AULA 3- URBANISMO I: URBAN RENEWALNovembro 15, 2013 · by apdf23 · in Modulo III, Notas de Aula. ·

Urban RenewalO Movimento Moderno não influenciou apenas a arquitetura no mundo todo, mas também foi responsável por mudanças no planejamento urbano das cidades.Essa influência já fica bem clara nas primeiras propostas do Le Corbusier como o “PLAN VOISIN” (1925). Esse plano propunha a construção de 18 torres altas no centro da cidade de Paris, e para fazê-las seria necessário demolir grande parte do centro histórico – poucos monumentos não seriam demolidos, mas seriam deslocados para fora do centro.

Torres do Plan Voisin, Le Corbusier

Plan Voisin, Le CorbusierLe Corbusier foi autor de algumas das primeiras sugestões de como seria o “Urbanismo Moderno”:

a)  Traçado geométrico “harmônico”

b)  “Traçado higiênico”

c)   Atende necessidades do tráfego

d)  O zoneamento era feito segundo os usos ( segregação da habitação e do local onde se trabalha)

Após a Segunda Guerra Mundial, o Reino Unido vai começar um programa de reconstrução das zonas bombardeadas, utilizando destes princípios.

Já nos Estados Unidos, estava acontecendo um grande abandono dos centros urbanos para os subúrbios, devido ao investimento que o governo estava dando para construções de estradas. Devido a isso, partir dos anos 40’s, inicia o programa “Urban Renewal” que tinha o objetivo de reabilitar os centros urbanos degradados.

Dentro desse programa, foi feita ações:

-Foi promulgada  a lei Housing Act, que favorece um sistema de financiamento federal com os governos locais para criar operações de grande porte para comprar, demolir e construir grandes zonas dentro da cidade.

– As operações de grande sucesso imobiliário, consideravam a cidade como um simples problema funcional: impunham projetos grandiosos – Central Buisines District (CBD)– com habitação para pessoas de renda média e alta.

– Deslocamento de antigos moradores – normalmente de baixa renda. Essa operação foi chamada ironicamente de “Urban Removal”.

-Ações dirigidas para criar guetos de segregação racial.

Ex.:  Pittsburgh – “Golden Triangle” (1963)

-Criação de um CBD em uma zona conhecida mundialmente como suja e deprimida.

-3.000 residentes foram deslocados para criar a nova arena cívica.

Boston – West End (1958)

-Um terço da cidade histórica foi demolida para passar uma rodovia.

City Hall – O CBD visto como um dos excessos do “Urban Reneaw.

New York- R. Moses inicia grandes obras em 1936 constando no projeto pontes que unem Manhattan.

No mesmo ano a demolição da Penn Station  começa a gerar oposição ao “Urban Renewal”.

Interior da Penn Station

Interior da Penn Station

Interior da Penn Station

Demolição da Penn Station

A nova Penn StationEm 1938 cria um Zoning Plan com um programa de demolição de várias zonas, e no lugar seriam construídos edifícios prismáticos, geometricamente calculados.Em 1960 inicia o Lower Manhattan Expressway, que cruzaria por várias zonas tradicionais como o Soho, Little Italy e Greenwich village (onde Jane Jacobs vivia),e apareceu uma grande oposição.

A CRÍTICA DO URBAN RENEWAL: JANE JACOBS (1916-2006)

Jane Jacobs

Jane Jacobs na passeata para salvar a Penn StationJane Jacobs foi uma jornalista e ativista, escritora do livro “Morte e Vida das Grandes Cidades” (1961), e foi publicado no momento em que R.Moses começou a perder apoio da população.

Ela introduziu conceitos sociológicos no discurso urbano, com noções como “os olhos da rua” e “capital social”. Propõe que a diversidade de uso gera riquezas nas relações interpessoais, indo contra a ideia do Modernismo de zoneamento da cidade

Acreditava que para o bom funcionamento do convívio da comunidade era necessário uma clara e bem delimitada linha entre o privado e o público.

Jacobs critica duramente o urbanismo moderno, o chamando de “pseudociência”.

Greenwich village, onde Jane morava