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1 ENERGIA Governo marca leilão de Belo Monte para 20 de abril (Folha de SP) 19/03/2010 ........................................................... 3 Apagão e apaguinhos (Folha de SP) 19/03/2010 ............................................................................................................... 3 Mercado Aberto (Folha de SP) 19/03/2010 ......................................................................................................................... 4 Retomada da economia reforça ganho salarial (Folha de SP) 19/03/2010..................................................................... 6 O Rio não é apenas um balneário (Folha de SP) 19/03/2010 ............................................................................................ 6 Direito do Rio (Folha de SP) 19/03/2010 ............................................................................................................................. 7 Investigação aponta cartel no Nordeste (Folha de SP) 19/03/2010 ................................................................................. 8 Até a PF teve prédio erguido por acerto de empreiteiras (Folha de SP) 19/03/2010 ..................................................... 8 Energia nuclear volta à tona (O Estado de SP) 19/03/2010 .............................................................................................. 9 Usina de Belo Monte vai a leilão em 20 de abril e deve custar R$ 19 bilhões (O Estado de SP) 19/03/2010 ............ 10 Suez começa a discutir parcerias para participar do leilão da usina (O Estado de SP) 19/03/2010 .......................... 11 OSX capta R$ 2,8 bilhões em IPO (O Estado de SP) 19/03/2010 .................................................................................... 12 Consolidação entra na rota das maiores distribuidoras (Valor Econômico) 19/03/2010 ............................................ 13 CPFL planeja triplicar capacidade de geração (Valor Econômico) 19/03/2010 ............................................................ 15 Aumenta a produção de aerogeradores no Brasil (Valor Econômico) 19/03/2010 ...................................................... 16 Chineses disputam contrato da CPTM (Valor Econômico) 19/03/2010 ......................................................................... 16 CAF ganha pedido de PPP e supera Alstom (Valor Econômico) 19/03/2010 ............................................................... 17 Demanda por equipamentos deve continuar firme (Valor Econômico) 19/03/2010..................................................... 18 Grandes usinas avançam na região Norte (Valor Econômico) 19/03/2010 ................................................................... 18 Brasília sofre novo blecaute (Valor Econômico) 19/03/2010 .......................................................................................... 20 Acordo para ajustar cálculo das tarifas já foi assinado por 29 distribuidoras (Valor Econômico) 19/03/2010 ........ 20 Edital alivia custo financeiro de Belo Monte (Valor Econômico) 19/03/2010 ............................................................... 21 Base reforçada (Valor Econômico) 19/03/2010 ................................................................................................................ 21 Biomassa e eólica vão ganhar mais peso (Valor Econômico) 19/03/2010.................................................................... 23 Análise do impacto regulatório no Brasil (Valor Econômico) 19/03/2010 .................................................................... 24 Mantega assumirá conselho da Petrobras (Valor Econômico) 19/03/2010 .................................................................. 25 Os Fatos (Correio Popular) 19/03/2010 ............................................................................................................................. 26 CPFL Energia ON encerra em baixa de 2,03% (CanalEnergia) 18/03/2010 ................................................................... 26 Belo Monte: Eletrobrás terá 49% de participação nos dois consórcios (CanalEnergia) 18/03/2010 ......................... 27 AES Tietê recebe rating para emissão de R$ 900 milhões em debêntures (CanalEnergia) 18/03/2010 .................... 27 Aneel aprova edital do leilão de Belo Monte (CanalEnergia) 18/03/2010 ...................................................................... 27 Alstom e Bardella investem R$ 90 milhões em fábrica que fornecerá equipamentos para Santo Antônio (CanalEnergia) 18/03/2010.................................................................................................................................................. 28 Consumo de energia em São Paulo cresce 7,6% em fevereiro (CanalEnergia) 18/03/2010........................................ 28 Eletrobrás lança plano estratégico 2010-2020 (CanalEnergia) 18/03/2010 ................................................................... 29 Reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste atingem 81,2% da capacidade (CanalEnergia) 18/03/2010........................ 29 Submercado Nordeste - Os reservatórios, em estabilidade, atingem 70,2% do volume acumulado. O índice está 54,7% acima da curva de aversão ao risco. A usina de Sobradinho opera com 71,05% da capacidade. Lucro da Celtins cresce 105,8% em 2009 ......................................................................................................................................... 30 Receita da líquida da companhia passou de R$ 365,945 milhões para R$ 381,428 milhões entre 2008 e 2009 (CanalEnergia) 18/03/2010.................................................................................................................................................. 30 Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, Investimentos e Finanças .................................................................. 30

ENERGIA · usina poderá ser construída em outro lugar, ... (produção de energia hidráulica por meio da queda d'água) sejam mantidas. No caso de Jirau,

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ENERGIA Governo marca leilão de Belo Monte para 20 de abril (Folha de SP) 19/03/2010 ........................................................... 3 Apagão e apaguinhos (Folha de SP) 19/03/2010 ............................................................................................................... 3 Mercado Aberto (Folha de SP) 19/03/2010 ......................................................................................................................... 4 Retomada da economia reforça ganho salarial (Folha de SP) 19/03/2010 ..................................................................... 6 O Rio não é apenas um balneário (Folha de SP) 19/03/2010 ............................................................................................ 6 Direito do Rio (Folha de SP) 19/03/2010 ............................................................................................................................. 7 Investigação aponta cartel no Nordeste (Folha de SP) 19/03/2010 ................................................................................. 8 Até a PF teve prédio erguido por acerto de empreiteiras (Folha de SP) 19/03/2010 ..................................................... 8 Energia nuclear volta à tona (O Estado de SP) 19/03/2010 .............................................................................................. 9 Usina de Belo Monte vai a leilão em 20 de abril e deve custar R$ 19 bilhões (O Estado de SP) 19/03/2010 ............ 10 Suez começa a discutir parcerias para participar do leilão da usina (O Estado de SP) 19/03/2010 .......................... 11 OSX capta R$ 2,8 bilhões em IPO (O Estado de SP) 19/03/2010 .................................................................................... 12 Consolidação entra na rota das maiores distribuidoras (Valor Econômico) 19/03/2010 ............................................ 13 CPFL planeja triplicar capacidade de geração (Valor Econômico) 19/03/2010 ............................................................ 15 Aumenta a produção de aerogeradores no Brasil (Valor Econômico) 19/03/2010 ...................................................... 16 Chineses disputam contrato da CPTM (Valor Econômico) 19/03/2010 ......................................................................... 16 CAF ganha pedido de PPP e supera Alstom (Valor Econômico) 19/03/2010 ............................................................... 17 Demanda por equipamentos deve continuar firme (Valor Econômico) 19/03/2010 ..................................................... 18 Grandes usinas avançam na região Norte (Valor Econômico) 19/03/2010 ................................................................... 18 Brasília sofre novo blecaute (Valor Econômico) 19/03/2010 .......................................................................................... 20 Acordo para ajustar cálculo das tarifas já foi assinado por 29 distribuidoras (Valor Econômico) 19/03/2010 ........ 20 Edital alivia custo financeiro de Belo Monte (Valor Econômico) 19/03/2010 ............................................................... 21 Base reforçada (Valor Econômico) 19/03/2010 ................................................................................................................ 21 Biomassa e eólica vão ganhar mais peso (Valor Econômico) 19/03/2010 .................................................................... 23 Análise do impacto regulatório no Brasil (Valor Econômico) 19/03/2010 .................................................................... 24 Mantega assumirá conselho da Petrobras (Valor Econômico) 19/03/2010 .................................................................. 25 Os Fatos (Correio Popular) 19/03/2010 ............................................................................................................................. 26 CPFL Energia ON encerra em baixa de 2,03% (CanalEnergia) 18/03/2010 ................................................................... 26 Belo Monte: Eletrobrás terá 49% de participação nos dois consórcios (CanalEnergia) 18/03/2010 ......................... 27 AES Tietê recebe rating para emissão de R$ 900 milhões em debêntures (CanalEnergia) 18/03/2010 .................... 27 Aneel aprova edital do leilão de Belo Monte (CanalEnergia) 18/03/2010 ...................................................................... 27 Alstom e Bardella investem R$ 90 milhões em fábrica que fornecerá equipamentos para Santo Antônio (CanalEnergia) 18/03/2010.................................................................................................................................................. 28 Consumo de energia em São Paulo cresce 7,6% em fevereiro (CanalEnergia) 18/03/2010 ........................................ 28 Eletrobrás lança plano estratégico 2010-2020 (CanalEnergia) 18/03/2010 ................................................................... 29 Reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste atingem 81,2% da capacidade (CanalEnergia) 18/03/2010 ........................ 29 Submercado Nordeste - Os reservatórios, em estabilidade, atingem 70,2% do volume acumulado. O índice está 54,7% acima da curva de aversão ao risco. A usina de Sobradinho opera com 71,05% da capacidade. Lucro da Celtins cresce 105,8% em 2009 ......................................................................................................................................... 30 Receita da líquida da companhia passou de R$ 365,945 milhões para R$ 381,428 milhões entre 2008 e 2009 (CanalEnergia) 18/03/2010.................................................................................................................................................. 30 Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, Investimentos e Finanças .................................................................. 30

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A Celtins (TO) teve alta de 105,8% no lucro líquido de 2009, que ficou em R$ 50,022 milhões, contra R$ 24,305 milhões no ano anterior, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira, 18 de março. A distribuidora teve receita bruta de R$ 558,651 milhões no ano passado, acima dos R$ 541,504 milhões em 2008. A receita da líquida da companhia passou de R$ 365,945 milhões para R$ 381,428 milhões entre 2008 e 2009. ........................................... 30 Leilão de Belo Monte acontece no dia 20 de abril (CanalEnergia) 18/03/2010 ............................................................. 30 Justiça rejeita ação contra analista do Ibama por causa de Belo Monte (CanalEnergia) 18/03/2010 ....................... 30 Eólica Enacel inicia operação comercial de 31,5 MW (CanalEnergia) 18/03/2010 ....................................................... 31 MPX Energia ON opera em baixa de 2,74% (CanalEnergia) 18/03/2010 ........................................................................ 31 Renova Energia pede suspensão de registro de lançamento de Units (CanalEnergia) 18/03/2010 .......................... 31 Enersul tem lucro de R$ 78,680 milhões em 2009 (CanalEnergia) 18/03/2010 ............................................................. 31 Celpa reverte prejuízo e lucra R$ 121,707 milhões em 2009 (CanalEnergia) 18/03/2010 ............................................ 32 Cemat registra alta de 97,5% no lucro líquido em 2009 (CanalEnergia) 18/03/2010 .................................................... 32 Lucro da Rede Energia recua 88,65% em 2009 (CanalEnergia) 18/03/2010 .................................................................. 32 S&P: EDP Escelsa tem ratings elevados (CanalEnergia) 18/03/2010 ............................................................................ 32 PCH de Furnas recebe pré-distribuidor da primeira unidade (CanalEnergia) 18/03/2010 .......................................... 33 Celpa registra aumento de 6,02% no consumo de energia de fevereiro (CanalEnergia) 18/03/2010 ......................... 33 SINDICAL De sexta a domingo (CUT Nacional) 18/03/2010 .......................................................................................................... 33 O Petróleo tem que ser nosso! (CUT Nacional) 18/03/2010 ........................................................................................ 34 Sapateiros de Franca em greve (CUT Nacional) 18/03/2010 ....................................................................................... 34 3ª Ação Internacional (CUT Nacional) 18/03/2010 ....................................................................................................... 35 Apeoesp: (CUT Nacional) 18/03/2010 ............................................................................................................................ 36 Precarização do trabalho (CUT Nacional) 18/03/2010 ................................................................................................. 37 Pela reabertura das negociações (CUT Nacional) 18/03/2010 ........................................................................................ 42 Contra o desmonte público em São Paulo (CUT Nacional) 18/03/2010 .................................................................... 43 Mobilização (CUT Nacional) 18/03/2010 ........................................................................................................................ 43 Os números e a política (CUT Nacional) 18/03/2010 ................................................................................................... 44 O debate estratégico da lei do petróleo e os royalties (CUT Nacional) 18/03/2010 ................................................. 45 Plano de Ação Sindical – Reflexões sobre um ano de experiência (CUT Nacional) 18/03/2010 ............................ 46 Entidades realizam ato dia 22 contra leilões de petróleo no Clube de Engenharia do RJ (CUT Nacional) 18/03/2010 ............................................................................................................................................................................ 47 Sindieletro-MG prepara mobilização pelo Prosaúde (CUT Nacional) 18/03/2010 .................................................... 48 Palestinos sugerem Lula como futuro secretário-geral da ONU (CUT Nacional) 18/03/2010 ................................... 49 Reunião em São Bernardo debate Comitê Sindical na ZF Sachs (CUT Nacional) 18/03/2010 ................................ 50

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Governo marca leilão de Belo Monte para 20 de abril (Folha de SP) 19/03/2010 Segundo maior projeto do PAC, usina só perderá para Itaipu no país em potência instalada Aneel aprova edital da hidrelétrica, que tem custo estimado pelo governo em R$ 19 bi; leilão deve ter dois consórcios competidores DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O governo marcou para 20 de abril o leilão da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA). O edital da obra, com custo estimado pelo governo em R$ 19 bilhões, foi aprovado ontem pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Quando pronta, a usina terá potência instalada de 11.200 MW (megawatts) e será a maior 100% brasileira. Só perderá para Itaipu (14.000 MW), que é binacional (Brasil-Paraguai). A primeira turbina deve começar a funcionar em fevereiro de 2015, e a última, em janeiro de 2019. A obra é a segunda maior do PAC (só perde para o trem-bala Rio-São Paulo) e deverá ter dois competidores, organizados em consórcios: 1) Andrade Gutierrez, Neoenergia (associação entre a Iberdrola, a Previ e o Banco do Brasil), Vale e Votorantim; e 2) Camargo Corrêa e Odebrecht e, provavelmente, CPFL Energia, controlada hoje pela Camargo Corrêa. Ainda é desconhecida a forma de participação da Eletrobrás. A estatal, por meio de alguma de suas subsidiárias, poderá se juntar a um dos consórcios, a ambos (com subsidiárias diferentes) ou entrar depois da disputa, como sócia estratégica. Pelas regras do leilão, vence a disputa o consórcio que oferecer a menor tarifa pela energia, respeitado o teto fixado pelo governo, de R$ 83 por MWh (megawatt-hora). Nas últimas licitações para hidrelétricas na região amazônica, os preços após a disputa foram de R$ 78,87 por MWh em Santo Antônio e R$ 71,4 em Jirau, ambas no rio Madeira (RO). As regras da licitação da hidrelétrica de Belo Monte permitem que o concessionário destine até 30% da energia produzida para o mercado livre. Nesse mercado, a energia é vendida por preços acertados livremente entre o produtor e o consumidor, não regulados pela Aneel. Nos leilões anteriores, esse percentual foi de 10%. Para conseguir destinar 30% da produção para o mercado livre, o vencedor deverá ter, entre seus membros, um consumidor livre, que será equiparado a autoprodutor e que ficará com 10% dos 30% que iriam para o mercado livre. Com o mecanismo, o governo visa atrair investidores para o leilão. Num dos consórcios, a Vale já está como autoprodutora. A Aneel decidiu também reduzir, de 7,5% para 5,5% do custo estimado da obra, a garantia de fiel cumprimento que os interessados em disputar a usina têm que depositar. Geografia Depois da polêmica causada pela mudança de local de construção da hidrelétrica de Jirau, a Aneel decidiu deixar explícito, no texto do edital, que as coordenadas geográficas do projeto de Belo Monte são "referenciais", ou seja, a usina poderá ser construída em outro lugar, desde que as características do aproveitamento hidrelétrico (produção de energia hidráulica por meio da queda d'água) sejam mantidas. No caso de Jirau, o consórcio vencedor decidiu construir a usina nove quilômetros distante do ponto que constava no projeto, o que gerou protestos do consórcio perdedor.

Apagão e apaguinhos (Folha de SP) 19/03/2010 ELIANE CANTANHÊDE BRASÍLIA - No congresso do PT em que foi lançada à Presidência, Dilma Rousseff (Casa Civil, ex-Minas e Energia) encheu o peito para dizer que nunca mais, neste país, haverá apagões. Antes, durante e depois da frase enfática, porém, repetem-se os "apaguinhos". A CBN relatou o que parou metade de Pernambuco, o jornal "O Globo" divulgou como são habituais em regiões do Rio, e a energia cai a toda hora em São Paulo junto com a chuva. E no DF? Justamente no dia em que a Câmara Legislativa iniciou os debates sobre o impeachment do governador José Roberto Arruda foi aquele vexame: acabou a luz. Logo começaram as fantasias de que se tratava de boicote, mas nem há mais seguidores de Arruda dispostos a coisas desse tipo. Era só um dos "apaguinhos" que afligem sem parar a capital da República e que se repetiram na terça passada, atingindo não só a Câmara Legislativa mas a própria sede do governo federal e umas 500 mil pessoas, que ficaram totalmente às escuras ou à base de geradores. Ontem mesmo, novo blecaute paralisou o Distrito Federal. Eu e o meu amigo e companheiro de coluna Fernando Rodrigues moramos em lados opostos de Brasília, um no Lago Norte, outro no Lago Sul, mas amargamos o mesmo

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problema: semana sim, outra também, lá se vai a luz. E só não se vão (mais) os aparelhos domésticos porque já estamos escaldados. Como mostrou a repórter Leila Coimbra na Folha, as concessionárias de energia reduziram expressivamente os investimentos em suas redes. Entre elas a Ampla (RJ), a Celpe (PE) e a CPFL (SP/RS). Como dois e dois são quatro, queda de investimento e aumento de demanda é igual a falta de energia. OK. A culpa não é do governo federal, mas a ministra deveria ter cuidado com as palavras e com a ênfase, porque são milhares e milhares de vítimas. De "apaguinho" em "apaguinho", chega-se a um apagão.

Mercado Aberto (Folha de SP) 19/03/2010 MARIA CRISTINA FRIAS - [email protected] Troca de franquia agita mercado de escolas Uma operação fechada nesta semana pelo Grupo Multi, dono das redes Skill e Wizard, ilustra o grau de competição no mercado de escolas de idiomas. A rede Skill acaba de concluir um negócio que converteu a bandeira de 14 franquias que deixaram a concorrente CNA. Juntas, todas as unidades, localizadas em São Paulo, totalizam 10 mil alunos. O Grupo Multi, que adquiriu recentemente a SOS, de educação profissional, está em negociação com três empresas e deve anunciar, em alguns meses, a próxima aquisição, duas delas em escolas de idiomas e uma no segmento de ensino médio e fundamental, segundo o presidente e fundador Carlos Wizard Martins. "Desde a aquisição da Skill, há dois anos, estamos investindo para torná-la vice-líder neste mercado. Neste primeiro semestre, investimos R$ 3 milhões só em marketing", diz. A Skill ocupa hoje o quinto lugar no ranking das redes de idiomas no Brasil. A maior atualmente é a Wizard, do mesmo grupo, com cerca de meio milhão de alunos por ano. A operação de troca de bandeiras entre concorrentes não é considerada saudável pela ABF (associação de franchising). "A competição na área de línguas é acirradíssima. Lutamos para que as marcas não se beneficiem do rompimento das ligações de seus adversários", afirma Fernando Perri, vice-presidente da ABF. A troca de bandeiras por franqueados envolve pagamentos por rompimento de contrato com franqueadores e multas nos caso de pontos localizados em shopping centers, diz Perri. MOTOR A marca de carros britânica Bentley inaugurou ontem sua primeira concessionária no Brasil, em São Paulo. Trazida pelos sócios Toninho Abdalla, Beto Mattos, Joseph Tutundjian e Mauro Saddi, a representação brasileira é a primeira da marca na América do Sul. "Temos uma perspectiva de estar presente nos principais mercados globais e o Brasil tem potencial para se tornar ainda mais interessante no futuro", afirma Christophe Georges, presidente da Bentley Motors para as Américas, que veio ao país participar do evento de inauguração. Entre os modelos que serão comercializados no país está o recém-lançado Continental Supersports, um modelo esportivo de duas portas que é o primeiro veículo bicombustível da marca e o único entre os veículos do segmento de luxo. O Continental Supersports Flexfuel, chega a custar R$ 1.310.000. TRIBUTÁRIA 1 "O problema para o exportador não é a taxa de câmbio; é a volatilidade", diz Alessandro Teixeira, da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Para melhorar a competitividade brasileira, seria preciso avançar na reforma tributária, segundo Teixeira. TRIBUTÁRIA 2 "Uma saída é fazer a reforma tributária e estabelecer um prazo de oito anos para implementá-la", propõe Teixeira, da Apex. "No primeiro momento, é quase um "perde/perde", para, em seguida, passar a ter um "ganha/ganha". É como melancias em um caminhãozinho. No começo, batem, mas, depois, se acomodam." METRÔ O Butantã é um dos bairros que mais têm se valorizado nos últimos anos. A expansão imobiliária da região ganhou força há cerca de seis anos, quando o anúncio de obras do metrô permitiu valorização de 30% no preço dos imóveis. Desde o anúncio, os empreendimentos imobiliários na região têm tido sucesso de vendas, segundo a Distrital Butantã da Associação Comercial de São Paulo. USADOS

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O número de imóveis usados ofertados para venda na cidade de São Paulo cresceu 28% no primeiro bimestre deste ano ante o mesmo período de 2009, de acordo com levantamento realizado pela empresa de administração imobiliária Lello. -------------------------------------------------------------------------------- Gol amplia centro de manutenção com US$ 65 mi Com um investimento de US$ 65 milhões, a Gol inaugurou ontem a ampliação do seu centro de manutenção em Belo Horizonte. A ampliação eleva a capacidade de manutenção para 120 aeronaves ao ano, o que é suficiente para atender a frota atual da empresa e absorver o crescimento planejado até 2016. "A intenção é nos tornarmos autossuficientes em manutenção", afirma Constantino de Oliveira Júnior, presidente da Gol. A empresa depende ainda de uma certificação internacional da autoridade aeroportuária americana FAA (Federal Aviation Administration), que permita que ela realize a chamada manutenção de devolução, um serviço mais extenso e complexo. "Estamos entrando com pedido de homologação junto ao FAA e acredito que dentro de um ano estaremos habilitados", diz. Com o certificado internacional em mãos, a Gol pretende ainda gerar uma receita extra realizando serviços para terceiros. -------------------------------------------------------------------------------- NA LINHA O "Primeiro Simpósio Ibero-Americano de Desenvolvimento de Infraestruturas de Telecomunicações" será realizado em junho em São Paulo pela AHCIET, associação que congrega 60 operadores latino-americanos do setor. O objetivo do encontro é discutir tecnologias, modelos de negócio, aplicações e possibilidades de financiamento para massificar a banda larga na América Latina. BRINQUEDO 1 Nos mesmos dias em que promove a maior feira nacional do setor, em abril, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos será a anfitriã da reunião anual do Conselho Internacional das Indústrias de Brinquedos. BRINQUEDO 2 O encontro, que há 14 anos não acontece no Brasil, vai reunir presidentes das entidades de brinquedo de 22 países para debater, entre outros temas, a criação de norma global de segurança para os brinquedos. LIVRE O Banco do Brasil começou a implantar software livre no banco Nossa Caixa. A economia estimada pela instituição em licenças com o uso de software livre por parte do Banco do Brasil, que adota essa solução desde 2003, já ultrapassa R$ 100 milhões. MAIS INFRA 1 Um projeto de lei do governo de Minas Gerais que cria o Programa Estadual de Parceria Social Público-Privada (PSPP) será lançado hoje, em Belo Horizonte. MAIS INFRA 2 O projeto, que será assinado pelo governador Aécio Neves, é destinado a disciplinar e promover a realização de parcerias entre o governo do Estado, a iniciativa privada e a sociedade civil organizada. Os programas incluem qualificação profissional, difusão de tecnologias e melhoria de infraestrutura. ELÉTRICA A Intelig Telecom lança na segunda-feira a primeira oferta comercial do Brasil de banda larga e voz com a tecnologia BPL (Broadband over Powerline-Indoor), em parceira com a AES Eletropaulo Telecom. A tecnologia permite transmitir dados pela rede de energia elétrica. Como utiliza infraestrutura já disponível, não necessita de obras para ser implantada. O primeiro mercado onde será lançado o serviço é São Paulo. MODA As exportações das empresas de artigos têxteis e confecções que fazem parte dos projetos setoriais apoiados pela Apex-Brasil atingiram US$ 443 milhões no ano passado. A agência projeta para este ano crescimento nas exportações do setor, para US$ 572 milhões. TROCA DE PNEU A brasileira Vipal, especializada em reforma e reparos de pneus e câmaras de ar, adquiriu 15% de participação na Fate, uma das principais fabricantes e exportadoras de pneus da Argentina. O valor do negócio não foi revelado. A operação

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envolve ainda a construção de uma fábrica no Brasil, em local ainda não confirmado pelos executivos das empresas. A compra marca a entrada da Vipal no segmento de pneus novos e amplia a presença nas montadoras de veículos e no mercado de reposição, segundo Arlindo Paludo, presidente do Grupo Vipal. -------------------------------------------------------------------------------- com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e MARIANA BARBOSA

Retomada da economia reforça ganho salarial (Folha de SP) 19/03/2010 Dieese mostra que inflação baixa e volta da confiança elevaram número de reajustes acima da inflação VERENA FORNETTI DA REDAÇÃO A desaceleração da inflação e o crescimento da economia no segundo semestre de 2009 beneficiaram as negociações salariais feitas entre sindicatos e empresas a partir de julho e reverteram a tendência dos acordos e convenções coletivas observada no início de 2009, quando os trabalhadores tiveram ganhos menos favoráveis. Segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), 79,9% das 692 negociações monitoradas em 2009 obtiveram aumentos salariais acima da inflação. O número é melhor que o do ano anterior, quando o percentual registrado foi de 77,2%. O resultado é pior, porém, que o dos dois anos anteriores. Considerados os reajustes acima ou, pelo menos, iguais ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), do IBGE, o percentual alcança 92,6%. O economista Fábio Romão, da LCA Consultoria, afirma que a inflação mais baixa no ano passado favoreceu as negociações. "A inflação escorregou três pontos percentuais, na taxa anualizada, ao longo do ano passado", afirma. Com a inflação baixa, é mais fácil para os sindicatos igualar o índice de preço nos reajustes salariais. Por outro lado, a amplitude do reajuste foi afetada pela recessão econômica. Em pouco mais da metade das negociações, os aumentos reais -ou seja, acima da inflação- foram menores que 1%. Em 2007, ano que não sofreu influência da crise, ocorreu o inverso: em 48,5% dos acordos os reajustes reais variaram de 1% a 3%. O levantamento do Dieese também mostra que alguns setores ainda tiveram dificuldades para repor a inflação nas negociações coletivas. Na indústria urbana (que inclui setores ligados ao saneamento e à energia), 20,6% dos acordos não conseguiram sequer repor a inflação no ano passado. Perspectiva favorável José Silvestre, coordenador de relações sindicais do Dieese, afirma que a tendência positiva para as negociações salariais deve se repetir neste ano, caso a inflação se mantenha em patamar próximo ao de 2009. O economista da LCA acrescenta que, embora não haja perspectiva de desaceleração para a inflação neste ano, o que impulsiona os aumentos reais, a retomada da economia favorecerá os ganhos salariais acima da inflação neste ano. "Passaremos de uma retração do PIB de 0,2% em 2009 para um crescimento em torno de 5,8% em 2010. Sem dúvida será um ano favorável para os ganhos reais", diz Romão.

O Rio não é apenas um balneário (Folha de SP) 19/03/2010 CARLOS HEITOR CONY -------------------------------------------------------------------------------- A descoberta do pré-sal será a compensação para corrigir uma injustiça histórica -------------------------------------------------------------------------------- RETORNO HOJE ao assunto que abordei na crônica publicada na página 2 do último domingo: os royalties do pré-sal. Como se sabe, embora dependendo ainda da aprovação no Senado e da decisão do presidente da República, há uma onda que procura espoliar o Rio de Janeiro e o Espírito Santo dos benefícios advindos da grande reserva de petróleo que colocará o Brasil entre os gigantes da produção da fonte de energia que ainda é a maior de nossa atual civilização. O argumento brandido pelos que desejam espoliar os dois Estados potencialmente produtores é caviloso e anti-histórico. O subsolo do país pertence à União e não aos Estados. Nem sempre foi assim, nem no Brasil nem em outros países. Nos Estados Unidos, a corrida do ouro beneficiou primordialmente a Califórnia e os Estados produtores de petróleo. Evidente que a Federação teve seus ganhos, a grandeza de uma parte beneficia o todo. No Brasil também foi assim. Embora não seja um minério, o ciclo da borracha beneficiou enormemente a região amazônica, assim como o ciclo da cana beneficiou os Estados nordestinos que chegaram a criar uma civilização que Gilberto Freyre e José Lins do Rego denominaram como ciclo do açúcar, com os engenhos e as casas grandes criando uma civilização, que, apesar de contemplar apenas partes da nossa Federação, contribuíram para a economia nacional como um todo. O norte fluminense, considerado uma das regiões mais pobres do país, também conheceu decadência, sobretudo após a abolição da escravatura, que trouxe o abandono quase total da lavoura canavieira pela falta da mão de obra escrava.

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O exemplo mais notável dessa injustiça ocorreu em Minas, merecidamente chamada de "Gerais". Ali, o elemento econômico que gerou progresso e riqueza para o grande Estado foi o minério, o ciclo do ouro, dos diamantes e, sobretudo, do ferro. Ninguém pensou em tirar de Minas o que era de Minas, cujo ouro enriqueceu Portugal e Inglaterra e cujo ferro é ainda sustentáculo de seu progresso. Convém repetir que esse progresso estadual beneficiou o Brasil como um todo, mas a parte do leão ficou e continua amplificando a economia mineira. No início da nossa produção petrolífera, foi o Recôncavo Baiano o grande beneficiário da incipiente riqueza mineral. Com a descoberta do pré-sal, há um movimento que teve seu ponto alto na Câmara dos Deputados, no sentido de tornar a nova fonte de riqueza distribuída por todos os estados, como se o Rio e o Espírito Santo não fossem pedaços da própria União. Evidente que a nova riqueza dará ao Brasil um lugar de destaque entre os grandes produtores de petróleo do mundo, o benefício será geral, com distribuição de royalties de acordo com as necessidades locais. Mas a natureza, que privilegiou o Rio com a beleza natural que ninguém disputa nem contesta, mais uma vez o coloca em situação de recuperar o que perdeu com o abandono da lavoura da cana e do café. Durante o império, a província do Rio de Janeiro foi das mais ricas, entrando em decadência que ainda hoje é visível no norte fluminense. A descoberta do pré-sal será a compensação para corrigir uma injustiça histórica. Além do mais, a Federação será igualmente beneficiada, mas em escala que não pode nem deve provocar uma injustiça aos dois Estados em questão. O rombo que uma distribuição igualitária trará à economia dos dois Estados é fácil de prever. O governador Sérgio Cabral chegou às lágrimas ao saber que não terá recursos compatíveis para bancar os dois eventos mundiais marcados para o Rio: a Copa do Mundo de 2014 e, sobretudo, as Olimpíadas de 2016. Curioso é que tudo o que o Rio ganha de notável vem lá de fora, inclusive uma das sete maravilhas do mundo moderno. A depender daqui de dentro, o Rio se transformaria num balneário, numa cidade frívola, do Carnaval e do futebol. A grande oportunidade de se transformar num gigante econômico está sendo dada pela natureza e não pode ser tirada pela ganância ou pela inveja dos demais Estados da Federação.

Direito do Rio (Folha de SP) 19/03/2010 Editoriais [email protected] Mudança da regra para royalties do petróleo cria injustiças e esquece o principal, que é garantir o bom uso dos recursos DEZENAS DE milhares de pessoas marcharam anteontem pelo centro do Rio em protesto contra a emenda Ibsen Pinheiro, aprovada pela Câmara, que altera os critérios de rateio dos royalties do petróleo entre as unidades da Federação. O ato conciliou governo, opositores e opinião pública no repúdio à drástica subtração de receitas que a nova regra acarretaria para o Estado -uma perda estimada em mais de R$ 7 bilhões. O pagamento dessa taxa vinculada à extração de petróleo e gás foi introduzida pela lei que criou a Petrobras, em outubro de 1953. Estabeleceu-se na ocasião que Estados receberiam 4%, e municípios 1% sobre a lavra que se verificasse em seus territórios. Em 1985, o benefício foi estendido à exploração na plataforma continental -e outros entes, como a Marinha, passaram a fazer jus a uma parcela. Hoje, após mudanças que se seguiram à Constituição de 1988, a alíquota chegou a 10% e o número de contemplados aumentou. Os argumentos -melhores e piores- comumente usados para justificar o pagamento de royalties baseiam-se na ideia de compensação. Estados e municípios receberiam pela perda de um recurso natural finito; pelos eventuais problemas demográficos, ambientais e de infraestrutura derivados da exploração; e pelo fato de que as unidades produtoras não recolhem ICMS. Não há estudos suficientes a partir dos quais possam ser estimados os custos que deveriam ser cobertos. De um modo geral, prevalecem interesses políticos e capacidade de negociação na hora de estipular valores e introduzir novos contemplados. E aqui se avança no perigoso território da fonte "fácil" de riqueza -que muitas vezes mais atrapalha do que favorece o desenvolvimento dos países detentores de grandes reservas. Casos como os da Venezuela e de nações do Oriente Médio ilustram o problema, conhecido como "maldição do petróleo". O lamentável espetáculo encenado na Câmara, com parlamentares mais preocupados em amealhar recursos do que em debater o modelo para a exploração do pré-sal, foi um aperitivo do que poderá acontecer no futuro caso a questão não seja encarada com a devida prudência. É de esperar que o Senado atue com equilíbrio e corrija os equívocos cometidos. Não é aceitável suprimir as receitas a que hoje têm direito Estados como Rio e Espírito Santo. Há mais de uma fórmula para resolver a questão. Pode-se manter a regra em vigor para a plataforma continental e criar novos critérios para o pré-sal. Ou, como sugerem os governadores do Ceará e de Pernambuco, assegurar os recursos hoje recebidos até que os royalties do pré-sal, segundo novas regras, alcancem o mesmo patamar.

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Mais importante, porém, é definir parâmetros para a gestão e o investimento dos recursos. Não faz sentido, por exemplo, que o dinheiro proveniente de royalties possa ser usado para inchar despesas públicas em vez de ser aplicado em áreas prioritárias, como a infraestrutura. GÁS 1

Investigação aponta cartel no Nordeste (Folha de SP) 19/03/2010 DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR Operação conjunta da Polícia Federal, da Secretaria de Direito Econômico e do Ministério Público da Paraíba apontou suposto cartel na venda de gás de cozinha no Nordeste. Das empresas atingidas, a Nacional Gás Butano, SHV e Copagaz informaram que só vão se manifestar após terem acesso ao processo. A Liquigás informou que "está acompanhando o andamento das investigações". A reportagem não teve resposta da Ultragaz. (MATHEUS MAGENTA)

Até a PF teve prédio erguido por acerto de empreiteiras (Folha de SP) 19/03/2010 Inquérito constata que construtoras burlaram concorrência para a sede do INC Empresa que abandonou a licitação para fazer a obra confirmou ter feito acerto "por fora" com a Gautama, que venceu a concorrência LEONARDO SOUZA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA RENATA LO PRETE EDITORA DO PAINEL O esquema usado por empreiteiras para driblar os processos de licitação e repartir contratos públicos "por fora" não poupou nem a obra do prédio onde trabalham os peritos da Polícia Federal que investigam os "consórcios paralelos". Auditoria do governo federal e inquérito da PF constataram que quatro construtoras fizeram um pacto a fim de burlar a concorrência para a construção da nova sede do Instituto Nacional de Criminalística. Os peritos do INC são justamente aqueles que analisaram os documentos apreendidos em quatro operações policiais (Castelo de Areia, Caixa Preta, Aquarela e Faktor -ex-Boi Barrica) e verificaram que, em todo o país, as empreiteiras fecham previamente acordos à margem das licitações para dividir a execução das obras e os respectivos pagamentos. Os "consórcios paralelos" foram motivo de série de reportagens da Folha nesta semana. No caso do prédio do INC, obra iniciada em 2002 e concluída em 2005, as empresas fraudadoras da licitação colocaram em contrato as cláusulas do acerto, no qual detalharam toda a divisão "por fora". O acordo veio à tona porque a empreiteira que venceu a concorrência, a Gautama, deu um calote nas demais, o que levou uma das "prejudicadas", a construtora Atlanta, a entrar com uma ação na Justiça para fazer valer o esquema paralelo. O protesto da Atlanta, porém, saiu pela culatra: ela não só perdeu a ação, como a Justiça ainda encaminhou a documentação à PF, que abriu um inquérito sobre o caso. A Folha obteve cópia desses papéis, que posteriormente chegaram à Controladoria-Geral da União. Em 2008, o Ministério Público Federal já suspeitava da existência de um "consórcio paralelo" por trás das obras do INC. Na época, entrou com uma ação para anular o contrato entre a Gautama e a PF, pedindo a devolução de R$ 20,7 milhões aos cofres públicos. Mas foi só em setembro de 2009 que a CGU concluiu o processo administrativo comprovador da fraude. As quatro empresas envolvidas no con- luio (Gautama, Atlanta, Habra e Vértice) foram declaradas inidôneas. Não podem participar de concorrências públicas por, no mínimo, dois anos. A Gautama tornou-se nacionalmente conhecida em 2007 como alvo da PF na Operação Navalha, que apontou superfaturamento e desvio de dinheiro público em obras espalhadas pelo país. O dono, Zuleido Veras, chegou a ser preso. O edital para a construção do prédio do INC, localizado ao lado da Superintendência da PF no Distrito Federal, foi lançado em outubro de 2001. Dias depois, naquele mesmo mês, as quatro empreiteiras assinaram um "protocolo de intenções" pelo qual estabeleciam que, caso a Gautama ganhasse a concorrência, a execução da obra e os pagamentos seriam divididos assim: a Gautama ficaria com 67% do empreendimento, e as demais, com 11% cada uma. Em 6 de dezembro, a Gautama assinou o contrato com a PF.

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Na ação protocolada em março de 2004 na Justiça, a Atlanta reconheceu que, uma vez fechado o acordo clandestino, abandonou a concorrência para facilitar o caminho da Gautama: "Feito tal ajuste, declinou a autora de participar diretamente da licitação, posto estarem acertadas na execução compartilhada da obra, caso fosse a ré a vencedora do certame, como tudo indicava, e efetivamente veio a ocorrer", escreveu a empreiteira, que pedia indenização de R$ 278 mil pelo descumprimento do acerto. "Apesar da aparência de legalidade conferida pelo nome de "protocolo de intenções", o que as citadas empresas acordaram foi a prática de um ilícito destinado a fraudar o caráter competitivo do certame", escreveram os auditores da CGU. Segundo eles, as quatro empreiteiras infringiram a Lei de Licitações. A concorrência para o INC não permitia a formação de consórcios, o que tornou a irregularidade mais óbvia. O escândalo dos "consórcios paralelos" já levou à malha fina da PF e das polícias estaduais grandes empreiteiras do país e obras importantes como os metrôs de Rio, Brasília, Fortaleza, Salvador e Porto Alegre e a BR-101. As investigações, porém, foram bloqueadas pelo Superior Tribunal de Justiça.

Energia nuclear volta à tona (O Estado de SP) 19/03/2010 Washington Novaes - O Estadao de S.Paulo As questões referentes a formatos de energia, já no centro das discussões quando o tema são mudanças climáticas, também por isso alimentam algumas das mais complexas polêmicas de hoje - principalmente a da energia nuclear. E o combustível mais inflamável dessa polêmica é o mais recente livro de James Lovelock, "pai" da "Teoria Gaia", que entende o universo como um organismo vivo. Lovelock, que já foi adversário acirrado da energia nuclear, agora pensa (Gaia: Alerta Final, Editora Intrínseca, 2010) que não há tempo para esperar outro formato eficaz de redução nas emissões de poluentes, a não ser a energia nuclear. Considera pequenos os riscos de acidentes na operação (no pior desastre, Chernobyl, morreram 70 pessoas, diz). Quanto à falta de destinação para os perigosos resíduos das usinas, afirma que o lixo nuclear de uma geradora de mil MW "cabe num táxi", e terá sua radioatividade comparável à do urânio natural em 600 anos. Mas ressalva que não considera a energia nuclear a melhor opção para o Brasil, que tem feito "um bom trabalho com hidrelétricas"; só para países populosos com restrições de espaço. Seja como for, há uma ofensiva no mundo em favor da energia nuclear. Mas também surgem estudos - até estritamente econômicos - para apontar seus problemas e sua inviabilidade. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica, hoje há 53 usinas nucleares em construção no mundo, para gerar 47.223 MW até 2017. Elas se somarão às 436 em operação, com 370.304 MW, que correspondem a 17% da energia total. A elas se devem juntar mais 135 em fase de planejamento (148 mil MW), que elevarão a potência instalada em 50%. China (16 usinas), Grã-Bretanha (10), Rússia (9), Índia e Coreia do Sul (6 cada), Bulgária, Ucrânia, Eslováquia, Japão e Taiwan (2 cada) são os países com maior número de projetos (O Globo, 25/1). Mas nos EUA, com mais uma usina em construção (já tem 104, ou 19% da energia total), o presidente Barack Obama anunciou em fevereiro medidas que estimularão esse setor. Ao todo, US$ 54,5 bilhões para várias usinas - embora haja muitas controvérsias internas, já que não há destinação final para resíduos, que continuam armazenados em "piscinas" nas próprias geradoras (o depósito "final" em implantação sob a Serra Nevada continua embargado pela Justiça). Os Emirados Árabes Unidos tocam seu projeto, assim como a Argentina, a Finlândia, a França, o Irã, a Indonésia. Na Itália, que renunciou à energia nuclear em 1987, o primeiro-ministro Silvio Berlusconi está oferecendo incentivos financeiros a municípios que aceitem novas usinas. O argumento central é o de que a Itália importa 85% da energia que consome. Por aqui, o presidente da República e a ministra Dilma Rousseff continuam a defender novas usinas, além de Angra 3, que já teve licença prévia do Ministério do Meio Ambiente. Seu argumento principal é de que sem elas teremos problemas de abastecimento de energia, por causa das "dificuldades ambientais" no licenciamento de hidrelétricas. Só não se sabe ainda onde serão e quantas (fala-se de 4 a 8). Mas isso não elimina polêmicas. Ainda por ocasião dos mais recentes deslizamentos de terra e mortes que levaram à interdição da BR-101 perto de Angra dos Reis, o prefeito dessa cidade pediu o fechamento de Angra 1 e 2, argumentando que não haveria como evacuar a população se um deslizamento ameaçasse uma das usinas. Não foi atendido. E num recente programa Roda Viva, na TV Cultura de São Paulo, o professor Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que será o coordenador da política científica brasileira na área do clima, ao comentar números sobre a elevação do nível do mar no litoral fluminense, respondeu que se deveria ter muito cuidado no licenciamento de Angra 3, tendo em vista essa questão e os depósitos de lixo nuclear nas duas usinas já em funcionamento. Mas a questão da segurança não é a única polêmica. Na Europa, nova discussão está em curso, após a divulgação (IPS/Envolverde, 27/2) de estudo do Citibank, sobre riscos tecnológicos e financeiros dos projetos nucleares. Diz ele - New Nuclear - the economics say no - que esses riscos são tão altos que "podem derrubar financeiramente as maiores empresas de serviços públicos. Uma usina de mil MW, afirma, pode custar US$ 7,6 bilhões e levar 20 anos para dar lucro - impraticável para empresas.

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Entre nós, as notícias sobre investimentos no setor de energia ainda não contabilizam futuros projetos na área - a não ser Angra 3. Segundo o BNDES (Estado, 28/2), os novos projetos de geração, transmissão e distribuição de energia no País absorverão 33,6% dos R$ 274 bilhões que serão investidos na infraestrutura em quatro anos. Aí se incluem R$ 20 bilhões para as usinas do Rio Madeira, R$ 8 bilhões para Belo Monte e R$ 8 bilhões para usinas eólicas. Mas a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia afirma (Agência Estado, 28/2) que as tarifas no setor no Brasil só perdem para as da Alemanha; as residenciais são mais altas que as da Noruega (US$ 184 por MWh ante US$ 48), enquanto as industriais aqui chegam a US$ 138 por MWh, ante US$ 68 no Canadá. Outra polêmica entre nós está no licenciamento e na implantação de usinas termoelétricas muito poluentes, também com o argumento de que é preciso tê-las de reserva, para a hipótese de a oferta de energia não ser ampliada. O BNDES em 2009 financiou R$ 2,6 bilhões para projetos nessa área, mais de metade do total destinado ao setor elétrico, contemplando projetos de 30 mil MW de energia térmica para serem implantados até 2030. (Folha de S.Paulo, 20/12/2009). E tudo continuará nesse terreno da polêmica enquanto o governo federal não se dispuser a debater com a sociedade nosso modelo de energia. Uma boa oportunidade poderá ser o novo Plano Decenal de Energia, cuja discussão, em princípio, está programada para as próximas semanas. JORNALISTA. E-MAIL: [email protected]

Usina de Belo Monte vai a leilão em 20 de abril e deve custar R$ 19 bilhões (O Estado de SP) 19/03/2010 Edital da licitação da hidrelétrica do Rio Xingu foi aprovado ontem pela Aneel, com preço-teto fixado em R$ 83 por megawatt-hora Leonardo Goy - O Estadao de S.Paulo BRASÍLIA Depois de muita polêmica e seguidos adiamentos, o leilão de concessão da Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), finalmente tem uma data formal: dia 20 de abril. É o que consta do edital da licitação, aprovado ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O leilão da usina de 11,2 mil megawatts será realizado na sede da agência, em Brasília. Os investidores interessados em participar do leilão poderão fazer sua inscrição, pela internet, nos dias 13 e 14 de abril. Ao aprovar o edital, a Aneel formalizou que o preço-teto da energia da usina ficou em R$ 83 por megawatt-hora (MWh). A agência também confirmou determinação do Ministério de Minas e Energia prevendo que o porcentual de energia que será vendido às distribuidoras (o chamado mercado cativo) será de no mínimo 90%, se não houver no consórcio vencedor um autoprodutor (grande empresa que investe na geração de energia para consumo próprio). Caso haja a participação de grandes consumidores, o porcentual mínimo que deve ser destinado ao mercado cativo cai para 70%. Os 30% restantes poderão então ser negociados no mercado livre, mas, desses, um terço se destinará aos grandes consumidores sócios do empreendimento. Proibição. A Aneel, porém, negou o pedido dos autoprodutores de energia elétrica para que o grupo vencedor do leilão de Belo Monte pudesse formar, posteriormente, duas sociedades de propósito específico (SPE) para administrar a usina. Os autoprodutores alegavam que assim teriam vantagens tributárias. A ideia era fazer com que uma das empresas reunisse apenas os sócios interessados em vender energia para os distribuidores e a outra reuniria os autoprodutores - as empresas que investirão em Belo Monte para obter energia para si próprias. Na modelagem aprovada pela Aneel, a usina será gerida por apenas uma SPE. O diretor da Agência Romeu Rufino, relator do processo, ponderou que os sócios do consórcio vencedor podem fazer outros tipos de arranjos societários, como, por exemplo, criar duas SPEs distintas, que deteriam o controle de uma terceira SPE que teria a concessão da usina.

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Romeu Rufino destacou que a principal diferença entre a modelagem do leilão de Belo Monte e a do leilão das usinas do Rio Madeira, em Rondônia, é justamente o estímulo para que grandes consumidores de energia possam entrar como sócios no projeto a fim de obter energia para suas próprias instalações. Mudanças. No edital aprovado ontem, a Aneel reduziu a garantia de fiel cumprimento a ser depositada pelo vencedor do leilão da usina. Inicialmente, estava previsto que o depósito deveria ser equivalente a 7,5% do valor estimado da obra. A agência reduziu a exigência para 5,5%. Como a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que a usina custará R$ 19 bilhões, a garantia caiu de R$ 1,425 bilhão para R$ 1,045 bilhão. A garantia de fiel cumprimento é aquela que assegura que o vencedor da licitação vai mesmo construir a usina. Para evitar que no caso de Belo Monte se repitam os questionamentos ocorridos após o leilão da Usina de Jirau - quando o consórcio vencedor da usina anunciou que construiria a barragem a 9 quilômetros de distância do local inicialmente previsto -, desta vez o edital deixará claro que o local de construção da usina será designado apenas como "coordenadas de referência", segundo explicou um técnico. O governo ainda precisa definir também como se dará a participação da Eletrobrás no leilão. O grupo estatal poderá entrar na disputa de duas maneiras. Na primeira hipótese, seria repetido o esquema adotado nos leilões das usinas do Madeira: as subsidiárias da Eletrobrás se dividiriam e se associariam cada uma a um consórcio inscrito para participar da disputa. No outro modelo, a Eletrobrás ficaria de fora do leilão e se associaria ao consórcio vencedor, seja ele qual for. FICHA TÉCNICA Leilão da polêmica concessão da Hidrelétrica de Belo Monte será em 20 de abril Valor da obra R$ 19 bilhões Preço-teto da energia R$ 83 por MWh Critério do leilão vence quem se propuser a vender energia pelo menor preço Prazo do contrato 30 anos Início do suprimento 2016 Potência da usina 11,2 mil MW

Suez começa a discutir parcerias para participar do leilão da usina (O Estado de SP) 19/03/2010 Grupo franco-belga ainda não teria se decidido a entrar na disputa, mas intenção é avançar nas negociações David Friedlander - O Estadao de S.Paulo O grupo franco-belga Suez, maior gerador privado de energia do País, começou a discutir com outros interessados em Belo Monte a possibilidade de entrar no leilão. Executivos dos dois consórcios já formados para a disputa ? um liderado pela Camargo Corrêa e pela Odebrecht, e outro reunido em torno da Andrade Gutierrez ? afirmaram ao Estado que o movimento é recente. Segundo eles, os representantes da Suez Energia Renovável disseram que o grupo ainda não decidiu se entra ou não na disputa, mas a intenção é deixar as negociações amarradas, caso a matriz decida entrar no leilão. De acordo com os mesmos executivos, a direção do grupo Suez no Brasil seria favorável à participação no projeto e aguardava a publicação do edital de concorrência para discutir o assunto com o comando mundial da empresa. Eles estudam o projeto há muito tempo e montaram uma sala com dezenas de pessoas só para isso na sede brasileira do grupo, no Rio de Janeiro. O Suez já iniciou contato também com fornecedores de equipamento e firmas de projeto. No plano político, a participação da Suez é uma das esperanças do governo federal para aumentar a competição por Belo Monte. O Planalto queria que o grupo liderasse um novo consórcio, para aumentar a disputa com os outros dois que já se apresentaram. Procurada, a direção da Suez afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que avalia Belo Monte protocolarmente, como faria com qualquer projeto relevante. Dono da Tractebel no Brasil, o grupo Suez é um dos parceiros mais cobiçados pelos consórcios de Belo Monte. Os outros são o grupo Gerdau e a indústria de alumínio Alcoa, que também vêm discutindo sua possível participação num dos consórcios.

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O grupo liderado pela Camargo e pela Odebrecht, que já tem o fundo de pensão Funcef (dos funcionários da Caixa Econômica Federal) e o FI FGTS, fundo que usa recursos do Fundo de Garantia, deverá engordar com a participação da CPFL e talvez da Braskem. A primeira é controlada pela Camargo e a segunda pertence à Odebrecht. O consórcio liderado pela Andrade Gutierrez já tem a Vale, a Votorantim e a Neoenergia, e discute a entrada de novos parceiros. "Poderemos ter novos parceiros, sim. Estamos abertos a parceiros que agreguem", diz um dos principais executivos desse grupo. No Brasil desde 1998, a Suez Energia faturou cerca de R$ 3,6 bilhões no ano passado. Tem 19 hidrelétricas em operação e outras 4 em construção. Entre elas, a usina de Jirau, no Rio Madeira, num consórcio liderado por ela, que tem a participação da Camargo Corrêa. De acordo com empresários do setor, a Suez Energia tem um perfil bastante agressivo. Há anos, ela e a Camargo travaram uma disputa ferrenha contra a Odebrecht, por causa das usinas do Rio Madeira. Seus próximos lances, por isso, são aguardados com ansiedade.

OSX capta R$ 2,8 bilhões em IPO (O Estado de SP) 19/03/2010 Mercado de capitais. Mesmo após mudanças na oferta, empresa do grupo de Eike Batista não atingiu o limite máximo previsto para a captação, que era de R$ 3,3 bilhões; para analistas, 'fracasso' pode afetar planos de abertura de capital da holding EBX Vinícius Pinheiro - O Estadao de S.Paulo A captação final na oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da OSX, empresa de serviços para a indústria de petróleo controlada pelo empresário Eike Batista, ficou ainda abaixo do máximo previsto pela empresa, mesmo após as mudanças na operação. Dos R$ 3,3 bilhões que a oferta poderia alcançar, foram captados R$ 2,817 bilhões, segundo dados encaminhados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A previsão inicial da empresa era captar até R$ 9,9 bilhões. Esse fraco apetite do mercado na oferta pode levar ao adiamento da abertura de capital da EBX, holding que concentra as empresas do grupo e está avaliada em mais de R$ 50 bilhões. A operação era aguardada ainda para o primeiro semestre deste ano. De acordo com fontes de mercado, a abertura de capital da EBX seria uma forma de os investidores participarem de todos os projetos de Eike por meio de uma única empresa listada em bolsa. Além da OSX, cujas ações estreiam na bolsa na segunda-feira, o grupo de Eike controla outras quatro empresas que possuem ações negociadas na BM&FBovespa: a MMX Mineração, a OGX Petróleo, a MPX Energia e a LLX Logística. Em valor de mercado, estima-se que a EBX seja o terceiro maior grupo privado não financeiro do País. A ideia era que o IPO da holding saísse por um valor abaixo da soma das partes que a compõem, ou seja, uma forma de comprar as empresas com desconto. "Mas, agora que os investidores mostraram que não estão dispostos a ser sócios dos projetos do Eike a qualquer preço, faria sentido dar uma segurada no IPO da EBX", avalia uma fonte. Caso opte por adiar a operação, a abertura de capital da holding deve ficar para 2011, já que o segundo semestre deste ano será marcado por eventos como as eleições, que costumam trazer maior instabilidade ao mercado, e pode contar ainda com a megacapitalização da Petrobrás, que deverá drenar a maior parte dos recursos disponíveis no mercado. Procurada, a EBX disse apenas que nunca divulgou oficialmente a possibilidade de fazer a oferta na Bovespa. Sem excesso. Com as mudanças feitas pela OSX em sua oferta - como a mudança do valor mínimo da ação de R$ 1.000 para R$ 800 -, havia a expectativa no mercado de que o IPO chegasse aos R$ 3,3 bilhões. Mas o lote adicional, quando há excesso de demanda, não foi registrado. O preço final ficou mesmo em R$ 800 por ação. A oferta foi destinada apenas a investidores qualificados - que possuem pelo menos R$ 300 mil para investir. Com o adiamento no cronograma da operação após a mudança nas condições, as pessoas físicas que reservaram ações da OSX ganharam prazo até terça-feira para desistir do negócio. Como os papéis estreiam na bolsa um dia antes, eles terão uma rara vantagem de poder comprar por um preço mais baixo, caso a ação suba no pregão, ou desistir da reserva se os papéis caírem.

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No pregão de ontem, as ações das empresas de Eike Batista fecharam em queda. Segundo fontes de mercado, investidores que participaram do IPO venderam parte dos papéis que detêm das demais empresas do grupo para pagar pelas ações da OSX. Com a entrada da OSX, o grupo EBX passa a ter cinco diferentes empresas listadas em bolsa. Duas delas, a MMX e a MPX, não estão sendo vistas pelo mercado como no seu melhor momento. Na última sexta-feira, a mineradora MMX divulgou seu balanço do quarto trimestre, que veio com dados financeiros e operacionais ruins. Na segunda-feira, a empresa explicou que teve de aumentar gastos para melhorar a produção das minas do Sistema Sudeste, que não operou em sua capacidade máxima. A MPX, por sua vez, que chegou a anunciar esta semana investimentos de US$ 1,9 bilhão para produzir carvão mineral na Colômbia, tem sido vista com desconfiança por alguns investidores. Eles acreditam que a empresa está mudando seu foco inicial - a energia -, pois não estaria obtendo os resultados desejados. OS MAIORES IPOS Santander Brasil R$ 14,10 bilhões (outubro/2009) Cielo R$ 8,39 bilhões (junho/2009) OGX Petróleo R$ 6,71 bilhões (junho/2008) Bovespa Holding R$ 6,62 bilhões (outubro/2007) BM&F R$ 5,98 bilhões (novembro/2007) Redecard R$ 4,64 bilhões (Julho/2007) OSX Brasil R$ 2,62 bilhões (março/2010) Colaborou Débora Thomé Tendência: Três maiores grupos detêm cerca de 35% do mercado

Consolidação entra na rota das maiores distribuidoras (Valor Econômico) 19/03/2010 Vladimir Goitia, para o Valor, de São Paulo Wilson Ferreira Júnior: maiores empresas não só têm boas possibilidades de expansão como estão fortes o suficiente para negociar com potenciais alvos A necessidade de reduzir custos e a ampliação de mercados deve provocar nos próximos meses um forte processo de consolidação entre empresas de distribuição de energia no país. Ao contrário do início da década de 2000, quando o nível de endividamento das grandes companhias do setor e a cotação do dólar foram os principais empecilhos para esse movimento, uma nova oportunidade para criar estruturas verticais não deve ser desperdiçada. A concentração será fator chave para assegurar o fornecimento de energia e a sustentabilidade do crescimento econômico, de acordo com consultores e analistas de bancos de investimento. Mas eles não esperam apenas operações isoladas. Por exemplo, uma eventual fusão entre a CPFL Energia e a Neoenergia deve fazer com que as portas de outros movimentos nessa direção sejam abertas, dando início a uma recomposição do setor energético do país.

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Wilson Ferreira Júnior, presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), e principal executivo da CPFL, explica que os três maiores grupos energéticos nacionais (CPFL, Cemig e AES Eletropaulo) detêm não mais de 35% do mercado de distribuição. No exterior, as maiores companhias têm em suas mãos mais de 65% do market share. Isso quer dizer que, na opinião dele, as maiores empresas do setor no Brasil não só têm boas possibilidades de expansão como estão fortes o suficiente para negociar com potenciais alvos. Além disso, o governo federal, que trabalha para fortalecer e internacionalizar as empresas desse segmento - principalmente a Eletrobrás - será peça fundamental nesse processo, ainda segundo especialistas. Recentemente, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, declarou que é de interesse do país ter investidores comprometidos com estratégias proativas para a criação de novas unidades geradoras, além de transmissão e distribuição, tanto aqui como lá fora. Ferreira lembra que há outro fator relevante que, indiscutivelmente, obrigará a recomposição do setor no país: a regulação do mercado, cuja revisão de tarifas reduziu expressivamente as margens das empresas. "A contrapartida (para enfrentar essa questão) está relacionada à escala dos negócios. Sua busca é hoje elemento importante para ser um vencedor nesse segmento", diz. "Só a consolidação é capaz de, a longo prazo, criar empresas mais eficientes e que possam produzir e distribuir energia com maior qualidade." O executivo avalia ainda que, num setor estratégico como o de energia, "seria adequado" esperar do governo um comportamento similar concedido a outras áreas. "Embora tenha participação relevante em companhias do setor energético, o BNDES não deixaria de financiar a incorporação, por exemplo, de uma Neoenergia ou de uma Brasiliana pela CPFL", afirma um especialista do setor. Mas não é só a CPFL que vem ganhando musculatura e poder financeiro para realizar investimentos, comenta esta fonte. Daí a "efervescência" do setor de distribuição - que conta com 64 empresas ao todo. Embora as companhias não confirmem, algumas operações parecem estar em curso: além da possível compra da Neoenergia pela CPFL, a aquisição da Ampla Energia - hoje nas mãos da espanhola Endesa - pela Cemig é outra operação esperada pelos especialistas. A estatal mineira avança também na direção de adquirir a Plena Transmissoras, transação com a qual superaria em tamanho (na área de transmissão) a CPFL, ficando atrás apenas da Eletrobrás. Não se descarta ainda que grupos estrangeiros no Brasil se vejam forçados a vender seus ativos para ajustar a situação financeira de suas matrizes, que foram afetadas com a crise financeira. É o caso da americana AES. Devido às incertezas de suas operações aqui, de acordo com informações que correm no mercado, a multinacional americana pode desfazer-se de seus ativos no país. Sua holding, a Brasiliana, controla a Eletropaulo, a AES Sul e a AES Tietê. Outra disputa acirrada poderá também ocorrer no mercado de Santa Catarina. A Copel informou ao Valor que a Celesc está na sua mira, mesmo sem ter certeza se a companhia de Santa Catarina será privatizada ou se os acionistas minoritários sairão da empresa. O certo é que o presidente da Copel, Rubens Ghilardi, declarou que pretende comprar a Celesc, já que, mesmo com forte caixa e bons índices de liquidez, a estatal paranaense não realizou grandes negócios nos últimos anos. Não é só a Copel que quer controlar Celesc. A Cemig também, cujo interesse não se resume apenas à Ampla, que atende mais de 2 milhões de consumidores no interior do Rio de Janeiro, mas se estende à Companhia Energética do Ceará (Coelce), que também é controlada pela Endesa. Consultores avaliam que a companhia mineira busca ser acionista minoritária em todos os seus alvos devido às suas "amarras", por ser estatal. Na que isso seja um problema, porém, a explicação é evitar uma "caracterização de "reestatização" de áreas que o governo federal considera estratégicas. Mas os analistas não descartam a possibilidade de a compra da Ampla, por exemplo, ser feita por meio da Light, que, agora, deve ser o veículo de aquisições da Cemig. Nesse vaivém de notícias nas últimas semanas, a Itaú Corretora traça três cenários possíveis para essa operação. Primeiro, a Cemig comprando 49% da Ampla. Depois, a companhia mineira adquirindo 49% da Endesa Brasil. Finalmente, a Light absorvendo 49% da Ampla. Os três cenários têm como base valores patrimoniais para a Ampla e Endesa Brasil de R$ 4,1 bilhões (EV/RAB líquido implícito de 1,8 vezes) e de R$ 8,5 bilhões, respectivamente.

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De acordo com analistas da corretora, a maior deterioração em termos de EV/Ebitda ocorreria no caso de a Light comprar 49% da Ampla. Nesse cenário, o EV/Ebitda da companhia poderia se ampliar em 22%, de 6,8 vezes para 8,3 vezes. "Já os dois cenários para a Cemig são bastante similares em termos de EV/Ebitda, que aumentaria em apenas 7%, quando o alvo é a Ampla, e em 8%, quando o alvo é a Endesa Brasil", avaliam os analistas da Itaú Corretora. Eles lembram ainda que essas aquisições podem ser totalmente financiadas por meio de dívidas, porém a possibilidade da emissão de ações não está descartada. Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), também avalia que a consolidação do setor está em curso, um processo, na opinião dele, "inexorável em economias maduras". Mas, em tom crítico, ele diz que esse movimento vem ocorrendo graças a uma combinação de recursos de fundos de pensão e de grandes empreiteiras (Camargo Correa, Andrade Gutierrez e Odebrecht). "O governo usa os fundos de pensão como se fossem estatais. Daí a minha preocupação, já que o setor de energia pode criar um perfil onde o Estado estará presente como empreendedor e investidor, e não como fiscalizador", afirma Pires. De acordo com ele, esse processo não vem sendo acompanhado de uma contrapartida, como o fortalecimento e aprimoramento dos órgãos reguladores, de fiscalização e de defesa da concorrência.

CPFL planeja triplicar capacidade de geração (Valor Econômico) 19/03/2010 De São Paulo A CPFL Energia, a maior distribuidora de energia do Brasil, com quase 14% do mercado em São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais, está preparada para comprar companhias de distribuição e promover a consolidação do setor no país. É o que afirma Wilson Ferreira Junior, presidente da companhia. "Faremos as devidas aquisições na medida em que apareçam oportunidades", disse no momento em que comentou os resultados da empresa no quarto trimestre de 2009. "Somos um grande consolidador." Na mira da CPFL estão a Neoenergia (Coelba, Cosern e Celpe), algumas das controladas da americana AES - como a Eletropaulo - e a Bandeirante Energia, do grupo português EDP. Uma das principais razões para a necessidade de consolidação do setor, segundo a CPFL, é que as 64 distribuidoras passarão pelo terceiro ciclo de revisão tarifária, razão pela qual precisariam de escala para compensar a perda nas margens e aumentar a competitividade. No ano passado, a CPFL tentou adquirir a Elektro, sua vizinha na região de Campinas (SP), mas os donos decidiram fazer uma oferta pública inicial de ações nos EUA. Depois dessa tentativa, a Neoenergia parece ser o caminho mais certo, pelo menos na visão da Previ e da Camargo Corrêa, controladoras da companhia paulista. Marcos Severine, da Itaú Corretora, avalia alguns cenários prováveis para a companhia paulista: 1) a aquisição da Elektro; 2) a fusão com a Neoenergia; 3) a troca de ativos com a EDP, envolvendo suas duas distribuidoras (Bandeirante e Escelsa), e os de geração da CPFL; e 4) a aquisição da Eletropaulo. Segundo o analista, esses cenários podem representar uma oportunidade de crescimento significativo no segmento de distribuição, mas alerta que o preço pode não compensar o risco, principalmente depois de um forte desempenho das ações da companhia nos últimos três meses. Daí a recomendação market perform, com um viés mais negativo para o curto prazo. Severine lembra que, às vésperas do início do terceiro ciclo de revisão tarifária promovida pelo governo federal - as consultas públicas começam no segundo semestre -, o mercado pode não receber muito bem a notícia de uma eventual aquisição por parte da CPFL. Espera-se que a Aneel revise para abaixo o custo médio ponderado do capital (WACC, que representa a taxa de financiamento) regulatório em pelo menos 150 pontos base, assim como deve revisar as bases de ativos regulatórios das empresas. O analista da Itaú Corretora avalia ainda que uma eventual reação negativa do mercado a uma aquisição que necessitaria de aumento de capital ampliaria a diluição dos minoritários e tornaria a transação mais cara. A CPFL avalia, por sua vez, que tem condições de dobrar de tamanho e triplicar sua capacidade de geração. Para isso, contaria com capacidade financeira suficiente. A empresa informou que pode vender ações e pedir novos empréstimos. A ideia é ampliar seu market share para 25%. Durante a teleconferência de apresentação dos resultados da companhia

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paulista, Ferreira afirmou ainda que CPFL está com cerca de 2,6 mil novos contratos de distribuição, além de outros empreendimentos na área de produção de energia eólica, que vão permitir, ainda este ano, aumentar essa parcela. Nesse segmento, os parques da empresa no Rio Grande do Norte começarão a ser construídos em agosto deste ano. Já o início das operações está previsto para julho de 2012. Ferreira informou que a companhia investirá R$ 1,7 bilhão no decorrer deste ano, 31% a mais do que o aplicado em 2009. (V.G.) Indústria: Grandes empresas apostam na expansão de parques eólicos

Aumenta a produção de aerogeradores no Brasil (Valor Econômico) 19/03/2010 De São Paulo Além dos 38 parques eólicos existentes, mais 40 serão construídos A energia eólica vem conquistando espaço no Brasil, em trajetória cuja consequência se materializa no crescimento da indústria do setor. Pelos dados divulgados recentemente pelo Conselho Global de Energia Eólica (Global Wind Energy Council, na sigla em inglês), para quem a capacidade de geração de energia dos ventos, no Brasil, cresceu 77,7% em 2009 frente a 2008. O país passou a ter capacidade instalada de 606 MW contra os 341 MW de 2008. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a atual capacidade instalada dos 38 parques eólicos em operação chega a 709 MW, ou 0,6% da energia produzida no mercado interno. Outros nove parques eólicos estão em construção, cuja capacidade prevista de geração de energia é de 154 MW. Além disso, estão outorgados outros 40 parques, que não começaram a ser construídos e devem gerar 2.051 MW. "Em 2010, vamos ter um acréscimo de 1.254 MW de energia eólica, que virão de projetos do Proinfa. No leilão passado, foram aprovados 61 projetos, com capacidade de geração de 1805,7 MW, cujos prazos para iniciar a operação se diluem por 2012. Daqui a dois anos, vamos ter um aumento de 3 mil megawatts de geração de energia eólica", diz Pedro Perrelli, diretor da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). Com a expansão dos parques eólicos, há o crescimento da indústria do segmento. "No leilão passado, sete empresas internacionais e presentes em nosso mercado tiveram ganhos e vão poder impulsionar investimentos", diz. As indústrias a que ele se refere são a General Eletric (GE), Siemens, Alstom, Suzlon, Vestas, Impsa e Wobben, que oferecem bens e serviços e investem em parques eólicos. A alemã Wobben, com duas fábricas de aerogeradores, é especializada em projetar, instalar, operar e prestar serviços de assistência técnica às usinas. Depois de ter destinado produtos para o mercado externo e para 16 usinas internas, a empresa tem capacidade para produzir, por ano, equipamentos que garantam até 500 MW. Além disso, saiu do leilão passado com 500 MW contratados. "Alguns vencedores saíram do leilão sem ter empresa contratada para lhes fornecer produtos e serviços. Estamos prontos para atender esses investidores e os próximos, que serão conhecidos em junho, no próximo leilão", diz Eduardo Leonelli, superintendente de vendas da Wobben. A alemã Fuhrländer constrói uma fábrica de aerogeradores em Pecém (CE), no valor de R$ 40 milhões. Prevista para entrar em operação em 2011, a fábrica terá condição para produzir, anualmente, 240 aerogeradores, cada um com capacidade de 2,5 MW. ""É a nossa primeira fábrica no continente americano. Vamos atender ao Brasil e outros países das três Américas", diz Bastian Fenner, gerente.

Chineses disputam contrato da CPTM (Valor Econômico) 19/03/2010 De São Paulo A China North Railway (CNR), estatal chinesa produtora de equipamento ferroviário, começou a preocupar os fornecedores locais desde que levou, no início de 2009, a licitação para o fornecimento de 30 trens para o metrô do Rio de Janeiro, por US$ 163 milhões. O preço foi considerado imbatível, e a concorrência reclamou que a licitação não estabeleceu nenhuma preferência à produção nacional - o equipamento chinês é importado.

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Em São Paulo, contudo, a história está sendo diferente. A CNR entrou este ano na disputa pelo fornecimento de 9 trens para a CPTM, mas pelo critério de preço o primeiro colocado foi a Alstom, que, segundo a concorrência, jogou os preços para baixo para enfrentar os orientais. A CNR ficou em segundo lugar e, em terceiro, a CAF. O resultado oficial deve ser divulgado em abril. Segundo Agenor Marinho, diretor-geral da CAF, uma vez aplicado o critério de conteúdo nacional utilizado pelo governo paulista, sua proposta deverá ultrapassar a chinesa. O governo de São Paulo normalmente utiliza um critério que encarece a proposta sem produção nacional - na concorrência da CPTM, o sobrepreço para o estrangeiro é de 15%, teto máximo permitido pelo Bird, que financia o projeto. Mas os chineses devem aparecer em novas licitações e, se houver escala que justifique, podem nacionalizar a produção. Segundo Paulo Benites, presidente da empresa de engenharia Trends, que representa a CNR no país, foram negociadas parcerias com fabricantes nacionais e há ainda bons contratos pela frente, no Metrô de São Paulo, no trem metropolitano do Rio de Janeiro e em novas encomendas que surgirão com a Copa do Mundo. Ferroviário: Espanhola já tem carteira de encomendas cinco vezes superior à da fornecedora francesa no país

CAF ganha pedido de PPP e supera Alstom (Valor Econômico) 19/03/2010 Fernando Teixeira, de São Paulo Paulo Fontenele, presidente da CAF: Copa do Mundo deverá desengavetar projetos de expansão em outras cidades Com a assinatura da primeira Parceria Público-Privada (PPP) já feita pela CPTM, para fornecimento de 36 trens, a espanhola CAF - abreviação para Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles - disparou na liderança do mercado ferroviário do país, deixando para trás a Alstom, tradicional fornecedora do sistema de transportes paulista. Somadas as encomendas feitas pelo Metrô e CPTM, a CAF tem na carteira pedidos de R$ 3,6 bilhões, totalizando 101 trens - ou 774 carros. Desde 2007, a Alstom levou duas licitações para fornecimento de trens, totalizando 144 carros - em valores, a encomenda soma cerca de R$ 600 milhões, menos de um quinto do obtido pela CAF. Praticamente o único consumidor de trens de passageiros do país, a dupla CPTM e Metrô de São Paulo lançou em 2007 um plano de investimentos de R$ 20 bilhões, mudando a cara do setor. A CAF saiu na frente na disputa pelos contratos em outubro de 2008, arrematando a maior de todas as licitações - uma encomenda de 320 carros para a CPTM e 102 para o Metrô - por um valor de R$ 1,6 bilhão. Em junho de 2009, levou outra, de 8 trens para a CPTM, por R$ 272 milhões, e começou 2010 como único concorrente para a primeira PPP da CPTM - uma oferta de R$ 1,8 bilhão pelo fornecimento e manutenção de 36 trens por 20 anos. A Alstom levou em 2007 uma licitação de 48 carros para a CPTM, e tem outro contrato de 96 carros para o Metrô. Além disso, fornece sistemas de sinalização e controle para algumas linhas. Fora Alstom e CAF, apenas a coreana Rotten, subsidiária da Hyundai, fornece para São Paulo - foram encomendados 14 trens para a primeira fase de funcionamento da linha 4, todos importados. No caso, a compra foi feita pela concessionária da linha, a CCR, e não pelo governo paulista. Antes do contrato assinado em outubro de 2008, a CAF tinha feito apenas uma operação de fornecimento, para a CPTM, em 1998, conta Agenor Marinho, primeiro representante da empresa espanhola no Brasil - e hoje diretor-geral. Na época, os trens foram importados e montados em um galpão em Jundiaí, no interior paulista. Desde então, a empresa continuou funcionando apenas com serviços de manutenção. Com a chegada da licitação de 2008, para 322 carros, a CAF preparou-se para fazer produção no país, mas não planejava erguer fábrica própria. Segundo Agenor Marinho, estratégia inicial foi fazer um acordo com alguma fábrica local - primeiro, foi procurada a Iesa Inepar, na área da antiga Villares, em Araraquara. O acordo não deu certo, e a CAF tentou a Amsted-Maxion, fabricante de vagões de carga em Hortolândia. Hoje a CAF tem 18 mil m2 de galpões alugados da Maxion - no momento sem uso. Em meio às tentativas de acordo, e animada com a perspectiva do mercado brasileiro, a CAF decidiu desembolsar R$ 200 milhões e erguer uma fábrica própria de 41 mil m2 em Hortolândia, usando recursos da matriz - segundo Marinho, não havia tempo hábil para tentar um financiamento. A unidade será inaugurada hoje, mas já está operando desde julho. O primeiro CAF nacional já está pronto. Há seis meses, a presidência da CAF do Brasil está a cargo de Paulo Fontenele, ex-servidor federal com passagens pelos ministérios do Planejamento e dos Transportes durante o governo Fernando Henrique Cardoso, e secretário da Fazenda do Ceará durante o governo Lúcio Alcântara (PSDB).

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Segundo Fontenele, apesar de a empresa hoje depender só de encomendas do plano de expansão de São Paulo, a ideia é usar a fábrica para atender a demanda que surgirá em outros estados. Com a aproximação da Copa do Mundo, afirma, várias cidades deverão desengavetar projetos de expansão do sistema de transporte ferroviário. Ele cita como exemplo Belo Horizonte, com um metrô com 25 trens, que encomendou mais três. Fortaleza e Recife aguardam planos de expansão, e Curitiba pretende lançar o seu Metrô. Em São Paulo, há poucas grandes licitações pela frente. O único grande contrato em vista é a expansão a linha 5 do metrô, que deverá demandar 26 trens - compra de cerca de R$ 600 milhões.

Demanda por equipamentos deve continuar firme (Valor Econômico) 19/03/2010 Guilherme Calderazzo, para o Valor, de São Paulo A indústria fabricante de máquinas e equipamentos do setor elétrico, diante da diversidade da matriz energética do país, está em expansão, com destaque para as voltadas para as usinas hidrelétricas e para as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). É o caso da Alstom Brasil, que participa da construção de grandes usinas como Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira, Estreito, no rio Tocantins, e Foz do Chapecó, no rio Uruguai. "Fornecemos equipamentos para hidrelétricas de todos os portes, com ênfase nas turbinas, geradores, sistemas de supervisão e controle", diz Marcos Costa, vice-presidente do setor Power da Alstom Brasil e América Latina. "Além disso, oferecemos soluções completas e de renovação." No caso das PCHs, a Alstom, de acordo com Costa, oferece todos os tipos de máquinas aplicáveis às baixas e médias quedas d'água, "em projetos nos quais as soluções técnicas são adequadas a cada tipo de PCH". Assim a empresa prevê a expansão dos negócios nessa área. "A matriz energética continuará focada em energia limpa e muita dela oriunda das hidrelétricas. Com base nos projetos em andamento e em leilão ainda este ano, prevemos que se mantenha a demanda por equipamentos de diferentes portes, para a geração de 1500 a 1750 MW/ano", diz Costa. A empresa espera, no setor de máquinas e equipamentos para a área de energia, em 2009, um crescimento de 25% no faturamento (a ser fechado no fim deste mês) frente ao ano passado. Para 2010, estima expansão de outros 25%. Outra fabricante, a Siemens também está otimista. "Nosso setor de energia, no Brasil, só em hidrelétricas, tem participação 50%. Além disso, nossos produtos e tecnologias estão em 30% das linhas de transmissão e de distribuição de energia", diz o diretor de Energy da Siemens, Newton Duarte. Segundo o executivo, as usinas de todos os portes em operação, em construção e em fase apenas de projeto vão continuar a demandar sistemas de telecomunicações, de automação, monitoramento e transmissão de energia. Menciona como exemplo a atuação da Siemens na usina Jirau, onde é responsável pelo sistema de proteção para as 46 máquinas de 75 MW da planta, além da proteção da subestação associada à usina. Além disso, cita a presença do sistema de controle e supervisão da Siemens no funcionamento da nova hidrelétrica, composto por unidades que controlarão as geradoras, além de monitorar todo o sistema elétrico da usina. Ele ainda menciona o sistema de telecomunicações da empresa instalado na hidrelétrica, que dará suporte ao tráfego de informações operacionais e administrativas do negócio. Segundo ele, a matriz energética nacional deverá se manter em expansão para atender à demanda crescente e com foco bem voltado para a produção de energia limpa, barata e renovável. Hidrelétricas: Cálculo de especialistas joga valor do preço-teto em Belo Monte próximo a R$ 100 por MWh

Grandes usinas avançam na região Norte (Valor Econômico) 19/03/2010 Roberto Rockmann, para o Valor, de São Paulo Tolmasquim: "Não quero dar datas. O leilão não deverá ser no dia 12 de abril, como previsto, mas a intenção é fazê-lo no fim de abril ou início de maio" Os números que cercam a usina hidrelétrica de Belo Monte são gigantescos. Para erguer o empreendimento, será preciso utilizar pouco mais de 3,5 milhões de metros cúbicos de concreto, quantidade suficiente para construir 25 estádios do Maracanã. Ainda será necessário fazer 40 quilômetros de escavações, volume semelhante ao visto na construção do canal do Panamá.

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Com um custo orçado pelo governo em cerca de R$ 20 bilhões, a usina é um dos maiores projetos de infraestrutura a serem licitados neste ano no mundo. Não é para menos: a ser construído no rio Xingu, com capacidade de 11 mil MW e geração firme de 4.400 MW médios com suas máquinas operando a partir de 2015, o empreendimento será o terceiro maior projeto em operação, perdendo apenas para as usinas hidrelétricas de Três Gargantas, na China, e de Itaipu, na fronteira entre Paraguai e Brasil. No início de fevereiro, quando o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) liberou a licença prévia do projeto, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão estatal que planeja o setor elétrico, entregou ao Tribunal de Contas da União (TCU) os documentos econômicos que embasavam o leilão. O relatório indicava que o preço-teto para a energia da usina no leilão ficaria em R$ 68 por megawatt-hora (MWh), com um custo da obra estimado em R$ 16,7 bilhões. O TCU aprovou as contas. Um mês depois, na primeira semana de março, a EPE enviou novo estudo econômico, no qual fixava um preço-teto 22% superior ao anterior, de R$ 83 o MWh, e um custo de cerca de R$ 20 bilhões. Os novos valores refletem novos custos atribuídos à obra após liberação da licença prévia ambiental, como o plano de desenvolvimento da região do rio Xingu e novas estimativas dos empreendedores, que subestimaram o valor dos canteiros de obras. A expectativa do governo é de que o TCU analise o novo relatório e, aprovado o documento, seja feita a licitação. Ainda não há uma data fechada e nem estimativa de quando o TCU irá finalizar sua posição. "Não quero dar datas. O leilão não deverá ser no dia 12 de abril, como previsto anteriormente, mas a intenção é de fazê-lo no fim de abril ou início de maio", afirma Maurício Tolmasquim, presidente da EPE. Apesar dos novos valores, empresários ainda acreditam que os cálculos estão subestimados, principalmente em relação aos projetos socioambientais. Potenciais empreendedores avaliam que o custo de construção da obra poderá chegar a R$ 30 bilhões, o que faria com que o preço-teto da energia chegasse próximo dos R$ 100 o MWh. Uma das alegações é de que apenas cerca de 40% do potencial de mais de 11 mil megawatts de Belo Monte será de energia assegurada o ano todo, o que encarece a obra. Outra crítica são os custos logísticos, já que seria necessário construir quase 400 quilômetros de estradas de terra para interligar os diversos pontos de trabalho, desenvolvendo uma estrutura que permita o constante fornecimento de aço, cimento para a região. "Vejo como normal os ofertantes pressionarem para elevação do preço-teto, mas não existem mais motivos para essa alta", afirma Tolmasquim. Pelos critérios do leilão, obterá o direito de construir e operar a usina o consórcio que se dispuser a vender a energia pelo menor preço, abaixo do valor teto previamente estipulado. Analistas de mercado estimam que o deságio no leilão não deverá ser alto, com a energia sendo vendida em um valor próximo ao do valor teto de R$ 83 o MWh. Maior obra listada no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a usina hidrelétrica de Belo Monte confirma o importante potencial de aproveitamento hidrelétrico da região Norte, que reúne rios que poderão abrigar usinas que poderão gerar mais de 20 mil MW médios nos próximos anos. "A energia de Belo Monte é fundamental para a economia paraense e do Brasil", diz o secretário de Integração Regional do Estado do Pará, André Farias, que tem trabalhado na elaboração de um plano de desenvolvimento sustentável para a região com a instalação da usina. O plano está em fase final de elaboração e busca evitar que a migração de pessoas para trabalhar na obra se converta em um problema para as cidades e que os investimentos gerados com o projeto possam se traduzir em melhoria de vida para a população local. No caso das duas usinas hidrelétricas do rio Madeira, em Rondônia, o ritmo está avançado. O consórcio Santo Antônio Energia - composto por Odebrecht, Furnas, Andrade Gutierrez, Cemig, Banif, Santander e FI-FGTS - iniciou em março a concretagem dos 16 pilares que compõem a estrutura do vertedouro principal da usina hidrelétrica Santo Antônio. Com investimento de R$ 13,5 bilhões e potência instalada de 3.150,4 MW, o empreendimento deverá começar a gerar energia, gradualmente, a partir de 2012. Em janeiro, foi finalizada a construção do canal experimental do sistema de transposição de peixes, que será implantado no Madeira pelas usinas hidrelétricas Santo Antônio e Jirau, ambas em Porto Velho. O modelo, inédito no país, foi construído na altura da cachoeira de Teotônio, para estudar o comportamento das espécies migradoras na superação das barragens das duas usinas. Em dezembro de 2007, foi realizado o leilão da usina de Santo Antônio, vencido pelo consórcio liderado pelo Grupo Odebrecht e pela estatal Furnas. O preço ofertado foi de R$ 78,90 por MWh, com deságio de 35% sobre o preço teto de R$ 122 por MWh estabelecido. Avanços também são registrados na outra obra. O consórcio Energia Sustentável - formado pela GDF Suez (50,1%), Eletrosul (20%), Chesf (20%) e Camargo Corrêa (9,9%) - é responsável pela construção, manutenção, operação e venda

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da energia a ser gerada pela usina de Jirau, que terá capacidade instalada de 3.450 Megawatts e energia assegurada superior a 2 mil MW médios. Em dezembro, a equipe do consórcio Energia Sustentável realizou a primeira concretagem da usina de Jirau, o que faz com que o vertedouro (estrutura responsável pelo escoamento da água nos períodos de cheia no rio) comece a tomar forma. A usina deverá começar a gerar energia, gradualmente, a partir de 2012. Em maio de 2008, o consórcio Energia Sustentável do Brasil venceu o leilão da hidrelétrica de Jirau, ofertando tarifa de R$ 71,40 por MWh, com deságio de 21,6% sobre a tarifa máxima fixada no edital, que foi de R$ 91 o megawatt/hora (MWh), e 25% inferior ao teto estabelecido para Santo Antonio. Pelas regras do edital, pelo menos 70% da energia deveria ser vendida para o mercado cativo (distribuidoras) e 30% para consumidores livres.

Brasília sofre novo blecaute (Valor Econômico) 19/03/2010 Folhapress, de Brasília Parte de Brasília voltou a ficar sem luz ontem. É o segundo blecaute que atinge a capital federal nesta semana. De acordo com a Companhia Energética de Brasília (CEB), os setores de rádio e televisão, comercial e as primeiras quadras da Asa Norte, área do Plano Piloto, ficaram sem luz. A CEB não sabia, até às 20 horas de ontem, informar os motivou da falta de luz. Equipes da empresa realizavam, no início da noite, uma varredura na região atingida para identificar o problema. Na terça-feira, o apagão que ocorreu no Distrito Federal foi causado por sobrecarga na demanda de energia em subestações da companhia. Depois do blecaute, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, determinou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realize fiscalizações diárias na distribuidora e a aplicação de punições à concessionária em caso de falha no abastecimento.

Acordo para ajustar cálculo das tarifas já foi assinado por 29 distribuidoras (Valor Econômico) 19/03/2010 De Brasília Edvaldo Santana, diretor da Aneel: até o fim do mês, 100% das distribuidoras terão assinado o termo com a agência Vinte e nove distribuidoras de energia elétrica já assinaram aditivo contratual proposto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para ajustar o cálculo das tarifas cobradas ao consumidor. A medida foi apresentada pela agência reguladora após a constatação de que uma distorção fazia com que os consumidores arcassem com cerca de R$ 1 bilhão a mais por ano. Outras dez empresas aguardam apenas a decisão de seu conselho de administração, até o fim do mês, para assinar a adesão. Ontem, a Cemig assinou o termo. Com a sinalização da Eletropaulo de que também vai aderir à proposta da Aneel, a maior parte do mercado de energia já estará enquadrada nas novas regras. A expectativa entre as distribuidoras é que não haja nenhuma oposição entre as demais empresas. Para o diretor-geral interino da Aneel, Edvaldo Santana, até o fim deste mês, praticamente 100% das distribuidoras já terão assinado o aditivo. Não há prazo para que as 63 distribuidoras de energia elétrica façam a adesão ao termo, mas até que se termine o ciclo de revisão tarifária deste ano, todas elas terão acatado a proposição automaticamente, se não recorrerem. Das empresas que já tiveram a correção de sua tarifa definida neste ano, nenhuma recorreu. Estimativa da Aneel aponta que as empresas deverão deixar de faturar cerca de R$ 600 milhões ao ano por conta da revisão contratual. Corretoras de valores que acompanham o setor elétrico, porém, apontam que a perda pode chegar a bilhões de reais na receita anual das empresas, em favor de tarifas menores aos seus clientes. Mas a tarifa não vai cair para todos os consumidores por causa da revisão. Em algumas regiões, em que a previsão de crescimento foi maior do que a variação do consumo, a revisão contratual poderá até elevar a tarifa. Na quarta-feira, a Justiça Federal em Brasília negou liminar a uma ação civil pública da ProTeste, associação de defesa dos consumidores, pedindo o ressarcimento dos valores pagos a mais nos anos anteriores a 2010. A estimativa era de uma indenização de R$ 1 bilhão.

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Um processo que estuda a possibilidade de se reparar os consumidores ainda está aberto na Aneel, mas a agência não reconhece que houve erro nas cobranças, por considerar que os contratos foram aplicados como foram firmados. Usinas eólicas e de biomassa devem ser prioridade no plano decenal, garantindo que 50% da matriz energética seja de fontes renováveis. Energia: Leilão fica para 20 de abril e Aneel não atende pedidos feitos por consumidores livres e autoprodutores

Edital alivia custo financeiro de Belo Monte (Valor Econômico) 19/03/2010 Danilo Fariello, de Brasília A Aneel aliviou os custos financeiros do consórcio que vencer o leilão da usina de Belo Monte, marcado para 20 de abril. No edital, a agência reduziu a necessidade financeira prevista na consulta pública de 7,5% para 5,5% do valor da obra. Como a quantia total definida pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) foi de R$ 19 bilhões, a diferença de dois pontos percentuais significa necessidade financeira de R$ 380 milhões a menos. Com essa redução, o valor de garantia, denominado fiel cumprimento, será de pouco mais de R$ 1 bilhão. Essa quantia vai decrescendo conforme avançar o cronograma da obra. Segundo a Aneel, em fevereiro de 2015 deverá ser acionada a primeira turbina da casa auxiliar de geração. A última turbina da casa principal, que deixará a usina totalmente ligada, será acionada em 2019. Ganha o leilão o consórcio que oferecer o menor preço. A Aneel não atendeu solicitações dos consumidores livres e dos autoprodutores. A Abiape, representante dos autoprodutores, queria autorização para que os consórcios formassem duas Sociedades de Propósito Específico (SPEs) separadas para concorrer no leilão. Isso daria vantagens contábeis e tributárias para empresas como a Vale, que participa de um dos consórcios. Segundo Romeu Rufino, diretor da Aneel que relatou o processo, a possibilidade é vedada por norma do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). O pleito dos consumidores livres, representados na audiência pública pela Abrace, era que eles pudessem também participar do leilão, como os autoprodutores e as empreiteiras. Pela regra em vigor, eles ficam sujeitos à venda posterior que o consórcio vencedor fizer no mercado livre. A proposta também foi negada por descumprir norma do CNPE. O leilão de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará, será em 20 de abril. A licitação, prevista para o ano passado, sofreu atrasos devido à dificuldade de obtenção de licença ambiental prévia para o empreendimento. A usina terá capacidade de geração estimada em 11 mil megawatts e deverá começar a gerar energia em 2015, tendo a última turbina ligada em 2019. Os custos previstos com a construção da usina são de R$ 19 bilhões, valor autorizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na quarta-feira. O custo da obra ficou acima da previsão original de R$ 16 bilhões, devido a exigências ambientais impostas pelo Ibama. O TCU também aprovou o teto máximo de R$ 83 por megawatt/hora, acima dos R$ 68 estimados anteriormente. A energia de Belo Monte será negociada por meio de contratos em ambiente regulado, na modalidade por quantidade de energia, com prazo de duração de 30 anos. O percentual de energia a ser negociado no Ambiente de Contratação Regulada (ACR) será de, no mínimo, 90%, caso não haja participação de consumidores na Sociedade de Propósito Específico (SPE) a ser constituída antes da outorga. Se houver consumidor, a parcela para o mercado regulado deve ser de, no mínimo, 70%. O edital, o cronograma e outros documentos relativos ao leilão estarão disponíveis na página eletrônica da Aneel a partir de sexta-feira. (Com Agência Reuters)

Base reforçada (Valor Econômico) 19/03/2010 Por Roberto Rockmann, para o Valor, de São Paulo Equipes do Ministério de Minas Energia e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão estatal responsável pelo planejamento do setor, estão debruçadas sobre cálculos do Plano Decenal de Expansão de Energia 2009/2018. Não há data fechada para a divulgação do documento, mas espera-se que até o fim do primeiro semestre ele esteja sendo discutido em audiências públicas. O relatório, que busca traçar o planejamento da oferta e demanda do segmento em um horizonte de dez anos, está em fase preliminar de apuração, mas há indícios de que o governo deverá priorizar as energias renováveis, tanto com a construção de novas usinas hidrelétricas quanto com a liberação de usinas eólicas e de biomassa.

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"A tendência é priorizar a energia renovável, por exemplo, principalmente com o avanço das usinas hidrelétricas", diz o presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim. "Esse avanço depende da obtenção de licenças ambientais, mas estamos mais otimistas, porque vemos que paulatinamente há uma compreensão da importância de construirmos usinas hidrelétricas, até como forma de reduzir a emissão de gases de efeito estufa." A proximidade do leilão da usina de Belo Monte, que deverá ser o terceiro maior empreendimento hidrelétrico do mundo e poderá acontecer nos próximos dois meses, enseja otimismo entre os empresários. "A decisão de viabilizar a construção de Belo Monte não somente aponta para a manutenção da matriz energética brasileira em bases renováveis como inverte a tendência de ampliar a exploração de fontes consideradas mais caras e poluentes, como térmicas supridas por óleo combustível, verificada nos últimos leilões de energia nova. Com boa análise econômica e ambiental, outros projetos podem e devem ser explorados", afirma o presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy. O governo tem enfrentado dificuldades para obter licença para a instalação de usinas hidrelétricas. Um exemplo pôde ser visto, em dezembro passado, quando o Ministério decidiu cancelar leilão para fornecimento de energia a partir de 2014, por atrasos na liberação de licenças prévias para usinas hidrelétricas. A falta ou o atraso das licenças para sete hidrelétricas, com capacidade para 905 MW, faria com que predominassem usinas térmicas a gás a serem licitadas. Nos últimos anos, diante dos obstáculos, mais de 40% da energia licitada em leilões veio de usinas térmicas a diesel, carvão e gás natural. Inventários realizados pela EPE apontam que há ainda grande potencial hidrelétrico a ser aproveitado na região Norte. Um dos rios promissores está no Mato Grosso, o Teles Pires, onde poderiam ser erguidas cinco hidrelétricas, com capacidade somada superior a 2 mil MW. A Bacia do Tapajós, na região amazônica, é outra que desponta, com capacidade de 10 mil MW. Calcula-se que cerca de 70% do potencial hidrelétrico está na região Norte. Mas aproveitá-lo está longe de ser uma tarefa fácil. Segundo a Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace), da área do bioma Amazônia, 16% são de área desmatada, 29% são unidades de conservação, 27% estão nas mãos de tribos indígenas e 22% são áreas protegidas. Se há uma tendência a explorar mais o potencial hidrelétrico do país, que hoje estaria em 150 mil MW e com menos de 40% em utilização, outras fontes renováveis deverão ganhar espaço na matriz brasileira. "A complementação pode ser feita com fontes eólicas, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas", diz Tolmasquim. O bom resultado do leilão de eólicas, realizado no fim de 2009, ensejou otimismo. O leilão resultou na contratação de 71 projetos localizados em cinco Estados das regiões Nordeste e Sul, totalizando 1.805,7 MW, sendo 753 MW médios. O preço médio de venda de R$ 148,39 o MWh representou deságio de 21,49% em relação ao preço-teto de R$ 189 o MWh. O êxito no leilão aponta que as usinas eólicas têm boa perspectiva e são competitivas frente a outras fontes, como a biomassa. O potencial da geração de energia por ventos no Brasil é grande, com destaque na região Nordeste, que concentra mais de 70% do potencial no segmento. "O leilão de energia eólica respondeu por cerca de 20% da necessidade de demanda anual do país, o que mostra que essas fontes têm espaço", diz o gerente de novos negócios da MPX, Roberto Miranda de Faria. No segundo semestre de 2009, a CPFL Energia adquiriu sete parques eólicos no Rio Grande do Norte. No leilão de contratação de energia eólica, em dezembro, a empresa conseguiu comercializá-la a R$ 150 o MWh. As obras para construção das usinas serão iniciadas em agosto e deverão ser concluídas em julho de 2012. Serão instaladas 94 torres de aerogeradores, cada uma com potência de 2 MW, o que representa capacidade total de 188 MW. "Com isso, reforçamos nossa atuação em energia renovável", afirma o presidente da empresa, Wilson Ferreira Júnior. As pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) vêm ocupando espaço, principalmente com a dificuldade na obtenção de licenças para empreendimentos de grande porte. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), há 361 PCHs em operação, que respondem por 3% da matriz de geração de energia elétrica. Há mais 70 projetos em construção que poderão elevar em 30% a potência do segmento. Outro segmento que desponta com destaque são as usinas de açúcar e álcool que poderão gerar energia a partir da biomassa de cana-de-açúcar. Antes do racionamento de energia elétrica, em 2001, a cogeração por bagaço de cana representava 120 MW de energia no Brasil. Quase dez anos depois, a capacidade pulou para mais de 3 mil MW - cerca de 3% da potência do país. Um número que poderá aumentar expressivamente, já que boa parte das usinas não gera bioletricidade.

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Na década passada, os produtores de cana não ganharam espaço apenas na geração de energia elétrica, mas no abastecimento da frota de veículos do país. Segundo a União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica), nos últimos dez anos, a participação do petróleo e derivados na matriz brasileira diminuiu cerca de nove pontos percentuais: passou de 45,5% em 2000 para 37,3% em 2008. Confirmado o avanço das energias renováveis, o Brasil continuará em posição de destaque. Sustentada pelo consumo de etanol na frota de veículos e pela geração de energia elétrica por usinas hidrelétricas, cerca de 50% da capacidade energética do país se origina de fontes renováveis. Os números são diferentes dos vistos em outros países do mundo: apenas 13% da energia das matrizes energéticas do mundo, em média, têm origem em fontes limpas. Programa abrangerá agências dos setores de energia, transportes e saúde. Fontes alternativas: Mercado prevê investimentos nas duas fontes renováveis da ordem de R$ 45 bilhões

Biomassa e eólica vão ganhar mais peso (Valor Econômico) 19/03/2010 Carlos Silva, para o Valor , de São Paulo O Ministério de Minas e Energia (MME) deve colocar em consulta pública em abril o documento com o planejamento energético do país para os próximos dez anos. Embora os números ainda não tenham sido divulgados, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) - responsável pela elaboração dos cenários energéticos do país - confirmou que o novo plano terá uma participação bem mais robusta da energia proveniente da biomassa e das usinas eólicas e restrição às usinas termelétricas mais poluentes, como a carvão e óleo diesel. O mercado prevê investimentos de R$ 45 bilhões nas duas fontes renováveis. Para se ter uma ideia da ousadia do governo neste sentido, no último Plano Decenal de Expansão de Energia (PDEE 2008-2017), aprovado ano passado, a participação da biomassa em termos de capacidade instalada - levando em consideração apenas os produtores independentes, ou seja, os que produzem para o sistema - no último ano do cenário seria de 5,02% da matriz elétrica ou 4.170 megawatts (MW), número que é inferior à capacidade instalada atual, de 4.264 MW. Ou seja, a partir deste ano, o plano previa crescimento zero. No estudo previsto para este ano, a EPE não revela qual será a participação da biomassa em 2018, mas garante que ela terá um crescimento significativo. "Podemos dizer que esta participação será crescente ao longo dos anos, mas sempre com papel complementar. As grandes hidrelétricas é que continuarão a ser a grande fonte de expansão da matriz", afirma o presidente da empresa de pesquisa, Maurício Tolmasquim. Os números que existem atualmente já comprovam o crescimento da biomassa. Estão atualmente em construção 45 usinas a biomassa, que totalizarão uma capacidade instalada de 2.165 MW, uma potência que dá para abastecer uma cidade de 13 milhões habitantes ou equivalente à capacidade instalada da hidrelétrica de Itumbiara (2.085 MW) em Goiás e Minas Gerais, de Furnas. Esta capacidade foi viabilizada graças ao primeiro leilão de energia de reserva, que ocorreu em agosto de 2008. No leilão, .foram negociados contratos que garantiram a instalação de 2.379 MW em usinas a biomassa, para entrega da energia entre 2009 e 2010. O preço médio de comercialização de energia do leilão foi de R$ 58,84 o MWh. Além das usinas em construção, há 43 plantas (1.796 MW) autorizadas pela Aneel aguardando apenas a realização de leilões de energia do governo para abocanharem um contrato com as distribuidoras de energia e começarem as obras. Em 2008, havia apenas 982 MW térmicos de biomassa produzindo para o sistema. As usinas eólicas não devem ficar para trás. O resultado do último leilão, realizado em dezembro do ano passado, surpreendeu o mercado no sentido de mostrar que essas usinas também são competitivas em termos de preço. Num leilão com uma oferta de aproximadamente 10 mil MW, foram negociados 753 MW a um preço médio de R$ 148,39 o MWh. O preço mínimo registrado no pregão foi de R$ 131 o MWh. Para se ter uma ideia, o primeiro leilão de energia nova, em dezembro de 2005, negociou energia hidrelétrica a R$ 116 o MW, o que, corrigido pelo IPCA, equivale a aproximadamente R$ 145 o MWh em valores de hoje. A quantidade de energia negociada naquele leilão vai viabilizar a construção de 1.805,7 MW em usinas eólicas - já que parte da energia dos empreendimentos deve também ser negociada com consumidores livres -, mais que o dobro da capacidade instalada hoje, 709 MW.

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A expansão em cima de usinas hidrelétricas, eólicas e a biomassa, além do preço, tem outro forte conveniente. A eólicas e hidrelétricas são complementares entre si. Ou seja, na época em que chove pouco e os reservatórios das hidrelétricas esvaziam, os ventos são mais fortes. É o que o segmento costuma chamar em armazenar água em forma de vento. Essa complementariedade se dá sobretudo entre as usinas eólicas do Nordeste e as bacias hidrográficas da região Norte do país. Além disso, costuma chover mais no período da entressafra da cana-de-açúcar, quando há pouca produção de energia da biomassa, tornando as hidrelétricas e as térmicas a biomassa também complementares entre si. Vale lembrar ainda que grande parte da expansão hidrelétrica está se dando na região Norte e das eólicas no Nordeste do país. "Temos 6,6 GW em construção no Rio Madeira e ainda temos Belo Monte, de 11 mil MW. Estimamos que seja necessário 10 GW eólicos para complementar essas três usinas", defende o diretor-executivo da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Pedro Perreli. A associação prevê que para dar conta desta demanda seja necessário um investimento da ordem de R$ 40 bilhões, dos quais grande parte financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco do Nordeste, tradicionais financiadores do segmento. Por enquanto, contudo, só estão garantidos os investimentos nas usinas contratadas no leilão de eólicas, que devem chegar a R$ 7,2 bilhões. Para este ano, o governo já marcou dois leilões para negociar energia gerada pelas duas fontes energéticas. O primeiro é o leilão de energia de reserva voltado exclusivamente para usinas a biomassa. O pregão vai contratar energia para atendimento dos sistemas isolados, hoje em grande parte supridos pelas poluentes térmicas a óleo combustível e óleo diesel. A concorrência está marcada para o dia 9 de abril e o preço-teto de negociação fica entre R$ 149 o MWh e R$ 156 o MWh, de acordo com o tipo de fonte - cana-de-açúcar, casca de arroz ou cavaco de madeira. No meio do ano, está previsto ainda o leilão de reserva com contratação de energia de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), térmicas a biomassa e usinas eólicas. Tolmasquim acha que, no pregão, a biomassa pode levar vantagem sobre às eólicas, em função do preço da energia. Mas alerta que como os investidores de biomassa - que atuam simultaneamente no mercado de açúcar e etanol - têm exigido taxas de retorno maiores, pode haver algum equilíbrio na disputa. O presidente da EPE não arrisca um palpite sobre quanto será negociado. A prévia do PDE 2009-2018 está nas mãos do MME desde março deste ano. O trâmite seguinte é colocá-lo em consulta pública, para que o mercado possa dar seu posicionamento à respeito da expansão, e depois, então, ser aprovado. A oficialização se dá por meio de uma portaria a ser publicada no Diário Oficial pelo ministério.

Análise do impacto regulatório no Brasil (Valor Econômico) 19/03/2010 Por Pedro Ivo Sebba Ramalho A má formulação ou má aplicação dos atos regulatórios resulta em custos elevados para o seu cumprimento Grandes esforços têm sido feitos no Brasil para articular iniciativas que nos levem ao desenvolvimento, promovendo o crescimento e o bem-estar social por meio da criação de um ambiente favorável aos investimentos e à estabilidade econômica. O desempenho da economia brasileira tem garantido uma vantagem no enfrentamento das consequências da crise financeira mundial, com saldo positivo sobre a produção, o nível de emprego e o comércio. Para continuar trilhando esse caminho, além de sólidas bases na política econômica, é essencial o fortalecimento institucional e o incremento da credibilidade do sistema regulatório. Atributos como a previsibilidade do processo decisório em matérias regulatórias e a estabilidade das regras para os negócios são exemplos de fundamentos necessários para a elevação do nível de confiança no sistema. Um bom exemplo de fortalecimento das instituições regulatórias nos últimos anos é a criação das agências reguladoras e a definição de marcos regulatórios, o que favoreceu um ambiente de confiança para a elevação dos investimentos em setores econômicos importantes. Essas novidades institucionais alteraram significativamente o modus operandi regulatório, impondo novo padrão de relação do Estado com os agentes econômicos da sociedade brasileira. O Brasil tem trabalhado, na trilha dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com uma política regulatória baseada em estratégias de melhoria da governança, como é o caso do projeto de lei que cria uma Lei Geral das Agências Reguladoras, em tramitação no Congresso Nacional, e do Programa de Fortalecimento da Capacidade Institucional para a Gestão em Regulação (PRO-REG). Quando aprovado, o projeto deve padronizar as atividades das dez agências reguladoras federais, fortalecendo sua autonomia e seu papel na necessária estabilidade e previsibilidade das regras do mercado, e, ainda, ampliar a transparência e a participação dos consumidores no processo regulatório.

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Por sua vez, o PRO-REG, sob a coordenação da Casa Civil da Presidência da República, contempla medidas de fortalecimento da capacidade de formulação e análise de políticas; melhoria da coordenação e alinhamento estratégico entre políticas setoriais e o processo regulatório; fortalecimento da autonomia, transparência e desempenho das agências reguladoras; e do apoio aos mecanismos para o exercício do controle social. Compõe esse amplo conjunto de medidas uma estratégia de implantação da análise do impacto regulatório no Brasil. Trata-se de uma ferramenta regulatória que examina e avalia os prováveis benefícios, custos e efeitos das regulações novas ou revisadas. A análise pretende oferecer aos tomadores de decisão dados empíricos valiosos e uma estrutura abrangente para que eles possam avaliar suas opções de decisão e as respectivas consequências que elas possam ter. Para a implantação dessa ferramenta, o Brasil se beneficiará do recém firmado projeto de cooperação com o governo britânico - país com larga experiência no assunto - que contará com o envolvimento inicial de agências dos setores de energia, transportes e saúde, além do Ipea e de órgãos do sistema financeiro brasileiro. A utilização de medidas de promoção da qualidade da regulação - incluindo as análises de impacto regulatório e as alternativas à regulação - é ainda incipiente em território nacional e um fenômeno recente, mesmo em países com larga tradição regulatória. Nesse campo, porém, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é pioneira pois, desde 2007, promove ações para a implantação de seu Programa de Boas Práticas Regulatórias. A expectativa da Anvisa é de que a análise contribua para a superação de problemas relacionados à coordenação da produção normativa e de possível falta de efetividade de normas regulatórias, por vezes atribuída ao desconhecimento dos cidadãos e a resistências ou ausência de adesão de agentes econômicos, o que frequentemente ocasiona a judicialização da regulação. Na verdade, tal falta de efetividade é fruto de um conjunto de fatores, como a falta de clareza na formulação de atos normativos; regulações produzidas em excesso sem definição de prioridades; regulamentos desnecessários ou sobrepostos, que não podem contar com efetivo monitoramento ou capacidade de enforcement. A má formulação ou má aplicação dos atos normativos frequentemente resulta em custos elevados para o seu cumprimento. Todos esses problemas são alvo dos estudos envolvidos na prática da análise, antes mesmo da aprovação das propostas que serão submetidas a consultas públicas. A Agenda Regulatória da Anvisa, elaborada pela primeira vez em 2009 de forma também pioneira entre as agências, é construída de forma participativa, com recebimento de sugestões da sociedade por meio de entidades nacionais do setor produtivo e da defesa do consumidor, entre outros. Ela consiste de uma lista de temas prioritários para a Anvisa regulamentar no próximo período, concedendo à sociedade a oportunidade de opinar e contribuir na definição da pauta de decisões estratégicas e sinalizando para a sociedade qual a direção das próximas ações da agência. Considera-se que quanto mais clara e consistente a definição de Agenda Regulatória, aliada aos estudos de impacto regulatório para garantir que a ação governamental seja justificada e apropriada, maior a chance de a agência reguladora ser efetivamente responsabilizada pelo poder político e pelos cidadãos. Isso contribuirá para aumentar a transparência e a credibilidade do sistema regulatório e do governo perante a sociedade, retroalimentando a política regulatória e ampliando sua eficiência. Pedro Ivo Sebba Ramalho é adjunto do diretor-presidente da Anvisa, doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília (UnB), especialista em Regulação e Vigilância Sanitária da Anvisa e membro do Conselho Consultivo do PRO-REG.

Mantega assumirá conselho da Petrobras (Valor Econômico) 19/03/2010 Cláudia Schüffner, do Rio O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deve assumir a presidência do conselho de administração da Petrobras no lugar da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Mantega já é membro do conselho da estatal e será o primeiro ocupante da pasta da Fazenda a acumular esse cargo no governo Lula. O anterior, Antonio Palocci, era apenas conselheiro da estatal. Dilma, que desde janeiro de 2003 preside o conselho da Petrobras (entrou quando era ministra de Minas e Energia), deve permanecer até a próxima reunião do conselho, em 16 de abril, quando já deverá ter lançado sua candidatura à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

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A vaga de Mantega no conselho deve ser preenchida por Márcio Zimmerman. Atual secretário-executivo do Ministério das Minas e Energia, Zimmerman será ministro interino com a saída de Edison Lobão, que é senador do PMDB (MA) e que deverá se descompatibilizar para concorrer à reeleição. Uma cerimônia para marcar a posse dos ministros e a transmissão dos cargos vai acontecer em Brasília no dia 1º de abril. Márcio Zimmerman é ligado ao PT e muito próximo da ministra Dilma. O conselho da Petrobras é formado ainda pelo presidente da companhia, José Sergio Gabrielli; por Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau; o empresário Jorge Gerdau Johannpeter; o presidente do Santander no Brasil, Fabio Barbosa; o ex-presidente do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Sérgio Franklin Quintella; e o general da reserva Francisco Roberto de Albuquerque. A Petrobras divulga hoje o balanço de 2009. Inicialmente a divulgação aconteceria em 26 de fevereiro, mas foi adiada na véspera por problemas de agenda dos conselheiros, que têm de se reunir para aprovar os números. Cogitou-se que o problema teria sido a impossibilidade de Dilma comparecer à reunião, o que não foi confirmado pela estatal. Os analistas esperam lucro de R$ 7,4 bilhões a R$ 7,5 bilhões no quarto trimestre.

Os Fatos (Correio Popular) 19/03/2010 Empresas dos EUA pagam a quem economizar energia A ameaça de que os ursos desaparecerão não é um estímulo suficiente para os americanos reduzirem seu consumo de energia. Algumas empresas encontraram uma solução tentadora: remunerar os que economizarem energia. A MyEex, uma corretora de energia localizada em Nova York, acaba de lançar uma plataforma que permite comprar créditos de emissão de pessoas físicas que economizarem, ainda que isso signifique apenas apagar a luz ao sair de um cômodo da casa. (AFP) Aneel aprova edital da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem edital do leilão da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, Pará. A licitação ocorrerá no dia 20 de abril de 2010, na sede da agência, em Brasília. O edital e o cronograma do leilão estarão disponíveis a partir de hoje no site da Aneel. Os investidores interessados em participar do leilão poderão fazer suas inscrições pela internet nos dias 13 e 14 de abril. (AE)

CPFL Energia ON encerra em baixa de 2,03% (CanalEnergia) 18/03/2010 Coelce PNA fecha com alta de 1,57%. Aos 24.820 pontos, IEE registra -0,21% Da Agência CanalEnergia, Noticiário A CPFL Energia ON encerrou em baixa de 2,03% no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo desta quinta-feira, 18 de março. Assim como a CPFL Energia ON, outras ações registraram resultados negativos no Índice de Energia Elétrica, entre elas a Cemig PN (-1,72%). A Coelce PNA encerrou em alta de 1,57%, seguida pela AES Tietê PN (1,03%). Ao fim do pregão, a EDP Energias do Brasil ON ficou em estabilidade. O IEE chegou aos 24.820 pontos com baixa de 0,21%. O Ibovespa também registrou baixa, com -0,04% aos 69.697 pontos. Confira abaixo o desempenho das ações que compõem o IEE no pregão de hoje: AES Eletropaulo PNB: 0,25% AES Tietê PN: 1,03% Celesc PNB: 0,03% Cemig PN: -1,72% Cesp PNB: -0,66% Coelce PNA: 1,57% Copel PNB: -1,61% CPFL Energia ON: -2,03% EDP Energias do Brasil ON: estável Eletrobrás PNB: 0,63% Equatorial ON: -0,59% Light ON: -0,22%

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MPX Energia ON: -0,41% Tractebel ON: -0,10% Terna Participações UNT: 0,03% Transmissão Paulista PN: 0,62%

Belo Monte: Eletrobrás terá 49% de participação nos dois consórcios (CanalEnergia) 18/03/2010 Ainda está em aberta a composição das empresas nos dois grupos que vão disputar usina, segundo Edison Lobão Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia, de Porto Velho (RO), Negócios e Empresas O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta quinta-feira, 18 de março, que a Eletrobrás terá 49% de participação nos consórcios que vão disputar a hidrelétrica de Belo Monte (PA, 11.233 MW). Segundo ele, apenas dois consórcios devem concorrer à outorga do empreendimento, sendo que cada um terá duas subsidiárias da Eletrobrás. No entanto, ainda está em aberto a divisão das estatais nos dois grupos. Ou seja, Furnas, Eletronorte, Eletrosul e Chesf serão parceiras dos dois consórcios, mas ainda não se tem a participação de quais empresas estarão nos consórcios. O presidente da Eletrobrás, José Antônio Muniz Lopes, informou que a estatal ainda vai operacionalizar a diretriz definida pelo ministério. O primeiro consórcio, oficialmente formado, é composto por Andrade Gutierrez Participações, Neoenergia, Vale e Votorantim Energia. Um outro consórcio formado por Odebrecht, Camargo Corrêa, Funcef e FI-FGTS está sendo fechado. Chesf e Eletrosul são sócias na hidrelétrica de Jirau (RO, 3.300 MW). Já o presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim, confirmou que o preço teto do leilão será de R$ 83 por MWh, valor aprovado pelo Tribunal de Contas da União, baseado no valor de investimento de R$ 19 bilhões. O edital do certame, que será realizado no dia 20 de abril, foi aprovado hoje pela Agência Nacional de Energia Elétrica. Lobão, Muniz e Tolmasquim participaram da inauguração da Indústria Metalúrgica e Mecânica da Amazônia, fábrica de equipamentos resultante da joint venture entre a Alstom e a Bardella. A repórter Carolina Medeiros viajou a Porto Velho a convite da Alstom

AES Tietê recebe rating para emissão de R$ 900 milhões em debêntures (CanalEnergia) 18/03/2010 Classificação A+(bra) reflete forte fluxo de caixa operacional, baixa alavancagem financeira e alta previsibilidade em seus resultados Da Agência CanalEnergia, Negócios e Empresas A Fitch Ratings atribuiu o Rating Nacional de Longo Prazo 'A+(bra)' à proposta de emissão de debêntures da AES Tietê. O montante é de R$ 900 milhões e com prazo de cinco anos. Os recursos desta emissão serão utilizados principalmente para o pré-pagamento da dívida da AES Tietê junto à Eletrobrás, cujo saldo em 31 de dezembro do ano passado era de R$ 969 milhões. De acordo com a agência de classificação de risco, a perspectiva do rating corporativo é estável. A classificação da AES Tietê é baseada nos ratings da Eletropaulo, que é o seu único comprador de energia assegurada. A AES Tietê apresenta forte fluxo de caixa operacional, baixa alavancagem financeira e alta previsibilidade em seus resultados, ainda segundo a agência. A Fitch considerou em sua análise o fato de que a potencial necessidade de a AES Tietê expandir sua capacidade instalada de geração em cerca de 400 MW não deverá afetar o perfil de crédito da companhia. Embora a expansão requeira investimentos expressivos, estimados pela Fitch na ordem de US$ 600 milhões, a agência acredita que a empresa financiará a expansão através da combinação de fluxo de caixa e captação adequada de baixo custo e prazo alongado.

Aneel aprova edital do leilão de Belo Monte (CanalEnergia) 18/03/2010 Sem grandes modificações, documento traz a redução da garantia de fiel cumprimento de 7,5% para 5,5% dos R$ 19 bilhões de investimento Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, Planejamento e Expansão

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A Agência Nacional de Energia Elétrica aprovou nesta quinta-feira, 18 de março, o edital do leilão da hidrelétrica de Belo Monte (PA-11.233 MW) marcado para o dia 20 de abril. O certame ocorrerá na sede da Aneel, em Brasília. O documento não sofreu grandes mudanças em relação à minuta posta em audiência pública no ano passado. A principal alteração é no ponto da garantia de fiel cumprimento, que foi reduzida de 7,5% para 5,5% do investimento previsto de R$ 19 bilhões. Com isso, o investidor terá que aportar garantias de R$ 1,045 bilhão. Duas propostas consideradas importantes pelos investidores não foram consideradas pela Aneel. A Associação Brasileira de Investidores em Autoprodução de Energia defendeu a criação de duas sociedades de propósito específico para reduzir os riscos assumidos pelos autoprodutores. Contudo, o diretor da Aneel Julião Coelho defendeu a discussão do assunto por não ver vedação legal. Já a Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres pediu a constituição de um mecanismo de alívio de exposição de submercado, uma vez que a usina está locada no submercado Norte. O leilão terá preço teto de R$ 83 por MWh com entrada em operação em 2015 da primeira turbina. A usina tem 4.571 MW médios de energia assegurada. Ficou determinado que a energia assegurada ficará com o mercado cativo até a completa motorização da usina, segundo Romeu Rufino. Belo Monte será conectada à subestação de Xingu, no Pará, para entrada da energia no Sistema Interligado Nacional. As inscrições para o leilão ocorrerão nos dias 13 e 14 de abril através da internet. Com os passos burocráticos cumpridos, agora o mercado aguarda a decisão sobre o modelo de participação da Eletrobrás e subsidiárias no certame. Enquanto isso, dois consórcios estão se formando para a disputa de abril. O primeiro consórcio, oficialmente formado, é composto por Andrade Gutierrez Participações, Neoenergia, Vale e Votorantim Energia. Um outro consórcio formado por Odebrecht, Camargo Corrêa, Funcef e FI-FGTS está sendo fechado. O edital será disponibilizado na próxima sexta-feira, 19, no site da Aneel.

Alstom e Bardella investem R$ 90 milhões em fábrica que fornecerá equipamentos para Santo Antônio (CanalEnergia) 18/03/2010 Empresas inauguraram IMMA – Indústria Metalúrgica e Mecânica da Amazônia - que fornecerá equipamentos para UHE Santo Antônio Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia, de Porto Velho (RO), Negócios e Empresas A Alstom e a Bardella inauguraram nesta quinta-feira, 18 de março, a IMMA – Indústria Metalúrgica e Mecânica da Amazônia -, que fornecerá equipamentos para a hidrelétrica de Santo Antônio (3.150 MW), no Rio Madeira. De acordo com as empresas, foram investidos R$ 90 milhões na unidade, localizada em Porto Velho (RO). Devido a sua localização, segundo a Alstom, a indústria também poderá atender a outros projetos hidrelétricos na região Norte do país, além das plantas previstas para serem construídas no Peru e de possíveis projetos na Bolívia, Equador e América Central. Essa é a quarta unidade brasileira da Alstom que já possui uma fábrica em Taubaté (SP). Recentemente, a empresa também anunciou a construção de sua primeira fábrica de equipamentos eólicos do Brasil, localizada na Bahia, que deve entrar em operação no primeiro semestre de 2011. Atualmente, a IMMA já produz comportas ensecadeiras e pontes rolantes da casa de força de Santo Antônio e, durante este mês, a fábrica vai entregar a primeira viga da ponte rolante da principal casa de força da usina. A repórter Carolina Medeiros viajou a convite da Alstom

Consumo de energia em São Paulo cresce 7,6% em fevereiro (CanalEnergia) 18/03/2010 Demanda no estado fechou o mês passado com volume de 10.072 GWh Da Agência CanalEnergia, Consumidor A Secretaria de Saneamento e Energia de São Paulo informou que o consumo de energia no estado fechou fevereiro com volume de 10.072 GWh, o que corresponde a um acréscimo de 7,6% em relação ao mesmo mês de 2009, de 9.364

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GWh. No acumulado do ano, a demanda teve elevação de 4,2%, com volume comercializado de 19.691 GWh. De acordo com a secretaria, o segmento industrial consumiu em fevereiro 4.352 GWh, 10,9% acima do registrado no mesmo mês de 2009. Em janeiro, o percentual ficou em 4,9%. Já nos dois primeiros meses deste ano, a demanda industrial foi de 8,0%. A indústria corresponde a 43,2% do mercado paulista de energia. O setor comercial apurou elevação de 7,8% no consumo de energia em fevereiro, enquanto o setor residencial verificou aumento de 4,7% na demanda. No mercado de gás natural, o setor de termogeração registrou queda de 99,8% na demanda em fevereiro ante o mesmo mês do ano passado. O consumo de cogeração, porém, registrou expansão de 7,9% na demanda, com 24,1 milhões de metros cúbicos de gás.

Eletrobrás lança plano estratégico 2010-2020 (CanalEnergia) 18/03/2010 Empresa quer ser a maior do mundo em energia renovável e melhorar a rentabilidade. Estatal está preocupada com a questão das concessões Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, Negócios e Empresas A Eletrobrás lançou nesta quinta-feira, 18 de março, o plano estratégico da companhia para o período 2010-2020. A empresa aposta em um cenário de crescimento sustentado no Brasil com elevação da demanda de energia elétrica em taxas superiores às do produto interno bruto. Um dos principais objetivos da empresa é ser o maior grupo de geração de energia limpa no mundo, atualmente, a empresa é a terceira com 98,20% do total da energia de fontes renováveis. A empresa está atrás de Hydro Quebec, 100% de geração limpa, e da ISA com 99,69%. O maior desafio, segundo a companhia, é ter uma das melhores rentabilidades do setor pelo critério do Retorno sobre Capital Empregado (ROCE). Nesse quesito a Eletrobrás tem um retorno de 5%, ficando na posição 158 do ranking global. A melhor empresa brasileira, atualmente, é a Cteep com retorno de 26%. Entre os obstáculos para atingir os objetivos, a Eletrobrás aponta a questão das concessões. "Se não houver solução em tempo hábil para a questão, as concessões vencidas serão levadas a leilão, com todos os riscos para as concessionárias, inclusive para muitas das empresas integrantes do Sistema Eletrobras", afirma no documento. Para a empresa, além da perda de boa parte de seus ativos, em posse das subsidiárias, há o risco de adiamento ou paralisia das expansões requeridas, caso os recursos disponíveis ou passíveis de captação tenham que ser utilizados pelo grupo para a compra de ativos antigos. "O Sistema Eletrobrás, portanto, permanece sob um risco potencial de consequências imprevistas", ressalta no documento. No projeto de internacionalização, a empresa via focar em projetos de geração e transmissão nas Américas, com destaque para Argentina, Colômbia, Estados Unidos e no Peru. A empresa vai desenvolver ainda o negócio de comercialização e gestão de energia elétrica no mercado livre, dentro e fora das áreas de concessão de suas distribuidoras.

Reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste atingem 81,2% da capacidade (CanalEnergia) 18/03/2010 Volume está 59,4% acima da curva de aversão ao risco, segundo dados do ONS Da Agência CanalEnergia, Noticiário Os reservatórios do submercado Sudeste/Centro-Oeste operam com 81,2% da capacidade de armazenamento, 59,4% acima da curva de aversão ao risco, segundo dados do boletim do Operador Nacional do Sistema Elétrico referentes à última quarta-feira, 17 de março. A UHE Camargos opera com 94,99% da capacidade, e Três Irmãos com 85,69%. Confira abaixo a situação de cada submercado: Submercado Norte - Os reservatórios atingiram 98,7% do volume acumulado, mantendo estabilidade. A hidrelétrica de Tucuruí trabalha com 98,92% da capacidade armazenada. Submercado Sudeste/Centro-Oeste - Os reservatórios registram 81,2% do volume, registrando alta de 0,1%. O índice está 59,4% acima da curva de aversão ao risco. As usinas de Camargos e Três Irmãos operam com 94,99% e 85,69%, respectivamente.

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Submercado Sul - O nível dos reservatórios chega a 90%, com baixa de 0,6%. O índice está 62,5% acima da curva de aversão ao risco. A hidrelétrica Ernestina trabalha com 49,81% da capacidade de armazenamento. Submercado Nordeste - Os reservatórios, em estabilidade, atingem 70,2% do volume acumulado. O índice está 54,7% acima da curva de aversão ao risco. A usina de Sobradinho opera com 71,05% da capacidade. Lucro da Celtins cresce 105,8% em 2009

Receita da líquida da companhia passou de R$ 365,945 milhões para R$ 381,428 milhões entre 2008 e 2009 (CanalEnergia) 18/03/2010 Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, Investimentos e Finanças

A Celtins (TO) teve alta de 105,8% no lucro líquido de 2009, que ficou em R$ 50,022 milhões, contra R$ 24,305 milhões no ano anterior, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira, 18 de março. A distribuidora teve receita bruta de R$ 558,651 milhões no ano passado, acima dos R$ 541,504 milhões em 2008. A receita da líquida da companhia passou de R$ 365,945 milhões para R$ 381,428 milhões entre 2008 e 2009.

Leilão de Belo Monte acontece no dia 20 de abril (CanalEnergia) 18/03/2010 Aneel vota hoje à tarde o edital da licitação da usina. Contrato será por quantidade de energia com prazo de 30 anos Da Agência CanalEnergia, Negócios e Empresas O Ministério de Minas e Energia marcou para o dia 20 de abril o leilão da hidrelétrica de Belo Monte (PA-11.233 MW). Na tarde desta quinta-feira, 18 de abril, a Agência Nacional de Energia Elétrica vota o edital do certame. A energia será objeto de contrato de compra e venda de energia elétrica na modalidade por quantidade de energia, com prazo de duração de 30 anos e início de suprimento em 2015. Na última quarta-feira, 17, o Tribunal de Contas da União aprovou o custo da usina em R$ 19 bilhões e o preço-teto em R$ 83 por MWh, conforme apresentado pela Empresa de Pesquisa Energética.

Justiça rejeita ação contra analista do Ibama por causa de Belo Monte (CanalEnergia) 18/03/2010 Proposta havia sido feita pelo MP do Pará, que questionou aceite do estudo de impacto ambiental da usina Da Agência CanalEnergia, Meio Ambiente A Justiça Federal rejeitou ação de improbidade administrativa contra um analista ambiental do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, que questionava aceite do estudo de impacto ambiental da hidrelétrica de Belo Monte (PA, 11.233 MW). A ação havia sido proposta pelo Ministério Público Federal do Estado do Pará. O juiz federal da Seção Judiciária de Altamira, Antônio Carlos Almeida Campelo acolheu argumento apresentado pela Procuradoria Especializada junto ao Ibama – Proge. Segundo ele, o analista Adriano Rafael Arrepia de Queiroz “não expediu ato de aceite da usina em questão, cingindo-se a emitir, nos limites estreitos de sua competência funcional, parecer sobre a possibilidade de acolhimento do EIA/Rima, opinando sobre a questão em função não apenas de seus conhecimentos técnicos, mais ainda em atenção às análises realizadas pela equipe de analistas que atuou no procedimento”. Para o presidente do Ibama, Roberto Messias Franco, da Justiça não se poderia esperar "nada mais do que esta decisão de absoluto bom senso e que fortalece a causa ambiental”. Licenciamento de Belo Monte - O presidente do Ibama recebeu uma carta do Fórum Regional de Desenvolvimento Econômico e Sócio-Ambiental da Transamazônica e Xingu (FORT Xingu) que elogiava o licenciamento da hidrelétrica de Belo Monte. Segundo o Fórum, que congrega 170 entidades, as 40 condicionantes impostas pelo instituto são fundamentais para conciliar o desenvolvimento da região e o respeito ao meio ambiente. Representante da sociedade civil organizada e incentivador da concretização da usina, o FORT Xingu é um espaço de discussão que busca soluções para o desenvolvimento sustentável na região de Altamira e municípios adjacentes, no Pará.

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Eólica Enacel inicia operação comercial de 31,5 MW (CanalEnergia) 18/03/2010 Localizada no município de Aracati, no Ceará, empreendimento pertence a Bons Ventos Geradora de Energia Da Agência CanalEnergia, Operação e Manutenção A Agência Nacional de Energia Elétrica autorizou o início da operação comercial da 15 unidades geradoras da eólica Enacel. Localizada no município de Aracati, no Ceará, as turbinas totalizam 31,5 MW de potência instalada. De acordo com despacho 690 publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 18 de março, a usina pertence a Bons Ventos Geradora de Energia.

MPX Energia ON opera em baixa de 2,74% (CanalEnergia) 18/03/2010 Eletrobrás PNB registra alta de 0,93%. IEE atinge os 24.847 pontos com -0,10% Da Agência CanalEnergia, Noticiário A MPX Energia ON está operando em baixa de 2,74% no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo desta quinta-feira, 18 de março. Além da MPX Energia ON, operam em queda a Celesc PNB (-0,42%), a Copel PNB (-0,36%) e a Equatorial ON (-0,30%), entre outras. Enquanto isso, a Eletrobrás PNB registra alta de 0,93%, seguida pela AES Tietê PN (0,77%) e pela Coelce PNA (0,69%). O IEE chega aos 24.847 pontos em queda de 0,10%. O Ibovespa também registra baixa, com -0,10%, aos 69.655 pontos. Confira abaixo o desempenho das ações que compõem o IEE no pregão de hoje: AES Eletropaulo PNB: -0,18% AES Tietê PN: 0,77% Celesc PNB: -0,42% Cemig PN: -0,03% Cesp PNB: -0,29% Coelce PNA: 0,69% Copel PNB: -0,36% CPFL Energia ON: 0,19% EDP Energias do Brasil ON: -0,09% Eletrobrás PNB: 0,93% Equatorial ON: -0,30% Light ON: 0,07% MPX Energia ON: -2,74% Tractebel ON: -0,05% Terna Participações UNT: 0,05% Transmissão Paulista PN: 0,45%

Renova Energia pede suspensão de registro de lançamento de Units (CanalEnergia) 18/03/2010 Empresa alega razões estratégicas e condições de mercado para interromper processo Da Agência CanalEnergia, Investimentos e Finanças A Renova Energia divulgou nesta quinta-feira, 18 de março, que pediu a interrupção do processo de análise do pedido de registro de oferta pública de distribuição primária de Units por até 60 dias à Comissão de Valores Mobiliários. A empresa citou "razões estratégicas" e "condições de mercado" para a medida. Além disso, a empresa está revendo os termos e condições da oferta. Com isso, todas as reservas realizadas serão canceladas e os investidores, que já efetivaram o pagamento, terão os valores pagos devolvidos em até cinco dias úteis contados a partir da última quarta-feira, 17.

Enersul tem lucro de R$ 78,680 milhões em 2009 (CanalEnergia) 18/03/2010 Receita líquida da empresa ficou em R$ 931,094 milhões no ano passado Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, Investimentos e Finanças

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A Enersul (MS) teve um lucro líquido de R$ 78,680 milhões no ano passado, ante R$ 68,666 milhões em 2008, de acordo com balanço divulgado nesta quinta-feira, 18 de março. A distribuidora registrou ainda elevação na receita bruta que passou de R$ 1,283 bilhão para R$ 1,363 bilhão entre 2008 e 2009. A receita líquida da empresa ficou em R$ 931,094 milhões no ano passado, acima dos R$ 857,299 milhões obtidos em 2008.

Celpa reverte prejuízo e lucra R$ 121,707 milhões em 2009 (CanalEnergia) 18/03/2010 Distribuidora teve receita líquida de R$ 1,408 bilhão em 2009, ante R$ 1,263 bilhão no ano anterior Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, Investimentos e Finanças O resultado da Celpa (PA) apresentou uma recuperação significativa em 2009, de acordo com balanço divulgado nesta quinta-feira, 18 de março. A distribuidora reverteu prejuízo de R$ 3,875 milhões de 2008 para um lucro líquido de R$ 121,707 milhões este ano. A receita bruta ficou em R$ 2,120 bilhões este ano, contra R$ 1,897 bilhão em 2008. A Celpa teve receita líquida de R$ 1,408 bilhão em 2009, ante R$ 1,263 bilhão no ano anterior.

Cemat registra alta de 97,5% no lucro líquido em 2009 (CanalEnergia) 18/03/2010 Receita bruta da empresa pulou de R$ 1,997 bilhão para R$ 2,192 bilhões entre 2008 e 2009 Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, Investimentos e Finanças O lucro líquido da Cemat (MT) quase dobrou no ano passado, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira, 18 de março. A distribuidora teve ganho de R$ 167,002 milhões, o que significa alta de 97,5% sobre os R$ 84,561 milhões obtidos em 2008. A receita bruta da empresa pulou de R$ 1,997 bilhão para R$ 2,192 bilhões entre 2008 e 2009. A Cemat registrou receita líquida de R$ 1,364 bilhão no ano passado, contra R$ 1,249 bilhão no mesmo período anterior.

Lucro da Rede Energia recua 88,65% em 2009 (CanalEnergia) 18/03/2010 Receita líquida cresceu e atingiu R$ 5,044 bilhões no ano passado Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, Investimentos e Finanças A Rede Energia divulgou nesta quinta-feira, 18 de março, os resultados do ano passado. O lucro da companhia recuou 88,65% em 2009 para R$ 20,338 milhões, ante R$ 179,169 milhões no ano anterior. A receita bruta da Rede Energia, no entanto, registrou alta e chegou a R$ 7,586 bilhões, contra R$ 6,075 bilhões. O grupo teve uma receita líquida de R$ 5,044 bilhões em 2009, contra R$ 3,995 bilhões em 2008.

S&P: EDP Escelsa tem ratings elevados (CanalEnergia) 18/03/2010 Ratings de crédito corporativo foram elevados de 'BB-' para 'BB', na escala global, e de 'brA+' para 'brAA' na Escala Nacional Brasil Da Agência CanalEnergia, Negócios e Empresas Os ratings de crédito corporativo da EDP Escelsa foram elevados de 'BB-' para 'BB', na escala global, e de 'brA+' para 'brAA' na Escala Nacional Brasil, pela Standard & Poor's. A agência de risco também elevou de 'brA+' para 'brAA' o rating atribuído à sua 1ª emissão de debêntures. Ao mesmo tempo, foram removidos os ratings da listagem CreditWatch com implicação "Positiva', na qual foram colocados em 30 de setembro de 2009. A perspectiva dos ratings em ambas as escalas é estável. Segundo a S&P, a elevação reflete a forte geração de caixa da empresa e a evolução em suas métricas de crédito em 2009, apesar da recessão global que provocou uma queda no consumo industrial em sua área de concessão. O perfil financeiro da Escelsa, ainda de acordo com a agência, é marcado por seu desempenho financeiro estável, com adequados indicadores de proteção do fluxo de caixa graças aos seus esforços para melhorar o cronograma de amortização de dívida, além dos benefícios de pertencer ao grupo EDP Energias do Brasil, o qual cria sinergias operacionais. No entanto, também são incorporados os desafios da empresa para atender suas amortizações significativas de debêntures até 2014 e as necessidades de investimentos, e simultâneamente distribuindo um montante relevante de dividendos à sua holding. A S&P afirma ainda que apesar da recessão global que provocou uma queda no consumo

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industrial na área de concessão da companhia de 9,5%, os seus outros segmentos registraram crescimento da demanda. A perspectiva estável reflete a expectativa da agência de que a distribuidora manterá métricas de crédito estáveis ao administrar o atual volume de dívida e suas necessidades de investimento, e ao mesmo tempo distribuindo dividendos à sua empresa holding.

PCH de Furnas recebe pré-distribuidor da primeira unidade (CanalEnergia) 18/03/2010 Equipamento, que pesa aproximadamente 30 toneladas, atua na orientação do escoamento do fluxo de água para o rotor da turbina Da Agência CanalEnergia, Operação e Manutenção A pequena central hidrelétrica Anta recebeu na última segunda-feira, 15 de março, o pré-distribuidor da primeira unidade geradora. Constituído de palhetas fixas e de anéis superiores e inferiores, localizados entre a caixa espiral e o distribuidor, o equipamento atua na orientação do escoamento do fluxo de água para o rotor da turbina. Com aproximadamente 30 toneladas e 24 palhetas fixas, a peça levou cerca de duas horas para ser instalada, segundo Furnas, proprietária do empreendimento. A usina faz parte do aproveitamento hidrelétrico de Simplício (333,7 MW), que está sendo construído no rio Paraíba do Sul, na divisa dos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Celpa registra aumento de 6,02% no consumo de energia de fevereiro (CanalEnergia) 18/03/2010 Valor registrado foi de 448,3 GWh, enquanto que no mesmo período de 2009 consumo foi de 442,8 GWh Dayanne Jadjiski, da Agência CanalEnergia, Consumidor A Celpa registrou aumento de 6,02% no consumo de energia de fevereiro. Neste ano o valor registrado foi de 448,3 GWh, enquanto que no mesmo período de 2009 o consumo foi de 442,8 GWh. Uma das principais causas, segundo a companhia, são as altas temperaturas. A demanda média das residências no estado superou os 123 kWh no mês passado. No mesmo período de 2009 foi registrado 121 kWh. De acordo com a Celpa, este aumento é consequência da aquisição e a intensificação do uso de novos aparelhos de refrigeração. A companhia verificou ainda que o consumo residencial foi de quase 160,5 GWh em fevereiro do ano passado e passou para 171,5 GWh neste ano, equivalente a um aumento de quase 7%. No setor comercial, o consumo também aumentou no mês passado. Os comerciários do Pará consumiram cerca de 97,8 GWh. Em fevereiro de 2009 foram registrados 92,5 GWh, o que consolida um aumento superior a 5%. A Celpa também constatou aumento de consumo do setor industrial, devido à retomada do crescimento econômico. Devido à retomada do crescimento econômico, o segmento industrial também apontou aumento de consumo. No último mês de fevereiro foram consumidos 96 GWh, enquanto que o resultado no mesmo período de 2009 foi de 89,5 GWh, correspondentes a um aumento de 7,25%.

SINDICAL

De sexta a domingo (CUT Nacional) 18/03/2010 Escrito por Leonardo Severo II Encontro Nacional de Políticas Sociais da CUT debate conjuntura e direitos humanos A Central Única dos Trabalhadores realiza de sexta a domingo o seu II Encontro Nacional de Políticas Sociais com a participação do presidente da CUT, Artur Henrique, do professor e sociólogo Emir Sader e do ministro Paulo Vannuchi, que farão a abertura. Na avaliação do secretário de Políticas Sociais da CUT, Expedito Solaney, “o tema é extremamente atual e dialoga com a estratégia da entidade de disputa de hegemonia na sociedade”. “Isso fica evidente no embate com os meios de comunicação, que têm feito uma campanha sistemática de desgaste do Plano Nacional de Direitos Humanos e de toda e

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qualquer pauta que signifique avanços para a classe trabalhadora”, acrescentou. De acordo com Solaney, “o objetivo central do debate é fortalecer as Secretarias de Políticas Sociais das CUTs e dos Ramos para que tenham informação que lhes dê consistência para o enfrentamento, que tende a se agudizar neste ano de confronto de projetos para o país”. Temas como trabalho infantil e escravo, trabalhadores com deficiência e diversidade sexual também ganharam peso na pauta, que abordará a necessidade das secretarias da pasta reforçarem esta agenda com um olhar classista, focado na Plataforma da Classe Trabalhadora. No evento será sendo lançada uma Cartilha elaborada para os trabalhadores com deficiência que, conforme Solaney, “são um expressivo contingente preconceituosamente excluído da sociedade, sobretudo do mundo do trabalho, e que precisa ter seu espaço reconhecido pelo sindicalismo”. II Encontro Nacional de Políticas Sociais da CUT 19, 20 e 21 de Março de 2010 Local: Hotel Braston - Rua Martins Fontes, 330 – Consolação

O Petróleo tem que ser nosso! (CUT Nacional) 18/03/2010 Escrito por CUT Nacional Protesto contra a emenda que redefine critérios de distribuição de royalties do petróleo reúne 80 mil no Rio A cidade do Rio de Janeiro foi palco nesta quarta-feira (17) de um grande ato público contra a emenda do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), que redefine os critérios de distribuição dos royalties do petróleo, já aprovado pela Câmara dos Deputados. Segundo estimativas da Polícia Militar, cerca de 80 mil pessoas estiveram presentes, entre representantes dos movimentos sociais, poder público e trabalhadores das mais variadas categorias. A CUT-RJ também participou da passeata, reivindicando que os recursos do pré-sal devem servir ao desenvolvimento, revertidos na melhoria das condições de vida de toda população brasileira, “num verdadeiro passaporte para o futuro da nossa gente”, como diz o presidente Lula. “Consideramos esse debate extemporâneo e tem que ser feito com mais cuidado. A CUT defende a manutenção dos contratos existentes, de áreas já licitadas, portanto, somos contra a emenda do deputado Ibsen Pinheiro na forma como está redigida. Reafirmamos nossa defesa ao pré-sal, como riqueza nacional e entendemos que é preciso pensar em parâmetros para distribuição desta riqueza que deve servir, fundamentalmente, ao desenvolvimento do país”, adverte Adeilson Telles, da Executiva Nacional da CUT, lembrando que “é preciso distinguir os recursos oriundos do petróleo, ou seja, o que são do pré-sal e o que são contratos já estabelecidos”. Neste sentido, a CUT continuará defendendo o projeto elaborado pela CUT e pela FUP e cobrando a transparência na aplicação dos royalties do petróleo, tanto nos contratos das áreas já licitadas, quanto na futura aplicação dos recursos do pré-sal, que devem servir para garantir o futuro dos trabalhadores e trabalhadoras, com aplicação em áreas fundamentais como saúde, educação, saneamento, habitação e preservação ambiental. “Portanto, é preciso diferenciar os estados produtores e não produtores na distribuição desses recursos – considerando que as áreas produtoras, caso do Rio de Janeiro, sofrem impactos ambientais, sociais, de toda ordem”, ressalta Adeilson.

Sapateiros de Franca em greve (CUT Nacional) 18/03/2010 Escrito por Leonardo Severo Paralisação por fábrica já arrancou aumento real de 3% para metade da categoria Greve se espalhaA ofensiva desencadeada pelo Sindicato dos Sapateiros de Franca desde segunda-feira (15), com a estratégia da paralisação por fábrica, já conseguiu beneficiar metade dos cerca de 27 mil trabalhadores da base em mais de 500 indústrias de calçados. Os acordos fechados contemplam 7,5% de reajuste salarial – mais de 3% de aumento real diante de uma inflação de 4,36% -, piso de R$ 612,00; abono escolar anual no valor de 160,00 por filho e 90 horas de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), de acordo com o salário de cada trabalhador. Além disso, o período do contrato de experiência foi reduzido para 60 dias, a data base foi mudada para o 1º de maio – o que favorece as mobilizações, pois anteriormente era fevereiro – e foram renovadas todas as cláusulas sociais.

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“Garantido e registrado tínhamos quatro mil trabalhadores beneficiados pelos acordos, aos quais se somaram outros 10 mil apenas com a ameaça da greve rondando as empresas. Isso nos estimula a ampliar a mobilização”, declarou Sebastião Ronaldo de Oliveira, presidente do Sindicato. Nesta quinta-feira o Sindicato concentrou os carros de som e boa parte da sua estrutura em três indústrias que empregam cerca de 500 funcionários: Florence, Corvari e Italforma. “A pressão da base é a única linguagem que o sindicato patronal entende. Com as empresas paradas fica mais fácil. Este é o nosso entendimento e o pique da greve tem sido decisivo”, informou o sindicalista. Agora, acrescentou, a solidariedade de classe começa a jogar peso fundamental, pois são centenas de fábricas para o Sindicato atender. “Além de grande importância, temos uma enorme necessidade de apoio. Todos os companheiros que puderem ajudar com estrutura serão bem-vindos. Enquanto nos concentramos numa fábrica há pelo menos outros quatro ligando, solicitando a presença dos nossos diretores”, explicou Ro/naldo. A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Vestuário (CNTV), Cida Trajano, reforçou a convocação para que os Sindicatos se solidarizem: “greve é momento de um por todos e todos por um. Com toda a certeza, a conquista de um aumento real tão significativo, entre outros avanços, vai se irradiar não apenas pelo Estado de São Paulo, como pelo país, dando mais consistência e solidez às nossas reivindicações”. Os Sindicatos e entidades que puderem auxiliar devem entrar em contato pelos telefones (16) 2104.4343, (16) 9121.8246 e (16) 9156.6746. Mais informações – Ronaldo (16) 9146.6476.

3ª Ação Internacional (CUT Nacional) 18/03/2010 Escrito por Luiz Carvalho Marcha Mundial de Mulheres chega a São Paulo nesta quinta (18) Movimento que contou com intensa participação da CUT chega à capital paulista A 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial de Mulheres (MMM) termina nesta quinta-feira (18) diante do estádio do Pacaembu. O ato politico de encerramento acontece a partir das 14h. Por dez dias, cerca de três mil manifestantes de diversas etnias, orientação sexual e de todos os estados do País vivenciaram lições de solidariedade ao caminhar, comer, dormir e acordar lado-a-lado para defender uma sociedade com direitos iguais para homens e mulheres. Com o tema “Seguiremos em marcha até que sejamos todas livres”, a jornada deixou Campinas em 8 de março e passou por Valinhos, Vinhedo, Louveira, Jundiaí, Várzea Paulista, Cajamar, Jordanésia, Perus e Osasco defendendo a autonomia econômica das mulheres, o acesso a bens comuns e serviços públicos, a paz e a desmilitarização, além do fim da volência contra as mulheres. Durante o trajeto de cerca de 100 km, as companheiras puderam discutir temas como economia solidária e feminista, educação não sexista e não racista, soberania alimentar e a maternidade como decisão e não como destino. Para Rosane Silva, Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, entidade que participou da construção desta e das outras ações internacionais, a mobilização no ano do centenário da declaração do Dia Internacional da Mulher colaborou para avançar na concepção feminina. “Nesses 10 dias pudemos conhecer a experiência de mulheres de outros movimentos e mostrar quais são as principais lutas das trabalhadoras do movimento sindical para a transformação da nossa sociedade em um modelo igualitário e não patriarcal. Ao mesmo tempo em que praticamos a luta social, de botar o pé na estrada, também promovemos oficinas de formação e discutimos o conjunto dos temas que estão na plataforma da MMM, construída coletivamente” A previsão é que a marcha parte do município de Osasco, onde as mulheres estão alojadas, por volta das 13h e siga até a estação de trem local. A partir dali, todas embarcarão rumo à estação Barra Funda, de onde caminharão até o ponto final, num trajeto de cerca de 7 km. ATO DE ENCERRAMENTO DA 3ª AÇÃO INTERNACIONAL DA MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES Nesta quinta-feira, dia 18 de março, a partir das 14h

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Praça Charles Miller, diante do estádio do Pacaembu, em São Paulo

Apeoesp: (CUT Nacional) 18/03/2010 Escrito por Apeoesp As verdadeiras razões da greve dos professores em São Paulo O artigo "Melhora sutil" (Folha de S.Paulo, 4/3), do secretário estadual da Educação, Paulo Renato Souza, tenta transformar os resultados do Saresp em indicador da melhoria da qualidade do ensino. Mas educadores e especialistas concordam que os resultados da avaliação foram "pífios" ou, quando muito, "insuficientes". Por Maria Izabel Azevedo Noronha, presidenta da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) e membro do Conselho Nacional de Educação na Folha de S.Paulo. Os investimentos em educação vêm caindo ano a ano no estado de São Paulo. Em 2009, o governo estadual deixou de gastar R$ 360 milhões no setor educacional. Neste ano, não há previsão de reajuste salarial para o magistério. Todo profissional precisa ser bem remunerado, ter carreira justa, condições de trabalho e jornada de trabalho adequada. Por que no caso dos professores seria diferente? A greve que realizamos neste momento busca o atendimento dessas reivindicações. Nossos salários estão defasados e precisam ser reajustados em 34,3% para recuperar o poder de compra de março de 1998. O secretário tenta comparar o incomparável ao dizer que, se um aumento de 5% no PIB nunca seria considerado "sutil", o aumento do Idesp (indicador criado a partir do Saresp) deveria ser comemorado. Como economista, o secretário deveria perceber que a comparação é descabida. Não há equivalência entre o crescimento do PIB, que mede as riquezas materiais produzidas pela nação, com os resultados do processo ensino-aprendizagem. Para nós, os resultados de avaliações não são absolutos nem totalmente quantificáveis. O principal resultado da educação é a formação de cidadãos e cidadãs. O ser humano deve ser o centro do processo educativo. As avaliações são importantes instrumentos para a localização dos problemas e das potencialidades de cada aluno, classe, equipe, escola e do sistema como um todo. Ajudam a rever métodos, readequar conteúdos e direcionar atenção e recursos aos elos mais frágeis. Mas seus resultados estão condicionados por um conjunto de fatores que inter-relacionam e precisam ser considerados em qualquer avaliação. Pela forma como o governo lê os resultados das avaliações, a gestão educacional nada tem a ver com eles. As autoridades educacionais, assim, isentam-se de responsabilidade. O secretário diz que "os professores são vítimas de um sistema de formação docente que privilegia o teórico e o ideológico em detrimento do conteúdo e da didática". Por que, então, a prova aplicada aos professores temporários foi focada na aferição de conhecimentos teóricos e não avaliou a prática pedagógica? Não acreditamos em teoria sem prática nem em prática sem teoria. É também por meio de uma prova de conhecimentos que o governo define quais professores terão direito a reajuste salarial, ainda assim limitando a "até" 20% da categoria. O governo bate na tecla da má formação dos professores. Por que não promove, então, programas de formação continuada no local de trabalho durante a jornada do professor? Por que se opõe à destinação de um terço da jornada de trabalho para atividades de formação e atualização da categoria? Por que aplica apenas o mínimo (20%) definido para essa finalidade pelas diretrizes nacionais, enquanto a capital, por exemplo, destina 33% da jornada para tal fim? Além disso, os cursos promovidos pela secretaria são insuficientes e restritivos. Não aceitamos a afirmação de que nossas posições têm motivações eleitorais. As ações da Apeoesp são determinadas pelas representações em todas as regiões do estado. A greve é deliberada por pessoas que, nesse sentido, assumem uma posição política.

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Sou presidente do maior sindicato da América Latina, não sou candidata a nenhum cargo nas eleições de outubro, mas, como cidadã, não tenho o direito a preferência partidária? O governador, sim, é candidato. Por que o governador e o secretário podem ser vinculados a uma organização partidária, o PSDB, e o restante da população não pode? Paulo Freire dizia que não existe neutralidade na educação. A própria neutralidade é, na verdade, uma posição política diante da realidade. O que importa, mesmo, é saber se a educação estadual, hoje, corresponde às necessidades da população. É aceitável que os professores estaduais tenham salários tão baixos e condições de trabalho tão ruins para cumprir uma das funções mais importantes na nossa sociedade? Lançamos aqui um desafio ao secretário: promova a reposição do poder de compra dos nossos salários e nos dê um tempo. O senhor e toda a população verão que a educação vai melhorar — e muito.

Precarização do trabalho (CUT Nacional) 18/03/2010 Escrito por Maurício Hashizume – Repórter Brasil Escravidão de imigrantes é flagrada em oficina ligada à Marisa São Paulo (SP) - A ligação entre o trabalho escravo de imigrantes sul-americanos e a Marisa, uma das maiores redes varejistas do país, foi atestada por um novo rastreamento de cadeia produtiva do setor de confecções. Etapas do processo que se inicia no aliciamento e termina nas lojas do grande magazine foram apuradas pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE-SP), que responsabiliza a Marisa em 43 autos de infração, com passivos da ordem de R$ 633,6 mil - dos quais R$ 394 mil se referem à sonegação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Os auditores exigem também que a empresa faça o registro dos envolvidos, promova a rescisão indireta e pague os direitos correspondentes. O ponto de partida foi uma operação fiscal da SRTE-SP realizada no último dia 18 de fevereiro, que inspecionou todas as instalações de uma pequena oficina de costura registrada como Indústria de Comércio e Roupas CSV Ltda., em nome do boliviano Valboa Febrero Gusmán. No sobrado da Igreja "Boas Novas de Alegria" localizado na Vila Nova Cachoeirinha, Zona Norte da capital paulista, a fiscalização encontrou 16 pessoas de nacionalidade boliviana (uma delas com menos de 18 anos) e um jovem peruano trabalhando em condições análogas à escravidão na fabricação de peças de vestuário feminino para a Marisa, que se apresenta como "a maior rede de lojas femininas do país". De acordo com o site da empresa, são "mais de 220 lojas espalhadas por todas as regiões do país"; "mais de 90 milhões de peças vendidas" e "mais de 44 milhões de clientes" frequentam as unidades da rede por ano. Nenhum dos trabalhadores que pilotavam as máquinas de costura tinha Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) assinada. Todos manejavam peças de um lote da Marisa. A etiquetagem com a marca (veja foto ao lado) era inclusive feita no local. Foram apreendidos cadernos com anotações que remetem diretamente a cobranças ilegais de passagens da Bolívia para o Brasil, a "taxas" não permitidas de despesas designadas com termos como "fronteira" e "documentos" - o que, segundo a fiscalização, consiste em "fortes indícios de tráfico de pessoas" -, ao endividamento por meio de vales e a descontos indevidos nos salários. Há registros de "salários" de R$ 202 e de R$ 247, menos da metade do salário mínimo (R$ 510) e menos de um terço do piso da categoria (R$ 766). Vários problemas graves no campo de saúde e segurança do trabalho também foram detectados. As instalações elétricas estavam completamente irregulares. Os extintores, com a carga vencida, ficavam ao lado de tecidos amontoados, com alto risco de incêndio, Cadeiras não respeitavam padrões mínimos de qualidade. Uma criança, filha de uma das operárias, estava exposta a acidentes com o maquinário. As jornadas de trabalho começavam às 7h e chegavam a se estender até às 21h. Nos sábados, o turno transcorria das 7h às 12h, com o restante do fim de semana livre, conforme depoimentos colhidos pela Repórter Brasil, que acompanhou a fiscalização in loco. As refeições eram feitas de modo improvisado nos fundos do mesmo cortiço que

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abrigava a oficina. O irmão do dono da CSV permanecia todo o tempo junto com os trabalhadores e atuava como um vigia permanente dos imigrantes. Os alojamentos também não seguiam normas básicas. Em apenas um cômodo mal iluminado nos fundos de um dos imóveis, construído para ser uma cozinha (veja foto abaixo), sete pessoas dormiam em três beliches e uma cama avulsa. Infiltrações, umidade excessiva, falta de circulação de ar, mau cheiro e banheiros precários completavam o cenário de incorreções. Não havia separação adequada das diversas famílias alojadas na mesma construção. "A fiscalização se comprometeu, ao lançar a iniciativa do Pacto Municipal Tripartite contra a Fraude e a Precarização, e pelo Trabalho e Emprego Decentes em São Paulo, a intensificar as ações nesse setor da economia", coloca o auditor Renato Bignami, que atuou no caso. "Não há distinção de qualquer natureza no sentido de privilegiar determinada empresa em detrimento de outra. Mas tendo em vista nossa escassez de recursos, a SRTE/SP busca priorizar as principais empresas beneficiárias dessa situação, fiscalizando-as e buscando fazer com que cumpram a legislação de proteção ao trabalho". Na avaliação da médica e auditora fiscal Teresinha Aparecida Dias Ramos, que também fez parte da comitiva e checou até a receita médica de uma das trabalhadoras com doença de pele, as vítimas do trabalho escravo na oficina de costura CSV estavam expostas a distúrbios respiratórios, problemas ergonômicos, e justamente a enfermidades dermatológicas, além das condições psicossociais indesejáveis, por causa do medo constante. Cadeia produtiva Quando chegaram à CSV, os auditores encontraram um representante da trinca de empresas Dranys Confecções Ltda., Elle Sete Confecções Ltda. e Gerson Cesar de Almeida Confecções ME. A Dranys tem loja própria e é a marca mais comercial. A Elle Sete compra os tecidos, faz o primeiro corte e dispõe de um cadastro de subcontratadas que executam a parte mais substantiva de costura das peças. A Gerson de Almeida presta serviços de acabamento, passadoria, revisão, arremate e controle de qualidade. Na prática, contudo, as três atuam de modo tão combinado que é muito difícil dissociar os limites precisos entre uma e outra. O emissário era registrado da Gerson de Almeida, mas utilizava veículo utilitário da Dranys para, segundo ele, monitorar o trabalho prestado e retirar lotes já concluídos. Aos auditores fiscais do trabalho, ele apresentou nota fiscal emitida em nome da Elle Sete à CSV. Declarou ainda que buscava documento de auditoria do Programa de Responsabilidade Social, executado pela consultoria Bureau Veritas por encomenda para as Lojas Marisa. Depois das etapas sob responsabilidade da Dranys/Gerson de Almeida/Elle Sete, as peças seriam submetidas à avaliação do magazine. Somente mediante aprovação, a mercadoria seguiria para o Centro de Distribuição Marisa, em Alphaville, Barueri (SP), de onde partiria para as várias lojas da rede pelo país. No dia 22 de fevereiro, a fiscalização fez inspeções na Dranys (onde foram apreendidos 21 contratos de prestação de serviços de costura firmados com diversos donos de oficinas de costura bolivianos), na Elle Sete (onde tiveram acesso a notas fiscais que revelam o fluxo das peças encomendadas pela Marisa e entrevistaram o operário do setor de modelagem Gerson de Almeida, que declarou desconhecer as atividades da trinca de pessoas jurídicas e aparentemente era utilizado como "laranja") e na Gerson de Almeida (onde encontraram um dos sócios da Dranys e o próprio Valboa). Nas dependências da Gerson de Almeida, as condições de trabalho também não respeitavam as normativas. Passadeiras trabalhavam em pé, por longos períodos, em local fechado, bagunçado, sujo e sob altas temperaturas. Na mesma empresa, auditores coletaram informações com um representante comercial que atua na intermediação entre a tríade formada por Dranys/ Elle Sete/Gerson de Almeida e a Marisa. Ele descreveu com detalhes os canais de definição e controle da produção das peças pela rede varejista ao longo do ano. Além disso, apreenderam desenhos de peças, mensagens eletrônicas com instruções expressas da Marisa e relatório de controle de recusas de peças confeccionadas pela Dranys para a Marisa. Um dos lotes foi reprovado pela Marisa por causa de problemas na costura e no zíper. Todas essas constatações, no entender da fiscalização, comprovam a total ingerência da Marisa no que se refere aos outros elos da cadeia produtiva. Os auditores fiscais se deslocaram, em 1º de março, para a sede da Marisa e colheram um conjunto de informações que reforçam o diagnóstico do vínculo existente entre a empresa e todas suas "fornecedoras", vínculo esse que passa pela especificação das peças até a definição dos preços. Para quantificar o grau de dependência entre as partes, a SRTE-SP apurou que 94,5% do faturamento da Dranys, no período de janeiro de 2009 a fevereiro de 2010, foram obtidos em encomendas da Marisa.

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"Após toda a análise dos locais de trabalho, das entrevistas realizadas e dos documentos auditados, concluímos tratar-se de uma rede de empresas a fundamentar a subordinação reticular", definem os autores do relatório de fiscalização. A GSV, segundo a SRTE/SP, "presta serviços de costura, com mão de obra escrava, com total exclusividade para a empresa Marisa Lojas S.A". Para a equipe fiscal, a Marisa é "inteiramente responsável pela situação encontrada" e "comanda e exerce seu poder de direção e ingerência de diversas formas sempre no sentido de adequar a produção de peças de vestuário à sua demanda, com exclusividade, a seu preço e à sua clientela". Durante a fiscalização, Valboa confidenciou à reportagem que buscava "vales" (com metade do valor final das encomendas) junto às empresas intermediárias, antes mesmo de terminar o serviço, para poder pagar aluguel e comida. Esses adiantamentos confirmam a falta de autonomia financeira do dono da oficina para manter negócio próprio. Caracterizadas como "pseudoempresas interpostas" pela fiscalização, as fornecedoras Dranys/Gerson de Almeida/Elle Sete funcionam, na visão dos auditores, "como verdadeiras células de produção da empresa Marisa Lojas S/A, todas interligadas em rede por contratos simulando de prestação de serviço, mas que, na realidade, encobertam nítida relação de emprego entre todos os obreiros das empresas interpostas e a empresa autuada". O relatório chama atenção para o nível de dependência da rede varejista à sua "marca própria": 88% dos produtos vendidos são da marca própria "Marisa". O elevado nível de participação exige, de acordo com a SRTE/SP, forte gestão de fornecedores - em termos de definição de peças, qualidade, logística e preço. Sonho e partilha A reportagem conversou com alguns dos trabalhadores que costuravam na oficina CSV. A maioria dos bolivianos vinha de El Alto, no altiplano andino, cidade com cerca de 1 milhão de habitantes, vizinha à capital La Paz, marcada por ser ponto de convergência de migrantes camponeses e indígenas. Eles dizem ter sido atraídos pelos relatos de parentes que migraram anteriormente para o Brasil e têm receio de fornecer qualquer tipo de informação sobre como entraram no país e de como vivem atualmente. O único peruano declarou ser de Cusco e sequer portava o visto temporário concedido pela Polícia Federal. A maior parte deles cultiva o sonho de retonar em melhores condições à terra natal. Formado em Educação Física, um dos jovens jurou um dia voltar para dar aulas aos pequenos e pequenas de sua comunidade. Um dos mais velhos na oficina de Valboa disse que está no Brasil há três anos, pensa sempre em rever a família na Bolívia, mas nunca conseguiu materializar o seu intento. "Mas este ano eu voltarei", declarou, esperançoso. Em depoimentos à reportagem (vigiados de perto pelo irmão do dono da oficina de costura), disseram receber receber de R$ 500 até R$ 700 por mês, em períodos de maior intensidade do trabalho. Segundo eles, com o que recebem, é possível, pelo menos em alguns meses ao longo do ano, enviar remessas de US$ 100 para parentes na Bolívia. Registros dos cadernos apreendidos ajudam a desvendar, porém, os reais beneficiários do empenho dos imigrantes sul-americanos. Anotações mostram que Valboa chegara a pagar, em empreitada recente, míseros R$ 1,33 por peça aos trabalhadores de sua oficina. Para o lote da Marisa/Dranys/Gerson de Almeida/Elle Sete, os costureiros e costureiras declararam que receberiam cerca de R$ 2 por blusa. Em depoimento, Valboa, dono da CSV, declarou que receberia das intermediárias Dranys/Gerson de Almeida/Elle Sete efetivamente R$ 4 por cada peça costurada. A nota fiscal emitida pela Elle Sete apresenta, porém, o valor de R$ 7 por blusa costurada. Deduz-se, por conseguinte, que essa diferença de R$ 3 por peça entre o que aparece na nota e o que seria pago à oficina de costura era embolsada pelas intermediárias. As "fornecedoras", por sua vez, receberiam, conforme outra nota apreendida, R$ 21 por peça da Marisa. Durante a inspeção dos auditores à sede da Gerson de Almeida, no bairro do Bom Retiro, as mesmas blusas estavam recebendo etiquetas com o preço final ao consumidor de R$ 49,99. Grosso modo, os R$ 49,99 que porventura vierem a ser pagos por uma cliente da Marisa estão assim repartidos: R$ 2 para o trabalhador (4%), R$ 2 para o dono da oficina (4%), R$ 17 para os intermediários (34%) e R$ 28,99 (58%) com a Marisa. Questionada pela reportagem, a Marisa afirma que, inicialmente, o preço indicado nas etiquetas não é necessariamente o preço final de venda, podendo a peça ser vendida a preços inferiores devido a diversas circunstâncias de mercado

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(giro de produtos, aceitação do consumidor, mudança de estação, etc). "Em segundo lugar, os preços praticados pelos fornecedores diretos da Marisa junto aos demais elos da cadeia produtiva escapam a qualquer ingerência de sua parte. Por fim, vale observar que o custo com a mão de obra (distribuído nos diversos elos da cadeia) é apenas um dos vários componentes formadores do custo final (tributos, marketing, modelagem, distribuição, matéria prima etc.)", complementa a rede varejista, por meio de advogado. Notificações e dificuldades A SRTE/SP notificou a Marisa a proceder o registro imediato dos 17 trabalhadores e trabalhadoras encontrados na oficina de costura CSV, efeturar a rescisão indireta e pagar as verbas rescisórias, na presença dos auditores fiscais responsáveis pela ação, no próximo dia 5 de abril 2010. "Faremos a assistência a essa rescisão. Se não houver, na ocasião, a apresentação de todos os documentos que propiciem a conferência dos cálculos e a completa quitação dos valores rescisórios, a empresa será notificada a apresentar rescisão complementar e fazer o pagamento suplementar, tantas vezes quantas forem necesárias para a conferência e quitação", afirma Luís Alexandre, da SRTE-SP, que também atuou no caso. A Marisa foi avisada do envio do relatório da fiscalização à Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (SIT/MTE), bem como aos demais órgãos, como a Polícia Federal (PF), para apuração dos indícios de tráfico de pessoas, às Receitas Federal e Estadual, em virtude de sonegação de tributos, e a representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério Público Federal (MPF). O auditor Renato Bignami enumera uma série de motivos pelos quais a equipe optou por não promover o resgate dos trabalhadores, como ocorre nas libertações de condições análogas à escravidão no meio rural promovidas pelo grupo móvel de fiscalização. Primeiro, os nacionais dos países que fazem parte do Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai), Bolívia e Chile, por força do Decreto n. 6975, de outubro de 2009, têm direito a permanecer provisoriamente no Brasil. Neste caso, o único impedimento para a concessão do visto de dois anos é a existência de antecedentes penais ou policiais. Sendo assim, o resgate com consequente reenvio de bolivianos estaria descartado. Segundo, muitos dos trabalhadores da oficina CSV vivem no Brasil acompanhados de suas famílias (com esposas e filhos, que não raro frequentam escolas e já foram alfabetizados em Português), diferentemente dos libertados das fazendas brasileiras mantêm famílias em suas cidades de origem. O reenvio desses sul-americanos aos países de origem poderia causar "um trauma maior", na visão de Renato. Terceiro, esses trabalhadores têm pertences pessoais como eletrodomésticos, roupas, móveis etc. O transporte desses bens para os países de origem seria inviável. E quarto, não há estrutura pública de abrigo provisório que pudesse acolher essas famílias caso houvesse de fato o resgate. Renato ressalta que não existem procedimentos definidos para o resgate em ambiente urbano, específico para trabalhadores estrangeiros. Faltam ainda dados confiáveis a respeito desses trabalhadores (onde estão? quantos são? para quem trabalham? quem os trouxe? como vieram?). O auditor pede uma articulação mais efetiva dos órgãos públicos em torno da questão e destaca os problemas da falta de confiança nos agentes do poder público ("pacto de silêncio") e da baixa conscientização do consumidor brasileiro. Acordo e posição Pressionada por denúncias anteriores, a Marisa - assim como as outros magazines do setor - já tinha assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho (MPT) em 2007. No documento proposto pela Procuradoria Regional do Trabalho da 2a Região (PRT-2), a rede varejista se compromete a tomar providências (por meio de advertências no site, cláusulas em contratos comerciais e de visitas periódicas a fornecedores) no sentido de evitar ligações com oficinas com trabalho ilegal. Em resposta à Repórter Brasil, a Marisa insiste que "não mantém e nunca manteve vínculos com trabalhadores estrangeiros em situação de vulnerabilidade ou trabalhadores contratados com condições de irregularidade" e que "a situação detectada pelos auditores não é de responsabilidade direta ou indireta da Marisa". "É importante registrar que a Marisa cumpre rigorosamente o TAC celebrado com o Ministério Público do Trabalho", completa o advogado José Luis Oliveira Lima, que respondeu em nome da empresa. "Pelo TAC, a Marisa não ficou

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responsável pela cadeia produtiva, mas sim pelos fornecedores devidamente credenciados, e não há no relatório de inspeção nenhuma constatação de trabalho [escravo] nesses fornecedores". Segundo o advogado, a Marisa foi "além no cumprimento do TAC" e "solicitou auditoria não apenas nos seus fornecedores credenciados, mas também nos fornecedores destes". A empresa não esclarece, porém, nem quais são os critérios adotados e nem se as subcontratadas da Dranys/Gerson de Almeida/Elle Sete, caso da CSV, foram em algum momento auditadas. A empresa, que alega ter investido cerca de R$ 30 milhões nos últimos três anos em responsabilidade social, sustenta que não existe conivência ou incentivo à subcontratação. "Cada contratado se organiza segundo critérios próprios, inerentes a particularidade de cada segmento. A Marisa não tem acesso ou ingerência à estrutura de custo de seus fornecedores", acrescenta a rede varejista, que nega ter controle do conjunto do processo produtivo, como afirmam os auditores fiscais. Por iniciativa da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abeim) - que engloba outras redes como C&A, Riachuelo e Renner -, a Marisa anuncia que a implantação de um novo modelo de certificação voluntária para combater condições degradantes de trabalho já está em fase avançada de negociações. "A Marisa, sempre com o intuito de aperfeiçoar o seu controle aos fornecedores, encampou a iniciativa da Abeim. Esse sistema vem sendo desenvolvido desde agosto de 2009, sendo um processo complexo que envolve várias empresas do mercado, inclusive, empresas certificadoras", adianta. A grande novidade, confirma o advogado, é a união de forças com a finalidade de aumentar o controle no setor. "O modelo proposto visa atingir a cadeia produtiva numa maior profundidade, considerando sua enorme pulverização". Para a Marisa, "o mercado não pode prescindir de ações de fiscalização conjunta envolvendo os aparatos de fiscalização dos fiscos Federal e Estaduais", com a finalidade de alcançar "todos os atores econômicos pelos quais se encontra pulverizada a cadeia produtiva do setor". Pacto e mercado As posições apresentadas pela Marisa não convenem Eunice Cabral, presidente do Sindicato das Costureiras de São Paulo e Osasco. Segundo ela, os grandes magazines têm responsabilidade e "querem se omitir". "Não estamos falando de lojinhas de fundo de quintal", emenda a dirigente. A denúncia que suscitou a fiscalização doi encaminhada pela entidade de Eunice. O próprio preço praticado pelas redes varejistas, na análise da sindicalista, não reflete os custos de produção e embute a conivência com a precariedade negada pela Marisa. "É impossível comercializar produtos a preços tão baixos cumprindo tudo o que a lei determina. Isso é concorrência desleal", prossegue. "Quem faz tudo direitinho acaba sendo prejudicado". O número de costureiras na região caiu de 180 mil, na década de 1990, para cerca de 80 mil, em 2006. Como a demanda do setor de confecções aumentou durante esse mesmo período, a situação flagrada na oficina de costura CSV seria, para Eunice, um dos principais motivos para a redução drásticas de empregos formais no setor. "O Brasil é grande e estamos de portas abertas para receber gente de outros países. Mas as leis precisam ser cumpridas e todos precisam ser tratados com dignidade", conclui. Os auditores fiscais responsáveis pelo caso reconhecem que, diante do emaranhado de pessoas jurídicas intermediárias resultantes da subcontratação (terceirização, quarteirização, quinteirização etc.), a empresa tomadora principal acaba perdendo o controle da mão de obra que está "na ponta". "Mas no caso específico da Marisa, o que se verificou foi a simulação de contrato de fornecimento, sendo que a empresa mantém a ingerência sobre todos processos que envolvem a produção", reitera Luís Alexandre. "Não existe, ainda, um diploma legal que discipline de maneira adequada e suficiente a terceirização de serviços, deixando essa questão inteiramente para o mercado - leia-se, a ´lei do mais forte´", complementa o auditor. Os integrantes do Grupo de Combate à Fraude nas Relações de Trabalho e à Terceirização Irregular da SRTE/SP avaliam que a Lei de Anistia Migratória, ao facilitar a concessão de vistos provisórios durante o segundo semestre do ano passado, criou um ambiente favorável à regularização, inclusive do ponto de vista trabalhista. No entendimento deles, o empoderamento dos imigrantes (com a conscientização sobre direitos, a qualificação profissional e a eliminação de aliciadorees que atuam no tráfico de pessoas) é essencial.

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Ainda nesse sentido, a SRTE/SP recomenda, por parte das empresa, o cumprimento integral do disposto no Anexo I do Pacto Contra a Precarização e Pelo Emprego e Trabalho Decentes em São Paulo - Setor das Confecções. "Uma parte importante do empresariado ainda não aderiu", conta Renato. A Marisa e outras redes magazines da Abeim foram convidadas a aderir ao Pacto Municipal Tripartite, mas declinaram. Aos auditores, a Marisa declarou entender que, por já possuir um TAC firmado com o MPT, não lhe competia ir além dos estritamente acordado nesse âmbito. Já o advogado da empresa declara que as negociações envolveram entidades associativas (e não empresas individualmente consideradas) e a divergência "envolveu a oposição à terceirização de forma geral manifestada no pacto". Em 2009, a Marisa teve aumento de 7,4% da receita líquida que, projetada pelo alto consumo da classe C, saltou para R$ 1,5 bilhão. A empresa deve abrir 39 novas unidades em 2010. A rede está investindo pesado nas vendas pela internet. E apesar de todos os problemas apontados pela fiscalização, a reportagem registrou (veja foto acima) exemplares da mesma blusa fabricada pelos imigrantes latino-americanos submetidos à escravidão sendo vendidos, nesta terça-feira (16), em loja da Marisa na capital paulista. Consultas feitas pelos auditores ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) permitem inferir que as outras seis oficinas de costura (cinco delas também pertencentes a bolivianos) que fabricavam a mesma blusa para a Dranys/Gerson de Almeida/Elle Sete não proporcionavam condições de trabalho muito superiores às encontradas na CSV. Todas elas jamais tiveram movimentação de empregados, o que, segundo os auditores, denota "a imensa informalidade e precariedade das condições de trabalho nesses locais". Um dos proprietários dessas oficinas se superou: "emprestou" o Cadastro de Pessoa Física (CPF) de uma outra pessoa no preenchimento de nota emitida para as intermediárias.

Pela reabertura das negociações (CUT Nacional) 18/03/2010 Escrito por Condsef Servidores movimentam Esplanada pela derrubada de PLP 549/09, que prevê arrocho salarial Mais de dois mil servidores federais da base da Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal) movimentaram a Esplanada dos Ministérios nesta quarta-feira, 17. Os servidores vieram em caravanas de diversos estados para exigir a reabertura do processo de negociações com o governo e a derrubada do projeto de lei complementar (PLP) 549/09. O protesto pacífico contou com o “Bloco da Mentira” que fazia alusão às diversas negociações que ainda não deram frutos e bonecos caricatos do ministro do Planejamento Paulo Bernardo e do secretário de Recursos Humanos, Duvanier Ferreira. No Bloco C do Ministério do Planejamento, onde os manifestantes se concentraram, a Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal) entregou documento solicitando uma data limite para a conclusão de propostas já que por ser ano eleitoral o governo tem até abril para enviar ao Congresso Nacional projetos que envolvam impacto orçamentário para 2010. Na parte da tarde, os servidores se deslocaram para o Congresso onde fizeram forte trabalho de pressão junto a parlamentares. Foi distribuída uma “Carta à Sociedade” (veja aqui) onde eram explicados os motivos para o cidadão se preocupara com a aprovação do PLP 549/09. O projeto pretende limitar investimentos públicos pelos próximos dez anos. A proposta não será perversa apenas para servidores que correm riscos de ficar com salários congelados, mas também para a sociedade que ficará carente no atendimento público em áreas essenciais. Plenária – Nesta quinta, 18, a Condsef realiza a segunda plenária nacional em menos de um mês. A atividade é parte do calendário de mobilização da entidade que prevê um indicativo de greve para o dia 5 de abril. Entendendo que o momento exige embate, união e mobilização, os servidores têm atendido o chamado da Condsef e suas filiadas. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), entidade da qual a Condsef é filiada, vem tentando também intermediar junto ao governo para que as negociações sejam concluídas e este impasse entre servidores e governo seja resolvido. Na plenária os servidores devem analisar o quadro de estagnação nas negociações com o governo. A categoria deve buscar também estratégias de luta para destravar os processos de negociação, além de combater projetos como o PLP 549/09. As representações sindicais que se manifestaram durante a marcha na Esplanada foram unânimes ao dizer que esta não será a última atividade de peso encampada pelos servidores. “Não interessa se o ano é mais curto e teremos Copa do Mundo e um processo eleitoral pela frente”, avisou Josemilton Costa, secretário-geral da Condsef. “Os servidores não

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medirão esforços e vão lutar e defender seus interesses e o direito da sociedade de receber serviços gratuitos, de qualidade e universais”, destacou.

Contra o desmonte público em São Paulo (CUT Nacional) 18/03/2010 Escrito por SindSaúde-SP Em estado de greve, trabalhadores da saúde realizam assembleia nesta sexta-feira (19) Os trabalhadores públicos da saúde no estado de São Paulo realizarão assembleia geral nesta sexta-feira (19), às 10 horas, na Quadra dos Bancários, rua Tabatinguera, 192 (próximo ao Metrô Sé), para debater os próximos passos da campanha salarial, deliberando sobre a paralisação. Desde o ato público do dia 5 de março, em frente à Secretaria de Gestão Pública, o SindSaúde-SP realiza reuniões e assembléias locais e regionais em todo o estado, mobilizando os trabalhadores da saúde para a campanha salarial frente ao descaso do Governo do Estado que, além de não cumprir acordo negociado em 2009 (reestruturação da carreira da saúde), não apresentou nenhuma proposta salarial. Para ampliar a divulgação da luta dos trabalhadores da saúde, o SindSaúde-SP está investindo em outros meios de comunicação, além dos materiais impressos, como cartazes, banners, boletins e jornais impressos. Este ano preparou um filme da Campanha Salarial, que está no Youtube, com chamadas no site do Sindicato bem como por banner no portal UOL. A Comissão de Negociação do SindSaúde-SP, buscando dialogar com o Governo do Estado, já se reuniu com representantes da Secretaria de Gestão Pública, no dia 5 de março, e na Secretaria da Saúde (SES), no dia 15 de março. Nas duas reuniões, o descaso foi confirmado. Dificilmente o projeto de reestruturação será encaminhado para o legislativo nem há perspectiva de reajuste do “vale-coxinha” de R$ 4,00 que atinge outras categorias do funcionalismo estadual. A única perspectiva em debate na Coordenadoria de Recursos Humanos da SES é o aumento no valor do Prêmio de Incentivo, pago com verba federal, e de forma escalonada na tentativa de reduzir a distorção, apontada pelo Sindicato, entre o mínimo e o máximo pago no estado que varia de R$ 198,00 a R$ 7.300,00. A data-base da categoria, regulamentada por lei, é 1º de março. PAUTA DE REIVINDICAÇÕES - 40% de aumento salarial para reposição de perdas salariais - Envio do projeto de reestruturação da carreira da saúde conforme acordo negociado com o SindSaúde-SP em 2009 - Aumento do vale-refeição dos atuais R$ 4,00 (desde 2000) para R$ 14,00 - Jornada de 30 horas para todos os trabalhadores da saúde - Valor do Prêmio de Incentivo igual para todos - Implantação das COMSATs – Comissões de Saúde do Trabalhador – em todas as unidades de saúde e implementação das orientações deliberadas pelas Comsats já atuantes - Implementação das diretrizes do SUS no estado, com atendimento de toda a população em toas as suas necessidades, de um curativo a uma cirurgia de alta complexidade, sem restrições - Fim das Organizações Sociais de Saúde (OSS) e retorno das unidades e serviços terceirizados para a administração direta no estado ASSEMBLEIA GERAL DA SAÚDE 19/03/2010 – 10 horas Quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo Rua Tabatinguera, 192 – Centro – São Paulo / SP (Próximo ao Metrô Sé)

Mobilização (CUT Nacional) 18/03/2010 Escrito por Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté

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Trabalhadores na Volkswagen em Taubaté exigem contratações Após diversas ações do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e região e da Comissão de Fábrica, ficou constatada a necessidade urgente de contratações para a fábrica. Os trabalhadores na Volkswagen estão mobilizados em luta pela abertura de postos de trabalho na planta de Taubaté. Os metalúrgicos exigem que novas contratações sejam feitas porque não estão aguentando o forte ritmo de trabalho que vem sendo imposto pela empresa na produção. "O Sindicato e a Comissão de Fábrica estão ao lado da categoria nesta luta, e a mobilização deve continuar até que a empresa realize as contratações para suprir sua demanda de produção sem sacrificar saúde e a vida familiar dos trabalhadores", disse o presidente da entidade, Isaac do Carmo. O Sindicato e a Comissão de Fábrica também informam que continuarão atuando no sentido de cumprir os encaminhamentos aprovados pelos metalúrgicos nesta luta.

Os números e a política (CUT Nacional) 18/03/2010 Escrito por Vagner Freitas de Moraes, secretário de Administração e Finanças da CUT Nacional Antes de começar a tecer considerações políticas sobre o caso da Cooperativa Habitacional dos Bancários, é preciso destacar os números que fazem parte da nota de esclarecimento da Bancoop: Os números Total de empreendimentos já concluídos ou em construção: 34. Empreendimentos com todas as unidades entregues: 24. Empreendimentos em construção: 10. Empreendimentos que foram descontinuados por falta de interesse dos cooperados: 19. Total de unidades já entregues ou em construção: 6.358 Total de unidades entregues: 5.337 (84% do total), sendo 4.152 em empreendimentos já concluídos e 1.185 em empreendimentos em construção. Total de unidades em construção: 1021, sendo que, desse total, 502 pertencem a cooperados que aguardam a conclusão e o restante integra um estoque de unidades disponíveis. Total de unidades com escritura liberada: 3.406. É de conhecimento público que a Cooperativa Habitacional dos Bancários passou por uma série de dificuldades e que um dos responsáveis pela busca de soluções chama-se João Vaccari Neto. Respeito aos investimentos dos cooperados sempre foram as marcas da administração de nossa cooperativa. Sou testemunha da seriedade do companheiro João Vaccari, não só como uma grande liderança da Central Única dos Trabalhadores e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, mas também como presidente da Cooperativa dos Bancários. Acompanho sua luta desde que ele assumiu a presidência da cooperativa para colocar a casa em ordem e poder atender aos interesses dos cooperados. E os números mostram que, apesar das dificuldades, ele vinha conseguindo antes de se licenciar. Desde sua fundação, em 1996, a Bancoop teve por compromisso colocar à disposição imóveis com preços abaixo dos praticados pelo mercado. E nisso tem tido total sucesso. Os números disponíveis acima não deixam margens para dúvida. Desde 2005, a cooperativa vem sendo auditada pela Terço Grant Thornton. Já havia celebrado um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) com Ministério Público e vem cumprindo com tudo o que foi acordado.

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A política Desde 2007, o promotor José Carlos Blat tem investido contra a Bancoop e até hoje nada encontrou que pudesse colocar em suspeição suas atividades. Ao mesmo tempo, a cada dois anos, o assunto volta às manchetes de revistas e jornais tendo como principal fonte o promotor. Inclusive no 11/03 foi indeferido pela justiça, o pedido feito pelo promotor, de bloqueio das contas da cooperativa. E, por fim, é importante perguntar: Não é muito estranho que justamente quando a pré-candidata à presidência pelo Partido dos Trabalhadores chegou próximo ao candidato da mídia nas pesquisas eleitorais começam a aparecer estas denúncias requentadas? Por que a Assembléia Legislativa de São Paulo não encaminhou as várias CPIs contra o PSDB que estão na casa como, por exemplo, as do Rodoanel e da Alston (cujas investigações mais sérias estão sendo feitas pela justiça da Suíça e da França)? Porque esta mesma mídia, que insiste em fazer denúncia contra a Bancoop, não denuncia a falta de transparência da Assembléia Legislativa de São Paulo, que exerce uma verdadeira blindagem ao governo Serra? É importante colocar que não é de agora que a imprensa - em especial a Revista Veja, os Jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, e as organizações Globo e Bandeirantes - não consegue conviver com o governo do presidente Lula, fazendo uma oposição sistemática e, às vezes, irresponsável para com o país. Foram escândalos fabricados por denúncias sem o mínimo de comprovação; tentativa de disseminar o pânico na população como nos casos da febre amarela e da gripe H1N1; atribuir culpa que não lhe cabia, como o caso do acidente da TAM; além de campanhas sistemáticas contra o Bolsa Família e política de cotas nas universidades, entre outros avanços. Na campanha eleitoral de 2006, vários desses veículos apostaram todas suas fichas na derrota do presidente Lula. No entanto, mais uma vez, a população deixou claro que não iria se influenciar pela opinião daqueles que, em detrimento do bem estar do país, querem se referendar como poder paralelo ao do Estado. O que acompanhamos mais uma vez nada mais é do que a tentativa desesperada de fabricação de um escândalo com intuito de atingir o PT e a pré-candidatura da ministra Dilma Rousseff à presidência da República. Isto tudo, é importante registrar, já é fruto do seminário realizado no dia 08 de março, patrocinado pelo Instituto Milleniun, cujo principal objetivo era organizar a atuação destes veículos na campanha eleitoral deste ano. Para eles, será tudo ou nada na tentativa de levar seu candidato ao poder na próxima eleição. As duas pseudodenúncias da Veja mostram que eles já estão colocando em jogo suas estratégias. Nós, trabalhadores (as) paulistas, sabemos bem o que é ter um governo tucano no poder: arrocho de salário; privatização do nosso patrimônio, como nos governos de Fernando Henrique; falta de diálogo e criminalização dos movimentos sociais; mais e mais caros pedágios. O que está em jogo no momento não são os interesses dos cooperados, como querem fazer parecer aqueles que requentam as denuncias contra a Cooperativa dos Bancários. O que esta em jogo é o projeto político da mídia e de seu candidato para 2010. Para nós trabalhadores (as) cabe apostar na continuidade de um projeto vitorioso, com crescimento econômico, a participação popular, a valorização do salário mínimo e a inclusão social.

O debate estratégico da lei do petróleo e os royalties (CUT Nacional) 18/03/2010 Escrito por João Antônio de Moraes, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) Enquanto os estados e municípios do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo brigam para não perder receitas geradas pelos royalties, o povo brasileiro tem pela frente uma luta muito mais ampla para garantir a efetiva soberania nacional sobre todo o petróleo e gás do país. Uma distribuição justa dos royalties é apenas parte do debate. A questão central que deveria mobilizar prefeitos e parlamentares em todo o país é a propriedade e destinação deste estratégico recurso energético. O petróleo é do povo brasileiro e não das multinacionais que o extraírem do território nacional, como prevê o atual modelo de concessão (Lei 9478/97), herança maldita do tucano FHC. O petróleo deve ser utilizado

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essencialmente em benefício da nação e do povo brasileiro. Por isso, é fundamental alterar a legislação e garantir o retorno do monopólio estatal do petróleo através da Petrobrás 100% pública. Essa tem sido a luta da FUP e dos movimentos sociais por uma nova lei do petróleo. A proposta que defendemos está em tramitação no Senado (PLS 531/2009) e assegura o total controle do Estado sobre o petróleo e gás, assim como a sua destinação social. O projeto dos trabalhadores prevê a criação de um fundo social soberano para garantir que todo o excedente gerado pelo petróleo seja aplicado para resolver os principais problemas sociais do país. Nossa proposta não implica em perdas de receitas para os estados e municípios produtores, que permaneceriam com os royalties provenientes dos atuais campos de petróleo. Muitos destes municípios não têm condições de atender suas demandas e políticas públicas se perderem de uma hora para a outra parcela significativa dos royalties. Este modelo, no entanto, precisa ser revisto. Por isso, os movimentos sociais propõem mudanças na aplicação dos recursos gerados pelo petróleo. Através do Fundo Social Soberano, propomos que os royalties e outros tributos beneficiem, prioritariamente, os municípios mais pobres e sejam de fato aplicados para estruturar o país. Vários estudos e pesquisas comprovam que os royalties, além de serem mal administrados e empregados, têm contribuído para aumentar a concentração de renda nas classes sociais mais privilegiadas dos municípios beneficiários. Isto porque os estados e municípios produtores de petróleo têm sido negligentes na administração destes recursos bilionários, que deveriam ser aplicados em benefício da população, através de investimentos em áreas estruturais como saúde, educação, habitação, saneamento básico, meio ambiente, entre outras. O petróleo é um recurso finito e que não está sendo revertido em prol das necessidades do povo brasileiro. É lamentável que os políticos transformem a polêmica dos royalties em palanque eleitoral, reduzindo o debate por uma nova lei do petróleo a quem fica com mais ou menos receita. Enquanto parlamentares, prefeitos e governadores disputam 15% dos recursos gerados pelo petróleo, quem fica com os outros 85% desta riqueza? Para garantir que o petróleo seja de todo o povo brasileiro e não das multinacionais é preciso mudar a atual legislação e restabelecer o monopólio integral da União, através da Petrobrás 100% estatal e pública. Essa é a principal disputa que deve mobilizar os estados e municípios do país.

Plano de Ação Sindical – Reflexões sobre um ano de experiência (CUT Nacional) 18/03/2010 Escrito por Jacy Afonso, secretário Nacional de Organização da CUT A Central Única dos Trabalhadores “defende que os trabalhadores se organizem com total independência frente ao Estado e autonomia em relação aos partidos políticos, e que devam decidir livremente suas formas de organização, filiação e sustentação material. Neste sentido, a CUT lutará pelos pressupostos consagrados nas convenções 87 e 151 da OIT, no sentido de assegurar a definitiva liberdade sindical para os trabalhadores brasileiros”. Nunca é demais reafirmar os compromissos fundamentais, presentes em nosso Estatuto. A Direção Nacional da CUT, reunida em dezembro de 2008, decidiu sobre a utilização do Imposto Sindical: reafirmar sua posição histórica pelo fim do imposto e aprovação de uma taxa negocial, definida democraticamente pelos trabalhadores, para sustentação sindical. Neste sentido, o imposto que passamos a receber após o Reconhecimento das Centrais Sindicais deverá ser usado para fortalecer a organização sindical cutista, a ampliação de sua base de representação e para aprovação de uma forma democrática e autônoma de sustentação financeira. Para ampliação e fortalecimento de sua base e da organização sindical, as entidades cutistas utilizarão os recursos do imposto sindical a partir de Planos de Ação Sindical (PAS). Imediatamente após a reunião da Direção Nacional, foram abertos os prazos para envio dos Planos executados em 2009 (PAS 2009). Neste momento, a Executiva da CUT analisa os Projetos para 2010. É importante, neste processo, fazer um balanço de um ano de experiência acumulada, reconhecer os avanços e os desvios, tendo em vista fazer o melhor uso possível desta ação estratégica aprovada no Planejamento 2009/2012. A elaboração dos Planos de Ação, no ano passado, exigiu das Estaduais e dos Ramos um esforço no sentido de coletivamente fazerem o diagnóstico da sua base, mapeando gargalos e potenciais de crescimento. Este processo obrigou as entidades a se depararem com a necessidade de uma ação sindical mais eficiente diante das disputas que vêm ocorrendo na base dos nossos sindicatos: fortalecer as oposições sindicais; tratar de maneira menos voluntariosa as eleições, atentando para as questões jurídicas envolvidas; se informar sobre os procedimentos para registro sindical; aprofundar os conhecimentos sobre a Portaria 186 do Ministério do Trabalho e dar andamento aos processos de legalização das entidades; fortalecer a organização internacional dos trabalhadores, utilizar uma comunicação ágil e

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eficaz que mantenha não apenas a base da CUT, mas toda a classe trabalhadora informada; fazer investimento em infra-estrutura e novas tecnologias e garantir um processo constante de formação sindical. Em 2010, o processo amadureceu: Estaduais, Confederações e Federações Nacionais fizeram a lição de casa, coletivamente discutiram e planejaram as ações para 2010. Em fevereiro já tínhamos 90% dos planos de ação sindical prontos. Mas o momento exige de nós ainda mais competência na organização da classe trabalhadora. Por isso, precisamos olhar de frente para nossas deficiências. Neste sentido, a análise do PAS 2010 é preocupante porque, apesar do esforço em planejar, percebemos que faltam alguns critérios na definição das ações e nos valores solicitados. O Plano de Ação não tem por objetivo financiar a execução do planejamento, visa possibilitar uma ação estratégica diante do que foi planejado, o que significa dizer, que o objetivo não é financiar a estrutura e a ação sindical, estas devem ser custeadas com o orçamento da entidade, mas uma ação que vai além disto, que visa potencializar o alcance do planejado. Uma ação estratégica, que consiga ampliar a base de representação com qualidade, ou seja, conquistar novos sindicatos que de fato reconheçam o valor de estar na CUT, certamente fortalecerá as receitas da entidade, gerando assim um círculo virtuoso. Não vamos aqui fazer a apologia dos primórdios do CUT, quando a escassez de recursos campeava. O ideal é que tenhamos as condições necessárias para realizar a ação sindical e atingir os objetivos fundamentais da Central. Mas, é preciso resgatar valores que estavam na essência da ação sindical da CUT na sua origem e que, na verdade, são alicerce de nossa identidade. Boa parte da força da nossa ação sindical deve estar na firmeza de cada dirigente na defesa do projeto da CUT de construção de uma nova sociedade, é ela que vai garantir que a ação direta na base seja fecunda, que garanta e dê solidez à organização dos trabalhadores. Então, a presença dos dirigentes cutistas na base garantirá o conhecimento da realidade da categoria e do estado e a definição do potencial de crescimento e das fragilidades e, a partir daí, será possível definir prioridades e estratégia mais assertivas. Outra questão na qual precisamos avançar é na prática de fazer a avaliação e o balanço das ações executadas. Se, por um lado, as entidades foram eficientes em cumprir os prazos na elaboração dos Planos para 2010, podemos contar nos dedos de uma mão quais delas prestaram contas devidamente do PAS 2009. Não podemos conceber um planejamento sério sem levar em conta uma avaliação bem feita dos resultados do processo anterior. Quais os resultados que alcançamos em termos de ampliação e fortalecimento da base de representação? E a questão principal que exigirá de nós uma posição firme e responsável: nosso saldo será negativo se os Planos de Ação nos tornarem dependentes do imposto, escravizando nossa ação sindical. A Executiva está responsável por este processo, à luz dos resultados do PAS 2009, deverá definir critérios para a aprovação e a gestão do PAS 2010. Caberá a cada entidade fazer o melhor uso possível do recurso, garantindo o fortalecimento da CUT. Esperamos que este seja um momento privilegiado para pensarmos no futuro da maior e melhor Central Sindical do Brasil, a Central Única dos Trabalhadores, construída com suor e sangue de tantos companheiros e companheiras.

Entidades realizam ato dia 22 contra leilões de petróleo no Clube de Engenharia do RJ (CUT Nacional) 18/03/2010 Escrito por Hora do Povo Após gigantesca manifestação na quarta-feira (17) em defesa dos royalties, o Rio de Janeiro irá se manifestar contra os leilões do pré-sal no dia 22, em ato no Clube de Engenharia, na Avenida Rio Branco, às 18 horas, sob o lema “Leilão é privatização!”. Para convocar o ato, as entidades organizadoras distribuirão nesta sexta-feira (19) na Praça XV, às 17 horas, o manifesto “Em defesa do petróleo do pré-sal e contra os leilões”. “Em 2007 ocorreu uma mudança auspiciosa: a descoberta, pela Petrobrás, das imensas jazidas de petróleo do pré-sal, que é o maior acontecimento da História recente de nosso país. Esta riqueza, estimada em 10 trilhões de dólares, quase 10 vezes o valor de tudo o que o Brasil produz hoje durante um ano inteiro de trabalho, é a base para que o Brasil se transforme definitivamente numa nação desenvolvida, superando a dependência externa que ainda nos amarra e sanando as graves injustiças sociais que atingem o nosso povo. Esta descoberta muda tudo e derruba os argumentos da criação da Lei 9478/97: o pré-sal não tem riscos e tem alto retorno”, diz o manifesto das entidades.

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“São recursos nossos - do povo brasileiro! Não podem servir à voracidade das petroleiras multinacionais e de outros especuladores estrangeiros. Foi a Petrobrás, que simboliza a nossa luta por independência econômica, que os descobriu após décadas de estudo e trabalho. É preciso garantir que o petróleo do pré-sal sirva ao crescimento e à indústria nacionais, à geração de empregos com melhores salários, ao investimento na saúde, educação, ciência, tecnologia, cultura e arte brasileiras - que essa riqueza esteja em benefício do povo brasileiro”, continua o texto. Na avaliação das entidades, os projetos para a exploração do pré-sal encaminhados ao Congresso Nacional pelo governo “são um avanço importante em relação à lei entreguista, antinacional e antipopular do governo Fernando Henrique”, que acabam com as concessões, que permitem a entrada do capital estrangeiro, e instituem o regime de partilha de produção, com a Petrobrás como operadora em todos os campos do pré-sal e “permitem ao governo federal celebrar contratos diretamente com a Petrobrás para a extração do petróleo”. Contudo, no projeto que acaba com o regime de concessões, “os leilões figuram como alternativa à contratação direta da Petrobrás pelo governo brasileiro”. “Isto é suficiente para que o cartel estrangeiro do petróleo se aproprie da riqueza do pré-sal, como ocorreu, através dos leilões, em outras áreas petrolíferas do país, como, por exemplo, o campo de Azulão na bacia marítima de Santos”, criticam as entidades. Segundo o presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), Fernando Siqueira, “ninguém está entendendo o porquê do leilão no pré-sal. Havendo leilão, vai haver posse de 50% do óleo para uma empresa estrangeira, sem ter que fazer nada. O petróleo é que é precioso nesta questão. Com ele se podem obter inúmeras vantagens no comércio internacional. A riqueza é brasileira, mas do jeito que o relator colocou a vantagem estratégica vai para as multinacionais”. Os leilões de blocos petrolíferos foram instituídos no governo Fernando Henrique, sob o pretexto de atrair investimento em exploração de risco. Ocorre que no pré-sal já se sabe que há petróleo – e em abundância -, não há risco algum. No núcleo do pré-sal, na bacia de Santos, em 13 perfurações, a Petrobrás encontrou óleo exatamente em 13, ou seja, 100% de acerto. Aliás, quem investiu e pesquisou durante 30 anos até descobrir o petróleo no pré-sal foi a Petrobrás. Portanto, não faz sentido nenhum leiloar blocos onde se sabe que há petróleo. Por outro lado, quem tem tecnologia e recursos – próprios e de financiamentos externos, pois os bancos sabem que quem tem petróleo tem dinheiro - para explorar o pré-sal é a estatal brasileira. As multinacionais do petróleo, que já tiveram mais 90% das reservas mundiais, hoje não possuem mais que 3%. Por isso estão ávidas para entrar no pré-sal e explorar de forma predatória. Enfim, os leilões são uma excrescência do período neoliberal e não cabem dentro de um projeto de desenvolvimento nacional. O ato contra os leilões está sendo convocado pela Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), Clube de Engenharia, CUT, Força Sindical, CGTB, UGT, UNE, UBES, PDT, PSB, PPL, Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA-RJ), Federação Interestadual de Sindicatos dos Engenheiros (Fisenge), Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro (SENGE-RJ), Federação Única dos Petroleiros (FUP), Frente Nacional dos Petroleiros, Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindpetro-RJ), Movimento em Defesa da Economia Nacional (Modecon), Confederação das Mulheres do Brasil (CMB), Federação das Mulheres Fluminenses (FMF), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e Políticas Alternativas do Cone Sul (PACS).

Sindieletro-MG prepara mobilização pelo Prosaúde (CUT Nacional) 18/03/2010 Escrito por Sindieletro-MG O Sindieletro-MG prepara uma grande mobilização para o dia 26 de março, data da próxima reunião do Comitê Administrativo do Prosaúde, o plano de saúde dos trabalhadores da Cemig. O motivo é a postura da empresa de confundir a categoria com informações que aumentam as dúvidas sobre o acordo que prevê mudanças no Prosaúde e o seu déficit, com ameaça de reajustar as contribuições de forma unilateral. Haverá manifestações em todo o Estado. O Sindieletro enviou ofício à Diretoria de Gestão Empresarial (DGE) da Cemig propondo realizar exclusivamente o saneamento do plano, ou seja, aplicar o aumento nas mensalidades dos participantes conforme decisão em assembléias da categoria, de 17,5%, co-participações para R$ 50,00 por procedimento, limitado a um teto mensal no valor de R$ 200,00 além do reajuste nas contribuições da patrocinadora.

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Por outro lado, a Cemig através do informador gerencial, propõe assinar um acordo que, além do reajuste, quer a separação do Prosaúde da Forluz sem as garantias já acordadas sobre a gestão da nova empresa. A Cemig ameaça aplicar, de modo unilateral, reajuste de 49,8% apenas para os participantes.

Palestinos sugerem Lula como futuro secretário-geral da ONU (CUT Nacional) 18/03/2010 Escrito por Vermelho O comando da Autoridade Nacional Palestina defendeu quarta-feira (17) o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para futuro secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em substituição ao sul-coreano Ban Ki-moon. O porta-voz da ANP, Mohamed Edwan, disse que esta é a expectativa dos palestinos. O comentário ocorreu depois da visita de Lula à Cisjordânia. Na ocasião, o presidente brasileiro disse que era "irmão" do povo palestino. "Ele poderia ser um ótimo secretário-geral da ONU, pois é um homem de paz e de diálogo e sabe negociar de maneira inteligente e admirável. O próprio presidente Abbas também pensa assim", disse Edwan. O embaixador palestino no Brasil, Ibrahim al-Zeben, afirmou que concorda com a sugestão feita pelo porta-voz da ANP. "O presidente Lula demonstrou ser um estadista muito importante, de estatura internacional", destacou al-Zeben. O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, disse que a proposta dos palestinos já foi citada anteriormente. Segundo ele, um dos que defendeu a idéia de Lula ser nomeado para a ONU foi o presidente da França, Nicolás Sarkozy. Durante a inauguração da Rua Brasil, em Ramala, os palestinos presentes aplaudiram de pé o presidente brasileiro e gritaram "Viva Lula!". O primeiro-ministro da ANP, Salam Fayad, também elogiou o presidente. "Muitos dos que aplaudiram não entendem português, mas o presidente Lula fala uma língua universal e que todos entendem", elogiou. Cerca de 5 mil brasileiros, de origem palestina, vivem na Cisjordânia. Morador da cidade de Hebron — uma das áreas ocupadas pelos israelenses — o palestino brasileiro Jamil Abu Fara, de 26 anos, levou um cartaz para a cerimônia com o presidente Lula. No cartaz estava escrito: "O Brasil está em nossos corações". Na inauguração, Lula declarou que o gesto prova o carinho que o povo palestino tem pela nação brasileira. "Primeiro vem a rua, depois os investimentos, depois um ponto de encontro entre o povo palestino e o Brasil", declarou Lula. A rua tem dois quilômetros e liga o local onde está sepultado o líder palestino, Iasser Arafat — morto em 2004 — à cidade de al-Bireh. O presidente brasileiro também depositou flores no túmulo de Arafat. Ao encerrar a visita aos territórios palestinos o presidente Luiz Inácio Lula a Silva disse que o recente desentendimento entre os EUA e Israel pode ser um incentivo para que israelenses e palestinos cheguem a um acordo. "O que parecia impossível aconteceu: os EUA tendo divergências com Israel. Quem sabe essa divergência era a coisa mágica que faltava para que se chegasse ao acordo?" ressaltou Lula em Ramala, na Cisjordânia, sem dar detalhes de como esse episódio pode promover a paz no Oriente Médio. Em coletiva ao lado do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, Lula também fez um apelo para que as duas organizações palestinas, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e a al-Fatá, do presidente palestino, se reconciliem. "A Palestina não realizará seu sonho se estiver desunida", afirmou. O presidente palestino disse que seus compatriotas vêm cumprindo os pedidos feitos por Israel, mas que seus vizinhos não têm feito o mesmo. "Aplicamos o que nos foi pedido e Israel precisa cumprir seus compromissos, entre eles a suspensão da construção de todos os assentamentos, inclusive em Jerusalém. Não queremos nenhum outro caminho", acrescentou Abbas.

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Mais uma vez, Lula disse que o Brasil está disposto a participar das negociações de um acordo de paz entre palestinos e israelenses. "Estou convencido de que novos atores poderão arejar as negociações estancadas."

Reunião em São Bernardo debate Comitê Sindical na ZF Sachs (CUT Nacional) 18/03/2010 Escrito por Sindicato dos Metalúrgicos do ABC O Sindicato dos Metalúrgicos começou a negociar nesta quarta-feira (17) com a ZF Sachs, de São Bernardo, pauta de reivindicações que tem a regularização do Comitê Sindical como o ponto mais importante. Um primeiro passo para a reivindicação tornar-se realidade foi dado no início de fevereiro. Na ocasião, o secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), Valter Sanches, e dirigentes sindicais das plantas de Sorocaba e Belo Horizonte trataram do assunto em reunião com o vice-presidente mundial de Recursos Humanos do grupo, Thomas Sigi, o presidente da empresa no Brasil, Wilson Bricio, e dois diretores de RH. Na pauta constou a necessidade de se aprimorar as relações entre empresa e sindicatos no Brasil. "Ele (Sigi) demonstrou interesse para que essa relação seja respeitosa e tenha como princípio a negociação. Essa é a maneira como eles atuam na matriz da multinacional, na Alemanha, e que a empresa deseja repetir em todas as suas unidades no mundo", prosseguiu Sanches. Transparência A CNM/CUT e os sindicatos entendem que o primeiro passo para uma negociação transparente e produtiva é a regulamentação da representação sindical. "Na Alemanha é assim que funciona. Os trabalhadores podem se reunir nas próprias plantas para discutir os problemas e propor soluções e melhorias", afirmou Sanches. Na pauta de reivindicação aprovada em fevereiro constam outras três reivindicações. O pessoal quer transporte fretado para os companheiros no turno 6 x 2, melhorias no convênio médico e que o plano de cargos e salários funcione com regras claras, transparência e justiça.

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O Clipping é um levantamento diário da Área de Comunicação do Sinergia CUT sobre as principais notícias publicadas e relacionadas

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