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A Universidade em Revista Publicação Bimestral da Universidade da Região de Joinville – Univille Edição IV, Ano I I – Maio/Junho de 2005 Hábitos e costumes gaúchos ganham cada vez mais adeptos, independente de suas origens Pág. 21 Diabetes, a doença que atinge milhões de brasileiros, precisa ser levada a sério Pág. 4 Universidade realiza estudos sobre os impactos ambientais durante a duplicação da BR-101 no trecho Sul Pág. 8 Cultura e Lazer Saúde Meio Ambiente Saúde Cultura e Lazer Meio Ambiente É tempo de relembrar 40 anos após o surgimento da educação de nível superior na cidade, a Univille comemora lembrando seus precursores e sua história. 40 anos após o surgimento da educação de nível superior na cidade, a Univille comemora lembrando seus precursores e sua história. É tempo de relembrar

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A Universidade em RevistaPublicação Bimestral da Universidade da Região de Joinville – Univille

Edição IV, Ano I I – Maio/Junho de 2005

Hábitos e costumesgaúchos ganham cada vezmais adeptos, independentede suas origens Pág. 21

Diabetes, a doençaque atinge milhões debrasileiros, precisa serlevada a sério Pág. 4

Universidade realiza estudossobre os impactos ambientaisdurante a duplicação da BR-101no trecho Sul Pág. 8

Cultura e LazerSaúde Meio AmbienteSaúde Cultura e LazerMeio Ambiente

É tempo derelembrar

40 anos após o surgimento da educação de nívelsuperior na cidade, a Univille comemora

lembrando seus precursores e sua história.

40 anos após o surgimento da educação de nívelsuperior na cidade, a Univille comemora

lembrando seus precursores e sua história.

É tempo derelembrar

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Editorial

40 anosde história

vida se entrelaça numa rede sem fim deacontecimentos. Para pensadores como Morin eMaturana, a interação entre as coisas a partir da óticada diversidade e não da causalidade linear, é a matriz

sistêmica do universo.Da mesma forma as relações humanas se estabelecem a partir deações que podem desdobrar um infindável número deacontecimentos. Quarenta anos atrás, uma dessas ações iniciou atecitura de uma rede que fez surgir a Univille. Na escolha de pessoasque pensaram uma educação superior para Joinville, as bases dauniversidade se iniciaram.Nem sempre nossas escolhas são possíveis de ser dimensionadas,todavia, quando elas são tomadas, deveriam ser com consciênciadas possibilidades de repercussão que podem provocar. Assim, umatomada de decisão baseada em valores éticos e humanistas poderáter mais chance de apontar resultados e conseqüências para ajudar atecer a rede vital.Neste sentido, a Univille se percebe integrada na sociedadejoinvilense por ser a concretude de um desejo legítimo de cidadãosque compreenderam sua responsabilidade na melhoria da qualidadede vida e de respeito ao mundo social e natural.

Prof. Paulo Ivo KoehntoppReitor

Revista Universo Univille - Maio/Junho de 2005

Revista Universo Univille – A Universidade em Revista Publicação Bimestral da Universidade da Região de Joinville– Univille – Edição IV, Ano II – Maio/Junho de 2005• Reitor: professor Paulo Ivo Koehntopp • Comitê de Marketing - Pró-Reitor de Administração: professor Martinho

Exterkoetter • Vice-Reitor: professor Wilmar Anderle • Pró-Reitora de Ensino: professora Ilanil Coelho • Pró-Reitora de Pesquisa ePós-Graduação: professora Sandra Aparecida Furlan • Pró-Reitora de Extensão e Assuntos Comunitários : professora TherezinhaMaria Novais de Oliveira • Diretora do Campus de São Bento do Sul: professora Giucélia Lourdes Spitzner • Diretora do Colégioda Univille: professora Marilene de Fátima Pereira Gerent • Assessor de Marketing e Relacionamento: professor Edson WilsonTorrens • Editora: Cíntia Fanezze Só (8905 - RS) • Reportagem: Ana Karina Siqueira Dias (1453 - SC) / Cíntia Fanezze Só (8905 - RS)Silvio Simon (8818 - RS) / Sônia Regina de Oliveira Santos (2306 - CONRERP) • Revisão: professora Maria da Graça Albino de Oliveira• Design Gráfico / Ilustrações: Juliana Floriano • Colaboradores: Denise Taschek – Assessoria de Marketing e Relacionamento / ElcioRibeiro, Karla Pfeiffer Moreira e Raphael Schmitz – Escritório de Design • Fotografias: Assessoria de Marketing e Assessoria deEventos • Impressão: Gráfica Coan • Tiragem: 10 mil exemplares • Periodicidade: BimestralUniversidade da Região de Joinville – Univille Campus Universitário, Caixa Postal 246 / Bairro Bom Retiro Cep 89223-251Joinville - Santa Catarina Homepage - www.univille.brEntre em contato conosco A notícia é você e para você. A Assessoria de Marketing e Relacionamento da Univille está no prédioAdministrativo, junto à Reitoria. Estamos aguardando suas sugestões, críticas e elogios. Nosso telefones são (47) 461-9022/461-9053e nossos e-mails [email protected] , [email protected]

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10 Responsabilidade SocialUniversidade adota novas formas deintegração, despertando a prática da

cidadania, respeito e atividades solidárias

12 BrasilSaiba como os impostos influenciam o dia-a-dia danossa economia doméstica

18 ContrapontoSaiba mais sobre a Reforma Universitária e em queela vai afetar as universidades brasileiras

24 UniversidadeUniville chega a São Francisco do Sul e

contribui para o crescimento do município

Nesta edição

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Revista Universo Univille - Maio/Junho de 2005

Sintomas e conseqüências de uma doença silenciosaCíntia Fanezze Só

Saúde

Diabetesede e fome excessiva, cansaçoinexplicável, visão turva, urinandomais do que o habitual, dores naspernas, machucados que demoram

a cicatrizar, fique atento. Se você apresenta pelomenos um desses sintomas, procure ummédico, pois pode ser diabetes. No Brasil,somos aproximadamente 170 milhões dehabitantes e, desses, 7,8% apresentama doença.A diabetes já pode ser considerada como umaepidemia, que, se não levada a sério, traz danosirreversíveis à saúde, podendo reduzir aexpectativa de vida em até dez anos. Ela é amaior causa de insuficiência renal, amputaçõesde membros inferiorescomo dedos,pés e

pernas, cegueira em adulto, além de aumen-tar consideravelmente as chances de umindivíduo ter ataque cardíaco e acidentevascular cerebral.Conforme a médica do Instituto deEndocrinologia de Joinville, Rejane Baggenstoss,um dos fatores de complicação da doença é,sem dúvida alguma, o diagnóstico tardio e apouca importância dos pacientes para suagravidade. Por isso, não a subestime. Manterum acompanhamento médico e realizar otratamento adequado prescrito a cada pessoa éfundamental para que a doença não evoluapara complicações mais graves. “Quandoo paciente chega em nosso consultório

e diagnos-ticamosque ele

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O que acontece nonosso corpoTudo o que ingerimos durante o dia, o nosso corpo transforma emfonte de energia, ou seja, em glicose (açúcar). Esse açúcar vem doscarboidratos que comemos e é essencial para a vida. Parte dessaglicose é transportada pelo sangue até as nossas células, função deextrema importância para a sobrevivência do indivíduo. Para facilitaro transporte dessa glicose pelo corpo, produzimos um hormônio,através do pâncreas, denominado insulina. Quando o corpo nãoproduz ou produz número insuficiente desse hormônio,aumentamos a taxa de glicose no sangue e estamos propensos adesenvolver a diabetes.

Tipos de diabetesA doença é dividida em três grupos, Tipo I, Tipo II e DiabetesGestacional, sendo que, na maioria dos casos, 80% dos diabéticossão classificados em Tipo II. Conheça as diferenças:• Diabetes Tipo I - atinge principalmente crianças e adolescentes -o organismo possui uma deficiência severa, ou seja, o pâncreas nãoproduz insulina. Os pacientes classificados nesse tipo sãodenominados insulinodependentes, sendo necessária a aplicação deinjeções diárias de insulina.• Diabetes Tipo II - não insulinodependente. Atinge pessoas,geralmente, a partir dos 40 anos. Nesse caso, muitos pacientespodem controlar a doença por meio de dieta e reeducação alimentar,conforme orientação médica.• Diabetes Gestacional - ocorre durante a gravidez e, na maioriados casos, é provocada pelo aumento excessivo de peso da mãe. Porisso, a importância da realização do pré-natal.

A mais antiga referência sobreos sintomas do diabetes foi traduzidanos papiros egípcios (1500 A.C).

Por volta de 70 d.C, o médico Areteuda Capadócia, na Grécia, conseguiudescrever o diabetes. Areteuobservou que aquele silenciosoproblema desenvolvia quatrocomplicações: muita fome, muitasede, muita urina e fraqueza. Areteuobservou também que, quasesempre, as pessoas com essessintomas entravam em coma antesda morte.

Em 1670, o médico inglês ThomasWillis descobriu, provando a urina deindivíduos que apresentavam osmesmos sintomas, que ela era“muitíssimo doce, cheia de açúcar”.

Em 1815, o Dr. M. Chevreuldemonstrou que o açúcar dosdiabéticos era glicose. Por essarazão, os médicos passaram a provara urina das pessoas sob suspeita dediabetes. Nesse período, a doençapassou a chamar-se “diabetesaçucarada” ou “Diabetes Mellitus”.A palavra “Mellitus” é latina e querdizer “mel ou adocicado”.

Em 1889, dois cientistas alemães,Von Mering e Minkowski, descobriramque o pâncreas produz umasubstância, ou hormônio, capaz decontrolar o açúcar no sangue e evitaros sintomas do diabetes. Antes,no entanto, ainda não se tinhao conceito de hormônio ou secre-ção interna.

Em outubro de 1921, no laboratóriode Mac Leod, em Toronto, o médicocanadense Frederick Banting – juntocom seu colaborador Charles Best,ainda estudante de medicina –utilizando cães como cobaias,consegue isolar uma substância quese mostrava capaz de eliminar ossintomas do diabetes. O extratofoi batizado de Insulina, palavrade origem latina insuls I, que sig-nifica “ilha”.

está com diabetes, acreditamos, em alguns casos, que ela já oacompanha há, pelo menos, cinco anos”, afirma a Dra. Rejane.Mas nem tudo parece perdido. A doença pode serdiagnosticada de forma muito simples, por meio de examede sangue e, quando descoberta, há tratamentos eficazes,muitos já oferecidos pelo Sistema Único de Saúde – SUS.Por isso, não hesite em procurar um médico, falarhonestamente sobre seus sintomas e fazer examesperiodicamente. No Brasil, com os avanços da medicina e oenvolvimento de profissionais, muitos diabéticos estão levandouma vida saudável, através de um tratamento multidisciplinarque integra médicos, nutricionistas, professores de educaçãofísica e psicólogos.

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Revista Universo Univille - Maio/Junho de 2005

Viva com Saúde• O diagnóstico precoce é o primeiro passo paraque o paciente tenha sucesso no tratamento.Não tarde a visita ao médico, caso apresentealgum sintoma.• O diabético deve sempre ser acompanhadopor um médico especialista. Não se mediquepor conta própria, pode ser muito perigoso.• Não se sinta frustrado por existirem algumaslimitações no cotidiano. É possível ao

diabético levar uma vida saudável e comqualidade, basta ter disciplina e determinação.• A dieta alimentar deve ser de acordo para cadapaciente. Não é necessário que você se prive portoda a vida dos alimentos de que mais gosta.

Uma vez ou outra, você poderá saboreá-los,conforme orientação médica.

• Exercite-se. Manter um programa regu-lar de exercícios é um ótimo aliado para

manter os níveis normais de açúcarno sangue.• Esteja sempre em dia com os

exames de rotina como controleda pressão arterial, níveis de colesterol,

triglicérides etc.• Evite a obesidade, pois é ela a responsável pelo grande númerode diabéticos no mundo. Para isso, procure um nutricionista, tenhaconsciência de que o peso ideal proporciona saúde e bem-estar.

A descoberta da insulina foi ummarco na história do tratamento dodiabetes. Uma das primeiraspessoas a se beneficiar com aterapia da insulina foi uma jovem de15 anos, no início de 1922. Elapesava apenas 20 quilos. Naquelaépoca, a disponibilidade da insulina,mesmo em uma forma impura,significava a diferença entre a vidae a morte.

Em meados da década de 1930, ademanda da insulina não parou decrescer, o que obrigava os la-boratórios a produzirem insulina,inclusive aos domingos. Foi a épocaem que a substância passou a servendida para outros países, como osEstados Unidos, por exemplo.

O primeiro progresso nesta área foialcançado por um grupo depesquisadores dinamarqueses deHagedorn, em 1936. Eles con-seguiram provar que o efeito dainsulina poderia ser prolongado sefosse ligada à protamina, umaproteína do esperma de um tipo par-ticular de peixe.

Em 1938, os primeiros produtos,baseados nesse novo preparado,ainda eram apresentados na formade suspensões de insulina, mas osresultados eram animadores.

Mas foi Claude Bernard, em 1949,que usou, pela primeira vez, o termo“secreção interna”. A denominaçãoEndocrinologia entrou em uso noséculo XX, derivada de endon(interno) e krino (separar), ambos dogrego clássico. O termo hormônio foiutilizado pela primeira vez pelo Prof.Ernest H. Starling. Desde então, jáhavia relatos de que o maufuncionamento do pâncreas seriao responsável pelo diabetes.

Na década de 1960, a produçãode uma insulina humanizada nãoestava longe de se tornarrealidade. Nessa época, já haviaocorrido a experiência num cadáverhumano, no qual a insulina humanacristalizada foi separada pelaprimeira vez. Havia também a

Se você apresentar um desses sintomas comfreqüência, procure um médico:• Vontade de urinar diversas vezes ao dia• Perda de peso, mesmo sentindo mais fome e comendo mais doque o habitual• Cansaço diário e inexplicável• Dores nas pernas• Fome exagerada• Visão embaçada• Machucados que demoram a cicatrizar

Todas as pessoas podem desenvolver diabetes,porém algumas são mais propensas:• Casos de diabetes na família• Obesidade, inclusive a obesidade infantil• Falta de atividade física regular

• Hipertensão, níveis altos de colesterol,triglicérides e glicose• Estresse emocional• Hábitos alimentares desregrados

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Nossa FonteA médica endocrinologista Rejane Baggenstoss é formada pelaUFSC, tem pós-graduação em clínica médica no HospitalUniversitário de Florianópolis e em endocrinologia pelo HospitalBrigadeiro. Atualmente, compõe a equipe do Instituto deEndocrinologia de Joinville (fone: 47 3028-3894), trabalhatambém no Ambulatório Municipal e é professora no curso deMedicina da Univille.

Produtos DietMuitas pessoas acreditamque um produto diet é aqueleque não contém calorias, masisso não é verdadeiro. Narealidade, produtos diet sãoaqueles nos quais há aeliminação de um ou maisingredientes da fórmulaoriginal. Desta forma, umalimento diet é aquele no

qual não há ou açúcares, ougorduras, ou sódio, ou proteínas, ou algum outro

ingrediente. Por isso, um alimento diet não significanecessariamente que tenha menos calorias. Um caso clássico éo de alguns chocolates diet que, apesar de serem restritos deaçúcar, têm praticamente a mesma quantidade de calorias dochocolate normal, uma vez que possuem mais gorduras.Os alimentos diet são indicados para pessoas que têm restriçãode consumo de algum ingrediente, como os diabéticos, que nãopodem ingerir açúcar, e os hipertensos, que não devem consumirmuito sal.

Produtos LightEles têm menos calorias que os diet? A resposta é: depende.Enquanto nos alimentos diet há a eliminação de um ingrediente,nos light há redução mínima de 25%. Porém, isso não significaque um alimento light tenha mais calorias que o diet, já quedepende de qual substância teve sua quantidade reduzida. Ouseja, para que um produto light ou diet tenha menos calorias, épreciso que haja redução de um ingrediente calórico comocarboidrato, gordura ou proteína e não de substâncias como sódio(sal light). Outra diferença importante é que os produtos lightnão são necessariamente indicados para pessoas com algumadoença, como por exemplo diabetes, a menos que haja aeliminação de um ingrediente. No caso do refrigerante light, elepoderia ser consumido por diabéticos, já que há eliminação deaçúcares. Na realidade, um refrigerante light também poderiaser classificado como diet, uma vez que é livre de açúcares.Fonte: www.copacabanarunners.net/light.html

tentativa de transformar a insulinasuína em humana. No entanto,houve várias falhas consecutivas.

Somente em 1966 os cientistasObermeier e Geiger, do laboratórioFarbwerke Hoechst, conseguiramprovar que era possível transformarinsulina suína em humana. O meioutilizado para isso era através deenzimas submetidas à síntese depeptídeos em solventes orgânicos.Surgia, então, a fabricação emescala industrial. A partir daí, ainsulina humana tornou-se umahistória de sucesso internacional.

Quando se pensa na história do dia-betes no Brasil, o Estado do Rio deJaneiro está sempre presente. Opróprio berço da SociedadeBrasileira de Diabetes (SBD) é aUniversidade Federal Fluminense,na cidade de Niterói, lugar onde ofundador, Dr. José Procópio do Valle,teve a iniciativa de organizá-la, em1970, com ajuda de colaboradores.

Em 1991, foi instituído o Dia Mundialdo Diabetes, pela FederaçãoInternacional de Diabetes (Interna-tional Diabetes Federation - IDF) IDF,com o apoio da Organização Mundialde Saúde.

Pesquisa sobre uma vacina para odiabetes tipo 1 já se encontra emestágio avançado e será testada emseres humanos em agosto de 2005.Desenvolvida por pesquisadoresingleses do Diabetes UK, aexperiência – financiada pela Juve-nile Diabetes Research Foundation(JDRF) – conta com a participaçãode 72 pessoas com diabetes.Conforme publicado no site da In-ternational Diabetes Federatio (IDF),caso a atual fase de testes sejaconcluída com sucesso - o que poderepresentar a cura do diabetes tipo1 - a previsão é de que a vacinaesteja acessível em 2015.

Fontes: International Diabetes Federation –IDF Global NewsSociedade Brasileira de diabetes –www.diabetes.org.brLivro “O Moderno e Prático Manual parao controle do diabético

Produtos Light

Produtos Diet

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O sonho que está Ana Karina Siqueira Dias

aro leitor, quando você viaja pelaBR-101, você já percebeu quantosanimais encontra na estrada mortospor atropelamento? Você já reparou

e já parou para pensar no que isso representa paraa natureza que está à nossa volta?Com certeza isso acaba gerando problemas para afauna da nossa região. Com a construção daduplicação da rodovia BR-101, no trecho entreFlorianópolis/SC e Osório/RS, poderá ocorrerainda mais este impacto ecológico. Você conheceos cuidados que estão sendo tomados com o meioambiente para a duplicação da BR-101?Muitos vertebrados utilizam mais de um ambientepara satisfazerem as suas necessidadesreprodutivas, de alimentação e refúgio. Orequerimento de diferentes ambientes napaisagem leva à realização de movimentos edeslocamentos sazonais das espécies paradeterminados lugares, induzindo, muitas vezes,o deslocamento através das estradas.Pensando nisso, e preocupados em monitorar osefeitos que a construção da duplicação da BR-101pode causar nesse trecho, implicando a perdasignificativa de biodiversidade tanto local comoregional, a Univille, em parceria científica einstitucional com o Instituto Militar deEngenharia – IME, realiza o Programa deProteção à Fauna e Flora e o Programa de

O sonho que está Duplicação do corredor do Mercosul requer cuidados ambientais

monitoramento dos corpos hídricos, trabalhandointensamente para a proteção da área ambiental.Inicialmente, os professores e estagiários dosdepartamentos de Engenharia Ambiental eCiências Biológicas verificam a funcionalidade eutilização, pela fauna, de estruturas pré-existentesde passagem (passa-bichos – construído por baixoda estrada) ao longo do trecho Florianópolis eOsório. Segundo a coordenadora do projeto, abióloga e professora Msc. Marta J. Cremer, du-rante a construção da duplicação, os pesquisadoresestarão acompanhando e avaliando osatropelamentos, através de um índice medido aolongo da rodovia que liga os dois Estados.“Também estaremos trabalhando na forma de trêscampanhas, quando permaneceremos 10 diaspercorrendo o trajeto e avaliando a efetividade deestruturas pré-existentes, como pontes, viadutose canais de drenagem para a passagem da fauna,através da utilização de métodos de marcação erecaptura, e métodos de detecção e coleta”, ressaltaa bióloga.Todos os animais mortos capturados dentro dasatividades desse projeto serão tombados na coleçãocientífica da Univille, para futuros estudosdos acadêmicos.Parte dessa parceria está sendo desenvolvida pelaprofessora Dra. Therezinha Maria Novais deOliveira, coordenadora do programa de

Revista Universo Univille - Maio/Junho de 2005

Meio Ambiente

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virando realidadevirando realidade

monitoramento dos corpos hídricos. Esse programaestuda a qualidade da água dos principais rios e lagosque cruzam ou se aproximam do trecho da BR-101,que liga Florianópolis a Osório, ou ainda, quecorrespondem a mananciais para abastecimentopúblico das comunidades próximas aoempreendimento.De acordo com a professora Therezinha, com esseestudo poderemos verificar, a partir dos dadoscoletados, a qualidade das águas anteriorà implantação do empreendimento, durante asua construção e após o término das obras,especificamente com relação aos parâmetrosque podem ser afetados. Com base nessesresultados, poderão ser tomadas medidas eficazes decontrole ambiental.

Acompanhamento da FloraTrabalhando dentro do Projeto Básico Ambiental –PBA do IME, também será realizado, na área do

Estado do Rio Grande do Sul, o acompanhamentoda flora, através de um subprograma de proteção àflora, coordenado pelo professor João Melo,responsável pelo acompanhamento do transplantede árvores nativas imunes ao corte. De acordo como código Florestal do Estado do Rio Grande doSul, Lei nº 9.519, de 21.01.92, em seu Art.33,modificado pela Lei nº 11.026, de 05.11.97,existem, na região em questão, espécies nativasprotegidas contra a derrubada. Entre essas,encontram-se as figueiras, a corticeira-do-banhadoe a corticeira-da-serra, sendo as duas primeiraspassíveis de transplante, enquanto a última não otolera, principalmente o indivíduo adulto.Esse projeto de transplante das árvores, que estãopresentes nos locais que deverão ser desapropriadospara o alargamento da estrada e possibilitar aduplicação, apresenta uma metodologia para asfases de triagem da planta, remoção, transporte ereplantio, assim como da manutenção das figueirase corticeiras-do-banhado, que serão realocadas.A finalidade do transporte dessas árvores é darcontinuidade ao crescimento dentro de umecossistema que será parcialmente afetadopelo empreendimento.Então, caro leitor, você percebeu o possível impactoambiental da duplicação tão sonhada? Pois é, apósuma pausa para reflexão e com este trabalhorealizado pela Universidade, poderemos contribuirpara minimizar esses impactos negativosno ecossistema, através de materiais educa-tivos ambientais.

rando realidade

Foto: Divulgação

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Responsabilidade Social

Novas formas de recepção aos calourosganham força dentro das universidades

Denise Taschek

m misto de contentamento e ansiedade.Depois da alegria de ter passado no ves-tibular, um certo medo é comum entreos ingressantes em um curso superior.

A satisfação por ver que, meses de estudo ededicação, renderam bons frutos convive com oreceio do trote, ritual de iniciação à vida universitária,e um dos métodos mais tradicionais de recepçãoaos novos estudantes nas universidades. Ano apósano, veteranos e calouros foram convivendo combrincadeiras que acabaram se transformando ematitudes que, não raramente, ocuparam espaços namídia, em virtude de suas características violentas.Procurando uma substituição inteligente,as universidades vêm estabelecendo outras formasde recepcão. Aos poucos, as atividades desagradáveisàs quais os calouros eram submetidos estão dandolugar a ações de cidadania e solidariedade, refletindouma mudança de mentalidade e originando oschamados “trotes solidários” ou “trotes cidadãos”,nos quais os ingressantes se empenham emcampanhas que incentivam boas práticas econtribuem para ações de cunho social. A luta poressa mudança de atitude é longa e árdua, mas está

começando a trazer bons resultados.A Univille, seguindo pela mesma tendência,instituiu, em 2003, uma resolução que proíbe arealização do trote tradicional nas dependências dauniversidade, entendendo por trote a prática queatenta contra a integridade física, moral e psicológicada pessoa. Em 2004, a Universidade promoveu a 1ªGincana do Calouro, com o objetivo de despertarnos estudantes a prática da cidadania, de atitudessolidárias e de respeito ao próximo. A intenção éfavorecer a convivência entre calouros e veteranos eentre ambos com a universidade, além de contribuircom doações à comunidade menos favorecidado município.Este ano aconteceu, no Campus Joinville, a 2ª ediçãoda Gincana do Calouro. Foram quatro dias queagitaram o campus universitário, integrando os 2mil novos acadêmicos com atividades de informação,descontração, lazer e de responsabilidade social.Os estudantes articularam suas equipes e, juntos,arrecadaram roupas, alimentos, produtos de higiene,limpeza e realizaram doações de sangue.Segundo a psicóloga e professora da UnivilleMaryahn K. Silva, coordenadora do curso de

Uma aula de cidadania

Revista Universo Univille - Maio/Junho de 2005

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Psicologia, novo na Universidade, a realização daGincana favoreceu o espírito de equipe e orelacionamento interpessoal dos estudantes. A turma,mesmo sendo a primeira do curso, uniu-se em tornode um mesmo objetivo, dedicando-se aocumprimento das tarefas. Ainda de acordo com aprofessora, apesar de os alunos não se conhecerem,desde o primeiro dia de aula eles se mobilizaram emovimentaram inclusive a comunidade de seusbairros, realizando arrecadações pela vizinhança eorganizando caravanas para doação de sangue. Elaacredita que a continuidade de ações como a Gincana

Público: 2 mil acadêmicosArrecadações:Aproximadamente 1 tonelada em alimentos4612 volumes de livros e revistas4767 peças de roupas585 unidades de produtos de higiene e limpeza155 doações de sangue para abastecimentodo HEMOSC

Assistência, Lar Emanuel, Comunidade CatólicaNova Jerusalém e Lar Mãe Abigail.

No Campus São Bento do Sul, a Univille realizouuma atividade diferente. No lugar de provas ebrincadeiras, a recepção dosnovos estudantes teve oobjetivo de mobilizar acomunidade, do municípioe região, em favor dasegurança no trânsito.Cada turma propôs

uma ação de conscientização. Aconteceram palestras,movimentos de paz no trânsito com exposição defaixas, distribuição de adesivos aos motoristas, alémda divulgação da campanha por meio de panfletosinformativos nas ruas centrais de São Bento do Sul,Rio Negrinho e Campo Alegre. Para a coordenadorado evento, professora Simone L. Kruger, “através doTrote Cidadão, o estudante calouro pôde entender,já nas primeiras semanas de aula, a função daUniversidade: formar indivíduos preocupados com asociedade, principalmente no que tange à missão daUniville. Com as ações, avançamos em relação àconcepção do trote”.

levará os acadêmicos a uma nova postura. “Com opassar do tempo, baseando-se nessas vivências maissaudáveis, a tendência do trote abusivo e forçado édiminuir e, conseqüentemente, aumentar o númerode adeptos aos novos trotes, os quais buscambeneficiar a comunidade em geral”, finaliza. Naopinião da estudante Juliana Celestino, do curso deEngenharia Ambiental, turma vencedora da Gincanado Calouro 2005, a gincana foi excelente, pois fezcom que a turma se conhecesse já nos primeiros dias.Além disso, realizar as doações levou-os a pensar naspessoas mais necessitadas. Juliana comenta que tinhamedo do trote e passou a primeira semana de aulavestindo roupas mais simples com receio de quemanchassem, mas que ficou surpresa com a recepçãoda Universidade. A turma toda participou, e quemtinha carro passava na casa dos demais recolhendo asarrecadações. “Vencer a gincana foi muito legal. Eusenti orgulho do meu curso e a turma ficou unida emotivada. Acho que participar de atividades comoessa fazem a diferença, o que, hoje em dia, é muitoimportante”, conclui. Os itens arrecadados naGincana do Calouro 2005 foram entregues àsentidades: Instituto Joinvilense de Educação e

Confira os resultados daGincana do Calouro de 2005Confira os resultados daGincana do Calouro de 2005

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Revista Universo Univille - Maio/Junho de 2005

Brasil

Impostos, quem disse Um mal necessário, uma estratégia de arrecadação, um freio parao crescimento. A relação entre Produto Interno Bruto – PIB eimpostos não pára de crescer, a favor dos tributos, é claroSilvio Simon

ma das mais tradicionais mar-chinhas de carnaval diz: “ei, vocêaí, me dá um dinheiro aí, me dáum dinheiro aí”. Pois é, os anos se

passaram e a marchinha já não toca com tantafreqüência nos bailes de carnaval. No seu lugar,outros ritmos e outras canções dominam apreferência dos foliões.Em outro palco, uma melodia pareceinsist ir em ocupar as primeirasparadas de sucesso, influenciando,de forma significativa, o dia-a-dia das famíl ias e dasindústrias. Pode não ter ficadoclaro, mas o personagem dequem estamos falando atuasem nenhuma timidez e setornou, ao longo dos anos, umaliado fiel das piores práticasgovernamentais . Trata-se doimposto que, nas esferas municipal,estadual e federal, exerce grande influênciasobre o preço final de todos os produtos quesão consumidos pelos brasileiros.Para auxiliar as gerentes do lar a obter melhoresresultados na operacionalização do orçamento,as professoras Cleide Vieira e Jani Floriano, dodepartamento de Economia da Univille, estãodesenvolvendo o projeto de extensão “Economiadoméstica – administrando as contas da casa”.O objetivo é reunir grupos da comunidade,explicar como se faz um orçamento e depoisdar dicas e sugestões de como economizare comprar melhor.

“Em um segundo momento, são verificadas asmudanças no comportamento e tiradas asdúvidas”, explica a professora Jani. Tambémparticipam do projeto 36 universitáriosde Ciências Econômicas, que receberamcapacitação em economia doméstica. A previsãoé atender 14 comunidades durante o anode 2005.

O principal público-alvo da iniciativa sãoas mulheres, que, em sua maioria,

respondem pelas tarefas deorganizar as f inanças do lar.

Também será entregue umacartilha, com linguagem fácil eacessível . Fazem parte dacarti lha um modelo deorçamento familiar, informações

para facilitar a realização dascompras no supermercado, como

gastar menos em casa e o que fazerna hora de adquirir bens duráveis.

Segundo a professora Cleide, uma dicainteressante é a do ABCD, que classifica cercade 80 itens que compõem uma l ista demercadorias que são adquiridas com freqüênciaem um supermercado. “Damos o significadode alimento para A, de básico para B, decontornável para C e de desnecessário para D”.Para colocar a sugestão da professora em prática,basta fazer uma lista e identificar o que é A, oque é B, o que é C e o que é D.Em 2004, outra ação que nasceu em Joinvilleganhou destaque em todo país. Desenvolvidopela Associação Comercial e Industrial - ACIJ

Cada brasileirotrabalha 4 meses e 18

dias para pagar imposto.Com o valor gasto com

cafezinhos, durante 240 diasúteis, você pode pagar o

IPVA de um carropopular.

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que nós queremos?

Jovem, o Feirão do Imposto procura consci-entizar a população de que todo cidadão épagador de impostos, que se paga muito e acontrapartida é pouca e de baixa qualidade.Segundo o presidente da ACIJ Jovem, EstefanBogo, a sistemática do Feirão é simples, e aprimeira reação é de espanto, seguida deindignação e revolta. “É um ciclo que afeta atodos, que sufoca o empresário e reduz o poderde compra do consumidor”.Para saber mais sobre o projeto de extensão dasprofessoras Cleide e Jani, do departamento deEconomia da Univille, ligue (47) 461 9121.Já informações sobre o feirão do imposto notelefone (47) 461 3333, na ACIJ. Para terminar,mais uma dica: leia, discuta, participe dessa im-portante discussão, envolvendo a reformatributária no Brasil.

Fique esperto• Faça uma lista dos produtos que você precisa antes de ir aosupermercado e procure comprar somente o que você colocouna lista. Não faça supermercado quando estiver com fome,pois nessas ocasiões compramos pelo instinto de saciar a fomee, geralmente, levamos produtos que não são necessários;

• Utilize a máquina de lavar roupas, louças e secadoras somentequando estiver com capacidade máxima. A economia de águae energia elétrica será substancial. Procure colocar arejadoresnas torneiras. Eles misturam oxigênio com água e reduzem ematé 50% o consumo;

• Avalie se você tem desperdiçado alimentos. Se estiverjogando fora verduras e frutas, por exemplo. Verifique sevocê tem comprado uma quantidade de alimentos quea família não consome. Acostume-se a calcular oconsumo semanal;

• Acostume-se a pesquisar preços. Fique atento, poisalgumas lojas e supermercados lançam promoções ouliquidações, colocando alguns produtos com preçosreduzidos. Eles aproveitam o estímulo causado pela propa-ganda “liquidação” para vender outros produtos mais caros.

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Ensino superior emJoinville completaquatro décadasUm misto de dedicação e coragem marca a trajetória daeducação na cidade e neste cenário surge uma dasmaiores Universidades do EstadoCíntia Fanezze Só

Capa

oinville, década de 60. A cidade pacata,de colonização alemã, continua a traçarsua história, sem imaginar que, no fu-turo, seria uma das mais importantes

cidades de Santa Catarina e do país. A indústriaexpande-se vertiginosamente, contando com maisde 500 fábricas no seu parque industrial eoferecendo empregos a mais de 25 mil pessoas.A mão-de-obra, embora farta, não era qualificada.A juventude, cheia de idéias e ideologias, queriaprogresso para Joinville. E neste contexto surge, pormeio de um grupo de pessoas apaixonadas pela artedo ensino, o desejo de trazer cursos superiores paraa cidade. Foi aí que a Universidade da Regiãode Joinville iniciou sua caminhada, sem ima-

ginar o futuro promissor quea aguardava.Nessa mesma década, Santa

Catarina recebe, oficialmente,em 12 de março de 1962, a

Universidade Federal de Santa

Catarina – UFSC. Curitiba, no Paraná, cidadepróxima, também já estava muito à frente emeducação de nível superior. Mas Joinville, maiorcidade do Estado, queria mostrar seu potencial e,mais do que isso, queria que seus jovenspermanecessem na cidade, já que a evasão para os

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grandes centros era freqüente, em busca dequalificação. Conforme um dos idealizadoresdo primeiro curso superior de Joinville,professor da Univille ainda hoje, HamiltonSidney Alves Carvalho, os méritos se devema uma importante figura feminina, AnaMaria Harger.Ana Maria Harger era professora e, comomuitos a descrevem, uma mulher muito alémde seu tempo, apaixonada pelo que fazia. Veiopara Joinville em 1926, ano em que fundoutambém a primeira escola de datilografia daregião. No ano seguinte, cria o Instituto BomJesus. Mas foi em 1964 que Ana Maria Harger,em conversa com o professor Hamilton, entãodocente no curso técnico de Contabilidade noInstituto, falou do sonho de oferecer o ensinosuperior à comunidade joinvilense. “Agradeçopela contribuição da professora, a idéia foi todadela, pois sempre se mostrou uma mulherfirme e competente, mesmo enfrentandopreconceitos. Fomos apenas instrumentos paraa concretização de um sonho”, diz o professorHamilton, com muita humildade.Mas, verdade seja dita, o trabalho do profes-sor Hamilton e sua dedicação, em muitasreuniões, viagens e discussões, se traduziramna criação do primeiro curso superior deJoinville. Nasce, depois de lavrada a ata, em 9de março de 1964, a Faculdade de CiênciasEconômicas de Joinville. Em março do anoseguinte, após a realização do vestibular, iniciaa primeira turma, com aproximadamente50 alunos.Os precursores, na maioria jovens, resolveramapostar no curso, já que no Brasil falava-se emcrescimento econômico, em mudanças deparadigma, tudo em virtude do golpe de 64.“Me sinto orgulhoso de fazer parte dessahistória; corremos riscos, investimos em algoque estava apenas começando, mas valeu a

pena”, afirma o professor da Univille, Roberto Busch, um dosestudantes da primeira turma.Para o professor, o curso trouxe muito mais do quea possibilidade de ensino aos jovens da cidade: trouxe uma mudançana mentalidade daqueles que governavam Joinville. Ele afirma aindaque, quando se arrisca em algo que se acredita, tudo é possível.“De uma pequena sala de aula, hoje somos a mais importanteinstituição de Joinvile, presente também em São Bento e São Fran-cisco do Sul, finaliza”.O curso, no começo, estava ligado à comunidade evangélica e asaulas eram oferecidas no período noturno, utilizando a estrutura

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do Bom Jesus. Porém, nem tudo foi tão fácil quantoparecia. Joinville não possuía professores capacitados,sendo necessário trazê-los de Curitiba. Além disso, asdificuldades financeiras - já que a maioria dos recursosvinha apenas das mensalidades dos alunos - a falta deuma estrutura própria e o pouco apoio dos importantesempresários da região, intimidavam aqueles que lutavampara fazer do curso uma referência para a cidade.Em 1966, assume, no dia 31 de janeiro, a prefeitura deJoinville, Nilson Wilson Bender, que percebeu, desdeo começo, as dificuldades dos jovens para cursar umafaculdade. Com o apoio do então Secretário dePlanejamento, Heraldo Ribeiro Silva do Vale, tambémprofessor da faculdade de Ciências Econômicas, aquiradicado desde 1959, o sonho da ampliação do ensinosuperior começa a ganhar mais força.

Heraldo do Vale decide apoiar o professor Hamilton,buscando criar condições para a aprovação do curso peranteo Ministério da Educação. “Montamos um processo mos-trando que Joinville, com suas atividades industriais ecomerciais merecia a instalação de cursos como o de CiênciasEconômicas e, futuramente o de Administração e CiênciasContábeis. Além disso, queríamos apresentar o excelentecurrículo dos professores que já estavam lecionando e opotencial da região através de suas empresas”. Com odocumento em mãos, os dois embarcaram para o Rio deJaneiro, para tentar falar com o relator do processo, que estariahospedado em um hotel da cidade. Era uma manhã de 1968.O relator decidiu dar parecer favorável à Faculdade de CiênciasEconômicas de Joinville. Nesse mesmo ano, a faculdade recebeuma sede própria, a antiga residência da família Alfredo deOliveira, na rua Princesa Isabel, onde funcionava, na época,o antigo hotel Paris.

Nasce a FundajeA primeira semente já havia sido plantada, mas a comunidadequeria mais. As classes educacionais, políticas e empresariascomeçaram a observar que realmente Joinville era um póloonde o ensino tinha muito a crescer. As discussões para acriação de novos cursos, que visavam à valorização doconhecimento, começam a ganhar forma. É criada, então,pelo prefeito, Nilson Wilson Bender, no dia 17 de julho de1967, através da lei 871, a Fundação Joinvilense de Ensino– Fundaje, com o objetivo específico de abrir e manterunidades de Ensino Superior.Em 1968, nasce a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras,mantida pela fundação, oferecendo os cursos de História,Letras, Geografia e Matemática. Conforme Heraldo RibeiroSilva do Vale, que assumiu o cargo de Secretário Executivoda Fundaje, além de manter-se como Secretário dePlanejamento do governo de Bender, a instituição tinha comoobjetivos dar formação de mão-de-obra para o setor indus-trial, formar um corpo docente qualificado para lecionar emJoinville e região, além de resgatar a cultura alemã,principalmente pela oferta do curso de Letras. Em 1969, aFaculdade de Ciências Econômicas de Joinville é absorvidapela Fundaje.

Fotos: Memorial da Univille

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Década de 70, um períodode realizaçõesOs anos 70 foram de transformações no contextoeducacional de Joinville. A Fundaje, em 71, forma osprimeiros profissionais dos cursos de licenciatura. Nomesmo ano, passa a denominar-se FundaçãoUniversitária do Norte Catarinense. Dois anos maistarde, todas as unidades da FUNC são transferidaspara o Campus Universitário, local onde hoje a Univilleestá instalada. No ano de 1977, uma nova mudança,a FUNC, transforma-se na Fundação Educacional daRegião de Joinville - FURJ. Essa fase foi marcada pelacriação de novos cursos, de ampliação física ecrescimento no número de alunos matriculados.

A busca pelo status de UniversidadeNa década de 80, as comunidades interna e externacomeçam a perceber que o projeto institucional daFURJ precisa ser repensado, e que a criação de umaUniversidade é um sonho possível. Em 1989, surge oConselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – Cepe,destinado a coordenar os trabalhos para a criação daUniversidade. Em novembro de 1995, o ConselhoEstadual de Educação aprova, por unanimidade, atransformação da FURJ em Universidade da Regiãode Joinville e, no dia 14 de agosto de 1996, datadefinida como aniversário da Instituição, o DiárioOficial da União Pública credencia a Univille.Hoje, a Universidade é uma das mais importantesinstituições de ensino superior do Estado. Com 12mil estudantes divididos no Colégio da Univille, noscursos de graduação e pós-graduação, especialização,mestrado e doutorado. No total, são oferecidos 27cursos de graduação com 35 habilitações, mais de 90laboratórios, dois Centros de Estudos e PesquisasAmbientais –Cepas, um campus em São Bento do Sule uma unidade no município de São Francisco do Sul.Além do crescimento físico, a Universidade investeconstantemente na capacitação do seu corpo docente,na melhoria das ações de ensino, pesquisa e extensão,

buscando formar profissionais sintonizados com as ques-tões sociais e capazes de interagir na comunidade a qualestá inserida.

Nossas fontes:• Memorial da Univille;• Professor da Universidade e um dos idealizadores do primeiro curso emJoinville, professor Hamilton Sidney Alves de Carvalho;• Professor da Univille Roberto Bush, acadêmico da primeiro turma;• Agradecimento especial ao professor Valdir Vegini, que concedeu materiaiscoletados para a realização de seu livro “O Alvorecer de uma Universidade:relato de fragmentos da história da Univille”, que será lançado em marçode 2006.

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Revista Universo Univille - Maio/Junho de 2005

Contraponto

Debates envolvendo a reforma universitária continuam em 2005.Projeto irá mexer com o cotidiano de mais de 4,5 milhões deestudantes em todo o Brasil

Silvio Simon

omente na Univille são cerca de12 mil universitários. Em SantaCatarina, ultrapassam os 170 milalunos matriculados em um

curso de nível superior. Uma comunidadeque deve estar atenta à movimentação emtorno da reforma universitária. Paracontribuir com esse processo, a revistaUniverso Univille volta a abordar o tema,por meio de entrevistas com o deputadofederal Carlito Merss (PT-SC) e com opresidente da Associação Catarinense dasFundações Educacionais – Acafe, reitor daUniversidade do Contestado -UNC, professor GastonMário CazamajouBojarski. Questõescomo manutençãodas universidades,Prouni, neces-sidade de ampliaro acesso ao ensinosuperior e arelação entrea reforma e oSistema Acafe,

integram a editoria Contraponto destaedição. A Reforma Universitária, pro-posta pelo governo federal, contemplaaspectos como, por exemplo, conteúdose programas, acesso e permanência nauniversidade, autonomia e financiamento,estrutura e gestão administrativa eavaliação institucional. Entre os principaisobjetivos estão: entender a educaçãocomo um bem público, reconhecer apluralidade e a diversidade regionaldas instituições.A previsão é de que o projeto seja

encaminhado ao CongressoNacional, para votação na

Câmara dos Deputadose no Senado Federal,

até o final de 2005.A todos, uma

excelenteleitura.

Universidade – um novo

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1) Quais foram os pontos departida para a reforma uni-versitária?Carlito Merss- De uma formageral, o principal ponto de partidafoi o governo ter ciência de que épreciso colocar em prática a idéiade que a educação superior é umdireito público e deve ofertadogratuitamente pelo país. Nosúltimos 40 anos, ocorreu umesvaziamento do ensino superiorpúblico e um grande crescimentode faculdades do setor privado,sem um controle sobre a qualidadedesses cursos.

2) Setores da sociedade questio-nam pontos da reforma. O textofinal irá contemplar sugestões?

CM - Entidades como a Associação Brasileira dos Mantenedoresdo Ensino Superior, Sindicato Nacional dos Docentes do EnsinoSuperior (Andes), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas(Ubes), Associação dos Dirigentes de Instituições Federais deEnsino Superior (Andifes), UNE, já foram ouvidas. As discussõessão realizadas para apresentar o texto, mas principalmente paraaprimorar; é importante ouvirmos as entidades e recolher ascríticas construtivas, proporcionando o consenso.

3) Considerando a realidade histórica/educacional dasUniversidades filiadas ao Sistema ACAFE, criadas pelo poderpúblico e mantidas com recursos dos estudantes e sem finslucrativos, como o governo diferenciará essas instituições dasprivadas, com fins lucrativos?CM - O MEC estuda alternativas para essa diferenciação eentende que não existe só um setor privado. Sabemos que existemtrês tipos: as empresas educacionais, as comunitárias e as queseriam filantrópicas ou sem fins lucrativos. É necessário irseparando as que apontam para uma regulamentação democráticadas que vêm de empresas disfarçadas.

4) O Prouni e o sistema de cotas estão alcançando os objetivos?CM - Sim. Cerca de 112 mil jovens de média e baixa renda, de

todo o país, estão ingressando no ensino superior pelo ProgramaUniversidade Para Todos. O Prouni e o sistema de cotas traduzemuma política afirmativa de grande profundidade.

5) Índices levantados pelo Ministério da Educação - MECmostram um número muito pequeno de jovens entre 18 e 25anos freqüentando um curso superior. Além da reformauniversitária, o que mais o governo e sociedade podem fazerpara aumentar o acesso e a qualidade do ensino superior?CM - Uma alternativa do governo é a criação do Fundeb –Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação, cominvestimentos de R$ 4,3 bilhões ao ensino básico – educaçãoinfantil, ensino fundamental e médio. Outra opção é opreenchimento das vagas ociosas por bolsistas oriundos de escolaspúblicas, em universidades públicas e privadas.

6) Diante das dificuldades de manutenção, de recursosfinanceiros, tecnológicos e pedagógicos, o modelo instalado deuniversidade pública é o ideal ou o governo federal pode seespelhar em outros exemplos, como o do Sistema Acafe?CM - É necessário filtrar todos os exemplos possíveis para chegarao modelo ideal de universidade pública. Sem dúvida o SistemaAcafe é um grande exemplo, que pode ser considerado.

7) Por último, como se encontra o processo de federalizaçãoda Univille?CM - O governofederal estáabsorvendo oprocesso dafederalização daUniville, pois esseassunto nãoestava na pauta.Vale lembrar quea prioridade égarantir as bolsas deestudo peloProuni. Se houvera possibilidade dafederalização, nossa posiçãoserá totalmentefavorável.

Carlito Merss

modelo em discussão

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1) Qual a importância da reformauniversitária?Gaston Bojarski - A últimareforma do ensino superiorocorreu em 1968, dentro doprojeto MEC-USAID, que tinhacomo base a universidade norte-americana. Um país como o Brasilprecisa investir fortemente naeducação, em um projeto quecontemple a educação básica,principalmente o ensino médio eo superior.

2) Qual o posicionamento doSistema Acafe em relaçãoà reforma?GB - Quando o anteprojeto foiapresentado, verificou-se que os

sistemas estaduais de educação superior não haviam sidocontemplados, e as instituições que compõem a Acafe, entreelas a Udesc, única universidade estadual do Estado, formamo sistema de educação superior em Santa Catarina.Procuramos mostrar isso ao MEC, mesmo porque umprojeto dessa amplitude deve ser um marco regulatório paraa universidade brasileira, seja ela pública ou privada.

3) Como enfrentar questões relacionadas à manutenção porparte de estudantes carentes?GB - Há muito tempo buscamos alternativas para atenderàs carências dos estudantes, dentre elas: programas de bolsas,crédito educativo institucional, banco do estudante,

ampliação dos recursos do Art. 170 daConstituição Estadual, bolsas junto às

empresas e órgãos públicos, FIES.

4) Por que o Sistema Acafebusca uma diferenciação na

Reforma Universitária emrelação às instituiçõesprivadas?GB - As instituições

associadas à Acafe são públicas municipais, de direito privado,sem fins lucrativos, com forte atuação comunitária, e seufinanciamento via mensalidade é garantido pela constituição.Existem instituições totalmente privadas, que também sedizem não lucrativas. Com o Prouni, o governo tenta fazercom que elas se adequem ao seu real modelo, oferecendo-lhes algumas vantagens financeiras e exigindoem contrapartida uma oferta de bolsas de estudos paraestudantes carentes.

5) As Universidades do Sistema Acafe não aderiram ao Prouni.É uma decisão definitiva?GB - Sendo de origem pública, alguns pressupostosconstitucionais a elas são garantidos. Isso é o que se defendecom a não- adesão ao Prouni. Entretanto, o Sistema Acafe,regulamentará e aplicará o preceituado no Art. 10, da Leique instituiu o Prouni.

6) Índices levantados pelo Ministério da Educação - MECmostram um número muito pequeno de jovens entre 18 e25 anos freqüentando um curso superior. O queUniversidades, governos e sociedade podem fazer paraaumentar o acesso e a qualidade do ensino superior?GB - Santa Catarina possui 14% de sua população de 18 a24 anos no ensino superior. Isso representa 5 pontospercentuais acima da média nacional, que é de 9% . É,também, o segundo melhor índice do país. Para melhorarmosessa condição, é necessária uma decisão política, depriorização da educação como um todo.

7) O modelo do Sistema Acafe é um exemplo a ser implantadoem outras regiões do país?GB - Acredito que sim. Na América Latina, existe um modelode oferta de ensino superior por universidades chamadasautônomas – financiadas parcialmente pelos governos federal,estadual e ou municipal, com índices entre 45 e 56%. Orestante de seus orçamentos é auto-financiado pormensalidades, convênios, doações, contribuições de ex-alunosetc. Temos um modelo que pode ser uma alternativa viávelde oferta de ensino superior, com custo muito mais acessível

aos estudantes, a partir de uma participaçãofinanceira maior do poder público.

Gaston Bojarski

Fot

os:

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ulga

ção

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movimento tradicionalista estáespalhado por todo o país, sejaem animados fandangos, comosão chamados os bailes gauchescos,

em saborosas churrascadas, em expressõestipicamente campeiras ou em rodas de chimarrão.É cada vez maior o número de prendas e peões,gaúchos de nascimento ou não, admiradores doscostumes e das tradições da cultura dos pampas,desde os que participam do dia-a-dia domovimento, até os que freqüentam apenas oseventos por ele promovidos.Em Santa Catarina, a cultura dos nossos vizinhossul-rio-grandenses é bastante respeitada e

difundida, mesmo emregiões onde as cha-

madas lidas campei-ras não são tão

marcantes. Atradição foitrazida, prin-

c i p a l m e n t e ,por famílias que

vieram do RioGrande do Sul se

aventurar em solocatarinense.

Na cidade deJoinville, onde

Cultura e Lazer

Resgatar a cultura e divulgar as tradições e o folclore gaúcho,estes são alguns dos propósitos do movimento tradicionalista,que congrega cada vez mais adeptosSônia Regina de Oliveira Santos

predomina a colonização alemã, a dança e astradições gaúchas despertam o interesse daspessoas de diferentes descendências e classessociais, manifestado nos Centros de TradiçõesGaúchas, os famosos CTG’s, nos inúmeros cursosde dança oferecidos, nas lojas de artigosgauchescos e nos programas de rádios dedicadosao tema.Giuliano Gabriel Sani, aluno do Colégio daUniville e professor do grupo de dança Esporade Prata, que participa do movimentotradicionalista desde criança, afirma ter seinteressado pela cultura gaúcha devido aosprincípios instituídos. “O respeito pelas pessoas,os valores de igualdade, o civismo e a posturasão aspectos que valorizo na tradição gaúcha, osquais fizeram com que me interessasse pela dançae pelos costumes”, comenta Giuliano.Nos CTG’s acontece um verdadeiro encontro degerações. O convívio de avós, pais e netoscontribui para a melhoria do relacionamentofamiliar, ajudando a desenvolver o respeito, ahospitalidade, a solidariedade e os valorescívicos de um povo que temcomo ideal os princípiosde liberdade, de igualdade ede humanidade.O pioneiro das pesquisassobre o significado da palavra

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gaúcho é o historiador argentino Emílio Coni.O autor assegura que a expressão se tornoucomum nos documentos a partir de 1790,como sinônimo de gaudério, termo utilizadopara designar os aventureiros paulistas quedesertavam das tropas para courear animais ese tornarem ladrões de gado. Conforme oMovimento Tradicionalista Gaúcho de SantaCatarina, o termo gaúcho não significa apenaso nativo do Rio Grande do Sul, mas sim ohomem do campo, das regiões meridionais daAmérica do Sul, que toma por pátria e origemde sua tradição a terra, que começa nos pam-pas da Argentina, se estendendo pelo Uruguaie pelos estados do RS e SC, em especial, naregião da Bacia do Prata. No entanto, há quemdiga que muito mais do que uma opção, sergaúcho é um estado de espírito. O jeito gaúchode ser defende, preserva, cultua e divulga atradição gaúcha e é essa filosofia que faz domovimento tradicionalista, segundo estudiosos,o maior movimento cultural do mundo,voltado às pessoas que têm raízes no campo.Dude Harger, proprietário do CTG Chapar-ral, de Joinville, fundado há 30 anos, sendoo quarto CTG do Estado a se fil iar aoMTG-SC, explica que, para ser gaúcho,não é necessário ter nascido no Rio Grandedo Sul, mas saber cultivar as tradições e aspráticas campeiras.

Peculiaridades daTradição GaúchaOs trajes típicos, denominados pilcha gaúcha,indumentária de honra para ambos os sexos,são um dos elementos que identificam a culturagauchesca. Cada traje tem um significado,conforme o local, os cargos ocupados nos CTG’se o tipo de festividade a ser freqüentada. Nasáreas urbanas, a pilcha é mais utilizada emocasiões especiais. Já nas regiões fronteiriças,é ainda comum encontrar campeiros pilcha-

dos na lida campeira.O chimarrão, também conhecido como mateamargo, feito com uma planta nativa das matassul-americanas, é um companheiro dos peões docampo e da cidade. Símbolo da hospitalidade eda amizade do gaúcho, a bebida é servida numacuia, que passa de mão em mão, nas trovas enas conversas. A dança acompanha os gaúchosao longo da história. No antigo fandango do Rio

da região é capaz de deixar os guapos de outraslocalidades completamente por fora. Não seadmire se ouvir uma conversa de gaúchos e nãoentender quase nada.

A la pucha – exprime admiração, espantoBuenacha – boaCambicho – apego, paixão, inclinaçãoirresistível por uma mulherChinoca – mulherDaga – adaga, facãoEstropiado – diz-se do animal sentido doscascos, com dificuldade de andar, emconseqüência de marchas por estradaspedregosasGuapo – forte, vigoroso, valente, bravoInvernada – grande extensão de campo cercado.Nas estâncias, geralmente, há diversasinvernadas para engorda e cruzamento de raçasJururu – cabisbaixo, tristonho, abatidoManotaço – pancada que o cavalo dá com umadas patas dianteiras, ou com ambas. Bofetada,pancada com a mão dada por pessoaNegrinho – designação carinhosa que se dá acrianças ou a pessoas que se tem afeiçãoPago – lugar onde nascemosQuerência – lugar onde vivemosRegalo – presente, brindeSurungo – arrasta-pé, baile de baixa classe,caroçoTalagaço – pancada com tala. ChicotaçoVaza – vez, oportunidadeXerenga – faca velha, ordinária

da região é capaz de deixar os guapos de outraslocalidades completamente por fora. Não seadmire se ouvir uma conversa de gaúchos e nãoentender quase nada.

A la pucha – exprime admiração, espantoBuenacha – boaCambicho – apego, paixão, inclinaçãoirresistível por uma mulherChinoca – mulherDaga – adaga, facãoEstropiado – diz-se do animal sentido doscascos, com dificuldade de andar, emconseqüência de marchas por estradaspedregosasGuapo – forte, vigoroso, valente, bravoInvernada – grande extensão de campo cercado.Nas estâncias, geralmente, há diversasinvernadas para engorda e cruzamento de raçasJururu – cabisbaixo, tristonho, abatidoManotaço – pancada que o cavalo dá com umadas patas dianteiras, ou com ambas. Bofetada,pancada com a mão dada por pessoaNegrinho – designação carinhosa que se dá acrianças ou a pessoas que se tem afeiçãoPago – lugar onde nascemosQuerência – lugar onde vivemosRegalo – presente, brindeSurungo – arrasta-pé, baile de baixa classe,caroçoTalagaço – pancada com tala. ChicotaçoVaza – vez, oportunidadeXerenga – faca velha, ordinária

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Para não cometer certas gafes na rodade chimarrão, fique atento aos

Dez Mandamentos do Mate:1. Não peças açúcar no mate2. Não digas que o chimarrão é anti-higiênico3. Não digas que o mate está quente demais4. Não deixes um mate pela metade5. Não te envergonhes do “ronco” no fim do mate6. Não mexas na bomba7. Não alteres a ordem em que o mate é servido8. Não “durmas” com a cuia na mão9. Não condenes o dono da casa por tomar o 1º mate10. Não digas que chimarrão dá câncer na gargantaFonte: Movimento Tradicionalista Gaúcho de Santa Catarina

Grande do Sul, as danças mais populares sechamavam anu, balaio, queromana, tatu etirana. No fandango atual, os ritmos ficam porconta das marchas, vaneras, vanerões, xotes,milongas,rancheiras,polcas, valsas, cha-mamés e bugios.Cada estilo demúsica tem umsignificado. “Oxote, por exemplo,é dançado quandoo peão quer con-quistar a prenda”,explica Giuliano.Nas longas noitesde inverno, as primitivas tribosindígenas levaram os nativos adescobrir o fogo de chão, costumeadotado pelos gaúchos para fazerpequenas fogueiras e cravar ao redordelas peças inteiras de carne,aquecer água para o chimarrãoe preparar o típico arroz decarreteiro, entre outrasdelícias da culinária campeira.O cenário da tradição gaúchaé representado por muitasmanifestações artísticas eculturais, como a tertúlianativista – uma mostra dosdotes de prendas e peões,como declamações deverso e prosa; asinvernadas – voltadaspara apresentaçõesde música e dança;as gineteadas –disputas de mon-taria no potroxucro; tiro de laçoe outros eventosque resgatam otradicionalismo.

CTG’s em SantaCatarina

Localização Total de CTG’s

No Estado 523Em Joinville 18

Fonte: Movimento TradicionalistaGaúcho de Santa Catarina

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om o crescimento constante e aevolução das cidades, pode-seperceber que, nas últimas décadas,ampliou-se o consenso sobre a

importância que a educação assume nodesenvolvimento social.Frente ao impacto dos avanços tecnológicos, dainformação, do crescimento econômico, dacomunicação no trabalho e na vida diária,coloca-se para a educação o desafio e a respostade um ensino que desenvolva, em primeirolugar, uma sólida formação que permita àsatuais gerações pensar, analisar e fazer acontecerpara que o mundo cresça de forma ordenada,inteligente, auto-sustentável e que esteja empaz com o meio ambiente.Como se pode observar, não foi diferente comSão Francisco do Sul, em Santa Catarina.A terceira cidade mais antiga do Brasil busca,por meio da implantação da Unidade daUniversidade da Região de Joinville – Univille,uma parceira para qualificar a sua população epara acompanhar o crescimento e desen-

Universidade

Ana Karina Siqueira Dias

São Francisco do Sul em Univille contribui para uma transformação em busca decrescimento, valorizando o cenário marinho e turístico da região

volvimento pelo qual a cidade está passando.Também busca preparar-se para as futurasdemandas da sociedade, devido ao fortecrescimento na área tecnológica, ambiental eturística do município.No ano em que a Univille comemorou seus oitoanos como Universidade, a instituiçãoinaugurou uma unidade na cidade mais antigado Estado. Esse sonho só pôde ser realizadodevido a inúmeras reuniões realizadas com acomunidade, Associação Comercial e Indus-trial de São Francisco do Sul, governantes eempresários, que desejavam a vinda da Univillepara São Francisco.De acordo com o Reitor da Univille, professorMSc. Paulo Ivo Koehntopp, o apoio domunicípio à universidade é fundamental parao crescimento, tanto da instituição como dacidade. Os cursos que estão sendo oferecidosna Unidade envolvem atividades ligadas aoambiente marinho, como, por exemplo,a maricultura, pesca e atividade portuária.Hoje, a importância econômica do mar em

Santa Catarina é tão grande, que empregamais de meio milhão de pessoas emovimenta 20 bilhões por ano. Cada vezmais, a população litorânea tira do marde Santa Catarina o sustento nas áreas depesca, portos, esportes náuticos e turismo.Dentro desses parâmetros, o papel daUniversidade na cidade histórica queestá totalmente cercada pela baía daBabitonga, é de buscar, cada vez mais,aprimorar o estudo e as técnicas paraauxiliar a criar formas para aumentar aspossibilidades de busca no meio marinhopara o sustento da família, princi-palmente para aqueles catarinenses quedependem exclusivamente das rique-

São Francisco do Sul em

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busca de novos tempos

zas que o mar oferece, e assegurar suasustentabilidade em longo prazo.Além de disponibilizar um corpo docentecapacitado para preparar os funcionários dasempresas locais que necessitam de umaqualificação na sua área, outro curso que estásendo oferecido em São Francisco do Sul é ode Pedagogia com habilitação em Ensino Fun-damental séries iniciais, que contempla aformação básica dos professores da cidade.Sabe-se que a partir do momento em que aUniville está na cidade, ela participa tambémativamente do crescimento e desenvolvimentodo município, pois nessa perspectiva, aUniversidade quer crescer junto com São Fran-cisco do Sul. “O desenvolvimento da cidadeestá totalmente ligado ao ensino, pesquisa eextensão. Por isso, iremos atender às demandasdo presente, mas, ao mesmo tempo, participardo futuro, que é o desenvolvimento susten-tável”, af irma a pró-reitora de Ensino,professora Ilanil Coelho.

Estudo na Baía da BabitongaIniciando as atividades na Unidade de SãoFrancisco do Sul, envolvendo o exterior, o pro-fessor Dr. Donat-P. Häder, da Friedrich-Alexander-Universität e do Institut Für BotanikUnd Pharmazeutische Biologie Lehrstuhl FürBotanik, da Alemanha, ministrou curso deEcotoxicologia para os acadêmicos dos cursosde Biologia Marinha, Engenharia Ambiental eQuímica Industrial no mês de março deste ano.O curso permitiu a troca de informações e

experiências na área, além de aulas eexposições teóricas, em que os universitáriostiveram a oportunidade de acompanharatividades práticas de pesquisa emlaboratórios montados na Unidade. Duranteas duas semanas de curso, foram abordadostemas como, por exemplo, testes detoxicidade, com sedimentos da baía daBabitonga – esses testes foram realizados comum equipamento chamado de Ecotox, queveio da Alemanha especialmente para o cursoe que agora está nos laboratórios da Univille,para utilização dos acadêmicos - mediçõeson-line de raios ultravioletas (U.v.a. e U.v.b)e incidência de raios soladores; densidade emovimentação de algas nas águas daBabitonga e análise de fotossíntese.A parceria entre a Univille e instituiçõesinternacionais é a responsável por essaatividade de intercâmbio e troca deinformações entre professores europeus eacadêmicos. A vinda do professor pesquisadorda Alemanha abriu as portas para a Unidade,de São Francisco do Sul, receber diversospesquisadores de outros países para contri-buir no ensino e na pesquisa dentro docenário marinho que envolve toda a baíada Babitonga.De acordo com o reitor da Univil le, oobjetivo da Unidade no município é paraque, quando se fale em meio ambiente eestudos marinhos, tanto a Univille como SãoFrancisco do Sul sejam referências no Brasil.“Para isso, é muito importante a parceria e o

busca de novos tempos

Estudo na Baía da Babitonga

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Revista Universo Univille - Maio/Junho de 2005

envolvimento da comunidade e dasempresas”, ressalta.

Infra-estrutura beneficiaacadêmicos, pesquisadorese comunidadeLocalizada no bairro Iperoba, RodoviaDuque de Caxias, Km 08, a Univille temuma área total do terreno de 57.200,33 m2

e uma área total construída de 1.953,28 m2.

O conjunto que integra a Unidade com-preende o prédio administrativo, quatrosalas de aulas, um laboratório de informática,biblioteca, cantina, centro de visitantes,laboratórios de nectologia, ecotoxicologia eMicrobiologia, ecossistemas costeiros,bentologia e planctologia, matrizes decultivo, organismos aquáticos, aquaculturae acervo biológico. O curso de BiologiaMarinha já está instalado em São Franciscodo Sul desde o início de 2004, e osacadêmicos do terceiro e quarto ano já estãorealizando pesquisas e atividades práticas nabaía da Babitonga.

Futuro próximoBuscando promover e ampliar as formasde ensino na Unidade de São Franciscodo Sul, em agosto deste ano, o reitorda Universidade, professor Paulo IvoKoehntopp, irá à Alemanha e Itália paraintensificar o intercâmbio de estudos em

torno da baía da Babitonga.O futuro da Univil le na cidade será decrescimento constante, buscando parcerias comoutros países, com empresas e associações paraintensificar, em todas as ações planejadas, aindissociabil idade entre ensino, pesquisa eextensão, contribuindo para cada vez maisSão Francisco do Sul ser uma referência emestudos marinhos.Além do aprimoramento na área ambiental, jáestá em estudo a implementação de cursos deextensão, que apresentam uma duração menor,para suprir as necessidades da comunidadefrancisquense, oferecendo cursos para qua-lificação de serviços realizados na área turística.

“Queremos expandir futuramente aUnidade, podendo oferecer cursos deextensão para profissionalização dos setoresligados ao turismo e à gastronomia. Paraisso, já está sendo estudada uma parceriacom a França”, complementa o reitor.Outro projeto com o qual a Univille estádisposta a ser parceira é o Costa do Encanto,um projeto do Governo que tem o objetivode transformar as potencialidades turísticasda única baía de Santa Catarina num grandedestino turístico, permitindo a integraçãode todas as cidades da região. Segundoo professor Paulo Ivo Koehntopp, auniversidade poderia contribuir naelaboração de um diagnóstico ambientalda área que irá abranger o projeto Costado Encanto.

Infra-estrutura beneficiaacadêmicos, pesquisadorese comunidade

Futuro próximo

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Esse

ncial

Tempos de educar – os caminhos da história do ensinona rede municipal de Joinville / SC – 1851 /2000, Iara Andrade Costa, Claudia Valéria LopesGabardo, Dúnia Anjos de Freitas, Editora Univille,232 págs.Esta obra é o resultado de uma parceria entre a SecretariaMunicipal da Educação e a Univille, que tem como objetivoconcretizar uma necessidade e um velho sonho da

comunidade escolar na busca de suas origenseducacionais. Representa uma importanteconquista não apenas para os funcionáriosda Secretaria, mas também para os professorese os futuros profissionais da área da educação,os gestores dos sistemas educacionais ouqualquer outro educador ou pesquisador daárea, pois permite a Joinville entrar no rol daspoucas cidades brasileiras que possuem o seuhistórico educacional registrado, dando-nosa possibilidade de (re)conhecer aqueles que,direta ou indiretamente, construíramessa história.

Fazendo pesquisa – do projeto à comunicaçãocientífica. Mônica Lopes Gonçalves, Nelma Baldin,Cladir Teresinha Zanotelli,Mariluci Neis Carelli, SelmaCristina Franco, EditoraUniville, 110 págs.Esta obra surgiu da experiênciadocente das autoras em programasde pós-graduação stricto sensu, nosquais ficou evidenciada anecessidade, por parte dos alunos,de material de apoio paraelaboração de trabalhos científicosque aborde desde o projeto até adissertação ou outra forma decomunicação científica e, princi-palmente, que oriente como fazer a ligação entre o projeto e adissertação, utilizando as normas da ABNT para a produçãocientífica e as demais normas inerentes a diferentes instituiçõesde ensino. Embora o trabalho seja fruto da vivência dasautoras como docentes da Univille, elas procuram redigi-lode forma a permitir que alunos de outras instituições de ensino

possam utilizá-lo como referência naformatação de seus trabalhos.

O último verão europeu – quemcomeçou a grande guerra de1914? David Fromkin, EditoraObjetiva, 388 págs.O verão de 1914 teve o início maisglorioso de que os europeus eramcapazes de se lembrar. Nos bastidores,porém, nascia de forma inexorável amais destrutiva das guerras que omundo já conhecera até então – umaguerra cujas conseqüências conti-nuam a influenciar o mundo doséculo XXI. A questão de como

começou a Primeira Guerra Mundial vem intrigando historiadores hávárias décadas. Muitos citam como motivo para o conflito o assassinatodo arquiduque Francisco Ferdinando; outros chegaram à conclusão dequem ninguém foi responsável. Mas David Fromkin – cujo relato estábaseado nas mais recentes pesquisas – dá uma resposta diferente a essapergunta. Ele deixa claro que a hecatombe que iria dilacerar o continentefoi iniciada de maneira deliberada. Em uma narrativa fascinante quetraz paralelos assustadores com os acontecimentos de nossa própriaépoca, Fromkin mostra que não foi travada apenas uma guerra, masduas, e que a primeira serviu de pretexto para a segunda. Abordandode forma esclarecedora temas atuais como guerra preventiva e terrorismo,o autor descreve em detalhes as negociações e traça retratos incisivosdos diplomatas, generais e líderes protagonistas do conflito: o cáiseralemão, o tsar da Rússia, o primeiro-ministro britânico. E revela comoe por que as iniciativas diplomáticas que tentaram evitá-lo estavamfadadas ao fracasso.

Brasileiros pocotó – reflexões sobre a mediocridade que assolao Brasil. Luciano Pires, Editora Panda Books, 155 págs.O autor faz uma reflexão sobre asatitudes dos brasileiros diante docenário cultural, político e econômicodo país, numa crítica inteligente aobaixo nível da programação dos meiosde comunicação. Numa linguagemdireta e com ilustrações bem-humoradas, Luciano propõe ao leitorpensar sobre a mediocridade quedevasta o Brasil, transformando osbrasileiros em verdadeiros pocotós.O texto e os cartuns irreverentes eprovocativos não poupam políticosnem celebridades.

O fantasma da ópera. Gaston Leroux, Editora Ediouro, 254 págs.É noite de gala na Ópera de Paris. Os Srs. Debienne e Poligny se despedem do cargo de diretores da Óperacom um último recital. Porém, nos corredores do teatro, uma figura misteriosa caminha como uma sombrae desaparece sempre que é vista. No subsolo, o maquinista-chefe é encontrado morto. Esse é o legado queos antigos diretores deixam a Armand Moncharmin e Firman Richard: a perturbadora presença do Fantasmada Ópera. Ao ignorar os caprichos do Fantasma, os novos diretores têm que lidar com uma trágica seqüênciade eventos que culmina no desaparecimento repentino da cantora lírica Christine Daaé. É em meio a esseclima de suspense e de terror que somos levados ao labirinto sombrio que é o subsolo da Ópera de Paris.

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