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Haja adrenalina www.mundoceramico.com.br REVISTA MUNDO CERÂMICO - ANO XVI - Nº 138 - R$ 8,00

 · Um dos desafios da indústria cerâmica é conseguir manter a constância de suas massas haja vista que as matérias-primas que as compõem sofrem esgotamen-to de jazidas e são

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Mundo Cerâmico - Dezembro2008/Fevereiro 2009 �

Revista Mundo Cerâmico nº 138 - Dezembro/Fevereiro 2009

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Acompanhe as novas tecnolo-gias, máquinas, equipamentos, produtos, lançamentos e servi-ços para estar na vanguarda da indústria

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ENTREVISTA

SUMÁRIO

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Este é o ano para quem gosta de emoções fortes. Antes de depri-mir procure ver quais são as re-ais alternativas disponíveis para o seu negócio, pois não há ne-nhuma regra fixa neste momen-to. Só não invista na paralisia

PERSPECTIVAS

MATERIAISUm dos desafios da indústria cerâmica é conseguir manter a constância de suas massas haja vista que as matérias-primas que as compõem sofrem esgotamen-to de jazidas e são vistas como foco de problemas ambientais

O design sempre foi a fronteira mais importante para a valoriza-ção do revestimento cerâmico. Empresa italiana, há quatro anos no Brasil, ajuda a pensar o de-senvolvimento dos produtos, do protótipo à revenda

DESIGN

O novo presidente da Abracolor preconiza que os temas de inte-resse entre colorifícios e cerâmi-cas são comuns e assim devem ser tratados

OPINIÃORoberto Zullino, um dos auto-res de trabalho da Fiesp sobre construção civil, fala sobre as perspectivas do setor

SEÇÕES

EDITORIAL 04

PELO MUNDO 06

EVENTOS 16

PERSONALIDADEVocê decide quem vai levar o Prêmio Mundo Cerâmico de 2009. A revista Mundo Cerâmi-co é o veículo de sua opinião e entrega a homenagem a quem mais contribuiu para o setor

Cédula de votação do Prêmio

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� Dezembro2008/Fevereiro 2009 - Mundo Cerâmico

Publisher: Lazzaro [email protected](jornalista responsável)

Conselho EditorialEdson Gaidzinski Jr.– pres. da ANFACER Luis Barbosa Lima – pres. da ANICER João O. Bergstron – pres. da ASPACERJosé O. A. Paschoal – pres. do CCBWalter G. Felix – pres. do SICCESP/FIESP

RedaçãoSelma Menasce [email protected]

AdministraçãoCaroline Sperandio Florio [email protected]

PublicidadeBrasil – SP Marcel Israelfone +55 (11) 3822 [email protected]

Impressão: Prol Editora e GráficaDistribuição: Lobra Serv-Press

Publicação mensal de

Alameda Olga, 422 cj. 108 – Barra Funda01155-040 – São Paulo – SPFone + 55 (11) 3822 4422 Fax +55 (11) 3663 5436e-mail: [email protected]: www.mundoceramico.com.br

Registro no INPI sob número 816494703As opiniões de Mundo Cerâmico não são necessariamente as de seus articulistas.Autorizada a reprodução de artigos desde que citada a fonte.Fotos de matérias editoriais: divulgação geral, de empresas e LM. Imagens, textos e opiniões de mensagens publicitárias são de responsabilidade dos respectivos anunciantes.

Associada à:

EDITORIAL

Empregabilidade. Emprego. Ocupação econômica. Empreendedorismo. Trabalho. Seja lá como for que se descreva, esta é a aspiração do ser humano à sua integração na sociedade de uma forma digna e cidadã. Podendo trabalhar, ser remunerado e podendo consumir de forma autônoma.

Que me perdoe o Domenico De Masi, com sua teoria do Ócio Criativo, que nunca vi chegar a ninguém que não seja investidor bem sucedido. Trabalhamos cada vez mais. Isto quando conseguimos uma ocupação. Há muitos que não têm o que fazer. Seria o Ócio Destrutivo do estado do Bem Estar?

Este é o drama real do mundo e da escala final do Capitalismo, nesta crise absurda que vivemos. Automatizamos ao extremo e colocamos milhares de pessoas na rua, sem ocupação. É o grande paradoxo a ser enfrentado. Como ter uma sociedade de consumo sem consumidores?

LM

Dilema do milênio

CARTASAgradecemos e retribuímos os vo-

tos de um Feliz Ano de 2009 a:

postagem efetuada até o dia 9 de março de 2009

Para falar conosco:Al. Olga 422 cj. 108 – Barra Funda01155-040 – São Paulo – SP – BrasilTel: +55 (11) 3822 4422 Fax:+55 (11) 3663 [email protected]@[email protected]

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A.Gollini - Confindustria Ceramica, ABMA-CO, Accesso, Alais Coluchi, Alberflex-Lavoro, Albert Pardo, Alessandra – SEW-Eurodrive, Alexandre Bonardi – Cerâmica San Marino , Alfabetização Solidária, All Solutions, Ana Lúcia, Ana Paula – CCB, André Campana, Andrea Serri – Confindustria Ceramica, Anicer, Antonio Carlos Kieling – Anfacer, Arburg, Arpi Nalbandian – Tile Magazine, Aspacer, Asso-ciação Brasileira de Cerâmica, Bernhoeft, C1 Design, Carla de Castro Assis, Celso Monteiro de Carvalho, Cesario Rogerio – Moliza, Cipla, Cláudio Elias Conz, Cláudio Nespoli, CMC, Collore Mosaicos, Cristina Brisighello – Cerâ-mica Atlas, Daniela Frucchi, Debora Venturini, Dirce Kuboyama, Duo Graf, Editora Guia, Editora Segmento, Edson Moritz – Portobello, Eliseu Atanazio – Magnotec, Estande Virtual, Ester – Comunicarte, Euroville, Euroville Ce-râmicas, Evandro Jorge Elias, Fabiana Cassim – Fran Presse, Fábio Bittencourt, Fábio Endrigo – Lanzi, Fábio Ferraço – System Brasil, Fazenda São Jose – Mestre Café, Feicon, Filiere, Flávia Gonzáles – Rio Branco Papeis, Forma Editora, Francesco Tilocca, Gilberto Cordeiro , Gilberto Moreira Jr., Greta Gabaglio – SICIS, Guarda Assessoria Contábil, Ibedec, Idec, Imprensa CVM, Infinithi Eventos, Inovatec, Inti, Jorge Martins – Villagres, Jornal DCI, José Maria e Regina dos Santos, Josselei Delfini Paulo–Porto Ferreira, José Bianchi, Juarez Leão – Portobello Shop, Juliana – Collore Mosaicos, Júlio Cézar Quintão Gomes, Koiti Gyotoku – Gyotoku, Lais Cardoso, Leroy Merlin, Lide Multimídia, Lobra Serv & Log, Lourival J. Santos Advogados,

Lúcia e Edison Toledo – Cerâmica Porto Fer-reira, Luis Carlos Barbosa Lima – Anicer, Luiz D’Elboux Nizzola, Marcello Dallari – BBC Ita-lian Style, Márcio Cardial – Segmento, Marina Tsuda – Raw Material, Mark Meng – Ceramics China, Matrix Editora, Max Press, Meditec Brasil, Michael P. Johnson Design Studios Ltd, Michel Rosenthal Wagner, Miguel Langone e Pedro Schitini - Cia Teatro Compacto, Milton e Rosa Ferraz, Miriam Garcia - Anfacer, Monize, Natan Rodrigues, Nivaldo Ereno – Karina Pisos, Obra Prima Embalagens, Oduwaldo Álvaro, OESP Mídia , Oficina de Comunicação, Ornare, Oswaldo Nakasa, Patrizzia Cazzaniga - Siti B&T, Paulo Baroukh, Paulo Macéa, Pedro Renato Eckersdorff – ANATEC, Phil Johnson – Tile Magazine, Pietro Cassani e Paolo Gambuli – ACIMAC, Portinari – Cecrisa, Prata – Gail, R2 Design, Rafael Murió, Regina Ramires – Castelatto, Revista Meio Ambiente Industrial, Ricardo Botelho Marketing, Richard Doern, Rodrigo Azevedo, Rogério Sampaio – Cecrisa, Ronaldo Padovani - ICE, Rosangela de Araujo - Gea Niro, Rosangela Ferreira – GEA, Rubens – Copypress, Sacmi do Brasil, Salomon Arazi, Santa Rita Abrasivos, Sara Pittarello, DDM Advertising, Sarah Betti, Schivartche Advoga-dos, SEBRAE, Sérgio Cahen, Sérgio Formicola – Porto Ferreira, Sérgio Risola - CIETEC, Sicis Press Office, Silvana Baierl, Silvia Araujo– As-pacer, Silvia Torreglosa, Simone Arruda, Simone Menasce, Singular, SML Consultoria em Infor-mática, Sucursal Paulista, Suggestiva Comuni-cação, Tek Brasil, Tereza Milani – Embramaco, Texto&Imagem, Tony Vicentini – e-papéis, UNB, Urames Pires dos Santos, Vanessa Fusco – Word Brasil, Via HG Turismo, William Norberto Aloise – Saint-Gobain Quartzolit,

A Portobello lançou a revista SER, Sistema de Especifi-cação e Relacionamento da Portobello Shop. A publica-ção, exclusiva na internet, traz informações sobre a rede de franquias, sugestões e ideias de aplicações para especificadores e profissio-nais de decoração. A publi-cação pode ser acessada pelo link: http://www.serpor-tobelloshop.com.br/revis-ta_ser.asp.

Eliane realizou jantar de confrater-nização com Asbea/SC, no res-taurante Taikô, na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis, SC. Pelo menos 20 dos mais reconhe-cidos escritórios de arquitetura da cidade associados à seção catari-nense da Asbea, Associação Bra-sileira de Escritórios de Arquitetura, estiveram representados no jantar, quase uma centena de pessoas. A Eliane Revestimentos Cerâmicos é patrocinadora exclusiva do evento desde a criação da regional cata-rinense, há dois anos. O Arquiteto Roberto Rita, presidente da Asbea/SC, comandou a comemoração e ressaltou a grande participação dos associados. Segundo Ana Paula Grando, gerente nacional de especificação da Eliane, a festa foi uma oportunidade para conhecer os novos associados da Asbea/SC e consolidar uma parceria profis-

sional que beneficia empresa e associação. “Estivemos juntos na primeira confraternização e agora, na segunda, e esperamos estar juntos em todos os eventos, nas festas e também nos negócios”, afirmou a gerente. Ana Paula estava acompanhada pela equipe da Eliane que incluiu o superinten-dente de marketing da empresa, Douglas Delamar; Wilson Batista, gerente nacional de vendas e Joel de Almeida Carvalho, gerente da filial Santa Catarina.

A Lepri equipa o primeiro restaurante verde da rede McDonald’s na América Latina inaugurado no litoral norte de São Paulo, Bertioga. Construído com as práticas de sustentabilidade, a nova unidade privilegiará o empre-go de energia limpa, fontes de grande eficiência energé-tica, reutilização e consumo consciente de água, além do uso de materiais naturais, renováveis e reciclados. Na busca por esses recursos, a Lepri, juntamente com a To-descan Siciliano Arquitetura, foi procurada por apresentar uma nova proposta para a fabricação de revestimentos cerâmicos, com a utilização de resíduos de lâmpadas fluorescentes recicladas como matéria-prima. Desse modo, o mercúrio que estas lâmpadas possuem não é jogado no meio ambiente, o que causaria um alto grau de contaminação do solo, água e ar. Todo o salão externo do restaurante está sendo decorado pela linha Ecoce-râmica Fendi, nos tamanhos 11x11cm e 11x23cm. A Lepri contribui para que o restau-rante pleiteie o certificado do LEED®, Leadership in Ener-gy and Environmental De-sign, um sistema de classifi-cação de edificações a partir de critérios de sustentabili-dade ambiental desenvolvido pelo United States Green Building Council. Permite uma redução de até 14% do consumo de energia e de até 50% do de água potável.

O arquiteto Rui Ohtake é o responsável pelo projeto que irá colorir as fachadas das cinco mil moradias do bairro União da Vila Nova, na zona Leste da capital paulista. Parte do selador acrílico ne-cessário para a reforma das fachadas, 774 litros, já foi doada por uma indústria de Guarulhos, a Futura Tintas. A iniciativa faz parte do progra-ma de recuperação de mora-dias da CDHU, conhecido por Projeto Pantanal. Na União da Vila Nova também haverá alargamento de ruas, criação de parques e canalização de córregos. Eis um belo exem-plo que poderia ser seguido pelas indústrias de reves-timento cerâmico. Projetos sociais que funcionam como divulgação de produtos.

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Aumento forte nas exportações de telhas Hambúrger ecológicoRevista eletrônica

A CMC, Construções Mecânicas Cocal, de Santa Catarina, fabrican-te de moldes e estampos para a indústria cerâmica, além de diver-sas soluções em revestimentos an-tidesgaste empregados em outras indústrias como petrolífera e de papel, concluiu a fase de avaliação de conformidade para a certificação pela norma ISO 9001:2000, em 27 de janeiro de 2009. Esta fase foi realizada segundo procedimen-tos da BSI Management Systems seguindo diretrizes internacionais. A empresa aguarda agora apenas a emissão do certificado.

CMC em processo de certificação

As novas diretorias da Aspacer, Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento e do Sincer, Sin-dicato das Indústrias da Constru-ção, do Mobiliário e de Cerâmicas de Santa Gertrudes para o biênio 2009-2010, tomaram posse dia 27 de janeiro, em Santa Gertrudes. Na oportunidade foram conhecidos os diretores e membros dos Grupos de Excelência, que substituem as Câmaras Profissionais, criados com o objetivo de fortalecer o relacio-namento e a troca de experiên-cias entre os profissionais. Um dos principais desafios das novas diretorias da Aspacer e do Sincer será o de promover uma grande articulação entre o setor produtivo e as esferas do poder público muni-cipal, estadual e federal. O obje-tivo é construir um Plano Diretor Minerário Regional, que contemple ao mesmo tempo os interesses do setor e a necessidade de planeja-mento urbano das cidades do pólo cerâmico de Santa Gertrudes. O Regime de Pauta de Preços para os revestimentos cerâmicos tam-bém é prioridade da nova gestão. O atual presidente, João Oscar Bergstron Neto assume a presi-dência das entidades pelo quarto mandato consecutivo. O primeiro trabalho foi o Plano Nacional do Setor Cerâmico e a realização do I Fórum Nacional da Indústria

Cerâmica de Revestimento, reali-zado em conjunto com a Anfacer, quando foi criado um novo modelo de gestão de associação. Deste Fórum surgiu a Feira Revestir. João Oscar Bergstron destaca dentre as ações de suas três gestões anterio-res a construção da sede própria, a união dos empresários ceramistas e da cadeia produtiva; a redução de impostos, como o ICMS, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços e IPI, Imposto sobre Pro-dutos Industrializados; a consolida-ção do Projeto Lagos, com a assi-natura do Termo de Ajustamento de Conduta, entre Aspacer e Cetesb – hoje em fase de reflorestamento da área recuperada. A realização de duas edições do Congresso da Indústria Cerâmica de Revestimen-to e do I Encontro Internacional de Fornecedores e Cerâmicas, Forn&Cer; além de vários eventos. A diretoria é composta por João Oscar Bergstron Neto, presidente, contando com os seguintes empre-sários: José Ramos Filho, Heitor de Almeida Neto, Mário Sérgio Cocco, Domingos Regattieri, José Luiz Pa-raluppi, Valmir Carnevalli, Benjamin Ferreira Neto, João Adriano Ribeiro, Vinicius Buschinelli, Rui Donizete da Rocha, Valdeci Chierato, Itamar Arrais Fior, Vanderli Della Coletta, Francisco Figueiredo, Eduardo Strufaldi e Cássia Wendel.

Regime de pauta de preços é prioridade

A empresa Cláudio Vogel, de Bom Princípio, Rio Grande do Sul, acredita no aumento de negócios acima da média nas exportações de telhas cerâmicas. O aumento de negócios em 2008 em relação a 2007, animou a empresa a inves-tir neste segmento. A empresa registrou um incremento de 32% em seus resultados em dólares nos embarques efetuados de 2007 para 2008. “Para 2009, projetamos um crescimento de 25% nas exporta-ções”, diz Cláudio Vogel Filho, dire-tor comercial da empresa, salien-tando que em 2008 abriu mercado também para o Oriente Médio,

comercializando suas telhas cerâ-micas para os Emirados Árabes e Catar. A empresa não considera que a conjuntura adversa vá se manter e acredita em crescimento em seus negócios superiores aos projetados para as exportações brasileiras de cerâmica, na ordem de 15%, previstos pela Anfacer, Associação Nacional dos Fabri-cantes de Cerâmica para Revesti-mento. A empresa Cláudio Vogel afirma que possui o que há de mais avançado em coberturas cerâmicas no mercado brasileiro, e que atingiu estes significativos resultados principalmente por sua participação em feiras internacionais e por ser detentora da maior gama de telhas disponível no mercado nacional, que se adaptam a todos os pro-jetos arquitetônicos com estilo e sofisticação. Segundo Vogel Filho, Para 2009, estão previstas diversas medidas do governo federal para incentivar o setor habitacional como a redução de IPI para materiais de construção, a redução da taxa de juros e mais crédito disponível.

Eliane patrocina jantar com Asbea/SC

Cláudio Vogel Filho

Projeto social

O asfaltamento e recuperação de cerca de 40 quilômetros de estra-das vicinais na região de Rio Claro vem sendo uma das principais pre-ocupações das indústrias cerâmi-cas da região. Em reunião dia 5 de fevereiro de 2009 na sede do DER de São Paulo com o superinten-dente, Délson José Amador, João Oscar Bergstron Neto, presidente da Aspacer, junto com o deputado João Caramez, da Frente de Apoio à Mineração e dos prefeitos da re-gião, ressaltaram a importância das obras, para o tráfego de caminhões que transportam produtos e maté-

Balanço 2008 Anicer

Em novembro foi realizado, na Anicer RJ, o balanço do ano de 2008. Sindicatos e Associações e membros da diretoria analisaram as ações que marcaram o ano e as estratégias planejadas para 2009. “Uma de nossas metas é fortalecer, através de ações direcionadas, projetos, eventos, produtos e servi-ços, nossas relações com o mercado consumidor, princi-palmente através dos nossos Sindicatos e Associações, que são os braços da Anicer nos Estados e regiões”, des-tacou o presidente da Anicer, Luis Lima. Na pauta, entre outros assuntos, estiveram o Anicer na sua Empresa, as oportunidades da As-sociação como Núcleo de Eficiência Energética, a am-pliação da sede e da equipe de colaboradores, o futuro lançamento em parceria com o Sebrae Nacional do DVD de treinamentos em alvenaria estrutural e racionalizada, a publicação da coletânea das normas de telhas, o Encontro Nacional de Belém em 2009, as delegações à Ceramics China - em junho, Ceramitec - em outubro, além da cam-panha publicitária “Cerâmica Estrutural - Tradição que não pára de evoluir”. Durante a reunião, os membros de diretoria e representantes também tiveram espaço para apresentar os cenários vi-venciados localmente. Entre dezenas de temas, em Santa Catarina, por exemplo, as cerâmicas estão precisando criar alternativas para o ex-cesso de chuva e enchentes. Já na Bahia, o Sindicato bus-ca estimular o uso maior do laboratório do Senai através dos PSQs. E do Rio Grande do Sul, veio à sugestão de parceria com uma empresa francesa para uso de gás obtido através do lixo.

A Anamaco divulgou em dezem-bro 2008, os resultados de uma pesquisa realizada em parceria com a Latin Panel, que analisou o comportamento do consumidor de material de construção em 8200 lares brasileiros. A amostragem representa 82% da população do-miciliar brasileira e 90% do poten-cial de consumo do país. O estudo abrange 20 segmentos, entre eles cimento, argamassa e tintas, e foi desenvolvido no terceiro trimestre do ano. Ele traça um panorama geral do perfil do consumidor e as suas mudanças de comportamento em função de tendências que se consolidaram, como a maior parti-cipação da mulher no mercado de trabalho, o envelhecimento da po-pulação e a mudança de perfis das famílias brasileiras (mais pessoas morando sozinhas, famílias cada vez menores). “Decidimos realizar essa pesquisa porque entendemos que o consumidor tem um bolso único e, neste sentido, os nossos concorrentes são os outros setores da economia como turismo, eletro-domésticos, eletroeletrônicos, auto-móveis. Há uma lógica setorial que diz que quando as pessoas gastam menos com essas coisas, elas passam a investir mais na casa pró-pria. Quisemos apenas confirmar essa tese”, explica o presidente da Anamaco, Cláudio Conz. A Pesqui-sa Anamaco/Latin Panel apontou que o consumidor brasileiro teve um gasto médio de R$ 1.344,20 com material de construção em 2007, e que 77% das residências do país precisam de algum tipo de reforma ou construção. No entanto, um terço da população nunca fez

reforma. O local mais reformado da casa foi o dormitório – 60% da população reformou o cômodo nos últimos seis meses. Para as clas-ses AB as reformas ocorreram em sua maior parte nas áreas externas da casa, enquanto que nas classes DE os destaques foram a cozinha e o banheiro. O estudo indica que 1 a cada 3 lares brasileiros pretende reformar ou construir nos próximos seis meses e que 34% da popula-ção pretende gerir a própria obra. Já 65% pretende solicitar ajuda a um profissional. Cerca de 52% das obras serão até 25 m² e apenas 6% terão mais de 100 m². A pesquisa também traçou um retrato do local em que a população compra mate-riais de construção, divididos pelas categorias básico, de acabamento, compras de reposição e compras de urgência. Em todas as catego-rias as lojas de bairro tiveram um grande destaque. Nos materiais básicos, elas representam 52% dos locais de compra, já nos de acabamento, respondem por 41%, enquanto que as lojas especializa-das por 48%. Nas compras de re-posição, as lojas de bairro têm 58% do total, e, nas de urgência, 52%. “O Brasil é composto em 98% por pequenas e médias lojas. Não tí-nhamos dúvidas de que elas teriam força nessa pesquisa. Mas é impor-tante entender o perfil do consumi-dor que compra nessas lojas, o que ele procura. A pesquisa também apontou que o consumidor brasilei-ro está mais informado e que lê fre-qüentemente anúncios em jornais e revistas, assiste às propagandas da televisão, guarda os folhetos de promoção. Aí pode estar a resposta para este painel”, declara Conz. O fator de escolha das lojas também aparece no levantamento. As lojas de bairro, em geral, são escolhidas pela localização, preço e facilidade de pagamento. Já os homecenters têm como principais diferenciais o preço e a variedade.Para baixar o estudo divulgado, acesse o link: http://www.anamaco.com.br/resumo_dados_materiais.ppt e faça o download.

rias-primas do setor cerâmico e agricul-tura. O superinten-dente do DER disse que tem investido na melhoria e recupe-ração de vicinais, que atendam dois pontos: estradas que façam a interface de dois ou mais muni-cípios e aquelas que são formas de trans-porte de produtos

acabados ou matéria-prima para economia regional. Amador afirmou que atenderá os pleitos por enten-der que os mesmos são legítimos e trarão benefícios à atividade ce-râmica e lavoura da região e suas comunidades. “Temos priorizado a pavimentação de estradas que abrangem mais municípios e que possibilitem o desenvolvimento. Por isso, estaremos incorporando estas vicinais em nosso programa de pavimentação. Vocês já podem considerar recuperadas e pavimen-tadas estas estradas importantes para a região”, informou Delson.

Reunião no DER São Paulo para asfaltar vicinais

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Preparando 2014

O arquiteto inglês J. Parrish, co-criador do estádio olím-pico chinês Ninho de Pás-saro, estará no Brasil no dia 26 de março para ministrar a conferência “Os grandes projetos esportivos ao redor do mundo” durante o Núcleo de Conhecimento Feicon Batimat. O evento é organi-zado pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, e com-põe a Semana Internacional da Indústria Da Construção Em São Paulo, que acontece de 24 a 28 de março no Par-que Anhembi, em São Paulo. Membro de uma das maiores empresas de desenvolvimen-to de projetos arquitetônicos do mundo - a ARUP, presen-te em mais de 39 países e com sede na Grã-Bretanha - Parrish é diretor da ArupS-ports, Projetos Arquitetôni-cos de Centros Esportivos Multidisciplinares da Arup. O arquiteto é conhecido por suas idéias vanguardistas e inovadoras na área de esportes. Entre seus inúme-ros trabalhos, destacam-se, além do Ninho de Pássaro, em Pequim, o Allianz Arena, estádio alemão localizado em Munique e inaugurado em 2005. É também respon-sável por renomados proje-tos de centros esportivos, entre eles o Estádio Shaktar FC´s UEFA 5*, na Ucrânia, o Estádio Nacional de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, e o Centro Esportivo de Cingapura. Parrish parti-cipará do painel “Arquitetura Esportiva em Destaque”, junto com o arquiteto brasi-leiro Carlos de La Corte, que abordará “Os desafios para a Copa do Mundo 2014”. La Corte é membro da Comis-são de Segurança dos Está-dios da CBF, Confederação Brasileira de Futebol e con-sultor de Estádios do Comitê Local da Copa 2014.

A Siti-B&T forneceu uma linha completa para o Gruppo Haddad na Argélia. A cerâmica em questão é a Latino Ceram do grupo, um dos mais importantes e ativos do país. É uma terceira linha dedicada à produção fornecida pela empresa num total de 6 linhas instaladas para o grupo desde 2003. As linhas fornecidas anteriormente tinham em 2003, capacidade nominal de 2.000 metros quadrados dia, em 2005, capacidade nominal de 2.000 metros quadrados dia, em 2006, li-nha de pequenos formatos com ca-pacidade nominal de 1.500 metros quadrados nominais dia, linha de pisos em 2007 com capacidade no-minal de 4.800 metros quadrados

ao dia, em 2008 linha de pisos com capacidade nominal diária de 5.100 metros quadrados e a linha de monoporosa com a entrega previs-ta para 2009, com uma capacidade produtiva diária de 2.000 metros quadrados. As principais máquinas que serão entregues compreendem uma prensa Magnum, um seca-dor horizontal e um forno a rolos monocanal dotado de um maxi-compensador. Completa a linha um equipamento de estocagem que dá a saída às máquinas de processo. Os produtos podem ser feitos até o formato de 80x300mm com a pos-sibilidade de produzir revestimentos em monoporosa nos formatos de 200x250mm.

� Dezembro2008/Fevereiro2009-Mundo Cerâmico Mundo Cerâmico-Dezembro2008/Fevereiro2009 �

Pesquisa sobre perfil do consumidor Asfaltamento de estradas vicinais em Rio Claro

Argélia investe na produção de cerâmica

15 anos no Brasil

Especializado no desenvol-vimento e implementação do design nas indústrias cerâmicas na Itália e no mundo todo, o Gruppo SRS está completando 15 anos no Brasil com filial em Rio Claro, SP e matriz brasileira em Criciúma, SC. A empresa montou uma equipe técnica qualificada para resolver todos os problemas que, porventura surgirem desde o atendimento ao cliente, até o desenvolvimento do produto.

A estação Vila Mariana do Metrô de São Paulo recebeu a obra “Gente, Viagem, Mente” da artista plástica Leilah Costa. O painel produzido em mosaico, tem mais de três me-tros de altura e integrará o acervo permanente da companhia do Me-trô, que já possui quase cem obras

O Brasil esteve em grande estilo na Big 5 em Dubai, em novembro de 2008. A participação das 37 empresas brasileiras contou com o apoio da Apex-Brasil, e estas negociaram US$ 45 milhões em contratos para 2009. A Big 5 Show é a principal feira de construção civil para o mercado árabe e conta com o apoio da Câmara de Comér-cio Árabe Brasileira. Durante os cinco dias do evento as empresas fizeram 2.790 contatos de negócios e fecharam vendas de US$ 7,4 milhões. A expectativa de negócios para os próximos 12 meses soma mais US$ 38 bilhões. Mais de sete mil pessoas visitaram o Pavilhão do Brasil no evento, num total de 57 mil visitantes que o evento teve. O Pavilhão Brasil ocupou um espaço de 480 m2, no saguão principal da Feira, e chamou a atenção pelo projeto integrado de comunicação

Sindicatos, Associações, Forne-cedores e Cerâmicas são o públi-co-alvo da nova ação da Anicer voltada à valorização dos requisitos técnicos para a produção de coberturas cerâmi-cas. Através de uma parceria entre a As-sociação e a ABNT será lançada a Co-letânea de Normas Técnicas de Telhas Cerâmicas, em março de 2009, durante a Feicon. O volume traz informações sobre as características que de-vem estar presentes na fabricação de telhas cerâmicas e os requisitos mínimos encontrados no produto para garantir sua qualidade e o respeito à Lei. Entre outras infor-

A Cersaie e a BolognaFiere confir-maram sua parceria pelo período de 2010 a 2012. O anúncio foi feito em Bolonha, Itália, por Federico Minoli, diretor administrativo de BolognaFiere, Alfonso Panzani e Vittorio Borelli, respectivamente presidente e diretor de promoção internacional da Confindustria Ce-ramica. Haviam vários rumores que a Cersaie passaria a ser realizada em Milão a partir de 2010. Com este anúncio a BolognaFiere se confirma como promotora líder no segmento de feiras para negócios da construção, segundo Federico Minoli. “A Cersaie é a maior e mais popular feira internacional para revestimentos cerâmicos e aces-sórios para banheiros, trazendo quase 1.100 expositores, incluindo mais de 230 do exterior e 85.000 vi-sitantes, sendo um terço estrangei-ros”, afirmou Panzani. A Cersaie é importante para a Itália, pois o setor cerâmico representa 1,6% do PIB do país. Para Vittorio Borelli: “O ob-jetivo futuro da feira é ampliar seus

Prêmio por exportação

A Verdés S/A Máquinas e Instalações para a indústria cerâmica recebeu o Prêmio “Exporta São Paulo”, pro-movido pela Facesp, Asso-ciação Comercial de São Paulo, Secretaria de Desen-volvimento e Governo de São Paulo, para as empresas do estado que mais se desta-caram em exportações. O diretor comercial da Verdés, Miguel Tadeu Gonçalves recebeu o prêmio no hotel Renaissance, em São Paulo em 15 de dezembro de 2008.

SRS:Debiasi e Fontanini

Miguel Tadeu Gonçalves

horizontes em termos de qualidade junto com seu papel de exposição internacional e tencionamos incre-mentar as ações para o mundo da arquitetura”. O grupo BolognaFiere é constituído de 23 empresas que gerenciam 3 diferentes espaços de exposição e organizam mais de 80 feiras anualmente na Itália e no exterior.O grupo conta com um por-tfolio variado de eventos, expertise internacional e locais de exposição de mais de 375 mil metros quadra-dos para exposições internas e em espaço aberto com grande varie-dade de serviços e uma empresa para conferências internacionais. A Cersaie tem um espaço de 176 mil metros quadrados de exposição. A última edição acomodou 1.074 expositores, de 34 países, creden-ciou 662 jornalistas internacionais, sendo 300 do exterior, entre eles os editores das revistas Mundo Cerâ-mico e Tile Brasil. A 27ª edição da Cersaie será realizada em Bolonha, Itália, de 29 de setembro a 3 de outubro de 2009.

visual, que incluiu um Café Brasil, onde os visitantes podiam saborear bombons brasileiros. “Em meio a esta crise financeira internacional, esperávamos que a Feira tivesse bem menos visitantes. Mas rece-bemos muitas pessoas e fechamos negócios de cerca de US$ 200 mil. Para uma empresa de médio porte como a nossa, o apoio da Apex-Brasil e da Câmara Árabe é essen-cial para que possamos participar deste tipo de evento e viabilizar nossas exportações”, avalia Raquel Casagrande, da Casagrande Re-vestimentos Cerâmicos, empresa de Santa Catarina.Para Damaris Ávila da Costa, da trading Braseco, que comercializa vidros, telhas metálicas e de cerâ-mica, o evento superou as expecta-tivas. “O público foi tanto de Dubai quanto de países como Arábia Saudita, Kwait, Qatar e Sudão”.

mações, a coletânea mostra quais dados precisam constar no carimbo

de uma telha cerâmica. Além de trazer as mais atuais informações sobre telhas, a Coletâ-nea destaca o produto como adequado às demandas do merca-do, moderno e quali-ficado. Está prevista, nesta primeira etapa, a produção de mil unidades que serão distribuídas por seus apoiadores e ainda enviadas para cerâ-micas, instituições

da construção civil e uni-versidades. Esta é uma das várias atividades da Anicer na promoção do produto cerâmico a exemplo da campanha para a divulgação do produto conforme.

espalhadas pelas esta-ções, de artistas como Lygia Reinah, Tomie Othake entre outros. Lei-lah Costa fez uma releitu-ra do ambiente do Metrô, destacando a pressa e a busca por um objetivo comum: chegar ao desti-no desejado. De acordo com ela, o relógio causa angústia e não há tem-po para a comunicação entre os passageiros. “ Preencho esse vazio com metáforas, que represen-tam um diálogo solitário entre corpos”, diz Leilah. “Gente, Viagem, Mente” conta com o apoio da Lei Rouanet, criada em

1991 pelo Governo Federal, para incentivar investimentos na área da cultura. Desde o início de sua ope-ração comercial, o metrô estimula a produção artística, oferecendo espaço para inserção de diversas obras de arte em seu sistema.

Mosaico no Metrô São Paulo - 3.70x 4,80m utiliza 45 mil tesselas (pedaços de vidro)

Projeto Onda Azul

As revendas de materiais de construção atendidas pela Cerâmica Porto Ferreira são beneficiadas com o “Pro-jeto Onda Azul”, vencedor do Prêmio Top Anamaco 2008 na categoria Marketing e Vendas. Este projeto é inédito no mercado e envolve uma série de ações visan-do a parceria e o reforço da marca Porto Ferreira na mente do cliente e do consu-midor, além de treinamento nos pontos de venda. Desde que foi implementado em fevereiro de 2008, já foram treinados mais de 2.000 vendedores em 15 diferentes estados, com participação de redes, lojistas grandes, médios e pequenos. Além do treinamento, o Projeto Onda Azul também é respon-sável pelo lançamentos de produtos diferenciados e de nova campanha de marke-ting, com displays, adesivos e sinalizadores com cores fortes e humanizadas, com a contratação de promotoras para os pontos de vendas; estas são algumas das ações da Cerâmica Porto Ferreira que despertam a atenção dos consumidores. O Proje-to Onda Azul fez em 2008 a Cerâmica Porto Ferreira ter um aumento de 48,3% no fa-turamento bruto e 33,3% no faturamento em m², quando comparado com o mesmo período de 2007. Em virtude do sucesso do Projeto, já está programado um au-mento de 30% na produção durante o ano de 2009.

Josselei Delfini Paulo, diretor comercial, idealizador do projeto

10 Dezembro2008/Fevereiro2009-Mundo Cerâmico Mundo Cerâmico-Dezembro2008/Fevereiro2009 11

Brasil incrementa participação no Oriente Médio

Cersaie fica em Bolonha pelo menos até 2012

Atuação da Anicer valoriza produto no mercado

Exposição de mosaico de vidro no metrô

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Com foco em arquite-tura, a Confindustria Ceramica da Itália, convidou o famoso arquiteto Mario Botta para conceber o pos-ter da Cersaie deste ano. “A arquitetura é gravidade, forma e sig-nificado que acomoda as pessoas e a vida. A cerâmica é oriunda da Mãe Natureza. Com esta imagem eu quis mostrar de onde viemos, do que somos feitos, e onde vivemos. E também para onde estamos indo: o futuro já está aqui”. Com estas pa-lavras Botta descreve o poster para a Cersaie 2009, o décimo criado por um grande e contemporâneo mestre da arquitetura e desenho. O conceito que Botta empregou foi inspirado em seu primeiro trabalho utilizando revestimentos cerâmicos

e exibido na Triennale de Milão, por ocasião da feira de móveis; “ A Concha”. A cerâmica é um material natural feito da terra e do fogo e até hoje teve um uso limita-do. Através desta idéia o arquiteto quis criar um espaço envolvente pela cerâmica de uma forma plástica, tal como um ‘útero materno’, de forma que possamos retornar

às nossas origens. Mario Botta é o décimo arquiteto de renome convidado a conceber o poster da Cersaie que tem uma tradição ini-ciada em 2000 com Ettore Sottsass a quem se seguiram: Alessandro Mendini, 2001, Massimo Iosa Ghini, 2002, Denis Santachiara, 2003, Hani Rashid, 2004, David Palterer, 2005, Antonio Citterio, 2006, Toyo Ito, 2007 e Thom Mayne, 2008.

12 Dezembro2008/Fevereiro 2009 - Mundo Cerâmico

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A falta de crédito e a retração ines-perada nas vendas foram as duas principais preocupações apontadas pela Anamaco na reunião do Grupo de Acompanhamento da Crise, em 04 de fevereiro de 2009, em Brasília. Coordenada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, par-ticiparam Miguel Jorge, do MDIC, Henrique Meirelles, do BACEN e Luciano Coutinho, do BNDES, além de outros representantes de diversos Ministérios. A falta de crédito está ocasionando graves problemas, principalmente para as empresas de porte médio. Há uma escassez de capital de giro para fi-nanciar o comércio. Houve redução no faturamento de 11,5% no mês de janeiro de 2009 sobre janeiro de 2008 e uma queda no volume de vendas de 4%. Para a Anamaco é muito claro que essa diminuição de vendas se dá pela dificuldade na obtenção do crédito pelo consumi-dor, e também pela expectativa do anúncio de quais produtos terão

redução de IPI pelo Governo Fede-ral, ocasionando um movimento de adiamento das compras. A Anama-co sugeriu que parte dos recursos da poupança sejam utilizados para o financiamento de material de construção, o que hoje não é permi-tido. Estudo com o Secovi RJ apon-ta que 2 milhões de imóveis estão fechados em função da excessiva carga tributária que chega a 27,5%. A Anamaco solicitou que as opera-ções de microcrédito contemplem a compra de material de construção, a desburocratização das linhas de financiamento de material de cons-trução com recursos do FGTS. Em 2008 esta linha de crédito disponi-bilizou R$ 400 milhões de recursos, e menos de R$ 100 milhões foram emprestados. Para este ano o orça-mento é de R$ 1 bilhão aguardando liberação. O ministro Mantega disse que as medidas estão em estudo pelo Governo Federal e que o pa-cote de incentivos ao setor deve ser anunciado em breve.

Expectativa de pacote paralisa vendasNovo site

A Oxford mineração tem novo site para tornar a con-sulta do ceramista mais fácil. Divisão da Oxford, existente desde 1968, a Mineração foi criada com o objetivo de suprir a empresa com argilas na fabricação de cerâmica de mesa e porcelanas. A Oxford Mineração também oferece suas argilas de excelentes características técnicas e de cores claras ao mercado cerâmico de outros segmen-tos, como por exemplo para a fabricação de esmaltes e engobes, revestimentos, isoladores e refratários.

Expondo na Cevisama

Anfacer em cojunto com Apex-Brasil esteve presen-te na Cevisama e levou 6 expositores nos estandes coletivos. Segundo Antonio Carlos Kieling, superinten-dente da Anfacer, apesar do clima atual em particular na Espanha, a feira registrou resultados positivos para os expositores brasileiros e deve até apresentar um incremento de participações em 2010. As seis empresas que participaram este fano foram a Gyotoku, Mosarte, Itagres, Inti, Incefra e Tecno-grés, cada uma delas com um espaço de 16 m2, num total de 96 m2. As áreas foram montadas de maneira a permitir que cada empresa pudesse expor seus produ-tos. A média de visitação de 400 pessoas por estande superou as expectativas.

Útero materno é novo tema da Cersaie

O ano começou confiante para os negócios na Domotex Hannover, na Alemanha, feira de quatro dias para o setor de carpetes e revestimentos de pisos: “Apesar do difícil cená-rio econômico, a feira atraiu mais expositores do que no ano anterior, e favoreceu a indústria com novas idéias entre uma série de fóruns inovadores”, comentou Stephan Kühne, membro da diretoria da Deutsche Messe, responsável pela Domotex. Ainda que muitos expositores tenham ido à feira este ano com expectativas cautelosas, houve muitos registros de ativi-dade comercial. O clima entre os expositores poderia ser resumido como: “Quando há dificuldades, os mais ousados continuam cami-

Conciliando o design das pedras, alta durabilidade até nos ambien-tes mais agressivos e tecnologia de ponta, o Porcelanato In Out da Incefra apresenta o seu últi-mo lançamento: a linha Dry Tech – com decoração a seco. Segundo o diretor de marketing Marco Diehl, a tecnologia de fabricação deste produto é muito rara no mundo.

“Ela exige equipa-mento especial que apenas duas empre-sas possuem em toda a America Latina”, observa. O resultado de toda essa técnica é um porcelanato desenvolvido com granilhas especiais aplicadas diretamente sobre a sua base, conferindo ao produto altíssima resistência ao risco e ao desgas-te, muito superior ao granito, por exemplo. As granilhas também ajudam a melhorar as características anti-derrapantes, tornando a superfície do tipo no

slip. Inspirado nas cores naturais bege, cinza e bege canjiquinha e considerado de última geração, po-dem ser encontrados nos tamanhos 45x45 cm, retificado e 46x46 cm, borda plana. Ideais para pisos e pa-redes de áreas internas e externas, apresenta facilidade de limpeza com água, alta proteção contra areia e produtos químicos diluídos.

nhando”. Conforme esperado, o número de visitantes diminuiu para 38.000, comparados com os da edição passada, que aconteceu sob condições de mercado mais favoráveis. Houve um verdadeiro e unânime consenso entre os 1.394 expositores, entretanto, sobre a alta qualidade das diretrizes geradas em Hannover. “Qualquer crise cria também um leque de novas oportu-nidades. Enfatizando o forte apelo internacional do evento, Kühne observou: “Com 82% dos exposito-res e 64% dos visitantes vindos de fora, a feira enfatizou sua impor-tância como uma referência para a indústria mundial de pisos – mesmo em uma época de incerteza econô-mica internacional.

Demissões

A deterioração das expec-tativas em relação às con-dições gerais da economia brasileira afetou negativa-mente o nível de emprego na indústria da construção civil brasileira no último bimestre para além dos conhecidos efeitos sazonais, decorrentes do período de chuvas e das férias. Segundo a pesquisa do SindusCon-SP, Sindicato da Indústria da Constru-ção Civil do Estado de São Paulo e da FGV Projetos, em dezembro a queda percentu-al no emprego em relação a novembro foi de 4%, o que, descontados os efeitos sazo-nais, revela uma redução de 1,2% no número de trabalha-dores com carteira assinada no setor. Isso significa que, do total de 87,4 mil postos de trabalhos perdidos em dezembro, 25% foi por outras razões que não a sazonali-dade. Para o presidente do SindusCon-SP, Sergio Wata-nabe, “essa redução pode ter sido determinada pelo can-celamento dos lançamentos, que levou algumas empresas a dispensarem trabalhado-res mantidos provavelmente porque uma nova obra já iria começar em seguida”. No final do ano, a expectativa era de que a crise por si não afetaria no curto prazo o emprego, já que seu ciclo de produção longo poderia ga-rantir atividades aquecidas até o final do primeiro se-mestre de 2009. “Vale notar que o estoque de trabalha-dores com carteira fechou o ano no patamar de 2.084 mi-lhões. Ou seja, a construção ainda continua com um ritmo de atividade forte e superior aos últimos anos. No entanto a continuidade desse ritmo estará condicionada ao início de novas obras, especial-mente a partir do segundo semestre”, afirma Watanabe.

1� Dezembro2008/Fevereiro 2009 - Mundo Cerâmico

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Incefra apresenta sua linha Dry Tech

Domotex Hanover começa 2009 com pé direito

1� Dezembro2008/Fevereiro 2009 - Mundo Cerâmico

EVENTOS

REVESTIR 2009de 24 a 27 de Março

São Paulo, SPwww.exporevestir.com.br

A feira brasileira destinada aos revestimentos cerâmicos, rochas e revestimentos como laminados, ma-deiras . Transamérica Expo Center junto com a Kitchen & Bath Expo.

FEICON BATIMAT 2009de 24 a 28 de março

São Paulo, SPwww.feicon.com.br

A Alcântara Machado e a Reed Exhibitions irão organizar mais uma vez o evento, um dos maiores do se-tor da construção da América Latina. A feira tem como destaque o setor de cerâmica vermelha.

COVERINGS 2009de 21 a 24 de abril

Chicago, EUAwww.coverings.com

A Coverings é a tradicional feira do revestimento cerâmico e rochas ornamentais para o mercado norte-americano. Com seu retorno a Chi-cago começa a consolidar sua bianu-alidade com Orlando em anos pares.

CERAMICS CHINA 2009de 1 a 4 de junho

Guangzhou, Chinawww.ceramicschina.net

Promovida pelo Conselho Chinês de Promoção Internacional esta feira tem 600 expositores de máquinas e equipamentos para a indústria cerâ-mica, matérias-primas e refratários.

CONGRESSO ABC 2009de 07 a 10 de junho

Guarujá, SPwww.abceram.org.br

A 53ª edição do Congresso será no Hotel Casagrande em Guarujá. Reúne profissionais do setor cerâmi-co, estudantes, professores e pesqui-sadores para apresentações de tra-balhos técnicos. Serão discutidos os últimos avanços e acontecimentos.

ENCONTRO ANICER 2009de 19 a 22 de agosto

Belém, PAwww.anicer.com.br

Anicer realiza seu 38º Encontro, que tem a característica de ser itine-rante por todo o Brasil. Realiza Fó-runs, Clínicas e também a Expoani-cer para ceramistas de todo Brasil.

CERSAIE 200920 de setembro a 3 de outubro

Bolonha, Itáliawww.cersaie.it

A mais tradicional feira de cerâmi-ca mundial. Lá são mostradas as ten-dências que irão nortear o segmento todo. São mais de 1.000 expositores em uma área de 176 mil m2.

BIG 5 200923 a 26 de novembro

Dubai, Emirados Árabes Unidoswww.thebig5exhibition.com

Maior feira de construção do Oriente Médio, a Big % será reali-zada em Dubai e atrai visitantes de toda a região vizinha. A construção civil é o carro chefe, o que a torna muito atraente para a indústria cerâ-mica de revestimentos.

SURFACES 20101 a 4 de fevereiro

Las Vegas, Estados Unidoswww.surfaces.com

O evento é referência para o mer-cado de distribuidores americanos e a cada edição atrai um maior público interessado na indústria cerâmica de revestimentos. Sands Expo.

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1� Dezembro2008/Fevereiro 2009 - Mundo Cerâmico Mundo Cerâmico - Dezembro2008/Fevereiro 2009 1�

Este é o ano para quem gosta de emoções fortes. Antes de deprimir procure ver quais são as reais alternativas disponíveis para o seu negócio, pois não há

nenhuma regra fixa neste momento. Só não invista na paralisia

PERSPECTIVAS

O ano da montanha russa

Emoções fortes e muita adre-nalina é o que promete 2009 para a economia em geral e, em particular, para o segmento cerâmico. De uma estimativa de crescimento nas vendas de revestimentos cerâmicos para o primeiro trimestre de 3,5%, feita em final de dezembro 2008, para uma queda de 15%, reavaliação feita um mês após, a Anfacer, Associação Na-cional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento, dá o tom do que

esperar deste momento. A grande dificuldade no acesso ao crédito aliada à desaceleração dos negócios nas revendas e das construtoras, no mercado interno, recessão nos merca-dos internacionais, responsáveis pela exportação de 20% da produção, em especial os Estados Unidos, destino de metade das exportações brasileiras de revestimentos cerâmicos, são as causas identificadas para esta brutal virada de ânimos dos executivos da

Anfacer. Para Antonio Carlos Kieling, superintendente da entidade, “o setor cerâmico acredita que no atual cená-rio, as alternativas imediatas contra a recessão estão atreladas a ações governamentais de redução da carga tributária, e ampliação efetiva nos volumes de concessão de crédito para o consumidor final e ao setor produti-vo”. As ações de estímulo ao crédito ainda não refletiram no consumo, pois o dinheiro está “represado” nos

bancos, que aumentaram suas taxas de juros e exigências de garantias.

Ritmo frenético é passado

Um contraste com os dados fecha-dos ao final de dezembro em que foi apresentado crescimento de 9,3% em 2008, impulsionado pelo excelente desempenho no mercado interno de revestimentos cerâmicos. O tom era mais otimista apesar do forte impacto em decorrência da crise econômica iniciada nos EUA, pois considerava horizontes positivos em função da valorização do dólar. A projeção co-locada para 2009 apontava um cres-cimento de 3,6% já levando em conta a atual conjuntura. Afinal, o Brasil é um dos maiores ‘players’ mundiais em revestimentos cerâmicos. Segun-do maior mercado consumidor de cerâmica, atrás somente da China, e o quarto maior exportador internacional vendendo para mais de 130 países. O crescimento no setor foi impulsio-nado pelo crescimento no mercado interno que registrou aumento de 14%. Após esta longa depressão no mercado externo, Kieling projeta uma boa retomada nas exportações: “Ao contrário do que aconteceu em 2008, o setor deve crescer cerca de 15% em exportações, em função do câmbio favorável e de ações de promoção comercial em novos nichos de mer-cado”. Mesmo com o atual cenário econômico, o setor continua partici-pando ativamente em feiras e missões de negócios. “Precisamos manter o destacado espaço conquistado em mais de dez anos de investimentos, além de buscar novas oportunidades de negócios”, defende Kieling. Em

2008, contando com o apoio da Apex – Brasil, os ceramistas brasileiros estiveram em eventos na Argentina, Emirados Árabes, Espanha, Estados Unidos, Itália e Inglaterra. A Anfacer prevê um dólar médio de R$ 2,25 para 2009.

Bola de cristal

No mercado interno a projeção da Anfacer é de acompanhamento do PIB, na ordem de 2%. Este é ainda um número controverso. Há quem diga que o PIB cresce menos que 1% e há quem diga que cresça 4%. O número da Anfacer é conservador se comparado ao da Abramat, que pro-jeta crescimento de 5 a 6% na venda de materiais de construção, que têm mantido de 1 a 2 pontos acima do crescimento do PIB. É bom lembrar, no entanto, que o setor da construção civil e o de revestimentos cerâmicos vinham num crescimento frenético e que a Anfacer fala sempre em média de produção e vendas dos fabrican-tes de todo o país. Isto é, a análise tem de levar em conta as diferenças regionais, de mercado e também de comportamento, este último cada vez mais significativo no planejamento de ações de marketing das empresas.

Diferenças regionais

As diferenças aparecem quando se olham as diferentes regiões produto-ras do país. Em meio à euforia que foi 2008, a Asulcer, que representa os fabricantes de revestimentos do sul do país, aponta um aumento de produção de seus associados de somente 1,19% no ano passado, combinando uma

queda de 20% no vo-lume das exportações, com o crescimento de 12,7% nas vendas para o mercado interno. A Asulcer, apesar da estimativa de cresci-mento da venda de materiais de constru-ção da Abramat, de 5 a 6% em 2009, estima que as suas empresas

associadas não devem passar dos 2%, tendo como base o ano de 2008. O boom da construção civil, que aque-ceu o mercado interno, compensou as exportações que vinham declinantes desde 2005 em que estiveram no pa-tamar de 40% de sua produção, até 2008 que fecharam em apenas 22% da produção, devido à valorização do real. No final do ano passado, mesmo com a valorização do dólar, as vendas não cresceram devido à crise financei-ra com o mercado americano, destino de metade das exportações brasileiras. Como diz César Gomes Jr., presidente da Portobello: “O dólar pode estar bom, mas não temos a quem vender neste momento”. Em 2008 as vendas totais aumentaram apenas 3,5%, de 144,27 para 149,41 milhões de m2.

Flagelo econômico

No momento em que o mercado interno ofereceu boa resposta, o ano que poderia ter terminado de forma positiva, com um aumento de 14,5% no faturamento total, foi traumático para as indústrias da região sul. Os desastres ocasionados pelas chuvas em Santa Catarina, com a paralisação no fornecimento de gás e da produção por 21 dias, causou enormes prejuízos para as empresas. O Porto de Itajaí, principal canal de exportação da região, também paralisou suas ope-rações, ocasionando redução nas ex-portações. A Asulcer aponta também a falta de crédito que tem prejudicado o capital de giro das empresas. A expectativa para 2009, no entanto, é de confiança, com uma melhoria na obtenção de crédito e na manutenção das vendas no mercado interno, pois o mercado da construção civil continua aquecido. Com exceção do grupo Itagres, que está terminando a instala-ção de uma unidade em Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte, até final do ano, as empresas associadas à Asulcer estão trabalhando com capacidade ociosa e não tem planos de expansão para 2009. O último aumento significativo de produção na região foi da Portobello que teve ampliação de 30%, passando sua pro-

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Previsões do Setor - Resumo dos Indicadores: (fonte Anfacer)

20 Dezembro2008/Fevereiro 2009 - Mundo Cerâmico Mundo Cerâmico - Dezembro2008/Fevereiro 2009 21

O trabalho “Proposta de Política Industrial para a Construção Civil”, editado pela Fiesp, através do De-concic, Departamento da Construção Civil, tendo o apoio da Abdi, Agên-cia Brasileira de Desenvolvimento Industrial e do Sinduscon-SP, tem Roberto Zullino, da Future Trends como um dos autores. Na atual con-juntura a construção civil é que pode garantir o crescimento. Não depen-de de importações, emprega e gera renda. O trabalho, dirigido a todo o segmento da construção civil aponta grandes deficiências em nossa pro-dutividade e rentabilidade, ou seja: “está todo mundo deixando de ga-nhar”, afirma Zullino. Para ele tudo é interligado, produtividade, forma-ção e capacitação profissional, tribu-tação que incentive a produtividade, materiais, tecnologia, financiamento e nível de atividade. O trabalho foi organizado em temas para facilitar o planejamento, questão vital para fo-mentar as ações necessárias.

Zullino ressalta que apesar de não ter sido objetivo do trabalho o estu-do detalhado sobre o crédito imo-biliário, o mesmo foi considerado como adequado para o crescimento do nível de atividade: “No entanto, agora, a manutenção do crédito imo-biliário e o seu crescimento deve ser o objetivo principal”, afirma. Ain-da falta um organismo que compre as hipotecas e libere mais recursos para os bancos que se dedicam ao oferecimento de crédito imobiliário. E vai mais além: “Estou inclinado a achar que esse papel de comprador

temos que fazer o mesmo. Somos todos Keynesianos na crise”, afir-ma. Zullino lembra que o país ficou sem crédito imobiliário desde a ex-tinção do BNH. Apenas em 1997 se iniciou a recriação do SFI, Sistema de Financiamento Imobiliário, mas este só passou a funcionar a partir das melhorias trazidas pela chamada Lei do Patrimônio de Afetação em agosto de 2004. Em 2007 o volume de crédito imobiliário foi de 1% do PIB, valor muito inferior ao adequa-do. O estado de nossas cidades, a favelização e o déficit habitacional foram o resultado de não se priorizar a construção habitacional.

Ele elenca também alguns dados bastante reveladores: “O Brasil inves-tiu em 2007 US$ 241 per capita em habitação. O México US$ 495, EUA US$ 2.582, Austrália US$ 2.246, Ir-landa US$ 5.388. O milagre irlandês é emblemático, o investimento per capita em habitação cresceu oito ve-zes entre 1985 e 2005. Coréia, Espa-nha, Grécia tem números semelhan-tes. É tudo uma questão de escolha. Os países desenvolvidos escolheram a habitação há mais de 60 anos. Hoje esse sistema está quebrado, mas que ninguém se iluda, será um dos pri-meiros a se sanitizar e recuperar, as sociedades do primeiro mundo são comprometidas com a habitação”, reafirma. Afinal, não se pode deixar que a crise financeira impeça o cres-cimento do crédito imobiliário. É o que vai sustentar a construção e aju-dar o Brasil a crescer.

O governo já está agindo no sentido de abrir linhas

de financiamento para as construtoras. Elas usaram seus recursos para comprar terrenos esperando conseguir recursos que secaram

com a crise. Isso é conjuntural e merece

ser atacado. No aspecto estrutural, só haverá um mercado maduro

quando houver grandes compradores das

hipotecas dos bancos.

Crédito é a solução

Obtenha a íntegra deste trabalho no site www.mundoceramico.com.br

de hipotecas deveria ser objeto de uma atitude ousada do governo. É nessas horas que se fazem os movi-mentos estratégicos para o sucesso. Roosevelt fez isso ao criar a Fannie Mae e a Fredie Mac e as usou como

ferramentas de sua política habita-cional. Essas agências foram objeto de socorro recente para que não se perdessem importantes ferramentas de instrumentalização do poder do estado. O governo dos EUA jamais abdicaria, como nós fizemos ao ex-tinguir o BNH e não criar nada no lugar, de parcelas de poder. Agora

Roberto Zullino, da Future Trends, um dos autores de trabalho da

Fiesp sobre construção civil, fala sobre as perspectivas do setor

PERSPECTIVAS

dução de 1,5 milhão para 2,0 milhões de m2 mensais. A Asulcer acredita que se o dólar se mantiver no patamar atual de R$ 2,30, as vendas devam se manter nos níveis atuais, e talvez, até proporcionar um pequeno aumento no volume de vendas, já que irão dedi-car mais esforços para a exportação haja vista que o mercado interno não deve repetir o crescimento de 2008. Para Rogério Sampaio, presidente da Cecrisa, este ano será muito similar a 2007, e não haverá queda maior. Alguns planos de investimento fo-ram postergados em virtude da crise. Aponta o paradoxo das exportações no momento atual: “Se, por um lado, temos o câmbio mais favorável, por outro, temos o mercado global em recessão e oferta maior do que a demanda em praticamente todos os continentes, o que aliado às restrições de crédito, deve tornar o ano de 2009 particularmente difícil no campo das exportações”.

Expansão em revisão

Para a Aspacer muitas indústrias cerâmicas do estado de São Paulo vi-nham trabalhando com investimentos e aumento da produção e a partir da

crise financeira instalada, estão alte-rando os cronogramas de expansão da produção. Apesar do momento, João Oscar Bergstron Neto, presidente da entidade, acredita que a construção civil é o principal setor do País e crê no crescimento. Quanto ao mercado externo, apesar do dólar favorável neste momento, ressalta que falta cré-dito para financiar as exportações.

Cautela e ousadia

Para o grupo Incefra que tem atua-ção na região Sudeste e Nordeste do país os efeitos sentidos são diversos. João Adriano Ribeiro, diretor geral do grupo, afirma que com o cenário se alterando mensalmente é bastante difícil qualquer prognóstico para o ano de 2009. Segundo João Adria-no, o grupo deve analisar alguns indicadores setoriais e ressalta que as projeções, no seu caso, mudaram drasticamente de figura, com a divul-gação da reavalição para o primeiro trimestre 2009 feita pela Anfacer. Na Incefra, em Cordeirópolis, estado de São Paulo, iniciou uma desaceleração da produção em novembro de 2008 e continua produzindo 20% abaixo da capacidade desta unidade que produz atualmente 2 milhões de m2 mensais com 5 linhas de produção. Como as vendas no segundo semestre são sem-pre melhores, ele acredita que isto não deva se alterar. Os planos de expansão da empresa estão mantidos. O grupo está terminando a instalação de mais uma linha de produção para via seca na Incenor, no estado de Bahia, que deverá iniciar em abril 2009, aumen-tando a capacidade produtiva em mais 600 mil m2 mensais.

Nordeste em alta

Na Tecnogrés, também no estado de Bahia, irão lançar o novo formato 60x60cm em porcelanato, aprovei-tando a Revestir como vitrine para divulgação da nova coleção. Estão também em fase final de estudo e aquisição de um equipamento para a coloração da massa do porcelanato, visando lançar o ‘porcelanato indus-

trial’. Os investimentos previstos são abrangentes, segundo João Adriano: “Na linha de pequenos formatos existe a possibilidade de agregarmos o formato 5x10cm unidos pelo ponto de cola. Na Incefra a mudança será maior. Estamos passando por uma grande atualização em nossas linhas de produção. Iremos instalar duas novas linhas de produção e desati-varemos três com menor capacidade produtiva. Com isso aumentaremos em 10% nossa capacidade produtiva, otimizando custos”. Isto significa que a capacidade de produção passará de 2 para 2,2 milhões de m2 mensais com 4 linhas no total. Estas duas novas linhas terão fornos de 185 metros de comprimento e irão produzir cada uma 700 mil m2 mensais. A primeira entra em funcionamento em junho e a outra em agosto deste ano.

Crescimento mantido

João Adriano acredita que a grande quantidade de lançamentos habitacio-nais ocorrida em 2007/2008 deverá ser entregue no próximo biênio. Para ele os números da Abramat mostram um crescimento bem maior no fatura-mento do material básico comparado com o material do acabamento no ano de 2008. Considerando que em 2008 houve um crescimento de 37,7% do material básico e 15,8% do material de acabamento, em relação à 2007,

Informações do Setor de Cerâmica para Revestimentos (fonte Anfacer):

• 94 empresas

• 117 plantas industriais

• 18 estados brasileiros

• 25.000 empregos diretos

• 250.000 na cadeia produtiva (mineração, colorifícios, máquinas e equipamentos, transportes, cerâmi-cas e assentadores)

• 2º. Maior Consumidor Mundial

• 2º. Maior Produtor Mundial

• 4º. Maior Exportador Mundial

Cinco principais destinos das expor-tações brasileiras:

1. Estados Unidos

2. Argentina

3. Paraguai

4. Chile

5. República Dominicana

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22 Dezembro2008/Fevereiro 2009 - Mundo Cerâmico

PERSPECTIVASa conclusão lógica, para ele, é que haverá um crescimento superior dos materiais de acabamento em 2009, nestas obras. Nesse contexto não imagina que os números globais do setor cerâmico sejam muito diferen-tes do que aconteceu em 2008: “Não acredito que continuemos crescendo no ritmo frenético dos últimos dois anos, penso que a quantidade dos lançamentos deva ser menor, mas sustentando ainda um crescimento moderado”, afirma.

Novos nichos mundiais

Na questão da exportação João Adriano acredita que se a crise mundial arrastar-se durante esse ano não haverá muita saída na tentativa de prospecção de novos negócios. Para ele os EUA, o grande parceiro comercial, infelizmente encontra-se afundado nessa crise e crê ser muito difícil reverter essa situação num curto espaço de tempo. Vale lembrar que os EUA vinham num crescimento

interno de consumo de revestimentos de aproximadamente 10% ao ano e o Brasil apresentava-se como um gran-de fornecedor desse mercado, sendo o principal destino nas exportações. Infelizmente o quadro alterou-se significativamente e os investimentos para lá deverão ser postergados. Neste ano o grupo não participa da Coverin-gs e optou pela Cevisama, agora em fevereiro, visando prospectar o mer-cado do leste europeu. João Adriano acredita muito na Revestir para atrair compradores internacionais: “Apos-tamos na possibilidade de novas oportunidades comerciais. É a maior feira de revestimentos da América Latina e deverá atrair importadores de diversos países”, conclui ele.

Pacote habitacional

No setor das revendas de material de construção, a expectativa é bas-tante animadora. Para Cláudio Elias Conz, presidente da Anamaco, a pre-visão para 2009 é de um crescimento

de 8,5% em todos os materiais de construção, incluindo-se a cerâmica. Esta estimativa é em volumes físicos, pois o setor trabalha com a hipótese de redução a zero do IPI, já em março, e também de estabilidade e até queda em relação à inflação. Os planos de expansão das revendas estão suspen-sos, sendo mantidos apenas os que já estavam contratados. Para Conz a construção civil tem uma inércia natural que permitirá um crescimento de 4,5% em 2009. Já as reformas, que comandam as vendas no varejo devem chegar a 8,5%. Conz está con-fiante na escolha da construção civil, da infraestrutura, do saneamento e da construção autogerida, pelo governo como aliados estratégicos para 2009 e 2010. Conz participa do GAC, Grupo de Acompanhamento da Crise, e tem sido um importante interlocutor do setor com o governo. Em reunião no último dia 4 de fevereiro o ministro Guido Mantega anunciou que um pacote de incentivos ao setor deve ser anunciado em breve. Tomara.

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2� Dezembro2008/Fevereiro 2009 - Mundo Cerâmico Mundo Cerâmico - Dezembro2008/Fevereiro 2009 25

P ara o engenheiro Nilson Schwartz da Silva, o acaso com que as matérias-primas ocorrem na na-tureza não deve se repetir dentro da indústria cerâmica. Para ele, este é, em essência, o gargalo que a indústria cerâmica terá de enfrentar nos próxi-mos anos se quiser continuar a crescer

e ser competitiva. Amante da música quando tem alguns momentos vagos, Nilson iniciou sua carreira cerâmica na Portobello em 1986, na parte industrial, conhecendo o processo industrial, qualificando fornecedores, estudando e conhecendo tecnologias cerâmicas. De temperamento inquieto

esteve por 2 meses no Centro Cerâmi-co de Bologna e mais 1 mês no grupo cerâmico Cerdisa, na Itália, para acompanhar de perto como os papas da cerâmica lidavam com problemas técnicos. Certa vez, César Gomes Jr., presidente da Portobello, perguntou a ele o motivo da tensão permanente na

questão das matérias-primas, sendo que as demais etapas da produção de cerâmica estavam relativamente dominadas: equipamentos, esmaltes, automação. A matéria-prima sendo sempre o item a desestabilizar o processo, e sua padronização. E os espanhóis e italianos não ofereciam respostas prontas como o fizeram para máquinas e esmaltes, em que educaram seus clientes para poderem vender. Por que não vendiam massas prontas? Desafiado, Nilson partiu para esta investigação. Afinal, mesmo tendo uma mineração dedicada à cerâ-mica, por que a Portobello continuava a enfrentar falta de estabilidade no fornecimento de matérias-primas para sua produção cerâmica?

Cerâmica e culinária

A primeira fase da investigação foi relativamente simples de realizar. Com uma mescla de 7 a 8 componen-tes, o ‘blending’ das matérias-primas é a solução. Mas ainda revela-se uma questão de arte sujeita à personalidade de um bom técnico, mas de difícil re-petibilidade. Produzir um bom reves-timento não é como elaborar um bom prato num restaurante, com inspira-ção, talento. Certo, a genialidade, os traços culturais, históricos são muito importantes na cerâmica assim como na culinária. Mas, numa indústria é preciso uma carga forte de engenha-ria, de controle e conhecimento de processo. Assim, o problema persistia já que na experimentação empírica as possibilidades são literalmente infinitas. Era preciso desenvolver uma metodologia que apontasse dentro de todas as respostas possíveis a melhor

resposta. Um outro problema é que primos pobres dos minerais metáli-cos, os minerais industriais são tidos como matérias-primas de baixo valor e importância. Como a tecnologia da indústria cerâmica brasileira de reves-timentos é toda italiana e espanhola,

para conseguir fazer produtos simi-lares aos deles com matérias-primas diferentes era preciso ‘tropicalizar’ as massas, adaptando-as a estes proces-sos industriais importados.

Terra cozida

Desta primeira idéia nasceu a T-Cota em 2001. Para Nilson, esta liga-ção da alta tecnologia com a terra quei-mada é a chave de tudo. Sim, aquela

história do cozinheiro que não pode perder a raiz cultural, os traços históri-cos, porém agregando uma engenharia forte, capaz de garantir ao processo o padrão para produzir sem susto. César Gomes Jr. não gostou muito da idéia de perder um bom funcionário, ainda mais um profissional que desenvolveu uma solução disponível, para toda a concorrência. Segundo Nilson o ob-jetivo de sua empresa é o de melhorar a qualidade dos minerais conhecidos, formular os recursos minerais dispo-níveis no Brasil com os recursos das fábricas de forma a ser o elo que faça a equalização das várias complemen-tariedades entre os minerais. Assim, a indústria pode obter produtos de boa qualidade e inovadores. Devido ao seu temperamento inquieto e talvez até por causa dele, Nilson costuma dizer que a experiência tem pouca ou nenhuma serventia, pois “é uma luz que ilumina para trás”. Ninguém vê o futuro, a não ser quem cria as condições para que ele aconteça.

Sabático e técnico

Foram várias rupturas em sua vida que Nilson ousou empreender. Na época do governo Collor, desgosto-so com o clima político reinante foi passar um ano estudando na Univer-sidade de Valência, na Espanha. Outra

MATERIAIS

Chefs da cerâmica

Um dos desafios da indústria cerâmica é conseguir manter a constância de suas massas haja vista que as matérias-primas que as compõem sofrem esgotamento

de jazidas e são vistas como foco de problemas ambientais

Exemplo de um experimento realizado para indústria de louça sanitária: as alternativas de matérias-primas são testadas levando em conta todas as variáveis empíricas e o desempenho que terão de apresentar durante o processo industrial

Nilson Schwartz da Silva da T-Cota

Instrumentos medem, com precisão, as várias etapas do desempenho das massas

2� Dezembro2008/Fevereiro 2009 - Mundo Cerâmico

feita foi morar na Califórnia, quando queria virar músico. Mas o lado téc-nico sempre foi junto. Foi assim que acabou encontrando um software nos Estados Unidos, que Nilson chama de guru de sua empresa e que serviu de base para o estabelecimento da tec-nologia com que opera hoje a T-Cota. É este software que permite escanear todas as possibilidades de forma a indicar a melhor resposta dentre to-das possíveis. O método emprega o delineamento de misturas em que a avaliação do comportamento de cada matéria-prima é feito na mistura e não de forma isolada como nos métodos tradicionais. Com isso é possível reconhecer a sinergia entre os mate-riais. Nilson cita o desenvolvimento realizado na Batistella com Celso Joaquim em que tropicalizaram, com sucesso, a matéria-prima do porcela-nato, que tinha problemas no potássio, com filitos brasileiros. Hoje a T-Cota trabalha com clientes como Gyotoku, Portobello, Eliane e Ceusa.

Consultoria e método

Deste trabalho de fornecimento e acerto das matérias-primas acabou nascendo em 2002 uma nova área de negócios: o da consultoria. Justamente para ajudar a implementar estes con-ceitos nas fábricas de seus clientes. Hoje a empresa oferece diversos tipos de consultoria: controle de processos, controle de qualidade, gestão, moni-toramento e controle, desenvolvimen-to de massas. Conta também com um bem equipado laboratório que ensaia as matérias-primas e as formulações em suas várias etapas. Para chegar a este resultado Nilson propõe uma investigação científica que deve ser feita em duas etapas. Num primeiro momento é necessário ter uma visão de conjunto, assim como fazer um mergulho panorâmico em águas rasas. Uma vez identificado o problema é hora de fazer um mergulho focado e profundo para estudar a questão. Os departamentos de qualidade das em-presas não são educados para tal fim, critica ele. E a chave para o sucesso empresarial é conseguir interpretar a

norma para o processo cerâmico, sem o que não se melhora produtividade e qualidade. Para isso, a abordagem de processo é fundamental.

Santa Gertrudes

Para o pólo de Santa Getrudes Nilson acredita que há um trabalho de base de grande importância a ser feito para que a região não perca sua competitividade. Lembra que o fato de trabalhar com uma ou duas maté-rias-primas contra sete ou oito dos italianos e espanhóis é questão a ser estudada. Como o resto do processo já está dominado a questão fica no desenvolvimento de massas, por 4 razões básicas que aponta. A primei-ra é a substituição de matéria-prima por questões ambientais. Em seguida

vem a melhoria da produtividade. Em terceiro lugar é necessário resolver problemas técnicos, de qualidade. E, por fim, é preciso inovar. Para Nilson marketing é inovação, seguindo os ensinamentos de Peter Drucker. Ele apresenta, inclusive, soluções para o porcelanato obtido por via seca. Não basta apenas fazer um produto diferente. A inovação tem de ligar pesquisa, processo e desenvolvi-mento comercial. Para ele, a chave é conseguir dosar o equilíbrio entre o que o mercado deseja e pode comprar e a produção. Mas para isto, parece que ainda não existe um software ou uma solução técnica. E aí vamos precisar do talento e da genialidade do mestre-cuca para colocar todos estes ingredientes na dosagem certa para os diversos paladares do mercado.

O Guru da T-Cota é o software que permite o delineamento das misturas em que o comportamento de cada matéria-prima é avaliado no conjunto e não isoladamente

MATERIAIS

Palestra: Materiais Sustentáveis para Construções Sustentáveis

11h30

Diretor do Centro Cerâmico de Bologna (Itália)Prof. de Ciências de Materiais e Tecnologia da Universidade de Bologna (Itália)

Subdiretor da Área EmpresarialInstituto de Tecnologia Cerâmica ITC (Espanha)

10h00

9h15PesquisadorInstituto de Ciências e Tecnologia dos Materiais Cerâmicos (Itália)

Tecnologia Cerâmica

PromoçãoTransportadora Aérea OficialApoio institucional Revistas parceiras

Programação*:

8h00 Início do Credenciamento

8h15 Welcome Coffee

9h00 Abertura do Fórum pela ANFACER, ACIMAC e ICE

Palestra: O Futuro da Indústria Cerâmica para Revestimento

Giorgio Timellini

Visite também, integradas ao Fórum, as feiras REVESTIR e KITCHEN & BATH, de 24 a 27/03/09.

Inscrições gratuitas a partir de 05/02/09 no sitewww.exporevestir.com.br Vagas limitadas. Local: Transamérica Expo Center - São Paulo - SP

Palestra: Decoração Digital

Palestra: Porcelanato - Decoração a Seco

Franco StefaniPresidente do Conselho Administrativo

System S.p.A. (Italia)

10h45Michele Dondi

Dr. Arnaldo Moreno Berto

12h15 Encerramento pela ANFACER, ICE e ACIMAC

12h40 Recepção e Coquetel no Pavilhão Italiano de Máquinas Tecnargilla Brasil na Revestir

*Programação sujeita a alterações

27 de marçoSexta-feira

2� Dezembro2008/Fevereiro 2009 - Mundo Cerâmico Mundo Cerâmico - Dezembro2008/Fevereiro 2009 2�

Você conhece a Ruylene Pache-co? Talvez não. Mas Kuka, apelido carinhoso pelo qual é conhecida no setor cerâmico, provavelmente sim. Formada pela Faculdade de Artes Plásticas da Universidade Federal de Santa Maria e pós graduada em De-sign de Superfícies, esta gaúcha de São Borja, cidade de importantes políti-cos brasileiros como Jango, Getúlio e Bri-zola, que estagiou na DeLucca, traba-lhou na Esmalglass na matriz e filial em São Paulo e criou o laboratório de de-sign da Lavorart em Rio Claro, participou do projeto de design brasileiro do CCB “Fazenda Santa Ger-trudes”, e a partir de junho 2005, a convi-te de Dino Parisi, as-

sumiu o posto de coordenadora geral da Newton Brasil.

Novidades simultâneas

A Newton Itália, matriz, empresa que tem como sócio Angelo Arlandini vindo da SRS, tem a gráfica como seu

principal diferencial. Segundo Kuka, o foco é o design, a parte gráfica, para ela, a palavra chave da empresa. O foco da Newton Brasil assim como da matriz é a assessoria na área de composição do produto da indústria cerâmica: onde pode ser usado, seu design e desenvolvimento. É um

trabalho completo que vai do projeto à finalização na re-venda de material de construção. A partir do design a busca visa criar uma iden-tidade própria para a linha de produtos, acompanhando do desenvolvimento, os protótipos, a finaliza-ção do design na gra-vação das matrizes até o produto pronto. Mas o trabalho não pára aí. Continua com a assistência

para catálogos e peças de divulgação da linha, montagem de showrooms em revendas, apresentação comer-cial, paginações e até a montagem de estandes em feiras como a Revestir. Kuka ressalta que a idéia da Newton é oferecer trabalhos exclusivos alinha-dos com a identidade das cerâmicas. Boa parte da criação vem da matriz, que mantem contato com o Brasil em tempo real. Isto é, as últimas novida-des criadas na Itália estão disponíveis para o Brasil até cinco horas antes, devido ao fuso horário.

Kuka ressalta que são várias as formas de trabalho que já desenvol-veu com várias cerâmicas, neste curto espaço de tempo em que a empresa está no Brasil. Cita como exemplo a Portinari que tem um consultor na Itália que busca as novidades para a empresa. Neste caso a Newton traba-lhou em conjunto para desenvolver as linhas têxteis da empresa. Já na Ceusa, desenvolveu um trabalho em abril de 2008 visando reformular o conceito de uma linha de polidos vi-sando mudar a cara de ‘mármore’ do produto. Através de seus designers na matriz, a Newton apresentou esta re-formulação que será uma das grandes novidades da Ceusa em 2009.

Além disso, Kuka ressalta ter aten-dido quase todas indústrias cerâmicas brasileiras como Lef, Majopar, Ince-fra, Batistella, Delta, Artec, Eliane, a própria Portinari, Gyotoku, Lanzi, Porto Ferreira, Villagres e Lineart. Trabalha também no desenvolvi-mento de produtos e gráficas para os colorifícios: Esmalglass, Colorminas, Euroglaza, Esmaltec, Torrecid, Ferro Enamel, Fritta, entre outros.

A Newton investe na qualificação de sua equipe. Estimula seus profissio-nais a constantes acompanhamentos das tendências mundiais bem como a continuação de formação acadêmi-ca, caso do engenheiro de produção Alessandro Soares, que desenvolveu sua pesquisa para tese mestrado em “Metodologia de Técnicas de Desen-volvimento Cerâmico. Assim esta determinada designer gaúcha prova a cada dia sua inata vocação para gerenciar um estúdio de design.

Os desenhos vêm da Itália praticamente no momento em que são criados...

Atendimento personalizado criando linhas exclusivas para seus clientes

...em desenvolvimentos exclusivos para as indústrias cerâmicas do Brasil...

...que vão desde os protótipos desenvolvidos em laboratórios e fábricas...

...passando pela criação de catálogos até sua colocação final no mercado

O design sempre foi a fronteira mais importante para a valorização do revestimento cerâmico. Empresa italiana, há quatro anos no Brasil, ajuda a pensar

o desenvolvimento dos produtos, do protótipo à revenda

DESIGN

Produtos sob medida

�0 Dezembro2008/Fevereiro 2009 - Mundo Cerâmico

Você define quem vai ganhar o Prêmio Mundo Cerâmico. Vote em três Personalidades da cadeia produtiva da indústria cerâmica e em três Fornecedores da indústria nas diferentes categorias (para os fornecedores valem somente os votos das indústrias cerâmicas).No sentido de ajudá-lo a avaliar as personalidades e empresas, para sua indicação, sugerimos analisar os aspectos de: inovação tecnológica, desempenho da empresa, gestão da qualidade e gestão ambiental. No caso de fornecedores, além destes critérios, considere a qualidade de atendimento, pontualidade e assistência técnica.

Cédula de Votação – Critérios Gerais

Minha Empresa tem sede no Estado de _____ e é Indústria Cerâmica Fornecedora da Indústria Cerâmica

Indústria Cerâmica

Esmaltada Estrutural Refratários Louça Sanitária Louça de MesaLíderes empresariais (aqui todos votos são válidos para qualquer personalidade de qualquer empresa do setor, seja ela indústria cerâmica ou fornecedor da indústria)1º Nome ……………………................………………. (Empresa……………………………..)2º Nome……………………………………................. (Empresa……………………………..)3º Nome………………………………………............... (Empresa……………………………..)

Fornecedor da Indústria Cerâmica - Categorias (aqui só as indústrias cerâmicas votam)

Aditivos Químicos Matérias-primas 1ª Empresa……………………………… 1ª Empresa………………………………2ª Empresa……………………………… 2ª Empresa………………………………3ª Empresa……………………………… 3ª Empresa………………………………

Colorifícios Serviços de Consultoria1ª Empresa……………………………… 1ª Empresa………………………………2ª Empresa……………………………… 2ª Empresa………………………………3ª Empresa……………………………… 3ª Empresa………………………………

Energia Serviços de Serigrafia e Design 1ª Empresa……………………………… 1ª Empresa………………………………2ª Empresa……………………………… 2ª Empresa………………………………3ª Empresa……………………………… 3ª Empresa………………………………

Institutos de Ensino, Qualidade e Pesquisa Equipamentos – Linha Completa 1ª Empresa……………………………… 1ª Empresa………………………………2ª Empresa……………………………… 2ª Empresa………………………………3ª Empresa……………………………… 3ª Empresa………………………………

Equipamentos – Extrusão Equipamentos – Prensagem1ª Empresa……………………………… 1ª Empresa………………………………2ª Empresa……………………………… 2ª Empresa………………………………3ª Empresa……………………………… 3ª Empresa………………………………

Equipamentos – Prep. Massas e Porcelanatos Equipamentos – Estampos e Moldes 1ª Empresa……………………………… 1ª Empresa………………………………2ª Empresa……………………………… 2ª Empresa………………………………3ª Empresa……………………………… 3ª Empresa………………………………

Equipamentos – Decoração e Esmaltação Equipamentos – Automação e Escolha 1ª Empresa……………………………… 1ª Empresa………………………………2ª Empresa……………………………… 2ª Empresa………………………………3ª Empresa……………………………… 3ª Empresa………………………………

Equipamentos – Secagem e Queima Equipamentos – Peças de Reposição 1ª Empresa……………………………… 1ª Empresa………………………………2ª Empresa……………………………… 2ª Empresa………………………………3ª Empresa……………………………… 3ª Empresa………………………………

Prêmio Mundo Cerâmico 2009Personalidades - Indústrias - Fornecedores

Esta será a oitava vez que a re-vista Mundo Cerâmico irá realizar a votação para conhecer a opinião do segmento sobre quem mais se des-tacou e contribuiu no último ano, para melhorar o desempenho e a representatividade do setor cerâmi-co brasileiro. Lançado em 2001, o Prêmio Mundo Cerâmico teve sua sétima edição em 2008. Realizado pela revista Mundo Cerâmico o prê-mio visa ressaltar as personalidades, as indústrias e os fornecedores que se destacam pelas melhores práticas empresariais.

Representatividade

O prêmio visa, muito mais que uma simples homenagem ao escolhido, funcionar como uma representação institucional e política junto à toda cadeia produtiva do setor indo até o governo nas esferas federal, estadual e municipal, mostrando sua impor-

Serão válidos apenas os votos assinalados nesta cédula. É indispensável identificar se sua empresa é indústria ou fornecedora, e o estado-sede.Para fins de contagem de votos é indiferente o nome da pessoa escolhida aparecer em primeiro, segundo ou terceiro lugar.

Vote por fax (11) 3663 5436, por correio para: Revista Mundo Cerâmico. a/c - Prêmio 2009 - Al. Olga 422 cj 108 - CEP 01155-040 - São Paulo-SP, ou pelo site www.mundoceramico.com.br

Serão considerados os votos enviados até 10/04/2009

PERSONALIDADE

Quem merece o prêmio?

Você decide quem vai levar o Prêmio Mundo Cerâmico de 2009. Em sua oitava edição a revista Mundo Cerâmico é o veículo de sua opinião e entrega a

homenagem a quem mais contribuiu para o setor cerâmico do Brasil

tância como um dos principais “mo-tores” da economia brasileira por conta da alta produtividade das em-presas fabricantes de revestimentos, cerâmica estrutural e refratários, que geram riqueza, renda e empregos. É realizada uma votação em todo o segmento da cadeia cerâmica que elege os vencedores de forma direta. Líderes e empresas são votados por todos. Fornecedores somente podem ser indicados por indústrias cerâmi-cas. Isto é, não são permitidos votos de fornecedores para si próprios. Lazzaro Menasce, publisher da revis-

ta destaca que um dos pontos vitais do prêmio é a menção espontânea na votação. Não são indicados nem sugeridos nomes: “ Nossa metodo-logia não utiliza respostas estimu-ladas, o que confere um valor muito maior à pesquisa”, ressalta Menasce. A pesquisa mede o posicionamento de uma marca e não sua participação no mercado. O que pode ser útil jus-tamente para avaliar o que pode ser feito para equalizar eventuais dife-renças entre ambas.

Personalidades

Os vencedores anteriores foram, em:2001- João Buschinelli, Villagres2003- Edson Gaidzinski (†), Eliane2004- César Gomes Jr., Portobello2005- Adriano Lima, Gyotoku2006- A. C. Rodrigues (†), Embramaco2007- Rogério Sampaio, Cecrisa2008- Geraldo Ricciardi, Atlas

�2 Dezembro2008/Fevereiro 2009 - Mercado Cerâmico Mercado Cerâmico - Dezembro2008/Fevereiro 2009 ��

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�� Dezembro2008/Fevereiro 2009 - Mundo Cerâmico

ENTREVISTA

União, respeito e melhoria

Luiz Cláudio Faustini, 64 anos, atua há 39 no setor cerâmico sendo 32 anos em colorifícios. Hoje diretor comercial da Esmalglass do Brasil, foi empossa-do no último dia 28 de janeiro como presidente da Abracolor, Associação Brasileira dos Colorifícios para o biê-nio 2009-2010. Faustini, como é mais conhecido, respondeu às perguntas da revista Mundo Cerâmico a respeito de seus planos à frente da entidade neste momento de grandes incertezas.

MC- Qual o papel da Abracolor?Faustini- Agregar, representar e de-

fender os interesses de seus associados, ou seja, basicamente o mesmo papel de todas as associações.

MC- Em que a Abracolor se distin-gue das demais entidades do setor?

Faustini- O diferencial são os insu-mos fornecidos pelos colorifícios e a importância dos mesmos na definição dos aspectos técnicos, estéticos e eco-nômicos do setor. Desnecessário co-mentar sobre a importância dos esmal-tes e corantes nos produtos cerâmicos.

MC- Há atividades em comum com as outras entidades do setor?

Faustini- A Abracolor sempre teve um excelente relacionamento com todas as associações ligadas ao setor cerâmi-co. No que refere à interação, para dar alguns exemplos, estaremos na Reves-tir com a Anfacer, estamos organizando um Painel para o próximo Congresso Brasileiro de Cerâmica, promovido pela ABC, Associação Brasileira de Cerâmica, participamos da organização

do III Congresso da Indústria Cerâmica de Revestimento juntamente com a As-pacer entre outras atividades comuns.

MC- Quais são seus projetos atuais?Faustini- A atual diretoria dará conti-

nuidade a todas as atividades realizadas pelas anteriores, como já dito. Um as-pecto que gostaríamos de melhorar ain-da mais é agregar o setor. Acreditamos que ganharíamos muito se uma série de problemas comuns aos colorifícios fossem tratados coletivamente. As dire-torias anteriores conseguiram grandes avanços nesse sentido e esperamos pro-gredir ainda mais nessa direção.

MC- Quais são os gargalos a enfren-tar neste ano de 2009?

Faustini- Em vista da tão propalada crise, este certamente será um ano ain-da mais difícil que os anteriores. Nesse cenário o principal gargalo é o econô-mico. Creio que o principal desafio será a própria sobrevivência das empresas.

MC- Qual a finalidade de investir em capacitação e treinamento?

Faustini- Acreditamos que os recur-sos humanos são os maiores patrimô-nios de uma empresa. Todo recurso gasto no seu aprimoramento e atualiza-ção é um investimento e não um gasto.

MC- Como a entidade lida com as diferenças regionais e de processo?

Faustini- De modo geral os produtos dos colorifícios são desenvolvidos ou ajustados para atender às necessidades de cada consumidor. Esse modo de operar permite atender a empresas com

necessidades bastante distintas.

MC- Como vê a atual conjuntura?Faustini- A produção da indústria

brasileira de revestimentos cerâmicos é a segunda maior do mundo e temos o segundo maior mercado consumidor. Esse cenário nos coloca em uma posi-ção bastante privilegiada em relação a outros setores que dependem mais for-temente das exportações. Muito embo-ra seja um momento de muita cautela, somos bastante otimistas.

MC- E quanto ao resto do mundo?Faustini- As informações que temos

são de que as indústrias dos principais produtores europeus, que dependem muito das exportações, estão em situa-ção bastante mais difícil que a nossa.

MC- Acredita em crescimento na construção civil este ano?

Faustini- O governo tem acenado com fortes investimentos no setor, que, se con-cretizados, certamente minimizarão a in-tensidade com que a crise se apresenta.

MC- Em sua visão o que o setor deve fazer para melhorar resultados?

Faustini- Esse é um tema bastante complexo, entretanto, sugiro três aspec-tos que considero fundamentais para o sucesso de qualquer setor: união, res-peito e aprimoramento dos recursos hu-manos. Creio que, de um modo geral, as indústrias ligadas ao setor de reves-timentos cerâmicos têm muito a me-lhorar nesses temas. Como parte desse cenário a Abracolor sempre busca dar sua contribuição nesse sentido.

O novo presidente da Abracolor preconiza que os temas de interesse entre colorifícios e cerâmicas são

comuns e assim devem ser tratados

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