Alunas: Beatriz Penteado de Oliveira2, Beatriz Silva Alves Medeiros1, Camila Jorente Granito1, Giovanna Padula de Paula1, Juliana Zanatto Martins2, Luiza da Silva Fidelis1, Maria Laura Silva Cunha2, Nayara Kristina Borsato Lino1, Samia Mara Lima Barbosa1 e Victória de

Oliveira Ruggieri.2

Turma: LOB1008; 1 turma de 8h; 2 turma de 10h

Matéria: Ciência, Tecnologia e Sociedade

Professor Responsável: Prof Francisco Sodero Toledo

INCENTIVO A PARTICIPAÇÃO POLÍTICA COM A UTILIZAÇÃO DE TIC’S

Lorena – São Paulo

9 de Novembro de 2018

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Escola de Engenharia de Lorena

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................5

2. METODOLOGIA................................................................................................................7

2.1. O funcionamento da estrutura política no Brasil..........................................................7

2.2. Explicação dos cargos selecionados para as eleições de 2018:....................................7

2.3. Um contexto histórico e atual sobre a democracia.......................................................8

2.4. As propostas e ideias dos candidatos à presidência da república para as eleições de 2018 8

2.5. Um auxílio para a hora de votar...................................................................................9

2.6. Debate...........................................................................................................................9

3. RESULTADOS.................................................................................................................10

3.1. Análise das respostas do primeiro formulário............................................................10

3.2. Feedback na página do Facebook...............................................................................16

3.3. Análise das respostas do segundo formulário............................................................17

4. CONCLUSÃO...................................................................................................................18

REFERÊNCIAS................................................................................................................20

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.......................................................................................................................................7

Figura 2.......................................................................................................................................8

Figura 3.......................................................................................................................................8

Figura 4.......................................................................................................................................9

Figura 5.....................................................................................................................................13

Figura 6.....................................................................................................................................13

Figura 7.....................................................................................................................................14

Figura 8.....................................................................................................................................14

Figura 9.....................................................................................................................................14

Figura 10...................................................................................................................................15

Figura 11...................................................................................................................................15

Figura 12...................................................................................................................................15

Figura 13...................................................................................................................................16

Figura 14...................................................................................................................................16

Figura 15...................................................................................................................................16

LISTA DE TABELAS

Tabela 1.....................................................................................................................................10

Tabela 2.....................................................................................................................................11

Tabela 3.....................................................................................................................................11

Tabela 4.....................................................................................................................................12

1. INTRODUÇÃO

O Brasil vive uma crise de representatividade, ou seja, a maioria da população

brasileira não se sente representada pelos políticos que estão no poder. Essa situação é séria,

pois as pessoas insatisfeitas são as que escolheram quem ocuparia os cargos.

Em mais de 500 anos de história política, o Brasil teve apenas 33 anos de democracia.

A falta de experiência política do brasileiro, alinhada com a falta de interesse na política

devido aos anos de não-participação, tem como consequência essa crise, que desperta

radicalismos políticos e figuras de liderança que concentram essas ideias radicais.

Nesse contexto, cabe analisar as eleições de 2018 como uma narrativa midiática, não

só nas mídias tradicionais como jornal, rádio e televisão, mas também nas novas tecnologias

de informação e comunicação (TIC’s), as redes sociais. Elas permitiram um grande avanço no

engajamento político do brasileiro, e estenderam a possibilidade de criação de conteúdo (que

antes era restrita a jornalistas e radialistas) a todos que tem acesso a internet. As redes sociais

permitem uma interatividade interessante, na qual todos podem expor suas opiniões e também

estão sujeitos a comentários e reações positivas ou negativas.

Esse projeto foi elaborado com o objetivo de comparar o engajamento político na

esfera acadêmica e na esfera nacional, analisando a participação perante os dois temas. Além

disso, incentivar o engajamento político dessas pessoas, com enfoque nas eleições de 2018.

Foi observado que os alunos da Escola de Engenharia de Lorena - EEL USP não

participam ativamente das atividades políticas do campus. O número de alunos envolvidos em

eleições de representantes, avaliação de disciplinas e outras questões que permitem a

participação dos discentes em decisões tomadas pela universidade são muito baixos. A partir

de um formulário, seria avaliada a validade dessa hipótese para outras faculdades em todo o

Brasil, além da relação disso com a participação na política nacional.

Visto que muitos brasileiros desconhecem o funcionamento do governo e as funções

dos cargos políticos, o projeto também focou na politização, principalmente, da parcela jovem

da população. Para isso, a utilização das novas tecnologias de informação são um ótimo

recurso, devido a frequência com que os jovens utilizam as redes sociais.

5

A partir de postagens no Facebook, abordar-se-iam tópicos como a função dos cargos

políticos, a organização do governo, as propostas de governo dos candidatos a presidente e

incentivo ao voto consciente.

Com isso, esperava-se inspirar a população a discutir política de um modo saudável e

praticá-la de maneira construtiva.

6

2. METODOLOGIA

O projeto foi desenvolvido por um grupo de 10 alunas da Universidade de São Paulo.

O desenvolvimento deste ocorreu em diferentes etapas. Inicialmente, foi determinado um

público alvo para selecionar os instrumentos da pesquisa, sendo assim, o público escolhido foi

os jovens universitários, pois estes estão em contato com política tanto no país quanto em suas

devidas faculdade e a aversão pela política dentro desse grupo tem aumentado a cada dia.

Com o auxílio das mídias sociais, sendo esta uma forma muito eficiente de atingir os

jovens, foi criado um grupo no Facebook com o nome Metidxs na Política. Nessa página, foi

explicada a intenção do grupo e, em seguida, foi criado um formulário, a fim de analisar o

envolvimento na política de cada participante.

Com os resultados do formulário, foi possível definir o tipo de publicação para ajudar

os jovens a, primeiramente, entender e participar mais da política. Por isso, vídeos, textos e

imagens explicativas foram selecionadas e criadas para serem postadas no grupo.

As principais publicações foram:

2.1. O funcionamento da estrutura política no Brasil.

Nessa série de postagem, as alunas se voltaram a explicar o formato do modo de

governo no país e as funções de cada um dos três poderes e de cada órgão que representa a

população brasileira.

Figura 1

2.2. Explicação dos cargos selecionados para as eleições de 2018:

Nessa publicação, foram explicadas as funções de cada um dos cargos que os eleitores

deveriam votar nas eleições deste ano.

7

Figura 2

2.3. Um contexto histórico e atual sobre a democracia.

Por meio de imagens, essa postagem explicativa buscava alcançar a população e

incentivar a participação política.

Figura 3

2.4. As propostas e ideias dos candidatos à presidência da república para as eleições

de 2018

Com dados retirados dos planos de governo, essa nova sequência de postagem,

realizada antes do primeiro turno, foi criada a fim de apresentar aos eleitores as pessoas de

cada candidato à presidência no ano de 2018.

8

Figura 4

2.5. Um auxílio para a hora de votar

Alguns dias antes da eleição, essa postagem tinha o intuito de dar um auxílio para os

eleitores que nunca votaram e também um lembrete para aqueles que já tem o costume de

votar.

2.6. Debate

Além das postagens, foi realizado um debate no qual as pessoas poderiam expor sua

opinião sobre o segundo turno das eleições deste ano.

Por fim, um último formulário foi criado com o intuito de coletar dados a respeito do

desempenho da página, se as postagens ajudaram quem as acompanhou. Os resultados

obtidos foram analisados visando atingir o objetivo do projeto.

9

3. RESULTADOS

3.1. Análise das respostas do primeiro formulário

Os resultados obtidos na pesquisa foram organizados nas tabelas abaixo.

Ensino Médio Particular - 222 pessoas

Para as perguntas 5\6 Não SimNão vai

votar

Nivel 1 2 3 4 5

1. Você se sente cidadão brasileiro? 4 8 52 58 101

2. Com que frequência você discute política no seu círculo social?

6 46 80 54 41

3. Você acompanha debates e notícias sobre as eleições e a política atual?

29 34 61 53 46

4. Você tem esperança na política nacional? 48 63 54 35 23

5. Você pretende votar esse ano? 34 188 - - -

6. Se sim, já tem algum candidato em mente? 81 107 34 - -

Tabela 1

Ensino Médio Público - 81 pessoas

Para as perguntas 5\6 Não SimNão vai

votar

Nível 1 2 3 4 5

1. Você se sente cidadão brasileiro? 0 1 19 20 41

10

Para as perguntas 5\6 Não SimNão vai

votar

Nível 1 2 3 4 5

2. Com que frequência você discute política no seu círculo social?

9 22 23 12 15

3. Você acompanha debates e notícias sobre as eleições e a política atual?

14 14 17 15 21

4. Você tem esperança na política nacional? 13 23 22 9 14

5. Você pretende votar esse ano? 11 80 - -

6. Se sim, já tem algum candidato em mente? 29 41 11 - -

Tabela 2

Faculdade Privada - 131 pessoas

Sim Não GostariaNão tenho

contato

Participa das eleições do grêmio ? 51 52 0 26

Sua universidade disponibiliza ferramentas para os discentes ?

73 18 0 40

Utiliza as ferramentas? 42 26 31 32

É participativo? 30 72 0 29

Tabela 3

11

Faculdade Pública - 116 pessoas

Sim Não GostariaNão tenho

contato

Participa das eleições do grêmio? 44 56 0 15

Sua universidade disponibiliza ferramentas para os discentes?

99 4 0 13

Utiliza as ferramentas? 47 28 34 7

É participativo? 22 84 0 10

Tabela 4

Não informou / não faz faculdade: 56 pessoas

Segundo os dados obtidos no questionário, foi possível analisar o que os jovens

pensam sobre a política e o posicionamento deles em relação a ela e ao Brasil de uma forma

geral. Para analisar as respostas, os jovens foram divididos em grupos segundo o perfil de

cada um. A divisão foi feita de acordo com a escolaridade e o tipo de instituição de ensino que

o participante frequentou da seguinte forma: ensino médio particular, ensino médio público,

faculdade privada, faculdade pública, não informou ou não fez/faz faculdade. A divisão por

escolaridade foi feita porque pensou-se que haveria uma grande diferença entre os indivíduos

de diferentes escolaridades devido à deficiência do ensino público, mas, como analisado nos

gráficos abaixo, o posicionamento dos dois em relação à política foi semelhante.

Dentre as respostas obtidas pelos indivíduos que fizeram o ensino médio em escola

particular, foi possível observar que a maioria é patriota, mas discute política com uma

frequência moderada no círculo social. Além disso, eles assistiram a alguns debates, mas não

todos; e têm pouca esperança na política nacional. Aproximadamente 85% deles pretendia

votar nessa eleição, e destes, 57% já havia escolhido, em meados de setembro, o candidato no

qual iria votar.

Para aqueles que fizeram o ensino médio público, observou-se que a maioria é patriota

e discute política no círculo social com pouca frequência. Além disso, as respostas em relação

à frequência (sempre, frequentemente, às vezes, raramente ou nunca) com que eles

12

acompanham os debates e as notícias sobre as eleições e a política nacional são bem

distribuídas. Estes têm um pouco de esperança na política nacional. A maioria pretendia votar

nessa eleição e cerca de 50% destes já sabiam em qual candidato votaria.

Em relação aos que fazem ou fizeram faculdade particular, metade deles participa do

grêmio estudantil e 70% estuda em universidade que disponibiliza esse tipo de ferramenta

para os discentes. No entanto, 40% dos universitários utilizam as ferramentas

disponibilizadas, 30% não as utiliza e 30% gostaria de utilizá-las, ou seja, o índice de

participação dos estudantes na política da universidade é baixo. Apenas cerca de 30% dos

entrevistados se considera participativo na política da universidade.

Os dados obtidos segundo os estudantes de universidades públicas mostram que 44%

deles participa das eleições do grêmio estudantil e 98% das universidades onde eles estudam

disponibiliza ferramentas para os discentes. Cerca de 46% utiliza as ferramentas, 20% não e

34% gostaria. Além disso, apenas 22% se sente participativo.

Abaixo estão os gráficos montados a partir dos dados coletados:

Figura 5

Figura 6

13

Figura 7

Respostas referente à faculdade particular:

Figura 8

Figura 9

14

Figura 10

Figura 11

Respostas referente à faculdade pública:

Figura 12

15

Figura 13

Figura 14

Figura 15

3.2. Feedback na página do Facebook

Inicialmente, os seguidores da página do Facebook participavam ativamente do projeto, o

que foi perceptível pelo fato de terem respondido ao questionário, curtido e comentado as

primeiras publicações. Além disso, eles acompanhavam mais as publicações informativas da

página Metidxs na Política. No entanto, foi possível observar que a participação dos

seguidores ao final do projeto foi extremamente menor que a inicial, o que reflete a falta de

16

interesse dos jovens brasileiros por informações sobre a política nacional. Observa-se que o

interesse dos jovens está relacionado às polêmicas no âmbito da política e a páginas de

política partidária.

Sendo assim, os jovens estão interessados por política, tendo em vista os grandes

movimentos nas redes sociais que ocorreram durante essa eleição, porém, tendem a procurar

informações apenas sobre aquilo que tem mais afinidade e concordam. Como a página

Metidxs na Política é uma página apartidária sobre a política nacional, ou seja, permaneceu

neutra e evitou conflitos, o interesse do público pela página diminuiu ao longo do tempo.

3.3. Análise das respostas do segundo formulário

Segundo os dados obtidos no segundo formulário sobre os posts na página, as

publicações auxiliaram 78% das pessoas na sua escolha para candidatos. Cerca de 65% dos

indivíduos acharam o conteúdo da página bom e 100% responderam que as publicações

ajudaram a compreender melhor o funcionamento da política no país.

Já referente às eleições, apenas 43% das pessoas votaram nos dois turnos.

17

4. CONCLUSÃO

O Brasil passa por uma crise representativa, ou seja, a maioria de sua população não se

sente representada pelos políticos que estão no poder. Por isso o descaso dos cidadãos por

participar da política do país com uma ênfase maior ainda não acontece, além de estar

associado com a falta de democracia plena na história do país. Só depois da Constituição

Cidadã (1988) que o país começou a experimentar a sensação de uma nação democrática, a

população como um todo poder expressar os seus desejos e insatisfações políticas. Saber que

o povo detém o poder nas mãos ainda é novo na cultura brasileira, refletindo diretamente no

caos atual da situação política do Brasil.

Como exercer a cidadania é uma das perguntas que mais apareceu na cabeça dos

brasileiros nesses últimos anos. O pensamento de que só com o voto é que se exerce o poder

participativo é um equívoco. Ser cidadão é muito mais do que apertar dois números na urna a

cada quatro anos; ser cidadão engloba estar ciente das ações que os representantes estão

fazendo, estar contribuindo com reivindicações, estar cobrando que cada político faça o que

deve ser feito, é saber quais são as funções de cada pessoa que está no governo de seu país, é

ajudar a manter a sociedade uma real comunidade, é fazer com que os direitos sejam

respeitados e que os deveres sejam exercidos.

Expressar o desejo de mudança foi visto nesses últimos 5 anos no Brasil como há

muito tempo não se via. Desde das paneladas, pedido de impeachment da Dilma, passeatas

nas ruas até a greve dos caminhoneiros, a paralisação do comércio e a indignação vista nas

redes sociais. Essa mobilização social atingiu um vasto número de casas no país; em cada

grupo da sociedade o assunto de como a política interfere no cotidiano apareceu em 2018.

Esse ano eleitoral foi diferenciado pelo movimento que gerou nas redes sociais. Essa

nova forma de comunicação, que permite a expressão da opinião de todos, mudou o formato

da propaganda política, que foi protagonizada pelos próprios eleitores. Isso se encaixa no

cenário de empoderamento do indivíduo explorado por Friedman.

Em contrapartida, por causa da pós-modernidade, o fácil acesso a notícias faz com que

não se aprofundasse esses conhecimentos, a alta volatilidade das notícias faz com que elas não

permaneçam na cabeça das pessoas por muito tempo, o grande fluxo delas mostra a

velocidade da sociedade; têm-se numa sociedade polarizada e radical, que não entende o

poder da internet e das fake news. Notícias falsas sendo divulgadas com intenção política

mostram o poder das TIC’s na atualidade combinado a falta de uma análise crítica das

18

informações, confirmando a fonte e os acontecimentos antes de compartilhá-los. Houve uma

grande separação no Brasil por causa da política. O país foi bipolarizado; as pessoas eram

chamadas de “bolsominion” ou de comunista; elas não estavam dispostas a ouvir e respeitar o

motivo do voto do outro, os olhos estavam vendados, ouvidos fechados e as bocas impondo

seus ideais. Isso fez alguns esquecerem que constituem uma nação, onde sua maioria são

brasileiros, e para que a mudança realmente aconteça é necessário que o povo junte a sua voz

em uma única.

Por fim, com toda a mobilização social que englobou uma ampla faixa etária no país, é

possível que a esperança de que uma Pátria Amada melhor se construa visto que o povo está

se juntando para que isso ocorra. A participação mais ativa da população, principalmente dos

jovens, o futuro da nação, na política está fazendo com que as pessoas possam ser chamadas

de cidadãs.

19

REFERÊNCIAS

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