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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO REITORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA RELATÓRIO TÉCNICO – CIENTÍFICO Período: Agosto/13 a Agosto/14 ( ) PARCIAL ( x ) FINAL IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO: ANÁLISE DE RISCO DE IMPACTOS ANTRÓPICOS ATRAVÉS DE INDICADORES BIOLÓGICOS E ECOLÓGICOS COMO FERRAMENTAS DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE AMBIENTAL DO LITORAL AMAZÔNICO COM AUXILIO DE UM LABORATÓRIO MÓVEL TÍTULO DO TRABALHO: DIVERSIDADE BETA E HETEROGENEIDADE DA ASSEMBLÉIA DE SCIAENIDAE (PISCES) EM CANAIS DE MARÉ DA COSTA NORTE DO BRASIL: EVIDENCIAS PARA PREVISÃO DE FUTURAS ALTERAÇÕES. Nome do Orientador: BIANCA BENTES DA SILVA Titulação do orientador: DOUTOR Departamento: FACULDADE DE ENGENHARIA DE PESCA Unidade: INSTITUTO DE ESTUDOS COSTEIROS - CAMPUS DE BRAGANÇA Laboratório: LABORATÓRIO DE BIOECOLOGIA PESQUEIRA. Nome do Bolsista: JANAÍNA DO SOCORRO PEREIRA DA COSTA Tipo de Bolsa: ( X ) PIBIC/CNPq ( ) PIBIC/CNPq-AF ( ) PIBIC/UFPA ( ) PIBIC/UFPA-AF

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁPRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

REITORIA DE PESQUISA

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

RELATÓRIO TÉCNICO – CIENTÍFICO

Período: Agosto/13 a Agosto/14

( ) PARCIAL

( x ) FINAL

IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO: ANÁLISE DE RISCO DE IMPACTOS ANTRÓPICOS ATRAVÉS DE INDICADORES

BIOLÓGICOS E ECOLÓGICOS COMO FERRAMENTAS DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE AMBIENTAL DO LITORAL AMAZÔNICO COM AUXILIO DE UM LABORATÓRIO MÓVEL

TÍTULO DO TRABALHO:

DIVERSIDADE BETA E HETEROGENEIDADE DA ASSEMBLÉIA DE SCIAENIDAE (PISCES) EM CANAIS DE MARÉ DA COSTA NORTE DO BRASIL: EVIDENCIAS PARA PREVISÃO DE FUTURAS ALTERAÇÕES.

Nome do Orientador: BIANCA BENTES DA SILVA

Titulação do orientador: DOUTOR

Departamento: FACULDADE DE ENGENHARIA DE PESCA

Unidade: INSTITUTO DE ESTUDOS COSTEIROS - CAMPUS DE BRAGANÇA

Laboratório: LABORATÓRIO DE BIOECOLOGIA PESQUEIRA.

Nome do Bolsista: JANAÍNA DO SOCORRO PEREIRA DA COSTA

Tipo de Bolsa: ( X ) PIBIC/CNPq

( ) PIBIC/CNPq-AF

( ) PIBIC/UFPA

( ) PIBIC/UFPA-AF

( ) PIBIC/INTERIOR

( ) PIBIC/FAPESPA

( ) PARD

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( ) PARD – renovação

( ) PADRC

( ) Bolsistas PIBIC do edital CNPq 001/2007

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Considerações iniciais

O presente relatório foi escrito em formato de artigo que será submetido

à revista BIOTA AMAZÔNIA (ISSN: 2179-5746). Todas as normas de

submissão de manuscritos para a referida revista são apresentadas no

ANEXO. Ressalto que a bolsista ainda está coletando dados de campo que

deverão ser agregados nas análises referentes às amostragens no Estado do

Maranhão.

Sem mais, coloco-me à disposição para quaisquer esclarecimentos

adicionais que se fizerem necessários.

Prof. Dra. Bianca Bentes – orientadora

[email protected]

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COMPLEXIDADE DO HABITAT E VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA DIVERSIDADE DE SCIAENIDAE (TELEOSTEI) EM CANAIS DE MARÉ DA COSTA

NORTE DO BRASIL

COMPLEXITY OF HABITAT AND SPATIAL-TEMPORAL VARIATION OF Sciaenidae DIVERSITY (Teleostei) IN TIDAL CREEKS OF BRAZIL NORTH COAST

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo contribuir com o conhecimento a respeito da composição, densidade e variação espaço-temporal na diversidade de Sciaenidae além de verificar a complexidade ambiental de dois canais de maré da Península de Ajuruteua, Pará. No período de setembro de 2012 a outubro de 2013 os peixes foram coletados utilizando redes de tapagem (Block nets) e o registro da variação dos fatores ambientais foi realizado através de uma sonda multiparâmetro. Foram capturados 471 indivíduos, distribuídos em 9 espécies. A PCA mostrou que a turbidez é a variável que melhor responde à variação nos canais de maré em relação ao período sazonal. O período seco foi o de maior densidade enquanto nas transições houve as maiores taxas de biomassa. Os índices ecológicos mostraram maior riqueza de espécies no Furo Grande (d = 1,16) e maior diversidade e equitabilidade no Furo do Taici (H'(loge) = 1,25), (J’ = 0,77). Para a relação peso-comprimento, foram encontrados valores alométricos positivos para as espécies Bairdiella ronchus, Stellifer microps, Stellifer rastrifer e Stellifer stellifer. Obtiveram-se valores negativos para o espectro de tamanho para ambos os locais, indicando que as áreas estudadas são suscetíveis às mudanças ambientais.

Palavras-chave: peixes estuarinos, sensibilidade ambiental, Península de Ajuruteua

ABSTRACT

This study aims to contribute to the knowledge about the composition, density and spatial-temporal variation of Sciaenidae diversity and to identify the environmental complexity of two tidal channels of the Ajuruteua Peninsula, Pará. Between September 2012 and October 2013 the fish were collected using a block net and the record of the variation of environmental factors were conducted through a multi-parameter probe. Were captured 471 individuals, distributed in 9 species. The PCA showed that the turbidity is the variable that best responds to changes in tidal channels in relation to the seasonal period. The highest density occurred in the dry season, while the highest rates of biomass occurred in the transitions. The ecological indexes showed greater species richness in the Furo Grande (d = 1.16) and higher diversity and evenness in Furo do Taici (H '(loge) = 1.25), (J' = 0.77). For the length-weight relationship, positive allometric values were found for the species Bairdiella ronchus, Stellifer microps, Stellifer rastrifer and Stellifer stellifer. Were obtained negative values for the size

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spectra for both locations, indicating that the studied areas are susceptible to environmental changes.

Key words: estuarine fishes, environmental sensitivity, Península de Ajuruteua.

INTRODUÇÃO

Os peixes da família Sciaenidae possuem ampla distribuição geográfica e ocorrem em águas rasas, geralmente próximas às regiões continentais ocorrendo nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico. Várias espécies marinhas entram no estuário e cerca de 28 delas são restritas à água doce nas Américas. Os gêneros de água doce que entram nos estuários são Pachypops, Pachyurus e Plagioscion (sendo que apenas este último ocorre na América do Sul) (Nelson, 2006).

No Atlântico sul-ocidental a família Sciaenidae está representada por 21 gêneros (Chao, 1978). Na costa do Brasil registram-se um total de 30 espécies, dentre as quais apenas 4 ocorrem somente na região centro-norte, e 1 é exclusiva para a região Norte (Menezes e Figueiredo, 1980). Segundo Barthem (1985) existem pelo menos 7 espécies que ocorrem na Baía do Marajó (Estado do Pará), as quais se podem citar: Cynoscion acoupa, Cynoscion microlepidotus, Macrodon ancylodon, Plagioscion squamosissimus, Plagioscion auratus, Plagioscion sp e Stellifer sp.

No Nordeste do Estado do Pará, Cardoso et al. 2015 (no prelo), listaram a ocorrência de 10 espécies para o estuário Taperaçu, localizado na cidade de Bragança, sendo elas: Cynoscion acoupa, Cynoscion jamaicensis, Cynoscion microlepidotus, Cynoscion virescens, Macrodon ancylodon, Micropogonias furnieri, Stellifer microps, Stellifer naso, Stellifer rastrifer e Umbrina coroides.

Estudos feitos por Barlleta et al. (2003) no estuário do rio Caeté (que banha a cidade de Bragança, Pará) mostra que pelo menos 85% das espécies requerem condições estuarinas para completar o seu ciclo de vida. Assim, muitos cienídeos utilizam este ambiente, durante uma parte ou por todo o seu ciclo de vida e outras ainda recrutam indivíduos que posteriormente irão acrescentar a biomassa que será explorada pela pesca.

A dinâmica dos canais de maré confere às diversas espécies um ambiente propício à alimentação, crescimento, reprodução e refúgio contra predadores. Como são inundados diariamente pela maré, os peixes entram nos canais durante a maré enchente e são forçados a deixa-los na maré vazante, pois estes secam quase que por completo. Apesar dessas características, estes ambientes apresentam uma ictiofauna bem adaptada, rica e diversa, como mostram alguns estudos que citam, inclusive, a família Sciaenidae como uma das mais representativas nesses sistemas. Podem-se citar os trabalhos de Camargo-Zorro (1999), Barletta (2003), Camargo e Isaac (2001), Camargo e Isaac (1998), Cardoso et al. (2015) no prelo.

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O conhecimento a respeito dos padrões biológicos de espécies que utilizam o ambiente estuarino e os canais de maré é primordial para a compreensão do próprio sistema como um todo, além de que, conhecendo as espécies e de que forma as mesmas utilizam esses ambientes é possível pensar em boas práticas de manejo e de conservação dos estoques.

Visto que há uma grande riqueza e diversidade de espécies da família Sciaenidae no nordeste do Pará, e um número incipiente de trabalhos relacionados à biologia destes peixes se compararmos à região sul e sudeste do Brasil, o presente estudo objetiva contribuir com o conhecimento a respeito da composição, densidade e variação espaço-temporal na diversidade de Sciaenidae além de verificar a complexidade ambiental de dois canais de maré da Península de Ajuruteua, Pará.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de estudo

O clima da região bragantina é quente e úmido, com média de precipitação anual de 2508,4 mm, temperatura média do ar de 25,6 °C (dados da série de 24 anos da estação meteorológica de Tracuateua-PA, 30 km a sudoeste da área de estudo – INMET, 2014).

Os manguezais da área de estudo originalmente recebem influência das águas provenientes dos rios Caeté e Taperaçu. Com a construção da rodovia PA-458 apenas seis furos da malha hídrica da península foram preservados: Taici, Ostra, Chato, Café, Grande e Estiva (Fernandes et al. 2007).

Os canais de maré amostrados são similares na forma, hidrodinâmica, característica das margens e substrato, porém diferenciados do ponto de vista do gradiente de salinidade e cobertura vegetal. O Furo Grande (na porção norte da Península – pontos P1 e P2) uma área mais aberta se comparada ao Furo do Taici (canal mais interno à Península, que faz a ligação entre os estuários Taperaçu e Caeté – ponto P3), mais sombreado pela vegetação (Figura I).

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Figura I: Imagem da área de estudo, localizada na Península de Ajuruteua – PA. Furo Grande (P1 e P2) e Furo do Taici (P3).

Forma e periodicidade das coletas

As coletas foram realizadas mensalmente desde setembro de 2012 a outubro de 2013 sempre na maré de sizígia, em um período de 12 horas. Utilizaram-se redes de tapagem (Blocknet - 30m de comprimento e 4m de largura com 12 mm entre nós opostos), que eram armadas sempre na primeira maré baixa, levantada na maré alta, e retiradas na segunda maré baixa do dia.

Processamento das amostras

Utilizaram-se chaves de identificação especializadas de acordo com Menezes e Figueiredo (1980) e Chao (2003). Todos os peixes coletados eram armazenados em caixas térmicas para identificação e análise no Laboratório de Bioecologia Pesqueira onde foram medidos CT (comprimento total - cm), CP (comprimento padrão - cm), CC (comprimento da cabeça - cm), ALT (altura - cm) e pesados (massa do corpo - g).

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Análise dos dados

Foram calculados os índices de diversidade ecológica de Shannon (H'(loge)), riqueza de espécies a partir do índice de Margalef (d) e equitabilidade das espécies através do índice de Pielou (J’) com auxílio da rotina Diverse do software PRIMER 6.0 (Plymouth Routines In Multivariate Ecological Research) (Clarke e Warwick, 1994, 2001). A diversidade β foi definida como: riqueza total menos riqueza média (β = γ–α), de acordo com a metodologia proposta por MacArthur et al. (1966).

No PRIMER 6.0 também foram gerados os gráficos das curvas ABC (abundance-biomass curves), uma análise que avalia a sensibilidade dos canais condicionado à abundância e à biomassa, traduzindo ambientes com densidades altas e baixa biomassa como áreas de crescimento ou berçários e áreas de baixa densidade e alta biomassa como áreas preferencialmente associadas à alimentação de espécies. A análise de size spectra também foi adicionada a partir dos valores de b (slopes) em uma análise de regressão da distribuição da frequência biomassa. Assim, áreas de altos valores de b e de W foram consideradas como de baixa prioridade à conservação, considerando que seriam áreas cujo espectro de tamanho (biomassa) seja compatível com ambientes habitados preferencialmente por espécimes adultos.

A similaridade entre os locais de coleta foi testada através da análise de Cluster baseada sobre uma matriz de dados de presença/ausência das espécies.

Foram realizadas duas Análises de Componentes Principais (PCA) para testar a presença das espécies considerando os locais/período sazonal e a outra para testar as variáveis ambientais considerando os locais/período sazonal, cujo objetivo foi explicar a estrutura de variância e covariância de um vetor aleatório, composto de p-variáveis aleatória, através da construção de combinações lineares das variáveis originais (Mingoti, 2005).

A biomassa e a densidade de todos os indivíduos capturados foram testadas pelo período sazonal utilizando o programa STATISTICA 7.0 (StatSoft Inc., 2007).

Para a biometria foram utilizadas correlações do tipo potência, onde a alometria foi determinada segundo a equação de Huxley (1932) pela variação de ‘b’ (coeficiente angular de regressão) (Fonteles Filho, 1989).

Y=a.Xb

Onde:

Y: variável dependente

a: fator de condição

X: variável independente

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b: coeficiente angular

O período sazonal foi definido da seguinte maneira: seco = SC (agosto, setembro, outubro e novembro), transição seco-chuvoso = TSC (dezembro), chuvoso = CH (janeiro, fevereiro, março, abril e maio) e transição chuvoso-seco = TCS (junho e julho), segundo Freire e Bentes (2008).

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RESULTADOS

A condutividade e a salinidade no Furo do Taici estiveram bem abaixo da média em comparação com o Furo Grande, o que já era esperado por conta da localização Taici (Tabela I). O pH foi a única virável abiótica que foi estatisticamente significativa (Tabela II).

Tabela I: Valores máximos, médios, mínimos e desvio padrão das variáveis abióticas ao longo do período sazonal da Península de Ajuruteua – PA, no período de setembro de 2012 a outubro de 2013. Máx = máxima, Méd = média, Mín = mínima, SD = desvio padrão.

Temperatura Salinidade pH Condutividade Turbidez OD

Furo Grande Máx Méd Mín SD Máx Méd Mín SD Máx Méd Mín SD Máx Méd Mín SD Máx Méd Mín SD Máx Méd Mín SD

CH 30,3 29,5 29,5 0,4 39 28,3 21,8 7,93 7,9 7,35 5,98 0,7 58,7 43,3 33,5 11,7 113 65,29 34 28,1 7,3 6,11 5,2 0,9

SC 29,9 29,1 29,1 0,6 40 37,1 33,5 2,22 7,8 7,54 7,32 0,2 57,4 54,3 48 3,26 109 45,35 22,5 29,3 6,37 5,65 4,8 0,5

TCS 29,2 28,8 28,8 0,4 30,2 29,4 28,3 0,91 9 8,32 7,69 0,7 46,2 44,8 43,5 1,17 73 51,11 40 14,9 5,77 5,51 5 0,4

TSC 28,9 28,8 28,8 0,1 40 39,9 39,9 0,07 7,8 7,76 7,76 0 59,7 59,7 59,6 0,07 59,6 38,03 16,5 30,5 6,47 5,83 5,2 0,9

Furo do Taici Máx Méd Mín SD Máx Méd Mín SD Máx Méd Mín SD Máx Méd Mín SD Máx Méd Mín SD Máx Méd Mín SD

CH 28,8 28,4 28,4 0,3 31,7 15,9 1,1 11,9 7,1 6,89 6,75 0,1 48,2 25,2 2,3 17,9 242,5 147,5 89,5 67,6 5,35 4,46 3,8 0,6

SC 29,7 29 29 0,5 21,4 16,8 5 7,01 8,2 7,48 6,51 0,7 34 26,6 7,9 11,3 72 40,09 22,5 19,6 6,05 5,64 5,2 0,3

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Tabela II: Resultados de ANOVA (one way) para as variáveis abióticas ao longo do período sazonal da Península de Ajuruteua – PA, no período de setembro de 2012 a outubro de 2013.

Variáveis abióticas Período sazonal

Temperatura F = 0,363; p > 0,05

Salinidade F = 2,00; p > 0,05

pH F = 7,63; p < 0,01

Condutividade F = 1,83; p > 0,05

Turbidez F = 3,72; p > 0,05

Oxigênio dissolvido F = 0,31; p > 0,05

Foram coletados 471 espécimes distribuídos em 9 táxons: Bairdiella ronchus (n = 57), Cynoscion acoupa (n = 33), Macrodon ancylodon (n = 21), Micropogonias furnieri (n = 69), Stellifer sp (n = 3), Stellifer microps (n = 7), Stellifer naso (n = 270), Stellifer rastrifer (n = 5) e Stellifer stellifer (n = 6). O maior número de indivíduos ocorreu no P2 (Furo Grande) (Figura II).

Figura II: Número de indivíduos capturados em cada ponto de coleta na Península de Ajuruteua – PA, durante no período de setembro de 2012 a outubro de 2013. N = Número de indivíduos.

O período seco se destacou por representar a maior densidade de Sciaenidae nos locais de amostragem (Figura III). Vale ressaltar que não foram capturados indivíduos no P3 durante os períodos de transição (TCS e TSC).

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CH T CS S C T S C

Pe ríodo S azonal

-6 0

-4 0

-2 0

0

2 0

4 0

6 0

8 0

1 0 0

1 2 0

1 4 0

N

F(3 , 4 6 7 )=5 8 ,9 3 1 , p = 0 ,0 0 0 0

Figura III: Resultado de ANOVA (one way) para a densidade (N) de Sciaenidae em relação ao período sazonal, na Península de Ajuruteua – PA, durante o período de setembro de 2012 a outubro de 2013. CH = chuvoso, TCS = transição chuvoso-seco, SC = seco, TSC = transição seco-chuvoso.

Apesar da densidade das espécies de Sciaenidae em relação ao período sazonal ser estatisticamente significativa, com exceção de Stellifer naso, que foi mais abundante durante o período de transição chuvoso-seco, graficamente não se observa um padrão claro desta relação para as demais espécies (Figura IV).

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B. ronc hus M . anc ylodon S. m ic rops S. nas o S. ras tr i fer S. s tel l i fer C . ac oupa M . furnieri S s p.

CH T CS S C T S C

Pe r íodo s azonal

-1 0 0

-5 0

0

5 0

1 0 0

1 5 0

2 0 0

2 5 0

NF(10 , 4 49)=5 ,8 367 , p =0 ,0000 0

Figura IV: Resultado de ANOVA (factorial) para a densidade (N) de Sciaenidae em relação ao período sazonal, na Península de Ajuruteua – PA, durante o período de setembro de 2012 a outubro de 2013. CH = chuvoso, TCS = transição chuvoso-seco, SC = seco, TSC = transição seco-chuvoso.

Quanto à variação espacial da biomassa de Sciaenidae observa-se que no ponto de coleta P1 há a maior concentração de biomassa durante o período chuvoso e transição chuvoso-seco. No P1 e no P2 as menores biomassas se deram durante o período seco, enquanto que no P3 encontraram-se os menores valores durante o período chuvoso (Figura V).

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P 1 P 3 P 2

S C T S C CH T CS

Pe ríodo Sazona l

-1 0

-5

0

5

1 0

1 5

2 0

2 5

3 0

3 5

Biom

assa

(g)

F(4 , 4 6 1 )=8 ,4 8 7 3 , p =0 ,0 0 0 0 0

Figura V: Resultados de ANOVA (one way) da biomassa (g) em relação ao período sazonal em cada ponto de coleta, na Península de Ajuruteua – PA, durante o período de setembro de 2012 a outubro de 2013. CP = comprimento padrão, CH = chuvoso, TCS = transição chuvoso-seco, SC = seco, TSC = transição seco-chuvoso.

No entanto a biomassa total de Sciaenidae parece seguir um padrão sazonal, com os maiores picos no período de transição seco-chuvoso e transição chuvoso-seco, sendo este último o mais representativo para os locais amostrados (Figura VI A). A mesma tendência de padrão sazonal é observada quanto ao comprimento, também com os maiores de valores nas transições, no entanto em escalas diferentes, o que pode explicar o fato de se ter altos valores de biomassa nas mesmas épocas (Figura VI B).

A

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Figura VI: A) Resultados de ANOVA (one way) da biomassa (g) e em relação ao período sazonal. B) Resultados de ANOVA (one way) do comprimento padrão (cm) em relação ao período sazonal, na Península de Ajuruteua – PA, durante o período de setembro de 2012 a outubro de 2013. CH = chuvoso, TCS = transição chuvoso-seco, SC = seco, TSC = transição seco-chuvoso.

O maior espécime capturado apresentou comprimento total máximo de 21,49 cm (Cynoscion acoupa) enquanto o menor espécime apresentou 5,30 cm (Bairdiella ronchus). Obtiveram-se baixos valores para o espectro de tamanho, indicando que as áreas estudadas apresentam maior sensibilidade às mudanças ambientais (Tabela III).

Tabela III: Valores máximos, médios, mínimos, desvio padrão (SD) do comprimento total e valores de espectro de tamanho de

Sciaenidae capturados na Península de Ajuruteua – PA, no período de setembro de 2012 a outubro de 2013.

Furo do Taici Furo Grande

ESPÉCIES CT (máx) CT (méd) CT (mín) SD CT (máx) CT (méd) CT (mín) SD

Bairdiella ronchus 11,30 7,42 5,30 2,31 15,40 12,38 9,30 1,49

Cynoscion acoupa - - - - 21,49 12,88 8,50 3,43

Macrodon ancylodon 14,20 9,46 8,10 2,13 11,28 9,46 6,42 2,16

Micropogonias furnieri - - - - 16,81 11,30 6,53 2,58

Stelifer sp - - - - 12,70 12,13 11,40 0,67

Stellifer microps - - - - 12,90 9,99 7,60 1,83

Stellifer naso 10,30 7,17 5,60 2,71 15,20 10,40 7,74 1,16

Stellifer rastrifer 9,50 9,50 9,50 - 14,60 12,15 8,10 2,81

Stellifer stellifer 5,50 5,50 5,50 0,00 - - - -

S C T S C CH T CS

Período sazonal

6 ,5

7 ,0

7 ,5

8 ,0

8 ,5

9 ,0

9 ,5

1 0 ,0

1 0 ,5

1 1 ,0

1 1 ,5

CP

(cm

)

F(3 , 23 5 )=7 ,3237 , p =0 ,00 01 0

B

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TOTAL GERAL 14,20 7,82 5,30 2,37 21,49 10,90 6,42 1,95

Espectro de tamanho b = -0,0817 b = -0,1447

Os índices ecológicos mostraram maior heterogeneirada diversidade beta e riqueza de espécies no Furo Grande (d = 1,16) e maior diversidade e equitabilidade no Furo do Taici (H'(loge) = 1,25), (J’ = 0,77) (Tabela IV).

Tabela IV: Índices ecológicos dos ciaenídeos capturados na Península de Ajuruteua – PA, no período de setembro de 2012 a outubro de 2013. N = densidade de indivíduos, d = índice de Margalef, J’ = equitabilidade, H'(loge) = índice de Shannon, β = Diversidade beta.

N D J' H'(loge) β

Furo Grande 424 1,16 0,57 1,19 394,8

Furo do Taici 47 1,04 0,77 1,25 40

As curvas ABC mostraram um valor bastante baixo (W = 0,025) para o Furo Grande no período chuvoso, indicando que o ambiente estava moderadamente perturbado. Para o mesmo local, durante o período seco, foi observado um valor negativo (W = -0,064), o que pode inferir que o ambiente estava perturbado (Figura VII).

Furo do Taici

1 10Species rank

40

60

80

100

Cu

mu

lative

Do

min

an

ce

%

AbundanceBiomass

W = 0,163

Furo Grande

1 10Species rank

50

60

70

80

90

100

Cu

mu

lative

Do

min

an

ce

%

AbundanceBiomass

W = 0,025

FGCH TACH

Furo do Taici

1 10Species rank

20

40

60

80

100

Cu

mu

lativ

e D

om

ina

nce

%

AbundanceBiomass

W = 0,293

Furo Grande

1 10Species rank

60

70

80

90

100

Cu

mu

lativ

e D

om

ina

nce

%

AbundanceBiomass

W = -0,064

FGSC TASC

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Figura VII: Valores de W (curvas ABC) em relação ao período sazonal para os espécimes de Sciaenidae capturados na Península de Ajuruteua – PA, no período de setembro de 2012 a outubro de 2013. FGCH = Furo Grande no chuvoso, TACH = Taici no chuvoso, FGSC = Furo Grande no seco, TASC = Taici no seco, FGTSC = Furo do Taici na transição seco-chuvoso, FGTCS = Furo Grande na transição chuvoso-seco.

Foi observada uma alta similaridade entre os locais amostrados em relação à presença/ausência de Sciaenidae (com uma pequena diferença de cerca de 20%), onde o Furo Grande no período TSC, SC e TCS são ainda mais similares, enquanto o Furo Grande no período CH é bastante similar ao Furo do Taici no período CH e no SC (Figura VII B).

A análise de Cluster evidencia a similaridade entre os locais e PCA mostra que há a ocorrência de algumas espécies em determinados locais e períodos do ano, como o caso de Cynoscion acoupa, que foi presente somente no Furo Grande nos períodos SC, TCS e TSC, assim como Micropogonias furnieri, que teve ocorrência apenas no Furo Grande durante os períodos SC e TCS. Ambas as espécies não ocorreram no Furo do Taici (CH e SC) nem no Furo Grande (CH), que foram agrupados pela elevada similaridade (Figura VII A).

Figura VIII: A) Análise de componentes principais (PCA) de Sciaenidae em relação ao local/período sazonal. B) Dendrograma da análise de Cluster quanto à presença/ausência de Sciaenidae capturados na Península de Ajuruteua – PA, no período de setembro de

-1,5 -1,0 -0,5 0 0,5 1,0PC1

-1,0

-0,5

0

0,5

1,0

1,5

PC2

BR

CA

MA

MF

SSP

SM

SN

SR

SS

TACHTASC

FGCH

FGSC

FGTCS

FGTSC

FG

TSC

FG

SC

FG

TCS

FGC

H

TAC

H

TAS

C

0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

Dis

tânc

ia

Resemblance: D1 Euclidean distance

A B

Furo Grande

1 10Species rank

70

75

80

85

90

95

100

Cu

mu

lativ

e D

om

ina

nce

%

AbundanceBiomass

W = 0,157

Furo Grande

1 10Species rank

50

60

70

80

90

100

Cu

mu

lativ

e D

om

ina

nce

%

AbundanceBiomass

W = 0,087

FGTSC FGTCS

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2012 a outubro de 2013. FGCH = Furo Grande no chuvoso, TACH = Taici no chuvoso, FGSC = Furo Grande no seco, TASC = Taici no seco, FGTSC = Furo do Taici na transição seco-chuvoso, FGTCS = Furo Grande na transição chuvoso-seco. BR = Bairdiella ronchus, CA = Cynoscion acoupa, MA = Macrodon ancylodon, MF = Micropogonias furnieri, SM = Stellifer microps, SN = Stellifer naso, SR = Stellifer rastrifer, SS = Stellifer stellifer, SSP = Stellifer sp.

A PC2 explicou em 100% a variabilidade dos dados abióticos em relação ao local/período sazonal, onde a turbidez foi a variável ambiental que mais se destacou, agrupando-se com o Furo do Taici durante o período CH (Figura IX e Tabela V).

Figura IX: Análise de Componentes Principais (PCA) das variáveis ambientais em relação ao local/período sazonal da Península de Ajuruteua – PA, no período de setembro de 2012 a outubro de 2013. FGCH = Furo Grande no chuvoso, TACH = Taici no chuvoso, FGSC = Furo Grande no seco, TASC = Taici no seco, FGTSC = Furo do Taici na transição seco-chuvoso, FGTCS = Furo Grande na transição chuvoso-seco. Turb = Turbidez, OD = Oxigênio dissolvido, pH = Potencial hidrogeniônico, SAL = salinidade, Cond = Condutividade.

Tabela V: Valores da Análise de Componentes Principais das variáveis ambientais em relação ao local/período sazonal da Península de Ajuruteua – PA, no período de setembro de 2012 a outubro de 2013.

Na relação peso-comprimento, foram encontrados valores alométricos positivos para as espécies Bairdiella ronchus, Stellifer microps, Stellifer rastrifer e Stellifer Stellifer (Tabela VI).

Tabela VI: Relação peso-comprimento para as espécies de Sciaenidae capturadas na Península de Ajuruteua – PA, no período de setembro de 2012 a outubro de 2013.

Espécies Equação R2 Alometria

Bairdiella ronchus y = 0,0221x3,0379 0,9897 +

PC Eigen values %Variation Cum.%Variation

1 1,86E+03 91,2 91,2

2 180 8,8 100

-100 -50 0 50PC1

-50

0

50

PC

2

FGCH

FGSC

FGTCS

FGTSC

TACH

TASC

SAL

Ph

Cond

Turb

OD

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Cynoscion acoupa y = 0,023x2,8509 0,9287 -

Macrodon ancylodon y = 0,0405x2,5501 0,844 -

Micropogonias furnieri y = 0,2558x1,7972 0,7217 -

Stellifer sp y = 0,089x2,2193 0,6178 -

Stellifer microps y = 0,0106x3,3468 0,9908 +

Stellifer naso y = 0,1224x2,1263 0,4741 -

Stellifer rastrifer y = 0,0115x3,3177 0,9991 +

Stellifer stellifer y = 0,0026x4,5149 0,9586 +

DISCUSSÃO

Estudos sobre diversidade e complexidade do habitat se fazem necessários para o entendimento da dinâmica de um determinado ambiente e, para tal, associá-los às variáveis ambientais locais é um ponto extremamente importante para a compreensão do funcionamento de um sistema.

Sabe-se que a salinidade tem relação direta com a condutividade elétrica, logo, esta relação explica o fato de se ter obtido baixos valores para estas duas variáveis ambientais no Furo do Taici, pois o mesmo localiza-se no ponto mais interno da Península e, por esse motivo, recebe menor quantidade de água marinha, diferente do Furo Grande.

A influência do mar é um dos fatores que pode contribuir para o aumento do pH em ambientes estuarinos devido a característica alcalina dos oceanos (pH de aproximadamente 8,2) (Odum, 2004). Esta prerrogativa corrobora com o achado para o presente estudo, onde o ponto que recebe maior influência do mar (Furo Grande) apresentou um valor médio de 8,32 durante o período TCS.

Segundo Pinheiro (2011) a turbidez e a salinidade são os principais fatores de variação ambiental no Furo do Taici, o que corrobora em parte com o presente trabalho, uma vez que somente a turbidez foi a variável que mais se destacou. Este furo recebe grande influência de água doce vinda dos rios Caeté e Taperaçu, que contém grande quantidade de material em suspensão, o que explica altas taxas de turbidez para o mesmo.

Muitos dos peixes encontrados nos estuários são tolerantes a salinidades baixas, enquanto outros adentram os estuários apenas de acordo com a variação da pluma estuarina (Whitfield 1999).

O maior número de capturas de peixes da família Sciaenidae se deu na porção mais externa da Península de Ajuruteua, onde a salinidade é maior. Isto se deve ao fato de que as pescadas são peixes primariamente costeiro-marinhos (Chao, 2002). Stellifer

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naso foi o ciaenídeo de maior densidade no presente estudo, com 270 indivíduos, corroborando com Isaac (2005), que cita esta espécie como uma das mais abundantes na região do estuário do rio Caeté.

Segundo Camargo-Zorro (1999), a distribuição espaço-temporal da família Sciaenidae segue um padrão sazonal, onde nos meses de menor precipitação (outubro até o início de novembro) a maior biomassa se dá na área costeira da região do estuário do rio Caeté. Nos meses de chuva (fevereiro a junho) a maior biomassa ocorre na baía e, por fim, no mês de agosto (período de transição) a maior biomassa concentra-se no rio.

Um padrão sazonal de biomassa em relação ao período sazonal também é observado no presente estudo, com picos durante as transições seco-chuvoso e chuvoso-seco. Segundo Fonteles Filho (2011), durante a fase juvenil, a qual a maioria dos peixes do presente estudo foi classificada, é um período em que o metabolismo apresenta saldo positivo, de modo que a biomassa adquirida supera, em muito, a biomassa perdida, sendo toda a energia gasta apenas com termorregulação e locomoção à procura de alimento.

A biomassa de peixes em ecossistemas costeiros sofre influência de fatores ambientais ou mesmo de fenômenos como, por exemplo, o El Niño, que podem determinar a distribuição espaço-temporal da fauna íctica e, assim, sua variação na biomassa ao longo do ano (Puly, 1994). Vale ressaltar também que o ciclo de vida, período reprodutivo e a migração de espécies também afetam a biomassa, assim como o tipo de rede que é utilizada, pois a seletividade da arte de pesca pode ser determinante para a captura de indivíduos maiores ou menores.

Algumas espécies apareceram apenas em algumas épocas do ano, como no caso de Bairdiella ronchus, que foi capturada somente no período chuvoso e transição chuvoso-seco, pois a mesma é uma espécie costeira que também habita ambientes salobros ou baixa salinidade (Chao, 2003). Por outro lado, Stellifer microps e Stellifer naso ocorreram em todas as épocas do ano, inferindo que estas espécies concluem o seu ciclo de vida dentro do sistema estuarino.

Os indivíduos menores foram capturados na porção mais interna da Península (Furo do Taici), com comprimento total médio de 7,82 cm, enquanto os maiores foram capturados na porção mais externa (Furo Grande), com comprimento total médio de 10,90 cm. Isto provavelmente está relacionado ao fato de que o Furo do Taici, por se se tratar de uma área mais recoberta pela vegetação e menos aberta que o Furo Grande, ofereça melhores condições de refúgio para os indivíduos menores.

Quanto às curvas de abundância e biomassa, os valores registrados no período chuvoso (W = 0, 025) e no período seco (W = -0,064) mostram que o Furo Grande já sofre algum tipo de stress, logo, configura-se como uma área de maior prioridade à conservação. Para tal, deve-se levar em consideração que o mesmo se trata de uma área com significativa atividade pesqueira, em que são observados desembarques e circulação de barcos de pequeno e médio porte em relação ao Furo do Taici, o que pode

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ser a causa deste stress ambiental. Os valores negativos do espectro de tamanho para ambos os locais reitera que as áreas estudadas são mais suscetíveis às mudanças ambientais.

O índice de Margalef apontou valores abaixo de 2,0 para os locais de coleta, indicando que a riqueza não é alta, o que geralmente está associando às ações antropogênicas. Valores superiores a 5,0 são considerados bons indicadores de riqueza de espécies (Margalef, 1958). Essa baixa riqueza pode também estar relacionada à composição e instabilidade do sedimento (Elliott e McLusky 2002).

O índice de Shannon também não foi alto para ambos os locais, principalmente no Furo Grande, uma vez que valores entre 1,5 e 3,5 são considerados bons indicadores de diversidade segundo Magurran (1988). Vale ressaltar que, em estuários, onde as diferenças nos fatores ambientais são agudas, as alterações nas propriedades físicas, químicas e biológicas resultam num pronunciado stress ambiental que pode estar relacionado com sua baixa diversidade quando comparados com outros sistemas aquáticos que não possuem tantas variações (Kennish, 1986).

Bairdiella ronchus, Stellifer microps, Stellifer rastrifer e Stellifer stellifer mostraram valores de alometria positiva para a relação peso-comprimento, evidenciando que a massa aumenta em maior proporção que comprimento do corpo. Este fato mostra que as áreas amostradas favorecem a engordas destes organismos, corroborando com os trabalhos de Giarizzo et al. (2006) e Cardoso et al. (2015) no prelo.

CONCLUSÕES

O período sazonal é um fator intrínseco para algumas espécies de Sciaenidae, uma vez que algumas delas foram capturadas em apenas algumas épocas do ano, como foi o caso de Bairdiella ronchus e Stellifer sp.

A biomassa dos peixes desta família exibe um padrão sazonal ao longo das estações e as épocas de transição são as de maior representatividade de biomassa para os ciaenídeos.

Os canais de maré são áreas de extrema importância para o ciclo de vida destes peixes, seja para aqueles que as utilizam apenas em alguns períodos de seu desenvolvimento, seja para aqueles que as utilizam durante todo o ano, como os indivíduos de Stellifer naso e Stellifer microps.

O Furo Grande e o Furo do Taici são áreas suscetíveis às variações ambientais, logo, são locais de maior prioridade à conservação ambiental.

AGRADECIMENTOSPetrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO I

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DIRETRIZES PARA AUTORES (BIOTA AMAZÔNIA) 

1. A Revista Biota Amazônia (on-line) do Curso de C. Biológicas é publicada semestralmente pela Universidade Federal do Amapá, através do portal de periódicos da UNIFAP.

2. A revista publica artigos originais em todas as áreas relevantes de Ciências Biológicas, incluindo anatomia, microbiologia, biologia molecular, bioquímica, botânica, citologia e biologia celular, comportamento animal, ecologia, oceanografia e limnologia, embriologia e histologia, morfofisiologia, genética e evolução, parasitologia, zoologia e ensino de Ciências e Biologia, meio-ambiente e pesca, saúde, ciências ambientais, sócio-ambientais, direito ambiental, entre outras correlatas.

3. Os artigos deverão ser submetidos pelo navegador MOZILA FIREFOX ou pelo GOOGLE CHROME, pois o Internet Explorer não possibilita a submissão integral. Primeiramente, faça o seu cadastro e/ou login. A seguir, clique na Página do Usuário, na opção Autor, emIniciar nova submissão e preencha os passos do processo de submissão.

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5. Os dados, idéias, opiniões e conceitos emitidos nos artigos, bem como a exatidão das referências, são de inteira responsabilidade do(s) autor (es). A eventual citação de produtos e marcas comerciais não significa recomendação de seu uso por parte do Conselho Editorial da revista.

6. Os relatos deverão basear-se nas técnicas mais avançadas e apropriadas à pesquisa. Quando apropriado, deverá ser atestado que a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Biossegurança da instituição.

7. Os artigos podem ser publicados em Português, Espanhol, Inglês ou Francês. Devem ser concisos e consistentes no estilo.

8. Os artigos serão avaliados por no mínimo três consultores da área de conhecimento da pesquisa, de instituições de ensino e/ou pesquisa nacionais e estrangeiras, de comprovada produção científica. Após as devidas correções e possíveis sugestões, o artigo será aceito se tiver dois pareceres favoráveis e rejeitado quando dois pareceres forem desfavoráveis.

9. O conflito de interesses pode ser de natureza pessoal, comercial, política, acadêmica ou financeira. Conflitos de interesses podem ocorrer quando autores, revisores ou editores possuem interesses que podem influenciar na elaboração ou avaliação de manuscritos. Ao submeter o manuscrito, os autores são responsáveis por reconhecer e revelar conflitos financeiros ou de outra natureza que possam ter influenciado o trabalho.

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Os autores devem identificar no manuscrito todo o apoio financeiro obtido para a execução do trabalho e outras conexões pessoais referentes à realização do mesmo. O revisor deve informar aos editores quaisquer conflitos de interesse que poderiam influenciar sobre a análise do manuscrito, e deve declarar-se não qualificado para revisá-lo.

10. Os artigos deverão ser submetidos pela internet, acessando o portal de periódicos da UNIFAP, revista Biota Amazônia.

11. A revisão de português e a tradução e/ou revisão de língua estrangeira serão de responsabilidade dos autores dos artigos aceitos, mediante comprovação emitida pelos revisores credenciados.

12. Estão listadas abaixo a formatação e outras convenções que deverão ser seguidas:

Ao submeter o manuscrito, o autor deverá definir em que categoria deseja publicá-lo. São categorias da Revista Biota Amazônia: 1) Artigo; 2) Nota Científica; 3) Revisões Temáticas. Serão aceitos trabalhos escritos em português, espanhol ou francês com resumos/abstract em inglês ou francês.Nos casos dos artigos em língua estrangeira, os resumos deverão ser na língua estrangeira e abstract em português. 

         Os trabalhos deverão ser digitados em Programa Word for Windows, em formatação, no máximo, 25 páginas, digitadas em papel tamanho A4, com letra Times New Roman, tamanho 12, com espaçamento entre linhas simples, margens de 3,0 cm (três centímetros), e observando a seguinte seqüência de tópicos:

I - Título do artigo em português e na língua estrangeira (inglês ou francês). No caso do artigo ser em língua estrangeira os títulos deverão ser na língua estrangeira escrita e em português.

II - Nome(s) completo(s) do(s) autor(es), bem como titulação, filiações, endereços e e-mails; indicando o autor para correspondência e respectivo e-mail.

III - Resumo. Para artigos escritos em português, resumo em português e abstract em inglês ou francês; quando escritos em espanhol, resumo em espanhol e português; quando escritos em francês, resumo em francês e português. Os resumos devem ser redigidos em parágrafo único, espaço simples, com até 250 palavras; contendo objetivos, material e métodos, resultados e conclusões do referido trabalho.

IV - Palavras chaves ou Unitermos constituídos de até 5 palavras chaves que identifiquem o artigo;

V - Estrutura do Texto no formato técnico-científico, com introdução,material e métodos, resultados, discussão, conclusão, agradecimentos, referências bibliográficas e anexos (se houver). A critério do autor, os itens Introdução e Objetivos, bem como Resultados e Discussão poderão ser fundidos. Trabalhos enviados como Revisões Temáticas deverão seguir o formato técnico-científico, sem, entretanto, a necessidade de divisão em itens descrita acima. As citações bibliográficas deverão estar no formato de

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acordo com o sistema autor-data da NB NBR 10520 da ABNT; disponível no site da própria revista.

VI - Referências bibliográficas regidas de acordo com a NBR 6023 da ABNT; também disponível no site acima mencionado.

VII - Citar números e unidades da seguinte forma: escrever números até nove por extenso, a menos que sejam seguidos de unidades. Utilizar, para número decimal, vírgula nos artigos em português ou espanhol (10,5 m) ou ponto nos escritos em inglês (10.5 m). Utilizar o Sistema Internacional de Unidades, separando as unidades dos valores por um espaço (exceto para porcentagens, graus, minutos e segundos); utilizar abreviações sempre que possível. Não inserir espaços para mudar de linha caso a unidade não caiba na mesma linha.

VII- Não usar notas de rodapé. Para facilitar a leitura, incluir a informação diretamente no texto.

VIII- Tabelas, Figuras e Gráficos deverão ser inseridos no texto, logo após a sua citação. As Tabelas deverão ter 7,65 ou 16 cm de largura. Os Gráficos não deverão ter molduras externas, linhas internas ou mesmo cor de fundo. Para os Gráficos de barra, usar padrões de preenchimento diferentes (horizontal, vertical, listras diagonais e múltiplos pontos), deve-se evitar tons de cinza ou cores, pois não serão facilmente distinguíveis na versão impressa.

IX- As Figuras (fotos, pranchas, mapas, desenhos ou esquemas) deverão ter o tamanho máximo de 16 x 23 cm, incluindo-se o espaço necessário para a legenda. Gráficos e Figuras que possam ser publicados em uma única coluna (7,65 cm) serão reduzidos. Desta forma, será necessário atentar para o tamanho de números ou letras, para que continuem visíveis após a redução. O tipo de fonte utilizado deverá ser Times New Roman, tamanho 8 pts. Gráficos e Figuras confeccionados em planilhas eletrônicas devem vir acompanhados do arquivo com a planilha original. Deve-se utilizar escala de barras para indicar tamanho a qual deverá sempre que possível, estar situada à esquerda da figura; o canto inferior direito deve ser reservado para o número da(s) figura(s).

X- As Figuras digitalizadas deverão ter no mínimo 300 dpi de resolução, gravados em formato Jpg ou Tiff. Não serão aceitas figuras que ultrapassem o tamanho estabelecido ou que apresentem qualidade gráfica ruim. Ilustrações em cores serão aceitas para publicação.

XI- Deverá ser adotado o Sistema Internacional (SI) de medidas.

XII- As equações deverão ser editadas utilizando software compatível com o editor de texto.

XIII- As variáveis deverão ser identificadas após a equação.

XIV- Artigos de Revisão poderão ser publicados mediante convite do Conselho Editorial ou Editor-Chefe da Biota Amazônia.

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XV- A revista recomenda que oitenta por cento (50%) das referências sejam de artigos listados na base ISI Web of Knowledge e/ou Scopus com menos de 10 anos. Recomenda-se minimizar quantitativamente citações de dissertações, teses, monografias, anais, resumos, resumos expandidos, jornais, magazines, boletins técnicos e documentos eletrônicos.

XVI- As citações deverão seguir os exemplos seguintes que se baseiam na ABNT. Citação no texto, usar o sobrenome e ano: Oleksiak (2008) ou (OLEKSIAK, 2008); para dois autores Silva e Diniz Filho (2008) ou (SILVA; DINIZ FILHO, 2008); três ou mais autores, utilizar o primeiro e após et al. (ANDRADE JÚNIOR et al., 2008).

MODELOS DE REFERÊNCIAS

Deverão ser organizadas em ordem alfabética, justificado, conforme os exemplos seguintes que se baseiam na ABNT. Listar todos os autores do trabalho. Os títulos dos periódicos deverão ser completos e não abreviados, sem o local de publicação.

Artigos

OLEKSIAK, M. F. Changes in gene expression due to chronic exposure to environmental pollutants. Aquatic Toxicology, v. 90, n. 3, p. 161-171, 2008.

SILVA, M. M. F. P; DINIZ FILHO, J. A. F. Extinction of mammalian populations in conservation units of the Brazilian Cerrado by inbreeding depression in stochastic environments. Genetics and Molecular Biology, v. 31, n. 3, p. 800-803, 2008.

ANDRADE JÚNIOR, S. J.; SANTOS JÚNIOR, J. C. S.; OLIVEIRA, J. L.; CERQUEIRA, E. M. M.; MEIRELES, J. R. C. Micronúcleos em tétrades de Tradescantia pallida (Rose) Hunt. Cv. purpúrea Boom: alterações genéticas decorrentes de poluição área urbana. Acta Scientiarum. Biological Sciences, v. 30, n. 3, p. 291-294, 2008

AGOSTINHO, A. A.; GOMES, L. C.; PELICICE, F. M. Impactos dos represamentos. In: AGOSTINHO, A. A.; GOMES, L. C.; PELICICE, F. M. (Ed.). Ecologia e manejo de recursos pesqueiros em reservatórios do Brasil. Maringá: Eduem, 2007. p. 107-152.

Livros

HAYNIE, D. T. Biological thermodynamics. Cambridge: Cambridge University Press, 2001.

FOSTER, R. G; KREITZMAN, L. Rhythms of life: the biological clocks that control the daily live of every living thing. Yale: Yale University Press, 2005.

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AGOSTINHO, A. A.; GOMES, L. C.; PELICICE, F. M. Impactos dos represamentos. In: AGOSTINHO, A. A.; GOMES, L. C.; PELICICE, F. M. (Ed.). Ecologia e manejo de recursos pesqueiros em reservatórios do Brasil. Maringá: Eduem, 2007. p. 107-152.

Monografias, Dissertações e Teses

 

 MACHADO, F. A. História natural de peixes do Pantanal: com destaque em hábitos alimentares e defesa contra predadores. 2003. 99 f. Tese (Doutorado) Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP, Campinas, 2003.

LIPPARELLI, T. História natural do tucunaré Cichla cf. ocellaris (Teleostei, Cichlidae) no rio Piquiri, pantanal de Paiaguás, Estado do Mato Grosso do Sul. 1999. 295 f. Dissertação (Mestrado) Universidade Estadual Paulista/UNESP, Rio Claro, 1999.

Referências On-line

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA/COMITÊ COORDENADOR DO PLANEJAMENTO DE EXPANSÃO DOS SISTEMAS ELÉTRICOS (CCPE). 2002. Plano decenal de expansão 2003-2012. Disponível em http://www.ccpe.gov.br (Acessada em 10/09/2005).