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QUINTA-FEIRA | 10 DE NOVEMBRO | 14h00-18h00 Comunicação Coordenada: III Mesa Coordenada Renami – Crítica de narrativas jornalísticas (SALA PBB121) Coordenação: Marta Regina Maia (Ufop) Crítica midiática e fazer jornalístico: novas narrativas e percepções Autoria: Marta Regina Maia (UFOP), Rafael Drumond(UFOP), Caio Aniceto (UFOP) Resumo: Está em andamento, no campo da comunicação, um esforço para o mapeamento das possibilidades de crítica de mídia, já que são várias as modalidades de estudo nessa área. Nesse caso, propomos um olhar sobre a metacrítica jornalística que emerge a partir de culturas de trabalho financiadas por modelos alternativos, redesenho organizacional que vem possibilitando a circulação de novas narrativas sobre o social. Tendo em vista o lugar contra-hegemônico que vitaliza esse outro jornalismo, analisamos, com aporte metodológico da análise das narrativas a partir das fontes, o trabalho desenvolvido pelo projeto jornalístico “Ponte: Direitos humanos, justiça e segurança pública”. Palavras-chave: Narrativas; Midiatização; Jornalismo; Crítica; Ponte. A narrativa instável no jornalismo sobre investigações Autoria: Eduardo Luiz Correia (FIAM-FAAM) Resumo: A proposta do artigo versa sobre a construção narrativa do jornalismo investigativo, em sua modalidade chamada "sobre investigações", considerada na combinação desta com o jornalismo declaratório praticado hoje. A ideia é apresentar uma reflexão sobre domínio da fonte e do jornalista narrador sobre o fato, intencionalidades e instabilidades narrativas na formação de sentidos a partir de uma narratividade com tais características delineada pela imprensa, principalmente aquela que trata dos chamados escândalos político midiáticos. Palavras-chave: jornalismo investigativo, fontes, análise da narrativa, poder judiciário, escândalo político. Narrativas-discurso e discursos-narrativa: teoria e prática para uma categorização dos deslizes éticos por jornalistas cearenses Autoria: Edgard Patrício (UFC) Resumo: Em tempos de convergência midiática e precarização do trabalho, como estaria a relação entre produção de jornalismo e a

sbpjor.org.brsbpjor.org.br/sbpjor/wp-content/uploads/2016/10... · Web viewA análise compreende sete reportagens publicadas no período entre janeiro de 2014, ano em que houve a

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QUINTA-FEIRA | 10 DE NOVEMBRO | 14h00-18h00

Comunicação Coordenada: III Mesa Coordenada Renami – Crítica de narrativas jornalísticas (SALA PBB121)Coordenação: Marta Regina Maia (Ufop)

Crítica midiática e fazer jornalístico: novas narrativas e percepções Autoria: Marta Regina Maia (UFOP), Rafael Drumond(UFOP), Caio Aniceto (UFOP)

Resumo: Está em andamento, no campo da comunicação, um esforço para o mapeamento das possibilidades de crítica de mídia, já que são várias as modalidades de estudo nessa área. Nesse caso, propomos um olhar sobre a metacrítica jornalística que emerge a partir de culturas de trabalho financiadas por modelos alternativos, redesenho organizacional que vem possibilitando a circulação de novas narrativas sobre o social. Tendo em vista o lugar contra-hegemônico que vitaliza esse outro jornalismo, analisamos, com aporte metodológico da análise das narrativas a partir das fontes, o trabalho desenvolvido pelo projeto jornalístico “Ponte: Direitos humanos, justiça e segurança pública”.Palavras-chave: Narrativas; Midiatização; Jornalismo; Crítica; Ponte.

A narrativa instável no jornalismo sobre investigaçõesAutoria: Eduardo Luiz Correia (FIAM-FAAM)

Resumo: A proposta do artigo versa sobre a construção narrativa do jornalismo investigativo, em sua modalidade chamada "sobre investigações", considerada na combinação desta com o jornalismo declaratório praticado hoje. A ideia é apresentar uma reflexão sobre domínio da fonte e do jornalista narrador sobre o fato, intencionalidades e instabilidades narrativas na formação de sentidos a partir de uma narratividade com tais características delineada pela imprensa, principalmente aquela que trata dos chamados escândalos político midiáticos.

Palavras-chave: jornalismo investigativo, fontes, análise da narrativa, poder judiciário, escândalo político.

Narrativas-discurso e discursos-narrativa: teoria e prática para uma categorização dos deslizes éticos por jornalistas cearensesAutoria: Edgard Patrício (UFC)

Resumo: Em tempos de convergência midiática e precarização do trabalho, como estaria a relação entre produção de jornalismo e a ética profissional? Entrevistamos 15 profissionais jornalistas do mercado de trabalho de Fortaleza. A técnica foi de entrevistas em profundidade. Para esse artigo, fazemos um recorte sob a perspectiva da compreensão dos jornalistas sobre o conceito de ética. A partir daí, tentamos categorizar as situações em que o jornalista profissional cearense enxergaria em sua prática possibilidades de deslizes éticos. Depois, fomos à coluna semanal do ombudsman do jornal O Povo. E fizemos o cruzamento para saber: 1) se há uma correspondência entre a categorização sistematizada a partir das narrativas-discurso dos jornalistas e os deslizes éticos apontados nos discursos-narrativa dos jornalistas pelo ombudsman; 2) quais seriam, a partir dos deslizes éticos apontados pelo ombudsman, as categorias mais representativas.

Palavras-chave: Jornalismo; narrativa; ética.

Apuração in loco: o impacto do trabalho de campo nas narrativas jornalísticas contemporâneasAutoria: Mara Rovida (Faculdade Rio Branco)

Resumo: Numa sociedade orientada pela tecnologia, o investimento no trabalho de campo como elemento essencial da apuração jornalística parece cada vez mais raro. Na contramão dessa realidade, observa-se o trabalho in loco como diferencial na elaboração de narrativas sobre temas do cotidiano urbano. A relação entre dialogia jornalística e observação-experiência no exemplo da cobertura radiofônica do trânsito é discutida neste artigo. A costura de vozes e perspectivas de personagens do trânsito urbano é observada em seu aspecto dialógico nas narrativas da Radio SulAmérica Trânsito. A metodologia de trabalho que dá base para o presente debate está alicerçada na pesquisa empírica cujos sujeitos observados são os jornalistas que atuam na emissora de rádio escolhida para esta análise.

Palavras-chave: apuração jornalística; dialogia; narrativa jornalística; trabalho de campo; radiojornalismo.

A subjetividade nas narrativas jornalísticas e suas implicações em O nascimento de JoicyAutoria: Dayane Barretos (UFOP)

Resumo: O exame da dimensão subjetiva da prática jornalística é um movimento que já vem sendo efetuado nos estudos da área. Contudo, ao colocar os sujeitos em destaque e inserir a produção jornalística em uma perspectiva relacional, outras questões emergem, como é o caso da visibilidade, e da relação entre jornalista e personagem. Nesse sentido, este artigo pretende contribuir para essa perspectiva ao tensionar as implicações que uma maior apropriação da subjetividade traz para a narrativa jornalística. Para tanto, partimos das considerações tecidas pela jornalista e doutora em sociologia Fabiana Moraes em sua obra O nascimento de Joicy, a fim de destacar aspectos presentes no livro que possam auxiliar na compreensão dessas questões.

Palavras-chave: Jornalismo; Narrativa; Subjetividade; Relação; O nascimento de Joicy.

Comunicação Coordenada: IV Mesa Coordenada Renami – Narrativas em Jornalismo Literário (SALA PBB 315)Coordenação: Monica Martinez (Uniso)

Parcialidade assumida na narrativa jornalística: análise das reportagens de Antônio Callado sobre a Guerra do VietnãAutoria: Lilian Martins (UNESP)

Resumo: Em setembro de 1967, Antônio Callado embarcou com destino ao Vietnã do Norte como correspondente do Jornal do Brasil. O repórter queria compreender a Guerra do Vietnã a partir da perspectiva dos vietcongues, os "inimigos" anunciados pelas agências internacionais de notícias que pautavam o JB sobre a guerra. Sobre sua série de reportagens no Vietnã, Callado, assumidamente de esquerda, dizia que não fora ao Vietnã para saber quem tinha razão. "Isso eu já sabia", declarou. O artigo pretende analisar o contexto em que a produção foi realizada e de que forma se apresenta a parcialidade assumida pelo repórter tanto na escrita quanto na escolha das fotografias publicadas na série de reportagens.

Palavras-chave: Antônio Callado; Guerra do Vietnã; narrativa; parcialidade assumida.

Perspectivas acerca da biografia jornalística Autoria: Rodrigo Bartz (UNISC)

Resumo: Abordamos, aqui, alguns aspectos narrativos para a (re)construção da trajetória biográfica em biografias jornalísticas. Adentramos, em um primeiro momento, na narrativa biográfica descrevendo nossos achados em relação às escolhas desse narrador jornalístico. Em seguida, analisamos abordagens e possíveis respostas para o boom biográfico, as informações paratextuais, além da desconfiança em relação à ficção o que concede à biografia legitimidade como relato verossímil na contemporaneidade.

Palavras-chave: análise; biografia; jornalismo; literatura.

Uma leitura ontológica dos diários pessoais como fortalecimento das narrativas biográficas Autoria: Victor Cruzeiro (UnB)

Resumo: A prática da escrita em diários é muito comum entre artistas, mas é frequentemente eclipsada pela importância da sua obra dita magna. O registro íntimo perde-se na banalidade e no não literário. É a partir das visões de abertura de Umberto Eco, e da sobrevivência das imagens de Aby Warburg e Georges Didi-Huberman, que se construirá uma leitura não histórica ou literária do diário, mas ontológica, em primeiro plano. O objetivo é dar voz ao diarista-artista na construção das narrativas biográficas, deixando-a ecoar e trazer à tona trechos de uma vida imperfeita, porque humana, e não apenas fadada ao sucesso, porque genial.

Palavras-chave: diário; abertura; sobrevivência; ontologia; narrativa biográfica.

O jornalismo literário e a dor na terra esquecidaAutoria: Juan Domingues (PUCRS)

Resumo: Em apenas três meses de 1994, parte da população de Ruanda foi massacrada durante violentos ataques promovidos pela maioria étnica Hutu contra a minoria Tutsi. Três anos depois de um dos piores acontecimentos da história do país africano, o jornalista estadunidense Philip Gourevitch foi a Ruanda para fazer uma reportagem sobre os fatos. Ouviu mais de uma centena de pessoas, incluindo sobreviventes, cúmplices e participantes diretos dos ataques. O resultado do trabalho de apuração e investigação de Gourevitch é o livro-reportagem Gostaríamos de informá-los de que amanhã seremos mortos com nossas famílias (2006). As vozes nas narrativas, que combinam objetividade das informações com o subjetivismo do jornalismo literário, é o objeto deste estudo, que identifica não apenas as vozes que ajudam a construir o texto, como também a presença e o ponto de vista do autor sobre os fatos ocorridos em Ruanda.

Palavras-chave: jornalismo literário; Ruanda; Philip Gourevitch; hutu; tutsi.

Primeiras reflexões sobre a pesquisa em narrativas midiáticas no Brasil Autoria: Monica Martinez (Uniso) e Tadeu Rodrigues Iuama (Uniso)

Resumo: Este artigo tem como objetivo compartilhar a análise dos resultados preliminares da primeira fase (encerrada em 30/6/2016, totalizando 23 respostas) da pesquisa sobre narrativas, iniciativa ligada à Rede de Pesquisa Narrativas Midiáticas Contemporâneas (RENAMI) e à Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPjor). Este mapeamento visa a identificar o perfil dos pesquisadores brasileiros dedicados ao estudo de narrativas, bem como suas bases epistemológicas, teóricas e metodológicas. Os resultados sugerem que a maioria dos respondentes é composta por doutores e pós-doutores filiados há pelo menos uma associação nacional, que majoritariamente financiam suas pesquisas com recursos próprios, consideram-se parcialmente atualizados sobre a produção científica no país e exterior e empregam como principais referenciais teóricos Motta, Ricoeur, Barthes e Benjamin.

Palavras-chave: Jornalismo; Narrativas midiáticas; Redes de Pesquisa; Renami; SBPJor.

Escuta, testemunho e memória na narrativa de Svetlana Aleksiévitch Autoria: Jaqueline Lemos (Universidade São Judas)

Resumo: Em Vozes de Tchernóbil, a jornalista e escritora Svetlana Aleksiévitch apresentou ao mundo uma narrativa de mosaico de vidas, lembranças e histórias de personas que viveram o drama do desastre nuclear. As falas do indizível apuradas pela jornalista nos remetem a uma reflexão sobre a densidade da narrativa quando é capaz de articular a escuta, o testemunho e a memória. Os testemunhos narrados no livro-reportagem nos colocam diante de um ininterrupto entre passado e presente, no qual o ontem e o hoje se fundem em vozes de perplexidades diante dos acontecimentos. Este artigo tem como objetivo compartilhar uma reflexão inicial sobre o livro-reportagem Vozes de Tchernóbil quanto às estratégias narrativas adotadas pela autora, na perspectiva de uma leitura cultural de reportagem, de acordo com a pesquisadora Cremilda Medina.

Palavras-chave: livro-reportagem; narrativa; jornalismo literário; relato oral; Svetlana Aleksiévitch.

Comunicação coordenada: Telejornalismo e Sociedade: olhares críticos, percepções e sentidos (SALA PBB322) Coordenação: Flávio Antônio Camargo Porcello (UFRGS)

O Telejornalismo local entre a mudança e a permanência: Um estudo de caso do Jornal Anhanguera Autoria: Ana Carolina Rocha Pessoa Temer (UFG)

Resumo: O jornalismo está vivenciando um período de mudanças estruturais, pressionado pela necessidade de se adaptar as mudanças no perfil do público local e novas tensões relativas à audiência e o aumento da cobertura policial. Partindo destas múltiplas relações, propõe-se aqui uma análise das transformações realizadas no conteúdo do Jornal Anhanguera, veiculado pela emissora TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo em Goiás. A análise faz uma reflexão sobre o telejornalismo local a partir das tensões internas do seu conteúdo, relacionando o conteúdo colaborativo e as coberturas policiais, e outros aspectos relativos à vida urbana, como transporte público, prestação de serviços, entre outros. A análise inclui uma revisão bibliográfica sobre o telejornalismo local, além de questionamentos sobre a interferência da Rede Globo no conteúdo do telejornal.

Palavras-chave: Telejornalismo Local; Jornal Anhanguera; Goiânia; Análise de Conteúdo; Cobertura local.

Telejornalismo: a função pedagógica na apropriação e reconstrução do discurso jurídico Autoria: Alfredo Vizeu (UFPE) e Laerte Cerqueira (UFPB)

Resumo: Neste artigo, refletimos sobre a função pedagógica do telejornalismo no processo de apropriação e reconstrução do discurso jurídico, tornando-o algo familiar, acessível à sua audiência. Destacamos, nesta operação didática, o papel dos sistemas e conceitos da teoria das representações sociais como suporte para entender como se dá a transformação da linguagem hermética dos tribunais em diálogo/conhecimento do cotidiano. Em destaque, a partilha de sentidos comuns de mundos diferentes feita por uma audiência que encontra no telejornalismo um lugar de referência; uma possibilidade de orientação na complexidade dos acontecimentos mais distantes, mais próximos ou que, de alguma forma, afetam o cotidiano.

Palavras-chave: Telejornalismo; função pedagógica; lugar de referência; representações sociais

A política mediatizada e os riscos para a democracia Autoria: Célia Ladeira Mota (UnB) e Paulo Henrique Soares de Almeida (UnB)

Resumo: Manuel Castells (2007) dia que nas sociedades contemporâneas, a política é primariamente mediatizada. O sistema político usa a TV como um palco onde se apresenta em busca de apoio e de dar visibilidade ao discurso para cidadãos que se tornam consumidores. Neste artigo, examinamos narrativas que foram produzidas em transmissões ao vivo e em reportagens de telejornais brasileiros sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, e as comparamos com narrativas da imprensa internacional, que cobriu também amplamente o processo. A comparação permitiu observar a interferência direta da cobertura jornalística na produção de um significado dominante a favor do processo levado a efeito pela classe política, que terminou com o afastamento da presidente brasileira. A pesquisa nos leva a indagar quais os riscos que o jornalismo político representa para a consolidação do processo democrático no país.

Palavras chave: democracia, telejornalismo, política, narrativa, significado

Telejornalismo e redes sociais: as narrativas do “eu” e a customização da notícia no “GloboNews em Pauta” Autoria: Christina Ferraz Musse (UFJF) e Cláudia Thomé (UFJF)

Resumo: Análise da utilização das redes sociais pelos jornalistas de televisão. Através de postagens nos perfis do Facebook, Instagram e Twitter, os apresentadores e repórteres de TV misturam aspectos da vida profissional e da vida privada, com o objetivo de divulgar os telejornais onde atuam, e aumentar a empatia com o público, o que chamamos de customização do conteúdo noticioso, isto é, a hibridização do texto noticioso com registros da vida íntima. Acredita-se que esse tipo de comportamento tem levado a uma nova maneira de consumir as informações telejornalísticas e aponta para novas possibilidades narrativas para a televisão. A investigação apresentada neste artigo utilizou-se do referencial teórico de Antônio Fausto Neto, Yvana Fechine e Lúcia Santaella, entre outros. A observação empírica foi realizada sobre as postagens nas redes sociais de jornalistas do telejornal “GloboNews em Pauta”.

Palavras-chave: telejornalismo; redes sociais; narrativas do “eu”; customização; “GloboNews em Pauta”

Telejornalismo expandido: o conteúdo jornalístico televisivo nas redes sociais Autoria: Edna Mello (UFTO) e Iluska Coutinho (UFJF)

Resumo: Este artigo tem a proposta de apresentar novas formas de consumo e de diálogo dos telejornais brasileiros com a sociedade, por meio de sua presença nas mídias sociais, aplicativos digitais. Essa apropriação tem reflexos nas formas de circulação da notícia, que ocorre também por meio de narrativas convergentes, em uma fase que denominamos de telejornalismo expandido. Destacamos neste trabalho os resultados de pesquisa que sinalizam a presença de produções telejornalísticas diferenciadas em diversas redes sociais digitais, incluindo a transmissão ao vivo de reuniões de pauta, a produção de chamadas (teasers) por repórteres ou apresentadores, a postagem de vídeos de reportagens, as transmissões simultâneas na televisão e na rede social e interação com o telespectador ao vivo. Na fase atual, o telejornalismo se expande, e diversifica suas plataformas de atuação e contato com o cidadão.

Palavras-chave: telejornalismo; convergência; redes sociais; jornalismo; aplicativo.

TV Mulher nos anos 80 e agora: representação feminina, gênero e protagonismo social Autoria: Flávio Porcello (UFRGS), Francielly Brites (UFRGS), Fabiana Freitas (UFRGS) e Douglas Carvalho (UFRGS)

Resumo: Este artigo propõe uma reflexão sobre a representação feminina em diferentes épocas através do TV Mulher. O programa original que compõe o corpus fora transmitido na televisão aberta pela Rede Globo, nos anos 1980, e a sua repaginação pelo segmentado Canal Viva, em 2016. O estudo consiste em uma análise de conteúdo a partir da observação e comparação de categorias: a) temáticas abordadas, b) composição de quadros, c) elementos de cenário, d) apresentação e e) vinheta. Dessa forma, foi possível concluir que apesar de as versões apresentarem temáticas idênticas, as abordagens são distintas, visto que na primeira a função da atração era basicamente informativa, enquanto a segunda se insere como espaço de discussões da questão de gênero.

Palavras-chave: televisão; jornalismo; representação feminina; mulher brasileira; TV Mulher.

Comunicação coordenada: XVII Mesa Coordenada da Rede JorTec – Reflexões e aplicações da pesquisa em jornalismo e tecnologias digitais (SALA PBB221) Coordenação: Marcelo Träsel (UFRGS)

Produção colaborativa de pesquisa aplicada na consolidação de rede científica: um relato sobre a experiência da Rede JorTec/SBPJor Autoria: Walter Teixeira Lima Júnior (UNIFAP) e Rodrigo Eduardo Botelho-Francisco (UFPR)

Resumo: O objetivo deste trabalho é relatar e discutir a experiência e resultados de projeto coletivo da Rede de Pesquisa Aplicada Jornalismo e Tecnologias Digitais, vinculada à Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo, voltado para experimentação e criação de inovações tecnológicas digitais nos processos de captação, produção, transmissão e distribuição de conteúdos jornalísticos nas convergentes plataformas comunicacionais. Com isso, apresentam-se perspectivas metodológicas para pesquisa aplicada e em rede, bem como adesões epistemológicas de uma rede em formação no Brasil, dedicada a pensar o Jornalismo e as Tecnologias Digitais como um espaço aberto à crítica, à criatividade e à inovação.

Palavras-chave: Pesquisa aplicada; Colaboratividade; Redes; Jornalismo; Tecnologias Digitais.

A evolução das tecnologias leva à automatização da produção informativa Autoria: Sebastião Squirra (UMESP)

Resumo: O jornalismo vem sendo forçado a mudar modelos e estruturas. Neste paper apontamos que o mesmo está encantoado pelas novas possibilidades tecnológicas, que alteram a disponibilização de informação. A informatização reformata as práticas, tendo levado as formas narrativas para realidade onde todos produzem conteúdos e volume inédito de informação está à disposição. A robotização se insere na produção de notícias e novas câmeras alargam conteúdos, exponenciando os relatos. Como o ser necessita de fontes experientes e informações seguras, os modelos atuais sobreviverão indicando que na plena informação, os jornalistas deverão estar presentes.

Palavras-chave: Jornalismo; tecnologias; robotização da imprensa; automação jornalística; jornalismo digital

Registro livre: um exemplo de desenvolvimento de tecnologia digital aplicada ao jornalismo através de parcerias informais Autoria: Marcelo Träsel (UFRGS)

Resumo: A área da Comunicação, nas universidades brasileiras, é tradicionalmente carente em desenvolvimento de tecnologia, mas as políticas que favorecem a pesquisa interdisciplinar e as mudanças culturais e econômicas engendradas pela microinformática e pelas redes digitais oferecem novas oportunidades para este tipo de empreendimento científico. O artigo relata o processo de produção do software Registro Livre, concebido como pesquisa aplicada em Jornalismo e materializado através de uma parceria informal entre a academia e o setor privado, ensejada pela interação entre ambos no Parque Tecnológico da PUCRS. A descrição evidencia a existências de vias alternativas aos editais de agências de fomento e ao investimento direto para o desenvolvimento de pesquisa aplicada no Brasil.

Palavras-chave: ciberjornalismo; crowdsourcing; inovação; métodos ágeis, parque tecnológico.

Experiência do usuário nos aplicativos O Globo Notícias e Folha de S. Paulo Autoria: Elton Tamiozzo de Oliveira (UCDB) e Gerson Luiz Martins (UFMS)

Resumo: Esse trabalho é resultado de uma pesquisa que teve como objetivo analisar a Experiência do Usuário de smartphone quando utilizam aplicativos de notícias de dois cibermeios nacionais. Para cumprir o propósito os procedimentos utilizados na pesquisa realizada foram: pesquisa bibliográfica para fundamentar conceitos inerentes ao trabalho, realização de teste de avaliação de usabilidade e administração de questionário para analisar a Experiência do Usuário. Os dados colhidos permitiram mensurar que, independente da eficiência no cumprimento das tarefas no teste de usabilidade, a experiência teve desempenho pior que a expectativa do usuário em ambos os aplicativos, mesmo no que apresentou bom desempenho nas dimensões avaliadas. Isso não define que um aplicativo seja ruim, houve pontuações positivas em pelo menos três das quatro dimensões avaliadas.

Palavras-chave: Ciberjornalismo. Dispositivos móveis. Aplicativos de Notícias. Experiência do Usuário. Usabilidade.

Notícias nas redes sociais e redes sociais de notícias Autoria: Elaide Martins (UFPA)

Resumo: A fim de abordar a relação entre jornalismo e redes sociais na internet, este artigo propõe uma reflexão sobre essa relação a partir de três momentos: jornalismo se apropriando dessas redes; jornalismo profissional nas redes e instrumentos das redes para notícias; e redes se apropriando do jornalismo. Amparando-se no conceito de redes sociais na internet (RECUERO, 2009a, 2009b, 2014), a pesquisa adota como procedimentos metodológicos a revisão bibliográfica, incluindo textos acadêmicos e jornalísticos, e a técnica da observação direta, visitando os sites das redes sociais Twitter e Facebook em dias aleatórios durante a segunda quinzena do mês julho de 2016. Com isso, espera contribuir para melhor compreender o contexto atual dessa relação, identificar suas possíveis tendências e discutir as consequências para o jornalismo.

Palavras-chave: Jornalismo; redes sociais digitais; Facebook; Twitter.

Revista Já para tablets, uma experiência coletiva para pensar um conteúdo interativo Autoria: Elva Gladis (UFSC), Gabriela Damaceno (UFSC), Janine Silva (UFSC), Luiz Fernando de Oliveira (UFSC), Natália Duane de Souza (UFSC), Priscila Oliveira dos Anjos (UFSC) e Rita de Cássia Romeiro Paulino (UFSC)

Resumo: A interatividade ainda é um desafio na área da comunicação, muitos autores a interligam com os aparatos tecnológicos para motivar tal interação. Primo (2007, p. 33) faz uma ampla discussão sobre a interação mediada por computador que nos fez escolher a seguinte abordagem como conceito a discutir neste artigo: a interatividade é a oferta de um grande número de dados pré contidos em suporte digital, cujo fluxo de apresentação é disparado pelo usuário ao clicar em um botão ou link. Entendemos que o grande desafio está antes da ação do usuário, está em como os profissionais da comunicação pensam e compreendem a tal interatividade. Neste projeto procuramos aprofundar esta discussão e apresentar alguns recursos aplicados na Revista Já para tablets, que demonstram que uma representação estática pode se tornar mais atrativa e complementar, com a adição de simples elementos gráficos interativos.

Palavras-chave: Interatividade; Revistas Digitais; Jornalismo; Golpe 64; tablets.

Comunicação coordenada: Estudo das práticas jornalísticas (SALA PBB222) Coordenação: Beatriz Marocco (Unisinos)

Crítica das práticas jornalísticas, um pequeno inventário Autoria: Beatriz Marocco (Unisinos)

Resumo: A crítica das práticas jornalísticas pode ser delineada ao longo de dois séculos. Na literatura, Ilusões perdidas, escrito por Balzac, entre 1835/1843, deu materialidade ao ambiente pérfido do jornal. Uma vertente acadêmica de crítica foi aberta pelas Teorias Sociais da Imprensa que sinalizaram o compromisso dos jornais com as lógicas de mercado e o sistema de partidos políticos. Jornalistas e as suas práticas foram historicamente criticados por jornalistas, desde Karl Kraus. Com base em um pequeno inventário pode-se afirmar que o jornalismo e outros campos teóricos deram consistência a uma diversidade de discursos críticos sobre as ações dos jornalistas e dos jornais. O “livro de repórter”, pela via do enfoque à prática, é considerado, ao final, uma forma contemporânea de crítica das práticas jornalísticas. Dois livros são analisados: O olho da rua e a coletânea 50 anos de crime.

Palavras-chave: crítica das práticas jornalísticas; jornalismo; ombudsman; livro de repórter.

A crítica das práticas e a condição de fala do repórter Autoria: Angela Zamin (UFSM)

Resumo: A presente reflexão trabalha pistas ofertadas por jornalistas no esforço de, pela crítica, problematizar o regime das práticas. De modo aproximado, amplia a compreensão sobre o jornalismo, os sujeitos e as mediações, a partir de textos em que jornalistas examinam como os acontecimentos se engendram ao mesmo tempo em que elaboram uma crítica articulada à experiência e à condição de fala. Os “textos” analisados foram recolhidos no Twitter e no Facebook em perfis pessoais de jornalistas brasileiros e perpassam as negociações nas redações, os constrangimentos enfrentados, a preferência pelas versões das agências, a dependência das fontes e de seus enredos, os erros ou elementos negligenciados no processo de produção e a função das coletivas de imprensa. Evidenciam a decisão do jornalista em dar a ver a “si mesmo” e às práticas jornalísticas, que se naturalizam sem serem suficientemente expostas e refletidas. Palavras-chave: Jornalismo; Práticas jornalísticas; Crítica.

O golpe da mídia: a crítica ao jornalismo no discurso de intelectuais Autoria: Christa Berger (UFRGS)

Resumo: O texto parte do ponto de vista de que inúmeros intelectuais incorporam a crítica à prática jornalística ao analisarem a sociedade contemporânea. O acontecimento escolhido para observar esta incorporação na análise de intelectuais brasileiros é o processo que desembocou no impeachment da presidenta Dilma Roussef em junho de 2016. Três textos foram escolhidos para representar essas críticas. O primeiro é uma entrevista com o norte-americano Glenn Greenwald pela revista Carta Capital, o segundo “A velha mídia, o golpe e o Fla-Flu que não houve”, de Ednei de Genaro e Robson Gabioneta, publicado no site Outras Palavras e, o último, o artigo “Informados e Inteligentes”, de Aderbal Freire Filho, publicado no livro A resistência ao golpe de 2016. A conclusão, ao final da análise é de que, nesse caso, as críticas políticas não só incorporam a mídia como afirmam que o jornalismo teve papel indiscutível no processo do impeachment da presidenta.

Palavras-chave: Acontecimento; Crítica à prática jornalística; Intelectuais; Golpe.

O retorno da autoria e uma nova consciência documental no fotojornalismo contemporâneo Autoria: Júlia Capovilla (Unisinos)

Resumo: Os fotojornalistas têm vivenciado mudanças na prática e na produção fotográfica desde a adesão das tecnologias digitais pelas empresas jornalísticas. O que para muitos profissionais da imagem representou uma crise sem precedentes, para outros se configura como a possibilidade de explorar temáticas e estéticas não comumente usadas nas coberturas diárias dos impressos. Neste sentido, os blogs de fotografia dos jornais de maior circulação do Brasil aparecem como lugares outros para publicação e circulação desse material imagético originalmente produzido para atender as demandas da produção noticiosa diária. Ao romperem com a suposta objetividade da fotografia, os fotojornalistas que contribuem com estes blogs apontam para a necessidade de incluir a poética em suas produções, provocando um movimento de “retorno da autoria” (FOUCAULT, 2001) e “uma nova consciência documental” (FONTCUBERTA, 2007).

Palavras-chave: Blog de fotografia; Fotojornalismo; Autoria; Documento; Poética Visual.

Sujeitos do biográfico: jornalistas e a construção do status de autoria na produção da biografia como reportagem Autoria: Karine Moura Vieira (ESPM-Sul)

Resumo: O presente trabalho são reflexões desenvolvidas a partir da tese “Do fazer um saber: a construção do biografar: o discurso de autoria sobre a prática jornalística na produção de biografias por jornalistas brasileiros”, defendida em 2015 no Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e se debruça sobre a constituição dos jornalistas como sujeitos do biográfico. A partir dos discursos das suas práticas enquanto autores de biografias, Alberto Dines, Lira Neto, Mário Magalhães e Regina Zappa refletem sobre a processualidade do biografar, a circulação de saberes e a construção do seu status de autoria.

Palavras-chave: biografia; jornalismo; autoria; reportagem; prática.

O encontro entre subjetividade e alteridade na crítica das práticas jornalísticas: aproximações de pesquisa Autoria: Márcia Veiga da Silva (Unisinos)

Resumo: A partir do livro O nascimento de Joicy, de Fabiana Moraes, inicio as aproximações com a autora como possível interlocutora de minha pesquisa de pós-doutorado, que enseja conhecer práticas jornalísticas mais afeitas a alteridade. Entre os desafios dessa aproximação está o de

relacionar o livro com as práticas jornalísticas compreendidas como Os novos jornalismos investigativos, bem como com as características que delimitam o conceito de Livro de repórter. Outro desafio é o de refletir sobre as descrições da jornalista sobre suas práticas como um deslocamento do modo de objetificação jornalística circunscrita num tipo de autorialidade individual, nos termos de Ringoot e Marocco (2015). Considerando também a posição de sujeito da jornalista por um viés de gênero, faço uma leitura da reflexividade sobre as práticas, proposta pela autora, a partir da epistemologia feminista.

Palavras-chave: práticas jornalísticas; alteridade; livro de repórter; subjetividade.

Comunicações Livres: Sessão 1 (SALA PBB311) Coordenação: Vivian de Carvalho Belochio (Unipampa)

Aplicativos autóctones em franquias jornalísticas: estratégias e trans-formações a partir da convergência com meios digitais Autoria: Vivian de Carvalho Belochio (Unipampa), Eugenia Barichello (UFSM) e Tanise Arruda (Unipampa)

Resumo: Este texto relata pesquisa sobre as características das estratégias em mídias móveis de franquias jornalísticas vinculadas a jornais de referência brasileiros. O foco é a movimentação dessas franquias em aplicativos autóctones, com conteúdos exclusivos, a partir da convergência com meios digitais. O artigo expõe os resultados de pesquisa que averiguou as movimentações de 25 franquias jornalísticas brasileiras de meios impressos que realizam estratégias de distribuição de conteúdos na Web e em aplicativos móveis.

Palavras-chave: convergência com meios digitais; franquias jornalísticas; aplicativos autóctones; ciberjornalismo; convergência jornalística.

Simple is the new Trend: a simplificação do Nexo como possibilidade de inovação no jornalismo digital Autoria: Pedro Carlos Ferreira de Souza (UFBA) e Letícia Lopes da Silveira (UFBA)

Resumo: Enquanto um estudo descritivo-analítico, o presente trabalho visa investigar as práticas inovadoras do jornal digital Nexo em relação à sua estrutura organizacional, à escolha editorial e ao foco mercadológico. A partir do entendimento de um contexto comunicativo no qual as esferas da produção e do consumo se confundem, nos interessa verificar em que medida essas ações inovadoras influenciam o modo de fazer jornalismo em iniciativas voltadas ao meio digital. Para traçar esse panorama, salientamos as categorias analíticas de Bekker (2013), Rosetti (2013) e Franciscato (2010) acerca do conceito de inovação, bem como o entendimento de affordances (GAVER, 1991; ARNAU, BALLÚS, 2013) e propagabilidade (JENKINS et al, 2014). Como chave de leitura, elegemos os pontos identificados por Lucy Küng (2015) como características inovadoras comuns percebidas em organizações digitais.

Palavras-chave: Jornalismo digital; Inovação; Produção jornalística; Propagabilidade; Nativos digitais.

Construção do ethos e estratégias transmídidas lado a lado no Jornal da Record News Autoria: Sofia Costa Rêgo (UFPE)

Resumo: A articulação dos programas televisivos com a internet tem sido cada vez mais comum, inclusive no jornalismo. Alguns telejornais, como o Jornal da Record News, adotam estratégias transmídias, mas não à tôa. Essas estratégias podem ter os objetivos de aprofundar a informação, de

buscar um maior engajamento dos telespectadores que estão nas redes sociais e de ajudar a construir a imagem do telejornal perante o público, ou seja, seu ethos. É este último ponto que mais nos interessa discutir neste artigo. Pretendemos entender, a partir da análise do JR News, como o programa vem explorando a articulação dos conteúdos televisivos com a internet, sobretudo com uso das redes sociais, para construir seu ethos.

Palavras-chave: Telejornalismo; transmidiação; estratégia transmídia; ethos.

O Jornalismo Audiovisual para Dispositivos Móveis para além da análise de conteúdos: a perspectiva dos editores dos autóctones para tablets Autoria: Juliana Fernandes Teixeira (UFPI)

Resumo: Partindo do panorama atual caracterizado por tendências de audiovisualização e de mobilidade das informações jornalísticas, a proposta do artigo é investigar algumas das lições e estratégias identificadas pelos editores dos produtos exclusivos para tablets, ao longo do processo de desenvolvimento do Jornalismo Audiovisual para Dispositivos Móveis. Entre os casos estudados incluímos La Presse +; Mail plus; Project Week; Katachi; La Repubblica Sera; El Mundo de la Tarde; O Globo a Mais; Estadão Noite e Diário do Nordeste Plus. Buscamos ultrapassar a esfera da análise dos conteúdos, tentando observar nosso âmbito de estudo a partir do ponto de vista de quem o produz ou produziu. Para isso, realizamos entrevistas exclusivamente para a presente pesquisa, bem como levantamos relatos e depoimentos através de pesquisa bibliográfica.

Palavras-chave: Jornalismo audiovisual; Ciberjornalismo; Dispositivos móveis; Tablets; Processo de produção jornalística.

Características do Ciberjornalismo: estudo de caso da cobertura do cibermeio Campo Grande News dos conflitos de terra em Caarapó – MS Autoria: Everson Umada Monteiro (UFMS)

Resumo: A proliferação de conteúdo jornalístico na internet proporcionou à profissão a emergência de um novo gênero jornalístico, o ciberjornalismo. Esta nova forma de se produzir conteúdo trouxe às publicações características como a multimidialidade, instantaneidade, interatividade, possibilidade de customização de conteúdo, hipertextualidade, memória e ubiquidade. Este estudo analisa se estas características do ciberjornalismo são utilizadas nas rotinas dos portais de notícia online e, se usadas, como a fazem. Como objeto de estudo, examina-se os conteúdos produzidos pelo cibermeio Campo Grande News sobre os conflitos de terra entre povos indígenas Guarani e Kaiowá e produtores rurais na terra indígena Tey’i Jusu, em Caarapó, interior do estado de Mato Grosso do Sul. O estudo também verificou como as matérias abordaram o fato.

Palavras-chave: ciberjornalismo; notícia; indígena; Guarani e Kaiowá; Caarapó.

Comunicações Livres: Sessão 2 (SALA PBB213) Coordenação: Guilherme Carvalho (Uninter)

Sensacionalismo e direito ao esquecimento na era digital: implicações éticas da estigmatização de criminosos no jornalismo Autoria: Hendryo Anderson André (UFSC)

Resumo: Neste artigo propõe-se o início de uma discussão teórica sobre o direito ao esquecimento no mundo digital a partir de uma perspectiva ligada à estigmatização de personagens no jornalismo policial. Ao problematizar implicações do sensacionalismo no que se refere ao apagamento de

informações na internet, o trabalho versa sobre como o jornalismo se configurou na modernidade como um dispositivo de controle social, pautado pelo princípio da confissão; trata ainda sobre como o campo interfere na constituição da identidade social de estigmatizados, sobretudo, indivíduos em processo de ressocialização. Argumenta-se ainda em torno de cuidados éticos/deontológicos que o jornalismo policial teria que enfrentar no que diz respeito à construção de biografias de personagens.

Palavras-chave: Jornalismo policial; direito ao esquecimento; ética jornalística; estigmatização; sensacionalismo.

O impresso em tempo de mudanças estruturais do jornalismo: estudo de caso do jornal O Popular Autoria: Raphaela Xavier de Oliveira Ferro (UFG) e Jordânia Bispo Rocha (UFG)

Resumo: O jornalismo vive um tempo de mudanças estruturais. O presente estudo é uma tentativa de compreender melhor como os veículos regionalizados têm se portado no atual período de transição. Para tanto, este artigo realiza um estudo do processo de reformulação gráfica e editorial do jornal impresso goianiense O Popular, realizado em 2016, e busca situar essa ação dentro do contexto de reestruturação do campo jornalístico como um todo. A sociedade tem se reestruturado e o jornalismo tradicional, bem como seus produtos, tem se adequado de modo consequente ao processo de transformação das comunicações sociais. A análise foi feita a partir de um estudo de caso, em que foram estabelecidas as categorias: formato, estrutura, texto, recursos gráficos e colunas jornalísticas. Entende-se, ao fim, que o veículo estudado, tensionado por diversos campos, apresentou falhas ao tentar se readequar à nova realidade.

Palavras-chave: jornalismo; mudanças estruturais do jornalismo; jornalismo impresso; jornalismo goiano; jornal O Popular.

Portais, coletivos e agências de conteúdo: apontamentos sobre as [novas] estratégias de sobrevivência do jornalismo alternativo em São Paulo Autoria: Taís Seibt (UFRGS), Ana Paula Lückman (UFRGS) e Francisco de Paula Rocha Amorim (UFRGS)

Resumo: O artigo promove uma discussão acerca das transformações no exercício do jornalismo profissional no século XXI, sob a perspectiva da passagem do modelo industrial para o pós-industrial, da crise que se manifesta na e pela transição entre esses modelos e da potencial mudança do paradigma jornalístico que resulta desse processo. Tais proposições são tensionadas com casos empíricos de iniciativas jornalísticas independentes com sede em São Paulo, a fim de apontar tendências para a prática jornalística no novo contexto.

Palavras-chave: jornalismo; jornalismo pós-industrial; jornalismo independente; crise; capitalismo.

A coluna do ombudsman como espaço de observação – o jornalismo paraibano entre ethos, censuras e potencialidades Autoria: Juliana de Amorim Rosas (UFPR) e Kelly Prudencio (UFPR)

Resumo: Este artigo pretende relatar o resultado de uma pesquisa de mestrado que se dedicou a estudar a experiência de crítica de mídia do ombudsman paraibano. As experiências com ombudsman do jornal Correio da Paraíba, embora pouco conhecidas, têm seu lugar na história do jornalismo, uma vez que tal defensor do leitor foi a segunda experiência do tipo a ocorrer no país – após o pioneirismo nacional da Folha de S. Paulo, e a primeira entre as regiões Norte e Nordeste. Várias foram as descobertas durante a pesquisa. Aqui, iremos nos ater à temática anual deste

evento e situar a coluna do ombudsman paraibano como espaço de observação do mundo, em especial, do próprio jornalismo, caracterizando-se neste caso em particular como local de disputa de ethos jornalístico e empresarial. Uma experiência que teve alguns hiatos, poucos silêncios, denúncias de censura, mas teve potência e várias potencialidades.

Palavras-chave: ombudsman, jornalismo paraibano, crítica de mídia, ethos.

Comunicação e democracia: reflexões sobre a legitimidade do jornalismo na era digital Autoria: Camila Lângaro Becker (UFRGS)

Resumo: O presente artigo propõe apresentar o percurso de fundação de alguns dos valores deontológicos e das essencialidades da prática jornalística moderna a fim de discutir a sua importância como parte da esfera de visibilidade pública dominante na atualidade. Para tanto, desenvolve conceitos relativos à comunicação pública, compreendendo o jornalismo como fator constitutivo da publicização e do debate de temas de interesse público. Busca, por fim, levantar aspectos referentes aos desafios contextuais e estruturais surgidos para profissão na contemporaneidade — a partir do avanço de tecnologias da comunicação e do desenvolvimento de novas formas de sociabilidade —, com o objetivo de refletir a respeito da permanência da relevância do jornalismo nas sociedades democráticas.

Palavras-chave: Jornalismo; Comunicação pública; Visibilidade; Democracia; Internet.

Um outro jornalismo é possível: análise de conteúdos do site Brasil de Fato Autoria: Guilherme Carvalho (Uninter)

Resumo: Nosso estudo de caso ateve-se ao site Brasil de Fato. Realizamos uma análise documental e de conteúdo, a partir de um monitoramento diário realizado entre os dias 13 de junho e 13 de julho de 2016. Neste trabalho, apresentamos uma parte dos resultados obtidos nesta etapa do projeto. Foram analisadas um total de 30 publicações, o que representa uma amostra da produção. Na perspectiva de que o jornalismo alternativo diferencia-se por seus modos de fazer, procuramos elementos que reforçassem a hipótese de que o Brasil de Fato pode ser classificado como tal. Assim, procuramos observar aspectos que contribuíssem para encontrar respostas quanto aos processos de produção jornalísticos e quanto à alternatividade dos conteúdos.

Palavras-chave: Brasil de Fato; jornalismo alternativo; análise de conteúdo.

Comunicações Livres: Sessão 3 (SALA PBB214) Coordenação: Patrícia Regina Schuster (Unisc)

Jornalismo sobre política: uma concepção alargada dos temas políticos Autoria: Ricardo José Torres (UFSC)

Resumo: Este estudo busca discutir e analisar algumas tensões que a autonomia das mídias sociais proporciona em relação a produção e distribuição de conteúdos multimídia ligados a temas políticos. Em meio a uma série de perspectivas e movimentos, percebidos nos sistemas democráticos, vivenciamos a emergência de novas formas de mobilização de atores políticos que podem fazer chegar informações políticas ao público por meio de diferentes plataformas e inúmeras narrativas. Na negociação entre os interesses, princípios e objetivos envolvidos no processo de comunicação política, surgem novos elementos de articulação. Esses elementos ampliam o papel do público, que estava alheio às contendas restritas às instituições hegemônicas da esfera política e dos meios de comunicação jornalísticos tradicionais.

Palavras-chave: Jornalismo Político; Mídias Sociais; Mídia Ninja; Informações Políticas; Silenciamento.

Temas sindicais no jornalismo de Veja: entre ditos e silenciados Autoria: Patrícia Regina Schuster (Unisc)

Resumo: Neste artigo expusemos parte da reflexão feita durante a tese de Doutorado. Aqui, nosso objetivo é apresentar como a revista Veja discursiviza o sindicalismo. Sob a influência teórica da Análise de Discurso analisamos 24 textos da publicação, veiculados durante junho de 2006 e junho de 2014. A imersão analítica nestas reportagens evidencia os atravessamentos ideológicos que permeiam a fala do veículo ao noticiar questões vinculadas às ações e aos atores oriundos do meio sindical. Entre ditos e silenciados, sobram estigmas para o movimento sindical brasileiro.

Palavras-chave: jornalismo; discurso; sindicalismo; revista Veja; Análise de discurso.

Jogo de imagens na página 2: estudo preliminar da Lava Jato nos editoriais da Gazeta do Povo Autoria: Ester Athanásio (UFPR)

Resumo: O artigo analisa, de maneira preliminar, a imagem pública da Operação Lava Jato nos editoriais da Gazeta do Povo, principal jornal do Paraná. Recorre-se à literatura sobre imagem pública política e teoria do jornalismo, já que o objeto é analisado a partir de material jornalístico. Ressaltam-se, portanto, as distinções dentre jornalismo informativo e opinativo, conferindo caráter privilegiado ao texto editorial – responsável pelo posicionamento oficial do veículo acerca da agenda pública. Tal texto contribui, enquanto ícone de visibilidade pública, para a construção da imagem de atores políticos ali expostos e é fundamental na formação da imagem pública do próprio veículo de comunicação. O corpus é composto de 10 editoriais de março a junho de 2016, submetidos à Análise do Discurso. Conclui-se que há uma defesa convicta da Lava Jato, exibida como “implacável” trabalho de “limpeza ética” e “ruptura” política.

Palavras-chave: Comunicação Política; Jornalismo; Editorial; Imagem pública; Lava Jato.

Teoria e prática da leitura crítica dos meios: a utilização do agendamento e enquadramento no processo de impeachment Autoria: Ana Carolina Kalume Maranhão (UnB), Daniel Gonçalves de Oliveira (UnB), Daniela Favaro Garrossini (Unb), Dianne Magalhães Viana (UnB)

Resumo: O presente estudo tem como objetivo apresentar uma experiência de ensino e aprendizagem na Universidade de Brasília, a partir da realização de um curso de extensão com a participação de 145 alunos do curso de graduação em Jornalismo, intitulado "Teoria e Prática da Leitura Crítica dos Meios". O curso teve como meta aplicar mecanismos para integração dos elementos curriculares da formação em Jornalismo, a partir de um olhar que alia a teoria e a prática sobre os conceitos de agendamento, newsmaking e enquadramento na crítica e análise da imprensa brasileira a partir da cobertura da primeira etapa da votação de impeachment. O curso buscou ainda incentivar a aprendizagem compreensiva dos conteúdos, mais do que sua memorização e o empreendimento de análises das ações de três meios de comunicação no Brasil em um momento de cobertura de um fato histórico.

Palavras-chave: Ensino; Jornalismo; Agendamento; Newsmaking; Análise da Mídia.

Jornalismo, esfera pública e a “blogosfera progressista” no Brasil Autoria: Caio Cardoso Queiroz (UFBA)

Resumo: A partir do cenário midiático formado nas eleições presidenciais de 2014 e em seus desdobramentos, propomos uma discussão sobre as deliberações na esfera pública. O exercício de avaliação e correção jornalística realizada pelos ambientes de rede, especialmente pelos jornalistas associados na chamada “blogosfera progressista”, expõe questões relacionadas à deontologia jornalística, à circulação de conteúdo jornalístico na web e suas relações com o conceito de esfera pública de Habermas. A seleção e avaliação das publicações de quatro blogs de importantes jornalistas no período eleitoral propícia por permitir a observação de críticas, posicionamentos e dinâmicas nem sempre evidentes nos ambientes de circulação jornalística, além de questionamentos sobre a função política do jornalismo e dos veículos.

Palavras-chave: Jornalismo; Esfera pública; Ética; Blogosfera progressista; Eleições 2014.

Comunicações Livres: Sessão 4 (SALA PBB215) Coordenação: Cristiane Oliveira Reimberg (Fundacentro, USP)

O estresse no trabalho do jornalista Autoria: Cristiane Oliveira Reimberg (Fundacentro, USP)

Resumo: Neste artigo, apresentamos a percepção de estresse de 21 jornalistas entrevistados para a pesquisa de doutorado “O exercício da atividade jornalística na visão dos profissionais: sofrimento e prazer na perspectiva teórica da psicodinâmica do trabalho”, defendida em abril de 2015. Apesar de o estresse não ser uma categoria trabalhada pela psicodinâmica do trabalho, ele foi percebido como sofrimento pelos jornalistas entrevistados para a pesquisa. Também pontuamos os resultados de outros estudos que avaliam o estresse no trabalho jornalístico.

Palavras-chave: Jornalismo; Trabalho; Jornalista; Sofrimento; Estresse.

Identidade profissional do jornalista: um embate ideológico (Flora Leite Freire - Mestrado em andamento UFPE)

Resumo: Tendo em vista que a identidade profissional do jornalista não se reduz à prática e que o conceito de identidade é, por si só, uma construção de significado, este artigo propõe uma análise conceitual sob o âmbito da ideologia. Para isso, são abordados os pontos de vista de Traquina e Zelizer sobre o assunto, os quais consideram os jornalistas como membros de uma comunidade interpretativa. A análise do artigo inclui ainda a visão de ideologia de Thompson e as percepções de Breed e Bourdieu acerca da prática jornalística. Com o decorrer da discussão, surgem ainda problemáticas mais profundas como a questão da legitimidade do jornalismo enquanto profissão e do próprio conceito de profissionalização. Ao fim, foi possível pontuar tensões inerentes à discussão da identidade profissional do jornalista com base nos autores mencionados.

Palavras-chave: identidade; jornalismo; profissão; ideologia.

A representação do apresentador no telejornal brasileiro Autoria: Anniely Laena Azevedo Dias (UFSM)

Resumo: Os meios de comunicação contribuem para a relação entre os indivíduos, pois permite a observação e propagação dos fatos do dia-a-dia. O papel desempenhado por estes - em especial, a televisão e a internet - alteram a própria cultura. Neste contexto, vários sujeitos podem ser

identificados como peças que compõem essa engrenagem, no qual destacamos os apresentadores dos telejornais. Assim, este artigo tem por objetivo identificar a representação dos apresentadores no telejornal brasileiro, ou seja, qual o papel do apresentador no contexto do telejornal? Quais elementos são utilizados por eles que geram essa representação? Para isso, recorremos ao conceito de representação na perspectiva de Goffman (1985) e Thompson (2011) refletindo sobre como se configura as representações desses apresentadores na atualidade. Enfatizando o uso das redes sociais como novas práticas que potencializam o papel dos apresentadores.

Palavras-chave: Representação; Apresentador; Telejornal; Redes Sociais; Novas Práticas.

A passagem pelo tempo: as transformações na atuação do repórter no telejornalismo brasileiro Autoria: Filipe Peixoto (UFRGS)

Resumo: O repórter de TV, narrador da televisão que mais se aproxima dos fatos, está constantemente criando performances para se comunicar com a audiência. Esta pesquisa buscou identificar, sob uma perspectiva histórica, diferenças e permanências nos elementos visuais da passagem, termo que no jargão jornalístico se refere ao momento em que o repórter aparece no vídeo. Como referencial teórico, utilizam-se conceitos de Bourdieu (2011), Goffman (1985), Gutmann (2012), entre outros. Com base na análise de 145 reportagens, verificou-se um aumento nos movimentos de câmera e do repórter na passagem; o enquadramento preferencial é o plano americano, mas o plano geral se tornou mais frequente; o tempo médio da passagem aumentou, o vestuário se tornou mais informal e o grafismo surge como elemento auxiliar da narrativa.

Palavras-chave: telejornalismo; televisão; repórter; performance; passagem.

Comunicações Livres: Sessão 5 (SALA PBB216) Coordenação: Maria Elisabete Antonioli (ESPM)

Jornalistas de educação: Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Autoria: Rodrigo Pelegrini Ratier (USP)

Resumo: Este artigo tem como objetivo apresentar uma caracterização sociológica dos jornalistas de educação brasileiros. Trata-se de levantamento pioneiro no cenário acadêmico brasileiro, em que se apresentam aspectos macrossociológicos da população analisada, as principais influências de instituições socializadoras e indícios das trajetórias profissionais dos jornalistas entrevistados. O estudo evidencia características como as lacunas formativas e precariedade contratual, que respondem ao universo socioeconômico cultural mais amplo em que o exercício da atividade profissional se desenrola. Defende-se que esses aspectos não atingem homogeneamente ao conjunto da categoria. Ao contrário, manifestam-se de maneiras distintas em diferentes subgrupos da população analisada. Busca-se indicar a presença de uma hierarquia nesse espaço, com a configuração de um campo de disputa, no sentido proposto por Pierre Bourdieu (2005b).

Palavras-chave: jornalismo; jornalismo educativo; socialização; profissões; capital social.

Estamos todos juntos nisso? Deontologia profissional e o jornalismo feito por não jornalistas Autoria: Carlito Costa (UFSC)

Resumo: O artigo discute os desafios do jornalismo num cenário em que a produção de notícias já não parece ser tarefa exclusiva de jornalistas entendidos como profissionais e vinculados a organizações jornalísticas. Transformações sociais, tecnológicas e econômicas tendem a borrar cada vez mais as fronteiras entre jornalistas, fontes e público. A imprensa, que antes tinha a primazia

sobre a discussão de temas públicos, já não é o único canal disponível. O novo cenário impõe a necessidade de alargar a definição de jornalismo para além da esfera tradicional e de colocar o desafio de incluir não jornalistas na produção de notícias. Um desses desafios é o respeito a normas éticas do jornalismo, já problemático mesmo em relação aos profissionais. O texto faz uma breve revisão bibliográfica e procura combinar propostas de vários autores que propõe formas de lidar com o problema, assim como o papel da imprensa profissional neste cenário de muitas vozes.

Palavras-chave: jornalismo; deontologia; profissão; público; fontes.

Reflexões sobre o ensino do ofício do jornalista em uma experiência de estágio docência Autoria: Maurício Frighetto (UFSC)

Resumo: O objetivo do artigo é fazer uma reflexão sobre uma experiência de estágio docência realizado na disciplina de Redação IV do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) como parte do curso de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Jornalismo (POSJOR) da mesma instituição. Parte-se da ideia do educador Paulo Freire (1996) de que a reflexão crítica sobre a prática é o momento fundamental na formação de professores. A partir do relato da experiência, compara-se o ensino do ofício do jornalista com o ensino do ofício do sociólogo com base no texto “Introdução a uma sociologia reflexiva”, de Pierre Bourdieu (2000). Palavras-chave: ensino; jornalismo; sociologia; ofício; habitus.

Profissionais e amadores: uma abordagem teórica das virtudes, disputas éticas e confluências de valores no jornalismo Autoria: Dairan Paul (UFSC) e Rogério Christofoletti (UFSC)

Resumo: A convivência entre jornalistas profissionais e amadores que atuam ocasionalmente na área está longe de ser pacífica e bem assimilada. Embora as redações tenham se convencido de que não podem mais produzir noticiário ignorando a geração de conteúdos por terceiros, as organizações jornalísticas criaram formas e níveis de participação dos amadores. Mas a definição desses papeis precisa enfrentar debates no campo da ética jornalística, enaltecendo valores e princípios, estabelecendo deveres, alertando para condutas de risco e retroalimentando um ambiente de reflexão permanente sobre a prática. Este artigo retoma o tema aristotélico da ética das virtudes, atualizando os debates que atravessam o jornalismo contemporâneo com destaque sobre como se aproximam, colidem e se distanciam os valores de profissionais e amadores.

Palavras-chave: deontologia jornalística; boas práticas; virtudes; valores éticos; pro-am.

Jornalismo e jornalistas: uma discussão acerca do perfil do profissional Autoria: Maria Elisabete Antonioli (ESPM)

Resumo: Este trabalho tem o objetivo de propiciar reflexões acerca da reconfiguração do jornalismo e do perfil do jornalista atual, tendo em vista as mudanças ocorridas com a chegada da Internet. Essa ocorrência acabou por propiciar novas competências para o jornalista e, consequentemente, alterou seu perfil que, hoje, se distancia muito do jornalista do século passado no que diz respeito à produção. É o chamado jornalista multifuncional, que participa ativamente de todo o processo de produção da notícia. Com referência à metodologia, além de uma pesquisa bibliográfica, optou-se por entrevistar oito experientes jornalistas, de veículos diversos, que contribuíram para discutir questões que afetam o jornalismo e os jornalistas na chamada sociedade da informação.

Palavras-chave: Internet; jornalismo, jornalista; jornalista multifuncional; rotinas de produção.

Comunicações Livres: Sessão 6 – Jornalismo literário e grande reportagem (SALA PBB217) Coordenação: Débora Lapa Gadret (Unisinos)

Técnicas para uma codificação do jornalismo sensacionalista Autoria: Fábio Rausch (PUCRS)

Resumo: As obras referenciais para os estudos das práticas sensacionalistas, na imprensa, geralmente, detêm-se a casos isolados e avaliam a inevitabilidade de exacerbações diversas, nas coberturas analisadas, como foram as opções de Angrimani (1995), com Notícias Populares, e de Pedroso (2001), com Luta. Recentemente, Rausch (2015) propôs uma técnica de pesquisa voltada a codificar a tipologia, por meio da organização de um quadro cujas classificações semânticas fundamentam conceitos operacionais. Diante disso, 19 verbetes estão organizados em quatro categorias: estrutura, características, temática e elementos. Neste artigo, busca-se ampliar a noção da impossibilidade de se determinar, arbitrariamente, esta ou aquela matéria como sensacionalista ou não. Se o problema é definir o sensacionalismo, a discussão caminha no sentido de aplicar a técnica proposta e verificar os chamados níveis de sensacionalização.

Palavras-chave: Jornalismo; imprensa; sensacionalista; codificação; técnica de pesquisa.

Tiro, porrada e bomba: o noticiário policial e a inserção do jornalista amador no telejornal Autoria: Aline Grupillo Chagas Reis (UFF)

Resumo: O objetivo deste artigo é analisar em que medida a mudança no formato do telejornal SBT Rio, projetou o noticiário entre as camadas populares e o tornou vice-líder de audiência no Rio de Janeiro. A adoção da linguagem informal demandou alterações no cenário, na retórica discursiva do telejornal, agora baseada na performance dos apresentadores, e, em última análise, no investimento da emissora na cobertura de crimes e da violência urbana carioca. Sendo assim, o artigo está divido em duas partes, a primeira focada nas mudanças técnico-operacionais decorrentes dessa estratégia comercial e a segunda centrada na necessidade de produção de imagens impactantes feita, preferencialmente, pelo chamado jornalista amador. A hipótese é que o telejornalismo popular tornou-se dependente do trabalho desses indivíduos pelas dificuldades de acessos das equipes de reportagem profissionais aos locais das ocorrências policiais.

Palavras-chave: telejornalismo; telejornalismo popular; jornalismo; televisão; SBT Rio.

A emoção no jornalismo e a organização do enquadramento Autoria: Débora Lapa Gadret (Unisinos)

Resumo: Este artigo apresenta como a emoção é problematizada por pesquisadores do jornalismo que a entendem como parte intrínseca da atividade jornalística e de seus discursos. Apresento uma revisão de pesquisas que tomam a emoção como conceito de alto valor epistemológico ao estudos da área, dividindo-as em dois eixos: aquelas que a investigam como componente da relação entre público e jornalismo e aquelas que se preocupam em observar a emoção no discurso produzido pelo campo. Defendo que a emoção, enquanto efeito de sentido que circula no espaço discursivo do jornalismo, organiza o enquadramento das reportagens por meio da apresentação de uma avaliação moral.

Palavras-chave: Teorias do Jornalismo, Emoção, Discurso, Enquadramento, Avaliação moral.

A violência narrada no jornalismo de proximidade em Ijuí- RS

Autoria: Lara Nasi (UFSM, Unijuí)

Resumo: Neste trabalho, o objetivo é observar a configuração das narrativas sobre violência em dois jornais da cidade de Ijuí –RS, no interior do Rio Grande do Sul. A partir da compreensão do jornalismo como narrativa, observam-se as questões do jornalismo de proximidade (CAMPONEZ, 2011). Para o corpus, são considerados três meses de produção jornalística. A análise parte da hermenêutica, e observa as fontes acionadas pelo jornalismo, o tensionamento de questões ligadas a juventude e a gênero, e as estratégias adotadas para produzir as narrativas. Os resultados apontam para a construção de uma narrativa de que “o crime não compensa”, que exalta a atuação policial, pune os criminosos e dirige-se à classe média como vítima em potencial da criminalidade.

Palavras-chave: Jornalismo; Narrativa; Violência; Jornalismo de Proximidade; Criminalidade.

A criminalização da rua: uma análise acerca da representação da população de rua dentro da mídia de Vitória da Conquista Autoria: Lucas Eduardo Lima Dantas (UFF)

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo discutir a representação construída pela mídia da População em Situação de Rua (PSR) da sociedade urbana. Para tanto, foi executado uma análise de conteúdo voltada para a programação jornalística da emissora TV Sudoeste, afiliada de Rede Globo em Vitória da Conquista, Bahia. O objetivo da pesquisa foi buscar entender de que forma a PSR estava sendo retratada dentro dos media, traçando a partir dos resultados colhidos, uma análise acerca deste processo midiático.

Palavras-chave: Mídia; Direitos Humanos; Ocultar Mostrando; Telejornalismo; População de Rua.

Comunicações Livres: Sessão 7 – Jornalismo e meio ambiente (SALA PBB218) Coordenação: Myrian Del Vecchio de Lima (UFPA)

Sentidos construídos e movimentados na discursivização de Superinteressante sobre a mudança climática Autoria: Rafael Rangel Winch (UFSM)

Resumo: O objetivo do trabalho é compreender como a Superinteressante, revista da Editora Abril, constrói e movimenta sentidos sobre a mudança climática em sua discursivização entre os anos 1995 e 2015. O estudo se ancora em contributos da Análise de Discurso de matriz francesa (AD) para mapear e problematizar os dizeres da publicação acerca do fenômeno do clima. A partir de nossa empreitada analítica, verificamos a presença de quatro núcleos discursivos: (ND1) Problema Concreto; (ND2) Problema Antropogênico; (ND3) Problema Controverso; e (ND4) Problema Desigual. Estes, por sua vez, abarcam dez redes de paráfrases que congregam sentidos relacionados a variadas dimensões da alteração climática.

Palavras-chave: mudança climática; discurso jornalístico; revista Superinteressante; redes de paráfrases; construção de sentidos.

Jornalismo Ambiental nas salas de aula: um olhar sobre os currículos das universidades do sul do Brasil Autoria: Augusta Fehrmann Gern (UFPA) e Myrian Del Vecchio de Lima (UFPA)

Resumo: A questão ambiental, aqui abordada pela visão sociológica, é um tema que exige reflexão e discussão coletiva, a partir das informações contraditórias dos meios de comunicação. Pesquisas

sobre a produção jornalística na área indicam a necessidade de cobertura mais sistêmica e jornalistas bem preparados para realizá-la. Este artigo identifica como a temática ambiental está presente nos currículos dos cursos de Jornalismo da região Sul do Brasil. Para isso, realizaram-se entrevistas fechadas com coordenadores de curso de 23 universidades, analisadas por meio de categorias específicas. A premissa é de que as disciplinas sobre a temática seriam a principal forma didática pela qual a maioria dos estudantes tem acesso à questão. Conclui-se que o tema tende a se tornar mais presente nas salas de aula e passe a atender a uma visão holística e abrangente necessária.

Palavras-chave: Jornalismo ambiental; Ensino de jornalismo; Região Sul; Meio ambiente; Currículo de jornalismo.

Ethos, jornalismo e ambiente Autoria: Carlos Andre Dominguez (UFPEL)

Resumo: Este artigo discute o silenciamento de vozes em uma dada contextualização do ethos jornalístico na produção de noticiário em jornais de Posadas e Porto Alegre, e investiga a cobertura realizada pelos veículos em relação ao projeto de construção de duas hidrelétricas na fronteira entre os dois países, Brasil e Argentina, no rio Uruguai, denominadas complexo de Garabi-Panambi. Três eixos sustentam esse trabalho: o conhecimento sobre o meio-ambiente, o ethos jornalístico e a cena social do acontecimento Garabi. O saber ambiental foi tratado desde a sua origem na teoria marxista que descreve a separação do homem da natureza pelo trabalho. O ethos jornalístico e seus valores e essência foram recuperados historicamente, perfazendo um trajeto que se inicia na modernidade, onde o Jornalismo ganhou a forma atual, e chegando aos dias de hoje, quando a atividade enfrenta o desafio de conseguir dar conta da complexidade e das falhas decorrentes do processo discursivo de uso da linguagem jornalística.

Palavras-chave: Jornalismo, Ethos, Ambiente, Hidrelétrica, Imaginário.

A importância do Jornalismo Ambiental na transformação da sociedade. Um diálogo entre o interacionismo simbólico, a psicologia social e a Teoria do “Umwelt” Autoria: Tarcísio Saldívar Silveira (UFMS), Greicy Mara França (UFMS), Maria Luíza Cáceres (UFMS)

Resumo: Este trabalho propõe uma reflexão teórica sobre a importância do Jornalismo Ambiental na transformação social. A partir de conceitos teóricos da sociologia, da psicologia social e da teoria do “Umwelt” este trabalho busca demonstrar a importância do conhecimento na construção social da realidade referente ao meio ambiente. Este trabalho é um desdobramento de uma pesquisa de mestrado desenvolvida na UFMS que tem o objetivo de analisar a inserção do Jornalismo Ambiental no Jornalismo Rural dos programas MS Rural e Globo Rural.

Palavras-chave: Jornalismo Ambiental; Umwelt; Televisão; Globo Rural; MS Rural.

Comunicações Livres: Sessão 8 (SALA PBB219) Coordenação: Carmen Regina Abreu Gonçalves (Unipampa)

A política do silenciamento: uma análise sobre a censura jornalística no período da Ditadura Militar Autoria: Gloria Maria Baltazar (UFJF) e Andreia Oliveira (UFJF)

Resumo: O presente artigo tem por objetivo fazer uma análise da censura imposta aos meios de comunicação de massa no período da ditadura militar, tomando como recorte o jornal carioca

Última Hora (UH), criado por Getúlio Vargas, em 1951, na época de seu segundo governo no Brasil, com a função de defender a era varguista. A intenção é mostrar como esse periódico impresso colaborou na divulgação de conteúdos e notícias contrárias ao regime militar, seu posicionamento em oposição ao golpe, bem como as coações que sofreu por meio da censura imposta na época. Pretende-se também destacar como se deu a imposição de um silenciamento perante a era ditatorial, com a intenção de impedir o veículo de exercer sua liberdade de expressão frente a esse momento político. O trabalho será feito a partir da análise de conteúdo das matérias e manchetes divulgadas pelo UH e veiculadas nos dias 01, 02 e 03 de abril de 1964.

Palavras-chave: ditadura militar; Última Hora; jornalismo impresso; censura; silenciamento.

Verdade, vigilância e poder: as relações entre as imagens-flagrantes amadoras e o jornalismo Autoria: Vinicius Batista de Oliveira (UFSC)

Resumo: Buscamos discutir como as imagens-flagrantes amadoras são articuladas no jornalismo e como elas participam de relações que parecem aperfeiçoar o mecanismo discursivo jornalístico em busca da produção de uma verdade, configurar e reforçar sistemas de vigilância contemporâneos e acionar formas de poder e disciplinarização entre e sobre os indivíduos. Para isso, utilizamos do aporte teórico-metodológico de Michel Foucault. Entendemos, aqui, imagens-flagrantes amadoras como aquelas com estética flagrante, tomada sem pré-produção ou apuro técnico, e feita por pessoas fora do círculo profissional de produção jornalística ou fotográfica, amadores portanto, ou por um sistema de captura automático, como câmeras de vigilância.

Palavras-chave: jornalismo; vigilância; discurso; poder; verdade.

Ditadura militar e Comissão Nacional da Verdade no discurso jornalístico Autoria: Carmen Regina Abreu Gonçalves (Unipampa)

Resumo: Este texto traz a análise da cobertura da entrega do relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), em textos publicados nos jornais Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo. A partir de perspectivas teóricas sobre acontecimento e de pressupostos da Análise de Discurso (AD), com ênfase no conceito de silenciamento (ORLANDI, 2007), buscou-se identificar quais foram os principais sentidos que circularam, se destacaram, foram silenciados e/ou apagados sobre a ditadura civil-militar brasileira e a CNV no discurso jornalístico dos jornais no período analisado. A CNV configura-se em um acontecimento social, político e histórico que obedece aos requisitos necessários para ingressar no circuito midiático como um acontecimento jornalístico.

Palavras-chave: Comissão Nacional da Verdade; acontecimento; disputa de sentidos; discurso jornalístico; ditadura militar.

Valores-notícia e internet: um estudo exploratório sobre as notícias mais acessadas do portal aRede Autoria: Cintia Xavier (UEPG), Afonso Verner (UEPG)

Resumo: O presente trabalho estuda as notícias mais acessadas (visualizadas) do portal aRede de fevereiro de 2014 a agosto de 2015. O portal está no ar desde de dezembro de 2013 e promete uma “cobertura 24 horas das notícias de Ponta Grossa e dos Campos Gerais” – o principal filão de notícias refere-se ao setor policial e de segurança. Nesse sentido, o texto apresenta uma reflexão inicial sobre os valores-notícia, o uso desses critérios e a nova configuração desse processo na era da internet – para isso são observadas as notícias mais acessadas no portal. Além disso, são

apresentadas reflexões a respeito da Teoria do Gatekeeping e da nova ideia do funcionamento dos gates nos meios jornalísticos na era da internet.

Palavras-chave: Valores-notícia; Webjornalismo; Gatekeeping; portal aRede; consumo de notícias.

A cobertura jornalística da apologia à ditadura militar: enquadramentos televisivos sobre o deputado federal Jair Bolsonaro Autoria: Poliana Pasa (PUCRS)

Resumo: Durante sessão plenária da Câmara Federal, o deputado Jair Bolsonaro homenageou a ditadura militar e um dos coronéis responsáveis pela tortura. A declaração foi transmitida ao vivo por emissoras de televisão aberta. A partir do método da Hermenêutica de Profundidadade, este artigo analisa a cobertura jornalística do fato em relação aos enquadramentos produzidos por telejornais da Rede Globo (Jornal Nacional), da Rede Record (Jornal da Record) e da Bandeirantes (Jornal da Band). A responsabilidade do jornalismo frente a apologias ao ódio é interpretada como um dos principais desafios da profissão no contexto contemporâneo.

Palavras-chave: Televisão; Jornalismo; Enquadramento; Jair Bolsonaro.

Fotojornalismo e o funcionamento da/na mídia: uma análise da foto de JK publicada na revista O Cruzeiro Autoria: Cilene Macedo (Unisul)

Resumo: Neste artigo iremos analisar discursivamente o funcionamento da fotografia do ex-presidente Juscelino Kubitschek divulgada na revista O Cruzeiro, no Rio de Janeiro, em 1959, produzida durante a inauguração do heliporto no Palácio do Catete, tendo por base teórica da Análise de Discurso, da linha francesa, teorizada por Michel Pêcheux, e posteriormente difundida no Brasil por Eni Orlandi, na década de 80. A proposta é compreendermos quais as condições de produção que tornaram possível a foto do ex-presidente JK. Para tanto, estaremos mobilizando os conceitos teóricos/analíticos como gestos de leitura, silenciamento, memória discursiva, arquivo, processos de paráfrase e polissemia e quais sentidos foram possíveis por meio da historicidade.

Palavras-chave: Análise do discurso; discurso jornalístico; memória discursiva; fotojornalismo; revista O Cruzeiro;

Comunicações Livres: Sessão 9 (SALA PBB220)Coordenação: Josenildo Guerra (UFS)

Tensões e convergências entre a Teoria da Agenda e as características centrais da ‘Ciência dos Jornais Autoria: Rodrigo Nascimento Reis (UEPG) e Carlos Willians Jaques Morais (UEPG)

Resumo: O debate sobre a Teoria da Agenda (McCombs e Shaw) reconhece que a agenda midiática participa de maneira intensa na formação da agenda pública. Nesse contexto, o Jornalismo é o principal ator responsável pelos assuntos a serem discutidos pelo público no cotidiano. Um dos pressupostos apresentados pelos pesquisadores americanos é a necessidade de orientação das pessoas que as fazem recorrer ao noticiário. Este artigo, portanto, resgata antecedentes das pesquisas em Jornalismo, como as características centrais da ‘Ciência dos Jornais’ – periodicidade, universalidade, atualidade e publicidade – propostas por Otto Groth para verificar a pertinência do agendamento além da necessidade de orientação do público, englobando outras nuances do

Jornalismo. O diálogo tenso e convergente constata o peso da produção jornalística para execução eficaz da Teoria da Agenda.

Palavras-chave: Jornalismo; Teoria da Agenda; Ciência dos Jornais.

Análise Crítica da Narrativa: uma metodologia para análise de textos jornalísticos Autoria: Carolina Silva Costa (UFPR) e Mário Luiz Fernandes (UFPR)

Resumo: Este artigo objetiva realizar uma releitura da metodologia proposta por Luiz Gonzaga Motta (2012): a análise crítica da narrativa. Expõe os primórdios da metodologia, também conhecida como narratologia, sua definição e apresenta detalhadamente os procedimentos e técnicas de análise. A narratologia permite interpretar as narrativas dos jornais, de maneira a compreender a trama, intrigas, os personagens, as relações de poder existentes na sociedade globalizada e os efeitos produzidos pelos discursos narrativos.

Palavras-chave: narratologia; narrativas jornalísticas; metodologia.

Gênero discursivo, a produção de sentido no jornalismo e o contrato de comunicação Autoria: Karina de Souza Costa (Fiocruz)

Resumo: Este artigo se propõe a pensar como se constitui um gênero discursivo , quais conceitos e regularidades envolvidas, considerando como objeto de análise o Jornal A Tarde e uma breve explanação de contextos históricos. Nossa base teórica se fundamenta em obras de Mikhail Bakthin, Dominique Maingueneau e Patrick Charaudeau.

Palavras-chave: Jornalismo; Gênero Discursivo; Sentido.

Qualidade editorial: proposta de um ambiente e de uma ferramenta para avaliação de qualidade Autoria: Josenildo Guerra (UFS)

Resumo: A avaliação de qualidade editorial jornalística é um desafio que se mostra para o futuro do jornalismo, dentro de uma política de accountability voltada para cobrar as responsabilidades que os órgãos produtores de notícia têm nas sociedades democráticas. Apesar de existentes, contudo, as experiências de avaliação jornalística, com maior ou menor ênfase em qualidade editorial, são ainda poucas e dispersas. O que este paper pretende apresentar é um sistema de avaliação de qualidade editorial, desenvolvido no âmbito de uma pesquisa aplicada e de desenvolvimento experimental, em fase de testes, cujo objetivo é facilitar a operacionalização de processos de avaliação de qualidade e difundir uma cultura de avaliação tanto junto a empresas quanto também junto ao público.

Palavras-chave: Jornalismo; accountability; qualidade; pesquisa aplicada; sistema.

A contribuição de Die Politische Presse Württemberg de Otto Groth para o desenvolvimento de metodologias de pesquisa aplicadas ao Jornalismo Autoria: Elias Machado Gonçalves (UFSC)

Resumo: Até o começo do século XX o jornalismo estava pouco legitimado como disciplina científica autônoma, embora fosse estudado regularmente por outras disciplinas mais consolidadas como História, Filosofia, Direito e Economia, em países como a Alemanha. Um inventário da pesquisa em Jornalismo nesse país, que remonta ao final do século XVII, com a defesa da tese de doutorado de Tobias Peucer, na Universidade de Leipzig, em 1960, encontra-se documentado no livro Die Geschichte Deutschen Zeitungenswissenschaft. Theorie und Methoden, de 1948, de Otto Groth

(GROTH, 1948). No início do século passado, muito provavelmente pela dupla condição de jornalista e de um dos mais respeitados membros de uma disciplina que buscava legitimação acadêmica, a Sociologia, Max Weber foi um dos primeiros intelectuais a reivindicar o estudo empírico sistemático da imprensa como um dos objetos mais relevantes no período prévio a primeira Guerra Mundial (WEBER, 1996). O artigo defende a hipótese de que Die Politsche Presse Württembergs, tese de doutorado de Otto Groth, defendida em 1913, representa um marco para a consolidação de metodologias próprias para a pesquisa em Jornalismo.

Palavras-chave: Metodologias de Pesquisa; Otto Groth; Pesquisa em Jornalismo; Jornalismo como ciência; Métodos de Pesquisa.

Comunicações Livres: Sessão 10 (SALA PBB313) Coordenação: Rodrigo Daniel Levoti Portari (UEMG)

Mídia e identidade: os discursos jornalísticos sobre família homoafetiva Autoria: Elias Santos Serejo (Universidade da Amazônia)

Resumo: O modelo heteronormativo de família já não é o único presente no jornalismo brasileiro. Cada vez mais modelos plurais se apresentam como nova realidade da sociedade contemporânea e o jornalismo tem utilizado tais formatos como mote para notícias. A família homoafetiva é um tema polêmico, mas que tem ganhado nuances que possibilitam a inserção em diversos segmentos, o telejornalismo é um deles. Neste artigo elaboramos uma análise de enquadramento de reportagem exibida pelo programa Fantástico sobre a formação de família com núcleo composto por dois homens. Nossa analisou localizou esforços por parte dos profissionais em retratar a afetividade entre iguais como algo comum, normal. Mas ainda prevalecem discursos que podem reiterar o preconceito e reforçar estereótipos.

Palavras-chave: telejornalismo; família, homossexualidade; identidade.

Corpos e sensações no jornalismo popular Autoria: Rodrigo Daniel Levoti Portari (UEMG)

Resumo: O presente trabalho tem como principal objetivo analisar e compreender a presença dos corpos nas capas do jornal Super Notícia. Partindo da conceituação e caracterização do modo de fazer jornalístico da publicação, com destaque em suas capas para notícias do trágico, do esporte e com a presença de modelos que incitam o erotismo, pretende-se estabelecer as formas de apreensão de sentido ofertadas aos leitores tanto pela presença massiva de corpos ‘vivos’ como pela ausência do corpo ‘morto’ no jornal Super Notícia.

Palavras-chave: Corpos. Super Notícia. Sensações; Jornalismo popular; Capas de Jornal.

A peste e o castigo gay Autoria: Clayton Silva Vidal (UERJ)

Resumo: Esta pesquisa procura compreender como as representações sociais (RS) denominadas de "peste gay" e "o castigo divino" refletem a temática da epidemia de Aids, a partir das apropriações dos jornalistas sobre a cultura popular. Ao tomar como ponto de partida as publicações do jornal O Globo, pretendemos pensar como o trabalho jornalístico se utiliza dos elementos do imaginário popular para representar e apresentar uma discussão em torno de assuntos delicados e/ou polêmicos, como é o caso da epidemia da AIDS nos anos 80 e 90. O estudo se concentra em duas publicações feitas pelo jornal com objetivo de entender o ponto inicial de uma pesquisa mais ampla

que irá se desenvolver no trabalho de doutoramento. A ideia central é analisar como as RS, ancoradas pelos meios de comunicação, difundem valores atrelados ao contexto popular que podem contribuir para as pressões normativas ou o avanço em torno da evolução das relações sociais ocupadas pelos diferentes sujeitos. Palavras chave: Cultura Popular; apropriação cultural; representações sociais.

Quem existe e como existe no jornalismo: análise dos discursos sobre transexualidade e travestilidade em dois jornais de Pernambuco Autoria: Rui Caeiro (UFPE)

Resumo: Compreendendo o jornalismo (no ocidente) como uma instituição que, na sua forma atual, é resultado tanto dos progressos políticos que possibilitaram a afirmação das democracias como sistemas hegemônicos, quanto dos avanços do capitalismo e colonialismo, propomos algumas reflexões sobre esse paradoxo, que condiciona as leituras e realizações do jornalismo contemporâneo. Para tal, tomamos como objeto de análise os discursos que Jornal do Commercio e Aqui PE veiculam sobre transexualidade e travestilidade. Apontando o jornalismo como espaço privilegiado de lutas pela visibilização e significação da realidade social, questionamos: onde, e de acordo com que racionalidade, sujeitos de gênero não-conforme existem por/para essa instituição? Apoiamo-nos, principalmente, nas Teorias Construtivistas do Jornalismo e Estudos Queer.

Palavras-chave: Jornalismo; Transexualidade; Travestilidade; Construtivismo; Estudos Queer.

Jornalismo e o retrato das vidas precárias das LGBT Autoria: Gean Oliveira Gonçalves (USP)

Resumo: Neste artigo, busca-se uma avaliação sobre o conceito de vidas precárias, da filósofa norte-americana Judith Butler (2015), dentro do campo das teorias e pesquisas em Jornalismo. Toma-se como ponto de partida o papel do jornalismo de vincular eticamente à alteridade por um processo de humanização, bem como a representação da violência como um ato de exposição das vulnerabilidades compartilhadas. Para isto, será analisada a cobertura dos jornais Folha de S. Paulo e de O Estado de S. Paulo sobre o massacre de Orlando, episódio no qual um homem matou a tiros 49 e feriu 53 em uma boate LGBT, na Flórida, nos Estados Unidos.

Palavras-chave: Jornalismo; Vidas Precárias; LGBT; Judith Butler; Massacre de Orlando.

SEXTA-FEIRA | 11 DE NOVEMBRO | 8h00-12h00

Comunicação coordenada: Jornalismo e Educação – Travessias e Circularidades (SALA PBB121)Coordenação Beatriz Becker (UFRJ)

Protagonismo juvenil em áudio e vídeo: o movimento Ocupa nas telas do computador e da tevê Autoria: Beatriz Becker (UFRJ), Igor Waltz (UFRJ), Rafael Pereira da Silva (UFRJ) e Giovanni Codeça (UFRJ)

Resumo: Amparados pelas dimensões teórico-metodológicas da Análise Televisual e de Mídia e Educação, este trabalho reflete sobre a participação estudantil na produção informativa audiovisual a respeito do cenário educacional do Rio de Janeiro, focalizando o protagonismo dos alunos da Escola Estadual Prefeito Mendes de Moraes no movimento Ocupa. A partir de um estudo comparativo de conteúdos e formatos audiovisuais publicados no canal do YouTube criado pelos estudantes e de reportagens de telejornais locais disponibilizadas no GloboPlay sobre a ocupação,

investiga-se como esse acontecimento foi construído no ambiente midiático e busca-se identificar tendências atuais de enunciação de narrativas jornalísticas audiovisuais decorrentes da hibridização de linguagens e formatos nas telas do computador e da televisão.

Palavras-chave: protagonismo juvenil; movimento Ocupa; narrativas jornalísticas audiovisuais; Mídia e Educação; Análise Televisual.

Jornalismo e cidadania: experiências a partir de projetos de extensão universitária na perspectiva educomunicativa Autoria: Claudia Irene de Quadros (UFPR), José Carlos Fernandes (UFPR) e Juliane Martins (UFPR)

Resumo: Projetos de extensão são tema deste artigo, que procura descrever como diferentes experiências podem contribuir com o processo de aprendizado e com a formação de cidadãos mais críticos. Os dois projetos selecionados são coordenados por professores da Universidade Federal do Paraná e buscam oferecer uma ampla visão da sociedade por meio da educomunicação. A extensão universitária e a sua incidência no ensino de jornalismo também são exploradas como promotoras da interação e do debate com a comunidade. A partir de uma pesquisa exploratória, fizemos entrevistas semiestruturadas com estudantes de comunicação que participam dos projetos “MEPE – Mídia, Espaço Público e Educação” e “NCEP – Núcleo de Comunicação e Educação Popular” com o objetivo de descobrir em que medida a extensão universitária pode contribuir como o processo de ensino–aprendizagem e com a produção de conhecimento.

Palavras-chave: jornalismo; extensão; cidadania; educomunicação; universidade.

Audiovisual e ciência na sala de aula: a escolha de narrativas híbridas marcadas pelo jornalismo Autoria: Denise Tavares (UFF)

Resumo: Esta comunicação apresenta uma parte de pesquisa sobre documentário científico que realizamos junto às escolas públicas de ensino médio da cidade de Niterói. A reflexão tem como ponto de partida o que foi colocado por professores de Matemática, Biologia, Química e Física quanto ao tipo de narrativa audiovisual que preferem usar em sala de aula, o que identificamos como produções jornalísticas ou marcadas pelas estratégias de linguagem do Jornalismo. Assim, a proposta aqui é problematizar tanto estas escolhas quanto a articulação, cada vez mais estreita, entre a informação e o entretenimento nestas narrativas, quase todas produzidas na e para televisão. Entre os autores que fundamentam nossa discussão estão Bienvenido León, José Manuel Azevedo e Carlos Elías, além dos que têm se debruçado sobre as questões que envolvem o jornalismo científico. Palavras-chave: audiovisual; educação; divulgação científica; jornalismo científico.

A presença das discussões sobre gênero nos processos de ensino do Jornalismo Autoria: Graziela Bianchi (UEPG) e Karina Janz Woitowicz (UEPG)

Resumo: O artigo aborda a importância de incluir a perspectiva de gênero no ensino do Jornalismo, tendo em vista a defesa de uma formação profissional comprometida com as dimensões da cidadania. Em sintonia com as novas diretrizes curriculares do Jornalismo e com as demandas sociais da atualidade, são apresentadas as experiências de articulação entre ensino (graduação e pós-graduação), pesquisa e extensão no âmbito do Curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), de modo a refletir sobre as possíveis contribuições da categoria “gênero” no processo de formação na área.

Palavras-chave: ensino do jornalismo; estudos de gênero; formação profissional.

Leitura e produção de mídias-resenhas na apropriação de conceitos envolvidos nas tecnologias contemporâneas de comunicação e educação Autoria: Mirna Tonus (UFU) e Aléxia Pádua Franco (UFU)

Resumo: A experiência de produção de mídias-resenhas pelos graduandos do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), entre os anos de 2014 e 2016, em componentes curriculares voltados à discussão de tecnologias de informação e comunicação, inclusive as atinentes à educação, é o foco deste trabalho. A leitura e a elaboração de mídias-resenhas, produções midiáticas a respeito de textos acadêmicos por meio de diferentes tecnologias e plataformas digitais, constituem uma estratégia didática que envolve os impactos da cultura digital nas práticas de comunicação e educação, contribuindo para a formação do jornalista a partir de um posicionamento crítico e ativo frente às mídias, necessário à medida que atuarão em contextos hiper e multimidiáticos, sendo essencial sua compreensão da relação da sociedade com as tecnologias.

Palavras-chave: tecnologias de informação e comunicação; mídia-resenha; formação jornalística; comunicação e educação; cultural digital.

Comunicação coordenada: Critérios de noticiabilidade no jornalismo (SALA PBB322) Coordenação: Lia Seixas (UFBA)

Valores-notícia nas capas dos periódicos: ideologia e poder Autoria: Thaís de Mendonça Jorge (UnB)

Resumo: Neste artigo, analisamos as primeiras páginas de dois veículos noticiosos brasileiros cujas matrizes estão no impresso: O Globo e Folha de S. Paulo, cujos portais estão entre os 100 sites mais acessados na internet, respectivamente em quinto e sexto lugares no ranking Alexa. O objetivo é colocar em discussão o sistema de escolha da matéria-prima baseado em valores-notícia. Questionamos o caráter mutante dos critérios e tentamos mostrar que eles, sujeitos às ideologias, são também instrumentos de poder. Como bem destinado ao uso humano e importante instrumento para a democracia, o relato jornalístico economiza tempo e espaço hierarquizando fatos e agendando-os para usufruto da sociedade, mas também sendo influenciado por ela. Na capa dos veículos noticiosos, os valores-notícia conformariam o mapa da nossa cultura contemporânea.

Palavras-chave: valor-notícia; capa; ideologia; poder; notícia.

O valor humano no critério de noticiabilidade Autoria: Lia Seixas (UFBA) e Estela Marques (UFBA)

Resumo: Este artigo tem dois objetivos: discutir as bases de sistematizações de critérios de noticiabilidade (CN) e analisar a relação do valor humano no valor notícia. A proposta foi motivada pelo resultado do Trabalho de Conclusão de Curso de uma colega membro do Núcleo de Estudos do Jornalismo (NJor). Para examinar as bases, fizemos um exercício de análise da definição de fato (GOMES, 20059) em relação às dimensões duais dos fenômenos (FRANCISCATO, 2014). A intenção é compreender os regimes dos fenômenos e se o que se chama de valor notícia intrínseco é realmente ‘atributo’ (SILVA, 2005). Em seguida, apresentamos as teorias de valores humanos dentro da psicologia social, cujo principal autor é Schwartz (1996) e o resultado de uma análise de TCC que relaciona valor humano e valor notícia com um quality paper e um website regional. Ao final, nossas considerações amadurecidas.

Palavras-chave: valor notícia; valor humano; critério de noticiabilidade; cultura.

Entre a narração do cotidiano e o cotidiano da narração: uma análise da noticiabilidade como categoria cognitiva nas rotinas jornalísticas Autoria: Marcos Paulo da Silva (UFMS)

Resumo: O objetivo do trabalho é promover uma reflexão de ordem qualitativa sobre a natureza cognitiva da concepção de noticiabilidade no jornalismo, bem como sobre a pertinência da compreensão do conceito no interior das mediações possíveis entre a midiatização jornalística da vida cotidiana e o cotidiano das rotinas profissionais voltadas à midiatização jornalística. Busca-se inicialmente uma discussão das próprias concepções de cotidiano e de vida cotidiana em interface com as peculiaridades do campo jornalístico. Na sequência, sob a ótica da problematização do tema, vale-se dos resultados qualitativos de uma pesquisa empírica realizada com jornalistas e leitores de jornais na capital de Mato Grosso do Sul.

Palavras-chave: Jornalismo; Seleção noticiosa; Noticiabilidade; Cotidiano; Vida cotidiana.

Critérios de noticiabilidade em produtos jornalísticos especializados em cultura digital Autoria: Malu Fontes (UFBA) e Talyta Singer (UFBA)

Resumo: Esse trabalho tem como objeto associar os elementos relacionados a critérios de noticiablidade identificados e vigentes ao longo do Século XX em relação a produtos noticiosos tradicionais de modo a apontar em que medida tais conceitos prevalecem válidos e presentes quando aplicados a um corpus de 16 produtos informativos voltados exclusivamente para o universo da tecnologia e da cultura digital em circulação exclusivamente em plataformas on line. Observamos que a seleção de notícias leva em conta características da própria cultura digital, tanto em relação aos temas selecionados quanto nas formas de tratamento empregadas.

Palavras-chave: critérios de noticiabilidade; jornalismo on line; cultura digital; tecnologia; produção noticiosa.

Comunicação coordenada: A pesquisa em Jornalismo Ambiental: silenciamentos e desafios (SALA PBB222) Coordenação: Ilza Tourinho Girardi (UFRGS)

Cais José Estelita (PE) em disputa: o discurso de Carta Capital acerca do conflito ambiental. Autoria: Ilza Tourinho Girardi (UFRGS) e Eutalita Bezerra da Silva (UFRGS)

Resumo: O objetivo deste artigo é refletir sobre a construção discursiva em torno da modificação da paisagem do Cais José Estelita, em Pernambuco, considerando que há um conflito ambiental em curso na área. Para tanto, valemo-nos da Análise de Discurso de matriz francesa, a fim de entender como o discurso jornalístico publicado no site de CartaCapital constrói a conjuntura em torno do conflito em questão. A análise compreende sete reportagens publicadas no período entre janeiro de 2014, ano em que houve a emergência do impasse, e junho de 2016. Percebemos um cenário de batalha descrito, no qual as forças de manutenção do espaço encontram-se nas mãos dos movimentos sociais, enquanto que as forças de transformação são conformadas num somatório das influências de construtoras, políticos e imprensa pernambucana, detentores de um “capital imobiliário”.

Palavras-chave: Jornalismo; Discurso; Conflito ambiental; CartaCapital; Cais José Estelita.

Reportagem, reconhecimento e o que nunca vamos saber:uma leitura do Especial Tapajós da Agência Pública Autoria: Reges Schwaab (UFSM) e Maiara Rauber (UFSM)

Resumo: Inserido em um projeto mais amplo, o debate aqui desenvolvido tem como motivação a busca por discutir a possibilidade da ruptura do narrar jornalístico, como um dizer que “abre a possibilidade do possível” (MARCOS, 2007), inserido no jogo do reconhecimento entre sujeitos diante das problemáticas do contemporâneo. Localizamos como propulsora do debate a abordagem de um conflito socioambiental que envolve comunidades humanas, demarcação de terras e empreendimentos hidroelétricos na Amazônia, a partir da série de reportagens Especial Tapajós, da Agência Pública de Jornalismo Investigativo. A base da discussão jornalística é a reportagem e o que ela compreende como prática e como gesto narrativo, sendo nossa intensão sondá-la pela hipótese de que alcançar a ruptura e a força da narrativa seriam devedoras, em essência, do gesto de reconhecimento.

Palavras-chave: Reportagem; narrativa; reconhecimento; socioambiental; Agência Pública.

O que não é dito pode não ser percebido: a (não)cobertura jornalística dos riscos ambientais Autoria: Eloisa Beling Loose (UFRGS), Ângela Camana (UFRGS) e Roberto Villar Belmonte (UFRGS)

Resumo: Este artigo propõe um debate a respeito do papel do jornalismo no que tange dar visibilidade aos riscos ambientais, ainda que se saiba das dificuldades encontradas na cultura jornalística a respeito do tratamento preventivo dos assuntos. A partir da perspectiva da percepção de riscos, reforça-se a ideia de que o jornalismo participa como um dos fatores que podem gerar ação frente às questões ambientais em razão de seu poder amplificador ou, pelo contrário, pode contribuir para a não compreensão dos riscos, quando os ignora.

Palavras-chave: cobertura jornalística; riscos ambientais; jornalismo; silenciamentos; percepção de risco.

Transformações ambientais e megaeventos nas cidades brasileiras nos estudos de jornalismo entre 2007 e 2015 Autoria: Débora Gallas Steigleder (UFRGS), Eliege Maria Fante (UFRGS), Carine Massierer (UFRGS) e Claudia Herte de Moraes (UFSM)

Resumo: Para sediar a realização de megaeventos esportivos, tais como a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil, o poder público, em associação com o capital privado, modifica as características sociais e ambientais das grandes cidades: para alargar vias ou construir estádios e espaços necessários à realização das competições, remove populações e vegetação local, modifica os espaços físicos e até mesmo culturais. Diante disso, surgem conflitos, e os cidadãos passam a questionar seu direito à cidade. O objetivo do presente artigo é compreender como os estudos (ou pesquisas) da área abordam a relação “jornalismo e transformações ambientais” no contexto de realização de megaeventos no Brasil. A metodologia consiste numa análise qualitativa das conclusões de trabalhos publicados entre 2007 – ano em que se confirmou a realização da Copa do Mundo FIFA Brasil - e 2015 – ano de véspera da realização das Olimpíadas do Rio de Janeiro.

Palavras-chaves: Jornalismo; Cidades; Jornalismo Ambiental; Meio Ambiente; Megaeventos.

O verde e seus múltiplos sentidos nas páginas do Jornal:uma análise discursiva Autoria: Jaqueline Orgler Sordi (UFRGS)

Resumo: Este artigo apresenta os resultados parciais de uma dissertação de mestrado que buscou centralizar-se nas estratégias discursivas e significados atribuídos ao “verde” pelo jornal Zero Hora, a fim de investigar como os sentidos desta palavra são construídos e configurados no imaginário social. Em um contexto na qual o discurso da sustentabilidade ganha relevância, compreender sob quais pilares se dá a sua significação no veículo de comunicação mais relevante do sul do país faz-se necessário. Para tal, selecionou-se como objeto de estudo o material relacionado ao tema produzido pelo jornal ao longo do ano de 2010 – período de implantação da fábrica da Braskem para a produção do chamado “plástico verde”. A análise se dá em uma sustentação teórica estruturada sob três eixos: o Jornalismo, sob a ótima discursiva, construtivista e ambiental, o Verde e o Discurso, a partir de suas múltiplas potencialidades.

Palavras-chave: análise; discurso; sentidos; verde; sustentabilidade; jornalismo; ambiental.

Comunicação coordenada: I Mesa Coordenada Renami – Narrativas Imagéticas (SALA PBB311) Coordenação: Maria Alice Lima Baroni

Espaços de (in)visibilidade na produção de narrativas visuais: Fotojornalistas e fotógrafos populares nas favelas cariocas Autoria: Alice Baroni (PUCRJ)

Resumo: O artigo explora as práticas e discursos dos fotojornalistas e fotógrafos populares, com o intuito de refletir sobre espaços de (in)visibilidade nas narrativas visuais sobre as favelas do Rio de Janeiro. A partir de conversas informais, entrevistas em profundidade e interpretação discursiva de vasto material visual não-editado, examinamos as práticas de trabalho desses dois grupos de fotógrafos, em um contexto de fluidas relações de poder e disputas territoriais entre traficantes, milicianos e policiais. O principal argumento deste artigo é que a produção de narrativas plurais sobre as favelas realizada por fotojornalistas e fotógrafos populares contribui com a luta diária de seus moradores pela garantia de direitos fundamentais.

Palavras-chave: fotojornalismo; fotografia popular; narrativas visuais; favelas; Rio de Janeiro

O que contam as imagens do trauma? O fotojornalismo no rompimento da Barragem de Fundão Autoria: André Luís Carvalho (UFOP) e Karina Gomes Barbosa (UFOP)

Resumo: Neste artigo nos debruçamos sobre as capas do jornal O Estado de Minas, durante os primeiros trinta dias de cobertura a respeito do rompimento da Barragem de Fundão, no município mineiro de Mariana. Buscamos compreender o que e como as imagens do fotojornalismo produzido pelo jornal narram acerca do trauma, em um primeiro movimento que, entendemos, ser definidor na construção do imaginário visual desse acontecimento jornalístico. Entre 6 de novembro e 5 de dezembro de 2015, o jornal, um dos que notadamente mais destaque deu ao acontecimento, publicou inúmeras imagens da tragédia, das quais sobressai um emblema: a lama. Diferente do que Sontag diz a respeito das imagens-limite do jornalismo, nessa dor não há sujeitos, não há corpos; há indícios. Nesse contexto, o que as narrativas visuais evocam é silêncio, mais que testemunho.

Palavras-chave: fotojornalismo; trauma; testemunho; Barragem do Fundão; Estado de Minas

A narrativa semiótica de Dilma: Uma presidente entre fotografias e manchetes Autoria: Leylianne Alves Vieira (UFMG)

Resumo: O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, iniciado em dezembro de 2015 no Congresso Nacional, foi um acontecimento comunicativo e discursivo que envolveu emissoras de televisão, jornais e revistas, cujas narrativas realizaram a mediação entre os episódios políticos e a população. Neste artigo, examinamos capas de revistas e jornais brasileiros onde se adotou uma linguagem agressiva em relação à pessoa de Dilma Rousseff. Nossos referenciais teóricos se baseiam na Análise Crítica da Narrativa (MOTTA, 2005), com foco na narrativa semiótica que produz significados a partir da interação entre textos e imagens. A pesquisa nos levou a verificar os riscos que certa prática de jornalismo político representa para a consolidação do processo democrático em um país como o Brasil, cuja história tem sido marcada por uma alternância de poder que nem sempre respeitou os princípios constitucionais.

Palavras chave: narrativa, democracia, jornalismo, revista, significado.

A reafirmação do eternamente desconhecido nas narrativas jornalísticas sobre a Amazônia Autoria: Vânia Torres Costa (Universidade da Amazônia)

Resumo: o artigo analisa reportagens seriadas sobre a Amazônia, exibidas pela Rede Globo de Televisão, como narrativas jornalísticas, como práticas culturais que definem a notícia, muito além de meras rotinas de produção nas redações. A partir da análise de discurso da narrativa audiovisual, observamos como os sujeitos inseridos nos textos são representados, com o intuito de problematizar o telejornalismo como produtor de identidades. As reportagens em série exibidas em rede nacional tornam-se o lugar do estranhamento, onde os sujeitos amazônicos, aos olhos do Sudeste – lócus de origem das reportagens - são destituídos de conhecimentos, saberes. E esses são os ‘molhos’ que temperam e sustentam as narrativas. Palavras-chave: narrativa; jornalismo; televisão; identidade; sujeitos.

Comunicação coordenada: II Mesa Coordenada Renami – Narrativas Tecnológicas (SALA PBB221) Coordenação: Demétrio de Azeredo Soster (UNISC)

Participação da audiência em narrativas jornalísticas audiovisuais ao vivo nas redes sociais Autoria: Paulo Eduardo Lins Cajazeira (UFCA) e Cícero Ferreira de Sousa Júnior (UFCA)

Resumo: O objetivo deste estudo é investigar como se estabelecem as interações entre o público e os jornais digitais, em narrativas audiovisuais, transmitidas em vídeo ao vivo na internet. O uso de customizações da notícia, a partir do sistema de notificações ou push de transmissões ao vivo (live streaming), por meio de aplicações digitais e na web em redes sociais dos jornais digitais é o que nos interessa neste estudo. A pesquisa de natureza qualitativa foi realizada em dois jornais diários digitais, Gazeta do Povo (Brasil) e El País Brasil (Espanha), com extensões na rede social Facebook, que realizam transmissões instantâneas em vídeo ao vivo para os webleitores na multiplataforma

Palavras-chave: audiência participativa; narrativas jornalísticas; leitor digital; fanpage.

Hemingway não tuitava nem gugava: A história da obra jornalística do Papa da reportagem Autoria: Ana Beatriz Magno (UnB)

Resumo: O artigo recupera as reportagens assinadas por Ernest Hemingway, apelidado de Papa, apontando as características narrativas de suas matérias desde a pauta até a edição. Alinhado às tradições teóricas que entendem o jornalismo como narrativa e forma de conhecimento, o artigo sinaliza a importância do texto noticioso para superar a crise da reportagem no jornalismo

contemporâneo. O trabalho é baseado na tese de doutorado da autora que, em 2015, recebeu o prêmio Adelmo Genro Filho.Palavras-chave: Jornalismo, Reportagem, Narrativa, Ernest Hemingway

O quarto narrador, um golfinho morto na praia e a circulação midiática Autoria: Demétrio de Azeredo Soster (UNISC)

Resumo: Observa-se aqui, a partir de percurso de pesquisa identificado (AUTOR, 2015, 2016), a emergência do quarto narrador tendo como eixo-condutor o conceito de circulação midiática. Compreenderemos circulação midiática antes como espaço gerador de potencialidades, no diálogo com Fausto Neto (2010), que lugar por meio do qual os dispositivos de natureza jornalística, e seus agentes, dialogam a partir dos polos de emissão e recepção. Compreender o quarto narrador por esta perspectiva é avançar nas reflexões realizadas até então e situá-lo, antes, como lugar onde o jornalismo se reconfigura narrativamente que do ponto de vista identitário, sem desconsiderar esta perspectiva. As reflexões serão ilustradas por meio da análise do que ocorreu no evento envolvendo a morte de um golfinho no litoral argentino, em fevereiro de 2016.

Palavras-chave: narrativa; midiatização; circulação; sistema; jornalismo midiatizado.

Novos modos de dizer o mundo: narrativas jornalísticas multimodais Autoria: Maurício Guilherme Silva Jr (Centro Universitário de Belo Horizonte) e Lorena Tárcia (Centro Universitário de Belo Horizonte)

Resumo: No presente artigo, buscamos analisar conceitos e práticas de multimodalidade – aproximando-os às definições de Narrativa Transmídia (NT) –, de maneira a investigar o uso e os efeitos, no jornalismo, de recursos e ferramentas como realidade virtual, imagens em 360° e imersão. Para tal, recorremos a estudo de Ana Elisa Ribeiro (2016), que, em pesquisa sobre os processos de leitura e de produção textual no ambiente universitário, propõe caminhos teóricos relevantes ao que aqui se almeja problematizar. A realidade virtual aplicada ao jornalismo, em sua versão digital, embora em expansão, encontra-se ainda em processo de amadurecimento. Entretanto, é possível perceber uma proposta narrativa em formação, com foco no usuário, além de crescente investimento das empresas na perspectiva da formação e da participação, por meio de ambientes virtuais interativos. Neste sentido, é possível vislumbrar a conexão entre a proposta educacional para as narrativas multimodais de Ribeiro e a perspectiva transmídia de Jenkins, embora novos estudos sejam necessários para confirmar tal vínculo teórico.

Palavras-chave: multimodalidade; narrativas; narrativa transmídia (NT); jornalismo; inovação.

Narrativas imersivas no webjornalismo. Entre interfaces e realidade virtual Autoria: Raquel Longhi (UFSC)

Resumo: Discute o conceito de imersão nas narrativas webjornalísticas, verificando esta tendência recente da produção de conteúdos em dois objetos de análise: "The Displaced", do New York Times.com e "6 X 9: a virtual experience of solitary confinement", do The Guardian. Através, ainda, de pesquisa bibliográfica, reflete sobre a concepção de narrativas imersivas e em Realidade Virtual (RV), os diferentes tipos de conteúdos considerados imersivos no jornalismo e analisa até que ponto as interfaces e os dispositivos de visualização de RV, como os óculos estilo Google Cardboards são capazes de proporcionar uma efetiva imersão nas narrativas de não-ficção.

Palavras-chave: narrativas imersivas; webjornalismo; interfaces; Realidade Virtual.

Comunicações Livres: Sessão 11 (SALA PBB213) Coordenação: Heitor Costa Lima da Rocha (UFPE)

Livro-reportagem: formato jornalístico para pautas humanitárias? Autoria: Marcos Zibordi (FIAM-FAAM, UNIP)

Resumo: De forma aproximativa e inicial este artigo sustenta a, por enquanto, hipótese de que graduandos em Jornalismo autores de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) em forma de livro-reportagem (LIMA, 1993) tendem a pautar temas humanitários. Considerando TCCs escolhidos recentemente em relevantes certames nacionais e com base também em resultados preliminares aqui apresentados de pesquisa específica sobre livro-reportagem, procuraremos evidenciar a formação de narradores da contemporaneidade afetos a ideias democráticos (MEDINA, 1995, 2003, 2008, 2010, 2014).

Palavras-chave: Livro-reportagem; democracia; Direitos Humanos; jornalismo; narrativa.

Da imersão nas ruas à janela virtual: a solidão e o silêncio na esfera jornalística Autoria: Jeana Laura da Cunha Santos (UFSC)

Resumo: Ao considerar a cidade com um campo fértil da experiência moderna, com suas tensões, misérias e encantamento, este artigo desvela a paixão dos primeiros jornalistas pela rua, buscando nela assuntos que converteriam em texto para o consumo das massas. Com o incremento cada vez maior das mídias digitais, que permitem o exercício profissional a partir da casa, a rua perde sua preponderância e o jornalista deixa de freqüentar o espaço público partilhado e que dava sentido à profissão. Soma-se a isso a pressão das empresas pela economia de tempo e espaço e o labor converte-se cada vez mais numa atividade exaustiva e sem sentido, levando o jornalista à doença física e mental, à solidão e ao silêncio. Usando como protocolo metodológico teorias multidisciplinares (Jornalismo, Literatura, Filosofia e Sociologia), espera-se que esta proposta contribua para ampliar os fundamentos teóricos e epistemológicos do Jornalismo.

Palavras-chave: Jornalismo; Literatura; profissão; saúde; precarização.

(In)visibilidades da grande reportagem Autoria: Yara Medeiros dos Santos (UFMA, UFPE)

Resumo: Grandes reportagens são uma janela para temas pouco visíveis na pauta cotidiana do jornalismo. Com tempo alargado de produção e busca de assuntos de relevância social, se configuram como um tipo de jornalismo diferenciado. Ainda assim são suscetíveis a negociações que atendam as políticas editoriais dos jornais. A partir de exemplos, esse artigo aponta visibilidades e invisibilidades provocadas pela grande reportagem. São discutidos temas e imagens promotoras dessas características. Constatou-se a busca por pautas etnográficas, de denúncia, do retrato de grupos marginalizados e de investigação histórica. Este tipo de reportagem tem perdido espaço nas páginas de revistas e jornais e aparece esporadicamente. Porém, ainda constitui um exemplo de como a investigação jornalística pode contribuir para a construção social da realidade, oferecendo aos leitores textos e imagens de qualidade.

Palavras-chave: jornalismo impresso; fotojornalismo; memória. representação; teoria do jornalismo.

Revisando paradigmas: livro-reportagem e o compromisso com uma visão jornalística mais plural da realidade Autoria: Alexandre Zarate Maciel (UFPE) e Heitor Costa Lima da Rocha (UFPE)

Resumo: Fortemente influenciado pelo paradigma positivista ao longo de sua consolidação como instituição que se propõe a narrar o real, o jornalismo muitas vezes se ancora no porto aparentemente seguro da objetividade como se esta constituísse um instrumento mágico de acesso a uma verdade absoluta. Este artigo busca apontar, em paralelo a uma discussão teórica sobre a superação desse paradigma, em autores como Jürgen Habermas, Gaye Tuchman, Cremilda Medina e Edvaldo Pereira Lima, exemplos de jornalistas autores de livros-reportagens, como Fernando Morais, Zuenir Ventura e Klester Cavalcanti, que procuram aproximar-se de perspectivas mais construtivistas de interpretação do real. Ou seja, profissionais que, conscientes da falibilidade dos métodos, sentem-se parte do mundo da vida e demonstram compromisso com a busca da diversidade significativa de versões necessárias a um ambiente democrático.

Palavras-chave: jornalismo; jornalista-autor; construtivismo; universalismo; desafios.

Jornalismo literário: aproximações com o pensamento pós-abissal e com a dupla ruptura epistemológicaAutoria: Francisco Aquinei (UFAC) e Timóteo Queirós (UFAC)

Resumo: O presente artigo busca pensar o Jornalismo Literário a partir das implicações da segunda ruptura epistemológica presente no livro “Introdução a uma ciência pós-moderna”, de Boaventura de Sousa Santos (1989). O trabalho também tensiona algumas questões presentes em “Epistemologias do Sul”, centradas, principalmente, nas acepções da passagem de um pensamento abissal para um pós-abissal, englobando a perspectiva de uma ecologia de saberes. Nesse sentido, a segunda ruptura epistemológica corrobora para a problematização do Jornalismo Literário como arena de desconstrução/articulação e como pressuposto para a autonomia da criatividade individual e social da práxis jornalística. Como resultado, busca-se tomar o Jornalismo Literário como espaço agonístico – rearticulador do senso comum e de uma perspectiva pós-abissal.

Palavras-chave: Jornalismo literário; epistemologia; pensamento pós-abissal; ecologia de saberes.

Comunicações Livres: Sessão 12 (SALA PBB214) Coordenação: Sandra Maria Lúcia Gonçalves (UFRGS)

Telejornalismo e acessibilidade comunicacional: um olhar para o outro com deficiência Autoria: Kelly Scoralick (UFRJ)

Resumo: A temática da deficiência ganha fórum esse estudo. Apresentamos a falta de acessibilidade comunicacional na televisão que dificulta o acesso das pessoas com deficiência – em especial, aqueles com deficiência visual e auditiva - aos materiais produzidos. Destacamos a audiodescrição e a janela de Libras, recursos essenciais que permitem a inclusão dessas pessoas nas reportagens no telejornalismo. A discussão vai ao encontro de um jornalismo ético, responsável socialmente e que contribua para o exercício da cidadania.

Palavras-chave: televisão; telejornalismo; acessibilidade; pessoas com deficiência; cidadania.

Telejornalismo internacional em mobilidade: uma análise sobre o uso de celular pelo Jornal Nacional na Primavera Árabe Autoria: Ana Carolina Vanderlei Cavalcanti (Faculdades Integradas Barros Melo)

Resumo: Os correspondentes e enviados especiais são os mediadores responsáveis por testemunhar e traduzir fatos e acontecimentos internacionais para o público de seus países de origem. Desde o

surgimento profissional da função, cumprem a tarefa de fazer a notícia atravessar “fronteiras”, recorrendo às tecnologias disponíveis em cada época. Este artigo propõe uma leitura sobre o trabalho dos enviados especiais da Rede Globo que, a serviço do Jornal Nacional (JN), fizeram a cobertura das manifestações da Primavera Árabe no Egito, em 2011, apropriando-se da câmera de um telefone celular. A partir do contexto comunicativo, o trabalho coloca em perspectiva a conjuntura profissional e cultural em que a prática jornalística se deu, tentando compreender de que forma os fatos noticiados agiram sobre a necessidade de uso desse dispositivo tecnológico e interpretando de que forma o celular reforça a imagem de atualidade do JN.

Palavras-chave: Telejornalismo; Jornalismo Internacional; Mobilidade: Primavera Árabe; Contexto Comunicativo.

Telejornais e suas redes sociais: os primeiros olhares de um percurso de pesquisa sobre as vozes do público de telejornais, em suas páginas no Facebook Autoria: Rosane Martins de Jesus (Unisinos)

Resumo: Este artigo apresenta uma sistematização de olhares acerca das vozes do público de telejornal, reunidas nas suas fanpages. Tal sistematização é resultado de um esforço aproximativo, que emergiu apartir de um exercício de pré-observação (Braga, 2016). Para isso, observamos as listas de comentários das fanpages oficiais de três telejornais brasileiros, entre os dias 27 de junho e 02 de julho de 2016. Assim, o objetivo deste artigo é apresentar os resultados dessa observação, dentre eles: 1) os usos que o público faz das listas, por meio das interações; 2) possíveis potencialidades analíticas e 3) possíveis acionamentos teóricos. Ao final, dentre outros resultados, verificamos o potencial dessas listas de comentários, enquanto espaço propício para o estudo de uma audiência transmidiática, fruto das novas relações dos públicos com o telejornalismo, a partir das interações em sites de redes sociais. Palavras-chaves: Telejornalismo; Público; Facebook; Segunda tela; TV social

O webdocumentário como fruto de intervenções sociais Autoria: Luiz Fernando de Oliveira (UFSC)

Resumo: O artigo aborda como a ampliação de interações entre jornalistas e seus públicos pode reforçar a criação de vínculos com conteúdos publicados em ambientes online, bem como incrementar o sentido da presença do usuário no contexto de determinada narrativa digital. O webdocumentário é mais uma forma discursiva na qual o jornalista estende o uso da tecnologia para mobilizar sua audiência em torno de um processo de construção conjunta da história, o que revigora o grau de relação mantido entre artefato e conteúdo. Para demonstrar essa possibilidade, o estudo apresenta características do projeto 18 Days in Egypt (2011), construído a partir de intervenções coletivas que ajudaram a compor sua estrutura comunicacional.

Palavras-chave: jornalismo; webdocumentário; autoria; narrativas; participação.

No limite da representação: entre a informação e a arte Autoria: Sandra Maria Lúcia Gonçalves Doutorado (UFRGS)

Resumo: O presente artigo tem como objetivo refletir acerca do trabalho de alguns fotógrafos, especialmente daqueles que atuam ou atuaram no campo do fotojornalismo, que rompem com a barreira do estrito documento fotográfico, criando a possibilidade para uma imagem fotográfica mais reflexiva e provocadora. Os substratos escolhidos para a reflexão são narrativas visuais presentes em fotolivros dos fotógrafos Cláudia Andujar, Maureen Bisilliat e Miguel Rio Branco.

Acredita-se encontrar nesses trabalhos uma “Fotografia Menor” (GONÇALVES, 2009), no tocante a escolha dos retratados bem como no modo como esses são retratados, propiciando o aparecimento da Imagem Cristal (FATORELLI, 2003) ou encontros cristalinos. Tais características esbatem a fronteira entre o documento (informação) e a arte, tornando essas imagens e seus conjuntos matéria privilegiada para problematizações mais aprofundadas concernentes as questões apresentadas pelo referente fotográfico; Importante marcar que os trabalhos apresentados inserem-se em contextos sociais e políticos demarcados e engajados com as causas de seu tempo.

Palavras-chave: fotolivro; narrativa visual; fotografia-expressão; fotografia menor; imagem cristal.

NETV 1ª edição e o uso do Whatsapp: o espectador como coprodutor ou fonte do telejornal? Autoria: Lorena Borges de Andrade Graduada (Faculdades Integradas Barros Melo)

Resumo: Observamos que o telejornalismo está atravessando uma fase de mudanças, e uma delas é o incentivo à colaboração nos telejornais. Ao percebermos isto também no noticiário regional em Pernambuco, decidimos fazer uma análise sobre a participação do público através do aplicativo Whatsapp no NETV 1ª edição, telejornal local da Rede Globo Nordeste. Pretendíamos entender se o noticiário valorizava a participação do público, se essa possível participação pautava o telejornal, de que forma os materiais enviados pelos espectadores eram utilizados no programa e, especialmente, se esses espectadores podem ser considerados como coprodutores do NETV 1ª edição. A metodologia escolhida para realizar esta pesquisa foi a análise de conteúdo, tanto pelo caráter quantitativo quanto pelo qualitativo.

Palavras-chave: Telejornalismo; Jornalismo Participativo; Coprodutores; Whatsapp; NETV.

Comunicações Livres: Sessão 13 (SALA PBB215) Coordenação: Carolina Dantas Figueiredo (UFPE)

Por uma análise do entretenimento na narrativa jornalística da política: caminhos possíveis a partir das aparições de Pixuleko na Folha de S. Paulo Autoria: Clara Câmara (UFF)

Resumo: Neste artigo propomos uma reflexão a respeito do papel do entretenimento nas narrativas jornalísticas sobre política. Utilizando como caso ilustrativo a cobertura das aparições do boneco inflável do ex-presidente Lula, o Pixuleko, argumentamos que observar o caráter narrativo das notícias pode lançar luz ao desafio de se analisar um contexto jornalístico em que as fronteiras entre entretenimento e informação encontram-se cada vez menos aparentes. Seguindo a linha de argumentação, e aliando o debate teórico com o exemplo proporcionado por Pixuleko, afirmamos ser urgente considerar o entretenimento na narrativa jornalística de política, não em uma chave de dissonância, ou oposição, mas enquanto elemento constitutivo.

Palavras-chave: Jornalismo político; Entretenimento; Política; Narrativas; Cultura popular.

Os enquadramentos do caso Cunha: uma análise da cobertura da Folha de S. Paulo Autoria: Giulia Sbaraini Fontes (UFPR) e Paulo Ferracioli (UFPR)

Resumo: Esse artigo tem o objetivo de perceber os enquadramentos utilizados pelo jornal Folha de S. Paulo para noticiar os acontecimentos que envolvem o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). As notícias foram coletadas em quatro momentos distintos: os recebimentos das duas denúncias pelo STF, seu afastamento pelo tribunal e a votação do processo de cassação no Conselho de Ética da

Câmara, totalizando um corpus de 30 textos. Cada matéria foi classificada a partir de dois critérios distintos: na linha de Iyengar (1991), foram divididos em episódicos e temáticos; e na de Semetko e Valkenburg (2000), em conflito, interesse humano, consequências econômicas, moralidade e responsabilidade. Os resultados apontam para um enquadramento episódico que se divide em duas frentes: de conflito e de responsabilidade.

Palavras-chave: enquadramento noticioso; jornalismo político, Eduardo Cunha; Folha de S. Paulo.

Redução da maioridade penal no jornalismo de referência: uma análise das fontes acionadas Autoria: Anelise Schutz Dias (UFRGS)

Resumo: Esse estudo analisa as fontes acionadas na cobertura do debate sobre redução da maioridade penal pelo jornalismo de referência. O debate se ancora na tramitação da PEC 171/1993, posta em votação em junho de 2015, na Câmara dos Deputados. Essa PEC propõe a redução da idade penal de 18 para 16 anos. A observação é um recorte de uma investigação maior que foi realizada do período de 01 de junho a 05 de julho de 2015, nos jornais Folha de S. Paulo, O Globo e o Estado de SP. Foram coletadas 105 edições dos três jornais, das quais foram extraídos 169 textos de diferentes gêneros. Com esse material foi realizado um mapeamento das fontes ouvidas pela cobertura. A metodologia utilizada foi a Análise de Conteúdo. As principais fontes que apareceram nesta cobertura foram representantes do Legislativo e do Executivo.

Palavras-chave: jornalismo; jornalismo de referência; fontes; segurança pública; redução da idade penal.

Imagens pouco vistas da Copa em Pernambuco - Silêncios, políticas do silenciamento e a cobertura dos megaeventos no Brasil Autoria: Eduardo Baptista Amorim (UFPE) e Carolina Dantas Figueiredo (UFPE)

Resumo: As obras da Copa do Mundo de 2014 em Pernambuco alteraram a geografia de diversas comunidades da Região Metropolitana do Recife. A percepção de que imagens chocantes, emocionantes, muitas vezes revoltantes, estavam ficando de fora da construção coletiva do imaginário sobre os megaeventos no Brasil nos fez perceber uma possibilidade de realizar um estudo arqueológico utilizando fotografias que revelem percepções pouco exploradas da nossa história recente. Esse artigo parte de uma exposição fotográfica que tem como tema as remoções na comunidade do Loteamento São Francisco, em Camaragibe. E é parte de um projeto que pretende investigar, no contexto do jornalismo da era da convergência, como estão funcionando as rotinas do silenciamento e de silêncio no mercado atual de comunicação, a partir de um olhar atento a aspectos pouco explorados de um dos maiores eventos midiáticos realizados no Brasil.

Palavras-chave: Silêncio; Silenciamento; Megaeventos; Fotografia; Jornalismo.

A produção de sentidos sobre comunicação pública no período da destituição do diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação Autoria: Sabrina Franzoni (Unisinos)

Resumo: O tema deste estudo se insere no cruzamento de dois eixos principais: Jornalismo e Comunicação Pública, sendo recorte de uma pesquisa mais abrangente. A proposta é identificar os sentidos produzidos sobre comunicação pública nos textos (notícias, releases e notas), elaborados por jornalistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e disponibilizados na sala de imprensa, situada em seu site. O recorte temático foi a destituição ilegal do diretor-presidente da EBC, Ricardo Melo, em plena vigência de seu mandato, promovida por decisão do governo interino de Michel

Temer. A delimitação temporal foi período de 13 de maio a 3 de junho de 2016. Os sentidos predominantes identificados foram: a garantia de autonomia e do estado de direito.

Palavras-chave: Comunicação Pública; Empresa Brasil de Comunicação; Autonomia; Estado de Direito; Democracia.

A imagem do Congresso brasileiro representada no Instagram e Twitter em meio ao processo de impeachment de Dilma Autoria: Mauricio Tonetto (PUCRS)

Resumo: O artigo analisa o processo de identificação e construção cultural por meio das redes sociais virtuais. Foi mapeado o uso feito do Twitter e do Instagram, com base em palavras relacionadas ao Congresso Nacional e aos desdobramentos da crise que originou o afastamento e pedido de impeachment da presidente da República do Brasil, Dilma Rousseff. Procurou-se, com o aplicativo IFTTT, identificar quais imagens e textos sobre o Congresso foram compartilhados pelos usuários e quais predominaram nos conteúdos online publicados dias após a abertura do impeachment no Senado, com o objetivo de questionar se o contexto político-social foi determinante para as postagens. Concluiu-se que as redes foram utilizadas, na maioria dos casos, sem cunho ideológico, doutrinário ou até informativo, e que o Congresso serviu de palco para os internautas representarem imagens de si próprios, descolados da política.

Palavras-chave: Identidades culturais; Redes Sociais; Twitter; Instagram; Congresso Nacional.

Comunicações Livres: Sessão 14 (SALA PBB216) Coordenação: Gisele Dotto Reginato (UFRGS)

A referência à cidadania nas obras de Nelson Traquina sobre as Teorias do Jornalismo Autoria: Criselli Montipó (UFSC)

Resumo: Este artigo parte da inquietação sobre a relação entre jornalismo e cidadania. Busca examinar a referência à cidadania nas obras de Nelson Traquina sobre Teorias do Jornalismo. Para tanto, fez-se a revisão de literatura das obras organizadas pelo autor nos volumes I e II. O autor destaca a importância da relação entre cidadania e jornalismo na democracia, mas opta por mencionar somente o termo cidadãos, enfatizando o jornalismo como um veículo de informação para equipar cidadãos com ferramentas vitais ao exercício dos seus direitos e voz na expressão de suas preocupações. Em consulta realizada ao autor, Traquina explica que os termos cidadania e cidadãos não lhe parecem guardar diferenças significativas, mas sublinha que não realizou estudos específicos sobre o emprego dos conceitos.

Palavras-chave: Teorias do Jornalismo; Cidadania; Democracia; Sociedade; Responsabilidade Social.

Simetria e assemblage para estudar o jornalismo: teoria Ator-Rede como guia teórico-metodológico Autoria: Leonardo Feltrin Foletto (UFRGS)

Resumo: Este trabalho traz dois entendimentos da Teoria Ator-Rede que podem contribuir para o estudo do jornalismo: a simetria generalizada, que aponta para o estudo do que está importando na ação, sem distinção prévia de atores, sejam eles humanos ou não-humanos; e o de assemblage, que Law (2004) propõe como um não-método mais amplo, solto e devagar do que o método científico da tradição Euro-Americana. O artigo conclui com dois apontamentos que o entendimento da simetria

generalizada e do assemblage pode trazer para as pesquisas em jornalismo: a atenção aos processos de mediação que ocorrem na produção de informação jornalística; e a consciência de que o método não é apenas um caminho para um fim, mas construtor de realidades e, consequentemente, de ausências.

Palavras-chave: epistemologia; método; simetria; teoria ator-rede; jornalismo.

Jornalismo e memória: potencialidades e intersecções teórico-conceituais Autoria: Cândida de Oliveira (UFSC)

Resumo: Este artigo apresenta uma discussão inicial sobre as relações entre memória e jornalismo, entendido este como prática social e cultural que reconfigura, de modo específico, acontecimentos do passado no presente por meio de suas narrativas. Busca-se levantar hipóteses sobre as potencialidades da narrativa jornalística articulada à memória, recorrendo-se à abordagem histórico-filosófica de Walter Benjamin e uma aproximação com estudos de autores do campo do jornalismo e do campo da comunicação que se debruçam sobre o tema. Por fim, problematiza-se intersecções teórico-conceituais sinalizando algumas potencialidades na tarefa de rememoração do jornalismo.

Palavras-chave: Jornalismo; Memória; Narrativa; Historicidade; Walter Benjamin.

As finalidades do jornalismo: percepções de veículos, jornalistas e leitores Autoria: Gisele Dotto Reginato (UFRGS)

Resumo: O objetivo do artigo é discutir as finalidades do jornalismo, a partir da percepção de veículos, jornalistas e leitores, que considero os principais sujeitos participantes do contrato de comunicação jornalístico. A metodologia utilizada é a Análise de Discurso. Foram analisados os discursos dos veículos Folha de S.Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo, de 85 jornalistas brasileiros e de 250 leitores. O artigo trata das principais finalidades apontadas pelos sujeitos e problematiza as aproximações e as distinções entre os seus discursos. O trabalho traz ainda uma proposta de relação de finalidades do jornalismo, sistematizada a partir dos resultados da pesquisa.

Palavras-chave: Função do Jornalismo; Discurso; Jornais; Jornalistas; Leitores.

Uma breve reflexão sobre a objetividade no fotojornalismo Autoria: Silvio da Costa Pereira (UFSC)

Comunicações Livres: Sessão 15 (SALA PBB217) Coordenação: Tattiana Teixeira Teixeira (UFSC)

Hibridação no jornalismo especializado em saúde: resultados preliminares de uma experiência etnográfica Autoria: Amanda Souza de Miranda (UFSC)

Resumo: A partir do conceito de hibridação (Canclini, 2003) e dos primeiros resultados de uma experiência etnográfica no programa Bem Estar, exibido pela TV Globo, discute-se o papel do jornalismo especializado em saúde como produtor de um conhecimento específico, que surge baseado na autoridade do saber médico (Foucault, 2010) e é reconstruído a partir do encontro com textos e recursos estéticos do popular. Enquanto um se ampara na racionalidade científica, o outro engendra um movimento de aproximação com linguagem, cenário e objetos cênicos que partem em direção ao melodrama, em que se apela à sensibilização das audiências.

Palavras-chave: jornalismo especializado em saúde; saber médico; popular; hibridação.

É melhor prevenir do que remediar: a doença imaginária no jornalismo Autoria: Denise Cristina Ayres Gomes (UFMA)

Resumo: Utilizamos as teorias do imaginário (MAFFESOLI, 2001; 2006; SILVA, 2012) para compreender como o jornalismo tende a redefinir o estatuto do que é ser ou sentir-se doente a partir da disseminação da cultura do risco. A técnica jornalística promove a doença em potencial ou imaginária e intervém nas práticas cotidianas. Sofremos por antecipação, receosos do futuro que pode ser portador de alguma patologia. Devemos nos prevenir, seja através do regramento de nossos hábitos ou a descoberta de tendências genéticas que nos predisponham a desenvolver doenças. Prolongar a existência e viver com qualidade se tornaram quase um dever moral. O corpus é composto por oito matérias da Folha de S Paulo. O jornalismo emprega recursos considerados racionais, mas mobiliza os indivíduos pela emoção, produzindo um imaginário que tende a se disseminar na sociedade.

Palavras-chave: jornalismo; imaginário; doenças mentais; risco; pós-modernidade.

Jornalismo de ciência na revista piauí - uma análise de notícias reportagens e perfis Autoria: Guilherme de Paula de Paula Pires (UEPG) e Tattiana Teixeira Teixeira (UFSC)

Resumo: Este artigo busca refletir sobre o jornalismo científico praticado pela revista piauí, publicação lançada em outubro de 2006, com periodicidade mensal, e a proposta de ser um veículo diferenciado no cenário jornalístico brasileiro. Como metodologia de investigação, utilizou-se estudo de caso único, aliando procedimentos quantitativos e qualitativos, tendo-se como objeto de pesquisa os textos jornalísticos de ciência publicados pela revista no biênio 2013-2014. Observou-se que as principais características do jornalismo científico apresentado pela revista estão na prevalência de acontecimentos relacionados às chamadas áreas duras, em especial Exatas e Biológicas; na opção por construir narrativas a partir do conflito e/ou da controvérsia e na prioridade a acontecimentos ocorridos na cidade do Rio de Janeiro, sede da revista, apesar da sua circulação nacional.

Palavras-chave: jornalismo; jornalismo científico; revista piauí; jornalismo de revista.

A análise pragmática dos (rel)atos jornalísticos sobre o Instituto Federal do Paraná na Gazeta do Povo Autoria: Naiara Longhi Maia (UFPR)

Resumo: Apresentamos os resultados da pesquisa que se dedicou a realizar uma análise pragmática dos relatos jornalísticos sobre o IFPR produzidos e veiculados pelo jornal Gazeta do Povo entre os anos de 2008 e 2014. Para tanto, o estudo fez uso do referencial teórico da pragmática social, disciplina que observa os usos linguísticos dentro do contexto em que são realizados. O relato jornalístico é entendido como um ato de fala, possuidor de forças ilocucionárias capazes de revelar as intenções e propósitos contidos nessas enunciações. Neste relato, jornalistas e fontes de informação são personagens que realizam ações por meio do que falam. Conclui-se que se faz urgente o fortalecimento da reflexão sobre os usos de linguagem pelos meios de comunicação e, consequentemente, as linguagens que criam, cotidianamente, quando tratam da Educação Profissional e Tecnológicas e as instituições a ela ligadas.

Palavras-chave: Jornalismo; Pragmática Social; Atos de Fala; Forças Ilocucionárias; IFPR.

O silêncio como forma do dizer: um olhar discursivo sobre a imprensa e a epidemia de meningite na ditadura brasileira Autoria: Catarina Schneider (Fiocruz)

Resumo: Este artigo reflete sobre como o silêncio produz sentido e como ele é fundante em épocas de repressão e censura, como foi a ditadura no Brasil. O trabalho tem o objetivo de analisar a cobertura jornalística da epidemia de meningite que surgiu em 1970 e perdurou até 1975 e como o silenciamento foi fator fundamental para que a doença alcançasse tamanha proporção. Para evidenciar esta questão, alguns enunciados publicados nos jornais O Globo e Folha de São Paulo foram destacados e analisados com base na Análise do Discurso francesa, comprovando como os dispositivos textuais construíram o silenciamento e a memória discursiva sobre esse período.

Palavras-chave: Imprensa; Silêncio; Censura; Ditadura Militar brasileira; epidemia de meningite.

Comunicações Livres: Sessão 16 (SALA PBB218) Coordenação: Terezinha Silva (UFMG)

Modos de endereçamento em programas de rádio - uma análise preliminar Autoria: Terezinha Silva (UFMG) e Lívia Barroso (UFMG)

Resumo: O artigo discute o potencial do conceito de modo de endereçamento para analisar a maneira como programas de rádio se relacionam com a sua audiência através da construção de um estilo próprio. Realizou-se um exercício analítico do Jornal da Itatiaia (MG), a partir de alguns dos principais operadores de análise do modo como o programa se endereça ao público. Constatou-se a importância do papel da apresentadora, da organização e distribuição de temas e de profissionais na cobertura jornalística, bem como da publicidade nas estratégias de endereçamento do programa.

Palavras-chave: modo de endereçamento; radiojornalismo; interpretação de produtos audiovisuais; Jornal da Itatiaia.

Mídia-educação e a experiência de oficinas no ambiente escolar como forma de Inclusão: Recursos de Plataformas Comunicacionais e Multimídia Interativa na área de WebRádio e WebTV Autoria: Marislei da Silveira Ribeiro (UFPEL)

Resumo: Este trabalho centra-se na área de Web Rádio e Web TV, com o intuito de promover a integração da universidade com escolas públicas e sociedade. Busca-se uma proposta de mídia-educação voltada para a construção de saberes, disseminados por meio das experiências diárias da comunidade acadêmica. A proposta, também consiste em desenvolver atividades a partir de questões de interesse dos alunos e dos professores, em uma perspectiva coletiva, reflexiva, criativa e interativa, envolvendo a apropriação das ferramentas na área das Tecnologias de Comunicação e Informação. Sendo assim, as mídias foram abordadas enquanto espaços educativos que auxiliam na produção de conteúdos, levando-se em conta as crianças, os adolescentes e os adultos, com ênfase nas pessoas com deficiência visual. As experiências realizadas nas escolas parceiras permitiram a socialização e a transmissão de ideias e de valores culturais.

Palavras-chave: Mídia; Educação; Experiências; WebRádio; WebTV.

O rádio como prática de liberdade: o direito à voz de jovens em conflito com a lei Autoria: Karina Woehl de Farias (UFSC)

Resumo: Neste artigo, analisa-se o processo de emancipação de adolescentes em privação de liberdade, por meio das oficinas de rádio do Projeto Comunicasom, do Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório (Casep) de Criciúma/SC. O objetivo é compreender de que forma as aulas de rádio podem auxiliar jovens a compreenderem-se enquanto sujeitos. Questões como o papel do radioeducativo e da educação libertadora para emancipação foram abordadas na pesquisa, referenciada em Paulo Freire. A partir de análise documental de programas gravados pelos adolescentes, aponta-se discursos de criticidade sobre a realidade e de perspectivas de um futuro após a ressocialização. Os resultados mostram que o projeto, mesmo fora de funcionamento desde 2015, configurou como um espaço capaz de dar voz e despertar a autonomia a jovens em conflito com a lei.

Palavras-chave: Rádio; Freire; Radioeducativo; Educação; Comunicasom.

O texto da notícia em rádio: A prática da redação radiofônica comparada aos modelos teóricos Autoria: Jeferson Luiz Corrêa (Universidade do Vale do Itajaí) e Liza Lopes Corrêa (Universidade do Vale do Itajaí)

Resumo: Para que o volume da produção de conteúdo jornalístico no rádio seja compreendido pelo ouvinte é necessário o mínimo de formatação da notícia. Será uma informação para ser ouvida, portanto deverá conter clareza e objetividade. E o rádio tem uma linguagem própria para atingir o seu ouvinte; saber usá-la é se comprometer com a compreensão clara da mensagem. Este projeto pretende analisar matérias veiculadas pelas rádios CBN e Jovem Pan, ambas emissoras de São Paulo, e comparar se o que é recomendado nos manuais de redação e por especialistas da área é feito na prática diária pelo repórter/redator de rádio. O resultado é apresentar uma visão panorâmica atual desta atividade que compõe a essência do radiojornalismo.

Palavras-chave: radiojornalismo; teoria; prática; CBN; Jovem Pan.

Há um Rádio Gate? As especificidades produtivas no ambiente radiofônico sob o olhar da seletividade e da Teoria do Gatekeeper Autoria: Luan José Vaz Chagas (UERJ)

Resumo: O paper realiza um apanhado teórico sobre as perspectivas teóricas do Gatekeeper e suas formas de discutir a profissionalização e a rotinização do trabalho jornalístico no rádio informativo. O objetivo é traçar discussões em torno dos movimentos sobre a notícia como construção social da realidade focada na relação com as fontes e o processo de seleção no ambiente multiplataforma. Os questionamentos finais são relacionados à figura do gatekeeper e sua posição específica no radiojornalismo, diferentemente do conceito tradicional e de suas alterações com as novas tecnologias. A partir das reflexões de White (1950), Bruns (2011), Barsotti e Aguiar (2012), Hindman (2009) e considerações em Traquina (2005), Lopez (2010) e Shoemaker e Vos (2011), há um(a) Mr.(s) RadioGate nas rotinas de produção do rádio informativo? Como se caracteriza?

Palavras-chave: gatekeeper; radiojornalismo; gatewatcher; radiogate

Comunicações Livres: Sessão 17 (SALA PBB219) Coordenação: Gabriela Zago (UFPEL)

Jornalismo de dados e conhecimento científico: uma aproximação possível Autoria: Marília Gehrke (UFRGS)

Resumo: A perspectiva da notícia como forma de conhecimento, trazida inicialmente por Robert Park, parece uma abordagem pertinente para pensar nas transformações e no futuro do jornalismo. Por meio de discussão teórica e da criação de um modelo para reportagem, pretende-se mostrar que o jornalismo de dados reúne características que permitem aproximá-lo da ciência, semelhante ao que sugere Philip Meyer, elevando o grau de conhecimento produzido. Acredita-se que é possível inserir o jornalismo de dados dentro do continuum proposto por Park, mas em um ponto específico e próximo do conhecimento sobre, ou seja, do conhecimento científico, que pode ser checado.

Palavras-chave: jornalismo; conhecimento; jornalismo de precisão; jornalismo de dados; conhecimento científico.

Jornalismo de dados: uma revisão conceitual Autoria: Mariana Segala (UFU)

Resumo: A emergência do jornalismo de dados como prática contemporânea no campo mais amplo do jornalismo é relativamente recente e seu arcabouço de técnicas tem se desenvolvido com velocidade. Partindo de uma revisão da literatura, o presente trabalho se propõe a discutir as definições mais aceitas para o conceito. O termo jornalismo de dados – aparentemente definível com base no senso comum – é adotado, com frequência, para representar práticas distintas. Não raro é usado como sinônimo de “reportagem com auxílio de computador” (ou RAC), modalidade que, na verdade, o precedeu. O levantamento permite concluir que, para além da coleta e da análise de dados, um conceito mais preciso parece envolver aspectos como a apresentação de dados e o engajamento do público, a partir de elementos do desenvolvimento e da programação.

Palavras-chave: jornalismo de dados; jornalismo digital; reportagem com auxílio de computador; dados; internet.

Jogar e viver a notícia. Caminhos para a construção de narrativas jornalísticas em ambientes digitais interativos Autoria: Giovanni Guizzo da Rocha (UFRGS) e André Fagundes Pase (UFRGS)

Resumo: As fronteiras que buscavam separar a informação do entretenimento parecem cada vez mais frágeis. Com a necessidade de aliar essas formas de compreensão do mundo, o jornalismo adotou um modelo de linguagem determinado pela necessidade em ser compreendido de forma fácil pelo seu público. Porém, com a evolução dos modelos narrativos, principalmente por meio dos ambientes e dispositivos tecnológicos digitais, as atenções das audiências contemporâneas parecem estar voltadas para produtos midiáticos voltados à interação e à complexidade. Desse modo, este trabalho busca em meio a referenciais bibliográficos as origens para esses fenômenos e apresenta propostas para esses problemas a partir da análise de dois tipos de conteúdo: newsgames e jornalismo imersivo.

Palavras-chave: jornalismo; entretenimento; interatividade; jornalismo imersivo; newsgames.

Explorando a memória no Jornalismo Online: análise comparativa da arquitetura de informação em jornais online Autoria: Gabriela da Silva Zago (UFPEL) e Camila Polino (UFPEL)

Resumo: O trabalho tem por objetivo analisar a arquitetura de informação de interfaces de sites jornalísticos sob o ponto de vista do usuário tendo em vista a recuperação de informações. Com isso, busca-se analisar a efetividade da memória enquanto característica do jornalismo online sob o ponto de vista do consumo. Seis sites são analisados em termos de organização, rotulagem, navegação e

buscas. Resultados apontam pra um descompasso entre as possibilidades ofertadas pela memória no ambiente digital e as interfaces oferecidas ao usuário para a recuperação de informações.

Palavras-chave: jornalismo online; memória; design digital; arquitetura de informação; sistema de busca.

Leitura de jornalismo longform em ambientes digitais: considerações sobre propagabilidade Autoria: Alexandre Claser Elmi (PUCRS)

Resumo: O presente artigo busca analisar dois casos de propagação de histórias em jornalismo longform produzidas pelo Brio, com o objetivo de pensar a existência de padrões de circulação para as histórias estendidas, conforme o paradigma da propagabilidade desenhado por Jenkins (2014). Herdeiros da tradição de aprofundamento da apuração e sofisticação narrativa construída pelo jornalismo literário, como sustentado por Lassila-Merisalo (2014), os textos em longform disputam a atenção e a leitura em ambientes digitais, em um cenário retratado neste estudo pelas concepções de Chartier (2002) e Levy (2013). A captura da atenção da audiência passa pela adesão emocional às histórias longas.

Palavras-chave: Jornalismo; Jornalismo Digital; Leitura; Longform; Propagabilidade.

Comunicações Livres: Sessão 18 (SALA PBB220) Coordenação: Thaís Helena Furtado (Unisinos)

O fantasmagórico site de rede social: como o Snapchat está sendo apropriado para a circulação de conteúdo jornalístico Autoria: Vanessa Kannenberg (UFRGS) e Maíra Evangelista de Sousa (UFRGS)

Resumo: Discutir como os veículos jornalísticos têm se apropriado do site de rede social (SRS) Snapchat para a circulação de conteúdo noticioso é o objetivo deste artigo. De caráter descritivo-analítico, o estudo utiliza como metodologia a combinação de técnicas quantitativas e qualitativas (revisão de literatura, coleta de dados, descrição e análise). A investigação foi realizada a partir das publicações dos perfis do jornal The Washington Post e do portal de notícias UOL no Snapchat entre os dias 22 de junho e 05 de julho de 2016 e tem como base as noções de sites de redes sociais (BOYD; ELLISON, 2007; RECUERO, 2009a) e de apropriações do Snapchat pelo jornalismo (BRADSHAW, 2016).

Palavras-chave: jornalismo; jornalismo digital; circulação; site de rede social; snapchat.

O conteúdo circulante nas redes sociais e a presença do jornalismo distorcida por bots humanos Autoria: Ana Maria Brambilla (UFPR)

Resumo: A crescente atenção que o público dirige às redes sociais – muitas vezes em detrimento a sites de notícia – tem preocupado as empresas jornalísticas, cujo modelo de negócio se sustenta pela audiência quantitativa de suas páginas. O seeding de links por tal ambiente é uma alternativa dos veículos para se manterem visíveis e disponíveis ao clique. Porém, as pessoas parecem mais dispostas a publicar assuntos pessoais, de acordo com a amostra desta pesquisa, seguindo uma vertente de comportamento balizada pelo ócio digital. Além disso, os bots humanos e os perfis dos próprios veículos podem estar iludindo as empresas editoriais, certas de que existe um domínio de seus conteúdos nestes espaços de relacionamento.

Palavras-chave: redes sociais; jornalismo; bots humanos; UGC; ócio digital.

A mudança do algoritmo do Facebook e o silenciamento do jornalismo na rede Autoria: Rafael Kondlatsch (UNESP)

Resumo: Recentemente o Facebook declarou que houve uma mudança no seu algoritmo e os usuários irão receber mais atualizações de familiares e amigos e menos conteúdo das páginas que seguem. Essa postura terá um impacto na circulação de notícias na rede social uma vez que muitas páginas de notícias terão veiculação diminuída entre os seus seguidores. Este artigo discute a questão da personalização da Internet e traz alguns dados para discutir como essa alteração do algoritmo pode interferir no uso que as pessoas fazem da rede enquanto fonte de informação e qual a posição dos veículos de comunicação nessa mudança.

Palavras-chave: Algoritmo; Personalização; Facebook; Jornalismo em Redes Sociais; Instant Articles.

Considerações acerca das apropriações das Redes Sociais Digitais como fonte de informação no jornalismo Autoria: Simone Rodrigues Barreto (UENF)

Resumo: O presente trabalho apresenta resultados de pesquisa qualitativa que visa discutir os mecanismos utilizados por jornalistas da região Norte Fluminense para identificar informações provenientes de redes sociais digitais na garimpagem de material para elaboração de reportagens, como também a confiança na qualidade e veracidade dessas fontes apenas utilizando informações que circulam no ciberespaço. O artigo discute, com base na teoria, o resultado da coleta e análise de dados adquiridos por meio de respostas ao questionário online aplicado pelo Google Docs a 115 profissionais da área de comunicação. Acredita-se que as Redes Sociais Digitais já se estabeleceram como fontes de informação, mas os antigos critérios do jornalismo de conferir a veracidade, checando tais informações para garantir a matéria isenta não devem ser abandonados.

Palavras-chave: jornalismo colaborativo; redes sociais digitais; ciberespaço; fonte de informação; cultura da participação.

A presença (ou não) da voz das crianças como fontes jornalísticas em Zero Hora Autoria: Thaís Helena Furtado (Unisinos)

Resumo: Partindo do entendimento de que a criança é uma possível fonte com autonomia e competência de produzir sentido social sobre a realidade que a rodeia (SARAMAGO, 2001), o objetivo deste artigo é verificar como a voz das crianças é – ou não – incluída no conteúdo jornalístico publicado no jornal Zero Hora, de Porto Alegre. A partir de reflexões sobre fontes jornalísticas e sobre a forma como a infância é considerada socialmente na contemporaneidade, utiliza-se a Análise do Discurso de linha francesa (AD) como metodologia de análise na perspectiva do estudo de vozes. Conclui-se que a voz da criança ainda é pouco incluída pelos jornalistas e que, normalmente, os especialistas ou os responsáveis falam por elas.

Palavras-chave: Fontes; Crianças; Estudo de Vozes; Zero Hora; Análise do Discurso.

Comunicações Livres: Sessão 19 (SALA PBB313) Coordenação: Luiz Artur Ferraretto (UFRGS)

Sincronizando o trânsito no dial do eixo Rio-São Paulo: CCR Nova Dutra e customização radiofônica Autoria: Bruno César dos Santos (UNIP)

Resumo: O presente trabalho busca trilhar uma reflexão a respeito de um fenômeno presente desde o início da história do rádio brasileiro, porém pouco estudado academicamente: a customização radiofônica e irradiação de conteúdo jornalístico e publicitário, destinado ao público que demanda informações do fluxo viário urbano e interurbano. Para tal, o recorte contextual e o objeto de estudo residem na descrição da grade de programação radiofônica da CCR Nova Dutra 107,5 FM, transmitindo informação do trânsito da principal via rodoviária que interliga os municípios de São Paulo e Rio de Janeiro. Além disso, informações de eventos culturais, sociais e esportivos das cidades que compõem o trajeto da Rodovia Presidente Dutra fazem parte dos informativos da emissora em questão. Tal cenário possibilita discutir brevemente o papel que o rádio tem assumido nos últimos anos, tornando-se ubíquo e ampliando seu espectro de penetração em novas plataformas de distribuição. Contudo, há a inserção de conglomerados empresariais que reconfiguram a disponibilização de conteúdo radiofônico, precarizando os processos de produção jornalística e publicitária.

Palavras-chave: História do Rádio; Rádio All News; Customização radiofônica; CCR Nova Dutra.

Radiovia Free Way, a primeira rádio estrada do Brasil: um estudo de caso Autoria: Janine Marques Passini Lucht (ESPM-Sul) e Rosângela Florczak (ESPM-Sul)

Resumo: Artigo apresenta estudo de caso (YIN, 1984) sobre a primeira rádio estrada do Brasil, a Radiovia Free Way, que atende os usuários da BR-290, no Rio Grande do Sul. O objetivo da pesquisa realizada é evidenciar a história do veículo, assim como o modelo de segmentação, programação, convergência e produção de conteúdos desenvolvidos pela iniciativa. Busca-se contribuir com a discussão sobre rádios corporativas e customizadas (KISCHINHEVSKY, 2014), propondo uma nova abordagem: a rádio de consulta. A pesquisa foi fundamentada, ainda, nos conceitos de comunicador e audiência de Ferraretto (2010 e 2014), de convergência de Ferraretto e Kischinhevsky (2010) e de Jenkins (2009). Os dados empíricos foram coletados por meio de entrevistas em profundidade e análise de documentos e tratados a partir de categorias pré-estabelecidas que, na compreensão das autoras, podem colaborar para o detalhamento do caso estudado.

Palavras-chave: Rádio de Consulta; Rádio Estrada; Rádio Corporativa; Rádio Customizada; Convergência.

Radiomorfose no ecossistema móvel: mutações a passos lentos Autoria: Alciane Baccin (UFRGS) e Maicon Kroth (UNIFRA)

Resumo: Este artigo analisa as características das narrativas jornalísticas no aplicativo da TSF Rádio Notícias, de Lisboa – PT, em comparação com o site da emissora. A partir de um referencial teórico-metodológico, apontou-se as mutações do radiojornalismo a partir das lógicas do ecossistema móvel. No aplicativo da rádio TSF, os conteúdos analisados na amostra revelaram que a narrativa radiofônica ainda não apresenta modificações da versão web para mobile. A incorporação de narrativas multimidiáticas ocorre, mas o conteúdo é somente transposto para o app. Assim, a emissora ainda poderá explorar as características técnicas dos dispositivos móveis, adequando ainda mais a sua produção radiojornalística às lógicas do ecossistema digital, especialmente às demandas de consumo mobile.

Palavras-chave: rádio; dispositivos móveis; narrativa jornalística; jornalismo digital.

Especificidades e estratégias enunciativas do narrar radiofônico em tempo real: análise narrativa do Caso do Rodado Autoria: Mirian Redin de Quadros (UFSM) e Márcia Franz Amaral (UFSM)

Resumo: O presente artigo analisa a cobertura realizada pela Rádio Gaúcha para o Caso do Rodado, um acidente de trânsito que vitimou quatro meninas indígenas na cidade de Estrela, interior do Rio Grande do Sul, em outubro de 2015. A reflexão ampara-se no conceito de narrativa, entendendo-o como um aporte teórico e metodológico para o estudo do jornalismo. Tomando como principal referência a Análise Crítica da Narrativa (MOTTA, 2013), foram analisados seis programas, veiculados pela rádio ao longo do dia 19 de outubro de 2015, com o objetivo de identificar as especificidades do narrar radiofônico, descortinando estratégias e recursos empregados na configuração da narrativa. Os resultados da pesquisa apontam para uma narrativa que se caracteriza, principalmente, por fatores como fragmentação, instantaneidade, uso de reiterações, inclusão de “cenas de bastidores” e participações de ouvintes.

Palavras-chave: Narrativa jornalística; Rádio; Análise Crítica da Narrativa.

O papel do âncora no radiojornalismo: uma reflexão necessária Autoria: Luiz Artur Ferraretto (UFRGS)

Resumo: Reflete sobre o papel do âncora radiofônico na construção da notícia (TRAQUINA, 2013). Com base em formulações de Jost (2001), atribui a este tipo de comunicador um caráter preponderantemente autentificante, base de sua caracterização como certificador da notícia. Analisa uma série de entrevistas, procurando descrever como o âncora, por vezes, afasta-se do seu papel de mediador – o do jornalista em si –, podendo pender para os de antagonista ou de propagandista do entrevistado, processo em que se confundem abordagens relacionadas aos gêneros informativo, interpretativo e/ou opinativo (MELO; ASSIS, 2010).Palavras-chave: Rádio; Âncora; Autentificação; Construção da notícia; Gêneros jornalísticos.

SEXTA-FEIRA | 11 DE NOVEMBRO | 14h00-18h00

Comunicação coordenada: Rede Telejor Telewhatsapp?: paradigmas e perspectivas do jornalismo para telas (telejornalismo) (SALA PBB121) Coordenação: Cárlida Emerim (UFSC)

Análise de sentimento e audiência televisiva: limites e possibilidades Autoria: Beatriz Cavenaghi (UFSC) e Maria José Baldessar (UFSC)

Resumo: O processo de recepção televisiva envolve inúmeros aspectos subjetivos relacionados aos sentidos e significados dados para os sons e imagens que este meio de comunicação produz. Por isso, conhecer as opiniões dos telespectadores sobre os programas tem sido um grande desafio desde o surgimento da televisão. O presente artigo procura discutir as análises de sentimento como ferramentas para a interpretação de textos postados em redes sociais na Internet para conhecer especificidades sobre a audiência de programas televisivos. Procura-se discutir teoricamente, a partir de uma perspectiva semiótica do conceito de subjetividade, sobre o mundo subjetivo e as possibilidades de alcançá-lo em ambientes virtuais de comunicação e interação social.

Palavras-chave: audiência; televisão; ambientes virtuais; análise de sentimento; subjetividade.

TVERS: uma proposta de conteúdo transmedia para os programas jornalísticos da televisão pública Autoria: Cristiane Finger (PUCRS)

Resumo: Neste artigo estão os resultados de uma pesquisa que analisou a programação da TVERS com o objetivo de encontrar os entraves e as oportunidades para a adoção da narrativa transmedia

nos atuais programas da emissora, de modo que a televisão pública também possa enfrentar os desafios da convergência digital. Para tanto, utilizamos a Análise de Conteúdo (BARDIN, 2011) para sistematizar o corpus de duas semanas da programação e a técnica de observação participativa para estudar as rotinas de produção durante dois dias, acompanhando a produção, captação, edição e apresentação de uma revista e de um telejornal apresentados diariamente na emissora. Encontramos como principal dificuldade a inconstância na grade de programação. Identificamos uma redução nos gêneros de programas ofertados ao público. Verificamos nos programas Radar e Canal Aberto as oportunidades para a os conteúdos transmedia.

Palavras-chave: TVERS; Televisão pública; Telejornalismo; Convergência; Transmedia.

Programa Em Off - entrevista na internet expande o universo informacional do telejornal Autoria: Valquiria Kneipp (UFRN) e Taianne de Lima Gomes (UFRN)

Resumo: Este artigo se refere à expansão do universo informacional do telejornalismo, por meio da utilização de um canal no YouTube e de uma plataforma transmídia. A apresentadora do RN TV 2ª Edição de Natal criou um canal de comunicação na internet para disponibilizar entrevistas inéditas e que não tem nenhuma relação com o telejornal. Partiu-se de fundamentos conceituais e teóricos do termo entrevista na perspectiva de Medina (1987), Lage (2001), Iorque (1998) e Charon (sd) e também de jornalismo transmídia com Renó e Vivar (2012) e Jenkins (2009). Buscou-se responder a problemática de como a entrevista na internet contribui para o transbordamento informacional, o envolvimento e a imersão do telespectador internauta? A metodologia contou com pesquisa bibliográfica, recorte e análise de material e entrevista, configurando como um estudo de caso. Foi possível observar que a ampliação do universo do telejornal na internet vem se apresentado como estratégia para buscar a imersão do telespectador.

Palavras-chave: Transmídia; Em Off; Entrevista; Telejornalismo; YouTube.

Telejornal em circulação: das chegadas e partidas das mídias e suas audiências Autoria: Fabiana Piccinin (UNISC)

Resumo: Esse artigo discute o lugar que vem sendo ocupado pelas audiências do telejornal por meio das novas interações oportunizadas pelo cenário sócio-técno-discursivo contemporâneo. A partir dos novos encontros interativos, potencializados pelos diferentes suportes midiáticos e suas possibilidades de mobilidade e portabilidade, as audiências tem produzido interferências progressivamente mais significativas na dimensão da produção do telejornal, incidindo nas práticas, rotinas, hierarquias e critérios de noticiabilidade da redação. Assim, o telejornal, que publiciza seus conteúdos nas grades de programação de televisão em sinal aberto e fechado, em sites, redes sociais e aplicativos de dispositivos móveis permite e convida o público a ocupar os canais de comunicação com o programa, conferindo um sentido novo à circulação, enquanto espaço de negociação e articulação entre os polos da emissão e recepção, e relativizando estes lugares, antes distantes, e agora não mais tão categoricamente diferenciados.

Palavras-chave: Telejornal; circulação; recepção.

Tecnologias Comunicacionais e Telejornalismo Universitário: um caminho de transformações Autoria: Roberta Roos (UFSC) e Michele Negrini (UFPEL)

Resumo: O telejornal universitário tem se reconfigurado para abranger públicos diversos. E, na atualidade, as tecnologias comunicacionais têm proporcionado a difusão em larga escala de informações, inclusive das produções do telejornalismo universitário, que antes ficavam restritas à

sala de aula e que agora podem ser vistas por pessoas no mundo inteiro. As produções desenvolvidas nas universidades, que buscam a introdução da prática para a formação de estudantes na área telejornalística, precisam levar em consideração as constantes inovações da tecnologia. Diante disso, o presente artigo busca, através do exemplo do Pampa News: Webjornal Audiovisual Educativo da Unipampa, refletir sobre as produções e veiculações realizadas nos telejornais universitários no contexto das novas tecnologias.

Palavras-chave: novas tecnologias; difusão de informações; telejornalismo; telejornalismo universitário; Pampa News.

Para entender a inovação e a tecnologia no telejornalismo Autoria: Cárlida Emerim (UFSC)

Resumo: Embora a relação entre telejornalismo e inovação tecnológica parece ser quase inerente ao processo do ser/fazer jornalismo para diferentes telas, nem sempre estes elementos e processos tecnologicamente inovadores agregam, de fato, o noticiar, ou seja, contribuem para qualificar a informação que está sendo repassada ao público receptor. A proposta do presente artigo é a de refletir sobre alguns aspectos do que a inovação e a tecnologia vêm contribuindo para potencializar a notícia no telejornalismo, a partir de alguns resultados de pesquisas empreendidas nos últimos anos em torno do jornalismo produzido para as telas e disponibilizado em diferentes plataformas. Para tanto, parte do conceito de inovação, tecnologia e telejornalismo; apresenta a relação que se estabelece com o campo; exemplifica algumas inovações e contextualiza com resultados das pesquisas para propor acepções sobre a potencialidade desta relação.

Palavras-chave: telejornalismo; produção de conteúdo; inovação; tecnologia; convergência.

Comunicação coordenada: Questões teórico-metodológicas nas Pesquisas sobre Identidade e Trabalho dos Jornalistas (SALA PBB221) Coordenação: Michelle Roxo (FIAM-FAAM)

A utilização da pesquisa de métodos mistos em jornalismo: um olhar sobre as práticas profissionais do jornalista brasileiro Autoria: Ana Carolina Kalume Maranhão (UnB)

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo apresentar a utilização da combinação entre pesquisa qualitativa e quantitativa em distintas fases de uma pesquisa realizada entre os anos de 2011 a março de 2014 na Universidade de Brasília. O estudo se baseia no relato sobre a combinação entre pesquisa quantitativa e qualitativa para identificar mudanças na atuação laboral do jornalista brasileiro. O artigo apresenta a utilização desta abordagem e centra-se no pensamento de Barton e Lazarsfeld (1956), que sugerem a utilização da pesquisa qualitativa no desenvolvimento das hipóteses, que serão testadas por meio de uma abordagem quantitativa. No caso, uma das etapas de realização da pesquisa centra-se na obtenção de dados primários por pesquisa quantitativa. Neste aspecto, a pesquisa quantitativa é utilizada para obtenção de dados que vão testar as hipóteses propostas e a pesquisa qualitativa para análise dos dados obtidos.

Palavras-chave: Métodos Mistos; Análise Fatorial; Metodologia de Pesquisa, Jornalismo; Práticas Profissionais.

A precarização do trabalho jornalístico no “Diário Catarinense” (Grupo RBS): uma reflexão sobre indicadores e metodologias de pesquisa Autoria: Samuel Lima (UFSC) e Mônica Custódio (UFSC)

Resumo: O objetivo do artigo é refletir sobre os desafios teórico-metodológicos em pesquisas que têm como objeto identificar e mensurar o fenômeno da precarização do trabalho jornalístico, considerando uma abordagem típica do Estudo de Caso, quanti e qualitativa, além de observação participante. Serão observados os dados empíricos já disponíveis em pesquisa nacional, bem como dados preliminares do jornal Diário Catarinense, o maior veículo impresso de Santa Catarina, quando essa mídia ainda integrava o Grupo RBS e passou a reduzir sensivelmente seu quadro de profissionais. O ponto de partida é Mick e Lima (2013), considerando que a precarização pode ser aferida por, pelo menos, cinco indicadores: a) jornada de trabalho excessiva; b) intensidade do trabalho; c) vínculo precário (dos jornalistas atuantes em mídia apenas 60% têm carteira assinada); d) baixos salários; e) por último, os indícios de multifunção evidentes nas relações de trabalho dos profissionais (MICK e LIMA, 2013).

Palavras-chave: Jornalismo, precarização, metodologias de pesquisa, perfil profissional.

Discursos sobre o empreendedorismo jornalístico via sistema de ensino: apontamentos metodológicos de uma proposta de pesquisa Autoria: Michelle Roxo de Oliveira (FIAM-FAAM, Faculdade Cásper Líbero) e Rafael Grohmann (FIAM-FAAM, Faculdade Cásper Líbero)

Resumo: O artigo apresenta um caminho inicial de pesquisa, em estado de construção, para investigar a circulação da noção de empreendedorismo via agências de ensino, com foco nos cursos de jornalismo situados na região metropolitana de São Paulo. Considera que as transformações no mundo do trabalho dos jornalistas, em um contexto de reestruturação produtiva, impacta a maneira como esta atividade é simbolicamente definida, com implicações nas práticas e discursos que partem do ambiente de ensino. O levantamento e análise de currículos, a aplicação de questionários e entrevistas com professores de jornalismo e coordenadores de curso são dispositivos considerados para a produção de dados. A proposta é parte de um projeto de pesquisa mais amplo, que busca mapear os sentidos do empreendedorismo na fala de diferentes atores e instâncias do campo jornalístico, com o objetivo de avançar na compreensão das perspectivas, desafios e tensões do mercado de trabalho e sua configuração atual.

Palavras-chave: jornalismo; empreendedorismo; cursos; mercado de trabalho; pesquisa.

A pesquisa exploratória nas relações de comunicação e trabalho Autoria: Roseli Figaro (USP) e Cláudia Nonato (FIAM-FAAM)

Resumo: O artigo propõe uma discussão acerca da metodologia adotada para a pesquisa “As relações de comunicação e as condições de produção no trabalho de jornalistas em arranjos econômicos alternativos às corporações de mídia”, iniciada em 2016 pelo CPCT-ECA/USP. A abordagem empregada será a da pesquisa exploratória, que “têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores” (Gil, 1994, p. 27). Ao escolhermos essa abordagem, nos alinhamos a um determinado modo de pensar as ciências e seus métodos. Também introduzimos a discussão sobre o que é método. Problematizamos a adoção de métodos antes mesmo de se fazerem as perguntas que se querem esclarecer e enunciamos os problemas da pesquisa que o CPCT desenvolve sobre os “novos arranjos” econômicos para o trabalho dos jornalistas.

Palavras-chave: comunicação e trabalho, metodologia, pesquisa exploratória, pesquisa em jornalismo

Pesquisa comparativa internacional em jornalismo: desafios teórico-metodológicos do projeto Journalistic role performance around the globe Autoria: Jacques Mick (UFSC) e Aldo Schmitz (UFSC)

Resumo: O artigo discute dificuldades teórico-metodológicas relacionadas à intenção de comparar as diferenças nas percepções sobre o papel do jornalismo nas práticas profissionais (role performance) em países com culturas jornalísticas distintas. O estudo se baseia no exame dos instrumentos de investigação do projeto Journalistic role performance around the globe, cujo objetivo é aferir a distância entre as representações sobre o papel da profissão e as práticas cotidianas dos jornalistas em 23 países. O artigo apresenta a fundamentação conceitual da pesquisa e analisa criticamente os limites dos dois instrumentos de investigação nela adotados – a análise de conteúdo de itens noticiosos e um survey para os jornalistas autores das notícias avaliadas. Observa-se um delicado trade-off entre as variações nas culturas jornalísticas e as categorias adotadas nos instrumentos de pesquisa (com suas variáveis respectivas) e que reconhecê-lo é essencial para circunscrever e relativizar o alcance dos resultados de investigações como essa.

Palavras-chave: pesquisa comparativa; papeis profissionais; culturas profissionais; jornalismo; metodologia de pesquisa.

Comunicação coordenada: Fundamentos Teóricos do Jornalismo: linguagem, objetividade e ontologia (SALA PBB222) Coordenação: Felipe Simão Pontes (UEPG)

Jornalismo robô e jornalismo robotizado. Mudanças estruturais a partir da interação mediada por dispositivos Autoria: Andriolli Brites da Costa (UFRGS)

Resumo: Este trabalho se insere nas inquietações que permeiam o Jornalismo em ambiente pós-industrial, quando a pluralidade do ecossistema midiático, permitindo a emergência de novos modelos de negócio - bem como de modos de fazer e consumir material noticioso - leva a um tensionamento do Jornalismo em suas diversas instâncias. Neste contexto, uma problemática que volta e meia é levantada novamente é a questão do Jornalismo robô. Encarada como derrocada ou salvação do Jornalismo tradicional, a produção autônoma de notícias nos leva a questionar: até que ponto as próprias rotinas jornalísticas não estão robotizadas? Se sensibilidade e subjetividade são os diferencias do homem em relação a máquina, seriam estes valores estimulados pelo atual ecossistema midiático? Para que e a quem serve esse jornalismo? Partiremos de um caso exemplar para explorar estas limitações.

Palavras-chave: jornalismo; curadoria; jornalismo algorítmico; mudanças estruturais.

O percurso teórico-metodológico dos trabalhos em teorias do jornalismo da SBPJor (2003-2007) Autoria: Cristiano Anunciação (UnB)

Resumo: Este artigo faz parte de um projeto que visa realizar uma análise teórico-metodológica de trabalhos apresentados na SBPJor. O objetivo é buscar pistas que nos ajudem a pensar as especificidades epistemológicas dos textos que levam (no título, no resumo ou nas palavras-chave) a rubrica ‘teoria do jornalismo’ ou ‘teorias do jornalismo’. A proposta busca se ancorar em uma adaptação do modelo metodológico elaborado pela pesquisadora Maria Immacolata Vassallo de Lopes. Nesta primeira empreitada, a tarefa é examinar artigos submetidos nas primeiras cinco

edições do encontro anual da entidade, que representa o período entre 2003 e 2007. Dentro desses parâmetros, foram encontrados (no próprio site da associação) e, portanto, analisados 15 trabalhos.

Palavras-chave: percurso teórico-metodológico; teorias do jornalismo; SBPJor.

Um outro olhar sobre o lead: a inteligência exata dos acontecimentos Autoria: Isabelle Anchieta (USP)

A melhor definição do jornalismo e das notícias, como forma de conhecimento, não foi ainda superada por aquela pensada pelos editores da revista norte-americana Collier’s Weekly, quando dizem que: “a notícia é inteligência exata e oportuna dos acontecimentos”. Sua técnica narrativa, o lead, é uma forma sintética (e complexa) de hierarquizar os acontecimentos, por meio de valores-notícia. Exige dos jornalistas o alinhamento rápido dos fenômenos aos valores de uma dada sociedade. Levando-os sempre a perguntar, o que faz do fato um acontecimento digno de nota? Para auxiliar essa identificação apresentarei, ao fim deste texto, um método ou “lead reflexivo” que combina as famosas seis perguntas e os valores-notícia com a intenção de “tirar o essencial do acidental, o permanente do corrente”, nas palavras quase poéticas do jornalista Alceu Amoroso Lima.'

Palavras-chave: Notícia; Conhecimento; Lead; Valores-notícia; Lead Reflexivo.

Os fatos sociais e os fatos jornalísticos: por uma economia da práxis do jornalismo Autoria: Felipe Simão Pontes (UEPG)

Resumo: Compreender o jornalismo na ontologia do ser social pressupõe a compreensão desta práxis frente à produção simbólica de fatos sociais. Esse texto pretende explicar a gênese dos fatos sociais em sua relação dialética à produção e reprodução dos fatos jornalísticos. Propõe deslindar as particularidades das relações subjetivo-objetivas que ressignificam o fato social e geram um valor especificamente jornalístico a essa produção simbólica. Essa relação estrutura a distribuição de sentidos e valores no interior da particularidade jornalismo e também altera os sentidos do metabolismo social, o que, potencialmente, revela a dimensão ética inerente ao conceito de singularidade proposto por Adelmo Genro Filho.

Palavras-chave: Fatos sociais; Fatos jornalísticos; Trabalho; Objetividade; Subjetividade.

Ontologia do jornalismo: considerações sobre o trabalho do conhecimento e a práxis noticiosa no século XXI Autoria: Rafael Bellan Rodrigues de Souza (USP)

Resumo: O texto apresenta as mediações existentes entre o trabalho do conhecimento do jornalista e seu produto, a notícia, tendo na dialética e na crítica ontológica lukacsiana o eixo fundamental da compreensão do jornalismo no século XXI. Para tanto, discorre sobre a especificidade do trabalho jornalístico em um contexto de precarização de sua atividade e sua relação com a crise que assola essa forma social de conhecimento. Nesse sentido, ao debatermos a práxis noticiosa e seu valor de uso social, não podemos ignorar os mecanismos de estranhamento instaurados nos momentos de produção, circulação e recepção dessa narrativa, o que nos faz avaliar a atualidade de seu poder de desreificação da realidade.

Palavras-chave: Teoria do Jornalismo; trabalho; notícia; conhecimento; ontologia.

O conceito de objetividade jornalística em Luiz Amaral e Wilson Gomes

Autoria: Rafael Paes Henriques (UFES)

Resumo: Como valor fundamental da atividade, a objetividade jornalística já foi investigada conceitualmente por diversos estudos acadêmicos cujos resultados, apesar de publicados em livros e revistas da área, não alteraram a maneira como consumidores de informação, jornalistas e até mesmo professores de jornalismo entendem filosoficamente a objetividade e, consequentemente, a sua aplicação nas rotinas e procedimentos da prática jornalística. Este artigo tem o objetivo de realizar a revisão bibliográfica de dois importantes trabalhos de autores brasileiros que investigaram a noção de objetividade. Vamos discutir as obras “A objetividade jornalística”, de Luiz Amaral e “Jornalismo, fatos e interesses”, de Wilson Gomes, inventariando as suas maneiras de compreender e também debater filosoficamente essa noção fundamental para a atividade.

Palavras-chave: Objetividade Jornalística; Subjetividade; Perspectivismo; Teoria do Jornalismo.

Comunicações Livres: Sessão 20 (SALA PBB311)Coordenação: Melina de la Barrera Ayres (UFSC)

Representações sociais e cultura na perspectiva dos portais de notícias da região da Tríplice Fronteira Autoria: Márcio Barbosa Norberto (UEPG)

Resumo: Neste artigo busca-se refletir sobre o tema fronteira entre países numa perspectiva de espaço no qual se representa diferentes formas de cultura. Cenário de identidades e diferenças, muitas vezes sobrepostas por assimetrias e relações de poder. A fronteira de que trata este trabalho é formada por Puerto Iguazú, Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, a Tríplice Fronteira. Local de muitas vozes e sotaques: dos nativos, dos passantes e dos turistas. Região marcada por ambiguidades: sem registro de conflito étnico, mas atenta às questões de segurança. Conhecemos um pouco desta geografia pelas representações culturais retratadas em três meios de comunicação da região, um de cada cidade ou, neste caso, um de cada país. O corpus empírico do presente artigo foram as reportagens publicadas pelos portais de notícias das cidades e alusivas à Tríplice Fronteira.

Palavras-chave: processos jornalísticos; cultura; fronteira; identidade; representações sociais.

Reflexões sobre a imprensa interiorana e fronteiriça Autoria: Heleno Rocha Nazário (PUCRS)

Resumo: A partir de diferentes conceitos acerca do jornalismo praticado nas localidades do interior do Brasil, e de estudos acerca da imprensa situada em regiões de fronteira, trata-se de elaborar reflexões sobre a relação entre esses conceitos e seus diferenciais. Para isso, articulam-se os conceitos de imprensa do interior, imprensa fronteiriça, localismo e proximidade. Conclui-se que a imprensa fronteiriça é uma modalidade, ou um aspecto, de parte do conjunto de empresas que podem ser classificadas como a imprensa interiorana, da qual tende a apresentar as características básicas às quais adiciona as especificidades fronteiriças, que são organizadas para a articulação dos conceitos.

Palavras-chave: Jornalismo; imprensa interiorana; fronteira; localismo; noticiabilidade.

Contribuições para um estudo econômico da mídia regional: estrutura do mercado de jornais e sites no interior fluminense Autoria: Jacqueline da Silva Deolindo (UFF)

Resumo: Trazemos um recorte dos resultados de nossa tese de doutorado sobre a mídia do interior do Estado do Rio de Janeiro. Neste estudo do jornalismo local e regional praticado por jornais diários e sites de notícias, assumimos esses empreendimentos como firmas dotadas de especificidades moldadas pelas características das localidades em que estão inseridas e utilizamos a geografia urbana e a economia industrial como referenciais teóricos e metodológicos para investigar sua estrutura, conduta e desempenho em sua área de atuação. Neste trabalho, especificamente, apresentamos nossas observações sobre a estrutura das firmas e do mercado dessas mídias no território em questão. Alguns dos nossos principais achados é a maior consolidação das firmas de jornais diários impressos, a despeito de seu modo tradicional de operar, e a baixa sinergia dos sites de notícias e sua fonte restrita de receitas, apesar das apregoadas potencialidades da internet.

Palavras-chave: Mídia regional; Interior fluminense; Jornais diários; Sites de notícias; Estrutura de mercado.

As escalas do Jornalismo: o Oeste catarinense na imprensa local e nacional a partir de dois episódios noticiosos (1948 – 1950) Autoria: Marcionize Elis Bavaresco (UFSC)

Resumo: Este trabalho analisa como o Oeste catarinense foi retratado na imprensa local e nacional a partir de dois fatos noticiosos ocorridos em 1948 e 1950. A análise está embasada, teoricamente, na ideia de que o jornalismo, mesmo aquele que segue o modelo mainstream, deve ser entendido em sua diversidade. Por esse motivo tratamos das esferas de visibilidade do jornalismo no plural. Particularmente, nosso interesse diz respeito a duas dessas esferas, as quais definimos a partir da ideia de jornalismo de proximidade e de jornalismo de distanciamento. Em nosso breve estudo de caso encontramos elementos que apontam para a compreensão do sistema jornalístico como um imbricado jogo de escalas, em que proximidade e distanciamento se caracterizam por dinâmicas permeáveis, que hora se inter-relacionam, hora de opõem.

Palavras-chave: Esferas de visibilidade; jornalismo de proximidade; jornalismo de distanciamento; enquadramentos concorrentes; Oeste catarinense.

Nos “falemo” portunhol? Jornalismo e identidade na fronteira Rivera (Uruguai) e Livramento (Brasil) Autoria: Melina de la Barrera Ayres (UFSC)

Resumo: O portunhol, principal marca identitária da fronteira Santana do Livramento (Brasil) e Rivera (Uruguai) que, durante séculos foi marginalizada, atualmente passa pelo processo de reconhecimento como Patrimônio imaterial da UNESCO. Neste contexto, cabe o questionamento: Como se posiciona a mídia jornalística da “Fronteira da paz” em relação ao portunhol? Este artigo apresenta os resultados preliminares de pesquisa, visando debater a função do jornalismo no constructo desta identidade coletiva. O estudo comparado analisa, a partir de uma perspectiva quali-quanti, quatro meios jornalísticos: os jornais A Plateia (Livramento) e Diário Norte (Rivera), e os programas jornalísticos radiofônicos, Correspondente Cultura da Rádio Cultura AM (Livramento) e Noticiero primera edición da Rádio Interncional AM (Rivera).

Palavras-Chave: jornalismo, identidade, portunhol, fronteira.

Comunicações Livres: Sessão 21 (SALA PBB213) Coordenação: Vicente Darde (FIAM-FAAM)

A produção colaborativa no telejornalismo: um estudo sobre a apropriação de conteúdos produzidos pelo telespectador-usuário pelo SPTV Autoria: Vicente William da Silva Darde (FIAM-FAAM) e Fernando Albino Leme (UNIP)

Resumo: Ferramentas e tecnologias digitais disponíveis possibilitam, na atualidade, que o cidadão atue como colaborador na produção de notícias. Ao capturar a realidade pelas câmeras dos smartphones ou tablets, o espectador-usuário busca compartilhar essas informações “brutas” com o maior número de pessoas possível, por isso o envio desse material para as emissoras de TV se torna um atrativo. Porém, a apropriação desse material informativo pelos jornalistas propicia uma participação efetiva do público na produção da notícia? Para além disso, essa produção colaborativa nas coberturas dos telejornais resulta em relatos mais plurais e contextualizados dos acontecimentos? Em busca dessas respostas, analisamos a utilização do material colaborativo pelo SPTV 1ª edição, um dos principais telejornais exibidos pela TV Globo na cidade de São Paulo.

Palavras-chave: telejornalismo; notícia; conteúdo colaborativo; representações; SPTV.

O crowdfunding no jornalismo brasileiro: um panorama sobre o uso de uma nova fonte de financiamento Autoria: Fernando Soares (Universitat Autònoma de Barcelona)

Resumo: Este artigo aborda o uso do crowdfunding como instrumento de financiamento em projetos jornalísticos no Brasil e procura traçar um perfil sobre como essa nova atividade transcorre no mercado brasileiro. Para isso, analisa as iniciativas publicadas entre 2011 e 2015 nas páginas Catarse e Kickante, duas das principais plataformas do país dedicadas à realização de campanhas de financiamento coletivo. Dentro desse contexto, a pesquisa procura examinar diferentes aspectos, como o volume de propostas realizadas no período, os valores arrecadados, os investidores, os autores dos projetos e os tipos de produtos que obtêm recursos para ser desenvolvidos.

Palavras-chave: Crowdfunding; Financiamento; Jornalismo; Economia dos meios; Modelos de negócio.

Reflexões sobre a importância da formação de comunidades no crowdfunding do jornalismo Autoria: Gabriel Galli Arévalo (PUCRS)

Resumo: Este artigo objetiva refletir sobre a formação de comunidades entorno de projetos jornalísticos que objetivem ser viabilizados em campanhas de financiamento coletivo pela internet. Entende-se que o crowdfunding é uma manifestação da inteligência coletiva (LÉVY, 2001) e da cultura da convergência (JENKINS, 2009). Tradicionalmente voltado ao financiamento de ações culturais, a prática possui peculiaridades se aplicada ao jornalismo (Aitamurto, 2011). Uma das principais peculiaridades é a necessidade de integrar o leitor ao processo de construção da reportagem de forma aberta, ser transparente em relação aos gastos do projeto e estar aberto a negociar a relação hierárquica entre repórter e leitor na definição das pautas que merecem cobertura. Conclui-se que essas mudanças podem afetar diretamente a visão do jornalista sobre sua profissão e pontua-se características de comunidades engajadas em projetos jornalísticos.

Palavras-chave: comunicação; jornalismo; crowdfunding; financiamento coletivo; comunidades.

Velhas práticas, novos saberes: os desafios e as possibilidades de atuação dos jornalistas como empreendedores Autoria: Angela Ravazzolo (ESPM-Sul)

Resumo: O presente artigo é um recorte da pesquisa Novos negócios em jornalismo: limites e possibilidades – Um estudo panorâmico no Rio Grande do Sul que tem como objetivo mapear o perfil dos novos empreendedores e empreendimentos em jornalismo no Rio Grande do Sul. Foram realizadas entrevistas com jornalistas à frente de oito empresas que atuam na produção de conteúdo jornalístico e para marcas, biografias, documentários pessoais, eventos e cursos. São iniciativas em que os jornalistas se desafiam ao recontextualizar a aplicação das suas práticas e saberes jornalísticos, percebidos no mercado como um capital, um valor. A partir dos seus relatos, compreende-se as potencialidades de atuação dos jornalistas em um cenário desafios e transformações.

Palavras-chave: jornalismo; novos negócios; empreendedorismo; práticas; saberes.

Seleção de conteúdos no jornalismo participativo: desafios e potencialidades na experiência do Coletivo Blumenau Autoria: Evandro de Assis (UFSC)

Resumo: Este artigo discute limitações e potencialidades do jornalismo produzido com o auxílio de conteúdos gerados pelo usuário num contexto de ascensão do ecossistema pós-industrial de comunicação. Embora as Tecnologias da Informação e Comunicação ofereçam oportunidades inéditas para aproximar o jornalismo das pessoas, de forma a torná-lo mais horizontal e plural, o cenário de transformação impõe questionamentos sobre o desenvolvimento do chamado jornalismo participativo. A partir de revisão bibliográfica em torno do tema e da descrição de experiência empírica denominada Coletivo Blumenau, emergem dificuldades enfrentadas por jornalistas especificamente na seleção dos conteúdos gerados por não profissionais, situação que sugere reflexão sobre parâmetros editoriais de filtro e automatização de processos.

Palavras-chave: conteúdo gerado pelo usuário; jornalismo participativo; jornalismo colaborativo; jornalismo open source; jornalismo cidadão.

Comunicações Livres: Sessão 22 (SALA PBB214) Coordenação: Marli Santos (UMESP)

Mulheres no jornalismo pós-industrial: a relação com as tecnologias digitais e o JGD Autoria: Marli Santos (UMESP) e Jessica de Oliveira Collado Mateos (UMESP)

Resumo: Este artigo apresenta dados preliminares do estudo sobre mulheres no jornalismo pós-industrial, como recorte do projeto de pesquisa “Práticas de investigação jornalística na contemporaneidade e relações de gênero”. Tendo em vista a convergência tecnológica e a feminização das redações, o objetivo é verificar a relação da mulher com as tecnologias digitais na produção jornalística em um cenário de abundância de informação. A metodologia utilizada é quantitativa com a aplicação de questionário online (survey). O universo da pesquisa abrangeu jornalistas do Estado de São Paulo, entre 21 e 50 anos. Os resultados preliminares apontam para uma consciência das mulheres em relação às transformações no jornalismo, porém, a maioria está pessimista em relação ao futuro. As jornalistas incorporaram no seu cotidiano a produção multimídia, e a maioria afirma utilizar o JGD no processo jornalístico.

Palavras-chave: Jornalismo contemporâneo; Jornalismo pós-industrial; Mulheres jornalistas; Tecnologias digitais; Jornalismo Guiado Dados.

TV Mulher após 30 anos: A comunicação da revista feminina com a telespectadora Autoria: Ana Paula Bornhausen da Silva (UFPE) e Suzana Rozendo Bortoli Bandeira (USP)

Resumo: Entre 1980 e 1986, o TV Mulher, apresentado pelos jornalistas Marília Gabriela e Ney Gonçalves Dias, compunha a programação diária da Rede Globo. Três décadas após o término do programa, uma nova versão, com dez edições, foi gravada e exibida pelo canal pago Viva, a partir de maio de 2016. Marília Gabriela se manteve no comando do novo TV Mulher, cuja proposta foi continuar discutindo a situação da mulher. Levando-se em conta que a televisão produz formas particulares de subjetivação feminina, este artigo objetiva refletir sobre a forma como a mulher era representada três décadas atrás e como é vista agora, pelo mesmo programa. Utilizou-se como percurso metodológico a análise da conversação de trechos de episódios gravados para esta edição, em observação às temáticas e abordagens da década de 1980. Dentre os autores que compõem o quadro teórico estão Buitoni (1990, 2009); Fisher (2001); Silva (2009) e Temer (2005, 2016).

Palavras-chave: revista feminina: TV Mulher; imprensa feminina; jornalismo feminino; televisão; Marília Gabriela.

Jornalismo, gênero e disputa de sentidos: a naturalização da “cultura do estupro” no discurso dos leitores do Diário Gaúcho Autoria: Pâmela Caroline Stocker (UFRGS) e Silvana Copetti Dalmaso (UFRGS)

Resumo: A partir do entendimento do jornalismo como um gênero discursivo particular (BENETTI, 2008), que contribui para manter os valores consensuais da sociedade (HALL et al, 1993), este artigo propõe-se a analisar o discurso dos leitores frente a um enunciado que rompe a regularidade da produção de sentidos pelo jornalismo. Por meio da Análise de Discurso (AD), foram examinados 201 comentários referentes à reportagem intitulada “Por que ‘secar’ uma mulher na rua transforma uma simples caminhada em constrangimento”, publicada na página do jornal Diário Gaúcho na internet. Foi possível identificar quatro núcleos de sentido: culpabilização da vítima, naturalização do assédio/ instinto, relativização do assédio e desqualificação do jornalismo. Conclui-se que, ainda que o jornal abra uma brecha na lógica dominante, o discurso dos leitores opera no sentido da manutenção dos mapas culturais de significado.

Palavras-chave: gênero; discurso; leitores; jornalismo; Diário Gaúcho.

Jornalismo de classe: por uma memória da gênese da imprensa operária feminina Autoria: Álvaro Larangeira (UTP)

Resumo: O presente artigo, tendo por base a exposição da exiguidade de estudos acerca das publicações operárias pela historiografia jornalística no período nascente do gênero, correspondente aos anos 1880-1920, reivindica um lugar próprio dentro da literatura da imprensa operária para o protagonismo feminino. A atividade jornalística desempenhada por mulheres é subalterna inclusive nos raros compêndios do periodismo operário-sindical e eventualmente representada em trabalhos biográficos em áreas afins ao jornalismo, corroborando com o propósito de cristalizar, no âmbito do campo da comunicação, uma memória da gênese da imprensa operária feminina.

Palavras-chave: Jornalismo de classe. Imprensa operária feminina. Memória operária.

A fala do subalterno silenciada na entrevista: meninas violentadas e os programas policiais Autoria: Chloé Leurquin (UFC)

Resumo: A entrevista tem o objetivo de fazer contar histórias. Mas, às vezes o entrevistador silencia o entrevistado, sobretudo quando este está em condição de subalterno. Com base nesse entendimento, apresenta-se reflexões sobre uma pesquisa em desenvolvimento no Programa de

Pós-graduação em Comunicação, cujo foco é a forma com que jovens vítimas de violência sexual são exibidas em narrativas de programas policiais. Ressalta-se a entrevista, suas partes constituintes e problematiza-se as relações entre entrevistador de programas policiais e jovens vítimas de violência sexual. Discute-se o conceito de entrevista (MEDINA, 2004; THOMPSON, 1992; ALBERTI, 2004) no contexto pós-colonial (HALL, 2003). Enfatiza-se o orientalismo (SAID, 1990) e discussões relativas ao sujeito subalterno (SPIVAK, 2010), associando-os à realidade brasileira. Os dados analisados foram coletados em 2015-2 e 2016-1.

Palavras-chave: Entrevista; subalterno; pós-colonial; jornalismo; programa policial.

Comunicações Livres: Sessão 23 (SALA PBB215) Coordenação: Glaucia de Oliveira Assis (UDESC)

Novas Mídias e Relações Contagiosas: O caso dos imigrantes na União Europeia Autoria: Sionelly Leite da Silva Lucena (UTP) e Susana Branco de Araújo Santos (Uninter)

Resumo: Este artigo analisa a contribuição das novas mídias, a interação comunicacional e a relação existente entre imagens de imigrantes que chegam aos países da União Europeia, resultado das pressões migratórias exercidas sobre a Europa, a partir de 2013. São objeto desta análise fotografias de imigrantes resgatados por autoridades da União Europeia e em situação de protesto. Ao elaborar uma reflexão a respeito das novas mídias, a interação comunicacional e a relação existente entre fotos dessas situações, este artigo contribui para os estudos da comunicação, através da análise da narrativa das imagens em tais contextos, pois as novas mídias e as redes sociais na Internet: ampliam possibilidades de comunicação, organização e mobilização; favorecem as relações contagiosas; abrem novo espaço público de discussão; e influenciam na percepção das pessoas sobre a sociedade em que vivem e nas tomadas de decisões.

Palavras-chave: Fotografia; relações contagiosas; Internet; migrações; manifestações.

Análise de representações de fluxos (i)migratórios contemporâneos na narrativa (tele)jornalística brasileira sob a perspectiva do conceito de pânico moral Autoria: Samira Moratti Frazão (UDESC) e Gláucia de Oliveira Assis (UDESC)

Resumo: A partir da análise de um caso envolvendo migrantes ganeses que chegaram ao Brasil durante a realização da Copa do Mundo de futebol em 2014 e que solicitaram refúgio no país na ocasião, a proposta foi problematizar como esse fluxo migratório foi representado na cobertura (tele)jornalística brasileira. O objetivo foi analisar o modo como se deu a construção da realidade por meio de representações e como essa abordagem pode ter contribuído para a disseminação de um pânico moral na sociedade brasileira, desencadeando manifestações de caráter racista e de xenofobia nos canais pelos quais o público emitiu sua opinião na imprensa. Para examinar a questão foram utilizadas recomendações do “Guia das Migrações Transnacionais e Diversidade Cultural para Comunicadores – Migrantes no Brasil”, organizado pelas autoras Denise Cogo e Maria Badet Souza, considerando ainda aspectos técnicos da prática (tele)jornalística.

Palavras-chave: pânico moral; fluxos migratórios contemporâneos; racismo; xenofobia; narrativa jornalística.

Entre o artifício e o acaso nas fotografias noticiosas de conflitos: a Discursividade Visual nas imagens da guerra na Líbia Autoria: Bruno Cavalcante Pereira (UFPE)

Resumo: O presente trabalho busca debater a tensão existente entre dois paradigmas fotográficos existentes: imagem objetiva e imagem subjetiva, ancoradas inicialmente na concepção de índice e símbolo. Esse ponto de partida se amplia para a discussão dos valores estéticos e da assunção do ponto de vista do fotógrafo sobre o motivo fotografado, no contexto da arte contemporânea. Optou-se como metodologia de análise interpretativa o diálogo entre discurso visual e a morfologia da imagem na busca por identificar uma percepção singular da fotografia sem está analogicamente ligada a explicações semiológicas. Escolhemos como corpus as fotografias de conflito do ensaio Libya Hurra (2011), de Maurício Lima, para exemplificar representações da guerra que surgem do confronto entre “verdade subjetiva” e “verdade universal”.

Palavras-chave: fotojornalismo de guerra; discursividade visual; subjetividade; fotografia.

Líder carismático ou diplomata: cobertura da mídia brasileira sobre atuação do papa Francisco na reaproximação EUA e Cuba Autoria: Adilson Rodrigues da Nobrega (UFC) e Siria Mapurunga Bonfim (UFC)

Resumo: Este artigo pretende fazer uma análise da cobertura da imprensa brasileira sobre a contribuição do Papa Francisco na retomada das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba em dezembro de 2014. Como chefe de Estado do Vaticano, o pontífice tem a prerrogativa de intermediar relações diplomáticas no mundo, mas essa condição se tornou secundária diante da figura de Francisco como líder internacional carismático em portais, revistas e jornais brasileiros. Este é justamente o questionamento proposto por este artigo: por que a imagem pública do Papa, em seu viés carismático e pessoal, sobrepôs-se à sua condição de estadista? Como método de análise, recorremos aos conceitos de Carisma (WEBER), Heroicização (GRIGOLETTO; DE NARDI) e de Acontecimento para problematizar as notícias selecionadas. Palavras-chave: Carisma; Newsmaking; Heroicização; Acontecimento; Catolicismo

Atuação da teleSUR na cobertura da visita de Barack Obama a Cuba e suas influências na integração regional latino-americana Autoria: Domingos Alves de Almeida (UNILA)

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo analisar discursivamente a atuação da teleSUR como projeto de integração regional da América Latina, a partir da cobertura do teleperiódico teleSUR Notícias, sobre a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, à Cuba em março de 2016, no âmbito da reabertura das relações diplomáticas entre os dois países. Para tanto, o estudo é realizado a partir da perspectiva construcionista, utilizando a metodologia da Análise do Discurso (AD) de linha francesa. A fundamentação teórica é feita a partir de Sousa (2002), Orlandi (2010), Borón (2015-2016), e outros. Aponta-se para uma cobertura em que a emissora ressalta a visita presidencial de Barack Obama como uma vitória do povo cubano sobre a política de manutenção do embargo econômico e comercial dos Estado Unidos em relação a Cuba.

Palavras-Chave: América Latina, teleSUR, Brack Obama; Cuba; Integração.

Comunicações Livres: Sessão 24 (SALA PBB216) Coordenação: Marta Eymael Garcia Scherer (ESPMU)

O que fazem o community manager e o editor de mídias sociais nos veículos de referência: jornalismo ou marketing? Autoria: Giovana Borges Mesquita (UFMA)

Resumo: Até os anos 80, havia praticamente um senso comum sobre quais eram as atribuições do jornalista. Uma década depois, a tecnologia digital passou a condicionar e transformar a forma, o conteúdo, o fazer e o ser jornalístico. Com a Web 2.0 e sua possibilidade de maior interatividade, os jornalistas foram desafiados a reinventar-se como profissionais ante a necessidade de respostas para uma audiência que dialoga com os veículos. Diante desse cenário, algumas empresas jornalísticas têm apostado num constante diálogo com esta audiência interessada em envolver-se com os meios de comunicação e, para incrementar essa relação, incorporam a seus quadros novos perfis profissionais, como o editor de mídias sociais e o community manager. O objetivo do artigo é refletir sobre essas novas funções que reúnem atribuições do campo jornalístico e do marketing, mudando a rotina jornalística.

Palavras-chave: Jornalismo; Jornalista; Diario de Pernambuco; La Vanguardia; Audiência.

O jornalismo e a voz oficial: Como a mediação das assessorias de comunicação interfere no dizer da imprensa Autoria: Flávia Clemente de Souza (UFF)

Resumo: Este artigo aborda a mediação das assessorias de imprensa no relacionamento entre as fontes e os jornalistas, tratando das mudanças que ocorreram no decorrer do tempo e de que forma o discurso jornalístico atual se utiliza, hoje, do trabalho dos assessores. O viés da análise é abordar até que ponto a forma tradicional de fazer jornalismo sofreu o impacto do crescimento das assessorias e de que forma, em plena democracia, vozes oficiais podem calar os demais atores sociais e seus discursos.

Palavras-chave: assessoria de imprensa; reportagem; fontes; opinião pública; censura.

O ethos discursivo dos jornalistas em assessoria de imprensa Autoria: Boanerges Balbino Lopes Filho (UFJF)

Resumo: O artigo analisa por meio da utilização de entrevistas qualitativas o ethos presente nos discursos dos jornalistas que atuam em assessoria de imprensa. Compreendemos que a imagem do profissional é permeada pelo discurso que o ethos projeta. A partir de uma reflexão sobre as transformações ocorridas no mundo dos jornalistas, procuramos entender como se forja na atualidade a identidade desses profissionais. A investigação tem como suporte a Análise do Discurso francesa, e possui como referencial teórico os autores Amossy, Bordieu, Maingueneau e Cavalcanti. O aparato teórico valorizou as noções de Campo e habitus desenvolvidas, assim como o conceito de ethos discursivo. Entre as considerações tornadas possíveis a partir da análise, enfatiza-se o tom do discurso dos jornalistas assessores, e a imagem construída sobre si, que revelam não haver uma mitificação e nem romantismo sobre o fazer jornalístico em assessoria de imprensa.

Palavras-chave: Jornalismo; Assessoria de Imprensa; Discurso; Ethos; Habitus.

O fazer jornalístico na comunicação institucional: um debate acadêmico necessário Autoria: Marta Eymael Garcia Scherer (ESPMU)

Resumo: O papel dos jornalistas na comunicação institucional ainda apresenta dificuldades de conceituação, tanto nas pesquisas acadêmicas, quanto no próprio mercado de trabalho. A falta de um marco teórico mais consistente, de reflexões oportunas e especificidades técnicas se refletem na prática, pois em muitos ambientes de trabalho a p´ropria função do jornalista não é compreendida.

Portanto, é imperativo que cada vez se abra mais espaço para debates acadêmicos sobre o fazer jornalístico dentro das organizações, aboardando como a informação e a notícia institucional são apresentadas e, assim, expondo a diversidade e a riqueza de possibilidades que a prática assumiu nas organizações brasileiras.

Palavras-chave: Comunicação organizacional; jornalismo; assessoria de imprensa; ética.

Pesquisa brasileira sobre agências de notícias: revisão bibliográfica de um subcampo Autoria: Pedro Aguiar (UERJ)

Resumo: O artigo esboça um mapeamento atualizado das produções bibliográficas brasileiras sobre agências de notícias. Revisam-se referências publicadas desde as primeiras menções, em manuais, material paradidático e obras normativas, na segunda metade do século XX, até pesquisas mais recentes, concluídas ou em andamento, localizadas por meio de palavras-chave em diretórios públicos de produção acadêmica. Concomitantemente, propõe uma categorização de tais trabalhos em dois eixos cruzáveis: o referencial teórico-metodológico, de um lado, e a origem institucional, de outro. Pesquisas apoiadas sobre as Teorias do Jornalismo, da Cibercultura e da Economia Política da Comunicação destacam-se na bibliografia reunida, que se mostra crescente nos últimos anos. Ao final, indica-se um corpo de estudos minimamente consolidado que sirva de referencial a futuras pesquisas que se debrucem sobre agências de notícias.

Palavras-chave: agências de notícias; jornalismo de agências; pesquisa em comunicação.

Comunicações Livres: Sessão 25 (SALA PBB217)Coordenação: Mateus Yuri Passos (Faculdade Cásper Líbero)

Pessoas de paisagem: a caracterização de destinos portugueses na revista Fugas Autoria: Mateus Yuri Passos (Faculdade Cásper Líbero) e Fernanda Castilho Santana (USP, FATEC)

Resumo: Dentro dos gêneros do jornalismo literário, o jornalismo de viagens apresenta como particularidade a descoberta não apenas de territórios alheios, mas do “outro”. Quando articulado com espaços de pertença, ou seja, mais próximos, porém, reportagens nesse segmento são reveladoras da auto-imagem construída por um povo, seus costumes e valores. Neste artigo, analisaremos uma aparente construção da identidade contemporânea portuguesa nas reportagens de capa "O que é que o Porto tem?" e "Algarve que vai formoso", de Andreia Marques Pereira, e "Coimbra tem mais encantos para além do património", de Alexandra Prado Coelho, publicadas na revista Fugas, suplemento de viagens semanal do jornal diário português Público.

Palavras-chave: Narrativas jornalísticas; Jornalismo literário; Jornalismo de viagens; Identidade; Portugal.

Israel em abril: uma narrativa de viagem de Erico Verissimo na interseção entre jornalismo e literatura Autoria: Eduardo Ritter (UFSM)

Resumo: Antes de obter a consagração no meio literário, o escritor Erico Verissimo atuou durante uma década no jornalismo, chegando, inclusive, a ser o presidente-fundador da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), em 1935. Além da influência que o jornalismo teve na produção da ficção de Verissimo, o autor também partiu da interseção entre jornalismo e literatura para escrever os seus quatro livros de viagem, resultantes de passagens por Estados Unidos, México e Israel. Assim, neste artigo optou-se pela análise do livro Israel em abril, em que é possível perceber na

narrativa do autor algumas das características apontadas por Lima (2004) em sua abordagem sobre livro-reportagem-viagem, bem como diversas das técnicas de ficção apresentadas por Lodge (2011) – ambas considerando o testemunho de Felman (2000) como pilar narrativo.

Palavras-chave: narrativa de viagem; livro-reportagem; Erico Verissimo.

Intersubjetividade e reconhecimento do outro na narrativa de Eliane Brum Autoria: Tayane Abib (UNESP) e Mauro de Souza Ventura (UNESP)

Resumo: O artigo reflete sobre novas perspectivas para o cenário jornalístico, a partir da possibilidade de incorporação dos conceitos de encontro dialógico e compreensão intersubjetiva à prática profissional. Neste sentido, desenvolve-se um estudo teórico acerca da filosofia Buberiana, com foco no princípio do diálogo e da palavra-princípio Eu-Tu, em conexão com os apontamentos de Morin, Sodré e Künsch a respeito do método compreensivo. Em seguida, a proposta conceitual é aplicada na análise interpretativa das narrativas de Eliane Brum reunidas no livro-coletânea "A menina quebrada" (2013), de modo a evidenciar que tais articulações permitem pensar produções textuais situadas na esfera do jornalístico-literário abertas à reciprocidade dialógica e ao reconhecimento do Outro.

Palavras-chave: Jornalismo; intersubjetividade; compreensão; Eliane Brum.

A construção da memória e o legado dos romances-reportagem de José LouzeiroAutoria: José Ferreira Junior (UFMA) e Anderson Roberto Corrêa Pinto (UFMA)

Resumo: As marcas da repressão do regime civil-militar no Brasil ainda não se apagaram, de todo, no que diz respeito ao legado político de duas décadas de autoritarismo e, menos ainda, foram mapeadas todas as vozes dissonantes, na mídia e nas artes, do discurso dos governantes civis e militares. O escritor José Louzeiro foi uma dessas vozes, expressando-se por intermédio de romances-reportagem, Infância dos Mortos e Aracelli, meu amor, que tinham por foco a violência contra crianças e adolescentes no Brasil, além de serem peças de valor literário, sobretudo, pela ênfase no testemunho e na experimentação. O objetivo central deste artigo é examinar a temática sobre a qual o jornalista se debruçou nos anos de maior repressão política no Brasil, à luz dos teóricos que se dedicam a interpretar como se procede a construção da memória individual e coletiva e, também, o quanto há de disputa pela consolidação da narrativa preponderante.

Palavras-chave: Memória; Narrativa; Regime Civil-Militar; Romance-reportagem.

Por que humanizar o jornalismo (?)Autoria: Jorge Kanehide Ijuim (UFSC)

Resumo: A afirmação/indagação que proponho já no título visa contribuir para a reflexão sobre o papel do Jornalismo. Neste trabalho, de caráter ensaístico, procuro questionar se o Jornalismo, como um dos meios de socialização, tem também como missão humanizar. Abordo aqui pelo menos três situações que me levam a acreditar na necessidade de humanizar o jornalismo, quais sejam: 1) quando caricaturiza o ser humano, 2) quando ignora a complexidade do fenômeno, 3) quando não reconhece o Outro. Para tanto, trago à discussão as influências do pensamento social moderno no Jornalismo com base nas ideias de Boaventura de Sousa Santos (2002, 2010) e de Edgar Morin (2006). Ao considerar a responsabilidade e a importância dos modelos jornalísticos para a compreensão do tema, desenvolvo uma crítica a partir de estudos de Cremilda Medina (2008).

Palavras-chave: Jornalismo e Sociedade; Teorias do Jornalismo; Epistemologia; Humanização.

Comunicações Livres: Sessão 26 (SALA PBB218) Coordenação: Sérgio Luiz Gadini (UFPG)

Aproximações entre o framing e o jornalismo cultural Autoria: Thays Assunção Reis (UEPG) e Sérgio Luiz Gadini (UEPG)

Resumo: A partir da contribuição teórica do framing para os estudos em comunicação, o presente artigo busca traçar algumas aproximações entre a teoria do enquadramento (framing) e o jornalismo cultural. Partimos de apontamos conceituais sobre jornalismo cultural seguido por um estudo exploratório dos conceitos de framing e suas abordagens nas pesquisas em comunicação, e, particularmente, nos estudos de jornalismo. Com base neste estudo verificou-se que a teoria do framing possibilita conhecer os tipos de ações interpretativas que os jornalistas e as organizações jornalísticas realizam para enquadrar processos culturais. Além disso, observou-se que a noção de cultura presente na produção jornalística é uma forma particular de enquadramento.

Palavras-chave: Framing. Teoria. Jornalismo cultural. Enquadramento.

A revista Bizzu no cenário da imprensa contracultural Autoria: Susana Azevedo Reis (UFJF)

Resumo: Este artigo tem como objetivo analisar a revista de rock Bizzu, produzida em Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira, na década de 1980. A Bizzu era desenvolvida por jovens roqueiros e punks da cidade, mas destacava assuntos diversos, como o movimento hippie e a política brasileira. Dessa forma, para uma análise teórica, iremos utilizar os conceitos de jornalismo alternativo, de autores como Bernardo Kucinski e José Luiz Braga, e de contracultura, principalmente do estilo musical rock, das obras de Paulo Chacon e Tupã Gomes Corrêa, buscando entender a proposta da revista. Como metodologia, realizaremos uma análise de conteúdo, para verificar quais assuntos eram os mais discutidos e entender como a revista se apresentava nesse cenário de imprensa contracultural.

Palavras-chave: Jornalismo; Revista; Punk; Bizzu; Juiz de Fora

O Festival da Record nas páginas de “O Cruzeiro”: a narrativa jornalística e o espetáculo televisual Autoria: Talita Souza Magnolo (UFJF)

Resumo: Este artigo tem como objetivo compreender as narrativas jornalísticas presentes na cobertura do III Festival de Música Popular Brasileira de 1967 realizada pela revista “O Cruzeiro”. Utilizaremos como base do estudo da narrativa os autores Walter Benjamin (2012), Luiz Gonzaga Motta (2013) e sua percepção da narrativa contemporânea e Muniz Sodré (2012) para dialogarmos sobre a narração do fato e acontecimento. Serão utilizadas as as matérias dos dias 21 e 28 de outbro e 04 de novembro de 1967 – edições onde aconteceu a cobertura das fases eliminatórias e final do festival. A questão principal do trabalho entender como o festival foi narrado e retratado pela revista, quais personagens ganharam destaque e como a revista utilizou de algumas estratégias argumentativas para corroborar com a estratégia do espetáculo televisivo disseminado pela TV Record.

Palavras-chave: Narrativa; Jornalismo; Festival da Record. MPB; “O Cruzeiro”.

Jornalismo Cultural e personalização: o acionamento do perito nas capas da revista Bravo! (1997-2013)

Autoria: Anna de Carvalho Cavalcanti (UFRGS) e Cida Golin (UFRGS)

Resumo: Este artigo apresenta uma panorâmica sobre o recurso de personalização na capa da revista Bravo! durante os 16 anos em que o periódico circulou apresentando-se como filtro da agenda cultural no país. Propomos uma análise quantitativa do perfil do perito acionado na capa de toda a coleção, verificando índices como segmentação cultural, identificação das pessoas contempladas na primeira página, temas e gancho temporal jornalístico, o que resultou em uma panorâmica editorial sobre os principais temas e sujeitos abordados. O resultado mostrou que música foi o segmento mais personalizado, seguido por livros, cinema, teatro, artes visuais e dança. Percebemos que a lógica do evento, gancho jornalístico de maior incidência, tende a se vincular com pessoas que já possuem prestígio em seu campo de atuação. Percebe-se também que a revista brasileira escolhe a figura da personalidade canônica, reverberando índices de hierarquização próprios do jornalismo cultural.

Palavras-chave: jornalismo cultural; jornalismo de revista; sistema perito; personalização; revista Bravo!.

Entre pioneirismos e retrocessos: breves apontamentos sobre a história do jornalismo esportivo argentino Autoria: Matheus Simões Mello (UFSC)

Resumo: Este artigo tem o objetivo de expor, sucintamente, os principais acontecimentos da história do jornalismo esportivo argentino, desde a segunda metade do Século XIX até os dias atuais. Quando possível, buscamos relacionar o jornalismo esportivo brasileiro, identificando aproximações e diferenças, o que permite uma melhor compreensão dos fatos que serão aqui citados. Destacamos as contribuições dos irmãos Mariano Hernán e Andrés López, autores de duas das poucas obras sobre o tema. Justamente dessa carência bibliográfica que surge a grande motivação para a produção deste artigo.

Palavras-chave: jornalismo; jornalismo esportivo; história; Argentina; futebol.

Comunicações Livres: Sessão 27 (SALA PBB219) Coordenação: Danilo Rothberg (UNESP)

Sistemas de aferição da liberdade de expressão: os casos do Freedom House e Repórteres Sem Fronteiras Autoria: Leonel David Jesus Camasão (UFSC)

Resumo: As organizações internacionais Freedom House, dos Estados Unidos, e Repórteres Sem Fronteiras, da França, publicam anualmente relatórios sobre a liberdade de imprensa mundial. Mas afinal de contas, há consenso em torno de um conceito de Liberdade de Imprensa? Para chegar ao seu ranking, as duas instituições utilizam metodologias diferenciadas, que são analisadas neste trabalho. A partir da análise, especulamos quais categorias analíticas podem ser utilizadas para aferir a liberdade de imprensa e como elas podem, ou não, ajudar a pensar critérios semelhantes para discutir a independência editorial.

Palavras-chave: Liberdade de Imprensa; Independência Editorial; Mídia Independente, Freedom House; Repórteres Sem Fronteiras.

O grande outro como instância reguladora da imprensa nas revoltas de junho de 2013 Autoria: José Isaías Venera (Univali)

Resumo: Neste trabalho, analisa-se o discurso da grande imprensa1 sobre os protestos de junho de 2013, tendo como ponto central o movimento de reivindicar mais autoridade dos poderes competentes para reprimir os manifestantes. Nessa reivindicação da imprensa, observa-se o processo de criminalização dos manifestantes – por meio do significante vandalismo. No discurso, fica sempre implícito que há um imaginário de completude, de ordem ideal pelo qual a grande imprensa reivindica como lugar que deve ser restabelecido. Esse imaginário de completude funciona como instância reguladora do dizer. A partir da referência de grande Outro, de Jacques Lacan, observa-se que a imprensa se coloca como porta voz de uma instância reguladora.

Palavras-chave: imprensa; Outro; objeto a; protestos; comunicação.

Do jornalismo de informação ao jornalismo de comunicação, uma leitura sobre a necessidade (ou não) de regular um ecossistema Autoria: Janaíne Kronbauer dos Santos (UNICRUZ)

Resumo: O presente artigo busca contextualizar as diferentes fases pelas quais o jornalismo passou até os dias atuais, considerando para isso a periodização feita por Brin, Charron e Bonville (2014). A partir dela, procura-se estabelecer um paralelo com o atual cenário da profissão, descrito em um contexto pós-industrial e ainda em transição. Apresentamos também a proposta do Movimento Jornalistas Pró-Conselho, a qual pretende fundar uma entidade que garanta a prática de um jornalismo considerado adequado aos elementos mais caros à profissão. Com isso, pretende-se entender de que modo o jornalismo vem sendo afetado pelas mudanças sociais e se é possível que a chamada essência da profissão seja mantida, mesmo diante de um contexto em contínua adaptação.

Palavras-chave: Ecossistema Jornalístico; Autorregulamentação Profissional; Movimento Jornalistas Pró-Conselho; Reserva de Mercado; Adaptação.

Constrangimentos e censuras internos na produção jornalística Autoria: Janara Nicoletti (UFSC)

Resumo: O Brasil caiu para a 104ª posição na classificação de liberdade de imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras. O relatório divulgado em abril de 2016 indica a violência contra os profissionais e a falta de ações políticas para proteger os jornalistas como alguns dos principais fatores para a queda no índice. Mas o papel social desempenhado pela imprensa está suscetível a censuras de liberdade quase invisíveis e que se concentram dentro das próprias organizações jornalísticas. Neste artigo, busca-se levantar alguns dos fatores internos da cultura organizacional que podem influenciar na efetiva liberdade de imprensa e no consequente impacto sobre a informação veiculada à sociedade. Trata-se aqui de fatores que interferem na livre expressão de pensamento e ação do jornalista, bem como as estratégias de conformação da realidade institucional frente a outros poderes.

Palavras-chave: liberdade de imprensa; liberdade de expressão, autocensura.

As notícias e seus críticos: a complementaridade entre regulação e autorregulação como mecanismo de defesa Autoria: Danilo Rothberg (UNESP) e Bibiana Alcântara Garrido (UNESP)

Resumo: As críticas à cobertura jornalística do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff indicaram como os enquadramentos favoráveis ao impeachment estiveram associados à prevalência

1 Refere-se aos grupos e conglomerados de comunicação.

de uma narrativa dominante específica. O predomínio de enquadramentos dominantes também foi identificado em outra problemática contemporânea: o referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia. Mas a resposta da sociedade se diferencia em cada caso. Este texto revisa a literatura sobre instrumentos de regulação e autorregulação de mídia, de forma geral, e rastreia seu avanço contemporâneo no Reino Unido, em particular, a fim de indicar como a autorregulação, ao se articular a formatos regulatórios, pode constituir estratégias inovadoras de fortalecimento da cidadania para a afirmação do direito à informação, como forma de defesa contra a escassez de pluralidade, equilíbrio e contextualização em coberturas jornalísticas.

Palavras-chave: responsabilidade da mídia; regulação; autorregulação; códigos editoriais.

Comunicações Livres: Sessão 28 (SALA PBB220) Coordenação: Carlos Franciscato (UFS)

Desafios teóricos para pensar os estudos sobre jornalismo e tecnologia Autoria: Carlos Eduardo Franciscato (UFS)

Resumo: O objetivo deste paper é localizar, em estudos de largo espectro sobre tecnologia, problemas teóricos que indiquem formas de tratar desafios estruturais para a formulação de um modelo explicativo mais denso, coeso e com maior potencial de generalização para as investigações em jornalismo e tecnologia. Com base em literatura de referência sobre estudos em tecnologia, indicamos quatro tipos de problemas: a) a constituição de teorias, paradigmas ou tradições de pesquisa; b) a necessidade de compreender as interações disciplinares que conduzem esses trabalhos; c) o entendimento da raiz social desses estudos; d) a produção de conhecimento tecnológico de dimensão inovativa em ambientes organizacionais. Com esta lista de problemas, pretendemos indicar alguns caminhos de sistematização teórica dos estudos em jornalismo e tecnologia.

Palavras-chave: jornalismo; tecnologia; capital social; inovação; tecnologias da informação e da comunicação.

Projeto Jumper e Internet das coisas: notas sobre um experimento de jornalismo imersivo Autoria: Márcio Carneiro dos Santos (UFMA)

Resumo: O trabalho relata a iniciativa, ora em andamento, de criação de um ambiente imersivo para a distribuição de notícias que utiliza como dispositivos de entrega equipamentos de realidade virtual como Cardboard e Oculus Rift. Partindo de uma hierarquia expandida de emissores, que inclui entes não humanos conectados a partir da categoria que se convencionou chamar de internet das coisas (IoT), apresentamos o modelo de jornalismo de inserção e sua possível utilidade para aumentar a percepção de relevância entre os consumidores de conteúdo, permitindo também a exploração de novas formas narrativas.

Palavras-chave: internet das coisas; narrativas digitais; realidade virtual.

Jornalismo de inovação: um conceito múltiplo Autoria: Ana Marta M. Flores (UFSC)

Resumo: Pensar a atividade jornalística para além de suas formas tradicionais é uma prática já recorrente no jornalismo contemporâneo. A pluralidade de públicos, comportamentos e tecnologias desafiam os modelos clássicos do jornalismo em um movimento que incentiva a inovação em diferentes aspectos da atividade. No entanto, o termo inovação vem sendo aplicado de forma ampla

sem um rigor e delimitação relevantes para a academia. Nesse sentido, propomos direcionamentos iniciais sob quais aspectos podemos compreender o jornalismo de inovação. Partimos da origem do conceito na área da Economia e Administração para ampliar seu sentido nas Ciências Sociais e no Jornalismo. Expomos três instâncias das quais o jornalismo contemporâneo já apresenta novidades para entender o jornalismo de inovação como processo e produto: 1) conteúdo e narrativa, 2) tecnologia e formato e 3) modelo de negócio. Por fim, apresentamos algumas iniciativas com o intuito de ilustrar cada subcategoria e projetar uma conceituação atualizada de jornalismo de inovação.Palavras-chave: Jornalismo; Inovação; Jornalismo de inovação.

O texto jornalístico nas mídias impressa e digital: uma análise do jornal O Globo, O Globo Online e do aplicativo para tablet O Globo a Mais Autoria: Mariana Guedes Conde (UFBA)

Resumo: Este artigo apresenta parte da nossa dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da UFBA. Objetiva compreender comparativamente como o texto jornalístico se estrutura em diferentes produtos das mídias impressa e digital e que elementos ou fatores influenciam na configuração do texto noticioso. Analisamos o jornal O Globo, O Globo Online e O Globo a Mais a partir do estudo de caso e análise de conteúdo com base em categorias pré-estabelecidas: a hierarquização, a atualidade, o gênero e a hipertextualidade. Os resultados revelam que a presença dos valores-notícia, os lugares que ocupam no texto, o nível de instantaneidade das matérias, o tipo de acontecimento e o uso da hipertextualidade influenciam a lógica e a estrutura do texto jornalístico nas mídias impressa e digital nos produtos observados.

Palavras-chave: Jornalismo digital. Jornalismo impresso. Dispositivos móveis. Texto jornalístico. O Globo.

"You are there!": Infografia e Realidade Virtual no Jornalismo Imersivo Autoria: Luciano Gonçalves da Costa (UFSC) e William Robson Cordeiro (UFSC)

Resumo: Diante das variadas discussões acerca do que seria um Jornalismo Imersivo, este artigo se propõe a refletir sobre as bases teóricas desta temática, resgatando as discussões fundamentais sobre imersão e jornalismo presente na literatura internacional. A intenção da pesquisa é oferecer uma sistematização inicial deste conceito, perpassando por exemplos de formatos jornalísticos em realidade virtual e infografia imersiva, com análise de produções em periódicos como The New York Times, The Washington Post, Folha de S. Paulo e Nexo. Para isso, tomamos como base os levantamentos de De La Peña (2010), Domínguez (2013), Grau (2007), Owen (2015), Pryor (2002) e Murray (2003).

Palavras-chave: imersão; jornalismo imersivo; realidade virtual; infografia; jornalismo.

Comunicações Livres: Sessão 29 (SALA PBB313) Coordenação: Giovanna G. Benedetto Flores (Unisul)

Um discurso sobre o leitor nas páginas de O Conciliador do Maranhão Autoria: Roseane Arcanjo Pinheiro (UFMA) e Antonio Hohlfeldt (PUCRS)

Resumo: O trabalho tem como objetivo analisar o discurso do jornal O Conciliador do Maranhão sobre as intenções e a identidade do leitor da publicação através da seção “Correspondência”. O impresso, que circulou entre 1821 a 1823, por meio de iniciativa do governo da província, foi marco

da constituição do campo jornalístico na cidade de São Luís em uma conjuntura de alianças locais e acomodação política frente às mudanças no regime absolutista português. Os sentidos produzidos sobre os leitores envolveram as questões políticas e as relações sociais da época, construídas em meio a um processo complexo de trocas entre o jornal e os leitores.

Palavras-chave: Jornalismo; O Conciliador do Maranhão; Leitores; Discurso; Século XIX.

Cartas da TV Sul Programas: uma análise da participação dos leitores da revista Autoria: Marina Corsetti Oselame (PUCRS) e Fábio Cannata de Souza (PUCRS)

Resumo: Voltada à cobertura dos bastidores e das curiosidades do mundo da televisão, a revista TV Sul Programas foi editada em Porto Alegre entre 1963 e 1969 e circulou no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Uma das seções da revista era dedicada à participação dos leitores por meio do envio de correspondências à redação. Este artigo utiliza a técnica da análise de conteúdo (BARDIN, 1977) para mapear a seção de cartas com o objetivo geral de entender como ocorria a participação dos leitores. O objetivo particular desta pesquisa é identificar o que movia os leitores nesse processo de interação. Como referencial teórico foram utilizados os conceitos observados em Wolton (1996), Ferrés (1998), Lemos (2007), Srivastava (2002) e Bardin (1977).

Palavras-chave: televisão; TV Sul Programas; interatividade.

A ideia de justiça nos comentários dos leitores da revista Veja: imaginário popular sobre o STF sob a presidência de Joaquim Barbosa Autoria: Li Chang Shuen (UFMA) e Emily Monique Puigseck (UFMA)

Resumo: Nossa proposta é analisar a noção de justiça compartilhada na seção de comentários pelos leitores da revista Veja a partir da cobertura que a publicação fez das ações do Superior Tribunal Federal durante a presidência do ministro Joaquim Barbosa (2012-2014). Parte-se do princípio de que a noção de justiça elaborada pelos leitores é tributária de um contexto social e discursivo permeado pela sensação de impunidade e de vitória da corrupção sobre os valores e as instituições do estado democrático de direito e que a atuação pessoal de um operador do direito seria capaz, na visão dos leitores, de transformar uma instituição e iniciar uma mudança na forma como a justiça se apresenta aos cidadãos leigos.

Palavras-chaves: Judiciário; Jornalismo; Opinião Pública; Magistrado; Herói.

Mariana Godoy Entrevista: uma análise sobre as mudanças no gênero e a inserção no ambiente de convergência como estratégias de aproximação Autoria: Lívia Cirne (UFMA), Thaísa Bueno (UFMA) e Vitor Belém (UFMA)

Resumo: Este artigo tem como proposta entender a reconfiguração e/ou a validação dos formatos entrevista e talk show, a partir da inserção do programa no ambiente digital (de convergência entre plataformas) e atrelados à estratégia do infotenimento. O estudo, cujo objeto de apreciação é o programa Mariana Godoy - Entrevista, da Rede TV, tem caráter descritivo/exploratório e busca fornecer uma exposição preliminar sobre como o modelo entrevista pode ser revisitado a partir da hibridização e das novas possibilidades de acesso, por meio do site e do Facebook, produzindo maior atuação dos seguidores e promovendo vínculos de proximidade com a audiência.

Palavras-chave: Entrevista; Talk Show; Mariana Godoy: Entrevista; Convergência; Infotenimento.

A grande reportagem na internet e o consumo geracional: evolução e estratégias de estruturação

Autoria: Kérley Winques (UFSC)

Resumo: A renovação da grande reportagem aliada aos elementos multimídia consolida um novo formato expressivo do jornalismo online. No entanto, ainda existem perguntas que questionam o consumo e estruturação deste gênero na internet. Por tais desafios este artigo apresenta os resultados obtidos mediante a realização de grupos focais, que visam encontrar respostas sobre o consumo da grande reportagem multimídia pelas gerações X, Y e Z nas multitelas (computador, tablet e smartphone). O objetivo é apontar estratégias de estruturação que possibilitem uma melhor apresentação do formato. O objeto empírico é marcado pela série Tudo Sobre, da Folha de S.Paulo. Entre os resultados, o texto longo e a localização dos elementos multimídia são os pontos mais criticados pelas gerações.

Palavras-chave: jornalismo; grande reportagem multimídia; gerações X, Y e Z; consumo.

A escravidão, a república e o efeito de neutralidade da/na imprensa brasileira do século XIX Autoria: Giovanna G. Benedetto Flores (Unisul) e Nádia Régia Maffi Neckel (Unisul)

Resumo: Esta pesquisa tem como proposta compreender como a imprensa contribuiu no processo de significação da república e abolição dos escravos que se produziu nos jornais do final do século XIX. Nossa pesquisa tem como suporte teórico a Análise do Discurso, como proposto por Pêcheux (1988), produzindo gestos de interpretação que possibilitam compreender parte do funcionamento de uma época. Esta pesquisa tem como corpus o jornal Cidade do Rio, de José do Patrocínio, que circulou entre 1887 e 1903 A análise discursiva deste periódico é importante para compreendermos o modo de relação e produção de sentidos da mídia como processo político afetado pelas condições sócio-históricas do Brasil no período que a imprensa se dividia entre monarquia/república e abolicionistas/escravocratas

Palavras-chave: Discurso; Efeito de Neutralidade; República; Abolição; Jornal Cidade do Rio.