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ISSN 1679-2645 FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA SISTEMA FIEB ANO XVIII Nº 218 JANEIRO 2012 Bahia Em 2011, a indústria derrapou. Mas, mesmo com a crise, é possível voltar aos trilhos. Basta que sejam criadas condições favoráveis É POSSíVEL CRESCER COM ROBUSTEZ?

É possível crescer com robustez? - FIEB...ISSN 1679-2645 Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB aNo XVIII Nº 218 jaNeIro 2012 Bahia Em 2011, a indústria derrapou

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ISSN 1679-2645

Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB aNo XVIII Nº 218 jaNeIro 2012

Bahia

Em 2011, a indústria derrapou. Mas, mesmo com a crise, é possível voltar aos trilhos. Basta que sejam criadas

condições favoráveis

É possívelcrescer com

robustez?

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� Bahia Indústria

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Razões para otimismo; outras, nem tantoAs estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)

brasileiro para 2012 foram recentemente revisadas para baixo,

projetadas em 3%. Se mantida essa perspectiva, o desempe-

nho do ano ficará abaixo dos índices previstos para a economia

mundial e para os países emergentes, de 4% e 6,1%, respecti-

vamente. Mas, apesar do cenário pouco promissor e do impacto

dos fatores externos sobre a economia brasileira, a indústria

nacional deverá apresentar uma moderada recuperação, fe-

chando o ano com uma expansão de 2,3%.

No âmbito estadual, a Superintendência de Estudos Econômi-

cos e Sociais (SEI), da Secretaria do Planejamento da Bahia, esti-

ma que, em 2011, o PIB estadual alcançou crescimento de 2,5%,

contra 2,8% do país. A situação, no entanto, ainda não deverá

se reverter no curto prazo. Essa guinada depende da efetivação

de investimentos em áreas como a petroquímica e petróleo e gás

(em especial na expansão da RLAM), bem como do aumento da

demanda por produtos locais no mercado externo.

A Federação das Indústrias do Estado da Bahia levanta a pre-

ocupação com a baixa competitividade da indústria de transfor-

mação do Brasil. Ainda assim, prevê que, na Bahia, áreas como

as da construção civil, automotiva e de alimentos e bebidas de-

verão crescer este ano.

O mercado consumidor interno também se manterá fortalecido

e em ascensão, o que, somado ao menor índice de desemprego e

ao aumento da renda real, concorre para manter a economia aque-

cida e a favorecer alguns segmentos produtivos. No caso do setor

automotivo as projeções positivas se devem ao desenvolvimento

de um modelo global de automóvel pela Ford, que deverá concor-

rer para fortalecer a balança comercial no quesito exportação.

Entre perspectivas conservadoras para alguns segmentos e

estimativas otimistas para outros, o país continuará, no entan-

to, sem resolver um de seus principais entraves ao desenvolvi-

mento econômico: o excesso de carga tributária que penaliza

os diversos segmentos da economia brasileira, em especial, o

industrial. A cunha tributária, bem como a baixa qualidade da

educação e as deficiências de infraestrutura, são desafios que

o país terá pela frente, além de lidar com as adversidades dos

mercados internacionais.

eDItorIAl

O mercado consumidor interno se manterá fortalecido e em ascensão, o que, somado ao menor índice de desemprego e ao aumento da renda real, concorre para manter a economia aquecida

Obras de infraestrutura

voltadas para a Copa

de 2014 estão entre os

fatores que vão alavancar a

economia nacional em 2012

joão a

lvarEz

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� Bahia Indústria

SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação

e tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia,[email protected] / Sindicato da

indúStria do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de

ÓleoS VegetaiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da

cerVeja e de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão,

PaSta de madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúS-

triaS do trigo, milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

da indúStria de mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conS-

trução do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS

no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do

eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] /

Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro

de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS

indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFeitaria

da cidade do SalVador, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS Sintéti-

caS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da

indúStria de mineração de Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS Quími-

coS Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de

mÁrmoreS, granitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS,

SorVeteS, SucoS, concentradoS e lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS

e deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria

de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de

conStrução ciVil de itaBuna e ilhéuS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindica-

to daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e

itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira de Santana,

[email protected] / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de

coSméticoS e de PerFumaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de PlÁSticoS,

BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS, [email protected]

fiEBPresidente josé de Freitas Mascarenhas. 1º ViCe-

Presidente: victor Fernando ollero ventin. ViCe-

Presidentes Carlos Gilberto Cavalcante Farias;

Emmanuel Silva Maluf; reinaldo Dantas Sampaio;

vicente Mário visco Mattos. diretOres titulares alberto Cânovas ruiz; antonio ricardo alvarez al-

ban; andré régis andrade; Carlos Henrique jorge

Gantois; Claudio Murilo Micheli Xavier; Eduardo Ca-

tharino Gordilho; josair Santos Bastos; leovegildo

oliveira De Souza; luiz antonio de oliveira; Manuel

ventin ventin; Maria Eunice de Souza Habibe; re-

ginaldo rossi; Sérgio Pedreira de oliveira Souza;

Wilson Galvão andrade. diretOres suPlentes adal-

berto de Souza Coelho; alexi Pelagio Gonçalves

Portela júnior; Carlos alberto Matos vieira lima;

juan josé rosário lorenzo; Marcos Galindo Pereira

lopes; Mário augusto rocha Pithon; Noêmia Pinto

de almeida Daltro; Paulo josé Cintra Santos; ricar-

do de agostini lagoeiro

conSElhoSCOnselhO de eCOnOmia e desenVOlVimentO in-

dustrial antônio Sérgio alípio; COnselhO Para

O desenVOlVimentO emPresarial estratégiCO Clóvis Torres júnior; COnselhO de assuntOs Fis-

Cais e tributáriOs Cláudio Murilo Micheli Xavier; COnselhO de COmérCiO exteriOr reinaldo Dantas

Sampaio; COnselhO da miCrO e Pequena emPresa

industrial Carlos Henrique jorge Gantois; COn-

selhO de inFraestrutura Marcos Galindo Pereira

lopes; COnselhO de meiO ambiente Irundi Sam-

paio Edelweiss; COmitê de PetróleO e gás Edu-

ardo rappel; COnselhO de inOVaçãO e teCnOlOgia josé luís Gonçalves de almeida; COnselhO de

resPOnsabilidade sOCial emPresarial Marconi

andraos oliveira; COnselhO de relações traba-

Editada pela Superintendência

de Comunicação Institucional

do Sistema Fieb

COnselhO editOrial Irundi Ede-

lweiss, Maurício Castro, Cleber

Borges e Mônica Mello. editOr

Cleber Borges. estagiáriO Fábio

araujo. PrOjetO gráFiCO e dia-

gramaçãO ana Clélia rebouças.

ilustraçãO e inFOgraFia Bamboo

Editora. tratamentO de imagem Marcelo Campos.

imPressãO Stilo Gráfica e Editora FederaçãO das indÚstrias

dO estadO da bahiarua Edístio Pondé, 342 –

Stiep, CEP.: 41770-395 / Fone: 71

3343-1280 /

www.f ieb.org.br/bahia_ indus-

tria_online

as opiniões contidas em artigos

assinados não refletem necessa-

riamente o pensamento da FIEB.

Filiada à

Bahialhistas Homero ruben rocha arandas; COmitê de

POrtOs reinaldo Dantas Sampaio

ciEBdiretOr-Presidente josé de Freitas Mascarenhas.

ViCe-Presidentes josé Carlos Boulhosa Baqueiro;

Irundi Sampaio Edelweiss; Marco aurélio luiz

Martins. diretOres titulares Carlos antônio Bor-

ges Cohim Silva; Clovis Torres junior; Fernando

Elias Salamoni Cassis; joão de Teive e argollo;

luís Fernando Galvão de almeida; luiz antunes

athayde andrade Nery; Marconi andraos oliveira;

roberto Fiamenghi; rogelio Golfarb; ronaldo Mar-

quez alcântara; diretOres suPlentes Davidson de

Magalhães Santos; Erwin reis Coelho de araujo;

Givaldo alves Sobrinho; Heitor Morais lima; jor-

ge robledo de oliveira Chiachio; josé luiz Poças

leitão Filho; Mauricio lassmann diretOr regiOnal

Oeste Pedro ovídio Tassi

SESi

Presidente dO COnselhO e diretOr regiOnal josé

de Freitas Mascarenhas. suPerintendente josé Wagner Fernandes

SEnaiPresidente dO COnselhO josé de Freitas Masca-

renhas. diretOr regiOnal: leone Peter

iElPresidente dO COnselhO e diretOr regiOnal josé

de Freitas Mascarenhas. suPerintendente arman-

do da Costa Neto

diretOr exeCutiVO dO sistema Fieb roberto de Miranda Musser

Para informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato

Unidades do Sistema FIEB

sesi – serViçO sOCial da indÚstria

sede: 3343-1301@Educação de Jovens e Adultos – RMS - (71) 3343-1429 @Responsabilidade Social - (71) 3343-1490@Camaçari – (71) 3205 1801 / 3205 1805@Candeias - (71) 3601-2013 / 3601-1513@Itapagipe - (71) 3254-9930@Itaigara - (71) 3444-4250 / 4251 / 4253@Lucaia - (71) 3205-1801@Piatã - (71) 3503 7401@Retiro - (71) 3234 8200 / 3234 8221@Rio Vermelho - (71) 3616 7080 / 3616 7081@Simões Filho - (71) 3296-9300 / 3296-9330@Eunápolis - (73) 8822-1125@Feira de Santana - (75) 3602 9762@Sul - (73) 3639 9331 / 3639 9326@Jequié - (73) 3526-5518@Norte - (74) 2102-7114 / 2102 7133@Valença- (75) 3641 3040@Sudoeste - (77) 3422-2939

senai – serViçO naCiOnal de aPrendizagem industrial

sede- 71 3534-8090@Cimatec - (71) 3534-8090@Dendezeiros - (71) 3534-8090 @Cetind - (71) 3534-8090@Feira de Santana - (73)3639-9302 @Ilhéus - (73) 3639-9302 @Luís Eduardo Magalhães - (77) 3628-5609@Barreiras - (77) 3612-2188

iel – institutO euValdO lOdi

sede - 71 3343-1384/1328/1256@Barreiras -77 3611-6136@Camaçari – 71 3621- 0774@Eunápolis - 73 3281- 7954@Feira de Santana - 75 3229- 9150@Ilhéus – 73 3639-1720@Itabuna – 3613-5805@Jacobina - 74 3621-3502@Juazeiro -74 3611-0155@Teixeira de Freitas -733291-0621@Vitória da Conquista - 77 3424-2558

Cieb - CentrO das indÚstrias dO estadO da bahia

sede - 71 3343-1214

sistema fieb nas mídias sociais

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Projeto SESI Enem vai possibilitar que

trabalhadores da indústria e alunos da

unidade Djalma Pessoa acessem

conteúdos do exame nacional por meio

de portal didático na internet

Formação nos tempos da web

SENAI oferece

especialização e

MBA voltados

para o setor

industrial

pós-graduação

Parceria do SESI Itapagipe com a

Neojibá viabiliza a implantação do

primeiro Núcleo de Prática da Orquestra

Juvenil fora do Teatro Castro Alves com

alunos do Ensino Fundamental

projeto educacional com um toque de arte

Irundi Edelweiss

destaca os

principais pontos

da nova Lei

Ambiental

menos burocracia

Cenário de crise

internacional e

aquecimento do

mercado interno

sinalizam quais

as principais

perspectivas

para o setor

a indústria em 2012

sumárIo jan 2012

16

FoTo

S jo

ão a

lvarEz

Foto de joão alvarez

28

joão alvarEz

16

6 14

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� Bahia Indústria

a Bahia deu um passo determinante na mo-

dernização da gestão ambiental do Estado

com a aprovação da Lei nº 12.377/2011, no

dia 20 de dezembro, pela Assembleia Legis-

lativa. A nova legislação, que altera as leis de Meio

Ambiente e de Recursos Hídricos da Bahia, já está em

vigor e foi bem recebida pelo setor produtivo, que en-

xerga na iniciativa a perspectiva de menos burocra-

cia na liberação de novos projetos e na renovação de

licenças. “O setor produtivo tinha no procedimento

de licenciamento ambiental um grande entrave para

a expansão atividade produtiva”, explica o vice-pre-

sidente do Centro das Indústrias do Estado da Bahia

(CIEB), Irundi Edelweiss.

De fato, explica o secretário estadual de Meio Am-

biente, Eugênio Spengler, há um ano havia 14 mil

processos no passivo, entre licenciamento e outorga.

“Durante o ano de 2011, realizamos mutirões que per-

mitiram a redução desse passivo”, explica o gestor,

que aposta na nova legislação ambiental para garan-

tir agilidade no processo de licenciamento, além do

aprofundamento da gestão compartilhada entre es-

tados e municípios para atividades de impacto local.

“São estratégias que garantirão maior capacidade de

atendimento pelo órgão de meio ambiente”, acrescen-

ta o secretário.

Modernização e menos entraves burocráticosProcesso de licenciamento de empreendimentos de pequeno e médio portes vai se tornar mais ágil, permitindo mais dedicação aos casos de maior impacto ambiental

por Patrícia Moreira Foto João alvarez

nOva lei aMbiental

De acordo com Irundi Ede-

lweiss, o processo de concessão

de licenças, tal qual vigorava an-

teriormente, podia levar de dois a

cinco anos para ser concluído, já

que a atividade industrial requer

vários tipos de autorização: licen-

ças de implantação, operação e de

renovação. Com um volume de 4

mil empreendimentos em opera-

ção no estado, conforme o Guia In-

dustrial, da Federação das Indús-

trias do Estado da Bahia (FIEB), a

tendência era a situação se agravar

com a implantação de novas plan-

tas. “No meu entendimento, não

haveria um exército de analistas

capaz de dar conta deste estoque

de processos. Esta situação gerava

um grande desconforto para o se-

tor produtivo com relação à antiga

lei”, traduz Edelweiss.

PrinciPais mudançasA nova legislação ambiental

traz entre seus principais benefí-

cios a simplificação do processo

de licenciamento. Antes, o empre-

endedor precisava recorrer a três

órgãos distintos na Secretaria de

Meio Ambiente para obter uma li-

cença. Agora, a nova lei fundiu e

concentrou tudo em um só órgão,

no Instituto do Meio Ambiente e

Recursos Hídricos (Inema), e tirou

do Conselho Estadual de Proteção

Ambiental (Cepram) a competên-

cia de analisar os processos de

concessão. “Um grande avanço,

considerando que o conselho mui-

tas vezes impunha condicionantes

de menor importância, que aca-

bavam gerando pedidos de vista,

levando a diligenciamentos e à ex-

tensão do prazo de autorização”,

explica Edelweiss.

Para o vice-presidente do CIEB,

o atual secretário de Meio Ambien-

te teve a sensibilidade de perceber

que a simplificação do processo de

concessão de licenças não implica

em permissividade em relação à

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Bahia Indústria  �

Para irundi

edelweiss, a

Fieb advoga

que se

promova o

crescimento

da forma mais

sustentável

possível

proteção do meio ambiente. Ao contrário, com a no-

va ênfase, o papel do Cepram na fiscalização passa a

ser mais preponderante. “Todo crescimento traz des-

gaste ambiental, mas é também fundamental prover

emprego, porque ninguém se sente confortável sem

trabalho. Há, portanto, uma conta a ser paga. Mas a

FIEB não advoga que se promova o crescimento de

qualquer jeito, mas da forma mais sustentável pos-

sível. Não queremos promover desgaste ambiental

desnecessário”, ressalta Irundi Edelweiss.

Além da descentralização e simplificação do proce-

dimento de licenciamento, Edelweiss, que, ao lado do

presidente da FIEB, José Mascarenhas, esteve à frente

da criação do primeiro Centro Ambiental da Bahia, em

1973, quando da implantação do Polo de Camaçari,

também aponta outras inovações da nova lei, como a

possibilidade de licenciar distritos industriais ou pro-

gramas, a exemplo dos grandes empreendimentos ha-

bitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida.

A nova lei criou a Licença por Programas e Proje-

tos, que visa licenciar programas governamentais; a

Licença por Adesão e Compromisso, que será emitida

por meio eletrônico, para empreendimentos de bai-

xo e médio potencial e, para a área rural, foi adotada

a Licença por Território ou Bacia Hidrográfica, que

analisará os impactos no conjunto das propriedades.

“Isso viabilizará ao órgão uma maior dedicação na

análise dos empreendimentos com significativos im-

pactos ambientais”, observa Eugênio Spengler.

Irundi Edelweiss observa ainda que os críticos da

nova lei argumentam que ela esvaziou o poder do

Cepram. Mas ele lembra que tanto o Cepram quanto

o CRA nasceram dentro do antigo Ceped, órgão que

analisava os processos, mas também vendia serviços

à indústria. “Oito anos após a criação do Ceped, che-

gou-se à conclusão de que havia algo incestuoso na-

quela relação. Será que no Cepram atual não persiste

este tipo de conflito?”, pondera. [bi]

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� Bahia Indústria

a Bahia destaca-se no cenário

nacional entre os estados com

maior potencial de produção de

energia eólica. Para assegurar o prota-

gonismo industrial na exploração desta

fonte energética, o governo do Estado

da Bahia assinou, em 16 de dezembro

de 2011, o convênio de nº 11/2011, com

o Serviço Nacional de Aprendizagem

Industrial (SENAI-Bahia) para mapea-

mento do potencial eólico da Bahia. O

Estado, por intermédio da Secretaria de

Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e

da Secretaria de Infraestrutura do Esta-

do da Bahia (Seinfra), encarrega o SE-

NAI de criar uma plataforma web para

divulgação dos resultados do estudo,

montar um atlas de potencial eólico,

além de promover projetos de desenvol-

vimento tecnológico e de capacitação

técnica.

A proposta é que o levantamento, pre-

visto para ser realizado ao longo dos pró-

ximos dois anos, subsidie a atração de

novos investimentos a partir do forneci-

mento de dados técnicos de localização

das principais jazidas de vento do estado

a uma altura entre 100 e 150 metros, novo

patamar de desenvolvimento e produção

de equipamentos de maior potência dos

fabricantes internacionais.

Atualmente, os principais parques

eólicos em atividade na Bahia estão si-

tuados na região da Chapada Diaman-

tina e a geração de energia se dá com

equipamentos que atingem o máximo

de 80 metros de altura. Com o mapea-

mento, a Bahia estará criando condi-

SENaI vai produzir atlas eólico da BahiaConvênio com a Secti e a Seinfra permitirá mapear as jazidas de ventos acima dos 100 metros de altura

ções para atrair novos investimentos.

O secretário da Ciência, Tecnologia e

Inovação, Paulo Câmera, vê boas pers-

pectivas para esta nova matriz energé-

tica no estado: “A Bahia, de acordo com

especialistas, tem pelo menos duas Itai-

pus em potencial eólico nas jazidas aci-

ma de 120 metros de altura”. A opção pe-

lo SENAI na condução do levantamento

técnico, observou o secretário, é conse-

quência do histórico de serviços presta-

dos pela entidade à secretaria: “O SENAI

tem demonstrado grande expertise na

sua atuação e, com este projeto, estamos

agregando ao sistema mais uma área de

conhecimento.”

Para atender ao convênio, explica

Alex Álisson, coordenador do projeto

no âmbito da FIEB, o SENAI Cimatec co-

locará em campo uma equipe de 10 a 15

técnicos e especialistas. “A ideia é que

possamos emitir relatórios a cada seis

meses a partir das medições e análises

realizadas, que funcionarão como uma

espécie de cartão de visitas para atração

de novos projetos industriais.” De acor-

do com Álisson, a Bahia está autorizada

pela Aneel a produzir 1 giga watts de po-

tência em energia.

A expertise do SENAI Cimatec tam-

bém estará a serviço da Secti para im-

plantação de uma rede de informações

acessível ao público em geral e ao mer-

cado pela internet. O trabalho de acom-

panhamento técnico vai permitir ainda

a transferência de tecnologia, favore-

cendo a formação de técnicos especia-

lizados. [bi]

Parque eólico de

brotas de macaúbas,

região da Chapada

diamantina

alBErTo CouTINHo/SECoM

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circuito por cleber borges

Bahia Indústria �

brasileiro rejeita novo imposto para saúdeO brasileiro rejeita a criação de

impostos para melhorar a

qualidade da saúde no país. Essa

é a conclusão a que chega a

pesquisa Retratos da Sociedade

Brasileira: Saúde Pública,

realizada pela Confederação

Nacional da Indústria, que ouviu

2.002 pessoas em 141 municípios.

Do total, 96% são contra criar

impostos para a saúde, apesar de

95% acreditarem que o setor

precisa de investimentos e 61%

reprovarem o SUS. Para 82% dos

entrevistados, a alternativa para

conseguir mais recursos é acabar

com a corrupção (82%), reduzir

desperdícios (53%) ou transferir

dinheiro de outras áreas para a

saúde (18%).

novas oportunidadesDesde 2009, o Brasil acumulou

um déficit no comércio bilateral

com os Estados Unidos da ordem

de US$ 20,5 bilhões. Até então, o

resultado da balança era

favorável a nosso país. Muitos

atribuem essa mudança à política

de diversificação de mercados

adotada desde o primeiro governo

do presidente Lula. Mas a ida da

presidente Dilma Rousseff em

março, aos EUA, pode reverter a

atual tendência, criando

oportunidades para produtos

brasileiros como energia, aviação,

petroquímica e inovação.

Protecionismo argentinoA Argentina acumula déficit

comercial com o Brasil desde

2004. Em 2011, o déficit ficou em

torno de US$ 6 bilhões. Agora,

resolveu dificultar ainda mais as

importações de produtos

brasileiros e dos demais países

vizinhos. Passa a exigir dos seus

importadores declaração formal

que antecipa a programação de

compras no exterior. Para a CNI,

esse é mais um retrocesso para o

comércio no Mercosul, pois

aumenta a insegurança jurídica

sobre as regras da política

comercial argentina. Além de

reduzir as exportações brasileiras

para aquele país. Desde 2010, o

governo argentino anuncia

medidas para proteger seu

mercado, inclusive retirando

vários produtos do regime de

licença automática.

“NINGuéM CoNSEGuIu EXPlICar Por quE oS MauS INvESTIMENToS No PaSSaDo EXIGEM o DESEMPrEGo DE BoNS TraBalHaDorES No PrESENTE.”

Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia, criticando países desenvolvidos, que combatem efeitos da crise com políticas austeras que provocam desemprego

exportações recordesMesmo com o câmbio desfavorável e a retração do

mercado europeu, em 2011 a Bahia exportou US$ 11

bilhões (4,3% do total brasileiro, sendo o 9º estado

no ranking nacional). O saldo comercial alcançou

US$ 3,2 bilhões. É o melhor resultado histórico do

comércio exterior baiano. As exportações

cresceram 24% em relação a 2010, devido

principalmente aos preços favoráveis das

commodities agrícolas e minerais, a exemplo de

petróleo, soja, algodão, ouro e café.

mineraçãO terá rOyalty maiOr O segmento mineral brasileiro deve se preparar para pagar mais impostos em 2012. Consta que a presidente Dilma Rousseff está prestes a aprovar o novo texto do Código de Mineração, que há três anos está em discussão no governo federal. Entre as novidades está o aumento de 2% para 4% dos royalties sobre a exploração mineral, com empresas da área passando a pagar percentuais iguais aos da exploração de petróleo. O objetivo é somente um: aumento da arrecadação.

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10 Bahia Indústria

sindicatos

joão alvarEz

Doze sindicatos filiados à FIEB estão participan-

do do Projeto Mais Indústria, que tem por obje-

tivo ampliar a base sindical, com a prospecção

de novas empresas industriais pelos sindicatos

integrantes do projeto. Sob a coordenação do

Compem – Conselho da Micro e Pequena Em-

presa Industrial –, o projeto será implementado

graças a uma salutar parceria entre a FIEB e o

Sebrae, que auxiliará os sindicatos na amplia-

ção do seu quadro de associados, garantindo o

seu fortalecimento e contribuindo para o incre-

mento da produtividade e da competitividade

das indústrias, sobretudo as de micro e peque-

no porte. As MPEs industriais são as que mais

precisam estar amparadas pelos seus sindicatos

e representam mais de 90% do universo das in-

dústrias baianas.

Estimativas apontam que, na Bahia, a repre-

sentatividade sindical é de menos de 15%. Este

número representa o percentual médio de em-

presas de cada segmento industrial associadas

aos sindicatos que integram o projeto.

Segundo o presidente do Sinprocim-BA e co-

ordenador do Compem, Carlos Gantois, o Projeto

Mais Indústria, se bem produzido, garantirá um

significativo crescimento dos sindicatos inte-

grantes. “Vivemos, hoje, no Brasil e na Bahia,

uma crise de representatividade do sindicalis-

mo patronal que pode e deve ser revertido. Para

tanto, é fundamental a prospecção de novos as-

sociados, principalmente no interior do estado,

para onde deve caminhar a industrialização.”

A primeira ação do Mais Indústria acontecerá

entre março e abril. Está prevista a apresentação

do Plano de Ação durante a reunião ordinária do

Compem, no dia 8 de fevereiro.

“O projeto, se bem engendrado, representará

uma ‘revolução’ industrial e sindical, garantin-

do, assim, uma distribuição de riquezas mais

equânime. Isto, em última análise, significa

contribuir para o desenvolvimento econômico e

social do estado da Bahia”, conclui Gantois.

Sindicatos buscam ampliar representatividade

sinduscon e senai juntos em nova parceria

O Sinduscon-BA e o SENAI desenvolverão diversas

ações em 2012. Pelo Projeto de Inovação Tecnológica

(PIT) será realizado o curso de Gestão da Inovação

na Construção Civil e também lançados os cursos da

Escola Móvel para Inovação na Construção, quando

uma unidade será deslocada e instalada nos canteiros

de obra para realizar atividades de aperfeiçoamento.

Além disso, serão oferecidas novas consultorias em

Construção Sustentável e Lean Construction (Cons-

trução Enxuta), promovendo o aumento da competi-

tividade do setor, informa Tatiana Ferraz, gerente da

área de Construção Civil do SENAI Dendezeiros. As

empresas interessadas em obter mais informações

sobre estes projetos podem entrar em contato com o

SENAI Dendezeiros pelo telefone (71) 3310-9900.

A parceria vai viabilizar ainda a oferta de cursos

gratuitos de qualificação profissional, que apoiarão o

setor na formação da mão de obra para atender à cres-

cente demanda na construção civil. Algumas turmas já

foram iniciadas e as inscrições estão abertas no SENAI

Dendezeiros. O objetivo é formar trabalhadores para o

mercado de trabalho. Informações sobre os cursos na

Central de Atendimento, pelo telefone (71) 3534-8090.

tatiana Ferraz,

gerente da área

de Construção

Civil do senai

dendezeiros

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Bahia Indústria  11

sindical-ba acompanha mudanças no setor mineralO ano de 2012 começou com promessas de mudança na legislação para

o setor de mineração. No final de 2011, o Ministério de Minas e Energia

apresentou um arcabouço de reforma intitulada Proposta de Marco Regu-

latório da Mineração. O Sindicato da Indústria de Mineração, Calcário, Cal

e Gesso no Estado da Bahia (Sindical-BA) vem acompanhando as discus-

sões no Congresso Nacional com atenção, já que entre os principais pontos

está um possível aumento das alíquotas de Compensação Financeira pela

Exploração de Recursos Minerais (CFEM). De acordo com o presidente do

Sindical-BA, Sérgio Pedreira Souza, a incerteza sobre o conteúdo do pa-

cote de medidas gera apreensão por parte dos empresários e pode causar

instabilidade no mercado. “Um dos nossos principais focos de atuação

neste início de ano é justamente acompanhar a definição dessas normas,

pois existe o risco de algumas taxas dobrarem de valor, o que deve preju-

dicar o desempenho do setor na Bahia”, afirma Souza.

Parceria incentiva prática de esportes entre os trabalhadoresO Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA) e o SESI realizaram, nos dias 3 e 4 de dezembro, a 5ª

edição da Olimpíada da Construção, no SESI Simões Filho. O evento é pensado para promover a qualidade de vida dos partici-

pantes – trabalhadores e dirigentes do setor – e incentivar a prática de esportes. O tema desta edição foi Construindo o Cidadão

Através do Esporte e os participantes concorreram em 18 modalidades. Nada mais simbólico do que o exemplo do eletricista e

atleta Carlos Alberto Barbosa do Santos, de 63 anos, que leu o Juramento do Atleta durante a cerimônia da abertura. “O esporte só

me trouxe alegria. Pratico atletismo e treino mais ou menos uma hora todos os dias, isso faz bem para a mente, me deixa alegre,

me mantém em forma e ainda faço amizades”, comentou.

mPes terão apoio conjunto da Fieb e do sebrae

Apoiar o desenvolvimento

das micro e pequenas empresas

(MPEs) industriais é o objetivo de

programa desenvolvido pelo Sis-

tema FIEB e o Sebrae/BA visando

à competitividade do segmento, a

ser implementado de 2012 a 2015. O

programa, em fase de elaboração,

deverá ter três linhas de trabalho:

inovação e difusão tecnológica;

Acesso a mercado e fortalecimen-

to sindical. Por meio de capacita-

ções e transferência de tecnologia,

a proposta é oferecer apoio às

MPEs, principalmente no interior,

fortalecendo o associativismo. As

ações serão implementadas se-

torialmente, por intermédio e a

partir da demanda dos sindicatos.

Para formular o plano de ação, fo-

ram criados um Grupo Técnico e

um Comitê Gestor, formados por

representantes das entidades en-

volvidas.

O superintendente de Rela-

ções Institucionais da FIEB, Cid

Vianna, reforça a importância das

linhas de ação propostas no pro-

jeto, especialmente para o forta-

lecimento dos sindicatos filiados.

“As parcerias são importantes pa-

ra potencializarmos os recursos,

com vistas ao fortalecimento das

MPEs industriais e suas entidades

de representação”, afirma.MaNu DIaS/SECoM

mina de níquel

em mirabela:

incerteza sobre

mudanças na

legislação gera

apreensão

no setor de

mineração

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1� Bahia Indústria

O Instituto Euvaldo Lodi

(IEL) conclui, em feverei-

ro, a seleção de 190 novos

estagiários para atuar nas unida-

des da Petrobras. A oferta de va-

gas mais que dobrou desde 2005,

quando foi fechada a parceria en-

tre o instituto e a estatal para sele-

ção e capacitação de estagiários.

A gerente de Estágio e Formação

de Talentos do IEL, Edneide Lima,

explica que o programa com a Pe-

trobras começou com 70 estagiá-

rios. “Desenhamos um programa

de excelência de estágio na Unida-

de Operacional Bahia (UO Bahia),

do Itaigara, que agora será esten-

dido a todas as unidades da Petro-

IEl amplia a parceria com a PetrobrasProjeto, premiado pelo nível de excelência, passa a oferecer 190 vagas e é ampliado para as unidades do Norte e Nordeste da estatal

PETroBraS/DIvulGação

tiago Pestana,

armando neto

(iel) e enéas

Furtado, a

partir da

direita, na

premiação

melhores

Práticas de

estágio

bras do Norte e Nordeste”, explica

Edneide, o que justifica a amplia-

ção das vagas ofertadas. O progra-

ma também recebeu o Prêmio Me-

lhores Práticas de Estágio, concedi-

do pelo Fórum de Estágio da Bahia,

pelos resultados alcançados. Por

esta razão, a Bahia é líder nacional

em qualidade de estágios alocados

entre as regionais do IEL.

No caso da Petrobras, o progra-

ma foi criado a partir de uma pro-

posta social que alia nível de ren-

da, educação e acompanhamento

do estagiário. O papel do IEL é fa-

zer o monitoramento dos estudan-

tes e supervisores. Participam da

seleção atual mais de mil candida-

tos. Na segunda fase do processo,

eles serão encaminhados para en-

trevista na Petrobras.

Os estagiários começam a de-

sempenhar suas atividades em

março, no caso dos selecionados

para a UO Bahia, e em abril, nas

demais unidades, por um período

que varia de 8 a 9 meses. A depen-

der do nível de escolaridade, eles

terão que cumprir uma carga ho-

rária entre 4 a 8 horas, a primeira

para os de nível médio e os demais

de nível superior.

Quem atesta os resultados da

experiência é Tiago Cabral Santos

Pestana, 23 anos, que participou

do programa em 2011. Estudante

de Engenharia Mecânica da Uni-

versidade Federal da Bahia, Tiago

e seu supervisor Manoel Barreto de

Almeida Filho receberam o Prêmio

Melhores Práticas de Estágio por

um estudo de simulação do método

gás-lift de elevação de petróleo.

Para Tiago, no programa “há

uma preocupação com o estagiário

no sentido de que ele se desenvol-

va”. O coordenador de estágio da

UO Bahia, Enéas Góes Furtado,

observa que a parceria com o IEL,

além de subsidiar a Petrobras, dan-

do mais lisura e transparência à se-

leção de estagiários, também con-

tribui para melhorar o programa.

O IEL encaminhou 36.469 estu-

dantes para estágio em 2011, 58%

somente no interior do Estado. [bi]

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Bahia Indústria  13

Contribuir para a qualidade de vida do indus-

triário promovendo acesso à informação e à

saúde. Esta é a função das 12 unidades mó-

veis do SESI-BA, que oferecem serviços nas áreas de

educação continuada, inclusão digital, cultura, saú-

de ocupacional e odontologia, além de práticas de

leitura. Este ano, o atendimento itinerante será am-

pliado, no intuito de responder à crescente demanda

das empresas e ampliar a atuação do Sistema FIEB

no interior do estado. Até o fim do primeiro semes-

tre, outras 15 unidades entrarão em funcionamento,

beneficiando cerca de 35 mil trabalhadores.

“As unidades permitirão colocar à disposição das

indústrias, da forma mais capilarizada possível, so-

luções que atendam às suas necessidades. Tudo isso

para levar mais comodidade e agilidade ao atendi-

mento, além de contribuir para o aumento da com-

petitividade da indústria”, afirma o gerente de Qua-

lidade de Vida do SESI, Amélio Miranda Júnior.

As unidades móveis também são utilizadas para

realizar ações de programas do SESI, a exemplo do

Cozinha Brasil. Executado em parceria com o Minis-

tério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome,

o Programa tem o apoio das federações de indústrias

e departamentos regionais do SESI de todo o país.

Com infraestrutura, equipamentos modernos e

ambientes climatizados, as unidades móveis reali-

zam serviços aos quais os trabalhadores das indús-

trias têm dificuldade de acesso, suprindo carências

em diversas áreas. Para conhecer melhor como

funcionam os serviços itinerantes e solicitá-los, as

empresas do setor industrial podem entrar em con-

tato com a unidade do Serviço Social da Indústria,

Departamento Regional da Bahia mais próxima ou

solicitar uma visita de profissionais da instituição

pelo e-mail [email protected] ou via portal FIEB

(www.fieb.org.br/sesi). [bi]

Programa

Cozinha brasil

também

desenvolve

ações

itinerantes

Novas unidades móveis do SESI levarão serviços de saúde e educação às empresas

Mais próximo do trabalhador

unidades móveisárea tipo de atendimento/serviço

Realização de exames de audiometria.

Educação continuada Inclusão digital e biblioteca itinerante para

possibilitar aos trabalhadores e dependentes

atendidos na Rede SESI de Educação o acesso

às tecnologias da informação e comunicação,

através do computador e acervo literário.

Saúde bucal Consultórios odontológicos equipados para

realização de avaliações de saúde bucal, ações

educativas, procedimentos preventivos e

tratamentos odontológicos.

Saúde ocupacional Realização de consultas ocupacionais, teste

visual, exames de espirometria,

eletrocardiograma, coleta de material

biológico para análise laboratorial.

Saúde ocupacional

joão alvarEz

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1� Bahia Indústria

a música faz bem aos ouvi-

dos, mas na Escola Comen-

dador Bernardo Martins Ca-

tharino, do SESI Itapagipe, além

de agradar aos sentidos, ela deve

também auxiliar no estímulo ao

aprendizado de alunos do ensino

fundamental.

Para isso, a Federação das In-

dústrias do Estado da Bahia im-

plantou, no segundo semestre de

2011, o Núcleo de Prática Orques-

tral na unidade e acaba de adqui-

rir uma orquestra completa, um

investimento de R$ 429 mil em

equipamentos que serão entregues

no início do mês de fevereiro.

Cláudia Libório, gerente da

unidade de Educação de Itapagi-

cultural com artistas do Neojibá.

E, em 18 de dezembro, 63 alunos do

coral integraram as 450 vozes que

se apresentaram na 4ª edição do

Concerto de Natal do Neojibá, na

Concha Acústica do TCA.

Um dos pré-requisitos para o

aluno fazer parte do projeto é o

interesse em estudar música, es-

colhendo entre o coral, as oficinas

de flauta doce ou as aulas de ini-

ciação musical. “O objetivo maior

é que o aluno obtenha melhores

resultados na escola, adquirindo

uma disciplina que o auxilie nas

atividades educacionais”, explica

Cláudia Libório.

Em setembro de 2011, foram se-

lecionados 204 estudantes, sendo

110 para a orquestra e os demais

para o coral e as oficinas de flauta

doce. O objetivo é chegar, ao fim

de 2012, com 400 alunos da esco-

la, que atende 1300 estudantes do

ensino fundamental I e II, partici-

pando do núcleo, que prevê ainda

a inclusão dos alunos com neces-

sidades especiais.

Os estudantes selecionados em

2011 retornam às aulas em 6 de fe-

vereiro, quando também iniciam-

se os testes para novas turmas.

Para estas, as aulas começam em

março. Com uma equipe de 10 pro-

fessores do Neogibá, as aulas acon-

tecem sempre no turno oposto ao

ensino convencional, de segunda a

sexta-feiras, das 10 às 15 horas. [bi]

O Concerto

de natal do

neojibá teve

a participação

de 63 alunos

do núcleo de

Coral do sesi

itapagipe

Projeto alia música e ação pedagógicaSESI Itapagipe implanta orquestra juvenil e aposta no estímulo ao desempenho escolar dos alunos

joão alvarEz

pe, explica que a instituição foi

buscar a expertise da Orquestra

Juvenil Neogibá, um exemplo bem

sucedido de inserção musical, que

se tornou referência no país e já le-

vou os jovens músicos baianos pa-

ra apresentações em prestigiadas

salas de concerto internacional.

Com aulas práticas realizadas no

turno oposto ao do ensino conven-

cional, os alunos do Núcleo de Práti-

ca Orquestral e Coral também expe-

rimentam o desafio de se apresentar

em público. Em 31 de outubro, 170

alunos do projeto mostraram suas

habilidades para professores do

Conservatório de Música e da Hau-

te École de Musique de Genebra,

que participavam de intercâmbio

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Bahia Indústria  15

além de possibilitar que trabalhadores da in-

dústria baiana tenham a oportunidade de

cursar a alfabetização, o ensino fundamen-

tal e o médio, o SESI incluiu a educação pro-

fissionalizante na formação dos alunos, realizada de

forma gratuita, em parceria com o SENAI. O progra-

ma, chamado de EBEP – Educação Básica articulada

à Educação Profissional, conta hoje com 127 alunos

matriculados, distribuídos entre Salvador e Juazeiro.

Em 2012 o objetivo é consolidar a oferta de cursos e

ampliar a atuação para outras cidades onde o SESI

está presente.

Em Salvador foram matriculados 20 trabalhadores

na turma do empreendimento Brisas, da Cyrela Nor-

deste. Os alunos cursaram o Ensino Fundamental I (1º

ao 5º ano) e complementaram a qualificação profissio-

nal com um curso de pedreiro, ministrado no local da

obra, o que estimula a frequência às aulas. Flávio Trin-

dade, engenheiro do Brisas, vê o programa do SESI co-

mo de extrema importância para o desenvolvimento da

construção civil. “É a oportunidade de humanizarmos

os nossos canteiros e enfrentarmos as dificuldades na

obtenção de mão de obra qualificada”, diz.

Para Érica dos Anjos Pereira, professora do Brisas,

a qualificação profissional dentro da obra possibili-

tou uma ligação maior com os conteúdos trabalhados,

permitindo que a educação básica crie um elo com as

atividades do dia-a-dia. O ajudante de pedreiro Fer-

nando dos Santos, 32, considerou o curso como uma

grande experiência. “É muito interessante pra gente

que ficou muito tempo fora do colégio. Quero conti-

nuar e aprender cada vez mais, sempre incentivando

para que outros colegas participem também”, diz.

interiorNa Unidade Norte do SESI Bahia, o início da expe-

riência contou com a participação de 107 alunos, que

têm aulas do ensino regular e do curso de costureiro

Educação profissionalizanteno canteiro de obrasPrograma realizado em parceria entre o SESI e o SENaI apresenta bons resultados, ao aliar educação básica e capacitação técnica para trabalhadores da indústria

joão alvarEz

industrial, iniciado no segundo semestre de 2011, com

duração de dois anos. A repercussão foi tão boa que

mobilizou empresários a encaminhar à Prefeitura de

Juazeiro proposta de criação de um polo de confec-

ção. Os alunos iniciaram em 2011 os estudos voltados

à indústria têxtil, cursando módulos práticos como

noções de modelagem básica e prática operacional.

Para 2012, o curso oferece 80 novas vagas.

Carlos Neiva, secretário de Desenvolvimento de

Juazeiro, comenta que o curso de costureiro indus-

trial tornou-se um dos pilares para o crescimento das

indústrias da região, além de ser modelo de como se

deve trabalhar com instituições parceiras do projeto.

O EBEP é coordenado pelas áreas de Educação de Jo-

vens e Adultos das Unidades do SESI. Mais informa-

ções no site www.fieb.org.br/sesi. [bi]

Para o ajudante

de pedreiro,

Fernando dos

santos, 32,

o curso foi

uma excelente

experiência

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1� Bahia Indústria

Pós-graduação afinada com

o mercado

a obtenção do diploma uni-

versitário, embora muita

gente encare como a con-

clusão de uma etapa de

formação, muitas vezes, é apenas

um começo. Com o surgimento

acelerado de novas tecnologias e a

modernização das práticas de ges-

tão, a demanda por profissionais

cada vez mais qualificados vem-se

amplificando.

Foi pensando em atender a es-

tas necessidades e oferecer aos

profissionais da indústria baiana

a oportunidade de acompanhar

estas transformações sem perder

a conexão com o mercado que as

Faculdades de Tecnologia do SE-

NAI, Cimatec, Cetind e Dendezei-

ros estão oferecendo 18 cursos de

Faculdades SENaI oferecem 18 cursos voltados para o segmento industrial

especialização e MBA, que estão

com inscrições abertas até 29 de

fevereiro. As pós-graduações ofe-

recem entre 30 e 40 vagas por cur-

so, com duração que varia de 18 a

24 meses, com o início das aulas

em março.

Alex Álisson, gerente da Facul-

dade SENAI Cimatec, explica que

o SENAI está sempre buscando

acompanhar o desenvolvimento

industrial da Bahia, monitorando

o mercado para atender às suas

expectativas. “Como a maioria

das faculdades não tem o foco na

indústria, o SENAI atende a estas

demandas, o que levou ao surgi-

mento de novos cursos, como é o

caso da especialização em Políme-

ros”, revela.

As especializações em Siste-

mas Elétricos de Potência e em

Engenharia Automotiva, além

dos MBAs em Gestão de Projetos

e Gestão da Produção e Logística

estão entre os mais procurados.

Mas Alex Álisson também chama

a atenção para a especialização

em Engenharia de Soldagem, que

obteve em 2011 certificação do In-

ternational Institute of Welding

(IIW), entidade com sede em 13

países. A demanda elevada pelos

cursos de Logística e Gestão da

Produção e de Gestão de Projetos,

explica Álisson, se deve ao fato

de elas habilitarem o profissional

para atuar em qualquer indústria,

enquanto outras formações aten-

dem a algumas especialidades.

especialização

em engenharia

de soldagem

obteve em 2011

certificação do

international

institute of

Welding (iiW)

por Patrícia MoreiraFotos João alvarez

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Bahia Indústria  1�

márcio huff,

da indústria

santeno, faz

especialização

em Polímeros e

elogia o corpo

docente

Qualidade e foco na prática

Tecnologia e Gerenciamento de Obras 360 horas

Automação, Controle e Robótica 464 horas

Sistemas Elétricos de Potência 452 horas

Eficiência Energética 464 horas

Refrigeração e Ar Condicionado 464 horas

Engenharia da Confiabilidade 464 horas

Engenharia de Soldagem 18 meses

Design de Produtos Industriais 18 meses

Engenharia Automotiva 18 meses

Polímeros 18 meses

Soluções e Tecnologias Ambientais 432 horas

Gestão Integrada de Qualidade, Saúde,

Meio Ambiente e Segurança do

Trabalho – QSMS 400 horas

Monitoramento de Recursos Hídricos 432 horas

Educomunicação Socioambiental 432 horas

mba

Gestão da Manutenção 476 horas

Executivo em Gestão de Projetos 370 horas

Executivo em Gestão da Produção

e Logística 380 horas

Executivo em Gestão Portuária 390 horas

segundo semestreO SENAI Dendezeiros está oferecendo neste pri-

meiro semestre de 2012 o curso de Tecnologia e Geren-

ciamento de Obras, implantado em 2011 para atender

às necessidades de gestão e inovação na Construção

Civil. Mas, para o segundo semestre, será oferecida a

especialização em tecnologia BIM (Bilding Informa-

tion Modeling), que permite projetar em três dimen-

sões e também atende à demanda do segmento da

construção civil. “O BIM permite simular os projetos

e as edificações; é um sistema inovador e uma ten-

dência no setor e a oferta da especialização vai pre-

encher esta lacuna”, observa Patrícia Evangelista,

gerente da unidade SENAI Dendezeiros.

Para o segundo semestre, Patrícia Evangelista tam-

bém anuncia a abertura de vagas para especializações

na área de ciência e tecnologia de alimentos: Qualida-

de e PCP (Planejamento e Controle da Produção), que

visam melhorar o processo produtivo deste ramo da

indústria. Mais informações, no site do SENAI-BA.

pós-graduação senaiConfira as especializações e MBA com inscrições abertas

especialização duração

Márcio André Huff, 45 anos, está próximo de con-

cluir especialização em Polímeros. Líder da unidade

de negócios da Santeno, empresa do grupo Nortene,

de São Paulo, sediada em Simões Filho, que atua na

produção de mangueiras, filmes e telas para o setor

agrícola, ele avalia como extremamente produtiva

a experiência de cursar uma das pós-graduações

oferecidas pelo SENAI. “O curso me deu uma visão

mais ampla de conhecimento técnico”, revela Huff,

formado em Engenharia Química.

Quem também apostou em um dos novos cursos

de especialização do SENAI Cimatec foi a engenhei-

ra de produção Taiana Almeida Ferreira dos Santos,

de 27 anos, que há dois anos trabalha na Ford. Ela

optou pelo curso de Engenharia Automotiva. “Senti

a necessidade de me aperfeiçoar e recorri ao SENAI.

No curso, tive acesso a acadêmicos experientes que

traziam exemplos práticos que facilitavam o apren-

dizado”, conta. Taiana não pensa em parar por aí

e pretende fazer uma especialização em Gestão de

Projetos que ela julga fundamental para o seu de-

senvolvimento. [bi]

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1� Bahia Indústria

PersPeCtivas Para a indústria eM 2012

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Bahia Indústria  1�

por cleber borges e carolina MendonçaFotos João alvarez

Crises na economia mundial, situação econômica brasileira e problemas locais de infraestrutura compõem cenário para o setor na Bahia

O presidente

da Fieb, josé

mascarenhas,

apresenta os

números e as

projeções do

setor industrial

em coletiva de

imprensa

a indústria eM 2012

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�0 Bahia Indústria

economia brasileira crescerá este

ano, mas o desempenho continu-

ará limitado pela crise das econo-

mias avançadas e também pela

menor expansão das economias

emergentes. O Produto Interno

Bruto (PIB) do Brasil terá expan-

são de 3%, abaixo do que se projeta hoje para a eco-

nomia mundial (4%) e, mais ainda, do que se estima

para os emergentes (6,1%). Nesse cenário, a indústria

brasileira, que cresceu apenas 1,8% em 2011, deverá

apresentar uma moderada recuperação, fechando es-

te ano com uma expansão de 2,3%.

Essa avaliação, feita pelo presidente da Federa-

ção das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), José

de Freitas Mascarenhas, mostra que o setor não terá

um caminho fácil pela frente este ano. Fatores con-

junturais e estruturais negativos conspiram nessa

direção. “Essa é a tendência nacional, infelizmente.

Uma condição de baixa competitividade da indústria

de transformação do Brasil. As empresas estão, em

nome de sua sobrevivência, importando mais produ-

tos intermediários, o que faz com que se mantenha o

faturamento alto, mas com perda de produção”, afir-

ma Mascarenhas.

No âmbito conjuntural, há a redução da demanda

internacional por bens industriais e commodities mi-

nerais, resultante da crise europeia e da desacelera-

ção da economia chinesa; o câmbio valorizado, que

inibe as exportações e facilita a entrada de concor-

rentes importados; redução do investimento estran-

geiro direto de US$ 60 bilhões em 2011 para US$ 45

bilhões em 2012, resultante da incerteza na zona do

euro; e as importações predatórias incentivadas por

pelo menos dez estados brasileiros, os quais dão in-

centivo fiscal a importadores que usam suas instala-

ções portuárias.

De acordo com o economista Armando Avena, o

cenário econômico brasileiro é

positivo, mas está condicionado

ao comportamento dos mercados

externos. Caso a crise europeia

se agrave, sofreremos impacto no

crescimento nacional e o governo

terá que adotar medidas, como a

redução de impostos para alguns

segmentos, por exemplo. “Por ou-

tro lado, a economia americana

parece dar sinais de recuperação

e, na China, apesar da desacelera-

ção, o ritmo deve se manter estabi-

lizado”, analisa Avena.

triButaçãoNo âmbito estrutural, devem

comprometer o desempenho in-

dustrial fatores como a alta car-

ga tributária – segundo o Banco

Mundial, os 85 tributos existentes

no Brasil chegam a consumir 69%

do lucro das empresas –, a baixa

produtividade do trabalho, que

cresceu apenas 2,6% entre 1995 e

2010, enquanto na China alcançou

17,3% e na Índia 10,5%; além do

baixo investimento em infraestru-

tura. Em relação a esse aspecto,

cabe destacar que, apesar de se

prever crescimento acima de 5%

da Formação Bruta de Capital Fi-

xo em 2012, chegando, de acordo

com a Confederação Nacional da

Indústria (CNI), a quase 20% do

PIB, a taxa ainda está muito abai-

xo do necessário para sustentar o

crescimento econômico. A título

Obras para a

Copa 2014,

como a

construção

da arena

Fonte nova,

impulsionam a

construção civil

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Bahia Indústria  �1

de comparação, na China, os in-

vestimentos equivalem a 45% do

PIB; na Índia, a 30%.

Nem tudo conspira negativa-

mente. Aspectos importantes,

conjunturais e estruturais surgem

como condicionantes favoráveis

ao crescimento. Conjunturalmen-

te, o mercado interno está em cres-

cimento, devido ao baixo nível de

desemprego (6%), à previsão de

crescimento da renda real em rit-

mo maior que em 2011 (o Dieese

estima que o aumento de 14% do

salário mínimo injetará R$ 47 bi-

lhões na economia) e à política fis-

cal expansionista estimulada pelo

ano eleitoral.

Além disso, especialistas acre-

ditam que a inflação fechará este

ano em torno de 5% (contra em

torno de 6,5% em 2011); os juros

estarão em queda e haverá mais

crédito (o Serasa Experian prevê

aumento de 15%).

Existem aspectos estruturais

que também autorizam certo oti-

mismo. Um deles, a ascensão da

classe média, com o aumento

de renda de populações pobres,

criando um mercado consumidor

mais robusto. Segundo o Institu-

to de Pesquisas Econômicas Apli-

cadas (IPEA), entre 2004 e 2008,

mais de 11 milhões de brasileiros

foram alçados à classe média.

Há também o compromisso do

governo federal com a estabilida-

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�� Bahia Indústria

de fiscal e monetária, o que afasta

os riscos de aumento do gasto pú-

blico em ano eleitoral. A CNI, por

exemplo, projeta que o superávit

primário ficará este ano acima de

3% do PIB e a dívida pública con-

tinuará em trajetória de queda. O

Banco Central, por sua vez, segue

com compromisso à estabilidade

da moeda.

cenÁrio na BaHiaTendo em conta o comporta-

mento de 2011, é provável que, na

Bahia, a economia tenha um resul-

tado mais conservador. Segundo a

Superintendência de Estudos Eco-

nômicos e Sociais (SEI), da Secre-

taria do Planejamento da Bahia,

o PIB estadual deve ter alcançado

em 2011 um crescimento de 2,5%,

contra 2,8% do país.

Além disso, ainda que nos dez

primeiros meses de 2011 a produ-

ção industrial brasileira tenha

crescido apenas 0,7%, quando

comparada com igual período do

ano anterior, na Bahia, estima-se

que o desempenho do setor seja

ainda pior: o resultado final de

2011 deve encolher 4,1%, devido

à influência da conjuntura in-

ternacional e em decorrência do

“apagão” de energia ocorrido em

fevereiro do ano passado, que pa-

ralisou por vários dias a produção

do Polo Industrial de Camaçari.

“Na indústria baiana, alguns

dos segmentos mais expressivos,

de química e petroquímica e pa-

pel e celulose, têm um forte com-

ponente exportador, o que atrela

o desempenho ao comportamen-

to dos mercados externos. Além

disso, temos problemas de infra-

estrutura, a exemplo dos portos e

de saturação de rodovias, que são

verdadeiros gargalos e comprome-

tem a competitividade”, afirma o

economista Armando Avena.

Segmentando o setor industrial

baiano e levando-se em conta su-

as áreas de maior participação

no PIB estadual, o presidente do

Sistema FIEB, José Mascarenhas,

prevê que áreas como a constru-

ção civil, automotiva e de alimen-

tos e bebidas devem crescer este

ano. O segmento automotivo está

impulsionado pela produção de

um modelo global da Ford fabrica-

do na Bahia.

A construção está aquecida em

razão das obras de infraestrutura

e do programa Minha Casa, Minha

Vida, incluídos no PAC, além de

investimentos preparativos para a

Copa de 2014. O presidente do Sin-

dicato da Indústria da Construção

do Estado da Bahia (Sinduscon-

BA), Carlos Alberto Vieira Lima,

confirma o cenário positivo con-

O setor de

refino de

petróleo e

produção de

álcool, que

representa

4,1% do total

do Pib da

bahia, crescerá

“de lado”

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Bahia Indústria  �3

O segmento

de papel e

celulose deve

ser um dos

mais afetados

com a queda

da demanda

internacional

tando com a continuidade de medidas de incentivo por

parte do governo federal. “Começamos 2012 em plena

crise europeia e dos Estados Unidos, que já se reflete

em nossa economia, mas se o governo brasileiro fizer

a sua parte e mantiver o investimento na promoção

do setor de Construção, com oferta de crédito, redu-

ção de taxas de juro e qualificação dos trabalhadores,

seremos, mais uma vez, parceiros no enfrentamento

desta nova crise, eliminando o cenário de incertezas

e até crescendo, como em 2008. No campo empresa-

rial, nosso papel é investir em modernização de gestão

e em inovação tecnológica, tornando as construtoras

competitivas em cada nicho de atuação”, diz.

A indústria de alimentos e bebidas está favorecida

pelo incremento da renda do nordestino. “O segmen-

to já cresce naturalmente com o aumento da popu-

lação. Este ano, as perspectivas não são tão maravi-

lhosas como em anos anteriores, mas são positivas,

principalmente por conta da valorização salarial. O

aumento do salário mínimo foi de 14%, o que refle-

te diretamente no aquecimento do mercado interno,

do consumo. Estimamos que o PIB do segmento seja

o dobro do índice nacional”, projeta o presidente do

Sindicato das Indústrias de Laticínios e Derivados de

2,5%

do pib

>Perspectiva de

queda no preço

das resinas no

mercado

internacional

diante da crise

europeia

>Em função da

base de

comparação

deprimida (efeito

apagão), a

produção deverá

crescer

Participação dos principais segmentos da indústria no Produto Interno Bruto e perspectiva de desempenho destes setores para 2012, face a uma projeção de crescimento do PIB da ordem de 3%

indústria baiana – cenários

7,5%

do pib

>Aumento das

obras do PAC e

das concessões

>Investimentos

para a Copa

2014

>Retomadas das

obras do Minha

Casa, Minha

Vida

construção civil

celulose e papel

1,1%

do pib

>Previsão de queda

da demanda e dos

preços no mercado

internacional

automotivo

1,7%

do pib

>Previsão de

crescimento nas

vendas com o

lançamento de

novo modelo global

de automóvel

químico / petroquímico

metalurgia básica

1,9%

do pib

>Previsão de

queda na

demanda por

commodities

metálicas

>Queda deve

ser

compensada

no mercado

internacional

pela

valorização do

preço do cobre

(escassez), que

tem grande

peso no setor

4,1%

do pib

>Modernização da

Rlam ainda não

concluída

>Início dos

investimentos de

US$ 9,4 bilhões do

plano de negócios

da Petrobras até

2015

refino de petróleo e

produção de álcool

alimentos e bebidas

1,1%

do pib

>Expectativa de

aumento nas

vendas de bens

finais básicos

destinados ao

mercado interno

>Favorecida pelo

crescimento do

nível de renda em

regiões como o

Nordeste

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�� Bahia Indústria

ações do sistema fieb para o período 2012-2016

O Sistema FIEB definiu prioridades para os próximos quatro anos, parte do Plano Estratégico 2012-2016, que tem como meta a construção de um novo ciclo de desenvolvimento sustentável no Estado

Leite, Paulo Cintra Santos.

Outro aspecto que deve se so-

mar ao quadro positivo do seg-

mento é o resultado das safras

agropecuárias, que tendem a ba-

ter recordes em 2012, de acordo

com Armando Avena.

De acordo com o doutor em

Economia e professor da Univer-

sidade Federal da Bahia, Oswal-

do Guerra, outros investimentos

impulsionam o setor no estado.

“Importantes projetos industriais

como Basf, Braskem, JAC Motors,

Boticário, empresas produtoras

de energia eólica e outros foram

anunciados no ano passado. De-

vido ao seu caráter estruturante e

pelo fato de ser o principal marco

do renascimento do setor naval

baiano, o Estaleiro Enseada do

Paraguaçu, que deve iniciar suas

operações em 2013, também me-

rece ser mencionado. O Ministério

de Desenvolvimento, Indústria e

Comércio colocou a Bahia em 4°

lugar no ranking de estados bra-

sileiros em atração de projetos pri-

educação

> Melhoria da Educação Básica do

trabalhador: educação à distância e

Programa de Articulação da Educação Básica

a Educação Profissional (EBEP).

> Implantação do Centro Universitário das

Faculdades SENAI.

> Criação do Centro de Desenvolvimento de

Tecnologia, que concentrará as pesquisas

das unidades CIMATEC, CETIND e

Dendezeiros do SENAI.

> Pronatec: O SENAI vai oferecer 18 mil

vagas em cursos de Educação Profissional e

Tecnológica na Bahia.

> Projeto de Estágio: ampliação do serviço

de intermediação do Instituto Euvaldo Lodi

entre empresas e estudantes com 27 mil

estagiários alocados.

inovação

> Fórum de Inovação: criação de um espaço

interinstitucional de discussão e proposição

de políticas, programas, projetos e ações

voltadas ao aumento da dinâmica da

Inovação no setor produtivo baiano.

> Melhorias e expansão do Campus do

SENAI (ampliação das unidades Cimatec e

Cetind e reforma da unidade Dendezeiros).

> Fortalecimento do Polo de Informática de

Ilhéus por meio da Unidade Sul.

> Projeto Aliança: articulação

interinstitucional da Petrobras, da

Secretaria da Indústria, Comércio e

Mineração do Estado da Bahia, da FIEB e

do IEL, coordenador do projeto. Tem por

objetivo desenvolver atividades de

suporte à implantação de projetos

estruturantes, com ações de mobilização

de agentes da sociedade, definição de

planos estratégicos de desenvolvimento

industrial e regional, ações de apoio ao

processo de licenciamento ambiental e

realização de estudos voltados à

implantação dos planos de investimentos.

> Embrapii: Inserção do SENAI Cimatec

como um dos três centros de pesquisa

apoiados pela Empresa Brasileira de

Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii)

para operacionalização do projeto piloto.

> Indústria Ecoeficiente: iniciativa do IEL

Bahia para promover a transferência de

tecnologia e a implementação de boas

práticas em ecoeficiência para micro,

pequenas e médias empresas (MPMEs).

infraestrutura

> Promover discussões e proposições para

obras de infraestrutura no Estado, visando

colaborar com as políticas públicas em

transportes (Projeto Nordeste Competitivo

da CNI), portos, energia e mobilidade

urbana.

desenvolvimento sustentável

> Prover o desenvolvimento, atentando para

a execução de uma política sustentável em

meio ambiente e responsabilidade social.

internacionalização

> Promover a inserção da indústria nos

mercados internacionais por meio do Centro

Internacional de Negócios (CIN), que

oferece serviços e produtos às empresas.

interiorização

> Escalonar a execução do Programa

Integrado de Interiorização para as diversas

regiões. Serão ofertados para as empresas

industriais serviços em áreas como

qualificação de mão de obra, educação,

saúde, lazer e apoio à inovação, realizados

pelo CIEB, SESI, SENAI e IEL.

> Intensificar a atuação do Sistema FIEB no

interior do Estado focando as ações na

melhoria do ambiente de negócios, por

meio de programas que fortaleçam o

associativismo e a assistência à atividade

profissional.

> Identificar lideranças regionais por meio

do CIEB.

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Bahia Indústria  �5

vados. Ainda que o cronograma de

dispêndios se estenda para além

de 2012, uma parte do efeito mul-

tiplicador desses investimentos já

será observada este ano”, pontua.

Para Armando Avena, os inves-

timentos no Polo Acrílico, em Ca-

maçari, e o anúncio da instalação

e do início das operações de várias

empresas no estado demonstram

que “a política de atração deslan-

chou na Bahia”, acredita.

Outros segmentos não terão o

mesmo desempenho. O de refino

de petróleo e produção de álcool

(que representa 4,1% do total do

PIB da Bahia) crescerá “de lado”,

uma vez que este ano não se espera

que esteja concluído o investimen-

to na modernização da RLAM, en-

quanto que os demais investimen-

tos previstos no plano de negócios

da Petrobras, que somam US$ 9,4

bilhões no Estado, estarão apenas

se iniciando.

Já o segmento de papel e celulo-

se enfrentará em 2012 um cenário

adverso, com preços e demanda

internacionais em queda, por con-

ta do agravamento da crise inter-

nacional.

desemPenHoDois outros segmentos – o quí-

mico/petroquímico e a metalurgia

básica – terão comportamento se-

melhante. O primeiro, apesar da

expectativa de maior demanda in-

terna por plásticos, terá de enfren-

tar a tendência de queda no preço

internacional das resinas diante

da crise europeia. O câmbio valo-

rizado também favorece as impor-

tações de petroquímicos básicos

(resinas, fibras, etc.) e na forma

de produtos transformados, por

meio dos chamados “portos incen-

tivados” (concessão de incentivos

fiscais do ICMS com relação aos

produtos e mercadorias desemba-

raçadas nos portos situados em

seus respectivos territórios), em

vários Estados.

O desempenho na área petro-

química só não será pior em fun-

ção da base de comparação de-

primida de 2011. Já a metalurgia

básica experimentará queda na

demanda por commodities metáli-

cas, a qual deve ser parcialmente

compensada pela manutenção dos

preços internacionais do cobre, de

grande peso no segmento.

“No entanto, acreditamos que

o governo brasileiro irá atuar com

brevidade na questão dos portos

incentivados e as medidas econô-

micas já implantadas de incen-

tivo ao consumo, como as redu-

ções da taxa de juros, e de cres-

cimento, através de projetos de

infraestrutura, vão fazer com que

2012 encerre com um crescimento

positivo do setor, que prevê for-

tes investimentos de atualização

tecnológica de seu parque fabril e

de crescimento da capacidade de

produção”, afirma o presidente do

Sindicato das Indústrias de Pro-

dutos Químicos para Fins Indus-

triais, Petroquímicas e de Resinas

Sintéticas de Camaçari, Candeias

e Dias D’Ávila (Sinpeq), Manoel

Carnaúba Cortes. [bi]

a unidade

da Ford na

bahia será

impulsionada

pela produção

de modelo

global

recentemente

anunciado

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�� Bahia Indústria

InDIcADores Números da Indústria

Produção industrial volta a cair na bahia

em novembro, a taxa anua-

lizada da produção física

da indústria de transfor-

mação da Bahia caiu 5,1%,

mantendo a trajetória descendente

iniciada no último trimestre do ano

passado. Com esse resultado, ficou

em antepenúltimo lugar no ranking

dos 13 estados que participam da

pesquisa mensal do IBGE que ava-

lia a produção física da indústria

de transformação, acima apenas

do Espírito Santo e do Ceará.

O resultado negativo de no-

vembro pode ser atribuído à retra-

ção de cinco dos oito segmentos

pesquisados: Metalurgia Básica

(-12,2%), Produtos Químicos/Pe-

troquímicos (-10,7%), Veículos Au-

tomotores (-7,2%), Refino de Petróleo e Produção de

Álcool (-7%), e Celulose e Papel (-0,9%). Por outro

lado, os segmentos de Alimentos e Bebidas (7,3%),

Minerais não-metálicos (5,6%) e Borracha e Plástico

(4%) apresentaram resultados positivos.

Na comparação do acumulado de janeiro a no-

vembro de 2011 com igual período do ano anterior, a

produção física da indústria de transformação baia-

na registrou queda de 4,5% (contra uma alta de 0,3%

da média nacional), refletindo, principalmente, a

interrupção do fornecimento de energia elétrica que

atingiu o Nordeste no início de fevereiro, com maior

impacto sobre o Polo Petroquímico de Camaçari.

Apresentaram resultados negativos os segmentos:

Metalurgia Básica (-11,7%, queda na produção de

alumínio não ligado em forma bruta, por conta do fe-

chamento da planta da Novelis no final de 2010, e de

ouro em barras), Refino de Petróleo (-8,2%, redução

na fabricação de naftas para petroquímica e óleo die-

Com redução nos principais segmentos, o mau resultado do estado só foi superado pelos verificados no Ceará e Espírito Santo

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Bahia Indústria  ��

sel), Produtos Químicos/Petro-

químicos (-8%, menor fabricação

de etileno não-saturado, polieti-

leno de alta e baixa densidade e

polipropileno, ainda influenciado

pela parada provocada pelo des-

ligamento do sistema elétrico da

Região Nordeste em fevereiro),

Veículos Automotores (-6,3%), e

Celulose e Papel (-1,3%). Por outro

lado, registraram resultados posi-

tivos: Alimentos e Bebidas (7,5%,

aumento na produção de refrige-

rantes, cerveja e chope), Minerais

não-metálicos (5,5%) e Borracha

e Plástico (4,4%).

Queda em noVemBroNa comparação de novembro

de 2011 com igual mês do ano

anterior, a produção física da

indústria de transformação baia-

na apresentou queda de 3,9%

(contra uma queda de 2,9% da

média nacional). Apenas três

dos oito segmentos da Indústria

de Transformação registraram

crescimento da atividade, como

segue: Produtos Químicos/Petro-

químicos (20,9%, influenciado

pela maior produção de etileno

Veículos Automotores (-36,3%, re-

dução influenciada pela concessão

de férias coletivas em importante

empresa automobilística), Refino de

Petróleo e Prod. de Álcool (-28,1%,

decorrente da paralização técnica

parcial em unidade produtiva do

setor), Metalurgia Básica (-12,4%,

redução na fabricação de alumínio

não ligado em forma bruta e de bar-

ras e vergalhões de cobre), Celulose

e Papel (-8,5%, devido à redução da

produção de celulose) e Minerais

não-metálicos (-7,6%).

A queda na produção de pe-

troquímicos representou uma in-

fluência negativa para o agregado

da indústria de transformação da

Bahia, em virtude principalmente

da interrupção do fornecimento

de energia elétrica verificada em

fevereiro, comprometendo o resul-

tado do agregado na análise anua-

lizada. As quedas dos segmentos

de Metalurgia Básica e Veículos

Automotores também foram deter-

minantes para a redução da produ-

ção industrial do estado. Por outro

lado, a atividade dos segmentos

produtores de bens de consumo

tem-se mantido aquecida. [bi]

Brasil -2,9 0,3 0,4

amazonas 0,5 4,1 4,4

pará -6,7 -1,9 -1,4

ceará -6,8 -12,1 -11,9

pernambuco 1,9 -0,4 -0,4

Bahia -3,9 -4,5 -5,1

minas gerais 2,5 0,3 0,6

espírito santo -4,6 -5,0 -5,5

rio de janeiro -0,3 3,2 3,0

paraná 9,1 5,6 5,2

santa catarina -7,7 -4,6 -3,9

rio grande do sul -3,4 1,8 1,6

goiás 14,8 6,6 6,9

São Paulo -4,9 0,5 0,5

produção física por estados: indústria de transformação

Fonte IBGe; elaboração Fieb/SdI

estadOs varIação (%)

nOV11/ jan-nOV11/ dez10-nOV11/ nOV10 jan-nOV10 dez09-nOV10

não saturado, polietileno de alta

densidade, propeno não saturado

e benzeno, e pelo efeito da base de

comparação baixa, decorrente da

paralização parcial da produção

de importante empresa do setor

em novembro de 2010), Alimen-

tos e Bebidas (7,8%) e Borracha e

Plástico (5,8%).

No entanto, cinco segmentos

registraram queda na atividade:

JAN

JUL

FEV

MA

R

AB

R

MA

I

JUN

AGO

SET

OU

T

NO

V

DEZ

130

135

140

125

120

115

110

105

100

95

Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14); base = 100 (média 2002)

BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2009 - 2011)

2009

2011

2010

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�� Bahia Indústria

Parceria do SESI com empresa de conteúdos educativos disponibiliza material relacionado ao Enem via rede

internet a favor da educaçãopor carolina Mendonça Fotos João alvarez

Conquistar o emprego na

indústria pode ser a meta

de muitos jovens e adul-

tos. Mas e depois que se

chega lá? Se o objetivo é crescer

profissionalmente, é preciso apos-

tar em qualificação. A fim de con-

tribuir com o processo de forma-

ção dos industriários, o SESI-BA

vai oferecer acesso, pela internet,

a conteúdos didáticos preparató-

rios para o Exame Nacional do En-

sino Médio (Enem). A depender da

pontuação na prova (veja quadro

ao lado), o candidato poderá obter

o certificado de conclusão do En-

sino Médio e até concorrer a uma

bolsa de graduação em faculdades

privadas, por meio do Programa

Universidade para Todos (Prouni).

“O acesso aos conteúdos vai

contribuir na formação, dando

suporte ao desenvolvimento de

competências para um mundo em

constantes mudanças e alcance

de habilidades que transcendem

as capacidades técnicas, como a

atuação em grupo e a criatividade

para empreender mudanças, fo-

mentando a inovação em produ-

tos e processos”, afirma a gerente

de Educação do SESI, Cléssia Lobo de Morais, que

explica que o curso virtual também será disponibi-

lizado para alunos da unidade Djalma Pessoa, em

Piatã, a título de complementação dos conhecimen-

tos escolares.

Cléssia defende ainda que o curso é um esforço

para suprir carências no ensino básico de jovens e

adultos que tiveram a educação substituída pela ne-

cessidade de trabalhar, mas que precisam se preparar

para atender à demanda da indústria por trabalhado-

res qualificados. “O SESI já tinha uma boa atuação

na formação continuada, mas percebemos que era

preciso melhorar a qualidade em todos os níveis da

educação formal. E isso se dará também com o inves-

timento em diferentes espaços de aprendizagem.”

ParceriaO projeto SESI Enem é fruto de uma parceria com a

Abaís Conteúdos Educativos Produções Culturais, em-

presa responsável pelo portal Rede Educa (redeeduca.

com.br/novo), projeto idealizado pelo professor de

português Jorge Portugal. O site oferece um sistema de

ensino a distância por meio de aulas em vídeo. “Fun-

ciona como uma sala de aula, com a vantagem de que

as explanações dos professores podem ser assistidas

quantas vezes o aluno quiser”, conta Jorge Portugal.

O curso, que está previsto para ser oferecido a par-

tir de março, prevê 100 aulas e dura, em média, dez

meses. Mas, o tempo depende do ritmo de cada alu-

no, que pode precisar rever os vídeos para apreender

os conteúdos. A avaliação é realizada por uma equi-

pe pedagógica, que acompanha o

aproveitamento dos testes aplica-

dos também no portal.

“Há um controle de quantas ve-

zes o aluno acessou certos conteú-

dos e quais atividades realizou. A

interação com a ferramenta virtual

gera um relatório que vai permitir

ao SESI o acompanhamento deste

processo preparatório”, garante

a consultora pedagógica do Rede

Educa, Ana Cristina Nascimento.

Quanto a possíveis dificulda-

des dos trabalhadores em lidar

com computadores e internet, Ana

Cristina acredita que serão rapida-

mente superadas. Ela explica que

o site é simples e de fácil navega-

ção. “Feito o primeiro registro de

acesso, o participante terá uma

única senha, que utilizará sempre

que entrar no site.”

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Bahia Indústria  ��

O SESI vai distribuir 10 mil senhas de acesso a trabalhadores das indústrias

da capital e do interior interessados no projeto. As aulas em vídeo

contemplam conteúdos básicos (língua portuguesa, matemática, história e

geografia do Ensino Fundamental e Médio), trabalhados de forma

transversal com temas da atualidade. Os conteúdos do projeto possuem

uma ordem pré-estabelecida de alimentação no site Rede Educa. Com isso,

o processo preparatório para o Enem ocorrerá da seguinte forma:

segunda-feira > Postagem de Aula Inédita

terça-feira > Reprise e revisão da aula de segunda-feira

quarta-feira > Postagem de Aula Inédita

quinta-feira > Reprise e revisão da aula de quarta-feira

sexta-feira > Aplicação do quiz (teste) e prova semanal contendo os

assuntos estudados nas aulas postadas durante a semana.

sábado > Liberação do acesso intermitente das aulas inéditas da semana

domingo > Postagem do Programa Planeta Estudante na TV Web

Os estudantes poderão tirar dúvidas on-line, por meio de chat (espaço de

conversação com os professores) ou através de e-mail, além de solicitar

aulas extras com reforço para assuntos de maior dificuldade.

COmO Vai FunCiOnar jorge Portugal,

criador do

rede educa,

explica que o

portal funciona

como uma sala

de aula

Para obter o certificado de conclu-

são do Ensino Médio, o candida-

to (com idade a partir de 18 anos

completos) deve fazer o mínimo

de 400 pontos em cada uma das

áreas do conhecimento (ciências

da natureza e suas tecnologias;

ciências humanas e suas tecnolo-

gias; linguagens, códigos e suas

tecnologias; matemática e suas

tecnologias e redação) e 500 pon-

tos na redação.

Para concorrer às bolsas inte-

grais do Prouni, o candidato deve

ter renda familiar de até um sa-

lário mínimo e meio por pessoa.

Para as bolsas parciais (50%), a

renda familiar deve ser de até três

salários mínimos por pessoa.

FoNte: http://prouNIportal.mec.GoV.Br/

Certificado depende do desempenho

Cléssia lobo:

“suporte ao

desenvolvimen-

to de compe-

tências”

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30 Bahia Indústria

senai-ba seleciona profissionais

O SENAI Bahia está com

processo seletivo aberto

para preencher 180

vagas voltadas para as

equipes que irão atuar

nas ações da instituição

no âmbito do Programa

Nacional de Acesso ao

Ensino Médio e ao

Emprego (Pronatec) e da

Empresa Brasileira de

Pesquisa e Inovação

Industrial (Embrapii).

Para o Pronatec, serão

contratados cerca de 150

profissionais, entre

educadores, assistentes

administrativos e de

tecnologia da

informação, para iniciar

as atividades ainda no

mês de fevereiro. Já os 30

profissionais que atuarão

na Embrapii,

engenheiros com

mestrado e/ou

doutorado, começam a

trabalhar em março.

Para participar destes e

de outros processos

seletivos, os interessados

devem cadastrar seus

currículos na página

Trabalhe Conosco

(http://www.fieb.org.br/

trabalhe_conosco/),

lançada em janeiro pela

FIEB. O sistema de

cadastro de currículos,

disponibilizado no

portal da organização,

viabiliza a prospecção e

identificação de talentos

no mercado.

SENAI Dendezeiros oferece formação e capacitação em várias áreas, entre elas, a de confecção

joão alvarEz

Convênio de cooperação beneficia o interiorO SENAI está colocando sua expertise a serviço da Superintendência de Desenvolvimento

Industrial e Comercial (Sudic), da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (SICM),

para levar serviços tecnológicos e de qualificação a 15 municípios, graças a um convênio

que começa a ser executado em fevereiro. A gerente do SENAI Dendezeiros, Patrícia

Evangelista, explica que a entidade coloca a serviço da Sudic toda a sua tradição em

capacitação nas quatro áreas nas quais a unidade atua. Ela ressalta que a iniciativa vai

ao encontro dos objetivos do Sistema FIEB: “É uma excelente oportunidade de atingir o

objetivo de interiorização e de apoio tecnológico à indústria, ao promover a melhoria dos

processos e dos produtos”, afirma Patrícia Evangelista. Serão beneficiados os municípios

de Boa Nova, Itapetinga, Wanderley, Planaltino, Itiúba, Central, Tucano, Ribeira do

Pombal, Piritiba, Pedrão, Tapiramutá, Jacobina, Livramento de Nossa Senhora e

Itapitanga, que integram as unidades produtivas de alimentos, couro, calçados,

confecção, têxtil e vestuário e o polo moveleiro de Teixeira de Freitas.

recorde de inscritos para cursos técnicos Até 15 candidatos por vaga. Esta foi a concorrência registrada para a seleção dos Cursos

Técnicos do SENAI-BA 2012.1 no período de inscrições, encerrado no dia 30 de dezembro

do ano passado. O resultado é o melhor dos últimos processos seletivos realizados pela

instituição. Foram mais de 5 mil candidatos inscritos em 23 cursos, sendo que o de maior

procura foi o de Edificações (noturno), oferecido no SENAI Dendezeiros, seguido pelos de

Petróleo e Gás (matutino) e Segurança do Trabalho (noturno), oferecidos na unidade

Cetind, em Lauro de Freitas.

painel

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Bahia Indústria  31

joão alvarEz

Atividades de lazer e a oferta de práticas esportivas fazem parte da proposta do SESI Verão

lazer e esporte no sesi VerãoIndustriários e dependentes podem aproveitar os dias de sol do verão para participar

das atividades programadas no SESI Verão 2012. São ações de lazer, esportes, cultura e

entretenimento, desenvolvidas nas unidades da instituição em Salvador/Região

Metropolitana (Simões Filho e Itapagipe) e no interior do estado (Ilhéus, Feira de

Santana e Valença). Competições esportivas de futsal, vôlei de areia, atletismo, natação,

tênis de campo, dentre outras; oficinas de swing baiano, forró, jump e de teatro;

iniciação musical, dança; pintura e desenho; Caminhada do Bem-estar, baile de

Carnaval, luau e colônia de férias para crianças, são algumas das muitas atividades

previstas pelo SESI. A programação se estende até o final de março, à exceção de Ilhéus,

que conclui no final de fevereiro.

iel promove workshop sobre gestão da inovação Micro e pequenos

empresários industriais são

o público-alvo do workshop

Gestão da Inovação na

Indústria, que será

promovido pelo Instituto

Euvaldo Lodi (IEL), de 1º a 9

de fevereiro, em Salvador,

Vitória da Conquista,

Eunápolis e Teixeira de

Freitas. O projeto é uma

iniciativa da CNI, no

âmbito da Mobilização

Empresarial pela Inovação

(MEI) que, na Bahia, é

coordenado pelo IEL. O

objetivo é fomentar a

implantação de planos de

gestão da Inovação

por meio de ações de

capacitação e assessoria.

Os eventos abordarão

conceitos de inovação,

apresentação das etapas

dos projetos de gestão na

área e cases de empresas

locais com exemplos de

práticas bem sucedidas.

Os interessados devem

fazer as inscrições por

telefone ou por e-mail. Os

eventos são gratuitos e

acontecerão sempre das 18h

às 20h30.

Eunápolis: (73) 3281-7954/

Email: [email protected].

br; Teixeira de Freitas: (73)

3291-0621/ Email:

[email protected];

Vitória da Conquista: (73)

3291-0621/ E-mail: ielvca@

fieb.org.br; Salvador: (71)

3343-1288/ Email: iel.

[email protected]).

Cieb aumenta presença em Feira de santanaCom o objetivo de fomentar a competitividade e a sustentabilidade das empresas de Feira de

Santana e região, o Centro das Indústrias do Estado da Bahia (CIEB) vem intensificando sua

presença junto aos empresários locais. Em novembro, representantes do setor puderam

conhecer as linhas de crédito e serviços do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). Já

em janeiro, o CIEB coordenou visitas técnicas gratuitas em que foram oferecidas informações

sobre eficiência energética e o Programa de Eficiência Energética do SENAI. O serviço pode ser

solicitado por qualquer empresário do setor industrial que queira conhecer o projeto e realizar

consultorias técnicas na área. Se associado ao centro, o interessado poderá contratar o serviço

com 90% de desconto, por meio Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec), projeto do governo

federal conduzido pelo IEL na Bahia.

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3� Bahia Indústria

joão alvarEz

reposicionar a marca da empresa no mercado, investindo

em novos produtos de qualidade. Este era o objetivo da

Panure quando procurou o SENAI-BA para desenvolver

sua granola, a Granure. Entre a concepção da mistura de cere-

ais e a aprovação final dos sócios da panificadora foram seis

meses de trabalho, mas o resultado agradou: obteve-se uma

combinação de grãos, fibras, castanhas e frutas totalmente ve-

getal e com 0% de colesterol.

“É um produto bastante rico, com 11 itens, e mais saudável

do que alguns disponíveis no mercado, pois não utiliza qual-

quer tipo de gordura animal”, explica o engenheiro de alimen-

tos e coordenador do núcleo de Pesquisa Aplicada do SENAI

Dendezeiros, Silmar Nunes, responsável técnico pelo projeto.

A granola atendeu à necessidade da empresa de oferecer pro-

dutos que tivessem uma vida de prateleira mais longa, em mé-

dia seis meses. Além disso, a mistura de cereais segue uma ten-

dência de bem-estar e saúde que vem crescendo na sociedade.

“Baseados em pesquisas e experiências empíricas, chegamos à

conclusão de que o mercado consumidor encontrava-se aqueci-

do no ramo de produtos naturais, portanto, havia espaço para

a comercialização, mesmo com várias outras marcas no merca-

do”, conta um dos sócios da Panure, Natanael Bittencourt.

Além da granola, que começou a ser comercializada em de-

zembro, a panificadora vai produzir e comercializar separada-

mente os itens do mix, entre eles, aveia integral, gérmen de

trigo, uva passa, castanha de caju e semente de linhaça.

A mistura de cereais foi desenvolvida a partir das modali-

dades Otimização de Processos e Desenvolvimento de produ-

tos do Sibratec, projeto do Ministério de Ciência Tecnologia e

Inovação (MCTI) que disponibiliza recursos às indústrias baia-

nas visando agregar valor a produtos e processos. Coordenado

pela Gerência de Inovação e Projetos Especiais do Instituto

Euvaldo Lodi (IEL), oferece aos empresários soluções técnicas

e tecnológicas para que estes cresçam em competitividade no

mercado.

“Um dos pontos interessantes do Sibratec é que este permite

que micro, pequenos e médios empresários consigam obter o

suporte técnico e tecnológico de alta qualidade a custos bai-

xos, já que os projetos são subsidiados em até 90% pelo MCTI e

instituições parceiras”, explica a gerente de Inovação e Proje-

tos Especiais do IEL, Fabiana Carvalho. Para conhecer as mo-

dalidades do Sibratec na Bahia, acesse a página http://www.

fieb.org.br/iel/sibratec/index.html. [bi]

apoio à inovaçãoProjeto do SENaI amplia oferta de produtos de empresa panificadora

silmar nunes,

coordenador do núcleo

de Pesquisa aplicada

do senai, apresenta

granola desenvolvida

no laboratório

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Bahia Indústria  33

IDeIAs

por Heitor Ferrari MarbacK

A escassez dos recursos naturais,

o aquecimento global, o consumo

consciente e tantas outras situa-

ções relacionadas à sustentabili-

dade tornaram-se discussões fre-

quentes no mundo empresarial. A

adoção de processos sustentáveis

deixou de ser diferencial, passan-

do a ser incorporados por marcas

e produtos, uma questão de sobre-

vivência.

Empresas que investem em sus-

tentabilidade já ganham a prefe-

rência do consumidor. Segundo a

Pesquisa Responsabilidade Social

das Empresas – Percepção do Con-

sumidor Brasileiro, dos Institutos

Akatu e Ethos, de dezembro de

2010, dois em cada cinco brasilei-

ros (41%) já concordam pagar um

pouco mais por produtos de mar-

cas que tenham posturas susten-

táveis.

Para ser correta, do ponto de

vista ambiental, uma empresa pre-

cisa estar preocupada com todo o

processo produtivo. Inclusive com

embalagens e resíduos dos pro-

dutos pós-consumo. Não dá para

dizer que isso é uma moda. É ten-

dência. Em 2003, durante o evento

SPdesign, seis tendências para o

segmento de embalagens foram

apontadas. É bom relembrar:

tamanho• Cada vez mais os es-

paços serão reduzidos nas prate-

leiras, em função do aumento da

oferta de produtos concorrentes.

As embalagens se tornarão cada

vez menores. Assim, a diferencia-

ção passará a ser importante para

qualquer produto. Funcionalidade

Embalagens e sustentabilidade

e conveniência das embalagens

serão mais valorizadas.

embalagem global• Cada vez

mais as embalagens passarão a

ter menos palavras, utilizando

símbolos e figuras universais para

auxiliar na fixação da imagem dos

produtos em qualquer parte do

mundo. Com a globalização dos

mercados, as embalagens também

passam a ser globais.

holografia• Já acontece nos

EUA e no Japão e deverá passar

a ser também uma realidade pa-

ra outros países, principalmente

quando se trata de produtos com

elevado valor agregado. Funciona

também no combate à pirataria.

embalagem que “fala”• Em

breve, boa parte das embalagens

ao ser aberta deverá “falar” ao

cliente informações sobre o pro-

duto. Já são encontrados hoje no

mercado embalagens que trazem

indicadores de tempo e tempera-

tura (TTI).

embalagem ecológica• Com o

crescimento da consciência ecoló-

gica, a produção de embalagens

recicláveis e recicladas, de refis e

de embalagens que após descar-

tadas ocupem menos espaço nos

aterros sanitários passa a ser uma

realidade.

embalagem autodestrutível• A

engenharia de materiais terá gran-

des avanços no sentido de ofertar,

dentro de pouco tempo, materiais

que possam consolidar desta ten-

dência.

heitor Ferrari marback, mestre em administração estratégica e especialista em marketing, é professor assistente da Faculdade de tecnologia senai cimatec e trabalha no núcleo de gestão da Produção, Logística e Qualidade

Para ser correta do ponto de vista ambiental uma empresa precisa estar preocupada comtodo o processo produtivo

“Das seis tendências apontadas,

duas estão diretamente ligadas às

questões ambientais. Portanto, é

fundamental que a sua empresa re-

pense todo o tempo sobre essa situ-

ação. Seja por consciência ambien-

tal, seja por exigência legal. A Po-

lítica Nacional de Resíduos Sólidos

já é uma realidade e regulamenta

a destinação pós-consumo de em-

balagens e resíduos de alguns seto-

res da indústria brasileira (pneus,

lâmpadas, lubrificantes, agrotóxi-

cos, pilhas e baterias). Enquanto a

logística tradicional trata do fluxo

dos produtos fábrica x cliente, a

logística reversa trata do retorno

de produtos, materiais e peças do

consumidor final ao processo pro-

dutivo da empresa.

É provável que em pouco tempo

as regras devam envolver outros se-

tores produtivos. Para onde vão as

embalagens dos seus produtos de-

pois do consumo? Em que medida

elas agridem ao meio ambiente? A

logística reversa já é uma realidade.

Não é apenas um diferencial. [bi]

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livros

leitura&entretenimento

Bahia Indústria 3�

O Culto do amador Por mais mal-informado que seja, qualquer

pessoa pode criar um blog, postar vídeos

no YouTube ou alterar informações na

Wikipédia e tudo de forma anônima. O que

põe em dúvida a confiabilidade da

informação. Com isso a distinção entre

especialista e amador torna-se cada vez

mais ambígua. Oferecendo soluções

concretas que permitiriam frear a

atmosfera inconsequente e narcisista da

web, O Culto do Amador é um alerta

dirigido a cada um de nós.

um Velório muito estranhoCom direção de Fernando Marinho, protagonista da recente

montagem Camila Baker, trata-se de um espetáculo com muito

humor e citações que fazem referência a algumas

personalidades do mundo atual. O texto de Um Velório Muito

Estranho explora o universo de uma Bahia engraçada em seus

jargões e gírias, misturando ficção e realidade com críticas

inteligentes e um jeito inusitado de enfrentar a vida. Na

história, a governanta Soledad descobre que a matriarca está

morta. A partir daí ,a trama se desenrola em torno dos

preparativos do velório que toma um rumo inusitado e diferente

de tudo o que se esperaria de uma cerimônia fúnebre.

Comportamento humanoQuanto um CEO pode realmente afetar o

desempenho de uma empresa? Salários

mais altos fazem as pessoas trabalharem

mais e com maior dedicação? Se você acha

que as respostas a essas perguntas são uma

questão de bom senso, pense novamente.

Duncan Watts mostra neste livro que as

explicações para o que observamos na vida

são menos úteis do que parecem e

conspiram para nos fazer acreditar que

entendemos mais sobre o comportamento

humano do que de fato entendemos.

O Culto do Amador - Como Blogs, Myspace, Youtube e a Pirataria Digital Estão Destruindo Nossa Economia Cultura e ValoresKeen, andrew, editora jorge Zahar, 208p. R$ 42

Tudo É Óbvio - Quando Você Sabe a Respostaduncan j. Watts, editora paz e terra, 328p. R$ 31,90

DIvulGação

CESar vIlaS BoaS/DIvulGação

quem Pode, PódioAtravés de 30 trabalhos do cartunista Nildão, a Caixa

Cultural apresenta o trabalho do artista ao longo de sua

carreira nos jornais baianos. Originada e partir do livro

homônimo, a exposição conta com cartuns atemporais e de

um colorido marcante, o que marca as obras. Entre os

diversos temas, a noite é quem tem mais destaque, sempre

acompanhada dos astros e estrelas, envolvida em inusitadas

situações. O objetivo de Nildão é estimular o riso, refinar

sensibilidades e deixar o visitante mais suave diante das

incertezas humanas.

não percA Visitação de ter. a dom., 9h às 18h, na Caixa Cultural Salvador, até 4 de março. Entrada gratuita, livre. Informações: (71) 3241-4200.

não percA Teatro SESC Casa do Comércio, toda sexta-feira, até 23 de março. R$ 50 (inteira) e R$25 (meia). Mais informações: (71) 3273-8543

teatro

exposição

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