3Super Saudável

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A Revista Super Saudável é uma

publicação da Yakult SA Indústria

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ÍndiceMedicina Esportivabeneficia atletase pessoas comunsProfissionais ajudam aamenizar os impactos eaumentar a performance

Páginas 8 e 9

Probióticos auxiliamadultos e crianças aviver com mais saúdeBenefícios incluem proteçãocontra o desenvolvimentode células cancerígenas

Páginas 10 e 11

Inúmeros estudosdemonstram açãoda cepa casei ShirotaFinalidade das pesquisas écomprovar de que forma abactéria protege o organismo

Páginas 12 a 14

Ginástica Holísticaauxilia em problemasposturais e estéticosTécnica criada há 101 anoscolabora para a prevençãode enfermidades articulares

Páginas 24 e 25

Saúde da peletambém precisaser levada a sérioMudanças climáticasfavorecem o aumentodos riscos de problemas

Páginas 30 a 32

EspecialO professorFranco Lajoloexplica porqueos alimentosfuncionais devemser consideradosimportantesaliados da saúde

Páginas 18 a 21

A cidade serrana de Petrópolis, no Rio de Janeiro, é umconvite a uma volta aos tempos do Império, com paláciose igrejas construídos para a Família Real Portuguesa

Páginas 28 e 29

Turismo

SaúdeA dieta vegetariana, muitasvezes associada a umaalimentação mais saudável,precisa ser avaliada comcuidado para não causardeficiências no organismo

Páginas 15 a 17

Matéria de capaEspecialistas alertammédicos e pacientesa ficarem mais atentosà tontura e à vertigem,porque o que pareceum simples mal-estarpode ser sintoma dedoenças graves, inclusivetumores e lesões cerebraisPáginas 4 a 7

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ CapaAnamn no diag O que parece um s graves e precisa s Por Martha Alves

Nos dicionários de LínguaPortuguesa, as palavras tontura evertigem são identificadas comosinônimos e, na maioria das vezes,utilizadas de forma indistinta. Doponto de vista médico, tontura outonteira se refere a um mal-estar comfraqueza, turvação visual e, inclusive,sensação de pré-síncope. O problemapode surgir em situações fisiológicasde cansaço exagerado, exposiçãoa forte calor e jejum prolongado. Isso,necessariamente, não indica umadoença, e a restauração da normalidadefisiológica é suficiente para eliminaro sintoma em poucos minutos. Avertigem é uma falsa sensação demovimento ou de rotação e, geralmente,vem acompanhada por náusea e perdado equilíbrio. A sensação pode durarapenas alguns instantes ou persistirpor horas e dias e, algumas vezes, oindivíduo tem uma melhora ao sedeitar e permanecer imóvel. Oproblema também pode ter relaçãocom condições que incluem infecçõesbacterianas ou virais, tumores, pressãoanormal, inflamação de nervos ouexposição a substâncias tóxicas. Asduas sensações são indicativas dealguma anormalidade no organismo e,independentemente de serem agudas

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ese é fundamentalnóstico da vertigem imples mal-estar pode ser sinal de doenças er investigado com precisão pelos médicos

Abrão Cury Junior

ou crônicas, devem ser rapidamenteinvestigadas pelos médicos.

O diretor da Sociedade Brasileirade Clínica Médica (SBCM), AbrãoCury Junior, médico assistente daUniversidade Federal de São Paulo -Escola Paulista de Medicina (Unifesp-EPM) e cardiologista do Hospital doCoração (Hcor), defende que a tonturaou vertigem pode estar relacionada avárias situações clínicas e que somentecom uma anamnese bem feita é possívelidentificar as causas e determinar anecessidade de exames mais sofisticados.Cury Junior enfatiza que a sensaçãopode estar relacionada à falta dealimentação adequada, a noitesmaldormidas ou à atividade físicaintensa, mas também pode ser sintomade doenças sérias, como alteraçãohiperglicêmica ou hipoglicêmica,arritmia cardíaca com redução deoferta de oxigênio no cérebro atravésda diminuição do fluxo sangüíneocerebral, doenças do labirinto, tumores,lesões no cérebro, isquemia cerebralprovocada por doença arterial dascarótidas ou artérias vertebrais, emboliascerebrais, alterações metabólicas elesões do cerebelo. “A Medicina hojeé extremamente cara na utilização dosrecursos tecnológicos, em especial os

exames para diagnóstico por imagem.Por isso é preciso valorizar a consultaclínica, porque na maioria das vezesé isso que vai esclarecer as causasdo problema e orientar a conduta deinvestigação e tratamento”, ressalta oespecialista.

Para a médica Cristiana BorgesPereira, neurologista responsávelpelos ambulatórios de Vertigem doHospital das Clínicas da Faculdadede Medicina da Universidade de SãoPaulo (HC-FMUSP) e do Hospital doServidor Público Estadual, o primeiropasso para o diagnóstico das causas datontura ou da vertigem é uma conversacriteriosa com o paciente. “O históricoé muito importante e isso vale para todaa Medicina, inclusive nos casos devertigem, em que a sensação é muitodesagradável para o doente e, muitasvezes, os vários exames complementaresapontam resultado normal”, explica.Segundo o neurologista MauriceVincent, chefe do serviço de Neurologiae professor adjunto da Faculdade deMedicina da Universidade Federal doRio de Janeiro (HUCFF-UFRJ), nuncamenosprezar as queixas dos pacientese procurar compreendê-los é umavirtude necessária à interpretação dequalquer sintoma, mesmo que pareça

uma simples vertigem. O especialistaalerta que o fato de as tonturas nãocorresponderem freqüentementea doenças graves tem induzido osmédicos à possibilidade de diagnósticosbenignos muito rapidamente, o quepode fazer com que não peçamexames mais precisos.

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Problemas em criança

A vertigem ou tontura tem sidonegligenciada quanto à sua importânciaclínica em crianças e adolescentes, ea prevalência vem sendo subestimadapelos médicos. A afirmação é deRubens Wajnsztejn, professor dadisciplina de Neurologia da Faculdadede Medicina do ABC (FMABC),ao afirmar que isso ocorre devidoà complexidade necessária parareconhecer os sintomas, avaliar eclassificar a vertigem ou tonturana infância, especialmente porquea população infantil tem dificuldadepara descrever o problema. Alémdisso, a sensação é difícil de seridentificada pelos pais e porprofissionais de saúde, inclusivepediatras, otorrinolaringologistas eneurologistas. A sensação pode serdesencadeada por diversos fatores,desde infecções e intoxicações poringestão de algum produto até problemasdo sistema nervoso e labirintopatias.

O médico lembra que é importanteo emprego da semiotécnica apuradapara a realização do diagnóstico devertigem ou tonteira, e procedimentosde neuroimagem e exames auditivosespecíficos, como a audiometria,também podem ser necessários emalguns casos. “A história e o examefísico são mais importantes do quequalquer exame complementar paraa análise de pacientes com vertigemou tontura”, enfatiza Maurice Vincent.O neurologista ressalta que a idade deaparecimento e a evolução dos sintomas,o caráter paroxístico ou contínuo,a presença ou não de zumbidos e dedeficiências auditivas, a concomitânciade outros sinais neurológicos e amanobra de Dix-Hallpike – na qualo médico pede ao paciente que faça omovimento para desencadear a crise,sem a necessidade de qualquerequipamento – podem ser de extremaimportância para o diagnóstico.

Maurice Vincent acredita queficar cinco minutos com um médico,depois de seis ou sete exames feitos

por diferentes profissionais, poucopoderá ajudar quem sofre de vertigem,porque o histórico e o exame físicosão mais importantes. “A históriainadequada não é passível desubstituição por exames complementaresou procedimentos diversos e estarealidade é verdadeira para praticamentetodas as queixas, e não somente avertigem”, defende. A professora titularde Otorrinolaringologia da Faculdadede Medicina do ABC (FMABC),Priscila Bogar Rapoport, reforça que atontura é como uma dor de cabeça, quetem milhares de razões para acometero paciente, e determinar esse sintomaapenas como causa de labirintite émuito genérico. A professora explicaque as crises podem acontecerabruptamente, e, nos segundos ouminutos de duração, a pessoa tem asensação de que vai morrer. “Depoisdessa sensação, se o especialista apenasprescrever um medicamento vai deixaro indivíduo ainda mais fragilizado.Os pacientes, especialmente osidosos, são carentes de atenção e osmédicos precisam conversar paraobter um melhor diagnóstico e paratranqüilizar sobre o problema”, orienta.

Cristiana Borges Pereira

Priscila Bogar Rapoport

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Idosos são asprincipais vítimas

Dados da literatura médicaindicam que até um quarto dapopulação do planeta poderáexperimentar a Vertigem PosicionalParoxística Benigna (VPPB) emalgum momento da vida, em especialos idosos. Distúrbio comum no qual avertigem se inicia subitamente e podedurar segundos, a VPPB é provocadapelos otólitos que se descolamda mácula do utrícolo e caem naendolinfa do canal semicircular. Acada movimento da cabeça, essescristais flutuam na endolinfa e levama uma deflexão anormal da cúpulasituada no canal semicircular,provocando episódios de tontura. Osintoma atinge mais os idosos acimade 60 anos e é responsável por cercade 20% a 25% dos casos atendidosem ambulatórios especializados emvertigem, segundo Cristiana Pereira,da FMUSP. O diagnóstico pode serconfirmado pela simples manobrade Dix-Hallpike e, no tratamento, omédico ensina ao paciente manobrasde reposição ou liberação que visamlevar os otólitos de volta para o local,sem o uso de medicamentos e demaneira eficaz. Mesmo com otratamento, a médica diz que a VPPBtem um grande número de recorrência –que varia de 20% por um período deum ano e 45% em seis meses. “Dápara tratar a recorrência com os mesmosexercícios, que o paciente pode fazerem casa”, orienta. A tontura em idosostambém pode estar relacionada aproblemas múltiplos que agemjuntamente com a síndrome geriátrica,além de outros fatores como ansiedade,depressão e doenças cardiovasculares.A tese foi confirmada em um estudode Yale, publicado no Annals ofInternal Medicine.

são subestimadoss e adolescentes

Rubens Wajnsztejn defende que,para um bom diagnóstico da tonturaou vertigem, é necessário exame físicogeral, medição da pressão arterial, exameneurológico geral e dos nervos cranianos,de campos visuais e do nistagmoinduzido. Também é importante arealização de uma série de exames,entre eles os otorrinolaringológicoe otoneurológico, investigaçãoaudiológica básica (audiometria tonal,vocal e imitanciometria), investigaçãoaudiológica avançada (otoemissões,totoemissões, audiometria de altasfreqüências e potenciais evocadosauditivos) e equilibriometria (pesquisado equilíbrio estático dinâmico e todasas provas do exame vestibular). “Éimportante a pesquisa diagnóstica demanifestações sindrômica e etiológicanos distúrbios da comunicação, alémde avaliação da criança por uma equipemultidisciplinar para estabelecer aconduta terapêutica correta”, ressalta.

Rubens Wajnsztejn

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Proteção para atletas p ■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Medicina do Esporte

O coração de um atleta chega abombear 42 litros de sangue por minutoenquanto uma pessoa comum mantéma média de 20 litros, e o esporte leva oser humano a desafiar, a todo momento,os limites do próprio corpo em busca denovos títulos e recordes. Em época deOlimpíada, a superação representa umpasso à frente em direção ao pódio ecresce a expectativa sobre o que osatletas ainda são capazes de fazer. Mastodas essas demonstrações e habilidadesfísicas não refletem uma condição desaúde perfeita – idéia muitas vezesassociada ao esporte. Pelo contrário,os competidores trabalham no ritmomáximo da capacidade e estão,conseqüentemente, mais expostos ariscos de lesões e doenças. Na vésperade provas importantes, o problemaé ainda mais grave por causa doovertrainning (excesso de treinamento)e overuse (desgaste pelo empregorepetido de determinada articulação oumúsculo). Para amenizar os impactosda atividade e aumentar a performance,é fundamental o acompanhamentodo atleta por profissionais ligados àMedicina do Esporte.

A especialidade é antiga no Brasil –foi regulamentada em 1939 – e, segundodados da Sociedade Brasileira deMedicina do Esporte (SBME), hoje hácerca de 400 médicos com o título noPaís. A atuação desse especialista podefazer toda a diferença não só na horade alcançar a linha de chegada, comotambém na recuperação após as provas,fator determinante para o futuro doatleta. “Cabe ao médico do esportezelar pelo atleta e fazer testes diagnósticospara avaliar e determinar a condição

física, para programar a intensidadede cada fase do treino da forma maissaudável possível, protegendo-o contradoenças e lesões”, afirma o presidenteda SBME, Ricardo Munir Nahas. Astendinites, fraturas por estresse e lesõescondrais são os problemas mais comunsassociados ao overuse; e o overtrainningpode provocar, entre outros, alteraçõeshormonais, distúrbios do sistemanervoso e anemia.

“Esporte de alto rendimento nãopromove a saúde; o atleta precisade uma equipe de especialistas paramaximizar sua segurança. Atividade

física sim é o passaporte para a saúde”,sentencia Victor Matsudo, um dosmaiores especialistas em Medicina doEsporte do Brasil, membro do Comitêde Nutrição Esportiva do ComitêOlímpico Internacional e presidentedo Centro de Estudos do Laboratóriode Aptidão Física de São Caetano do Sul(Celafiscs). O médico explica que, nosúltimos anos, a área ganhou dimensãode Ciência do Esporte, e engloba otrabalho de diversos profissionaisalém do médico, como fisiologistas,nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogose até pesquisadores de biomecânica –

Por Yannik D´Elboux

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rofissionais e amadores

para estudar as melhores formas deexecução de cada exercício – comintuito de aprimorar a performancedos atletas sem agredir o corpo.

Apesar de invisível aos olhos dequem assiste às disputas, os efeitos daaplicação da Ciência do Esporte têmse tornado evidentes nos últimos anos.O desempenho surpreendente do nadadoraustraliano Ian Thorpe, apelidado deTorpedo, na Olimpíada de Sydneyem 2000, demonstra a capacidade deresistência que o atleta pode alcançar.Ganhador de cinco medalhas nacompetição, Thorpe venceu a provados 400 metros nado livre quebrandoseu próprio recorde, e apenas uma horadepois entrou na piscina novamentepara disputar o revezamento 4x100m damodalidade, quando também conquistouo primeiro lugar. Nas semanas queantecederam as competições, oaustraliano nadava em média 80quilômetros por semana. Mas omédico Victor Matsudo ressalta quea performance do atleta não depende

apenas da intensidade do treino. “Nãoé preciso treinar mais para vencer, massim melhor e, para isso, existe a Ciênciado Esporte”, resume.

Amadores – O trabalho do médicodo esporte não se restringe aos atletasprofissionais. A função desse especialistaé orientar a todos que buscam benefíciosno movimento, avaliando o que oexercício pode produzir no indivíduopara orientá-lo quanto à melhor práticade acordo com o seu condicionamentofísico. Mas nem sempre os atletasamadores ou crianças e adolescentes que

O Brasil é um dos países mais desenvolvidos em Medicina do Esporte e ostrabalhos dos profissionais da área costumam se destacar nos congressos emtodo o mundo. Para os médicos interessados em obter o título da especialidade, épreciso preencher alguns critérios e se submeter à prova da Sociedade Brasileirade Medicina do Esporte, realizada anualmente. O próximo exame acontece dia 21de outubro, durante o congresso da Sociedade de Medicina do Esporte do Rio deJaneiro, em Petrópolis. Para se inscrever, o médico deve ser formado no mínimohá dois anos e comprovar atuação na área de esporte há pelo menos um ano. Osinteressados em mais informações podem ligar para o telefone (11) 3106-7544.

Prova para título de especialista será em outubro

praticam alguma atividade esportiva têmo suporte de um especialista e, por isso,acabam no consultório de outros médicos.Nesse caso, Ricardo Nahas diz que osprofissionais devem fazer uma avaliaçãogeral do aparelho locomotor do paciente,solicitar o teste ergométrico – depreferência o ergoespirométrico(com consumo direto de oxigênio) –e exames de sangue para verificarcolesterol, glicemia (em jejum) eanemias, entre outros exames, queprecisam ser repetidos a cada ano paraaqueles que fazem atividade físicaregularmente. O presidente da SBMEtambém lembra que é comum os paisdepositarem uma expectativa exageradanos filhos atletas e deixarem de ladoos aspectos saudáveis do esporte. Poresse motivo, os médicos precisamficar atentos aos sinais de fadiga,irritabilidade, insônia, perda de apetitee desatenção, porque podem indicarovertrainning. “Um erro comumquando há perda de performance éaumentar o treino, quando na realidadeé necessário o contrário; nesse caso, omédico deve recomendar o repouso”,orienta.

Ricardo Munir Nahas

Victor Matsudo

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Probióticos

Muito se tem falado nos últimosanos sobre probióticos, mas boa partedos profissionais da área médica aindatem dúvidas sobre a ação benéfica queessas bactérias podem produzir noorganismo. O primeiro pesquisador aavaliar a importância de microrganismosvivos para a saúde da microbiotaintestinal foi William Heinemann

O importante papel d alimentos probióticospara manter a saúde

Por Adenilde Bringel

Metchnikoff, que em 1907 publicouuma coleção de ensaios sobre indivíduosque ingeriam iogurte diariamente,denominado ‘A prolongação da vida.Estudos Otimistas’. Metchnikoffacreditava que a putrefação de bactériasproteolíticas no intestino grossoprovocava auto-intoxicação e esteefeito perigoso à saúde poderia serevitado com a ingestão de alimentoscom bactérias produtoras de ácidolático. Por isso, passou a ingerir iogurtetodos os dias, o que fez com que ohábito ganhasse popularidade entreos europeus do começo do século XX.

Embora essa seja a origem do campoatual de probióticos, foi somente em1965 que o termo foi usado pela primeiravez, por Lilly & Stillwell, pesquisadoresque publicaram um artigo sobre asimbiose de dois protozoários. Desdeentão, muitos pesquisadores evoluíramna definição de probióticos. Em 1974,R. B. Parker usou o termo para indicarorganismos e substâncias que contribuempara o equilíbrio da microbiotaintestinal. Em 1989, Fuller contestoua definição e propôs que o probióticofosse considerado ‘suplementoalimentar microbiano vivo que afetabeneficamente o animal hospedeiromelhorando o equilíbrio intestinal’.

Posteriormente, outros pesquisadoressugeriram que os probióticos nãodeviam ser limitados a organismosbenéficos à microbiota intestinal, mastambém à flora vaginal e respiratória.Os estudos sobre o assunto continuam,principalmente na Europa e no Japão,e novas descobertas devem continuaracontecendo.

Independentemente de novasdefinições que possam surgir, háconsenso entre os cientistas deque os alimentos probióticos sãocompostos de um número suficientede microrganismos vivos capazes desobreviver ao trânsito gastrintestinale chegar em grande quantidade paracolonizar a flora natural do intestino,onde exercem um efeito protetor nometabolismo humano. “Os alimentosprobióticos têm várias funções, euma delas é reduzir a concentraçãode colesterol circulante, diminuindoo risco de doenças cardiovasculares”,enfatiza a médica especialista emNutrologia Jane Corona, membro daAcademia de Ciências de Nova Iorquee da American Association for theAdvancement of Science. A nutrólogaressalta, ainda, que isso aconteceporque as bactérias probióticas têm acapacidade de desconjugar os ácidos

Jane Corona

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os

biliares e se ligar ao colesterol,aumentando a excreção pelas fezes.Além disso, os probióticos têm sidoconsiderados armas efetivas para aprevenção de doenças, em especialas infecciosas, porque controlam ocrescimento das bactérias patogênicas,de vírus e de fungos, e promovem aestabilização do ambiente intestinal.

“Esses microrganismos podemser efetivos para controlar patógenosentéricos como Salmonela, Shigella,Clostridium, Campilobacter, E. coli e

Rotavirus, e dão proteção tambémcontra patógenos urogenitais comoGardenerella, Candida e Chlamydia”,argumenta. A médica Jane Coronaexplica que quando um antígenoentra no organismo através da rotaoral, a primeira resposta imune quegeralmente ocorre é a tolerância oralatravés dos linfócitos intraepiteliaisda mucosa intestinal. O sistema imuneda mucosa contém precursores delinfócitos B sintetizantes de IgA elinfócitos T imunomodulatórios que

Segundo a médica JaneCorona, entre os inúmerosbenefícios atribuídos ao uso deprobióticos está a diminuição demetabólitos pró-cancerígenos nocólon, o que pode significar umaimportante proteção para evitaro desenvolvimento da doença.Além disso, estudos comprovamque a ação dos microrganismosvivos diminui a freqüência e aduração de diarréia associadaao uso de antibióticos, estimulaa imunidade humoral e celular,reduz a concentração decolesterol e triglicerídeos noplasma e melhora a digestãoda lactose, a constipação e ossintomas da Síndrome do CólonIrritável. “Condições crônicas dedoenças podem ser eliminadasquando se restaura a saúde damucosa intestinal. Por esse motivo,o primeiro passo para a manutençãoda saúde do organismo é aumentaro consumo de alimentos probióticoscapazes de restabelecer a microbiotaintestinal”, orienta a médica.

Benefícios incluemproteção ao câncer

irão determinar se desenvolvemtolerância oral ou uma forte respostaimune. Uma das principais respostasda imunidade da mucosa intestinalé a resposta imunológica humorale a produção de IgA, e os probióticosse mostram capazes de aumentar aprodução de IgA (resposta humoral)e a produção de citoquinas. “Talvez omais intrigante aspecto da modulaçãoprobiótica no sistema imune seja seuefeito na produção de citoquinas”,ressalta a especialista.

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Lactobacillus casei Shirota

O primeiro cientista a descobriras bactérias no organismo humanofoi o holandês Antony van Leeuenhock,que trabalhava em um microscópiodesenvolvido por ele mesmo eobservava microrganismos em materiaisambientais como a água da chuva e acrosta dos dentes. Em 1674, o cientistaapresentou as primeiras conclusões aoRoyal Society de Londres e, a partir

Lactobacilos são pesq Por Adenilde Bringel

daí, começou a ciência da bacteriologia.Hoje, já está comprovado que trilhõesde microrganismos habitam o corpohumano – em especial as mucosas –e a maior parte dessas bactérias vivena microbiota intestinal, formadapor cerca de 100 trilhões dessespequenos seres, que atuam noprocesso de digestão, absorção esíntese de vitaminas. A ciência já

demonstrou, também, que as bactériasintestinais convivem em harmoniae são responsáveis pela imunidadeintestinal e, conseqüentemente,pela saúde geral do organismo.

A importância da microbiotaintestinal para a manutenção da saúdefoi comprovada no fim do século XIX,quando microbiologistas verificaramque havia diferença entre a microflora

A preocupação com a saúde intestinal da população jap a ação das bactérias do ácido lático presentes na micro

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uisados há 74 anos

residente no intestino de pessoassaudáveis e doentes. Entretanto, essaimunidade pode estar abalada quandohá grande quantidade de bactériaspatogênicas no intestino, o que podelevar a inúmeras doenças. Para evitarque a microbiota intestinal sofra oataque de patógenos, cientistasestudam, em várias partes do mundo –principalmente no Japão – a ação demicrorganismos probióticos que, aoser ingeridos, ultrapassam a barreirado aparelho digestório e chegam vivosao intestino. Mais do que ajudar arepovoar a microbiota com bactériasbenéficas, os cientistas têm demonstrado,por meio de dezenas de estudosclínicos, que os microrganismosvivos realmente ajudam a aumentara imunidade do organismo e protegemcontra inúmeras doenças, inclusiveo câncer.

Uma das bactérias mais estudadasé o Lactobacillus casei Shirota, isoladodo intestino humano em 1930 pelocientista japonês Minoru Shirotae utilizado como base para o leitefermentado Yakult. No InstitutoCentral de Pesquisas Microbiológicasda empresa, no Japão, já foramdesenvolvidos intensivos estudospara investigar a microbiota intestinalcom objetivo de avaliar o relacionamentocom a fisiologia. Os experimentos jádemonstraram que a cepa Lactobacilluscasei Shirota desempenha importantepapel na manutenção do balanço

Muitas propriedades doLactobacillus casei Shirota foramexaminadas antes que seu usoprobiótico e industrial para a produçãohumana pudesse ser considerado.Os cientistas desenvolveram váriosestudos in vitro e conseguiramdemonstrar que a viabilidade da cepano intestino, após a administraçãooral, tem implicações importantesquando se avaliam os efeitosbiológicos. Os pesquisadoresafirmam que a habilidade de ummicrorganismo para utilizarcarboidratos é um indicador básicopara a avaliação da atividadeproliferativa. Por isso, foramestudados monossacarídeos(pentoses e hexoses), oligossacarídeos(dissacarídeos, trissacarídeos etetrassacarídeos), alcoóis do açúcare glicosídeos. Para determinar aviabilidade do Lactobacillus caseiShirota no suco gástrico foi feitacultura do organismo em sucogástrico artificial, suplementando omeio de cultura líquido padrão comácido clorídrico e pepsina. A bactériasobreviveu ao suco gástrico artificialcom um pH de 2,7, enquanto outrosmicrorganismos do ácido láticousados para derivados de leitemostraram diminuição de contagemde células viáveis mesmo ao pH 3,0.

imunológico, através da influênciadas respostas imunes intestinais, e queapresenta um efeito protetor contra ainfecção causada pela E. coli 0157, quepode, inclusive, parar o funcionamentodos rins. Em uma pesquisa feita comcoelhos lactentes, os cientistas registraramuma significativa diferença no pesocorporal do grupo que recebeu acepa Lactobacillus casei Shirotaantes de ser infectado com a E. coli,em comparação ao segundo grupo.

Outro experimento comparou ostítulos de IgA intestinal contra doistipos de toxina Vero (toxinas 1 e 2)entre animais com e sem a administraçãode Lactobacillus casei Shirota. Nestapesquisa, os animais que não receberama cepa tinham duas vezes mais títulosde IgA contra a toxina 1 e de quatro acinco vezes mais títulos de IgA contraa toxina 2. Os animais que receberam acepa também apresentaram um aumentode títulos de IgA contra a bactériaE. coli 0157. Os cientistas comprovaramos resultados por meio de examemicroscópico dos intestinos delgado egrosso dos animais após a administraçãooral da bactéria. Em relação ao câncer,a administração oral do Lactobacilluscasei Shirota se mostrou eficaz contratumores de bexiga e metástases hepáticasinduzidos em ratos de laboratório. Acepa demonstrou capacidade de inibira carcinogênese química na bexiga decamundongos e de aumentar a atividademutagênica em seres humanos.

■ ■ ■Fique sabendo

onesa levou o cientista Minoru Shirota a estudar biota humana e isolar a cepa investigada até hoje

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Depois de realizar estudos comanimais, que demonstraram resultadosimportantes em relação à atividadeantitumoral do Lactobacillus caseiShirota, os cientistas passaram ainvestigar a participação das bactériaspara a proteção contra alguns tiposde câncer, em especial de bexiga e decólon, por meio de estudos clínicos.Em 2001, um grupo formado porpesquisadores de várias instituiçõesde saúde do Japão, entre elas a Schoolof Health Sciences and Nursing daUniversidade de Tóquio – uma das maisconceituadas do mundo –, publicouestudo caso-controle realizado entre1997 e 1998 para verificar a ação dosLactobacillus casei Shirota em relaçãoao risco de câncer de bexiga. Os cientistasavaliaram 180 pacientes, com idademédia de 67 anos, selecionados de setehospitais do país – com diagnósticode câncer nos últimos três anos e ocarcinoma de células transicionaisconfirmado histologicamente – e 445controles compatíveis em sexo eidade, selecionados entre a população.

Os pesquisadores constataram,como mecanismos sugeridos comoresponsáveis pelos efeitos antitumoraisdos lactobacilos, especialmente osLactobacillus casei Shirota, a inibiçãoda atividade das enzimas relacionadasà carcinogênese e produzidas pelasbactérias intestinais; a ligação depirolisatos mutagênicos potentesaos corpos celulares; a supressão,na urina, da atividade mutagênicaderivada dos alimentos; e aimunomodulação. Segundo asconclusões, a imunomodulaçãocausada pelas bactérias casei Shirota

Ensaios clínicos comprovameficácia contra o câncer

poderia reforçar o sistema imunológicopor meio da estimulação de macrófagospara produção de IL-12 que, por suavez, estimulariam os linfócitos Tauxiliares a se diferenciar, produzirinterferon-gama (IFN-δ) e promover aimunidade celular contra as célulastumorais. “Os resultados das análisesconfirmatórias sugeriram fortemente queos Lactobacillus casei Shirota reduzemo risco de câncer de bexiga”, afirmamno resultado final do experimento.

Um outro estudo desenvolvido de1993 a 2002 e coordenado pelo professorHideki Ishikawa, da Faculdade deMedicina de Hyôgo, envolveu 400pacientes que manifestavam mais dedois tumores de intestino grosso. Noensaio, os pacientes foram divididosem quatro grupos e ingeriram,respectivamente, farelo de trigo ricoem fibras vegetais, lactobacilos, osdois produtos, e apenas a dieta alimentar.A cada dois anos os médicos realizavamcolonoscopia para verificar a presençaou não de tumores. Enquanto no grupoque ingeriu Lactobacillus casei Shirotahouve redução de 2/3 na evolução doestado pré-cancerígeno de tumores dealta malignidade, no grupo do farelode trigo não se constatou resultadopreventivo significativo. “Acreditamosque o fato de se conseguir controlara incidência de alta malignidade emmais da metade dos casos se deva àfixação dos lactobacilos ingeridos, quepassaram a produzir o ácido lático nointestino grosso”, afirma o coordenadordo estudo. Além dessas, outras pesquisastêm comprovado que a cepa caseiShirota age de forma efetiva contratumores.

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Lactobacillus casei ShirotaA maioria dos profissionais de

saúde já está familiarizada com aspropriedades dos alimentos funcionais,mas nem sempre a rotina agitadapermite aprofundar esse conhecimentopara que seja aplicado na orientaçãode pacientes. Para conscientizar osprofissionais da área de saúde sobre aimportância dos alimentos funcionais,a Yakult promove, desde abril,palestras em hospitais e clínicasda Grande São Paulo. O nutrólogoAndrea Bottoni é um dos palestrantesdo programa, que tem como focoa prevenção de doenças. Entreos temas abordados está o papeldos probióticos, sobretudo dosLactobacillus casei Shirota – presentesno leite fermentado Yakult – para ofortalecimento do sistema imunológico.“Nosso objetivo é passar conceitosque ajudem não só nos cuidadoscom as doenças, mas que estimulema prevenção, melhorem a saúde epromovam mais qualidade de vida,inclusive para os profissionais daárea”, destaca Andrea Bottoni. Osinteressados na realização da palestraem hospitais, instituições de saúde ouclínicas devem entrar em contato coma Yakult pelo telefone 0800-131260.

Yakult promovepalestras em

hospitais

Andrea Bottoni

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Em busca de uma vida melhor, cadavez mais pessoas do mundo inteiroprocuram adotar e manter hábitosmais saudáveis que contribuam para oequilíbrio físico e mental do organismo.A mudança do estilo de vida inclui,normalmente, uma noite bem dormida,a prática constante de atividades físicase, principalmente, uma alimentaçãoequilibrada. Por conta desse desafio,muitas pessoas resolvem mudar várioshábitos, inclusive determinadosalimentos, como acontece quandose adota a alimentação vegetariana.No vegetarianismo, um indivíduo podeser ovo-lacto-vegetariano e consumirgrãos, vegetais, leguminosas, sementes,nozes, produtos lácteos e ovos, comexceção de carnes, peixes e aves;lacto-vegetariano e não ingerir ovos,carnes, peixes e aves; e vegetarianoestrito ou vegan, que exclui leite ouqualquer produto de origem animaldo cardápio diário. Mas será que estaatitude, considerada radical para alguns,filosofia de vida para outros e até umcostume religioso em algumas partes domundo, é realmente benéfica à saúde?

“É importante perceber que a vidase constrói ou não a cada dia, por isso,o ideal é incentivar hábitos alimentaresque contribuam para seu equilíbrio.A alimentação vegetariana não é dieta

Especialistas avaliam riscos ebenefícios da dieta vegetarianaPor Rosângela Rosendo

e sim opção para uma vida saudável.Desta forma, contempla a prevençãode doenças e não oferece riscos àsaúde se for equilibrada”, enfatizaMarly de Almeida Pedra, homeopata,nutróloga e fisioterapeuta da SociedadeVegetariana Brasileira. Segundo amédica, vegetariana há 26 anos, ofoco de uma alimentação saudávelvegetariana não se limita a eliminara carne das refeições, mas tambémdeve acrescentar alimentos crus, depreferência orgânicos, como legumes,verduras e frutas. A especialistaexplica que o teor de vitaminas esais minerais dos alimentos vegetaisdepende em grande parte da qualidade,tratamento e adubação do solo emque são cultivados. Por essa razão, osalimentos vegetais devem ser livres deagrotóxicos, pesticidas, herbicidas eoutros produtos químicos nocivos àsaúde. “É fundamental que os vegetaise cereais integrais sejam preservadosorganicamente, evitando o refinoe a industrialização química, queempobrecem os alimentos”, ensina.

Segundo o vegetarianismo, as frutase as hortaliças cruas são alimentos vivosda natureza e as folhas das plantas sãocapazes de assimilar e depositar a luzdo sol em raízes, tubérculos e sementes.Além disso, os grãos germinados ou

brotos, como os de alfafa e de feijão,entre outros, têm papel fundamental naalimentação. Marly Pedra explica quecada semente contém uma proporçãodiferente de nutrientes, como também emcada fase da germinação as quantidadesdessas substâncias biológicas mudam.Os brotos não são, ainda, nem plantacompleta nem grão, mas antes do iníciodo brotamento representam rica fontede proteína e de carboidratos. “Alémdisso, a germinação e o desenvolvimentodo broto agregam uma intensa atividademetabólica, em que ocorrem váriasreações químicas, como a síntese de

Marly de Almeida Pedra

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enzimas importantes para digestãodos alimentos”, destaca a médica, aoenfatizar que, ao optar pelos brotos,é preciso ter consciência de que nãosão mera suplementação alimentar,mas um dos principais ingredientesda alimentação.

Risco ou benefício? – O maiorquestionamento com relação às dietasvegetarianas diz respeito à restriçãodo consumo de alguns nutrientesencontrados em grande quantidadeem alimentos do reino animal,segundo especialistas. Na opiniãoda nutricionista Anita Sachs, chefe dadisciplina de Nutrição do Departamentode Medicina Preventiva da UniversidadeFederal de São Paulo-Escola Paulistade Medicina (Unifesp-EPM), oindivíduo que adota uma dietavegetariana pode ter alguns déficitsdevido à falta de proteínas, cálcio,ferro e zinco, substâncias geralmenteencontradas em alimentos de origemanimal. “As proteínas têm funçãoconstrutora para o organismo. Ocálcio, presente principalmente noleite, ajuda a desenvolver os ossos.O zinco, por sua vez, participa dereações enzimáticas no corpo e temação antioxidante. Já o ferro ajuda a

proteger o organismo contra aanemia”, explica. Outro motivo peloqual a nutricionista considera a dietavegetariana inadequada é o fato demuitas leguminosas conterem fitato,substância que dificulta a absorçãode alguns nutrientes pelo organismo,como o ferro. “Esse tipo de dieta saidos padrões habituais e, ainda, podecontribuir para o aumento do consumode frituras e gerar outros problemasde saúde”, enfatiza.

Para o nutrólogo Edson VilardiCredidio, diretor da AssociaçãoBrasileira de Nutrologia (Abran), estetipo de dieta pode até ser utilizado porum breve período, com intuito dedesintoxicar o organismo e em casosde algumas patologias – como nanefropatia crônica – mas não pode ser

considerado saudável por ser carenteem vários nutrientes. “Definitivamente,não é ideal para pessoas saudáveis”,alerta. O especialista comenta que umadieta vegetariana, adotada em longoprazo, pode acarretar uma série deproblemas como anemia hipocrômica,desnutrição protéica, redução daimunidade, queda de cabelos eenvelhecimento precoce, além defacilitar a espoliação de nutrientesvitais devido ao excesso de fibras.Para evitar esses problemas, o nutrólogorecomenda como dieta ideal consumirtodos os tipos de alimento e deixar oprato mais colorido possível. “Isso jávem de mais de 2 mil anos antes deCristo. Se é patente e confiável, por quecriar modismos? As pesquisas embasadase sérias realizadas em diversas partesdo mundo mostram que é necessáriocomer diariamente alimentos construtores(carnes, ovos, leite e derivados, nozes,etc), reguladores (legumes, verduras efrutas) e energéticos (massas, pães,arroz e cereais). Se é tudo tão fácil,para que complicar?”, questiona.

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Anita Sachs

Edson Vilardi Credidio

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Em substituição às proteínas, EdsonCredidio diz que os vegetarianosnormalmente consomem alimentoscomo soja e levedura de cerveja, quecontêm quase todos os aminoácidosessenciais ao ser humano. “Porém,a carne é insubstituível e somentepoderia ser trocada pelos ovos e leiteque apresentam proteínas de alto teorbiológico”, justifica. O médico enfatiza,também, que o ferro dos vegetais não ébiodisponível e, portanto, não é fixadocom facilidade pelo organismo, o quepode acarretar uma série de patologias.Isso pode ocorrer, ainda, pela falta devitamina B12 existente apenas em

Proteínas e sais minerais são fundamentaisalimentos do reino animal. “Nessecaso, o vegetariano algum dia vaiacabar necessitando de complementosmedicamentosos, senão irá adquiriruma anemia megaloblástica”, adverte.A homeopata Marly Pedra acrescentaque muitas pessoas, ao optar por umaalimentação vegetariana, de fatopassam a consumir soja e produtosderivados como a maior fonte deproteína da dieta. “Isso coloca osvegetarianos em risco de deficiênciasminerais, incluindo cálcio, magnésio,ferro, cobre e, especialmente, zinco,porque a soja contém altos níveis deácido fítico, que bloqueia a absorçãode minerais essenciais no tratodigestivo”, explica. Entretanto, MarlyPedra garante que os alimentos deorigem animal não são os únicos quecontêm aminoácidos essenciais aoorganismo. “Hoje, já se sabe que asproteínas vegetais também contêmessas substâncias em quantidadesdiferentes. A proteína dos cereais, porexemplo, é relativamente pobre emlisina, enquanto as hortaliças possuemmuito este aminoácido. Esse exemplomostra que o uso de grão e verdurasgarante uma valiosa cobertura deproteínas à saúde”, informa.

Um pouco mais condescendentecom a questão, Renata Maria Padovani,nutricionista e pesquisadora do Núcleode Estudos e Pesquisas em Alimentaçãoda Universidade Estadual de Campinas(NEPA/Unicamp), informa que váriosestudos têm sugerido uma série devantagens para as dietas vegetarianas,incluindo diminuição da ingestãode gorduras saturadas, colesterol eproteínas de origem animal, e altosníveis de carboidratos, fibras, magnésio,boro, folato e substâncias antioxidantes

como as vitaminas C e E, carotenóidese fitoquímicos. “Contudo, inúmerosvegetarianos estritos podem apresentaringestões diminuídas de vitaminaB12, vitamina D, cálcio, zinco e,ocasionalmente, riboflavina (vitaminaB2), o que pode gerar algum risconutricional importante”, comenta. Apesquisadora informa que as proteínasde origem vegetal apresentam algumaslimitações em relação à qualidade,porém, as necessidades de proteínaspodem ser alcançadas quando umavariedade de alimentos vegetais éconsumida ao longo do dia, evitandoa necessidade de ingestões desuplementos protéicos. “Em comparaçãocom pessoas que não são vegetarianas,a quantidade pode ser aumentada em30% a 35% para crianças de zero a 2anos, 20% a 30% para crianças de 2 a6 anos e 15% a 20% para crianças apartir de 6 anos”, orienta.

Renata Maria Padovani

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A importância da alimentaçãosaudável ganhou uma característicadiferenciada nos últimos anos, com osurgimento de produtos consideradosfuncionais. Esses alimentos sãoenriquecidos com substâncias quecolaboram para a proteção doorganismo contra alguns tipos dedoença, em especial as cardiovascularese crônico-degenerativas. Embora aciência ainda tenha muito a pesquisarsobre o assunto, já é possível aproveitaros benefícios propiciados por algunsdesses alimentos, disponíveis inclusiveno Brasil. O professor Franco Lajolo,titular do Departamento de Alimentos eNutrição Experimental da Faculdade deFarmácia e Bioquímica da Universidadede São Paulo (FFB-USP) e membro daComissão Técnica de Novos Alimentose Alimentos Funcionais da AgênciaNacional de Vigilância Sanitária doMinistério da Saúde (Anvisa), explicaporque esses alimentos serão ainda maisimportantes no futuro.

Gostaria de começar por umapergunta básica: o que são alimentosfuncionais?

Essa é a pergunta mais complicadade responder. Não há uma definiçãomundial do que seja um alimentofuncional, nem há uma definição quepossa ser considerada legal. Aliás, onome legal é ‘alimentos com alegaçõesfuncionais ou com alegações de saúde’.Nós temos uma legislação, por exemplo,

Por Adenilde Bringel

que nem menciona alimentos funcionaisporque seria muito difícil definir. Mashá uma idéia, uma filosofia do queseriam os alimentos funcionais, queseriam aqueles alimentos que produzemmudanças metabólicas ou fisiológicasno organismo capazes de reduzir riscosde doenças não-transmissíveis comocâncer, doenças cardiovasculares,osteoporose, diabetes e outras doençasque atingem as pessoas depois de umacerta idade ou na terceira idade.Acredita-se que exista uma relaçãomuito forte entre a dieta e a incidênciadessas doenças. Não é só a falta decomida que faz mal e leva à desnutrição,mas o excesso de comida que leva àobesidade também é prejudicial à saúde.A dieta tem componentes e potencialpara reduzir o risco dessas doenças, ehá muitos exemplos de populações quecomem determinados tipos de alimentose têm incidência menor de doenças.

Quais são os principais exemplos?Essas evidências epidemiológicas

incluem os esquimós. Eles comem muitagordura saturada e têm até certo nívelde obesidade, mas há menor incidênciade doenças cardiovasculares entre essapopulação do que deveria pelos níveisde colesterol que eles apresentam. Eisso se atribui ao peixe que eles comem,porque dentro do peixe estão os ácidosgraxos de cadeia longa. Essa é toda umalinha de investigação importante. Outralinha de investigação que está sendo

feita no mundo inteiro é em relação àsoja. Populações como a chinesa e ajaponesa, onde há mais estudos, têmincidência menor de câncer de próstatae de mama, uma incidência menorde osteoporose na mulher, e há umacorrelação entre o consumo de sojadessas populações e essas doenças.Outro bom exemplo é a dieta doMediterrâneo, também muito famosa.Azeite de oliva, frutas, verduras e,também, uma incidência menor dedoenças coronarianas do que deveriamter considerando o colesterol que têm ea gordura que comem. Tudo isso motivaa ciência a investigar quais os alimentos,quais os compostos que estão na raizdessas propriedades, e a desenvolver,a partir desses componentes, produtosque possam ser industrializados.

Quem deu o primeiro passo nestesentido?

Esse contexto foi aproveitado pelosjaponeses, há mais ou menos 15 anos.Juntaram universidades, indústria egoverno e desenvolveram essa idéia deforma mais focalizada sobre alimentosque pudessem reduzir os riscos dessasdoenças numa população japonesa queestava envelhecendo. Que é o que estáse passando no mundo inteiro! Mesmonos países em desenvolvimento, como oBrasil, a expectativa de vida hoje atinge72/73 anos, e aí começam a apareceressas doenças todas, aumenta aincidência e custa caro para a saúde

A saudável ação dosalimentos funcionais

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Entrevista do mês / Franco Lajolo

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pública. Então, se a gente puder reduziresses riscos com a dieta, isso seria umagrande solução. Esse é um pouco ocontexto desse campo, que está emintenso burburinho.

Quais são os principais alimentosconsiderados funcionais?

Normalmente, o termo é mais usadopara alimentos industrializados. Dosalimentos naturais, a soja, por exemplo,tem componentes funcionais, e umproduto de soja pode ser consideradofuncional no momento em que sedemonstrar alguma propriedade comalegação de saúde. Por exemplo, aproteína de soja, ingerida numa certaquantidade – média de 25 gramas pordia – pode ajudar a reduzir o colesterol.Essa é uma alegação que foi aprovada,inclusive, para constar nos rótulos dosalimentos. Começou nos Estados Unidose hoje é válido para vários países domundo. Um outro exemplo mais claro,entretanto, é a margarina que contémfitosterol. Essa margarina também reduzo colesterol, porque essa substânciatem a propriedade de se combinar com

o colesterol no intestino reduzindo asua absorção. Portanto, há uma absorçãomenor de colesterol e, com isso, servepara controlar o colesterol. O fitosterolé encontrado em óleos e muitos vegetais,mas não se pode afirmar que o óleoseja um alimento funcional, mesmoporque, no refino, essa substância éeliminada. Então, algumas indústriasisolam essa substância e a colocam namargarina ou em outros produtos quereduzem o colesterol. Os ácidos graxosômega 3 foram os primeiros a serutilizados; começou com o leite e foipara algumas margarinas. A gentecomeça a ter hoje, também, alimentoscom prebióticos adicionados, que sãocarboidratos de cadeia curta, pouco ounada digeríveis, que vão para o intestino,são fermentados e geram propriedadesimportantes que ajudam certas bactériasbenéficas a se desenvolverem.

Os probióticos também sãoconsiderados funcionais?

Os probióticos são os organismosvivos, as bactérias que se desenvolvemno intestino e auxiliam na manutenção

do equilíbrio intestinal. Assim, os leitesfermentados e outros alimentos quecontêm essas bactérias também podemser considerados alimentos funcionaisporque têm alguma relação com aredução de risco de doenças crônico-degenerativas.

O alimento funcional surgiu parasuprir uma deficiência alimentar?

Não. A deficiência calórica noBrasil, a fome em si, não atinge umnúmero muito grande de pessoas,apesar de ainda ser importante. Oque temos aqui é mais deficiência demicronutrientes. A anemia ainda atingemais de 30% das crianças; existembolsões no Nordeste com deficiência devitamina A; hoje começa a se falar emdeficiência de zinco, que parece serimportante também; talvez de selênioe alguns subgrupos, e de ácido fólico,principalmente em gestantes. Outrolado da questão é a obesidade, queestá aumentando muito a ponto de serconsiderada epidêmica. E, além de tudoisso, a gente também tem essas questõesde uma alimentação que possa gerar umótimo de nutrição, que tenha nutrientes eoutras substâncias que ajudem a reduziro risco de outras doenças. Sabemos,hoje, que precisamos de vitaminas ede vários minerais, mas estamos vendoque precisamos também de outrassubstâncias, que são essas substânciasbioativas, flavonóides, carotenóides,licopenos. Esse conjunto de substânciasna dieta acaba dando uma proteçãofutura para a saúde. O que precisa émanter uma dieta mista, equilibrada,que permita a ingestão de tudo isso.

E qual o papel dos funcionais?Os produtos industrializados entram

como adicional. Se a pessoa não quercomer espinafre, ela compra o espinafredesidratado, em pó, enlatado. E existemalguns produtos que não há como fazer

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em casa, como o leite fermentado, porexemplo. Para obtenção dos ácidosgraxos, importantes para equilibraros ômega 6 com os ômega 3 noorganismo, é possível comer peixe.Mas, se você não come peixe podetomar uma substância que tenha oácido graxo adicionado. Portanto, ofuncional tem um papel complementar.

Todos deveriam comer alimentosfuncionais?

Não, todas as pessoas devem teruma boa dieta. O médico deve ofereceralternativas para a dieta e sugeriralimentos funcionais para casosespecíficos. Uma pessoa que já teve umenfarto deve ingerir algum produto quetenha ômega 3, e a margarina paraajudar a combater o colesterol. Osfuncionais servem a certos gruposde pessoas, para alguns problemasdiagnosticados, mas como complemento,nunca como substituto da dieta.

O senhor pode elencar algumasdas substâncias importantes para apreservação da saúde?

Essa é uma questão ainda muitopesquisada. Para alguns produtos, jáse tem funções bastante conhecidas evalidadas cientificamente. Outros têmpesquisas promissoras, mas seu efeitoainda não está totalmente comprovado.A proteína da soja é bastante aceita pararedução do colesterol, assim como osfitosteróis; assim como são aceitasas afirmações sobre a importânciadas bactérias láticas para a saúde damicrobiota intestinal e dos antioxidantespara prevenir o câncer.

O que são os antioxidantes?São substâncias com propriedades

parecidas com a vitamina C e vitaminaE. Eles removem radicais livres doorganismo, que estão na base de muitasdoenças e causam efeitos deletérios. Os

antioxidantes estão nos vegetais verdese amarelos, que são os carotenóides eos flavonóides. Alguns carotenóides,inclusive, como a luteína e a leaxantina,se localizam só no fundo do olho. Muitosestudos estão mostrando que devemproteger o fundo do olho da oxidação. Émuito interessante o mecanismo. O olhorecebe a luz de fora, que vai para umponto no fundo do olho, na retina. Eessa luz tem vários comprimentos deondas. Algumas dessas luzes sãodeletérias para o olho e poderiam ferira retina. Essa substância se localiza nascélulas da retina e absorve a luz nociva.Essa é uma hipótese e não está totalmentedemonstrada, mas muitas pesquisas jáapontam que essa substância absorvea luz nociva e não permite a oxidação.

Essas substâncias estão presentesem quais alimentos?

Nas folhas verdes em geral, nosvegetais verdes e em alguns amarelos.Eles dão a cor amarela aos vegetais.Cenoura tem carotenóide, couve eespinafre têm muita luteína. Essaspesquisas já estão bastante avançadase há uma hipótese sobre o mecanismoque já está sendo demonstrada, mas nãoestá totalmente aceita pela comunidadecientífica. Tem uma doença chamadadegeneração macular e, aparentemente,essas substâncias servem para reduzira incidência. Muitas pesquisasestão tentando comprovar que essassubstâncias protegem contra essadoença. Em cima dessas pesquisas jáforam lançados produtos nos EstadosUnidos com essas substâncias. E,apesar de não haver comprovaçõesconcluídas, muitas pessoas jáconsomem os produtos.

As pesquisas acontecembasicamente nos Estados Unidos?

Sim, e também na Europa e noJapão. No Brasil se começa a fazer

algumas pesquisas. Estamos fazendo,aqui no laboratório, pesquisas sobreflavonóides, isoflavona da soja; háalguns grupos estudando a soja noBrasil, mas são poucas as pesquisas.Temos uma aluna de doutoradocomeçando a fazer um trabalho comprebióticos e absorção de cálcio emhumanos. Estamos fazendo umapesquisa, no departamento, sobrealimentos de baixo índice glicêmico.Isso também é interessante porque éuma outra categoria que pode serchamada de funcionais. Os alimentosque contêm amido, quando ingeridose digeridos no intestino, viram glicoseno sangue. Têm alguns que, quandoingeridos,viram glicose imediatamenteno sangue, que sobe muito e, com isso, ainsulina também sobe muito. Isso não ébom para o pâncreas e não é bom paraos diabéticos. O que é bom é ingeriralimentos cuja glicose suba maisdevagar, de forma mais lenta, porquedaí não precisa muita insulina e nãoforça o pâncreas. Isso é bom paradiabéticos e para evitar o diabetes.O índice glicêmico dos alimentos éalgo que começa a ser controlado.É interessante comer alimentos quereduzam o índice glicêmico. Algunsalimentos naturais, como o feijão,têm índice glicêmico baixo. Na Itáliajá tem um macarrão com baixo índiceglicêmico e no Brasil tem uma indústriatrabalhando com isso.

Os alimentos funcionais sãovoltados, principalmente, para ocontrole do colesterol e das doençascardiovasculares?

São para essas doenças que existemmais produtos. Também existem muitosprodutos com fibra para ajudar na saúdeintestinal e há comprovações de que,além de regular a motilidade intestinal,a fibra pode reduzir a glicemia; algumasfibras podem reduzir o colesterol – como

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21Super Saudável21Super Saudável

a beta glucana da aveia. Fibra, juntocom os probióticos e prebióticos, estárelacionada à saúde intestinal. Algunsprobióticos também estão ligados àimunidade intestinal. São mecanismosainda não bem claros, complexos, masque estão sendo muito estudados e hámuita pesquisa nessa direção.

Como é feita a aprovação dosalimentos funcionais?

Os alimentos passam por umaavaliação pela Vigilância Sanitária. Foicriada uma legislação, há cerca de cincoanos, e todo produto que tenha umaalegação funcional ou metabólica norótulo – como redução de colesterol –,ou uma alegação de saúde – comoredução de risco para doençascardiovasculares – tem de passar poruma Comissão Técnica para avaliaçãoda validade científica. A indústriaapresenta dossiê onde faz a descrição doproduto e tem de demonstrar, por meiode literatura científica ou de pesquisasda própria empresa, que aquilo éverdade. É como uma tese de doutorado.A documentação vai para uma ComissãoCientífica que lê, procura classificar osvários tipos de evidência, avalia se otrabalho é epidemiológico ou clínico, setem placebo, se é ensaio bioquímico emanimais, etc. Enfim, a comissão avalia e,se houver idéia de mecanismo, ensaiosclínicos ou relação epidemiológicaforte, o produto é liberado. A VigilânciaSanitária libera para que a indústriacoloque a alegação funcional no rótulo.

Qual a maior dificuldade dessesestudos?

Têm de ser estudos epidemiológicos,com populações. Alguns estudosrealizados com 20/30 mil pessoas aindanão são conclusivos, e isso é um grandeproblema para os funcionais. É maisfácil fazer uma experiência para reduzircolesterol, porque dá para fazer num

prazo relativamente curto. Mas parafazer uma alegação de câncer de mamaou câncer de intestino, é bem maiscomplexo. Primeiro tem a questão ética;além disso, o tempo que se precisa parafazer esse ensaio é muito longo. O câncerpode levar 20 anos para aparecer. Comofinanciar uma pesquisa para demonstrarque um produto pode reduzir o risco decâncer numa população qualquer?

E como isso vem sendo pesquisado?Hoje há uma discussão sobre os

biomarcadores. Os biomarcadoressão indicadores que permitem aospesquisadores não ir até a doença,mas estudar fases anteriores à doençapropriamente dita. Quando uma pessoatem um câncer, antes passa por umaetapa em que há uma mudança químicana célula, depois há uma mudançapequena em uma célula, depois há umamudança no tecido, até, progressivamente,chegar ao câncer. O que se está fazendoé validar indicadores intermediários quetenham correlação com a doença. Aínão vai se precisar fazer experiências de30 anos, mas sim experiências de umano, dois ou seis meses, dependendo doindicador. O grande trabalho que estásendo feito – com a Europa liderando –é a discussão sobre biomarcadoresrelacionados aos funcionais e a doençase nutrição. Tem um grupo coordenadopelo Ilsi (International Life ScienceInstitute) e o Brasil também tem o Ilsi.Esse grupo tem subgrupos de cientistasda Europa inteira discutindo evalidando biomarcadores paradoenças cardiovasculares, para funçõescognitivas, para imunidade intestinal,para antioxidantes e outros. Colocandoa questão em ordem vai ser mais fácil,porque com o biomarcador validadointernacionalmente a indústria vai poderfazer sua experiência, demonstrar que obiomarcador é modificado pelo produtoem estudo, e que, portanto, serve para

prevenir aquela doença. Com isso,o produto poderá ser aprovado.

O senhor pode dar exemplos debiomarcadores?

O colesterol é um biomarcador.Aumentando o colesterol, aumenta orisco de doenças cardiovasculares.Outro biomarcador cardiovascular éa homocisteína. São armas bioquímicase fisiológicas na direção da doença.Outros marcadores podem ajudar aencontrar caminhos para reduzir riscosde doenças intestinais, de problemas dasfunções cognitivas...

O Brasil está atrasado demais emrelação ao resto do mundo?

Em outros países existem maisprodutos, mas não dá para afirmar queestamos atrasados porque existemprodutos nos Estados Unidos, porexemplo, que não têm validade científicae que têm alegações nos rótulos. Alegislação americana é mais liberal.Estamos mais ou menos como naEuropa, mas bem atrás do Japão, ondetem cerca de 150 produtos funcionais.Eles têm uma legislação parecida com anossa, mas estão fazendo mais pesquisase as coisas lá andam mais rápido.

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Laboratório do HC fac doenças dermatológic

A maior eficácia no tratamento dediversas doenças está associada a umdiagnóstico preciso e à avaliação cadavez mais aprofundada das manifestaçõesno organismo. Com o uso de técnicasda biologia molecular – que nuncaforam tão utilizadas como agora –uma gota de sangue é capaz de revelarinformações importantes sobre asenfermidades, que poderão direcionarmelhor as ações do médico e trazermais benefícios aos pacientes. Desdeabril, com a inauguração das novasinstalações do Laboratório deInvestigação Médica (LIM-56) emDermatologia e Imunodeficiência doHospital das Clínicas da Faculdadede Medicina da Universidade de SãoPaulo (HC-FMUSP), considerado umdos mais bem equipados do País nessaárea, os profissionais de saúde têmmais uma ferramenta científica etecnológica para servir de apoiono tratamento de doenças.

O LIM-56 faz parte dos 62laboratórios que integram o HC-FMUSPe desenvolve um trabalho de pesquisa ediagnóstico de doenças dermatológicas,neoplasias de pele e imunodeficiências,entre as quais se destaca a Aids. Os novosequipamentos, adquiridos em parceriacom o Ministério da Saúde e a Fapesp(Fundação de Amparo à Pesquisa doEstado de São Paulo), também são úteisno monitoramento das condições clínicasde pacientes de imunodeficiências, oque facilita e torna o tratamento mais

Por Yannik D´Elboux

eficiente. Segundo o chefe do laboratórioe professor associado do Departamentode Dermatologia da FMUSP, AlbertoJosé da Silva Duarte, por meio de umaparelho que faz o seqüenciamentogenético é possível identificar mutações,como por exemplo do vírus HIV, o quefacilita o trabalho do médico na conduçãodo tratamento, impedindo o avançoda infecção e, conseqüentemente, aAids. “Com essa técnica, podemosavaliar a resistência do indivíduo aosmedicamentos e se o tratamento estásurtindo efeito, e é possível até preverquais antivirais funcionarão melhor,sem a necessidade de ficar testandono paciente”, explica.

O laboratório está equipado, ainda,com citômetros de fluxo, que permitemquantificar o número de linfócitos CD4+,alvo principal do HIV e fundamentaispara o bom funcionamento do sistemaimunológico. Esse equipamento

também é usado para diagnosticarimunodeficiências primárias, resultantesda ausência de proteínas nas membranasdas células. O LIM-56 também auxiliano diagnóstico e acompanhamento depacientes com HPV (Papilomavírushumano) e hepatites B e C, e foi oprimeiro a quantificar a carga viral doHTLV (Human T-Cell LymphotropicVirus). Apesar de pouco estudadas, asinfecções pelo HTLV – que pode sertransmitido da mesma forma que oHIV, mas não causa Aids – acometemaproximadamente 750 mil pessoas noBrasil, e segundo o médico pesquisadordo LIM-56, Jorge Casseb, em 1% dessesindivíduos o retrovírus leva ao surgimentode problemas neurológicos graves.“Podemos verificar entre os portadoresdo HTLV quais são as pessoas maispredispostas a desenvolver a doença”,afirma. Esse trabalho é feito com o usodo equipamento PCR - Real Time, que

Jorge Casseb

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Tecnologia

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ilita diagnóstico deas e imunodeficiências

também permite quantificar maisde um vírus circulante no sangueconcomitantemente e em temporeal, à medida que o ensaio se realiza,tornando a avaliação mais rápida.

As novas tecnologias empregadasno laboratório também propiciaram umavanço na compreensão dos mecanismosrelacionados às doenças dermatológicasalérgicas, bolhosas, dermatites atópicas eneoplasias cutâneas. “Esse trabalho é uminstrumento para oferecer informaçõesao médico para tratar a doença da formamais adequada e específica possível, deacordo com as manifestações de cadapaciente”, descreve o professor AlbertoDuarte. O especialista lembra que os

problemas dermatológicos geralmentetêm relação com o sistema imunológicoe, por esse motivo, o LIM-56 atua nasduas áreas. “O laboratório está apto aanalisar a capacidade imunológica doindivíduo como um todo”, acrescenta.

Pesquisas – O LIM-56 possui um amplotrabalho de pesquisa em diversas frentese, além dos estudos sobre as doençasdermatológicas, o HIV e o HTLV, existeuma ação para estabelecer protocolospara o uso de vacinas terapêuticas empacientes com Aids e, futuramente,para a aplicação de vacinas profiláticasque vêm sendo desenvolvidas em váriospaíses. “É preciso já ter a estrutura e a

possibilidade de organizar grupos depacientes para realizar os testes quandoa vacina surgir”, enfatiza o chefe dolaboratório. Os pesquisadores tambéminvestigam as imunodeficiênciasprimárias, como a candidíasemucocutânea crônica e infecçõesbacterianas de repetição, e assecundárias – causadas por fungos –como a paracoccidioidomicose,micose profunda que atinge osórgãos internos e pode levar à morte.

Na área experimental, o LIM-56realiza trabalhos sobre imunomodulaçãocom objetivo de estudar melhor osistema imunológico e as formas detratamento. As principais técnicasutilizadas no laboratório são a biologiamolecular, que também inclui oseqüenciamento genético, e a citometriade fluxo, método que permite quantificarsubpopulações de células paradiagnóstico e monitoramento dedoenças. Além de servir comoinstrumento de produção científica ede formação de especialistas, o LIM-56atende os pacientes do Hospital dasClínicas, faz parte do ProgramaNacional de DST/Aids do Ministérioda Saúde e da Rede de DiversidadeGenética de Vírus (VGDN) do Estadode São Paulo, financiada pela Fapesp,realiza exames provenientes da redepública ou privada e também atendecasos raros, que não costumam despertarinteresse dos laboratórios particulares,mas são importantes para pesquisa.

Alberto José da Silva Duarte

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Vida saudávelGinástica Holística pr melhorar a qualidade

Na França de 1933, a médica eprofessora de educação motora LilyEhrenfried desenvolveu um métodoque trabalhava o corpo como um todo,por meio da respiração, do fortalecimentoe do alongamento, com objetivo demelhorar a saúde e a qualidade de vidadas pessoas. Hoje, 101 anos depois, atécnica batizada de Ginástica Holísticacomeça a ficar conhecida no Brasilgraças à ajuda que tem proporcionadono tratamento e na prevenção deinúmeras patologias posturais, comohérnia de disco, hiperlordose, cifose,escoliose, dor lombar e ciática. Amelhor maneira de explicar o significadodessa atividade é analisar o nome. Otermo ginástica foi escolhido na Françae quer dizer ‘a arte de fortalecer’,

Por Françoise Terzian

enquanto holístico vem do grego Holose significa ‘o todo’. Portanto, a arte defortalecer o todo é a proposta dessatécnica que cuida da parte terapêutica,preventiva e educativa de todo o corpo.Na França, Grécia, Canadá, Espanha,Suíça e Chile, a Ginástica Holística jábeneficiou milhares de pessoas que apraticam com regularidade.

A Ginástica Holística é formadapor mais de 800 exercícios que ajudama melhorar o funcionamento físico, pormeio do uso de saquinhos, rolinhos,bolas e objetos de madeira, entre muitosoutros, que auxiliam os praticantes noconhecimento corporal. Voltada apessoas de qualquer idade, essa atividadegarante relaxamento de músculos tensose alinhamento dos desvios posturais. Oresultado se traduz em maior mobilidade,flexibilidade e tônus muscular, queresultam em alívio da dor e reorganizama postura. Patrícia Lacombe, presidenteda Associação Brasileira de GinásticaHolística e única formadora do métodono Brasil, explica que a atividade trataa causa do problema, dando autonomiae independência ao paciente. “A técnicaé uma forma de conhecer o corpo,prevenir, educar-se e, principalmente,viver sem dor”, explica.

A especialista diz que, se a colunavertebral for associada a um prédio deapartamentos, será possível entenderque o empilhamento desses apartamentos(vértebras) deveria ser adequado a nãoabalar a estrutura. Alterações posturais

e fatores externos como frio, tensão,alterações hormonais, envelhecimentoe atividades inadequadas podemdesalinhar esse empilhamento e causardanos à estrutura ideal. “Noventa porcento das causas de dores nas costasvêm de um fator mecânico que, como tempo, torna-se irremediável e atécirúrgico”, alerta. Por isso, na maioriadas vezes a cirurgia não trata a causa,apenas melhora a sintomatologia. Dequalquer forma, um tratamento sobrea causa é necessário, e é aí que entra aGinástica Holística. Patrícia Lacombedá como exemplo o aumento freqüentede queixas de LER (Lesão por EsforçoRepetitivo), que causa o afastamentode profissionais nas empresas porproblemas cervicais. Com a práticada Ginástica Holística, por meio daconscientização do corpo e de como se

Débora Beckner Vieira

Patrícia Lacombe

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ção

25Super Saudável

ometede vida

adapta a funções específicas, aprofessora garante ser possível evitarque uma série de problemas de colunavenha a ocorrer.

Com duração de uma hora, a aulapode ser feita individualmente ou emgrupo. A fisioterapeuta Débora BecknerVieira conta que as aulas são montadasa partir dos movimentos e baseadas nosrelatos ou queixas dos alunos. “A boacombinação desses movimentos coma demanda do grupo garante, já naprimeira aula, benefícios do trabalho”,afirma Débora Vieira, que dá aula deGinástica Holística em seu consultório,em Londrina. As especialistas enfatizamque a técnica cuida do corpo em suaglobalidade, a partir de exercíciosdinâmicos e fluidos, previamenteelaborados para respeitar todas asestruturas anatômicas, fisiológicas ebiomecânicas. Débora Vieira diz que,durante a aula, os alunos experimentamgestos pouco usuais, que exigemimaginação e potencial lúdico, eincentivam respostas muscularesrenovadas. O terapeuta, por sua vez,apenas os descreve. “Sem modelo aseguir, o aluno é levado a adaptar suaspossibilidades, reconhecendo seuslimites e, com isso, despertandosua percepção na busca de realizarmovimentos com maior mobilidade”,explica a fisioterapeuta. Por isso, osmovimentos respeitam o ritmo e aliberdade de cada aluno, e valorizama qualidade do movimento e não a

repetição mecânica. Por seremsuficientemente lentos, há espaçopara pausas, percepções e análise dassensações individuais resultantes decada atividade. É por isso que atépessoas sedentárias podemseguir essa prática. Por tercomo premissa o respeito aoritmo e aos limites de cadaaluno, a fisioterapeutaexplica que a GinásticaHolística não apresenta contra-indicações musculares, articularesou respiratórias.

Rotina – Débora Vieira explica que atécnica traz melhora significativa empacientes com lordoses dolorosas que,pela tensão lombar e falta de tônusabdominal, desalinham a postura.“Logo após a primeira sessão, com areorganização postural, eles sentemalívio e conforto enorme”, garante. Ospacientes que sofrem com tensões, doresnos ombros e coluna cervical – seguidosde dores de cabeça – também encontramno método um resultado eficaz logoapós as primeiras sessões. Emboraressalte que a prática pode ser feita portoda a vida, a fisioterapeuta alerta que nãodeve exceder duas vezes por semana, jáque o corpo demora algum tempo parafazer as mudanças e adaptações a umesquema novo. Patrícia Lacombe achamelhor praticar apenas uma vez porsemana. “O trabalho semanal ofereceesse tempo de percepção”, orienta.

As especialistas concordam queos benefícios apontados são tantosque, além de tratar e prevenir inúmeraspatologias posturais, o método tambémauxilia nas práticas esportivas e temefeito na estética, fortalecendomúsculos e a estrutura óssea. SegundoPatrícia Lacombe, a técnica ajuda adiminuir os culotes e a celulite. “Adiminuição dos culotes acontece pelosimples e correto alinhamento das pernas.O mesmo ocorre com as chamadas‘barriguinhas posturais’, impossíveisde desaparecerem com abdominais”,argumenta. A professora lembra queo aparecimento da celulite pode sercausado por deficiência da circulaçãosangüínea, conseqüência de se passaro dia inteiro com a postura errada. “Todosesses problemas que aterrorizam asmulheres podem ser corrigidos com aprática da Ginástica Holística”, assegura.

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ DestaqueFideli A Comerciante Aut negócios graças ao

Os profissionais que trabalham comoautônomos precisam saber administrarbem os negócios para não correrem orisco de ficar sem a renda esperada nofechamento do mês. Uma das formasde alcançar esse objetivo e levar umavida mais planejada é a fidelização declientes, conquista gradativa que permitemanter o bom ritmo dos negócios. AComerciante Autônoma (CA) da YakultMaura de Souza Alves, de São Paulo,já percebeu as vantagens do sistema etrabalha constantemente para aumentaro número de clientes. Maura atua noJardim das Embuias e é uma das CAscom maior quantidade de clientescotistas (fixos) do DepartamentoFlor do Campo.

“Procuro sempre conquistar novoscotistas porque essa é a melhor maneirade ter uma renda estável”, afirma Maura.A CA conta que, no início da atividade,há sete anos, ainda não aplicava atécnica, o que lhe gerava muito maispreocupação e insegurança. “Agora jásei que tenho uma quantidade garantidade produtos comercializados todo mêse fico mais tranqüila para planejar meusnegócios”, comemora. Outro aspectopositivo da fidelização, segundo Maura,é que os clientes fixos não costumam

garan

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zação de clientesônoma Maura de Souza Alves mantém o bom ritmo dos sistema de cotas e ao trabalho sério que desenvolve

gerar problemas com relação aopagamento, sobretudo pelo contatofreqüente que mantêm com a CA.

Maura destaca que o sistema nãoapresenta vantagens apenas para ascomerciantes, e também beneficia osconsumidores cotistas, que são visitadostrês vezes por semana, o que faz comque recebam os produtos ainda maisfrescos. “Dessa forma, as criançastambém não consomem tudo deuma vez – coisa que as mães semprereclamam – porque entrego um pouco dacota por dia”, acrescenta a comerciante.Maura também facilita o pagamentopara os cotistas, que geralmente escolhemo melhor período para efetuá-lo – oque ocorre uma ou duas vezes por mês –e, para não causar transtornos, aCA avisa os clientes dias antes daproximidade da data.

A desenvoltura de Maura com osnegócios, entretanto, foi um aprendizadoconquistado com o tempo e com aexperiência. O início na atividade foidifícil, sobretudo porque a CA tinhaficado 17 anos sem trabalhar e precisavaencontrar uma forma de garantir arenda da família por ocasião da mortedo marido. “Achava que não iria darcerto, que não tinha jeito para os

negócios”, relembra. Mas, aos poucos,o medo de Maura foi cedendo espaçopara a confiança e, com dedicação, acomerciante conseguiu transpor osobstáculos e se destacar na área decomercialização de produtos. Hoje, aatividade representa mais do que umaforma de renda para a CA. “Gosto

Como muitos brasileiros, MauraAlves também sonha com a casaprópria. Mas, no caso da CA, esseideal está cada dia mais próximo dese transformar em realidade. Com arenda que obtém como comercianteautônoma da Yakult, Maura conseguiuiniciar a construção de uma casa naVila São José, em São Paulo, e estáansiosa para ver a obra concluída.“Meu maior objetivo é ter minhacasa. Depois, no futuro, quem sabetambém consigo comprar um carro”,planeja. As economias que a CApôde acumular com a atividade nosúltimos sete anos também renderamdiversos prêmios nas campanhaspromovidas pela Yakult, além de

muito de ser comerciante da Yakult.Adoro o que faço, os clientes me tratamcomo amiga e convidam até para entrare almoçar em suas casas”, ressalta.Maura aprecia a sensação de liberdadee o contato com o público que a atividadeproporciona e não se imagina atuandoem um ambiente fechado.

Mais perto do sonhooutras conquistas que a deixammuito orgulhosa do própriodesempenho. “Consegui acabar decriar meus filhos e trocar os móveisda casa da minha irmã, onde voumorar até terminar a minha”, conta.A CA ajuda a pagar os estudos dosfilhos Wagner, de 19 anos, e Josimara,de 17, e se orgulha ao contar queo mais velho, Josnar, de 20 anos,já está na faculdade de Ciência daComputação, oportunidades queMaura não teve quando morava nointerior da Bahia. A CA estudou só atéa quinta série do ensino fundamentale, por esse motivo, se sente realizadapor ter conseguido traçar um futurodiferente para os filhos.

te renda estável

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O clima frio do Por Dé Oliveira

de Janeiro, distante 65km, permitefazer o percurso, hoje, em apenasuma hora.

A cidade foi fundada em 16de março de 1843, por meio deum decreto do imperador Pedro II,cujo nome ficou ligado ao município(Petrópolis = Cidade de Pedro). Achegada de imigrantes – primeiroalemães, seguidos por portugueses,

italianos e suíços –, garantiu odesenvolvimento da região. Maistarde, a instalação da primeira estradade ferro do País, em 1954, ligando oPorto de Mauá à Raiz da Serra, e acriação da primeira estrada de rodagemdo Brasil – a União Indústria, que aindahoje liga a cidade a Juiz de Fora, emMinas Gerais – deram maior destaqueao município e atraíram mais visitantes.Mesmo após a Proclamação da Repúblicae o exílio da Família Real, Petrópolismanteve o prestígio.

As construções históricas são osprincipais cartões-postais do município,e entre suas relíquias está o MuseuImperial (antigo Palácio de Verão deD. Pedro II), um dos mais visitadosdo País, por onde passam 300 milpessoas, em média, por ano. Aconstrução, iniciada em 1845,demorou cerca de 10 anos para serconcluída e mostra a ostentação daCoroa, como o piso do vestíbulo, emmármore de Carrara e mármore preto

Petrópolis, com seu clima ameno,contraria a idéia associada ao Rio deJaneiro, de altas temperaturas, praiasfervilhando e Carnaval. Situada naregião serrana do Estado – na primeiraárea de preservação ambiental no País –,a cidade proporciona atrativos históricos,artísticos, culturais e ecológicos. Nomunicípio, encontram-se edificaçõesdo período monárquico, tombadaspelo Patrimônio Histórico e Cultural(Condephaat), e áreas para prática deecoturismo, como passeios em trilhas,rapel e montanhismo, em meio à faunae à flora da Mata Atlântica. Além deexcelentes opções de hospedagem,com muitos hotéis, pousadas e áreade camping, a região dispõe de umadiversificada rede gastronômica, muitoinfluenciada pela colonização européia.

O surgimento de Petrópolis remontaao período do Ciclo do Ouro no Brasil,que atingiu o auge no século XVIII.Em busca de um caminho mais curtoentre a região mineradora e a entãocapital da Colônia – o Rio de Janeiro –trilhas e estradas foram abertas naárea. Com o tempo, alguns nobres seinstalaram nas imediações, a maioriaeuropeus, atraídos pelo clima e pelaproximidade com a área de produçãoaurífera. A localização geográfica dacidade, no topo da Serra dos Órgãos,a uma altitude de 809m, propiciatemperaturas que oscilam entre 14ºCe 23ºC, o que levou a região a serescolhida pela Família Real paraabrigar seu Palácio de Verão. Aproximidade com a cidade do Rio

A cidade de Petrópolis atrai turistas e

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Turismo■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Turismo

Museu Imperial

Palácio Rio Negro

Casa de Santos Dumont

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Rio de Janeiro

da Bélgica, com esquadrias e assoalhosem madeiras de lei, como o jacarandá,o cedro, o pau-cetim e o pau-rosa. Osjardins são decorados com espécies rarasda flora brasileira e estrangeira, e nasala de música há diversos instrumentosraros, como uma harpa dourada, umsaltério (tipo de cítara) do século XVIIIe uma ‘espinheta’ (instrumento de cordasda família do cravo) em madeira douradae policromada, fabricada em Lisboaem 1788 por Mathias Bosten, únicoexemplar existente hoje fabricadopelo artista.

Uma construção singular da cidadeé a Casa de Santos Dumont, um chalédo tipo francês alpino com trêspavimentos, que foi a residência deverão do inventor. Construída em 1918,em um terreno muito íngreme, ganhouo apelido de ‘A Encantada’, pois foiprojetada pelo seu proprietário fora dequalquer padrão vigente na época, eonde ficou registrada toda a criatividadeinventiva do ‘Pai da Aviação’. Chama

a atenção do visitante a escada de acessoà casa, com degraus recortados emforma de raquete, o que obriga a iniciara subida sempre com o pé direito. Antesde uma opção estética, o formato serviupara solucionar um problema, pois, aosubir a escada, os visitantes batiam ascanelas no degrau de cima, devido aodeclive acentuado da construção.

Como parte do roteiro histórico ecultural de Petrópolis também está aCatedral São Pedro de Alcântara, ondeestão guardados os restos mortais deD. Pedro II, de D. Teresa Cristina(mulher do imperador), da PrincesaIsabel e de seu marido, o Conde D’Eu.Construída em 1884 por ordem de D.Pedro II, a catedral foi dedicada a SãoPedro de Alcântara, santo padroeiro doImpério brasileiro. A cidade ainda possuio que é considerada a primeira construçãopré-fabricada do Brasil, o Palácio deCristal, obra tombada pelo PatrimônioHistórico e Artístico Nacional, idealizadocomo uma miniatura do Crystal

Palace, construído em Londres em1851 e destruído por um incêndio em1936. Construído no mesmo períodoem que foi erguida a Torre Eiffel, oPalácio é um dos exemplos de como aRevolução Industrial influenciou osestilos arquitetônicos. O Palácio deCristal de Petrópolis, uma armaçãometálica com vedação de placas devidro, foi construído na França em1879 e enviado ao Brasil, onde foimontado.

Parque – Mas nem só da históriaarquitetônica vive a cidade de Petrópolis.Banhos de cachoeira e caminhadas emtrilhas de beleza indescritível tambémsão possíveis, com visitas ao ParqueNacional da Serra dos Órgãos, quetem 75% da área dentro do municípioe abriga parte da Serra do Mar. Oparque se estende, ainda, pelas cidadesvizinhas de Magé, Guapimirim eTeresópolis, e possui uma diversificadarede hidrográfica.

m busca de história e de ar puro

Palácio de Cristal Catedral São Pedro de Alcântara

Fotos: Marcio Pregal

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Beleza

Por Rosângela Rosendo

Nos dias atuais, uma grandepreocupação dos dermatologistas éverificar alterações cutâneas importantesnos pacientes, como manchas escurasque podem mudar de coloração aolongo do tempo, principalmente devidoàs grandes mudanças climáticas sofridaspelo planeta, que diminuem a camadaprotetora de ozônio e favorecem oaumento dos riscos de câncer de pele –um dos mais incidentes na populaçãobrasileira. Mas a ausência de manchase marcas não é o único fator quedetermina o bem-estar e a saúde dapele. Entre os critérios de avaliaçãodo órgão de maior extensão do corpohumano, os dermatologistas tambémanalisam elasticidade, firmeza, maciez,textura, brilho, cor e superfície livrede resíduos de poluição, cravos ouespinhas. Durante a análise da pele,que exige bastante experiência e olhosbem atentos dos especialistas, tambémsão levados em consideração faixaetária do paciente, histórico familiare fotoenvelhecimento.

Segundo a dermatologista TacianaDal’Forno, secretária do Departamentode Cosmiatria da Sociedade Brasileirade Dermatologia (SBD), muitas afecçõesapresentadas como manchas podemacometer a pele comprometendo asaúde e a aparência. “A pele pode ser

considerada saudávelquando não é afetadapor uma ou mais dessasalterações e se apresentasem lesões e com cor etextura normais. Mas amaioria das pessoas temsempre alguma afecçãodermatológica”, alerta. Amédica cita que as manchasou as máculas mais comunssão as efélides (pequenasmanchas cutâneas pigmentadas quese acentuam após exposição ao sol,como as sardas), o melasma (máculasmarrons, de um ou mais centímetros,que surgem nas faces, têmporas e testa),e as hipercromias pós-inflamatórias.Há, ainda, as pápulas – que podem sercaracterizadas por pequenas lesões deacne, rosácea, verrugas e outras – e asplacas, alterações de relevo maiores erepresentadas pelas lesões de psoríase,micoses e hanseníase.

A médica Ana Paula Gomes Meski,do Departamento de Dermatologia doHospital das Clínicas da Faculdadede Medicina da Universidade de SãoPaulo (HC-FMUSP), acrescenta que ainexistência de lesões pré-malignas nãoé suficiente para considerar uma pelesaudável. Danos actínicos provocadospela radiação solar, como pigmentação

modificada, pele grossa e com aspectode couro devido à perda de elasticidade,também são fatores que chamam aatenção de especialistas. “O quadriculadoda superfície ainda pode se mostrarmais acentuado e isso é fácil de observarquando a pele é beliscada e demorapara voltar à posição inicial”, descreve.A dermatologista acrescenta que essesdanos podem ocorrer com o tempo, jáque o efeito dos raios solares acelerao processo degenerativo da pele.

A especialista menciona, ainda, quealguns tipos de pele são geneticamentesensíveis e apresentam reaçõesimunológicas a qualquer estímulo,mesmo sem influência do efeito dosol. “Há pessoas que têm irritação napele ou descascam ao menor contatocom esmaltes ou perfumes. Outras têma mesma reação após ter se submetido

Vários fatoresinfluenciam nasaúde da pele

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a tratamentos com ácidos, que visammelhorar as condições da pele, estimularo colágeno, que é a principal proteínada pele, e equilibrar a divisão das células”,comenta. A falta de hidratação tambémtem forte influência sobre a pele, quepode se tornar seca e ter a sensação derepuxamento, principalmente no rostoe nas extremidades. Isso pode ocorrerdevido à alteração da homeostase doorganismo e a fatores como asma,rinite respiratória ou dermatite atópica,que, além de ressecamento, podemagravar e provocar coceira. Com oenvelhecimento natural, idosos tambémficam com a pele menos hidratadae têm maior chance de apresentarressecamento. “Isso é possível porqueessas pessoas têm o manto lipídicoreduzido, que é a camada de gorduraprotetora da pele”, informa a especialista.

O dermatologista da UniversidadeFederal de São Paulo-Escola Paulistade Medicina (Unifesp-EPM), FernandoSperandeo de Macedo, acrescenta que,além da idade, o fotoenvelhecimentocausado pela radiação ultravioleta éfator importante no julgamento de umapele saudável. O especialista diz queindivíduos que nunca se expuseramao sol ao longo da vida possuem rugasmais finas e pele mais lisa e clara,

quase sem manchas. Mas, a partir domomento que começam a se expor, aspessoas sofrerão as conseqüências doefeito cumulativo dos raios solares eapresentarão, com o tempo, manchascirculares, irregulares e contínuas,principalmente no rosto, colo, ombrose braços. Devido à ação da radiaçãoultravioleta do sol, a pele tende a ficaráspera, flácida, com rugas e marcas deexpressão mais acentuadas e profundas.“Se não for tomada nenhuma medidade prevenção, como uso diário deprotetor solar, nesta fase podem surgirlesões pré-cancerígenas ou mesmocâncer de pele”, alerta o médico.

Exame clínico – Os especialistasafirmam que o exame clínico aindaé o melhor caminho para analisar ascondições de saúde da pele. Para auxiliarnesta tarefa e a fim de fazer a corretaavaliação de lesões cutâneas, os médicosrealizam a dermatoscopia. Com a ajudado dermatoscópio – que aumenta ematé 10 vezes a região examinada –, odermatologista tem condições de chegarao diagnóstico correto com maisprecisão, o que facilita a decisão pelotratamento. “O exame dermatológicodeve ser realizado com boa iluminaçãoe com o paciente despido. Por meio dadermatoscopia, é possível diferenciarlesões benignas e malignas pelasestruturas encontradas”, explica TacianaDal’Forno. Segundo Ana Paula Meski,essa capacidade de avaliação exigemuito treino e atenção, e é importantea reciclagem e a educação continuadados profissionais por meio de congressos,cursos e sites explicativos. “Felizmente,a dermatologia é bem desenvolvida noBrasil”, ressalta.

Alimentação – Os profissionaisafirmam que a alimentação adequadatem grande influência na saúde da pele,principalmente com a ingestão de

vitaminas e sais minerais presentes nasfrutas e legumes. Ana Paula Meskicomenta que o organismo não conseguesintetizar a vitamina C, essencial paraestimular a produção de colágeno,responsável pela tensão e elasticidadeda pele. “Portanto, a vitamina deve seroferecida por meio do consumo deverduras e frutas como caju, açaí,maracujá, acerola e laranja”, orienta.Segundo a médica, comer alimentosricos em vitamina A também éimportante, pois a substância ajuda nareestruturação do tecido epitelial. Avitamina A é encontrada em alimentosde origem animal e vegetais folhososverde-escuros ou amarelo-alaranjados,que possuem carotenóides, substânciasconvertidas em vitamina A peloorganismo. Taciana Dal’Fornoacrescenta que o consumo adequadode todos os nutrientes é necessário paraa manutenção da pele e preservação daaparência saudável, e diz que a ingestãode líquidos também é muito importante.“Nos jovens, a hidratação cutâneadeve ser feita muito mais pela ingestãode líquidos do que pelo uso de cremeshidratantes, principalmente naquelescom tendência à acne”, orienta.

Ana Paula Gomes Meski

Fernando Sperandeo de Macedo

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Beleza

Centro de Beleza faz avaliação completa da pele

Quando a temperatura cai, a peleem geral sofre com as alteraçõesprovenientes de agentes externos e,por essa razão, os cuidados devem serintensificados. As áreas mais afetadasna estação fria são as mãos, a face, aspernas e os pés. Segundo os médicos,para impedir o ressecamento e/ou airritação, o ideal é evitar banhos muitosquentes e demorados, que podemprejudicar o manto lipídico. Além disso,na hora do banho é importante utilizarpouco sabonete, de preferência apenasnas partes íntimas. “O melhor é recorreraos sabonetes que contêm hidratantesna composição”, lembra o médicoFernando Macedo. Para prevenir

O Centro de Beleza da YakultCosmetics oferece ao público a chancede fazer avaliação científica da pele.A partir desta análise, é possível obterinformações detalhadas e seguras sobreo estado, a textura, o metabolismo e amorfologia da pele, além do grau dehidratação e de oleosidade da face e dopescoço. Esse procedimento é feito porprofissionais qualificados que, com umaparelho chamado Skin View, fotografam

a pele com uma lente especial comcapacidade de ampliar a superfícieanalisada em até 50 vezes. Dessa forma,o Centro de Beleza tem condições deindicar o tratamento cosmético maisadequado e personalizado aos clientes.

A pesquisa também inclui a coletade células mortas existentes na epidermee o material colhido é encaminhadopara o laboratório da Yakult, que verificaem microscópio se as células estão boase se a descamação está normal. Quandoo exame detecta que células mortasapresentam núcleos, o que indica quea camada de células vivas está sendoatingida, os clientes podem receber cópiada imagem e são orientados a procurarum dermatologista. O diagnóstico dapele tem como base, também, ficha deanamnese com informações sobrealimentação, estilo de vida, horasde sono, hábitos de beleza, doenças

Cuidado especial no frioainda mais o ressecamento da pele, osdermatologistas aconselham a aplicaçãode hidratantes após o banho e duranteo dia. Taciana Dal’Forno destaca quepessoas com tendência à acne devemter cuidado com o uso de cremesoleosos para a hidratação da face eoutras áreas seborréicas, como colo edorso. “Esses cremes podem obstruiros poros foliculares, impedindo aliberação da secreção sebácea, o queprovoca ou agrava a acne. Portanto, ouso de hidratantes deve ser rigorosamenteprescrito pelo dermatologista”, enfatiza.A médica alerta, também, para oagravamento de dermatite seborréica,afecção que causa vermelhidão,

escamação e prurido na face e no courocabeludo no período frio, e da psoríase,causada geralmente pela diminuiçãoda exposição solar e da hidratação.“A avaliação do dermatologista e ocorreto tratamento são as medidasmais adequadas para o controle dessasafecções”, ensina. Os médicos lembramque, mesmo nos dias nublados, o usode protetor solar com fator de proteção15, no mínimo, é cuidado obrigatório,inclusive para os lábios.

crônicas, uso de medicamentos, alergias,próteses, biótipo cutâneo e complicaçõescomo seborréia, telangiectasias (dilataçãopermanente da parede de um pequenovaso sangüíneo localizado na derme),rugas, foliculite e outras. “Todos osdados ajudam na pesquisa, já que sãofatores que têm influência direta ouindireta sobre a saúde da pele”, diza esteticista Zilda Marlene MeilsmitCataldi. Para estender os serviços,a Yakult Cosmetics tem treinado asconsultoras de beleza para tirar amostrasde pele dos clientes e encaminhar parao laboratório. A Divisão Cosméticosefetua a avaliação para orientar oscuidados com a pele, assim comoalimentação, prática de exercícios esono equilibrado, entre outros. Osdados obtidos também são aproveitadospelo Departamento de Pesquisa eDesenvolvimento de Novos Produtos.

Taciana Dal´Forno

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Artigo

“O esporte e a Medicina ficaramintrinsecamente ligados à minha vidade forma natural. A prática esportivasurgiu como o melhor tratamento paraum problema de saúde que tive nainfância: a asma. Aos seis anos comeceia praticar natação, sob recomendaçãomédica, para atenuar as repetidas crisesde asma e de bronquite. Além de umaopção de tratamento saudável, os médicosdisseram aos meus pais que o esporteera a única chance que eu tinha demanter uma vida normal. Aos 10 anos,sem voltar a ter as crises, poderia terparado de nadar, mas continuei e nos15 anos seguintes disputei diversoscampeonatos brasileiros de nataçãocomo atleta amadora do Flamengo.Em 1989 fui campeã brasileira nos400m medley e nos 200m peito.

De minha experiência comoatleta, que depende da performancee preparação do corpo para atingiro objetivo, desenvolvi um grandeinteresse em aprender cada vez maissobre o funcionamento do organismo.Em 1991 entrei para a Faculdade deMedicina da Universidade Federal doRio de Janeiro (UFRJ) e me formei em1997. Em um futuro próximo pretendojuntar as duas áreas e me especializarem Medicina Esportiva. Ao ingressarna faculdade, o horário para treinosficou reduzido e tinha de intercalaros treinamentos entre as aulas. Mesmoassim, encontrei tempo para praticaratletismo e resolvi competir nobiathlon (modalidade que se divideem provas de natação e corrida).

Conquistei o título de tricampeãestadual da categoria, ao ser campeãtrês anos seguidos, de 1991 a 1993.

Em 1995, não bastassem as duasmodalidades que treinava, resolvi agregaro ciclismo e praticar o triathlon. Umamigo indicou um técnico, CarlosEugênio, o Neném, que hoje, além decuidar de minha preparação como atleta,é meu marido. Em fevereiro do mesmoano comprei minha primeira bicicletapara competição, usada. Um mês depoissofri um acidente que quase me obrigoua desistir do sonho de ser triatleta.Enquanto pedalava na praia deCamboinhas, em Niterói, fui atropelada,tive um edema cerebral de pequenamonta e fraturei a escápula esquerda.Passei três meses em tratamento erecuperação. Em junho de 1995 volteiaos treinos e competi, ainda comoamadora, pela primeira vez no triathlon,em Niterói, e fiquei em quinto lugar.No ano seguinte, venci algumasprovas do Campeonato Brasileirona categoria 20/24 anos e fui a16ª colocada em minha estréia emdistâncias olímpicas (1,5km denatação, 40km de ciclismo e 10kmde corrida), no Campeonato Mundial,em Cleveland, nos Estados Unidos.

Em 1997 aconteceria uma reviravoltana minha carreira. Concluído o cursode Medicina, em julho, agora tinhamais tempo para treinar. Em três mesesde preparação em tempo integral – comalimentação e descanso adequados –fui competir em Vila Velha, EspíritoSanto, e venci o tradicional Triathlon

do Exército, em uma competição quetinha as melhores triatletas brasileirasda época. No mês seguinte conquistei oCampeonato Sul-Americano, em Ilhéus,na Bahia. Em 1998 prosseguiram asvitórias: fui bicampeã sul-americana,no Uruguai, e medalha de ouro nosJogos Sul-Americanos do Equador.Na última Olimpíada, em 2000, fuia melhor brasileira na prova, ficandoem 11º lugar. Agora, já classificadapara os Jogos Olímpicos de Atenas,vou representar o Brasil mais uma veze, após o torneio, darei continuidadeà minha carreira de médica.”

em AtenasMédica triatletaMédica triatleta

Sandra Soldan foi convidadapara integrar a equipe médica da

ITU (International TriathlonUnion) após a Olimpíada.

A atleta ocupa a 12ª posiçãono ranking da entidade.

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“Tive a oportunidade deconhecer a revista e confessoque achei muito boa, com matériasde excelente qualidade. Souprofissional da área da saúde há5 anos e estudante do 3º ano deEnfermagem na UniABC. Parabénspelo trabalho.” – Edneide M.Silva – Mauá – SP.

“Achei muito interessante arevista Super Saudável e gosteido artigo que diferenciava esportee atividade física e enfocavaa necessidade de se acumulardiariamente 30 minutos deatividade física. Sou nutricionistae tenho baixado todas as revistasanteriores pela internet.”Dra. Anete CorreiaPresidente Prudente – SP.

“Tive o prazer de conhecer apublicação de vocês no consultóriodo pediatra do meu filho em Mogidas Cruzes e achei interessante,completa e muito útil para auxiliaro profissional em suas orientações.Sou nutricionista, diretoracomercial da empresa NutrianAssessoria em Nutrição.”Dra. Angélica A. LongoMogi das Cruzes – SP.

Rua Álvares de Azevedo, 210 - Sala 61 - Centro - Santo André - SPCEP 09020-140 - Telefone: (11) 4432-4000 - Fax: (11) 4990-8308e-mail: adbringel@companhiadeimprensa.com.br

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Cartas

Em função do espaço, não é possível publicar todas as cartas e e-mails recebidos. Mas a coordenação da revista Super Saudável agradece

a atenção de todos os leitores que escreveram para a redação.

“Gostei de conhecer a revistaSuper Saudável. Sou estudantede Nutrição e, entre tantas outrasrevistas em um consultório, minhamãe percebeu a da Yakult e achouinteressante. Acho importante adivulgação dos conhecimentosrelacionados à saúde, que osprofissionais estão fazendo atravésdeste meio de comunicação. Arevista é bonita, alegre e muitosimpática.” – Rejane CristinaCorrêa – Curitiba – PR.

“Somos de clínica de Ortopediana cidade de Londrina e temosrecebido a revista em nossoconsultório, onde vem fazendobastante sucesso.”– Mônica eDr. Carlos – Londrina – PR.

“Gostaria de parabenizá-lospelo sucesso da revista, pois atenho visto em alguns hospitais econsultórios.” – Suelen de SouzaVital – Ribeirão Preto – SP.

“Gostaria de agradecer o envioda revista Super Saudável com amatéria (entrevista do mês) quefizemos sobre a soja e a saúdehumana. Ficou excelente. Maisuma vez parabéns pelo seu

trabalho como jornalista e comoincentivadora dos benefícios dasoja na redução de doençascrônicas e degenerativas.” – JoséMarcos Gontijo Mandarino –Embrapa Soja – Londrina – PR.

“Sou auxiliar de enfermagem eme encantei com a revista. Tenho19 anos e sempre procuro assuntosda área da saúde na internet,mas nem sempre estou satisfeita.A revista Super Saudável abordaos assuntos que gostaria deconhecer e me satisfaz. Hoje emdia é difícil ver uma revista tãoprodutiva.” – Lílian AparecidaMachado – São Paulo.

“Sou professor e conheci arevista em um consultóriomédico. Estou escrevendo paraparabenizá-los pela revista, quetraz informação saudável. Acheisensacional.” – Osvaldo Norbertodos Santos – Irapuru – SP.

“Quero parabenizar a todasas pessoas envolvidas com arevista Super Saudável.”Dra. Ligia Alice de LimaPereira – NutricionistaSão Leopoldo – RS.

“Sou professora de EducaçãoFísica e tenho uma aluna quesempre leva as reportagens dessarevista para mim. Gostaria dereceber a revista para colocar asreportagens no mural da academia.Gosto de colocar novidades todasas semanas para os alunos.”Silmara Camargo – São Josédos Campos – SP.

“Gostaria de parabenizara todos da redação e os quecolaboram de algum modopara que essa importante missãoaconteça: passar a todos notíciassobre turismo, beleza e ciência.Parabéns! Sou apenas umaaluna que cursa a 7ª série,porém, me interesso por essesassuntos, pois tem uma enormeimportância para quem quer‘crescer’ na vida.”Larissa Scarassatti CarreiroPiracicaba – SP.

“Realizei uma leiturainteressante de nível informativoe altamente cultural na revistaSuper Saudável. Sou aluno docurso de Educação Física dacidade de Taubaté.” – RegisCândido da Silva – Taubaté – SP.

�Cartas para a Redação A resolução nº 1.701/2003 doConselho Federal de Medicinaestabelece que as publicações

editoriais não devem conteros telefones e endereços dosprofissionais entrevistados.Os interessados em obter

esses telefones e endereçosdevem entrar em contato pelo

telefone 0800 13 12 60.