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+ TERCEIRÃO LITERATURA 02 Prof a . Karen Neves Olivan

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+ TERCEIRÃO

LITERATURA 02

Profa. Karen Neves Olivan

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Profa. Karen Neves Olivan

A PLURISSIGNIFICAÇÃO

DA LINGUAGEM LITERÁRIA

TERCEIRÃO

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+A PLURISSIGNIFICAÇÃO DA LINGUAGEM LITERÁRIA

A vida é uma cerejaA morte um caroçoO amor uma cerejeira.

(Jacques Provert)

Qual o sentido empregado na palavra “cereja”?

Qual o sentido delas?

À época de Natal, é comum encontrarmos cerejas frescas para comprar.

Que outras palavras, no poema, estão empregadas no sentido figurado?

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A DENOTAÇÃO E A CONOTAÇÃO “cereja”:

tipo de fruta; frescor, paixão, prazer.

A conotação não é exclusiva da literatura.

Está presente em conversas do dia a dia, em anúncios publicitários, na linguagem dos quadrinhos, nas letras de música etc.

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Palavra com significação restrita.

Palavra com o sentido comum, aquele encontrado no dicionário.

Palavra utilizada de modo objetivo.

Linguagem exata, precisa.

Palavra com significação ampla, dada pelo contexto.

Palavra com sentidos carregados de valores afetivos, ideológicos ou sociais.

Palavra utilizada de modo criativo, artístico.

Linguagem expressiva, rica em sentidos.

DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO

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Toda saudade é um capuzTransparenteQue vedaE ao mesmo tempoTraz a visãoDo que não se pode verPorque se deixou pra trásMas que se guardou no coração

Gilberto Gil, Toda saudade)

Todo o trecho da canção procura conceituar saudade.

(a) Que características da saudade permitiram comparar esse sentimento com “um capuz transparente”?

(b) Saudade, nos versos, é conceituada de modo denotativo ou conotativo? Por quê?

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+Figura de linguagem é uma forma de expressão que consiste no emprego de palavras em sentido figurado, isto é, em um sentido diferente daquele em que convencionalmente são empregadas.

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FIGURAS DE LINGUAGEM

As figuras de linguagem são normalmente utilizadas para tornar mais expressivo o que queremos dizer.

Empregadas tanto na língua escrita quanto na língua falada.

Ampliam o significado de uma palavra, suprem a falta de termos adequados, criam significados diferentes.

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Minha alma é como um pastor.Conhece o vento e o solE anda pela mão das EstaçõesA seguir e a olhar.

(Fernando Pessoa)

COMPARAÇÃO E METÁFORA

O eu lírico compara alma e pastor, aproximando-os por sua semelhança.

A comparação é feita de modo explícito, por meio de como.

Eliminado a comparação e empregando o segundo termo (pastor) com o valor do primeiro (alma), temos uma metáfora.

Minha alma é um pastor.

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A comparação consiste em aproximar dois seres em razão de alguma semelhança existente entre eles, de modo que as características de um sejam atribuídas ao outro, e sempre por meio de um elemento comparativo expresso: como, tal qual, semelhante a, que nem etc.

A metáfora consiste no emprego de uma palavra em um sentido que não lhe é comum ou próprio, sendo que esse novo sentido resulta de uma relação de semelhança, de intersecção entre dois termos.

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Que tarde!

Além do calor e da prova,aquela minissaiasentada ao meu lado!

Assim não há memória que resista…

Carlos Queiroz Telles

No 3o verso, o eu lírico em vez de empregar a palavra garota, utiliza minissaia, temos, assim, uma metonímia.

A metonímia consiste na substituição de uma palavra por outra em razão de haver entre elas uma relação de interdependência, de inclusão, de implicação.

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A metonímia ocorre quando empregamos:

O efeito pela causa, e vice-versa:

Pedro é alérgico a poeira e a cigarro. (fumaça)

O nome do autor pelo nome da obra:

Nas horas vagas, ouvíamos Mozart. (a música)

O continente (o que está fora) pelo conteúdo:

O nenê comeu dois pratos. (alimento)

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A metonímia ocorre quando empregamos:

A marca pelo produto:

Menino, você quer um chiclete? (goma de marcar)

O concreto pelo abstrato:

Só ele tem cabeça para resolver isso.

(inteligência, sagacidade)

O lugar pelo produto característico de determinado local:

O gerente ofereceu um havana a seus colegas.

(charuto produzido em havana)

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A metonímia ocorre quando empregamos:

A parte pelo todo:

Mil olhos apreensivos seguiam a partida de futebol. (pessoas, torcedores)

O singular pelo plural:

O brasileiro é bem humorado. (os brasileiros)

A matéria pelo objeto:

A um sinal do maestro, os metais iniciaram o concerto. (instrumentos de sopro feitos de metal)

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METONÍMIAS VISUAIS

Os sistemas de pictogramas costumam empregar a metonímia como recurso para orientar usuários em guias turísticos, terminais de transportes, postos rodoviários etc.

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Maior amor nem mais estranho existe que o meu – que não sossega a coisa amada e quando a sente alegre, fica triste,

E se a vê descontente, dá risada.

Vinícius de Moraes

Observe que o eu lírico emprega palavras e expressões que se opõem quanto ao sentido: alegre X triste, descontente X a dar risada, temos, nesses casos, antítese.

A antítese consiste no emprego de palavras que se opõem quanto ao sentido.

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Sempre que olho para as cousas e penso no que os homens pensam delas,

Rio como um regato que soa fresco numa pedra.

Porque o único sentido oculto das cousas

É elas não terem sentido oculto nenhum.

Castro Alves

Os dois últimos versos apresentam elementos que, apesar de se excluírem mutuamente, se fundem, constituindo afirmações aparentemente sem lógica. Temos, assim, paradoxo.

O Paradoxo consiste no emprego de palavras ou expressões que, embora opostas quanto ao sentido, se fundem em um enunciado.

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Já viste às vezes, quando o sol de maio

Inunda o vale, o matagal, a veiga?

Murmura a relva: “Que suave raio!”

Responde o ramo: “Como a luz é meiga!”

Castro Alves

No 3o e 4o versos da estrofe, a relva e o ramo aparecem personificados, pois a eles são atribuídas ações – murmurar e responder – próprias dos seres humanos. temos, nesse caso, situações de personificação.

A personificação ou prosopopeia consiste em atribuir linguagem, sentimentos e ações próprias dos seres humanos a seres inanimados ou irracionais.

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Pois há menos peixinhos a nadar no mar

Do que os beijinhos que darei na tua boca

Vinícius de Moraes

Observe que o eu lírico, com a intenção de impressionar seu(sua) amado(a), exagera ao dizer o número de beijos que dará. Temos, nesse caso, uma hipérbole.

A Hipérbole consiste em expressar uma ideia com exagero.

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Alma minha que partiste

Tão cedo desta vida […]

Camões

Nos versos de Camões, o eu lírico refere-se a morrer, empregando o verbo partir. Temos, nesse caso, um eufemismo.

O eufemismo consiste no emprego de uma palavra ou expressão no lugar de outra palavra ou expressão considerada desagradável ou chocante.

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Moça linda bem tratada,Três séculos de famíliaBurra como uma porta:Um amor.

Mário de Andrade

Observe que o eu lírico é irônico nesses versos, quando resume, na expressão um amor, a beleza, a fineza, a tradição e a “inteligência” da moça. Temos, nesse caso, ironia.

A Ironia consiste em afirmar o contrário do que se quer dizer.

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Metade de mim é fada, a outra metade é bruxa,[…]Uma é séria; a outra sorri;Uma voa, a outra é pesada.Uma sonha dormindo, a outra sonha acordada.

Rosena Murray

Observe que o eu lírico descreve a si mesmo como um ser contraditório. E emprega orações justapostas, separadas por vírgula ou ponto e vírgula, sem usar conjunções coordenativas, que, pelo contexto, seriam “e” ou “mas”. Temos, nesse caso, um assíndeto.

O Assíndeto consiste no emprego de orações coordenadas justapostas, isto é, sem o uso de conjunções.

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E o olhar estaria ansioso esperandoE a cabeça ao sabor da mágoa balançandoE o coração fugindo e o coração voltandoE os minutos passando e os minutos passando…

Vinícius de Moraes

O eu lírico sugere, por meio de uma sequência de ações ininterruptas, expressas por meio de orações iniciadas pela conjunção “e”, o estado de ânimo de uma pessoa que espera por alguém ou alguma coisa. Temos, nesse caso, um polissíndeto.

O polissíndeto consiste na repetição, com finalidade enfática, de uma conjunção coordenativa.

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Depois o areal extenso…Depois o oceano de pó…Depois no horizonte imensoDesertos… desertos só

Alberto de Costa e Silva

A repetição da palavra “depois” no início dos versos produz um efeito de sentido especial: leva o leitor a estender-se por um deserto interminável. Esse tipo de repetição é chamado de anáfora.

A anáfora consiste na repetição intencional de palavras no início de períodos, frases ou versos.

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[…] E num estalar de juntas que se soltam, de amarras que se desfazem, o guerreiro moveu-se, levantou a cabeça, ergueu o tronco, pôs-se de pé. […]

Marina Colassanti

O emprego de verbos correspondentes a ações que aumentam gradativamente de intensidade contribui, no fragmento, para dar ideia de recuperação física da personagem. Temos, nesse caso, uma gradação.

A gradação consiste na disposição de palavras ou expressões em uma sequência que dá ideia de progressão.

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ALITERAÇÃO, ASSONÂNCIA E PARANOMÁSIA

A aliteração consiste na repetição de fonemas consonantais:

E o olhar estaria ansioso esperando. (Vinícius de Moraes)

A assonância consiste na repetição de fonemas vocálicos

A paranomásia consiste no emprego de palavras semelhantes na forma ou no som próximas umas das outras.

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