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1 A Contabilidade e as Finanças em Simulação Empresarial, um ensino de sucesso Susana Maria Silva ([email protected]) Maria da Conceição Aleixo ([email protected]) Ana Bela de Sousa Delicado Teixeira ([email protected]) A7| Ensino e Investigação em Contabilidade Palavras-chave: Ensino, Avaliação contínua, Metodologia de Ensino Baseada na Resolução de problemas. Metodologia utilizada: Estudo de Caso

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A Contabilidade e as Finanças em Simulação Empresarial, um ensino de sucesso Susana Maria Silva ([email protected]) Maria da Conceição Aleixo ([email protected]) Ana Bela de Sousa Delicado Teixeira ([email protected]) A7| Ensino e Investigação em Contabilidade Palavras-chave: Ensino, Avaliação contínua, Metodologia de Ensino Baseada na Resolução de problemas. Metodologia utilizada: Estudo de Caso

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Resumo A unidade curricular de Simulação Empresarial, associa a aplicação da metodologia de ensino baseada na resolução de problemas, com o modelo de avaliação contínua, no ensino da contabilidade e das finanças. No estudo carateriza-se o modelo de avaliação contínua e o modelo de ensino baseado na resolução de problemas e demonstra-se como é que é efetuada a sua articulação, no ensino da contabilidade e das finanças na unidade curricular de Simulação Empresarial, que efetua a síntese do Curso de Licenciatura de Contabilidade e Finanças. Na análise das respostas obtidas no inquérito que anualmente é entregue aos estudantes do referido Curso, no final da unidade curricular, verifica-se que os estudantes, consideram que os objetivos de Simulação Empresarial, são globalmente atingidos nos anos letivos em análise. No mesmo inquérito é possível também concluir que os estudantes de Simulação Empresarial, reconhecem o acréscimo de conhecimentos nas áreas da Contabilidade Financeira, Orçamentação, Fiscalidade e Finanças evoluindo a sua autoavaliação do início para o final da unidade curricular. Palavras-chave: Ensino, Avaliação contínua, Metodologia de Ensino Baseada na Resolução de problemas. Abstract The discipline of Business Simulation, combines the application of Problem Based Learning teaching method with the continuous assessment model, in the teaching of accounting and finance. In the study characterized the continuous assessment model and Problem Based Learning teaching method and demonstrates how your joint is made in the teaching of accounting and finance in the discipline of Business Simulation, which makes the Course of synthesis of Accounting and Finance. In analyzing the responses obtained in the survey which is currently delivered to said Students Course at the end of the course, it is evident that the students consider that the Business Simulation objectives are achieved overall in academic years under review. In the same survey can also conclude that the Business Simulation students recognize the increase of knowledge in the areas of Financial Accounting, Budgeting, Taxation and Finance evolving its self-assessment of the beginning to the end of the Course. Keyword: Education, Continuous assessment, Problem Based Learning

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1. Introdução Um dos problemas do ensino em Portugal, nomeadamente, no Ensino Superior, é o insucesso e o abandono escolar, havendo vários autores que referem que, o insucesso continuado, conduz ao abandono. Esse abandono tem diferentes custos, alguns de cariz social, outros de ordem financeira, sabendo-se que um elevado nível de insucesso, no imediato, encarece o ensino, mas que em termos estratégicos, fragiliza o crescimento de um povo. Face a esta problemática, entendemos que o modelo de ensino e o modelo de avaliação são temas nucleares nas questões da educação e instrumentos essenciais na procura de melhores resultados para os estudantes e para o Ensino. Desta forma, se o insucesso escolar nos merece preocupação e medidas que o contrariem, o sucesso escolar exige-nos divulgação e conhecimento profundo da sua origem. Nessa perspetiva, iremos detalhar e aprofundar o funcionamento de uma unidade curricular de sucesso, Simulação Empresarial, que, no ensino da Contabilidade e das Finanças, associa ao modelo de avaliação contínua, a metodologia de ensino baseada na resolução de problemas. Assim, este estudo, após a introdução, apresenta uma breve revisão de literatura, a metodologia a análise dos resultados obtidos num estudo de caso e por fim, as conclusões e as referências bibliográficas. 2. A associação do modelo de avaliação contínua com a metodologia de ensino baseada na resolução de problemas, num ensino de sucesso O insucesso escolar tem sido um problema das últimas décadas. Segundo Balancho e Coelho (1996) a falta de sucesso escolar do estudante aponta para causas por um lado relacionadas com o seu modo de vida e meio familiar e por outro lado, com o tipo de propostas de aprendizagem que a escola lhe oferece, normalmente desligadas da sua experiência quotidiana, o que inibe a sua motivação para o saber e para a construção desse mesmo saber. Barata et al (2012) referem que, um fator determinante para o elevado nível de retenção (insucesso) em Portugal, é a ideia prevalente de que a repetição do ano favorece a aprendizagem de competências mesmo na ausência de evidência científica que apoie a retenção como estratégia pedagógica. Sobre esta temática, Parreira (2016) salienta que o insucesso escolar poderia ser significativamente reduzido se os professores utilizassem outros métodos e, acima de tudo, uma nova atitude. É por isso possível afirmar que cabe também aos professores a responsabilidade de refletir sobre a sua prática pedagógica, quer através da investigação, quer através do empenho sistemático num desenvolvimento profissional

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contínuo1. Motivar, é criar necessidade de aprender e atuar e as suas fontes podem ser internas ou externas. Relativamente a esta última, pode associar-se, entre outras, à personalidade/atitude do docente - pois dar uma aula, seja ela teórica ou prática, é também um problema de comunicação entre o docente e o estudante - é necessário conseguir estabelecer uma ligação sob pena de não existir efetivamente a aula. Balanche e Coelho (1996) afirmam que os laços de afetividade não podem estar ausentes do ensino, seja qual for o nível etário do estudante. A redução do insucesso, tem de passar forçosamente pelo estudante aprender a gostar de aprender e sentir que essa aprendizagem lhe é útil, quer a nível pessoal, quer profissional. Estanqueiro (1992), salienta que o segredo do sucesso está na motivação, sendo ela uma força que ativa e dirige o comportamento, acrescentando que, um bom processo de aprendizagem passa por relacionar as matérias novas, com os conhecimentos adquiridos, até porque, tudo o que é significativo permanece mais tempo na memória e pode ser recordado com facilidade. Atualmente sobre aprendizagem e sucesso escolar, há cada vez mais autores a defender a necessidade de envolver e responsabilizar mais os estudantes na aprendizagem, passando-se de um modelo centrado no “ensino”, para o de “aprender”. Neste sentido, afirmam que, os modelos tradicionais de ensino, desresponsabilizam grandemente o estudante da aprendizagem, atribuindo ao docente um papel preponderantemente de responsável pelo ensino dos conteúdos programáticos onde a avaliação ocorre normalmente, no final da unidade curricular, o que inviabiliza a tomada de medidas motivadoras e facilitadoras da aprendizagem e do sucesso (Silva, Aleixo e Teixeira, 2013). Contrariando este modelo de ensino e de avaliação final (e pontual), existem muitos defensores, de que o incremento do sucesso académico, passa pelada aplicação do modelo de ensino baseado na resolução de problemas e de um modelo de avaliação contínua. A avaliação contínua é um processo de avaliação constante e tem como objetivo, a obtenção dum “feedback” contínuo e permanente, de forma a possibilitar um diagnóstico fiel do processo evolutivo dos estudantes. Também permite a identificação das dificuldades de aprendizagem eventualmente surgidas e como consequência natural, a introdução de medidas corretivas adequadas às dificuldades verificadas, que podem efetuadas de diferentes formas, tais como: observação permanente do docente, que ao estar sempre atento anota o desenvolvimento do estudante e dessa forma será capaz de avaliar as suas atitudes, a sua participação, o seu interesse, a sua comunicação oral e escrita, o confronto e a defesa de ideias 1 https: srec.azores.gov.pt/formacaocontinua/pt/DispGerM em 20 fev 2016

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de cada um; fichas de avaliação por estudante onde irão constar as informações observadas diariamente sobre atividades realizadas em sala de aula e o desempenho de cada estudante, ou realizar testes, provas e jogos em grupos é uma forma de avaliar, desde que seja aplicado com frequência para que o estudante aprenda que avaliação é um processo natural do seu desenvolvimento intelectual (Miranda, 2016). Relativamente ao modelo de ensino baseado na resolução de problemas ele consiste em apresentar aos estudantes um problema real e complexo, bem definido e dentro de um contexto adequado, onde a primeira tarefa a realizar pelos estudantes seja identificar a informação adicional que necessitam para resolver o caso (Anés e Gavira, 2011). Neste modelo, o papel principal do docente, é pois, incentivar o estudante a reunir os conhecimentos adquiridos, identificar a informação que não tem e incentiva-lo a investigar e encontrar a solução adequada. Assim, sendo o insucesso escolar um problema nacional, que nos merece reflexão e medidas que o contrariem, o sucesso escolar exige-nos divulgação e conhecimento profundo da sua origem. Por isso, iremos detalhar e aprofundar o funcionamento de uma unidade curricular do último semestre do Curso de Licenciatura em Contabilidade e Finanças (CF) da Escola Superior de Ciências Empresariais (ESCE) do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS). Ao longo de onze anos, tem sido claramente uma unidade curricular de sucesso, indo ao encontro da necessidade de aproximação entre a formação ministrada pelas instituições de ensino e as entidades empregadoras, como tem sido referido nas últimas décadas, relativamente ao ensino da contabilidade (Arbrecht e Sack (2000) e Jones (2010)). Ainda sobre contabilidade e o exercício da profissão, segundo Etxeberria e Pike (2011) a sociedade espera que os futuros profissionais da contabilidade associem aos conhecimentos técnicos, competências pessoais que lhe permitam ter pensamento e análise crítica, boa comunicação oral e escrita, trabalho em equipa, responsabilidade e compromisso ético. Simulação Empresarial responde integralmente a este desafio, com sucesso. 3. Simulação Empresarial na Licenciatura em Contabilidade e Finanças da ESCE - IPS O Curso de CF da ESCE do IPS integra no seu plano de estudos, mais concretamente no último semestre do último ano, uma unidade curricular de SE, que é ntegradora e de síntese relativamente aos conhecimentos adquiridos ao longo da Licenciatura, que integra no seu plano de estudos, diversas unidades curriculares de diferentes áreas científicas representadas no Quadro nº 1.

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Quadro nº 1- Síntese das unidades curriculares da LCF Unidades

Curriculares Nº UC ECT`S Designação ÁREAS NUCLEARES

Contabilidade e

Relato Financeiro 6 36 Contabilidade Financeira I e II Contabilidade das Sociedades Relato Financeiro I e II Contabilidade Financeira do Setor Público

Contabilidade Analítica e de

Gestão 4 18 Contabilidade Analítica I, II e III

Planeamento e Controlo de Gestão Fiscalidade 3 18 Fiscalidade I, Fiscalidade II, Fiscalidade III

Finanças 6 26,5 Cálculo Financeiro Análise Financeira I e II Gestão Financeira e Gestão Financeira Internacional Tecnologias de Informação para as Finanças

Direito de Empresas 3 12 Introdução ao Direito

Legislação Comercial Direito do Trabalho

Ética e Deontologia 1 3 Ética e Deontologia Profissional OUTRAS ÁREAS COMPLEMENTARES

Áreas Complementares 9 45,5

Introdução à Gestão, Economia, Auditoria Matemática, Estatística, Avaliação de Investimento Gestão de Recursos Humanos, Marketing Inovação e Estratégia Empresarial

SIMULAÇÃO EMPRESARIAL Simulação

Empresarial 1 21 Simulação Empresarial Fonte: Elaboração própria

Para além disso é uma unidade curricular inovadora, face às metodologias de ensino utilizadas, onde aliado ao uso das novas tecnologias de informação, o docente deixa de desempenhar um papel exclusivamente de transmissor de conhecimentos para ter uma função de coordenador da aprendizagem dos estudantes que por sua vez, através de uma postura ativa e participativa, analisam os problemas propostos de uma forma crítica e identificam a informação adicional de que necessitam, efetuando investigação individual e ou em grupo. Permite ter uma perceção global da realidade empresarial dado que o seu funcionamento, através de um mercado simulado, se aproxima do ambiente empresarial no seu dia-a-dia. A unidade curricular de SE, quebra o tradicional método expositivo utilizado nas aulas teóricas para a exposição de conceitos e conteúdos e do método participativo para a reflexão e resolução de exercícios utilizado nas aulas práticas, para uma metodologia alinhada com a alteração do paradigma do ensino centrando-se na aprendizagem participativa dos alunos onde o docente orienta, acompanha e incentiva as atividades desenvolvidas pelos estudantes, para

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que, autonomamente, possam levar a cabo o seu trabalho e consolidem e adquiram competências específicas nas áreas da contabilidade e das finanças (Silva, Aleixo e Teixeira, 2013). Com essas metodologias ativas pretende-se por um lado aumentar o nível de envolvimento e motivação dos estudantes e por outro, responsabilizá-los no êxito desse mesmo processo (Suárez e Ramos, 2011). 3.1. O funcionamento da unidade curricular de Simulação Empresarial Sendo um projeto iniciado pelo Instituto Superior de Contabilidade e Administração da Universidade de Aveiro, ao qual aderimos no ano letivo de 2002/2003, o funcionamento de SE tem por base uma empresa simulada, de um mercado simulado, que é gerida por dois estudantes (associados livremente e mantendo-se até ao final da unidade curricular, na gestão da empresa cuja atividade lhe foi atribuída por sorteio) e cada uma ficará sob a orientação pedagógica específica de um docente - o Tutor. As atividades a desenvolver em sala pelos grupos de trabalho, são orientadas em termos operacionais e pedagógicos por docentes das áreas científicas de Contabilidade e Finanças. Simulação Empresarial tem atualmente na estrutura curricular do Curso de CF uma carga horária semanal obrigatória de 15 horas letivas presenciais em sala com uma carga de trabalho equivalente a 21 ECT´s e um conjunto de tarefas que são reconhecidas com equivalentes a um estágio profissional, pela Ordem dos Contabilistas Certificados. Ao longo dos anos letivos, SE tem abrangido anualmente um número de empresas virtuais, em mercado simulado, que oscila entre 58 e 64 empresas e envolvido entre 11 e 14 tutores. As empresas virtuais refletem as características e obrigações do mercado real, desenvolvendo tarefas que permitem efetuar a gestão corrente de uma empresa ao nível comercial, contabilístico, financeiro e fiscal e cumprir diversas etapas como a constituição da empresa e a prestação de contas. Para tal, são utilizadas diversas metodologias de ensino, nomeadamente: plataforma de e-learning, internet e softwares diversos, dos quais destacamos o Sage Next do Grupo SAGE, que é indispensável ao funcionamento desta unidade curricular. O objetivo global de SE é adquirir, consolidar, reforçar e articular conhecimentos e competências, incentivar a investigação e fazer a ponte entre a Escola e a Profissão, sendo os principais objetivos específicos da unidade curricular de SE, enunciados no seu Programa e apresentados aos estudantes no Seminário do sorteio das empresas, os seguintes:

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Objetivo 1 - Aplicar e consolidar conhecimentos adquiridos ao longo do Curso; Objetivo 2 - Reforçar a formação integrada; Objetivo 3 - Proporcionar uma visão prática da profissão; Objetivo 4 - Aumentar a capacidade de trabalhar em grupo; Objetivo 5 - Incentivo à investigação; Objetivo 6 - Reforçar os conhecimentos para elaboração de relatórios; Objetivo 7 - Aumentar a capacidade de autoavaliação. Para o atingimento destes objetivos, há todo um trabalho de articulação do modelo de funcionamento em sala, com diversificadas solicitações, tarefas para executar, problemas para investigar e resolver e prazos para cumprir, com o modelo de avaliação. Dessa articulação consegue-se evidenciar regularmente o atingimento de objetivos intermédios, reveladores de aprendizagem e prenunciadores de que é possível, com trabalho e cumprimento, chegar ao fim, com sucesso. 3.2. Atividades desenvolvidas em Simulação Empresarial De acordo com os objetivos definidos para a unidade curricular, a partir de uma empresa virtual, o estudante terá através da identificação das necessidades de informação, investigar, individualmente ou em grupo, sempre coordenado e orientado pelo tutor, de encontrar as soluções adequadas ao desenvolvimento da atividade empresarial durante um exercício económico. As atividades desenvolvidas abrangem um conjunto de competências adquiridas ao longo do Curso de CF com especial destaque para as áreas da: Contabilidade, Orçamentação, Finanças e Fiscalidade. A título de exemplo, salientamos no Quadro nº 2 algumas das atividades desenvolvidas em SE, repartidas pelas áreas referidas anteriormente:

Quadro nº 2 - Síntese das atividades desenvolvidas em SE Área da Contabilidade

Criação da empresa virtual gerida por cada um dos grupos (2 estudantes) e procedimentos de abertura de atividade

Elaboração de contratos de trabalho, de seguros de vida, de acidentes de trabalho, de viaturas entre outros

Elaboração de fichas para controlo da situação cadastral dos empregados Elaboração de fichas para controlo dos bens de investimento Compras e vendas de inventários e ativos biológicos e prestação de serviços Controlo dos inventários e ativos biológicos de acordo com os critérios de valorimetria. Elaboração de documentos tais como: orçamentos, notas de encomenda, faturas, notas de

crédito, notas de débito, guias de remessa e guias de entrada.

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Classificação, registo e arquivo contabilístico de todas as operações realizadas pela empresa

Elaboração de reconciliações bancárias Implementação e manutenção de medidas de controlo interno Circularização e regularização de saldos Elaboração das folhas e recibos de remunerações Repartição dos gastos pelas respetivas funções Elaboração das Demonstrações Financeiras Investigação e enquadramento contabilístico de diversas operações especiais sobre

diversas temáticas Área das Finanças

Realização do plano económico e financeiro anual Gestão da tesouraria da empresa Decisão e execução do plano de investimentos Contratação de aplicações financeiras Análise económica e financeira da empresa Decisão sobre alternativas de financiamento de curto e MLPrazo Decisão sobre PMP, PMR e PMRotação de Inventários

Área da Fiscalidade Elaboração de declarações fiscais em sede dos diversos impostos fiscais: IVA, IRC, IRS,

IS e IUC e parafiscais: Segurança Social Elaboração do Dossier Fiscal

Área da Orçamentação Elaboração da orçamentação anual Análise de desvios face ao orçamento anual Orçamento do custo de produção/obras/prestação de serviços Fonte: Elaboração própria

3.3. Modelo de avaliação utilizado em Simulação Empresarial O processo de avaliação de SE é orientado segundo os princípios da avaliação continuada, de tal modo que as múltiplas informações parcelares, reflitam o esforço desenvolvido e o empenho demonstrado, individualmente por cada estudante, bem como do trabalho desenvolvido pelo grupo que gere a empresa. Por isso, a avaliação, de cada fase resulta de avaliações contínuas e ainda da avaliação do relatório previsto em cada uma das fases. Nesse sentido, são efetuadas, com aviso prévio, diversas auditorias, umas individuais, outras ao grupo (empresa). No entanto, existem ainda em qualquer momento do processo de avaliação contínua, auditorias gerais às empresas. As auditorias podem incidir sobre aspetos contabilísticos, de gestão, fiscais, legais ou outros. A avaliação de SE é efetuada exclusivamente em “Avaliação Contínua” e a sua aprovação resulta de obter na nota final, igual ou superior a 10 valores, sendo esse valor resultante da aplicação de fórmula que apresentamos cumulativamente com os requisitos mínimos de, o

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relatório da Fase 3, ter nota positiva, o somatório das três fases, ser positiva e na apresentação oral, ter também nota igual ou superior a 10 valores. As três fases, bem como a apresentação oral, têm ponderações diferentes na nota final, tal como apresentamos de seguida:

Nota final = 10% Fase 1 + 35% Fase 2 + 35% Fase 3 + 20% Apresentação Oral Sendo previsto um trabalho de grupo, é também objetivo que os dois elementos do grupo articulem, consolidem e acresçam conhecimentos, quer pessoais, quer científicos, nomeadamente, nas áreas da Contabilidade (Financeira e Analítica), Fiscalidade e Finanças. Desta forma, cada uma das fases de avaliação tem sempre uma componente individual e outra de grupo, sendo que essa avaliação, tal como referido, é efetuada em avaliação contínua e completada com a entrega faseada de um relatório escrito. No que se refere aos momentos de avaliação contínua individuais, o objetivo de cada um deles é sempre de permitir a cada um dos estudantes garantir que independentemente da forma como se organizam na gestão da empresa, ambos atingiram os objetivos definidos até ao momento. Assim, no que se refere à Fase 1, cuja síntese se apresenta no Quadro nº 3, a avaliação contínua, é constituída por auditorias individuais que incidem sobre as medidas de controlo interno adotadas pela empresa e sobre a orçamentação. Qualquer destas temáticas, fez parte da informação constante no Relatório inicial, (com um peso de 60% na nota da fase) que foi anteriormente entregue. As auditorias individuais desta fase, ocorrem no mesmo momento, ainda que seja cada uma delas, pontuada numa escala de 0 a 20 valores.

Quadro nº 3 – Constituição da avaliação da Fase 1 FASE 1

Avaliação contínua (40%) Relatório Inicial (60%)

Avaliação FASE 1 (100%) Auditorias individuais

Fonte: Elaboração própria

Na avaliação da Fase 2, cuja síntese se apresenta no Quadro nº 4, a avaliação contínua, tem uma componente individual e outra de grupo relativa à empresa. Globalmente, esta avaliação pesa 50% da nota da fase, mas 60% dessa avaliação, é individual. Também nesta fase, as auditorias individuais incidem sobre conhecimentos que já foram necessários aplicar em sala tais como, entre outras, operações bancárias e de financiamento e ocorrem para que cada estudante evidencie que adquiriu ou consolidou os conhecimentos dessa temática. As

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auditorias individuais são agrupadas e ocorrem em dois momentos distintos. A data destas auditorias, tal com das anteriores e das da Fase 3, é definida e divulgada, logo no início da unidade curricular. As auditorias à Empresa ocorrem, em momentos distintos, em sala e sem aviso prévio. Existe ainda um conjunto de Operações Especiais (OE) que propõem ao estudante a resolução de problemas que não surgem regularmente na atividade diária da empresa, sendo por isso obrigatórias. A avaliação contínua é resultado do cumprimento dos diferentes prazos de obrigações decorrentes da atividade de uma empresa. O Relatório desta fase consiste na Prestação de Contas intercalares.

Quadro nº 4 – Constituição da avaliação da Fase 2

FASE 2 Avaliação contínua (50%) Relatório

Intercalar (50%)

Avaliação FASE 2 (100%) Auditorias Individuais

(60%) Auditorias à Empresa

(40%) Fonte: Elaboração própria

A avaliação da Fase 3, apresentada no Quadro nº 5, mostra que a avaliação contínua, nesta fase, tem uma ponderação de 60%, dos quais, 50% é constituída por auditorias individuais. À semelhança das outras fases, após terem sido aplicados no funcionamento das empresas, no decorrer da unidade curricular, os saberes relacionados com diversas operações relacionadas com bancos, acréscimos e diferimentos, bem como as diferentes formas de financiamento. Tal como já referido, é esperado que, independentemente da forma como os estudantes organizam as tarefas do dia-a-dia da empresa, que ambos consolidem e ou adquiram os mesmos conhecimentos. O Relatório desta fase, consiste na Prestação de Contas anual.

Quadro nº 5 – Constituição da avaliação da Fase 3

FASE 3 Avaliação contínua (60%) Relatório Final

(40%) Avaliação

FASE 3 (100%) Auditorias Individuais (50%)

Auditorias à Empresa (50%)

Fonte: Elaboração própria

A apresentação oral é um momento obrigatório para todos os estudantes, tem nota mínima de 10 valores, mas é também um momento solene e de afirmação do estudante e do sucesso da sua empresa e do seu trabalho. Avaliados por um júri de três docentes da unidade curricular, é normalmente para todos nós, docentes e estudantes, um momento de reconhecimento e de muito orgulho. Os estudantes assumem a postura de gerentes da sua empresa e apresentam

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numa postura convicta e segura, em 20 minutos, a síntese do trabalho desenvolvido que engloba uma análise económico-financeira, integrada, do desempenho da sua empresa, evidenciando, na discussão/argumentação, a forma consistente como foi gerida a mesma.

Quadro nº 6 – Constituição da avaliação da Apresentação Oral Apresentação Oral

Avaliação da Empresa (45%) Avaliação individual (55%) Avaliação Apresentação Oral (100%)

Apresentação geral do trabalho Conteúdos científicos Postura do comunicador Discussão e argumentação

Fonte: Elaboração própria

De seguida, no Quadro nº 7 evidenciamos a forma como se calcula a nota final da unidade curricular de SE, constatando-se que, a avaliação contínua, constituída pela avaliação individual e à empresa, tem um peso de 62,6% (38,8%+23,8%) e que por outro lado, a avaliação individual tem um peso na nota final de 38,8% enquanto, o trabalho de grupo, tem um peso de 61,3% (23,8% + 37,5%).

Quadro nº 7 – Cálculo da nota final de Simulação Empresarial Ponderação Nota Final 10% 35% 35% 20% 100%

SE Fase I Fase II Fase III Ap. Oral Nota Final Avaliação Individual 40% 35% 30% 60% 38,8% Avaliação Empresa 0% 15% 30% 40% 23,8% Relatório 60% 50% 40% 0% 37,5% Total por Fase 100% 100% 100% 100% 100%

Fonte: Elaboração própria

4. Metodologia Neste estudo foi utilizado o inquérito por questionário, para a recolha dos dados pois o mesmo pode ser constituído por uma série ordenada de questões que são respondidas por escrito não sendo necessária a presença de um entrevistador (Marconi e Lakatos, 1999). O questionário foi constituído pelas questões necessárias aos objetivos do estudo, tendo sido adotada uma terminologia clara e percetível, para que as questões tivessem o mesmo significado para todos os inquiridos. Foram utilizadas questões fechadas, pois as questões abertas podem originar diferentes respostas dos inquiridos (Bell, 1997). A opção pelas questões fechadas – nas quais os inquiridos são confrontados com um conjunto de alternativas para escolher a que melhor representa a sua situação – teve ainda outros objetivos, nomeadamente: (i) permitir uma maior

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rapidez e facilidade de resposta; (ii) conseguir uma maior uniformidade, rapidez e simplificação na análise das respostas; e (iii) facilitar a contextualização das questões. Na elaboração do questionário procurou-se colocar as questões estritamente necessárias aos objetivos do estudo, utilizando uma terminologia clara e perceptível para os estudantes inquiridos. Foi utilizada a seguinte escala de opções de resposta: 1=Nada; 2=Pouco; 3=Suficiente; 4= Bom e 5= Muito Bom em duas perspectivas distintas: (ii) avaliar o grau de cumprimento dos objetivos da unidade curricular de Simulação Empresarial; e (ii) avaliar se há acréscimo de conhecimentos ao nível da Contabilidade Financeira, Finanças, Fiscalidade e Orçamentação, após a frequência da unidade curricular. Nesse sentido, o questionário foi organizado em dois grupos e encontra-se estruturado da seguinte forma: 1. Introdução: o objetivo é clarificar a finalidade do questionário. Para além disso, serve para garantir o seu anonimato e o sigilo absoluto (relativamente aos dados fornecidos), de forma a obter-se uma maior disponibilidade e cooperação por parte dos inquiridos envolvidos no estudo. 2. Grupo I: tem por objetivo avaliar o grau de cumprimento dos objetivos da unidade curricular de Simulação Empresarial. 3. Grupo II: pretende compreender, numa perspetiva de autoavaliação, a posição dos estudantes face às temáticas de Contabilidade Financeira, Finanças, Fiscalidade e Orçamentação, no início e no fim da unidade curricular de Simulação Empresarial. 5. Estudo de Caso No presente estudo foi seleccionada uma amostra constituída pelos estudantes do curso de Licenciatura em Contabilidade e Finanças da ESCE – IPS, inscritos na unidade curricular de Simulação Empresarial ao longo de um período correspondente a 8 anos letivos (de 2007/2008 a 2014/2015) de acordo com o Quadro nº 8.

Quadro nº 8 – Nº estudantes inquiridos e respetiva taxa de respostas 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015

Número de estudantes 117 98 103 70 61 65 77 68 Taxa de resposta 100% 81% 75% 86% 90% 96% 79% 84%

Fonte: Elaboração própria

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No ponto seguinte serão analisados os resultados obtidos de acordo com os objetivos do estudo no que diz respeito à avaliação: do grau de cumprimento dos objetivos da unidade curricular de Simulação Empresarial; do acréscimo de conhecimentos ao nível da Contabilidade Financeira, Finanças,

Fiscalidade e Orçamentação, após a frequência da unidade curricular

4.1. Análise dos resultados obtidos De seguida, apresenta-se um conjunto de gráficos onde se evidencia, a evolução do nível de cumprimentos dos objetivos de SE, tendo em conta, o somatório das opções de resposta “Bom” e “Muito Bom” (4+5).

Gráfico nº 1 - Evolução percentual da evolução das opções “Bom+Muito Bom” (4+5)

do Objetivo 1 de SE no período de 2007/2008 a 2014/2015

Fonte: Elaboração própria Analisando a evolução do Objetivo 1 - Aplicar e consolidar conhecimentos adquiridos ao longo do Curso - relativamente à soma das opções “Bom+Muito Bom” no que se refere ao seu grau de cumprimento, podemos constatar que há dois anos em que o grau de cumprimento do objetivo ronda os 77% e que, durante dois anos consecutivos ultrapassa os 95%, totalizando em 2014/2015 82,5%. Estes resultados atestam que os estudantes consideram que a unidade curricular de SE lhes permite consolidar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso. O Gráfico nº 2 apresenta a evolução, nos anos em análise do somatório do peso das opções 4 e 5, relativamente ao Objetivo 2 - Reforçar a formação integrada.

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Gráfico nº 2 - Evolução percentual da evolução das opções “Bom+Muito Bom” (4+5) do Objetivo 2 de SE no período de 2007/2008 a 2014/2015

Fonte: Elaboração própria

Pela análise da evolução do Objetivo 2, ao longo dos anos letivos referenciados no gráfico, podemos referir que é no ano letivo de 2007/2008 que este objetivo alcança o pior resultado. Por outro lado, verifica-se que o grau de cumprimento do referido objetivo tem vindo a aumentar atingindo em 2013/2014 o valor mais elevado (91,8%), ou seja, quase todos os estudantes que responderem ao inquérito, se situam nos níveis maiores de reconhecimento do cumprimento do objetivo. No Gráfico nº 3 apresenta-se, para o período de 2007/2008 a 2014/2015, a evolução do peso percentual atribuído às opções “Bom+Muito Bom” relativamente ao Objetivo 3 – Proporcionar uma visão prática da profissão.

Gráfico nº 3 - Evolução percentual da evolução das opções “Bom+Muito Bom” (4+5) do Objetivo 3 de SE no período de 2007/2008 a 2014/2015

Fonte: Elaboração própria

Os resultados obtidos no objetivo 3, refletem que o mesmo apresenta sempre valores elevados apresentando o seu valor mais alto em 2010/2011 (95%). As elevadas percentagens obtidas

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revelam a importância que os estudantes atribuem à unidade curricular de SE, no sentido de que a mesma lhes proporciona, no seu todo, uma visão prática e abrangente da profissão.

Gráfico nº 4 - Evolução percentual da evolução das opções “Bom+Muito Bom” (4+5)

do Objetivo 4 de SE no período de 2007/2008 a 2014/2015

Fonte: Elaboração própria Observando os oito anos em análise, o Objetivo 4 - Aumentar a capacidade de trabalhar em grupo - verificamos que apresenta sempre valores acima de 80%, salientando os resultados obtidos nos anos de 2012/2013 e 2013/2014, onde se verifica que são muito poucos os estudantes que não escolheram a opção 4 ou 5 relativamente ao grau de cumprimento do objectivo (4,9% e 6,4% respetivamente). No Gráfico nº 5 é apresentada a evolução de 2007/08 a 2014/215 do peso percentual das opções opções “Bom+Muito Bom” relativamente ao cumprimento do objetivo 5 - Incentivo à investigação.

Gráfico nº 5 - Evolução percentual da evolução das opções “Bom+Muito Bom” (4+5) do Objetivo 5 de SE no período de 2007/2008 a 2014/2015

Fonte: Elaboração própria Com exceção do ano 2009/2010, 2012/2013, 2013/2014 e 2014/2005, o Objetivo 5 é o que apresenta sempre os valores mais baixos nas opções “Bom+Muito Bom” relativamente ao

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grau de cumprimento do objetivo, no entanto, convém salientar que, mesmo este indicador, nunca apresenta valores inferiores a 71,7% (2010/2011) e que a sua média se situa nos 81,4%. No Gráfico nº 6 apresentamos a evolução verificada no Objetivo 6 - Reforçar os conhecimentos para elaboração de relatórios, no que se refere às opções “Bom+Muito Bom” no período em análise.

Gráfico nº 6 - Evolução percentual da evolução das opções “Bom+Muito Bom” (4+5)

do Objetivo 6 de SE no período de 2007/2008 a 2014/2015

Fonte: Elaboração própria Pela análise do gráfico, constatamos que este objetivo é bastante relevante pois o peso das opções “Bom+Muito Bom” face ao cumprimento do mesmo é muito bom, registando o seu valor mais baixo no último ano (77,2%). No ano letivo 2008/2009 atinge um resultado de 99%, o que corresponde ao valor mais alto atribuído a qualquer dos objetivos da unidade curricular. Estes resultados são o reflexo do modelo de avaliação da unidade curricular que obriga à elaboração de relatórios escritos nas três fases de avaliação. O Gráfico nº 7 apresenta a evolução verificada no Objetivo 7 – Aumentar a capacidade de auto-avaliação – dos valores obtidos nas opções “Bom+Muito Bom”.

Gráfico nº 7 - Evolução percentual da evolução das opções “Bom+Muito Bom” (4+5) do

Objetivo 7 de SE no período de 2007/2008 a 2014/2015

Fonte: Elaboração própria

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Quando questionados sobre o grau de cumprimento do Objetivo 7 - Aumentar a capacidade de autoavaliação - os estudantes em média, apresentaram no somatório do “Bom+Muito Bom”, valores superiores a 80%. Este objetivo apresenta no ano letivo 2011/2012 o valor de 70,9%, sendo este o valor mais baixo obtido em qualquer objetivo da unidade curricular no período analisado. No entanto o seu valor em 2013/2014 é superior à média e é também, o ano em que apresenta o valor maior, correspondendo a 88,5%. Face às temáticas, Contabilidade Financeira, Finanças, Fiscalidade e Orçamentação, numa perspetiva de autoavaliação, e tendo em conta as mesmas opções de resposta, analisou-se o posicionamento dos estudantes no início e no fim da unidade curricular de SE. A análise dos resultados obtidos por cada uma das temáticas autoavaliadas nos vários anos letivos, permite constatar comportamentos diferenciados, tal como se pode observar nos gráficos seguintes. O Gráfico nº 8 apresenta as percentagens atribuídas ao somatório da opção “Bom” e “Muito Bom” sobre a autoavaliação efetuada pelos estudantes relativamente aos conhecimentos de Contabilidade Financeira no início e no fim da UC de SE.

Gráfico nº 8 - Distribuição das respostas da autoavaliação de conhecimentos de Contabilidade Financeira

Fonte: Elaboração própria Pela análise do Gráfico nº 8 verificamos que, em média, apenas cerca de 30% dos estudantes autoavaliaram os seus conhecimentos de Contabilidade Financeira como Bons e Muitos Bons no início da UC de SE em todos os anos letivos analisados, sendo que de 2012/2013 para 2013/2014 houve um aumento percentual de 4%, verificando-se no ano letivo de 2014/2015 um decréscimo dessa percentagem em 6 pontos percentuais (passou de 34% para 28%). No final da UC de SE é notória a evolução da autoavaliação efetuada pelos estudantes, pois a percentagem conjunta de respostas nas opções Bom e Muito Bom é superior ou igual a 90%

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com exceção do último ano letivo analisado onde se obteve um resultado de 86%. Em termos globais verifica-se um acréscimo bastante significativo face aos valores evidenciados no início da unidade curricular de SE. Os resultados apresentados, neste caso específico na área da Contabilidade Financeira, comprovam o reconhecimento por parte dos estudantes do reforço das competências adquiridas com a frequência de SE, e a importância que a mesma assume no plano de estudos do curso de Licenciatura em Contabilidade e Finanças como unidade curricular integradora de conhecimentos. O Gráfico nº 9 apresenta as percentagens atribuídas ao somatório da opção “Bom” e “Muito Bom” sobre a autoavaliação efetuada pelos estudantes relativamente a os conhecimentos de Finanças no início e no fim da UC de SE.

Gráfico nº 9 - Distribuição das respostas da autoavaliação de conhecimentos de Finanças

2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15Início 25% 21% 31% 23% 26%Fim 73% 78% 84% 82% 84%

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

Fonte: Elaboração própria

Relativamente à área das Finanças os resultados evidenciam que no início de SE os estudantes consideram que os seus conhecimentos sobre Finanças são em média de 25%, dado que a percentagem de estudantes que consideram ter conhecimentos Bons e Muito Bons oscila nos anos letivos analisados entre 21% e 31% sendo a percentagem mais elevada (31%) obtida no ano letivo de 2012/2013. No final de SE o cenário altera-se o que traduz claramente o acréscimo e/ou consolidação de conhecimentos que obtiveram durante o percurso de SE, já que no final a posição dos estudantes incidiu maioritariamente nas opções Bom Muito Bom com valores a oscilar entre 73% em 2010/2011 e 84% em 2012/2013 e 2014/2015. O Gráfico nº 10 apresenta as percentagens atribuídas ao somatório da opção “Bom” e “Muito Bom” sobre a autoavaliação efetuada pelos estudantes relativamente a os conhecimentos de Fiscalidade no início e no fim de SE.

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Gráfico nº 10 - Distribuição das respostas da autoavaliação de conhecimentos de Fiscalidade

Fonte: Elaboração própria

Relativamente à área da Fiscalidade, os resultados obtidos revelam um comportamento semelhante às temáticas analisadas anteriormente, embora seja de destacar que no período em análise há um decréscimo na autoavaliação efetuada pelos estudantes no início de SE, assumindo especial destaque no ano letivo 2012/2013 onde apenas 15% dos inquiridos consideram ter Bons e Muito Bons conhecimentos de Fiscalidade, contrariamente aos valores obtidos nos restantes anos letivos analisados em que as percentagens oscilam entre 26% e 47%. No entanto, no fim de SE os estudantes reconhecem um acréscimo de conhecimentos nesta área bastante expressivo. O Gráfico nº 11 revela as percentagens atribuídas ao somatório da opção “Bom” e “Muito Bom” sobre a autoavaliação efetuada pelos estudantes relativamente a os conhecimentos de Orçamentação no início e no fim de SE.

Gráfico nº 11 - Distribuição das respostas da autoavaliação de conhecimentos de Orçamentação

2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15Início 45% 33% 43% 26% 40%Fim 93% 84% 89% 79% 86%

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%100%

Fonte: Elaboração própria

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A temática da Orçamentação assume particular destaque de entre todas, pois como é visível pelo Gráfico nº 11 é a temática em que os estudantes se consideram melhor preparados no início de SE embora os valores fiquem aquém de que seria desejado no último semestre do curso da Licenciatura pois a média obtida é de 37%. No final da unidade curricular os estudantes autoavaliam-se como Bons e Muitos Bons conhecedores da prática da Orçamentação pois em todos os anos mais de 80% dos estudantes considera ter conhecimentos consolidados desta matéria com exceção do ano letivo de 2013/2014 onde se obteve um resultado de 79%. Em síntese podemos referir que a autoavaliação efetuada, por cada estudante relativamente aos conhecimentos que tinham no início e no final da unidade curricular relativamente à Contabilidade Financeira, Finanças, Fiscalidade e Orçamentação, é consistente ao longo dos anos, sendo que, no início os resultados obtidos são baixos e no final existe um evidente aumento de conhecimentos por parte dos estudantes nas várias áreas analisadas. Confrontando o nível de respostas obtidas com a prática de Docente/Tutor, de vários anos letivos, consideramos que essa diferença é por um lado, reflexo das dificuldades sentidas no decorrer da unidade curricular e por outro, do nível de conhecimentos que admitem ter adquirido, quando confrontados com os problemas e do esforço que tiveram de empregar para encontrarem a solução adequada. O Gráfico nº12 apresenta as percentagens atribuídas ao somatório da opção “Bom” e “Muito Bom” no início do ano letivo de 2014/2015, sobre a autoavaliação efetuada pelos estudantes relativamente aos conhecimentos nas várias áreas analisadas bem como a média dos valores obtidos, na opção “Bom+Muito Bom”, das respetivas áreas no início de SE relativamente aos anos letivos de 2010/2011 a 2013/2014. Gráfico nº 12 - Distribuição das respostas da autoavaliação de conhecimentos das várias áreas

e a média obtida no início de SE

Fonte: Elaboração própria

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Em média, a “Orçamentação” é a temática onde se verifica, no início da unidade curricular, um maior nível de conhecimentos. Em termos de autoavaliação, a temática “Fiscalidade” é onde os estudantes afirmam em média ter um menor nível de conhecimentos. Comparando a média obtida com os resultados obtidos no último ano letivo podemos concluir que todas as áreas analisadas estão acima da média com exceção de “Contabilidade Financeira” onde se obteve um resultado de 28% e a média situa-se nos 31%. Gráfico nº 13 - Distribuição das respostas da autoavaliação de conhecimentos das várias áreas

e a média obtida no fim de SE

Fonte: Elaboração própria

Relativamente à autoavaliação efetuada pelos estudantes no final da unidade curricular e comparando os resultados obtidos com média obtida, constata-se pela análise do Gráfico nº 13 que na área das “Finanças” os resultados obtidos estão acima da média e que, na área da “Orçamentação” os resultados obtidos e a média são iguais o que realça um acréscimo de conhecimentos por parte dos estudantes nesta área. Por outro lado, em “Fiscalidade “ e em “Contabilidade Financeira” verifica-se o oposto, isto é, nestas áreas, os resultados obtidos no último ano estão abaixo da média. No entanto, podemos referir que há o reconhecimento por parte do estudante de um grande acréscimo de conhecimentos nestas áreas do início para o fim de SE. Conclusão O insucesso escolar é um tema de preocupação nas últimas décadas. O objetivo deste estudo é evidenciar, que a associação da metodologia de ensino baseada na resolução de problemas, como um modelo de avaliação assente na avaliação contínua, no ensino da contabilidade e das finanças, motiva o estudante a efetuar a síntese curricular. Além disso, permite ao estudante a aquisição de mais conhecimentos através da investigação, no sentido de encontrar a solução

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dos problemas que tem para resolver, atingindo assim com sucesso, os objetivos da unidade curricular de Simulação Empresarial. Na revisão de literatura evidenciou-se, através de vários autores, a importância do modelo de ensino e da avaliação, na motivação para aprender conteúdos científicos e adquirir competências pessoais, que conduzam o estudante ao sucesso académico. Através de um estudo de caso, na unidade curricular de Simulação Empresarial, do Curso de Licenciatura em Contabilidade e Finanças da ESCE do IPS, evidenciou-se a concretização com sucesso, da aplicação dos modelos. Esse sucesso é patente nos resultados obtidos, ao inquérito passado a todos os estudantes no final do ano letivo, quer relativamente ao nível de cumprimento dos objetivos, quer no acréscimo de conhecimentos relativamente à Contabilidade Financeira, à Orçamentação, à Fiscalidade e às Finanças. Bibliografia Anés, J. A. D. & Gavira, R. L., (2011): “Aprendizaje baseado en el uso de casos de estudio real”, XXI Jornadas Hispano-Lusas Gestión Cientifica. Córdoba. Arbrecht, W.S. & Sack, R. J. (2000): Accounting education: Charting the course through a perilous future, Accounting Education Series, Volume No. 16, American Accounting Association. Sarasota. Aleixo, M.C., Teixeira A.B., Silva, S.M., (2012): Simulação Empresarial: um caso de sucesso, XXII Jornadas Luso Espanholas de Gestão Científica, Vila Real. Aleixo, M.C., Teixeira A.B., Silva, S.M., Mata, C.M. (2015): Articulação de diferentes metodologias de ensino, no ensino do Orçamento, XXV Jornadas Hispano Lusas de Géstion Científica, Ourense. Balancho M. J. e Coelho, F. M., (1996): Motivar os Alunos, criatividade na relação pedagógica: conceitos e práticas, Texto Editora, 2ª Edição. Barata, M.C., Calheiros, M.M., Patrício, J., Graça, J., & Lima, M.L., (2012): Avaliação do Programa Mais Sucesso Escolar, CISIUL/ISCTE/IUL Edição Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência – Ministério da Educação e Ciência. Bell, J. (1997): Como Realizar um Projecto de Investigação: Um Guia para a Pesquisa em Ciências Sociais e da Educação, Gradiva, Lisboa. Estanqueiro A. (1992): Aprender a Estudar, um guia para o sucesso escolar, Texto Editora, 4ª Edição.

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Etxeberria, M. E. A. & Pike, M. E. (2011): “Implantación del Aprendizaje basado en proyectos en el análisis de cuentas anuales”, XXI Jornadas Hispano-Lusas Gestión Científica, Córdoba. Jones, A. (2010): “Generic Attributes in Accounting: The Significance of the Disciplinary Context”, Accounting Education, 19(1-2), pp 5-21. Marconi, M.A. e Lakatos, E.M. (1999), Técnicas de Pesquisa, 4ª ed., Atlas, São Paulo. Miranda D. (2016): Canal do Educador, Estratégias de ensino, em http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/avaliacao-continua.htm Programa da Unidade Curricular de Simulação Empresarial 2015/2016, http://www.esce.ips.pt. Silva, S.M., Aleixo, M.C., Teixeira, A.B., (2013): Metodologias de ensino no ensino da contabilidade: estudo de caso, XXIII Jornadas Hispano Lusas de Géstion Científica, Málaga. Suárez, L. M. C. & Ramos, C. F, (2011): “Um procedimento de Evaluación del Estilo de Liderazgo en la Docência”, XXI Jornadas Hispano-Lusas Gestión Cientifica, Córdoba.