estado dos negócios permanece suficiente, tendo melhorado ligeiramente, face ao se-gundo trimestre do ano passado.

As principais variáveis – produção, enco-mendas e preços – apresentaram evoluções positivas no segundo trimestre, ainda que moderadas. “Na atual conjuntura da econo-mia nacional, destaque para os sinais favo-ráveis quanto à criação de emprego”, refere

o inquérito da associação única da fileira do calçado. Acontece que várias empresas estão a investir no interior do país, com a constru-ção de novas unidades produtivas, para fazer face à escassez de mão de obra que se verifica nos principais centros urbanos. Tudo apon-ta para a criação de mais postos de trabalho nos próximos tempos. A produção e as en-comendas têm aumentado, sobretudo devi-do ao crescimento nas exportações. As em-presas que trabalham exclusivamente para o mercado nacional sentem maiores dificul-dades e não preveem aumentar o número de trabalhadores.

110 anos da Harley-Davidson no Hotel Casino ChavesA 6, 7 e 8 de setembro, o Hotel Casino Chaves é palco da celebração ibérica dos 110 anos da Harley-Davidson, a marca lendária do motociclismo mundial que reúne o maior número de aficionados em Portugal e cuja adesão ultrapassa já as duas centenas de inscritos. O programa conta com espetáculos de acesso gratuito na zona exterior do Casino, concurso para eleição das melhores 10 motos, desfile entre a Eurocidade Chaves Verín e competições entre “harlistas”, en-tre outras propostas.

O mercado automóvel português cres-ceu 12,4% no mês de agosto face ao mes-mo mês de 2012, com a comercialização de 7139 viaturas. No acumulado dos oito me-ses do ano, foram vendidos no nosso país 82 952 veículos, o que se traduziu num au-mento de 4,9 % face ao mesmo período do exercício anterior. Por marcas (ligeiros), a Renault continua a liderar o mercado (9767 unidades), seguida pela Volkswagen (8010) e pela Peugeot (7724).

A Associação Automóvel de Portugal (ACAP), responsável pela divulgação da estatística, avisa que os números de cresci-

mento do mercado são enganadores. “Im-porta referir que o mercado atingiu no ano transato (com o qual é feita esta compara-ção) um volume anormalmente baixo, ten-do sido mesmo o pior ano de vendas dos últimos 27. Deste modo, os registos ago-ra obtidos, apesar de apresentarem varia-ções percentuais positivas, continuam a ser historicamente baixos quando comparados com anos anteriores, em termos de volume de mercado. É, ainda, de salientar que esta variação positiva é inferior à dos meses de junho e Julho”, refere a ACAP, em comu-nicado.

Setor do calçado continua a criar emprego

Vendas de automóveis crescem em agosto

«Sou leitora habitual desta coluna e gostaria de saber se, para o ano de 2013, já é possível usufruir de tributação autónoma (IRS) para os rendimentos de imóveis.

A que taxa? E o que é preciso fazer?»

Efetivamente, o Orçamento de Estado para 2013 introduziu alterações relevantes à tributação dos rendimentos prediais em sede de IRS, ou seja, referentes a rendas relativas a prédios rústicos, urbanos ou mistos pagas ou colocadas à disposição dos respetivos titulares.

Isto porque, até agora, os rendimentos prediais eram declarados no anexo F do modelo 3 com as deduções específicas, tais como IMI ou obras, mas tal rendimento era englobado, com os demais rendimentos do agregado familiar, para determinação do escalão e da consequente taxa de IRS a aplicar, o que podia implicar um agravamento considerável da carga fiscal do agregado familiar.

Com a alteração legislativa publicada no último Orçamento de Estado, passou a ser possível, ao titular dos rendimentos prediais, optar pela tributação autónoma de tais rendimentos, à taxa de 28%.

De referir que a mencionada taxa é aplicável depois de deduzir ao rendimento bruto as despesas de manutenção e de conservação que incumbam ao sujeito passivo, que por ele tenham sido suportadas e se encontrem documentalmente provadas, bem como IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) e eventual imposto de selo que incida sobre o valor dos prédios ou parte de prédios cujo rendimento seja objeto de tributação no ano fiscal.

Para poder beneficiar da possibilidade de ver os seus rendimentos prediais tributados autonomamente, a leitora apenas terá que optar, na declaração de IRS que apresentar em 2014, por não os englobar, se, em função da totalidade dos seus rendimentos, concluir que este regime lhe será mais favorável.

De notar que tal faculdade só poderá ser exercida na declaração de IRS que a leitora deverá apresentar em 2014, relativa aos rendimentos auferidos em 2013, pelo que só se repercutirá no imposto a liquidar em 2014.

IMPOSTO SOBRE O REDIMENTO DAS PESSOAS SINGULARES

Tributação autónoma

dos rendimentos prediais

MARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

A Ecovis Comark, tem mais de uma centena de clientes sobretudo do setor terciário.

MARC [email protected]

O setor do vinho do Porto en-frenta uma “crónica incapacida-de de melhorar preços médios” e, “consequentemente, melhorar mar-gens de exploração”. Segundo Cris-tiano Vanzeller, produtor da Quin-ta do Vale de D. Maria e membro dos Douro Boys, os “preços médios têm vindo a degradar-se, a preços constantes, desde há vários anos”.

Isto apesar de, no primeiro semes-tre do ano, o vinho do Porto assistir a um aumento das vendas de 3,5% em volume, de 3,8% em valor e de 0,2% em preço médio, “com os principais mercados a crescer ou es-táveis, até agora”, referiu aquele pro-dutor, socorrendo-se dos números do IVDP. O vinho do Porto repre-senta cerca de metade das exporta-ções nacionais de vinhos.

Já no que se refere aos vinhos DOC Douro, assiste-se “a uma ligeira subida do preço médio de venda do DOC Douro em relação ao de 2011, mas ainda sem atingir os valores de 2010”. Em quanti-dade, “as vendas para o mercado nacional têm perdido ligeiramente peso no total das vendas”, com uma quebra de 5% em relação a 2011 e “o consequente aumento das ex-portações em cerca de 11%, o que dá um aumento da comercialização total de DOC Douro de 0,4%”.

Quinta Vale D. Maria aumenta vendas

No caso da Quinta Vale D. Ma-ria, as vendas de DOC Douro re-gistaram no primeiro semestre de 2012 “um aumento geral de cerca de 15% em volume e um aumen-to do preço médio de 25%”, disse à VE. Porém, “o preço médio de venda dos nossos vinhos DOC Douro é 3,61 vezes superior ao da média do sector”.

O vinho do Porto represen-ta, para aquele produtor, apenas “cerca de 18% do volume e valor, mantendo-se esta percentagem de vendas e valor estável ao longo dos anos, crescendo com o cresci-mento das vendas da empresa”. O

Vinho do Portoincapaz de aumentar preços médios

Amorim desenvolve solução

para vinhos que representam

30% do consumo mundial

MARC [email protected]

A corticeira Amorim, em parce-ria com a multinacional vidraceira norte-americana O-I (Owens-Illi-nois, Inc.), desenvolveram uma solução para vedante de garrafas de vinho que passa por uma rolha de cortiça de rosca.

Segundo Carlos Jesus, diretor de Comunicação e Marketing da Amorim, esta solução “destina-se a um segmento de vinhos tranqui-los de consumo rápido” – até 24 meses em garrafa, que representa “30% do consumo anual de vinho em todo o mundo”. São vinhos que apresentam o preço entre os cinco e dez euros ao consumidor final, resumiu à VE.

Este conceito de ‘packaging’ permite “pela primeira vez” numa solução vidro/rolha de cortiça - uma abertura fácil da garrafa e a posterior reutilização. O novo conceito “combina uma rolha de cortiça ergonomicamente desen-volvida e uma garrafa de vidro com uma rosca interior no garga-lo, dando origem a uma solução de elevada performance técnica”, destaca Carlos Jesus.

Desta forma, Helix “agrega o melhor de dois mundos, sejam os benefícios da cortiça e do vi-dro – qualidade, sustentabilidade e imagem premium –, sejam ago-ra as mais-valias de uma abertura simples e uma fácil reinserção da rolha”, concluiu. Acresce ainda o facto de ser um sistema que “pode ser facilmente implementado nas caves, sendo apenas necessário um pequeno ajuste nas linhas de engarrafamento”. A parceria entre as duas empresas vem ainda nesse sentido, porque combinadas “ser-vem mais de 16 mil caves em todo o mundo”.

O desenvolvimento do Helix teve associado um investimento de cinco milhões de euros e resulta

de um trabalho conjunto de qua-tro anos entre a corticeira Amorim e a O-I. “Ainda que seja prematuro avançar com preços da solução fi-nal, Helix foi desenvolvido com o objetivo de ser uma solução que, por um lado, acrescente valor aos produtores de vinho e, por outro lado, seja fácil de implementar nas caves e sem grande investimento e, por fim, resulte numa solução muito competitiva para o merca-do”, disse Carlos Jesus.

Nesta fase de lançamento, serão prioritários os mercados de Fran-ça, Itália, Espanha e Portugal. São mercados com “um forte relevo no segmento popular premium mas que investem na qualidade e imagem como fatores de diferen-ciação”, acrescentou o responsável da Amorim.

Carlos Jesus sublinha que esta inovação não foi desenhada “para concorrer contra outros produ-tos”, como por exemplo vedantes de plástico ou ‘screwcaps’. Foi an-tes criado “para ser mais uma op-ção no nosso já vasto portfólio de soluções para a indústria vinícola”.

Aquele responsável vinca que a Amorim é detentora de um por-tefólio de rolhas “que abrange todos os segmentos de mercado em qualquer parte do mundo”, mas, até ao lançamento do Helix, “não contemplava uma solução de conveniência, de funcionalidade” para “este tipo de vinhos, que nos permitisse abrir uma garrafa sem recurso a saca-rolhas”.

Ao mesmo tempo, responde “a esta solicitação do consumidor, que – um pouco por todo o mun-do – prefere as rolhas de cortiça” que mantém certas valências como “qualidade, valor premium reco-nhecido, sustentabilidade – uma rolha de cortiça retém cerca de 112 gr de CO2 - e performance técnica que os vedantes artificiais não conseguem oferecer”, disse.

“Vida Económica” forma em planeamento estratégicoO grupo “Vida Económica” fez, ontem, dia 5 de setembro, uma formação em planeamento estratégico. No workshop, gestores, empresários e empreendedores aprenderam a criar um sistema de planeamento estratégico. Análise das capacidades e competências internas da sua empresa, desenho de programas operacionais e a definição orçamental foram outras das temá-ticas abordadas pelo formador João M. S. Carvalho, professor no Instituto Superior da Maia, e Investigador da Unidade de Investigação em Ciências Empresariais e Sustentabilidade.

Harvard premeia Metro do Porto O projeto do Metro do Porto foi distinguido com o Veronica Rudge Green Prize, um dos mais relevantes prémios internacionais de design e que é atribuído pela Universidade de Harvard, dos Estados Unidos. Este galardão premeia o design urbano, sendo atribuído à Metro do Por-to e ao arquiteto Eduardo Souto Moura. “Para o Metro do Porto, a atribuição deste prémio da Faculdade de Design da Universidade de Harvard representa uma honra e um importante reconhecimento internacional”, refere uma nota de imprensa.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

24 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

preço médio de venda “dos nossos vinhos do Porto é, ainda assim, 2,04 vezes superior ao da média do sector”, afiança.

As expectativas daquele produ-tor para o resto do ano não trazem “qualquer necessidade de reorientar a estratégia que presidiu, desde o início, à ação da nossa empresa”, disse Cristiano Vanzeller. “Antes continuamos a reforçar a nossa presença num leque cada vez mais variado de mercados em todo o mundo”, explicou. O objetivo é posicionar os vinhos “numa faixa de mercado de prestígio, orientan-do todos os esforços promocio-nais e comerciais para o reforço de uma imagem de qualidade de nível mundial”.

Já a campanha de 2012 apre-senta-se, no que à Quinta Vale D. Maria diz respeito, “de uma exce-lente qualidade, com uvas comple-tamente sãs e a produzir vinhos de uma extraordinária intensidade de cor e aromas”. A quantidade, até agora “em que estamos a 1/3 do total dos hectares que temos, é in-ferior à do ano passado, que foi um ano normal com bons volumes”.

A produção experimenta uma quebra “entre 20% e 30% menos, conforme a idade das vinhas”. Já os preços das uvas, uma vez que “só compramos a três lavradores com quem temos relações muito antigas e muito estáveis”, “não têm sofrido alterações significativas”. Porém, em relação à região, continuam a praticar-se “preços baixos nas uvas de consumo e há uma quebra”, que considera “totalmente tola e inexplicável”, nos preços pagos pe-

las uvas de benefício, destinadas à produção de vinho do Porto.

Cristiano Vanzeller falou com a VE à margem de uma prova verti-cal que reuniu, no hotel Aquapura Douro, todos os vinhos produzidos por este produtor desde que adqui-riu a Quinta do Vale de D. Maria em 1997. Entre estes estavam os vinhos que ostentam a marca da quinta produtora, mas também os vinhos CV e os Porto vintage.

Douro Boys premiados pela CE

Entretanto, os ‘Douro Boys’ foram premiados pela Comissão Europeia, no âmbito da iniciativa Prémios Europeus de Promoção Emresarial 2012, que visam dis-tinguir as melhores práticas na promoção do empreendedorismo na Europa.

Os resultados do projeto, inicia-do em 2002, consubstanciam-se no crescimento de vendas e expor-tações, no reconhecimento e boa receção pelos mercados e no efeito “arrastamento” do próprio setor do Douro, bem como no impacto na economia local.

Destaca-se o aumento da área de vinha de 240 para 526 hecta-res (119%). Nos últimos 10 anos, as vendas totais registaram um aumento de 6,7 milhões de euros para 17 milhões de euros (157%) e as exportações de 4,7 para 11 mi-lhões de euros (134%). Recorde-se que os Douro Boys reúnem, para além da Quinta do Vale D. Maria, os produtores Niepoort, Quinta do Crasto, Quinta do Valado e Quinta de Vale Meão.

Quebra verificada nos preços pagos pelas uvas de benefício, destinadas à produção de vinho do Porto, é vista por Cristiano Vanzeller como “totalmente tola e inexplicável”.

Campanha de 2012 com quebrasde 20 a 30%

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

Região Norte recebe novos investimentos no valor de 34 milhões de eurosForam aprovadas na passada semana mais um lote de candidaturas no âmbito da “Bolsa de Mérito da Execução Municipal”, viabilizando um investimento de 34 milhões de euros paraa região do Norte, com uma comparticipação de cerca de 28,5 milhões de euros pelo FundoEuropeu de Desenvolvimento Regional. Do montante aprovado, mais de 30 milhões de euros dizem respeito à construção ou requalificação de 24 centros escolares.

FERNANDA SILVA [email protected]

Anunciados em fevereiro de 2012, os fundos Revitalizar fo-ram lançados oficialmente pelo Ministério da Economia. São cerca de 220 milhões de euros que agora estão finalmente dis-poniveis para as pequenas e mé-dias empresas, nomeadamente para aquelas com atividade nos sectores da indústria, energia, comércio, transportes, turismo, serviços e construção civil.

Na cerimónia de apresenta-ção, o ministro da Economia afirmou que “é determinante dar um contributo no sentido de revitalizar o tecido econó-mico” nacional, acrescentando que “estão finalmente reunidas as condições do ponto de vista

financeiro para apoiar as empre-sas que necessitem de ser capita-lizadas”.

À margem da cerimónia, e questionado sobre os motivos que levaram à demora no lan-çamento deste mecanismo, o se-cretário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade referiu que o processo “demorou o tempo que demorou”. Sérgio Gonçalves justificou que “foi ne-cessário cumprir todos os proce-dimentos de uma forma clara” e destacou os sete bancos envolvi-dos no processo e a necessidade de lançamento de um concurso público para escolha das entida-des gestoras.

Integrada um programa mais alargado que incluiu o arranque do Processo Especial de Revita-

lização, uma alternativa à insol-vência na viabilização judicial de empresas, a medida foi uma inicialmente apresentada por António Almeida Henriques, ex-secretário de Estado da Eco-nomia que, relembre-se, saiu do Governo no início de 2013 para concorrer à autarquia de Viseu.

As diferentes componentes do programa, que abrangeu ainda a reformulação do Código da In-solvência e da Recuperação de Empresas e a revisão do estatuto dos administradores judiciais, que acompanham estes proces-sos, foram sendo lançadas ao longo de 2012 e do primeiro se-mestre deste ano, mas os prome-tidos fundos não tinham ainda isto a luz do dia.

Fundos Revitalizar finalmente lançados após 18 meses

QREN

Comércio Investe

Possuo uma loja de pronto a vestir no concelho de Oliveira de Azeméis já com bastantes anos e necessitava de modernizá-la. A empresa tem apresentado prejuízos e tem uma pequena dívida à Segurança Social. Posso candidatar-me ao novo Programa Comércio Investe?

RESPOSTA Normalmente os programas de incentivos contêm condições de elegibilidade dos promotores e dos projetos, que devem ser cumpridas aquando da apresentação da candidatura. Por vezes há exceções, como é caso do enquadramento das dívidas ao Estado, no âmbito deste programa Comércio Investe. Assim, o tratamento a dar a essas dívidas remete para o Enquadramento Nacional dos Sistemas de Incentivos ao Investimento nas Empresas, onde o cumprimento dessa condição de acesso pode ser reportada até à data da contratualização da concessão do incentivo. Isto significa que pode candidatar-se com a dívida à Segurança Social, mas deve regularizar a situação antes da assinatura do contrato de concessão de incentivos. Quanto à outra questão, o regulamento da Medida Comércio Investe exige que o promotor possua, até à data da candidatura uma situação económico-financeira equilibrada, verificada pelo cumprimento do rácio económico-financeiro da autonomia financeira não inferior a 0,15, calculada através da seguinte fórmula:AF = CPe/AeEm que:CPe = Capitais próprios da empresa, incluindo os suprimentos, desde que estes venham a ser incorporados em capital próprio até à data da celebração do contrato de concessão de incentivos.Ae = Ativo da empresa.Para o cálculo dos indicadores referidos será utilizado o balanço referente ao final do exercício anterior ao da data da candidatura.No caso de insuficiência de

capital próprio, o promotor poderá demonstrar até ao momento da assinatura do contrato de concessão de incentivos a realização dos aumentos de capital social ou prestações suplementares, que permitam suprir o capital em falta e cumprir o rácio de autonomia financeira mínimo de 15%.Aproveitamos para referir que uma das condições de elegibilidade do projeto é a demonstração de que se encontram asseguradas as fontes de financiamento do projeto, incluindo, pelo menos, 20% do montante do investimento elegível em capitais próprios.A fórmula a utilizar no cálculo do financiamento mínimo de 20% de capitais próprios é:NCP = CPp/IpEm que:CPp = Novos capitais próprios para financiamento do projeto, incluindo aumentos de capital, prestações suplementares e suprimentos de sócios, desde que estes venham a ser incorporados em capital próprio até ao encerramento do projeto. Podem ser considerados para este efeito os capitais próprios que ultrapassem 20% do ativo total líquido do ano anterior à candidatura.Ip = Montante do investimento elegível do projeto.A demonstração da realização dos aumentos de capital social, prestações suplementares e suprimentos, que sejam necessários para o cumprimento do rácio definido acima, face ao investimento elegível executado, deverá ser efetuada até à avaliação final do projeto.

SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013 25

FERNANDA SILVA [email protected]

A quem se destinam os fundos?

A todas as empresas, mas, so-bretudo, as PME em dificuldades de desenvolvimento; empresários que estejam a planear uma suces-são ou retirada; com ativos pouco rentáveis; que queiram aumentar a sua competitividade através de uma estratégia de crescimento ou investidores interessados em ad-quirir uma empresa já existente.

Os fundos estão organizados numa base regional (que corres-ponde às NUTS II): Norte; Cen-tro e Lisboa, Alentejo e Algarve e os setores preferenciais a serem apoiados são a indústria, energia, comércio, transportes e logística, turismo, serviços e construção civil.

Para que servem?Este programa pretende revita-

lizar o tecido empresarial nacio-nal e impedir longos períodos de degradação financeira de empre-sas. A ideia é promover a capita-

lização de empresas com planos e projetos de expansão e cresci-mento, cuja situação financeira se apresente equilibrada e susten-tável, mas com necessidades de reforço de capital. Servem ainda para reforçar o fundo de maneio das empresas, num contexto de revitalização ou reorientação es-tratégica e ainda para ajudar ao desenvolvimento de novos mer-cados ou apoio às exportações, ao lançamento de novos produtos ou serviços, mas também para ajudar a optimizar modelos de gestão.

Que verbas estão disponíveis?

A dotação global do programa é de 220 milhões de euros, distri-buídos por três fundos distintos. A zona Norte ficou para a Explo-rer Investments que vai gerir um fundo de 80 milhões; o centro para a Oxy Capital, com uma dotação também de 80 milhões. E a zona Sul ficou para a Capi-tal Criativo, com um fundo de 60 milhões. O montante é asse-

gurado em 50% pelos fundos do Quadro de Referência Estratégi-co Nacional (QREN) e 50% por sete instituições bancárias (CGD, BPI, BES, BCP, Banif, Montepio Geral e Caixa de Crédito Agríco-la).

Quais os requisitos na aplicação do capital?

Até 70% da liquidez de cada fundo deve ser aplicada no capi-tal social das empresas, todavia, os fundos nunca poderão ser apli-cados na aquisição de créditos. Nesse caso, o atribuição do apoio só será possível se as empresas fo-rem financiadas por um fundo, após um processo de reestrutu-ração que envolva um Programa Especial de Revitalização (PER) ou Sistema de Recuperação de Empresas por Via Extrajudicial (SIREVE) que permita à em-presa sair da situação em que se encontra. Da mesma forma, se existirem dívidas ao Fisco ou à Segurança Social, estas têm obri-gatoriamente de estar num pro-cesso de regularização.

Saiba como vão funcionar os fundos Revitalizar

Projeto financiado pela UE coloca robôsa inspecionar reservatórios petroquímicos

A Comissão Europeia, junta-mente com um consórcio de dez empresas europeias dirigido pela Shell, lançou o projeto PETRO-BOT, que irá desenvolver robôs capazes de substituírem seres hu-manos nas inspeções de reserva-tórios sob pressão e tanques de armazenagem amplamente utili-zados nos setores do petróleo e do gás e na indústria petroquí-mica.

Até agora, para garantir a se-gurança dos inspetores, era ne-cessário fechar as instalações de

petróleo, gás e petroquímicas durante as operações de inspe-ção. Este procedimento longo e oneroso poderá em breve ser re-duzido graças à tecnologia robó-tica, reduzindo assim a exposiçãodo pessoal a situações potencial-mente perigosas, poupando tem-po e recursos e, simultaneamen-te, abrindo novos mercados para a indústria da robótica europeiae permitindo a criação de novos postos de trabalho no setor do fabrico e da manutenção de ro-bôs.

O novo Regime Fiscal Específico das So-ciedades Desportivas foi aprovado e entrou em vigor. A Lei nº 56/2013, de 13 de agos-to, pretende sobretudo ajustar o regime fis-cal das sociedades desportivas ao seu novo regime jurídico. Em destaque estão aspetos como os gastos e as amortizações fiscais, o reinvestimento de valores de realização, as isenções e a responsabilidade, como se pode constatar na análise realizada pelos fiscalistas da RFF.

A lei introduz um elenco de gastos es-pecíficos que até agora não tinha previsão legal. “São considerados como gastos do exercício a totalidade das quantias atribuí-das ao clube fundador que goze de estatuto de utilidade pública e que sejam por este investidas em instalações ou em formação desportivas e 20% dos montantes pagos a título de exploração dos direitos de ima-gem dos agentes desportivos, isto é, joga-dores e treinadores contratados pela socie-dade desportiva, sem prejuízo do disposto no Código do IRC quanto à indispensabi-lidade dos mesmos”, refere o gabinete de advogados. São também aceites fiscalmen-te como gastos as amortizações dos ativos intangíveis referentes aos direitos de con-tratação dos jogadores profissionais, desde que inscritos em competições desportivas de caráter profissional, ao serviço da socie-dade desportiva ou de outras sociedades desportivas, nos casos em que haja cedên-cia temporária do jogador.

Por sua vez, “o valor do direito de contra-tação fiscalmente amortizável corresponde ao custo de aquisição ou, quando este não exista, aos custos de formação do atleta, desde que certificados por revisor oficial de contas, o qual não pode integrar os órgãos sociais e estatutários do clube ou da socie-dade desportiva, nem com eles se encontre em situação de relações especiais”. O valor amortizável do direito de contratação abar-ca as quantias pagas pela sociedade despor-tiva às entidades que detêm direitos sobre

os jogadores, bem como contrapartida da transferência, bem como as quantias pagas aos próprios jogadores pela celebração ou renovação do contrato. Incluem-se ainda os montantes pagos pela referida sociedade a agentes ou mandatários, no âmbito de transferências de jogadores.

A RFF chama a atenção para o facto de se excluírem, para este efeito, os valores pagos – ou por qualquer forma atribuídos – a entidades não residentes no nosso país e submetidas a regime fiscal claramente

mais favorável, designadamente quando o respetivo país ou território de residência conste da lista de paraísos fiscais.

Diploma inclui isenções de IMT e emolumentos

Quanto ao reinvestimento dos valores de realização, não se incluem alterações subs-tanciais. O valor de realização correspon-dente à totalidade dos elementos dos ativos intangíveis correspondentes aos direitos de contratação dos jogadores profissionais terá de ser reinvestido em contratações ou na aquisição de bens do ativo tangível afe-tos a fins desportivos. Destaque ainda para o facto de o reinvestimento dever ocorrer até ao final do terceiro exercício seguinte ao da realização.

Do novo diploma constam determina-das isenções, relativas ao IMT, ao Imposto do Selo e a emolumentos. “As sociedades desportivas que se reorganizarem de acor-do com o estabelecido no seu novo regi-me jurídico podem beneficiar da isenção de IMT, no que respeita à transmissão de bens imóveis necessários à sua reorganiza-ção.” Mas a concessão desta isenção terá de ser aprovada pelas autoridades municipais e depende do reconhecimento do interesse autárquico da referida reorganização. Estas operações de reorganização das sociedades desportivas podem beneficiar de isenção de Imposto do Selo, de emolumentos e de outros encargos que se considerem devidos pela prática de todos os atos inseridos no processo de reorganização.

Importa ainda referir que a sociedade desportiva é solidariamente responsável, a par do clube fundador, por quaisquer dívidas fiscais e à Segurança Social, relati-vas ao período anterior à data da operação de reorganização. “A responsabilidade em causa tem como limite o valor dos ativos que tenham sido transferidos pelo clube fundador a favor da sociedade.”

NOVA LEGISLAÇÃO JÁ ESTÁ EM VIGOR

Sociedades desportivas obrigadas a adequarem fiscalidade ao novo regime jurídico

SETEMBRO

Até ao dia 10

- Entrega da Declaração Mensal de Remunerações pelas entidades devedoras de rendimentos do tra-balho dependente sujeitos a IRS, bem como os que se encontrem excluídos de tributação, para comunicação daqueles rendimentos e respetivas retenções de imposto, das deduções efetuadas relativamente a contribuições obrigatórias para re-gimes de proteção social e subsistemas legais de saúde e a quotizações sindicais, relativas ao mês anterior.

- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório via In-ternet da declaração periódica relativa às opera-ções realizadas no mês de Julho. Conjuntamente com a declaração periódica deve ser enviado o Anexo Recapitulativo, referente às transmissões intracomunitárias isentas, efetuadas nesse mês.

Até ao dia 15

- Entrega da Declaração Modelo 11 – pelos notá-rios e outros funcionários ou entidades que desem-penhem funções notariais, bem como as entidades ou profissionais com competência para autenticar documentos particulares que titulem atos ou con-tratos sujeitos a registo predial, das relações dos atos praticados no mês anterior, suscetíveis de pro-duzir rendimentos.

- Entrega pelos Notários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou profissionais com com-petência para autenticar documentos particulares de relação dos atos ou contratos sujeitos a registo predial, dos da relação dos atos ou contratos sujei-tos a IMT, ou dele isento, de cópia das procurações irrevogáveis e respetivos substabelecimentos e de cópia das escrituras ou documentos particulares autenticados de divisões de coisa comum e de par-tilhas de que façam parte bens imóveis.Até ao dia 20

- 2º pagamento por conta do IRS de titulares de rendimentos da categoria B. - Entrega das importâncias retidas, no mês ante-rior, para efeitos de IRS.

- Entrega das importâncias retidas, no mês ante-rior, para efeitos de IRC.

- Declaração recapitulativa – Entrega pelos sujei-tos passivos do regime normal mensal que tenham efetuado transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços noutros Estados-mem-bros, no mês anterior, e para os sujeitos passivos do regime normal trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens a incluir na declaração tenha no trimestre em curso excedi-do o montante de J 100.000.

- Entrega do imposto retido no mês anterior

Foi publicado, no Diário da República do passado dia 16 de Agosto, o Aviso 88/2013 que torna pú-blico terem sido cumpridas as formalidades inter-nas de aprovação da Convenção entre a República Portuguesa e o Japão para Evitar a Dupla Tributa-ção e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Im-postos sobre o Rendimento, assinada em Lisboa, em 19 de dezembro de 2011.Esta Convenção, aprovada pela Resolução da As-sembleia da República n.º 50/2012, de 24 de fe-vereiro de 2012, e ratificada pelo Decreto do Presi-dente da República n.º 81/2012, de 17 de abril de 2012, ambos publicados no Diário da República, de 17 de abril de 2012, entrou em vigor, nos termos do seu artigo 28.º, n.º 1, a 28 de julho de 2013.

AGENDA FISCAL

PRÁTICA FISCAL

RESPOSTA DO ASSESSOR FISCAL:1. A fatura é o documento que suporta a operação, ou seja, que titula a operação. Não dá quitação do pagamento do montante recebido. 2. Determina o artigo 787.º do Código Civil que quem cumpre a obrigação tem o direito de

exigir quitação daquele a quem a prestação é feita, podendo mesmo recusar a prestação (o pagamento) enquanto a quitação não for dada, assim como pode exigir a quitação depois do cumprimento. 3. Significa isto que o dever de dar quitação daquilo que se recebe é obrigatório, quando aquele que paga exige o respectivo recibo de quitação. 4. Nesse mesmo sentido, dispõe o artigo 476.º do Código

Comercial, ao afirmar que “o vendedor não pode recusar ao comprador a fatura das coisas vendidas e entregues, com o recibo do preço ou parte do preço que houver reembolsado”. Em conclusão: o fornecedor não pode recusar ao cliente o recibo da importância que lhe foi paga pela aquisição da mercadoria, se este o exigir, seja qual for o momento em que a prestação é feita.

FATURAS – DOCUMENTOS DE QUITAÇÃO

FISCALIDADE

26 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

O Parlamento Europeu apresentou uma resolução sobre o Relatório Anual sobre Fiscalidade. A Comissão Europeia é instada a identificar as áreas em que seja possível introduzir melhorias na legislação e na cooperação administrativa, de modo a reduzir a fraude fiscal. Exorta ainda à disponibilização de mais recursos orçamentais e humanos para o desenvolvimento das polí-ticas relativas à dupla não tributação, à evasão e à fraude fiscais.

Desde a abolição das fronteiras fiscais, em 1993, que se intensificaram em larga escala as relações comerciais entre os vários estados-membros.Para se concretizarem estas relações comerciais, entre várias empresas de estados-membros diferentes, é necessário efetuar determinados procedimentos no que concerne à troca de informações específicas entre os estados-membros, com o principal objetivo de garantir maior fiabilidade e qualidade das informações disponíveis no Sistema de Intercâmbio de Informações sobre o IVA – Validação n.º IVA (VIES).O Regulamento (UE) n.º 904/2010, do Conselho, de 7 de outubro, veio determinar as regras no que respeita à armazenagem e troca de informações específicas.O presente artigo tem como objetivo clarificar os procedimentos a ter no registo do VIES.O VIES é um meio eletrónico de transmissão de informações relativas ao registo do IVA (que corresponde à validade dos números de IVA) das empresas registadas na União Europeia.O Sistema VIES tem como principal objetivo confirmar a qualidade do sujeito passivo noutro estado-membro por parte do adquirente (e também do fornecedor) para se poder aplicar a tributação no estado-membro de destino, nas seguintes situações:- No caso das transmissões/aquisições intracomunitárias;- No caso da aplicação da regra geral da localização das prestações de serviços – (alínea a) do n.º 6 do artigo 6.º do CIVA).A regra geral da tributação das aquisições intracomunitárias/prestações de serviços far-se-á no país de destino dos bens/serviços, quando o adquirente e o vendedor/prestador sejam sujeitos passivos de IVA registados em Estados Membros diferentes.A falta de registo válido no VIES do adquirente implica a tributação da operação no estado-membro de origem.Neste sentido, qualquer sujeito passivo de IVA que pretenda realizar algumas das operações abrangidas pelas regras descritas tem toda a vantagem em ter o cadastro atualizado e registo válido no VIES.Por outro lado, os sujeitos passivos que estejam abrangidos por alguma das isenções incompletas (operações que não conferem o direito à dedução) previstas no CIVA, quando efetuam aquisições intracomunitárias de bens e o seu valor global, líquido do IVA, tenham excedido no ano civil anterior ou no ano civil em curso o montante

superior a 10 mil euros ou, tratando-se de uma única aquisição, exceda esse montante, deverão constar do Sistema VIES.A inscrição do número de identificação fiscal (NIF) no VIES poderá ser efetuada na declaração de início de atividade ou em declaração de alterações, de acordo com os normativos exigidos no Código do IVA (CIVA).No caso da entrega de uma declaração de alterações, a produção de efeitos no VIES é sempre na data da entrega da respetiva declaração, de forma a que não haja efeitos retroativos nos elementos relativos ao NIF do sujeito passivo no respetivo registo no VIES. (Instruções divulgadas pela Autoridade Tributaria e a Aduaneira portuguesa (AT) através do OFCD 30148/2013, de 25/07).Quando o sujeito passivo procede à cessação da sua atividade para efeitos de IVA, automaticamente o NIF inscrito no Sistema VIES deixa de ser válido neste Sistema.

Instruções da Autoridade Tributária

Nas situações de falsidade dos elementos declarados, ou na existência de fundados indícios de fraude nas operações intracomunitárias, ou quando não tenham sido apresentadas declarações periódicas de IVA e declarações recapitulativas, a AT poderá alterar oficiosamente os elementos relativos à atividade do sujeito passivo. Esta possibilidade dada à AT é, sem dúvida, uma medida antiabuso e combate à fraude e evasão fiscal.Todos os dados recolhidos pela AT, seja pela declaração de inscrição, declaração de alteração, cessação oficiosa ou por iniciativa do sujeito passivo, são fornecidos em tempo real. Ou seja, cada vez que é apresentado um pedido, é enviada uma mensagem ao estado-membro que atribuiu o número de identificação IVA, inquirindo se o número indicado é válido.Quando um número não for válido, podem existir variadíssimas razões para essa situação. Recomenda-se sempre verificar junto do cliente se o número que indicou é correto (número de carateres correto). Se o número indicado continuar a não ser válido, mesmo após verificação, deve-se solicitar ao cliente o contacto com a respetiva administração fiscal.A AT portuguesa, através do OFCD 30148/2013, de 25/07, divulgou instruções sobre a inscrição no Sistema VIES alertando para os sujeitos passivos

que deram início de atividade antes de 01-01-2013, que não reúnam as condições para constarem no referido Sistema, procederem da seguinte forma:- Os sujeitos passivos que não assinalarem a intenção de efetuar operações intracomunitárias e, efetivamente, nunca as realizaram, deixam de ter o seu NIF válido no VIES;- Os sujeitos passivos que não assinalaram a intenção de efetuar operações intracomunitárias, mas que efetuaram, ao menos, uma operação dessa natureza, e pretendam manter o seu NIF válido no VIES, devem apresentar uma declaração de alterações nos termos do CIVA, de forma a regularizar a sua situação cadastral;- Os sujeitos passivos que assinalaram a intenção de efetuar operações intracomunitárias, mas não realizaram quaisquer operações desta natureza desde 01-01-2012, devem também, caso não subsista a intenção de permanecer no VIES, apresentar uma declaração de alterações nos termos do CIVA. Contudo, neste caso a AT pode proceder ao cancelamento oficioso do NIF no VIES, conforme já referido anteriormente.Em qualquer caso, as alterações da situação cadastral decorrentes do saneamento do atual registo VIES têm efeitos no momento da sua concretização e devem ocorrer, o mais tardar, até 31 de dezembro de 2013.Apesar desta atualização que a AT está a efetuar no Sistema VIES, importa alertar que a declaração de início de atividade e a declaração de alterações em papel, atualmente em vigor, apenas contemplam a atualização do cadastro do sistema VIES para as transmissões/aquisições intracomunitárias, (quadro 09 das respetivas declarações).Assim, se os sujeitos passivos adquirirem ou prestarem serviços intracomunitários, no âmbito da regra geral da alínea a) do n.º 6 do artigo 6.º do CIVA, e queiram entregar uma declaração de início de atividade ou de alterações em formato papel num serviço de finanças, terão que dar essa informação no respetivo quadro 40 – observações.Se a declaração de início ou de alterações for enviada via eletrónica, os sujeitos passivos devem indicar no separador “Oper./Op.IVA/Reemb” no quadro – “Prestação/Aquisição de Serviços Intracomunitários – IVA” que efetuam ou adquirem prestações de serviços intracomunitários. Deste modo, será conveniente os sujeitos passivos entregarem as respetivas declarações pelo sítio do Portal das Finanças.

Sistema de Intercâmbiode Informações sobre o IVA

FELÍCIA TEIXEIRACONSULTORA DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS

Limitação à dedutibilidade dos gastos de financiamentoO Governo pretende clarificar o regime de limitação à dedutibilidade de gastos de financiamento, em sede de IRC e introduzido pela Lei do Orça-mento do Estado, pelo que publicou a Circular nº 7/2013, de 19 de agosto. Entre outros aspetos, o documento pretende esclarecer conceitos como “gas-tos de financiamento líquidos” e explicar o modo de determinação do “re-sultado antes de depreciações, gastos de financiamento líquidos e impostos”.

FISCALIDADE

SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013 27

CONSULTÓRIO TÉCNICO

IVA liquidadode créditos incobráveis é recuperável

Como preceder na recuperação do IVA liquidado relativo a créditos considerados incobráveis? No caso concreto, o valor dos créditos é de aproximadamente 750 mil euros, com IVA, e diz respeito apenas a um cliente para o qual existe já uma certidão de insolvência de pessoa coletiva.

O IVA liquidado de créditos incobráveis é recuperável, de acordo com o Código daquele imposto. No caso de os créditos terem sido considerados incobráveis, em processo de execução, em processo de insolvência, em processo especial de revitalização ou nos termos do acordo do Sistema de Recuperação de Empresas por Via Extrajudicial (SIREVE), poderá o IVA respeitante a esses créditos ser deduzido.A possibilidade de regularização do IVA a favor da empresa que tenha sido anteriormente liquidado, relativamente a créditos que não foram pagos pelos clientes, está prevista no artigo 78.º do Código do IVA (CIVA).Efetivamente, refere o n.º 7 do referido artigo que, no caso de os créditos terem sido considerados incobráveis, em processo de execução, em processo de insolvência, em processo especial de revitalização ou nos termos do acordo do Sistema de Recuperação de Empresas por Via Extrajudicial (SIREVE), poderá o IVA respeitante a esses créditos ser deduzido.O n.º 7 refere-se a créditos respeitantes a qualquer tipo de clientes, qualquer tipo de sujeito passivo de IVA, isentos ou com direito à dedução, ou mesmo pessoas particulares e para qualquer montante de dívidas.No caso de os créditos serem considerados incobráveis em processo de insolvência, apenas após a sentença desse processo ter transitado em julgado, quando a mesma for decretada de caráter limitado ou após a homologação da deliberação da assembleia de credores, nos termos do CIRE, poderá deduzir o IVA respeitante a esses créditos. Nestes casos, deverá obter-se junto do tribunal documento do trânsito em julgado da sentença de insolvência de caráter limitado, incluindo os créditos reclamados; ou em alternativa documento comprovativo da certificação da homologação da ata de deliberação da assembleia de credores que tenha determinado a incobrabilidade dos créditos reclamados, quando a insolvência tenha sido decretada de caráter pleno.Se a regularização de IVA, nas situações previstas no n.º 7 do artigo 78.º for efetuada após 1 de janeiro de 2013, para créditos vencidos anteriormente a essa data, deverá ser obtida uma certificação de um ROC como se encontram verificados os requisitos legais para a dedução do IVA nos termos referidos acima, conforme previsto no n.º 9 do mesmo artigo (redação da Lei de Orçamento do Estado para 2013).Haverá ainda que efetuar uma comunicação ao adquirente do bem ou serviço que seja um sujeito passivo do imposto, da anulação total ou parcial do IVA, para efeitos de retificação da dedução inicialmente efetuada, conforme o n.º 11 do artigo 78.º do CIVA.Estes documentos referidos acima deverão ser incluídos no dossiê fiscal previsto nos artigos 121.º do Código do IRC e 129.º do Código do IRS.Para os créditos que se vençam a partir de 1 de janeiro de 2013, a entidade deverá aplicar os procedimentos previstos nos artigos 78.º-A a 78.º-D do CIVA, aditados pela referida Lei do OE de 2013.

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS

Alterada estrutura do ficheiro SAF-T(PT)Foi publicada a portaria que introduz uma alteração à estrutura do fi-cheiro SAF-T(PT), a qual tem efeitos a partir do próximo dia 1 de ou-tubro. Trata-se da Portaria nº 274/2013, de 21 de agosto, cuja alteração pretende adaptar a estrutura daquele ficheiro ao regime de contabilidade de caixa em matéria de IVA. Destaque para a introdução da tabela 4.4 – documentos de recibos emitidos – na estrutura do referido ficheiro.

DORA TRONCÃ[email protected]

“Uma direção de designers e estilistas viaja pelo mundo à procura das melho-res tendências para escolhermos os mais nobres tecidos dos melhores fabricantes para que os fatos sejam ‘impeccable’”, assim descreve à “Vida Económica” um porta-voz Sacoor Brothers a forma como é pensada a confeção dos fatos da marca. Sacoor Brothers é uma chancela que se movimenta na confeção têxtil há mais de 23 anos e cujos proprietários defendem

uma postura ‘low profi le’ no que se refere ao aparecerem em público. A marca tem origem portuguesa, está presente nos mer-cados nacional e internacional com um posicionamento premium. Existem uma série de pormenores que procuram apro-ximar a confeção dos fatos daquilo que é o feito por medida da alfaiataria. Sacoor pro-duz os fatos em Portugal, Itália e na Ásia, com tecidos italianos 100% lã, lã e seda e lã e mohair (tecido semelhante à seda, feito a partir do pêlo da cabra Angorá). Sa-coor Brothers utiliza lãs confecionadas por marcas italianas como Cerruti (lãs prove-

nientes de Biella, uma zona de Itália famo-sa por esta matéria-prima), Zegna e Loro Piana. Sacoor Brothers disponibiliza fatos “Half Canvas”, feitos com “crina” no peito e lapela do blazer. Nestes fatos, a entretela não é usada, o que faz com que se tornem mais confortáveis e assentem melhor. Os tamanhos disponíveis vão do 46 ao 62, em modelos Regular Fit (corte padrão) e Slim Fit (corte cintado). Alguns modelos assina-lados pela letra “L” de “Longo” têm mais 3 cm no comprimento do casaco e mais 2 cm no comprimento da manga. Os preços variam entre 300 euros e 1500 euros.

REGRESSAR AO ESCRITÓRIO COM IMAGEM RENOVADA

Sacoor Brothers viajam pelo mundo à procura de tendências

ARISTOCRAZY em setembro na AvenidaAristocrazy, marca do Grupo Suarez, chega a Portugal e pretende para já instalar-se em setembro deste ano na Avenida da Liberdade, em Lisboa, abrindo depois espaços no Chiado e num Centro Comercial. Aristocrazy caracteriza-se por ostentar todo o saber da alta joalharia da família Suarez (um dos nomes emblemáticos em termos de joalharia e relojoaria em Espanha que está prestes a completar 70 anos de existência), preços mais acessíveis pelo facto das peças serem manufaturadas em prata e pedras semipreciosas, as-sim como pelo design arrojado. Aristocrazy é um sucesso absoluto na Avenida Serrano, avenida chique de Madrid, morada que quando inaugurou teve mais de 1.000 pessoas a visitar a loja pelo conceito completamente aberto ao público que desinibe a entrada .

28 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

LUXO & NÚMEROS

Os saldos do empresário

Ainda é inevitável a utilização do fato para o homem de negócios. Quer queiramos quer não, o empresário representa uma organização e ao vestir um fato cria uma imagem de distinção da própria empresa. Em “Despedimento, Estagnação ou Promoção”, de Luis Castañeda, editado pelo Vida Económica, o autor acentua a importância de não se vestir em contracorrente ao estilo da organização porque existe uma cultura na empresa que abarca inclusive a forma de vestir. Esta é uma boa altura para investir num fato porque são muitas as marcas que promovem descontos na ordem dos 40%-50%. O clima português e a existência de estações menos vincadas aliados a uma escolha neutra em termos de cor e de corte podem resultar numa compra inteligente. Aproveite para comprar marcas de qualidade como, por exemplo, Ermenegildo Zegna. Em Zegna.com, pode adquirir um fato Z-Zegna, em azul-escuro, com 40% de desconto por J664 euros, sendo esta uma marca italiana de qualidade irrepreensível. Em fashionclinic.pt pode reservar vários fatos interessantes de marcas internacionais como Givenchy (fato 100% lã por J494); Sand (fato de dois botões por J300) e Gucci (J791), todas com descontos na ordem de 50%. Tanto Fashion Clinic como Zegna têm espaços na Avenida da Liberdade em Lisboa.

Casas cuja informação não está disponível online, mas que são moradas de referência na alfaiataria masculina além de representantes de nomes nacionais e internacionais da moda, são: a Loja das Meias (atenção à excelente marca portuguesa Criações do Homem) e a Rosa & Teixeira (saldos de 31 de agosto a 9 de setembro e nova coleção 11 de setembro).

Todas as quatro referências acima efetuadas proporcionam o melhor dos aconselhamentos a quem as visita. Deixamos ainda outro nome português de relevo na alfaiataria, a Dielmar. Visite dielmar.pt para as moradas das lojas.

É de referir, contudo, que se multiplicaram nos últimos tempos as ofertas de aconselhamento de moda online. Por exemplo, El Corte Inglés criou o “ModaBlog” com acesso a um “personal shopper” que responde às suas dúvidas. Se for de viagem, o airportshopping.eu tem a stylist Izzy ao dispor ([email protected]). Fica uma proposta fashion e low cost: um fato na ordem dos J70 em hm.com/pt. Neste sítio da sueca H&M, pode simular a combinação de várias peças, bastando clicar na rubrica “Dressing Room”.

DORA TRONCÃOEDITORA LUXO & NÚMEROS*

Pormenores de um fato Sacoor Brothers

Bolsos para moedas incorporados nos blazers e nas calças

Forros personalizados com o símbolo da marca Sacoor em jacquard.

Forro em viscose para melhorar o conforto.

Interior do cós com fi ta de silicone para maior conforto.

Botões em escada (5 botões para os fatos Violet Label e 4 para os restantes).

Bainha das calças por fazer para ajustar à medida e ter opção de modelo com virola.

Mangas com forros riscados; alinhavo manual nos ombros, mangas, bolsos e rachas para manter a forma e alinhavo cor Violeta nos fatos Slim Fit para fácil identifi cação.

DORA TRONCÃ[email protected]

Fashion Clinic é um nome incontornável da Avenida do Luxo, a Avenida da Liberdade em Lisboa, assim como da moda internacional em Portugal. Em 2006 autonomizou a moda para homem numa loja unicamente dedicada ao público masculino, que começou por se localizar no espaço do Tivoli Forum, loja 2, na Avenida da Liberdade e, em Agosto de 2011, passou para o nº 192 A, da Avenida da Liber-dade, em Lisboa. Uma aposta justificada por Filipa Coelho, diretora de marketing e co-municação da marca, por uma “crescente procura por parte deste segmento, o que se con-firma no sucesso do negócio. A

coleção masculina representa cerca de um terço das vendas Fashion Clinic e a feminina 2/3. Em senhora, os acessórios, sapatos e malas, assumem um peso cada vez maior; os homens continuam a apostar no RTW (Ready-To-Wear, pronto-a-ves-tir), e ultimamente nos perfu-mes que estão a crescer acima da média”. O perfil dos clientes abarca ambos os géneros e tem como caraterísticas comuns se-rem “cosmopolitas, sofisticados e exigentes no atendimento e na qualidade”. São maioritaria-mente portugueses, no entan-to, Filipa Coelho fala de “uma presença natural e significativa de estrangeiros das mais diver-sas nacionalidades em Lisboa, na maioria brasileiros, chineses,

angolanos, russos e japoneses”. Fashion Clinic representa mais de 80 marcas de roupa, aces-sórios (sapatos e malas), joias, livros, perfumes, cosmetica e cd’s. “A nível global, o RTW continua a ser a categoria mais importante em termos de ven-das”.

Os 51 colaboradores distri-buídos pelas lojas e escritório recebem formação básica em técnicas de vendas, havendo módulos distintos numa segun-da fase de formação de produto para os segmentos feminino e masculino.

A compra das peças para as lojas é feita pelas buyers (Isa-bel Costa, para senhora, e Xana Guerra, para homem), de acor-do com as principais tendên-

cias da estação, bem como pela constatação das necessidades dos clientes por parte dos ge-rentes das lojas. Uma comissão decide e acompanha as compras de cada estação. “Uma boa ges-tão de compras é determinante no sucesso do negócio e é da combinação de diversos compo-nentes e da partilha de diferen-tes opiniões que resulta a me-lhor decisão de escolha.” Filipa Coelho revela que não existe um número limite de marcas a representar pela Fashion Clinic, no entanto, confessa “com mui-to orgulho que cada vez mais somos procurados por marcas de elevado prestígio que preten-dem ter representação no mer-cado português, direcionadas para o nosso cliente e, na gran-de maioria, com exclusividade.

Embora privilegiemos mais aqualidade do que a quantidadedas marcas que oferecemos aonosso cliente, tentamos mantersempre uma boa representaçãodas marcas com que trabalha-mos, procurando um equilíbrioe complementaridade entreelas. A Fashion Clinic vendesobretudo relação, atendimentopersonalizado e exclusividade.É com base nestas premissasque constituem o ADN da mar-ca, que, aliadas ao conceito úni-co de Concept Store que temosno mercado nacional e a umaestratégia de comunicação queprivilegia a componente emo-cional desta relação, que senti-mos que fazemos a diferença”,frisa a diretora de marketing ecomunicação Fashion Clinic,Filipa Coelho.

MODA MASCULINA REPRESENTA 1/3 DE VENDAS

Fashion Clinic cada vez mais procurada para representar marcas de prestígio

SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013 29

Calgaro, marca de joalharia italiana, está de volta a Portu-gal. Fundada em 2000, fruto da ideia revolucionária de Giu-seppe Calgaro e Monica Fin que consiste na união entre os mundos da joalharia e do têxtil para criar joias que são de alguma forma esculturas que se usam. A prata feita fio de te-cido após um processo técnico moroso utilizado pela NASA é assim que se obtêm as bobinas de cores surpreendentes,

suaves e confortáveis, que dão lugar às joias de cores vivas evariadas. Calgaro detém cerca de 150 patentes, a fábrica (em Vincenza, Itália) emprega 70 pessoas e o ateliê 18 pessoas. A diretora criativa, Monica Fin, define Calgaro da seguinte forma: “italiana, inovadora e de prata” e diz orgulhosa “que a marca existe há mais de 10 anos e parece agradar a todos”. As coleções devem chegar duas vezes por ano.

Filipa Coelho, diretora de marketing e comunicação da marca Fashion Clinic fala de um perfil de cliente de origem maioritariamente portuguesa, mas tam-bém brasileira, angolana, chinesa e russa.

Concept Store Fashion Clinic, situada na Avenida da Liberdade em Lisboa, é dedicada exclusivamente ao público masculino e representa 1/3 da faturação da marca.

Calgaro em Portugal – prata das cores do arco-íris

TURISMO

O tecido hoteleiro nacional re-gistou em 2012 uma tendência de crescimento, com um alargamen-to da oferta hoteleira em perto de 200 empreendimentos turísticos face ao ano anterior. A oferta engloba agora um total de 1704 empreendimentos turísticos, que representam cerca de 129 mil unidades de alojamento. Esta é uma das principais notas do Atlas da Hotelaria 2013, estudo reali-zado anualmente pela Deloitte, recentemente divulgado.

O aumento terá ficado a dever--se ao prolongamento do efeito de reconversão da oferta turística nacional, decorrente do novo regi-me jurídico dos empreendimentos turísticos, conclui a consultora. A tendência de crescimento deve prosseguir, estimando-se o surgi-mento de 30 novos empreendi-mentos turísticos em 2013. Lisboa lidera o ranking com 13 novos

empreendimentos, seguindo-se a região Centro (sete), o Norte (cin-co), o Algarve (quatro), o Alentejo (três) e a Madeira (dois).

Este aumento de oferta está a preocupar os responsáveis e ope-radores nacionais, uma vez que é já claro o excesso de capacidade instalada no país, sendo que as ta-xas médias de ocupação anuais da hotelaria portuguesa não excedem os 50%. Assim, a pressão sobre os preços será tendencialmente maior.

Por regiões, o RevPAR (Receita por Quarto Disponível) médio de 2012 de Lisboa é de 40,5 J, segui-da da Madeira (30,6 J), Algarve

(27,4 J), Norte (20,6 J), Açores (20,5 J), Alentejo (17,8 J) e Cen-tro (14,9 J).

Quanto à tipologia, continuam a ser os hotéis a dominar em Por-tugal, com uma fatia de 70%, re-gistando um crescimento de 3 p.p. face ao Atlas da Hotelaria 2012.

Em termos absolutos, as restantes tipologias registaram aumentos no número de empreendimen-tos (apartamento turístico, hotel apartamento, hotel rural e aldea-mento turístico), com exceção das pousadas, que passaram de 42 em 2011 para 35 em 2012.

Predominam os empreendi-mentos turísticos com categoria de três e quatro estrelas (72% do total), com respetivamente 38% e 35%, seguidos dos duas estrelas (16%).

O mercado hoteleiro portu-guês continua a caracterizar-se pela forte segmentação, por opo-sição à consolidação, com 61% dos empreendimentos turísticos e 40% das unidades de alojamento a pertencerem a empresários inde-pendentes, um aumento de 4 p.p., em ambos os casos, face ao ano anterior.

Quanto à distribuição por NUTS II, o Algarve continua a liderar a oferta hoteleira com 25% dos empreendimentos turísticos, seguido do Norte e Centro (am-bos com 21%) e de Lisboa (14%). O Alentejo mantém os 8% de fatia do mercado, seguido da Ma-deira com 7% e Açores com 4%.

Douro Verde quer gerar novo destino turístico na região Norte

Oferta hoteleira prossegue tendência de expansão

A criação de um novo destino turístico no Norte, em torno das potencialidades turísticas oferecidas pelos municípios do chamado Baixo Tâmega, está no centro do projeto Douro Verde, que quer tornar-se uma marca reconhecida. MARC [email protected]

Entre o rio Douro, gastronomia e vinhos, mas também cultura, património ou histó-ria, a marca Douro Verde pretende afirmar-se como novo destino nacional. Liderado pela Dolmen – Cooperativa de Formação, Edu-cação e Desenvolvimento do Baixo Tâmega, o projeto reúne os municípios de Amarante, Baião, Marco Canaveses, Cinfães, Penafiel e Resende, numa marca associada ao trajeto do rio que abrange a demarcação dos vinhos verdes, a jusante do Douro vinhateiro.

De acordo com Telmo Pinto, coordena-dor geral daquela entidade, o rio Douro apresenta-se como um “recurso reconhecido internacionalmente mas pouco explorado na nossa região”. Ou seja, o Douro obtém maior reconhecimento “no Porto e centro histórico e no Douro Vinhateiro. Os barcos passam na nossa região mas não atracam”, lamenta.

Desta forma, o projeto pretende valorizar a “oferta existente de hotéis e turismo rural, mas também restauração e cultura”. No fun-do, frisa, permitir “a quem passeia de barco possa conhecer a nossa região”, disse à VE.

Turismo de nicho

Foi assim que a Dolmen, enquanto en-

tidade local gestora do Subprograma 3 do ProDeR para o território Douro Verde, com o apoio do Turismo de Portugal, organizou um cruzeiro no Douro, no âmbito do proje-to interterritorial 7 Maravilhas da Gastrono-mia Portuguesa.

Este cruzeiro teve como objetivo pro-mover a gastronomia e os vinhos da região dos Vinhos Verdes, tirando partido da navegabilidade do rio Douro. Assim, foi possível sensibilizar diversos operadores turísticos, hoteleiros e restauradores para a necessidade de integração da oferta em torno da marca Douro Verde, que inclui ainda património e cultura. “Quisemos dar a conhecer a possíveis promotores que existe um nicho de mercado por explorar, que existe um barco que possa buscar tu-ristas ao Porto, levá-los à Régua, mas que aposta no Douro Verde”, disse Telmo Pin-to.

O percurso fluvial, que liga a barragem do Carrapatelo à Régua, carece ainda, escla-

receu o mesmo responsável, de “enquadra-mento financeiro num projeto âncora, para que um operador fluvial possa trabalhar este percurso e criar riqueza para o território e criar emprego”.

Ao mesmo tempo, Telmo Pinto sustenta que “não podemos ter uma oferta de mas-sas”. Assim, este projeto arrancaria em torno de “um barco com uma lotação entre 100 a 150 pessoas e dois autocarros para partir à descoberta da região”.

Justamente, diversos operadores e es-pecialistas contactados pela VE referem que o grande desafio deste projeto resi-de na capacidade de a rota fluvial poder funcionar em conjunto com os diversos operadores, no sentido de contrariar aquela que tem vindo a ser a grande pe-cha do turismo fluvial no Douro – per-mitir que os turistas desembarquem nos diversos pontos ao longo do rio e pos-sam visitar, conhecer (e gastar) nos seus espaços.

Diversidade de oferta

Entre os pontos de interesse, Telmo Pinto destacou o centro histórico de Ama-rante, o Museu Souza-Cardoso, a serra da Aboboreira, a rota do românico, a cidade romana de Tongóbriga, conventos, casas senhoriais, a linha de caminho-de-ferro”, ou seja, “potenciar toda esta oferta em rede e, no final, gerar muitos postos de trabalho”.

Quanto ao público-alvo do destino, o responsável da Dolmen frisou que a re-gião deve “trabalhar com todos os pú-blicos”, sendo que “o Grande Porto é o nosso alvo principal, com dois milhões de pessoas”.

Porém, e para lá do “mercado nacional”, Telmo Pinto não esquece que o Porto é atu-almente “espaço de atração turística interna-cional”, sobretudo com o advento da aviação ‘low-cost’, pelo que acredita existir “poten-cial para criar pequenas rotas de dois a três dias” para estrangeiros.

No referido evento, que teve início no cais da Pala, em Baião, e terminou no cais de Porto Antigo, em Cinfães, foi possível apreciar diversos produtos da gastronomia local, como a doçaria conventual, o fumei-ro tradicional, vinhos verdes, para além de diversos pratos da gastronomia tradicional, entre os quais o anho assado com arroz de forno, o arroz abado, o leitão de porco bísaro e a posta arouquesa.

A bordo, estiveram ainda especialistas na área do turismo e gastronomia e represen-tantes de diversas associações e instituições do setor, desde a Turismo do Porto e Norte, Turismo de Portugal, CCDRN, confrarias gastronómicas e báquicas e outras institui-ções de relevo da região norte, como univer-sidades.

O Grande Porto é o principal alvo deste novo destino, que não esquece a afluência de turistas estrangeiros à Invicta.

Portugal contarácom 30 novos projetos hoteleiros em 2013

Procura turística internacional supera expetativasAs chegadas de turistas internacionais cresceram 5% durante a pri-meira metade de 2013, chegando aos 500 milhões, segundo da-dos da OMT. Este aumento superou as expetativas da organiza-ção (entre 3 a 4%) e supera a tendência de previsão a longo prazo (3,8% ao ano). O crescimento representa mais 25 milhões de tu-ristas e foi mais significativo nas economias emergentes (+6%).

30 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

Portugal é o sexto destino de cruzeiro dos passageiros europeus, sendo que, em 2012, a indústria dos cruzeiros gerou 207 milhões de euros em impactos diretos para a economia nacional, num crescimento em valor de 12 milhões face ao ano anterior.

Os dados, divulgados pela CLIA Europe – Cruise Lines International Association, apontam que Portugal é apenas ultrapas-sado por Itália, Espanha, Grécia, Noruega e França.

O estudo, que analisa os contributos do segmento nas economias europeias, con-clui que, por cada milhão de euros gasto na indústria de cruzeiros, são gerados 2,45 milhões de euros de volume de negócio. A análise revela também que cada passageiro em trânsito gasta no destino cerca de 62 euros por escala.

Esta edição do estudo faz o balanço dos últimos cinco anos (2007-2012), período sujeito a análise pela CLIA Europe, con-cluindo que o número de passageiros eu-ropeus cresceu 55% – de 4,05 milhões, em 2007, para 6,26 milhões, em 2012 –, o embarque nos portos europeus cresceu 33% neste período e o impacto total da in-

dústria cresceu de 29 mil milhões em 2007 para 36,9 mil milhões em 2012, o que tra-duz um aumento de 31%.

Em detalhe, o estudo refere que Lisboa ocupa o primeiro lugar no ranking dos portos do Norte da Europa no que toca a passageiros em trânsito. Na generalidade, os cruzeiristas que escalam a capital gas-tam, em média, cerca de 118 euros duran-te a estadia na cidade, que tem a duração de nove horas.

As previsões de escalas e de turistas de cruzeiros para os Portos de Lisboa, Açores, Leixões e Portimão, em 2013, estimam que Lisboa deverá receber mais de meio milhão de passageiros e 364 escalas, enquanto em Leixões deverão desembarcar cerca de 65 mil passageiros em 67 escalas.

Segundo dados divulgados pelas admi-nistrações dos referidos portos, os Açores serão os segundos da lista, com 110, escalas e 107 mil passageiros, e em Portimão atra-carão 55 escalas e 35 mil cruzeiristas. Rela-tivamente ao porto do Funchal prevê-se que o número de escalas ultrapasse novamente as três centenas e o número de turistas de cruzeiros ultrapasse o meio milhão.

EM 2013, PORTUGAL DEVE RECEBER MAIS DE 1,271 MILHÕES DE PASSAGEIROS

Portugal é o sexto destino europeu de cruzeiros

Congresso da hotelariaem outubro no Algarve

TURISMO

Em média, cada passageiro em trânsito gasta no destino cerca de 62 euros por escala.

“Networking – explorar o mundo em rede” será o tema principal do vigésimo quinto Congresso Nacional de Hotelaria e Turismo, organizado pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que decorre entre 20 e 22 de outubro, no Algarve.

Organizado em três debates e painéis com oradores internacionais e nacionais, o encontro irá debater os temas mais atu-ais que, direta ou indiretamente, estejam relacionados com a atividade hoteleira. São vários os assuntos em discussão du-rante estes dias, entre os quais, “Como promover Portugal em rede”, “Como tra-balhar em rede no desenvolvimento do destino”, “Rumo aos 100% de ocupação: como trabalhar as redes sociais para ter

o hotel sempre cheio” e “Networking: a rede somos nós”.

O painel das redes sociais conta com a participação de um consultor internacional especializado nesta área, Conrado Adolpho e, no painel da sustentabilidade está confir-mada a presença de Ross Harding, especia-lista em projetos de impacto zero.

A grande novidade deste ano é a figura do anfitrião que, no final de cada dia, terá a missão de fazer o apanhado dos temas tra-tados e das diferentes abordagens apresenta-das. A comissão organizadora é constituída por Cristina Siza Vieira, Rodrigo Machaz, Miguel Simões de Almeida, Miguel Júdice e também pelo hoteleiro algarvio João Soares (Hotel D. José, em Quarteira).

SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013 31

TECNOLOGIAS

32 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

SUSANA MARVÃ[email protected]

A Insizium, empresa portuguesa especiali-zada em realidade virtual, tem vindo a con-quistar cada vez mais mercado internacional. A ideia ganhou forma em 2004, no concur-so de ideias da ADI – Agência de Inovação, promovido no âmbito do programa Norti-nov, mas foi só em 2008, depois de “muitas reuniões e algumas desilusões, mas de muita insistência” que o projeto avançou, disse à “Vida Económica” João Vieira, fundador e chairman. A experiência de João Vieira na área da consultoria e gestão de imagem, em-bora a sua formação seja em design e arqui-tetura de interiores, não é estranha à criação do objeto da empresa. Nas múltiplas ativida-des desempenhadas, “deparei-me frequente-

mente com o problema de compreensão das ideias por parte de quem as executava e por parte dos clientes. Não era, nem é atualmen-te, fácil imaginar uma obra para além dos desenhos ou projetos convencionais”. Com o desenvolvimento das tecnologias de infor-mação e comunicação e, sobretudo, das tec-nologias de realidade virtual, a ideia só podia ganhar forma, assume o fundador.

Entretanto, o apoio da norte-americana EON Reality e a entrada desta no capital social da empresa, com 33%, tornou-se num ponto de viragem determinante para a formalização da Insizium, SA. Em termos práticos, a empresa começou a laboração em fevereiro de 2012.

Depois de algumas possibilidades estuda-das, que incluíam a localização da empresa

em Abrantes, Matosinhos, Porto, Braga, Lisboa, por exemplo, a escolha recaiu no Centro de Congressos do Europarque, loca-lizado em Santa Maria da Feira, uma opção potenciada pelo facto de a AEP-Associação Empresarial de Portugal ter sido uma das entidades fundadoras, e que continua uma entidade parceira. Ao facto não é alheia a existência do Centro de Ciência “Visiona-rium”, que passou a albergar um showroom de última geração. Este equipamento dota a empresa de amplas competências, o que lhe permite, depois de desenvolver os conteúdos nas instalações do Europarque, experimen-tá-los no seu showroom.

Esta sede constitui, portanto, um “2 em 1”, o IDC –Interactive Digital Center, ins-talado no Europarque, para a produção, e o EDC – Experience and Discovery Center, instalado no Visionarium, para showroom.

O EDC – Experience and Discovery Cen-ter ocupa uma área com 790 m2 e repre-senta um investimento de nove milhões de euros em equipamento de Realidade Virtu-al. “Aqui instalamos a maior sala imersiva do mundo que nos ‘transporta’ para experiên-cias interativas incríveis. Por seu lado, o IDC – Interactive Digital Center ocupa uma área de 1105 m2 e representa um investimento de um milhão de euros. Aloja um conjunto de estações de trabalho de última geração e uma equipa de competências multidiscipli-nares”.

Só no arranque da empresa foram inves-tidos, até agora, nove milhões de euros, mas o plano de investimentos inicial prevê um total de 10 milhões de euros, devendo estar concluído até ao fi nal do ano.

A empresa conta atualmente com 29 co-laboradores diretos e 14 indiretos, entre técnicos em design gráfi co e de produto, ilustração, modelação e animação 3D, pro-gramação, estereoscopia, e demais especia-listas nas competências de investigação e desenvolvimento de tecnologias de comu-nicação.

Projetos chegam aos 10 milhões

Entre uma “dezena de projetos” que a em-presa tem em mãos, os destinados a clientes diretos Insizium podem chegar ainda este ano aos 10 milhões de euros, garante a em-presa. “Para os clientes indiretos trazidos por parceiros, destacam-se os desenvolvidos para a EON Reality. Além de acionista, a multi-nacional americana potencia a realização de serviços em parceria e a canalização de clien-tes para a Insizium, sobretudo os de âmbito internacional. Na verdade, trata-se de um parceiro que vale mais pelos seus contactos e pelas suas relações do que pelo ‘apport’ do seu dinheiro à empresa”.

Com a EON estão contratualizados cerca de 1,5 milhões de euros para este ano e cerca de 35 milhões de euros para os próximos 10 anos.

A concretizarem-se os projetos em cartei-ra, o volume de negócios da empresa deverá disparar este ano substancialmente, depois de, em seis meses de 2012, ano de início, a faturação ter sido de cerca de 650 mil euros.

A presença da Insizium é global, estando já presente nos continentes africano, america-no, asiático e europeu, sobretudo pela lógica da proximidade e das dinâmicas do merca-do. Atualmente, os projetos repartem-se pelos EUA (30%), Médio Oriente (15%), Europa (15%) e África (40%). Em África, Angola é, por agora, o maior cliente, mas há mais países em perspetiva, como a Nigéria, Quénia, São Tomé, Moçambique e a Guiné Conacri. “Estamos envolvidos na constru-ção de uma refi naria virtual, para o Qatar, na promoção da Expo 2017 e tecnologia do Pavilhão do Cazaquistão que será construído na Rússia, mas também no fornecimento de simuladores de treino para Angola e Índia”.

A empresa não tem presença física nestes países porque até à data não foi necessário, confessam. “Os nossos serviços não reque-rem presença, só em casos pontuais que im-pliquem o fornecimento de equipamentos e estruturas, e só na perspetiva de montagem e instalação e/ou eventual aconselhamento na adaptação de infraestruturas preexistentes aos equipamentos a fornecer. Por exemplo, a instalação de um oceanário virtual, a constru-ção de um equipamento destinado à proteção civil, que incorpore tecnologia de realidade virtual na área da formação e treino, etc”.

Aliás, a empresa confessa ser na área da formação de recursos humanos que se regis-ta um grande interesse por parte das empre-sas que intervêm em setores que implicam maiores exigências em termos de prevenção, manutenção e formação, isto porque estas tecnologias possibilitam o treino de procedi-mentos adaptados aos ritmos individuais de aprendizagem, não envolvem riscos de segu-rança e minimizam grandemente os custos.

“Essencialmente, a Insizium fornece si-muladores e confi guradores com integração de realidade virtual imersiva com aplicação nas mais diversas áreas como ambientes in-dustriais, forças de segurança e proteção ci-vil, mas com destaque para os que atuam em ambientes perigosos, onde as necessidades de formação e treino com ambientes de risco são determinantes para a segurança pessoal e coletiva”.

Tecnologia portuguesa de realidade virtual conquista mercado internacional

A Insizium recebeu uma delegação nigeriana.

Mainroad inova nos seus data centersA Mainroad, empresa de outsourcing de tecnologias de informa-ção, acaba de implementar no seu Data Center, no Norte Shop-ping, um novo sistema de contenção de corredores de frio, numa lógica de melhoria contínua das infraestruturas e do serviço pres-tado aos seus clientes. Este novo sistema, designado Cold Aisle Containment, tem como objetivo economizar energia e reduzir os custos de refrigeração, salvaguardando a segurança dos dados.

SEMINÁRIO“Compras Públicas: Como candidatar-se aos Concursos Nacionais e de

Ins tuições da UE”

11 de setembro de 2013

PROGRAMA

15H00 – Receção dos Par cipantes

15H30 – Abertura

António Bragança Fernandes – Presidente da Câmara Municipal da Maia

Cl lde Câmara Pestana – Diretora do Centro de Informação Europeia Jacques Delors

15H45 – Oportunidades de Negócios nas Ins tuições da União Europeia

Carlos Medeiros – Coordenador da Unidade de Informação e Comunicação do Centro de Informação Europeia Jacques Delors

16H00 – Concursos públicos da UE: Como fazer uma candidatura?

Paulo José Santos – Chefe de Unidade da Direção Geral da Inform ca, Comissão Europeia

16H30 – Pausa

16H45 – Compras Públicas Nacionais – Concursos e procedimentos

Artur Mimoso – Diretor de Compras Públicas da ESPAP - En dade de Serviços Par lhados da Administração Pública

17H00 – Casos de Sucesso no Public Procurement

Nunes de Sousa – Gerente da Audinova

(Marta Palmeira – a con rmar) – Sócia gerente da 20|21 Conservação e Restauro

17H45 – Debate

18H00 – Encerramento

Media partner:

PUB

A PHC, fabricante nacional de apli-cações de gestão, acaba de lançar o novo PHC Service FX. Trata-se de uma ferra-menta online disponível na modalida-de SaaS – Software as a Service, que foi desenvolvida com o intuito de ajudar as empresas a gerirem de uma forma mais eficaz os pedidos de clientes externos. No entanto, poderá igualmente ser usada de forma interna nessas mesmas empresas, ajudando-as a gerir com igual eficácia as dúvidas suscitadas pelos seus próprios co-laboradores. Para Céu Mendonça, diretora comercial da PHC Software, o novo PHC-Service FX “foi desenhado a pensar nas or-ganizações que querem melhorar o serviço que prestam não só no nível externo, mas também no plano interno, oferecendo-lhes um leque de funcionalidades que, embora simples, lhes permitem encarar os fluxos processuais de uma forma muito mais rá-pida, organizada e eficaz”.

O novo PHC Service FX possui uma in-tegração automática com o sistema de cor-reio eletrónico das empresas, sendo toda

a gestão feita por intermédio do envio e receção de mensagens através das contas habitualmente usadas no dia a dia. Ao en-viar uma mensagem de correio eletrónico para uma conta associada ao PHC Service FX, o cliente estará a remeter diretamen-te para a aplicação um pedido de apoio, que será logo de seguida trabalhado pelo suporte – na figura do profissional mais habilitado de acordo com o assunto do pe-dido. Uma vez tratado o assunto, o cliente receberá a solução ou resposta para a sua questão, no mesmo email que usou para a despoletar. O objetivo final é garantir um fluxo processual rápido e simples, melho-rando os níveis de organização e eficácia das empresas.

PHC apresenta PHC Service FX

O PHC Service FX possui uma integração automática com o sistema de correio eletrónico das empresas.

SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013 33

SAPO celebra 18 anos O SAPO comemorou 18 anos na última quarta-feira (4 de se-tembro). Para ilustrar o percurso de 18 anos do SAPO, cronistas incontornáveis da praça pública portuguesa, como Ricardo Cos-ta, Fátima Caçador, Alcides Vieira, Domingos Andrade e José António Saraiva, relembram os factos mais proeminentes deste período.

SEUR escolhe ERP Agresso da UNIT4 A UNIT4, fornecedor de soluções de software para negócios, anunciou um acordo com a em-presa de transportes SEUR tendo em vista a otimização do seu sistema de gestão de cobran-

ças. O objetivo é unificar a gestão das cobranças de todas as franquias. A tecnologia da solução que a empresa utilizava anteriormente não lhe permitia avançar com a adaptação a estas novas mudanças.

TECNOLOGIAS

setembroPORTO 19 e 20LISBOA 26 e 2714 horas – 9h30 às 13h00

ENQUADRAMENTO:

As PME’s, assim como o resto da economia, sentiram o golpe da recessão e da crise financeira. A desaceleração da atividade económica daqui resultante, trouxe difíceis desafios a todo o setor empresarial, mas com grande incidência no segmento das PME’s.

Perante tal situação, é importante que o empresário consiga analisar o negócio e constatar soluções possíveis para assegurar a viabilidade futura da empresa.Não há fórmula mágica para todos os problemas, mas há métodos para recuperar empresas em dificuldades.

PROGRAMA:

1. O declínio pode ser detectado na sua fase inicial e ser evitado?

2. Etapas do Declínio do Negócio

3. Fundamentos para uma Reestruturação de Sucesso

4. Fases da Reestruturação

5. A Gestão durante o “Período de Recuperação”

6. Providencias Legais de Recuperação de Empresas

Organização: Informações e inscrições:

Público Geral: G120

Assinantes VE: G100

(+ IVA)

OBJETIVOS:

“Foi desenhado a pensar nas organizações que querem melhorar o serviço a nível externo e interno”

“Portugal terá de alcançar a eficácia co-letiva do direito de propriedade industrial (PI), incorporando as componentes jurí-dica, institucional e empresarial, com um crescente investimento em investigação e desenvolvimento”. A conclusão é do es-tudo de Benchmark Internacional, reali-zado no âmbito do projeto + Valor PME - Apoiar, Difundir e Organizar a PI, que dá a conhecer a forma como a Dinamarca e a Holanda se organizam e como auxiliam os particulares, as empresas e todos os in-teressados na inovação e na PI. O estudo será apresentado em seminários realizados de Norte a Centro do país.

“O desenvolvimento da PI depende, acima de tudo, das políticas de inovação e apoio ao desenvolvimento empresarial e do seu enquadramento nos sistemas inter-nos de cada país, tendo em conta as suas

especificidades”, refere o estudo. Na Dina-marca e na Holanda, as políticas de inova-ção constituem-se como alavancas às com-petências coletivas nas áreas empresarial, social e económica. Devidamente articu-ladas com o setor institucional e privado, concluiu-se que produzem uma melhoria de eficiência dos processos relacionados com a PI.

O estudo firma que, nos países analisa-dos, o encontro entre a oferta de ideias e a procura de soluções é mais adequado, ga-rantindo a ligação entre a invenção e a ex-ploração, assim como entre a investigação e a indústria. “O desenvolvimento de in-termediários, de cariz público ou privado, com capacidades para identificar o poten-cial comercial e tecnológico das invenções, poderá ser decisivo para potenciar a sua exploração, constituindo uma peça impor-

tante da integração nesses mercados”, lê-se no documento.

Um sistema financeiro com grande espe-cialização em nichos relacionados com a PI é outra das vantagens da Dinamarca e da Holanda, potenciando assim a possibili-dade de investimento em grandes projetos que envolvam inovação e aposta na PI.

A evolução na utilização da PI tem sido positiva para os três países, prova o estudo. No entanto, Portugal não está a caminhar para uma convergência ao nível da riqueza produzida e do desenvolvimento das várias modalidades da PI. “Apesar de os proce-dimentos administrativos serem generica-mente equivalentes nos três países anali-sados, de Portugal estar bastante evoluído em termos tecnológicos, de os países ana-lisados se regerem por legislação europeia e de as taxas nacionais serem da mesma

ordem de grandeza, tal não se traduz em sistemas igualmente eficientes e eficazes em termos de PI”, conclui o documento.

O + Valor PME escolheu a Dinamarca e a Holanda para realizar o estudo de Bench-mark Internacional, já que têm dimensões semelhantes a Portugal e estão enquadra-dos no mesmo espaço económico, político e geográfico (UE). Por esse motivo, estabe-leceu-se um comparativo com base em in-dicadores macroeconómicos, de inovação e de resultados da PI. O projeto, promo-vido pela AIMinho – Associação Empre-sarial, em parceria com o CEC/CCIC – Conselho Empresarial do Centro/Câmara de Comércio e Indústria do Centro é co-financiado pelo POFC/SIAC – Programa Operacional Fatores de Competitividade/ Sistema de Apoio a Ações Coletivas e prevê apoiar mais de 1400 empresas nacionais.

DINAMARCA E HOLANDA NO ESTUDO DE BENCHMARK INTERNACIONAL DO PROJETO + VALOR PME

Portugal deve continuar a apostar na investigação

para desenvolver propriedade industrial

CAP apoia Green Project AwardsOs vencedores da sexta edição do Green Project Awards Portugal serão conhecidos no próximo dia 24 de setembro. A cerimónia terá lugar no grande auditório da Culturgest. Trata-se de uma inicia-tiva internacional, que conta com o apoio da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), dos governos locais e uma rede global representativa dos principais setores e áreas de atividade. O prémio visa reconhecer e premiar as boas práticas em projetos que promovam o desenvolvimento sustentável. Chama a atenção para a importância dos equilíbrios ambiental, económico e social.

ASSOCIATIVISMO

34 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

Contra a desjudicialização. Pela tutela jurisdicional efetiva

ANTÓNIO RAPOSO SUBTILAdvogado e candidato a Bastonário da OA

Todos reconhecem a necessidade de uma profunda reforma da organização judiciária. Uma reforma que impõe uma delimitação das atribuições dos tribunais e, naturalmente, uma melhor distribuição de competências pelos seus agentes. O alcance deste caminho há de conhecer, porém, os seus limites, desde logo, no respeito pelo princípio da separação de poderes e pelo conteúdo vital do ato jurisdicional; na salvaguarda de uma comunidade de cidadãos carentes do sentido da justiça promovida pelo Estado cobrador de impostos, taxas e outros encargos.

Certamente, todos aceitam que, num mundo em austeridade crescente, também no domínio do poder judicial, sejam redefinidas as funções do Estado e procuradas soluções para atingir, a um custo mais reduzido, resultados equivalentes. Assim se logrará maior eficiência na tramitação dos processos, com vista a uma efetiva redução das pendências e a um reforço da luta contra os crescentes atrasos da justiça.

Mas, posto isto, importa assinalar que a denominada “refundação das estruturas do Estado”, no plano do funcionamento dos tribunais, não pode ser dissimulada por via de reformas legislativas pontuais, mediante a desjudicialização de determinadas matérias, retirando-as dos tribunais e do âmbito jurisdicional. Pelo contrário, aquela “refundação” pode – e deve – ser concretizada de forma direta e atingindo, com respeito pelos direitos fundamentais, as bases do sistema.

Assim, todos devem rejeitar soluções legislativas que, por via de uma desjudicialização arbitrária e falaciosa nos seus propósitos, lesem o direito constitucional dos cidadãos à tutela jurisdicional efetiva e conduzam a um aumento efetivo dos custos da justiça.

Na verdade, as recentes reformas legislativas (procedimentos de despejos e inventários), apresentadas como medidas de desjudicialização que visam a eficiência processual e a redução de encargos para os cidadãos, traduzem-se, na prática, em soluções mais onerosas e lesivas

do direito fundamental de acesso aos tribunais e a uma decisão judicial, que, a médio prazo, degradará a ideia de uma justiça pública para todos.

Com efeito, hoje, quer um senhorio, quer um arrendatário, para dirimir um conflito derivado de uma relação de arrendamento, que envolva a resolução do contrato garantido por fiança e a falta de pagamento de rendas, acabarão por suportar encargos superiores (honorários com o agente de execução, taxas de justiça e outros) aos que seriam devidos no âmbito do anterior regime, ou seja, sem a intervenção do Balcão Nacional do Arrendamento (BNA).

Acresce que nem estamos perante um balcão, nem este é único (nacional), nem de arrendamento; dado que o BNA sito em Gaia se suporta numa rede nacional de secretarias judiciais (género de quiosques de atendimento aos senhorios) e, na verdade, não trata da matéria do arrendamento, mas antes, e apenas, de notificações aos arrendatários! Os fiadores são acionados nos termos do Código do Processo Civil, os pedidos de cobrança de rendas remetidos ao Juiz e as questões jurídicas decididas no tribunal da comarca competente. Tudo isto, naturalmente, para além da manifesta redução de garantias para os cidadãos, provoca uma “pulverização de procedimentos” e um significativo aumento dos encargos para os cidadãos.

Já no que respeita ao regime do inventário, que entrará em vigor no próximo dia 2 de setembro, foi publicada a Portaria 278/2013, de 26 de agosto, que estabelece os encargos a suportar pelos interessados (honorários do notário e outras taxas!) e os procedimentos eletrónicos (através de sistema informático de tramitação do processo de inventário, a disponibilizar no endereço www.inventarios.pt - cuja criação, gestão e manutenção será competência da Ordem dos Notários, conforme dispõe o n.º 6 do art. 2 da referida Portaria), sem que exista um efetivo controlo jurisdicional da tramitação dos procedimentos de inventário. Sendo de realçar que os honorários devidos por um inventário simples

com bens avaliados em um milhão de euros, serão de 10 506 euros (nota: o valor dos honorários é fixo e é dependente do valor do processo, estando estipulado até um valor de processo máximo de 275 000 euros, acrescendo, por cada parcela adicional de 25 000 euros, um montante, também fixo, de 306 euros para os casos que não sejam de especial complexidade).

Mediante requerimento do notário, entendendo este estar perante um processo de inventário de especial complexidade, para remessa do processo de inventário para o tribunal para efeitos de homologação da partilha, pode o juiz determinar que se aplicam os valores de honorários previstos para os processos de inventário de especial complexidade, que correspondem a 150% dos valores já citados.

Aliás, não se compreendem os critérios de fixação dos encargos a suportar pelos interessados no procedimento de inventário (em que os honorários do notário são variáveis em função do valor do processo e sem limite máximo!), sem prejuízo da competência para a gestão e tramitação dos mesmos ter sido transferida pelo legislador para profissionais privados (Notários), deixando de ser tramitados nos Tribunais e a intervenção do juiz só ocorrer “a pedido discricionário” do notário!

Cabe perguntar: serão estas as bases para uma desjudicialização de relações jurídicas vitais para uma sociedade equilibrada e justa, subtraindo-as, sem qualquer critério, aos tribunais, à intervenção dos juízes e ao patrocínio dos advogados? Pretender-se-á, de forma dissimulada, “refundar o Estado social”, sobrecarregando os cidadãos com encargos que aquele deveria assumir, enquanto cobrador de impostos e garante do acesso ao direito e aos tribunais?

Esta desjudicialização de relações jurídicas basilares do contrato social, sem critério ou fundamento económico e prejudicial para os direitos constitucionais dos cidadãos, tem de ser combatida pelos Advogados, ainda que a sua Ordem esteja ocupada com outras lutas, custe o que custar!

ASSOCIATIVISMO

SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013 35

México recebe próximo fórum ambiente sobre cidades e desenvolvimento sustentável

No seguimento da visita de Amálio de Marichalar, Conde de Ripalda, presidente do Fórum de Sória 21 para o Desenvolvi-mento Sustentável, ao chefe do Governo do Distrito Federal do México, Miguel Ángel Mancera, acompanhado de Gonzá-lez Garza, onde se fez o balanço do recen-te acontecimento em Serralves, o Fórum Mundial Porto 21 (Rio + 20 + 1), acordou--se trabalhar conjuntamente para a prepa-ração um grande encontro sobre Cidades e Sustentabilidade no México, como pla-taforma para a constituição do G-20 das Cidades comprometidas para um desen-volvimento sustentável.

Segundo a organização, “com este en-contro a nível global pretende-se estudar o avanço das grandes cidades no seu pla-no de ação a favor da sustentabilidade, com temas como a mobilidade, a energia, a água, o urbanismo, as infraestruturas, a educação, entre outros”. O México pre-tende liderar esta iniciativa com a ajuda dos Fóruns já ocorridos – Sória, Lisboa e Porto –, para conduzir uma nova etapa do diálogo entre as cidades mais importantes do mundo, chamadas a aplicar todas as po-líticas de sustentabilidade que se requerem

urgentemente, pelo facto de mais de 50% da população habitar em urbes, com os de-safios que isso pressupõe.

Reiterando o excelente exemplo ocor-rido por dois anos consecutivos em Por-tugal, que reuniu em cada um dos fóruns mais de 103 oradores, a expectativa é mui-to elevada e a próxima iniciativa pode ter um papel estratégico para “as empresas que devem igualmente participar de forma muito importante, pois trazem inovação, conhecimento e soluções práticas, o seu papel crucial, nomeadamente no trabalho conjunto com instituições e com a socie-dade civil”.

Perspetivada para outubro de 2014, está já a preparar-se a criação do G-20 das Cidades com a elaboração do programa internacional que reunirá as primeiras fi-guras mundiais de todos os âmbitos, para que a cidade lidere o plano de ação para a sustentabilidade como resultado prático da Rio + 20, onde o México pode liderar a estratégia Rio + 20 + 2.

Recorde-se que do Fórum Mundial Lisboa 21 resultou a proposta inédita da Cultura como a melhor herança moral da sociedade, o 4º pilar do desenvolvimento

sustentável, e o México liderará esta im-portante estratégia dentro da plataforma do G-20 das Cidades.

HOJE, NO “CAFÉ EUROPA”, NA FNAC DO NORTESHOPPING

Eurodeputados portugueses debatem governação económica

“A Europa da Governação Económica” vai estar em debate, hoje (6 de setem-bro), na Fnac do Norte Shopping, peloseurodeputados portugueses Elisa Ferreira (Partido Socialista Europeu), Diogo Feio(Partido Popular Europeu) e Marisa Ma-tias (Grupo Confederal da Esquerda Uni-tária Europeia/Esquerda Nórdica Verde). Marcado para as 21h30 e com moderaçãoa cargo do jornalista e diretor adjunto da Agência Lusa Ricardo Jorge Pinto, este éo terceiro “Café Europa” organizado peloEspaço Europa - espaço de informação europeia da responsabilidade do Gabinete do Parlamento Europeu em Portugal e daRepresentação da Comissão Europeia em Portugal – e pela FNAC, num conjunto de debates que se prolongarão até 2014.

A iniciativa visa juntar cidadãos, deputa-dos europeus e jornalistas à volta de temas europeus que influenciam o dia a dia. “AEuropa dos Cidadãos” e “A Europa da Ci-ência e Competitividade” foram os temas já debatidos na FNAC do Chiado, em Lis-boa, e na FNAC Coimbra.

O convite surgiu no seguimento da visita de Amálio de Marichalar ao México.

Traduzir a mensagem que as marcas desejam transmitir aos seus consumidores e “entregar uma experiência” única, ”tornando-a um momento marcante na relação entre o público e a marca”, é o desafi o assumido pela On Spot Marketing. Presente há dez anos num mercado em contínua “expansão”, a agência especializada na ativação de marcas, offl ine e online, registou nos últimos três anos um crescimento de 100% e começa agora a dar os primeiros passos no processo de internacionalização, tendo já iniciado operações em Moçambique.

FERNANDA SILVA [email protected]

Criar “um momento de verdade que cumpre a promessa da marca, que constrói e reforça os seus atributos, que a diferencia e a torna única aos olhos do público”, é essa a missão da On Spot Marketing, explica Bernardo Alegra, managing diretor da em-presa. A experiência “pode decorrer numa rua, numa praia, numa universidade, numa página de facebook ou de instagram” e, por isso, “saber usar o espaço, o momento, a emoção, a tecnologia e a participação do público como ferramentas de realização, ou encenação, é fundamental”.

“São muitos os rótulos que se atribuem às ações de ativação mas no fundo são todas as ações que produzam experiências únicas de relacionamento entre as marcas e o seu público-alvo. Podemos estar a falar de ações promocionais, sampling ou distribuição de produto, marketing de guerrilha, marke-ting de rua, marketing de ponto de venda, marketing online, fl ash mobs, ativação de patrocínios ou muitos outros conceitos que têm sempre como elo comum; a experiên-cia”, salienta o responsável.

Tendo apostado inicialmente na especiali-zação no mercado universitário, a consultora defi niu em 2010, “altura em que o país já vi-nha de uma crise e preparava-se para entrar noutra pior”, um plano estratégico onde de-fi niu melhorias de processo a implementar e quais deveriam ser as competências centrais para se diferenciar da concorrência, de for-ma a concretizar o potencial inexplorado e “conquistar mais mercado internamente”.

Outro eixo fundamental da estratégia foi

a aposta na inovação. “Para além do foco criativo pontual de cada proposta que apre-sentamos procuramos inovar nos serviços que prestamos aos nossos clientes” e, em resultado disso, “fomos pioneiros na integra-ção da ativação offl ine com a online”, pois “uma e outra fazem parte do mesmo ciclo, complementam-se”. Já o terceiro ponto, “que na altura parecia menos provável”, era o da identifi cação e exploração de novos merca-dos. “Aqui conseguimos com sucesso desen-volver uma operação em Moçambique de

que muito nos orgulhamos”, isto apesar das “signifi cativas diferenças” que se fazem sentir comparativamente ao mercado nacional.

“Três anos depois, crescemos 100% na nossa faturação global, alargámos a nossa carteira de clientes, explorámos novos ter-ritórios e plataformas de ativação, consoli-dando a nossa experiência de gestão de co-munidades online e internacionalizámos a nossa atividade. Tudo isto com um contexto extraordinariamente adverso. Não só por-que o mercado publicitário e de marketing

foi dos que mais contraíram mas sobretudo porque deixámos de contar com os bancos como parceiros da nossa atividade, passando estes a constituir mais uma barreira que te-mos quase diariamente de transpor”, salien-ta Bernardo Alegra.

Marketing é essencialpara compensar a contraçãodo consumo

Questionado acerca da importância das ações de ativação de marca perante o atual cenário de “crise” que se vive em Portugal, o Managing Diretor da On Spot Marketing, admite que existe uma “tendência generali-zada” de retração no orçamento de marke-ting das empresas.

“E porque não? Se todos os setores mais tarde ou mais cedo vão ser alvos de cortes, o marketing também deve ser o primeiro porque é o que tem um impacto direto nos resultados menos visível. Certo? Errado! E se virmos isto por outro prisma? Quantas empresas se apercebem que a contração ge-ral na comunicação das marcas com os seus públicos-alvo signifi ca que na prática estes estão sujeitos a muito menos ruído de co-municação? Daqui resulta que as interações que as marcas consigam desenvolver com o seu público-alvo são mais bem recebidas e têm um valor signifi cativamente maior, até porque provavelmente a concorrência não vai fazer o mesmo esforço. Temos então uma enorme oportunidade de desenvolver e/ou recuperar e reforçar laços emocionais entre a marca e os seus consumidores e fãs que constituem as mais importantes barrei-ras à entrada da concorrência, quando esta acordar do sono profundo a que esteve su-jeita”.

Por esse motivo, e tendo em conta a alte-ração do paradigma de comunicação entre marcas e público-alvo a que assistimos nos últimos anos, Bernardo Alegra defende que a ativação de marcas “é uma peça fundamental em todo este processo” e “contribui decisiva-mente para compensar a natural perda de fa-turação causada pela contração do consumo, através da conquista de quota aos concorren-tes que desistiram de comunicar com os seus consumidores e fãs”, remata.

On Spot Marketing duplicou volume de negócios nos últimos três anos

A agência especializada na ativação de marcas, offl ine e online, registou nos últimos três anos um crescimento de 100% e começa agora a dar os primeiros passos no processo de internacionalização, tendo já iniciado operações em Moçambique

30 milhões de europeus em campanha Nissan nas redes sociais A Nissan lançou uma campanha na Europa para promover o seu novo citadino Micra, recorrendo a diferentes suportes de comunica-ção nas redes sociais Facebook, Twitter e Pinterest e alcançando 30 milhões de pessoas em seis semanas. Em 16 países, 25,5 milhões de pessoas (1,5 milhões em Portugal) estiveram envolvidas através do Facebook e 4,1 milhões através do Twitter.

MARKETING

36 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

Criar “um momento de verdade que cumpre a promessa da marca, que constrói e reforça os seus atributos, que a diferencia e a torna única aos olhos do público”, é essa a missão da On Spot Mar-keting, explica Bernardo Alegra, managing diretor da empresa.

MERCADOS

Dow Jones 04/09 ........14940,72

Var Sem ................................ 1,11% Var 2013 .............................. 14,01%

Nasdaq 04/09 ..............3648,727

Var Sem ................................1,96% Var 2013 ..............................20,84%

IBEX 35 04/09 ................8490,30

Var Sem ................................1,10% Var 2013 ................................3,95%

DAX 04/09 .....................8195,92

Var Sem ................................0,47% Var 2013 ................................ 7,67%

CAC40 04/09 ..................3980,42

Var Sem ................................0,50% Var 2013 ................................9,32%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

PSI-20 (04/09) 5900,26

0,69% Var. Semana

4,33% Var. 2013

Mota-Engil assegura 400 milhões em novos contratos na América LatinaA construtora Mota-Engil anunciou ter conseguido 400 milhões de euros em novos contratos na América Latina. O maior montante está no Brasil (185 milhões), seguido pelo Peru (134 milhões), o maior mercado da construtora portuguesa naquele continente. As restantes obras estão no México(65 milhões) e na Colômbia(12 milhões de euros).

A Mota-Engil assegurou a adjudicação de novos contratos no valor aproximado de 400 milhões de euros, repartidos pelos mercados do Brasil, Peru, México e Co-lômbia. No Brasil, as adjudicações rondam os 185 milhões de euros. A construtora portuguesa assegurou, em consórcio com a sua participada Empresa Construtora do Brasil (ECB) e a Engesur, o projeto de duplicação, melhoramentos e ampliação de capacidade e segurança do Lote 7 da Rodovia BR-381/MG (Norte), no Estado de Minas Gerais, no Subtrecho: Rio Una--Entroncamento com a MG-435 (Caeté); Segmento: km 389,5-km 427,0; numa ex-tensão de 37,5 km. A este contrato acresce ainda um outro de 20 milhões de euros do projeto rodoviário de ligação de Pimenta--Guapé, também em Minas Gerais, na ro-dovia BR-265.

Estas adjudicações parecem dar razão à aposta do grupo no mercado do Brasil, através da aquisição, no final de 2012, de uma participação maioritária na ECB, com sede em Minas Gerais. Para Gonça-lo Moura Martins, CEO do grupo Mota--Engil, “a obtenção destes contratos vem posicionar a ECB no patamar das empre-sas de média de dimensão com competên-cias técnicas nos mais diversos segmentos de engenharia que podem assim contri-buir para o desenvolvimento de um país de enorme potencial como é o Brasil”. “O percurso sólido e muito criterioso que o grupo tem promovido no Brasil leva-nos a acreditar que estamos no caminho certo e com parcerias que nos permitem assumir um crescimento sustentado dentro do que são os nossos objetivos estratégicos”, acres-centa Moura Martins.

Diversificação no Peru

No que se refere ao Peru, a Mota-Engil conseguiu adjudicação de projetos de 134 milhões de euros, repartidos entre as áreas de trabalhos de mineração, principal ativi-dade do grupo neste mercado, obras públi-cas e construção civil.

Naquele que é o seu principal merca-do na região da América Latina, o gru-po Mota-Engil conseguiu e trabalhos no

valor de 62 milhões de euros por parte da companhia mineira Cerro Verde, um dos principais projetos de extração de cobre no Peru. Encontrando-se ainda na sua fase inicial e com um plano de inves-timentos para ampliação da capacidade de produção da mina que totaliza 4400 milhões de dólares, “a manifestação de confiança na Mota-Engil nas áreas de construção e movimentação de terras” abre, segundo um comunicado da em-presa nacional, “excelentes perspetivas de desenvolvimento comercial para a empresa num projecto estruturante para a economia deste país”.

Entre os projetos anunciados encontram--se ainda contratos com o Ministério dos Transportes e Comunicações peruano para a manutenção de estradas por um período de cinco anos num valor total de 57 milhões de

dólares, bem como a adjudicação por parte de clientes privados para a edificação de pro-jetos residenciais, escritórios e serviços.

65 milhões no México e infraestruturas na Colômbia

A Mota-Engil anunciou também ter obtido a adjudicação de vários contratos no México, num total de 65 milhões de euros, repartidos pelas áreas de constru-ção rodoviária e a reabilitação do mercado de Córdoba, este último projeto a ser de-senvolvido para o Governo do Estado de Vera Cruz. A empresa conseguiu também a adjudicação do seu primeiro projeto fer-roviário no México no valor de 15 milhões de euros, reafirmando a crescente diversi-ficação de atividades do grupo depois da também recente adjudicação do primeiro

contrato para a recolha de resíduos no Es-tado da Baixa Califórnia.

Por último, na Colômbia, o seu mercadomais recente na região da América Latina,a Mota-Engil obteve a adjudicação do seusegundo contrato, o primeiro de obra pú-blica, e que constitui trabalhos de manu-tenção e reabilitação de infraestruturas ro-doviárias, totalizando cerca de 12 milhõesde euros.

Comentando o crescimento da repre-sentatividade da região da América Latinano total da atividade do Grupo, GonçaloMoura Martins recordou a vertente mul-tinacional do grupo. “A Mota-Engil temapostado de forma significativa na Amé-rica Latina, sendo as adjudicações anun-ciadas o resultado desse trabalho desenvol-vido pelos responsáveis da Mota-Engil naregião, permitindo hoje afirmar a atuaçãoclaramente multinacional do grupo e cadavez mais equilibrada entre regiões, o quepermite, no seu conjunto, reforçar a sus-tentabilidade e a criação de valor a nívelglobal na organização”, disse.

SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013 37

O maior montante de adjudicações está no Brasil (185 milhões), no estado de Minas Gerais.

Adjudicações no Brasil parecem dar razão à aposta do grupo no mercado do Brasil, através da aquisição, no final de 2012, de uma participação maioritária na ECB, com sede em Minas Gerais

Resultado líquido cresce 13%

O grupo Mota-Engil registou um resultado líquido de 20,7 milhões de euros no primeiro semestre do ano, o que representa um crescimento de 13%. Neste período, o volume de negócios cresceu 7,3%, para 1040 milhões de euros, com 70% provenientes de mercados internacionais. Através do crescimento internacional, o grupo Mota-Engil conseguiu aumentar o EBITDA em 30%, para 161,7 milhões de euros, e o EBIT em 31%, para 101,9 milhões de euros, com margens de 15,5% e 9,8%, respetivamente. A importância dos mercados externos fica espelhada no aumento das carteiras de encomenda, que se situa nos 3,6 mil milhões de euros, sendo que mais de 80% é oriunda destes mercados. Muito contribuíram as regiões de África, a suportar um nível próximo dos 1600 milhões de euros, e a América Latina, que atingiu um valor inédito e superior a mil milhões de euros. Desta forma, o grupo conseguiu antecipar o objetivo de concluir o ano de 2013 com uma carteira nos 3,5 mil milhões de euros, apesar da retração de 14% em termos absolutos na Europa.

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29 Ago 30 Ago 02 Set 03 Set 04 Set

A Comissão Europeia criou um roteiro para fazer frente aos riscos inerentes ao sistema bancário paralelo – entidades fi-nanceiras que exercem funções semelhan-tes à dos bancos, sem estarem sujeitas à regulação bancária – e às novas regras que são propostas para os fundos do mercado monetário (FMM). A comunicação dá seguimento ao Livro Verde publicado no ano passado sobre o sistema bancário para-lelo. Sintetiza os trabalhos realizados pela Comissão até ao momento e define outras ações possíveis neste importante domínio.

A primeira destas outras ações – as novas regras propostas para os fundos do merca-do monetário – é hoje divulgada e tem por objetivo assegurar que os FMM têm me-lhores condições para suportar a pressão de resgate em condições de tensão no merca-do, reforçando o seu perfil de liquidez e a sua estabilidade.

O comissário responsável pelo mercado interno e serviços, Michel Barnier, desta-ca a importância de regulamentar todos os operadores. “Sujeitamos os bancos e os mercados a uma regulamentação abran-

gente. É agora necessário que nos ocupe-mos dos riscos suscitados pelo sistema ban-cário paralelo. Este sistema desempenha um papel importante no financiamento da economia real, pelo que devemos garan-tir a sua transparência e assegurar que os benefícios resultantes do reforço de deter-minadas entidades e mercados financeiros não são prejudicados por uma transferên-cia de riscos para setores menos regula-mentados”, defende.

Perto de 30% do sistema financeiro

O sistema bancário paralelo consiste no sistema de intermediação de crédito que envolve entidades e atividades exteriores ao sistema bancário normal. Os bancos “para-lelos” não estão regulamentados como os bancos, mas, apesar disso, exercem ativi-dades semelhantes às dos bancos. O Con-selho de Estabilidade Financeira (FSB, do inglês Financial Stability Board) estimou a dimensão global do sistema bancário pa-ralelo em 25 a 30 % do total do sistema financeiro e metade dos ativos dos bancos.

O sistema bancário paralelo reveste, por conseguinte, uma importância sistémica para o sistema financeiro europeu.

Desde o início da crise financeira, em 2007, a Comissão Europeia tem levado a cabo a uma reforma completa do setor dos serviços financeiros na Europa. O objetivo é criar um setor sólido e estável – essencial para a economia real – tentando corrigir as deficiências e as debilidades evidenciadas pela crise. Todavia, não se deve permitir uma acumulação de riscos no setor ban-cário paralelo, entre outros motivos pelo facto de a adoção das novas regras no setor bancário poder ter como efeito uma des-locação de determinadas atividades bancá-rias para este setor bancário paralelo, me-nos regulamentado.

Os fundos do mercado monetário (FMM) constituem uma importante fonte de financiamento de curto prazo para as instituições financeiras, as empresas e as administrações públicas. Na Europa, cerca de 22 % dos títulos de dívida de curto pra-zo emitidos pelas administrações públicas ou pelo setor empresarial são detidos por

FMM. Os FMM detêm 38 % da dívida de curto prazo emitida pelo setor bancário. Em virtude dessa interligação sistémica dos FMM com o setor bancário e com o financiamento das empresas e das adminis-trações públicas, o funcionamento desses fundos tem estado no âmago dos trabalhos realizados a nível internacional sobre o sis-tema bancário paralelo.

MERCADOS

O grupo Inapa registou uma subida de 87% nos resultados líquidos no primeiro semestre do ano face ao mesmo período do ano passado, totalizando 520 mil euros. Adicionalmente, o resultado operacional as-cendeu aos 8,5 milhões de euros, enquanto o resultado antes de impostos se situou nos 0,8 milhões.

“A solidez financeira do grupo Inapa foi reforçada, tendo o fundo de maneio sofri-do um decréscimo de 31 milhões de euros face ao primeiro semestre de 2012 e a dívi-da líquida decrescido 23,2 milhões face ao período homólogo e 14,2 milhões de euros quando comparado com o final do ano pas-sado”, refere um comunicado do grupo.

A margem bruta manteve-se praticamen-te inalterada, situando-se nos 18,5%. Por outro lado, a redução de 3,3 milhões de eu-ros nos custos operacionais do grupo, um decréscimo de 4,6% quando comparado com o mesmo período do ano anterior, per-mitiu atenuar o efeito da quebra de 6,3% registada nas vendas.

No período em análise, e como resulta-do da execução do plano estratégico, o peso dos negócios complementares (embala-gem e comunicação visual) na geração de resultados operacionais (EBIT) do grupo aumentou, representando 15,3% e 12,4% respetivamente, enquanto o negócio do pa-pel viu reduzir o seu peso no consolidado de 78,6% para 72,3%.

Vendas decresceram

As vendas consolidadas da Inapa até ju-nho de 2013 decresceram 6,3% face ao mesmo período de 2012, atingindo os 442,8 milhões de euros. O decréscimo é explicado, segundo a empresa, “pela redu-ção das vendas de papel de 7,9%, devido não só à conjuntura de mercado negativa mas também ao rigor no controlo do risco de crédito de clientes a par da política de defesa da margem”.

Apesar do abrandamento na atividade, os negócios complementares continuaram a tendência positiva que têm vindo a regis-tar, com um crescimento de 5,9% na em-balagem e 5% no negócio da comunicação visual, compensando parcialmente a queda do negócio do papel.

O esforço comercial de defesa de mar-gem acima referido permitiu um ligeiro acréscimo de 0,1 pontos percentuais da margem bruta face ao primeiro semestre 2012, para 18,5%. No primeiro semestre, em resultado, de acordo com o grupo, “do rigor imprimido à gestão de custos”, os custos de exploração antes de imparidade decresceram 3,3 milhões (menos 4,6%) face a 2012, como resultado dos menores custos de distribuição, de pessoal e custos administrativos.

Em resultado do difícil contexto econó-mico, e da rigorosa política de provisiona-

mento, as provisões para cobranças eviden-ciam um aumento de 0,2 milhões de euros (mais 11,3%) face ao ano anterior, man-tendo-se contudo em níveis reduzidos, re-presentando apenas 0,4% das vendas. “O reforço efetuado reflete não só o efeito da cobertura deste risco decorrente do seguro de crédito, mas também a política de ven-das prudente face ao risco de cobrança”, acrescenta o comunicado da Inapa.

Até junho, o re-EBITDA foi de 11,7 milhões de euros, representando 2,6% das

vendas. Não obstante a redução de volu-mes registada, a evolução dos negócios complementares e a redução dos custos operacionais permitiram compensar a evo-lução negativa do negócio do papel. Os negócios complementares – embalagem e comunicação visual – continuaram a au-mentar o seu peso nos negócios do gru-po, representando já 20% do re-EBITDA consolidado. Os resultados operacionais (EBIT) ascenderam a 8,5 milhões de eu-ros, representando 1,9% das vendas.

Resultados líquidos da Inapa

aumentam 87%

O sistema bancário paralelo são as entidades financeiras que exercem funções semelhantes à dos bancos, sem estarem sujeitas à regulação bancária

38 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

-0,90% Var. Semana -0,002% Var. Semana -1,09% Var. Semana

0,12% Var. 2013 -0,881% Var. 2013 3,81% Var. 2013

Euro/Libra 04/09 .......0,8446

Var Sem .........................1,69% Var 2013 ........................ -3,80%

Euro/Iene 04/09 ....131,6170

Var Sem ........................ -1,06% Var 2013 ...................... -13,14%

Euribor 3M 04/09 ......0,2250

Var Abs Sem ................... 0,000 Var 2013 ..........................-0,776

Euribor 1Y 04/09 .......0,5490

Var Abs Sem ................... 0,002 Var 2013 ......................... -0,955

Ouro 04/09 ...........1389,59

Var Sem .....................-1,95% Var 2013 ....................-17,04%

Prata 04/09 ...............23,43

Var Sem .....................-3,78% Var 2013 ................... -22,76%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (04.09) 1,3213 EURIBOR 6M (04.09) 0,3430 PETRÓLEO BRENT (04.09) 115,36

1.312

1.314

1.316

1.318

1.32

1.322

1.324

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29 Ago 30 Ago 02 Set 03 Set 04 Set

Os resultados líquidos totalizaram 520 mil euros.

Comissão cria roteiro para fazer face aos riscos inerentes ao sistema bancário paralelo

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai estar presente nas universidades e politécnicos de norte a sul do país a dar as boas--vindas aos jovens universitários. No total, a Caixa vai estar em mais de 100 instituições de en-sino superior, apoiando o início de mais uma época universitária. Trata-se de uma mega-operação Caixa IU que pretende atingir cerca de 40 mil estudantes uni-versitários. “A Caixa aposta no futuro e nas gerações de profis-sionais que farão o amanhã des-te País. Neste sentido, todos os anos, na abertura do ano letivo, dá as boas-vindas aos universitá-rios, com a instalação de postos de atendimento nos estabeleci-mentos de ensino superior seus parceiros. E este ano não será di-ferente. A partir de setembro, a

Caixa estará presente nas univer-sidades com a marca Caixa IU, marca criada para o segmento jo-vem e universitário e que posicio-na a Caixa como o banco dos jo-vens e universitários”, refere um comunicado do banco público.

Para apoiar a realização desta ação, a CGD contrata mais de 100 jovens, maioritariamente recém-licenciados, que recebem formação e prestam apoio direto à área comercial. Estes 110 ele-mentos integram uma equipa de mais de 400 colaboradores que participam nesta ação. “Uma cla-ra aposta estratégica na conquis-ta e fidelização de um promissor mercado, e no reconhecimento da Caixa entre os estudantes e o mercado em geral como o banco dos universitários”, acrescenta a Caixa.

Um milhão de clientes desde 1994

A Caixa IU remonta a 1994 e já abrangeu, segundo o banco, cerca de um milhão de clientes entre estudantes (o grosso dos clientes, 800 mil), professores e funcionários, ao longo destes 18 anos. Após esta ação, os estudan-tes contam, ainda, com o Caixa-directa IU, um serviço de atendi-mento à distância exclusivo, que complementa o atendimento das 860 agências da Caixa, em Por-tugal, 19 das quais em campos universitários.

Além de apoiar as necessidades financeiras dos estudantes duran-te o curso e no ingresso na vida profissional, a atuação da Caixa junto deste universo “pretende promover o conhecimento e o

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013 39

Famílias espanholas devem menos à bancaA dívida das famílias espanholas registou uma quebra de 4,7%, em julho, face a igual mês do ano passado, para 807,4 mil milhões de euros. O endividamento dos particulares situa-se agora no ní-vel mais baixo desde março de 2007, de acordo com dados do Banco de Espanha. A referida dívida foi sobretudo afetada pelo retrocesso dos créditos hipotecários (ou crédito à habitação), tendo-se fixado em 621,1 mil milhões de euros. Este segmento representa quase 77% do crédito total. A dí-vida resultante do crédito ao consumo baixou 4,9%, para 183,3 mil milhões de euros.

Sonae Sierra reforça posição em MarrocosA Sonae Sierra assinou dois novos contratos para a prestação de ser-viços de comercialização com as empresas Aldar e Facenor. Em causa a gestão dos respetivos centros comerciais, Marina e IBN Batouta. Os empreendimentos situam-se em Casablanca e Tânger e a Sonae Sierra será responsável pela comercialização de quase 50 mil m2 de área bruta locável, num total de mais de 200 lojas.

COM CAIXA IU

Caixa Geral de Depósitos vai dar boas-vindas a universitários

Uma equipa de mais de 400 colaboradores participa na ação.

mérito académico, através de bolsas de investigação, prémios monetários aos melhores alunos e estágios curriculares e de apro-ximação à vida profissional, bem como fomentar o empreendedo-rismo, através do patrocínio de concursos e de soluções financei-ras específicas para jovens empre-

endedores”. A CGD refere aindaapoiar “várias associações de es-tudantes, conferências e eventosculturais promovidos por estes estabelecimentos, cátedras cien-tíficas e projetos de desenvolvi-mento tecnológico, sem esquecero apoio social ou na melhoria deinfraestruturas”.

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A Semapa obteve um resulta-do líquido consolidado de 39,3 milhões de euros, no primeiro semestre, valor que se traduziu numa quebra de 52,3% face a igual período do ano passado. A empresa afirma que, apesar da conjuntura negativa, o EBITDA recorrente atingiu 201,8 milhões de euros, um valor idêntico ao verificado em período homólogo

do exercício anterior. Quanto à evolução negativa

dos resultados líquidos, a mes-ma ter-se-á ficado a dever à con-jugação de vários fatores, como refere a empresa em comunica-do à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Desde logo, a redução do EBI-TDA total em quase 12%, para 202,3 milhões de euros. De

igual modo, verificou-se um acréscimo das amortizações e perdas por imparidade no valor de 4,1 milhões de euros. Tam-bém teve lugar a reversão das provisões no valor de 300 mil euros, contra 5,2 milhões de euros no período homólogo do ano passado.

A empresa aponta ainda o facto de se ter registado um agravamento de 19 milhões de euros dos resultados financei-ros e a diminuição de impostos cifrou-se em 8,5 milhões de eu-ros. Quanto à dívida líquida, a mesma foi reduzida em cerca de 32,2 milhões de euros, para cer-ca de 1 420 milhões de euros. O comportamento em bolsa ficou marcado por uma grande ins-tabilidade nos mercados, o que acabou por reduzir e, nalguns casos, anular as valorizações acu-muladas até ao final de maio.

Lucros da Semapa caem mais de 52% no primeiro semestre

BANCO PEDE INDEMNIZAÇÃO POR DANOS DE REPUTAÇÃO NOS “SWAPS”

Santander Totta leva Ministério das Finanças e IGCP a tribunal

O Santander Totta entrou há dias com uma ação em tribunal contra o Ministério das Finanças e o IGCP. Neste processo inédito estão em causa as afirmações dos responsáveis das entidades públi-cas sobre os contratos de “swap” que envolvem o Santander Totta.

O Tribunal Administrativo de Lisboa irá dirimir este conflito

onde o banco presidido por An-tónio Vieira Monteiro pede a correção de um relatório sobre a operação “swap” com o Metro do Porto e o pagamento de uma in-demnização, a título de responsa-bilidade civil extracontratual por “facto ilícito” que terá provocado danos na reputação do Santander Totta.

JOÃO LUÍS DE [email protected]

AQUILES [email protected]

Vida Económica – A lógica de investimento que defende para os seus clientes é privile-giar as empresas com boa ges-tão e capacidade para gerar lucros. Pode dar-nos exem-plos das aplicações efetuadas e dos resultados obtidos?

Emília Vieira – Na Casa de Investimentos gostamos de in-vestir em bons ativos que pro-duzam rendimentos e de os comprar apenas quando estão baratos. O nosso trabalho é pre-servar e valorizar o património financeiro dos nossos clientes. Por isso, desde a abertura, 15 de novembro de 2010, até 31 de julho deste ano, temos conse-guido ganhar aos nossos clientes 17,15% ao ano, o que equivale a uma rentabilidade acumulada de 53,57%. Alguns exemplos de investimentos que fizemos foram o banco americano Wells Fargo, a farmacêutica Pfizer, a empresa dos cartões de crédito American Express, a petrolífera Exxon Mobil, a retalhista Wal--Mart, o Bank of America, a Berkshire, entre outras. Aliás, mais recentemente, as empresas em que temos investido são do conhecimento público por via dos artigos que escrevemos no Vosso jornal quinzenalmente: a empresa do setor da saúde Jo-hnson & Johnson, a Staples, a Sonae SGPS, a Cisco Systems, a Western Union ou a Micro-soft, são alguns exemplos. Estes são resultados consistentes que nos têm permitido construir um património de confiança e credibilidade junto dos nossos clientes. O desafio agora é que sejam clientes antigos. Sabe-mos que investir é difícil e exige muito rigor, cautela e discipli-na. Acreditamos na filosofia de investimento que seguimos.

VE – A Casa de Investimen-tos segue os mesmos princí-pios de Warren Buffet na ges-tão do fundo Berkshire?

EV – Sem dúvida. Investir não é fácil. Criar valor para os clientes é uma área onde abun-dam os conflitos de interesses. Desde a génese da criação da Casa de Investimentos, enten-demos que era fundamental ter os nossos interesses alinhados com os dos nossos clientes e, segundo, era crucial uma filo-sofia de investimento consis-tente que permitisse a criação de valor com risco limitado. Warren Buffett é o melhor in-vestidor de todos os tempos, criou uma imensa fortuna in-vestindo em ações, seguindo o método de investimento em valor, comprando negócios excelentes quando todos têm medo e vendendo quando to-

dos estão otimistas. Ao longo de 46 anos, ganhou para os acionistas da Berkshire cerca de 19,7% ao ano, que acumu-lado é 391039%. Ou seja, teria multiplicado o investimen-to três mil novecentas e onze vezes. É extraordinário, 100 euros passados 46 anos resul-taram em trezentos e noventa e um mil euros. Para nós este é o “senhor” a seguir, se me é permitida a expressão. Devo acrescentar que há vários inves-tidores em valor que seguimos, analisamos o que compram e vendem e porquê. Todos os dias o mercado financeiro tem milhões de opiniões diferentes. Nós ignoramos a multidão. O que é investir em valor? Inves-tir em valor é comprar bons ativos em saldo. Devemos di-versificar apenas o essencial e manter os custos de transação baixos. Gostamos de comprar máquinas de fazer dinheiro para os nossos clientes. Gosta-mos que, à escala de cada um, sejam donos de uma pequena parte de um negócio que to-dos os anos gera lucros eleva-dos que vão sendo reinvestidos para aumentar a capacidade da empresa de crescer e gerar mais riqueza. Parte é distribuída sob

a forma de dividendo. Daqui depreende-se que atualmente privilegiamos o investimento em ações. Num contexto de ta-xas de juro tão baixas, os inves-timentos de taxa fixa, como são as obrigações ou depósitos a prazo, não qualificam como in-vestimentos em valor. Na ver-dade, quem hoje investe nestes ativos não está a preservar o capital. A inflação encarrega-se de destruir valor ao longo do tempo. Para ser um investidor em valor é preciso avaliar pro-fundamente os ativos, comprar apenas quando existe margem de segurança e ter paciência para que o mercado lhe reco-nheça valor. Com o tempo, reconhecerá. O problema da maioria dos investidores é que, na maior parte dos casos, não avaliam o que estão a comprar e, por essa razão, ao mais pe-queno contratempo, vendem. Não têm confiança se o ativo é bom ou não. Não são disci-plinados e as emoções passam a comandar as suas decisões.

VE – Nessa perspetiva, não é recomendável reagir com nervosismo aos fatores que condicionam a atividade des-sas empresas?

EMÍLIA VIEIRA, PRESIDENTE DA CASA DE INVESTIMENTOS, AFIRMA

“Mercados financeiros são alternativa

MERCADOS

Os mercados financeiros podem ser uma alternativa à banca para a empresas portuguesas se financiarem, de acordo com a presidente da Casa de Investimentos, Emília Vieira. “Os empresários vão compreender as vantagens de terem acesso a fontes de financiamento mais baratas, de poderem financiar projetos de escala superior, de diversificarem o risco do negócio, atraindo novos parceiros, de terem acesso aos conhecimentos e experiência de outros investidores interessados, de não ficarem dependentes de uma só fonte de financiamento – a banca – que em tempos de crise pode colocar entraves que sacrificam a gestão de tesouraria, o investimento em novos projetos, etc.”, refere, em entrevista à “Vida Económica”, a responsável pela sociedade gestora de patrimónios mobiliários.

“É importante que se atribua um papel muito mais relevante aos mercados bolsistas no sentido de conferir maior diversificação e flexibilidade à estrutura de financiamento da economia portuguesa”, refere Emília Vieira

40 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

“Desde a abertura, 15 de novembro de 2010, até 31 de julho deste ano, temos conseguido ganhar aos nossos clientes 17,15% ao ano, o que equivale a uma rentabilidade acumulada de 53,57%”

de financiamento para empresas”EV – Claro que não. Essa é a

receita para rentabilidades me-díocres ou para perder dinheiro. A melhor forma de proteger o património, seja ele financeiro ou imobiliário, é comprar bons ativos quando estão baratos. Claro que isto parece simples, mas a verdade é que comprar quando estão baratos é ir contra a opinião generalizada, porque é nesta altura que as notícias são más e a maioria dos investido-res estão a vender. O contrário também é verdadeiro. Quando as ações sobem, mais inves-tidores as querem comprar. Grande parte das pessoas que compram ações não o fazem com o objetivo de ser donos de uma fração da empresa e do seu negócio e que lhes dá di-reito a receber uma remunera-ção sob a forma de dividendo e ter ganhos de capital à medida que a empresa cresce e reinves-te a parte dos lucros que não distribui. Muitas destas pes-soas investe para ter satisfação imediata e ganhar dinheiro de-pressa. Isso não existe. Tentam adivinhar o mercado e vendem o que está a cair, compram o que está a subir e fazem-no a grande velocidade com aju-da da indústria financeira das plataformas de negociação online, da internet. Nem se-quer têm tempo para pensar e avaliar devidamente as suas decisões. São segundos para que as ordens de compra ou venda cheguem aos mercados. Depois, segue-se o comporta-mento de rebanho e ninguém quer ficar para trás. O que fa-zemos na Casa de Investimen-tos é acompanhar apenas os melhores negócios no mundo. A partir das demonstrações fi-nanceiras dos últimos 10 anos, determinamos a sua capacida-de de produzir riqueza para o futuro. Muitas destas empresas transacionam a prémio grande parte do tempo. Só as conse-guimos comprar quando têm más notícias: ou porque os re-sultados trimestrais saem abai-xo do esperado pelos analistas, ou porque existe um problema com um produto, ou porque a conjuntura macroeconómica é negativa, ou até por um pro-blema inerente a determina-do setor ou custo de matéria--prima. Quando isto acontece, grande parte dos investidores, mesmo os profissionais, ven-dem. Para nós, é importante analisar o problema e ver se é ou não permanente. Estas empresas têm pessoas capazes e grandes somas de dinheiro para resolverem os problemas. Se a máquina de fazer dinheiro se mantiver intacta, e o preço vier cotar para números sen-satos, compramos. A história demonstra que o “jogo” nos é favorável.

MERCADOS

“A alocação que fazemos para títulos portugueses é substancialmente maior que o peso do mercado português nos mercados desenvolvidos mundiais, o que indica que achamos que existe valor atualmente em Portugal”

“Muitos investidores não demoram sequer uma hora a decidir um investimento de 50 ou 100 mil euros e são capazes de demorar três ou quatro meses a decidir a troca do frigorífico ou do carro”

SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013 41

não entendem. Mesmo quan-do se trata de investir na Casade Investimentos. Entendemos ser a melhor maneira de sele-cionar os clientes para quemqueremos trabalhar e que nospermitirão construir a nossareputação. Infelizmente, mui-tos investiram e investem emprodutos complexos cujas ren-tabilidades são muito limitadase que muitas vezes os expõem a riscos que não entendem. Muitos investidores não demo-ram sequer uma hora a decidirum investimento de 50 ou 100 mil euros e são capazes de de-morar três ou quatro meses a decidir a troca do frigorífico ou do carro. Relativamente ao investimento em PME muitaspodem ter bons modelos denegócio, boas perspetivas, maspoucas certezas, devido à suadimensão e capacidade de con-cretização dos planos traçados. Qualquer que seja o produtofinanceiro ou mesmo investi-mento em PME entendo quequalquer proposta de investi-mento deve ser apresentada deforma clara, transparente. É fundamental saber o horizontede investimento de cada inves-tidor e se entende o que esta-mos a propor-lhe. Esse é o ob-jetivo dos artigos que escrevo para a “Vida Económica”, para que os investidores possam be-neficiar do método de investi-mento que consistentementeproduz melhores rentabilida-des. Um investidor em ações cotadas e com grande liquidez tem uma enorme vantagem: pode selecionar os negócios emque quer investir e o preço. Sóprecisa de fazer negócio com omercado se este lhe for favorá-vel, quando um bom ativo é vendido barato ou quando omercado está exuberante e nosquer pagar um preço simpáti-co. É o que fazemos na Casa deInvestimentos para criar rique-za para os nossos clientes comrisco limitado.

“Empresas portuguesas têm valor”

VE – A maioria das aplicações que recomenda vai para empresas estrangeiras. O que pensa sobre as empresas portuguesas cotadas?

EV – No mundo inteiro há boas e más empresas. A nossa preocupação é selecionar empresas que sejam excelentes máquinas de fazer dinheiro, que sejam bem geridas e que vendem os seus produtos e serviços pelo mundo inteiro. Tendo em conta o nosso método de investimento e o facto de privilegiarmos o investimento em grandes empresas, com posições competitivas fortes sustentáveis a prazo e bem geridas, uma parte significativa dos investimentos que fazemos são em empresas estrangeiras. Esta é, na nossa opinião, a verdadeira diversificação numa carteira de investimentos: estamos expostos a muitas economias em crescimento, aos mercados emergentes, onde estas empresas vendem os seus produtos, a moedas de imensos países. Devo realçar que só investimos em mercados europeus e mercados da América do Norte. A nossa exposição aos mercados emergentes é pela exposição a estas grandes empresas. Gostamos de investir com riscos baixos. Dito isto e respondendo à segunda parte da sua pergunta, temos investimentos em Portugal, e aliás a alocação que fazemos para títulos portugueses é substancialmente maior que o peso do mercado português nos mercados desenvolvidos mundiais, o que indica que achamos que existe valor atualmente em Portugal. O facto é que a situação económica

do país e os efeitos das políticas de austeridade que vivemos no nosso país e na Europa levaram a que as cotações das empresas portuguesas cotadas desvalorizassem substancialmente. Na tarefa de seleção de investimentos é necessário separar o trigo do joio. Existem algumas empresas com posições competitivas que consideramos sustentáveis, com substancial exposição aos mercados externos, balanços equilibrados e capacidade de geração de resultados. Estes são o tipo de negócios em que nos interessa investir e que, a prazo, permitirão obter bons retornos.

grave crise financeira de 2008 que teve origem no sistema financeiro norte-americano, os bancos americanos e britâ-nicos evidenciam já rácios de solvabilidade e de capitaliza-ção bastante superiores ao da restante banca europeia. Por isso, é importante que se atri-bua um papel muito mais re-levante aos mercados bolsistas no sentido de conferir maior diversificação e flexibilidade à estrutura de financiamento da economia portuguesa.

VE – Em vários países a abertura do capital em Bolsa por parte de PME desperta o interesse crescente dos inves-tidores. As PME portuguesas podem ser atrativas para as poupanças de particulares?

EV – É importante atrair es-ses negócios para os mercados bolsistas. No entanto, para os investidores particulares é ne-cessária cautela nas suas apli-cações, pois estes serão certa-mente ativos de avaliação mais difícil e mais arriscados do que em empresas de dimensão su-perior e com estruturas mais estáveis.

VE – O risco de uma aplica-ção num produto financeiro é normalmente superior ao risco de aplicação numa PME bem gerida?

EV – Depende do produto financeiro e da PME. Qual-quer alternativa de investimen-to deve passar por uma análi-se profunda do que produz. É com muito frequência que aconselho os investidores a não investirem em produtos que

VE – Atualmente considera--se que a Bolsa pode ter um papel acrescido no financia-mento das empresas portu-guesas, reduzindo a depen-dência de crédito bancário e reforçando os capitais pró-prios. Essa alternativa deve ser encarada?

EV – Sem dúvida. É funda-mental as empresas olharem para os mercados financeiros como alternativa de financia-mento. É fundamental porque o peso da banca na economia tem vindo a diminuir e vai continuar a diminuir e os cus-tos de financiamento vão-se manter elevados. Mas é funda-mental, sobretudo porque os empresários vão compreender as vantagens de terem acesso a fontes de financiamento mais baratas, de poderem financiar projetos de escala superior, de diversificar o risco do negócio atraindo novos parceiros, de ter acesso aos conhecimentos e experiência de outros inves-tidores interessados, de não ficarem dependentes de uma só fonte de financiamento – a banca – que em tempos de crise pode colocar entraves que sacrificam a gestão de te-souraria, o investimento em novos projetos, etc. Na rea-lidade, os países da Europa Continental sempre tiveram sistemas bancários com pe-sos muito significativos nas suas economias, ao contrário dos países anglo-saxónicos, onde a diversificação das fon-tes de financiamento é maior, e onde as empresas são, em média, menos endividadas. E é curioso que, no rescaldo da

Tem um nome giro e é uma forma inteligente de captar os jovens para uma opção correta no futuro. O Montepio Super Poupança Bué é um DP a dois anos com uma taxa bruta de 2,75%.

VÍTOR [email protected]

Basta ser titular de uma conta à ordem Mon-tepio Mini, Fun ou Futuro para aceder às con-veniências do depósito a prazo (DP) Montepio Super Poupança Bué. As condições são as nor-mais, com um mínimo de 250 euros ou valores superiores em múltiplos de 25 euros, sendo que o máximo permitido para este DP é de 50 mil euros, um valor bastante elevado, já que se li-mita os seus titulares a ter 17 anos no ato da constituição da conta.

Globalmente, este tipo de iniciativas cons-titui um bom incentivo aos jovens que estão prestes a entrar na universidade e precisam de ganhar autonomia, ao mesmo tempo que lhes é incutido o espírito socialmente relevante de aforrarem.

A taxa de juro bruta de 2,75% é um ponto forte, tendo em conta que se trata de um pra-zo – dois anos – durante o qual é esperada a manutenção de taxas de juro de referência. Esta oferta de taxa está ligeiramente acima da média praticada nos DP a seis meses e a um ano na generalidade das instituições de crédito.

Este DP tem uma imposição e que é o facto de não admitir reforços, mas, por outro lado, o Montepio permite a constituição de diversas contas ao longo do tempo. Outro ponto forte é a garantia de capital, através do Fundo de Ga-rantia de Depósitos, e a ausência de comissões.

A NOSSA ANÁLISE

Montepio cativa mais jovens com Super Poupança Bué

MERCADOS

Miguel Almeida da Sonae vai liderar a Zon OptimusA Zon Optimus vai votar a 1 de outubro a nova administração, designada pelo maior acionis-ta, a Zopt, de Isabel dos Santos, e a Sonaecom. Miguel Almeida, que estava à frente da Opti-mus, será o presidente executivo do grupo resultante da fusão entre a Zon e a Optimus. Jun-tas, as duas operadoras de telecomunicações passarão a deter uma quota de mercado de 28%, no mercado nacional, o que se traduzirá em receitas de 1,6 mil milhões de euros. O seu prin-cipal desafio é concorrer com a Portugal Telecom.

Dívida pública pressiona intermediação financeira em baixaO valor das ordens sobre instrumentos financeiros recebidas pelos intermediários apresentou uma quebra de 17,5%, em julho, relativamente ao mês anterior, para 13,9 mil milhões de euros, refere a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A descida ficou a dever-se à queda da generalidade dos instrumentos financeiros, especialmente no que respeitou à dívida pública, com uma descida de 36%, face a junho. A Fincor, a Caixa BI e o BES tiveram as maiores quotas no mercado das ações, enquanto na dívida a liderança coube ao BES, à Intermoney Valores e ao BESI.

CONSELHOS

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42 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

O mês de agosto fechou com que-das moderadas nos principais merca-dos de ações. Nos Estados Unidos, o S&P500 teve um desempenho um pouco mais negativo, com uma que-da de 3,13%, correspondente ao pior mês desde maio de 2012. No Japão, o Nikkei225 caiu 2,04% (sequência de 4 meses consecutivos de queda é a pior desde o ano de 2008), conseguindo a Europa um comportamento relativa-mente melhor, com o SXXP a corrigir 0,75%. Em Portugal, o PSI20 subiu 1,51%, suportado pelos fortes ganhos do Banco Espírito Santo, da Sonae e da Galp.

Preocupações com o calendário e a dimensão da redução do programa de compra de ativos atualmente em im-

plementação pela Reserva Federal po-tenciaram movimentos violentos em diversas taxas de câmbio de moedas de países emergentes. Merecem destaque a moeda da Índia (pior mês face ao dó-lar desde 1992) e a moeda da Indoné-sia (desvalorização próxima dos 10% face ao dólar). O real aliviou parte da pressão vendedora após o anúncio, por parte das autoridades monetárias bra-sileiras, de um programa sistemático de intervenções no mercado cambial que totalizará 60 biliões de dólares até ao final do ano.

O comportamento do preço do petróleo esteve dependente do fluxo de notícias relacionado com uma in-tervenção militar na Síria, acabando por fechar o mês a subir, mas abaixo

do máximo dos últimos dois anos atingido em meados de agosto. O ouro acabou por ter um segundo mês consecutivo de forte subida de preço, reflexo de uma maior aversão ao risco por parte dos investidores bem patente num aumento considerável da volati-lidade associada aos principais índices de referência.

A nossa aposta para setembro passa pela manutenção da estrutura e com-posição da carteira, mantendo uma so-breponderação na Europa e nos mer-cados emergentes, e uma almofada de liquidez que permita ter flexibilidade suficiente para aproveitar eventuais oportunidades que possam surgir.

RICARDO ALMEIDAPortfolio Manager, Patris Gestão de Activos

Agosto de quedas moderadasnos mercados de ações

PERFIL DE RISCO

Classe Ativos Conservador Agressivo ISIN

Liquidez 20,0% 7,5%

Obrigações 30,0% 15,0%

OT de Portugal 16/10/2017 15,0% 7,5% PTOTELOE0010

Portugal Telecom 24/03/2017 15,0% 7,5% XS0215828913

Forex 5,0% 10,0%

EURUSD 5,0% 10,0% CFD

Ações 45,0% 67,5%

Mapfre 2,5% 5,0% ES0124244E34

Telefonica 5,0% 7,5% ES0178430E18

Repsol 5,0% 7,5% ES0173516115

Ericsson 5,0% 7,5% SE0000108656

Unilever 5,0% 7,5% NL0000009355

L’Oreal 5,0% 7,5% FR0000120321

Fortum 2,5% 5,0% FI0009007132

BNP Paribas 5,0% 5,0% FR0000131104

Ishares MSCI Emerging Markets 5,0% 7,5% US4642872349

Ishares MSCI Brazil Capped 5,0% 7,5% US4642864007

TOTAL 100% 100%Car

teir

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02

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o 2

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3

No resgate total ou parcial do dinheiro, e que é permitido, é preciso ver bem as datas de ven-cimento anual de juros, sob pena de o jovem aforrador perder os juros daquele ano. Nestas mobilizações antecipadas o Montepio obriga a que o saldo remanescente seja pelo menos igual ao mínimo de abertura, ou seja: 250 euros. Sen-do uma conta para jovens, o banco quis evitar pequenas mobilizações e por isso impõe o valor de 100 euros como levantamento mínimo e em valores superiores terá de ser feito mobilizações com base em múltiplos de 25 euros.

Este DP é renovável no final dos dois anos com natural renegociação de taxa.

Num mero comparativo com outros produ-tos do Montepio, a Poupança Bué leva a me-lhor. Basta ver as condições do Montepio Super Poupança 2013, um DP a três anos com TANB média de 2,5%, sendo que a taxa é crescente e melhora substancialmente no último ano.

04/Sep/13 Var. Semanal (%)

Var. a 30 dias (%)

Var. desde 1 Jan (%)

EUR/USD 1.3171 -0.72% -0.65% -0.17%

EUR/JPY 131.06 0.55% 0.34% 15.36%

EUR/GBP 0.8438 -1.30% -2.37% 3.39%

EUR/CHF 1.2345 0.30% -0.06% 2.26%

EUR/NOK 8.0035 -0.57% 1.89% 8.92%

EUR/SEK 8.7165 -0.01% -0.52% 1.57%

EUR/DKK 7.4582 -0.02% 0.04% -0.04%

EUR/PLN 4.2663 -0.38% 1.12% 4.72%

EUR/AUD 1.4373 -3.14% -3.60% 13.07%

EUR/NZD 1.6698 -2.13% -2.21% 4.07%

EUR/CAD 1.3814 -0.78% 0.23% 5.15%

EUR/ZAR 13.4904 -1.50% 3.34% 20.74%

EUR/BRL 3.0883 -0.83% 1.85% 14.23%

Eur/Usd alcança máximos de 6 meses

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O PSI 20 não conseguiu manter o ritmo de alta que estava a registar nos últimos meses, ao quebrar em baixa uma linha de tendência ascendente. Contudo, com o suporte dos 5800 pontos a ter segurado a pressão vendedora, o índice poderá agora encetar uma nova tentativa de quebra em alta da zona dos 6020/6120 pontos (abrindo espaço para uma subida até aos 6400 pontos). Em sentido inverso, os 5800 e os 5650 pontos são níveis de suporte que, a serem quebrados, constituiriam um sinal vermelho para a bolsa portuguesa.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

Após se encontrar há várias semanas a evoluir dentro de um intervalo entre os 8250 e os 8450 pontos, o índice alemão, ao quebrar em baixa os 8250 pontos, foi rapidamente levado até ao suporte dos 8085 pontos. Este constitui um nível importante, uma vez que a eventual quebra conduz o DAX para uma zona sem suportes de curto prazo, podendo originar uma queda até aos 7660 pontos. A primeira resistência encontra-se agora nos 8250 pontos, que já rejeitou nos últimos dias uma tentativa de recuperação e quebra em alta.

As taxas de mercado monetário, em especial as Euribor, continu-am ancoradas nos valores a que têm negociado nas últimas sema-nas. Por um lado, há a indicação de Mario Draghi de que manterá as referências baixas durante um longo período de tempo e, por outro, há dados económicos mais positivos e taxas de prazos longos mais altas, a colocar pressão altista nos prazos curtos. O francês Be-noit Coeure, membro do BCE, afirmou que o programa OMT, anunciado há cerca de um ano e cujo anúncio terá salvado a Espa-nha e Itália de uma situação muito complicada, não é apenas retórica e que está pronto a ser ativado quando necessário. Poucos acredi-tarão nestas palavras, que são fá-ceis de proferir quando tudo está calmo. Sabendo-se a forte oposi-ção dos membros alemães a estes programas de compra de dívida, e a quantidade de requisitos neces-

sários para a sua ativação, tende-mos a acordar com a opinião do mercado de que o OMT pode ser pouco mais que retórica.

Os indicadores de atividade eco-nómica referentes a Agosto têm saído melhores que o esperado em quase toda a Europa, nome-adamente Itália e Espanha. Não podemos deixar de lembrar que se trata de uma recuperação a par-tir de uma base muito baixa, pelo que grande parte dos problemas identificados nos últimos anos es-tão longe de ficar resolvidos.

Os mercados obrigacionistas dos países de menor risco continu-am a tendência de queda, prejudi-cados pela cada vez maior convic-ção de que a Fed começará ainda este mês a reduzir os estímulos monetários à economia dos EUA. Nas taxas fixas voltou-se a assistir a uma subida semanal, que, apesar de moderada, se aproxima de má-ximos desde Abril de 2012.

Por outro lado, os periféricos, nomeadamente Espanha e Itália, continuam a encurtar o diferen-cial face à Alemanha. Nesta altu-ra o spread com Espanha nos 10 anos está perto de 2,50%, o mais baixo desde Julho de 2011. Os pe-riféricos têm beneficiado com as saídas de capital dos países emer-gentes, sendo vistos como uma alternativa mais segura. É nesta si-tuação que um câmbio mais forte e estável ajuda, pois quem estava investido em países emergentes foi nos últimos tempos sujeito a uma desvalorização na ordem dos 20%. Depois de um mês de Agosto sem atividade, verificou--se nesta última semana o regres-so das empresas às emissões, algo que pensamos se irá intensificar ao longo deste mês, pois continua-se a notar apetite do mercado por esta classe de ativos.

ANÁLISE PRODUZIDA A 4 DE SETEMBRO DE 2013

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE [email protected]

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/Usd O Eur/Usd continua a ser pe-

nalizado, após a rejeição da que-bra em alta da resistência dos 1,341 dólar. O câmbio passou rapidamente dos máximos de 6 meses para mínimos de 6 se-manas. Nos últimos dias foram já ultrapassados diversos níveis de suporte, com a eventual que-bra da zona chave situada nos 1,318/1,32 dólar a poder abrir espaço, para que se assista a uma queda até aos 1,30 dólar. Con-tudo, o par poderá recuperar al-gum terreno, sendo que ao tran-sacionar acima dos 1,32 dólar dará um sinal disso mesmo.

Eur/JpyO Eur/Jpy continua a não

oferecer sinais claros de início de uma tendência, sendo que a banda de variação compreendida pelos 129,3 ienes e pelos 132,4 ienes continua a conter o par. O câmbio tem registado desde Junho mínimos relativos cada

vez mais altos, não sendo no en-tanto acompanhado por máxi-mos também superiores. Assim, começa-se a formar um triângulo ascendente, com topo horizontal situado nos 132,4 ienes, que sen-do quebrado pode levar o Eur/Jpy até aos 133,7 ienes.

Eur/GbpA importância do nível das

0,858 libras para o Eur/Gbp fi-cou bem patente nos últimos dias. Essa tem sido uma zona “pivot” para o câmbio ao longo deste ano, e tendo sido quebra-da em baixa na semana passada abriu espaço a fortes quedas, que trouxeram o par para mínimos de 3 meses.

A pressão descendente não tem cessado, pelo que a aproximação ao suporte das 0,839 libras é um cenário provável. De modo a in-verter a tendência, o Eur/Gbp terá desde logo de quebrar a zona de resistência das 0,847/0,85 li-bras.

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)4 setembro 13 31.outubro12 10.outubro12

1M 0,129% 0,128% 0,001 0,128% 0,001

3M 0,225% 0,225% = 0,000 0,227% -0,002

1Y 0,549% 0,547% 0,002 0,536% 0,013

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Minium Bid* 0,50%BCE Lending Facility* 1,00% Deposity Facility* 0,00%

*desde 2 de maio 2013

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 9,00%Japão Repo BoJ 0,10%

EUR/USD

NUNO ROLLA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

Outubro 13 0,250%Novembro 13 0,265%Dezembro 13 0,280%

Março 14 0,370%Junho 15 0,875%

Dezembro 16 1,825%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0,230 0,2503X6 0,255 0,3051X7 0,360 0,3753X9 0,420 0,440

6X12 0,520 0,54012X24 0,991 1,011

*1x4 – Período termina a 4 Meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y 0,640 0,6603Y 0,891 0,9115Y 1,404 1,4248Y 1,963 1,983

10Y 2,233 2,253

Obrigações 5Y 10Y 6.37 6.83

3.50 4.511.27 2.530.88 1.943.31 4.421.65 2.881.71 2.870.28 0.78

Fontes: Reuters e IMF

Obrigações continuam a cair

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013 43

Daily QEUR=

1,275

1,32

1,341

1,3

1,33

1,318

Price

USD

.1234

1,28

1,29

1,3

1,31

1,32

1,33

1,34

01 18 01 16 01 16 03 17 01 16 01 16 02 16

Daily Q.PSI20

5.300

5.650

5.800

6.120

6.400

6.020

Pric e

EUR

.12

5.100

5.200

5.300

5.400

5.500

5.600

5.700

5.800

5.900

6.000

6.100

6.200

6.300

07 08 09 10 13 14 15 16 17 20 21 22 23 24 27 28 29 30 31 03 04 05 06 07 10 11 12 13 14 17 18 19 20 21 24 25 26 27 28 01 02 03 04 05 08 09 10 11 12 15 16 17 18 19 22 23 24 25 26 29 30 31 01 02 05 06 07 08 09 12 13 14 15 16 19 20 21 22 23 26 27 28 29 30 02 03 04 05 06 09 10 11

Mai 13 Jun 13 Jul 13 Ago 13 Set 13

Daily Q.GDAXI

7.660

8.085

8.450

8.250

Price

EUR

.123

7.600

7.700

7.800

7.900

8.000

8.100

8.200

8.300

8.400

8.500

13 20 27 03 10 17 24 01 08 15 22 29 05 12 19 26 02 09

Maio 2013 Junho 2013 Julho 2013 Agosto 2013

O que vai condicionaros mercados

nos próximos meses?Quem investe nos mercados financeiros vai ter que seguir

duas variáveis fundamentais da economia norte-americana nos próximos tempos: o limite da dívida pública (o “debt ceiling”), que deverá ser atingido já em meados de outubro, e o fim do “quantitative easing”, uma forma de os bancos centrais emitirem moeda, através da injeção de liquidez na economia. A questão poderá passar pela retirada gradual dos estímulos (“tapering”) por parte da Reserva Federal norte-americana e não pela sua mera diminuição. A reunião da FED no próximo dia 18 de setembro trará alguma clareza quanto a esta matéria.

O “quantitative easing”, não só da FED, mas também da China e do Japão, importantes economias mundiais, podem estar a gerar arriscadas bolhas de crédito que põem em causa um sustentável crescimento económico global.

Na China, a segunda maior economia do mundo, a falta de clareza da sua banca coloca várias interrogações para aferir com maior precisão a bolha imobiliária. Qual é o montante do crédito concedido? A quanto ascende o malparado? Será apenas uma questão de tempo o rebentar da bolha e o seu impacto nos mercados? Provavelmente sim, mas não se sabe quando, nem qual a sua amplitude.

Outro tema que deve ser seguido de perto é o dos chamados “países emergentes”, como o Brasil, que está entre as sete maiores economias do mundo. É um facto a tendência para uma estagflação da economia, traduzida pela estagnação do crescimento económico e aparecimento de inflação relevante nos 6,3% no mês de julho. A taxa de juro de referência do Banco Central do Brasil subiu meio ponto percentual, de 8,5% para 9%, a 29 de agosto. O real desvaloriza em relação ao euro 14% desde o início do ano e o principal índice bolsista brasileiro, o Bovespa, desce 17% no mesmo período.

Economias emergentes que alavancam a economia mundial, com crescimentos significativos, através da sua procura por matérias-primas, bens de investimento e produtos de consumo final, influenciarão a evolução dos mercados nos próximos tempos.

Na Europa, permanecem as dúvidas quanto à evolução favorável das dívidas públicas e dos défices orçamentais de todos os países da União, apesar de o indicador de confiança económico alemão IFO se encontrar nos 107,5 pontos, o nível mais elevado no último ano, mas ainda aquém dos 115 alcançados no início de 2011.

No plano geopolítico permanece a interrogação sobre uma ação militar na Síria. Um pretexto para uma correção dos mercados, mas que poderá ter impacto real caso o eventual conflito se agudize ou extravase para os países vizinhos.

Estes são, em suma, os fatores que deverão condicionar os mercados nas próximas semanas. Em Portugal, a bolsa acumula um ganho quase irrelevante de 3,5% desde janeiro, isto apesar de ter estado positiva durante a maior parte do ano. Mas as quedas de junho e julho deitaram quase tudo a perder. Falta pouco mais de um trimestre para fechar o ano.

PAULO ROSAEconomista e trader da GoBulling

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Act Hora Act

ALTRI SGPS 1.798 -3.85% 2.066 1.218 0.278 0.223 6.468 8.063 1.39% 1.11% 04-09-2013 16:35:00

B. COM. PORT. 0.098 0.00% 0.120 0.048 -0.021 0.002 -- 49.000 -- 1.02% 04-09-2013 16:35:00

B.ESP. SANTO 0.816 -1.69% 1.190 0.520 -0.063 0.036 -- 22.667 -- 0.00% 04-09-2013 16:35:49

BANIF-SGPS 0.011 0.00% 0.170 0.010 -- -- -- -- -- -- 04-09-2013 16:35:00

B. POP. ESP. 3.740 3.89% 5.244 2.350 0.035 0.267 106.857 14.007 -- 0.00% 04-09-2013 09:14:41

BANCO BPI 0.921 -3.26% 1.380 0.598 0.051 0.082 18.059 11.232 -- 0.00% 04-09-2013 16:35:15

COFINA,SGPS 0.450 0.45% 0.730 0.378 0.030 0.030 15.000 15.000 2.22% 2.22% 04-09-2013 16:36:02

CORT. AMORIM 1.990 1.02% 2.100 1.269 0.240 0.240 8.292 8.292 5.03% 4.52% 02-09-2013 02-09-2013

CIMPOR,SGPS 3.140 0.00% 3.680 3.000 0.370 0.445 8.486 7.056 0.52% 5.57% 04-09-2013 16:35:00

EDP 2.687 0.19% 2.735 1.901 0.266 0.268 10.102 10.026 6.89% 7.00% 04-09-2013 16:35:00

EDPR 3.832 2.35% 4.434 2.922 0.167 0.207 22.946 18.512 -- 1.23% 04-09-2013 16:35:00

MOTA ENGIL 2.855 9.60% 2.890 1.110 0.243 0.330 11.749 8.652 3.85% 3.85% 04-09-2013 16:35:00

ESF GROUP 5.238 -0.23% 5.732 5.010 -- -- -- -- -- -- 04-09-2013 16:35:00

GALP ENERGIA 13.055 0.00% 13.285 10.760 0.427 0.505 30.574 25.851 2.02% 2.11% 04-09-2013 16:35:00

IMPRESA,SGPS 0.620 -1.59% 0.680 0.280 0.040 0.040 15.500 15.500 -- -- 04-09-2013 16:35:00

J. MARTINS 14.785 -0.10% 18.560 12.325 0.677 0.790 21.839 18.715 2.00% 2.22% 04-09-2013 16:35:00

MARTIFER 0.500 -1.96% 0.820 0.450 -0.010 0.020 -- 25.000 -- -- 04-09-2013 16:35:00

NOVABASE 2.900 2.11% 3.080 1.870 0.205 0.240 14.146 12.083 3.45% 2.93% 04-09-2013 16:35:00

GLINTT 0.160 -11.11% 0.210 0.100 -- -- -- -- -- -- 04-09-2013 14:31:30

P. TELECOM 2.932 4.12% 4.462 2.573 0.291 0.237 10.076 12.371 11.08% 7.95% 04-09-2013 16:35:00

PORTUCEL 2.643 -0.30% 2.915 2.050 0.253 0.258 10.447 10.244 6.05% 7.38% 04-09-2013 16:35:00

REDES E. NAC. 2.201 0.78% 2.390 1.960 0.230 0.241 9.570 9.133 7.72% 7.63% 04-09-2013 16:35:00

S. COSTA 0.260 4.00% 0.330 0.120 -- -- -- -- -- -- 04-09-2013 16:29:02

SEMAPA 6.855 2.82% 7.410 4.890 0.585 0.653 11.718 10.498 3.72% 3.69% 04-09-2013 16:35:00

SONAECOM 1.930 7.16% 1.930 1.240 0.154 0.152 12.532 12.697 6.22% 4.30% 04-09-2013 16:35:00

SONAE,SGPS 0.852 5.06% 0.888 0.503 0.041 0.059 20.780 14.441 3.89% 3.99% 04-09-2013 16:35:00

SONAE IND. 0.499 2.25% 0.683 0.408 -0.227 -0.133 -- -- -- -- 04-09-2013 16:35:00

SAG GEST 0.180 -5.26% 0.400 0.160 -0.040 -0.010 -- -- -- 0.00% 04-09-2013 14:27:02

TEIX. DUARTE 0.650 1.56% 0.690 0.240 -- 0.050 -- 13.000 2.31% -- 04-09-2013 12:57:37

Z. MULTIMEDIA 4.270 2.89% 4.555 2.143 0.157 0.196 27.197 21.786 2.81% 3.19% 04-09-2013 16:35:00

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUS

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Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exactidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

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SAG reduz prejuízos para 6,2 milhões de eurosA SAG Gest – Soluções Automóvel Globais registou um resultado líquido negativo de 6,2 milhões de euros, no primeiro semestre, valor que se traduziu numa quebra nas perdas de 18,7%, face a igual período do ano passado. O volume de negócios ascendeu a 190,6 milhões de euros, a que correspondeu um EBITDA de cinco milhões de euros, contra 4,6 milhões nos seis primeiros meses do exercício anterior. A empresa chama a atenção para o facto de a atividade operacional desenvolvida no Brasil continuar a evoluir muito favoravelmente, tendo contribuído positivamente para o resultado da SAG com 2,3 milhões de euros.

Bruxelas aprova plano de reestruturação do BCPA Comissão Europeia deu a necessária autorização ao plano de reestruturação do BCP, considerando que está em conformidade com as regras da União Europeia em matéria de auxílios estatais. “Foi alcançado o melhor acordo possível, permitindo ao banco manter os seus ativos core e continuar a desenvolver a atividade comercial nas principais linhas de negócio, com menor risco de execução. A partir deste momento, o grupo tem a sua geometria de atuação bem definida”, refere Nuno Amado, presidente da comissão execu-tiva da entidade financeira.

MERCADOS

44 SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est Data Act Hora Act

B.POPULAR 3.791 3.19% 5.271 2.320 0.035 0.267 108.314 14.199 -- 0.16% 04-09-2013 16:38:00

INDITEX 104.5 4.73% 111.800 85.337 4.213 4.679 24.804 22.334 1.82% 2.34% 04-09-2013 16:38:00

REPSOL YPF 18.14 0.17% 18.550 14.425 1.668 1.671 10.875 10.856 5.28% 5.36% 04-09-2013 16:38:00

TELEFONICA 10.485 0.10% 11.780 9.466 1.029 1.084 10.190 9.673 3.34% 6.92% 04-09-2013 16:38:00

FRA. TELECOM - - -- -- 1.005 0.994 -- -- -- -- - -

LVMH 134.55 1.05% 143.400 117.000 7.304 8.328 18.421 16.156 2.23% 2.36% 04-09-2013 16:35:00

BAYER AG O.N. 84.92 -0.14% 91.030 62.030 5.746 6.486 14.779 13.093 2.24% 2.44% 04-09-2013 16:35:28

DEUTSCHE BK 33.505 2.59% 38.730 27.270 3.750 4.542 8.925 7.369 2.24% 2.43% 04-09-2013 16:35:19

DT. TELEKOM 9.8 2.47% 10.110 7.976 0.640 0.694 15.312 14.121 7.14% 5.40% 04-09-2013 16:35:05

VOLKSWAGEN 165 -1.55% 181.550 122.250 21.377 24.921 7.711 6.614 2.12% 2.47% 04-09-2013 16:35:16

ING GROEP 8.365 0.40% 8.892 5.521 1.007 1.089 8.307 7.681 -- 0.00% 04-09-2013 16:35:41

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NOVIDADE

EM FOCO

Galp descobre gás natural em MoçambiqueA Galp Energia, parceira do consórcio para a exploração da Área 4 na bacia do Rovuma, no offsho-re de Moçambique, anunciou uma nova descoberta naquela área, no prospeto exploratório Agu-lha. Esta descoberta prova a existência de um novo play na parte sul da Área 4. Este foi o décimopoço perfurado consecutivamente na Área 4, onde os trabalhos exploratórios alcançaram uma taxade sucesso de 100%. A Galp Energia detém uma participação de 10% no consórcio que explora aÁrea 4, cabendo 70% à Eni East Africa (operadora), 10% à KOGAS e 10% à ENH.

Tensão na Síria pressiona preços do petróleo

“A probabilidade crescente de estas tensões se agravarem nesta re-gião, faz aumentar as preocupações sobre a estabilidade na produção mundial de petróleo e poderá conti-nuar a exercer uma pressão sobre os preços”, avisa. “Apesar deste quadro,

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AQUILES [email protected]

As crescentes tensões na Síria e o seu alargamento às regiões vizinhas (principalmente Líbia, Iraque e Egito, onde tiveram lugar recentes convulsões) estão a afetar a produ-ção de petróleo na região e, con-sequentemente, os preços interna-cionais do crude, de acordo com a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro). A entidade explica que, apesar de a Síria ser um pequeno produtor, a soma da ten-são no Médio Oriente e da quebra na produção em outros mercados produtos de crude pode aumentar a pressão sobre os preços.

“Embora a Síria seja considera-da um pequeno produtor, quase insignificante num mercado glo-bal de 90 milhões barris por dia, situando-se, segundo dados da Agência Internacional de Energia, no 32º lugar entre os produtores mundiais de petróleo, a sua pro-dução diminuiu em dois anos, de 350 mil para menos de 50 mil bar-ris por dia. No entanto, é de referir que, neste momento, já se verifica uma queda na produção de petró-leo superior a dois milhões de bar-ris por dia na Líbia, Nigéria, Irão e Iraque, sendo este último atual-mente o segundo maior produtor da OPEP e tendo vindo a registar, desde julho, um corte de 290 mil barris por dia nas suas exportações, devido aos ataques e consequente interrupção de utilização do oleo-duto que liga Kirkuk ao porto tur-co de Ceyhan”, explica a entidade.

A Apetro acrescenta que também a Líbia deixou de exportar mais de 750 mil barris por dia, “valor su-perior a metade das suas exporta-ções”. A associação acrescenta que também outros países não membro das OPEP (Brasil, Canadá, Méxi-co, Mar do Norte, Sudão, Síria e Iémen) reduziram a produção, por diferentes ordens de razão. Nesses países, a produção caiu 800 mil barris/dia, 300 mil dos quais na Sí-ria, como já referido.

Volatilidade das cotações Este risco de instabilidade de

produção no Médio Oriente, bem como eventuais interrupções nas exportações através do Estreito de Ormuz e do Canal do Suez, tem, de acordo com a Apetro, impulsionado os preços do petróleo nos últimos dias. Aliás, após vários meses de es-tabilidade, tendo o barril de Brent sido negociado acima dos 115 dóla-res pela primeira vez em seis meses.

e salvo se houver um alastramento do conflito à região, não são presu-míveis subidas significativas no pre-ço dos produtos petrolíferos, haven-do no entanto maior volatilidade nas cotações do crude e dos produ-tos refinados”, remata a Apetro.

Barril de Brent acima de 115 dólarespela primeira vez em seis meses

SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013 45

AQUILES [email protected]

Vida Económica – As associa-ções do comércio automóvel têm destacado a importância que as empresas de rent-a-car têm nas vendas de automóveis. Como comenta?

Joaquim Robalo de Almeida – Efetivamente, o rent-a-car é o setor que mais automóveis compra em Portugal, tendo em julho com-prado 4800 carros de passageiros e 200 de mercadorias, o que lhe confere uma quota de mercado superior a 40%. Ou seja, se não existisse esta compra de viaturas pelo rent-a-car, as vendas de auto-móveis em Portugal seriam ainda mais desastrosas do que estão a ser. Importa, no entanto, referir que o setor compra sempre carros…

VE – Como é a distribuição por marcas das compras do rent--a-car?

JRA – O rent-a-car tem com-prado a maioria das marcas. Em algumas marcas, o setor comprou a quase totalidade das unidades vendidas no mês em análise. Tam-

bém houve compras a marcas “premium”, mais de uma centena em julho.

VE – Como está a ser o verão para o setor em Portugal?

JRA – As notícias são muito positivas. Posso dizer-lhe que te-mos tido, desde maio, ocupações fantásticas, como já não tínhamos há mais de dois anos. Em agosto, chegámos a ocupações a rondar os 90%, o que, em mercado de rent--a-car, é fantástico, pois este é um setor que nunca consegue ter ocu-pações de 100%, pois há sempre carros que ficam parados de um dia para o outro para entrega ao cliente. Não é como a hotelaria, em que, teoricamente, se pode ter ocupações de 100%. O verão está a ser muito positivo e os indica-dores para setembro são, de igual modo, promissores.

VE – Qual o peso do turismo face ao mercado empresarial?

JRA – O turismo já representa 60% da atividade de rent-a-car. O turismo tem vindo, também no rent-a-car, a ganhar quota de mer-

cado. Nós congratulamo-nos com isso, pois sempre temos dito que é por via do turismo que o país pode crescer e sair da crise em que está mergulhado. Este mês [agosto] visitei três dos principais pontos turísticos de Portugal continental [Algarve, Lisboa e Porto] e no Al-garve a ocupação é excelente e o Porto é uma agradável surpresa. O Porto tem turistas por todo o lado. A frota de rent-a-car há quatro ou cinco anos rondava os mil carros, hoje, supera os qua-tro mil carros. Isto porque tem havido um afluxo muito grande de turistas, até pelas companhias aéreas low-cost que viajam para a região. Importa, contudo, destacar que a frota de rent-a-car portugue-sa tem menos cerca de seis mil car-ros do que no mesmo período do ano passado…

VE – O que justifica essa di-ferença de menos seis mil carros na frotas das rent-a-car portu-guesas?

JRA – Houve um melhor ajus-tamento da frota face à procura, daí também termos tido, aliado ao

aumento do número de turistas, taxas de ocupação superiores.

VE – Tendo em conta o verão positivo do setor, 2013 poderá ser de crescimento para a ativi-dade de rent-a-car em Portugal?

JRA – Eu penso que será, segu-ramente, um ano melhor do que 2012. Agora, para salvar o ano, pois o primeiro trimestre foi fran-camente mau, não podemos ter um último trimestre mau. Se o tu-rismo quebrar um pouco a sazona-lidade, não tenho dúvidas de que o rent-a-car terá melhores anos e não tenho dúvidas nenhumas que este será um deles. Este será, assim es-pero, o regresso aos melhores anos para a atividade.

VE – No segmento empresa-rial há menos margem de cres-cimento?

JRA – Infelizmente, na verten-te “corporate” não está a ser pos-sível crescer, pois há diminuição de atividade, com destaque para as obras, pois esse é um setor que aluga muitos carros. Mas mesmo os restantes setores alugam me-nos carros e quando alugar é por períodos menores. Aqueles tem-pos em que havia muitos carros nas empresas estão a terminar e os empresários estão a começar a pensar quais os funcionários que precisam mesmo de carro de ser-viço. Há casos de empresas que começam a ver que as viaturas só são necessárias em determinados períodos e, nesses casos, o produto a ter em consideração o rent-a-car e não outros.

VE – As empresas são sensíveis a esse argumento?

JRA – Começam a ser e têm sido lançados produtos adaptados a esta realidade, como sejam os aluguer mensais ou o “mini-lease”.

JOAQUIM ROBALO DE ALMEIDA, SECRETÁRIO-GERAL DA ARAC, AFIRMA

“Rent-a-car é o setor que mais au “O Porto tem turistas por todo o lado. A frota de rent-a-car há quatro ou cinco anos rondava os mil carros; hoje, supera os quatro mil”

As empresas de aluguer de automóveis sem condutor foram responsáveis pela venda de 4800 carros no mês de julho, o que representa cerca de 40% das 12 mil unidades matriculadas em Portugal. O secretário- -geral da Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor (ARAC), Joaquim Robalo de Almeida, recorda, em entrevista à “Vida Económica”, que “o rent-a-car é o setor que mais automóveis compra” no nosso país. “Se não existisse esta compra de viaturas pelo rent-a-car, as vendas de automóveis em Portugal seriam ainda mais desastrosas do que estão a ser”, afirma o dirigente da ARAC.

“É por via do turismo que o país pode crescer e sair da crise em que está mergulhado”, refere o secretário-geral da ARAC.

Castrol EDGE Professional com nova campanha de comunicação em PortugalA Castrol tem em curso uma nova campanha de comunicação. A decorrer até ao fim do ano, a ação da empresa de lubrificantes está em monopostes das autoestradas A1 e A3 junto às entradas e saídas de Lisboa e do Porto. A mensagem central de recomendação dos lubrificantes Castrol EDGE Professional por parte da Audi, BMW e Volkswagen surge destacada nos três painéis com conteúdos diferentes.

AUTOMÓVEL

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tomóveis compra em Portugal”

Com o rent-a-car, pode haver uma racionalização das frotas nas em-presas.

VE – A cobrança de portagens nas autoestradas ex-Scut, devido ao diferimento entre passagem e pagamento, foi um problema para as empresas de rent-a-car. A questão já está resolvida?

JRA – Em maio, foi publicada uma portaria que criou um siste-ma para as empresas de rent-a-car poderem fazer face a esse proble-ma. A solução passa por disponi-

bilização de identificadores de Via Verde aos clientes, com uma taxa diária de 1,5 euros para o cliente. Tem estado a ter uma grande ade-são dos clientes. Cerca de 70% da frota nacional de rent-a-car está equipada com Via Verde, o que é significativo, uma vez que a porta-ria é de maio.

VE – A envolvente do rent-a--car também tem sido discutida pela ARAC com organismos pú-blicos…

JRA – Temos reuniões em curso

com a Direção-Geral das Alfânde-gas no que diz respeito aos chama-dos carros de matrícula vermelha, viaturas com matrículas tempo-rárias. Estes alugueres são feitos ao abrigo de contratos de leasing com rescisão antecipada, ou seja, há uma situação que não é clara. É parecido com um contrato de rent-a-car, mas com a cobertura de um contrato de locação financeira. É uma concorrência que conside-ramos desleal, pois esses carros não pagam qualquer tipo de imposto, pelo que o que fica no país em

termos de receita fiscal é zero. Co-meçaram por 100 ou 200 carros e, neste momento, pelas informações que nos chegam, serão cerca de um milhar de carros que estão por todo o país.

VE – Mas quem são as entida-des que fazem esses alugueres?

JRA – São construtores de auto-móveis franceses.

VE – E a quem é que os alu-gam?

JRA – A cidadão não domicilia-

dos em Portugal. São, sobretudo,portugueses a viver no estrangeiro,com destaque para o Brasil, Esta-dos Unidos, Canadá e França. Nós temos pedido fiscalização destassituações à Autoridade Tributária,mas, se essa fiscalização foi eficaz em 2011, em 2012 e 2013 nãofoi, praticamente, visível. Ainda na questão fiscal, no caso do Imposto Único de Circulação, continua-mos à espera de poder transferir a propriedade das viaturas vendidas, mediante a exibição dos compro-vativos de transação.

SEXTA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO 2013 47

AUTOMÓVEL

Peugeot revela novo 308 em FrankfurtA Peugeot vai revelar a nova geração do 308 no Salão de Frankfurt,que se realiza entre 10 e 22 de setembro. A nova plataforma modular EMP2 permite ao modelo ser, segundo a marca, o mais leve e com-pacto (comprimento de 4,25 m) do segmento C. Vai contar com cinco motorizações a gasolina e diesel. O destaque irá para o 1.6HDi e para um inédito três cilindros a gasolina turbo (1.2 e-THP).

Garmin “navega” modelos MercedesA Garmin vai ser o distribuidor oficial principal de soluções de navegação para os novos modelos Mercedes nos próximos qua-tro anos. Além de usufruírem de de mapas de navegação, os con-dutores dos novos modelos da marca terão acesso a informações em tempo real como próximas saídas com mostra de imagens num segundo display atrás do volante.

Quota de mercado acumuladaentre janeiro e julho é de 25%No acumulado de janeiro a julho, o setor das rent-a-car comprou perto de 19 mil unidades, cerca de 25% das 74 mil matrículas que a totalidade do mercado automóvel registou. De notar que, como refere o secretário-geral da ARAC, não há uma clivagem muito acentuada nas compras de rent-a-car entre 2012 e 2013, o crescimento ronda os 8%. Importa, no entanto, sublinhar que a análise isolada a julho revela um crescimento superior a 26%, pois no mês homólogo do ano passado as empresas de aluguer comprar 3800 carros, menos mil do que este ano.

2013 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL TotalRENAULT 61 71 1202 198 222 388 448 2590VOLKSWAGEN 45 59 302 181 363 699 701 2350PEUGEOT 57 129 405 103 303 501 396 1894FIAT 23 44 259 403 247 569 421 1966OPEL 24 104 268 101 202 442 406 1547FORD 30 33 325 95 184 122 162 951CITRÖEN 27 8 56 63 127 278 242 801TOYOTA 10 36 71 48 91 282 206 744NISSAN 14 41 53 39 89 112 109 457AUDI 21 19 34 67 64 161 124 490SEAT 15 52 74 51 291 187 367 1037BMW 19 9 21 61 47 69 212 438MERCEDES 23 28 129 62 114 148 221 725MITSUBISHI 7 5 21 167 22 19 44 285CHEVROLET 7 8 27 4 21 21 41 129SKODA 8 15 26 12 26 93 94 274HYUNDAI 3 1 19 7 23 11 21 85SMART 8 7 15 32 27 25 21 135ALFA ROMEO 2 1 5 41 24 16 42 131VOLVO 2 3 12 7 12 14 47 97MINI 11 4 10 14 41 19 31 130LANCIA 0 0 0 3 7 7 156 173KIA 7 19 14 14 38 14 59 165HONDA 0 1 63 7 8 3 7 89MAZDA 2 0 5 0 3 5 43 58OUTROS 8 1 1 0 6 13 13 42 TOTAL 434 698 3417 1780 2602 4218 4634 17783

Veículos de passageiros

Veículos comerciais ligeiros Jul-13 Acumulado 2013RENAULT 38 247PEUGEOT 37 212FIAT 36 206MERCEDES 25 116VOLKSWAGEN 21 104CITRÖEN 19 118OPEL 17 96FORD 12 72TOYOTA 9 54IVECO 2 97NISSAN 0 22MITSUBISHI 0 12KIA 0 0MAZDA 0 0SEAT 0 0SKODA 0 0OUTROS 0 0 TOTAL 216 1,356

fonte: ARAC fonte: ARAC

2013

26 28 nov.

PARQUE DAS EXPOSIÇÕES DE MONTPELLIER - FRANÇA

26a

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Vendas no retalho

mantêm tendência

de descida

As vendas no comércio a re-talho abrandaram 1,5%, no primeiro semestre, compara-tivamente a igual período do ano anterior. O setor repre-sentou um volume de vendas de 8591 milhões de euros, re-fere o barómetro da Associa-ção Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED).

A descida só não foi mais acentuada devido aos produ-tos alimentares, cujas vendas cresceram 2,1%, fixando-se em pouco mais de cinco mil milhões de euros. Na base deste aumento estiveram so-bretudo as fortes campanhas promocionais que têm sido desenvolvidas pelas marcas. Em contrapartida, houve uma quebra de 6,1% no reta-lho não alimentar, para 3571 milhões de euros. A tendên-cia de baixa justifica-se pelo contexto de recessão e a per-da de rendimento das famí-lias. A maior descida coube ao segmento da eletrónica de consumo, enquanto a maior subida respeitou ao segmen-to das telecomunicações. Os hipermercados continuaram a aumentar o seu peso du-rante o período em apreço (a quota de mercado é agora de 15,4%).

Contribuições

para fundos de

pensões com forte

quebra no primeiro

semestre

As contribuições para os fundos de pensões registaram uma descida de mais de 52%, no primeiro semestre, face a igual período do ano passa-do. O valor fixou-se em cerca de 98,3 mil milhões de euros, de acordo com dados do Ins-tituto de Seguros de Portugal (ISP).

Os ativos geridos pelos fun-dos de pensões atingiam 14,4 mil milhões de euros, no final do semestre, mais 7,8% em termos homólogos. Verificou--se um aumento das contri-buições para adesões indivi-duais a fundos abertos e PPR, mas os fundos de pensões fe-chados e as adesões coletivas a fundos abertos tiveram que-bras acentuadas, no período em análise. Por sua vez, o va-lor dos benefícios pagos pelos fundos de pensões aumentou 1,6%, sobretudo devido ao desempenho dos fundos de pensões fechados. Nos fundos de pensões abertos houve a tendência contrária, com uma quebra de 60%, destacando--se pela negativa os planos de poupança reforma. Atual-mente, existem 226 fundos de pensões sob gestão.

[email protected]

www.institutoliberdadeeconomica.blogspot.com

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁMestre Drucker SchoolPhD Columbia UniversityProfessor Catedrático

http://www.linkedin.com/in/vasconcellosesa

Vide artigos e gráficos:

http://economiadasemana.blogspot.pt

https://twitter.com/VasconcelloseSa

LIBERTA

A TENDÊNCIA(?)

COMENTÁRIO:

Só no ano passado Portugal conseguiu equilibrar as suas contas externas.

Instituto de Liberdade Económica

Fonte: Pordata, dados retirados do site em Julho 2013.

Anos

Portugal: Evolução da balança de pagamentos % do PIB

Mais flexibilidade ou menos emprego

A menos de um ano do final do Programa de Ajuda

Externa, qual é o balanço do ritmo de ajustamento do mercado de trabalho? A resposta depende da perspetiva. Na visão interna, o ritmo foi demasiado rápido, com perdas de direitos anteriores, cortes de remuneração e subida do desemprego. Na visão externa, partilhada pela “troika”, o ritmo de ajustamento é demasiado lento, com alterações que só têm significado para os novos contratos, e normas rígidas que dificultam a regeneração do tecido empresarial e travam a criação de novos postos de trabalho.

Para já, os cortes temporários de vencimento na Função Pública não vão ser alargados ao setor privado, apesar das recomendações do FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu.

As normas do Código do Trabalho impedem qualquer tipo de ajuste em baixa na componente fixa dos salários, seja qual for o montante do salário e seja qual for o montante da redução.

Essas regras têm limitado o efeito dos ajustes na componente variável das remunerações e contribuem para que, de acordo com os últimos números do Eurostat, Portugal se posicione entre os países da União Europeia onde os custos laborais registaram o maior aumento.

Este dado, sendo positivo em termos de mercado interno e favorável às famílias que têm sido confrontadas com o agravamento dos impostos e dos preços dos serviços públicos, não evita um balanço claramente desfavorável quanto ao rendimento disponível e poder de compra.

Na visão do exterior, a lentidão do processo de ajustamento não é apenas negativa pelos custos acrescidos e atraso na recuperação da atividade económica.

A irredutibilidade dos salários impede a descida das remunerações mas também trava – e muitas vezes inviabiliza – a sua progressão. Como os salários não podem ser ajustados em baixa ao desempenho individual e às condições do mercado, as empresas têm mais argumentos para os não aumentar, o que provoca um lento mas efetivo declínio das remunerações reais.

Em Espanha, a evolução é diferente. Apesar de não estar sob assistência externa, o ajustamento está a ser muito mais rápido. De acordo com os mesmos dados do Eurostat, Espanha é o país da União Europeia com a maior descida dos custos laborais, com uma queda de 3,2% no primeiro trimestre de 2013. através de cortes num elevado número de trabalhadores privados.

A Irlanda também apresenta uma queda dos custos laborais no mesmo período. O facto de Portugal ser entre os países sob resgate aquele que apresenta o valor mais alto neste indicador pode ser considerado algo de invejável.

Mas também pode significar que irá sofrer mais com o arrastamento da crise. Com mais inflexibilidade poderá ter menos emprego. E a defesa do conceito de irredutibilidade poderá querer dizer que os salários dos portugueses se vão manter estagnados ou em lento declínio quando o atual ciclo se inverter e os salários passarem a subir de forma expressiva na generalidade dos Estados europeus.

NOTA DE FECHO

JOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR [email protected]

Nº 1506 / 6 de setembro 2013 Semanal J 2,20 Portugal Continental

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LISBOA 23 e 24 setembro

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de uma empresa

das empresas

da gestão operacional de cada área da empresa

Público Geral: G120

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A irredutibilidade dos salários impede a descida das remunerações mas também trava – e muitas vezes inviabiliza – a sua progressão