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Univ e r s idad e E s tadual d e Londrina CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO VALIDAÇÃO DO QUESITIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA (IPAQ - VERSÃO CURTA) PARA ESTIMAR O NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM ADULTOS DIEGO HENRIQUE FONSECA LONDRINA ± PARANÁ 2012

Universidade · população; determina a relação da atividade física e diversos indicadores de saúde, 5

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Universidade Estadual de Londrina

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

VALIDAÇÃO DO QUESITIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA (IPAQ - VERSÃO CURTA)

PARA ESTIMAR O NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM ADULTOS

DIEGO HENRIQUE FONSECA

LONDRINA PARANÁ

2012

i

ii

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Orientador Marcelo Romanzini pela sua dedicação a área da Educação

Física e aos alunos da universidade, pela idéia, sabedoria, suporte, e toda a sua

paciência para que este trabalho pudesse ser realizado.

Ao Prof. Dr. Enio Vaz Ronque pela sua dedicação em seu trabalho como professor,

abrindo espaço para que eu pudesse entrar em sua casa para cumprir determinado

prazo.

Ao Prof. Dr. Denilson de Castro Teixeira pela participação neste momento marcante

em minha vida e pela sua dedicação a área.

A minha mãe que foi parte fundamental da minha formação profissional, me

possibilitando ser alguém na vida com capacidade e vontade de encarar novos

desafios.

Aos amigos que acompanharam a minha jornada, e me fortaleceram a cada passo.

A todos que, com boa intenção participaram e colaboraram para a realização e

finalização deste estudo.

iii

FONSECA, Diego Henrique. Validação do IPAQ (versão curta) para estimar o nível de atividade física em adultos. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2012.

RESUMO

A medida precisa da atividade física é considerada um desafio aos pesquisadores, pois ainda não existe um único método com validade, fidedignidade e facilidade de uso que possa ser empregado em uma população. Estudos recentes evidenciaram a validade do questionário internacional de atividade física (IPAQ), porém, os resultados encontrados foram considerados fracos. Diante disso, objetivo deste estudo foi analisar a validade do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ Versão Curta) em adultos com capacidade intelectual elevada, e que apresentam um maior domínio sobre as informações contidas no mesmo. A amostra foi composta por 29 universitários do curso de educação física com idade entre 19 a 59 anos. Os sujeitos fizeram uso do acelerômetro por um período de sete dias retirando-o somente quando fossem dormir, ao banho ou em atividades que tivessem a presença de água e que pudessem danificar o aparelho. Logo após, responderam ao questionário com informações referentes às atividades ocorridas nesta ultima semana. Para avaliar a validade concorrente do IPAQ se utilizou o acelerômetro como método de referencia. O coeficiente de correlação de Spearman foi adotado para analisar o grau de correlação entre as medidas obtidas dos instrumentos. O valor do índice de correlação encontrado foi entre o IPAQ e a acelerometria foi de 0,54 validade concorrente moderada. Palavras-chave: Medida, IPAQ, Acelerometria

iv

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características gerais da amostra............................................... 14

Tabela 2 - Atividade física semanal mensurada pelo IPAQ em adultos....... 14

Tabela 3 - Correlação de spearman para atividade física semanal

mensurada pelo IPAQ e acelerometria em adultos.....................

15

v

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Correlação de spearman para a atividade física semanal

mensurada pelo IPAQ e por acelerometria em

adultos........................................................................................

16

vi

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Uso potencial dos procedimentos de medida na pesquisa

epidemiológica em atividade física..............................................

6

vii

LISTA DE ANEXOS

Anexo I - Questinário Internacional de Atividade Física (IPAQ)................. 24

Anexo II - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido............................. 26

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ii

RESUMO iii

LISTA DE TABELAS iv

LISTA DE FIGURAS v

LISTA DE QUADROS vi

1

LISTA DE ANEXO

INTRODUÇÃO.............................................................................................

vii

01

1.1 Problema...................................................................................................... 01

1.2 Justificativa.................................................................................................. 03

1.3 Objetivo....................................................................................................... 03

2 REVISÃO DA LITERATURA...................................................................... 04

2.1 Atividade física conceito e sua relação com a saúde................................ 04

2.2 Métodos mais utilizados para mensuração da atividade física................ 05

2.2.1 Questionários............................................................................................ 06

2.2.2 Acelerômetros............................................................................................ 06

2.2.3 Pedômetros................................................................................................ 07

2.2.4 Diários......................................................................................................... 08

2.3 Validade e sua importância...................................................................... 08

2.4 IPAQ Questionário internacional de atividade física............................. 09

2.5 IPAQ no Brasil........................................................................................... 10

3 MÉTODOS.................................................................................................. 11

3.1 Sujeitos....................................................................................................... 11

3.2 Procedimentos........................................................................................... 11

3.3 Instrumentos.............................................................................................. 11

3.3.1 Medidas Antropométricas........................................................................ 11

3.3.2 Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ)............................ 12

3.3.3 Acelerometria............................................................................................ 12

3.4 Análise Estatística...................................................................................... 13

4 RESULTADOS........................................................................................... 14

5 DISCUSSÃO............................................................................................. 17

6 CONCLUSÃO............................................................................................. 19

7 REFERÊNCIAS........................................................................................... 20

1

1 INTRODUÇÃO

1.1 Problema

Compreende-se atividade física como qualquer movimento corporal

produzido pelos músculos esqueléticos que resulte em gasto energético maior do

que os níveis de repouso (CASPERSEN et al, 1985).

Progressivamente, a ciência vem evidenciando os benefícios providos pela

prática regular de atividade física sobre a saúde e qualidade de vida das pessoas. E

neste mesmo ritmo, avanços significantes na área de medição da atividade física

têm ocorrido (AZEVEDO et al, 2010). Entretanto, a atividade física ainda apresenta-

se como um comportamento complexo de ser mensurado, pois apresenta diferentes

dimensões como; freqüência, intensidade, duração e ainda o tipo de atividade

(REIS et al, 2003).

Assim sendo, e considerando a importância da atividade física, é essencial

desenvolver ferramentas e reconhecer a sua validade para medir este

comportamento (HALLAL et al., 2010; GUEDES; GUEDES, 2006). Em estudos de

revisão do século XX, pode ser observado que mais de 30 técnicas diferentes são

utilizadas para estimar a atividade física e o gasto energético em todo o mundo

(LAPORTE et al, 1986 p.131 e MELANSSON; FREEDSON, 1996 p.387), dentre

elas, os questionários apresentam-se como os métodos de maior praticidade,

possuem alta aplicabilidade, baixo custo financeiro, e permitem obter um grande

volume de informações sobre as atividades realizadas (NAHAS; BARROS, 2003).

No entanto, para que os questionários se tornem adequados ao seu objetivo

proposto e para comparação em estudos semelhantes, é necessária a

padronização dos processos de tradução e adaptação cultural, sem perder o

sentido, significado, idéia, forma e o valor para o novo contexto.

Então devido a esta diversidade de métodos utilizados por volta de 1990, foi

criada uma ferramenta padronizada, e culturalmente adaptável com o intuito de

fornecer uma medida válida e confiável da atividade física: o Questionário

Internacional de Atividade Física (IPAQ), este instrumento dispõe de duas versões,

a Longa que fornece informações detalhadas e compreensíveis dos hábitos de

atividade física diária em quatro diferentes domínios; atividades físicas no trabalho

doméstico, período de lazer, trabalho e como meio de transporte. A versão curta

2

que envolve comportamento sedentário, caminhadas, atividades físicas de

intensidade moderada e vigorosa (HALLAL et al, 2010).

O IPAQ foi testado quanto sua validade e confiabilidade em muitos países,

mostrando-se adequado para uso em monitoramento regional, nacional,

internacional, de sistemas de vigilância e para uso de projetos de pesquisa e

planejamento de programas públicos de saúde e avaliação (HANGSTRÖME et al,

2006). Portanto, atualmente é o que parece ser mais frequentemente utilizado tanto

no Brasil (DUMITH, 2009), quanto Internacionalmente (VAN POPPEL et al, 2010).

No Brasil, MATSUDO et al (2001) avaliaram a validade e reprodutibilidade do

IPAQ a partir de sensor de movimento: o CSA, e obtiveram resultados similares a

de outros instrumentos utilizados internacionalmente para mensuração da atividade

física. A partir disso, vários outros estudos foram iniciados, tentando validar este

instrumento em diferentes públicos; PARDINI et al (2001) em um estudo piloto para

validação em adultos a partir de um sensor uniaxial encontrou índice de correlação

de 0,24 considerada como leve; BENEDETTI et al (2004) em um primeiro estudo

com mulheres idosas evidenciaram resultados semelhantes de concordância entre

o IPAQ e Pedômetro de 0,27. Logo mais, BENEDETTI et al (2007) em estudo com

homens idosos encontraram valor para validade concorrente de 0,24 entre o IPAQ e

Pedômetro, ainda valores considerados fracos.

Diante dos resultados encontrados e considerando que a validade do

questionário é totalmente dependente dos aspectos culturais de um determinado

povo ou região. Novos estudos de validade com uso de indivíduos com capacidade

intelectual distinta (superior) aos anteriores mostram-se fundamental para verificar o

desempenho do IPAQ em adultos. Assim sendo, o objetivo do presente estudo é a

validação do IPAQ (versão curta) para estimar o nível de atividade física em

adultos.

.

3

1.2 Justificativa O papel da atividade física junto à saúde pública é freqüentemente relatado na

literatura cientifica (DUMITH 2009; US DEPARTAMENT OF HEALTH AND HUMAN

SERVICES 1996). Estratégias e ações em prol da promoção da saúde coletiva que

incluam atividade física e formas de quantifica-lá são de extrema necessidade. O

IPAQ é um instrumento com boa estabilidade de medidas e precisão aceitável para

uso em estudos epidemiológicos, e tem sua vantagem em comparação aos outros

instrumentos principalmente no que refere-se a comparabilidade entre os estudos,

no entanto, ainda há limitações sobre o seu desempenho para mensuração de

níveis de atividade física em determinados indivíduos, como o público adulto.

Assim, a necessidade de validação deste instrumento utilizando métodos diretos

com uso de indivíduos com uma melhor condição intelectual e um maior domínio

acerca das informações dispostas neste questionário mostra-se de extrema

importância.

1.3 Objetivo

O objetivo geral do estudo é analisar a validade do Questionário Internacional

de Atividade Física (IPAQ Versão Curta) em adultos.

4

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Atividade física conceito e sua relação com a saúde

Compreende-se atividade física como qualquer movimento corporal

produzido pelos músculos esqueléticos que resulte em gasto energético maior do

que os níveis de repouso (CASPERSEN et al, 1985).

Em nenhum momento histórico a prática de atividades físicas esteve tão

presente na agenda de saúde publica e no debate acadêmico da área de saúde

como nos últimos anos (HALLAL et al, 2007) devido aos constantes agravos

epidemiológicos gerado pelos maus hábitos humanos.

Com o aumento destes estudos, reforçaram-se o aspecto de associação de

atividade física/saúde para prevenção ou tratamento de morbidades. A atividade

física mostra-se potencialmente eficaz para este fim, pois, possui mecanismos

capazes de interferir na saúde das pessoas. O estado de saúde do individuo é

constituído por diversos fatores (de natureza biológica, mental, social, cultural,

econômica) ao quais inter-relacionados interferem na condição de saúde, e tais

determinantes encontram-se em constante dinamismo produzindo estados mais ou

menos saudáveis (BAGRICHEWSKY et al, 2006).

Os benefícios providos pela prática de atividade física para a saúde e

qualidade de vida dos indivíduos estão bem documentados na literatura (DUMITH,

2009; TASSITANO et al, 2007), destacando-se em um contexto geral o efeito de

proteção, prevenindo suscetíveis doenças, e quando estabelecido um quadro de

doença, a atividade física tem papel auxiliador no tratamento de morbidades

(BAUMAN, 2004). Em contrapartida, a inatividade física representa importante fator

de risco de doenças crônico-degenerativas não transmissíveis como diabete

mellitus não insulino-dependentes, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares,

osteoporose e alguns tipos de câncer como o de cólon e mama (HALLAL et al,

2010; US DEPARTAMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES, 1996).

A partir disso, a mensuração da atividade física e do gasto energético mostra-

se de extrema importância, pois tem a capacidade de explorar e identificar fatores

biológicos, psicossociais e ambientais que influenciam na atividade física das

pessoas; permite monitorar as tendências nos níveis de atividade física da

população; determina a relação da atividade física e diversos indicadores de saúde,

5

a prevalência e distribuição dos níveis de atividade física nos diversos grupos

populacionais; oferece subsídios para a prescrição de exercícios físicos e avalia a

eficácia de programas que visam promover a atividade física (NAHAS; BARROS,

2003).

Apesar do reconhecimento da importância da atividade física como fator de

promoção da saúde e prevenção de doenças, a prevalência a exposição a baixos

níveis de atividade física é elevada e parece afetar as pessoas em todas as idades

(HALLAL et al, 2007; HALLAL et al, 2005; TASSITANO et al, 2007). Deste modo,

vários estudos tentam determinar a partir de diferentes métodos a quantidade de

energia utilizada em respectivos movimentos para se ter o indicador de atividade

física.

No entanto, a mensuração da atividade física em estudos epidemiológicos

ainda representa um grande desafio aos pesquisadores da área, haja vista a

necessidade de validação dos mesmos para se obter medidas fidedignas. Observa-

se que mais de 30 técnicas diferentes são utilizadas para estimar a atividade física

e o gasto energético (LAPORTE et al, 1986, MELANSSON; FREEDSON, 1996;

REIS ET AL 2003). Os métodos mais utilizados para a mensuração da atividade

física em estudos amplos são os questionários, diários, pedômetros e

acelerômetros. (DUMITH 2009; REIS et al, 2003).

2.2 Métodos mais utilizados para mensuração da atividade física O quadro abaixo traz a avaliação quanto ao uso potencial de métodos de

medida em atividade física na pesquisa epidemiológica em adultos por REIS e

colaboradores (2003).

6

Quadro 1. Uso potencial dos procedimentos de medida da atividade física na

pesquisa epidemiológica em adultos.

Adaptado de REIS et al (2003).

2.2.1 Questionários

Os questionários e entrevistas representam os instrumentos de medida de

maior praticidade direcionados a avaliação dos níveis de práticas de atividades

física, principalmente em situações aonde há um grande numero de avaliados

(GUEDES; GUEDES, 2006 p.258). Entretanto, há uma grande variedade de

questionários citados na literatura, a maioria são criações dos próprios autores o

que dificulta muito a comparação entre outros estudos (DUMITH, 2009). Vários

autores revisaram os estudos realizados no Brasil sobre epidemiologia e atividade

física e constataram uma grande variabilidade de métodos e critérios utilizados

(DUMITH, 2009; HALLAL ET AL, 2007).

Em suma, os questionários apresentam como principais vantagens os custos

financeiros acessíveis e a facilidade de coleta e analise das informações, mesmo

em grande volume. No quesito desvantagens: a falta de processo de construção e

validação adequado, imprecisão do registro por parte dos avaliados em recordar

com fidelidade as características das atividades realizadas, tendência dos avaliados

superestimarem as informações (NAHAS; BARROS, 2003; GUEDES; GUEDES

2006).

2.2.2 Acelerômetros Aparelhos portáteis que possibilitam detectar a aceleração pela análise dos

movimentos realizados, seu pressuposto é que a quantidade de movimentos é

proporcional ao tamanho da aceleração. Mensura a freqüência, duração e

7

intensidade em informações, e transformam esta informação em unidades de gasto

calórico (REIS et al, 2003). As informações apresentadas apontam a quantidade de

movimentos registrada minuto a minuto e acumulada no decorrer do uso (GUEDES;

GUEDES, 2006 p.70). Suas vantagens são a elevada validade concorrente com

métodos referenciais, objetividade, baixa reatividade e mínima colaboração por

parte do avaliado: deve ser colocado ao acordar e retirado apenas quando for ao

banho ou direto a cama, para que não danifique o aparelho (NAHAS; BARROS,

2003; AZEVEDO et al 2010).

Caracterizam-se como dispositivos de tamanho reduzido e que são fixados

preferencialmente na cintura dos avaliados, onde registram, a cada minuto, os

movimentos realizados por membros e troncos. Além disso, o gasto energético total

e da atividade física em particular pode ser calculado por meio de equações

preditivas constantes no próprio equipamento, a partir do fornecimento de

informações relacionadas ao sexo, idade, estatura e peso corporal do avaliado.

Os acelerômetros estão cada vez mais disponíveis no mercado em menores

dimensões; por este motivo são mais práticos e também tecnologicamente mais

sofisticados, providenciando informações mais precisas (OLIVEIRA e MAIA, 2001).

Tais equipamentos podem ser classificados em uniaxiais, unidirecionais e triaxiais.

Os acelerômetros uniaxiais apresentam informações mais consistentes quando

analisam movimentos contínuos e unidirecionais. As marcas mais conhecidas

destes equipamentos são a ActiGraph e o Actical. Já os acelerômetros triaxiais

possuem a capacidade de detectar a aceleração dos movimentos no plano

tridimensional (vertical, anteroposterior e médio-lateral), tendo como marca mais

conhecida o acelerômetro o ActiGraph (GT3X) e o RT3.

2.2.3 Pedômetros Contador mecânico que grava informações de movimentos de passos e

marcha em resposta a aceleração do vertical do corpo (REIS et al, 2003 p.92). São

fixados na cintura do avaliado, e delineados para oferecer informações para o

numero de passos e a distância percorrida em período de tempo especifico. Apesar

de captar a maioria das atividades físicas habituais, não é capaz de coletar

informações sobre a intensidade dos movimentos (GUEDES; GUEDES, 2006

p.271). De maneira geral, os pedômetros constituem como um método alternativo

8

para a medida do gasto energético, principalmente quando a variável de interesse

for à caminhada.

2.2.4 Diários

Os diários também conhecidos como registros recordatórios são instrumentos

que podem detalhar toda a atividade física realizada pelo individuo em um período

de tempo especifico (BARROS et al, 2003). Pela sua praticidade e capacidade de

reunir grande variedade de informações, como tipo, freqüência, intensidade e

duração e duração dos eventos de atividade física, este instrumentos vem sendo

bastante empregado nas estimativas dos níveis de pratica de atividade física

(GUEDES; GUEDES, p.264). Sua desvantagem se da por exigir um maior esforço

do participante para o seu preenchimento, e por responder de forma não real os

horários estipulados (BARROS et al, 2003 p.94).

2.3 Validade e sua importância

A atividade física apresenta-se como um fenômeno complexo em uma gama

diferente de comportamento ao qual se difere em dimensões como freqüência,

intensidade, duração e ainda o tipo de atividade. Sendo assim, está complexidade

encontrada tem dificultado a construção de instrumentos que possam assegurar

maior a precisão na medida de atividade física (REIS et al, 2003 p.90)

O desenvolvimento de qualquer programa de avaliação depende da qualidade

de seu instrumento de medida. Somente quando esta propriedade está presente é

possível considerar as informações obtidas para fins de avaliação (GUEDES;

GUEDES, 2006).

Aspectos associados à validade devem ser levados em conta desde o

momento em que se decide avaliar o atributo em questão e subsistem durante todo

o processo de planejamento, aplicação ou administração dos testes ou medidas e

interpretação dos resultados (GUEDES; GUEDES, 2006).

A medida de validade determina o quanto um instrumento mede aquilo a que

se propõe. Logo, há necessidade de submeter um instrumento a um objetivo

preciso para se obter uma medida real. Para determinar a validade de um

9

instrumento é necessário estabelecer o indicador de referencia para o atributo que

se pretende avaliar, e assim estimar a intensidade de como ambos se relacionam

(GUEDES; GUEDES, 2006).

Assim sendo, e considerando a importância da atividade física, é essencial

desenvolver ferramentas e reconhecer a sua validade para medir este

comportamento (HALLAL et al, 2010).

2.4 IPAQ Questionário internacional de atividade física

Em frente ao novo milênio, a comparação de dados sobre atividade física

coletados em diversos estudos nas diversas partes do mundo foi prejudicada pelo

uso de instrumentos diferentes (HAGSTRÖME et al, 2006).

Em um consenso para resolver esta limitação da área epidemiológica, um

grupo de especialistas de medidas da atividade física constituído pela chancela da

Organização Mundial da Saúde se reuniu para desenvolver um questionário válido e

confiável para mensuração em indivíduos de 18 a 65 anos e que abrangesse as

situações mais cotidianas: o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ)

(HAGSTRÖME et al, 2006).

O questionário dispõe de duas versões, a Longa que fornece informações

detalhadas e compreensíveis dos hábitos de atividade física diária em quatro

diferentes domínios; atividades físicas no trabalho doméstico, período de lazer,

trabalho e como meio de transporte. A versão curta envolve comportamento

sedentário, caminhadas, atividades físicas de intensidade moderada e vigorosa

(HALLAL et al 2010, p.259).

Este instrumento foi testado em doze países quanto a sua confiabilidade e

validade. Com os resultados obtidos (correlação de Spearman 0,81 versão longa e

0,76 para a versão curta), este instrumento foi validado em 12 países e 14 centros

de pesquisa, mostrando aceitáveis propriedades de medidas para a utilização em

vários contextos e em diferentes línguas (HALLAL et al 2010; HANGSTRÖME et al,

2006). Adequado para uso em monitoramento regional, nacional, internacional, de

sistemas de vigilância e para uso de projetos de pesquisa e planejamento de

programas públicos de saúde e avaliação (HANGSTRÖME et al, 2006).

Permite estimar o tempo semanal de gasto energético em atividades físicas,

realizadas numa semana normal, com intensidade vigorosa, moderada e leve, com

10

a duração mínima de 10 minutos contínuos, e o tempo despendido por semana na

posição sentada (MATSUDO et al, 2001 p.11-16; HAGSTRÖME et al, 2006;

PARDINI et al 2007).

Em estudos recentes, este instrumento é o que parece ser mais

freqüentemente usado em estudos, e de longe o mais validado questionário no

presente (VAN POPPEL et al, 2010).

2.5 IPAQ no Brasil Nos grandes estudos internacionais sobre validade e confiabilidade do IPAQ

foram encontradas grandes diferenças, isto indica a importância de se investigar a

avaliação das propriedades de medida em sua própria língua e em sua própria

população alvo (VAN POPPEL et al, 2010).

O IPAQ é um questionário para coletar dados comparáveis de atividade física

em diferentes contextos, e seu uso na América Latina não tem acontecido sem

desafios; exigiu várias adaptações culturais e estruturais (HALLAL et al 2010). É

importante destacar que os criadores da ferramenta foram capazes de prever estas

questões e permitiram que o instrumento fosse culturalmente adaptado e traduzido

em diversas línguas (HALLAL et al 2010). E o Brasil foi um dos países incluídos na

elaboração e validação deste instrumento.

No Brasil, o estudo piloto sobre a sua validade e reprodutibilidade em adultos

teve resultados similares aos que foram encontrados na literatura internacional e a

outros instrumentos que mensuram o nível de atividade física (BARROS; NAHAS,

2001).

Neste mesmo sentido, outros estudos foram conduzidos visando avaliar as

versões correntes do IPAQ quanto a sua reprodutibilidade e validade (MATSUDO et

al, 2001). OS resultados encontrados demonstram que o IPAQ é um instrumento

com boa estabilidade de medidas e precisão aceitável para o uso em estudo com

população em adultos jovens e de meia idade (PARINIDI et al, 1997).

Em relação às pessoas idosas, foram realizados estudos com o objetivo de

verificar a reprodutibilidade e valide do IPAQ (forma longa e semana

normal/habitual) com mulheres e homens idosos. Os resultados apresentam um

nível de validade concorrente moderado para ambos os sexos, sendo mais indicado

para descriminar níveis gerais de atividade física (BENEDETTI et al, 2007).

11

3 MÉTODOS 3.1 Sujeitos

Participaram voluntariamente do estudo 29 universitários de ambos os sexos,

com faixa etária compreendida entre 19 a 59 anos. Os participantes foram

selecionados por convivência junto aos estudantes do 2º ano do Curso de

Educação Física (Bacharelado) da Universidade Estadual de Londrina. Os

indivíduos foram esclarecidos quanto aos procedimentos aos quais seriam

submetidos e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido para

participarem do estudo.

3.2 Procedimentos

Todos os sujeitos receberam um acelerômetro e uma copia do IPAQ e foram

orientados a iniciarem o uso do acelerômetro na presente terça-feira da semana.

Foi recomendado aos mesmos que posicionassem o acelerômetro do lado direito da

cintura, mais precisamente na anca e superiormente a crista ilíaca (FREDSON;

MELANSON; SIRARD, 1998) durante todo o dia, podendo remover o mesmo

apenas durante atividades que envolvam contato direto com água (natação, banho

entre outros) ou para dormir. Ao termino da semana de uso, os sujeitos foram

orientados a preencher o IPAQ na forma auto-administrada. Os acelerômetros e o

IPAQ foram então entregues aos pesquisadores para serem analisados.

3.3 Instrumentos

3.3.1 Medidas Antropométricas Medidas antropométricas de massa corporal e de estatura foram obtidas por

meio da utilização de uma balança da marca filizola e de um estadiomêtro acoplado

a própria balança. O índice de massa corpórea (IMC = kg/m²) foi calculado por meio

da divisão da massa corporal do quadrado da estatura.

12

3.3.2 Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) O instrumento utilizado nessa investigação foi à versão portuguesa do

Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ). O IPAQ leva em

consideração atividades de caminhada, atividades físicas de intensidade moderada

e intensidade vigorosa. Em todas as questões deste instrumento somente são

analisadas aquelas respostas com atividades físicas de pelo menos 10 minutos,

ficando descartadas supostas respostas abaixo deste valor.

Para fins de análise, optou-se, em trabalhar com escores contínuos. Dessa

forma, valores em METs.minutos/semana foram registrados para cada uma das

dimensões da atividade física avaliadas (caminhada, atividades de intensidade

moderada e vigorosa), multiplicando-se a freqüência (dias/semana), o tempo

(minutos/dia) e a intensidade (METs) correspondentes a cada uma das dimensões.

Em seguida, foi computado o volume de atividade semanal por meio da soma do

produto obtido em cada uma destas multiplicações. Destaca-se, ainda, que o

processamento dos dados foi realizado em conformidade com as recomendações

sugeridas pelo grupo de revisores científicos do IPAQ (IPAQ, 2004).

3.3.3 Acelerometria O ActiGraph GT3X foi o acelerômetro utilizado no estudo. Este acelerômetro

pesa 27 gramas e tem pequenas dimensões (3,8 x 3,7 x 1,8 centímetros). Possui

um acelerômetro triaxial que coleta informações nos três eixos (vertical, médio-

lateral e ântero-posterior) e combina estas informações em um vetor magnitude. O

ActiGraph GT3X registra acelerações em uma magnitude de 0,05 a 2,5

é digitalizado e passa por um filtro que limita a freqüência a uma variação de 0,25 a

2,5 Hz. O epoch do GT3X pode variar de 1 a 360 segundos. No presente estudo, o ActiGraph GT3X foi programado para registrar

informações em epochs de um minuto. A presença de 60 minutos de zeros

consecutivos registrados pelo acelerômetro foi considerada como tempo de não uso

do acelerômetro e estas informações foram excluídas das análises. Um mínimo de

10 horas de informações registradas pelo acelerômetro foi adotado como critério

para considerar um dia de medida válido. Pontos de corte sugeridos por Freedson

et al. (1998) foram utilizados para classificar os valores de counts registrados pelos

13

acelerômetros em cada intervalo de um minuto nas diferentes intensidades da

atividade física, tais como: a) sedentária (0 a 100 counts.min-1), leve (101 a 1951

counts.min-1), moderada (1952 a 5724 counts.min-1 -

1). Além disso, para fins de análise, as informações registradas pelo acelerômetro

foram apresentadas em média de counts registrados por dia válido de medida

(counts/dia).

3.4 Análise Estatística Informações obtidas pelo IPAQ e pela acelerometria foram inicialmente

transferidas para uma planilha Excell e posteriormente importadas para o pacote

estatístico SPSS (versão 20.0) para análises. Estatísticas descritivas foram

utilizadas para a caracterização da amostra bem como para a apresentação dos

valores de METs.min.sem-1 estimados pelo IPAQ e counts, passos e minutos em

atividade moderada e vigorosa determinadas pelos acelerômetros. Uso do Teste T

para amostras dependentes, o coeficiente de correlação de Spearman foi adotado

para analisar o grau de correlação entre as medidas da atividade física registradas

pelo IPAQ (total e suas diferentes categorias) e valores de counts, passos e minutos

em atividades moderadas e vigorosas mensuradas pelo acelerômetro. O nível de

significância adotado foi de 5%.

Para analisar o grau de validade concorrente entre as estimativas de gasto

energético e valores de counts, adotou-se as seguintes categorias para os valores

do coeficiente de correlação de Spearman: a) validade ruim para valores de r <

0,50; b) validade moderada para valores de r de 0,50 a 0,75; c) boa validade para

valores de r > 0,75 (INNES; STRAKERB, 1999).

14

4 RESULTADOS

A Tabela 1 apresenta os dados referentes ao sujeitos do estudo.

Tabela 1. Características gerais da amostra (n=16)

Variável Média Desvio Padrão Mínimo Máximo Idade (anos) 25,17 10,15 19 59 Massa corporal (kg) 67,55 11,12 49,2 85,3 Estatura (cm) 1,69 0,9 1,51 1,87 IMC (kg/m2) 21,32 2,46 14,55 24,14

A Tabela 2 apresenta os resultados da atividade física semanal mensurada

pelo IPAQ e pelo acelerômetro ActiGraph.

Tabela 2. Atividade física semanal mensurada pelo IPAQ em adultos

Variável Média Desvio Mínimo Máximo IPAQ

MET caminhada (MET.min.sem-1) 988,16 1711,41 0,00 7392,00

MET moderada (MET.min.sem-1) 2262,22 2451,68 240,00 10560,00

MET vigorosa (MET.min.sem-1) 2724,70 2829,90 0,00 9840,00

Escore total MET (MET.min.sem-1) 5823,72 5189,47 942,00 21786,00

AF Moderada (min.sem-1) 443,52* 338,19 60,00 2640,00

AF Vigorosa (min.sem-1) 285,00** 278,28 ,00 1230,00

ActiGraph

Vetor Magnitude (counts.sem x 10-3) 4300,23 1667,60 1723,59 7640,15

AF Moderada (min.sem-1) 227,47* 146,38 33,00 623,00

AF Vigorosa (min.sem-1) 37,75** 88,41 0,00 329,00

*Diferenças estatísticas no tempo estimado em AF moderada (min.sem-1) por ambos

os métodos

**Diferenças estatísticas no tempo estimado em AF vigorosa (min.sem-1) por ambos

os métodos

Diferenças significantes foram observadas no tempo semanal estimado em

atividades de intensidade moderada e vigorosa por ambos os métodos (p<0,05).

15

Comparado ao ActiGraph, o IPAQ superestimou o tempo gasto em atividades de

intensidade moderada e vigorosa em cerca de duas e 7,5 vezes, respectivamente.

A Tabela 3 apresenta os valores de correlação entre as diferentes categorias

de atividade física mensuradas pelo IPAQ e pelo ActiGraph.

Em geral, correlações não significantes e de baixa magnitude foram

observadas entre as categorias de caminhada (P = 0,48), de atividade física

moderada (P = 0,41) e de atividade física vigorosa (P = 0,26) entre ambos os

métodos.

Tabela 3. Correlação de Spearman para atividade física semanal mensurada pelo

IPAQ e acelerometria em adultos

MET caminhada

(MET.min.sem-1)

MET moderada

(MET.min.sem-1)

MET vigorosa

(MET.min.sem-1)

Caminhada (passos.dia-1)* 0,20 ----- -----

AF moderada (min.dia-1)* ----- 0,21 -----

AF vigorosa (min.dia-1)* ----- ----- 0,30

*Valores diários médios

16

Figura 1. Correlação de Spearman para a atividade física semanal mensurada pelo

IPAQ e por acelerometria em adultos (n = 16)

A Figura 1 apresenta valores de coeficientes de correlação para a atividade física

semanal mensurada pelo IPAQ e pelo ActiGraph. Observou-se correlação

significante e de moderada magnitude entre ambos os métodos, indicando a

existência de moderada validade concorrente do IPAQ para a estimativa da

atividade física em adultos quando comparado à acelerometria.

rsp = 0,56 (P < 0,024)

17

5 DISCUSSÃO Estudos de validade de instrumentos de medidas são essências, pois busca

analisar o quão capaz um método é do seu objetivo proposto. Atualmente,

investigar esses meios que quantificam a atividade física é relevante, pois

minimizam o impacto das diferenças demográficas existentes em um determinado

pais ou região, ainda mais no Brasil que possui uma grande diversidade territorial e

cultural.

Este estudo buscou verificar evidências de validade concorrente do

questionário internacional de atividade física através do método de referência

(acelerômetro) em adultos universitários do curso de Educação Física, que

apresentam um maior domínio a cerca das informações dispostas neste

questionário. Os resultados mostraram que o IPAQ apresenta moderada validade

concorrente quando comparado à acelerometria. Além disso, foi observada uma

tendência de superestimação por parte dos avaliados ao relatar o tempo em

atividade que envolve esforços físicos de intensidade moderada e vigorosa durante

a semana quando comparado ao método de referencia.

Nas categorias das intensidades dos instrumentos, correlações não

significantes e de baixa magnitude foram encontradas. Mostrando um baixo poder

de descriminação do das intensidades de atividade física por parte do IPAQ

comparado a acelerometria.

Mas como visto anteriormente, isso pode ter ocorrido talvez pela tendência a

superestimação. MATSUDO et al (2001) em seu estudo de validade e

reprodutibilidade do IPAQ no Brasil com o uso de acelerômetro propuseram a

explorar com maior relevância essas informações, no entanto, os respondestes do

estudo mostraram-se confusos ou insuficientes para a possibilidade de opções de

exploração destes dados naquele presente período de 2001.

O resultado de índice de correlação do IPAQ através da acelerometria foi de

0,56 superior aos encontrados pelo estudo de (MATSUDO et al, 2001) que buscou

verificar a validade e reprodutibilidade do IPAQ no Brasil usando como método de

referencia a acelerômetria, obteve índice de correlação para a versão curta de 0,13;

PARDINI et al (2001) em seu estudo piloto de validação do IPAQ em adultos

usando como referencia o acelerômetro e o R-24h Bouchard encontrou resultados

entre o IPAQ e o sensor de movimento de 0,24 classificada como leve; BENEDETTI

18

et al (2004) em seu estudo de validade do IPAQ com mulheres idosas a partir do

uso de Pedômetro e R-24 Bouchard como referencia, evidenciaram concordância

entre o IPAQ e Pedômetro de 0,27 que sugere validade concorrente leve;

BENEDETTI et al (2007) em estudo de valide do IPAQ com homens idosos usando

como método de referencia Pedômetro e R-24h relatou índice de correlação entre o

IPAQ e Pedômetro de 0,27.

Isso ocorreu devido ao fato do uso da respectiva amostra, que possui

capacidade intelectual elevada em relação aos outros estudos, apresentando uma

proximidade melhor com os termos empregados no questionário e um domínio

maior sobre o conceito de atividade física moderada e vigorosa.

Em suma, o resultado mostrou-se substancial, pois nos direciona a uma

melhor exploração deste questionário em adultos que contemplem um domínio

maior em relação à atividade física e seus termos. Mesmo com a perda de

aproximadamente 1/3 dos sujeitos o que pode ter ajudado a reduzir os dados

obtidos, o índice de correlação se mostrou fortemente superior a de outros estudos,

entretanto, novos estudos devem ser investigados com uso de uma amostra que

represente a população geral do Brasil, haja vista, que esta foi selecionada por meio

de convivência.

19

6 CONCLUSÃO

Os resultados demonstraram que o IPAQ (versão curta) apresenta moderada

validade concorrente para estimativa da atividade física em adultos quando

comparada à acelerometria. No entanto, o IPAQ tende a superestimar o tempo

gasto em atividades de intensidade moderada e vigorosa em comparação ao

acelerômetro.

Com os resultados encontrados, novas pesquisas devem ser criadas para

suprir as limitações do presente estudo, para assim buscar resultados mais

satisfatórios em indivíduos que demonstram uma maior afinidade com a prática e

seus termos, possibilitando assim melhores aplicações para este instrumento.

20

7 REFERÊNCIAS

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24

Anexo I

QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA (VERSÃO CURTA)

NOME:____________________________________________________________________

_____

Data: ______/ _______ / ______ Idade : ______ Sexo: F ( ) M ( ) Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas fazem como parte do seu dia a dia. Este projeto faz parte de um grande estudo que está sendo feito em diferentes países ao redor do mundo. Suas respostas nos ajudarão a entender quão ativos nós somos em relação às pessoas de outros países. As perguntas estão relacionadas ao tempo que você gastou fazendo atividade física na ÚLTIMA semana. As perguntas incluem as atividades que você faz no trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte das suas atividades em casa ou no jardim. Suas respostas são MUITO importantes. Por favor, responda cada questão mesmo que considere que não seja ativo. Obrigado pela sua participação! Para responder as questões lembre que:

atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal;

atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço físico e que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal.

Para responder as perguntas pense somente nas atividades que você realiza por pelo menos 10 minutos contínuos de cada vez:

1.a. Em quantos dias da última semana você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos em casa, na escola ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício?

dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum 1.b. Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total você gastou caminhando por dia?

horas: ______ Minutos: _____ 2.a. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar moderadamente sua respiração ou batimentos do coração? (NÃO INCLUA CAMINHADA)

dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum 2.b. Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?

horas: ______ Minutos: _____

25

3.a. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou batimentos do coração?

dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum 3.b. Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?

horas: ______ Minutos: _____

26

UNI V E RSID A D E EST A DU A L D E L O NDRIN A CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

Campus Universitário - Cx. Postal 6001 - CEP 86051-990 - Londrina-PR Fone: (43) 3371 4000 Fax: (43) 3328 4440

Londrina, de setembro de 2012. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Estamos realizando uma pesquisa intitulada Estimativa do gasto

energético e do nível de atividade física em adultos: um estudo de validação de dois

instrumentos subjetivos de medida da atividade física Esta investigação tem por

objetivo verificar a validade do Registro Recordatório de Bouchard e do Questionário

Internacional de Atividade Física (IPAQ) para estimar o gasto calórico e determinar o

nível de atividade física em adultos, utilizando a acelerometria como método de

referência.

Esse estudo terá a duração de uma semana. Dessa forma, solicitamos aos

senhores que assinem este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, para

participar desta pesquisa que constará na utilização de um acelerômetro e do

preenchimento de dois instrumentos (recordatório de atividade física e IPAQ),

concomitantemente.

Faz-se necessário esclarecer que será mantido o sigilo e a privacidade de

identidade dos participantes, mediante a assinatura do presente Termo (abaixo) e

ressaltar que o participante terá a liberdade de se recusar a participar da pesquisa

ou retirar seu Consentimento, sem qualquer tipo de penalização.

Certo de contar com sua colaboração para a concretização desta

investigação, agradecemos antecipadamente a atenção dispensada e colocamo-nos

à sua disposição para esclarecimentos ([email protected] /

[email protected] / [email protected] ou fone: (43) ou 8405-

2312).

________________________ __________________________

Diego Henrique Fonseca Helber Renan Machado

Orientado Orientado

____________________________

Prof. Dr. Marcelo Romanzini

Orientador