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(Si*.;. ' *&:* y 6/*<-*0-s*- •¦ s <£¦'«£"»*"-, A^ ut ¦; f f -.';. ESGRIPT0R10 Rua Sete de Setembro n. 72 RIO DE JANEIRO # ASSIGNATURA Serie de 5 números 500 rs NUMERO AVULSO 100 RS. ' M, -eOE-0303- REVISTA HISTÓRICA, L1TTERAR1A E SCIENTIFIGÀ DE ARTES E OFFICIOS, ^GlifiSítAllM CONSAGRADA AOS INTERESSES DAS CLASSES OPERÁRIAS EDITADA H5 REDIGIDA PE1LO TYPOG-RAPHD J UDIO LADISLAU Fac. et spcra, Labor impmbus omnia vincit. aivivo i I>omia&£-o JY3 «te Sé&eBrilirò tlc i8^5> IV. 3 0 TRABALHO Rio, 14 dk Setembro. Em 1877 appareceu nesta capital uma pübíi- cação escriptá.por Tridan, hebdomadária, sob o titulo—Ecuos do povo. A epigraphe, extraliida dos Ensaios sobre o. situação, que servio de thema ao desenvolvi- mento d/esse assumpto, é sem duvida de um aproveitamento incalculavel,íde uma expressão tão robusta, que dir-se-hia arrancada do Evangelho, o livro-mestre da humanidade. Diz ella :— « Quando a liberdade periga, todo o cidadão deve ser um revolucionário. » A revolução, como nós a entendemos e des^- jamos, como essa que hoje se observa no mo- vimento patriótico de nossos irmãos operários da Ponta da Arêa, fazendo conferências, cha-, mando aos arraiaes do dever as classes que trabalhão, antepondo a palavra ao punho, o livro á força, a imprensa aos desregramentos do poder, combatendo o vicio e glorificando a vir- tude. è o principio sociológico viril da. geração nova que surge, á similhança da planta que re- benta da terra. Sob este ponto de vistai e emquanto se não manifestar o absolutismo que o esphito in*es- tigadar..parece.lobrigar nas tendências do po-. der, que a pretexto de economias arranca o pão á boca dos operários e os ameaça com a falta de luz e tecto, somos um revolucionário dessa espécie. Quando, porém, reconhecermos que esta pre sumpção não é uma chimerá, e que a realidade nos bate á porta, então não vaciilaremos em abraçar, bem a nosso pezar, não a revolução armada, que aliás não deixa de ser um pensa- mento philosophico, mas até o desenfreamenvo communistã, que, afinal, é também um direito dos povos. Pr» cure o governo purificar-se nas labar das do sacro-sántó fogo da pyra patriótica emquanto é tempo, emquanto àintèhsidadè desse elemento destruidor não ganha proporções gigantescas, porque, se o não fizer, mais tarde nem todas as águas das imponentes cordilheiras da fértil Amerie teião o poder de extinguir a cratera do vulcão para onde vai célere caminhando I Ainda no dia 2 do corrente mez achavamo- nos nas galerias do se iado e ouvimos o emi-. nente sena 'Or radical Silveira da Motta profligar com a sua voz aüctorisàda os abusos do Sr. ca- , itão do porto do Rio de Janeiro contra os pescadores brâzileiròs, mandando destruir os seus curraes de pescaria, reduzindo-os portanto á miséria, e privando a população d'csse tão necessário alimento I Apoiado instantemente pelo distincto senador mineiro Cruz Machado, o querido do povo bahiano, animado pela santidade, da causa que tão gloriosamente defendia, prendeu S Ex. ,por tal fôrma o auditório na occasiao que an- nunciou ao ministro da marinha ser o governo praguejado por essa e outros abusos, que pa- receu-n.>s um prophèta fallando aos crentes. Disse mais S. Ex., e disse com muito acerto, que a conseqüência de taes abusos era ser con- stantemente importunado com pedidos de em- pregos públicos! Pudera não!! Nessa parte foi apoiado pelo moderno senador o Sr. Dantas, tendo á sua direita o Sr. sena- dor Correia, que na occasiao pigarreou, me- cheu-sena cadeira, mas não tugio nem mugio, o que nos surprehcndeu, porquanto S. Ex. toma todos os dias tempo ao senado com assumptos de ne"huma importância para o paiz. Empregos públicos arranjados por quem tem honras do príncipe, para um pescador a quem o capitão do porto destruiu o curral, para um operário, a quem o Sr. Andrade Pintp des- pedio das oíücinas do arsenal de marinha !...» É irrisório I Faz bem o senador radical cm não pedir em- pregos publi os ; elles não se podem dar a quem pesca sard.nhas para abastecer a popu- 1 ção pobre, que se compõe de artistas. Esses empregos constituem o patrimônio dos filhos e parentes d'aquelles que, como disse S. Ex., arranjam privilégios e digerem o peixe da rua dos Boncls. COLLABORACAO USierdacle .c Ju&tiça. Parece que ' o espirito de alguns homens, construindo, destruindo e reformando theo- rias, ensaiou todos as tentativas no propósito de privar o operário de. seus legítimos destinos. As sociedades modernas, cançadas das lutas infrenes edesoladoras a que tôm sHo arrojadas, e querendo por um valoroso impulso reagir contra os erros legados pelas gerações trans- actas, caminham, procurando tocai- á esplen- dorosa estreila que lhes mostra a inteira igual- dade de direitos sociaes, garantida pelo res- peito do dever imposto á verdadeira liberdade; más, cáminTiâhdo^ navereda **dàV incerteza», jámáis chegarão ao marco de suas aspirações. Após a revolução franceza, essa vertigem da humanidade, que assignalou o derradeiro mo- mento do feudalismo e poz por terra o elemento theocratico, por que transformações não tem passado a sociedade ? 1... A vida social, cada vez rnai< esclarecida, ma- nifesta-sa nas differentes vidas de cada hõmcm, e nas suecessivas vid^s de cada geraç-io. Cada homem é a humanidade ; cada existência pes soai coopera e aquinhoa do geral aperfeiçoa- mento. COUSAS E LOUSAS A semana linda nasceu ao som de mudeas, ao rufar dos tambores, no meio do estou ar das .ijyrandolas e das salvas de artilharia, que o Zc-povinho paga com o que tira do pão de seus pequerruchos para festejar o annivcrsario da scena do Ypiranga por meio da qual o Brazil ficou sendo propriedade da familia bragantina. Dão-se d'estas cousas.,. Nós nos recordamos de ter assi.-tido em uma fazenda do interior aos festejos com que o proprietário celebrava seu annivcrsario natalicio. E os escravos, as victi- mas d'aqu-rdle indivíduo, acclamavam-o em altos gritos, énthu-iasticamente I .. Parece também que o dono d'esta terra, o viajante à col cVoiseau, que tem a coroa tão firme na inviobrvel cabaça, como o seu Mo reirinha tem na mão o rolho, o tronco, a forca e o credito de 200:0008000 para mandar busc&r sàlàmaleks ad Celeste Império, emquatno man da-se queimar alguns fogtnLt.'S, t< car um pou- cochinho de musica, e dar alguns.liros de a ti lharia... O Zé-pgvinho contenta-se com isto. e mylord John Lins continua a ser o homem das economias... Ah! as economias'... Todos sabem o qp.e ellas são n'esta brava terra brdzilèirà. Ar- senaes vão fechar-se em virtude d'ellas, como por causa dVlias fechou-se a Poma d'Ar-'a, e, resultado d ellas ainda, cerca de mil bra- zileiros viram-se de súbito sem trabalho, cem visco de estender a mão á caridade publica, es a mão que ou ros g vernos, talvez mais tolos do que o mylord, têm reconh cido ser o susentaculo das nações e o esceio-mór da ei- viL-açáo e do progresso... Mas o nosso perpetuo defensor, de accordo om o seu valido, o hi-róe do Bmeo Nacional, en endeu que e>te povo vai tendo umas fu- maças a* liberdade, e resolveu mandar á Cairia uma expedição co" o fim de trazer gente mais coidata, gente que coma pouco e que curve-se ao rêlho do seu Móreirinha. Tan os contos para um filhote, tantos para um afilhado, tantos para um primo, outros tan- tos para um amigo do amigo de seu genro, etc. Mas... diz se que os conservadoras deixaram o tlíespu o s m vint m... O que lazer i Despèjé-se a canalha, ios arsenaes e de- crere-s ¦ imposl-os ao pqv< , observa mylord. E a exp dição á China está em vja de r-eaíisa ção. e o Xin^ú vai se- dado como um penhor de amizade a uma parte da còns «Ilação de bar- r gas que o governo do —prote.-tor d s artes e industria braziieir.is enc.ie i prodigauientr com o dinheiro uxtorqiudo ao pobre povo ! Durante t da a s- mana os peliis amollaram tanto os nossos ouvidos, que não pudemos dei- xar d>' comprar- uma cóüsa que se pirecia com um pamphleio. e que elles apregoavam em to- d"S os tons e por todos os rígulós da cidade Horresco rêferens !... era um •- verrina do Sr. Canii ilo C stello-tfianco ! I!... Ah! pobre tostão, em que mãos fòs.e parar !,,, Para outra vez apuraremos o nosso olfacto. para não acon- tecer comprarmos um monte de lixo enfeitado, imitando o formato de um livro. Demittio-se do cargo de chefe do policia da corte o honrado Dr. Tito Augusto Pereira de Mattos. A Gçozetd disse que, tirando-se o que ella tinha de máu, era um perfeito chefe de policia... E nós concordamos, sem darmos razão a S. Ex. de ficar zangado comnosco. S. Ex. sabe que o gênero humano não pode tocar á perfeição. Trabalhou, e trabalhou muito, o Sr. Dr. Tito de Matios. Somos tão gratos a S. Ex. como seremos a seu illustrado subsiituto, se elle seguir o caminho que S. Ex. com tanto zelo e prudência -trilhou durante o tempo que oecupou aquelle cargo. E com muito especial gratidão, se proseguir no processo que o seu digno antecessor iniciou contra o immundo commercio da prostituição, que uma sucià de miseráveis estabeleceu nesta capital. Acabe S. Ex. com esta nefanda mercantila- gem. quebre a navalha dos capoeiras, applique os vagabundos, puna, cmíim, o crime com a independência de caracter que o distingue, e o paiz muito deverá ao Sr. desembargador Piada- liyba de Mattos. Nr.sceu pois a semana festejada como umprin- cipe. e... nioiivu na p>indahyba. Console se a semana : é essa a sorte de muita gente boa, como talvez seja a d'este Marinoni, í 4 « ¦¦>

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ESGRIPT0R10Rua Sete de Setembro n. 72

RIO DE JANEIRO#

ASSIGNATURASerie de 5 números 500 rs

NUMERO AVULSO 100 RS.

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-eOE-0303-

REVISTA HISTÓRICA, L1TTERAR1A E SCIENTIFIGÀ DE ARTES E OFFICIOS, ^GlifiSítAllM CONSAGRADA AOS INTERESSES DAS CLASSES OPERÁRIASEDITADA H5 REDIGIDA PE1LO TYPOG-RAPHD J UDIO LADISLAU

Fac. et spcra, — Labor impmbus omnia vincit.

aivivo i I>omia&£-o JY3 «te Sé&eBrilirò tlc i8^5> IV. 3

0 TRABALHORio, 14 dk Setembro.

Em 1877 appareceu nesta capital uma pübíi-cação escriptá.por Tridan, hebdomadária, sobo titulo—Ecuos do povo.

A epigraphe, extraliida dos Ensaios sobre o.situação, que servio de thema ao desenvolvi-mento d/esse assumpto, é sem duvida de umaproveitamento incalculavel,íde uma expressãotão robusta, que dir-se-hia arrancada doEvangelho, o livro-mestre da humanidade.

Diz ella :— « Quando a liberdade periga, todoo cidadão deve ser um revolucionário. »

A revolução, como nós a entendemos e des^-jamos, como essa que hoje se observa no mo-vimento patriótico de nossos irmãos operáriosda Ponta da Arêa, fazendo conferências, cha-,mando aos arraiaes do dever as classes quetrabalhão, antepondo a palavra ao punho, olivro á força, a imprensa aos desregramentos dopoder, combatendo o vicio e glorificando a vir-tude. è o principio sociológico viril da. geraçãonova que surge, á similhança da planta que re-benta da terra.

Sob este ponto de vistai e emquanto se nãomanifestar o absolutismo que o esphito in*es-tigadar..parece.lobrigar nas tendências do po-.der, que a pretexto de economias arranca opão á boca dos operários e os ameaça coma falta de luz e tecto, somos um revolucionáriodessa espécie.

Quando, porém, reconhecermos que esta presumpção não é uma chimerá, e que a realidadenos bate á porta, então não vaciilaremos emabraçar, bem a nosso pezar, não a revoluçãoarmada, que aliás não deixa de ser um pensa-mento philosophico, mas até o desenfreamenvo

communistã, que, afinal, é também um direitodos povos.

Pr» cure o governo purificar-se nas labar dasdo sacro-sántó fogo da pyra patriótica emquantoé tempo, emquanto àintèhsidadè desse elementodestruidor não ganha proporções gigantescas,porque, se o não fizer, mais tarde nem todas aságuas das imponentes cordilheiras da fértilAmerie teião o poder de extinguir a craterado vulcão para onde vai célere caminhando I

Ainda no dia 2 do corrente mez achavamo-nos nas galerias do se iado e ouvimos o emi-.nente sena 'Or radical Silveira da Motta profligarcom a sua voz aüctorisàda os abusos do Sr. ca-, itão do porto do Rio de Janeiro contra ospescadores brâzileiròs, mandando destruir osseus curraes de pescaria, reduzindo-os portantoá miséria, e privando a população d'csse tãonecessário alimento I

Apoiado instantemente pelo distincto senadormineiro Cruz Machado, o querido do povobahiano, animado pela santidade, da causa quetão gloriosamente defendia, prendeu S Ex.

,por tal fôrma o auditório na occasiao que an-nunciou ao ministro da marinha ser o governopraguejado por essa e outros abusos, que pa-receu-n.>s um prophèta fallando aos crentes.

Disse mais S. Ex., e disse com muito acerto,que a conseqüência de taes abusos era ser con-stantemente importunado com pedidos de em-pregos públicos!

Pudera não!!Nessa parte foi apoiado pelo moderno senador

o Sr. Dantas, tendo á sua direita o Sr. sena-dor Correia, que na occasiao pigarreou, me-cheu-sena cadeira, mas não tugio nem mugio,o que nos surprehcndeu, porquanto S. Ex. tomatodos os dias tempo ao senado com assumptosde ne"huma importância para o paiz.

Empregos públicos arranjados por quemtem honras do príncipe, para um pescador aquem o capitão do porto destruiu o curral, paraum operário, a quem o Sr. Andrade Pintp des-pedio das oíücinas do arsenal de marinha !...»É irrisório I

Faz bem o senador radical cm não pedir em-pregos publi os ; elles não se podem dar aquem pesca sard.nhas para abastecer a popu-1 ção pobre, que se compõe de artistas. Essesempregos constituem o patrimônio dos filhos eparentes d'aquelles que, como disse S. Ex.,arranjam privilégios e digerem o peixe darua dos Boncls.

COLLABORACAOUSierdacle .c Ju&tiça.

Parece que ' o espirito de alguns homens,

construindo, destruindo e reformando theo-rias, ensaiou todos as tentativas no propósitode privar o operário de. seus legítimos destinos.

As sociedades modernas, cançadas das lutasinfrenes edesoladoras a que tôm sHo arrojadas,e querendo por um valoroso impulso reagircontra os erros legados pelas gerações trans-actas, caminham, procurando tocai- á esplen-dorosa estreila que lhes mostra a inteira igual-dade de direitos sociaes, garantida pelo res-peito do dever imposto á verdadeira liberdade;más, cáminTiâhdo^ navereda **dàV incerteza»,jámáis chegarão ao marco de suas aspirações.

Após a revolução franceza, essa vertigem dahumanidade, que assignalou o derradeiro mo-mento do feudalismo e poz por terra o elementotheocratico, por que transformações não tempassado a sociedade ? 1...

A vida social, cada vez rnai< esclarecida, ma-nifesta-sa nas differentes vidas de cada hõmcm,e nas suecessivas vid^s de cada geraç-io. Cadahomem é a humanidade ; cada existência pessoai coopera e aquinhoa do geral aperfeiçoa-mento.

COUSAS E LOUSASA semana linda nasceu ao som de mudeas,

ao rufar dos tambores, no meio do estou ardas .ijyrandolas e das salvas de artilharia, queo Zc-povinho paga com o que tira do pão deseus pequerruchos para festejar o annivcrsarioda scena do Ypiranga por meio da qual o Brazilficou sendo propriedade da familia bragantina.

Dão-se d'estas cousas.,. Nós nos recordamosde ter assi.-tido em uma fazenda do interior aosfestejos com que o proprietário celebrava seuannivcrsario natalicio. E os escravos, as victi-mas d'aqu-rdle indivíduo, acclamavam-o em altosgritos, énthu-iasticamente I ..

Parece também que o dono d'esta terra, oviajante à col cVoiseau, já vê que tem a coroatão firme na inviobrvel cabaça, como o seu Moreirinha tem na mão o rolho, o tronco, a forcae o credito de 200:0008000 para mandar busc&rsàlàmaleks ad Celeste Império, emquatno manda-se queimar alguns fogtnLt.'S, t< car um pou-cochinho de musica, e dar alguns.liros de a tilharia... O Zé-pgvinho contenta-se com isto. emylord John Lins continua a ser o homem daseconomias...

Ah! as economias'... Todos sabem o qp.eellas são n'esta brava terra brdzilèirà. Ar-senaes vão fechar-se em virtude d'ellas, comopor causa dVlias fechou-se já a Poma d'Ar-'a,e, resultado d ellas ainda, cerca de mil bra-zileiros viram-se de súbito sem trabalho, cemvisco de estender a mão á caridade publica,

es a mão que ou ros g vernos, talvez maistolos do que o dê mylord, têm reconh cido sero susentaculo das nações e o esceio-mór da ei-viL-açáo e do progresso...

Mas o nosso perpetuo defensor, de accordoom o seu valido, o hi-róe do Bmeo Nacional,

en endeu que e>te povo já vai tendo umas fu-maças a* liberdade, e resolveu mandar á Cairiauma expedição co" o fim de trazer gente maiscoidata, gente que coma pouco e que curve-seao rêlho do seu Móreirinha.

Tan os contos para um filhote, tantos paraum afilhado, tantos para um primo, outros tan-tos para um amigo do amigo de seu genro, etc.

Mas... diz se que os conservadoras deixaramo tlíespu o s m vint m... O que lazer i

— Despèjé-se a canalha, ios arsenaes e de-crere-s ¦ imposl-os ao pqv< , observa mylord.

E a exp dição á China está em vja de r-eaíisação. e o Xin^ú vai se- dado como um penhorde amizade a uma parte da còns «Ilação de bar-r gas que o governo do —prote.-tor d s artes eindustria braziieir.is enc.ie ;ã i prodigauientrcom o dinheiro uxtorqiudo ao pobre povo !

Durante t da a s- mana os peliis amollaramtanto os nossos ouvidos, que não pudemos dei-xar d>' comprar- uma cóüsa que se pirecia comum pamphleio. e que elles apregoavam em to-d"S os tons e por todos os rígulós da cidade

Horresco rêferens !... era um •- verrina doSr. Canii ilo C stello-tfianco ! I!... Ah! pobretostão, em que mãos fòs.e parar !,,, Para outra

vez apuraremos o nosso olfacto. para não acon-tecer comprarmos um monte de lixo enfeitado,imitando o formato de um livro.

Demittio-se do cargo de chefe do policia dacorte o honrado Dr. Tito Augusto Pereira deMattos.

A Gçozetd já disse que, tirando-se o que ellatinha de máu, era um perfeito chefe de policia...E nós concordamos, sem darmos razão a S. Ex.de ficar zangado comnosco. S. Ex. sabe que ogênero humano não pode tocar á perfeição.Trabalhou, e trabalhou muito, o Sr. Dr. Titode Matios.

Somos tão gratos a S. Ex. como seremos a seuillustrado subsiituto, se elle seguir o caminhoque S. Ex. com tanto zelo e prudência -trilhoudurante o tempo que oecupou aquelle cargo.

E com muito especial gratidão, se proseguirno processo que o seu digno antecessor inicioucontra o immundo commercio da prostituição,que uma sucià de miseráveis estabeleceu nestacapital.

Acabe S. Ex. com esta nefanda mercantila-gem. quebre a navalha dos capoeiras, appliqueos vagabundos, puna, cmíim, o crime com aindependência de caracter que o distingue, e opaiz muito deverá ao Sr. desembargador Piada-liyba de Mattos.

Nr.sceu pois a semana festejada como umprin-cipe. e... nioiivu na p>indahyba.Console se a semana : é essa a sorte de muitagente boa, como talvez seja a d'este

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E' que as misérias do presente sao as se-mentes do porvir. ;

As deres particulares, os sotfrimentos locaes,os afiectos individüaes, as imperfeições) nadasão em presença do progesso que se realisaincessantemente, procurando as leis de periec-tibilidade que se d^euvolvem e cada vez. maisse adiantam para sen fim.

Em quasi todo o universo começa a erguer se,se bem que vagaroso, mas robusto, o prqleta-riado. Os onerar: os, os filhos do trabalho, re-clamam o lògar. que de direito compete lhesoecupar no todo social, e que por tanto tempolhes têm sido extorquido. e d'ahi nasce a maiorbarrara, a maior d*s iuta>—a negação de seusdireitos.

A sociedade, a nação, é composta de muitasclasses; o direito natural., de todos e para todoso mais S3g<ado. garante-lhes a cornu^unidade,a inteira iuualdade de bens e males ; logo, é anegação de direitos o predomínio de uma classeexcluindo outras.

Os fastos do progresso manifestando-se pelaseguridade do estudo, têm feito comprehenderaos homens do trabalho que o século perten-ce-lhes: d'ahi a luta: uns, os sophrstas, incensamo douunio de uma só classe : outros, porem,pensam muito ao contrario, e com razão.

Os sophistas correm parelaas com os tyran-nos: tanto valem os perpetradores das usar-pações como aquéllés que as incensam e jus-titicam.

O dominador, como bem o diz Puchesse, ouelle se chame César ou povo, não é menos ser-vümente adorado. Caim pensa sempre em matarseu nmão, e Daiila cogita incessante atraiçoaro homem que ella seduzio.

Diligenciemos, portanto, como trabalho e acaridade o progresso material ; com o estudoea sciencia «> progresso intellectual; eis urnalegitima obrigação.

JNão devemos exaltar a natureza humana,mas dirigil-a; não glorirical-a, mas submettel-a:não dar pôrfeiçõés á matéria, fnas realisar, pri-meiro que tudo—o progresso da verdade e dobem ; não despertar egoismos e delicias, masinaugurar para todos o reiuo do direito — najustiça, e o da liberdade — no trabalho.

LIBíLRDADE e JUSTIÇA—eis os termos doproblema, cuja s-olução trará felicidade e bemestar aos filhos do trabalho^ desde que ellesalcancem a fugidia incógnita que se auama —União 1

O typographo J. J. F. Palmeira.

NOTICIAR!REPRESENTAÇÃO DOS OPERÁRIOS

Na sessão de ante-honteai foi presente aosenado pelo ülustrado senador pela provínciado Maranhão Dr. Luiz Antônio Vieira da Silvaa seguinte representação dos operários dasoííicinas de machiuas, coastrucção naval e an-nexas ou. complementares d'essas, quer per-tencentes aos estabelecimentos do governo,quer aos particulares. Assignarauí essa repre-seota^ãomil seiscentos e sessenta e cinco ope-rarios presentes n'esia corte; faltando aindamais mil quatrocentas e oitenta e seis assig-naturas, já realisad>As, cujas list.s não puderamser em tempo reaiettidas ao centro operário.

A ''representação está conc.bida nos seguiu-

tes termos :« Exms. Senhores : Paralysada a nossa açti-

vidade, condernuados á inércia os nossos ins-trumentos de trabalho, convertidos em simplesconsumidores, nós. elemento fecundo de pro-ducção, vimos até esta Augusta Gamara pe-dir-lhe'defesa para nossos direitos, confortos eesperanças, em nossas graves. a.prehensões,amparo contra imminente miséria.

Operários das oííicinas de machiiias, con-strucoão naval e auuexas ou eom..lerne .taresd/éssãs estamos sem trabalho, nós. os contriuuintes, os que «upportamo* os mais pesa-dos em-argos que a qualidade de cidadão ura-zileiro irúpoe ; estamos s-m trabalho, isto e,ameaçados de nos transformarmos em elementoper goso para a ordena soc;al, porque sem tni-balho não ha moralidade, sem moralidade naoha segurança publica. .

E porque nos ameaça tao grave infortúnio ?Não se modificam pela só vontade do go-

verno, por mais paiernal que seja. as aptidõesindivuiuaes, e no emuanto pretende-se esseabsurdo.

Confiando aos estaleiros da Europa a con-strucção dos navos do-Estado. o governo deS. M. o Imperador impõe süencio ás laboriosasoííicinas dos arseuaes, ás do estale ro da. Pontad'Arêi, aos da industria nacional, anêmica edesalentada.

Entregue o commerciounariümo aos capitãesestrangeiros, por estes dominada a navegação

dé cabotagem, a arte de còns^rucções navaes,que provocou a acevidade e apUdtjes de umgrande numero de òpérarló-, não pode pies-c.nhr da at'e:ição do governo impor ai; por-que foi elle quem a manteve oesta pátria, quênão é inteiramente nossa v mais de tinui veztem coiiiessado os importantes serviços porella prestados em eircumstanc as dolorosas eaíliictivas.

Repelüdos pelo governo imperial e pelos quemais immodiaiamente estão junto de nos, nosvoltamos para esta Augusta Câmara e ía/endoum appelto á sua sabedoria e patriotismo,pedimos se digne de aconselhar ao governo deS. M. o Imperador que nem é justo nem pru-dente condéinn&r ok operários naciinaes á va-gábundagem á miséria e á áhãrchiá.»

DECLARAÇÃORodOídano Raymuodo, artista typographo,

offereceu ás columuas livres deste periódico oartigo que hoje publicamos no locai de honrado Trabalho. ¦

Pedindo desculpa ao nosso amigo e collegad'í<rte por não nos ter sido possiv. 1 inserir seurecommendavel escripto no numero passado,attento á hora em que nos foi entregue e aomesquinho espaço de que dispomos, aprovei-tamos o ensejo para declarar lhe que, filiadosintimamente ao que ahi tão logicamente deduzseu notável talento, jamais farão parte dasecção livro de nossa folha escriptos comoesse. cuja responsabilidade moral e legal muitoe muito folgamos em partilhar.

Tra'.a-se. ahi ãe£)Obres pcscacloi-cs. Sirva istopara comprovar a muitos de que o Trabalho éo modesto órgão de todos quantos mantêm-sepela lide incessante do labor diurno e nocturno,enáoécho. comoinjustamente o suppõe muitos,exclusivamente dà classe typogràphica a quepertencemos, e da qual, em prol de outras,nos temos até aqui abstido de tratar.

A CABANA DO PAI THOMAZ

Com este drama, aliás bastante conhecido jádo nosso publico, iniciou o Sr. Guilherme daSilveira na noite do 7 do corrente os trabalhosdacompanlüa por elle organizada, em cujo ele n-co figuram hábeis e lalentosos artistas.

A peça. obteve ainda na.suá~-actuaI-exhTbrçãü--os merecidos applausns que conquistara emsua primitiva, revelando o Sr. Guilherme daSilveira mais uma vez o talento artístico de

e-*=w:<*-i* :z n2=a^^EftS3£í3txi*r .ggaagazcamj-ga are**™**"wi-va* «ursaaorjí

iLHETIMA FILHA DO OPERÁRIO

POK

iKKB^m w&m&PRÓLOGO

OS P05E1SES AM03SESI

LAGRIMAS E RISOS

(Continuação)E' uma nova forma de terminar os idylios

amorosos.E que é sempre melhor do que a clássica :

o suicidio. ,Ohl sem duvida nenhuma; rsso de a geme

matar-se pÔT motivo de uma mulher, é o mesmoque fugir-se por motivo de um credor.

E depois que mulher 1 Muito bonita, pren-dada. fallando francez e italiano, de boa voz ebons'dentes, mas uma pobretona como a ninade qualquer lavadeiral . ;

Ainda se se tratasse da Luizmha Cabral .um sol de belleza... uma mulher de ou. o!...

Ouvi dizer que o pai possue uns dous a trêsmil contos...

Não me era preciso tanto para ser o íeida sociedade fiumineuse !...

Olál V. Ex. por aquil exclamava umrotundo cidadão de chapéo em punho e dor*ocurvo. . _

Então ? Venho despedir-me de um amigoque embarca hoje, respondeu aqueile a quemelle havia foliado ; e o senhor ?

Ah! ando tratando de negonos ; enti i

por accaso aqui a ver se foliava ao inspectordo arsenal.' , „ ,. .,

Trata se sem duvida de algunia boa iat.a iQual. Sr. visconde ! EUc»s não, são par^

mira ; é apeaas um iOmecimento.-miho para ohospital de nua-inua e quartel dos menorescousa de uus três a quatro centos de réis, nadamais.

Tranquilise-se, minha senhora, dizia deoutro lado unia d'.essas velhas de manfilha áuma moça que ahi chorava dés^bridamente; oSr. teneúie ha de voltar, com o favor de Deus.

Ah ! Srá. Dorothéa, Deus jamais se lembrados que sollrem !..

Credo em cruz! .. O que diz a meruna ?!Pois já não tem íé no Senhor dos Senhores v 1

Tenho; mas ás vezes essa íé nos aban-dona!... . .

Bem sei: são tentações do mitmgo, nanchore, seu marido ha de voltar muito breve;tal1, ez não passe mesmo de Santa Catharina.

Ah, que se assim fosse!.'.-. exclamou amoça com um d'es es suspiros que de uma veztem o doce da esperança, e o amargo da duvida.

Ha de ser, fique tranqudla, continuou abea^a ; não sabe como é milagroso aqueile meu;-anto Antônio? Pois vou apertal-o até queDeus seja servido em ouvir-nos. Porque não lhefaz uma promessa?Já fiz.

Ah ! qual é?Dou-lhe um resple .dor de prata e cinco

mil réis para azeite.Não é má. disse a devota, e tenho fé que

elle ha de servil-a.A moça ficou e a l caüi seguio.

Mal havia d^do alguns passos quando esca-pou-selhe dos laoios es ia exclamação :

Oh ! a senhora aqui !Vim asistir ao enib irque, responderão-llie.Na verdade é cousa para ver-se, poiém.

não ha nidor triistezu! Agora mesmo venhode consolar ha mab de vinte mulheres^ queahi chorão maridos, ülhoseirmãrs. Santo Nou;ede Deus! Olhem que desde que me entendoainda não vi cousa igual! Tenus tido diversasgueras, ternos: mas como e*ta, éa primeira!Como tom passado, Sr. capitão, acerescentouella, voltando-se para um velho militar qKg seachava reeiiuado á grade, contemplando afesta das ondas.

Este correspondeu-lhe ao cumprimento.— Ah! minha senhora, contiuuou a beata.

uro-lhe pelo Santíssimo Coração de Nosso

Senhor Jevus Christo! o meu maior desejo évêr frito o ultimo des-es malvados parag layosl

Que culpa têm elles? perguntou o uãiuar ;batem-se por sua bandeira.

Ah! m.s eu é que não quero saber çVissp!Que lhes leve o diabo. Deus me perdoe ! Nuncavi peiór gentinha! Fai-ece que aquillo tem raçade Caiai!. . Ai renego !

A beata proseguio para além, estendendo amão o os circumstautes, que deixavam cahirn"ella o obulo que lhes ditava a caridade.

Nesse momento ouviu-se o som de uma musicaque se approximava. e a multidão poz-se emmovimento.

Pouco depois transpunha o portão do arsenalum corpo de voluniarlos.

Comeeáráo os—vivasl ai'esoar!Os poetas o discursadores surgiram de to os

os lado ; e uns com voz débil e éhtrecbrtáda detremuios, outros cheios de a.rdimcntos, fizeram-se ouvir em todos os metros e esulos, .->au-dando cs novos lutadoj^es.

Os voluntários embarcaram se nos transpor-es atracados ao cães, e em seguida, s b - alo-

rosas acclamações, ardentes lagrimas e Irene-ticos acenos, fizeram-se ao largo, tomando oe uninhò da barra.

Passada meia hora, de toda a multidão maisninguém alii restava

O militar, de que falíamos acima, e sua fami-iia, seguindo pela rua Direita, tomou a diroeçãode sua c:sa. que era á rua do Parto

Ao chegar em frente á rua de S. José encon-trou um homem, trajando modesta calça, epaletot de britn pardo, e trazendo um largochapéu do Chile.

Comprimeotaram-se e vieram conversandoaté á uoría.

ín&o entra, Sr. Butler? perguntou o ca-pitão. abrmdo-a.

"Não. senhor, re-pondeu aqueile; estoumuito át: r fado com uns modelos

liem, não o quer.- furtar ao seu trabalho;até logo.

ü ho..nem réspondeu-lliè com igual cumpri-mento. e o capitão, juntamente com sua família,entrou cm casa. {Continua.)

'.'.+

*

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V! .;

que é dotado. 0 actor Lisboa provocou francaliilàridade1 no papei de Bèiia-Flôr ; Ferreira,civhiqua.iito novel na arte. deu mostrais de estudal-a cora inteiiigehcia ; o A.ppollori a, a fes-tejada e synipãtnica (-'Jisá (Veste drama, iriam-testou ainda agora a*pujança do dotes intélle-ctuaes cora que exornou-a a pródiga riatura.

Fazemos votos para que, sempre em augmeníoas symp-itltias manifestadas pelo. publico nossanoite á era preza, acoróçoeVfi o dist.inç ò artistaque a dirige a dar-nos sempre no i.alco do jálegendário, S. Pedro tie Alcântara provas deque a. missão do fiièatrÓ vai além do simplesagradável, tendo i)br í.i< b-a 6 principal rim outilitário dever ,de tornar-se escola seiíii-vivade ihstrueçãò domestiba e sexual.

Agrad ceado o delicado convite que nos cliri-gio a énipíeza,' outra vez almejamos ao lau-readp artista Sr. Guilherme da Silveira todasas prospeiTdades em seu novo commettimonto.

carreira no plano conta ario, cujo deelive vaidescuidos»mente arrebátando-o pari o abysrnqque escancara-!no sua?! faucesno jáiecem-nadodesespero dos homens que vivem do frueto desuas artes, oiíiciós é profissões, o que paraelles se vão toruaudo inúteis.

PASSAMENTO

Mais uma falta iireparavel em tão curtoespaço de tempo.

Fabeceti a semana passada um dos nossosmaisanigos e estimados companheiros detrabalho, o Sr. José domes Folippe, emprega-do assíduo e zeloso, era geralmente estimadorespeitado por aquelles que com elle soffreramsempre com resignação os honores do traba-lho nas folhas diárias.

O fluado foi por muitos annos empregado nasoííícinasdo Correio Mercantil e Diário do Rio.o ode exerceu com proficiência os misteres desua profissão, e uldmiaaente, 'com a q édad'essa ultima emproza foi eile forçado a prpeu-rar trabalho nas oííicinas do Diário Ofliciàlonde talvez, devido ao'excessivo trabalho d'essacasa, aggravaram-se-lhes os :-olftumento^, ¦ ocom elles, a perda da preciosa existência, ,

A' familia do collega, de quem era ümcoarrimo, os nossos pêsames, e ao Diário Offi-ciai mais este registro.

A HONRA DE UM CAIXEIRO

Pelo Sr. A. Dias Freitas, fomos mimoseadoscem um exemplar do seu romance, cujo titulonos serye de épigraplie.-Agradecemos a delicadeza da offerta, e naonos sobrando espaço para emittir, conformedesejávamos, um juízo minucioso sobre estelivro, temos entretanto a satisfaç >o de poderàiürmàr ao seu

'talentoso autor que a rápidaleitura que ll/.etnos deixa cm nosso espiritomui ü grada vel impressão.

Consta-nos que já está nos prelos um outrotrabalho do Sr. A. Dias Freitas, cuja carreiralitteraria nos parece vantajosamente_ estreiadaconi o bello romance a que nos referimos.

SUFFRAGIO

Pelo Revm. vigário da Candelária foi ceie-brada terça-feira 9 do corrente, na matriz deS. Jóse, a missa que pelo refrigério das almasde seus còllegas d'arte fallecidos no correr dome/, lindo e começo do vigenie, mandou dizera redacção d'esta folha, conforme declarara emseu íiuuaoro de domingo pasmado, e auuunciárapeta Gazeta doreierido dia 9.

Guia; a vedacção do Trabalho n'este proceder,que. ádmitce como regra a respeito de quantosoperários roubar-lhe auiorte no decurso de ummez. o patèütear por todos os mudos possíveisseus mais vehementes votos de ver congraçadaa familia dos homens laboriosos em rmra de umsó ponto—a união—na vida e na morte.

Se companheiros de trabalho, de ris03 e defolguedos somos na vida, porque nao patenteartambém que o somos na morte, e quando issomesmo ei.ige-o a sociedade que nos olha nosdias d'essa fugaz e fomentada existência?

Infelizmente, porém, por diversos modos foi«preciado nosso intuito, o que aüásnadainft irápara que continuemos a. proceder da mesmasorte a respeito de quantus de nosso< compa-abeiros de arte, ollicio ou profissão roubar-nosa inevitável lei do extermínio.

Caròlismo; h/ypo risia, calculo, ou o que qui-zerem, é isto um acto que todos praticam porseus pais, seus filhos, seus parentes, seus ami-gos; Faltando-nos os primeiros d'aquedes paraquem cumpríssemos es>se dever, resra-nos osulti os —nossos irmãos de trabalho; dos quaesmuitos, e entre elles um daqüelles cie que orauos oecupamos, obteve por túmulo a valia,não obstante pertencer a impèriaes associa-ções.

Dignaram-se acceder ao convite por nos remetido ás oilicinas de folhas diárias, os seguiu-tes companheiros :

Da Gazeta :•'—Annibal Brayner e TeixeiraFigueira.

Do Cruzeiro, e commissionados pela Irn-perial Associação Typographica, o seu ¦ ignovice presidente Jesumo Rodrigues do Nasci-mento, e um dos membros, do conselho o

-Sr. Araújo, além do nosso amigo alli empre-gado, RÓdopiaoo Raymundo.

Do Jornal do CÔmmercio, o Sr. Clau lio Ro-

• AGRADÈCMBNTO

Ternos sido obsequíádos com a offerta e trocados seguintes jornaes e folhetos í

Da corte :[Ilustração do Brazil, n. 10 da nova! serie,

datado de junho próximo pass do;0 Economista Brazileiro, un. 2-1 e 25, o pri-

meiro de 30 de Agosto nndo, o segundo de 6àOcorrente *

A Mocidaãe, m 5 de 17 de Agosto ;Syllabario Illustrado do Sr. Dias da Silva

Júnior, sobre (pie enuturnos nossa humildeopüíião no numero passado:

A Honra de üm Caixeiro, romance [original,de que em outro local hoje nos oecupamos.

Da provincia do Rio :Monitor Campista, ns. 203 e 204 de 7 e 10 do

corrente, publicado em Campes.Provinciano, n. 16 de 10 do vigente, da Pa-

rahyba do Sul.De Minas Geraes :O Pharol de 4 e 7 d'este mez.DeS. Paulo :O Bem Publico, editado em Pindamonhan-

gaba a 7 d > con ente ;Gazeta Rio Claretise, editada no me mo

dia.

PENSAMENTOS N< >TA YEIS

Não tomos saudades do quem nos ama se onão amamos, e sempre as temos dos que riosamamos ainda que nos não ame.— Mme. doSarlary.

São pequenos amores aquelles que necessitamde presentes para se recordarem.— Duflot.

A solidão é a consolação dos corações enga-nados.— Zimmermann.

histobía mm

CONFERÊNCIA

Transferiu-se para hoje, ao meio dia, a pre-lecr.ão que o operário Sr. Ser/.edello quizerafazer domingo passado no salão do Real Cir-colo Italiano, á rua do Lavradio n 79, e paraa qual convidamos e convidara elle nossoscoinoanheiros de labores.

BAdado esforço... o numero- dos que sedignaram comparécar nela não satisfazia a es-peetativa desejada, e por isso não realizou-sea conferência, que de novo tenta eflectuar hojeo perseverante Sr. vSerzedello.

Pedimos encarecidamente aos o erários con-pareçam alli, onde vitaes e palpitantes iateresses de nossas respectivas classes devem serapresentados, e á luz da discussão estudados.

Até quando esse fatal indilfereutismo potudo quanto nos diz respeito ?

Lembremos nos de que, se temos commodidade/á hoje (aquelles que as têm), ellas podemtrand'ormar-Sd na miséria de amanhã; se soffrcoos agora (aquelles que spiírem) concorramtambém a formar pe^a união o corpo collectivpque sod* erá o; gozará de comraum em futuropróximo, ou mesmo longínquo.

A' reunião, pois, o, erar.os !X

Entra os oradores da- conferência trarisacta.involuntariamente nã' pulilicamos o nome donosso amigo o Sr. Jcão Felix, que. in Lotumesposando asid:as expendidas pelo Sr. Martin-Yianna, manifestou em concisos t-rraos quantode inconveniente e mesmo anti econômico liano sv^tema adqptado aciualmente ne.-te paiz.preierindo-s1 as niaiiufactur.Aü esr,r naeiras ástão bem acabadas ecn nossos estabelecimentospúblicos e particulares.

Oxalá entenda-o assim o governo, sustando

drigues Pereira D'Ut,ra.Da typographia Montenegro, o nosso amigo

o Sr. José Alves Montenegro.Re-peitando e muito, particulares e especiaes

rnotivos que a diversos forçaram o não compa-reCimento a este acto, que symi.olisa, aliás,perfeita adhesão aos principios de inteira con-fraternidade que sonhamos estabelecer en reos filhos do tr. balho, qualquer que seja a fôrmapor que elle se manifeste, resta-nos a satisfaçãode que, se o sutfragio féi'0 a éssés tínarloshomens do povo não m receu a assistência nemda millesinia parte de seus companheiros,todavia foi essa lacuna em grande parte satis-feita pela honra que aos manes delles dignou-sedispensar um de -eus mais legitimes e cons-picíios repres mtantes na vida o v-rdadeiramente democrata Exm. conselheiro senadorFranci-co de Paula da Silveira Lobo, com ;cabalmente dera nstrou-o ainda agora, que naordem politica, e nvrecidamente tendo attingido ás sumniidades prdncipeseasdesenadoi-doimpério, não mais preeisa lis ngear vaidadesnem captar sympd,.iia.; em prol de sutfragioseleitoraes.

Sua presença ao acto firma, pois, mais umpadrão dos sentimentos sinceramente demo-eratieos que o animam e de que tem sempredado provas inequívocas.

Dignc-sc S. Ex. acceitar, de envolta comnossos companheiros de fadigas, os protestos domaior reconhecimento da red&ççãotlõ Trabalho,pela nutria bondade com que acudirain ao seuappello.

SOCIEDADES BENEFICENTES

Os trabalhadores da ai andega desta cortereunir.' m se segunda feira 8 do corrente, e ins-talaram urna associação bciefie- níe, cuja d -rectoria,composta de presidente,vice-presiden te1" e 2o secretários, thesoureiro e pro mradorfoi por eiles nesse dia eleita.

— Também artistas do arsem.l de marinhaannünciaram reunir-se, hoje. para o mesmoiam.

A EEMlopejaílcoieâa «ío Braasíl«

7 DE SETEMBRO DE 182 2

(Continuação),

Pedro, se o Brazil se separar, antrsseja para, ti que ma tias de respeitardo que para alguns d'esses aventu-reiros.

(V. ds C.vvro* Hist. dos principaesacontecimentos do J/tiperio.)

Quando duvida se dés^e sobre isso, bastaria,para desvanecei a. a sentença que condemnouos conspiradores; sentença bem expl cita arespeito, e que, por isso mesmo, será parasempre o padrão de barbaridade, de torpeza,e de abjecção do despotismo do nefando governode Portugal daquetla época.

Como pois se ousa dizer que não teve o ca-racter de revolução de independência a conspi-ração de Minas ?

Como negar de boa fé a palma de martyrda bberdade ftatria a Tirodentest

Nem por ser elle o menos importante talvezdo- inconfidentes se lhe pode negar a intençãocom que se envolveu na conspiração, e delta foia principal viotima

A cirta regia de 15 de Outubro de 1790, quepermettio e insinuou o bárbaro assasinato dessaillu>tre victi a manifesta, não benevolênciapelos outros compromettidos, mas simplesmen-te o receio, que não a andonao déspota nosseus p op io-- canibalismos.

Para defender o governo de Portugal dessecrime, aceusa-se áoenás. o tribunal

"julgador!

Mas o que era esse tribunal senão o instru-mento degradado do despdta, a quem o incutirterror nos brasileiros era já uma n^scessi ladepara manter o seu domínio na America?

or conta de quem, porque autoridade foifeiro o tsquartelameiito do cadáver de Tira-dentes*}

Por conta de quem, porque autoridade foramdeclarados infames os seus les^endentes?

Quem maodou irrasar a casa de haoitaçãod'esse mar y disíincto, quem mandou salgaro terreno em que ella existira ?

Esse miserável tribunal ?Não. Foi a realeza de Portugal,

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T "F&.A. IB A. X-i 3E3L o

Diga-se embora que tudo se fez na fôrmalegal, nem por isso serão acreditados pelo povo,a quem se invo ava livre, tendo o aliás con-strangido e sem acçao.

0 jogo tem sempre sido ridículo : ha de con-tinuar a ser. Mas o povo jogará a ultima cartada, e ai dos que até hoje o tem flagellado.

E o jogo indecente que se tem feito com opovo, vai até mandar irrisoriamente procLmara magnanimidade de D. João VI os benefíciosque nos liberalisou, o ap-lauso e reconheci-mento que lhe devemos pelo salutar consellioque d eu a seu filho 1

Ji dizem mais os arautos e passavantes do rei:— A D. João VI devemos a nossa indepen-

dencia !E' por demais escarnecer do povo, que co-

nhece a sua historia!Para que deturpar assim os factos ?

(Continua.)

BELUS ARTESHàfutoi^ãst gmaramaria cia Maisle»

(TRADUCCÃO PARA O et TRABALHO »)

A musica é como uma linguagemuniversal, que harmoniosamente nosrememora todas as sensações da vida.

(Mme. Cottin.)Definições

(Continuação )As diversas definições que têm sido dadas á

musica, referem-se todas a duas grandes origénde factos qae formam a base d'esta arte —acombinação dos sons (li e a emoção que d'ellesresulta. A definição mais geral porém, é esta:—A Musica é uma arte que tem por fim com-mover por meio das combinações e modifica-çôes do som.

J. J. Rousseaux diz : «A Musica 6 a arte decombinar os sons de uma maneira agradávelao ouvido.» Berlioz, porém, restringe-lhe estadefinição, dizendo : « A Musica é a arte de com-mover pelos sons os homens intelligentes edotados de uma organisação e pecial: ajun-tando ainda—que a Musica é um auxiliar dapalavra. »

A cana ôca sobre a qual, diz-aos o poeta Lu-crecio, os pastores modulavam seus threnosamorosos, deu nascimento á musica instru-mental, e desde então a madeira e o me:aifor&m empregados para a formação de ins-trumenros.

Todos esses nomes de heróes e semi-deuse?,porém, a quem a mythologia e mesmo a Bíbliaattribuem a invenção da musica, taes comoOsiris, Jubal, Tubai Cain, Hermes, Cadmus.Chiron, Amphion, Appoílo, Musóe, não sãomais do que p-rsonificações mythicas ; quandon uito, poder se-ha attribüir a esses per-ona-gens fabulosas, a invenção da musica instru-mental ¦ u os instrumentos a que ella se serve,como os tymbales, as trompas, a lyra, a flauta,o psalterio, etc.

Na índia encontram-se traços de uma artemusical estabelecida sobre bases fixas, em umaépoca quasi iodefinidarnente afastada.

Os Itidous attnbuiam a origem da musica aSereswati, a deosa da palavra, da mesma sorteque a invenção do vinia, o mais antigo ins-trumento musical conhecido e que assemilhava-se á flauta. /

A theoria da antiga musica da índia encon-tra se em livros escriptos em iingua sanscrita.Entre estas obras, duas parecem remontar aalta antigüidade, a primein tendo por titulo:Ragavibodha ( doutrina das modas musicaes ) eó obra de Soma, celebre tocador de vinia ; asegunda faz parte de uma encyclopedia co-nhecida Bob o nome de Dèvanagari

A Fábula eleva -. dezes is mil o numero detonos em uso na musica indou. Soma. porém,reduzio esse o úmero a 960 e depois a 31, quesão aquelles c ,jo caracter é miúsligado. O nu-mero de sons é flxarío em sete. e a gamma ouescala completa de um tono á c-amada swa-rograma, e sua primeira nota ou nota funda-mental sicara. como a nossa primeira notachamamos tônica.

Sob e o nome dessas notai e mais desenvol-vimentos rei ivos a musica, oecupar-nos-hemosem subsequent-s artigos.

ARTES SClENTIFiCâSLexâeolo&ila

ARTE, MISTER, PROFISSÃO E OFFIC10

Definições« Aprende por arte que irás

por diante. »(Delicado. Adagios.ç. 144.)

gregoDo latira ars, artis, contracção doarete, virtude, industria, f rça argúcia, vema palavra Arte. que é, portanto, o coujun.toe dispo dção dos meios e princípios pr-.ticospelos quaes o homem faz umaobra, executaum objecto, exprime seus sentimentos.

Em clas^ficação dos conhecimentos huraa-nos, as artes decidem-se em mechanic&s eliberaes. As artes mechanicas são as queexig- m principalmente o trabalho manual ouo emprego das machinas; as aries liberaes sãoas que exigem sobretudo o emprego da inti-agencia. Também se ha formado uma categoriadas artes intermediárias chamadas artes scien-tificas.

Em philosophia, arte é o principio da inven-ção e da imitação, resultantes da sensibilidadee das impressões do mundo exterior, quelevam á creação de formas geraes e eternasque reproduzem o bello.

Os actos psycologicos que levão á genera-lisação symbolica, sao os que constituem pro-priamente a arte; á. inversão desses actos deimmediatos em reflectidos é o que fôrma ascien cia chamada nsthetica.

Formas de arte, são os meios progressivosde creaçáo, dependentes das mais ou menosamplas relações com mundo exterior e do grãode abstracção e synthese a que se pôde elevaro espirito. Assim, as fôrmas de arte. na suasuecessão histórica, tão: 1% Esculptura;2', Pintura; 3*, Architectura ; 4*, Musica;5% Poesia.

A estas differentes fôrmas se chama Artesdivina* e geralmente Bellas-Artes. (1)

Os encyclopedistas do XVIII século elevarama seis o numero das Bellas-Artes, das quaesfaziam seis espécies de linguagem seis n a-neiras de manifestar o pensamento. Dividem-secm dous grupos dos quaes nos oecuparemosno próximo numero,

SECÇlO HUMORÍSTICA

Com uma menina de 7 annos de idade con-versava em uma reunião familiar um moço defíua educação, que attrahiam sobre sia atten-ção de outras pessoas.

No meio da conversação a innocente meninadeixa escapar a palavra amor.

Nêri.ê, vossê sabe o que é o amor? per-gunta-lhe immediatamente o moço.

Não sei bem o que seja, disse ella; masvejo o effeito que produz nos outros...

Todavia, se vossê o definir, dar ihe-hei umdoce.

Está dito. 0 amor é um não sei que...que deixa a gente não sei como!

X

A mulher que finae rir-se do amor faz comoas crianças que cantam á noite quando estãocom medo.

(1) O som é o produeto de uma infinidadede vibrações. O máximo limite para o ouvidohumano é entre 41,000 e 42,000 vibrações porsegundo.

(1) A's artes chama-se bcllas-artes e aos mis-teres, artes mecânicas.

Todo o mister é arte; mas nem toda aarte é mister. Na significação destes vocábulosua uma idéa que é commum a todos ; masdistinguem-se pela idéa especifica que é própriade um só. Em summa, distingu-m-se entre sicomo gênero e espécie. Arte é o gênero . querdizer toda a obra manual que se faz por pre-ceitose regras. Misteré a espécie, quer dizera arte em objecto que diz respeito ás necessi-dades mais indispensáveis da vida social ecivil.

Os que exercitam as primeiras chamam-seartistas, e os outros artífices. Aquelle aprendescientificamente os precei os e regras de suaarte. E este pôde exercitar, e exercita ordinariamenteo sou mister, só com o conhecimento pratico as suas regras e preceitos. *-Anto-nio de Moraes Silva.

Na taboleta de uma. casa do quarteirão desÈcoles, em Pariz, lê-se o o seguinte:

NO 2" ANDAR

OCCULISTA PARA OS OLHOS

XCarfo doutor, muito ousado, indo de viagem,

ao chegar á uma porteira, avistou um matutoe gritou asperamente:

Psiu!... O1 lá, abra essa porteira !(5 quem ó o senhor para mandar-mi desse

modo? acudio o matuto algum tanto zangado.Eu sou um doutor.E o que vem a ser um doutor fE! um homem que sabe tudo...Pois então deve saber abrir porteiras...

""?"-"i^rlVaWP

CÇÃO LI¥FIÍAPOLOGIA DO TRABALHO

Que cousa haverá melhor do que o trabalho ?O pobre, principalmente, n'el!e encontra o

seu Deus; trabalhando, esquece a desgraça etalvez a fome, e abraça-o como se fora umadivindade.

O rico porém detesta-o, aborrece o, esquecidode que, sem o trabalho, não possuiria nemdinheiro, nem palácios, nem carruagens, e teriade habitar nas possilgas da miséria.

O rico, pois, devia estimar o trabalho mais doque o próprio pobre.

Portanto, aquelle que quizer gozar de algumascommodidades na vida, senão luxuosa, aomenos regular, deve seguir pela senda dotrabalho, deixando esta malfadada existênciade preguiçosos, inúteis a si e á sociedade.

Trabalhando, veremos em breve tempo ofructo do nosso labor, que é sempre sazonado,embora á custa de amargos suores ; não imitemoscertos indivíduos que, em logar de sujeitarem-se ao mais leve dos trabalhos preferem, esmolarde porta em porta o pão negro da caridade,até verem-se um dia conduzidos por um urbanopara o Asylo dos Mendigos.

Trabalhemos, pois, para não passarmos poresta tristíssima vergonha, e porque, comodizem nossos pais:—Deus ajuda, a quem tra-balha, e ao trabalho elle amou—impondo-o atodos nós — filhos de Adão.

Carlos de Moura.

A M. L. S.

O immenso prazer que tive,Tu não podes avaliar,Quando hontem á noiteAmbos fomos passeiar.Estavas encantadora :Mais formosa do que a lua !Mais bella que as estrella*Achei a imagem tua.

Quanto amor e felic;dadeDurante o passeio senti 1Quanta ventura gozeiQuando a meu lado te vi !

Quando á tua porta chegamo*Do passeio Analisado,Não imaginas com que dôiAusentei-me do teu iado.

Depois que em casa cheguei,Como dormir não podia,Emquanto esperava o somneEscrevi esta poesia 1

XMeu anjo, desculpa o maçoQue n'ehtes versos te dei,Contando os <.!oces momentosQue n'«üsa noite gozai.

A. Ferrão S. Júnior.

Typ, da Gaseta de Noticias.