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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 034.474/2011-0 GRUPO I – CLASSE II – Primeira Câmara TC-034.474/2011-0 Natureza: Prestação de contas Responsáveis: Mário Maurici de Lima Morais (diretor-presidente) e outros Unidade: Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) SUMÁRIO: PRESTAÇÃO DE CONTAS RELATIVA AO EXERCÍCIO DE 2010. DEMORA INJUSTIFICADA NO ATENDIMENTO DE DETERMINAÇÕES DO TCU. NÃO REALIZAÇÃO DE LICITAÇÃO PARA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS TELEFÔNICOS. OUTRAS IRREGULARIDADES. AUDIÊNCIA. CONTAS IRREGULARES DE DOIS RESPONSÁVEIS, COM MULTA, E REGULARES DOS DEMAIS. DETERMINAÇÃO. RELATÓRIO Trata-se da prestação de contas da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) relativa ao exercício de 2010. 2. Em instrução de peça 14, a Secex/SP pronunciou-se por julgar regulares com ressalva as contas de Mário Maurici de Lima Morais, julgar regulares as contas dos demais responsáveis e fazer determinação à Ceagesp para que regularizasse a situação dos contratos de serviços de telefonia relativos às unidades do interior por meio da realização dos devidos processos licitatórios, providência a ser acompanhada pela Secex/SP. 3. O Ministério Público junto ao TCU dissentiu do encaminhamento proposto pela unidade técnica, por considerar que o extenso rol e a natureza dos ilícitos identificados nos autos, conforme detalhado pela CGU à peça 8, ostentariam gravidade suficiente para macular as contas, sugerindo a realização de audiências dos responsáveis, providência por mim autorizada. 4. Passo a transcrever trecho da instrução final da Secex/SP (peça 35): 5. O Sr. Mário Maurici de Lima Morais, Diretor-Presidente, foi ouvido em audiência por conta das ocorrências abaixo listadas: 1

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 034.474/2011-0

GRUPO I – CLASSE II – Primeira CâmaraTC-034.474/2011-0 Natureza: Prestação de contas Responsáveis: Mário Maurici de Lima Morais (diretor-presidente) e outrosUnidade: Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp)

SUMÁRIO: PRESTAÇÃO DE CONTAS RELATIVA AO EXERCÍCIO DE 2010. DEMORA INJUSTIFICADA NO ATENDIMENTO DE DETERMINAÇÕES DO TCU. NÃO REALIZAÇÃO DE LICITAÇÃO PARA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS TELEFÔNICOS. OUTRAS IRREGULARIDADES. AUDIÊNCIA. CONTAS IRREGULARES DE DOIS RESPONSÁVEIS, COM MULTA, E REGULARES DOS DEMAIS. DETERMINAÇÃO.

RELATÓRIO

Trata-se da prestação de contas da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) relativa ao exercício de 2010.

2. Em instrução de peça 14, a Secex/SP pronunciou-se por julgar regulares com ressalva as contas de Mário Maurici de Lima Morais, julgar regulares as contas dos demais responsáveis e fazer determinação à Ceagesp para que regularizasse a situação dos contratos de serviços de telefonia relativos às unidades do interior por meio da realização dos devidos processos licitatórios, providência a ser acompanhada pela Secex/SP.

3. O Ministério Público junto ao TCU dissentiu do encaminhamento proposto pela unidade técnica, por considerar que o extenso rol e a natureza dos ilícitos identificados nos autos, conforme detalhado pela CGU à peça 8, ostentariam gravidade suficiente para macular as contas, sugerindo a realização de audiências dos responsáveis, providência por mim autorizada.

4. Passo a transcrever trecho da instrução final da Secex/SP (peça 35):“5. O Sr. Mário Maurici de Lima Morais, Diretor-Presidente, foi ouvido em audiência por conta das ocorrências abaixo listadas:a) apuração de vencedor em licitações modalidade convite sem a existência de três propostas válidas, hipótese nas quais as respectivas licitações deveriam ser declaradas fracassadas e aberto novo processo em substituição, conforme preconiza a Lei 8.666/93; b) atendimento parcial das determinações exaradas pelo Tribunal de Contas da União mediante o Acórdão n° 1.232/2010-Plenário, relativo a deficiências no detalhamento de condições de pagamentos contratuais, tendo em vista que, quanto ao processo decorrente do Pregão 12/2010, não houve menção a deficiência nos aditivos e, quanto ao art. 55, inciso III, da Lei 8.666/93, o atendimento foi apenas parcial, em virtude da ausência de referências à ocorrência de atraso no pagamento por parte da contratante;c) deficiências de controle interno no acompanhamento de determinações do Tribunal de Contas da União e no preenchimento do Quadro A.15.1 - cumprimento das deliberações do TCU atendidas no exercício, do Relatório de Gestão, em virtude da ausência dos Acórdãos n°s 1.393/2010-Plenário, 2.749/2010-Plenário e 1.232/2010-Plenário no campo em questão, bem como a constatação de deficiência no acompanhamento do Acórdão n° 1.232/2010-Plenário, tendo em vista a Ceagesp ter

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informado que as providências para cumprimento das determinações do TCU foram adotadas pelas áreas correlatas, porém, constatou-se que o atendimento foi deficiente, conforme registrado pela CGU em constatação sobre o atendimento parcial às determinações do TCU;d) intempestividade no atendimento ao Acórdão n° 3.017/2009-Plenário, do Tribunal de Contas da União, e à Nota de Auditoria n° 246698/01 (Auditoria da Gestão referente ao exercício de 2009), da Controladoria-Regional da União em São Paulo, que determinava o encaminhamento, ao controle interno, da TCE relativa ao Contrato 153/98.155.9812.01.070.02.01, celebrado com a Wilton Roveri Advogados Associados, tendo em vista o não encaminhamento do referido processo pela Ceagesp, decorridos mais de 12 meses da emissão da Nota de Auditoria e mais de 18 meses da publicação do acórdão;e) intempestividade no atendimento à recomendação da CGU, constante do item 7.1.1.6 do Anexo I do Relatório n° 246698, Auditoria da Gestão referente ao exercício de 2009, decorrente da morosidade e falta de priorização da atualização de normas, procedimentos e instruções operacionais internas da Ceagesp;f) pendências de providências efetivas dos gestores em relação às unidades do interior de São Paulo, quanto à constatação detectada nos exercícios de 2009 e 2008, referente à fuga ao processo licitatório na utilização de serviços de telefonia fixa e interurbanos, tendo em vista que os serviços de telefonia fixa das outras unidades da Ceagesp não estão abrangidos pelo Pregão Presencial n° 2/2011 e necessitam dos respectivos processos licitatórios, bem como pelo fato de não ter havido a segregação dos serviços de telefonia de longa distância, caracterizando restrição ao caráter competitivo da licitação;g) inadequação da legislação utilizada para proposição de celebração de convênio para atividade de duração continuada, tendo em vista que a análise do processo referente ao convênio de Chamamento Público firmado entre a Ceagesp e a Associação de Apoio à Infância e Adolescência Nossa Turma indica que o objeto pretendido pela companhia apresenta características mais comuns a uma subvenção social à Associação do que a um convênio, pois os recursos são utilizados para o pagamento de custeio da Associação (salários e encargos, materiais de consumo, despesas administrativas e tributárias, além de fornecimento de infraestrutura para a realização das atividades), o que denota um caráter continuado, sendo que o Plano de Trabalho é incapaz de estabelecer o início e o fim da execução do objeto, uma vez que ele tem um ciclo anual de realização, características que não se enquadram nos termos do art. 116, § 1º, da Lei 8.666/93 e na IN STN 01/97, base legal adotada pela Ceagesp para a celebração do convênio;h) precariedade na elaboração do Edital de Chamamento Público para trabalho junto a crianças e adolescentes moradores do entorno da Ceagesp, evidenciada pela deficiência na definição do objeto do Chamamento Público 001/2009, pois no edital e em seus anexos não foi apresentado um histórico ou detalhes do trabalho, que deveria ser ‘continuado’, nem o problema social que se pretendia resolver, bem como pela ausência de definição clara dos critérios para análise das propostas, indicando o direcionamento do Chamamento Público para a Associação que já estava atuando com os jovens, pois outras entidades que resolvessem participar do certame não teriam acesso a informações mínimas para elaboração do Projeto;i) aceitação de proposta que não atendeu aos requisitos previstos no Edital de Chamamento Público, constante do Processo n° 139/2009, bem como de classificação e declaração de vencedora de associação que tampouco atendia as condições previstas no edital para habilitação;j) precariedade do Plano de Trabalho do Convênio nº 139/2009, firmado com a Associação Nossa Turma, em face de não existir uma clara vinculação entre a data de celebração do Convênio e o período de atividades escolares, de não terem sido fixadas metas que permitam avaliar de maneira objetiva o sucesso da execução do convênio e também por não terem sido indicados os profissionais que irão atuar com cada turma, de modo a fornecer elementos que permitam avaliar a adequação do orçamento e a determinação de pontos de controle para a avaliação da economicidade e execução do convênio;

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k) precariedade na prestação de contas do convênio com a Associação Nossa Turma, com prejuízo à análise da efetiva execução do convênio, tendo em vista que as despesas efetuadas não estão relacionadas com as ações previstas no plano de trabalho e com os recursos repassados à associação, que não houve comprovação do vínculo dos profissionais relacionados nas prestações de contas com as ações previstas no plano de trabalho e que não há a verificação nem o ateste do cumprimento de metas estabelecidas no plano de trabalho.6. Os responsáveis Mário Maurici de Lima Morais, Diretor-Presidente, e Jamil Yatim, Diretor Administrativo e Financeiro, foram ouvidos em audiência por conta das seguintes ocorrências:a) não atendimento das determinações contidas nos itens 9.1.1.1 e 9.1.1.2 do Acórdão TCU-Plenário n° 2.132/2010, que trata da verificação da conformidade dos contratos de terceirização de mão de obra nas empresas estatais;b) reiteração das práticas de contratação e nomeação para funções de confiança e cargos em comissão em desacordo com as determinações do TCU constantes dos itens 9.8 do Acórdão 1727/2008 – TCU – Segunda Câmara, 1.5 do Acórdão 6370/2009 – TCU – Primeira Câmara e 1.7 do Acórdão 839/2011 – TCU – Segunda Câmara e com as recomendações da CGU em exercícios anteriores - descumprimento do TAC n° 024/2009, celebrado com o Ministério Público do Trabalho;c) inconsistências entre os pagamentos de adicionais de insalubridade realizados em 2010 e os Laudos Técnicos das Condições Ambientais de Trabalho vigentes, a seguir especificadas: - assinatura de laudos por engenheiro de segurança do trabalho com número incorreto de registro no Ministério do Trabalho;- ausência de assinatura do engenheiro de segurança do trabalho no laudo do armazém graneleiro de Palmital, de 25/11/2010;- ausência de laudo para o Frigorífico de Iguape;- recebimento de taxas de adicional de insalubridade diferenciadas por alguns funcionários em função dos mesmos laudos, que não preveem distinção por cargos;- recebimento de taxas de adicional de insalubridade de 40% por funcionários de certos setores, enquanto as distinções do laudo de 05/01/2010 são por cargo, sem ter sido evidenciado o grau de risco de cada um;d) falhas nos controles dos empréstimos consignados, gerando riscos para a Ceagesp, evidenciadas pela existência de ação judicial contra a companhia em função de falha no controle de um desses empréstimos e a existência de funcionários com rubrica denominada ‘insuficiência de saldos’ na folha de pagamentos de dezembro de 2010;e) funcionários afastados em situação de débito para com a Ceagesp, tendo em vista que a análise da folha de pagamentos de dezembro de 2010 revelou a existência de 28 funcionários afastados nessa situação, com rubrica denominada ‘insuficiência de saldos’, sem salário líquido a receber no mês em foco;f) fragilidade do sistema informatizado da folha de pagamentos, restando evidenciado que o sistema não atende às necessidades da Ceagesp, em face do excesso de procedimentos feitos de forma manual e da necessidade de conferência e correção de erros recorrentes no sistema, demonstrando o risco de realização de pagamentos incorretos a que a companhia está submetida com sua utilização; g) ausência de elaboração do Plano Estratégico de Tecnologia da Informação – PETI da Ceagesp; h) ausência de Comitê Gestor de Segurança da Informação, tendo em vista a Ceagesp não ter instituído o referido comitê como área específica responsável pela implementação da política de segurança da informação para seus usuários; i) ausência de um processo de trabalho formalizado e específico na contratação de bens e serviços de TI, tendo em vista o fato de a aquisição de bens e serviços de TI ser baseada em normas aplicadas pela companhia para a contratação de bens e serviços gerais;j) pendências dos processos de inventário de bens patrimoniais, bens não localizados e não identificação de responsáveis, havendo necessidade de melhorias/ajustes no processo de controle de bens patrimoniais;

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k) pendências na conciliação de contas a receber junto ao Governo do Estado de São Paulo e consequente atraso no recebimento de ressarcimentos, em face da ausência de conciliação de contas em virtude do estabelecido no Contrato de venda e compra de ações da Ceagesp firmado entre a União e o Estado de São Paulo e da ausência de habilitação junto ao Governo do Estado de São Paulo para a cobrança de valores despendidos pela companhia em processos trabalhistas.l) contratação de serviços de customização no Starsoft Applications por inexigibilidade de licitação sem a comprovação de exclusividade requerida pela Lei n° 8.666/1993, art. 25, inciso I, tendo em vista que a certidão emitida em 30 de novembro de 2007, pela Divisão de Registro de Programas de Computador da Diretoria de Contratos de Tecnologia e Outros Registros do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, declara explicitamente que não atende aos requisitos referentes à exclusividade de fornecimento estatuída no artigo citado, para fins de ser considerada válida para contratação por inexigibilidade de licitação pelo poder público.m) ausência de Projeto Básico e definição precária do objeto para a contratação do serviço de customização do Sistema StarSoft Applications, fato já detectado desde o exercício anterior e ainda pendente de providências efetivas dos gestores, o que tem gerado a necessidade de realização de diversas tarefas para correções de adaptações/problemas do sistema, gerando grande necessidade de retrabalho e causando prejuízo à confiabilidade do sistema.n) permanência de deficiência no acompanhamento da execução do contrato de serviços do sistema StarSoft Applications, em face da não realização dos processos de contratação 081/2010 e 088/2010 pelo DETIN - Departamento de Tecnologia de Informação.o) ausência de rotina para avaliação da compatibilidade dos recursos de TI com as reais necessidades da Ceagesp, tendo em vista que os principais sistemas utilizados pela companhia consistem em aquisições terceirizadas que frequentemente demandam o desenvolvimento de novos módulos pelos próprios fornecedores dos sistemas, com ônus para a Ceagesp.7. Finalmente, os responsáveis Mário Maurici de Lima Morais, Diretor-Presidente, e Luiz Concilius Gonçalves Ramos, Diretor Técnico e Operacional, foram ouvidos em audiência por conta da seguinte ocorrência:a) pendência de providências efetivas dos gestores quanto à constatação detectada em exercícios anteriores: ‘Deficiência na instrução do Processo de contratação por dispensa de licitação de empresa para o fornecimento de energia elétrica para o Entreposto Terminal de São Paulo - ETSP. Ausência de embasamento para a escolha da alternativa mais vantajosa para a Empresa’, tendo em vista que o processo de dispensa de licitação não está instruído com informações acerca do não enquadramento da Ceagesp nos critérios estabelecidos na Resolução ANEEL n° 376, de 25 de agosto de 2009, para aquisição de energia elétrica no Mercado Livre.8. As razões de justificativa constam das peças 32, 33 e 34. A peça 34 contempla a defesa para todos os questionamentos. O conteúdo das peças 32 e 33 está inteiramente contido na peça 34. EXAME TÉCNICOI. Apuração de vencedor em licitações modalidade Convite sem a existência de três propostas válidasSituação encontrada9. Trata-se da constatação 2.1.10.1 do Relatório de Auditoria de Gestão (peça 8, p. 107). A CGU informa ter identificado três processos de licitação, na modalidade convite, sem três propostas válidas, e sem repetição dos convites.10. Em 2011, a CGU considerou que as medidas tomadas atendem às recomendações (Nota Técnica 3290/2011 – peça 34, p. 473)Razões de justificativa11. O responsável afirma (peça 34, p. 1) que se trata dos Convites 047/2010, 082/2010 e 135/2010, em que foram convidadas três empresas, mas que algumas foram desclassificadas.

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12. Alega que a lei de licitações determina apenas que sejam convidadas três empresas, não exigindo que as três propostas sejam válidas. Acrescenta ainda ensinamentos de Marçal Justen Filho, que suportariam a tese:‘Sobre o tema, veja os ensinamentos de Marçal Justen Filho, na Obra Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 13ª ed., Dialética - São Paulo: 2000, pgs. 256 e 257:Não é compatível com a Lei o entendimento de que o número mínimo de três deverá ser apurado em relação as propostas válidas, a licitação deverá ser [sic] repelida. Ou seja, o problema não seria de dirigir o convite para três licitantes, mas de ser por eles atendido.Em primeiro lugar, não é possível subordinar a validade das licitações à escolha, totalmente subjetiva e arbitrária, dos particulares a quem foi dirigido o convite. Se os particulares não desejarem apresentar proposta ou se o fizerem em termos inadequados, não se pode atribuir a consequência de automática invalidação do certame.Depois, a interpretação sistemática evidencia a improcedência do raciocínio. Trata-se de conjugar o artigo 22, parágrafo 3°, com o artigo 48, parágrafo 3°. Este último dispositivo estabelece que, desclassificadas todas as propostas, poderá abrir-se prazo para os licitantes renovarem-nas, escoimando-as de seus defeitos. A aplicação do dispositivo põe o intérprete diante de uma situação absurda. Suponha-se que três propostas sejam apresentadas e, no curso do convite, uma delas seja desclassificada. Aplicando-se a interpretação ora combatida para o artigo 22, parágrafo 3°, o resultado seria a necessidade de repetir a licitação: afinal, haveria apenas duas propostas válidas e consideráveis. Imagine-se porém, que todas as três propostas fossem inválidas. Por força do artigo 48, parágrafo 3°, bastaria reabrir prazo para renovação das propostas. Ou seja, a Lei teria tratado mais beneficamente a existência de três propostas defeituosas. Seria mais eficiente que todas as propostas fossem deficientes do que existir duas propostas válidas. Em suma, a expressa referência à figura do convite, contida no artigo 48, parágrafo 3°, impõe raciocínio de que a licitação deverá continuar normalmente quando existir pelo menos uma proposta válida e formalmente aceitável’.Análise13. Apesar da razoável argumentação apresentada, a jurisprudência do TCU é firme no sentido de exigir três propostas válidas na condução do convite. Vide Súmula 248, e Acórdãos 437/2009, 292/2008, ambos do Plenário. 14. Propõe-se rejeitar as razões de justificativa.II. Atendimento parcial das determinações exaradas pelo Tribunal de Contas da União Situação encontrada15. Trata-se da constatação 2.1.11 do Relatório de Auditoria de Gestão (peça 8, p. 133).16. O processo 010.288/2010-4 consiste de representação formulada pela empresa STS Segurança e Vigilância Ltda. versando sobre possíveis irregularidades no edital do Pregão Eletrônico 12/2010, cujo objeto é a prestação de serviços de vigilância e segurança patrimonial armada para as Ceasas das cidades paulistas de Araçatuba, Araraquara, Bauru, Franca, Marília, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José dos Campos, São José do Rio Preto e Sorocaba, além do Frigorífico de Catanduva.17. O processo foi julgado por meio do Acórdão 1232/2010 - TCU - Plenário, quando foram feitas determinações à Ceagesp:18. 1.5. Determinar à CEAGESP que ao celebrar o contrato decorrente do Pregão Eletrônico nº 12/2010, que: ‘1.5.1. Observe o art. 40, XIV, alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’, da Lei 8.666/93; e 1.5.2. Considere no valor contratual o percentual fixo vigente do SAT (Seguro Acidente de Trabalho) ’.19. A CGU informa que o contrato não observou o determinado pelo TCU.20. Em 2011, a CGU informa que as medidas adotadas atendem às recomendações feitas (peça 34, p. 460).Razões de justificativa

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21. Em síntese, o responsável alega (peça 34, p. 3) o mesmo já informado à CGU. Explica que a determinação do TCU chegou ao conhecimento da Ceagesp posteriormente à data de assinatura do contrato. No entanto, os contratos subsequentes já foram assinados com a observância da determinação.Análise22. A própria CGU já informara que a determinação do TCU só fora comunicada à entidade em 23/6/2010, e a assinatura do contrato ocorrera em 11/6/2010 (peça 8, p. 133).23. Desde que o objeto da presente audiência é o descumprimento de determinação do TCU, e considerando que a determinação só foi comunicada ao órgão em momento posterior à assinatura do contrato, não havia como dar exato cumprimento ao acórdão. 24. Acrescenta-se que a própria CGU considerou satisfatórias as medidas adotadas após a recomendação (peça 34, p. 460).25. Propõe-se acatar as razões de justificativa.III. Deficiências de controle interno no acompanhamento de determinações do Tribunal de Contas da União e no preenchimento do Quadro A.15.1Situação encontrada26. Trata-se do item 2.1.1.1 do Relatório de Auditoria (peça 8, p. 33). Houve falha no preenchimento do Quadro A.15.1, dada a ausência dos Acórdãos n° 1.393/2010-Plenário, 2.749/2010-Plenário e 1.232/2010-Plenário no campo em questão. 27. Além disso, a CGU aponta a deficiência no acompanhamento do Acórdão n° 1.232/2010-Plenário, tendo em vista a Ceagesp ter informado que as providências para cumprimento das determinações do TCU foram adotadas pelas áreas correlatas, porém, constatou-se que o atendimento foi deficiente, conforme registrado pela CGU em constatação sobre o atendimento parcial às determinações do TCU.28. No relatório da CGU consta que a entidade reconheceu a falha, disse que irá fortalecer os controles, mas ressalta que os Acórdãos 1.393/2010 e 2.749/2010 foram cumpridos.Razões de justificativa29. O responsável afirma que (peça 34, p. 3):‘A Coordenadoria de Auditoria Interna - CODIN fortaleceu os controles existentes exercidos sobre as determinações do TCU e aprimorou a revisão do Relatório de Gestão da área, integrando à equipe de elaboração uma funcionária da área como supervisora dos trabalhos.Para esta ação existem horas previstas no PAINT - Plano Anual de Atividades de Auditoria Interna, Portanto, entendemos que houve o atendimento integral da recomendação da CGU e, consequentemente, o fortalecimento do controle interno para o acompanhamento de determinações do Tribunal de Contas da União e o preenchimento do respectivo quadro.’Análise30. Basicamente, reconhece-se a falha e indica-se a medida corretiva. Há, inclusive, menção às notas Técnicas da CGU 3290/2011 e 21066/2012 que consideram efetivamente atendida a recomendação.31. Pelo que consta do relatório da CGU, os acórdãos não listados no quadro já haviam sido cumpridos. Esta foi a declaração da entidade, e não localizou-se manifestação em sentido contrário da CGU. Tal cenário minimiza a gravidade da falha.32. Quanto ao Acórdão 1.232/2010, em item pretérito desta instrução concluiu-se que não havia como dar cumprimento à determinação. Seu conteúdo previa que a Ceagesp assinasse o contrato decorrente do Pregão 12/2010 obedecendo a determinados quesitos. Ocorre que a determinação fora comunicada ao órgão posteriormente à data de assinatura.33. Assim, a falha se restringiria ao equívoco cometido no quadro A.15.1, por não mencionar dois acórdãos que já teriam sido cumpridos. Considera-se que é uma falha meramente formal, que de modo algum compromete a gestão dos responsáveis. Propõe-se acatar as razões de justificativa.IV. Intempestividade no atendimento ao Acórdão n° 3.017/2009-Plenário, do Tribunal de Contas da União, e à Nota de Auditoria n° 246698/01

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Situação encontrada34. Trata-se do item 2.1.1.2 do Relatório da CGU (peça 8, p. 35). Refere-se à intempestividade no atendimento ao Acórdão n° 3.017/2009-Plenário, do Tribunal de Contas da União, e à Nota de Auditoria n° 246698/01 (Auditoria da Gestão referente ao exercício de 2009), da Controladoria-Regional da União em São Paulo, que determinava o encaminhamento, ao controle interno, da TCE relativa ao Contrato 153/98.155.9812.01.070.02.01, celebrado com a Wilton Roveri Advogados Associados, tendo em vista o não encaminhamento do referido processo pela Ceagesp, decorridos mais de 12 meses da emissão da Nota de Auditoria e mais de 18 meses da publicação do acórdão.Razões de justificativa35. O responsável explica que a TCE foi encaminhada à CGU em 22/2/2013 (peça 34, p. 4).Análise36. O posterior encaminhamento da TCE, em prazo muito superior ao determinado pelo TCU, não permite considerar cumprida a determinação. 37. Propõe-se rejeitar as razões de justificativa.V. Intempestividade no atendimento à recomendação da CGU, constante do item 7.1.1.6 do Anexo I do Relatório n° 246698Situação encontrada38. Trata-se do item 2.1.1.3 do Relatório de Auditoria (peça 8, p. 37). A CGU recomendara à Ceagesp que elaborasse normativos relativos à instauração e encaminhamento de TCE ao controle interno. Tal recomendação não fora atendida pela Ceagesp.39. Já em 2012, a CGU informa que a recomendação fora plenamente atendida (peça 34, p. 484).Razões de justificativa40. O responsável traz as seguintes explanações (peça 34, p. 4):‘Salientamos que esta ação se trata de um procedimento continuo realizado pela O&M, em conjunto com Coordenadoria Auditoria Interna - CODIN e a Coordenadoria de Governança Corporativa – CODGO. A Companhia mantém um processo contínuo de atualização de normativos, e, paralelamente, os trabalhos da CODIN visam verificar se há necessidade de criação e/ou alterações de normas. Destacamos o entendimento da CODIN de não haver a necessidade de atualização integral da totalidade de normas, uma vez que as principais encontram-se vigentes e em operação. A necessidade de atualização e/ou alteração surge na medida em que se realiza um trabalho especifico na área e detecta-se alguma fragilidade, bem como, quando o gestor da área, também, identifica procedimentos conflitantes com a prática.A Ceagesp através da CODGO, mantém a revisão das normas internas. Destacamos que a prioridade atual é o Regulamento do Entreposto - o principal normativo da cia. e, deste regulamento surgirão novas normas integrantes da principal atividade da cia - a entrepostagem.’Análise41. Não está claro qual o normativo infringido pelo responsável. O não atendimento a determinação do TCU enseja a aplicação da multa prevista no art. 58, IV, da Lei 8.443/92. Contudo, não há previsão legal para a aplicação de multa em caso de não atendimento de uma simples recomendação do Controle Interno. 42. Evidentemente, fragilidades no controle interno propiciam a ocorrência de falhas passíveis de punição, como é o caso do não cumprimento do prazo fixado pelo TCU para encaminhamento da TCE à CGU. Contudo, tal aspecto já foi tratado em tópico anterior desta instrução.43. Propõe-se acatar as razões de justificativa.VI. Irregularidades na contratação de serviço de telefoniaSituação encontrada44. Trata-se da constatação 2.1.10.3 do Relatório da CGU (peça 8, p. 109). Indica que a Ceagesp não realizou licitação para a contratação de telefonia fixa em determinadas unidades da entidade. 45. Em 2011 a CGU atesta que o saneamento da irregularidade ainda não foi concluído, mas que a entidade se propõe a fazê-lo (peça 34, p. 432)

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Razões de justificativa46. Informa-se que em 2013 foi elaborado o Termo de Referência para a realização de Processo Licitatório objetivando a contratação (peça 34, p. 5).Análise47. Verifica-se que três anos após o encerramento do exercício de 2010 ainda não houve correção do problema. Propõe-se rejeitar as razões de justificativa e determinar à Ceagesp que regularize, no prazo de 90 dias, a situação dos contratos de serviços de telefonia relativos às unidades do interior por meio da realização dos devidos processos licitatóriosVII. Utilização indevida de convênio para transferência de recursosSituação encontrada48. Trata-se da constatação 2.1.12.1 do Relatório de Auditoria de Gestão (peça 8, p. 148). O convênio firmado com a Associação de Apoio a Infância e Adolescência Nossa Turma tem características de Subvenção Social:‘A análise de processo indica que o objeto pretendido pela entidade apresenta características mais comuns a uma subvenção social à associação do que a um convênio. Os recursos fornecidos pela entidade são utilizados para o pagamento de custeio da associação: salários e encargos, materiais de consumo, despesas administrativas e tributárias, além de fornecimento de uma infraestrutura para a realização das atividades. Além disso, essas despesas têm um caráter continuado, o Plano de Trabalho é incapaz de estabelecer o início e o fim da execução do objeto, uma vez que ele tem um ciclo anual de realização’.Razões de Justificativa49. O responsável explica que em 2012 foi realizado chamamento público (001/2012) para firmar novo convênio, atendendo às recomendações da CGU (peça 34, p. 5 e 6).Análise50. Um novo convênio não resolve o problema, pois a parceria continua não sendo característica de convênio, eis que se pretende continuar remunerando salários, material de consumo, entre outros (vide peça 34, p. 50). 51. Propõe-se rejeitar as razões de justificativa.52. Não haverá proposta de determinação de medidas corretivas, porque a solução a ser adotada depende de diversos fatores, bem como do conhecimento exato das ações a serem executadas. Relembre-se que a documentação constante do processo indica a existência de custeio de despesas administrativas com recursos do convênio, mas não há maiores informações do convênio propriamente dito.53. Na análise deste ponto, o que se afirma é que não pode ser utilizado o recurso do convênio para custeio da convenente, sob pena de se estar diante de uma subvenção social não autorizada por lei. Neste sentido, Acórdãos 214/07-P:‘[VOTO][...] observo que o [ente recebedor dos recursos federais], para fins de demonstrar a ausência de superávit (assim entendido como a diferença entre as receitas recebidas em razão do convênio e as despesas realizadas para a consecução de seus fins), pretende que se inclua como relativas a diárias e hospedagem de alunos, a integralidade das despesas da instituição com pessoal e encargos. [...]Trata-se de convênio e não se subvenção social, cujos conceitos do art. 1º da IN STN 01/97 transcrevo:'I - convênio - instrumento qualquer que discipline a transferência de recursos públicos e tenha como partícipe órgão da administração pública federal direta, autárquica ou fundacional, empresa pública ou sociedade de economia mista que estejam gerindo recursos dos orçamentos da União, visando à execução de programas de trabalho, projeto/atividade ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação;(...)

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VIII - subvenção social - transferência que independe de lei específica, a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa, com o objetivo de cobrir despesas de custeio;'Tal diferenciação é relevante porque revela que os recursos de convênio não podem ser aplicados no custeio das despesas próprias da entidade.Assim, ainda que eventualmente se comprovasse que os recursos foram aplicados em finalidade pública (o que, insisto, não foi feito) não cabe a este Tribunal admitir como subvenção social (para custeio das despesas próprias da entidade) recurso transferido a título de convênio (para, em regime de mútua colaboração, executar um objeto de interesse comum).’[...]54. A portaria interministerial 507/2011, em seu art. 52, parágrafo único, até admite custeio de despesas administrativas, obedecido o limite de 15% do valor do objeto, desde que expressamente autorizadas e demonstradas no instrumento de convênio e no plano de trabalho. Assim, para continuar utilizando o convênio, deve a Ceagesp observar este normativo. Esta é uma opção a ser seguida. 55. Outra opção é buscar a realização de uma subvenção social, caso se trate de ação nas áreas de assistência social, saúde ou educação, ou a realização de uma contribuição corrente, caso se trate de ação em outras áreas. Tanto em um caso como em outro, exige-se o atendimento de uma série de quesitos, dispostos da LDO. ‘Seção IIIDas Transferências para o Setor PrivadoSubseção IDas Subvenções SociaisArt. 30. A transferência de recursos a título de subvenções sociais, nos termos do art. 16 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964, atenderá as entidades privadas sem fins lucrativos que exerçam atividades de natureza continuada nas áreas de assistência social, saúde ou educação, prestem atendimento direto ao público e tenham certificação de entidade beneficente de assistência social, nos termos da Lei no 12.101, de 27 de novembro de 2009.Parágrafo único. A certificação de que trata o caput deste artigo poderá ser:I - substituída, a critério da Administração Pública Federal, pelo pedido de renovação da certificação devidamente protocolizado e ainda pendente de análise junto ao órgão competente; ouII - dispensada, desde que a entidade seja selecionada em processo público de ampla divulgação promovido pelo órgão ou entidade concedente para execução de ações, programas ou serviços em parceria com a administração federal, nas seguintes áreas:a) atenção à saúde aos povos indígenas;b) atenção às pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência de substâncias psicoativas;c) combate à pobreza extrema; ed) de atendimento às pessoas com deficiência.Subseção IIDas Contribuições Correntes e de CapitalArt. 31. A transferência de recursos a título de contribuição corrente somente será destinada a entidades sem fins lucrativos que não atuem nas áreas de que trata o caput do art. 30 desta Lei e que preencham uma das seguintes condições:I - estejam autorizadas em lei que identifique expressamente a entidade beneficiária;II - estejam nominalmente identificadas na Lei Orçamentária de 2012; ouIII - sejam selecionadas para execução, em parceria com a Administração Pública Federal, de programas e ações que contribuam diretamente para o alcance de diretrizes, objetivos e metas previstas no Plano Plurianual.§ 1º A transferência de recursos a título de contribuição corrente, não autorizada nos termos do inciso I deste artigo, dependerá de publicação, para cada entidade beneficiada, de ato de autorização da

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unidade orçamentária transferidora, o qual conterá o critério de seleção, o objeto, o prazo do convênio ou instrumento congênere e a justificativa para a escolha da entidade.§ 2º O disposto no caput deste artigo e em seu § 1o aplica-se aos casos de prorrogação ou renovação de convênio ou instrumento congênere ou aos casos em que, já havendo sido firmado o instrumento, devam as despesas dele decorrentes correr à conta de dotações consignadas na Lei Orçamentária de 2012.’56. Deve-se ainda observar o art. 26 da LRF:‘Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei específica, atender às condições estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias e estar prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais.§ 1º O disposto no caput aplica-se a toda a administração indireta, inclusive fundações públicas e empresas estatais, exceto, no exercício de suas atribuições precípuas, as instituições financeiras e o Banco Central do Brasil.§ 2º Compreende-se incluída a concessão de empréstimos, financiamentos e refinanciamentos, inclusive as respectivas prorrogações e a composição de dívidas, a concessão de subvenções e a participação em constituição ou aumento de capital.’57. Outra possibilidade, caso a ação que se deseja promover possa ser contratada no mercado, seria definir o escopo de um serviço e em seguida licitá-lo. VIII. Direcionamento do Chamamento Público 01/2009Situação encontrada58. Trata-se do item 2.1.12.2 do Relatório de Auditoria de Gestão (peça 8, p. 151).59. Aponta-se:a) deficiência na definição do objeto: não foi apresentado detalhamento do trabalho a ser feito, ou do problema social a ser resolvido;b) ausência de critérios para análise das propostas.60. A CGU conclui pelo direcionamento do certame, beneficiando a entidade que já executava as ações anteriormente.Razões de justificativa61. O responsável alega que os critérios foram definidos pela área técnica responsável – a CODSU (peça 34, p. 6).Análise62. As falhas se referem ao Edital do Chamamento Público. Desde que o edital foi lançado em 2009, e as presentes contas são de 2010, não cabe avaliar tal ocorrência no presente processo.63. Propõe-se acatar as razões de justificativa.IX. Aceite de proposta que não atendeu aos requisitos previstos no Edital de Chamamento PúblicoSituação encontrada64. A ocorrência está descrita no item 2.1.12.3 do Relatório de Auditoria de Gestão (peça 8, p. 153).65. Segue descrição da CGU:‘Dentre os pontos citados, destacamos: ‘* Da qualificação da equipe técnica; * Descrição dos profissionais necessários para o desenvolvimento do projeto e se possível anexar o currículo destes profissionais. * Declarações do desenvolvimento de trabalhos anteriores por Ongs, sindicatos, outros parceiros da instituição’(...) Essas informações indicam que a Associação Nossa Turma não atendia as condições previstas no Edital para habilitação e sua proposta também não atendia integralmente as condições editalícias’.66. Em 2011 a CGU considerou as recomendações atendidas (peça 34, p. 456).Razões de justificativa

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67. O responsável afirma (peça 34, p. 7) que se tratava de chamamento público para celebração de convênio, que não tem o mesmo rigor de um procedimento licitatório, em que há contraposição de interesses e contratação de um objeto.68. O objeto do convênio era o atendimento de crianças e adolescentes. Não se trata de atividade comercial, em que há muitos interessados.69. Acrescenta:‘Conforme consta da Ata da Sessão à folha 136 dos autos do Processo Administrativo, após a abertura do envelope documentos e da proposta, constou-se algumas pequenas irregularidades na documentação, comprometendo-se a entidade a saná-las. E posteriormente, aberta a proposta técnica, foi solicitada a complementação da documentação à entidade, fixando-se prazo, sendo a documentação apresentada no prazo estabelecido.Veja que se tratava de uma única participante no certame e que sua desclassificação/recusa da proposta levaria o certame a ser fracassado. Visando o sucesso do certame, foi concedido o prazo para as regularizações determinadas, visto que não há norma legal que impossibilite tal ação’.70. Explica que não há norma proibindo a complementação da documentação, especialmente porque havia uma única entidade interessada.71. Além disso, fazendo o paralelo com o art. 48, § 3º, desclassificar a proposta ou inabilitá-la, e conceder o prazo de oito dias úteis para regularização da proposta/documentação, teria o mesmo efeito prático alcançado com o procedimento adotado pela Comissão, contudo mais custoso, à medida que envolveria duas novas publicações, e demandaria mais tempo.Análise72. De fato, o art. 48, §3º, da lei de licitações, permite que, quando todas as propostas forem desclassificadas, seja concedido prazo adicional para regularização. Isso visa racionalizar os procedimentos administrativos, evitando uma demora excessiva na contratação. 73. No caso em apreço, a situação é análoga. Propõe-se acatar as razões de justificativa.X. Precariedade do Plano de Trabalho do Convênio 139/2009Situação encontrada74. A CGU aponta as seguintes falhas (peça 8, p. 154 – item 2.1.12.4): a) não existir uma clara vinculação entre a data de celebração do convênio e o período de atividades escolares;b) não foram fixadas metas que permitam avaliar de maneira objetiva o sucesso da execução do convênio;c) não foram indicados os profissionais que irão atuar com cada turma, de modo a fornecer elementos que permitam avaliar a adequação do orçamento e a determinação de pontos de controle para a avaliação da economicidade e execução do convênio.Razões de justificativa75. O responsável reconhece a falha e informa que as correções foram adotadas no Chamamento Público 01/2012 (peça 34, p. 7).Análise76. O próprio responsável reconhece a falha. A posterior correção das irregularidades não elide a falha. Propõe-se rejeitar as razões de justificativa.XI. Precariedade na prestação de contas de convênioSituação encontrada77. Trata-se da constatação 2.1.12.5 do Relatório de Auditoria de Gestão (peça 8, p. 156), referente ao Convênio 82/06. Informa-se que as despesas efetuadas não estão relacionadas com as ações previstas no plano de trabalho e com os recursos repassados à associação, que não houve comprovação do vínculo dos profissionais relacionados nas prestações de contas com as ações previstas no plano de trabalho e que não há a verificação nem o ateste do cumprimento de metas estabelecidas no plano de trabalho.

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78. A CGU informa que, em 2011, a recomendação ainda não havia sido implementada (Nota Técnica 21066, peça 34, p. 490/491)Razões de justificativa79. O responsável alega (peça 34, p. 8):80. ‘Conforme relatado nas providências anteriores, relacionadas com o projeto da Nossa Turma, no chamamento público vigente foi elaborado um plano de trabalho detalhado a fim de organizar a prestação de contas relacionando as despesas efetuadas com as ações previstas no referido plano.’Análise81. Correções implementadas nos convênios posteriores não afastam as irregularidades anteriormente cometidas. Propõe-se rejeitar as razões de justificativa.XII. Não atendimento das determinações contidas nos itens 9.1.1.1 e 9.1.1.2 do Acórdão TCU-Plenário n° 2.132/2010, que trata da verificação da conformidade dos contratos de terceirização de mão de obra nas empresas estatais.Situação encontrada82. O citado acórdão deu o prazo de 6 meses para que se efetuasse levantamento para identificar e regulamentar as atividades passíveis de terceirização. Em seguida, deveria haver identificação das terceirizações irregulares e sua correção.83. A CGU informa que tal determinação não foi atendida.Razões de justificativa84. Os responsáveis alegam (peça 34, p. 8) que em 2011 foi concluído o levantamento (item 9.1.1 do Acórdão), e o resultado foi encaminhado por meio do Ofício 152/2011/PRESD. Análise85. O acórdão foi publicado em 01/09/2010 e conteve determinação dirigida ao MPOG, não às estatais. ‘9.1. com fundamento no art. 45 da Lei nº 8.443/1992, c/c o art. 71, inciso IX, da Constituição Federal, determinar ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, por intermédio do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais - DEST, que:9.1.1. expeça orientação formal às empresas estatais a fim de que:9.1.1.1. no prazo de 6 (seis) meses, efetuem levantamento no intuito de identificar e regulamentar, em todos os níveis de negócio, mediante análise criteriosa de suas rotinas e procedimentos, as atividades passíveis terceirização, de modo a separá-las de acordo com sua natureza (v.g. conservação, limpeza, segurança, informática, assessoramento, consultoria, e outras), em consonância com as disposições do Decreto nº 2.271/1997 e da Súmula TST nº 331;9.1.1.2. no prazo de 2 (dois) meses, contado a partir do cumprimento da medida descrita no subitem anterior, confrontem os objetos de todos os contratos de prestação de serviços terceirizados em andamento com as atividades identificadas a partir do levantamento acima, e identifiquem o número de trabalhadores terceirizados que se enquadrem em alguma das seguintes situações irregulares: ocupação de atividades inerentes às categorias funcionais previstas no plano de cargos da empresa; exercício de atividade-meio e presença de relação de subordinação direta e pessoalidade; e exercício de atividade-fim; e9.1.1.3. no prazo de 4 (meses), contado a partir do cumprimento da medida descrita no subitem anterior, remetam ao DEST plano detalhado para substituição, num prazo de 5 (cinco) anos, de todos os trabalhadores que se enquadrem nas situações relatadas no subitem acima por empregados concursados, em atenção ao art. 37, inciso II, da Constituição Federal, o qual deverá contemplar cronograma informativo sobre o número e o percentual de substituições previstas em cada ano;9.1.2. consolide os planos apresentados pelas empresas estatais em decorrência da medida indicada no subitem 9.1.1.3 retro e encaminhe o resultado desse trabalho a este Tribunal, para apreciação, à semelhança do ocorrido no Acórdão nº 1.520/2006-Plenário - relativo à terceirização no âmbito da Administração Pública Direta, Autárquica e Fundacional.’

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86. O acórdão deu prazo de 6 meses para a primeira etapa – realização do levantamento. Se o acórdão foi publicado em setembro de 2010, não se pode falar em descumprimento do acórdão no exercício de 2010. O descumprimento, se tiver ocorrido, foi em 2011.87. Além disso, em 2011 a CGU considerou atendida a recomendação (peça 34, p. 448).88. Propõe-se acatar as razões de justificativa.XIII. Reiteração das práticas de contratação e nomeação para funções de confiança e cargos em comissão em desacordo com as determinações do TCU89. Trata-se da constatação 2.1.7.1 (peça 8, p. 66). Aponta-se que há 5 anos a CGU identifica irregularidades na contratação e nomeação para funções de confiança e cargos em comissão, o que acarretou nos Acórdãos 1727/2008-2ª Câmara, 6370/2009-1ª Câmara e 839/2011-2ª Câmara. Houve também um Termo de Compromisso de Ajuste de Conduta – TAC 24/2009 – firmado entre Ceagesp e Ministério Público do Trabalho.‘Acórdão 1.727/2008, Segunda Câmara; Processo 019.170/2006-4 (Prestação de Contas -Exercício: 2005): 9.8. determinar à Companhia de Entrepostos e Armazéns do Estado de São Paulo - Ceagesp que: 9.8.1. observe que, quando da contratação de .funcionários para seus quadros, o mero preenchimento de formulários/declarações pelos candidatos não supre a apresentação de documentação comprovatória de que estes atendem aos requisitos exigidos para o cargo pelo edital de concurso público e/ou pelo Plano de Cargos, Carreiras e Salários da Ceagesp; 9.8.2. faça constar das pastas funcionais de seus funcionários documentação completa que comprove a regularidade da contratação; 9.8.3. reveja seu plano de cargos de modo a definir com clareza as atribuições de cada cargo, evitando o provimento de funções que se caracterizariam como cargos, sem a realização prévia de concurso público.’‘Acórdão nº 6.370/2009, Primeira Câmara; Processo TC-018.882/2008-5 (Prestação de Contas - Exercício: 2007): ‘1.5. Determinar: 1.5.1 à Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo - Ceagesp que: (...) c) abstenha-se de contratar funcionários para cargos em comissão que não atendam ao pressuposto para o exercício do cargo: relação de confiança e função de assessoramento à Presidência e à Diretoria, atentando-se para que as atividades exercidas não se caracterizem como permanentes e rotineiras, passíveis de serem realizadas por ocupantes de cargos cujo provimento se dá por meio de concurso público; d) regularize a situação dos funcionários de matrículas 49792, 49788 e 49662, que não possuem os requisitos exigidos para o cargo.’Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta n° 24/2009, firmado em 02/03/2009 entre a CEAGESP e o Ministério Público do Trabalho - Procuradoria Regional do Trabalho da 2ª Região: ‘CLAÚSULA PRIMEIRA. A CEAGESP se compromete, nas suas contratações de pessoal para ocupar funções de confiança e cargos em comissão, declarados de livre nomeação e exoneração, observar o seguinte: I. As funções de confiança, declaradas de livre nomeação e exoneração, devem ser exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de emprego permanente (concursados), apenas nas atribuições de direção, chefia e assessoramento (CF, art. 37, V); II. Os cargos em comissão devem ser preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, para execução de atribuições de direção, chefia e assessoramento superior relacionados exclusivamente aos encargos referentes à gestão da entidade. Parágrafo único. Somente serão criadas e mantidas funções de confiança e de comissão desde que as respectivas atribuições sejam compatíveis com a natureza desta espécie de investidura, não sendo admitido, para este fim, o exercício de tarefas meramente burocráticas ou operacionais e de natureza

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puramente profissional, tais como de auxiliar administrativo, assistente administrativo e auxiliar e assistente de gabinete. CLÁUSULA SEGUNDA. A Ceagesp se compromete a adequar o quadro de pessoal ao disposto no artigo 37, incisos II, V e IX, da Constituição da República, especialmente quanto aos servidores admitidos sem concurso público para funções de confiança ou cargo de comissão, cujas respectivas atribuições sejam incompatíveis com a natureza desta espécie de investidura, efetuando a demissão dos trabalhadores contratados irregularmente, observado o disposto no Enunciado 363 do C. TST, no prazo de 14 (catorze) meses.’90. Em 15/2/2011 o TCU reiterou a determinação por meio do Acórdão 839/2011:91. ‘Alertar à Ceagesp que a reincidência no descumprimento das determinações constantes do Acórdão TCU n° 1727/2008 - Segunda Câmara poderá ensejar a aplicação de multa aos responsáveis’.92. A CGU constatou nova irregularidade em plena vigência do TAC (peça 8, p. 70 e 71). Há ainda dois funcionários não concursados ocupando cargos privativos de funcionários de carreira.93. Ressalte-se que, em 2011, a CGU considerou as recomendações atendidas (peça 34, p. 464).Razões de justificativa94. Os responsáveis noticiam a solução das irregularidades em 2012:‘As inconsistências detectadas à época foram regularizadas pela Administração da Cia. Através da Portaria n° 01/2012, de 09/01/2012, foi instaurada Comissão de Sindicância visando à apuração de responsabilidades, conforme podemos observar através do Relatório Final. (Anexo V)Quanto aos quadros do Relatório de Gestão, destacamos que todas as revisões foram realizadas para que as informações fossem encaminhadas corretamente.A área de Auditoria Interna implementou a recomendação referente ao trabalho específico para apurar a ocorrência de outros cargos privativos de nível superior por funcionários com escolaridade insuficiente, tendo em vista a permanência do empregado de matrícula 22470 nessa situação desde 2003, o qual foi devidamente previsto no PAINT/2012 - RE PA 004 03 12 de 09/03/2012 e encaminhado ao Controle Interno Federal- via RAINT (lº Trimestre de 2012). (Anexo VI)’Análise95. O fato de a irregularidade ter sido corrigida em 2012 não modifica o fato de que ela se perpetuou durante o ano de 2010, mesmo após reiteradas recomendações de CGU e determinações do TCU.96. Propõe-se rejeitar as razões de justificativa.XIV. Inconsistências entre os pagamentos de adicionais de insalubridade realizados em 2010 e os Laudos Técnicos das Condições Ambientais de Trabalho vigentes97. Trata-se da constatação 2.1.8.1 (peça 8, p. 85). Apontam-se as seguintes falhas:a) assinatura de laudos por engenheiro de segurança do trabalho com número incorreto de registro no Ministério do Trabalhob) ausência de assinatura do engenheiro de segurança do trabalho no laudo do armazém graneleiro de Palmital, de 25/11/2010c) ausência de laudo para o Frigorífico de Iguaped) recebimento de taxas de adicional de insalubridade diferenciadas por alguns funcionários em função dos mesmos laudos, que não preveem distinção por cargose) recebimento de taxas de adicional de insalubridade de 40% por funcionários de certos setores, enquanto as distinções do laudo de 05/01/2010 são por cargo, sem ter sido evidenciado o grau de risco de cada um.Razões de justificativa98. Sobre o erro na assinatura do laudo, explicam que houve falha na hora de aproveitar arquivo eletrônico anterior (depreende-se que se trata da utilização das funções ‘copiar’ e ‘colar’ do Word). Ressaltam que a área responsável já fez a correção.

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99. Quanto à ausência de laudo para o armazém de Palmital, explicam que houve apenas falha na tramitação interna do documento, eis que a via assinada não estava armazenada na pasta coletiva de LTCAT’s, que fora apresentada à CGU.100.Em relação à ausência de laudo para o frigorífico Iguape, informam que tal frigorífico está desativado.101. Sobre os pagamentos de adicional de insalubridade, atestam que são realmente devidos:102.‘Todos os cargos operacionais da SEMAC - Seção de Manutenção Civil, respeitadas as especificidades de cada um, desempenham atividades em contato com agentes biológicos, portanto fazem jus ao adicional em grau máximo, conforme item 6.3 do LTCAT. (Anexo VIII)103. Os cargos operacionais da SESAR - Seção de Serviços de Apoio e Reciclagem de lixo (Auxiliar de Serviços ou Produção - Gerais) estão sujeitos a agentes biológicos em grau máximo, conforme item 6. 3 do LTCAT.Todos os cargos da SEMAM - Seção de Manutenção Mecânica desempenham atividades em contato com agentes químicos liberados da atividade de solda elétrica, estando todos sujeitos aos agentes químicos em grau máximo.De forma a tornar mais fácil a interpretação dos graus de insalubridade devidos, estão sendo tomadas as seguintes providências:Inserção no laudo técnico da Matriz do grau de insalubridade devido a cada cargo, de forma a tornar mais fácil a interpretação dos graus de insalubridade devidos.Inclusão do Anexo 14 da NR15 - agentes biológicos no enquadramento do cargo - Oficial de Manutenção, considerando-se que todos os oficiais de manutenção desenvolvem atividades que geram direito ao adicional de insalubridade em grau máximo, pois todos desenvolvem atividades de montagem, modificação e conservação de rede de tubulação de esgoto, condutores de água, etc., localizando defeitos e vazamentos; instalam e/ou consertam vasos sanitários, calhas, bombas, válvulas sanitárias, rede hidráulica de anti-incêndio, encanamentos gerais, etc.; efetuam soldagens, desentupimentos e substituições de peças e trabalhos em galerias, fossas e tanques de esgoto.’Análise104. Quanto aos três primeiros pontos - assinatura de laudos por engenheiro de segurança do trabalho com número incorreto de registro no Ministério do Trabalho, ausência de assinatura do engenheiro de segurança do trabalho no laudo do armazém graneleiro de Palmital, de 25/11/2010 e ausência de laudo para o Frigorífico de Iguape – ficou esclarecido que se trata apenas de falhas procedimentais, sem maiores impactos no conteúdo dos laudos.105. Quanto ao adicional de insalubridade, há manifestações em sentido contrário – da CGU e da Ceagesp. 106. Considerando que, neste processo, o apontamento da CGU não está suportado por documentos (evidências), afasta-se o questionamento.107. Propõe-se acatar as razões de justificativa.XV. Falhas nos controles dos empréstimos consignadosSituação encontrada108. Trata-se da Constatação 2.1.8.3 (peça 8, p. 88). Houve caso de desconto em folha, sem a adequada informação ao banco sobre o repasse de valores efetuados. O funcionário, além de ter os valores descontados, ainda foi tido como inadimplente junto ao Banco, o que resultou em ação contra a Ceagesp.109. Noticia-se também a existência de 28 funcionários sem salário líquido a receber.110. Em 2011 a CGU considerou que as recomendações foram atendidas (peça 34, p. 445)Razões de justificativa111. Os responsáveis explicam que adotaram providências para corrigir o problema:112.‘Os limites de concessão de empréstimos foram revistos pela área de Recursos Humanos, considerando-se os demais descontos gerados no mês. Foi negociada a suspensão temporária do adiantamento quinzenal dos funcionários que não possuíam saldo para quitação mensal e as cópias

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dos comprovantes de quitação serão arquivadas no setor juntamente com a relação de funcionários/valores informados pela instituição financeira para desconto. Com essas ações, entendemos que houve fortalecimento dos controles relacionados aos empréstimos consignados.’Análise113. Sobre a falha que resultou na ação judicial, ocorreu em 2008 (peça 8, p. 88), não cabendo a análise nas presentes contas. 114. Sobre o limite para empréstimo consignado, não foi em momento algum fornecido o critério (base legal) para a audiência, não sendo possível confrontar a conduta dos responsáveis com o que seria correto para o caso em apreço.115. Propõe-se acatar as razões de justificativa.XVI. Funcionários afastados em situação de débito para com a CeagespSituação encontrada116. Trata-se da Constatação 2.1.8.4 (peça 8, p. 94). Informa-se que existem funcionários afastados, sem salário líquido a receber, mas que deveriam ter desconto em folha. Com isso, o saldo devedor junto à Ceagesp só aumenta.Razões de justificativa117. Segue manifestação dos responsáveis:‘A CODIN realizou trabalhos na área e encaminhou as devidas recomendações através do Relatório de Auditoria - RE PA 033 12 11 de 29/12/2011, (Anexo IX), visando aprimorar os controles internos da SESMT e os procedimentos necessários para cobrança, vejamos:- Efetuar levantamento analítico (mês a mês) dos débitos oriundos de insuficiência de saldo, desde a data do afastamento do funcionário, e, posteriormente, encaminhar essas informações ao DEJUR - Departamento Jurídico, para adoção das medidas judiciais cabíveis para cobrança;- Estabelecer procedimentos de cobrança no decorrer do exercício, com o objetivo de eliminar a ocorrência de débitos provenientes de insuficiência de saldo de funcionários afastados.Atualmente, o levantamento dos débitos é feito mensalmente, e cobrado os valores dos funcionários.Os que não fazem acordo administrativo para quitação do débito são comunicados ao DEJUR para cobrança judicial apenas nos meses de maio e dezembro.Foram ajuizadas sete ações de cobrança de débitos, das quais quatro resultaram em acordo, duas ações estão em andamento e houve a desistência de uma ação por parte da Ceagesp pois foi identificado que o objeto era divergente do abordado nas outras ações.’Análise118. Não está claro exatamente qual o fato questionado, sobre o qual os gestores deveriam se defender. Não se sabe se é porque permitiram que ocorresse a situação de saldos devedores crescentes, ou se porque, uma vez que tal situação ocorreu, demoraram a tomar providências.119. Não há qualquer detalhamento de quando e por que cada situação irregular ocorreu, não sendo possível vincular a ocorrência especificamente ao exercício de 2010. 120. Sobre a adoção de providências, os gestores informam que têm iniciado procedimentos de cobrança, que é a medida esperada para o caso. Faltam dados no processo para afirmar se houve ou não demora indevida na instauração de tais procedimentos.121. Propõe-se acatar as razões de justificativa.XVII. Fragilidade do sistema informatizado da folha de pagamentosSituação encontrada122. Trata-se da constatação 2.1.8.5 (peça 8, p. 96). O detalhamento da CGU foi o seguinte.123. Na planilha encaminhada em resposta à SA n° 01, a data de readmissão das matrículas de funcionários que estavam lotados irregularmente teria sido 04/01/2010, quando na verdade a regularização ocorreu em 04/01/2011. 124. O funcionário de matr. 22470 aparece na planilha como possuindo Ensino Superior Completo, quando na verdade não completou tal grau de escolaridade.

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125. Os recibos de férias não dispõem da discriminação dos valores pagos (adicionais e horas extras). Há ainda necessidade constante de acertos manuais. 126. Em síntese, há procedimentos feitos de forma manual e necessidade de conferência e correção de erros recorrentes no sistema, demonstrando o risco de realização de pagamentos incorretos a que a companhia está submetida com sua utilização. Razões de justificativa127. Informa-se que a Ceagesp celebrou um contrato para prestação dos serviços técnicos especializados de desenvolvimento e manutenção de sistemas e de aplicativos Web. Também está em fase de elaboração, o Termo de Referência para contratação de serviços de estudo, elaboração e implantação do PDTI, e de planejamento estratégico situacional para o DETIN-Departamento de Tecnologia da Informação.Análise128. Não foi apontada nenhuma desobediência a normativos, ou a ocorrência de dano ao erário. Ou seja, não há indicação do critério (lei, norma, acórdão, etc.) que foi descumprido. Apontaram-se fragilidades nos controles internos que, se não corrigidas, acarretam forte risco de ocorrência de irregularidades. Trata-se, portanto, de uma real recomendação, de natureza operacional, que, tomando por base as informações prestadas pelos responsáveis, vem sendo observada pelo órgão.129. Propõe-se acatar as razões de justificativa.XVIII. Ausência de elaboração do Plano Estratégico de Tecnologia da Informação – PETI da CeagespSituação encontrada130. Trata-se da Constatação 2.2.1.1 (peça 8, p. 162). Aponta-se que não foi elaborado plano para a área de TI e que as ações constantes do Plano Estratégico Situacional não foram concluídas. Razões de justificativa131. Em síntese, os responsáveis explicam que em 2012 deram início ao atendimento às recomendações no primeiro trimestre de 2012.‘As recomendações do órgão de Controle Interno foram observadas pela Administração, no primeiro trimestre de 2012, momento em que foi iniciada uma parceria para troca de informações e conhecimento entre a Ceagesp e Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação - SLTI do MPOG.Foram levantadas as necessidades das áreas, com os respectivos gestores, para elaboração do Termo de Referência visando a contratação de serviços de estudo, elaboração e implantação do PDTI, e de planejamento estratégico situacional, através dos Processos Administrativos 026 e 033/2013 respectivamente.Foi criado um novo comitê, através da Portaria n° 008 de 05/04/2012, o qual se encontra atuante. Existe o acompanhamento através da Secretária Executiva da Presidência que registra todas as reuniões e deliberações realizadas a fim de certificar e comprovar a atuação deste Comitê.’Análise132. Não foi apontada nenhuma desobediência a normativos, ou a ocorrência de dano ao erário. Ou seja, não há indicação do critério (lei, norma, Acórdão, etc.) que foi descumprido. Apontou-se ausência de planos estratégicos que, se não elaborados e implementados, podem prejudicar o desempenho da entidade. Trata-se, portanto, de uma real recomendação, de natureza operacional, que, tomando por base as informações prestadas pelos responsáveis, vem sendo observada pelo órgão.133. Propõe-se acatar as razões de justificativa.XIX. Ausência de Comitê Gestor de Segurança da InformaçãoSituação encontrada134. Trata-se da constatação 2.1.2.2 (peça 8, p. 166). Segundo a CGU, a Ceagesp não instituiu um Comitê Gestor de Segurança da Informação como área específica responsável pela implementação da

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Política de Segurança da Informação para seus usuários. A função é realizada pelo DETIN (Departamento de Tecnologia de Informação), não havendo segregação de funções. 135. A política de segurança de informação existente corresponde apenas à política de acesso e de atribuição de senhas aos seus usuários para os diversos sistemas de informação, conforme consignado nos normativos NG02 - Rede Corporativa da Ceagesp - Política de Uso e AD12 - Procedimentos para Utilização dos Recursos de Informática, aprovadas nas reuniões, N° 25 de 22/06/2007 e N° 16 de 29/04/2008, da Diretoria da Unidade. As normas são divulgadas aos funcionários na intranet da CEAGESP.Razões de justificativa136. Os responsáveis limitam-se a descrever as ações tomadas em 2012 para dar cumprimento à recomendação. Alegam que a legislação e as normas vigentes não obrigam as sociedades de economia mista a instituir tal comitê.Análise137. É exatamente o mesmo caso abordado no tópico anterior. Não foi apontada nenhuma desobediência a normativos, ou a ocorrência de dano ao erário. Ou seja, não há indicação do critério (lei, norma, acórdão, etc.) que foi descumprido.138. Novamente, propõe-se acatar as razões de justificativa.XX. Ausência de um processo de trabalho formalizado e específico na contratação de bens e serviços de TISituação encontrada139. Trata-se da Constatação 2.2.1.4 (peça 8, p. 170). Informa-se que a aquisição de bens e serviços de TI é baseada em normas aplicadas pela companhia para a contratação de bens e serviços gerais. Razões de justificativa140. Os responsáveis informam (peça 34, p. 14) as medidas adotadas em 2012 e 2013 para dar cumprimento à recomendação. As medidas ainda estão em curso, sem que a recomendação já tenha sido efetivamente atendida.‘O novo modelo implantado, inclusive com a elaboração do PDTI e Comitês de TI e sub Comitê de Segurança, nos permitirá atender a recomendação da CGU, pois teremos estratégias definidas e ferramentas que nos permitirão adequar futuras aquisições com procedimentos mais elaborados e, portanto, mais formalizados.A implantação do modelo de gestão administrativa adotado pela Cia. que prima pelo planejamento estratégico, entre outras ações, vem sistematizando e organizando as aquisições do departamento e delimitando as contratações de bens e serviços mediante a discussão das necessidades das áreas.A CEAGESP está elaborando Termos de Referência para as contratações de empresas para prestação de serviços de consultoria pra elaboração de plano de modernização tecnológica, planejamento estratégico situacional e estudo, elaboração e implantação do PDTI, conforme processos 029, 033 e 026/2013 respectivamente. Salientamos que existe desde 2006 o Comitê de Tecnologia da Informação, cujo objetivo é discutir, orientar e sugerir as políticas referentes à tecnologia da informação da empresa, bem como estabelecer prioridades quanto à execução do orçamento destinado a TI.Ressaltamos também, que a Ceagesp celebrou um Contrato para prestação dos Serviços Técnicos especializados de desenvolvimento e manutenção de Sistemas e de Aplicativos WEB, conforme Processo 142/2010. (anexo XII)Estas informações foram encaminhadas à CGU em 15/04/2013 através do Plano de Providências Permanente 201109414, Nota Técnica 143/2013, 4ª análise.’ Análise141. Mais uma vez tem-se apenas uma recomendação da CGU, sem que exista claramente estabelecido o critério legal que teria sido desobedecido pela entidade. Propõe-se acatar as razões de justificativa.XXI. Pendências dos processos de inventário de bens patrimoniaisSituação encontrada

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142. Trata-se da constatação 2.1.5.1 (peça 8, p. 55). A CGU informa tratar-se de pendência recorrente desde 2006. 143. Há 1201 itens não localizados. A constatação também informa serem necessários ajustes no processo de controle de bens patrimoniais. Entre as pendências, está a identificação dos responsáveis pelos bens. Razões de justificativa144. Os responsáveis alegam (peça 34, p. 15):‘Foi realizada a abertura do Processo de Sindicância, através da Portaria n° 14 de 26/05/2011, cujo Relatório Final foi concluído pela Comissão em maio/2012. (Anexo XIII)Quanto à implementação das recomendações contidas no Relatório Final do Inventário Físico Patrimonial- 2010, além da anteriormente informada, seguem abaixo outras ações realizadas pela SEFIP - Seção Fiscal e Patrimonial:Foi cedido espaço físico de 58,65 m2 para guarda dos mobiliários da Companhia.Com relação ao sistema e emissão de relatórios que atendam às necessidades de controle patrimonial, com o objetivo de eliminar retrabalhos e inconsistências de informações será observado pelo DETIN nas novas contratações.Em outubro de 2010 foi implementada a utilização de um ‘Termo de Responsabilidade, Guarda, Uso ou Posse de Bens Móveis do Ativo Fixo’ (Anexo XIV), direcionado a todos os gestores visando conscientizar acerca das responsabilidades com os bens de seu departamento. Quanto às transferências essas são controladas pela SEFIP e demandadas via sistema - Lecon.Através da Portaria n° 023, emitida em 10/09/2012, foi instaurada uma Comissão para realização do Inventário Patrimonial 2012, visando à regularização e atualização de informações relativas ao Ativo Fixo da Companhia, devido à constatação de várias inconsistências apontadas no Relatório Final do Inventário Físico Patrimonial - 2010, a qual está em fase de elaboração do Relatório Final.Concomitantemente, está sendo realizada uma revisão na norma interna visando à adequação de alguns procedimentos e a inclusão das recomendações reportadas no trabalho de Sindicância -Portaria n° 14 de 26/05/2011, como por exemplo, o de Termo de Responsabilidade Individual.Estas informações foram encaminhadas à CGU em 15/04/2013 através do Plano de Providências Permanente 201109414, Nota Técnica 143/2013, 4ª análise.’Análise145. Os responsáveis demonstram providências adotadas após a ocorrência da irregularidade, o que não tem o condão de elidi-la.146. Propõe-se rejeitar as razões de justificativa.XXII. Pendências na conciliação de contas a receber junto ao Governo do Estado de São PauloSituação encontrada147. Trata-se de item recorrente nos relatórios de auditoria de gestão, desde 2006 (Constatação 2.1.3.1 – peça 8, p. 46).148. A questão sobre a conciliação de contas a receber do Governo do Estado de São Paulo decorre do processo da transferência do seu controle acionário, que em 9 de março de 1998 passou do Governo do Estado de São Paulo para o Governo Federal. Desde então, a Companhia vem suportando integralmente o ônus do pagamento de todas as condenações judiciais decorrentes de atos ocorridos antes da venda, embora esteja estipulado no Contrato de Promessa de Venda e Compra de Ações que continuaria sob responsabilidade do Estado o pagamento de qualquer passivo ou evento que atendesse cumulativamente as condições previstas na Cláusula Nona do referido Instrumento, débito esse que comportaria, dentre outros, os pedidos de complementação de aposentadoria dos empregados da Companhia.149. A CGU verificou que os valores registrados na contabilidade, como a receber do Governo do Estado, são muito superiores aos levantados por escritório de advocacia contratado para apurar valores de responsabilidade do Governo de São Paulo. A falta de conciliação acarreta atraso no recebimento dos valores referentes ao ressarcimento.

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Razões de justificativa150. Os responsáveis apenas informam as medidas adotadas nos anos subsequentes:‘Em 27.12.2012 foi assinado o Terceiro Termo Aditivo ao Contrato de Promessa de Venda e Compra de ações do Capital Social da Ceagesp celebrado entre a União e o Estado de São Paulo, conforme processo n° 17944.000405/97-32. O Estado assumiu a responsabilidade de ressarcir a União por qualquer passivo que cumulativamente não tenha sido considerado na avaliação para fixar o valor definitivo da Ceagesp tenha como causa fatos ocorridos anteriormente à data da transferência das ações; e reduza o valor do patrimônio líquido da Ceagesp (‘Superveniências passivas ''). Ainda segundo o termo aditivo, o Estado comprometeu-se a efetuar o pagamento direto das complementações de proventos de aposentadorias e pensões aos ex-empregados da Ceagesp que satisfaçam os requisitos estabelecidos no art. 8° da Lei Estadual nº 8.794, de 19 de abril de 1994 (‘Complementações’). O Estado assumirá o ônus das complementações amparadas em decisões judiciais transitadas em julgado, mediante incorporação do benefício na folha de pessoal do Estado (quando se tratar de prestações vincendas), ou então mediante o ressarcimento direto à Ceagesp (quando se tratar de prestações vencidas já pagas em juízo), o que possibilitará ressarcir-se dos valores pagos por consequência das decisões judiciais nos processos trabalhistas de Licença Prêmio, Corrida de Faixa, Pensão e Complemento de Aposentadoria movidos por ex-funcionários.No dia 27.03.2013, o Estado de São Paulo pagou à Ceagesp o equivalente aos 4 lotes de documentos encaminhados em 2012 à Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda do Estado de São Paulo contendo a relação e cópias dos processos trabalhistas para devido ressarcimento dos valores despendidos pela Companhia. Foi um total de 272 processos encaminhados.Até 31.03.2013 a analista contábil e advogada contratadas verificaram na contabilidade a existência de 379 processos trabalhistas, dos quais 341 estão conciliados e 38 em análise. No mês de março ocorreu a saída da Companhia da advogada, ficando os trabalhos de conciliação suspensos até sua substituição.’Análise151. O motivo da audiência não pode ser a existência da divergência de valores entre a Contabilidade e levantamentos paralelos, porque, como afirmado pela CGU, o problema é antigo, vindo desde 2006. A audiência se deve à demora na conciliação de valores.152. Pelo que consta no relatório da CGU (peça 8, p. 47 e 48), a Ceagesp adotou sim providências durante o ano de 2010, contratando escritório de advocacia para levantar a responsabilidade do Estado de São Paulo. Segue trecho do relatório da CGU:‘Para a conciliação efetiva dos valores é necessário que se compare as informações obtidas do levantamento do escritório de advocacia com as informações dos processos judiciais que resultaram nos arrestos e depósitos judiciais consignados no Balanço. A entidade preferiu iniciar essa segunda tarefa apenas com o encerramento do levantamento, como pode ser verificado no informe constante do Plano de Providências, em 15 de abril de 2011.’153. Se para realizar a conciliação é preciso comparar os valores levantados pelo escritório com as informações dos processos judiciais, parece razoável que o levantamento esteja concluído, em sua versão final, para então realizar a comparação, que será feita por consultoria contábil (vide peça 8, p. 48). Do contrário, haveria duas empresas diferentes atuando em paralelo, uma dependendo do resultado da outra, resultado esse que ainda seria provisório (eis que anterior à produção de relatório final conclusivo). 154. A própria CGU afirma que houve avanços na resolução do problema, mas que ainda restam pendências. 155. O ponto em questão é que, a julgar pelo relato da CGU, as medidas adotadas durante o ano de 2010 contribuíram para uma etapa da solução do problema. E não seria razoável atropelar a ordem dos trabalhos para antecipar a desejada conciliação.156. Propõe-se acatar as razões de justificativa.

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XXIII. Contratação de serviços de customização no Starsoft Applications por inexigibilidade de licitação sem a comprovação de exclusividadeSituação encontrada157. Trata-se da Constatação 2.1.10.4 (peça 8, p. 111). Trata-se de irregularidade que se repete desde 2007. A contratação por inexigibilidade não observa os requisitos do art. 25, I, da lei de licitações, tendo em vista que a certidão emitida em 30 de novembro de 2007, pela Divisão de Registro de Programas de Computador da Diretoria de Contratos de Tecnologia e Outros Registros do Instituto Nacional da Propriedade Industrial declara explicitamente que não atende aos requisitos referentes à exclusividade de fornecimento estatuída no artigo citado, para fins de ser considerada válida para contratação por inexigibilidade de licitação pelo poder público.Razões de justificativa158. Os responsáveis informam que o contrato não foi renovado, sendo encerrado em 14/7/2011 (peça 34, p. 16).Análise159. O posterior encerramento do contrato não justifica a irregular contratação.160. Propõe-se rejeitar as razões de justificativa.XXIV. Ausência de Projeto Básico e definição precária do objeto para a contratação do serviço de customização do Sistema StarSoft ApplicationsSituação encontrada161. Trata-se da constatação 2.1.10.5 (peça 8, p. 115). O fato é apontado desde 2008, sendo recorrente desde então. A CGU detectou falta de definição clara do objeto contratado. Razões de justificativa162. Os responsáveis apenas relatam as ações adotadas nos anos subsequentes, para que a falha não seja repetida. (peça 34, p. 16)‘Para aperfeiçoar as atividades de Planejamento da área de Tecnologia de Informação gerando uma adequada integração com as demais áreas da empresa foi instituído o Comitê de TI, através da Portaria n° 008 de 05/04/2012 o qual vem se reunindo, mensalmente, para debater, acompanhar e sugerir as diversas ações relacionadas ao tema.Cabe ressaltar que o DETIN em conjunto com o Comitê de TI, realizou trabalhos para elaboração do Plano Diretor de Tecnologia da Informação - PDTI à luz do Planejamento Estratégico da Ceagesp.Com a aquisição da ferramenta de desenvolvimento Web estamos em fase de implantação dos módulos de Folha de Pagamento e Controle de Tramite de Processos e temos planejado para os próximos passos o desenvolvimento dos módulos Compras/Almoxarifado, Contas a Pagar, Financeiro, Licitação e Contratos.’Análise163. Não foi apresentada justificativa para a irregularidade. Propõe-se rejeitar as razões de justificativa.XXV. Deficiência no acompanhamento da execução do contrato de serviços do sistema StarSoft ApplicationsSituação encontrada164. Trata-se da Constatação 2.1.11.2 (peça 8, p. 136). A falha decorre da irregularidade anterior. Dada a ausência de definição clara do objeto, as medições parciais são feitas sem critério, sem métrica adequada, sem avaliação do volume de serviços executados.Razões de justificativa165. Os responsáveis apenas informam as medidas corretivas adotadas nos anos subsequentes:‘Conforme informado anteriormente, a Starsoft não se enquadra na determinação do TCU, principalmente, no que diz respeito a transferência de tecnologia, assim a CEAGESP optou por trocar o sistema utilizado, como o contrato de serviços era para melhorias no sistema, este não foi renovado tendo seu encerramento em 14/07/2011.

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Visando o aperfeiçoamento dos procedimentos para planejamento e contratação de serviços, de modo que haja a definição clara e precisa dos serviços, os critérios de mensuração e aceitabilidade, entre outros elementos, sintetizados em um Projeto Básico que servirá de base para o processo licitatório e para o acompanhamento da execução dos serviços, o DETIN explanou aos membros do Comitê de TI o projeto de elaboração do Plano Diretor de Tecnologia da Informação - PDTI Serão realizados trabalhos em conjunto com o Comitê a fim de que se estabeleça o cronograma de aquisições/desenvolvimento possíveis para a Ceagesp ou seja, necessidades versus recursos disponíveis, e os responsáveis de cada área levarão seus respectivos levantamentos. As áreas do DETIN e COLIC - Coordenadoria de Licitações e Contratos, foram alertadas acerca da determinação do TCU, exarada no Acórdão 1727/2008 - Segunda Câmara a qual será integralmente observada para as próximas aquisições e/ou contratações.’Análise166. Correções posteriores não justificam a ocorrência da irregularidade cometida. Propõe-se rejeitar as razões de justificativa.XXVI. Ausência de rotina para avaliação da compatibilidade dos recursos de TI com as reais necessidades da CEAGESPSituação encontrada167. Trata-se da constatação 2.2.1.3 (peça 8, p. 166). A CGU aponta que, de forma geral, os softwares contratados junto a terceiros não atendem exatamente as necessidades das áreas a que se destinam, o que não resolve os problemas administrativos e operacionais, e gera retrabalho.Razões de justificativa168. Os responsáveis alegam (peça 34, p. 17):As contratações de bens e serviços realizadas pela CEAGESP seguiram as necessidades apontadas no Planejamento Estratégico da Cia.O novo modelo implantado, inclusive com a elaboração do PDTI e Comitês de TI e sub Comitê de Segurança, nos permitirá atender a recomendação da CGU, pois teremos estratégias definidas e ferramentas que nos permitirão adequar futuras aquisições com procedimentos mais elaborados e, portanto, mais formalizados e possíveis de avaliação.A implantação do modelo de gestão administrativa adotado pela cia. que prima pelo planejamento estratégico, entre outras ações, vem sistematizando e organizando as aquisições do departamento e delimitando as contratações de bens e serviços mediante a discussão das necessidades das áreas.A Ceagesp está elaborando os termos de referência para abertura de processos licitatórios, afim de sanarmos esta recomendação, conforme seguem: Processo 029/13 - Contratação de Serviços de Consultoria para elaboração de plano de modernização tecnológica; Processo 026/13 Contratação de serviços para estudo, elaboração e implantação do PDTI; Processo 028/13 -Aquisição de computadores, notebooks e tablets; Processo 027/13 - Reestruturação de Infraestrutura de rede lógica de dados.Análise169. Do modo como foi descrita a irregularidade, de caráter genérico, tem-se muito mais uma orientação para adequação operacional da empresa do que um achado bem definido com responsáveis identificados. Pelo relato, houve problema nas contratações, o que pode gerar dano ao erário, pela necessidade de retrabalho. Mas não há informação clara de quais foram os contratos com problema. Não há uma listagem identificando cada contrato e a falha que teria ocorrido em cada um deles, nem indicação de quando foram assinados, quem foi o responsável por aprovar o projeto básico licitado, enfim, não é possível vincular o achado especificamente à gestão dos responsáveis.170. A simples menção genérica a um problema da entidade não permite responsabilizar alguém pela falha. 171. Propõe-se acatar as razões de justificativa.XXVII. Deficiência na instrução do processo de contratação por dispensa de licitação de empresa para o fornecimento de energia elétrica para o Entreposto Terminal de São Paulo - ETSP

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Situação encontrada172. Trata-se da Constatação 2.1.10.6 (peça 8, p. 121). A CGU aponta que o processo de dispensa de licitação, para contratação de energia elétrica, não está adequadamente instruído. A falha ocorreu em 2008, e o processo permaneceu com falhas formais nos exercícios seguintes, tendo esta sido a causa da constatação. Por isso a irregularidade no ofício de audiência foi intitulada como ‘pendência de providências’.173. A entidade informou que não haveria outra opção para contratação de energia elétrica, fora a Eletropaulo. A única outra empresa disponível seria a Mercado Livre de Energia. O problema é que a Ceasa é alimentada em 13,8 kV e a Mercado Livre trabalha com 69 kV. Haveria necessidade de construção de uma subestação para transformar os 69 kV em 13,8 kV, bem como a construção de uma nova linha de transmissão. Não há estimativa dos valores destas obras, mas seriam valores vultosos. 174. Finalmente, a aquisição de autoprodutores ou produtores independentes colocaria a entidade em risco de desabastecimento. 175. Quanto ao mérito, a CGU acatou a explicação da Ceagesp, mas manteve o apontamento por conta dos problemas na instrução do processo de dispensa.Razões de justificativa176. Os responsáveis informam que foram adotadas medidas para corrigir o processo de dispensa. Não está claro pelo contexto quando tais medidas foram adotadas, presumindo-se que foram à época dos trabalhos da CGU. Acrescentam que a CGU deu a recomendação como cumprida (nota técnica 3290/2011 de 29/12/2011).Análise177. A irregularidade não é a contratação em si, visto estar caracterizado que não havia outra opção de contratação de energia elétrica. A falha foi não trazer isso de forma adequada para o processo de dispensa, formalizando o contexto da contratação. Falha esta que não ocorreu em 2010, ano correspondente a estas contas, mas em 2008. Quanto ao mérito da contratação, a própria CGU acatou os argumentos, restando apenas a questão do saneamento do processo, o que foi feito pelos responsáveis, conforme nota técnica da CGU.178. Assim, trata-se de uma falha estritamente formal, ocorrida em 2008, e que já foi saneada. Propõe-se acatar as razões de justificativa.CONCLUSÃO179. Em face da análise promovida nos itens I a XXVII da presente instrução, propõe-se acatar as razões de justificativa do Sr. Luiz Concilius Gonçalvez Ramos e acatar parcialmente as razões dos Srs. Jamil Yatim e Mário Murici de Lima Morais, uma vez que não foram suficientes para sanear as irregularidades retratadas nos itens I, IV, VI, VII, X, XI, XIII, XXI, XXIII, XXIV e XXV desta instrução.180. Em relação aos dois últimos responsáveis citados, propõe-se que suas contas sejam julgadas irregulares. Propõe-se, ainda, em atendimento ao disposto no parágrafo único do art. 19 da Lei 8.443/1992, a aplicação da multa prevista no art. 58, inciso II, do mesmo normativo legal. 181. Quanto às medidas corretivas para as irregularidades detectadas, relembre-se que todas elas estão sendo regularmente acompanhadas pela CGU. Como exemplos, citam-se as Notas Técnicas 3290/2011, 21066/2012 e 2798/2012, peça 34, p. 430, 477 e 500).182. Em relação às irregulares nomeações para função de confiança e cargo em comissão, já há proposta de determinação nas contas de 2011 (TC 046.873/2012-0).183. Deste modo, será apenas mantida a proposta de determinação constante da instrução anterior, referente às irregularidades nos contratos de telefonia.PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO184. Diante do exposto, submetem-se os autos à consideração superior, propondo:a) acatar as razões de justificativa do Sr. Luiz Concilius Gonçalvez Ramos;b) acatar parcialmente as razões de justificativa do Sr. Jamil Yatim, rejeitando-as com relação às irregularidades constantes dos itens b, j, l, m e n do Ofício 646/2013-TCU/Secex-SP (peça 27), reproduzidas nos itens XIII, XXI, XXIII, XXIV e XXV desta instrução;

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c) acatar parcialmente as razões de justificativa do Sr. Mário Murici de Lima Morais, rejeitando-as com relação às irregularidades constantes dos itens a, d, f, g, j, k da primeira parte do Ofício 645/2013-TCU/Secex-SP (peça 36), reproduzidas nos itens I, IV, VI, VII, X e XI desta instrução, bem como com relação às irregularidades constantes dos itens b, j, l, m e n da segunda parte do Ofício 645/2013-TCU/Secex-SP, reproduzidas nos itens XIII, XXI, XXIII, XXIV e XXV desta instrução;d) com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, b, da Lei 8.443/1992 c/c os arts. 19, parágrafo único, e 23, inciso III, da mesma lei, e com os arts. 1º, inciso I, 209, II, 210, § 2º, e 214, inciso III, do Regimento Interno, que sejam julgadas irregulares as contas dos Srs. Mário Maurici de Lima Morais, Diretor-Presidente, CPF 029.985.098-13, e Jamil Yatim, Diretor Administrativo e Financeiro, CPF 016.686.288-64;e) com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso I; 17 e 23, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso I, 207 e 214, inciso I, do Regimento Interno, julgar regulares as contas dos demais responsáveis arrolados à peça 3, dando-lhes quitação plena;f) aplicar aos Srs. Mário Maurici de Lima Morais, Diretor-Presidente, CPF 029.985.098-13, e Jamil Yatim, Diretor Administrativo e Financeiro, CPF 016.686.288-64, individualmente, a multa prevista no art. 58, inciso II, da Lei 8.443/1992 c/c o art. 268, inciso II, do Regimento Interno, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar das notificações, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), os recolhimentos das dívidas aos cofres do Tesouro Nacional, atualizadas monetariamente desde a data do presente acórdão até a dos efetivos recolhimentos, se forem pagas após o vencimento, na forma da legislação em vigor;g) determinar à Ceagesp, com base no § 2º, artigo 208, do Regimento Interno do TCU, que regularize, no prazo de 90 dias, a situação dos contratos de serviços de telefonia relativos às unidades do interior por meio da realização dos devidos processos licitatórios;h) determinar à Secex/SP que, em processo específico, acompanhe o cumprimento da determinação proposta no item ‘g’ acima”.

5. Em parecer de peça 38, o representante do Ministério Público junto ao TCU, Procurador Júlio Marcelo de Oliveira, manifestou-se de acordo com a proposta de encaminhamento.

É o relatório.

VOTO

Em exame a prestação de contas da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) relativa ao exercício de 2010.

2. Foram ouvidos em audiência o diretor-presidente, Mário Maurici de Lima Morais, o diretor administrativo e financeiro, Jamil Yatim, e o diretor técnico e operacional, Luiz Concilius Gonçalves Ramos quanto aos indícios de irregularidades apontados em relatório da CGU. As defesas apresentadas foram analisadas na instrução transcrita no relatório precedente, que concluiu, com a anuência do Ministério Público junto ao TCU, pela rejeição das defesas de Mário Maurici de Lima Morais e Jamil Yatim, com o consequente julgamento pela irregularidade das contas desses gestores, e pelo acolhimento das razões de justificativa de Luiz Concilius Gonçalves Ramos, de modo a julgar regulares as contas deste e dos demais responsáveis.

3. Registro, inicialmente, que acompanho o entendimento da Secex/SP e do MP/TCU quanto ao acolhimento das razões de justificativa de Luiz Concilius Gonçalves Ramos, tendo em vista que a CGU acatou a explicação da Ceagesp para a contratação de energia elétrica da Eletropaulo, e que as ressalvas quanto ao processo de dispensa de licitação referem-se ao exercício de 2008.

4. Quanto aos demais responsáveis ouvidos em audiência, as irregularidades não elididas, avaliadas em conjunto, justificam a reprovação das contas. O problema da ausência de licitação para a contratação de serviços de telefonia, notadamente nas unidades da Ceagesp situadas no interior de São Paulo, embora tenha sido objeto de ressalva por parte da CGU desde 2009, não havia sido totalmente

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solucionado até 2013, o que impõe a rejeição das justificativas e a expedição de determinação à entidade. Do mesmo modo, não pode ser aceito o descumprimento da exigência de apresentação de três propostas válidas para a realização de convites, assunto já pacificado no TCU, inclusive com a edição da Súmula 248. O fato de serem convidadas três empresas, ao contrário do alegado, não garante a lisura do procedimento e nem assegura um mínimo de competitividade à seleção.

5. Também desponta entre as irregularidades não elididas a intempestividade no atendimento a determinações do TCU. É o caso do Acórdão nº 3.017/2009-Plenário, publicado no DOU de 11/12/2009, cujo item 9.11 fixou o prazo de 30 dias para encaminhamento ao Controle Interno da TCE relativa ao Contrato 153/98.155.9812.01.070.02.01, firmado com a Roveri Advogados Associados. O diretor-presidente limitou-se a informar que a TCE foi encaminhada à CGU em 22/2/2013, sem apresentar qualquer justificativa para o significativo atraso observado, o que não pode ser aceito pelo Tribunal. As determinações para regularização das nomeações para funções de confiança e cargos em comissão somente foram atendidas no exercício de 2012, mesmo diante de reiterações do TCU e na vigência de um termo de ajustamento de conduta firmado pela Ceagesp com o Ministério Público do Trabalho. Esse descumprimento é de responsabilidade do diretor-presidente e do diretor administrativo e financeiro, como apurado pela unidade técnica, e deve ser sancionado com a multa prevista no art. 58, IV, da Lei nº 8.443/92.

6. Desse modo, proponho o julgamento pela irregularidade das contas de Mário Maurici de Lima Morais e de Jamil Yatim, com aplicação de multas no valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais) e R$ 7.000,00 (sete mil reais), respectivamente, e pela regularidade das contas dos demais responsáveis.

Ante o exposto, voto por que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto à 1ª Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 8 de julho de 2014.

JOSÉ MÚCIO MONTEIRO Relator

ACÓRDÃO Nº 3766/2014 – TCU – 1ª Câmara

1. Processo nº TC-034.474/2011-02. Grupo I, Classe II – Prestação de contas 3. Responsáveis: Alfredo Souza de Moraes Júnior (membro do Conselho Fiscal, CPF nº 467.796.711-34); Amaury Pio Cunha (membro do Conselho Fiscal, CPF nº 183.286.107-44); Arlon Viana Lima (membro do Conselho de Administração, CPF nº 308.200.908-59); Carlos Eduardo Esteves Lima (474.292.406-15); Darci Bertholdo (membro do Conselho de Administração, CPF nº 247.051.870-91); Fernando Antonio Cavallari (membro do Conselho Fiscal, CPF nº 048.262.408-64); Francisco Sérgio Ferreira Jardim (presidente do Conselho de Administração, CPF nº 191.025.697-87); Jamil Yatim (diretor administrativo e financeiro, CPF nº 016.686.288-64); João Batista da Silva Fagundes (membro do Conselho Fiscal, CPF nº 012.668.706-44); Júlio Domingues Possas (membro do Conselho Fiscal, CPF nº 976.222.574-00); Luciana Cortez Roriz Pontes (CPF nº 012.188.207-13); Luiz Concilius Gonçalvez Ramos (diretor técnico e operacional, CPF nº 049.672.408-87); Marcelo Saraiva Cavalcanti (presidente do Conselho Fiscal, CPF nº 666.510.421-49); Mario Maurici de Lima Morais (diretor-presidente, CPF nº 029.986.098-13); Paulo Nathanael Pereira de Souza (membro do Conselho Fiscal, CPF nº 008.457.448-87); Ricardo Coelho de Faria (membro do Conselho Fiscal, CPF nº 794.400.706-25); Sergio Feijão Filho (membro do Conselho Fiscal, CPF nº 010.171.738-50); Wagner Goncalves Rossi (membro do Conselho de Administração, CPF nº 031.203.258-72); William Braga de Brito (membro do Conselho Fiscal, CPF nº 152.012.521-68)

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4. Unidade: Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp)5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira7. Unidade Técnica: Secex/SP8. Advogado constituído nos autos: não há

9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos da prestação de contas da Companhia de

Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), relativa ao exercício de 2010.ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,

com fundamento no art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/92 e no art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno, e diante das razões expostas pelo Relator, em:

9.1. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “b”, 19, § único, e 23, inciso III, da Lei nº 8.443/92, julgar irregulares as contas de Mário Maurici de Lima Morais e de Jamil Yatim, e aplicar-lhes, individualmente, a multa prevista no art. 58, incisos II e IV, da referida lei, c/c o art. 268, incisos II e VII, do Regimento Interno do TCU, nos valores de R$ 12.000,00 (doze mil reais) e R$ 7.000,00 (sete mil reais), respectivamente, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias para comprovarem, perante o Tribunal, o recolhimento das dívidas ao Tesouro Nacional, atualizadas monetariamente desde a data do presente acórdão até a data do efetivo recolhimento, se foram pagas após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.2. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso I, 17 e 23, inciso I, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso I, 207 e 214, inciso I, do Regimento Interno do TCU, julgar regulares as contas dos demais responsáveis, dando-lhes quitação plena;

9.3. autorizar, desde logo, a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações;9.4. determinar à Ceagesp que regularize, no prazo de 90 (noventa) dias, a situação dos

contratos de serviços de telefonia relativos às unidades do interior por meio da realização dos devidos processos licitatórios;

9.5. determinar à Secex/SP que monitore o cumprimento da medida indicada no item anterior.

10. Ata n° 23/2014 – 1ª Câmara.11. Data da Sessão: 9/7/2014 – Extraordinária.12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-3766-23/14-1.13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Benjamin Zymler (na Presidência) e José Múcio Monteiro (Relator).13.2. Ministro-Substituto convocado: Augusto Sherman Cavalcanti.

(Assinado Eletronicamente)BENJAMIN ZYMLER

(Assinado Eletronicamente)JOSÉ MÚCIO MONTEIRO

na Presidência Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente)LUCAS ROCHA FURTADO

Subprocurador-Geral

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