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Relatório Final
Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança
UNICEF
08 de Fevereiro de 2010
ÍNDICE
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 1 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
ÍNDICE Lista de abreviaturas e símbolos ................................................................................................................................... 2 Sumário executivo ........................................................................................................................................................ 3 1. Introdução ........................................................................................................................................................... 12
1.1. Antecedentes .............................................................................................................................................. 12 1.2. Breve descrição do programa....................................................................................................................... 12 1.3. Objectivos da avaliação................................................................................................................................ 14 1.4. Metodologia da Avaliação ............................................................................................................................ 14
2. Breve descrição dos Gabinetes de Atendimento visitados....................................................................................... 16 2.1. Gabinete de Atendimento Modelo de Quelimane (Província da Zambézia) ...................................................... 16 2.2. Gabinete de Atendimento de Mocuba (Província da Zambézia) ...................................................................... 16 2.3. Gabinete de Atendimento Modelo da Maganja da Costa (Província da Zambézia) ........................................... 17 2.4. Gabinete de Atendimento do Dondo (Província de Sofala) ............................................................................. 17 2.5. Gabinete de Atendimento Modelo da Beira (Província de Sofala) ................................................................... 17 2.6. Gabinete de Atendimento Modelo do Buzi (Província de Sofala) ..................................................................... 18 2.7. Gabinete de Atendimento Modelo de Maputo (Maputo Cidade) ...................................................................... 18 2.8. Gabinete de Atendimento Modelo da Matola (Província de Maputo) ............................................................... 19
3. Funções do Gabinete de Atendimento ................................................................................................................... 20 4. Estrutura e funcionamento ................................................................................................................................... 23 5. Pessoal e formação .............................................................................................................................................. 25 6. Serviços prestados pelo Gabinete de Atendimento ................................................................................................. 26
6.1. Atendimento ............................................................................................................................................... 26 6.2. Acompanhamento e seguimento dos casos ................................................................................................... 32 6.3. Sensibilização .............................................................................................................................................. 32 6.4. Sistema de prestação de contas (“report”) e supervisão ............................................................................... 33 6.5. Profissionalismo e confidencialidade na resolução dos casos ......................................................................... 34
7. Parcerias.............................................................................................................................................................. 36 8. Financiamento aos Gabinetes de Atendimento ....................................................................................................... 38 9. Constatações e Recomendações ........................................................................................................................... 42
9.1. Constatações .............................................................................................................................................. 42 9.2. Recomendações .......................................................................................................................................... 47
ANEXOS Anexo 1 – Termos de Referência ................................................................................................................................. 53 Anexo 2 – Lista de Pessoas Entrevistadas .................................................................................................................... 61 Anexo 3 – Guião das entrevistas feitas nos Gabinetes e Secções de Atendimento .......................................................... 63 Anexo 4 – Guião das entrevistas feitas aos utentes das Secções de Atendimento .......................................................... 67 Anexo 5 – Itinerário da equipe da avaliação ................................................................................................................. 69 Anexo 6 – Ficha de atendimento às vítimas de violência ............................................................................................... 71 Anexo 7 – Estruturas dos Relatórios ............................................................................................................................ 76 Anexo 8 – Financiamento da UNICEF aos Gabinetes de Atendimento ............................................................................ 80 Anexo 9 – Necessidades de investimento para um Gabinete de Atendimento ao nível Provincial .................................... 82 Anexo 10 – Necessidades operacionais anuais para o Gabinete de Atendimento ao nível Provincial ............................... 85 Anexo 11 – Necessidades de investimento para um Gabinete de Atendimento ao nível Distrital ..................................... 88 Anexo 12 – Necessidades operacionais anuais para um Gabinete de Atendimento ao nível Distrital ............................... 91 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Estratégias, objectivos, actividades e resultados esperados do Programa Mulher e criança, do PEPRM .......... 20 Tabela 2. Número de Secções de atendimento............................................................................................................. 24 Tabela 3. Quadro de pessoal afecto aos Gabinetes de Atendimento .............................................................................. 25 Tabela 4. Número de casos criminais e cíveis por Província.......................................................................................... 29 Tabela 5. Percentagem de casos registados em função se a vítima foi homem, mulher ou criança ................................. 30 Tabela 6. Número de casos registados em cada 1000 habitantes ................................................................................. 31 Tabela 7. Número médio de casos atendidos por agente nos Gabinetes de Atendimento ............................................... 32 Tabela 8. Meios de transporte disponíveis nos Gabinetes de Atendimento .................................................................... 34 Tabela 9. Financiamentos feitos pelos parceiros de cooperação aos Gabinetes de Atendimento da Província de Sofala .. 39 Tabela 10. Necessidades de investimento e necessidades operacionais anuais em USD para um Gabinete de Atendimento modelo ao nível Provincial e Distrital ........................................................................................................................... 40
Lista de abreviaturas e símbolos
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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
ACIPOL Academia de Ciência Policiais
AMETRAMO Associação dos Médicos Tradicionais de Moçambique
AMMCJ Associação das Mulheres Moçambicanas de Carreira Jurídica
EDIMINT Plano Estratégico de Desenvolvimento Institucional do MINT
IPAJ Instituto de Patrocínio e Assistência Jurídica
LDH Liga dos Direitos Humanos
MINT Ministério do Interior
MT Meticais
MULEIDE Associação Mulher, Lei e Desenvolvimento
PEPRM Plano Estratégico da Polícia da República de Moçambique
PIC Polícia de Investigação Criminal
PRM Polícia da República de Moçambique
UNDP Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância
USD Dólares americanos
WLSA Woman and Law in Southern Africa
Sumário executivo
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 3 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Sumário executivo
Devido à elevada incidência da violência, abuso e exploração no país, em 2000, o Ministério do
Interior desenvolveu um programa apoiado pela UNICEF, com vista à criação de centros
especializados de assistência às mulheres e crianças vítimas da violência, o Gabinete de
Atendimento. No cumprimento dos seus programas, os Gabinetes de Atendimentos são
igualmente responsáveis pela sensibilização e mobilização comunitária em matérias de
prevenção.
Com base nos Termos de Referência os objectivos deste trabalho foram: a) Rever o
funcionamento do Gabinete de Atendimento modelo incluindo a qualidade dos serviços prestados
às vítimas de violência bem como os mecanismos de referência e de produção de relatórios; b)
Realizar um exercício de custos para rever os custos operacionais totais de um Gabinete de
Atendimento; c) Documentar os procedimentos operacionais padronizados existentes para o
Gabinete de Atendimento modelo; d) Fazer um balanço de todas as outras questões pendentes
no Gabinete de Atendimento modelo incluindo as questões financeiras e administrativas; e e)
Fornecer recomendações concretas sobre a implementação futura do Gabinete de Atendimento
modelo, incluindo uma estratégia de intensificação e indicadores de monitoria.
Ao nível Central foi criado o Departamento de Atendimento à Mulher e Criança no Comando
Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) cuja institucionalização está dependente da
aprovação da Lei Orgânica da PRM pela Assembleia da República. O Departamento de
Atendimento à Mulher e Criança possui duas Repartições, a Repartição de Pesquisa, Análise e
Difusão e a Repartição de Coordenação.
Ao nível Provincial a Chefe do Departamento de Atendimento à Mulher e Criança responde ao
Comandante Provincial da PRM e à Chefe do Departamento de Atendimento à Mulher e Criança
ao nível central. O Departamento de Atendimento à Mulher e Criança ao nível Provincial possui
três Secções, a Secção de Pesquisa, Análise e Difusão, a Secção de Atendimento e a Secção de
Cooperação. Em algumas Províncias visitadas estas designações não estão a ser utilizadas ou as
Secções ainda não estão em funcionamento. Ao nível Distrital o Chefe da Secção de Atendimento
à Mulher e Criança responde ao Comandante Distrital da PRM e à Chefe de Departamento de
Atendimento à Mulher e Criança ao nível Provincial.
Em 2008 existiam 204 Secções de Atendimento, 57 em esquadras, 128 em Comandos Distritais
da PRM e 19 em Postos Policiais ou Hospitais. O grande aumento do número de Secções de
Atendimento ocorreu entre 2006 e 2007. Existem actualmente 15 Gabinetes de Atendimento
modelo distribuídos por 7 capitais provinciais e 8 Distritos.
Sumário executivo
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As principais diferenças entre os Gabinetes de Atendimento modelo e os outros Gabinetes de
Atendimento reside essencialmente nas infra-estruturas, equipamento e mobiliário existentes.
No entanto, nem todos os actuais Gabinetes de Atendimento modelo possuem as infra-estruturas
idealizadas para um Gabinete de Atendimento modelo. Em termos de procedimentos e
funcionamento todos os Gabinetes de Atendimento seguem a mesma filosofia.
Alguns Gabinetes de Atendimento possuem instalações próprias enquanto que outros
encontram-se junto/dentro dos Comandos Distritais ou Esquadras da PRM. A localização dos
Gabinetes de Atendimento bem como dos quartos de acolhimento pode constituir um factor que
iniba a denúncia dos casos de violência doméstica.
Em 2008 trabalhavam nos Gabinetes de Atendimento 299 pessoas das quais 183 mulheres
(61,2%) e 116 homens (38,8%). A condição para se trabalhar nos Gabinetes de Atendimento é
ser agente da Polícia. No entanto antes ou após começarem a trabalhar nos Gabinetes de
Atendimento os agentes da Polícia passam por uma série de formações e participam em vários
seminários relacionados com temas afins.
Em função da gravidade da violência a vítima pode registar imediatamente a queixa ou ser
primeiro encaminhada para o Hospital ou Centro de Saúde. Os casos são registados
normalmente num livro de ocorrências utilizado pela polícia. Este livro de ocorrência por não ter
questões específicas para serem preenchidas faz com que não haja uniformidade da informação
registada quer entre um caso e outro quer entre um Gabinete de Atendimento e outro.
Recentemente foi adoptada uma Ficha de atendimento às vítimas de violência de forma a
uniformizar a informação recolhida nos diferentes Gabinetes de Atendimento. No entanto,
apenas alguns Gabinetes de Atendimento estão a utilizá-la.
Em função da natureza da violência sofrida: a) as vítimas e os agressores são aconselhados no
próprio Gabinete de Atendimento; b) o caso é encaminhado, normalmente via PIC, para a
Procuradoria que por sua vez encaminha para o Tribunal; e c) o caso é encaminhado para
instituições de assistência jurídica ou AMETRAMO.
Actualmente a vítima ao apresentar queixa no Gabinete de Atendimento tem que responder a um
questionário. Quando encaminhada para outras áreas tais como Saúde, Acção Social e/ou
Assistência Jurídica volta a ter que responder a questionários em que grande parte das questões
já haviam sido respondidas no primeiro questionário. Este processo para além de moroso é
desgastante para a vítima.
Os casos atendidos pelos Gabinetes de Atendimento estão a aumentar e a principal vítima da
violência doméstica é a mulher. Este aumento não significa necessariamente que esteja a haver
Sumário executivo
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um aumento da violência doméstica mas sim que há um aumento do número de vítimas que se
dirigem ao Gabinete de atendimento para apresentarem a sua queixa.
As Províncias com mais casos registados entre 2006 e 2008 são Maputo Cidade, Sofala,
Nampula e Manica enquanto que a Zambézia, Cabo Delgado e Gaza são as Províncias com o
menor número de casos registados. No mesmo período foram atendidos no Gabinete de
Atendimento em média 57,5 casos por agente por ano.
Na maior parte dos casos, não há o acompanhamento da vítima até o desfecho definitivo do caso
e em todos casos a data e forma de desfecho não é registado no livro de ocorrência. Desta
forma, não é possível estimar o tempo que decorre entre o registo da ocorrência e o desfecho
definitivo do caso. Recorde-se que por Lei cabe à Polícia instaurar o procedimento criminal, à
Procuradoria acusar e ao Tribunal julgar.
Todos os entrevistados declaram ser importante o acompanhamento da vítima e o registo da
data e forma de desfecho do caso. Alguns entrevistados declararam que solicitaram às vítimas
para voltarem ao Gabinete de Atendimento para informarem sobre o desfecho do caso mas a
maioria não o faz. Sob coordenação do Ministério da Mulher e Acção Social está em estudo a
introdução de um modelo de atendimento integrado que envolverá para além da Polícia outras
instituições.
Com vista a reduzir a violência e divulgar os direitos da mulher (homem) e da criança as Secções
de Atendimento têm realizado palestras nos Bairros, nas comunidades ou nas Escolas. Esta
actividade tem sido prejudicada pela falta recursos financeiros, ou seja, de meios de transporte,
combustíveis e ajudas de custo.
As Secções de Atendimento produzem relatórios mensais que são enviados para o Gabinete de
Atendimento ao nível Provincial. O Gabinete de Atendimento ao nível Provincial produz relatórios
trimestrais, semestral e anual que são enviados para o Departamento Central de Atendimento à
Mulher e Criança. Os Gabinetes de Atendimento estão a testar na Cidade e Província de Maputo,
uma base de dados electrónica, cuja implementação e expansão para as outras Províncias e
Distritos carece de recursos. Com vista a uniformizar os Relatórios produzidos foi aprovado uma
estrutura de relatório.
Em geral nota-se bastante profissionalismo e confidencialidade por parte dos agentes que
trabalham nos Gabinetes de atendimento. Todas as vítimas entrevistadas declararam ter gostado
dos serviços prestados pelos Gabinetes de Atendimento, incluindo a componente de
aconselhamento. Em alguns Gabinetes de Atendimento visitados o local onde outras vítimas
Sumário executivo
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esperam o momento para serem atendidas permite escutar a conversa da vítima que está a ser
atendida.
Ao nível institucional o Gabinete de Atendimento relaciona-se com o Ministério da Saúde,
Ministério da Mulher e Acção Social, Procuradoria da República e Ministério da Justiça. O
Gabinete de Atendimento também se relaciona com algumas organizações da sociedade civil. Os
parceiros dos Gabinetes de Atendimento podem variar de um Distrito para outro ou de uma
Província para outra.
Actualmente os Gabinetes de Atendimento funcionam com base no Orçamento Geral do Estado
(OGE) atribuído ao MINT e com base em parceiros de cooperação. O OGE assegura
essencialmente os salários, o espaço para os Gabinetes de Atendimento funcionarem, água, luz e
alguns consumíveis.
O Departamento da Mulher e Criança ao nível central tem estado a receber financiamentos da
UNICEF com vista à reabilitação/construção de Gabinetes de Atendimento, apoio institucional,
capacitação, entre outros. O valor recebido nos últimos três anos foi de 13.048.310,08 MT. A
Cooperação Portuguesa financiou a reabilitação e apetrechamento do Gabinete Modelo da
Cidade de Maputo em cerca de 3.410.006,75 MT. Não foi possível apurar os valores financiados
pelo Estado visto que os materiais são levantados nos economatos do MINT ou dos Comandos
Provinciais e os salários e outros serviços são pagos ao nível Central ou Provincial.
Ao nível provincial os Gabinetes de Atendimento podem eventualmente ter parceiros de
cooperação locais como é o caso da Província de Sofala que para além de receber financiamento
da UNICEF através do Departamento da Mulher e Criança ao nível central recebe igualmente
financiamento da Save de Children. Igualmente para Sofala não foi possível conhecer a
contribuição do Estado em salários e outros.
Com base no financiamento, para investimento e funcionamento, que a Província de Sofala
recebeu no período compreendido entre 2006 e 2008, sem considerar a contribuição do Estado,
e tendo em conta o número de casos atendidos em igual período de tempo, em média e em
grosso modo, o valor por vítima foi de 321,35 MT. Este valor está abaixo das reais necessidades
para um atendimento de qualidade às vítimas, pois não cobre parte das despesas operacionais
dos Gabinetes de Atendimento, nomeadamente salários, custos com monitoria e outros.
As necessidades de investimento para um Gabinete de Atendimento ao nível Provincial é de
76.505,00 USD e para um Gabinete de Atendimento ao nível Distrital é de 31.105,00 USD.
Tendo em conta que apenas duas províncias (Inhambane e Nampula) ainda não possuem
Gabinetes de Atendimento modelo, seriam necessários 153.010,00 USD para assegurar a
Sumário executivo
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cobertura em todas as capitais provinciais. Se se considerasse a reabilitação/apetrechamento de
2 Gabinetes de Atendimento por província por ano, seriam necessários 693.930,00 USD por ano
durante um espaço temporal de cerca de 5 anos e meio, para reabilitar os Gabinetes de
Atendimento modelo nos 120 distritos.
Os custos operacionais para um Gabinete de Atendimento modelo ao nível Provincial foi
estimado em 50.822,00 USD e para o nível Distrital foi estimado em 26.777,00 USD.
Tendo em conta as constatações recomenda-se o seguinte:
MINT / Comando Geral da PRM
► Continuar a envidar esforços com vista à institucionalização do Departamento de
Atendimento à Mulher e Criança, cujo Projecto de Lei se encontra depositado na
Assembleia da República;
► Continuar a afectar aos Gabinetes de Atendimento polícias com o nível médio/superior
formados em Matalane/ACIPOL após uma formação específica na área de Violência
Doméstica;
► Continuar a estimular os agentes policiais afectos aos Gabinetes de Atendimento a
prosseguirem com a sua formação ao nível médio e superior;
► Encontrar soluções para que em todos os Gabinetes de Atendimento o local de espera
para ser atendido esteja suficientemente distanciado do local onde as vítimas/agressores
estão a ser atendidos com vista a garantir a confidencialidade;
► Capacitar os Chefes dos Postos Policiais ao nível dos Postos Administrativos e
Localidades em matérias relacionadas à Violência Doméstica, visto que actualmente os
Gabinetes de Atendimento cobrem essencialmente até ao nível das Sedes Distritais;
► Alocar de forma explícita recursos financeiros para os Gabinetes de Atendimento, de
forma a facilitar a planificação e execução das suas actividades;
► Continuar a envidar esforços com vista a angariação de recursos financeiros adicionais
junto de doadores, para a expansão dos Gabinetes de Atendimento modelo.
Gabinete de Atendimento
► Tendo em conta que a educação de um indivíduo começa desde a sua formação palestras
com uma regularidade anual deveriam ser organizadas aos diferentes níveis de
escolaridade (por exemplo, ao nível da EP1 e EP2) sobre temas tais como: Direitos da
Criança, Direitos Humanos e Violência Doméstica;
Sumário executivo
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 8 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
► Considerando o número de pessoal envolvido nos Gabinetes de Atendimento, estudar a
possibilidade de criação de pontos focais nas escolas relacionados com o tema de
violência domestica, utilizando sempre que possível pontos focais já existentes, por
exemplo pontos focais na área de HIV/SIDA;
► O Gabinete de Atendimento em coordenação com os parceiros institucionais deveriam
elaborar um protocolo com questões comuns e específicas para cada instituição de
forma que a vítima quando fosse encaminhada pelo Gabinete de Atendimento para uma
determinada instituição levasse consigo uma cópia do protocolo de forma a acelerar o
processo de resolução do seu caso e não ter de responder novamente às mesmas
questões;
► Estudar-se com maior profundidade o impacto que tem na vítima em apresentar a queixa
ou não, em termos de local onde funciona o Gabinete de Atendimento (dentro ou fora da
Comando/Esquadra) e apresentar a queixa a uma pessoa fardada ou à civil;
► Garantir que nos Gabinetes de Atendimento haja pelo menos um agente do sexo feminino
e um do sexo masculino, priorizando-se o de sexo feminino visto que a maior parte das
vítimas são mulheres;
► Adoptar um livro de ocorrências com as questões impressas, incluindo entre outros a
data e a forma de desfecho do caso, paginado e fácil de folhear;
► Capacitar os agentes policiais ligados aos Gabinetes de Atendimento em matéria de
registo de dados, processamento e elaboração de relatórios;
► Tornar o mais claro possível as fichas de preenchimento bem como elaborar um pequeno
manual para o preenchimento das fichas de ocorrência, elaboração do Relatório e
preenchimento dos anexos ao Relatório;
► Capacitar os agentes ligados à base de dados em Programas informáticos tais como
Word e Excel para que possam explorar todo o potencial destes dois programas
informáticos;
► Melhorar a coordenação entre os parceiros através da análise da possibilidade de se
constituir um fórum envolvendo todos os actores, aos vários níveis (nacional, provincial
e distrital), para debater questões relacionadas com a cadeia de atendimento e outras
actividades afins;
► Capacitar os Chefes dos Postos Policiais ao nível dos Postos Administrativos e
Localidades em matérias relacionadas à Violência Doméstica, visto que actualmente os
Gabinetes de Atendimento cobrem essencialmente até ao nível das Sedes Distritais;
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► Estudar o tempo médio que decorre entre a queixa e o desfecho do caso em função do
tipo de caso, parceiros envolvidos e principais constrangimentos, de forma a melhorar o
desempenho.
UNICEF
► Continuar a apoiar o MINT nos seus esforços de expansão dos Gabinetes de Atendimento
modelo, atraindo outros doadores, visto que actualmente o MINT ainda não dispõe de
recursos financeiros para tal;
► Apoiar os Gabinetes de Atendimento e outros parceiros no aumento da capacidade de
sensibilização das comunidades com vista a reduzir o número de casos de violência
doméstica e aumentar o número denúncias dos casos ocorridos;
► Avaliar a possibilidade de apoiar no teste e expansão da base de dados electrónica,
actualmente em fase experimental na cidade e província de Maputo;
► Apoiar os Gabinetes de Atendimento na análise da possibilidade de introdução de temas
relativos à violência doméstica nas escolas em coordenação com outras áreas
internas/secções da UNICEF, maximizando as intervenções existentes, por exemplo
pontos focais de HIV também divulgarem assuntos relacionados com a violência
doméstica;
► Apoiar a expansão das instituições que prestam assistência jurídica e acompanhamento
às vítimas para os distritos onde ainda não se fazem representar;
► Identificar em coordenação com o MINT e Gabinetes de Atendimento áreas passíveis de
financiamento pela UNICEF, com impacto na actividade dos Gabinetes de Atendimento,
tais como capacitação, monitoria e avaliação, sensibilização, etc.
Doadores
► Continuar a apoiar o MINT nos seus esforços de expansão dos Gabinetes de Atendimento
modelo, visto que actualmente o MINT ainda não dispõe de recursos financeiros para tal;
► Definir em coordenação com o MINT as áreas de intervenção (por exemplo, infra-
estruturas, apetrechamento, capacitação, monitoria entre outros) a serem financiadas e
que melhor assegurem a complementaridade dos esforços de expansão e funcionamento
dos Gabinetes de Atendimento modelo;
► Apoiar a expansão das instituições que prestam assistência jurídica e acompanhamento
às vítimas para os distritos onde ainda não se fazem representar.
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MINT em coordenação com o Ministério da Saúde
► Continuar a prestar assistência pontual às vítimas através das unidades hospitalares;
► Harmonizar a informação de base solicitada as vítimas durante a instrução do processo,
em coordenação com o Gabinete de Atendimento;
► Incorporar nas acções de planeamento familiar e outras, temas relacionados com a
violência doméstica, género e direitos humanos.
MINT em coordenação com o Ministério da Mulher e Acção Social
► Avaliar a possibilidade de monitorar as vítimas, em função do tipo de caso, para garantir
o enquadramento social;
► Realizar de forma sistemática palestras, programas de educação cívica focalizadas na
violência doméstica, género e direitos humanos.
MINT em coordenação com a Procuradoria da República
► Melhorar a coordenação com os Gabinetes de Atendimento, no sentido de uma maior
celeridade da instrução;
► Continuar a envidar esforços no sentido de reduzir o tempo de instrução dos processos.
MINT em coordenação com o Ministério da Justiça
► Reduzir o tempo necessário para dirimir os casos submetidos a julgamento;
► Melhorar a coordenação com a Procuradoria da República e o Gabinete de Atendimento,
com vista a garantir o feedback das sentenças dos casos relacionados com a violência
doméstica.
MINT em coordenação com outros parceiros
► Continuar a prestar a assistência jurídica e acompanhamento às vítimas expandindo as
suas actividades para os distritos onde ainda não se fazem representar;
► Continuar a capacitar e formar os agentes policiais dos Gabinetes de Atendimento;
► Intensificar as acções de sensibilização da sociedade em geral em assuntos relacionados
com a violência doméstica, género e direitos humanos.
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Passos seguintes:
Uma vez tomada a decisão sobre (i) o impacto que tem na vítima em apresentar a queixa ou não,
em termos de local onde funciona o Gabinete de Atendimento (dentro ou fora da
Comando/Esquadra), (ii) apresentar a queixa a uma pessoa fardada ou à civil, e o (iii) local de
acomodação temporária da vítima, o MINT poderá obedecer às seguintes etapas para a expansão
dos Gabinetes de Atendimento modelo:
► Identificar/orçamentar em detalhe as necessidades em termos de investimento e
funcionamento necessárias para os Gabinetes de Atendimento modelo;
► Assegurar o buy-in das necessidades de expansão previamente identificadas pelos
decisores do MINT;
► Definir um plano de implementação que deverá ter em conta a frequência dos casos de
violência, não apenas os registados mas também os não reportados;
► Harmonizar a implementação da expansão dos Gabinetes de Atendimento à luz do seu
Plano Estratégico e Operacional.
Introdução
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1. Introdução
1.1. Antecedentes
Devido à elevada incidência da violência, abuso e exploração no país, em 2000, o Ministério do
Interior desenvolveu um programa apoiado pela UNICEF, com vista à criação de centros
especializados de assistência às mulheres e crianças vítimas da violência, o Gabinete de
Atendimento. O Gabinete de Atendimento é um serviço especializado da polícia para as mulheres
e crianças vítimas da violência, abuso e exploração. O seu mandato consiste em providenciar
apoio, incluindo denúncia e serviços de referência para as mulheres e crianças vítimas da
violência. No cumprimento dos seus programas, os Gabinetes de Atendimentos são igualmente
responsáveis pela sensibilização e mobilização comunitária em matérias de prevenção.
Em 2002, a UNICEF e UNDP apoiaram o Governo e a Polícia de Moçambique no desenvolvimento
do seu Plano Estratégico da Polícia 2003-2012, o qual incluía uma componente de protecção
contra a violência, abuso e exploração da mulher e da criança. Dando seguimento ao plano, a
UNICEF apoiou no estabelecimento de 11 planos provinciais descentralizados para a criação de
Gabinetes de Atendimento adicionais em todas as províncias. Estes planos requeriam pessoal
qualificado nos Gabinetes de Atendimento, para atenderem especificamente mulheres e
crianças, solicitando sempre que necessário a colaboração dos sectores de Saúde, Educação e
Acção Social.
Sendo assim, os Gabinetes de Atendimento foram criados com o objectivo de assegurar que as
mulheres e crianças, vítimas de violência e exploração tivessem acesso a um atendimento
personalizado de acordo com a idade e o tipo de crime, onde o mecanismo de denúncia fosse
amigo da mulher e da criança, de forma a que ambas pudessem ter acesso a serviços de
referência adequados às suas necessidades. Os Gabinetes de Atendimento deveriam também ser
responsáveis pela criação de programas extensivos de elevação do conhecimento das
comunidades em matérias de prevenção da violência, abuso e exploração.
1.2. Breve descrição do programa
A UNICEF está a apoiar o MINT na criação de um Gabinete de Atendimento modelo abrangente a
ser estabelecido em cada província, numa primeira fase, e com a possibilidade de expansão em
escala no futuro. Tal modelo, deverá estar baseado em dois pilares principais: (i) assistência
baseada no Gabinete de Atendimento; e (ii) programas de alcance comunitário.
Introdução
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 13 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Assim, o Gabinete de Atendimento deverá, por um lado, assegurar que as mulheres e crianças
tenham acesso a um apoio e assistência global, tanto na elaboração de relatórios e
procedimentos legais, bem como no processo de reabilitação e reintegração das vítimas e, por
outro lado, assegurar que as comunidades estejam cientes dos problemas relacionados com a
protecção e prevenção da violência, abuso e exploração e conscientes da existência dos
Gabinetes de Atendimento e dos serviços por estes disponibilizados.
Actualmente, o projecto consiste em cerca de 204 Gabinetes de Atendimento em todo o país.
Embora o plano tenha previsto uma capacidade consistente para as onze províncias, diferentes
níveis de comprometimento, recursos financeiros e humanos resultaram em uma grande
disparidade em termos de eficácia destes Gabinetes de Atendimento. Em certos casos, os
serviços oferecidos nos Gabinetes de Atendimento foram inadequados e não respondiam às reais
necessidades das vítimas.
Como trabalho preparatório para a ampliação do Gabinete de Atendimento modelo, em curso, é
imperativo proceder a uma avaliação do funcionamento deste modelo em termos de qualidade
dos serviços, capacidades e limitações, de modo a servir de alicerce para a expansão e criação de
um forte modelo para futura implementação em Moçambique.
A UNICEF, em conjunto com o MINT, identificou a necessidade de assistência técnica de um
consultor para fornecer suporte à Secção de Protecção à Mulher e a Criança na realização deste
exercício. O objectivo da avaliação é a realização de uma avaliação sistemática e objectiva do
funcionamento do modelo "Gabinete de Atendimento." Também visa a determinação do nível de
relevância dos Gabinetes de Atendimento, a realização dos seus objectivos, a eficiência do
desenvolvimento, eficácia, impacto e sustentabilidade. Esta avaliação irá fornecer informação
que seja credível e útil, possibilitando assim o Ministério do Interior a incorporar as
recomendações propostas nos seus processos decisórios, em especial no processo de expansão
de um modelo Gabinete de Atendimento modelo mais abrangente territorialmente, bem como na
alocação de mais recursos para a implementação do modelo.
Além disso, a UNICEF está também a apoiar o MINT na formação de Chefes distritais da Polícia,
na questão da violência contra mulheres e crianças, incluindo os módulos sobre os direitos da
mulher e da criança e, procedimentos amigáveis com as criança, reintegração e reabilitação das
vítimas. Até ao momento 50 policiais na Zambézia e Gaza foram treinados.
Um apoio adicional vai para o estabelecimento de uma base de dados sobre a violência a fim de
controlar e prevenir a violência contra as mulheres e crianças no país e à formação de 22
operadores de base de dados em todas as províncias. A UNICEF está também a apoiar o
Introdução
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Ministério do Interior no reforço da capacidade dos Gabinetes de Atendimento através de apoio
técnico e financeiro.
1.3. Objectivos da avaliação
Com base nos Termos de Referência (Anexo 1), o consultor será responsável por analisar a
qualidade dos serviços prestados nos Gabinetes de Atendimento modelo seleccionados,
mecanismos de referência e de produção de relatórios e os custos operacionais de acordo com
os seguintes objectivos:
(i) Rever o funcionamento do Gabinete de Atendimento modelo incluindo a qualidade dos
serviços prestados às vítimas de violência bem como os mecanismos de referência e de
produção de relatórios;
(ii) Realizar um exercício de custos para rever os custos operacionais totais de um Gabinete
de Atendimento;
(iii) Documentar os procedimentos operacionais padronizados existentes para o Gabinete de
Atendimento modelo;
(iv) Fazer um balanço de todas as outras questões pendentes no Gabinete de Atendimento
modelo incluindo as questões financeiras e administrativas; e
(v) Fornecer recomendações concretas sobre a implementação futura do Gabinete de
Atendimento modelo, incluindo uma estratégia de intensificação e indicadores de
monitoria.
1.4. Metodologia da Avaliação
Para a avaliação dos Gabinetes de atendimento foram utilizados os seguintes instrumentos de
recolha de dados:
► Consulta à documentação existente;
► Entrevistas semi-estruturadas;
► Conversas informais;
► Observação.
Introdução
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 15 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
As conversas informais e as entrevistas semi-estruturadas foram feitas individualmente ou em
grupo (ver lista das pessoas entrevistados no Anexo 2). A equipe de avaliação entrevistou
implementadores, vítimas e parceiros dos Gabinetes de Atendimento. Os guiões das entrevistas
semi-estruturadas podem ser vistos no Anexo 3 e no Anexo 4.
Para a investigação de campo foram seleccionados seis Gabinetes de Atendimento modelo:
Maputo Cidade, Matola, Beira, Buzi , Quelimane e Maganja da Costa. Com vista a poder comparar
os Gabinetes de Atendimento modelo com os outros Gabinetes de Atendimento foram visitados
os Gabinetes de Atendimento de Mocuba, na Província da Zambézia e do Dondo na Província de
Sofala. O itinerário da equipe de avaliação pode ser visto no Anexo 5.
Uma limitação deste estudo foi a dificuldade de obter alguma informação relacionada com os
custos de funcionamento dos Gabinetes de Atendimento e com a caracterização dos casos
registados por tipo de crime, o local de ocorrência dentro de cada Província e o tempo que
decorre entre a apresentação da queixa e desfecho do caso.
Breve descrição dos Gabinetes de Atendimento visitados
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2. Breve descrição dos Gabinetes de Atendimento visitados
2.1. Gabinete de Atendimento Modelo de Quelimane (Província
da Zambézia)
Parte das infra-estruturas atribuídas pelo comando Provincial da PRM na Zambézia ao Gabinete
de Atendimento ao nível Provincial foram reabilitadas com fundos da UNICEF. O Gabinete de
Atendimento conta actualmente com 5 salas e uma casa de banho reabilitadas (2 salas e uma
casa de banho no 2° piso onde funciona o gabinete da Chefe do Gabinete de Atendimento e a
Secção de Base de Dados) e três salas no 1° piso (onde funciona a Secção de Atendimento e os
serviços administrativos). Por falta de fundos não foram reabilitados o quarto, a casa de banho e
a cozinha para o acolhimento das vítimas. Em casos de necessidade de alojar uma vítima recorre-
se ao Lar dos Idosos da Direcção Provincial da Mulher e Acção Social.
O Gabinete de Atendimento ao nível Provincial conta com 2 funcionários a chefe e a responsável
pela base de dados. Junto a este Gabinete de Atendimento funciona um Secção de atendimento
com 4 funcionários. Esta Secção de atendimento funciona no horário normal de trabalho da
função pública. Os casos que surgem fora desse horário são recebidos pela permanência da 1ª.
Esquadra e em caso de necessidade são remetidos directamente para o Hospital. O atendimento
para registo da ocorrência é feito no dia normal de expediente imediatamente a seguir.
2.2. Gabinete de Atendimento de Mocuba (Província da
Zambézia)
Este gabinete funciona em uma das salas do Comando Distrital da PRM e funciona no horário
normal de expediente. A este Gabinete de Atendimento estão afectos dois agentes da PRM. Em
caso de necessidade recorre-se aos familiares ou a outras pessoas para a acomodação das
vítimas.
Breve descrição dos Gabinetes de Atendimento visitados
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2.3. Gabinete de Atendimento Modelo da Maganja da Costa
(Província da Zambézia)
Com fundos da UNICEF foi construído um edifício nas traseiras do Comando Distrital da PRM.
Este edifício contrasta com o Comando Distrital da PRM por estar em elevado estado de
degradação.
O edifício conta com 3 salas e uma casa de banho. Numa das salas funciona o quarto de
acolhimento das vítimas que no momento da visita da equipe de avaliação estava trancado por
avaria da fechadura. Quer o quarto de acolhimento quer a casa de banho nunca foram utilizados.
A casa de banho não está a ser utilizada por falta de água e apresenta um início de crescimento
de um morro de térmites no seu interior. Em caso de necessidade recorre-se às instalações do
Centro de Saúde.
Este Gabinete de Atendimento funciona no horário normal de atendimento da função pública e
conta com dois agentes policiais.
2.4. Gabinete de Atendimento do Dondo (Província de Sofala)
O Gabinete de Atendimento do Dondo funciona em uma das salas do Comando Distrital da PRM.
Possui um horário normal de trabalho e conta com dois agentes policiais um dos quais afecto ao
Posto Policial de Mafambisse.
2.5. Gabinete de Atendimento Modelo da Beira (Província de Sofala)
Este Gabinete de Atendimento possui um edifício principal construído de raiz e dois anexos um
dos quais reabilitado. As construções/reabilitações foram feitas com fundos da Save de Children.
Um dos anexos possui um quarto de acolhimento, uma casa de banho e uma cozinha. Estas
instalações de acolhimento têm sido utilizadas em casos de necessidade. O edifício principal
possui três salas de trabalho (uma das quais para o atendimento das vítimas) e uma casa de
banho.
O Gabinete de Atendimento funciona 24 horas por dia e possui um efectivo de 12 agentes
policiais que cobrem igualmente o Gabinete de Atendimento da Munhava. Os agentes que
trabalham no atendimento fazem turnos de 24 horas de trabalho e 48 horas de descanso, em
Breve descrição dos Gabinetes de Atendimento visitados
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períodos normais em que o efectivo está completo, ou 24 horas de trabalho e 24 horas de
descanso quando o efectivo está incompleto por motivos de férias, entre outros.
2.6. Gabinete de Atendimento Modelo do Buzi (Província de
Sofala)
O Gabinete de Atendimento do Buzi funciona no Comando Distrital da PRM. O Comando foi
reabilitado com fundos da UNICEF e do Orçamento do Comando Provincial da PRM. Devido ao
volume dos fundos existentes para a reabilitação optou-se pela contratação de um empreiteiro
local. No momento da avaliação parte do tecto tinha desabado e já existiam infiltrações de água.
Aos diferentes níveis da PRM esforços estão a ser empreendidos para que a obra seja entregue
com a qualidade desejada.
O Gabinete de Atendimento conta com uma sala de atendimento, uma quarto e uma sala que
funciona como cozinha. O quarto de acolhimento quando não possui vítimas é igualmente
utilizado como cela feminina quando necessário. Após a reabilitação o quarto só foi utilizado uma
vez por uma das vítimas.
O Gabinete de Atendimento funciona no horário normal de funcionamento da função pública e
conta com um efectivo de duas pessoas que no momento da avaliação estava na permanência do
Comando Distrital da PRM.
2.7. Gabinete de Atendimento Modelo de Maputo (Maputo Cidade)
Este Gabinete de Atendimento possui dois edifícios principais, onde antes funcionou uma
Esquadra da Polícia e um anexo todos reabilitados com fundos da Cooperação Portuguesa.
Num dos edifícios principais funciona o Departamento Central, e noutro o Gabinete de
Atendimento. O Departamento Central tem quatro compartimentos, sendo um hall de entrada,
dois gabinetes de trabalho, uma casa de banho e uma cozinha.
O Gabinete de Atendimento tem uma sala de espera, secretaria, sala da chefe do Gabinete de
Atendimento, sala de espera, sala de triagem, sala de operações sala de atendimento a criança,
sala de reuniões. Nos anexos existem dois quartos (feminino e masculino) para as vítimas e
quatro casas de banho.
Breve descrição dos Gabinetes de Atendimento visitados
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Este Gabinete de Atendimento funciona 24 horas/dia com um efectivo de 16 agentes, estando
todos treinados para fazer o atendimento.
2.8. Gabinete de Atendimento Modelo da Matola (Província de Maputo)
O Gabinete de Atendimento da Matola funciona no Bairro Matola Santos. Este Gabinete de
Atendimento foi reabilitado com fundos da UNICEF. Possui uma sala de espera, duas salas de
atendimento, uma para adultos e outra para crianças, dois gabinetes de trabalho, uma cozinha,
uma casa de banho e uma pequena sala de reuniões que está desactivada devido a problemas de
infiltração nas paredes laterais. Nos anexos possui um quarto equipado para acolher as vítimas e
uma casa de banho.
O Gabinete de Atendimento, funciona nas horas normais de expediente e tem um efectivo de três
pessoas para o atendimento. Pessoas afectas aos serviços administrativos do Gabinete de
Atendimento, também fazem o atendimento. Fora das horas normais de expediente as vítimas
são atendidas pela permanência do Posto Policial que funciona temporariamente no Gabinete de
Atendimento.
Funções do Gabinete de Atendimento
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3. Funções do Gabinete de Atendimento
O Plano Estratégico da Polícia da República de Moçambique (PEPRM) para o período 2003-2012,
aprovado na 8ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros de 31 de Maio de 2004, no seu
“Programa 4: Mulher e criança” (Tabela 1), estabeleceu as seguintes estratégias:
► Estratégia 4.1: Institucionalização do Programa de Atendimento à Mulher e Criança;
► Estratégia 4.2: Prevenção e Combate à Delinquência Juvenil.
Tabela 1. Estratégias, objectivos, actividades e resultados esperados do Programa Mulher e criança, do PEPRM
Estratégia: Institucionalização do Programa de Atendimento à
Mulher e Criança
Prevenção e Combate à Delinquência Juvenil
Objectivo: Prestar assistência às mulheres e crianças vítimas
de violência
Desenhar e aplicar um Programa de prevenção e
combate à delinquência juvenil
Actividades: ► Definir a organização estrutural do Programa
e sua inserção na PRM;
► Formar e capacitar especialistas tanto para o
atendimento das vítimas como para a recolha,
processamento e uso da informação sobre a
violência contra a Mulher e a Criança;
► Expandir gradualmente os serviços de
atendimento a todo o território nacional;
► Coordenar as actividades com instituições
afins da sociedade civil;
► Colocar linhas SOS nas sub-unidades policiais.
► Envolver as comunidades e instituições
juvenis na prevenção e combate à
delinquência juvenil;
► Propor medidas de redefinição da
imputabilidade criminal de menores;
► Desenvolver actividades educativas
conducentes à cultura da lei;
► Desenvolver, em coordenação com
organizações juvenis, acções que visem
absorver e orientar os jovens;
► Influenciar a implementação efectiva do
Regulamento da Lei de Interdição de Acesso
de menores a lugares de diversão;
► Incentivar a criação de Centros de
recuperação de menores.
Resultados
esperados:
► Definido e inserido na estrutura da PRM, o
programa de atendimento às mulheres e
crianças vítimas de violência doméstica com
uma expansão gradual para todo o país,
garantindo uma interacção com os sectores
da sociedade civil que lidam com esta matéria.
► Criado o mecanismo de enquadramento da
juventude no combate ao crime. Redefinida,
também, a imputabilidade criminal de
menores, tendo em conta a predominância
de crimes por estes praticados.
Funções do Gabinete de Atendimento
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No âmbito da Violência Doméstica o Plano Estratégico do Desenvolvimento Institucional do
Ministério do Interior (EDIMINT), aprovado pelo Conselho de Ministros a 23 de Dezembro de
2008, preconiza:
► Assegurar a concepção e implementação de acções e medidas integradas, para prevenir
e combater a violência contra a mulher e a criança;
► Estabelecer unidades de atendimento especial à mulher e criança, vítimas de violência
doméstica;
► Garantir o policiamento, visando combater e prevenir a violência doméstica e ainda
garantir que todos os assuntos relacionados com esta problemática, tenham um
atendimento especial e em compartimento específico;
► Garantir parcerias com outras instituições congéneres, para o estudo das causas e
consequências da violência doméstica, com vista a definir estratégias de acção conjunta;
► Proteger os direitos da mulher com vista à elevação da sua consciência, bem como da
comunidade sobre os direitos que a assistem, designadamente o direito à não violência;
► Garantir o estudo das causas e consequências da violência, contra a mulher e rapariga e
a eficácia das medidas preventivas.
O EDIMINT no seu Programa para os Aspectos transversais cujo Objectivo Geral é o de
“Promover todas acções de carácter transversal, com vista a melhorar o desempenho e
equilíbrio das funções do MINT, a todos os níveis” define como Estratégia “Implementar acções e
medidas integradas, para prevenir e combater a violência doméstica” e como Objectivo
específico “Garantir a prevenção e um atendimento especializado às vítimas de violência
doméstica”.
Para o alcance do objectivo específico foram definidos como resultados esperados “Garantida a
prevenção de actos de violência doméstica” e “Garantido o atendimento especializado às vítimas
de violência doméstica” tendo sido previstas as seguintes Actividades:
► Continuar a realizar campanhas de sensibilização visando reduzir os índices de violência
doméstica;
► Estender a cobertura em termos de unidades especializadas de Atendimento às vítimas
de violência doméstica aos níveis de esquadras e postos policiais, priorizando os níveis
provincial e distrital.
Funções do Gabinete de Atendimento
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Em resumo, actualmente são funções dos Gabinetes de Atendimento tratar de assuntos
relacionados com:
a) Atendimento às vítimas da violência doméstica;
b) Delinquência juvenil;
c) Abuso sexual;
d) Tráfico humano.
Estrutura e Funcionamento
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4. Estrutura e Funcionamento
Ao nível Central foi criado o Departamento de Atendimento à Mulher e Criança no Comando
Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM). Apesar de não ser uma Direcção a Chefe do
Departamento subordina-se directamente ao Comandante Geral da PRM. Este Departamento
ainda não está institucionalizado. A sua institucionalização está dependente da aprovação da Lei
Orgânica da PRM pela Assembleia da República.
Ao nível central o Departamento de Atendimento à Mulher e Criança possui duas Repartições, a
Repartição de Pesquisa, Análise e Difusão e a Repartição de Coordenação.
Ao nível Provincial a Chefe do Departamento de Atendimento à Mulher e Criança responde
directamente ao Comandante Provincial da PRM e à Chefe do Departamento de Atendimento à
Mulher e Criança ao nível central. O Departamento de Atendimento à Mulher e Criança ao nível
Provincial possui três Secções, a Secção de Pesquisa, Análise e Difusão, a Secção de
Atendimento e a Secção de Cooperação. Em algumas das Províncias visitadas estas designações
não estão a ser utilizadas e/ou as Secções ainda não foram criadas.
Ao nível Distrital o Chefe da Secção de Atendimento à Mulher e Criança responde directamente
ao Comandante Distrital da PRM e à Chefe de Departamento de Atendimento à Mulher e Criança
ao nível Provincial.
Em 2008 existiam 204 Secções de Atendimento, 57 em esquadras, 128 em Comandos Distritais
da PRM e 19 em Postos Policiais ou Hospitais (Tabela 2). O grande aumento do número de
Secções de Atendimento ocorreu entre 2006 e 2007.
Estrutura e Funcionamento
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Tabela 2. Número de Secções de atendimento
Província 2006 2007 2008
E CD P/H Total E CD P/H Total E CD P/H Total
Maputo Cidade 17 0 10 27 20 0 4 24 20 0 8 28
Maputo 7 7 3 17 7 9 3 19 8 9 3 20
Gaza 0 0 0 0 2 10 1 13 4 10 1 15
Inhambane 3 1 2 6 2 12 1 15 3 12 1 16
Sofala 3 9 1 13 4 12 1 17 4 12 1 17
Manica 1 7 1 9 3 11 1 15 4 10 1 15
Tete 3 12 3 18 2 12 1 15 2 12 1 15
Zambézia 1 5 0 6 4 16 1 21 4 16 0 20
Nampula 0 0 0 0 4 19 1 24 4 20 1 25
Niassa 2 8 0 10 2 13 1 16 2 15 1 18
Cabo Delgado 3 8 0 11 2 12 1 15 2 12 1 15
Total 40 57 20 117 52 126 16 194 57 128 19 204
Legenda: E = Esquadras, CD = Comandos Distritais e P/H = Posto/Hospital Fonte: Departamento de Atendimento à Mulher e Criança
Existem actualmente 15 Gabinetes de Atendimento modelo distribuídos por 7 capitais provinciais
e 8 Distritos. As principais diferenças entre os Gabinetes de Atendimento modelo e os outros
reside essencialmente nas infra-estruturas, equipamento e mobiliário existentes. Em termos de
procedimentos e funcionamento seguem todos a mesma filosofia.
Os Gabinetes de Atendimento modelo foram idealizados para terem duas salas para o
atendimento das vítimas, uma para adultos e outra para crianças, e um quarto, uma cozinha e
uma casa de banho para o caso de se ter de acomodar temporariamente a vítima. Em Quelimane,
por exemplo, os fundos atribuídos para a reabilitação das infra-estruturas do Gabinete de
Atendimento não foram suficientes para reabilitar o quarto, a casa de banho e a cozinha pelo
que não possui condições para acomodar as vítimas enquanto que na Maganja da Costa apesar
de possuir instalações para acomodar as vítimas, elas nunca foram utilizadas.
Os quartos de acolhimento das vítimas são importantes com vista a garantir a sua segurança e o
seu afastamento temporário do agressor. A proximidade destes quartos de acolhimento aos
Comandos/Esquadras é um garante da segurança da vítima mas tem a desvantagem da sua
proximidade às celas onde são encarcerados possíveis criminosos para além do estigma de estar
a dormir num Comando/Esquadra da Polícia. Por outro lado, é necessário ter em conta que no
acolhimento de uma vítima é preciso pensar-se também na sua alimentação.
Pessoal e Formação
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5. Pessoal e Formação
Em 2008 trabalhavam nos Gabinetes de Atendimento 299 pessoas (Tabela 3) das quais 183
mulheres (61,2%) e 116 homens (38,8%).
Tabela 3. Quadro de pessoal afecto aos Gabinetes de Atendimento
Província 2006 2007 2008
H M Total H M Total H M Total
Departamento Central 2 2 4 2 1 3 3 2 5
Maputo Cidade 6 25 31 6 44 50 4 35 39
Maputo 6 15 21 5 14 19 6 21 27
Gaza 5 7 12 5 10 15 7 10 17
Inhambane 8 11 19 5 10 15 7 14 21
Sofala 10 7 17 11 7 18 17 11 28
Manica 6 10 16 3 9 12 7 12 19
Tete 2 5 7 2 5 7 11 8 19
Zambézia 5 7 12 6 14 20 13 18 31
Nampula 24 3 27 1 37 38 6 40 46
Niassa 1 3 4 11 3 14 19 6 25
Cabo Delgado 13 2 15 14 5 19 16 6 22
TOTAL 88 97 185 71 159 230 116 183 299
Legenda: H = Homem e M = Mulher Fonte: Departamento de Atendimento à Mulher e Criança
A condição para se trabalhar nos Gabinetes/Secções de Atendimento ao nível Provincial e
Distrital é ser agente da Polícia. No entanto antes ou após começarem a trabalhar nos
Gabinetes/Secções de Atendimento os agentes da Polícia passam por uma série de formações e
participam em vários seminários relacionados com os seguintes temas: Direitos Humanos,
Género, Violência Doméstica, entre outros.
Actualmente para se ser Polícia é necessário ter a 10ª Classe. No entanto algumas Secções
possuem agentes da Polícia com uma escolaridade inferior à 10ª Classe por terem sido admitidos
antes de a condição para ser admitido na PRM ser possuir a 10ª Classe.
Serviços prestados pelo Gabinete de Atendimento
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6. Serviços prestados pelo Gabinete de Atendimento
6.1. Atendimento
Em função da gravidade da violência a vítima pode registar imediatamente a queixa ou ser
primeiro encaminhada para o Hospital ou Centro de Saúde e registar a queixa depois de ter
passado pelos cuidados médicos.
Os casos são registados num livro de ocorrências utilizado normalmente pela polícia. O livro de
ocorrência tem as seguintes características: tamanho A3, basicamente sem questões impressas
e fácil de folhear. As desvantagens destes livros é a falta de uniformidade da informação
registada quer entre um caso e outro quer entre um Gabinete de Atendimento e outro.
No âmbito do Programa de Atendimento à Mulher e Criança a WLSA financiou a elaboração e
edição de um livro de ocorrências “Ficha de registo de casos de Violência Doméstica” onde estão
impressas as questões que devem ser respondidas pela vítima. Esta edição tem a grande
vantagem de uniformizar a informação registada em todos os casos quer dentro do Gabinete de
Atendimento quer entre Gabinetes de Atendimento.
Alguns Gabinetes de Atendimento adoptaram temporariamente este livro de ocorrências
enquanto outros o tentaram usar como forma de transcrição da informação registada no livro de
ocorrências tradicional. Estes novos livros têm as desvantagens de não estarem paginados e de
não serem fáceis de folhear. Por outro lado não existe a questão específica de registo da data e a
forma como o caso foi solucionado.
Recentemente foi adoptada uma Ficha de atendimento às vítimas de violência (Anexo 6) de
forma a uniformizar a informação recolhida nos diferentes Gabinetes de Atendimento. Apenas
nos Gabinetes de Atendimento modelo da Cidade de Maputo e da Província de Maputo, a equipe
de avaliação verificou que estas Fichas de Atendimento estavam a ser utilizadas. No caso da
Cidade de Maputo, com base nas fichas, foi produzido um “Livro de ocorrências” enquanto que
na Província de Maputo as fichas foram agrupadas numa espiral. Nos restantes Gabinetes de
Atendimento visitados esta ficha não estava a ser utilizada. Nesta ficha também não existe
nenhuma questão específica para data e forma de desfecho do caso.
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Em função da natureza da violência sofrida:
► as vítimas e os agressores são aconselhados no próprio Gabinete de Atendimento;
► o caso é encaminhado, normalmente via Polícia de Investigação Criminal (PIC), para a
Procuradoria que por sua vez encaminha para o Tribunal;
► o caso é encaminhado para instituições de assistência jurídica ou AMETRAMO.
Embora se disponha de informação limitada sobre a qualidade da articulação entre os Gabinetes
de Atendimento, a Procuradoria e o Ministério da Justiça, é nosso entendimento que os fluxos de
informação entre estas instituições podem ser melhorados. No caso da cidade da Beira, foi
assegurada à equipe de avaliação que um dos Procuradores passa diariamente pelo Gabinete de
Atendimento, como forma de agilizar os processos em tempo útil. Em relação ao Tribunal não foi
possível obter informação sobre o tempo que os processos levam a serem julgados, visto que na
maior parte dos casos não existe monitoria das vítimas.
Actualmente a vítima ao apresentar queixa no Gabinete/Secção de Atendimento tem que
responder a um questionário. Quando encaminhada para outras áreas tais como Saúde, Acção
Social e/ou Assistência Jurídica volta a ter que responder a questionários em que grande parte
das questões já haviam sido respondidas no primeiro questionário. Este processo para além de
moroso é desgastante para a vítima.
A Figura 1 apresenta um fluxograma de atendimento às vítimas de violência doméstica
elaborado pelo Departamento de Atendimento à Mulher e Criança mas que ainda não foi
aprovado mas está a ser adoptado pelos Gabinetes de Atendimento. O modelo ideal para o
atendimento integrado está em discussão e este processo está a ser liderado pelo Ministério da
Mulher e Acção Social.
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Figura 1. Fluxograma de atendimento às vítimas de violência doméstica
Vítima
Serviços de Urgência
Hospitalares
Gabinete de Atendimento/Esquadra
Atendimento Integrado
Profilaxia HIV/SIDA/ITS Atenção ao
trauma Relatório médico
Polícia
Medicina Legal
Justiça
Assistência médica geral
Tribunal de menores
Investigação Criminal
Acção Social
Acção Social
Procuradoria
Sociedade Civil
Centro de reabilitação de menores
Tribunal Judicial
Fonte: Departamento de Atendimento da Mulher e Criança
Com base na Figura 2 podemos constatar que o número de casos atendidos pelos Gabinetes de
Atendimento está a aumentar e que a principal vítima da violência doméstica é a mulher. Este
aumento não significa necessariamente que esteja a haver um aumento da violência doméstica
mas sim que há um aumento do número de vítimas que se dirigem ao Gabinete de atendimento
para apresentarem a sua queixa.
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Figura 2. Número total de casos registados nos Gabinetes de Atendimento de 2004 a 2008
A Tabela 4 e a Figura 3 apresentam o número casos registados por Província entre 2006 e
2008. As Províncias com mais casos registados neste período são Maputo Cidade, Sofala,
Nampula e Manica enquanto que a Zambézia, Cabo Delgado e Gaza são as Províncias com o
menor número de casos registados.
Tabela 4. Número de casos criminais e cíveis por Província
Província 2006 2007 2008
H M C Total H M C Total H M C Total
Maputo Cidade 767 1365 577 2709 340 2197 863 3400 458 2293 439 3190
Maputo 250 699 202 1151 81 380 494 955 278 684 453 1415
Gaza 75 404 93 572 58 444 138 640 100 308 129 537
Inhambane 150 523 168 841 123 576 412 1111 157 559 251 967
Sofala 194 1929 314 2437 116 1218 760 2094 508 1659 431 2598
Manica 382 1190 47 1619 204 1110 438 1752 94 510 52 656
Tete 112 155 89 356 17 515 80 612 354 722 355 1431
Zambézia 54 438 46 538 2 322 121 445 99 394 85 578
Nampula 292 720 44 1056 69 342 293 704 155 1429 342 1926
Niassa 80 400 69 549 80 443 209 732 135 454 123 712
Cabo Delgado 60 445 24 529 23 101 68 192 13 197 61 271
Total 2416 8268 1673 12357 1113 7648 3876 12637 2351 9209 2721 14281
Legenda: H = Homens, M = Mulheres e C = Crianças Fonte: Departamento da Mulher e Criança
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
2004 2005 2006 2007 2008
Homens
Mulheres
Crianças
Total
Serviços prestados pelo Gabinete de Atendimento
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Figura 3. Número total de casos registados por Província de 2006-2008
Entre 2006 e 2008 foram registados em média nos diferentes Gabinete de Atendimento 14,4%
de casos em que as vítimas eram homens, 64,2% em que as vítimas eram mulheres e 21,4% em
que as vítimas eram crianças (Tabela 5). As Províncias com maiores percentagens de casos
registados contra crianças foram Maputo, Inhambane e Sofala.
Tabela 5. Percentagem de casos registados em função se a vítima foi homem, mulher ou criança
Província
2006 2007 2008 Média
H M C H M C H M C H M C
Maputo Cidade 28,3 50,4 21,3 10,0 64,6 25,4 14,4 71,9 13,8 17,6 62,3 20,1
Maputo 21,7 60,7 17,5 8,5 39,8 51,7 19,6 48,3 32,0 16,6 49,6 33,8
Gaza 13,1 70,6 16,3 9,1 69,4 21,6 18,6 57,4 24,0 13,6 65,8 20,6
Inhambane 17,8 62,2 20,0 11,1 51,8 37,1 16,2 57,8 26,0 15,0 57,3 27,7
Sofala 8,0 79,2 12,9 5,5 58,2 36,3 19,6 63,9 16,6 11,0 67,1 21,9
Manica 23,6 73,5 2,9 11,6 63,4 25,0 14,3 77,7 7,9 16,5 71,5 11,9
Tete 31,5 43,5 25,0 2,8 84,2 13,1 24,7 50,5 24,8 19,7 59,4 21,0
Zambézia 10,0 81,4 8,6 0,4 72,4 27,2 17,1 68,2 14,7 9,2 74,0 16,8
Nampula 27,7 68,2 4,2 9,8 48,6 41,6 8,0 74,2 17,8 15,2 63,7 21,2
Niassa 14,6 72,9 12,6 10,9 60,5 28,6 19,0 63,8 17,3 14,8 65,7 19,5
Cabo Delgado 11,3 84,1 4,5 12,0 52,6 35,4 4,8 72,7 22,5 9,4 69,8 20,8
Média 18,9 67,9 13,2 8,3 60,5 31,2 16,0 64,2 19,8 14,4 64,2 21,4
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
2006
2007
2008
Serviços prestados pelo Gabinete de Atendimento
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As Províncias que mais casos registaram em cada 1.000 habitantes foram Maputo Cidade,
Sofala, Maputo, Manica e Inhambane (Tabela 6). Recorde-se que as três províncias com maior
número de casos per capita possuem maior concentração populacional e, provavelmente, um
maior acesso a informação. Outras razões que poderão explicar esta situação podem ser a
antiguidade dos Gabinetes de Atendimento, a localização em corredores e os aspectos
culturais/religiosos predominantes em cada local.
Tabela 6. Número de casos registados em cada 1000 habitantes
Província População em 2007
Número de casos em cada 1.000 habitantes
2006 2007 2008 Média
Maputo Cidade 1.271.569 2,1 2,7 2,5 2,4
Maputo 1.098.846 1,0 0,9 1,3 1,1
Gaza 1.362.174 0,4 0,5 0,4 0,4
Inhambane 1.444.282 0,6 0,8 0,7 0,7
Sofala 1.715.557 1,4 1,2 1,5 1,4
Manica 1.400.415 1,2 1,3 0,5 1,0
Tete 1.593.258 0,2 0,4 0,9 0,5
Zambézia 3.880.184 0,1 0,1 0,1 0,1
Nampula 3.861.347 0,3 0,2 0,5 0,3
Niassa 1.055.482 0,5 0,7 0,7 0,6
Cabo Delgado 1.683.681 0,3 0,1 0,2 0,2
Total 20.366.795 0,6 0,6 0,7 0,6
Entre 2006 e 2008 foram atendidos no Gabinete de Atendimento em média 57,5 casos por
agente por ano (Tabela 7). As Províncias que estão acima da média são as de Sofala (117,5
casos/agente/ano), Manica (93,9 casos/agente/ano), Maputo Cidade (79,1 casos/agente/ano),
Niassa (72,7 casos/agente/ano) e Tete (71,2 casos/agente/ano). Estes dados podem servir de
indicador onde será prioritário afectar mais agentes para os Gabinetes de Atendimento.
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Tabela 7. Número médio de casos atendidos por agente nos Gabinetes de Atendimento
Província 2006 2007 2008 Média
C P C/P C P C/P C P C/P
Maputo Cidade 2709 31 87,4 3400 50 68,0 3190 39 81,8 79,1
Maputo 1151 21 54,8 955 19 50,3 1415 27 52,4 52,5
Gaza 572 12 47,7 640 15 42,7 537 17 31,6 40,6
Inhambane 841 19 44,3 1111 15 74,1 967 21 46,0 54,8
Sofala 2437 17 143,4 2094 18 116,3 2598 28 92,8 117,5
Manica 1619 16 101,2 1752 12 146,0 656 19 34,5 93,9
Tete 356 7 50,9 612 7 87,4 1431 19 75,3 71,2
Zambézia 538 12 44,8 445 20 22,3 578 31 18,6 28,6
Nampula 1056 27 39,1 704 38 18,5 1926 46 41,9 33,2
Niassa 549 4 137,3 732 14 52,3 712 25 28,5 72,7
Cabo Delgado 529 15 35,3 192 19 10,1 271 22 12,3 19,2
TOTAL 12357 181 68,3 12637 227 55,7 14281 294 48,6 57,5
Legenda: C = Número de casos, P = Número de agentes policiais e C/P = Relação Número de casos/Número de agentes
policiais
Recorde-se que para cada caso existe no mínimo dois encontros com o Gabinete de
Atendimento. No primeiro a vítima apresenta o seu caso. Em seguida o Gabinete de Atendimento
convoca o agressor para um encontro com a vítima ou para abrir o processo crime.
6.2. Acompanhamento e seguimento dos casos
Na maior parte dos casos, não há o acompanhamento da vítima até o desfecho definitivo do caso
e em todos casos a data e forma de desfecho não é registado no livro de ocorrência. Desta
forma, não é possível estimar o tempo que decorre entre o registo da ocorrência e o desfecho
definitivo do caso.
Todos os entrevistados declaram ser importante o acompanhamento da vítima e o registo da
data e forma de desfecho do caso. Alguns entrevistados declararam que solicitaram às vítimas
para voltarem ao Gabinete de Atendimento para informarem sobre o desfecho do caso mas a
maioria não o faz.
6.3. Sensibilização
Com vista a reduzir a violência e divulgar os direitos da mulher (homem) e da criança as Secções
de Atendimento têm realizado palestras ao nível da própria instituição e ao nível externo. Ao
nível da instituição são realizadas palestras cujo público alvo são os patrulheiros, forças
aquarteladas, oficiais de permanência, Chefes de Operações, Comandantes de Esquadras, e
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outros oficiais. Também são realizadas palestras nas escolas de formação da polícia. As
palestras ao nível interno visam essencialmente sensibilizar a Polícia para não tolerar a violência
contra a mulher e criança.
Ao nível externo são realizadas palestras nas escolas e nas comunidades (Bairros e Mercados),
As palestras nas comunidades têm como objectivo sensibilizá-las sobre a violência doméstica,
suas manifestações, serviços de apoio existentes, mecanismos de denúncia e medidas de
prevenção. Foram igualmente realizadas palestras de sensibilização para os magistrados do
Ministério Públicos sobre o tráfico e menores em conflito com a lei.
Nas escolas primárias as palestras visam a divulgação dos direitos das crianças e a sinalização da
violência contra a criança. Nas escolas secundárias as palestras têm como objectivo divulgar
temas sobre o tráfico de mulheres e crianças, sua manifestação, rotas, modus operandes dos
traficantes e sobre delinquência juvenil, especificamente, menores em conflito com a Lei, seus
direitos e o papel da Polícia em relação aos menores em conflito com a Lei. Os professores do
nível primário e secundário são sensibilizados a prestarem maior atenção aos sinais e
manifestações anormais das crianças e a denunciarem às autoridades policiais os casos que
surgirem.
Em 2009 foram realizadas cerca de 537 palestras de sensibilização, o que representa cerca de
1,8 palestras por pessoa a trabalhar no Gabinete de Atendimento. Também foram distribuídos
vários materiais de sensibilização em coordenação com outras organizações da sociedade civil.
Esta actividade, quer ao nível das Escolas quer ao nível das comunidades tem sido prejudicada
pela falta recursos financeiros, ou seja, de meios de transporte, combustíveis e ajudas de custo.
6.4. Sistema de prestação de contas (“report”) e supervisão
As Secções de Atendimento produzem relatórios mensais que depois de sancionados pelo
Comandante Distrital ou da Esquadra são enviados para o Gabinete de Atendimento ao nível
Provincial. O Gabinete de Atendimento ao nível Provincial produz relatórios trimestrais,
semestral e anual que depois de sancionados pelo Comandante Provincial da PRM são enviados
para o Departamento Central de Atendimento à Mulher e Criança.
Os Gabinetes de Atendimento estão a testar na cidade e província de Maputo, uma base de dados
electrónica, cuja implementação e expansão para as outras províncias e distritos carece de
recursos. Com vista a uniformizar os Relatórios produzidos foi aprovado uma estrutura de
relatório que pode ser vista no Anexo 7.
Serviços prestados pelo Gabinete de Atendimento
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A supervisão do trabalho desenvolvido pelos Gabinetes de Atendimento tem sido prejudicada
pela falta de meios de transporte, combustíveis e ajudas de custo. Os meios de transporte
disponíveis para o trabalho dos Gabinetes de Atendimento são apresentados na Tabela 8.
Tabela 8. Meios de transporte disponíveis nos Gabinetes de Atendimento
Província 2006 2007 2008
V M B Total V M B Total V M B Total
Dep. Central 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1
Maputo Cidade 1 2 8 11 1 2 8 11 1 2 8 11
Maputo 0 2 6 8 0 2 7 9 0 2 7 9
Gaza 0 2 0 2 0 1 4 5 0 2 4 6
Inhambane 0 2 4 6 0 2 4 6 0 2 4 6
Sofala 1 2 2 5 1 12 10 23 1 12 10 23
Manica 0 2 3 5 0 6 7 13 1 6 7 14
Tete 0 2 0 2 0 3 5 8 0 2 5 7
Zambézia 0 2 2 4 0 2 6 8 0 2 6 8
Nampula 0 2 4 6 0 2 6 8 0 2 6 8
Niassa 0 2 2 4 0 2 6 8 0 2 6 8
Cabo Delgado 0 0 4 4 0 2 4 6 0 2 4 6
Total 3 20 35 58 3 36 67 106 4 36 67 107
Legenda: V = Viatura, M = Motorizada e B = Bicicleta Fonte: Departamento da Mulher e Criança
6.5. Profissionalismo e confidencialidade na resolução dos casos
Em geral nota-se bastante profissionalismo e confidencialidade por parte dos agentes que
trabalham nos Gabinetes de Atendimento. Todas as vítimas entrevistadas declararam ter
gostado dos serviços prestados pelos Gabinetes de Atendimento. Por outro lado, as vítimas
mostraram a sua satisfação pela componente de aconselhamento prestada pelos Gabinetes de
Atendimento.
Apenas um entrevistado declarou que foi abordado por um agente da polícia que não tinha nada
a ver com o seu caso a falar sobre o assunto. Por outro lado, em alguns Gabinetes de
Atendimento o local onde a vítima está a ser atendida e o local onde outras vítimas esperam o
momento para serem atendidas permite escutar a conversa.
Outras opiniões/sugestões das vítimas entrevistadas foram:
► Constrangimento da vítima e dos filhos em irem ao Gabinete de Atendimento por
localizar-se junto à Polícia e/ou ser atendido por uma pessoa fardada de Polícia;
Serviços prestados pelo Gabinete de Atendimento
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► Necessidade de uma maior divulgação da existência dos Gabinetes de Atendimento bem
como de assuntos relacionados com a violência doméstica utilizando diferentes formas e
canais de comunicação;
► Reduzir o número de questionários que as vítimas têm que responder nas diferentes
instituições;
► Expandir os Gabinetes de Atendimento para as zonas rurais por ser lá que há mais casos
de violência e desconhecimento da Lei;
► Monitorar os casos durante e após a sua resolução.
Parcerias
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7. Parcerias
Ao nível institucional o Gabinete de Atendimento relaciona-se com o Ministério da Saúde,
Ministério da Mulher e Acção Social, Procuradoria da República e Ministério da Justiça. Ao nível
Central os principais parceiros do Gabinete de Atendimento são: Woman and Law in Southern
Africa (WLSA), Associação Mulher, Lei e Desenvolvimento (MULEIDE), Liga dos Direitos Humanos
(LDH), Associação das Mulheres Moçambicanas de Carreira Jurídica (AMMCJ) e Instituto de
Patrocínio e Assistência Jurídica (IPAJ).
Durante as entrevistas, em nenhum momento foi referido quer pelos implementadores quer
pelas vítimas algum atraso nos processos judiciais. Por outro lado, devido a falta de registo entre
a apresentação da queixa e o derimento do caso, não foi possível estimar o tempo médio de
resolução dos casos. No entanto, é do conhecimento geral, que devido entre outros, a falta de
magistrados existe alguma morosidade no derimento dos casos.
Nos casos de ofensas corporais, estupro e violação as vítimas são imediatamente encaminhadas
para a Saúde para receberam tratamento no fim do qual é produzido um relatório médico
confirmando o tipo e grau de agressão. Este relatório é anexado ao processo. As vítimas de
violência doméstica têm atendimento hospitalar gratuito.
A Acção Social actua nos seguintes casos: localização dos familiares ou das crianças perdidas ou
abandonadas, reinserção das crianças ou idosos na família ou sociedade, apoio material às
vítimas carentes através de concessão de pensão de alimentos ou outro tipo de apoio,
acompanhamento psicológico, entre outros. Por sua vez a Acção Social também encaminha para
os Gabinetes de Atendimento os casos em que as vítimas de violência doméstica e abuso contra
a criança se dirigem em primeiro lugar à Acção Social.
Várias organizações, tais como LDH, IPAJ, MULEIDE, AMMCJ, WLSA entre outras, para além de
prestarem assistência jurídica às vítimas, colaboram na capacitação dos agentes dos Gabinetes
de Atendimento e na sensibilização da sociedade em assuntos de Direitos Humanos, Género,
Violência Doméstica, entre outros. Para a AMETRAMO são encaminhados os casos em que a
vítima acusa o agressor de feitiçaria.
Os parceiros dos Gabinetes de Atendimento podem variar de um Distrito para outro ou de uma
Província para outra. A título de exemplo, o IPAJ ainda não desenvolveu acções concretas com o
Gabinete de Atendimento em Sofala. Actualmente, o IPAJ funciona como parceiro do Gabinete
de Atendimento nas províncias de Maputo, Tete, Cabo Delgado, Niassa e Manica, embora tenha
delegações províncias em todas as províncias. No entanto, decorrem esforços para que as outras
Parcerias
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províncias possam beneficiar destes serviços. Em 2009 o IPAJ tinha uma presença física em 72
distritos do país e uma presença ambulatória em 17 distritos.
Por outro lado, algumas organizações apoiam especificamente os Gabinetes de Atendimento de
uma Província ou de um Distrito, como é o caso da Save de Children que apoia o Gabinete de
Atendimento da Província de Sofala, Manica e Zambézia e a Action Aid que apoia o Gabinete de
Atendimento da Maganja da Costa.
Financiamento aos Gabinetes de Atendimento
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8. Financiamento aos Gabinetes de Atendimento
Actualmente os Gabinetes de Atendimento funcionam com base no Orçamento Geral do Estado
(OGE) atribuído ao MINT e com base em parceiros de cooperação. O OGE assegura
essencialmente os salários, o espaço para os Gabinetes de Atendimento funcionarem e algum
combustível e material.
Para a equipe de avaliação não foi possível quantificar a contribuição do OGE para o
funcionamento dos Gabinetes de Atendimento ao nível Central, Provincial e Distrital. Os salários
variam em função da patente do agente policial e as outras contribuições são fornecidas em
espécie, isto é, resma de papel, canetas, combustível, etc.
As contribuições dos parceiros de cooperação ao nível central são depositadas na conta do
Comando Geral da PRM e a parte que cabe às Províncias são transferidas para os respectivos
Comandos Provinciais.
O Departamento da Mulher e Criança ao nível central tem estado a receber financiamentos da
UNICEF com vista à reabilitação/construção de Gabinetes de Atendimento, apoio institucional,
capacitação, entre outros (Anexo 8). O valor recebido nos últimos três anos foi de
13.048.310,08 MT. A Cooperação Portuguesa financiou a reabilitação e apetrechamento do
Gabinete Modelo da Cidade de Maputo em cerca de 3.410.006,75 MT. Não foi possível apurar os
valores financiados pelo Estado visto que os materiais são levantados nos economatos do MINT
ou dos Comandos Provinciais e os salários e outros serviços são pagos ao nível Central ou
Provincial.
A Save de Children, um outro parceiro de cooperação, financiou a construção dos Gabinetes de
Atendimento da Cidade da Beira e de Caia em cerca de 2.000.000,00 MT e atribui anualmente
um valor de 500.000,00 MT para as despesas de funcionamento dos Gabinetes de Atendimento
na Província de Sofala. Na Província de Manica, a Save de Children financiou com cerca de
1.900.000,00 MT a construção dos Gabinetes de Atendimento de Barué e Gurro e com
500.000,00 MT para a reabilitação de um outro Gabinete de Atendimento. Contribui igualmente
com cerca de 350.000,00 MT para as despesas de funcionamento dos Gabinetes de
Atendimento ao nível da Província de Manica.
Ao nível provincial os Gabinetes de Atendimento podem eventualmente ter parceiros de
cooperação locais como é o caso da Província de Sofala que para além de receber financiamento
da UNICEF através do Departamento da Mulher e Criança ao nível central recebe igualmente
Financiamento aos Gabinetes de Atendimento
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financiamento da Save de Children (Tabela 7). Igualmente para Sofala não foi possível conhecer
a contribuição do Estado em salários e outros.
Tabela 9. Financiamentos feitos pelos parceiros de cooperação aos Gabinetes de Atendimento da Província de Sofala
Ano UNICEF Save de Children Total
2006 0,00 825.881,97 825.881,97
2007 35.000,00 705.000,00 740.000,00
2008 25.000,00 700.000,00 725.000,00
2009 60.000,00 440.000,00 500.000,00
Fonte: Gabinete de atendimento à Mulher e Criança da Província de Sofala
Considerando que a Província de Sofala recebeu um financiamento de 2.290.881,97 MT para
investimento e funcionamento, no período compreendido entre 2006 e 2008, sem considerar a
contribuição do Estado, e que em igual período de tempo atendeu 7.129 vítimas de violência
doméstica, em média e em grosso modo, o valor por vítima foi de 321,35 MT.
Para o cálculo das necessidades financeiras de um Gabinete de Atendimento distinguiu-se um
Gabinete de Atendimento que funciona ao nível Provincial (na capital da Província) dos Gabinetes
de Atendimento que funcionam ao nível Distrital (nas sedes dos Distritos). Considerou-se que um
Gabinete de Atendimento que funciona ao nível Provincial, para além de ter de acomodar o
Departamento de Atendimento à Mulher e Criança e de se localizar na capital Provincial
necessitaria de infra-estruturas, meios de transporte, pessoal e de custos de funcionamento
diferentes de um Gabinete de Atendimento ao nível Distrital.
Com base nas despesas efectuadas anteriormente com as reabilitações dos Gabinetes de
Atendimento modelo estimou-se que seriam necessários quarenta mil dólares para um Gabinete
de Atendimento ao nível Provincial e vinte mil dólares ao nível Distrital.
Em termos de meios de transporte considerou-se que o Gabinete de Atendimento ao nível
Provincial deveria ter pelo menos uma viatura, uma motorizada e uma bicicleta enquanto que
para um Gabinete de Atendimento ao nível Distrital seria necessário um motorizada e um
bicicleta.
A Tabela 10 apresenta as necessidades de investimento e de custos operacionais para um
Gabinete de Atendimento modelo ao nível Provincial e Distrital. Para mais detalhes ver os
Anexos 10, 11, 12 e 13.
Financiamento aos Gabinetes de Atendimento
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Tabela 10. Necessidades de investimento e necessidades operacionais anuais em USD para um Gabinete de Atendimento modelo ao nível Provincial e Distrital
Descrição Gabinete de Atendimento ao
nível Provincial Gabinete de Atendimento ao
nível Distrital
1. Custos de investimento 76.505,00 31.105,00
1.1 Infra-estruturas 40.000,00 20.000,00
1.2 Mobiliário e Equipamento Administrativo e Social 4.000,00 3.605,00
1.3 Outros Meios Básicos 1.415,00 1.415,00
1.4 Meios de Transporte 31.085,00 6.085,00
2. Custos operacionais anuais 50.822,00 26.777,00
2.1 Custos do Escritório 8.450,00 8.450,00
2.2 Custos de Monitoria e Avaliação 16.622,00 7.527,00
2.3 Salários 10.800,00 10.800,00
2.4 Custos de Propaganda 10.150,00 0,00
2.5 Custos de Formação e Capacitação institucional 4.800,00 0,00
3. Total (1 +2 ) 127.327,00 57.882,00
Estimativas feitas com base nos gastos efectuados entre 2006 e 2009, indicam que em média
seriam necessários 76.505,00 USD em necessidades de investimento (reabilitação e
apetrechamento) para um Gabinete de Atendimento modelo ao nível provincial e cerca de
31.105,00 USD para um Gabinete de Atendimento modelo ao nível distrital. Tendo em conta
que apenas três províncias ainda não possuem Gabinetes de Atendimento modelo, seriam
necessários 229.515,00 USD para assegurar a cobertura em todas as capitais provinciais. Ao
nível distrital, a situação é mais crítica, dado que dos 128 distritos apenas 8 possuem Gabinetes
de Atendimento modelo, perfazendo uma necessidade total de cerca de 3.781.800,00 USD para
os restantes 120 distritos.
Se se considerasse a reabilitação/apetrechamento de 2 Gabinetes de Atendimento por província
por ano, seriam necessários 693.930,00 USD por ano durante um espaço temporal de cerca de
5 anos e meio.
Considerando que um Gabinete de Atendimento ao nível provincial necessita de 50.822,00 USD
para os seus custos operacionais e um Gabinete de Atendimento ao nível distrital necessita de
26.777,00 USD, a título de exemplo a província de Sofala, que possui 11 distritos necessitaria de
cerca de 345.369,00 USD, isto é, 10.361.070,00 MT, ao câmbio de 30,00 MT/USD. Tendo em
conta que foram atendidos em média 2.377 vítimas por ano no período compreendido entre
2006 e 2008, o custo estimado por vítima seria de 4.360,00 MT, muito acima dos 321,35 MT
que foram gastos.
Financiamento aos Gabinetes de Atendimento
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Actualmente, o investimento está a ser financiado pelos doadores e os custos operacionais estão
a ser assumidos em conjunto pelo MINT e pelos doadores. Esta situação provavelmente irá
prevalecer nos próximos cinco anos, mas gradualmente o MINT deverá assumir a totalidade dos
custos operacionais, de forma a que a longo prazo assuma igualmente as necessidades de
investimentos.
Constatações e Recomendações
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9. Constatações e Recomendações
9.1. Constatações
Ao nível Central foi criado o Departamento de Atendimento à Mulher e Criança no Comando
Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) que ainda não está institucionalizado. A sua
institucionalização só ocorrerá quando a Assembleia da República aprovar a Lei Orgânica da
PRM. O Departamento de Atendimento à Mulher e Criança possui duas Repartições, a Repartição
de Pesquisa, Análise e Difusão e a Repartição de Coordenação.
Ao nível Provincial a Chefe do Departamento de Atendimento à Mulher e Criança responde
directamente ao Comandante Provincial da PRM e à Chefe do Departamento de Atendimento à
Mulher e Criança ao nível central. O Departamento de Atendimento à Mulher e Criança ao nível
Provincial possui igualmente três Secções, a Secção de Pesquisa, Análise e Difusão, a Secção de
Atendimento e a Secção de Cooperação. Em algumas Províncias visitadas estas designações não
estão a ser utilizadas ou as Secções ainda não estão em funcionamento. Ao nível Distrital o
Chefe da Secção de Atendimento à Mulher e Criança responde directamente ao Comandante
Distrital da PRM e à Chefe de Departamento de Atendimento à Mulher e Criança ao nível
Provincial.
Em 2008 existiam 204 Secções de Atendimento, 57 em esquadras, 128 em Comandos Distritais
da PRM e 19 em Postos Policiais ou Hospitais. O grande aumento do número de Secções de
Atendimento ocorreu entre 2006 e 2007. Existem actualmente 15 Gabinetes de Atendimento
modelo distribuídos por 7 capitais provinciais e 8 Distritos.
As principais diferenças entre os Gabinetes de Atendimento modelo e os outros Gabinetes de
Atendimento reside essencialmente nas infra-estruturas, equipamento e mobiliário existentes.
Em termos de procedimentos e funcionamento seguem todos a mesma filosofia.
Os Gabinetes de Atendimento modelo foram idealizados para terem duas salas para o
atendimento das vítimas, uma para adultos e outra para crianças, e um quarto, uma cozinha e
uma casa de banho para o caso de se ter de acomodar temporariamente a vítima. No entanto,
nem todos os actuais Gabinetes de Atendimento modelo possuem estas características.
Alguns Gabinetes de atendimento possuem instalações próprias enquanto que outros
encontram-se junto/dentro dos Comandos Distritais ou Esquadras da PRM. Os quartos de
acolhimento das vítimas são importantes com vista a garantir a sua segurança e o seu
afastamento temporário do agressor. A proximidade destes quartos de acolhimento aos
Constatações e Recomendações
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Comandos/Esquadras é um garante da segurança da vítima mas tem a desvantagem da sua
proximidade às celas onde são encarcerados possíveis criminosos para além do estigma de estar
a dormir num Comando/Esquadra da Polícia. Por outro lado, é necessário ter em conta que no
acolhimento de uma vítima é preciso pensar-se também na sua alimentação.
Em 2008 trabalhavam nos Gabinetes de Atendimento 299 pessoas das quais 183 mulheres
(61,2%) e 116 homens (38,8%). A condição para se trabalhar nos Gabinetes/Secções de
Atendimento ao nível Provincial e Distrital é ser agente da Polícia. No entanto antes ou após
começarem a trabalhar nos Gabinetes/Secções de Atendimento os agentes da Polícia passam por
uma série de formações e participam em vários seminários relacionados com os seguintes temas:
Direitos Humanos, Género, Violência Doméstica, entre outros.
Em função da gravidade da violência a vítima pode registar imediatamente a queixa ou ser
primeiro encaminhada para o Hospital ou Centro de Saúde e registar a queixa depois de ter
passado pelos cuidados médicos.
Os casos são registados num livro de ocorrências utilizado normalmente pela polícia. O livro de
ocorrência tem as seguintes características: tamanho A3, basicamente sem questões impressas
e fácil de folhear. As desvantagens destes livros é a falta de uniformidade da informação
registada quer entre um caso e outro quer entre um Gabinete de Atendimento e outro.
Recentemente foi adoptada uma Ficha de atendimento às vítimas de violência de forma a
uniformizar a informação recolhida nos diferentes Gabinetes de Atendimento. Apenas nos
Gabinetes de Atendimento modelo da Cidade de Maputo e da Província de Maputo, a equipe de
avaliação verificou que estas Fichas de Atendimento estavam a ser utilizadas. No caso da Cidade
de Maputo, com base nas fichas, foi produzido um “Livro de ocorrências” enquanto que na
Província de Maputo as fichas foram agrupadas numa espiral. Nos restantes Gabinetes de
Atendimento visitados esta ficha não estava a ser utilizada. Nesta ficha também não existe
nenhuma questão específica para data e forma de desfecho do caso.
Em função da natureza da violência sofrida: a) as vítimas e os agressores são aconselhados no
próprio Gabinete de Atendimento; b) o caso é encaminhado, normalmente via PIC, para a
Procuradoria que por sua vez encaminha para o Tribunal; e c) o caso é encaminhado para
instituições de assistência jurídica ou AMETRAMO.
Actualmente a vítima ao apresentar queixa no Gabinete/Secção de Atendimento tem que
responder a um questionário. Quando encaminhada para outras áreas tais como Saúde, Acção
Social e/ou Assistência Jurídica volta a ter que responder a questionários em que grande parte
Constatações e Recomendações
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das questões já haviam sido respondidas no primeiro questionário. Este processo para além de
moroso é desgastante para a vítima.
Os casos atendidos pelos Gabinetes de Atendimento está a aumentar e a principal vítima da
violência doméstica é a mulher. Este aumento não significa necessariamente que esteja a haver
um aumento da violência doméstica mas sim que há um aumento do número de vítimas que se
dirigem ao Gabinete de atendimento para apresentarem a sua queixa.
As Províncias com mais casos registados entre 2006 e 2008 são Maputo Cidade, Sofala,
Nampula e Manica enquanto que a Zambézia, Cabo Delgado e Gaza são as Províncias com o
menor número de casos registados. No mesmo período foram atendidos no Gabinete de
Atendimento em média 57,5 casos por agente por ano. As Províncias que estão acima da média
são as de Sofala, Manica, Maputo Cidade, Niassa e Tete. Estes dados podem servir de indicador
onde será prioritário afectar mais agentes para os Gabinetes de Atendimento.
Na maior parte dos casos, não há o acompanhamento da vítima até o desfecho definitivo do caso
e em todos casos a data e forma de desfecho não é registado no livro de ocorrência. Desta
forma, não é possível estimar o tempo que decorre entre o registo da ocorrência e o desfecho
definitivo do caso. Recorde-se que por Lei cabe à Polícia instaurar o procedimento criminal, à
Procuradoria acusar e ao Tribunal julgar.
Todos os entrevistados declaram ser importante o acompanhamento da vítima e o registo da
data e forma de desfecho do caso. Alguns entrevistados declararam que solicitaram às vítimas
para voltarem ao Gabinete de Atendimento para informarem sobre o desfecho do caso mas a
maioria não o faz. Sob coordenação do Ministério da Mulher e Acção Social está em estudo a
introdução de um modelo de atendimento integrado que envolverá para além da Polícia outras
instituições.
Com vista a reduzir a violência e divulgar os direitos da mulher (homem) e da criança as Secções
de Atendimento têm realizado palestras nos Bairros, nas comunidades ou nas Escolas. Esta
actividade tem sido prejudicada pela falta recursos financeiros, ou seja, de meios de transporte,
combustíveis e ajudas de custo.
As Secções de Atendimento produzem relatórios mensais que depois de sancionados pelo
Comandante Distrital ou da Esquadra são enviados para o Gabinete de Atendimento ao nível
Provincial. O Gabinete de Atendimento ao nível Provincial produz relatórios trimestrais,
semestral e anual que depois de sancionados pelo Comandante Provincial da PRM são enviados
para o Departamento Central de Atendimento à Mulher e Criança. Os Gabinetes de Atendimento
estão a testar na cidade e província de Maputo, uma base de dados electrónica, cuja
Constatações e Recomendações
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implementação e expansão para as outras províncias e distritos carece de recursos. Com vista a
uniformizar os Relatórios produzidos foi aprovado uma estrutura de relatório. A supervisão do
trabalho desenvolvido pelos Gabinetes de Atendimento tem sido prejudicada pela falta de meios
de transporte, combustíveis e ajudas de custo.
Em geral nota-se bastante profissionalismo e confidencialidade por parte dos agentes que
trabalham nos Gabinetes de atendimento. Todas as vítimas entrevistadas declararam ter gostado
dos serviços prestados pelos Gabinetes de atendimento. Por outro lado, as vítimas mostraram a
sua satisfação pela componente de aconselhamento prestada pelos Gabinetes de Atendimento.
Apenas um entrevistado declarou que foi abordado por um agente da polícia que não tinha nada
a ver com o seu caso a falar sobre o assunto. Por outro lado, em alguns Gabinetes de
Atendimento o local onde a vítima está a ser atendida e o local onde outras vítimas esperam o
momento para serem atendidas permite escutar a conversa.
Ao nível institucional o Gabinete de Atendimento relaciona-se com o Ministério da Saúde,
Ministério da Mulher e Acção Social, Procuradoria da República e Ministério da Justiça. Ao nível
Central os principais parceiros do Gabinete de Atendimento são: Woman and Law in Southern
Africa (WLSA), Associação Mulher, Lei e Desenvolvimento (MULEIDE), Liga dos Direitos Humanos
(LDH), Associação das Mulheres Moçambicanas de Carreira Jurídica (AMMCJ) e Instituto de
Patrocínio e Assistência Jurídica (IPAJ).
Os parceiros dos Gabinetes de Atendimento podem variar de um Distrito para outro ou de uma
Província para outra. A título de exemplo, o IPAJ ainda não desenvolveu acções concretas com
Gabinete de Atendimento em Sofala, Por outro lado, algumas organizações apoiam
especificamente os Gabinetes de Atendimento de uma Província ou de um Distrito, como é o
caso da Save de Children que apoia o Gabinete de Atendimento da Província de Sofala e a Action
Aid que apoia o Gabinete de Atendimento da Maganja da Costa.
Actualmente os Gabinetes de Atendimento funcionam com base no Orçamento Geral do Estado
(OGE) atribuído ao MINT e com base em parceiros de cooperação. O OGE assegura
essencialmente os salários, o espaço para os Gabinetes de Atendimento funcionarem, água, luz e
alguns consumíveis.
O Departamento da Mulher e Criança ao nível central tem estado a receber financiamentos da
UNICEF com vista à reabilitação/construção de Gabinetes de Atendimento, apoio institucional,
capacitação, entre outros. O valor recebido nos últimos três anos foi de 13.048.310,08 MT. A
Cooperação Portuguesa financiou a reabilitação e apetrechamento do Gabinete Modelo da
Cidade de Maputo em cerca de 3.410.006,75 MT. Não foi possível apurar os valores financiados
Constatações e Recomendações
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pelo Estado visto que os materiais são levantados nos economatos do MINT ou dos Comandos
Provinciais e os salários e outros serviços são pagos ao nível Central ou Provincial.
O Departamento da Mulher e Criança ao nível central tem estado a receber financiamentos da
UNICEF com vista à reabilitação/construção de Gabinetes de Atendimento, apoio institucional,
capacitação, entre outros. O valor recebido nos últimos três anos foi de 13.048.310,08 MT. Não
foi possível apurar os valores financiados por outros parceiros de cooperação bem como a
contribuição do Estado em salários e outros.
Ao nível provincial os Gabinetes de Atendimento podem eventualmente ter parceiros de
cooperação locais como é o caso da Província de Sofala que para além de receber financiamento
da UNICEF através do Departamento da Mulher e Criança ao nível central recebe igualmente
financiamento da Save de Children. Igualmente para Sofala não foi possível conhecer a
contribuição do Estado em salários e outros.
Com base no financiamento, para investimento e funcionamento, que a Província de Sofala
recebeu no período compreendido entre 2006 e 2008, sem considerar a contribuição do Estado,
e tendo em conta o número de casos atendidos em igual período de tempo, em média e em
grosso modo, o valor por vítima foi de 321,35 MT. Este valor está abaixo das reais necessidades
para um atendimento de qualidade às vítimas, pois não cobre parte das despesas operacionais
dos Gabinetes de Atendimento, nomeadamente salários, custos com monitoria e outros.
As necessidades de investimento para um Gabinete de Atendimento ao nível Provincial é de
76.505,00 USD e para um Gabinete de Atendimento ao nível Distrital é de 31.105,00 USD.
Tendo em conta que apenas duas províncias (Inhambane e Nampula) ainda não possuem
Gabinetes de Atendimento modelo, seriam necessários 153.010,00 USD para assegurar a
cobertura em todas as capitais provinciais. Se se considerasse a reabilitação/apetrechamento de
2 Gabinetes de Atendimento por província por ano, seriam necessários 693.930,00 USD por ano
durante um espaço temporal de cerca de 5 anos e meio, para reabilitar os Gabinetes de
Atendimento modelo nos 120 Distritos.
Os custos operacionais para um Gabinete de Atendimento modelo ao nível Provincial foi
estimado em 50.822,00 USD e para o nível Distrital foi estimado em 26.777,00 USD.
Constatações e Recomendações
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9.2. Recomendações
Tendo em conta as constatações recomenda-se o seguinte:
MINT / Comando Geral da PRM
► Continuar a envidar esforços com vista à institucionalização do Departamento de
Atendimento à Mulher e Criança, cujo Projecto de Lei se encontra depositado na
Assembleia da República;
► Continuar a afectar aos Gabinetes de Atendimento polícias com o nível médio/superior
formados em Matalane/ACIPOL após uma formação específica na área de Violência
Doméstica;
► Continuar a estimular os agentes policiais afectos aos Gabinetes de Atendimento a
prosseguirem com a sua formação ao nível médio e superior;
► Encontrar soluções para que em todos os Gabinetes de Atendimento o local de espera
para ser atendido esteja suficientemente distanciado do local onde as vítimas/agressores
estão a ser atendidos com vista a garantir a confidencialidade;
► Capacitar os Chefes dos Postos Policiais ao nível dos Postos Administrativos e
Localidades em matérias relacionadas à Violência Doméstica, visto que actualmente os
Gabinetes de Atendimento cobrem essencialmente até ao nível das Sedes Distritais.
► Alocar de forma explícita recursos financeiros para os Gabinetes de Atendimento, de
forma a facilitar a planificação e execução das suas actividades;
► Continuar a envidar esforços com vista a angariação de recursos financeiros adicionais
junto de doadores, para a expansão dos Gabinetes de Atendimento modelo.
Gabinete de Atendimento
► Tendo em conta que a educação de um indivíduo começa desde a sua formação palestras
com uma regularidade anual deveriam ser organizadas aos diferentes níveis de
escolaridade (por exemplo, ao nível da EP1 e EP2) sobre temas tais como: Direitos da
Criança, Direitos Humanos e Violência Doméstica;
► Considerando o número de pessoal envolvido nos Gabinetes de Atendimento, estudar a
possibilidade de criação de pontos focais nas escolas relacionados com o tema de
violência domestica, utilizando sempre que possível pontos focais já existentes, por
exemplo pontos focais na área de HIV/SIDA;
Constatações e Recomendações
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► O Gabinete de Atendimento em coordenação com os parceiros institucionais deveriam
elaborar um protocolo com questões comuns e específicas para cada instituição de
forma que a vítima quando fosse encaminhada pelo Gabinete de Atendimento para uma
determinada instituição levasse consigo uma cópia do protocolo de forma a acelerar o
processo de resolução do seu caso e não ter de responder novamente às mesmas
questões;
► Estudar-se com maior profundidade o impacto que tem na vítima em apresentar a queixa
ou não, em termos de local onde funciona o Gabinete de Atendimento (dentro ou fora da
Comando/Esquadra) e apresentar a queixa a uma pessoa fardada ou à civil;
► Garantir que nos Gabinetes de Atendimento haja pelo menos um agente do sexo feminino
e um do sexo masculino, priorizando-se o de sexo feminino visto que a maior parte das
vítimas são mulheres;
► Adoptar um livro de ocorrências com as questões impressas, incluindo entre outros a
data e a forma de desfecho do caso, paginado e fácil de folhear;
► Capacitar os agentes policiais ligados aos Gabinetes de Atendimento em matéria de
registo de dados, processamento e elaboração de relatórios;
► Tornar o mais claro possível as fichas de preenchimento bem como elaborar um pequeno
manual para o preenchimento das fichas de ocorrência, elaboração do Relatório e
preenchimento dos anexos ao Relatório;
► Capacitar os agentes ligados à base de dados em Programas informáticos tais como
Word e Excel para que possam explorar todo o potencial destes dois programas
informáticos;
► Melhorar a coordenação entre os parceiros através da análise da possibilidade de se
constituir um fórum envolvendo todos os actores, aos vários níveis (nacional, provincial
e distrital), para debater questões relacionadas com a cadeia de atendimento e outras
actividades afins;
► Capacitar os Chefes dos Postos Policiais ao nível dos Postos Administrativos e
Localidades em matérias relacionadas à Violência Doméstica, visto que actualmente os
Gabinetes de Atendimento cobrem essencialmente até ao nível das Sedes Distritais;
► Estudar o tempo médio que decorre entre a queixa e o desfecho do caso em função do
tipo de caso, parceiros envolvidos e principais constrangimentos, de forma a melhorar o
desempenho .
Constatações e Recomendações
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UNICEF
► Continuar a apoiar o MINT nos seus esforços de expansão dos Gabinetes de Atendimento
modelo, atraindo outros doadores, visto que actualmente o MINT ainda não dispõe de
recursos financeiros para tal;
► Apoiar os Gabinetes de Atendimento e outros parceiros no aumento da capacidade de
sensibilização das comunidades com vista a reduzir o número de casos de violência
doméstica e aumentar o número denúncias dos casos ocorridos;
► Avaliar a possibilidade de apoiar no teste e expansão da base de dados electrónica,
actualmente em fase experimental na cidade e província de Maputo;
► Apoiar os Gabinetes de Atendimento na análise da possibilidade de introdução de temas
relativos à violência doméstica nas escolas em coordenação com outras áreas
internas/secções da UNICEF, maximizando as intervenções existentes, por exemplo
pontos focais de HIV também divulgarem assuntos relacionados com a violência
doméstica;
► Apoiar a expansão das instituições que prestam assistência jurídica e acompanhamento
às vítimas para os distritos onde ainda não se fazem representar;
► Identificar em coordenação com o MINT e Gabinetes de Atendimento áreas passíveis de
financiamento pela UNICEF, com impacto na actividade dos Gabinetes de Atendimento,
tais como capacitação, monitoria e avaliação, sensibilização, etc.
Doadores
► Continuar a apoiar o MINT nos seus esforços de expansão dos Gabinetes de Atendimento
modelo, visto que actualmente o MINT ainda não dispõe de recursos financeiros para tal;
► Definir em coordenação com o MINT as áreas de intervenção (por exemplo, infra-
estruturas, apetrechamento, capacitação, monitoria entre outros) a serem financiadas e
que melhor assegurem a complementaridade dos esforços de expansão e funcionamento
dos Gabinetes de Atendimento modelo;
► Apoiar a expansão das instituições que prestam assistência jurídica e acompanhamento
às vítimas para os distritos onde ainda não se fazem representar.
Constatações e Recomendações
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MINT em coordenação com o Ministério da Saúde
► Continuar a prestar assistência pontual às vítimas através das unidades hospitalares;
► Harmonizar a informação de base solicitada as vítimas durante a instrução do processo,
em coordenação com o Gabinete de Atendimento;
► Incorporar nas acções de planeamento familiar e outras, temas relacionados com a
violência doméstica, género e direitos humanos.
MINT em coordenação com o Ministério da Mulher e Acção Social
► Avaliar a possibilidade de monitorar as vítimas, em função do tipo de caso, para garantir
o enquadramento social;
► Realizar de forma sistemática palestras, programas de educação cívica focalizadas na
violência doméstica, género e direitos humanos.
MINT em coordenação com a Procuradoria da República
► Melhorar a coordenação com os Gabinetes de Atendimento, no sentido de uma maior
celeridade da instrução;
► Continuar a envidar esforços no sentido de reduzir o tempo de instrução dos processos.
MINT em coordenação com o Ministério da Justiça
► Reduzir o tempo necessário para dirimir os casos submetidos a julgamento;
► Melhorar a coordenação com a Procuradoria da República e o Gabinete de Atendimento,
com vista a garantir o feedback das sentenças dos casos relacionados com a violência
doméstica.
MINT em coordenação com outros parceiros
► Continuar a prestar a assistência jurídica e acompanhamento às vítimas expandindo as
suas actividades para os distritos onde ainda não se fazem representar;
► Continuar a capacitar e formar os agentes policiais dos Gabinetes de Atendimento;
► Intensificar as acções de sensibilização da sociedade em geral em assuntos relacionados
com a violência doméstica, género e direitos humanos.
Constatações e Recomendações
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Passos seguintes:
Uma vez tomada a decisão sobre (i) o impacto que tem na vítima em apresentar a queixa ou não,
em termos de local onde funciona o Gabinete de Atendimento (dentro ou fora da
Comando/Esquadra), (ii) apresentar a queixa a uma pessoa fardada ou à civil, e o (iii) local de
acomodação temporária da vítima, o MINT poderá obedecer às seguintes etapas para a expansão
dos Gabinetes de Atendimento modelo:
► Identificar/orçamentar em detalhe as necessidades em termos de investimento e
funcionamento necessárias para os Gabinetes de Atendimento modelo;
► Assegurar o buy-in das necessidades de expansão previamente identificadas pelos
decisores do MINT;
► Definir um plano de implementação que deverá ter em conta a frequência dos casos de
violência, não apenas os registados mas também os não reportados;
► Harmonizar a implementação da expansão dos Gabinetes de Atendimento à luz do seu
Plano Estratégico e Operacional.
Anexos
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Anexos
Anexo 1 – Termos de Referência
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Anexo 1 – Termos de Referência
Anexo 1 – Termos de Referência
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Anexo 1. Termos de Referência
REQUEST FOR BIDDING PROPOSALS
BID Reference # 2009-28/ Evaluation of model Gabinete de Atendimento - 16 Sept 2009
Dear Sirs,
This is an invitation to express interest as well as present technical and financial proposal for a
consultancy to carry out an evaluation of model “Gabinete de Atendimento” providing direct
social support to Women and Children victims of violence, as per below detailed terms of
reference (TORs), describing the tasks for which technical assistance is sought.
TERMS OF REFERENCE:
1. Background and Justification
Due to the high incidence of violence, abuse and exploitation in the country, in 2000 the Ministry
of Interior (MINT) developed a programme with the support of UNICEF to create specialised
centres of assistance to women and children victims of violence, the “Gabinete de Atendimento.”
The “Gabinete de Atendimento” is a specialised section of the police for women and children
victims of violence, abuse and exploitation. Its mandate is to provide support, including reporting
and referral services, for women and children victims of violence. The centres are also
responsible for sensitising and mobilising communities on the prevention of violence through
their outreach programmes.
Currently there are over 200 centres in all 11 provinces throughout the country. Although the
plan envisaged consistent capacity across the eleven provinces, varying levels of commitment,
financial and human resources have resulted in a great disparity in terms of effectiveness of
these centres. In certain cases, the services offered in the centres may be below adequate and
do not respond to the real needs of the victims.
With the latter problem in mind, UNICEF has been supporting MINT with the establishment and
rehabilitation of 18 models “Gabinete de Atendimento” in Mozambique since 2007: 11 provincial
headquarter towns and 7 Child-Friendly Districts: Manganja da Costa, Buzi, Moussurize, Chibuto,
Changara, Angoche and Montepuez. These model centres are based on two main pillars: i)
Anexo 1 – Termos de Referência
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 55 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
centre-based assistance; ii) community outreach programmes to ensure that women and children
have access to comprehensive support and assistance, both in the reporting and legal
procedures, as well as in the process of rehabilitating and reintegrating the victims. Also, it
ensures that communities are aware of issues related to the protection and prevention of
violence, abuse and exploitation and aware of the centres and the services they provide.
As preparatory work for the scaling up of the model “Gabinete de Atendimento” is underway it is
imperative to carry out an evaluation of the functioning of these models in terms of the quality of
services, capacities and constraints of the centres, which will serve as a foundation for the
expansion and creation of a stronger model for future implementation in Mozambique.
UNICEF together with MINT identified the need for the technical assistance of a consultant to
provide support to the Child Protection Section to accomplish this exercise. The purpose of the
evaluation is to carry out a systematic and objective assessment of the functioning of the model
“Gabinete de Atendimento.” It also aims at determining the level of relevance of the centres,
realisation of their objectives, developmental efficiency, effectiveness, impact and sustainability.
This evaluation will provide information that is credible and useful, thus enabling the Ministry of
Interior to incorporate the recommendations into their decision-making processes, particularly in
the process of expanding a comprehensive model “Gabinete de Atendimento” as well as
allocating more resources to the implementation of the models.
2. Purpose and objectives
The consultant will be responsible for reviewing the quality of services provided at the selected
model “Gabinete de Atendimento,” reporting and referral mechanisms and operational costs
according to the following objectives:
(i) Review the functioning of the model “Gabinete de Atendimento,” including the
quality of services provided to victims of violence as well as reporting and referral
mechanisms;
(ii) Carry out a costing exercise to review the total operational costs of a “Gabinete de
Atendimento”;
(iii) Document existing standardized operational procedures for the model “Gabinete de
Atendimento”;
(iv) Take stock of any other pending issues in the model “Gabinete de Atendimento,”
including financial and administration issues; and
Anexo 1 – Termos de Referência
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 56 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
(v) Provide concrete recommendations on the future implementation of the model
“Gabinete de Atendimento,” including a scaling up strategy and monitoring
indicators.
3. Expected Outputs:
The consultancy will produce the following deliverables:
a) Project evaluation design, including the outline of the final report;
b) Capacity and Costing Assessment Report;
c) Standardized Operational Procedures for the model “Gabinete de Atendimento” activities;
d) Concrete recommendations for scaling up and monitoring activities.
4. Methodology and Technical Approach:
The consultant will work closely with MINT at the national, provincial and district levels to review
ongoing protection activities within the model “Gabinete de Atendimento”, linkages with other
sectors, and existing operational structures, thus resulting in concrete recommendations for
monitoring and scaling up activities.
6 Models “Gabinete de Atendimento” will be selected (two per Region – North/Central/South) for
field research to provide a comprehensive overview of implementation of the Gabinete de
Atendimento and its progress. The suggested location for field research is as follows: North –
Maganja da Costa & Quelimane; Central – Beira & Buzi; South – Maputo & Maputo Province. These
locations, which have functional model “Gabinete de Atendimento” since 2007 or 2008, are
selected to ensure urban/rural comparison in the analysis. The consultant will further follow up
outstanding administrative issues with MINT.
5. Activities and Tasks
(i) Review the functioning of the model “Gabinete de Atendimento”
In close collaboration with the Department of Women and Children, the Police and MINT,
review and assess the quality of services provided to victims of violence at the model
“Gabinete de Atendimento” as well as reporting and referral mechanisms in the
operational model centres in the six selected locations.
Anexo 1 – Termos de Referência
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 57 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
a. To what extent does the service provided by the Gabinete de Atendimento meet the
needs of the victim that received the support?
b. To what extent was the victim referred to the most beneficial service given their
condition?
c. To what extent were follow up services provided to the victim after referral?
d. To what extent was the service carried out in a professional and confidential manor?
e. What percentage of cases was resolved within a 3 month, 6 month and 1 year time
frame?
(ii) Carry out a costing exercise to review the total operational costs of one model
“Gabinete de Atendimento”
In close collaboration with the Department of Women and Children, Police and MINT,
carry out a costing exercise to review the total operational cost of a model “Gabinete de
Atendimento” and examine financial implication for MINT for scaling up of the model
nationwide.
a. How many victims of violence are reached by each Gabinete?
b. What is the relationship between number of staff and number of victims reached?
c. What is the relationship between the financial cost and the number of victims
reached?
d. How effective has the Gabinete been at raising awareness within the community on
the issues of violence and the reporting systems available?
(iii) Document existing standardised operational procedures for the model “Gabinete de
Atendimento”
In close collaboration with the Department of Women and Children, the Police and MINT,
document existing standardised operational procedures for reporting and monitoring
cases of violence.
a. What standardized operational procedures for reporting and monitoring cases of
violence are being implemented?
Anexo 1 – Termos de Referência
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 58 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
b. To what extent are these operational procedures being thoroughly and correctly
completed?
c. To what extent are these operational procedures useful for future follow up,
reporting and monitoring?
(iv) Take stock of any other pending issues in the model “Gabinete de Atendimento”
including financial and administration issues
Support the Child Protection Section to compile the results of MINT activities in all model
“Gabinete de Atendimento” in 2009 and follow up with MINT if there are any outstanding
issues.
(v) Provide concrete recommendations on the future sustainable implementation of the
model “Gabinete de Atendimento,” including scaling up recommendations and
monitoring indicators
Develop and provide the Child Protection Section with concrete sustainable recommendations
for a scaling up strategy and for identifying monitoring indicators.
6. Management, Organization and Schedule
6.1 Management – UNICEF will line manage the consultant.
6.2 Organisation – The consultant is expected to carry out the activities described above during
the period covered in the contract.
6.3 Schedule – Activities should be carried out from 5 October to 13 November, 2009 (6 weeks).
a. Briefing with Child Protection staff and MINT. Review available documents and data. (2
day)
b. Evaluate two Gabinetes in Southern Region of Mozambique (3 days)
c. Travel to Northern Region and evaluate two Gabinetes (1 week)
d. Travel to Central Region and evaluate two Gabinetes (1 week)
e. Enter, clean and analyse data (1 week)
f. Draft report and present it to MINT and UNICEF for comments (1 week) (see Annex I for
details)
Anexo 1 – Termos de Referência
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 59 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
g. Finalise the report based on feedback (1 week)
7. Qualifications and Specialized Knowledge
► University Degree in Social Work, Criminal Justice, Public Administration or related-field;
► At least eight years professional experience; and working experience with/in MINT is an
asset;
► Previous experience of research, monitoring and evaluation at provincial and district
level constitutes an advantage;
► Ability to take decisions in an independent manner;
► Excellent communication skills in Portuguese and good knowledge of written and spoken
English.
8. Remuneration
Salary payment will be done on submission of the final report at the end of assignment, 13
November, 2009. Payment will be made only after satisfactory completion of the work by
the consultant.
9. Conditions of work
The consultant will not be housed in UNICEF Mozambique Office. The consultant will travel to
6 project sites.
10. Bidding Proposals
The Technical Proposal can be written in Portuguese or English and shall include at least:
► The evaluation protocol in the form of a concise proposal including summary plan of
investigation, time schedule, itemised budget, data collection tools, description of the
survey team with brief note on the role of each team member and relevant supporting
documentation;
► CVs of the proposed key personnel, signed by the professional and his representative,
including the list of relevant experience;
► The detailed framework of the necessary logistical arrangements, in particular
concerning the transport to/from and within the districts;
Anexo 1 – Termos de Referência
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 60 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
► Organizational background and relevant experience of the firm;
► Evaluation reference letters from previous related works carried out by the consultant to
credible national and international organizations;
► Copies of relevant documents proving the organization's registration in Mozambique.
The Financial Proposal shall presented in Meticais and include details of the inherent costs of the
consultancy, including the remuneration of the personnel, reimbursable costs (e.g.
accommodation), transport to and within the districts, services and office equipment. The VAT
component of the proposed fee must be clearly specified.
The financial proposal should present the period of time which the technical staff will need to
implement the Contract, supported by a timetable showing the time during which each
professional will be involved in the Contract.
The lack of any of the above mentioned documents in the bidding proposals, may result in the
disqualification of the bidding company.
Please note that bids will NOT be accepted by email.
SUBMISSION:
The technical and financial proposals shall be presented to the UNICEF Office at Av. do
Zimbabwe, 1440, Maputo, in a sealed envelope, no later than 01 October 2009. The sealed
envelope containing the bid is to be addressed as follows:
UNICEF Moçambique
Reception Desk Bidding Box
Reference: 2009-28/ Evaluation of model Gabinete de Atendimento
Bids will also be received by fax– (258) 21 49 9703 – and must be clearly marked with:
Reference: 2009-28/ Evaluation of model Gabinete de Atendimento for Reception Bidding Box
The bids will be opened publicly on 02 October at 10:00 am at the UNICEF premises, 1440
Zimbabwe Avenue, Maputo, Mozambique
Anexo 2 – Lista de pessoas entrevistadas
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 61 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Anexo 2 – Lista de Pessoas Entrevistadas
Anexo 2 – Lista de pessoas entrevistadas
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 62 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Anexo 2. Lista de pessoas entrevistadas
Nome Função e Instituição Local
1. Joaquim Nhampoca Adjunto do Chefe de Departamento de Atendimento à Mulher e Criança
Maputo Cidade
2. Jacinta Jemusse Chefe do Departamento de Atendimento à Mulher e Criança da Província da Zambézia
Quelimane
3. Ana Muibo Responsável pela base de dados do Gabinete de Atendimento ao nível Provincial
Quelimane
4. Manuel Zandamela Comandante Provincial da PRM Quelimane
5. Manuela Luabo Funcionária da Secção de Atendimento na 1ª Esquadra Quelimane
6. Juliana Zilhão Directora Provincial da Mulher e Acção Social Quelimane
7. Anónimo 1 Vítima adulta do sexo feminino Quelimane
8. Almeida Canderinho Comandante Distrital da PRM Mocuba
9. Laura Canderinha Chefe da Secção de Atendimento à Mulher e Criança Mocuba
10. João Amisse Funcionário da Secção de Atendimento à Mulher e Criança
Mocuba
11. Anónimo 2 Vítima adulta do sexo feminino Mocuba
12. Anónimo 3 Vítima adulta do sexo feminino Maganja da Costa
13. Anónimo 4 Vítima adulta do sexo masculino Maganja da Costa
14. Anónimo 5 Vítima adulta do sexo masculino Maganja da Costa
15. Tomás Manjante Funcionário da Acção Social Maganja da Costa
16. Zacarias Cossa Comandante Provincial da PRM Beira
17. Acácio Morela Contabilista do Gabinete de Atendimento à Mulher e Criança da Província de Sofala
Beira
18. Maria Odete Amade Chefe do Departamento de Atendimento à Mulher e Criança da Província da Sofala
Beira
19. Sérgio Lopes Comandante Distrital da PRM Dondo
20. Arlindo Amilai Agente da Polícia afecto a Mafambisse Dondo
21. Pedro Manteiga Comandante Distrital da PRM Buzi
22. Florência Muchanga Chefe da Secção de Atendimento à Mulher e Criança Buzi
23. Raul Machado Funcionário da Acção Social Buzi
24. Anónimo 6 Vítima adulta do sexo feminino Buzi
25. Anónimo 7 Vítima adulta do sexo feminino Buzi
26. Maria Sopinho Chefe do Departamento de Atendimento à Mulher e Criança da Cidade do Maputo
Maputo
27. Guirino Nhatave Chefe da Secção de Pesquisa Análise e Difusão Matola
28. Célia Tamele Chefe da Secção de Cooperação Matola
29. Ilda Viegas Chefe da Secção de Atendimento à Mulher e Criança Maganja da Costa
30. Carvalho Macedo Funcionária da Secção de Atendimento Maganja da Costa
31. Lindo Rodrigues Chefe da Brigada da PIC Maganja da Costa
Anexo 3 – Guião das entrevistas feitas nos Gabinetes e Secções de Atendimento
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 63 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Anexo 3 – Guião das entrevistas feitas nos Gabinetes e Secções de Atendimento
Anexo 3 – Guião das entrevistas feitas nos Gabinetes e Secções de Atendimento
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 64 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Anexo 3. Guião das entrevistas feitas nos Gabinetes e Secções de Atendimento
1. Rever o funcionamento do Gabinete de Atendimento modelo incluindo a qualidade dos
serviços prestados às vítimas de violência bem como os mecanismos de referência e de
produção de relatórios
1.1. Qual é a estrutura e organigrama de um Gabinete de Atendimento ao nível Provincial e
Distrital?
1.2. Existe algum modelo em termos de pessoal para um Gabinete de atendimento ao nível
Provincial/Distrital? Qual é o perfil (formação de base, grau académico, experiência
prévia, etc.) do pessoal para um Gabinete de Atendimento ao nível
Provincial/Distrital?
1.3. Houve alguma formação específica para o pessoal do Gabinete de atendimento? Antes
e/ou depois de começar a funcionar?
1.4. Como é que os Gabinetes de Atendimento se articulam com a Esquadra, Distrito,
Província e MINT ao nível central?
1.5. Quais são as funções/atribuições do Gabinete de Atendimento?
1.6. Que funções/atribuições não tem sido realizadas? Porquê?
1.7. De que forma o Gabinete de Atendimento garante que o problema é tratado com
profissionalismo e confidencialidade?
1.8. Qual é o tempo médio para a resolução dos casos (separar os Gabinetes de
Atendimento modelo dos normais)?
1.9. Que tipo de casos levam mais ou menos tempo? Porquê?
1.10. Quais são as principais diferenças entre os Gabinetes de Atendimento modelo e os
Gabinetes de Atendimento normais em termos de infra-estruturas, recursos humanos,
recursos financeiros, formas de atendimento e mecanismos de registos e monitoria?
1.11. Como é que o Gabinete de Atendimento se articula com as outras instituições (Acção
Social, Procuradoria, Ministério da Justiça, etc.)?
1.12. O que poderia ser feito para melhorar a articulação com essas instituições?
Anexo 3 – Guião das entrevistas feitas nos Gabinetes e Secções de Atendimento
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 65 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
2. Realizar um exercício de custos para rever os custos operacionais totais de um Gabinete
de Atendimento
2.1. Os custos dos Gabinetes de Atendimento ao nível distrital são os mesmos dos
Gabinetes de Atendimento provinciais? Onde residem as diferenças significativas, se
existem?
2.2. Acha que existem condições para se replicar o Gabinete de Atendimento modelo por
todo o país nesta fase?
2.3. Quais seriam os requisitos necessários do ponto de vista de pessoal e financeiro?
2.4. Existem casos que não são atendidos e/ou resolvidos por falta de pessoal em
quantidade e/ou qualificação?
2.5. Que acções têm sido desenvolvidas no sentido reduzir a violência e divulgar os direitos
da mulher (homem) e da criança?
2.6. Qual tem sido o impacto dessas acções? Reduziu o número de casos?
2.7. Será que não valia a pena contactar um líder comunitário /chefe da zona e perguntar
sobre a contribuição do GA para a consciencialização da comunidade no que concerne
à violência e reportagem dos casos.
3. Documentar os procedimentos operacionais padronizados existentes para o Gabinete de
Atendimento modelo
3.1. Qual é o sistema que está estabelecido para a prestação de contas aos diferentes
níveis?
3.2. Qual é o sistema que está estabelecido para reportar o número e tipo de casos aos
diferentes níveis? Qual é a sua periodicidade?
3.3. Que sistema de monitoria dos casos foi estabelecido?
3.4. O sistema de reportagem dos casos está a funcionar?
3.5. O sistema de monitoria está a funcionar?
3.6. Quais são os principais problemas registados?
3.7. O que deveria ser feito para melhorar o sistema de reportagem dos casos?
Anexo 3 – Guião das entrevistas feitas nos Gabinetes e Secções de Atendimento
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 66 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
3.8. O que deveria ser feito para melhorar o sistema de monitoria dos casos?
4. Fazer um balanço de todas as outras questões pendentes no Gabinete de Atendimento
modelo incluindo as questões financeiras e administrativas
4.1. Será que existem situações anormais ou pendentes dignas de registo relacionados
com o funcionamento dos Gabinetes de Atendimento?
5. Fornecer recomendações concretas sobre a implementação futura do Gabinete de
Atendimento modelo, incluindo uma estratégia de intensificação e indicadores de
monitoria.
5.1. Que recomendações faria para a melhoria e expansão dos Gabinetes de Atendimento?
5.2. Como é que se poderia replicar os Gabinetes de Atendimento modelo para outros
locais sem contar com fundos de doadores?
5.3. Quais são os indicadores de monitoria definidos e/ou que tem sido utilizados
actualmente pelos Gabinetes de Atendimento?
Informações a recolher:
a. Dados estatísticos sobre o tempo de resolução dos casos (separar os Gabinetes de
Atendimento modelo dos normais) .
b. Informação sobre fontes de financiamento (MINT e outros parceiros), orçamentos
planificados, valores realmente disponibilizados por Gabinete de Atendimento (fundos para
investimento, gastos correntes e salários) (separar os Gabinetes de Atendimento modelo dos
normais).
c. Dados estatísticos de queixas, casos resolvidos, sexo/idade do queixoso, tipo de queixa, etc.
(separar os Gabinetes de Atendimento modelo dos normais).
Observar:
a. Infra-estruturas;
b. Equipamento;
c. Livro de registo de ocorrência;
d. Relatórios.
Anexo 4 – Guião das entrevistas feitas aos utentes das secções de atendimento
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 67 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Anexo 4 – Guião das entrevistas feitas aos utentes das Secções de Atendimento
Anexo 4 – Guião das entrevistas feitas aos utentes das Secções de Atendimento
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Anexo 4. Guião das entrevistas aos utentes dos Gabinetes e Secções de Atendimento
1. Em que medida o Gabinete de Atendimento contribuiu para a resolução do seu problema?
2. Qual é o seu grau de satisfação?
3. O que é que o Gabinete de Atendimento poderia ter feito mas não fez?
4. Voltaria a procurar os serviços de um Gabinetes de Atendimento e/ou recomendaria os
serviços do Gabinete de Atendimento a um familiar ou amigo que precisasse?
5. Teve acompanhamento do Gabinete de Atendimento depois de sido atendido?
6. Em que medida esse atendimento satisfez as suas expectativas?
7. Considera que foi suficiente para a sua recuperação?
8. Está satisfeita com o profissionalismo e confidencialidade do Gabinete de Atendimento?
9. O que menos gostou em relação aos serviços prestados pelo Gabinete de Atendimento?
10. O que mais gostou em relação aos serviços prestados pelo Gabinete de Atendimento?
11. Quanto tempo levou a resolver-se o seu problema?
12. Acha que o GA ajudou a reduzir os níveis de violência na sua comunidade? As pessoas estão
mais conscientes da necessidade de não praticarem actos de violência?
13. Como é que os Gabinetes de Atendimento poderiam melhor contribuir para a redução da
violência na sua comunidade?
Anexo 5 – Itinerário da equipe da avaliação
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 69 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Anexo 5 – Itinerário da equipe da avaliação
Anexo 5 – Itinerário da equipe da avaliação
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Anexo 5. Itinerário da equipe de avaliação
Dia/Mês Actividade
3 de Novembro Encontro com a UNICEF
4 de Novembro Encontro com o Gabinete de Atendimento ao nível Central
24 de Novembro Viagem Maputo-Quelimane
25 de Novembro Encontros em Quelimane
26 de Novembro Encontros em Quelimane
Viagem Quelimane-Mocuba
Encontros em Mocuba
27 de Novembro Viagem Mocuba-Maganja da Costa
Encontros na Maganja da Costa
28 de Novembro Encontros na Maganja da Costa
Viagem Maganja da Costa-Quelimane
29 de Novembro Viagem Quelimane-Beira
30 de Novembro Encontros na Beira
1 de Dezembro Encontros na Beira
Viagem Beira-Dondo
Encontros no Dondo
Viagem Dondo-Buzi
2 de Dezembro Encontros no Buzi
3 de Dezembro Encontros no Buzi
Viagem Buzi-Beira
4 de Dezembro Encontros na Beira
5 de Dezembro Viagem Beira-Maputo
7 de Dezembro Encontros em Maputo Cidade
8 de Dezembro Encontros em Maputo Cidade
Encontros na Matola
9 de Dezembro Encontros na Matola
Anexo 6 – Ficha de atendimento às vítimas de violência
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 71 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Anexo 6 – Ficha de atendimento às vítimas de violência
Anexo 6 – Ficha de atendimento às vítimas de violência
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 72 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Anexo 6. Ficha de Atendimento às vítimas de violência
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DO INTERIOR
POLÍCIA DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
Comando da PRM_______________________________________________________________________
Subunidade____________________________________________________________________________
Bairro de _____________________________Av/Rua_______________________________
__________________________Nº _____ C.Postal, ____Telefone_______________________________
FICHA DE ATENDIMENTO ÀS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA
Ficha Nº____/___Esq/20___
1 – IDENTIFICAÇÃO DA VÍTIMA OU DENUNCIANTE
Aos dias ____do mês de _____________ de dois mil e ______________, pelas ______ horas,
compareceu nesta Subunidade a/o nacional________________________________________-
______________________________________________, de ______anos de idade, Residente
Bairro_________________, Rua/Av.______________________ Casa nº______, Q nº______,
Distrito____________________________________, Província_______________________,___________
Natural de _____________________, Província_____________________, Nacionalidade___________,
Filho de ______________________________e de______________________________, Nº BI
__________________Validade __/__/20__, Estado Civil___________________________
Religião___________________Ocupação______________________Telefone ______________________
Qualidade em que apresenta a denúncia ___________________________________________________
Nome do ofendido ______________________________________________________________________
Outras informações _____________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
Anexo 6 – Ficha de atendimento às vítimas de violência
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 73 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
2 – TIPO DE CASO
O/A denunciante refere ter sido vítima de um acto previsto como crime de____________________
Criminal
Ofensas corporais Ofensas morais Rapto Cárcere privado Trafico Maus tratos
Difamação Calúnia Injúria Atentado ao pudor Estupro Violação Corrupção
de menor Lenocínio Violação sexual de menor de 12 anos Ameaças Ameaça de
morte Danos materiais Tentativa de homicídio Delapidação do património
Cível
Abandono de menor Expulsão de lar Falta de assistência Recusa de Paternidade
Outro __________________________________________________________
3 – DATA E LOCAL DO ACTO
Período da ocorrência entre as___ horas às____ horas de __/__/20_ _, no
Bairro________________________, Av/Rua______________________________________, Nº_______,
Próximo de__________________________________________________, Local guarnecido por
_______________________________________________________________________________________
4 – DENUNCIADO/SUSPEITO
Desconhecido conhecido
Nome__________________________________________________________________________________
Filho de___________________________________e de _________________________________________
Sexo ____, Idade ____, Natural de _____________________, Residente em ______________,
Bairro__________________________, Ocupação______________________________________________
Características do acusado_______________________________________________________________
Anexo 6 – Ficha de atendimento às vítimas de violência
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 74 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
5- GRAU DE PARENTESCO COM O AGRESSOR
Cônjuge, Namorado, Ex. Cônjuges, Filho, Pai, Mãe, Tio, Tia, Amigo,
Professor, Empregado doméstico Vizinho, Parceiro, Ex-parceiro, Ex-parceira,
Irmão, Irmã, Mãe do Filho, Pai do (a) filho(a), Sogro, Sogra, Genro,
Nora, Outros_______________________.
6 – BREVE HISTORIAL DO CASO
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
7 – OBSERVAÇÕES
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
8 - ENCAMINHAMENTO DO CASO
PIC Acção Social Tribunal Procuradoria Tribunal de Menores Tribunal
Comunitário Hospital OMM AMETRAMO Hospital Dia IPAJ Liga dos Direitos
Humanos AMMCJ MULEID FECIV Centro de Acolhimento de Crianças Centro de
Acolhimento de Idosos AVIMAS Aconselhamento Desistido
Outro_________________________________________________________________________________
Anexo 6 – Ficha de atendimento às vítimas de violência
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 75 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
9- ENCERRAMENTO DA FICHA
O denunciante deseja procedimento criminal?
O denunciante é capaz de reconhecer o suspeito?
A Presente ficha é composta por ___ folhas e _____anexos*, em folhas, rubricadas pelo
denunciante/Vítima e pelo autuante. Depois de preenchida, lido e ratificado, vai ser assinado
pelo denunciante e Agente.
__________________aos,_____de_______________20_ _
O agente Vítima/Denunciante
___________________________ _________________________
Fonte: Departamento da Mulher e Criança
Anexo 7 – Estruturas dos Relatórios
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 76 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Anexo 7 – Estruturas dos Relatórios
Anexo 7 – Estruturas dos Relatórios
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 77 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Anexo 7. Estrutura dos Relatórios
1. Introdução
2. Actividades
2.1. Planificadas
2.2. Realizadas
2.3. Actividades em curso
2.4. Outras actividades Realizadas
3. Situação Operativa
3.1. Criminal
3.2. Cível
3.2.1. Casos Relevantes
3.3 Outros Casos
4. FORÇAS e Meios
4.1. Forças
4.1.1 Situação Disciplinar
4.2 Meios
4.2.1 Materiais
4.2.2 Financeiros
5. Conclusões
6. Perspectivas
7. Propostas
Anexo 7 – Estruturas dos Relatórios
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 78 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
ANEXO DO RELATÓRIO: MAPA ESTATISTICO DOS CASOS REGISTADOS NA PROVINCIA DE____________________ DADOS DA VÍTIMA
Nº SEXO IDADE ESTADO CIVIL OCUPAÇÃO NATURALIDADE LOCAL DE PROVENIÊNCIA
RELAÇÃO/ AGRESSOR
TIPO DE CRIME/CASO ENCAMINHAMENTO M F S C UF V
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 LEGENDA: M-MASCULINO; F- FEMENINO; C-CASADA(O); S-SOLTEIRA(O); UF-UNIÃO DE FACTO; V-VIUVA(O)
Anexo 7 – Estruturas dos Relatórios
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ENCAMINHAMENTO DE CASOS CÍVEIS E CRIMINAIS
INSTITUIÇÃO CATEGORIA Total Observação
Homem Mulher Criança
Tribunal
Tribunal de Menores
Tribunal Comunitário
Procuradoria
Hospital
AMMCJ
AVIMAS
MULEIDE
ADDC
OMM
Liga dos Direitos Humanos
AMETRAMO
Centro de Acolhimento de Vítimas
Centro de Acolhimento de Menores
Centro de Acolhimento de Idosos
Aconselhamento
Desistido
Outros
TOTAL GERAL
Fonte: Departamento da Mulher e Criança
Anexo 8 – Estruturas dos Relatórios
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 80 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Anexo 8 – Financiamento da UNICEF aos Gabinetes de Atendimento
Anexo 8 – Estruturas dos Relatórios
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 81 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Anexo 8. Financiamento da UNICEF aos Gabinetes de Atendimento
Descrição Ano
2007 2008 2009
Capacitação e apoio institucional (4 Províncias: Sofala, Nampula, Niassa e Cabo Delgado) 860.916,00
Construção/reabilitação de 6 GA 1.768.835,08
Apoio institucional (todas) e capacitações (Inhambane, Zambézia, Tete, Sofala, Manica e Nampula) 1.201.856,00
Avaliação e monitoria/capacitação e apoio institucional 1.293.040,00
Avaliação da incidência de violência 233.860,00
Construção/reabilitação de 5 GA 2.250.000,00
Capacitação de Agentes da Polícia (4 Províncias: Gaza, Inhambane, Tete e Niassa) 514.803,00
Construção/reabilitação (5 Gabinetes) 3.750.000,00
Apoio institucional 750.000,00
Int. da violência doméstica na ACIPOL 150.000,00
Avaliação e monitoria (5 Províncias) 175.000,00
Avaliação e monitoria (nível central) 100.000,00
TOTAL 2.629.751,08 5.493.559,00 4.925.000,00 Fonte: Departamento de Atendimento à Mulher e Criança
Anexo 9 – Necessidades de investimento para um Gabinete de Atendimento ao nível Provincial
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 82 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Anexo 9 – Necessidades de investimento para um Gabinete de Atendimento ao nível
Provincial
Anexo 9 – Necessidades de investimento para um Gabinete de Atendimento ao nível Provincial
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 83 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Anexo 9. Necessidades de investimento para um Gabinete de Atendimento ao nível Provincial
I. Necessidades de investimento Descrição Unidade Quanti-dade
Custo Unitário Médio
Custo total
1. Infra-estruturas
1.1. Edifício de escritórios
1.1.1. Reabilitação do edifício 1 imóvel para o
funcionamento USD 1 40.000,00 40.000,00
Sub-total de infra-estruturas 40.000,00
2. Mobiliário e equipamento administrativo e social
2.1. Mobiliário administrativo e social
2.1.1. Secretárias Para o uso dos funcionários USD 4 200,00 800,00
2.1.2. Cadeiras Para uso dos funcionários e acolhimento das vítimas
USD 10 30,00 300,00
2.1.3. Bancos Para uso dos utentes USD 4 45,00 180,00
2.1.4. Estantes Para o arquivo de documentação diversa USD 2 125,00 250,00
2.1.5. Beliche Para o acolhimento das vítimas USD 1 400,00 400,00
2.1.6. Berço Para o acolhimento das vítimas USD 1 250,00 250,00
2.1.7. Mesa Para o acolhimento das vítimas USD 1 175,00 175,00
Sub-total de mobiliário 2.355,00
2.2. Equipamento administrativo e social
2.2.1. Máquina de escrever Para uso dos funcionários USD 1 450,00 450,00
2.2.2. Equipamento informático
Computador e Impressora para uso dos funcionários
USD 1 1.200,00 1.200,00
Sub-total de equipamento administrativo e social 1.650,00
Sub-total de mobiliário e equipamento administrativo e social
4.005,00
3. Outros meios básicos
3.1. Electrodomésticos
3.1.1. Geleira Para acolhimento das vitimas USD 1 500,00 500,00
3.1.2. Fogão Para acolhimento das vitimas USD 1 275,00 275,00
Anexo 9 – Necessidades de investimento para um Gabinete de Atendimento ao nível Provincial
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 84 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
I. Necessidades de investimento Descrição Unidade Quanti-dade
Custo Unitário Médio
Custo total
Sub-total de electrodomésticos 775,00
3.2. Louça e outros utensílios
3.2.1. Louça 1 jogo de panelas, chaleira, pratos, copos, chávenas e talheres
USD 1 575,00 575,00
3.2.2. Outros utensílios 1 jogo de baldes e bacias USD 1 65,00 65,00
Sub-total de louça e outros utensílios 640,00
Sub-total de outros meios básicos
1.415,00
4. Meios de transporte
4.1. Meios de transporte terrestre
4.1.1. Viatura todo-o-terreno Para as operações do
gabinete USD 1 25.000,00 25.000,00
4.1.2. Motorizadas Para as operações do gabinete USD 1 6.000,00 6.000,00
4.1.3. Bicicletas Para as operações do gabinete USD 1 85,00 85,00
Sub-total de outros meios básicos 31.085,00
Total de necessidades de investimento do Gabinete de Atendimento
76.505,00
Anexo 10 – Necessidades operacionais anuais para o Gabinete de Atendimento ao nível Provincial
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 85 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Anexo 10 – Necessidades operacionais anuais para o Gabinete de Atendimento ao nível
Provincial
Anexo 10 – Necessidades operacionais anuais para o Gabinete de Atendimento ao nível Provincial
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 86 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Anexo 10. Necessidades operacionais anuais para um Gabinete de Atendimento ao nível
Provincial
II. Necessidades operacionais anuais do Gabinete (custos correntes) Descrição Unidade Quantidade
Custo Unitário Médio
Custo total
1. Custos do escritório
1.1. Água e luz Custo da água e luz consumidas pelo Gabinete
USD 1 1.250,00 1.250,00
1.2. Telefone Custos de telefone do Gabinete USD 1 1.800,00 1.800,00
1.3. Consumíveis Consumíveis do escritório USD 1 4.200,00 4.200,00
1.4. Material de limpeza Detergentes e outros materiais de limpeza USD 1 1.200,00 1.200,00
Sub-total dos custos do escritório 8.450,00
2. Custos de monitoria e avaliação
2.1. Combustíveis e lubrificantes da viatura e das motorizadas
Viatura - 45 litros/semana e motorizada - 10 litros/semana
USD 2860 1,75 5.005,00
2.2. Manutenção e reparação dos meios de transporte 20% do valor total de
aquisição USD 1 6.217,00 6.217,00
2.3. Ajudas de custo Ajudas de custo para 3 pessoas por mês durante 3 dias cada
USD 108 50,00 5.400,00
Sub-total dos custos de monitoria e avaliação 16.622,00
3. Salários
3.1. Pagamento de salários 2 funcionários com um salário médio de USD 450 /mês
USD 24 450,00 10.800,00
Sub-total dos custos com salários 10.800,00
4. Custos de propaganda
4.1. Cartazes e panfletos Cartazes para propaganda USD 1000 2,00 2.000,00
4.2. Panfletos Panfletos para propaganda USD 1000 2,00 2.000,00
4.3. Camisetes Camisetes para propaganda USD 500 8,00 4.000,00
4.4. Bonés Bonés para propaganda USD 200 2,00 400,00
4.5. Programas radiofónicos Divulgação das actividades do Gabinete USD 5 350,00 1.750,00
Anexo 10 – Necessidades operacionais anuais para o Gabinete de Atendimento ao nível Provincial
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 87 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
II. Necessidades operacionais anuais do Gabinete (custos correntes) Descrição Unidade Quantidade
Custo Unitário Médio
Custo total
Sub-total dos custos com propaganda 10.150,00
5. Custos de formação e capacitação institucional
4.1. Custos com materiais de formação para 3 pessoas
Custos com flipcharts, marcadores, canetas, cadernos
USD 1 100,00 100,00
4.2. Custos com refeições para 3 pessoas
Almoços e jantares para 3 pessoas durante 10 dias
USD 30 40,00 1.200,00
4.3. Custos com aluguer do espaço para 3 pessoas Um espaço alugado
durante 10 dias USD 10 50,00 500,00
4.4. Custos com acomodação para 3 pessoas Acomodação de 3
pessoas durante 10 dias USD 30 65,00 1.950,00
4.5. Custos com transporte para 3 pessoas Transporte para os
locais do curso USD 30 35,00 1.050,00
Sub-total dos custos com formação e capacitação institucional
4.800,00
Total de necessidades operacionais do Gabinete de Atendimento (Custos Operacionais)
50.822,00
Anexo 11 – Necessidades de investimento para um Gabinete de Atendimento ao nível Distrital
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 88 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Anexo 11 – Necessidades de investimento para um Gabinete de Atendimento ao nível Distrital
Anexo 11 – Necessidades de investimento para um Gabinete de Atendimento ao nível Distrital
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 89 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Anexo 11. Necessidades de investimento para um Gabinete de Atendimento ao nível Distrital
I. Necessidades de investimento Descrição Unidade Quantidade Custo
Unitário Médio
Custo total
1. Infra-estruturas
1.1. Edifício de escritórios
1.1.1. Reabilitação do edifício 1 imóvel para o
funcionamento USD 1 20.000,00 20.000,00
Sub-total de infra-estruturas 20.000,00
2. Mobiliário e equipamento administrativo e social
2.1. Mobiliário administrativo e social
2.1.1. Secretárias Para o uso dos funcionários USD 2 200,00 400,00
2.1.2. Cadeiras
Para uso dos funcionários e acolhimento das vítimas
USD 10 30,00 300,00
2.1.3. Bancos Para uso dos utentes USD 4 45,00 180,00
2.1.4. Estantes Para o arquivo de documentação diversa USD 2 125,00 250,00
2.1.5. Beliche Para o acolhimento das vítimas USD 1 400,00 400,00
2.1.6. Berço Para o acolhimento das vítimas USD 1 250,00 250,00
2.1.7. Mesa Para o acolhimento das vítimas USD 1 175,00 175,00
Sub-total de mobiliário 1.955,00
2.2. Equipamento administrativo e social
2.2.1. Máquina de escrever Para uso dos funcionários USD 1 450,00 450,00
2.2.2. Equipamento informático
Computador e Impressora para uso dos funcionários
USD 1 1.200,00 1.200,00
Sub-total de equipamento administrativo e social 1.650,00
Sub-total de mobiliário e equipamento administrativo e social
3.605,00
3. Outros meios básicos
3.1. Electrodomésticos
Anexo 11 – Necessidades de investimento para um Gabinete de Atendimento ao nível Distrital
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 90 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
I. Necessidades de investimento Descrição Unidade Quantidade Custo
Unitário Médio
Custo total
3.1.1. Geleira Para acolhimento das vitimas USD 1 500,00 500,00
3.1.2. Fogão Para acolhimento das vitimas USD 1 275,00 275,00
Sub-total de electrodomésticos 775,00
3.2. Louça e outros utensílios
3.2.1. Louça 1 jogo de panelas, chaleira, pratos, copos, chávenas e talheres
USD 1 575,00 575,00
3.2.2. Outros utensílios 1 jogo de baldes e bacias USD 1 65,00 65,00
Sub-total de louça e outros utensílios 640,00
Sub-total de outros meios básicos 1.415,00
4. Meios de transporte
4.1. Meios de transporte terrestre
4.1.1. Viatura todo-o-terreno Para as operações do
gabinete USD 0 25.000,00 0,00
4.1.2. Motorizadas Para as operações do gabinete USD 1 6.000,00 6.000,00
4.1.3. Bicicletas Para as operações do gabinete USD 1 85,00 85,00
Sub-total de outros meios básicos 6.085,00
Total de necessidades de investimento do Gabinete de Atendimento
31.105,00
Anexo 12 – Necessidades operacionais anuais para um Gabinete de Atendimento ao nível Distrital
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 91 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Anexo 12 – Necessidades operacionais anuais para um Gabinete de Atendimento ao nível
Distrital
Anexo 12 – Necessidades operacionais anuais para um Gabinete de Atendimento ao nível Distrital
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 92 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
Anexo 12. Necessidades operacionais anuais para um Gabinete de Atendimento ao nível Distrital
II. Necessidades operacionais anuais do Gabinete (custos correntes) Descrição Unidade Quanti-
dade
Custo Unitário Médio
Custo total
1. Custos do escritório
1.1. Água e luz Custo da água e luz consumidas pelo Gabinete
USD 1 1.250,00 1.250,00
1.2. Telefone Custos de telefone do Gabinete USD 1 1.800,00 1.800,00
1.3. Consumíveis Consumíveis do escritório USD 1 4.200,00 4.200,00
1.4. Material de limpeza Detergentes e outros materiais de limpeza USD 1 1.200,00 1.200,00
Sub-total dos custos do escritório 8.450,00
2. Custos de monitoria e avaliação
2.1. Combustíveis e lubrificantes da viatura e das motorizadas 10 litros/semana USD 520 1,75 910,00
2.2. Manutenção e reparação dos meios de transporte 20% do valor total de
aquisição USD 1 1.217,00 1.217,00
2.3. Ajudas de custo Ajudas de custo para 3 pessoas por mês durante 3 dias cada
USD 108 50,00 5.400,00
Sub-total dos custos de monitoria e avaliação 7.527,00
3. Salários
3.1. Pagamento de salários 2 funcionários com um salário médio de USD 450 /mês
USD 24 450,00 10.800,00
Sub-total dos custos com salários 10.800,00
4. Custos de propaganda
4.1. Cartazes e panfletos Cartazes para propaganda USD 0 2,00 0,00
4.2. Panfletos Panfletos para propaganda USD 0 2,00 0,00
4.3. Camisetes Camisetes para propaganda USD 0 8,00 0,00
4.4. Bonés Bonés para propaganda USD 0 2,00 0,00
4.5. Programas radiofónicos Divulgação das actividades do Gabinete USD 0 350,00 0,00
Sub-total dos custos com propaganda 0,00
Anexo 12 – Necessidades operacionais anuais para um Gabinete de Atendimento ao nível Distrital
Confidencial – todos os direitos reservados Relatório Final Página 93 Ernst & Young - 2010 Avaliação dos Gabinetes Modelo de Atendimento à Mulher e Criança UNICEF
II. Necessidades operacionais anuais do Gabinete (custos correntes) Descrição Unidade Quanti-
dade
Custo Unitário Médio
Custo total
5. Custos de formação e capacitação institucional
5.1. Custos com materiais de formação para 3 pessoas
Custos com flipcharts, marcadores, canetas, cadernos
USD 0 100,00 0,00
5.2. Custos com refeições para 3 pessoas
Almoços e jantares para 3 pessoas durante 10 dias
USD 0 40,00 0,00
5.3. Custos com aluguer do espaço para 3 pessoas Um espaço alugado
durante 10 dias USD 0 50,00 0,00
5.4. Custos com acomodação para 3 pessoas Acomodação de 3
pessoas durante 10 dias USD 0 65,00 0,00
5.5. Custos com transporte para 3 pessoas Transporte para os
locais do curso USD 0 35,00 0,00
Sub-total dos custos com formação e capacitação institucional
0,00
Total de necessidades operacionais do Gabinete de Atendimento (Custos Operacionais)
26.777,00