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O Brasil vivenciou manifestações até pouco tempo impensáveis, que sacudiram o país de norte a sul. A juventude foi para as ruas, os adultos apoiaram, e resta um sentimento que mudanças precisam

ocorrer. A sociedade, passado o ímpeto inicial do movimento, tenta identi-!car questões prioritárias e como reinventar o exercício da cidadania.

Nesse contexto, é possível visualizar a Magistratura gaúcha como inte-grada num processo de mudança de paradigma da prestação jurisdicio-nal. É criativa, pensa, debate, diverge e atua em forte interação com o meio social. Faz isso individual e coletivamente. Às iniciativas pessoais e comprometidas de inúmeros magistrados, agrega-se uma atuação cole-tiva e abrangente da AJURIS.

Ao mesmo tempo em que os magistrados gaúchos se empenham na quali!cação da jurisdição e com os grandes temas de interesse da cole-tividade, também se ocupam com a cultura e o lazer, que humanizam e elevam o convívio social.

O conteúdo desta edição do jornal bem demonstra isso. A busca de ca-minhos alternativos para a busca de soluções para os con"itos como a mediação, que procura o entendimento entre os envolvidos no litígio, a proposta de fazer os homens agressores de mulheres re"etirem para aprender a refrear seus impulsos, por exemplo, são iniciativas que indi-cam que nossos magistrados estão sempre buscando novas formas de quali!car a prestação da Justiça.

A luta pela revisão das dívidas dos Estados com a União, para permitir que os entes federados possam fazer investimentos que atendam às necessi-dades da população, que ganhou consistência no debate por forte inicia-tiva da AJURIS, agora está nacionalizada, com a participação uni!cada de mais de 120 entidades da sociedade civil. O pioneirismo de trazer o deba-te sobre a diversidade sexual, vencendo e enfrentado preconceitos, para dentro de uma entidade de magistrados, são demonstrações da atuação coletiva de nossa Associação.

São alguns exemplos de matérias retratadas na publicação, mas tem mais. Cultura, opinião, notícias sobre atividades recreativas e culturais e como tema central, o Seminário República realizado pela AJURIS, com parceria do Governo do Estado, Assembleia Legislativa e Tribunal de Justiça, que debaterá Os Impasses da Democracia Brasileira. Além disso, destacamos o enfrentamento que é feito contra a PEC 33, cuja !nalidade é submeter o Judiciário, invadindo a sua competência de guardião da Constituição. Na matéria, indicam-se as razões da necessidade de rejeição da proposta no Congresso e o modo como a AJURIS vem contribuindo nessa luta.

A presente edição do jornal é um convite à leitura e a uma re"exão sobre o comportamento de nossa magistratura em tempos de viragem.

INSTITUCIONAL

ASSOCIAÇÃO DOS JUÍZES DO RIO GRANDE DO SUL

Presidente: Pio Giovani DreschVice-presidente Administrativo: Eugênio Couto TerraVice-presidente de Patrimônio e Finanças:André Luís de Moraes PintoVice-presidente Cultural: Maria Lucia Boutros Buchain Zoch RodriguesVice-presidente Social: José Antônio Azambuja Flores Jornal da AJURISDiretora de Comunicação: Rute dos Santos RossatoSubdiretora de Comunicação: Elisabete Maria KirschkeConselho de Comunicação: Túlio de Oliveira Martins, João Armando Bezerra Campos, Leoberto Narciso Brancher, Maria Cláudia Mercio Cachapuz, Carlos Alberto EctheverryJornalista-chefe: Grasiela DuarteEquipe de jornalismo: Alexandre Volkweis, Jeane Bordignon, Maya Lopes, Rodrigo BorbaProjeto grá!co e diagramação: Rodrigo Moraes - Esparta DesignTiragem: 2.000 exemplares Endereço: Rua Celeste Gobbato, nº 81Praia de Belas Porto Alegre/RS – CEP 90110-160Telefone: (51) 3284-9100 Fax: (51) 3284-9132E-mail: [email protected]: www.ajuris.org.br

EXPEDIENTE

Eugênio Couto TerraVICE"PRESIDENTE

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João Batista Costa Saraiva

A Pseudossolução do Rebaixamento da Idade

Juiz de Direito Aposentado, Consultor do UNICEF, professor da ESM-AJURIS.

Induvidosamente, o tema da violência urbana, por conta das características de desenvolvimento da contemporaneidade, tem pautado a ação dos gover-

nantes. São desa!os do século XXI, da pós-modernidade e da própria democracia, "ertando com soluções totali-tárias - veja-se o Direito Penal do Inimigo -, naquilo que Todorov destaca como a alarmante derrocada dos valo-res democráticos sob um “novo” discurso, que acaba por restringir as liberdades individuais.

Nesse contexto, emerge o discurso pela redução da ida-de penal, como pseudossolução ao suposto avanço da delinquência juvenil (como se o aumento da infração por adolescentes estivesse descolado de um aumento da violência como um todo).

Alguns sugerem que, desde a edição do Estatuto da Criança e do Adolescente, que é de julho de 1990, a delinquência juvenil só teria crescido - isolando, do conjunto, a análise do fenômeno. Uma lógica mais ou menos equivalente a atribuir à edição da Lei de Crimes Hediondos (como o Estatuto da Criança e do Adolescen-te de julho de 1990) a responsabilidade pelo aumento dos estupros, sequestros, etc etc desde sua edição.

Está em jogo, nesse debate, a insistência com que se defrontam abolicionistas e herdeiros do modelo tute-lar do Código de Menores versus defensores do Direito Penal Máximo, ignorando que o Estatuto da Criança e do Adolescente, que é a versão brasileira da Convenção das Nações Unidas de Direitos da Criança, introduziu no País um modelo de responsabilidade juvenil, diria penal juvenil ou de Direito Penal para adolescentes, !xando a responsabilização em doze anos, quando a lei de!ne o início da adolescência.

Creio que somente andando nesse sentido o debate poderá se fazer profícuo, alcançando a expectativa da sociedade. Trata-se de superar as crises de con!ança cognitiva e de con!ança normativa que obstruem a efe-tividade do modelo de responsabilização contempla-do no Estatuto da Criança e do Adolescente. Con!ança cognitiva que resulta da percepção de que as proibições penais serão respeitadas, no plano da prevenção primá-ria e secundária. Já a con!ança normativa, resultante da percepção de que, se não forem respeitadas as proibi-ções penais, a autoridade constituída reagirá perante o infrator, ou seja, perante a efetividade do sistema.

Nesse contexto, os Direitos Humanos Especiais de Crian-ças e Adolescentes têm ainda maior relevância, espe-cialmente quando se busca construir um sistema apto a reagir diante dos graves con"itos decorrentes da prática de atos infracionais por parte de adolescentes, em espe-cial visando a combater a simplista e sempre invocada pretensão de redução da idade penal e ao tratamento como “adulto”, na contramão dos preceitos da Conven-ção dos Direitos da Criança.

Assim, o Sistema de um Direito Penal para Adolescentes leva em conta aspectos como sanção, prevenção e pro-teção do interesse da vítima. Aqui, a ideia de um modelo de justiça restaurativa, presente na proposta, se a!rma, na medida em que um sistema de responsabilidade pe-nal adolescente se mostra efetivo e e!caz.

Em certa medida, no plano das garantias e dos limites ao poder sancionador do Estado, há uma aproximação entre direito penal juvenil e direito penal de adultos, porém não a ponto de não se estabelecer a su!ciente distância para compor a diferença. As sanções se fun-damentam em uma !nalidade educativa. Porém, como intervenção na esfera da liberdade individual do cida-dão adolescente, a sanção tem uma conotação, em certa dimensão, negativa. Daí sua a"itividade.

Se a ideia é aprimorar esse sistema na busca da supe-ração das crises de con!ança acima referidas, por cer-to não será reduzindo a idade penal que se obterá isso, mas aproveitando esses vinte e tantos anos de experi-ência acumulada, lançando um olhar sobre experiências em Direito Comparado, como Espanha e Alemanha, por exemplo, ou Colômbia e no Chile, aqui mais próximos, e promover uma atualização no próprio Estatuto, levando em conta o Princípio da Autonomia Progressiva e reven-do os limites de responsabilização propostos na lei, que, ao meu ver equivocadamente, dá tratamento igualitário a um adolescente de 12 anos a outro de 17 no plano da cominação das sanções estatutárias.

Rever o Estatuto, como mecanismo de defesa social, no âmbito do sistema infracional, se faz adequado diante do justo clamor, que aponta iniquidades pontuais. Além disso, é demagogia jurídica.

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A violência contra a mulher é um grave pro-blema na sociedade gaúcha, situação de-monstrada por dados preocupantes (veja

quadro). No âmbito jurídico, o encaminhamento das denúncias se dá por meio dos procedimentos legais: medidas protetivas impostas aos agresso-res e processo criminal. Atualmente, o Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, em Porto Alegre, conta com mais um instrumento para auxiliar no combate à redução dos índices: os grupos re!exivos de gênero, criados para a re-educação de homens envolvidos em situação de violência doméstica contra a mulher.

Iniciado em 2011, o projeto reúne homens que praticaram violência doméstica para que, na troca de experiências, possam re!etir sobre o ocorrido e controlar os impulsos violentos. Segundo a me-diadora Ivete Vargas, coordenadora da iniciativa, nesse espaço, os agressores falam, re!etem e se ajudam mutuamente. “Os homens chegam até o grupo re!exivo por convite, solicitação das com-panheiras ou por iniciativa própria”, explica.

A juíza Madgéli Frantz Machado, titular do Juiza-do, destaca que a Lei Maria da Penha prevê não só o atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica, como também aos agressores. Além da punição, no âmbito criminal, eles "cam sujeitos ao encaminhamento para reeducação e tratamen-to, quando necessário. “Com os grupos re!exivos,

buscamos quebrar o ciclo de violência doméstica. Não adianta somente atender a vítima e não reedu-car o homem que cometeu a agressão”, diz.

A magistrada considera que os resultados são positivos. No Juizado, desde que a iniciativa foi implantada, já foram atendidos 27 homens, sem notícia de reincidência. “Em relação a estes agres-sores que participam dos grupos, não temos infor-mação de que tenham reiterado a prática de atos de violência doméstica. Muitos deles, inclusive, pedem para participar de novos grupos que são formados”, observa Madgéli.

Outra inciativa do Juizado para reduzir a violência contra a mulher por meio da conscientização dos agressores foi a realização do seminário (Re)cons-truindo as Relações Afetivas, em março, em Porto Alegre. O evento foi uma oportunidade para dis-cutir a violência doméstica e familiar sob o enfo-que das relações afetivas. No encontro, pro"ssio-nais que atuam na rede de atendimento às vítimas trocaram experiências sobre o tema.

Em Caxias do Sul, a resistência masculina a parti-cipar de atividades re!exivas é um dos desa"os a serem vencidos. De acordo com o juiz de Direito Emerson Jardim Kaminski, titular da 2ª Vara Cri-

Resistência

Violência contra a mulher: iniciativa busca solução na reeducação dos agressores.

Juizado busca reduzir os índices de violência promovendo a reeducação dos agressores

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minal daquela Comarca, o município conta com uma rede de atendimento a vítimas de violência doméstica que atua de forma organizada e articu-lada, discutindo mensalmente o aperfeiçoamen-to do atendimento e a quali!cação dos serviços prestados às vítimas. Mas, infelizmente, o sistema ainda não contempla o agressor.

Por isso, foi constituída na cidade uma organização não governamental (ONG), composta por psicólogos com formação especí!ca, com o objetivo de atender também os homens – desde que encaminhados pelo Judiciário. Porém, ressalta Kaminski, o preconceito e a falta de um mecanismo legal que obrigue a parti-

cipação dos réus aos encontros, antes do trânsito em julgado do processo criminal, di!cultam a iniciativa.

“A nossa di!culdade é viabilizar o comparecimento dos homens antes da sentença judicial, porque não existe nenhum instrumento, antes da sentença, que o obrigue a comparecer e não há como obrigar alguém a se ajudar. Além disso, o preconceito ainda é grande por parte dos homens. En!m, apesar das tentativas, ainda não temos nenhum homem voluntariamente participando de atendimentos psicossociais, como ocorre muito bem na Capital”, lamenta o magistrado.

Para o magistrado, o sucesso do trabalho depende da implantação de políticas públicas e de parcerias com outras instituições para atender os homens que cometem agressão às suas companheiras. “O trabalho com a violência doméstica não se restringe à abordagem criminal. Ele é multidisciplinar e envol-ve a reeducação. É necessário investir na formação educacional”, conclui.

Levantamento realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostra que mais de oitenta mil procedimentos envolvendo a Lei Maria da Penha foram registrados de 2006 a 2011 no Estado. O RS está em 2º lugar no Brasil quando o assunto é vio-lência contra a mulher.

Com os grupos UHÁH[LYRV��EXVFDPRV�TXHEUDU�R�FLFOR�GH�YLROrQFLD�GRPpVWLFD��1mR�DGLDQWD�VRPHQWH�DWHQGHU�D�YtWLPD�H�QmR�UHHGXFDU�R�KRPHP�TXH�FRPHWHX�D�DJUHVVmR

Juíza Madgéli Frantz Machado

Números revelam quadro violento

Nos grupos re!exivos, homens trocam experiências e re!etem sobre o ocorrido

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protetivas de urgência e o monitoramento pela Patrulha, ela sente a presença do Estado dando exatamente a proteção que ela não tinha”, explica a tenente-coronel Nádia Gerhard, coordenadora estadual do programa.

Desde o ano passado, com base em um acordo !rmado entre a Secretaria de Segurança Pública do Estado e o Tribunal de Justiça do RS (TJRS), as polícias civil e militar são informadas on-line sobre as decisões envolvendo medidas protetivas con-tra os agressores, o que tem agilizado o processo de !scalização e proteção. Antes, as vítimas só tinham medidas protetivas cumpridas se fossem até o fórum buscar a decisão.

Formadas por policiais militares especialmente capacitados, as patrulhas vão até a casa das víti-mas, a !m de !scalizar o cumprimento das medi-das protetivas e orientá-las. “O policial é capacita-do para fazer um diálogo mais aproximado com as vítimas; ele tem que ser hábil para tirar delas o que realmente está acontecendo”, observa Nádia. As patrulhas também atuam no encaminhamento das vítimas à rede de proteção.

As viaturas circulam nos quatro Territórios da Paz instalados em Porto Alegre – nos bairros Restinga, Rubem Berta, Santa Tereza e Lomba do Pinheiro – e nos dois bairros com Territórios da Paz em Ca-noas - Guajuviras e Mathias Velho.

Segundo Nádia, a iniciativa tem inibido os agres-sores e estimulado os vizinhos a testemunhar so-bre as agressões, colaborando para a condenação do infrator. “É uma viatura caracterizada, com uma inscrição enorme ‘Patrulha Maria da Penha’, em li-lás; isso já contribui para inibir qualquer tipo de ação violenta contra as vítimas.”

PROCESSOS ATIVOS EM AGOSTO DE 2013:

VIOLÊNCIA DOMESTICA FAMÍLIA

PORTO 19.209 32.399 ALEGRE

CAXIAS 4.340 8.412DO SUL

PELOTAS 4.156 6.224

NOVO 3.486 6.689HAMBURGO

CANOAS 3.815 7.912

RIO GRANDE 2.737 3.990

PASSO 1.058 3.131 FUNDO

SANTA 1.469 6.091 MARIA

SÃO 1.643 5.016LEOPOLDO

Iniciada em outubro de 2012 pelo Governo do Es-tado, a Patrulha Maria da Penha visa a quali!car o atendimento às vítimas de violência doméstica que estão amparadas por medida protetiva. O ob-jetivo é evitar que mulheres sejam agredidas – e até mortas – mesmo após prestar queixa contra o companheiro, além de incentivar as vítimas a de-nunciar a violência sofrida.

“Trabalhamos completando a lacuna entre a mu-lher vítima de violência e o !el cumprimento da medida contra o agressor. Quando sai a medida protetiva, em tese, ela tem um papel que diz ‘não se aproxime’ e que nada garante. Isso potencializa ainda mais a violência, ou seja, ela acaba sendo agredida de novo. Com a expedição de medidas

Patrulha Maria da Penha auxilia no combate à violência

Trabalhamos completando a lacuna entre a mulher vítima GH�YLROrQFLD�H�R�ÀHO�cumprimento da medida contra o agressor

Tenente-coronel Nádia Gehard

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Nova VEC ajudará a reduzir em 50% o estoque de mais de onze mil processos da atual unidade

Um passo importante para a criação de mais uma Vara de Execuções Criminais (VEC) em Porto Alegre foi dado no início de julho, quan-

do começou a tramitar, na Assembleia Legislativa, o Projeto de Lei (PL) 153/2013, que prevê a criação da 2ª VEC, com dois juizados, na Comarca da capital gaúcha.

A proposta prevê a criação de dois cargos de juiz de direito, um cargo de escrivão, dois cargos de assessor de juiz, duas funções grati!cadas de o!cial escrevente auxiliar de juiz e quinze cargos de o!cial escrevente, todos de entrância !nal.

Desde o ano passado, a AJURIS pleiteia ao Tribunal de Justiça do RS (TJRS) a criação de mais uma VEC como medida para otimizar os trabalhos processuais e agi-lizar o atendimento da demanda, em especial a de processos envolvendo apenados do Presídio Central de Porto Alegre. Atualmente, uma equipe da VEC da capital já presta atendimento dentro do presídio, !s-calizando o cumprimento das penas e analisando a concessão de benefícios.

Para o diretor do Departamento de Valorização Pro-!ssional da AJURIS e titular da VEC do Foro Central de Porto Alegre, Paulo Augusto Oliveira Irion, a criação de mais uma Vara de Execuções trará uma vantagem signi-!cativa na prestação jurisdicional. Segundo o magistra-do, a Segunda Vara contribuirá para reduzir em até 50%

o estoque de mais de onze mil processos que tramitam naquela unidade judicial. “Hoje temos uma demanda muito grande, e a criação de mais uma VEC tende a fa-zer com que a tramitação seja mais célere, pois haverá uma duplicação no atendimento”, explica. 

 As entidades que integram o Fórum da Questão Peni-tenciária encaminharam à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) uma réplica à resposta apresentada pela União ao pedido de informações, formulado pela Comissão. O documento, enviado no dia 31 de maio, analisou as informações prestadas pelo Governo brasi-leiro sobre as medidas adotadas para assegurar a inte-gridade e os direitos dos apenados do Presídio Central de Porto Alegre, depois que as más condições do local foram denunciadas em Representação enviada à Co-missão no dia 10 de janeiro.

O documento foi formulado também com base na conferência, in loco, das melhorias anunciadas pelo Governo estadual na resposta à CIDH. Com 63 pági-nas, a peça reúne, ainda, os laudos técnicos do Cre-

Encaminhada a criação de mais uma VEC na capital

Fórum da Questão

Penitenciária envia

réplica à OEA

PRESÍDIO CENTRAL

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mers e Ibape/RS, com base na vistoria realizada em 16 de maio na casa prisional para avaliar as adequa-ções anunciadas. No ano passado, as duas entidades já haviam divulgado pareceres técnicos, que foram juntados à Representação. As entidades con"rmaram que houve alguma melho-ra com a construção de uma nova cozinha – que, em-bora considerada um avanço, não resolve a situação precária da casa prisional. O Central permanece com as mesmas inadequações: superpopulação carcerária, desmando dentro das galerias (dominadas por fac-ções) e falta de condições sanitárias e problemas estru-turais graves, a ponto de o parecer técnico do Ibape/RS apontar a desativação como única solução para o presídio, como casa prisional.  Conforme o CREA/RS, não houve modi"cações subs-tanciais entre um laudo e outro. A parte elétrica segue exposta; o esgoto, correndo a céu aberto, e as instala-ções elétrica, hidráulica e estrutural têm um desempe-nho insatisfatório. A análise do Conselho Regional de Medicina gaúcho é igualmente pessimista. Conforme o laudo da entidade, desde a última vistoria (cujo laudo foi anexado à denúncia à OEA), pouca coisa mudou.

Foi citada novamente a falta de um aparelho de radiolo-gia que permita veri"car, nos apenados que ingressam no estabelecimento, se possuem algum tipo de doença pulmonar infecciosa - como tuberculose, por exemplo. O Cremers também alertou para o grave problema de saúde pública, porque circulam muitas doenças infec-tocontagiosas entre os apenados, entre elas, AIDS, he-patite (A, B e C), diarreias, dermatites e verminoses. As entidades signatárias da Representação ressaltam também a insu"ciência de informações apresenta-das na resposta da União e, em especial, a falta de um cronograma de ações. Para o diretor de Assuntos Constitucionais da AJURIS, Gilberto Schäfer, o Gover-no precisa dizer o que pretende fazer e quando. “Falta, efetivamente, um cronograma de obras e melhorias. O que se tem agora são só medidas improvisadas, sem um comprometimento sério com a questão carcerá-ria. É necessário que a União assuma sua parcela de responsabilidade, contribuindo para uma solução do problema penitenciário.”

Comissão apresentou em coletiva de imprensa informações da réplica à resposta apresentada pela União

Vistoria identi!cou avanço com a nova cozinha, mas problemas estruturais persistem

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ESPECIAL

A AJURIS de!agrou mobilização contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 33, assim que foi rejeita-da no Congresso a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37, que restringiria o poder de investigação do Ministério Público, e contra a qual os juízes estaduais gaúchos manifestaram contrariedade, associando-se aos promotores e procuradores de justiça.

AJURIS em campanha contra a PEC 33

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A chamada “PEC da Submissão do Judiciário”, que tra-mita na Comissão de Constituição e Justiça e de Cida-dania da Câmara dos Deputados, propõe que algumas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sejam sub-metidas à apreciação do Congresso Nacional.

Desde então, a Associação vem mantendo a mobi-lização nos seus canais de comunicação, a !m de es-clarecer a população sobre as implicações que essa alteração traria para o cenário atual. Nesse sentido, foi produzido um informativo (veja ao lado), que foi distri-buído em todos os Foros do Estado e também disponi-bilizado na internet.

O presidente da AJURIS, Pio Giovani Dresch, lembra que, em maio, quando a sociedade manifestou sua contrariedade à aprovação da PEC 33, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, decidiu não colocar a matéria em votação. “Agora, quando o Congresso co-meça a dar mostras de que ouve a voz das ruas, chegou a hora também de votar e rejeitar esta PEC.”

Segundo Pio Dresch, ainda que se possa discutir o insti-tuto da súmula vinculante, que submete as decisões de todos os magistrados brasileiros a uma única decisão do Supremo, isso não pode ser motivo para invadir a competência do Judiciário.

Para o magistrado, a medida proposta tem a clara in-tenção de amordaçar o Judiciário, impedindo-o de continuar a exercer seu papel constitucional, e parte de um propósito revanchista, que se alimenta do rancor por decisões judiciais que puniram parlamentares, e da resistência ao papel do Supremo Tribunal Federal de controlar a constitucionalidade das leis.

- Exige o voto de quatro quintos dos membros dos tribunais para que uma lei seja considerada inconsti-tucional. No Supremo Tribunal Federal, seriam neces-sários os votos de nove dos onze ministros, em vez de seis, como é agora.

- As súmulas vinculantes, que obrigam os juízes de todo o país a seguirem um único entendimento acerca de normas cuja interpretação seja objeto de controvér-sia no Judiciário, necessitarão do voto de quatro quin-tos dos ministros e, para produzirem efeito, deverão ser rati!cadas pelo Congresso.

- As decisões do Supremo que declararem a inconstitu-cionalidade de emendas à Constituição Federal serão submetidas à apreciação do Congresso. Se o Congresso discordar, o assunto será submetido a plebiscito.

Os principais

pontos da PEC 33

SÚMULA VINCULANTE:Mecanismo que obriga os juízes de todos os tribunais a segui-rem o entendimento adotado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito de determinado assunto.

Exemplos:Sumúla Vinculante nº 12 - A cobrança da taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Cons-tituição Federal.

Sumúla Vinculante nº 13 - É proibido nepotismo (empregar pa-rentes) nos três Poderes, no âmbito da União, dos Estados e dos Municípios.

A PEC 33 propõe que as decisões do STF sejam subordinadas à aprovação pelo Congresso

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE: Ação que tem por !nalidade declarar inconstitucional uma lei ou emenda constitucional que contrarie a Constituição Federal.

Exemplos:1) O Supremo Tribunal Federal disse que não valia a emenda constitucional nº 62/2009, que institui o calote dos Precatórios.

2) O STF não admitiu a limitação do salário-maternidade em R$ 1.200,00 pela Previdência Social como era previsto na emenda constitucional nº 20/1998.

A PEC 33 exige o voto de quatro quintos dos membros dos tribunais para que uma lei seja considerada inconstitucional. No STF, seriam necessários os votos de nove dos onze minis-tros, em vez de seis, como agora. Isso di!culta para o STF re-conhecer que uma lei seja inconstitucional.

Além disso, a PEC 33 propõe que as decisões do Supremo que declararem a inconstitucionalidade de emendas à Cons-tituição Federal devem ser submetidas ao Congresso. Isso é submeter o Judiciário.

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A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou, em abril, o texto do deputado Nazareno Fonteles, relator da proposta. Na sessão, o deputado Vieira da Cunha apresentou voto divergente, mas foi vencido pela maioria. Atualmente, a PEC 33 está aguardando criação de uma Comissão Temporária na Mesa Diretora da Câmara.

O deputado gaúcho concedeu entrevista à magistrada Elisabete Kirschke no programa Sala de Audiência da Radioweb Ajuris, que foi transmitido no dia 26 de ju-nho. Abaixo, reproduzimos os principais pontos.

“O meu voto foi contrário, porque a CCJC faz o que a gente chama de juízo de admissibilidade, não é ainda ali que se discute o mérito da proposta. Esse mérito é objeto de deliberação de uma comissão especial que está para ser formada na Câmara a respeito da PEC 33. Mas a CCJ, comissão da qual sou membro titular, tem essa tarefa de impedir que sequer tramite alguma pro-posta que ofenda alguma clausula pétrea.”

“O meu voto foi nesse sentido: de que essa PEC 33 não deveria nem ter sido admitida, exatamente porque, no meu entendimento, ela fere frontalmente uma das cláusulas pétreas da Constituição, que é exatamente aquela que trata da separação de poderes. Ora, quando um dos poderes começa a invadir a esfera de compe-tência do outro, no meu entendimento, há ferimento dessa cláusula pétrea, que é a que estabelece a harmo-nia, mas também a separação entre os poderes.”

“Está se querendo enfraquecer um outro Poder, ou seja, o Legislativo está querendo usurpar uma função que é própria do Poder Judiciário, que é a de a Suprema Corte ser a guardiã da Constituição.”

Vieira da Cunha falou ao Sala de Audiência sobre tramitação da PEC 33

Deputado apresentou voto contrário à tramitação Agora, quando o

Congresso começa a dar mostras de que ouve a voz das ruas, chegou a hora também de votar e rejeitar esta PEC

(Pio Giovani Dresch, presidente da AJURIS) “A Comissão Especial irá examinar o mérito da propos-ta. Se repetir o que ocorreu na CCJ, aí a última palavra é do Plenário, que deve votar a matéria em dois turnos, sendo necessários três quintos de votos favoráveis para a PEC ser aprovada e ainda tem que ser submetida ao Senado, onde também deverá ser enfrentado o mesmo processo. Por isso, tenho esperança de que essa pro-posta não prospere, no nosso caso, são necessários 308 votos favoráveis dos 513 deputados. Então, na medida em que espaços como esse permitam que se esclareça a opinião pública a respeito da matéria, espero que se forme uma saudável pressão sobre deputados e sena-dores para que não aprovem uma proposta desta natu-reza, a exemplo do que aconteceu com a PEC 37.”

“A quem interessa um Supremo Tribunal Federal enfra-quecido? Certamente não interessa à cidadania, muito menos ao Estado Democrático de Direito.”

(A íntegra do programa está disponível no site www.ajuris.org.br. Clique no banner da Radioweb AJURIS à direita e selecione a entrevista).

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REALIZAÇÃO PROMOÇÃO

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Temas importantes da política nacional estarão em pauta no dia 2 de setembro no Seminário República, organizado pela Associação dos Juízes do RS (AJURIS), em parceria com

o Governo do Estado, Assembleia Legislativa (ALRS) e Tribunal de Justiça do RS (TJRS). Os debates, que serão realizados no auditório Dante Barone da ALRS, têm o objetivo de discutir aspectos como a separação entre os Poderes, o pacto federativo e a reforma política.

Há muito tempo a AJURIS trabalha com uma série de questões relati-vas a esses assuntos e que esbarram em impasses institucionais. Por isso, em junho, a entidade começou a articular a realização do evento e convidou os três Poderes do Estado para comporem a organização.

O governador Tarso Genro, o presidente do TJRS, Marcelo Bandeira Pereira, e o presidente da Assembleia, Pedro Westphalen, pronta-mente aceitaram o convite e disponibilizaram suas equipes para a preparação do Seminário. “O Seminário terá um caráter simbólico, pois reuniremos os três Poderes em um debate democrático, na se-mana da Pátria”, a!rma o presidente da AJURIS, Pio Giovani Dresch.

O Seminário também contará com apoio de órgãos de governo, ins-tituições de caráter público e privado e entidades representativas.

Pio Dresch explica que inicialmente se propôs a discussão da sepa-ração entre os Poderes, a partir de uma percepção de crise cons-tatada, de um lado, na PEC 33/2011, pela qual se busca a invasão pelo Parlamento de uma competência do Poder Judiciário; de outro lado, por liminares do Supremo Tribunal Federal trancando o processo legislativo. “Há uma necessidade de superarmos essas interferências, essas invasões de competência, sob pena de se criar um impasse democrático.”

O outro painel, sobre o Pacto Federativo, foi proposto a partir da preocupação da AJURIS em relação a uma crescente subordinação dos Estados à União, que se expressa tanto no plano econômico, quanto no político. “A concentração dos recursos na União torna os Estados muito enfraquecidos no que se refere ao estabelecimento de políticas públicas.” Para Pio Dresch, a distribuição tributária e a própria dívida dos Estados são um nó na relação com a União, na medida em que submete os Estados, principalmente o RS, ao pagamento de valores astronômicos, que são desviados de inves-timentos no âmbito local.

A esses dois eixos somou-se a necessidade de Reforma Política, rei-vindicação salientada nas manifestações sociais que tomaram as ruas das principais cidades do Brasil entre junho e julho. “Embora esse tema sempre tenha sido de interesse da AJURIS, consideramos que o mote principal dos movimentos é o dé!cit de democracia. Portanto precisamos discutir esse tema.”

Pio Dresch destaca a necessidade de aprofundar o debate demo-crático no País com base nestes três eixos. “Achamos que nada me-lhor do que uma parceria com os três poderes do nosso Estado para demonstrar que a sociedade e o Poder Político do RS têm uma pre-ocupação comum com esses temas e têm condições de contribuir para a sua solução no âmbito nacional.”

Seminário República debaterá pacto federativoseparação entre Poderes e reforma política

CAPA

O governador Tarso Genro, o presidente da Assembleia, Pedro Westphalen, e o presidente do TJRS, Marcelo Bandeira Pereira, promovem o evento em parceria com a AJURIS

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Impasses da democracia serão abordados em painéis

APOIO

Para a AJURIS, a troca de informações entre personalidades de re-conhecido prestígio em cada uma das áreas forma o cenário ideal para o surgimento de propostas. “Acreditamos que são pontos centrais para discutirmos a nossa democracia, e penso que, como tantas vezes ocorre, o Rio Grande do Sul poderá contribuir de modo decisivo no enfrentamento dos impasses que envolvem esses temas”, destaca o presidente da AJURIS, Pio Giovani Dresch.

Após a saudação inicial, que será dada pelos presidentes Pio Giovani Dresch (AJURIS), Pedro Westphalen (ALRS) e Marcelo Bandeira Pereira (TJ/RS), o governador do Estado, Tarso Genro, ministrará a palestra de abertura.

O primeiro debate, previsto para as 10h30, se dará no Painel Fe-deração, com ênfase no pacto federativo, que terá mediação da deputada estadual (PSDB) Zilá Breintenbach. Os painelistas se-rão o ex-deputado federal Ibsen Pinheiro, o jurista Jarbas Lima e o professor de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Eduardo Carrion.

O promotor de Justiça aposentado e jornalista Cláudio Brito comandará o Painel Poderes às 14h. O desembargador do TJRS Cláudio Baldino Maciel, o deputado federal Vieira da Cunha (PDT) e o presidente da Associação dos Procuradores do Estado do Rio Grande do Sul (APERGS), Telmo Lemos Filho, integram a mesa para debater a separação entre os poderes.

O Painel Política é o último do evento, previsto para iniciar às 16h. O debate será comandado pela presidente do Tribunal Re-gional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE/RS), Elaine Harzheim Macedo, e terá a reforma política como foco. O deputado fede-ral Henrique Fontana (PT), o ex-deputado federal Celso Bernar-di e o vice-presidente do Conselho Federal da OAB, Claudio Lamachia, participam da troca de ideias.

A entrada é franca e o credenciamento será feito no local a partir das 8h30min. A entrega dos certi!cados ocorrerá no en-cerramento da programação.

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Presente nos Estados Unidos desde a década de 1970, a me-diação é nova no Brasil. Em 1998, foi feito o primeiro movimento neste sentido no país, na elaboração do Projeto de Lei 4.827/98, de autoria da Deputada Zulaiê Cobra, seguida pelo Projeto de Lei 94/2002 do senador Pedro Simon, depois pelo Projeto de Lei 8046/10, para incluir a mediação no novo Código de Processo Ci-vil e, por !m, pelo Projeto de Lei 517/2011, do Senador Ricardo Ferraço, todos em tramitação. Em 2010, foi aprovada a Resolução 125 do CNJ, que impõe a todos os estados brasileiros a implanta-ção de Núcleos Permanentes de Métodos Consensuais de Solução de Con"itos (Nupemec). Atualmente, existe um movimento no Senado Federal, encampado pelo Ministério da Justiça, na Secre-taria de Reforma do Judiciário, com a participação do Conselho Nacional de Justiça, para agilizar a elaboração de texto legal que venha disciplinar a prática da mediação no Brasil.

O Nupemec do Rio Grande do Sul foi criado em abril de 2011, e hoje é presidido pelo 1º vice-presidente do Tribunal de Justiça (TJ), desembargador Guinther Spode; coordenado pela desembarga-dora Vanderlei Teresinha Tremeia Kubiak, que é conselheira da Es-cola Nacional de Mediação e Conciliação (Enam); e também com-posto pelos desembargadores Orlando Heemann Jr., Genacéia da Silva Alberton e Luiz Felipe Brasil Santos e pelos juízes Ricardo Pippi Schmidt e Gisele Anne Vieira de Azambuja.

O Nupemec é único no Estado, mas há Centrais de Mediação e Conciliação espalhadas pelo Rio Grande do Sul, nas comarcas de Porto Alegre (Justiça de 1º e 2º graus), Caxias do Sul, Pelotas, Passo Fundo, Santa Maria e Santa Cruz, além de outras em processo de aprovação e instalação, como São Leopoldo, Sapiranga, Canoas e a Central Judicial de Mediação Familiar do Foro do Partenon.

Mediação de conflitos é busca de entendimento entre as partes

Abrir um processo judicial requer custos !nanceiros, tempo de espera pelo julgamento e certo desgaste emocional das partes. Este último, em um número con-

siderável de vezes, ocorre principalmente em casos em que as partes do processo têm relações continuadas: o con"ito vai além da lide processual – há uma lide sociológica a ser resolvi-da. É nesse contexto que se destaca a mediação como forma de solucionar litígios no Poder Judiciário.

A mediação consiste em uma ou mais reuniões entre as par-tes, com ou sem advogados, e um mediador, que se mantém neutro, sem interferir nas decisões dos participantes, mas, sim, tentando apaziguar os litigantes por meio do diálogo. O objetivo é oferecer àqueles que estão vivenciando um con-"ito que envolva uma relação continuada a oportunidade e o espaço adequado para tratar questões relaciona-das à disputa e buscar uma solução que atenda a ambas as partes, sem que seja necessária a abertura de um processo judicial.

“A mediação é uma ferramenta importan-te para o Poder Judiciário e para a socie-dade, porque ela busca solver o con"ito na sua integralidade. Porque dar !m a um processo não signi!ca necessariamente solucionar o con"ito”, explica a desembar-gadora Vanderlei Teresinha Tremeia Kubiak, coordenadora do Núcleo Permanente de Mé-todos Consensuais de Solução de Con"itos (Nu-pemec) do Rio Grande do Sul, sediado no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS).

O mediador não pode ser juiz de direito. Para exercer a ativida-de, é necessário ter curso superior e passar por uma capacitação teórica de quarenta horas de um curso oferecido em diversas comarcas pelo Estado. O curso é gratuito, porém é exigido que o aluno se comprometa a prestar serviço voluntário de mediação ao TJ durante dois anos, conforme disponibilidade.

A principal vantagem da mediação é evitar o desgaste emo-cional. Esse desgaste se dá tanto pela espera da tramitação do processo, que pode levar anos, quanto pelo próprio julgamen-to, que acaba sendo favorável a apenas um dos envolvidos. Isso

poderia, inclusive, acirrar ainda mais a disputa entre ambos, le-vando ao recurso e a mais tempo de espera.

Na mediação, não há vencedores nem vencidos. Em uma ses-são, que dura de duas horas e meia a três horas, o con"ito pode ser resolvido de forma que os dois saiam ganhando. Além dis-so, frequentemente há outras razões que levaram àquela di-vergência, num âmbito muito mais pessoal, que jamais seriam apreciadas em julgamento num tribunal.

Os resultados da mediação não se medem por estatísticas, mas pela satisfação dos envolvidos, especialmente os que conseguem retomar as relações que estavam abaladas pe-los con"itos. No ano de 2012, os números de mediações foram contabilizados junto aos das conciliações (em que o

conciliador, apesar de neutro e imparcial como o me-diador, tem o papel de apontar um caminho para

o acordo entre as partes). Foram 57.016 con-ciliações no Estado, sendo 8.249 na capital e

48.767 nas comarcas do interior.

A mediação pode ser solicitada por qualquer das partes ou seus advogados, via e-mail ou diretamente, e a qualquer momento do pro-cesso, desde a fase pré-processual – evitan-

do-se, então, a abertura de processo judicial – até a tramitação ao último recurso em Brasí-

lia. É mais indicada em con"itos que envolvem relações continuadas, como: familiar, condomínio,

dissolução de sociedade comercial, contratos de com-pra e venda, prestação de serviço, con"ito de vizinhança, co-munitária, cooperativas, associações e questões outras que envolvam danos morais. Recomenda-se que o processo de mediação seja conduzido por dois mediadores e dois obser-vadores, que também são mediadores.

Mais do que resolver o con"ito que levou os envolvidos a pro-curarem a Justiça, o importante na mediação é reestabelecer o diálogo entre as partes, possibilitando, assim, que elas mesmas resolvam a divergência, evitando a abertura de um processo judicial. É busca de entendimento entre os mediados; resolver a questão que os levou até lá acaba sendo uma consequência.

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Projeto que altera indexador tramita em regime de urgência

Dívida RS:

Após a campanha pela revisão da dívida dos estados com a União ter ganhado o cenário nacional com a realização de ato público, em

Brasília, o Projeto de Lei Complementar (PLC) 238/13 de autoria do Poder Executivo entrou em regime de urgência, no dia 10 de julho. A proposta de autoria do Poder Executivo, que muda os critérios de indexa-ção dos contratos de re!nanciamento das dívidas de estados e municípios com a União, entrou na pauta do Plenário antes do recesso parlamentar, mas não foi votada por falta de quórum.

Pelo texto original, o índice de correção será o IPCA, com taxa de juros de 4% ao ano para todos os con-tratos celebrados. Atualmente, o saldo devedor dos estados e municípios é atualizado pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), índice bem mais volátil, somando, ainda, juros que vão de 6% a 9% ao ano. O critério é considerado ultrapassado, porque a maioria dos contratos foi feita há quinze anos, quan-do o Governo federal praticava altas taxas de juros.

O novo regime de tramitação foi proposto pelo de-putado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que também é relator da matéria na Comissão de Finanças e Tribu-tação (CFT). O parlamentar propôs um substitutivo na Comissão que foi retirado de pauta atendendo ao requerimento do deputado Afonso Florence (PT-BA), no mesmo dia em que mudou de regime de tramita-ção, o que retirou a necessidade de passar pelas de-mais comissões da Câmara.

O substitutivo propõe que a União conceda desconto aos estados em percentuais de 40% nos contratos em que os juros dos encargos vigentes sejam de 6% ao ano ou de 7,5% ao ano; e de 45% nos contratos em que os juros dos encargos vigentes sejam de 9% ao ano. O substitutivo gerou polêmica, e o Poder Exe-cutivo chegou a anunciar que retiraria a proposta de tramitação. Como o PLC está à disposição do Plenário, há expectativa de que um acordo entre os deputados permita a votação do substitutivo.

O presidente da AJURIS, Pio Giovani Dresch, destaca que cada estado tem papel fundamental neste proces-so. No Rio Grande do Sul, em reunião realizada no dia 28 de maio, a Câmara Temática de Modernização do

Estado do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES-RS) recomendou que o Governo Estadual realize um esforço grande, seja para efetivar o redutor proposto em substitutivo ao PLC 238/2013 pelo depu-tado Eduardo Cunha, seja para a aplicação retroativa do indexador. “Precisamos de condições melhores; se não a do substitutivo, alguma coisa que melhore a pro-posta tímida que foi apresentada pelo Governo.”

No caso do RS, a dívida assumida há quatorze anos, de R$ 10 bilhões, mesmo com pagamentos que somam R$ 15 bilhões até 2011, tem saldo devedor de mais de R$ 42 bilhões, o que compromete 13% da receita líquida real do Estado. O desequilíbrio foi causado por encargos, que, entre 1999 e 2011, foram de 589%, en-quanto a in"ação o!cial foi de 133%. O prejuízo social !ca claro ao analisar que, em 2011, foram aplicados R$ 1,1 bilhão em educação e saúde, quando foram pagos à União, R$ 2,5 bilhões. 

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a 4%

Índice de correção

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Histórico

A AJURIS está mobilizada desde julho de 2012 quando

foi lançada a campanha Dívida do RS: Vamos passar a

limpo essa conta!, que envolve setenta entidades re-

presentativas da sociedade gaúcha. As signatárias, que

se somaram às respectivas entidades nacionais, no dia

15 de maio, em Brasília, publicaram o Manifesto pela

Revisão da Dívida dos Estados e Municípios.

 

As entidades integrantes da campanha propõem, no

texto, três pilares: recalcular, retroativamente à data

da assinatura dos contratos, a remuneração que seria

devida à União, limitada ao IPCA e sem a cobrança de

juros; aplicar o IPCA sobre os saldos devedores rema-

nescentes, sem a cobrança de juros, e limitar a 6% o

comprometimento da receita líquida real para o paga-

mento das prestações futuras.

Evolução da dívida

R$ 10 bi

R$ 42 bi

 PLC 238/2013

O texto original do PLC 238/13 prevê uma taxa de juros de 4% ao ano para todos os contratos celebrados. A atualização monetária será cal-culada e debitada mensalmente com base na variação do IPCA, referente ao segundo mês anterior ao de sua aplicação, ou outro índice que venha a substituí-lo. Caso o somatório dos encargos ultrapasse a variação da taxa básica de juros (Selic) do mês, essa será usada para a atualização. Atualmente, os contratos têm a correção baseada no IGP-DI mais juros entre 6% e 9% ao ano.

Substitutivo

O substitutivo do deputado Eduardo Cunha propõe que a União conceda desconto aos estados em percentuais de 40% nos contratos em que os juros dos encargos vigentes sejam de 6% ao ano ou de 7,5% ao ano; e de 45% nos contratos em que os juros dos encargos vigen-tes sejam de 9% ao ano.    

Outros projetos que

tramitam no Congresso

  PLS 86/2012 – Autoria do senador Fran-cisco Dornelles (PP-RJ). A proposta prevê que a aplicação do IPCA seja retroativa a 1998 e, da promulgação da lei, incidiria a taxa de juros de 3%. Com isso, o saldo da dívida se reduz gradativamente já em 2012. A matéria está com o relator, senador Lindbergh Farias, na Comissão de Assuntos Econômicos do Se-nado desde 23 de maio. PLS 618/2011

Autoria do senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Propõe que o índice de reajuste das dívidas dos estados seja a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), até junho em 6% ao ano. O pro-jeto ainda prevê a redução em dois pontos percentuais do índice de endividamento dos estados, hoje em 13% da receita corrente líquida. Está à disposição para entrar na Or-dem do Dia de 8 de agosto, para apreciação de requerimento que solicita desapensamen-to do PLS 137/2011, que propõe a utilização de recursos da conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS para pagamento de matrícula e mensalidades em instituições de ensino superior e técnico pro-"ssionalizante e dívidas inscritas em cadas-tros de inadimplentes e dá outras providên-cias. O relator é o senador Wilder Morais.

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Grupo elaborou projeto de lei que cria Conselho Estadual

Comitê gaúcho de combate à homofobia está formado

O Comitê Estadual de Enfrentamento à Ho-mofobia, importante iniciativa na luta pelo direito à livre orientação e manifestação se-

xual, já está em funcionamento. Lançado em abril, na Escola Superior da Magistratura da AJURIS, e com caráter temporário, o grupo trabalha na elaboração de propostas para a criação do Conselho Estadual de Enfrentamento à Homofobia.

“O Comitê é temporário, vai trabalhar até que o projeto de lei que cria o Conselho seja enviado à Assembleia Legislativa. Com a formação do Comitê, o Governo do Estado quer ouvir os movimentos sociais no sentido de construirmos juntos esse projeto”, explica Fábulo Nas-cimento da Rosa, coordenador estadual de diversidade sexual da Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos do RS. Segundo ele, o projeto de lei já foi elaborado e deverá ser enviado pelo Executivo à Assembleia Legis-lativa após o recesso parlamentar de julho.

Na mesma ocasião em que o Comitê foi lançado, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República fez a apresentação, no RS, da proposta do Sistema Nacional de Enfrentamento à Violência LGBT

– Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros. A audiência pública foi promovida pela AJURIS em parceria com as Secretarias Nacional e Esta-dual de Direitos Humanos.

O Sistema tem por objetivo articular uma rede nacio-nal de promoção dos direitos da população LGBT e promover o combate à violência homofóbica. “A ideia é articular estruturas que já estão instaladas e promo-ver a criação de outras, inclusive pelo interior do País. Quem aderir, receberá aportes !nanceiros da Secreta-ria de Direitos Humanos para atuar”, explica Gustavo Bernardes, presidente do Conselho Nacional LGBT e coordenador-geral de Promoção dos Direitos LGBT da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. O documento recebeu contribuições pela internet e de propostas reunidas nas audiências públi-cas realizadas pelo País.

Na abertura do encontro, o presidente da AJURIS, Pio Govani Dresch, ressaltou a necessidade de ações como esta para combater um comportamento homofóbico arraigado na sociedade brasileira.

Pio Dresch ressaltou a importância de ações como as do Observatório e dos governos Federal e Estadual

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Curso de aquarela na AJURISEm junho, teve início o curso de aquarela (foto) ministra-do pela artista plástica Jaqueline De Boni e promovido pela Pinacoteca da AJURIS. Os encontros seguem até se-tembro, sempre às quartas-feiras, no terraço da Sede Ad-ministrativa da Associação.

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A professora Tânia Rösing foi a palestrante do Café Cultural reali-zado em junho na Escola Superior da Magistratura da AJURIS. Ide-alizadora da Jornada de Literatura de Passo Fundo, ela falou sobre o desa!o de reduzir o dé!cit de leitura no Brasil aproximando lei-tores resistentes dos novos modelos e paradigmas da biblioteca.

Professora há 46 anos, Tânia apontou a falta de interesse pela lei-tura no País e a necessidade de estimular esse hábito em parcela da população (formada especialmente por jovens e crianças) que, embora esteja “linkada” com o mundo por meio de mídias eletrô-nicas e da internet, leem pouco.

Para a professora, a grande barreira a ser ultrapassada é fazer che-gar a esses leitores as novas propostas de biblioteca e de leitura.

“É preciso harmonizar essas diferenças para atingir níveis melhores de leitura. E há, hoje, exemplos melhores a seguir”, disse.

Tânia citou modelos inovadores de biblioteca. Em especial, as bi-bliotecas-parque, unidades que, além de oferecer acesso à leitura, são espaços culturais com ampla acessibilidade dotados de auditó-rios, teatros, cinemas, cafeterias e restaurantes.

Destacou, como referência principal, a Biblioteca Parque Espa-nha, em Medelín, na Colômbia. “A biblioteca, assim como a co-nhecemos, sofreu mutações, tanto na ampliação dos meios de leitura quanto na diversidade de temas. Eu estou completamen-te mudada desde março, quando visitei Medelín e conheci a Bi-blioteca Espanha”, revelou.

A professora Tânia Rösing falou sobre o desa!o de reduzir o dé!cit de leitura no Brasil

8QVIKW\MKI�LI�)2=:1;�[MLQW]�UW[\ZI�LM�OZI^]ZI[�LW�5][M]�LW�<ZIJITPW� Em parceria com o Museu do Trabalho, a Pinacoteca da AJURIS sediou a exposição Gravuras, com obras que integram a reserva téc-nica do Consórcio de Gravuras do Museu porto-alegrense. A mos-tra reuniu litogra!as, xilogravuras, serigra!as e gravuras em metal assinadas por vários artistas, entre eles nomes consagrados como Anico Herskovits, Britto Velho, Maria Tomaselli e Xico Stockinger.

Oferecido pelo Museu desde 1996, o Consórcio de Gravuras foi idealizado para oportunizar a aquisição de obras de arte e angariar fundos para manter as atividades do espaço cultural. Segundo o diretor do Museu do Trabalho, Hugo Rodrigues, a ex-posição foi uma oportunidade de divulgar a proposta de venda consorciada das obras, mecanismo que é a principal fonte de renda do Museu do Trabalho.

Participaram da mostra obras que integram a reserva técnica do Consórcio de Gravuras do Museu porto-alegrense

CULTURAL

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A primeira edição do Curso de Culinária Campeira, promoção do Departamento de Cultura Gaúcha da AJURIS, foi realizada em maio, no terraço da Sede Administrativa. O encontro reuniu cerca de 30 pessoas, entre inscritos e magistrados que participaram da reunião do Conselho Executivo realizada na mesma noite.

O subdiretor do Departamento, Dorval Bráulio Marques, ensinou o preparo do Espinhaço de Borrego à moda Bráulio Marques. A receita, segundo o magistrado, é uma variação urbana do prato típico preparado com a coluna vertebral da ovelha. O curso integra uma série de atividades programadas pelo Departamento com o objetivo de promover a cultura do nosso Estado entre os associados.

Curso ensina a arte da culinária campeira

Dorval Bráulio Marques, ensinou o preparo do Espinhaço de Borrego à moda Bráulio Marques

Che!: Bráulio MarquesPrato: Espinhaço de Borrego a Bráulio Marques

Ingredientes: Espinhaço de Borrego (cortados em fatias !nas);Vinagre de vinho;Tempero misto (adobo);Sal temperado;Mangerona e salsa (frescas cortadas !namente);Cebola picada;Tomate;Pimentão;Molho pronto de tomate temperado;Farinha de mandioca grossa;

Modo de Preparo:Em recipiente próprio, tempera-se o espinhaço com vina-gre, adobo e sal temperado, permanecendo, por 30 minu-tos, em repouso;Em panela de ferro, queima-se uma colher de açúcar, em !na lâmina de óleo;

Espinhaço de Borrego à Bráulio Marques

Junta-se o espinhaço, acomodando-se as fatias, fritando-se em fogo brando, acrescentando-se, periodicamente, pequenas porções do “fundo” (água temperada com vegetais e especia-rias previamente preparada para realçar o gosto dos tempe-ros); Quando a carne estiver no “ponto” vai-se perceber que a"o-rou um excesso de gordura na panela (o espinhaço é natural-mente gordo), que deverá ser retirado (este detalhe depende do gosto do cozinheiro); Acrescenta-se o tomate, a cebola e a Mangerona, permi-tindo-se uma breve fritura destes temperos com o espinhaço, juntando o “fundo” em quantidade su!ciente para o molho a ser usado no pirão; Retira-se o espinhaço da panela e dispõe-se em gamela ade-quada para servir, cobrindo-se para não esfriar; Junta-se, ao molho remanescente da panela, o molho de to-mate pronto temperado e a salsa, permitindo-se leve fervura, engrossando-se, lentamente, com a farinha de mandioca até o ponto de pirão mole; Derrama-se o pirão, uniformemente, sobre o espinhaço e serve-se, com arroz branco.

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Roteiros culturais reúnem magistrados no interiorA programação do Roteiro Cultural segue intensa. Idea-lizado no ano passado, o projeto da AJURIS já teve três edições em 2013: em Livramento, São Miguel das Missões e Bento Gonçalves. Os encontros coincidiram com a reali-zação de Cursos de Atualização para Magistrados (CAMs) promovidos pela Corregedora-geral da Justiça no interior do Estado e com as reuniões conjuntas promovidas pelas coordenadorias das regiões onde os eventos ocorreram.

No primeiro Roteiro Cultural do ano, realizado em San-tana do Livramento, em abril, cerca de 50 pessoas par-ticiparam das atividades na Vinícola Almadén – visita ao local, degustação de vinhos e espumantes da Miolo Wine Group (empresa que adquiriu a Almadén) e jantar com animação musical de Thiago Clavijo e grupo.

Em maio, foi a vez de São Miguel das Missões sediar o evento. Lá, os magistrados curtiram a apresentação do cantor e compositor Pedro Ortaça e o espetáculo Som e Luz, no sítio arqueológico de São Miguel das Missões. No mês seguinte, na Serra gaúcha, houve degustação de vinhos da Casa Valduga, em Bento Gonçalves.

Em todas as ocasiões, a Direção da AJURIS esteve pre-sente. Em São Miguel das Missões e em Livramento, o vice-presidente administrativo, Eugênio Couto Terra, e o vice-presidente social, José Antônio Azambuja Flores, participaram dos encontros de trabalho e festivos.

Em Bento Gonçalves, o presidente da entidade, Pio Giovani Dresch, deu um relato aos participantes da reunião das coordenadorias sobre a atuação da AJURIS em temas atuais de relevância para a Magistratura.

A banda Judges foi a atração musical da festa da posse novo minis-tro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, ocorrida em Brasília, em junho. A banda tocou para um público de cerca de 1,5 mil pessoas, segundo estimou o associado Clóvis Matanna Ramos, baixista do grupo. “A receptividade foi muito boa e a repercussão do show, muito positiva. Saímos em diversos veículos de comunicação, entre eles os jornais Folha de São Paulo e O Globo”, disse.

A Judges tem cumprido agenda de shows pelo Brasil, em eventos promovidos por associações estaduais de magistrados e, inclusive, pela AMB. O trabalho do grupo já é conhecido dos associados, que frequentemente curtem os shows do grupo em festas e outros en-contros realizados pela AJURIS.

CULTURAL

Em Santana do Livramento foi realizada visita a Vinícola Almadén com degustação de vinhos e espumantes da Miolo Wine Group

Apresentação do cantor e compositor Pedro Ortaça encantou magistrados

Judges tocou na posse do novo ministro do STF

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Uma noite pra lá de gauchesca!

Dia das Mães foi comemorado na Sede Campestre

A Tertúlia Gauchesca realizada no galpão crioulo da Sede Campes-tre, dia 28 de junho, teve boas atrações para quem aprecia a cultura gaúcha. Inspirado nas peñas criollas, o evento reuniu nomes consa-grados da música do Sul e magistrados que participaram como in-térpretes do CD AJURIS canta o Rio Grande, que se dividiram entre interpretações e declamações. O vice-presidente administrativo da AJURIS, Eugênio Couto Terra, participou do encontro.

A noite teve apresentações de João de Almeida Neto, Zulmar Beni-tez, Jorge Alberto Motta, Talo Pereyra, Chico Saratt e Gustavo Ro-driguez, além de Gorete Fátima Marques, Dorval Bráulio Marques, Nelson Rassier, Talai Selistre, Rafael Cunha e A!f Jorge Simões.O prato típico oferecido foi “Vaca Atolada”, apreciado por todos. Além de curtir a música gaúcha, algumas pessoas optaram pela dança, improvisando um baile animado no salão. A Tertúlia é uma promoção do Departamento de Cultura Gaúcha da AJURIS.

Mães e !lhos tiveram momentos de descontração e lazer na festa do Dia das Mães rea-lizada em maio, na Sede Campestre. Ao meio-dia, foi servido almoço no restaurante da sede. Após, as famílias confraternizaram no ambiente à beira do Guaíba. A criançada se divertiu com atividades recreativas.

CULTURAL / SOCIAL

Aposentados são homenageados

Pais e !lhos confraternizaram na Sede

Evento reuniu nomes consagrados da música do Sul e magistrados

Festa de Páscoa com muita diversãoAssociados e familiares curtiram a Festa de Páscoa promovida pelo Departamento Social da AJURIS em março, na Sede Cam-pestre. Cerca de cem pessoas compareceram ao evento, que teve diversas atrações para a garotada. Ao meio-dia, houve al-moço no restaurante da Sede.

As crianças se divertiram no tobogã in"ável e na caça aos ni-nhos. O boneco do Coelho da Páscoa também esteve lá, distri-buindo chocolates para a gurizada. Pais e !lhos assistiram, ain-da, a um esquete teatral, com o grupo Leva Eu, sobre o conto infantil Chapeuzinho Vermelho.

O 67ª Jantar dos Aposentados, realizado em maio nos salões do Hotel Plaza São Rafael, foi uma noite de brilho e confraternização. Na ocasião, os magistrados que se aposentaram no último ano re-ceberam uma láurea da AJURIS. A homenagem foi concedida aos desembargadores Vasco Della Giustina, Marcelo Hoppe, Danúbio Edon Franco e Sejalmo Sebastião de Paula Nery e à juíza Liane Ma-ria Rebello Horta Gorgen.

Durante o jantar, foi realizado um sorteio de brindes oferecidos pela Sicredi/AJURIS, que patrocinou o evento. A cooperativa esteve representada pelo seu presidente, Salvador Horácio Vizzotto, que compôs mesa com outros integrantes da Diretoria da Cooperativa.

Magistrados que se aposentaram no último ano receberam láurea

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JORNALDAAJURIS 23

AJURIS campeã na super sêniorA equipe de futebol super sênior da AJURIS sagrou-se campeã in-victa do Campeonato Nacional da categoria disputado em Vitória (ES), em junho. Na !nal, os gaúchos venceram os donos da casa por 6 a 2. A AJURIS é tetracampeã da competição.

A delegação que foi ao Espírito Santo reuniu 24 pessoas, o que pos-sibilitou formar dois times para o certame. O time B, que mesclou jogadores gaúchos com magistrados de outras associações (São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais), !cou em terceiro lugar.A AJURIS também conquistou os troféus Disciplina, Melhor Goleiro (Luís Carlos Rosa) e Artilheiro (Jaime Alves de Oliveira e Pedro Luiz Rodrigues Bossle).

SOCIAL

AJURIS é tetracampeã dos Jogos da Magistratura

A AJURIS foi a campeã – pela quarta vez em seis edições – dos Jo-gos Nacionais da Magistratura (Olímpiada) realizados em abril, em São Paulo. A associação gaúcha conquistou o primeiro lugar no ranking ao somar 175,5 pontos. O segundo lugar geral !cou com a equipe da Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar), com 71 pontos. O evento reuniu mais de 460 competidores, entre ma-gistrados e familiares, em 14 modalidades.

A delegação da AJURIS – a maior entre todas as associações estadu-ais – reuniu mais de oitenta atletas, com uma grande participação feminina, especialmente no vôlei, atletismo e natação. “É de se sa-lientar a participação feminina nos Jogos”, comenta o diretor-geral de Esportes da AJURIS, Joel Scheva.

O magistrado conta que a atuação da AJURIS teve momentos mar-cantes. O mais emocionante, segundo ele, foi a !nal do vôlei femi-nino, quando o time gaúcho perdia por 9 a 6 no tie-break e con-seguiu virar a partida, somando nove pontos seguidos. “A torcida toda dos gaúchos tomou de assalto o ginásio e empurrou o time com gritos e cantos de incentivo”, lembra. Segundo Scheva, outra equipe que mereceu destaque foi a do vôlei de praia masculino, que, campeã invicta, não perdeu nenhum set na competição.

Outro aspecto importante da participação da AJURIS na competi-ção foi o número de inscritos e o espírito de congraçamento entre os atletas. “A AJURIS se destaca, inclusive entre as outras associa-

ções, pelo maior número de participantes e pela amizade e con-graçamento. Permanecemos até o !m da competição, mesmo não nos classi!cando. Em São Paulo, a maior delegação era a nossa. Isso demonstra o envolvimento dos magistrados daqui. É um trabalho que, há muito tempo, vem sendo feito pelo hoje vice-presidente social, doutor Flores, que, com empenho, con-segue reunir todos esses atletas”, elogia.

Em maio, o Departamento Social promoveu um churrasco na Sede Campestre para celebrar o primeiro lugar geral conquista-do em São Paulo. O encontro reuniu cerca de quarenta pessoas, incluindo os atletas vencedores.

Os resultados da delegação gaúcha, por modalidade:

Atletismo (masculino e feminino): campeã Natação (masculino e feminino): 2º lugarVôlei de praia masculino: 1º e 2º lugarVôlei de praia feminino: 2º e 3º lugarTênis de mesa feminino: campeãFutsal sênior masculino: campeãVôlei masculino: campeã invictaVôlei feminino: campeã invictaBasquete masculino: vice-campeãPebolim feminino: campeã e vice-campeãXadrez: 3º lugar

A delegação da AJURIS reuniu mais de oitenta atletas

AJURIS sagrou-se campeã invicta do Campeonato Nacional da categoria disputado em Vitória

Foto: AMB

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