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15 de Junho de 2009 Resumo do exame teórico | Sofia Silva 2º SEMESTRE ANATOMIA HUMANA II

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15 de Junho de 2009

Resumo do exame teórico | Sofia Silva

2º SEMESTRE ANATOMIA HUMANA II

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 2

Índice 1. Sistema nervoso ...............................................................................................................6

1.1. Medula espinal: ............................................................................................................6

1.1.1. Neurónios: ............................................................................................................6

1.1.2. Neuroglia: .............................................................................................................6

1.1.3. SNP: ......................................................................................................................8

1.1.4. Há vários tipos de nervos......................................................................................8

1.1.5. Nervos cranianos: .................................................................................................9

1.1.6. Parassimpático: ..................................................................................................10

1.1.7. Funções das partes do SNA: ...............................................................................11

1.1.8. Sensibilidade visceral: .........................................................................................12

1.2. Vias motoras e vias sensitivas.....................................................................................12

1.3. Bulbo raquidiano ........................................................................................................16

1.3.1. Vista lateral: ........................................................................................................17

1.3.2. Ponte de Varólio: ................................................................................................18

1.3.3. Configuração interna: .........................................................................................18

1.4. Cerebelo .....................................................................................................................19

1.5. Quarto ventrículo .......................................................................................................22

1.6. Conformação externa do cérebro: .............................................................................24

1.6.1. Lobo Temporal....................................................................................................24

1.6.2. Lobo Parietal .......................................................................................................25

1.6.3. Lobo Occipital .....................................................................................................26

1.6.4. Diencéfalo ...........................................................................................................26

1.6.5. Tálamo. ...............................................................................................................27

1.6.6. Subtálamo ..........................................................................................................27

1.6.7. Epitálamo............................................................................................................27

1.6.8. Hipotálamo .........................................................................................................28

1.6.9. Telencéfalo – Hemisférios Cerebrais. .................................................................28

1.6.9.1. Face superior e Lateral: ......................................................................................28

1.6.9.2. Face medial do Cérebro: .....................................................................................29

1.6.9.3. Face Inferior: ......................................................................................................30

1.6.10. Estruturas Internas dos Hemisférios Cerebrais ...................................................30

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 3

1.6.11. Correlações Clínicas ............................................................................................31

1.7. Conformação interna do cérebro ...............................................................................32

1.8. Meninges ....................................................................................................................36

1.8.1. Dura-máter .........................................................................................................37

1.8.2. Aracnóide-máter.................................................................................................37

1.9. Nervos cranianos ........................................................................................................38

1.9.1. Nervo olfactório (NC I) ........................................................................................38

1.9.2. Nervo óptico (NC II): ...........................................................................................38

1.9.3. Nervo oculomotor (NC III): .................................................................................39

1.9.4. Nervo troclear (NC IV): .......................................................................................40

1.9.5. Nervo trigémio (NC V) ........................................................................................40

1.9.5.1. Nervo oftálmico (NC V1) ......................................................................................41

1.9.5.2. Nervo maxilar (NC V2) .........................................................................................41

1.9.5.3. Nervo mandibular (NC V3) ..................................................................................41

1.9.6. Nervo abducente (NC VI) ....................................................................................41

1.9.7. Nervo facial (NC VII) ............................................................................................41

2. Sistema circulatório ....................................................................................................44

2.1. Artérias ...................................................................................................................44

2.2. Vascularização arterial do encéfalo ........................................................................44

2.2.1. Polígono de Willis ...............................................................................................44

2.2.2. Artéria Carótida Interna......................................................................................45

2.2.3. Artéria Vertebral e Basilar (Sistema vértebro-basilar) ........................................45

2.2.4. Vascularização Venosa do Encéfalo ....................................................................46

2.3. Vascularização dos pulmões e das pleuras .............................................................47

2.4. Vascularicação coração ..........................................................................................47

2.5. Artérias importantes do corpo humano .................................................................48

2.5.1. Sistema do tronco pulmonar ..............................................................................48

2.5.2. Sistema da artéria aorta .....................................................................................48

2.6. Artérias do pescoço e cabeça .................................................................................49

2.7. Artérias membro superior ......................................................................................49

2.8. Artérias dos membros inferiores ............................................................................50

3. Veias ...........................................................................................................................51

3.1. Algumas veias importantes do corpo humano: ......................................................51

3.2. Veias cabeça e pescoço ..........................................................................................52

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 4

3.2.1. Pescoço ...............................................................................................................54

3.3. Tórax .......................................................................................................................54

3.4. Abdómen: ...............................................................................................................55

3.5. Veias dos membros superiores ...............................................................................55

3.6. Veias dos membros inferiores ................................................................................56

3.7. Capilares sanguíneos ..............................................................................................58

4. Sistema linfático .........................................................................................................59

4.1. Plexo linfático – pulmão .........................................................................................59

5. Pleuras e pulmões ......................................................................................................60

5.1. Nariz .......................................................................................................................60

5.2. Faringe ....................................................................................................................60

5.3. Laringe ....................................................................................................................61

5.4. Pleuras ....................................................................................................................61

5.5. Pulmões ..................................................................................................................63

5.6. Traqueia e brônquios..............................................................................................65

5.6.1. Circulação sistémica (brônquica) ........................................................................66

5.6.2. Respiração bocal (curiosidade) ...........................................................................67

6. Mediastino .................................................................................................................67

7. Pericárdio ...................................................................................................................68

8. Coração e grandes vasos ............................................................................................68

8.1. Limites do Coração .................................................................................................69

8.2. Camadas da parede cardíaca ..................................................................................69

8.3. Configuração interna ..............................................................................................69

8.3.1. Aurícula direita ...................................................................................................69

8.3.2. Aurícula direita ...................................................................................................70

8.3.3. Ventrículo direito ................................................................................................70

8.3.4. Ventrículo esquerdo ...........................................................................................70

8.4. Ciclo cardíaco..........................................................................................................71

8.5. Inervação: ...............................................................................................................71

9. Sistema digestivo ........................................................................................................72

9.1. Funções ..................................................................................................................72

9.2. Boca ........................................................................................................................72

9.3. Dentes ....................................................................................................................73

9.4. Língua .....................................................................................................................73

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 5

9.5. Faringe ....................................................................................................................73

9.6. Esófago ...................................................................................................................74

9.7. Estômago ................................................................................................................75

9.8. Intestino delgado ....................................................................................................75

9.9. Intestino grosso ......................................................................................................76

9.10. Cólons .....................................................................................................................76

9.11. Funções do Intestino Grosso ..................................................................................77

9.12. Peristáltismo ...........................................................................................................77

9.13. Peritónio .................................................................................................................77

9.14. Órgãos anexos ........................................................................................................78

9.15. Fígado .....................................................................................................................78

9.16. Vesícula biliar .........................................................................................................79

9.17. pâncreas .................................................................................................................80

10. Sistema urinário .........................................................................................................80

10.1. Rim .........................................................................................................................80

10.2. Anatomia interna dos rins ......................................................................................81

10.2.1. Néfrons ...............................................................................................................81

10.2.2. Funções dos Rins ................................................................................................81

10.2.3. Glândulas supra-renais .......................................................................................82

10.2.4. Uréter .................................................................................................................82

10.2.5. Bexiga .................................................................................................................82

10.2.6. Uretra .................................................................................................................82

10.2.7. Uretra Masculina ................................................................................................82

10.2.8. Uretra Feminina ..................................................................................................83

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 6

1. Sistema nervoso

1.1. Medula espinal: Estrutura do sistema nervoso é constituído por:

Parte central do sistema nervoso (SNC);

Parte periférica do sistema nervoso (SNP).

Funcionalmente divide-se em:

Divisão somática do sistema nervoso (SNS);

Divisão autónoma do sistema nervoso (SNA).

O tecido nervoso é constituído por dois tipos de células: neurónios (célula nervosa) e neuroglia

(células da glia), estas últimas sustentam os neurónios.

1.1.1. Neurónios:

Corpo celular;

Dendrites – extensões dos corpos celulares;

Axónios – conduz impulsos que entram (entram nas dendrites) e saem (axónios) do

corpo celular.

A mielina é uma camada de lípidos e substâncias proteínas que formam a bainha de mielina –

aumentam muito a velocidade do impulso nervoso.

Os neurónios comunicam entre si através de sinapses Neurotransmissores (células

secretadas ou libertadas pelo neurónio.

Continuando ou impedindo a transmissão de impulso Excitam ou inibem o

neurónio

1.1.2. Neuroglia:

Mais abundante que os neurónios;

Não são neurónios nem excitáveis;

Sustenta, isola e nutre o neurónio;

SNC – pequenas células da glia;

SNP – células satélite ao redor do neurónio nos gânglios sensitivos espinais e

autónomos e células do neurolema (schawann).

SNC constituído por:

Encéfalo;

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 7

Medula espinal (substancia branca e cinzenta);

Funções do sistema nervoso central:

Integrar e coordenar sinais neuronais que chegam e saem, e realizam funções mentais

superiores – como raciocínio e o aprendizado.

A medula possui substância cinzenta, substancia branca, cornos anteriores e posteriores e um

canal ependimário.

Meninges

Pia-máter – camada transparente e a mais externa;

Aracnóide-máter

Dura-máter – mais espessa e rígida.

As meninges e o líquido cefalo cerebroespinal (LCE) circulam e protegem o SNC. O LCE está

localizado entre a pia-máter e a Aracnóide-mater.

NOTA:

Quando há uma lesão na medula ou no encéfalo na maioria dos casos os neurónios não se

recuperam. Os cotos dos neurónios próximos crescem no âmbito da regeneração, mas por

outro lado a proliferação dos astrócitos impedem a regeneração.

NOTA:

Núcleo (SNC) – conjunto de corpos de células nervosas;

Trato – é um feixe de fibras nervosas (axónios) que ligam um núcleo a outras vizinhas ou

distantes do SNC.

Os corpos das células nervosas estão na substância cinzenta e as fibras estão na

substancia branca.

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 8

1.1.3. SNP:

Fibras nervosas

Corpos celulares fora do SNC.

A função do sistema nervoso é organizada em nervos que unem a parte central à periferia.

Fibras nervosas nervos As fibras nervosas estão nos axónios, neurolema – células de schawann – separa os axónios

uns dos outros e no tecido conjuntivo endoneural circulante.

O nervo periférico é constituído por: endoneuro – tecido conjuntivo laxo que reveste as células

do neurolema e axónios, o perineuro – tecido conjuntivo denso que envolve o fascículo de

fibras periféricas e o epineuro –

circunda e encerra o feixe de

fascículos, formando o

revestimento externo do nervo.

O nervo periférico é semelhante

a um cabo eléctrico: o axónio é

revestido por neurolema e

endoneuro, estes são revestidos

pelo epineuro. O epineuro forma

o revestimento externo.

1.1.4. Há vários tipos de nervos

Os nervos cranianos saem da cavidade craniana, através de forames no crânio e são

identificados por um nome específico ou algarismo romano. Apenas 11 dos 12 nervos

cranianos tem origem no encéfalo, só o nervo craniano XI origina-se na medula espinal. Os

nervos espinais saem da coluna através de forames intervertebrais. Todos os 31 pares se

originam na medula espinal e são identificados por uma letra e um número (ex.T4). Estes

nervos espinais inicialmente originam-se na medula espinal nas radículas que convergem para

formar as raízes nervosas. A raiz ventral (anterior) possui fibras motoras (eferentes), saem das

células nervosas no corno anterior de substância cinzenta. A raiz dorsal (posterior) tem as

fibras sensitivas (aferentes). Vêm do gânglio sensitivo que se estende ate as terminações

sensitivas e centralmente até o corno posterior da substância cinzenta. As raízes posteriores e

anteriores unem-se antes de sair do forame intervertebral e formam um nervo espinal misto,

mas dividem-se rapidamente em dois ramos primários, um anterior (motor) e posterior

(sensitivo). Denominam-se de sensitivo ou motor pela abundância de fibras, pois estão

misturadas os dois tipos de fibras.

Exemplo: os nervos da porção abdominal têm 40% de fibras sensitivas, conduzem a

informação da propriacepção e da dor. A porção cutânea tem fibras motoras para

suprir as glândulas, mas maioritariamente são sensitivas.

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 9

Os ramos anteriores dos nervos segmentares que participam na formação do plexo enviam

fibras para múltiplos nervos periféricos originados no plexo nervoso. Portanto, os nervos

periféricos originados pelo plexo contêm fibras de vários nervos espinais. É importante a

distinção entre a distribuição das fibras conduzidas por nervos espinais e das fibras conduzidas

por ramos de um plexo. Os nervos espinais – dermátomos e miótimos. As fibras conduzidas

por ramos do plexo são os nervos periféricos e identificados por um nome. Estes dois tipos de

nervos têm distribuição diferente excepto na zona do abdómen.

1.1.5. Nervos cranianos:

Alguns nervos possuem apenas fibras sensitivas, outras apenas motoras. E ainda outras que

possuem os dois tipos de fibras. Há comunicação entre os nervos cranianos e entre os nervos

cranianos e espinais (cervicais). Assim um nervo que inicialmente conduzia apenas motoras

pode conduzir também fibras sensitivas unidas distalmente do seu trajecto e vice-versa.

Excepto os dois primeiros nervos responsáveis pelo olfacto e a visão – nervos sensitivos que

levam a informação para o encéfalo através dos gânglios sensitivos.

Existem ainda dois tipos de fibras somáticas e viscerais. As fibras somáticas podem ser

sensitivas ou motoras. As fibras sensitivas gerais (fibras aferentes somáticas gerais)

transmitem sensações do corpo para SNC, podem ser sensações esteroceptivas da pele (dor,

temperatura, tacto e pressão). As fibras motoras gerais (fibras eferentes somáticas gerais)

transmitem impulsos do SN para os músculos esqueléticos (voluntário). As fibras viscerais

podem ser de dois tipos: sensitivas e motoras. As fibras sensitivas viscerais (fibras aferentes

viscerais gerais) transmitem sensações reflexas viscerais subconscientes – informações sobre

distensão, gases sanguíneos e níveis de pressão arterial – de órgãos ocos e vasos sanguíneos

para o SNC. As fibras motoras viscerais (fibras eferentes viscerais gerais) transmitem impulsos

para os músculos lisos e tecidos glandulares (pré-sináptica e pós-sináptica).

Estes dois tipos de fibras sensitivas somáticas e viscerais possuem processos de neurónios

pseudo-unipolares com corpos celulares localizados em gânglios sensitivos de nervos espinais

ou cranianos. NOTA:

As fibras motoras são axónios de neurónios

multipolares e os seus corpos estão localizados

na substância cinzenta na medula espinal (pré-

sináptica). As fibras pós-sinápticas estão

localizadas fora do SNC – nos gânglios viscerais.

NOTA:

Nervo que inerva a pele (unilateral) – dermátomo

Nervo que inerva o músculo (unilateral) – miótomo

A inervação dos membros é através dos ramos anteriores e adjacentes – plexos

nervosos – aqui misturam-se os dois tipos de as fibras nervosas e formam-se os

nervos periféricos multissegmentares

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O sistema nervoso é dividido ainda em duas porções a somática e a autónoma. O sistema

somático sensitivo transmite sensações de tacto, dor, temperatura e posição a partir dos

receptores sensoriais (temos consciência delas). O sistema motor somático inerva apenas o

músculo-esquelético, estimulando o movimento voluntário ou reflexo, causando contracção

muscular, como ocorre quando se agarra um ferro quente. O sistema motor visceral (sistema

nervoso visceral) consiste em fibras motoras que estimulam o músculo liso (involuntário), o

músculo cardíaco (complexo estimulante do coração) e as células glandulares (secretoras).

As fibras nervosas eferentes e os gânglios do SNA são originados em duas partes: simpático

(toracomotor) e parassimpático (craniossacral). Ao contrario da enervação somática na qual a

passagem de impulso entre o SNC e a terminação sensitiva envolve um único neurónio. Nas

duas partes do SNA, a condução do impulso do SNC para o órgão efector envolve uma serie de

2 neurónios multipolares.

A distribuição autónoma entre as duas partes do

SNA baseia-se:

1. Localização dos corpos celulares pré-sináptios;

2. Nervos que conduzem fibras pré-sinápticas para

o SNC.

A sinapse normalmente liberta noradrenalina

(simpática) excepto nas glândulas sudoriparas e

acetilcolina (parassimpático).

1.1.6. Parassimpático:

Os corpos celulares dos neurónios só se encontram

nas colunas celulares intermédias ou núcleo da

medula espinal (T1-T12 e L1-L2/L3 – medula espinal).

As colunas IM são responsáveis pela inervação da cabeça que se situa-se superiormente, e a

inervação pelas vísceras pélvicas e dos membros inferiores estão localizadas inferiormente. As

distribuições dos corpos celulares pós-sinápticos desenvolvem-se através dos gânglios

paravertebrais e gânglios pré-vertebrais. Os gânglios paravertebrais estão associados para

formar o tronco sináptico direito e esquerdo, e estendem-se ao longo da coluna vertebral. Este

gânglio superior (cervical) situa-se na base do crânio e o gânglio impar situa-se entre os dois

troncos se unem ao nível do cóccix. Os gânglios pré-vertebrais situam-se nos plexos que

circundam a origem da aorta abdominal, como os 2 grandes gânglios celíacos que circundam a

origem do tronco celíaco.

Nos troncos simpáticos as fibras pré-sinápticas podem seguir quatro trajectos:

1. Ascender o tronco simpático para fazer sinapse com um neurónio pós-sináptico de um

gânglio paravertebral mais alto;

2. Descer no tronco simpático para fazer sinapse com um neurónio pós-simpático de um

gânglio paravertebral mais baixo;

Nota:

As fibras eferentes viscerais do SNA são acompanhadas por fibras eferentes viscerais.

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3. Entrar e fazer sinapse imediatamente com um neurónio pós-sináptico do gânglio

paravertebral naquele nível.

4. Atravessar o tronco simpático sem fazer sinapse, continuando através de um nervo

esplénico abdominopelvico para chegar a gânglios paravertebrais.

As fibras pré-sinápticas são responsáveis pela inervação autónoma: cabeça, tronco, parede do

corpo, membros e cavidade torácica. Já as fibras pós-sinápticas inervam também cabeça,

tronco, membros e parede do corpo. Estas fibras seguem os gânglios paravertebrais

anteriores, para ramos adjacentes dos nervos especiais através de ramos comunicantes

cinzentos (sem bainha de mielina). Desta forma, entram todos nos 31 pares de nervos espinais

para estimular vasos sanguíneos (vasomotricidade) e estimular músculos erectores dos pêlos –

piloerecção (pode causar sudorese). As fibras simpáticas pós sinápticas executam funções na

cabeça pois possuem os corpos celulares no gânglio cervical superior.

O sistema nervoso simpático atinge praticamente todas as partes do corpo, com a rara

excepção do tecido avascular, como cartilagens e unhas. Com dois grupos de gânglios

simpáticos estão posicionados centralmente no corpo e estão próximos da linha média, nessa

parte as fibras pré-sinápticas são relativamente curtos, enquanto as fibras pós-sináptico são

relativamente longas, devendo estender-se a todas as partes do corpo.

Na substancia cinzenta sacral da medula espinal (S2-S4), as fibras saem do SNC através das

raízes anteriores dos nervos espinais sacrais e os nervos esplénicos pélvicos – porção pélvica

parassimpática.

Na parte cinzenta do tronco encefálico, as fibras saem do SNC nos nervos cranianos (NC) – III,

VII, IX e X – parte cranial parassimpática. Esta região é responsável pela inervação

parassimpática da cabeça. O nervo vago (NC X) inerva vísceras torácicas e abdominais (a

porção torácica gastrointestinal, porção pélvica gastrointestinal, cólon descendente, sigmoide

e recto). Possui uma distribuição muito mais restrita do que o SN simpático, não inerva os

membros inferiores nem superiores e local S2-S4 não pertence aos nervos espinais,

exceptuando o ultimo. Há quatro tipos de gânglios distintos na cabeça. Em outras partes as

fibras pré-sinápticas fazem sinapse com os corpos celulares pós-sinápticos que ocorrem

isoladamente ou não parede orgão-alvo. Consequentemente nessa parte, a maioria das fibras

pré-sináptios são muito longas, estendendo-se do SNC até ao órgão efector, enquanto as fibras

pós-sináptico são muito curtas seguido de um gânglio localizado perto ou incrustado no órgão

efector.

1.1.7. Funções das partes do SNA:

Embora o sistema simpático e parassimpático inervam estruturas involuntárias, possuem

efeitos diferentes, geralmente contrastantes, porem coordenados.

NOTA:

Neurónios pré-sinápticos----------> T1-T12 e L1-L2/L3

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 12

A sua função principal é controlar os vasos sanguíneos, isto é, mantém num estado de repouso

de vasoconstrição moderada. Uma estimulação do simpático aumenta a vaso constrição e

inibição do simpático aumenta a vasodilatação. Há alguns vasos que estão sempre

vasodilatados.

1.1.8. Sensibilidade visceral:

Os reflexos viscerais controlam a pressão arterial e a bioquímica mediante a alteração de

funções como frequência cardíaca e respiratória e resistência vascular. A sensibilidade visceral

que atinge um nível consciente, geralmente é mal localizada ou é uma forma de cólica ou

náusea. Mas uma estimulação adequada pode sentir-se o verdadeiro problema através de:

distensão súbita, espasmos e contracções fortes, irritações químicas, estimulação mecânica

quando o órgão é activo e distúrbios patológicos (ex: isquemia). A maioria dos impulsos de dor

visceral seque em direcção central ao longo das fibras aferentes viscerais que acompanham as

fibras simpáticas.

1.2. Vias motoras e vias sensitivas Transposição entre o que é o SNC e o SNP é feita normalmente ou a nível cranianos através

dos doze pares de nervos cranianos – tem a sua origem no interior da cavidade craniana ou a

nível raquidiano através do nervos raquidianos - partem efectivamente do SNC mas ao nível do

raquis (coluna vertebral) – partem da espinal medula através de duas raízes, uma posterior e

uma anterior. Normalmente a raiz anterior é uma raiz motora, como em quase todas as

estruturas do sistema nervoso a parte

anterior normalmente é sempre motora,

e a raiz posterior uma raiz sensitiva

(normalmente). Estas raízes irão juntar-

se mais tarde, normalmente, num

gânglio, que encontra-se geralmente

situado nos buracos de conjugação (na

vista lateral da coluna vertebral –

sobreposição das vertebral na zona do

pedículo) que imergem a partir da

espinal medula. Estes gânglios vão

acabar por fazer uma redistribuição de

fibras que anteriormente estariam

Excepção:

Vasos coronários e dos músculos esqueléticos após uma inervação simpática os vasos

sofrem dilatação.

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 13

separadas numa raiz anterior (motora) e numa posterior (sensitiva).

Vai-se encontrar de dois tipos de fibras motoras: fibras parietais/somáticas que se vão dirigir

para os músculos, articulações, ou seja, vão-se dirigir para as paredes – parietais. Fibras

viscerais/ do SN simpático estas fibras não se vão dirigir tanto para as paredes ósseas,

musculares e articulares, mas sim para as todas as vísceras do corpo humano – pulmões,

fígado, laringe, esófago…

As fibras motoras somáticas atribui-se o nome típico de somaticomotoras. Já a fibra simpática

vai-se atribuir o nome de simpaticoeferentes. Normalmente estas fibras somaticomotoras e

simpaticoeferentes são fibras que as vamos incluir originalmente na raiz anterior do nervo

raquidiano. Sendo que na raiz posterior vai-se encontrar fibras sensitivas de origem somática

(somaticosensitivas) ou simpática (simpaticoaferentes).

Vai-se encontrar 3 tipos diferentes de nervos raquidianos: nervos exclusivamente sensitivos –

que as suas fibras vêm essencialmente da raiz posterior, que depois do gânglio vão formar o

nervo com a exclusividade de fibras sensitivas. Nervos exclusivamente motores – as fibras que

vêm das fibras da raiz anterior. E nervos que vão ser mistos - resultantes de uma reorganização

de fibras que vêm da raiz anterior e posterior – também desta reorganização vão estar fibras

que somaticomotoras e também simpaticoeferentes, e estes nervos mistos vão ser os mais

comuns, pois conseguem transportar mais informação. Para os estímulos chegarem a estes

nervos raquidianos vão ter de fazer um trajecto pelo SNC.

Via medular consciente - Vias sensitivas são as que trazem a sensibilidade das paredes

musculares e ósseas. A sensibilidade muscular consciente é uma sensibilidade que entra no

SNC através de outros nervos cranianos que chegam as raízes posteriores dos nervos

raquidianos, ou seja, ao gânglio através de uma fibra somaticosensitiva, e irão dirigir-se para a

região do feixe grácil e do feixe cuneiforme. Chegados a espinal medula estes feixes (estes

impulsos) seguirão para o bulbo raquidiano. Os núcleos do feixe grácil e cuneiforme serão os

seus núcleos ao nível do bulbo raquidiano, nesta região estas fibras apanham o núcleo

arqueado (fibras arqueadas) na região da ponte e posteriormente para a região do leminisco

medial – Cinta de Reil na ponte. Posteriormente vai-se dirigir para o tálamo que é como um

secretário da informação, toda a informação que vai-se dirigir do córtex cerebral para o tronco

cerebral ou vice-versa, normalmente passa pelo tálamo, onde é estabelecida a prioridade

entre informações de saída e entrada no cérebro. As vias sensitivas musculares conscientes

evidente que irão dirigir para o tálamo óptico, para que a informação de uma dor qualquer do

dedo pequeno do pé não supere a dor ao nível da grade costal, este tipo de prioridades estão

normalmente associadas a nossa sobrevivência. Estes estímulos passarão através da coroa

radiada e se irão dirigir para circunvalação parietal ascendente (configuração externa,

exclusiva da parte sensitiva cerebral). As fibras musculares inconsciente o seu trajecto não será

cortical, será ao nível do cerebelo ou próximo dos pedúnculos cerebrais ou quanto muito ao

nível do tálamo. A informação a nível postural a parte sensitiva inconsciente está relacionada

com a percepção em termos posturais e espaciais, esta informação não processamos

corticalmente. Estas fibras podem chegar através de três vias: passa através do núcleo

NOTA:

Aferente – sensitivo

Eferente - motor

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 14

cuneiforme e grácil (essencialmente das vias sensitivas musculares conscientes) e vai em

direcção do núcleo cerebelar inferior, dirigindo-se para o cerebelo (menos comum). As vias

mais comuns, passam pelos feixes que estão situados na margem lateral do cordão lateral da

espinal medula, o feixe espinho cerebelar dorsal e o feixe espinho cerebelar central, para a

transmissão da via sensitiva muscular consciente. Os neurónios que aproveitam o feixe

espinho cerebelar dorsal são neurónios que têm os seus núcleos na região da haste posterior

de substancia cinzenta da espinal medula principalmente através do núcleo dorsal. A nível do

tórax estão muito bem organizados, na região cervical e lombar não quer dizer que não

existam, só não esta organizados como na região torácica. Tendo o núcleo ao nível da haste

posterior vão-se colocar no feixe cerebeloso directo/espinho cerebelar posterior, este feixe

entra no cerebelo ao nível dos pedúnculos cerebelares anterior, ou seja, situa-se perto dos

corpos restiformes e entra no cerebelo através dos pedúnculos cerebelares inferiores. Em

relação ao núcleo do feixe espinho cerebelar central ou feixe de Gower, este é também uma

via de transporte de vias sensitivas musculares inconsciente, mas esta informação já está mais

relacionada com o feixe de Gower (coloca-se ao pé da oliva no bulbo raquidiano, atravessa a

região da ponte até os pedúnculos cerebrais, o topo deste feixe encontra-se ao nível dos

tubérculos quadrigémios anteriores) com o núcleo rubro com o cerebelo, e este é a sede da

parte sensitiva da postura e o núcleo rubro é a sede da parte motora da postura. Então este

feixe de Gower dirige-se primeiro para a região do núcleo rubro – pedúnculos cerebrais – parte

dessa informação fica no núcleo rubro e outra parte dirige-se para o cerebelo. No entanto

alguma das decisões a nível postural não são tomadas exclusivamente pelo cerebelo mas

podem ser tomadas automaticamente pelo núcleo rubro – uma via bastante mais eficiente a

via que apanha a região do núcleo rubro.

Algumas vias específicas da via sensitiva - via da temperatura – esta via não é completamente

compreensível, a via mais comum é uma via que tem origem na haste posterior da espinal

medula para pela fissura branca pelo lado contra-lateral para se colocarem novamente no

feixe do Gower. Algumas destas fibras que são constituídas por neurónios fazem também

sinapses a nível do tálamo. As decisões relacionadas com a integração desta informação

correspondente a temperatura (externa) normalmente chegam ao tálamo, a informação do

que fazer nesta situação. No entanto a decisão nesses casos é uma decisão que é tomada

imediatamente – parte reflexa, estes mecanismos não são perfeitamente identificáveis.

Quando se põe a mão numa panela a ferver, a

reacção de tirar de lá a mão verificou-se na

substância gelatinosa de rolando. Normalmente

estas decisões nem saem da espinal medula, é

transmitido para a espinal medula a informação,

que chega a substância cinzenta e sai

imediatamente pela via motora. No entanto

apesar de não se saber bem que vias os reflexos

usam, sabe-se que esta região da medula.

Raramente os mecanismos de temperatura e dor

são assim tão rápidos – mecanismos reflexos – p.e.

a temperatura da água quando tentamos perceber

se está quente ou frio, neste caso e na maior parte

dos casos que não sejam extremos esta via

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 15

chegará ao tálamo e até mesmo ao córtex. Percepção táctil - tacto – chega ao sistema nervoso

central, através do feixe cuneiforme ou do feixe grácil, chegando a região do tálamo até aqui

pela cápsula interna e pela circunvalação parietal ascendente. Chega no fundo através da via

normal da sensibilidade muscular consciente. Há duas grandes vias motoras: vias conscientes e

as inconscientes. As vias motoras conscientes também podemos designa-las por vias

piramidais – para compreensão do trajecto – e as vias motoras inconscientes chamadas as vias

extra-piramidais (para compreender melhor o seu trajecto). As vias conscientes é uma

informação que parte do SNC e que se dirige para p sistema nervoso periférico, por esta razão

o seu ponto de partida normalmente ao nível do SNC. O trajecto das vias piramidais a principal

região motora é o lobo frontal. Os neurónios que irão ter os seus núcleos no córtex na

circunvalação parietal ascendente vão aproveitar a região da coroa radiata, colocam-se para a

cápsula interna (fibras com mielina) – fibras piramidais. Mas há fibras que tem origem na

terceira e segunda circunvalação frontal, estas fibras para alcançarem a cápsula interna têm de

fazer um trajecto ligeiramente curvo formando um joelho, e então estas fibras são designadas

por fibras geniculadas.

Estes dois tipos de fibras encontram-se em locais distintos na cápsula interna: as fibras

geniculadas encontram-se mais próximas do tálamo óptico e as fibras piramidais mais

próximas do núcleo lenticular. As fibras vão encontrar-se na região mais anterior do pedúnculo

cerebral – as fibras geniculadas mais internamente e as piramidais mais afastadas. Na ponte as

fibras piramidais estão situadas na parte mais anterior da ponte e as fibras geniculadas

também se situam mais ou menos por essa zona. Na transição da ponte para o bulbo, as fibras

geniculadas e piramidais vão ocupar a pirâmide anterior do bulbo raquidiano. Estas fibras vão-

se agrupar nas pirâmides anteriores. Na transição do bulbo para a espinal medula era marcada

na face anterior por uma interrupção do sulco mediano anterior da espinal medula –

decussação das pirâmides – local onde as pirâmides anteriores - fibras geniculares e fibras

piramidais – que 90% das fibras cruzam para o lado oposto e se colocar no cordão lateral –

feixe piramidal cruzado – as restantes 10% de fibras vão-se colocar na linha medial próximo do

sulco mediano anterior constituindo o chamado feixe piramidal directo. Os neurónios vão-se

colocar na haste inferior da haste cinzenta e divergirem pelas raízes anteriores da medula.

Vias extra-piramidais não controlam a motricidade voluntaria, mas controlam a mobilidade

involuntária, ou seja, o equilíbrio do corpo, é uma forma postural que o ser humano tem em

inconsciência. Da mesma forma a coordenação motora normalmente é feita

inconscientemente. Esta é uma informação que para não chegar ao córtex e uma decisão que

é tomada é através de neurónios em que o seu núcleo é ao nível do núcleo rubro. Este núcleo

rubro não só recebe aferencias sensitivas em relação a nossa postura (p.e) como é também ele

que toma a decisão em relação a estimulação dos músculos postural. Estas fibras são fibras

que descem da espinal medula através das goteiras rubroespinhais e encontram-se na

proximidade do feixe piramidal rodado.

Plexo óptico a decisão motora que decorre da observação de algo, não pode ser considerado

um reflexo, porque este tipo de órgão sensorial tem de ter por trás da acção pelo menos o

tronco cerebral, normalmente ao nível do tálamo óptico. A maior parte das decisões de reflexo

são tomadas nos tubérculos quadrigémios anteriores ou do tálamo óptico, poucos são na

medula espinal.

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 16

1.3. Bulbo raquidiano Continuo inferiormente com a espinal medula e superiormente com a protuberância anelar ou

ponte de Varólio.

Tronco cerebral é a região da ponte de Varólio com o bulbo raquidiano.

O bulbo raquidiano possui semelhanças com a espinal medula, sendo uma fase de transição.

Mede aproximadamente 3 cm e possui o peso aproximado de 17 gramas. O bulbo encontra-se

na chamada Fossa craniana posterior, onde se encontra o buraco occipital (principalmente as

estruturas do osso occipital), no interior da parte craniana. Na fossa craniana posterior

normalmente consideramos que o bulbo raquidiano fica na proximidade ósseas do chamado

clivo, que é a parte superior da apófise basilar do osso occipital. A distinção do que é bulbo

raquidiano e medula espinal não ocorre na linha média mas sim no sulco mediano anterior da

espinal medula vai ser contínua com o sulco mediano anterior do bulbo raquidiano. No

entanto a transição, parece haver uma confusão de fibras quando se da união do sulco

mediano anterior da medula com o do bulbo raquidiano, a esta confusão de fibras atribui-se o

nome de decussação das pirâmides. Esta estrutura vai ser extremamente importante na

descrição das vias motoras. Como na medula existe vias motoras, de motricidade que estão

ligadas as vias piramidais, e por esta razão esta decussação das pirâmides, cruzamento de

fibras, é perfeitamente perceptível no plano anterior do sulco mediano anterior e é isto que

genuinamente marca a divisão do bulbo raquidiano e a medula espinal.

O sulco mediano anterior superiormente vai terminar na bulbo tuberancial, marca novamente

o limite superior do sulco mediano anterior. No limite superior também se encontra o buraco

cego. Cada um dos lados do sulco mediano anterior, vão permanecer também as duas

formações semelhantes ao cordão anterior, no entanto atribui-se o nome de pirâmides

anteriores do bulbo raquidiano. Estas pirâmides encontram-se limitadas lateralmente por um

sulco, denominado sulco colateral anterior ou sulco pré-olivar. Na vista posterior do bulbo

raquidiano existe no interior da espinal medula, encontrava-se o canal do ependimo ate se

abrir superiormente numa grande cisterna do líquido cefaloraquidiano. Esta cisterna encontra-

se posteriormente ao bulbo raquidiano e da ponte de Varólio e anteriormente ao cerebelo.

Este líquido vai ser descrito como o quarto ventrículo. Este quarto ventrículo inferiormente

comunica com o canal do ependimo, o que nos permite marcar de um forma evidente duas

metades da parte posterior do bulbo raquidiano. No canal do ependimo como no quarto

ventrículo há líquido cefaloraquidiano, há comunicação.

O bulbo raquidiano em relação a espinal medula parece que vai alargando. Cada um dos lados,

daquilo como era descrito o cordão posterior da espinal medula. Junto do sulco colateral

posterior da espinal medula vamos encontrar o sulco colateral posterior do bulbo raquidiano

ou sulco retro olivar. Pela vista posterior do bulbo raquidiano vamos encontrar o sulco

parasiano que já marcava a separação ente o feixe grácil e o feixe cuneiforme na medula e

agora também entre no bulbo (cordão posterior do bulbo raquidiano). Parte inferior do bulbo

raquidiano é designada por região posterior. A estrutura que era designada por feixe grácil,

como vai-se alargando vão-se designar por pirâmides posteriores do bulbo raquidiano. O feixe

cuneiforme na espinal medula, estava entre o sulco colateral posterior e sulco parasiano. O

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 17

bulbo raquidiano vai-se comunicar directamente com o cerebelo, transformando-se nos sulcos

cerebelares inferiores ou pedúnculos inferiores do cerebelo. Estes pedúnculos são como a

porta de entrada de qualquer fibra que queira vir do bulbo raquidiano em direcção ao

cerebelo. O feixe cuneiforme está ligado as vias sensitivas. Os pedúnculos cerebelares

inferiores não são estruturas que em termos de funcionais estejam continuas com o feixe

cuneiforme, não esta ligado incondicionalmente aos pedúnculos (funcionalmente não

morfologicamente).

Continuando superiormente (problemas de audição por causa da tosse da patrícia):

Existem três regiões de forma triangular, duas delas com uma cor mais esbranquiçada sendo

outra com uma cor mais acinzentadas. Estas três regiões serão uma asa branca interna, uma

asa branca externa e asa cinzenta. Quando o bulbo raquidiano tem ligação com o quarto

ventrículo, nesta região onde estariam as pirâmides posteriores do bulbo raquidiano

transforma-se em asa branca interna, asa branca externa e asa branca cinzenta. As duas asas

brancas parecem se cruzarem em dois gomos. As asas brancas são saliências e a asa cinzenta

uma escavação.

Superiormente encontram-se as estrias medulares, marcam genuinamente a separação ente o

bulbo raquidiano e a ponte de Varólio. Pedículo facial não pertence ao bulbo raquidiano.

Na metade superior do bulbo raquidiano há uma alteração morfológica, uma ligação das

pirâmides do bulbo raquidiano para se transformarem nas duas asas brancas e na asa cinzenta.

1.3.1. Vista lateral:

O cordão lateral na medula espinal, encontra-se entre o sulco colateral posterior e as raízes

anteriores do bulbo raquidiano. Neste caso, no bulbo raquidiano apresenta praticamente a

mesma estrutura. Torna-se cada vez mais largo. Mais superiormente vamos encontrar uma

saliência em forma de azeitona, que se vai atribuir o nome de oliva. Esta oliva é uma

característica quase específica do bulbo raquidiano, pois também a encontramos no cerebelo e

na ponte de Varólio. A região da oliva no bulbo raquidiano marca na realidade a região do

bulbo raquidiano. O sulco colateral posterior que passa pela oliva agora tem mais sentido

denomina-lo, por sulco retro olivar. O sulco colateral anterior na medula espinal passa a

denominar-se sulco pré olivar no bulbo raquidiano, pois este sulco passa a frente da oliva.

Superiormente a esta oliva passamos a encontrar também uma pequena escavação, fosseta

supra olivar. Desta fosseta nasce o chamado nervo espacial, um dos doze nervos cranianos.

Na medula tínhamos substância branca na periferia e internamente a massa cinzenta. Vai

arrastando posteriormente esta massa cinzenta, chegando ao bulbo raquidiano encontra-se

uma grande concentração de substância cinzenta. Em algumas regiões do bulbo raquidiano já

possuem alguma diferenciação. No caso do quarto ventrículo a transformação do canal do

ependimo. Na parte interna do bulbo raquidiano encontra-se a oliva, descrita lateralmente,

encontra-se no seu interior um núcleo olivar inferior.

NOTA:

Núcleo do nervo vago – asa branca interna

Núcleo do nervo hipoblosso – asa branca externa

Fosseta inferior do bulbo raquidiano – asa cinzenta

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 18

Os neurónios que se encontram fazendo parte do feixe grácil e do feixe cuneiforme, o seu

núcleo encontra-se precisamente ao nível do bulbo raquidiano.

À periferia do núcleo olivar inferior encontram-se dois núcleos paraolivares (corpos

restiformes). Neurónios que fazem parte do feixe grácil e cuneiforme (face posterior),

neurónios diamielinicos e amielinicos, a toda esta região vai-se chamar a formação reticular do

bulbo raquidiano. Fibras restiformes do bulbo raquidiano, superiormente a este, na região

mais inferior do quarto ventrículo. Os pedúnculos cerebelares inferiores são a cabeça dos

corpos restiformes. Na comunicação dos corpos restiformes do lado direito e esquerdo vamos

encontrar as fibras restiformes. Estas fibras têm a função de unir os corpos restiformes. Os

neurónios são vias de comunicação, do sistema nervoso central para a periferia ou vice-versa.

Todos os neurónios vão ter ligação com o bulbo raquidiano, isto é, um qualquer estímulo que

nos queiramos transmitir da nossa região cortical para a periferia.

Vias da motricidade voluntária, ou seja, as vias piramidais. O feixe piramidal directo que se

encontraria nas margens do sulco medial anterior (na medula), na realidade no bulbo

raquidiano faz parte das pirâmides anteriores são sequenciais com o cordão anterior da

espinal medula. Este feixe piramidal directo mantém-se nas pirâmides anteriores do bulbo

raquidiano. O feixe piramidal cruzado na espinal medula encontra-se no cordão lateral,

quando esta na zona de transição na espinal medula e bulbo raquidiano estas fibras vão

cruzar, e vão-se dirigir anteriormente do bulbo raquidiano, para que elas ocupem as pirâmides

anteriores bulbo raquidiano.

Aproximadamente 90% do estímulo nervoso passar pelo feixe piramidal cruzado e apenas 10%

no feixe piramidal directo.

A mudança de posição do feixe piramidal cruzado vai fazer com que invada o espaço da asa

anterior cinzenta, obrigando os neurónios que se encontrariam nesta posição a caminharem

em direcção lateral e progressivamente também a agregarem-se e formarem a formação

reticular. Na decussação sensitiva em que o feixe grácil e cuneiforme, vão cruzar as suas fibras,

vai fazer que a asa anterior de substancia cinzenta seja desestruturada, fazendo que os seus

neurónios se espalhem.

1.3.2. Ponte de Varólio:

Esta na transição entre o bulbo raquidiano e os pedúnculos cerebrais. Esta parece uma ponte

entre os dois hemisférios cerebelares (direito e esquerdo). Ou seja, em princípio farão a

comunicação entre eles, através da ponte de Varólio. Também vai ter a obrigação de

transportar neurónios desde o bulbo raquidiano para os pedúnculos cerebrais e vice-versa. O

sulco basilar que vai se inserir a artéria basilar. As raízes do nervo trigémeo, uma raiz mais fina

(sensitiva) e uma mais espessa (motora), emergem a nível da ponte de Varólio (face anterior).

1.3.3. Configuração interna:

Parte posterior da ponte de Varólio encontra-se o quarto ventrículo, de forma triangular.

Nesta massa difusa de substancia branca e de substancia cinzenta. Existem 3 tipos de fibra na

substancia branca: fibras transversais – são aquelas que passam do hemisfério cerebelar

direito para o esquerdo e vice-versa (direcção transversal); fibras intercerebelosas, que fazem

a comunicação entre o cerebelo do lado direito e o esquerdo; ainda algumas fibras vinda do

cerebelo, vão-se unir a neurónios que estão na ponte de Varólio (cerebelo ponticas). Fibras

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 19

longitudinais estão presentes em quatro regiões, fazem união entre estruturas do bulbo

raquidiano e de estruturas do pedúnculo cerebelar (as fibras do fascículo piramidal e o

fascículo genicular). Cinta de Reil, é precisamente o local onde o feixe cuneiforme e o feixe

grácil iriam colocar os seus neurónios para conseguirem atravessar a região da ponte.

Posterior e interiormente nas margens do quarto ventrículo está a cinta longitudinal posterior.

Nesta cinta estarão o feixe de Gower e os feixes do fascículo fundamental do cordão antero-

lateral. As fibras restiformes vêm do cordão antero-lateral aproveita para se curvar em

direcção lateral, mas que na realidade acabam todas elas por ir parar a cinta longitudinal

posterior. Substância cinzenta é constituída por uma série de núcleos, que vem da região do

bulbo raquidiano e outros tem origem na ponte, e são 12 pares de nervos. Os nervos cranianos

são semelhantes aos nervos raquidianos, a diferença é que os nervos raquidianos nas cem ao

nível da coluna (raquis), e os nervos cranianos nascem no interior da cavidade craniana. Nervo

trigémeo, abducente, facial, patético, troclear, auditivo, todos estes nervos, e outros como o

nervo vago, irão ter núcleos, vão estar presentes dentro da ponte e no interior do bulbo

raquidiano. Fazendo com que essa região (ponte) seja pontuada (num corte transversal) por

muitas aglomerações de substância cinzenta.

1.4. Cerebelo O quarto ventrículo é uma das cavidades que constitui o sistema ventricular. Situa-se entre a

ponte de Varólio, cerebelo e bulbo raquidiano.

O cerebelo encontra-se mais posteriormente a região da ponte de Varólio e também mais

posteriormente ao bulbo raquidiano. Tem uma relação indirecta com lóbulo occipital externo.

Recebe o nome de cerebelo pelo facto de parecer um cérebro pequeno. Está separado do

bulbo raquidiano e da ponte de Varólio por causa do quarto ventrículo. Considera-se que o

cerebelo constitui o tecto do quarto ventrículo.

O cerebelo possui duas faces e uma circunferência. A face superior que é uma face que esta

dirigida para o lóbulo occipital externo do cérebro, mas tem uma relação indirecta com este

lóbulo. Este apresenta dois hemisférios cerebelares, um do lado esquerdo e outro do lado

direito, em que na linha média é como uma união entre os dois hemisférios, sendo atribuído o

verme do cerebelo. Este verme encontra-se em cima do lóbulo médio do cerebelo.

A face inferior direito tem uma estrutura quando idêntica a superior, tem dois hemisférios: um

esquerdo e outro direito, e na linha média encontra-se novamente o verme cerebelar. Esta

parte inferior do cerebelo apresenta uma chanfradura cerebelar mediana que corresponde a

escavação que os dois hemisférios fazem. Na união dos hemisférios, nos 2/3 posteriores, há

uma região mais ampla aproximadamente na linha média, e esta zona vai-se designar de

pirâmides de Malacarne. Anteriormente as pirâmides de Malacarne podem encontrar a região

da úvula. Tanto a úvula como as pirâmides de Malacarne situam-se no verme do cerebelo, logo

estas nomes são regiões destes, que permitem diferenciar as faces do cerebelo. São todas

estas regiões que permitem diferenciar as partes do cerebelo. Se seguirmos pelo cerebelo em

direcção ao quarto ventrículo, perto do quarto ventrículo estará presente a válvula de Tarin ou

véu medular inferior (ou posterior). Já a circunferência que constituí a forma do cerebelo

apresenta duas chanfraduras. Há uma chanfradura mais anterior - chanfradura semilunar - e

outra mais posterior e talvez mais profunda – chanfradura marsupial. O cerebelo apresenta

sulcos, o que o torna irregular, dai ser designado por cérebro pequeno pelos primeiros

anatomistas.

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 20

Os chamados sulcos de primeira ordem é que vão dar esse relevo quer pela parte superior

quer pela parte inferior. Na proximidade do quarto ventrículo situa-se o flóculo do nervo vago

ou flóculo do lado esquerdo, esta insinuação inferior ao quarto ventrículo é bastante evidente.

Também é bastante evidente, mais inferior ainda ao flóculo, está situada a chamada amígdala

cerebelosa. Esta ocupa uma zona muito particular do cérebro, está extremamente próximo do

buraco occipital. Inclusivamente esta região considera-se sendo a parte do cerebelo que está

parcialmente dentro do canal vertebral. Está tão próximo do buraco occipital, que em certas

posições da cavidade craniana a amígdala continua genuinamente para o interior, e fica

alojada dentro do canal vertebral. Por causa da presença de alguns lóbulos e de alguns sulcos

de primeira ordem. No entanto todo o cerebelo tem o aspecto granular. Este aspecto granular

quer da parte superior (que é mais evidente) quer da parte inferior. No entanto parece que os

sulcos de primeira ordem têm mais relevância do que os outros. Na face anterior da vista

superior do cerebelo encontra-se o lóbulo anterior. O lóbulo posterior é contínuo para a face

inferior.

Um patologista há algum tempo atrás atribuiu características aos lóbulos, por exemplo, o

lóbulo anterior do cerebelo representa em termos toda a região da cabeça e do pescoço. Isto

é, as fibras que se dirigem para o cerebelo tendo origem na cabeça e no pescoço, todas estas

fibras terminam ao nível do lóbulo anterior.

Ainda na parte superior progressivamente após a curvatura da parte superior para a parte

inferior, vão estar alguns sulcos, mas mais profundamente. Um deste é o lóbulo simplex está

imediatamente adjacente ao lóbulo anterior do cerebelo. Este lóbulo está também relacionado

com a região do tronco. Sequencialmente acompanhando a curvatura dos hemisférios

cerebelares, vais estar o lóbulo médio e na parte inferior o lóbulo paramedio, estes dois

lóbulos também estão relacionados com a região do tronco. O lóbulo ansiforme é onde as

fibras cerebelosas do membro inferior e superior irão terminar, e simultaneamente mais

próximo da região da amígdala, vai-se encontrar os chamados lóbulos vermiculares. Estes

lóbulos possuem vias vermiculosas que se situam mais ou menos na zona lombar, nunca é

muito certo. No lóbulo posterior vai-se encontrar o lóbulo médio, lóbulo paramedio, lóbulo

ansiforme e o lóbulo vermicular.

Os sulcos de segunda ordem (a segmentação de segunda ordem), ocorrem no interior dos

sulcos de primeira ordem. Alguns dos sulcos de segunda ordem são tão profundos que

marcam os tais lóbulos e flóculos. Na profundidade dos sulcos de primeira ordem também vai-

se encontrar substancia branca e cinzenta, como em quase todas as zonas do SNC. A

configuração interna do cerebelo assemelha-se muito com a configuração interna do cérebro,

pois também no cérebro se encontrará sulcos, e também se vai encontrar esse aspecto de

substancia cinzenta a periferia e alguns núcleos de substancia cinzenta na sua profundidade. A

substancia de periferia será designada de córtex. No caso do cerebelo esta substancia cinzenta

que se verifica na periferia adapta-se aos sulcos de primeira ordem da mesma forma aos sulcos

de segunda ordem e passa a designar-se córtex cerebelar. Já a substancia cinzenta no cérebro,

a mais profunda é designada por substancia cinzenta central. No caso do cerebelo apresenta

um núcleo extremamente bem identificado, este núcleo e visível quer no hemisfério cerebelar

esquerdo quer no direito, e este núcleo vai ser designado como núcleo dentado porque tem a

forma de dentes. Na proximidade do núcleo dentado ou oliva cerebelosa, vão-se encontrar os

núcleos paraolivares (que estão a periferia). O mais próximo desta oliva terá a forma de

êmbolo e por esta razão atribui-se o nome de núcleo emboliforme. Já mais próximo do verme,

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 21

encontram-se dois núcleos rubosos, e no lóbulo médio do cerebelo estão situado os núcleos

fastigiais. As fibras cerebelos dirigem-se para a substancia cinzenta central do cerebelo que na

maior parte dos casos terminam no núcleo dentado.

A substancia branca que se encontra na profundidade do cerebelo o aspecto desta é muito

diferente.

O cerebelo tem a principal função de coordenação motora como o equilíbrio. No entanto se

relacionarmos as relações com o a ponte de Varólio e o bulbo raquidiano pode-se considerar

também, que em toda região do tronco os núcleos são responsáveis pela respiração,

motricidade, etc. O cerebelo se relaciona com o resto do sistema nervoso através de 3 vias

apenas: pedúnculo cerebeloso inferior que tem relação com a face posterior do bulbo

raquidiano; Pedúnculo cerebeloso médio estabelecesse essencialmente a relação e conexão

entre o cerebelo e a ponte de Varólio; o pedúnculo cerebeloso superior vai estabelecer ligação

entre o cerebelo entre os pedúnculos cerebrais. Na organização dos pedúnculos não é muito

evidente, pode-se diferenciar o inferior dos restantes, mas o superior e o médio estão

extremamente próximos. O pedúnculo cerebeloso superior mantém a união entre os dois

pedúnculos superiores, encontra-se uma comissura entre os dois pedúnculos superiores de

ambos os lados do cerebelo. Essa comissura será designada por válvula de Vieussens. Esta

válvula também tem relação com o quarto ventrículo, fica extremamente próximo do ângulo

superior do quarto ventrículo (em forma de losango). Esta válvula faz parte do tecto do quarto

ventrículo e algumas fibras do pedúnculo cerebeloso superior cruzam por esta válvula.

Vias aferentes vêm para o para o sistema nervoso central, e vias eferentes saem do sistema

nervoso central. As aferencias são essencialmente sensitivas e as eferencias são motoras. No

caso do cerebelo as vias aferentes podem ter várias origens, podem vir da espinal medula, do

bulbo raquidiano, da ponte de Varólio ou do núcleo vestibular. No caso da origem medular

estarem em contacto com o cerebelo através do espinho-cerebelar central cerebelar posterior

ter relação com o feixe espinho-cerebelar posterior (o feixe cerebeloso directo ou espinho-

cerebelar dorsal). Na de origem bulbar, mas tem a sua origem na oliva cerebelosa - núcleo

olivar inferior – um conjunto de neurónios dirige-se para a região do cerebelo. Estas fibras vão

ser designadas de fibras olivares. As fibras da ponte de Varólio ou cerebelo pontinas (ponto-

cerebelosas) têm origem na ponte e vão para o cerebelo. Têm origem no núcleo vestibular e o

núcleo hipoglosso. As fibras eferentes, as fibras que saem do cerebelo para outras regiões,

para o SNC, SN periférico. O fascículo mas superior aquele que se vais dirigir através do

pedúnculo cerebelar superior e serão chamados: fascículo cerebelo talâmico, fascículo

cerebelo púbico. No pedúnculo cerebral está o núcleo rubro, e é aqui que temos o fascículo

cerebelo-pubico, que não é mais do que um feixe que se vai dirigir para o pedúnculo cerebral.

E neste pedúnculo irá haver sinapses no núcleo rubro e no fascículo cerebelo-pubico. Estas

fibras também se dirigem para os núcleos vestibulares, fibras que se dirigem através do

pedúnculo cerebeloso inferior para o cerebelo espinhais.

Pedúnculo cerebeloso inferior: encontra-se a manter a união entre o cerebelo e o fundo do

bulbo raquidiano e a medula espinal. Portanto as estruturas que constituem o pedúnculo

cerebeloso inferior: serão de origem da espinal medula ou do bulbo raquidiano, ou então tem

origem no cerebelo. No caso das vias aferentes irá se encontrar essencialmente o feixe

cerebeloso directo (feixe da espinal medula), o feixe oliva cerebeloso (bulbo raquidiano), o

feixe vestíbulo cerebeloso (núcleos da face posterior do bulbo raquidiano). As fibras eferentes

que partem do cerebelo vão-se dirigir pelo pedúnculo cerebeloso inferior só se podem dirigir

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 22

ou para o bulbo, para a espinal medula ou para os tais núcleos vestibulares no interior do

bulbo.

Pedúnculo cerebeloso médio: tem uma íntima relação com a ponte de Varólio. Esta ponte é

assim designada porque estabelecia ligação entre os dois hemisférios. O ponto de união do

cerebelo com a ponte vão estar os pedúnculos cerebelosos médios possui no seu interior

feixes cerebelo-ponticos e outros feixes. Os feixes que ocupam o pedúnculo cerebeloso

superior vão-se dirigir para o tálamo, fascículo cerebelo talâmico e o fascículo cerebelo púbico.

O feixe de Gower tem origem na medula espinal mas no entanto não entra no cerebelo.

1.5. Quarto ventrículo É uma estrutura do sistema reticular da parte craniana do sistema nervoso central. São

cisternas que têm uma dimensão suficiente para serem considerados ventrículo e não apenas

canais. Na região craniana o canal do ependimo termina ao nível do bulbo raquidiano. O

líquido cefaloraquidiano que se encontra no interior das estruturas do sistema nervoso central

vai-se encontrar em cisternas, que se vai atribuir o nome de ventrículos. Vamos encontrar

alguns na porção craniana e na região do tronco cerebral, o sistema ventricular que está

presente, é precisamente designado como quarto ventrículo. Este quarto ventrículo apresenta

uma forma de um losango com um ângulo superior, um ângulo inferior e dois ângulos laterais.

Terá uma parede que corresponde a parede posterior do tronco cerebral, ou seja, corresponde

a face posterior da ponte e do bulbo raquidiano pela forma vai-se atribuir o nome de soalho. E

uma parede que corresponde a parte anterior do cerebelo e que se vai designar de tecto do

quarto ventrículo. A designação de soalho e tecto não parece muito evidente, pelo facto de

não se encontrar num plano longitudinal puro, o ventrículo tem uma posição inclinada,

ligeiramente oblíquo e desta forma. Logo aquilo que deveria ser face anterior (parece do

tronco cerebral) passa-se a chamar de soalho e a face posterior (parede de cerebelo) irá

chamar-se de tecto.

Em relação ao soalho do quarto ventrículo apresenta no fundo duas metades, uma metade

superior é um pouco mais extensa que a metade inferior. A metade inferior corresponde a

estruturas do bulbo raquidiano e a metade superior correspondendo a estruturas da ponte de

Varólio. As estruturas do bulbo raquidiano são: a asa branca interna, asa branca externa e asa

cinzenta, que são os vários núcleos que se encontram superiormente, mas na realidade vai-se

atribuir o nome de núcleo do nervo vago, núcleo do nervo hipoglosso e núcleo do nervo

vestibular (perto do núcleo do nervo hipoglosso e em simultâneo com o núcleo do nervo

coclear). Existe uma pequena fosseta, designada por fosseta inferior. O limite que separa a

parte superior da parte inferior, são as estrias acústicas (vão-se dirigir para o nervo auditivo). O

triângulo superior corresponde a face posterior da ponte. Existe um sulco mediano na ponte

de Varólio que pode ser designado por sulco mediano anterior ou posterior, mas não é o mais

correcto. Pois não existe dois sulcos logo não é necessário haver distinção. Cada um dos lados

do sulco mediano vão-se encontrar dois folículos que têm a foram arredondada por esta razão

designou-se: folículos esteres. Nestes folículos na sua profundidade podemos identificar o

núcleo do nervo facial ou folículo facial. De cada um dos lados destes folículos esteres, vai

existir uma pequena fosseta e acima dessa pequena fosseta, uma região ligeiramente mais

acinzentada. Esta fosseta é análoga a fosseta inferior encontrada no bulbo raquidiano, e esta

encontra-se na região da ponte. E a superfície encontra-se mais acinzentada, é desta

tonalidade pelo facto de no seu interior estar o núcleo sensitivo do nervo trigémeo. Cócus

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 23

ceruleus sabe-se que marca onde se encontra o núcleo sensitivo do nervo trigémeo (nervo

motor da face e da região craniana).

O tecto do quarto ventrículo é constituído principalmente pela face anterior do cerebelo. Esta

parede anterior é constituída também por um prolongamento que parte do cerebelo em

direcção aos tubérculos quadrigémios do pedúnculos cerebelar. Este prolongamento do

cerebelo para o tubérculo vai ser designado de membrana tectória. Já a inferior a válvula de

Tarin (véu medular superior) esta dirigindo-se inferiormente para a região do bulbo e da

espinal medula. A membrana tectória e a válvula de Tarin são recobertas de umas células

coróideas. Esta célula coroidea é responsável por segregar o líquido cefaloraquidiano. Este

epitélio é alimentado através de uns prolongamentos laterais destas células coróideas, que vão

fazer o aporte sanguíneo à célula coroidea. Estes prolongamentos vão-se designar de plexos

coróides. Nos restantes sistemas ventriculares também ocorrem veias coróideas e plexos

coróides.

O quarto ventrículo superiormente comunica-se com o terceiro ventrículo. O terceiro

ventrículo faz parte do sistema ventricular. Comunica-se superiormente através do aqueduto

de Sylvius. Este aqueduto de Sylvius é uma insinuação na profundidade da região do

pedúnculo cerebral. Inferiormente o quarto ventrículo é contínuo com o canal do ependimo. A

comunicação entre o quarto ventrículo com o canal do ependimo vai-se designar de pico do

cálamo. Lateralmente no quarto ventrículo irá se encontrar o plexo lateral de Reichert. O plexo

coroideo insinua-se para o plexo lateral de Reichert, vamos observar lateralmente orifícios que

vão fazer a comunicação entre o quarto ventrículo e líquido cefaloraquidiano, que se encontra

a periferia da camada de SNC. Simultaneamente ao líquido cefaloraquidiano no interior do

quarto ventrículo e os restantes ventrículos do SNC, também se vai encontrar este liquido a

periferia. E é da equivalência de forças entre a pressão que o líquido a periferia exerce, e a

pressão que o líquido cefaloraquidiano no interior do SNC faz, é deste equilíbrio de forças que

conseguimos manter a forma do cerebelo (p.e.). O líquido cefaloraquidiano que se encontra a

periferia comunica com o liquido cefaloraquidiano que se encontra no quarto ventrículo

através de um orifício. Este orifício ocupa também o ângulo inferior do quarto ventrículo em

simultâneo com o pico do cálamo, este orifício vai-se designar o nome de buraco de Magendie.

Lateralmente os plexos de Reichert permitem a comunicação com o sistema do líquido

cefaloraquidiano do ventrículo para a periferia através de dois orifícios, designados de buracos

de luschka.

Os pedúnculos cerebrais fazem a transição entre o tronco cerebral e o cérebro propriamente

dito. São duas saliências, duas grandes colunas, uma do lado esquerdo e outra do direito. Estas

duas são divergentes pela parte anterior, de baixo para cima, e posteriormente não se torna

muito evidente essa forma divergente. Mas tem uma característica diferente, tem 4 tubérculos

gémeos, designados como tubérculos quadrigémios semelhantes entre si. Superiormente os

pedúnculos cerebrais têm relação directa com o tálamo óptico, região mais inferior que toma

relação com o pedúnculo cerebral. Inferiormente os pedúnculos cerebrais vão ter uma relação

anterior com a ponte e no exterior com o cerebelo. A face anterior destes pedúnculos, esta

divergência, atribui uma fossa, designada fosse interpeninsular, porque se encontra

precisamente no local de separação dos pedúnculos cerebrais. Desta fossa peduncular aloja-se

o nervo oculomotor. É precisamente o vértice inferior que se encontra a fossa

interpeduncular. A periferia do aqueduto de Sylvius, a região central possui substancia

cinzenta. No entanto o que genuinamente marca o pedúnculo cerebral são três regiões

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 24

separadas pelo chamado lócus Níger, uma região de substancia negra. Os núcleos dos

neurónios têm dendrites muito volumosas o que fazem com que esta região chamada lócus

Níger seja bastante mais negra do que a substancia cinzenta que habitualmente encontrada no

SNC.

Esta massa mais negra encontra-se entre o pé e a calote. Pela região mais posterior que

corresponde a calote vai-se encontrar um sistema reticular (substancia branca intercalada com

substancia cinzenta). Nesta substancia reticular perto do aqueduto de Sylvius encontra-se o

núcleo do nervo oculomotor e na proximidade deste o núcleo do nervo patético. Mas o núcleo

mais relevante que ocupa toda a parte interna da calote, o núcleo rubro. Este núcleo rubro

tem uma importância fundamental nas vias motoras involuntárias (p.e. equilíbrio) – feixe de

Gower transmite a nossa postura.

A substancia branca é uma cinta de Reil vai-se encontrar a maior parte das vias sensitivas que

depois se irá dirigir para o tálamo ou para o córtex cerebral. A grande via sensitiva de

comunicação de substancia branca está localizada na cinta de Reil. Lateralmente encontra-se a

ligação dos pedúnculos cerebrais com o cerebelo através de um pedúnculo cerebeloso

superior. O lócus Níger é constituído normalmente por núcleos de células com dendrites

bastante volumosas e para as quais se dirigem fibras que vem do córtex cerebral e do corpo

estreado (conjunto de núcleos da base do crânio), e estabelecem relação interiormente com

fibras que se dirigem para o bulbo raquidiano e para a medula.

Na base do pé tem-se essencialmente um conjunto de fibras da base do pedúnculo cerebral. A

mais relevante, o fascículo piramidal. Estabelece-se uma regra que no SNC tudo que é anterior

é motor e tudo que é posterior é sensitivo. Simultaneamente algumas fibras da cinta de Reil

têm comunicação com o pé. O fascículo genicular pertence as vias da motricidade. E algumas

fibras que vêm do córtex para a ponte de Varólio.

1.6. Conformação externa do cérebro:

Em cada hemisfério cerebral, os dois sulcos mais importantes são o sulco lateral (de Sylvius) e

o sulco central (de Rolando). O sulco Lateral inicia-se na base do cérebro lateralmente à

substância perfurada anterior, como uma fenda profunda que, separa o lobo frontal do lobo

temporal, dirige-se para a face superior e lateral do cérebro, onde termina dividindo-se em

três ramos: ascendente, anterior e posterior. O ramo ascendente e anterior é curto e

penetram no lobo frontal; o ramo posterior é muito mais largo, dirige-se para trás e para cima,

terminando no lobo parietal. Separa o lobo temporal, situado abaixo, dos lobos frontal e

parietal, situados superiormente. O sulco central é um sulco profundo e geralmente contínuo,

que percorre obliquamente a face superior e lateral do hemisfério, separando o lobo frontal e

parietal. Inicia-se na face medial do hemisfério, aproximadamente no meio de sua borda

dorsal e a partir deste ponto dirige-se para a frente e para baixo, em direcção ao ramo

posterior do sulco lateral, do qual é separado por uma pequena prega cortical.

1.6.1. Lobo Temporal

Na face superior e lateral do cérebro apresenta dois sulcos principais: o sulco temporal

superior: inicia-se próximo ao pólo temporal e dirige-se para trás, paralelamente ao ramo

posterior do sulco lateral, terminando no lobo parietal. E o sulco temporal inferior: paralelo ao

sulco temporal superior, é geralmente formado por duas ou mais partes descontínuas. Entre o

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 25

sulco lateral e temporal superior está o giro temporal superior; entre os sulcos temporal

superior e temporal inferior situa-se o giro temporal médio; abaixo do sulco temporal inferior

localiza-se o giro temporal inferior.

Na face inferior apresenta três sulcos principais:

a. sulco occípitotemporal: limita com o sulco temporal inferior o giro temporal inferior;

medialmente limita com o sulco colateral o giro occípitotemporal lateral (ou giro

fusiforme).

b. sulco colateral: inicia-se próximo ao pólo occipital e se dirige para frente, delimitando

com o sulco calcarino e o sulco do hipocampo, respectivamente, o giro occípito-

temporal medial e o giro para-hipocampal, cuja porção anterior se curva em torno do

sulco do hipocampo para formar o úncus (unco). O sulco colateral pode ser contínuo

com o sulco rinal, que separa a parte mais anterior do giro para-hipocampal do resto

do lobo temporal.

c. sulco do hipocampo: origina-se na região do esplênio do corpo caloso, onde continua

com o sulco do corpo caloso e se dirige para o pólo temporal, onde termina separando

o giro para-hipocampal do úncus.

1.6.2. Lobo Parietal

Na face superior e lateral do cérebro apresenta dois sulcos principais:

a. sulco pós-central: quase paralelo ao sulco central, é frequentemente dividido em dois

segmentos, que podem estar mais ou menos distantes um do outro.

b. sulco intraparietal: muito variável e geralmente perpendicular ao pós-central, com o

qual pode estar unido, estende-se para trás para terminar no lobo occipital.

Entre o sulco central e o pós-central fica o giro pós-central, onde se localiza uma das mais

importantes áreas sensitivas do córtex, a área somestésica. O sulco intraparietal separa o

lóbulo parietal superior do lóbulo parietal inferior. Neste último descrevem-se dois giros: o

giro supramarginal, curvado em torno da extremidade do ramo posterior do sulco lateral, e o

giro angular, curvado em torno da porção terminal e ascendente do sulco temporal inferior.

Na face medial existem dois sulcos que passam do lobo frontal para o parietal:

a. sulco do corpo caloso: começa abaixo do rostrum do corpo caloso, contorna o tronco e

o esplênio do corpo caloso, onde continua, já no lobo temporal, com o sulco do

hipocampo.

b. sulco do cíngulo: tem curso paralelo ao sulco do corpo caloso, do qual é separado pelo

giro do cíngulo. Termina posteriormente dividindo-se em dois ramos: o ramo marginal,

que se curva em direcção à margem superior do hemisfério, e o sulco subparietal, que

continua posteriormente.

Destacando-se do sulco do cíngulo em direcção à margem superior do hemisfério, existe quase

sempre o sulco paracentral, que delimita com o sulco do cíngulo e seu ramo marginal, o lóbulo

paracentral, assim denominado em razão de suas relações com o sulco central, cuja

extremidade superior termina aproximadamente no seu meio.

NOTA: O giro para-hipocampal se liga posteriormente ao giro do cíngulo através de um giro estreito, o istmo do giro do cíngulo.

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 26

Acima do corpo caloso temos o giro do cíngulo; mais acima temos, de trás para diante, o pré-

cuneus, o lóbulo paracentral e a face medial do giro frontal superior.

1.6.3. Lobo Occipital

Na face superior e lateral do cérebro o lobo occipital ocupa uma porção relativamente

pequena, onde apresenta pequenos sulcos e giros inconstantes e irregulares. Um importante

desses inconstantes e variáveis sulcos é um sulco em meia-lua, o sulco lunatus.

Na face medial apresenta dois sulcos importantes:

a. sulco calcarino: inicia-se abaixo do esplênio do corpo caloso e tem um trajecto

arqueado em direcção ao pólo occipital.

b. sulco parietoccipital: muito profundo, separa o lobo occipital do parietal e encontra

em ângulo agudo o sulco calcarino.

Entre o sulco parietoccipital e o sulco calcarino, situa-se o cúneus, giro complexo, de forma

triangular. Adiante do cúneus,

por conseguinte já no lobo

parietal temos o pré-cuneus.

Abaixo do sulco calcarino

situa-se o giro occípito-

temporal medial, que continua

anteriormente com o giro

para-hipocampal, já no lobo

temporal.

O cérebro é a maior parte do

encéfalo, constituinte de

expansões do prosencéfalo,

situado na fossa anterior e

média do crânio, muitos

autores são da opinião que

possuímos dois cérebros, um direito e um esquerdo, já que o cérebro é dividido em dois

hemisférios. Esse conjunto, denominado cérebro possui duas grandes divisões: o diencéfalo

(uma porção mais medial, central) e outra, mais periférica, maior, observada nas espécies mais

desenvolvidas, como nos humanos, trata-se do telencéfalo. Observamos nos animais

inferiores, um cérebro mais primitivo, equivalente ao nosso tronco encefálico. Na medida que

vamos evoluindo, observamos a formação telencefálica, sendo os lobos temporais, estruturas

que originaram-se centralmente e descenderam lateralmente, sendo as mais afectadas nos

traumatismos cranianos.

1.6.4. Diencéfalo

O diencéfalo consiste no III ventrículo, e nas estruturas que formam sua parede.

Posteriormente o III ventrículo se estende até o aqueduto mesencefálico e, anteriormente, até

o forame interventricular ou forame de Monro.

O III ventrículo é uma estreita fenda, ímpar, mediana, que comunica-se com os ventrículos

laterais pelo forame interventricular (Monro) e com o IV ventrículo via aqueduto de Sylvius. Há

um sulco hipotalâmico que subdivide o tálamo do hipotálamo. O assoalho do III ventrículo é

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 27

composto pelo quiasma óptico, pelo infundíbulo, túber cinéreo e corpos mamilares. A parte

posterior do III ventrículo é obscurecida pelo fórnice: feixe grosso de fibras originados no

hipocampo (lobo temporal) passando sobre o tálamo para unir-se aos corpos mamilares. A

porção superior do III ventrículo é composta pelo tecto do III ventrículo consistindo em uma

camada de epêndima que reveste o III ventrículo. Superiormente esse epêndima é recoberto

por uma dobra vascular de pia-máter (tela coróide do III ventrículo).

A superfície lateral do diencéfalo é limitada pela cápsula interna (substância branca – fibras

nervosas) conectando o córtex cerebral com o tronco encefálico. A porção lateral é composta

pelo hipotálamo, bilateralmente. Fibras de feixes nervosos partem para o núcleo habenular

(epitálamo) formando uma crista denominada estria medular talâmica. A porção anterior do

diencéfalo é composta pela lâmina terminalis (lâmina terminal) e pela comissura anterior.

1.6.5. Tálamo.

Grande massa ovóide de substância cinzenta (núcleos celulares) formando a maior parte do

diencéfalo. A extremidade anterior do tálamo é estreitada e arredondada, formando o limite

posterior do forame de Monro. A extremidade posterior forma o pulvinar do tálamo,

localizando-se acima do colículo superior. O corpo geniculado lateral e medial são expansões

arredondadas situada na porção inferior do tálamo. A parte superior do tálamo é recoberta,

medialmente, pela tela coróide e pelo fórnix além do epêndima do ventrículo lateral. O tálamo

esquerdo conecta-se com o tálamo direito pela aderência intertalâmica. O tálamo é separado

do núcleo lentiforme (um dos núcleos da base) pela cápsula interna. Em conjunto os corpos

geniculados laterais e mediais formam o metatálamo (via auditiva e visual). A face inferior do

tálamo faz contacto com o subtálamo e com o hipotálamo.

O tálamo é subdividido em diversos núcleos (estações de retransmissão para o córtex

cerebral e para regiões subcorticais): pulvinar do Tálamo; Corpo Geniculado Lateral e medial;

Núcleo Ventro-Posterior medial; Núcleo Ventro-Posterior Lateral; Núcleo Posterior Lateral;

Núcleo Dorsal Lateral; Núcleo Anterior Ventral; Núcleo Lateral Ventral; Núcleo Anterior;

Lâmina Medular Interna.

1.6.6. Subtálamo

Localiza-se inferiormente ao tálamo, relacionando-se ao tegumento mesencefálico

(posteriormente) e ao hipotálamo (anteriormente). Quanto às estruturas do subtálamo

devemos considerar: núcleo rubro; substância cinzenta e formação reticular; sendo estas três

estruturas, em conjunto, denominada zona incerta do subtálamo. Há também os núcleos

subtalámicos que fazem conexão como o globo pálido pela via pálido-Subtálamo-Palidal.

Lesões no subtálamo ocasionam uma situação clínica denominada hemibalismo.

O subtálamo é extremamente complexo, tanto anatomicamente como funcionalmente: o

subtálamo é atravessado por vários feixes de fibras nervosas. Há também a alça lenticular e o

fascículo subtalámico cuja descrição funcional é feita pela neurofisiologia.

1.6.7. Epitálamo

O epitálamo limita posteriormente o III ventrículo sendo constituído pela glândula pineal

(glândula endócrina secretora de melatonina, capaz de influenciar nas secreções pancreáticas,

hipofisárias, paratireóideas, adrenais e gonadais – em humanos a melatonina parece inibir a

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 28

secreção de FSH e LH hipofisários); comissura posterior; comissura das habenulas; estrias

medulares; trígono das habenulas (contendo os núcleos habenulares).

A glândula pineal não possui barreira hematoencefálica, sendo suas funções, em maior parte,

inibitórias, isto é, inibem as secreções hormonais.

Os núcleos habenulares, posteriores ao tálamo recebe fibras aferentes do núcleo amigdalóide,

via estrias medulares do tálamo. Outras vias de origem hipocampal atingem a os núcleos

habenulares pelo fórnix. Acredita-se que os núcleos habenulares sejam locais de integração

entre as vias aferentes olfatórias, viscerais e somáticas.

1.6.8. Hipotálamo

Estrutura diencefálica que estende-se da região do quiasma óptico até a borda caudal dos

corpos mamilares. Fica abaixo do sulco hipotalâmico, na parede lateral do III ventrículo.

Contém: quiasma óptico; corpos mamilares; túber cinéreo e o infundíbulo. O hipotálamo fica

bem próximo ao sistema límbico, do tálamo, dos tractos ascendentes e descendentes e da

hipófise. Fisiologicamente o hipotálamo é extremamente complexo, não havendo função

orgânica que, de alguma forma, não sofra sua influência. O hipotálamo coordena o sistema

nervoso autónomo, sistemas endócrinos fazendo conexões com o córtex cerebral.

Quiasma óptico é um feixe de fibras nervosas localizadas na junção entre a parede anterior e o

assoalho do III ventrículo. Sua superfície superior prende-se à lâmina terminal, relacionando-se

inferiormente à hipófise (separados pelo diafragma da sela – camada de dura-máter que isola

a hipófise do córtex cerebral propriamente dito). O túber cinéreo é uma massa de substância

cinzenta continuado inferiormente pelo infundíbulo. O infundíbulo, por sua vez, continua-se

com o lobo posterior da hipófise (neuro-hipófise). Os corpos mamilares são massas esféricas

posteriores ao túber cinéreo. Posteriormente aos corpos mamilares encontramos uma área

encefálica perfurada por pequenos orifícios sendo denominada substância perfurada anterior.

1.6.9. Telencéfalo – Hemisférios Cerebrais.

Constituem a maior parte do encéfalo sendo 2 os hemisférios (direito e esquerdo) separados

pela fissura longitudinal do cérebro. Essa fissura contém dobras de dura-máter que se

invaginam por entre os hemisférios até o corpo caloso, sendo denominadas foice cerebral. O

corpo caloso é a maior comissura do cérebro interligando os dois hemisférios cerebrais. Uma

segunda dobra de dura-máter separa o cérebro do cerebelo, trata-se da tenda do cerebelo.

Para que a área seja maior, os hemisférios cerebrais apresentam em sua superfície, dobras ou

giros, formando o que chamamos de circunvoluções. Entre os giros, frestas são observadas e

chamadas de sulcos. Os hemisférios separam-se didacticamente entre lobos frontal, parietal,

occipital, límbico, temporal e insular. Dentre os sulcos temos que observar o sulco central

(sulco de Rolando – sulco profundo que separa o lobo frontal do parietal; paralelos ao giro pré-

central e pós-central); sulco lateral (fissura de Sylvius – separa o lobo frontal do lobo temporal

– possui três ramos: ascendente, anterior e posterior); Sulco Parietoccipital (separando o lobo

parietal do occipital – pré-cuneus do cúneus) e Sulco calcarino (dividindo o lobo occipital em

cúneus e giro occípitotemporal medial).

1.6.9.1. Face superior e Lateral:

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 29

No lobo frontal encontram-se três sulcos principais: sulco pré-central; sulco frontal superior e

sulco frontal inferior. O lobo central possui os seguintes giros: giro pré-central, giro frontal

superior, giro frontal médio e giro frontal inferior (subdividido em três porções: pars orbitalis,

pars triangularis e pars opercularis). Neste lobo frontal ainda encontramos a Área de Broca

(motricidade da fala) e a área pré-frontal relacionada à memória de trabalho, planeamentos,

cálculos, agressividade, iniciativas, comportamento.

No lobo temporal encontram-se dois sulcos: sulco temporal superior (separa o giro temporal

superior do médio) e sulco temporal inferior (separa o giro temporal médio e inferior). Entre

os giros encontramos o giro temporal superior, giro temporal médio e giro temporal inferior.

Ainda no lobo temporal, encontramos o giro temporal transverso ou giro de Heschl

relacionado à audição e ao equilíbrio (giro temporal superior). Estes giros transversos ligam o

lobo temporal ao lobo da ínsula (lobo pequeno que cresceu pouco durante o desenvolvimento

cerebral). No lobo temporal uma área associativa relacionada à inteligência é encontrada e

denominada área de Wernicke (trata-se de uma área parieto-occipito-temporal).

No lobo parietal e occipital encontra-se no lobo parietal o sulco pós-central e o sulco

intraparietal (perpendicular ao giro pós-central). Dentre os giros no lobo parietal encontramos

o giro pós-central, giro parietal superior e giro parietal inferior (sendo este último dividido em

giro supra-marginal e giro angular). O giro parietal superior é separado do giro parietal inferior

pelo sulco intraparietal. O lobo occipital possui uma incisura pré-occipital (responsável pelos

movimentos sincrónicos dos olhos).

O lobo da ínsula está recoberto pelos lábios superiores e inferiores do sulco lateral. Seu ápice é

voltado para baixo constituindo o límen da ínsula. A ínsula possui três giros curtos (anteriores)

e um giro longo (posterior), separados pelo sulco central da ínsula.

1.6.9.2. Face medial do Cérebro:

Num plano sagital mediano identificamos diversas estruturas de grande importância

anatómicas e fisiológica que devemos saber.

1. Corpo Caloso: maior comissura inter-hemisférica que penetra o centro branco medular

(substância branca cortical) também chamado de centro semi-oval. O corpo caloso é

subdividido em porções: rostrum, joelho, corpo ou tronco, esplênio do corpo caloso. O

rostrum do corpo caloso se continua com a comissura anterior e lâmina terminal.

2. Fórnix: dividido em porções – coluna do fórnix ligada aos corpos mamilares, corpo do

fórnix e perna do fórnix seguido pelas fímbrias do hipocampo (penetram o corno

temporal do ventrículo lateral formando o hipocampo).

3. Septo pelúcido: fina membrana presente entre o corpo caloso e o fórnix. São duas

delgadas lâminas que delimitam a cavidade do ventrículo lateral.

4. Lobo occipital: possui o sulco calcarino (divide o cúneus do giro occípitotemporal

medial) e o sulco parietoccipital que divide o pré-cuneus do cúneus. O giro

occípitotemporal medial continua-se com o giro para-hipocampal formando mais

anteriormente o úncus do lobo temporal.

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 30

5. Lobo frontal e parietal: encontramos o sulco do corpo caloso (imediatamente acima do

corpo caloso), continuando-se com o sulco do hipocampo; sulco do giro do cíngulo

(imediatamente acima do giro do cíngulo) subdividido em três porções: ramo marginal

do giro do cíngulo (divide o lóbulo paracentral do pré-cuneus), ramo subparietal

(abaixo do lobo parietal) e sulco paracentral (divide o giro frontal medial do lóbulo

paracentral).

6. Área Septal: composta pelo giro paraterminal ou subcaloso associada à área subcalosa.

1.6.9.3. Face Inferior:

O lobo temporal visto inferiormente possui o sulco colateral separando o giro occípitotemporal

medial (antigo giro lingual) do giro occípitotemporal lateral. O sulco colateral muitas vezes é

contínuo com o sulco rinal (presente no úncus do lobo temporal – relaciona-se ao olfacto),

outras vezes há uma evidente separação. Já o sulco occípitotemporal lateral separa o giro

occípitotemporal lateral do giro temporal inferior. O sulco do hipocampo separa o úncus do

temporal do giro para-hipocampal, sendo que o giro para-hipocampal liga-se ao giro do cíngulo

através do istmo do giro do cíngulo. O conjunto de estruturas interligadas que forma o lobo

límbico (límbico vêm de limbo – periferia) constitui-se do úncus do lobo temporal, do giro

para-hipocampal, istmo do giro do cíngulo e giro do cíngulo.

Lobo Frontal: encontramos o sulco olfactório onde se apoia o I par de nervo craniano

(olfactório), o giro recto, bulbo olfactório (porção mais ovalada na extremidade do nervo

olfactório) e substância perfurada anterior. Encontramos também os giros orbitais que são

laterais ao giro reto constituindo a base do lobo frontal.

1.6.10. Estruturas Internas dos Hemisférios Cerebrais

VENTRÍCULOS LATERAIS; NÚCLEOS DA BASE E SUBSTÂNCIA BRANCA

Ventrículos Laterais – são cavidades (em forma de C) revestidas por células da glia

(ependimárias) contendo líquido cefalorraquidiano (LCR) ou líquor. Drenam seus conteúdos

através dos forames interventriculares ou forame de Monro para o III ventrículo. São

subdivididos anatomicamente em: corno frontal (anterior) do ventrículo lateral; corpo (lobo

parietal) do ventrículo lateral; corno occipital (posterior) do ventrículo lateral; trígono (parte

central) do ventrículo lateral; corno temporal (inferior) no ventrículo lateral. O plexo coróide

do ventrículo lateral está presente no trígono e no corno temporal do ventrículo lateral.

Núcleos da Base – grupo de massas cinzentas (corpos celulares de neurónios) no interior do

hemisfério cerebral. São compostos pelo corpo estriado ou striatum, corpo amigdalóide e

claustrum. O corpo estriado fica lateral ao tálamo sendo constituído pela cápsula interna,

núcleo caudado e núcleo lentiforme.

a. O núcleo caudado é uma grande massa em forma de C possuindo uma cabeça,

um corpo e uma cauda.

b. O núcleo lentiforme é dividido em outros três núcleos: Putame (lateral), globo

pálido lateral e globo pálido medial. Relaciona-se medialmente com a cápsula

interna e lateralmente com a cápsula externa. Os globos pálidos em conjunto

são denominados pálido ou paleoestriado enquanto o Putame, associado ao

núcleo caudado, são denominados neoestriado. Os núcleos da base podem ser

considerados didacticamente como consultores do córtex cerebral na

realização dos movimentos, recebendo aferencias do tálamo, subtálamo,

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 31

tronco encefálico e do próprio córtex cerebral. Vale ainda destacar que a

porção ventral do corpo estriado denomina-se núcleo accumbens.

c. Núcleo amigdalóide: situado no lobo temporal, próximo ao úncus, faz parte do

sistema límbico sendo um centro de alarme para o corpo. Possui eferencias

pelo sistema nervoso autónomo simpático e aferencias de diversas porções

viscerais e somáticas do organismo.

d. Claustrum: delgada lâmina, separado lateralmente do córtex da ínsula pela

cápsula extrema e medialmente pela cápsula externa.

Substância Branca dos Hemisférios Cerebrais: são fibras nervosas classificadas em três tipos:

fibras comissurais (corpo caloso, comissura anterior, comissura posterior, comissura das

habenulas); fibras de associação (fibras curtas e fibras longas – fascículo uncinado, fascículo

longitudinal superior, fascículo longitudinal inferior e fascículo frontoccipital) e fibras de

projecção (cápsula interna com seus braços anteriores e posteriores além do joelho da cápsula

interna; corona radiada e radiação óptica).

1.6.11. Correlações Clínicas

Lesões do Tálamo: lesões resultam em trombose ou hemorragias, são portanto,

fenómenos vasculares. Os sintomas serão contralaterais às áreas lesionadas.

Lesões subtalámicas: haverá fortes e súbitos movimentos involuntários por conectarem-se

com os globos pálidos. Sempre contralateralmente. Aos movimentos violentos

denominamos balísticos e irregulares, denominamos coreiformes.

Glândula Pineal: frequentemente encontramos lesões tumorais nesta glândula com

necessidade de abordagem neurocirúrgica. Depósitos de cálcio são encontrados na pineal

com o avanço da idade.

Hipotálamo: alteração nessa região poderá originar descontrole térmico central como

hipertermia maligna, alteração na ingestão de alimentos (compulsões), diabetes insípidus

(deficiência de ADH), alterações no sono e nas funções reprodutivas. Tumores

hipotalâmicos poderão ser encontrados sendo o craniofaringioma um dos mais comuns.

Estes tumores acometem inicialmente a hipófise expandindo-se para o hipotálamo.

Síndromes metabólicas como a síndrome adiposo-genital podem ser observadas.

Lesões Corticais Cerebrais: através das áreas funcionais de Broadman, o clínico pode

determinar através de sintomas neurológicos que região está a ser acometida seja por um

tumor, seja por um distúrbio cérebro-vascular.

Ventrículos Laterais: os plexos coróides podem ser acometidos por tumores, ependimomas

ou mesmo terem seus forames obstruídos causando dificuldade na drenagem de líquor, a

essa situação clínica denominamos hidrocefalia não comunicante. Por outro lado após uma

hemorragia subaracnóidea o líquor fica mais espesso sendo mais difícil para as granulações

aracnóideas fazerem sua drenagem, originando a chamada hidrocefalia comunicante.

Núcleos da Base: tumores nesta região podem originar sintomas motores clássicos

também por obstruírem as fibras descendentes e ascendentes que caminham pela cápsula

interna. São encontradas hemiplegias espásticas progressivas (compressão dos 2/3

anteriores da cápsula interna) ou hemiparestesias (comprometimento dos 1/3 posterior da

cápsula interna).

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 32

1.7. Conformação interna do cérebro O cérebro é constituído por neurónio amielinicos (substância cinzenta) e mielinicos

(substância branca). O cérebro pode ser observado num corte transversal ou coronal.

O corpo caloso é uma grande comissura de fibras nervosas entre o hemisfério cerebral direito

e o hemisfério cerebral esquerdo. Situa-se na profundidade da fissura interhemisférica e entre

mais interiormente entre os hemisférios. Apresenta uma região côncava em direcção inferior,

ao longo do corpo calosa no centro, da frente para trás encontra-se uma lâmina ligeiramente

mais fina, até a região do quiasma óptico. Este centro vai-se designar como rostrum do corpo

caloso. As estruturas mais evidentes deste, da frente para trás, serão: a região do joelho, a

região do troco e mais posteriormente a região do esplênio. Há uma região de transição de

fibras de um hemisfério cerebral para o outro hemisfério, estas fibras fazem a comunicação

entre os dois hemisférios. A região do joelho apresenta duas insinuações em direcção anterior,

prolongam-se em direcção anterior, formando o córtex anterior. Este faz a comunicação entre

o corpo caloso e o lóbulo frontal. As Fibras que se queiram dirigir para o lóbulo occipital

aproveitam a região do esplênio do corpo caloso e dirigem-se para o córtex occipital e

posteriormente para o lóbulo occipital. E a região do troco para os lóbulos parietais e

temporais. Partindo da linha media do corpo caloso há um tecido bem mais fino que o corpo

caloso, em direcção inferior, é designada por septo pelúcio. Este septo vai servir para separar o

ventrículo médio ou terceiro ventrículo dos restantes. Na região da base do crânio está o

tálamo óptico, uma das funções mais óbvias deste é a de passagem das vias visuais, mas sabe-

se que não é a única. O tálamo estabelece prioridade nas informações que irão chegar córtex e

estabelece que informação deve chegar antes. Independentemente de serem estímulos

motores ou sensitivos eles vão estabelecer prioridade entre estes. O tálamo óptico é

basicamente constituído por duas estruturas de forma oval. O tálamo fica por baixo do corpo

caloso. A aderência intertalámica faz a união entre os dois tálamos ópticos. Apresenta uma

face superior e uma face inferior, esta última assenta sobre a região

infratalamica/subtalámica, que é a região dos pedúnculos cerebrais. Também tem uma

extremidade anterior e uma posterior. E superiormente ao corpo caloso está a fissura inter-

hemisférica. Na região dos pedúnculos cerebrais encontra-se o núcleo rubro. O sulco coroideo,

anteriormente faz um triângulo e pela parte posterior é exactamente igual. É uma estrutura de

substância cinzenta. O espaço anterior e posterior tem nas suas extremidades um tubérculo.

Na extremidade possui um tubérculo anterior toma ligação com o lobo frontal, sendo que

através do tubérculo posterior estabelece ligação, à região mais posterior, nomeadamente ao

lobo occipital e aos tubérculos quadrigémios. Ainda na extremidade posterior encontra-se

umas estruturas denominadas por corpos geniculados. Este faz a ligação com os tubérculos

quadrigémios anteriores e posteriores.

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 33

Tálamo óptico

Corpo caloso

Aderência intertalámica

Putame

Globo

pálido

Núcleo

lentiforme

Lobo insular Núcleo caudado

O tálamo é o centro de decisão intermédio entre o tronco cerebral e o cérebro, este faz como

um sistema de triagem de informação. Além disso está ligado as vias visuais a daí a sua

designação. Parte das decisões emocionais são tomadas ao nível do tálamo óptico e está ligado

essencialmente a vias sensitivas. Este também estabelece ligações com a cinta de Reil e que

estão ligados aos pedúnculos cerebrais e as vias sensitivas consciente. Estabelece também

ligações as cerebelo e ao núcleo rubro através de fascículos cerebelorubrotalamicos. Também

estabelecem sinapses com o neurónio que se encontra em alguns núcleos da base, núcleos do

corpo estriado. O corpo estriado é constituído por 3 regiões bastante bem definidas: duas de

substância de cinzenta, e com substância branca interposta entre elas. A substância cinzenta

vai-se encontrar em forma de lente, que é convexa para o lado externo e concava para o lado

interno, e uma outra substância cinzenta que tem a forma de um verme, com uma cauda

bastante longa o que vamos atribuir o nome de núcleo caudado. O espaço que parece que não

tem qualquer tipo de estrutura entre as substâncias cinzentas, entre o núcleo lenticular e o

núcleo caudado, este é preenchido com substância branca – neurónios com mielina – e esta

região vai ser designada pela cápsula interna.

Fissura inter-hemisférica

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 34

No corte coronal o núcleo caudado será arredondado, mais grosso em direcção anterior, mais

fino em direcção posterior e vai-se situar anteriormente perto do tálamo óptico. O núcleo

lenticular encontra-se lateralmente ao tálamo óptico. O núcleo caudado apresenta uma

cabeça anteriormente que é a região mais ampla e possui uma cauda em direcção posterior. O

núcleo lenticular tem uma relação internamente com o tálamo, também com a cápsula interna

e está próximo do núcleo rubro. Externamente tem uma proximidade com a fissura de Sylvius.

O que separa o lobo da ínsula do núcleo lenticular é o claustro. O núcleo lenticular pode ser

dividido em três regiões: a mais externa vai ser designada de putame (lamina medular

externa), e as duas regiões mais profundas denomina-se de globo pálido (lamina medular

interna e media). Entre o núcleo lenticular e a região do claustro está a cápsula externa, ou

seja, o núcleo lenticular encontra-se delimitado pela cápsula interna e externamente pela

cápsula externa – o que separa a parte do putame do claustro.

NOTA:

Organização dos núcleos da base

A região do núcleo caudado e lenticular está mais relacionado com as decisões motoras, na

passagem de estímulos motores – equilíbrio, posição espacial. A substância branca – cápsula

interna - que se encontra ao pé do núcleo caudado e lenticular, é um local de passagem de

fibras maioritariamente motoras para o córtex, sem passar pelo tálamo para serem desviadas.

Também é o local de passagem de neurónios (onde irão passar os estímulos) e a comunicação

com os restantes núcleos da base. Há três grupos de fibras (proximidade): talamoestriadas

(tálamo e o corpo estriado) que se dirigem para o núcleo caudado ou para o lenticular;

lenticuloestriadas (núcleo lenticular e caudado). Fibras que estabelecem ligação entre o córtex

e a base designadas por corticoestriadas, corticotalamicas.

Núcleo caudado putame globo pálido

Estriado núcleo lentiforme

Corpo estriado

Núcleo da base

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 35

Terceiro grupo de fibras: fibras

da cinta de Reil são a parte

sensitiva voluntária

(basicamente a conformação do

feixe grácil e cuneiforme), e

alguma destas fibras dirigem-se

pela cápsula interna, e outras

para o tálamo. Fibras do feixe

piramidal - motoras – passam

para o córtex pelo tronco

cerebral. O feixe genicular está

sempre associado ao feixe

piramidal pelo menos na região

do pedúnculo, este feixe

genicular curva-se ao longo da

cápsula interna para se dirigir

para o lobo frontal. Os feixes

sensitivos da parte inconsciente

que passam pela cinta de Reil e

que alguns se dirigem para o

núcleo caudado e lenticular. Todo o que resta no cérebro que não seja núcleos ou zonas já

delimitadas vai-se designar de centro oval – local onde se encontram as restantes fibras para a

comunicação entre os hemisférios ou no próprio hemisfério cerebral – p.e. entre o lobo

occipital e a região do lobo frontal. As fibras que fazem comunicação entre regiões do mesmo

hemisfério cerebral são designadas como sendo as fibras de associação. Fibras comissurais são

fibras que fazem a comunicação entre dois hemisférios diferentes, essencialmente através da

região do corpo caloso, são fibras que têm de atravessar a comissura que é formada pelo

corpo caloso para se dirigirem do hemisfério cerebral direito para o esquerdo (e vice-versa). As

restantes fibras constituem uma irradiação que normalmente se abre em leque superiormente

na região dos núcleos da base, nomeadamente na proximidade do tálamo, designa-se por

coroa radiada ou radial. Esta coroa é constituída pelas fibras que vêm de todos os lobos de um

hemisfério cerebral e que se estão a dirigir para o tálamo óptico - do núcleo caudado,

lenticular – são fibras que depois se irão dirigir para a região do troco cerebral – cinta de Reil,

corpo geniculado, feixe piramidal.

O cérebro mantém-se na sua posição original é devido a um jogo de forças, pressões, pelo

líquido cefaloraquidiano que o está a banhar a periferia e o liquido que se encontra no seu

interior. As cavidades em que o liquido cefaloraquidiano no interior do cérebro, a cavidade

medial vai-se atribuir o nome de terceiro ventrículo que é maior que o quarto ventrículo. É

uma cavidade grosseiramente oval, é interrompida na linha média pela presença de uma

pequena cavidade – aderência intertalámica - encontra-se entre os dois tálamos ópticos na

linha média, nos cortes sagitais não é muito evidente. O terceiro ventrículo comunica-se

inferiormente com o quarto ventrículo através do aqueduto de Sylvius ou ducto cerebral.

Superiormente ele comunica-se com duas grandes massas laterais cavidades onde se encontra

liquido cefaloraquidiano que se atribui o nome de ventrículos laterais, comunica-se através do

buraco de Monro. Os ventrículos laterais são bastantes mais amplos, que se dividem em três

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 36

grandes porções: uma superior (a mais ampla) – porção frontal, uma mais inferior – esfenoidal,

e outra mais posterior – porção occipital. O ventrículo médio é uma estrutura impar os

ventrículos laterais são em numero par.

1.8. Meninges Se por algum motivo se perder algum liquido cefaloraquidiano quer internamente ou na

periferia é evidente que o SNC vai sofrer outro sentido de pressão. A forma como o liquido

cefaloraquidiano se mantém em proximidade com o SNC decorre da presença de três

membranas que envolvem o SNC que tem o nome de meninges. A camada mais externa das

meninges tem o nome de dura-máter, uma camada intermédia com o nome de aracnóide e

uma mais interna a piamater. A perfuração de uma destas meninges é potencialmente letal.

Uma meninge pode ser lesada devido a uma infecção o que pode ser muito perigoso porque

está muito perto do SNC, pois a principal protecção do SNC são as meninges. A piamater

encontra-se em adesão com as estruturas do SNC. A dura-máter devido a ser mais externa e

normalmente mais resistente. Na região da coluna vertebral também vai apresentar a dura-

máter a periferia aderida camada óssea do crânio, a aracnóide firmemente aderida à dura-

máter e na profundidade a piamater e esta adapta-se a todas as características anatómicas de

superfície da espinal medula ou na região craniana. Na região craniana vai a mesma

distribuição das meninges. O espaço epidural é um espaço que se prolonga ao longo de todo o

canal vertebral corresponde ao espaço entre o canal vertebral e a dura-máter. Mais

profundamente da dura-máter existe o espaço subdural é um espaço virtual, porque a

aracnóide está tão próxima da dura-máter que essa cavidade que na realidade não existe, alias

só existirá em situações patológicas. Todo o SNC encontra-se envolvido por estas meninges, a

medida que se vai descendo a medula espinhal, passa por várias camadas como a cauda

equina, parte terminal o “filo terminal” e chegando ao final deste, a nível coccígeo, a dura-

máter tem de formar um saco para envolver, e que designará de saco dural. Na porção

craniana a dura-máter está mais próxima das paredes ósseas, normalmente aderida as paredes

ósseas da calote craniana, apenas se afasta em algumas regiões, como na região dos sulcos.

Em regiões craniana a dura-máter se afasta das estruturas ósseas e permite a presença de uma

cavidade entre ela e cavidade craniana, e nessas cavidades irá circular sangue, nomeadamente

sangue venoso. Raramente se encontrarão veias no interior do crânio porque irão estar nessas

cavidades. A dura-máter pode ter três funções: parece induzir o crescimento ósseo, reveste o

SNC e serve de parede a existência desses vasos para a condução do sangue venoso no interior

da cavidade craniana. Também reveste as diversas cavidades mais evidentes dos espaços do

sistema nervoso central, nomeadamente na fissura inter-hemisférica. A dura-máter abandona

a proximidade com o osso e faz uma invaginação para o interior da fissura inter-hemisférica

formando uma grande porção tecidular que se interpõe precisamente nos hemisférios

cerebrais. No interior da foice do cérebro encontra-se o seio longitudinal superior. Outro tipo

de prolongamentos que a dura-máter sai da proximidade do crânio é na região do cerebelo,

aquele espaço que existe entre o cerebelo e o cérebro, que tem o nome de fenda do cerebelo.

Também se verifica esta situação nos hemisférios cerebelares que tem o nome de foice do

cerebelo. Fenda da hipófise – pesquisar.

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 37

A aracnóide tem uma relação de muita proximidade com a dura-máter. Entre a aracnóide e a

pia-máter encontra-se o espaço subaracnoideo. Este espaço é o local onde se encontra o

liquido cefaloraquidiano. A dura-máter é uma camada fibrosa com líquido cefaloraquidiano a

volta. A pia-máter é a meninge mais profunda e a que protege o sistema nervoso central, na

região raquidiano vai ter um prolongamento anterior em direcção anterior, em direcção a

aracnóide vai-se ter o

prolongamento posterior, mas estes

prolongamentos não são muitos

proeminentes ao espaço

subaracnoideo. No entanto os dois

restantes prolongamentos laterais

chamados os ligamentos dentados

um do lado direito, e outro para o

lado esquerdo. Estes já são muito

proeminentes na região raquidiana

do SNC divide dois prolongamentos

no espaço subaracnoideo.

1.8.1. Dura-máter

A dura-máter, ao contrário das outras meninges, é ricamente inervada. Como o encéfalo não

possui terminações nervosas sensitivas, toda ou qualquer sensibilidade intracraniana se

localiza na dura-máter, que é responsável pela maioria das dores de cabeça.

Pregas da dura-máter: em algumas áreas o folheto interno da dura-máter destaca-se do

externo para formar pregas que dividem a cavidade craniana em compartimentos que se

comunicam amplamente. As principais pregas são:

Foice do cérebro: é um septo vertical mediano em forma de foice que ocupa a fissura

longitudinal do cérebro, separando os dois hemisférios.

Tenda do cerebelo: projecta-se para diante como um septo transversal entre os lobos

occipitais e o cerebelo. A tenda do cerebelo separa a fossa posterior da fossa média

do crânio, dividindo a cavidade craniana em um compartimento superior, ou

supratentorial, e outro inferior, ou infratentorial. A borda anterior livre da tenda do

cerebelo, denominada incisura da tenda, ajusta-se ao mesencéfalo.

Foice do cerebelo: pequeno septo vertical mediano, situado abaixo da tenda do

cerebelo entre os dois hemisférios cerebelares.

Diafragma da sela: pequena lâmina horizontal que fecha superiormente a sela túrcica,

deixando apenas um orifício de passagem para a haste hipofisiária.

1.8.2. Aracnóide-máter

Cisternas subaracnóideas: a aracnóide justapõe-se à dura-máter e ambas

acompanham apenas grosseiramente o encéfalo e a sua superfície. A pia-máter adere

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 38

intimamente a esta superfície que acompanha os giros, os sulcos e depressões. Deste

modo, a distância entre as duas membranas, ou seja, a profundidade do espaço

subaracnoideo é muito variável, sendo muito pequena nos giros e grande nas áreas

onde parte do encéfalo se afasta da parede craniana. Forma-se assim nestas áreas,

dilatações do espaço subaracnoideo, as cisternas subaracnóideas, que contém uma

grande quantidade de líquor. As cisternas mais importantes são as seguintes:

Cisterna magna: ocupa o espaço entre a face inferior do cerebelo e a face dorsal do

bulbo e do tecto do III ventrículo. Continua caudalmente com o espaço subaracnoideo

da medula e liga-se ao IV ventrículo através da abertura mediana. A cisterna magna é a

maior e mais importante, sendo às vezes utilizada para obtenção de líquor através de

punções.

Cisterna pontina: situada ventralmente a ponte.

Cisterna interpeduncular: localizada na fossa interpeduncular.

Cisterna quiasmática: situado diante o quiasma óptico.

Cisterna superior: situada dorsalmente ao tecto mesencefálico, entre o cerebelo e o

esplênio do corpo caloso. A cisterna superior corresponde, pelo menos em parte, à

cisterna ambiens, termo usado pelos clínicos.

Cisterna da fossa lateral do cérebro: corresponde à depressão formada pelo sulco

lateral de cada hemisfério.

1.9. Nervos cranianos

1.9.1. Nervo olfactório (NC I)

Tem a função sensitiva – olfacto. Os corpos celulares dos neurónios receptores olfactivos

(também são condutores) estão localizados no órgão olfactório que está localizado no tecto da

cavidade nasal, ao longo do septo nasal e da parede medial da concha nasal superior. As

superfícies apicais dos neurónios possuem cílios olfactórios do epitelio. As superfícies basais

dos neurónios receptores bipolares da cavidade nasal de um lado dão origem aos processos

centrais reunidos aproximadamente 20 filamentos do nervo olfactório (direito ou esquerdo) –

atravessam a lâmina cribriforme (do etmóide) e entram no bulbo olfactório (na fossa anterior

do crânio). Esta lâmina está em contacto com a superfície inferior cerebral.

Cada trato divide-se em: estrias olfactórias (lateral e medial) e termina no córtex piriforme da

parte anterior do lobo temporal. Tecnicamente os bulbos e tratos olfactórios são extensões

anteriores do prosencéfalo. O nervo olfactório é o único nervo a entrar directamente no

cérebro.

1.9.2. Nervo óptico (NC II):

Tem a função sensorial – visão. As estruturas envolventes na recepção e transmissão de

estímulos ópticos desenvolvem-se como evaginações do diencéfalo. Portanto são realmente

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 39

tratos de fibra do SNC formando axónios de células ganglionares retinianas. (neurónios de 3ª

ordem). Os neurónios são circundados por meninges cranianas e liquido cerebrospinal (LCE).

As meninges estendem-se em bulbos até ao olho. O nervo craniano II começa onde os axónios

amielinicos das células ganglionares retinianos perfuram a esclera e tornam-se mielinizados,

profundamente ao disco óptico. O nervo segue saindo através do canal óptico para entrar na

fossa medial do crânio, onde forma o quiasma óptico. Aqui as fibras da metade nasal (medial)

da retinam decussam no quiasma e unem a fibra não-cruzada da metade temporal da retina,

para formar o trato óptico – permite profundidade de percepção de campo (visão

tridimensional)

1.9.3. Nervo oculomotor (NC III):

Tem a função motora somática e motora visceral. Há dois núcleos oculomotores, cada um

servindo um dos componentes funcionais do nervo.

Funções do nervo oculomotor:

Motor de 4 dos 6 músculos estriados extrínsecos do bulbo

do olho, e pálpebra superior;

Propriacepção para os músculos supracitados;

Através do gânglio ciliar e do músculo liso do esfíncter da

pupila o parassimpático constringe a pupila e o corpo ciliar – acomodação (visão

perto).

Percurso:

Na divisão inferior as fibras parassimpáticas pré-sinápticas estão no gânglio ciliar. E as fibras

parassimpáticas pós-sinápticas estão no bulbo no olho.

Fibras esquerdas Trato direito

Fibras direitas Trato esquerdo

Núcleo motor somático mesencéfalo

Núcleo motor visceral acessório

Dorsalmente aos 2/3

rostrais do núcleo

motor somático

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 40

1.9.4. Nervo troclear (NC IV):

Tem a função motora somática e de propriacepção para um musculo extrínseco do bulbo do

olho.

O núcleo do nervo troclear situa-se no mesencéfalo caudalmente ao músculo oculomotor. É o

menos nervo craniano e este emerge da superfície posterior do mesencéfalo, passando ao do

tronco cefálico e seguindo um trajecto mais interior. O músculo oblíquo posterior usa uma

espécie de roldana, para direccionar sua linha de acção (este músculo é enervado pelo nervo

troclear).

1.9.5. Nervo trigémio (NC V)

Tem a função sensitivo geral e de motor braquial (derivação do 1º arco faríngeo). Possui 4

núcleos: 1 motor e 3 sensitivos e é o maior nervo craniano. O NC V é o principal nervo sensitivo

da cabeça (boca, dentes, cavidade nasal, dura-máter). A grande raiz sensitiva é constituída

pelos processos centrais dos neurónios pseudo-unipolares que formam o gânglio trigémio.

Este gânglio está alojado no recesso da dura-máter lateral ao seio cavernoso. Os processos

periféricos neuronais ganglionares formam três nervos: nervo oftálmico (NC V1), nervo maxilar

(NC V2) e o nervo mandibular (NC V3) – sensitivo. As fibras motoras do nervo passam

inferiormente ao gânglio trigemial ao longo do soalho da camada trigemial, desviando-se do

gânglio, como as raízes anteriores espinais. São distribuídas pelo nervo mandibular (NC V3)

unindo-se as fibras sensitivas à medida que atravessa o forame oval (craniano)

NOTA:

O nervo mandibular (NC V3) inerva os M. da mastigação, milo-hioideo, ventre anterior do

M. digástrico, tensor do véu palatino e tensor do tímpano (derivado 1º arco faríngeo).

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 41

Embora o NC V não conduza fibras parassimpáticas pré-sinápticas do SNC, todos os gânglios

parassimpáticos estão associados ao NC V – fibras parassimpáticas pós-sinápticas dos gânglios

unem-se aos ramos do NC V e são conduzidas até os seus destinos (motoras e sensitivas).

1.9.5.1. Nervo oftálmico (NC V1)

Não é um nervo braquial, ou seja, não inerva derivados do 1º arco faríngeo. As fibras sensitivas

do NC V1 são distribuídas para a pele, mucosas e conjuntiva anterior da cabeça e do nariz –

reflexo da córnea (tocar a córnea).

1.9.5.2. Nervo maxilar (NC V2)

As suas fibras sensitivas geralmente são distribuídas para a pele e mucosas associadas à

maxila. O gânglio pterigopalatino (parassimpático) está associado a esta divisão do NC V,

envolvendo na inervação das glândulas lacrimais e mucosas.

1.9.5.3. Nervo mandibular (NC V3)

Conduz fibras motoras e inerva os músculos da mastigação. Dois gânglios parassimpáticos

estão associados a esta divisão do NC V: óptico e submandibular. Ambos estão relacionados

com a inervação das glândulas salivares.

1.9.6. Nervo abducente (NC VI)

Tem a função motora somática – para o músculo estriado do bulbo do olho. O núcleo

abducente está na ponte de Varólio perto do plano mediano. Emerge entre a ponte de Varólio

e o bulbo raquidiano e atravessa a cisterna pontina do espaço aracnoideo. Vai em direcção a

artéria basilar, percorre a artéria e atravessa o anel tendíneo comum, quando entra na orbita.

Seguindo sobre a face medial do reto lateral abduz o olho.

1.9.7. Nervo facial (NC VII)

Tem três funções: sensitivo, motor e parassimpático. Também conduz fibras propriaceptivas

do músculo que inerva. O núcleo motor do nervo facial tem a designação de núcleo

braquiomotor e situa-se na ponte de Varólio. Os corpos celulares dos neurónios sensitivos

primários estão situados no gânglio geniculado. Os processos centrais relacionados com o

paladar terminam nos núcleos do trato solitário do bulbo. Já os processos relacionados com a

sensibilidade geral estão no núcleo espinal do nervo trigémio (terminam).

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 42

A raiz motora maior inerva os músculos da expressão facial. O joelho do nervo facial localiza-se

no gânglio geniculado. O nervo intermédio conduz as fibras do paladar, parassimpáticas e

sensitivas somáticas. O nervo motor braquial supre os músculos derivados do 2º arco faríngeo

principalmente os músculos da expressão facial e os das orelhas. Também supre o ventre

posterior do digástrico, estilo-hioideo e estapédio. O parassimpático pré-sináptico envia fibras

para gânglio pterigopalatino – inervação das glândulas mucosas lacrimais – e para o gânglio

submandibular – supre glândulas salivares: sublingual e submandibular. O gânglio

pterigopalatino está associado ao nervo maxilar (NC V2), que distribui as fibras pós-sinápticas.

O gânglio submandibular está associado ao nervo mandibular (NC V3).

O sistema nervoso central é aquele localizado dentro do esqueleto axial (cavidade craniana e

canal vertebral); o sistema nervoso periférico é aquele que se localiza fora deste esqueleto. O

encéfalo é a parte do sistema nervoso central situado dentro do crânio neural; e a medula é

localizada dentro do canal vertebral. O encéfalo e a medula constituem o neuro-eixo. No

encéfalo temos cérebro, cerebelo e tronco encefálico.

NOTA:

Sensitivo geral: algumas fibras do gânglio geniculado suprem uma pequena área da pele

da concha da orelha, perto do meato acústico externo.

Paladar: As fibras conduzidas pelo nervo corda do tímpano unem-se ao nervo lingual

para conduzir a sensibilidade gustativa de 2/3 anteriores da língua e do palato mole.

Fibras parassimpáticas Gânglios

Fibras simpáticas e outras Gânglios

sinapses

Atravessam

m

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 44

2. Sistema circulatório O sangue sob muita pressão deixa o coração e é distribuído pelo corpo através de artérias

ramificadas. Os vasos de distribuição final – arteriolas – levam o sangue oxigenado para os

capilares. Os capilares formam um leito capilar, onde ocorre troca de oxigénio, nutrientes,

resíduos e outras substâncias com líquido extracelular. A maioria dos vasos do sistema

circulatório possui 3 camadas: túnica intima que é um revestimento interno formado por uma

única camada de células epiteliais extremamente achatadas – endotélio – sustentado por

tecido conjuntivo; túnica média é uma camada intermediária que consiste basicamente em

músculo liso e a túnica externa que consiste numa bainha externa de tecido conjuntivo. A

túnica média é mais variável. As artérias veias e vasos linfáticos são distinguíveis pela

espessura dessa camada em relação ao tamanho da luz e também podem variar na quantidade

de fibras elásticas.

2.1. Artérias

Conduzem o sangue que sai do coração e distribuem-no para o corpo. Há uma mudança

gradual das características morfológicas das artérias. As grandes artérias elásticas (artérias

condutoras) possuem muitas camadas elásticas em suas paredes. Sua elasticidade permitem

que se expandam quando o coração contrai, minimizando a mudança de pressão e retornam

ao tamanho normal entre as contracções cardíacas. As artérias musculares médias (artérias

distribuidoras) têm paredes constituídas principalmente por fibras musculares lisas dispostas

de forma circular. As contracções pulsáteis de suas paredes musculares contraem suas luzes de

forma temporária e rítmica em sequencia progressiva, propelindo e distribuindo o sangue para

as várias partes do corpo. As pequenas artérias ou arteriolas possuem luzes relativamente

estreitas e paredes musculares espessas.

As anastomoses entre múltiplos ramos de uma artéria oferecem vários possíveis desvios para

o fluxo sanguíneo em caso de obstrução do trajecto habitual por compressão, pela posição de

uma articulação, patologia ou ligadura cirúrgica.

2.2. Vascularização arterial do encéfalo

2.2.1. Polígono de Willis

O encéfalo é vascularizado através de dois

sistemas: vértebro-basilar (artérias vertebrais) e

carotídeo (artérias carótidas internas). Estas são

artérias especializadas pela irrigação do

encéfalo. Na base do crânio estas artérias

formam um polígono anastomótico, o Polígono

de Willis, de onde saem as principais artérias

para vascularização cerebral.

As artérias vertebrais se anastomosam originado

a artéria basilar, alojada na goteira basilar. Ela se

divide em duas artérias cerebrais posteriores

que irrigam a parte posterior da face inferior de

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 45

cada um dos hemisférios cerebrais. As artérias carótidas internas originam, em cada lado, uma

artéria cerebral média e uma artéria cerebral anterior. As artérias cerebrais anteriores se

comunicam através de um ramo entre elas que é a artéria comunicante anterior.

As artérias cerebrais posteriores se comunicam com as arteriais carótidas internas através das

artérias comunicantes posteriores.

2.2.2. Artéria Carótida Interna

Ramo de bifurcação da carótida comum, a carótida interna, após um trajecto mais ou menos

longo pelo pescoço, penetra na cavidade craniana pelo canal carotídeo do osso temporal. A

seguir, perfura a dura-máter e a aracnóide e, no início do sulco lateral, divide-se em dois ramos

terminais: a artéria cerebral média e anterior. A artéria carótida interna, quando bloqueada

pode levar a morte cerebral irreversível. Um entupimento da artéria carótida é uma ocorrência

séria, e, infelizmente, comum. Clinicamente, as artérias carótidas internas e seus ramos são

frequentemente referidos como a circulação anterior do encéfalo.

2.2.3. Artéria Vertebral e Basilar (Sistema vértebro-basilar)

As artérias vertebrais seguem em sentido superior, em direcção ao encéfalo, a partir das

artérias subclávias próximas à parte posterior do pescoço. Passam através dos forames

transversos das primeiras seis vértebras cervicais, perfuram a membrana atlanto-occipital, a

dura-máter e a aracnóide, penetrando no crânio pelo forame magno. Percorrem a seguir a

face ventral do bulbo e, aproximadamente ao nível do sulco bulbo-pontino, fundem-se para

constituir um tronco único, a artéria basilar. As artérias vertebrais originam ainda as artérias

espinhais e cerebelares inferiores posteriores. A artéria basilar percorre o sulco basilar da

ponte e termina anteriormente, bifurcando-se para formar as artérias cerebrais posteriores

direitas e esquerda. A artéria basilar dá origem, além das cerebrais posteriores, às seguintes

artérias: cerebelar superior, cerebelar inferior anterior e artéria do labirinto, suprindo assim

áreas do encéfalo ao redor do tronco encefálico e cerebelo. O sistema vértebro-basilar e seus

ramos são frequentemente referidos clinicamente como a circulação posterior do encéfalo.

Abaixo, temos um resumo esquematizado da vascularização encefálica:

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 46

2.2.4. Vascularização Venosa do Encéfalo

As veias do encéfalo, de um modo geral, não acompanham as artérias, sendo maiores e mais

calibrosas do que elas. Drenam para os seios da dura-máter, de onde o sangue converge para

as veias jugulares internas, que recebem praticamente todo o sangue venoso encefálico.

As veias jugulares externas e interna são as duas principais veias que drenam o sangue da

cabeça e do pescoço. As veias jugulares externas são mais superficiais e drenam, para as veias

subclávias, o sangue da região posterior do pescoço e da cabeça. As veias jugulares internas

profundas drenam a porção anterior da cabeça, face e pescoço. Elas são responsáveis pela

drenagem de maior parte do sangue dos vários seios venosos do crânio. As veias jugulares

internas de cada lado do pescoço juntam-se com as veias subclávias para formar as veias

braquiocefálicas, que transportam o sangue para a veia cava superior.

As veias do cérebro dispõem-se em dois sistemas: sistema venoso superficial e sistema venoso

profundo. Embora anatomicamente distintos, os dois sistemas são unidos por numerosas

anastomoses.

Sistema Venoso Superficial – Drenam o córtex e a substância branca subjacente. Formado

por veias cerebrais superficiais (superiores e inferiores) que desembocam nos seios da

dura-máter.

Sistema Venoso Profundo – Drenam o sangue de regiões situadas mais profundamente no

cérebro, tais como: corpo estriado, cápsula interna, diencéfalo e grande parte do centro

branco medular do cérebro. A veia mais importante deste sistema é a veia cerebral magna

ou veia de Galeno, para a qual converge todo o sangue do sistema venoso profundo do

cérebro.

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 47

2.3. Vascularização dos pulmões e das pleuras

Cada pulmão possui uma grande artéria pulmonar que o irriga e duas veias pulmonares que

drenam seu sangue. A artéria pulmonar direita e esquerda originam-se no tronco pulmonar ao

nível do ângulo esternal e conduzem sangue pouco oxigenado aos pulmões para oxigenação.

No pulmão cada artéria desce postero-lateramente ao brônquio principal e divide-se em

arterial lobares e segmentares. Consequentemente, um aramo arterial segue para cada lobo e

segmento broncopulmonar do pulmão. As artérias e os brônquios formam pares de pulmão,

ramificando-se simultaneamente e seguindo trajectos paralelos. As veias pulmonares duas de

cada lado, levam sangue bem oxigenado dos pulmões para o átrio esquerdo do coração. Estas

seguem independentemente das artérias e dos brônquios, passando entre os segmentos

adjacentes e recebendo sangue deles no seu trajecto em direcção ao hilo. As artérias

brônquicas levam o sangue para a nutrição das estruturas que formam a raiz dos pulmões, os

tecidos de sustentação dos pulmões e pleura visceral. As pequenas artérias brônquicas emitem

ramos para a parte superior do esófago e ramos mais distais anastomosam-se com ramos de

artérias pulmonares nas paredes dos bronquíolos e na pleura visceral. As veias brônquicas

drenam apenas parte do sangue levado aos pulmões pelas artérias brônquicas, principalmente

o sangue distribuído para a parte mais proximal das raízes dos pulmões. O restante sangue é

drenado pelas veias pulmonares, especificamente aquele que retorna da pleura visceral, das

regiões mais periféricas do pulmão e dos componentes distais da raiz do pulmão.

2.4. Vascularicação coração

A irrigação do coração é assegurada pelas artérias coronárias e pelo seio coronário. As artérias

coronárias são duas, uma direita e outra esquerda. Elas têm este nome porque ambas

percorrem o sulco coronário e são as duas originadas da artéria aortas. Esta artéria, logo

depois da sua origem, dirige-se para o sulco coronário percorrendo-o da direita para a

esquerda, até ir se anastomosar com o ramo circunflexo, que é o ramo terminal da artéria

coronária esquerda que faz continuação desta circundado o sulco coronário. A artéria

coronária direita: da origem a duas artérias que vão irrigar a margem direita e a parte

posterior do coração, são ela artéria marginal direita e artéria interventricular posterior. A

artéria coronária esquerda, de início, passa por um ramo por trás do tronco pulmonar para

atingir o sulco coronário, evidenciando-se nas proximidades do ápice da aurícula esquerda.

Logo em seguida, emite um ramo interventricular anterior e um ramo circunflexo que da

origem a artéria marginal esquerda. Na face diafragmática as duas artéria se anastomosam

formando um ramo circunflexo. O sangue venoso é colectado por diversas veias que

desembocam na veia magna do coração, que inicia ao nível do ápice do coração, sobe o sulco

interventricular anterior e segue o sulco coronário da esquerda para a direita passando pela

face diafragmática, para ir desembocar no átrio direito. A porção terminal deste vaso,

representada por seus últimos 3 cm forma uma dilatação que recebe o nome de seio

coronário. O seio coronário recebe ainda a veia média do coração, que percorre de baixo para

cima o sulco interventricular posterior e a veia pequena do coração que margeia a borda

direita do coração. Há ainda veias mínimas, muito pequenas, as quais desembocam

directamente nas cavidades cardíacas.

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 48

2.5. Artérias importantes do corpo humano

2.5.1. Sistema do tronco pulmonar

O tronco pulmonar sai do coração pelo ventrículo direito e se bifurca em duas artérias

pulmonares, uma direita e outra esquerda. Cada uma delas se ramifica a partir do hilo

pulmonar em artérias segmentares pulmonares. Ao entrar nos pulmões, esses ramos se

dividem e subdividem até formarem capilares, em torno alvéolos nos pulmões. O gás

carbónico passa do sangue para o ar e é exalado. O oxigénio passa do ar, no interior dos

pulmões, para o sangue. Esse mecanismo é denominado HEMATOSE.

2.5.2. Sistema da artéria aorta

É a maior artéria do corpo, com diâmetro de 2 a 3 cm. Suas quatro divisões principais são a

aorta ascendente, o arco da aorta, a aorta torácica e aorta abdominal. A aorta é o principal

tronco das artérias sistémicas. A parte da aorta que emerge do ventrículo esquerdo, posterior

ao tronco pulmonar, é a aorta ascendente. O começo da aorta contém as válvulas semilunares

aórticas. A artéria aorta se ramifica na porção ascendente em duas artérias coronárias, uma

direita e outra esquerda que vão irrigar o coração.

A artéria coronária esquerda passa entre a aurícula esquerda e o tronco pulmonar. Divide-se

em dois ramos: ramo interventricular anterior (ramo descendente anterior esquerdo) e um

ramo circunflexo. O ramo interventricular anterior passa ao longo do sulco interventricular em

direcção ao ápice do coração e supre ambos os ventrículos. O ramo circunflexo segue o sulco

coronário em torno da margem esquerda até a face posterior do coração, originando assim a

artéria marginal esquerda que supre o ventrículo esquerdo.

A artéria coronária direita corre no sulco coronário ou atrioventricular e dá origem ao ramo

marginal direito que supre a margem direita do coração à medida que corre para o ápice do

coração. Após originar esses ramos, curva-se para esquerda e contínuo o sulco coronário até a

face posterior do coração, então emite a grande artéria interventricular posterior que desce no

sulco interventricular posterior em direcção ao ápice do coração, suprindo ambos os

ventrículos. Logo em seguida a artéria aorta se encurva formando um arco para a

esquerda dando origem a três artérias (artérias da curva da aorta) sendo elas:

Tronco Braquiocefálico arterial

Artéria carótida comum esquerda

Artéria subclávia esquerda

O tronco Braquiocefálico arterial origina duas artérias:

Artéria carótida comum direita

Artéria subclávia direita

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2.6. Artérias do pescoço e cabeça

A artéria vertebral direita e esquerda e as artérias carótida comum direita e esquerda são

responsáveis pela vascularização arterial do pescoço e da cabeça. Antes de entrar na axila, a

artéria subclávia dá um ramo para o encéfalo, chamada artéria vertebral, que passa nos

forames transversos da C6 à C1 e entra no crânio através do forame magno. As artérias

vertebrais unem-se para formar a artéria basilar (supre o cerebelo, ponte e ouvido interno),

que dará origem as artérias cerebrais posteriores, que irrigam a face inferior e posterior do

cérebro. Na borda superior da laringe, as artérias carótidas comuns se dividem em artéria

carótida externa e artéria carótida interna. A artéria carótida externa irriga as estruturas

externas do crânio. A artéria carótida interna penetra no crânio através do canal carotídeo e

supre as estruturas internas do mesmo. Os ramos terminais da artéria carótida interna são a

artéria cerebral anterior (supre a maior parte da face medial do cérebro) e artéria cerebral

média (supre a maior parte da face lateral do cérebro). Artéria carótida externa: irriga pescoço

e face. Seus ramos colaterais são: artéria tiróide superior, artéria lingual, artéria facial, artéria

occipital, artéria auricular posterior e artéria faríngea ascendente. Seus ramos terminais são:

artéria temporal e artéria maxilar.

2.7. Artérias membro superior

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2.8. Artérias dos membros inferiores

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3. Veias

As veias normalmente reconduzem o sangue desoxigenado (venoso) dos leitos capilares para o

coração, o que confere as veias uma aparência azul-escura. As grandes vais pulmonares são

atípicas porque conduzem sangue bem oxigenado dos pulmões para o coração. Normalmente

as veias não pulsam e não ejectam nem jorram sangue quando seccionadas. Existem três

tamanhos de veias: as venulas drenam os leitos dos capilares e unem-se a vasos semelhantes

para formarem pequenas veias; as veias médias drenam os plexos venosos, e acompanham as

artérias médias, nos membros e em alguns outros locais a força da gravidade se opõe ao fluxo

sanguíneo em direcção ao coração, mas não na direcção inversa. Existem também as grandes

veias e estas são caracterizadas por largos feixes de músculo liso longitudinal. As veias são

mais abundantes que as artérias. As paredes finas das veias permitem que tenham uma grande

capacidade de expansão, e expandem-se quando o retorno do sangue para o coração é

impedido por compressão ou pressões internas. . Tal como as artérias as veias formam um

circuito. Ao contrário que seria esperado 20% do sangue está nas artérias e 80% está nas veias

pela sua grande capacidade de expansão. Nos livros as veias são sempre ilustradas

separadamente das artérias mas o que se verifica é que as veias são veias acompanhantes –

circundam a artéria em uma rede com ramificações irregulares. Por causa desta posição as

veias são distendidas e achatadas quando a artéria se expande durante a contracção do

coração, o que ajuda a conduzir o sangue venoso para o coração – bomba arteriovenosa. As

válvulas das veias interrompem as colunas de sangue, assim aliviando a pressão nas paredes

mais baixas, permitindo que o sangue venoso flua apenas em direcção ao coração.

3.1. Algumas veias importantes do corpo humano:

Veias da circulação pulmonar (ou pequena circulação): As veias que conduzem o sangue que

retorna dos pulmões para o coração após sofrer a hematose (oxigenação), recebem o nome de

veias pulmonares. São quatro veias pulmonares, duas para cada pulmão, uma direita superior

e uma direita inferior, uma esquerda superior e uma esquerda inferior.

As quatro veias pulmonares vão desembocar no átrio esquerdo. Estas veias são formadas pelas

veias segmentares que recolhem sangue venosos dos segmentos pulmonares.

Veias da circulação sistémica (ou da grande circulação): duas grandes veias desembocam no

átrio direito trazendo sangue venoso para o coração. São elas: veia cava superior e veia cava

inferior. Temos também o seio coronário que é um amplo conduto venoso formado pelas veias

que estão trazendo sangue venoso que circulou no próprio coração.

Veia cava superior: a veia cava superior tem o comprimento de cerca de 7,5cm e diâmetro de

2cm e origina-se dos dois troncos braquiocefálicos (ou veia braquiocefálica direita e esquerda).

Cada veia braquiocefálica é constituída pela junção da veia subclávia (que recebe sangue do

membro superior) com a veia jugular interna (que recebe sangue da cabeça e pescoço).

Veia cava Inferior: a veia cava inferior é a maior veia do corpo, com diâmetro de cerca de

3,5cm e é formada pelas duas veias ilíacas comuns que recolhem sangue da região pélvica e

dos membros inferiores.

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 52

Seio Coronário e veias Cardíacas: O seio coronário é a principal veia do coração. Ele recebe

quase todo o sangue venoso do miocárdio. Fica situado no sulco coronário abrindo-se no átrio

direito. É um amplo canal venoso para onde drenam as veias. Recebe a veia cardíaca magma

(sulco interventricular anterior) em sua extremidade esquerda, veia cardíaca média (sulco

interventricular posterior) e a veia cardíaca parva em sua extremidade direita. Diversas veias

cardíacas anteriores drenam directamente para o átrio direito.

3.2. Veias cabeça e pescoço

Crânio: a rede venosa do interior do crânio é representada por um sistema de canais

intercomunicantes denominados seios da dura-máter.

Seios da dura-máter:

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 53

São verdadeiros túneis escavados na membrana dura-máter. Esta, é a membrana mais externa

das meninges. Estes canais são forrados por endotélio. Os seios da dura-máter podem ser

divididos em seis ímpares e sete pares.

SEIOS ÍMPARES (6): são três relacionados com a calvária craniana e três com a base do crânio.

Seios da calvária craniana:

Seio sagital superior: situa-se na borda superior e acompanha a foice do cérebro em

toda sua extensão.

Seio sagital inferior: ocupa dois terços posteriores da borda inferior da parte livre da

foice do cérebro.

Seio reto: situado na junção da foice do cérebro com a tenda do cerebelo.

Anteriormente recebe o seio sagital inferior e a veia magna do cérebro (que é formada

pelas veias internas do cérebro) e posteriormente desemboca na confluência dos

seios.

Seios da base do crânio:

Seio intercavenoso anterior: liga transversalmente os dois seios cavernosos. Situado na

parte superior da sela túrsica, passando diante e por cima da hipófise.

Seio intercavernoso posterior: paralelo ao anterior, este liga os dois seios cavernosos,

passando por trás e acima da hipófise.

Plexo basilar: é um plexo de canais venosos que se situa no clivo do occipital.

Este plexo desemboca nos seios intercavernoso posterior e petrosos inferiores (direito

e esquerdo).

SEIOS PARES: são situados na base do crânio.

Seio esfenoparietal: ocupa a borda posterior da asa menor do osso esfenóide.

Seio cavernoso: disposto no sentido ântero-posterior, ocupa cada lado da sela túrsica.

Recebe anteriormente a veia oftálmica, a veia média profunda do cérebro e o seio

esfenoparietal e, posteriormente, se continua com o seios petrosos superior e inferior.

Seio petroso superior: estende-se do seio cavernoso até o seio transverso, situa-se na

borda superior da parte petrosa do temporal.

Seio petroso inferior: origina-se na extremidade posterior do seio cavernoso, recebe

parte do plexo basilar, indo terminar no bulbo superior da veia jugular interna.

Seio transverso: origina-se na confluência dos seios e percorre o sulco transverso do

osso occipital, até a base petrosa do temporal, onde recebe o seio petroso superior e

se continua com o seio sigmóide.

Seio sigmóide: ocupa o sulco de mesmo nome, o qual faz um verdadeiro "S" na borda

posterior da parte petrosa do temporal, indo terminar no bulbo superior da veia

jugular interna, após atravessar o forame jugular. A veia jugular interna faz

continuação ao seio sigmóide, sendo que o seio petroso inferior atravessa o forame

jugular para ir desembocar naquela veia.

Seio occipital: origina-se perto do forame magno e localiza-se de cada lado da borda

posterior da foice do cerebelo.

Posteriormente termina na confluência dos seios ao nível da protuberância occipital interna.

Face: Normalmente as veias tiroidea superior, lingual, facial e faríngea se anastomosam

formando um tronco comum que vai desembocar na veia jugular interna. O plexo pterigoídeo

recolhe o sangue do território vascularizado pela artéria maxilar, inclusive de todos os dentes,

mantendo anastomose com a veia facial e com o seio cavernoso. Os diversos ramos do plexo

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 54

pteridoídeo se anastomosam com a veia temporal superficial, para constituir a veia

retromandibular. Essa veia retromandibular que vai se unir com a veia auricular posterior para

dar origem à veia jugular externa. A cavidade orbital é drenada pelas veias oftálmicas superior

e inferior que vão desembocar no seio cavernoso. A veia oftálmica superior mantém

anastomose com o início da veia facial.

3.2.1. Pescoço

Descendo pelo pescoço, encontramos quatro pares de veias jugulares. Essas veias jugulares

têm o nome de interna, externa, anterior e posterior.

Veia jugular interna: vai se anastomosar com a veia subclávia para formar o tronco

Braquiocefálico venoso.

Veia jugular externa: desemboca na veia subclávia.

Veia jugular anterior: origina-se superficialmente ao nível da região supra-hioídea e

desemboca na terminação da veia jugular externa.

Veia jugular posterior: origina-se nas proximidades do occipital e desce posteriormente

ao pescoço para ir desembocar no tronco braquiocefálico venoso. Está situada

profundamente.

3.3. Tórax

Encontramos duas excepções principais:

A primeira se refere ao seio coronário que se abre directamente no átrio direito.

A segunda disposição venosa diferente é o sistema de ázigos.

As veias do sistema de ázigo recolhem a maior parte do sangue venoso das paredes do tórax e

abdómen. Do abdómen o sangue venoso sobe pelas veias lombares ascendentes; do tórax é

recolhido principalmente por todas as veias intercostais posteriores.

Sistema de ázigo forma um verdadeiro "H" por diante dos corpos vertebrais da porção torácica

da coluna vertebral. O ramo vertical direito do "H" é chamado veia ázigos. O ramo vertical

esquerdo é subdividido pelo ramo horizontal em dois segmentos, um superior e outro inferior.

O segmento inferior do ramo vertical esquerdo é constituído pela veia hemiázigos, enquanto o

segmento superior desse ramo recebe o nome de hemiázigo acessória. O ramo horizontal é

anastomótico, ligando os dois segmentos do ramo esquerdo com o ramo vertical direito.

Finalmente a veia ázigo vai desembocar na veia cava inferior.

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 55

3.4. Abdómen:

Há um sistema venoso muito importante que recolhe sangue das vísceras abdominais para

transportá-lo ao fígado. É o sistema da veia porta. A veia porta é formada pela anastomose da

veia esplénica (recolhe sangue do baço) com a veia mesentérica superior. A veia esplénica,

antes de se anastomosar com a veia mesentérica superior, recebe a veia mesentérica inferior.

Depois de constituída, a veia porta recebe ainda as veias gástrica esquerda e prepilórica. Ao

chegar nas proximidades do hilo hepático, a veia porta se bifurca em dois ramos (direito e

esquerdo), penetrando assim no fígado. No interior do fígado, os ramos da veia porta realizam

uma verdadeira rede. Vão se ramificar em venulas de calibre cada vez menor até a

capilarização. Em seguida os capilares vão constituindo novamente venulas que se reúnem

sucessivamente para formar as veias hepáticas as quais vão desembocar na veia cava inferior.

A veia gonodal do lado direito vai desembocar em um ângulo agudo na veia cava inferior,

enquanto a do lado esquerdo desemboca perpendicularmente na veia renal.

RESUMINDO O SISTEMA PORTA-HEPÁTICO: A circulação porta hepática desvia o sangue

venoso dos órgãos gastrointestinais e do baço para o fígado antes de retornar ao coração. A

veia porta hepática é formada pela união das veias mesentérica superior e esplénica. A veia

mesentérica superior drena sangue do intestino delgado e partes do intestino grosso,

estômago e pâncreas. A veia esplénica drena sangue do estômago, pâncreas e partes do

intestino grosso. A veia mesentérica inferior, que desagua na veia esplénica, drena partes do

intestino grosso. O fígado recebe sangue arterial (artéria hepática própria) e venoso (veia

porta hepática) ao mesmo tempo. Por fim, todo o sangue sai do fígado pelas veias hepáticas

que desaguam na veia cava inferior

3.5. Veias dos membros superiores

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 56

As veias profundas dos membros superiores seguem o mesmo trajecto das artérias dos

membros superiores. As veias superficiais dos membros superiores:

A veia cefálica tem origem na rede de venulas existente na metade lateral da região da

mão. Em seu percurso ascendente ela passa para a face anterior do antebraço, a qual

percorre do lado radial, sobe pelo braço onde ocupa o sulco bicipital lateral e depois o

sulco deltopeitoral e em seguida se aprofunda, perfurando a fáscia, para desembocar

na veia axilar.

A veia basílica origina-se da rede de venulas existente na metade medial da região

dorsal da mão. Ao atingir o antebraço passa para a face anterior, a qual sobe do lado

ulnar. No braço percorre o sulco bicipital medial até o meio do segmento superior,

quando se aprofunda e perfura a fáscia, para desembocar na veia braquial medial.

A veia mediana do antebraço inicia-se com as venulas da região palmar e sobe pela

face anterior do antebraço, paralelamente e entre as veias cefálica e basílica.

Nas proximidades da área flexora do antebraço, a veia mediana do antebraço se bifurca,

dando a veia mediana cefálica que se dirige obliquamente para cima e lateralmente para se

anastomosar com a veia cefálica, e a veia mediana basílica que dirige obliquamente para cima

e medialmente para se anastomosar com a veia basílica.

3.6. Veias dos membros inferiores

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 57

As veias profundas dos membros inferiores seguem o mesmo trajecto das artérias dos

membros inferiores. As veias superficiais dos membros inferiores: Veia safena magna: origina-

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se na rede de venulas da região dorsal do pé, margeando a borda medial desta região, passa

entre o maléolo medial e o tendão do músculo tibial anterior e sobe pela face medial da perna

e da coxa. Nas proximidades da raiz da coxa ela executa uma curva para se aprofundar e

atravessa um orifício da fáscia lata chamado de hiato safeno. A veia safena parva: origina-se na

região de venulas na margem lateral da região dorsal do pé, passa por trás do maléolo lateral e

sobe pela linha mediana da face posterior da perna até as proximidades da prega de flexão do

joelho, onde se aprofunda para ir desembocar em uma das veias poplíteas. A veia safena parva

comunica-se com a veia safena magna por intermédio de vários ramos anastomósticos.

3.7. Capilares sanguíneos

Para que os nutrientes e o oxigénio conduzidos pelas artérias beneficiem as células que

formam os tecidos do corpo, devem deixar os vasos transportadores e entrar no espaço extra

vascular entre as células. Os capilares são tubos endoteliais simples que unem os lados arterial

e venoso da circulação e permitem a troca de materiais com o liquido extracelular (LEC) ou

intersticial. O sangue entra nos leitos capilares através de arteriolas que controlam o fluxo e é

drenado pelas venulas. As paredes dos capilares são relativamente impermeáveis às proteínas

plasmáticas. Os locais de comunicação anastomoses arteriolo-venulares permitem que o

sangue que está nas artérias passe directamente para as veias sem passar pelos capilares. O

sangue no sistema venoso porta atravessa dois leitos de capilares antes de retornar para o

coração (normalmente atravessa apenas um leito capilar).

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 59

4. Sistema linfático

Embora o sistema linfático esteja presente na maior parte do corpo,

grande parte não é visível no cadáver, este sistema é essencial para a

sobrevivência. Diariamente até 3 litros de líquido não são reabsorvidos

pelos capilares sanguíneos. Além disso parte da proteína plasmática

passa para os espaços extracelulares e o material originado pelas

células não pode atravessar a parede dos capilares sanguíneos. Se

houvesse uns acúmulos desse material no espaço extracelular poderia

ocorrer uma osmose inversa, atraindo mais líquido para esse espaço.

Não há esse acumulo devido à existência do sistema linfático, que

mantém equilibrado o líquido no espaço extracelular. O sistema

linfático é constituído por: plexos linfáticos, vasos linfáticos, linfa,

linfonodos, linfócitos e tecido linfóide. Os plexos linfáticos são redes de

capilares linfáticos que são formados por um endotélio simples, assim

é mais fácil para as proteínas plasmáticas, bactérias, resíduos celulares

ou até mesmo células inteiras passarem para dentro destes plexos. Os

vasos linfáticos são uma rede presente em quase todo o corpo, com vasos de paredes finas

com válvulas linfáticas abundantes. Em indivíduos vivos, estes vasos destacam-se nos locais

onde se encontram as válvulas regularmente separadas conferindo ao sistema linfático um

aspecto de contas. Os vasos linfáticos não estão nos dentes, no osso, na medula óssea e em

toda a parte central do sistema nervoso. A linfa é um líquido tecidual que entra nos capilares

linfáticos e é conduzido por vasos linfáticos. Geralmente é transparente, aquosa e ligeiramente

amarelada. Os linfonodos são pequenas massas de tecido linfático situados ao longo do

trajecto dos vasos linfáticos nas quais a linfa é filtrada em seu trajecto até ao sistema venoso.

Os linfócitos são células circulantes do sistema imunitário, que reagem contra materiais

estranho. Os tecidos linfóide são locais onde se produz linfócitos.

Os vasos linfáticos superficiais e profundos atravessam os linfonodos em seu trajecto no

sentido proximal, tornando-se maiores à medida que se fundem com vasos que drenam

regiões adjacentes. Os vasos linfáticos maiores entram nos grandes vasos colectores,

denominados troncos linfáticos, que se unem para formar o ducto linfático direito ou o ducto

torácico. O ducto linfático direito drena a linfa do quadrante superior direito do corpo. O ducto

torácico drena a linfa restante do corpo. Os troncos linfáticos que drenam a metade inferior do

corpo fundem-se no abdómen, algumas vezes formando um saco colector dilatado, a cisterna

do quilo. Outras funções do sistema linfático: absorção e transporte de gordura da

alimentação (ex: lácteos) e formação de um mecanismo de defesa para o corpo (ex: quando há

remoção de uma proteína estranha).

4.1. Plexo linfático – pulmão

O plexo linfático superficial situa-se profundamente à pleura visceral e drena o parênquima

pulmonar e a pleura visceral. Os vasos linfáticos deste plexo superficial drenam para os

linfonodos broncopulmonares no hilo do pulmão. O plexo linfático profundo está localizado na

submucosa dos brônquios e no tecido conjuntivo peribrônquico. Está relacionado

principalmente à drenagem das estruturas que formam que formam a raiz do pulmão. Os

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vasos linfáticos desse plexo profundo drenam inicialmente para os linfonodos

intrapulmonares, localizados ao longo dos brônquios lobares. A linfa dos plexos linfáticos

superficiais e profundos drena para os linfonodos traquebrônquicos superiores e inferiores. O

pulmão direito drena principalmente através dos respectivos conjuntos de linfonodos no lado

direito, e o lobo superior do lobo do pulmão esquerdo drena principalmente através dos

respectivos linfonodos do lado esquerdo. A linfa daqui proveniente segue para os troncos

linfáticos broncomediastinais direito e esquerdo. O tronco broncomediastinal esquerdo pode

terminar no ducto torácico. O tronco broncomediastinal direito pode chegar até ao ducto

linfático direito curto.

5. Pleuras e pulmões

5.1. Nariz

O nariz é uma protuberância situada no centro da face, sendo sua parte exterior denominada

nariz externo e a escavação que apresenta interiormente conhecida por cavidade nasal.

O nariz externo tem a forma de uma pirâmide triangular de base inferior e cuja a face posterior

se ajusta verticalmente no 1/3 médio da face. As faces laterais do nariz apresentam uma

saliência semilunar que recebe o nome de asa do nariz. O ar entra no trato respiratório através

de duas aberturas chamadas narinas. Em seguida, flui pelas cavidades nasais direita e

esquerda, que estão revestidas por mucosa respiratória. O septo nasal separa essas duas

cavidades. Os pêlos do interior das narinas filtram grandes partículas de poeira que podem ser

inaladas. Além disso, a cavidade nasal contêm células receptoras para o olfacto.

A cavidade nasal é a escavação que encontramos no interior do nariz, ela é subdividida em dois

compartimentos um direito e outro esquerdo. Cada compartimento dispõe de um orifício

anterior que é a narina e um posterior denominado coana. As coanas fazem a comunicação da

cavidade nasal com a faringe. É na cavidade nasal que o ar torna-se condicionado, ou seja, é

filtrado, humedecido e aquecido. Na parede lateral da cavidade nasal encontramos as conchas

nasais (cornetos) que são divididas em superior, média e inferior. O esqueleto ósseo do nariz é

formado pelo osso frontal, ossos nasais e maxilares. A cavidade nasal contém várias aberturas

de drenagem, pelas quais o muco dos seios paranasais é drenado. Os seios paranasais

compreendem os seios maxilares, frontal, etmoidal e o esfenoidal.

5.2. Faringe

A faringe é um tubo que começa nas coanas e estende-se para baixo no pescoço. Ela se situa

logo atrás das cavidades nasais e logo a frente às vértebras cervicais. Sua parede é composta

de músculos esqueléticos e revestida de túnica mucosa. A faringe funciona como uma

passagem de ar e alimento. É dividida em 3 regiões: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe. A

porção superior da faringe, denominada parte nasal ou nasofaringe, tem as seguintes

comunicações: duas com as coanas, dois óstios faríngeos das tubas auditivas e com a

orofaringe. A tuba auditiva se comunica com a faringe através do ósteo faríngeo da tuba

auditiva, que por sua vez conecta a parte nasal da faringe com a cavidade média timpânica do

ouvido. A parte intermediária da faringe, a orofaringe, situa-se atrás da cavidade oral e

estende-se do palato mole até o nível do hióide. A parte da orofaringe tem comunicação com a

boca e serve de passagem tanto para o ar como para o alimento. A laringofaringe estende-se

para baixo a partir do osso hióide, e conecta-se com o esófago (canal do alimento) e

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posteriormente com a laringe (passagem de ar). Como a parte oral da faringe, a laringofaringe

é uma via respiratória e também uma via digestiva.

5.3. Laringe

A laringe é um órgão curto que conecta a faringe com a traqueia. Ela se situa na linha mediana

do pescoço, diante da quarta, quinta e sexta vértebra cervicais.

A laringe tem três funções:

Actua como passagem para o ar durante a respiração;

Produz som, ou seja, a voz (por esta razão é chamada de caixa de voz);

Impede que o alimento e objectos estranhos entrem nas estruturas respiratórias

(como a traqueia).

A laringe desempenha função na produção de som, que resulta na fonação. Na sua superfície

interna, encontramos uma fenda ântero-posterior denominada vestíbulo da laringe, que

possui duas pregas: prega vestibular (cordas vocais falsas) e prega vocal (cordas vocais

verdadeiras).

A laringe é uma estrutura triangular constituída principalmente de cartilagens, músculos e

ligamentos. A parede da laringe é composta de nove peças de cartilagens. Três são ímpares

(cartilagem Tiroidea, cricóide e epiglótica) e três são pares (cartilagem aritnóidea, cuneiforme

e curniculada). A cartilagem tiroidea consiste de cartilagem hialina e forma a parede anterior e

lateral da laringe, é maior nos homens devido à influência das hormonas durante a fase da

puberdade. As margens posteriores das lâminas apresentam prolongamentos em formas de

estiletes grossos e curtos, denominados cornos superiores e inferiores. A cartilagem cricóide

localiza-se logo abaixo da cartilagem tiróide e antecede a traqueia. A epiglote se fixa no osso

hióide e na cartilagem tiróide. A epiglote é uma espécie de "porta" para o pulmão, onde

apenas o ar ou substâncias gasosas entram e saem dele. Já substâncias líquidas e sólidas não

entram no pulmão, pois a epiglote fecha-se e este dirige-se ao esófago. A cartilagem aritnóide

articula-se com a cartilagem cricóide, estabelecendo uma articulação do tipo diartrose. As

cartilagens aritnóides são as mais importantes, porque influenciam as posições e tensões das

pregas vocais (cordas vocais verdadeiras). A cartilagem curniculada situa-se acima da

cartilagem aritnóide. A cartilagem cuneiforme é muito pequena e localiza-se anteriormente à

cartilagem curniculada correspondente, ligando cada aritnóide à epiglote. As cavidades

pulmonares são revestidas por membranas pleurais (pleura) que também se reflectem e

cobrem a superfície externa dos pulmões contidos nas cavidades.

5.4. Pleuras

Cada pulmão é revestido e envolvido por um saco pleural seroso que consiste em duas

membranas contínuas: a pleura visceral – que reveste toda a superfície pulmonar – e a pleura

parietal – que reveste as cavidades pulmonares. A cavidade pleural é um espaço virtual e

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contém uma camada capilar de líquido pleural seroso, este lubrifica as superfícies pleurais e

permite que as camadas pleurais deslizem suavemente uma sobre a outra durante a

respiração. A pleura visceral cobre

intimamente o pulmão e está aderida a

todas as superfícies, incluindo as

superfícies no interior das fissuras

horizontal e oblíqua, não podendo ser

dissecada de suas superfícies. Este

pleura é contínua com a pleura parietal

no hilo do pulmão, onde as estruturas

que formam a raiz do pulmão entram e

saem. A pleura parietal reveste as

cavidades pulmonares, assim aderindo

à parede torácica, ao mediastino e ao

diafragma. É mais volumosa que a

pleura visceral, e esta pleura está dividida em 4 partes: a parte costal cobre as superfícies

internas da parede torácica; a parede mediastinal cobre as faces laterais do mediastino; a

parte diafragmática cobre a superfície superior ou torácica do diafragma de cada lado do

mediastino; e a cúpula da pleura, esta estende-se através da abertura superior do tórax e

entra na raiz do pescoço, formando uma cúpula pleural caliciforme sobre o ápice do pulmão.

Inferiormente à raiz do pulmão, essa continuidade entre a pleura parietal e visceral é uma

dupla camada “vazia” de pleura - o ligamento pulmonar - estende-se entre o pulmão e o

mediastino, imediatamente anterior ao esófago.

Uma camada fina, mais elástica da fáscia endotorácica – fáscia frenicopleural – une a

parte diafragmática da pleura às fibras musculares do diafragma. A cúpula da pleura é

forçada por um extensão fibrosa da fáscia endotorácica – membrana suprapleural –

que se fixa à borda interna da 1ª costela e ao processo transverso da vértebra C7.

Existem linhas de reflexão das pleuras que consistem em linhas relativamente abruptas as

quais a pleura muda de direcção à medida que passa de um à outra parede da cavidade:

Linha esternal de reflexão pleural é abrupta e ocorre no local onde a pleura costal

torna-se continua com a pleura mediastinal;

o A direita segue inferiormente o plano mediano até a face posterior do

processo xifoide;

o A esquerda segue inferiormente o plano mediano apenas até ao nível da 4ª

cartilagem costal.

A linha costal de reflexão pleural também é abrupta e ocorre o local onde a pleura

costal se torna contínua com a pleura diafragmática inferiormente.

A linha vertebral de reflexão pleural é esta é muito arredondada e gradual e ocorre no

local onde a pleura costal torna-se continua com a pleura mediastinal posteriormente.

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 63

Os pulmões não ocupam completamente as cavidades pulmonares durante a expiração. Assim,

a pleura diafragmática periférica está me contacto com as partes mais inferiores da pleura

costal. Os espaços virtuais aqui são os recessos costodiafragmáticos, que circundam a

convexidade superior do diafragma dentro da parede diafragmática. Recessos pleurais

semelhantes, mas mais pequenos, estão localizados posteriormente ao esterno, onde a pleura

costal está em contacto com a pleura mediastinal. Os espaços pleurais virtuais aqui são os

recessos mediastinais. O recesso esquerdo é potencialmente maior devido à incisura cardíaca

no pulmão esquerdo.

5.5. Pulmões

A sua principal função é oxigenar o sangue colocando o ar inspirado bem próximo do sangue

venoso nos capilares pulmonares. Os pulmões em pessoas vivas e saudáveis são normalmente

leves, macios e esponjosos, e ocupam totalmente as cavidades pulmonares. Também são

elásticos e retraem-se para aproximadamente 1/3 do tamanho original quando a cavidade

torácica é aberta. Os pulmões são separados um dos outros pelo mediastino, ao qual estão

fixados nas raízes dos pulmões – brônquios e vasos associados (artérias e veias pulmonares,

plexos pulmonares nervosos, vasos linfáticos).

NOTA:

As bordas inferiores dos pulmões aproximam-se dos recessos pleurais durante a

inspiração e afastam-se deles durante a expiração.

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Medial ao hilo, a raiz está encerrada na área de continuidade entre as lâminas parietal e

visceral de pleura – a bainha pleural ou mesopneumonio.

A fissura horizontal e oblíqua dividem os pulmões em lobos. O pulmão possui 3 lobos o pulmão

possui 2. O pulmão direito é mais pesado do que o esquerdo, porém é mais curto e mais largo,

porque a cúpula direita do diafragma é mais alta e o coração

e o pericárdio são mais salientes à esquerda. A borda anterior

do pulmão é relativamente recta, enquanto essa borda do

pulmão esquerdo possui uma incisura cardíaca profunda. A

língula estende-se abaixo da incisura cardíaca e desliza para

dentro e para fora do recesso costomediastinal durante a

inspiração e a expiração. Cada pulmão possui: um ápice é

uma extremidade superior arredondada do pulmão que fica

em cima da 1ª costela até a raiz do pescoço, recoberta pela

cúpula da pleura; 3 faces (costal, mediastinal e diafragmática)

e 3 margens (anterior, inferior e posterior). A face costal do

pulmão é: grande, lisa e convexa. Está relacionada à pleura

costal, que a separa das costelas, cartilagens costais e dos músculos intercostais íntimos. A

parte posterior desta face está relacionada aos corpos das vértebras torácicas e algumas vezes

denominada – parte vertebral da face costal. A face mediastinal do pulmão é côncava, porque

NOTA:

O hilo do pulmão é uma área cuneiforme da superfície medial de cada pulmão, o ponto no

qual as estruturas que formam a raiz entram e saem do pulmão. O hilo pode ser comparado

à área da terra na qual as raízes de uma planta penetram no solo,

NOTA:

Antes da ramificação do

brônquio a configuração geral

é:

Artéria pulmonar

superior à esquerda;

Veias pulmonares

superior e inferior,

mais interior e mais

inferior,

respectivamente;

Brônquio

aproximadamente ao

meio do limite

posterior, com os vasos

brônquicos

imediatamente

adjacentes.

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está relacionado ao mediastino médio, que contém o pericárdio e o coração. Esta face inclui o

hilo e assim recebe a raiz do pulmão, ao redor do qual a pleura forma a bainha pleural. O

ligamento pulmonar pende inferiormente da bainha pleural ao redor da raiz pulmonar. Há um

sulco para o esófago e uma impressão cardíaca na face mediastinal do pulmão direito. Esta

face do pulmão esquerdo também possui um sulco contínuo e proeminente para o arco da

aorta e a aorta descendente e também um sulco menor para o esófago. A face diafragmática

do pulmão esquerdo, que também é côncava, forma a base do pulmão, que se apoia sobre a

cúpula diafragmática. A concavidade é mais profunda no pulmão direito devido à posição mais

alta da cúpula direita do diafragma, que fica sobre o fígado, que é grande. A margem anterior

do pulmão é o local onde as faces costal e mediastinal se encontram anteriormente e se

sobrepõe ao coração – a incisura cardíaca entalha esta margem do pulmão esquerdo. A

margem inferior do pulmão circunscreve a face diafragmática do pulmão e a separa das faces

costal e mediastinal. A margem posterior do pulmão é o local onde as faces costal e

mediastinal se encontram posteriormente – é larga e arredondada e situa-se na cavidade ao

lado da região torácica da coluna vertebral.

5.6. Traqueia e brônquios

As paredes das vias aéreas são sustentadas por anéis de cartilagens hialina em formato de

ferradura que constitui a árvore traqueobrônquica.

O brônquio principal direito é mais calibroso, mais curto e mais vertical que o brônquio

principal esquerdo, porque entra directamente no hilo do pulmão. O brônquio principal

esquerdo segue ínfero-lateralmente, abaixo do arco da aorta e anterior ao esófago e à aorta

torácica, para chegar ao hilo do pulmão.

Nos pulmões, os brônquios ramificam-se de forma constante para formar as raízes da árvore

traqueobrônquica, como componentes da raiz de cada pulmão. Cada brônquio principal

divide-se em brônquios lobares, dois à esquerda e três à direita, cada qual suprindo um lobo

do pulmão. Cada brônquio lobar divide-se em vários brônquios segmentares que suprem os

segmentos broncopulmonares. Os segmentos broncopulmonares são:

Segmentos piramidais do pulmão, com seus ápices voltados para a raiz do pulmão e

suas bases na superfície pleural;

As maiores subdivisões de um lobo;

Separadores segmentares adjacentes por septos do tecido conjuntivo;

Supridos independentemente por um brônquio segmentar e um ramo terciário da

artéria pulmonar;

Designados de acordo com o brônquio segmentar que o suprem.

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Os nervos dos pulmões e da pleura visceral são derivados dos plexos pulmonares anteriores e

posteriores às raízes dos pulmões. Estas redes nervosas contêm fibras parassimpáticas – nervo

vago – e fibras simpáticas – troncos simpáticos. As células ganglionares parassimpáticas estão

situadas nos plexos pulmonares e ao longo dos ramos da árvore brônquica. As células

ganglionares simpáticas estão situadas nos gânglios simpáticos paravertebrais dos troncos

simpáticos.

5.6.1. Circulação sistémica (brônquica)

Esta circulação destina-se à nutrição das estruturas pulmonares. O sistema brônquico

apresenta pressão sistémica, com a resistência elevada e a perfusão muito reduzida. É

importante ressaltar que, quando ocorrem determinadas pneumopatias ou em casos de

interrupção da circulação pulmonar, podem-se abrir anastomoses pré-capilares entre artérias

brônquicas e pulmonares. Com isso, a perfusão brônquica para o pulmão lesado é aumentada

consideravelmente. O volume total de sangue circulante nos pulmões é de aproximadamente

450 ml, cerca de 9% do volume total de sangue existente no sistema circulatório. Cerca de 70

ml desse sangue total encontram-se nos capilares, estando o resto dividido de modo

aproximadamente igual entre as artérias e as veias. Como o volume da circulação sistémica é

de aproximadamente nove vezes o da circulação pulmonar, a passagem de sangue de um

sistema para o outro, afecta grandemente a circulação pulmonar, mas usualmente tem efeito

apenas modestos sobre a circulação sistémica. Os factores que controlam o débito cardíaco,

principalmente os factores periféricos, controlam também o fluxo sanguíneo pulmonar. Isso

porque volume de sangue que flui através dos pulmões é essencialmente igual ao débito

cardíaco. Na circulação pulmonar quando os níveis de oxigénio estão extremamente baixos, a

resistência vascular aumenta cerca de cinco vezes além do seu valor normal. Como exemplo,

podemos citar uma situação onde a concentração de oxigénio nos alvéolos diminui abaixo do

normal, especialmente quando ela cai a menos de 70% do normal (PO2 abaixo de 70 mm Hg),

com isso os vasos sanguíneos adjacentes entram lentamente em constrição. Esse efeito é o

oposto do normalmente observado nos vasos sistémicos, os quais dilatam-se quando expostos

a baixas tensões de oxigénio, ao invés de contraírem-se. Acredita-se que isso ocorra devido a

uma liberação pelo tecido pulmonar de substâncias vasoconstritoras, frente a uma baixa

concentração de oxigénio. O efeito que o baixo nível de oxigenação causa sobre a resistência

vascular pulmonar tem uma importante função; que é dirigir o fluxo de sangue para as áreas

onde ele será mais útil. Exemplificando, quando uma parte dos alvéolos apresenta baixa

concentração de oxigénio, os vasos que se dirigem para esse local entram em constrição. Com

isso, a maior parte do sangue será distribuída para outras áreas dos pulmões, mais bem

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arejadas. Dessa forma, estabelece-se um mecanismo automático de distribuição do fluxo

sanguíneo para as diferentes áreas pulmonares em proporção ao seu grau de ventilação.

5.6.2. Respiração bocal (curiosidade)

As fossas nasais são o início da árvore respiratória e são divididas pelo septo nasal que, por sua

vez, é formado por uma estrutura osteocartilaginosa. A porção mais interna do nariz é

chamada de coanas e está em contacto com a rinofaringe. A porção mais externa é chamada

de narinas. Existe uma parede externa ou lateral composta por três saliências que são

denominadas cornetos e o espaço existente entre eles é denominado meato. O meato mais

importante é o médio, pois ali drenam os seios frontais, maxilar e etmóide anterior; no meato

superior, drenam os seios esfenóides e etmóide posterior; e no meato interior, desemboca o

canal lacrimonasal. As fossas nasais são muito importantes na fisiologia respiratória, pois têm

como funções a filtragem ou purificação, o aquecimento, a humidificação do ar inspirado e

olfacto. São cobertas por uma mucosa denominada pituitária, que é muito vascularizada e que

sofre alterações de alergias e resfriados. Sua superfície é revestida por uma camada epitelial.

O ar inspirado faz uma trajectória representada por uma curva cujo vértice atinge o meato

médio e cujas extremidades são as narinas e as coanas. Existe uma corrente principal, uma

inferior (secundária) e outra superior (olfactiva). A faringe é um conduto músculo

membranoso que se segue às fossas nasais e à cavidade bucal, terminando abaixo, na entrada

da laringe e boca do esófago, podendo dar passagem ao ar da respiração ou ao bolo alimentar.

É dividida em três porções: a porção superior ou nasal (nasofaringe ou cavum); a porção média

ou bucal (orofaringe) e a porção inferior ou laríngea (hipofaringe ou laringofaringe). As

vegetações adenóides encontram-se na parede superior do cavum. O orifício da tuba auditiva

é encontrado na parede lateral do cavum que estabelece comunicação da nasofaringe com a

orelha média. Na orofaringe encontramos as amígdalas palatinas e na base da língua a

amígdala lingual. O anel linfático de Waldeyer é formado pelas vegetações adenóides,

amígdalas palatinas e linguais. A superfície interna da faringe é coberta por uma mucosa

faríngea, que é revestida por epitélio cilíndrico ciliado vibrátil.

6. Mediastino O mediastino ocupado pela massa de tecido entre as cavidades pulmonares, é o

compartimento central da cavidade torácica. É coberto de cada lado pela pleura mediastinal e

contém todas as vísceras e estruturas torácicas, excepto os pulmões. O mediastino estende-se

da abertura superior do tórax até ao diafragma inferiormente e do esterno e das cartilagens

costais anteriormente até os corpos das vertebrais torácicas posteriormente. Nos indivíduos

vivos é uma região muito móvel, porque consiste principalmente em estruturas viscerais ocas

unidas apenas por tecido conjuntivo frouxo, frequentemente infiltrado com gordura. O

mediastino também é circundado vasos sanguíneos, linfáticos, linfonodos, nervos e gordura.

Para fins de descrição, o mediastino é artificialmente dividido em parte superior e inferior. O

mediastino superior estende-se inferiormente da abertura superior do tórax até o plano

horizontal que inclui o ângulo esternal anteriormente e passa aproximadamente através da

junção das vértebras T4 e T5 posteriormente, frequentemente definido como plano transverso

do tórax. O mediastino inferior situado entre este plano e o diafragma. O pericárdio e o seu

conteúdo constituem o mediastino médio. Algumas estruturas, como o esófago, seguem

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verticalmente através do mediastino e portanto situam-se em mais de um comportamento

mediastino.

7. Pericárdio O mediastino médio inclui o pericárdio, o coração e as raízes de seus grandes vasos – aorta

ascendente, tronco pulmonares e Veia Cava Superior – que entram e saem do coração. O

pericárdio é uma membrana fibrosserosa que cobre o coração e o inicio de seus grandes vasos.

O pericárdio é um saco fechado formado por duas camadas: camada externa resistente, o

pericárdio fibroso é contínua com o tendão central do diafragma. A superfície interna do

pericárdio fibroso é revestida por uma membrana serosa brilhante – lâmina parietal do

pericárdio seroso. Esta lâmina é reflectida sobre o coração nos grandes vasos – aorta tronco e

veias pulmonares e, veias cavas superior e inferior – como a lâmina visceral do pericárdio

seroso. O pericárdio seroso é constituído essencialmente por mesotélio, uma única camada de

células achatadas que formam um epitélio que reveste a superfície interna do pericárdio

fibroso e a superfície externa do coração.

Características do pericárdio fibroso:

Continuo superiormente com a túnica adventícia dos grandes vasos que entram e

saem do coração e com a lâmina pré-traqueal da fáscia cervical profunda;

Fixado anteriormente à superfície posterior do esterno pelos ligamentos

esternopericardicos, que são muito variáveis em seu desenvolvimento;

Unido posteriormente por um tecido frouxo às estruturas no mediastino posterior;

É contínuo inferiormente com tendão central do diafragma.

A parede inferior do saco pericárdico fibroso encontra-se firmemente fixada centralmente

devido ao ligamento pericardicofrénico. O pericárdio fibroso protege o coração contra o

superenchimento súbito, porque é tão inflexível quanto intimamente relacionado aos grandes

vasos que o perfuram superiormente. A aorta ascendente leva o pericárdio superiormente

além do coração até o nível do ângulo esternal. A cavidade pericárdica é um espaço virtual

entre as camadas opostas das lâminas parietal e visceral do pericárdico seroso. Existe uma

camada muito fina de líquido para não haver atrito aquando o batimento cardíaco. A lâmina

visceral do pericárdio seroso constitui o Epicárdio (camada mais externa da parede cardíaca) –

estende-se sobre o inicio dos grandes vasos, tornando-se contínua com a lâmina parietal do

pericárdio e seroso, onde a aorta e o tronco pulmonar deixam o coração, onde a VCS e VCI e

veias pulmonares entram no coração. À medida que as veias do coração se desenvolvem e se

expandem, uma reflexão pericárdica que as circunda forma o seio obliquo do pericárdio. Este

está aberto inferiormente.

A inervação do pericárdio pelos nervos frénicos e o trajecto desses nervos somáticos entre o

coração e os pulmões fazem pouco sentido, excepto se for considerado o desenvolvimento do

pericárdio fibroso.

8. Coração e grandes vasos

Apesar de toda a sua potência, o coração, em forma de cone, é relativamente pequeno,

aproximadamente do tamanho do punho fechado, cerca de 12 cm de comprimento, 9 cm de

largura em sua parte mais ampla e 6 cm de espessura. Sua massa é, em média, de 250g, nas

mulheres adultas, e 300g, nos homens adultos. O coração fica apoiado sobre o diafragma,

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 69

perto da linha média da cavidade torácica, no mediastino, a massa de tecido que se estende do

esterno à coluna vertebral; e entre os revestimentos (pleuras) dos pulmões. Cerca de 2/3 de

massa cardíaca ficam a esquerda da linha média do corpo. A posição do coração, no

mediastino, é mais facilmente apreciada pelo exame de suas extremidades, superfícies e

limites. A extremidade pontuda do coração é o ápice, dirigida para frente, para baixo e para a

esquerda. A porção mais larga do coração, oposta ao ápice, é a base, dirigida para trás, para

cima e para a direita.

8.1. Limites do Coração

A superfície anterior fica logo abaixo do esterno e das costelas. A superfície inferior é a parte

do coração que, em sua maior parte repousa sobre o diafragma, correspondendo a região

entre o ápice e aborda direita. A borda direita está voltada para o pulmão direito e se estende

da superfície inferior à base; a borda esquerda, também chamada borda pulmonar, fica

voltada para o pulmão esquerdo, estendendo-se da base ao ápice. Como limite superior

encontra-se os grandes vasos do coração e posteriormente a traqueia, o esófago e a artéria

aorta descendente.

8.2. Camadas da parede cardíaca

Pericárdio: a membrana que reveste e protege o coração. Ele restringe o coração à sua

posição no mediastino, embora permita suficiente liberdade de movimentação para

contracções vigorosas e rápidas. O pericárdio consiste em duas partes principais:

pericárdio fibroso e pericárdio seroso. Pericárdio: a membrana que reveste e protege o

coração. Ele restringe o coração à sua posição no mediastino, embora permita

suficiente liberdade de movimentação para contracções vigorosas e rápidas. O

pericárdio consiste em duas partes principais: pericárdio fibroso e pericárdio seroso.

Miocárdio: é a camada média e a mais espessa do coração. É composto de músculo

estriado cardíaco. É esse tipo de músculo que permite que o coração se contraia e,

portanto, impulsione sangue, ou o force para o interior dos vasos sanguíneos.

Endocárdio: é a camada mais interna do coração. É uma fina camada de tecido

composto por epitélio pavimentoso simples sobre uma camada de tecido conjuntivo. A

superfície lisa e brilhante permite que o sangue corra facilmente sobre ela. O

Endocárdio também reveste as valvas e é contínuo com o revestimento dos vasos

sanguíneos que entram e saem do coração

8.3. Configuração interna

8.3.1. Aurícula direita

O átrio direito forma a borda direita do coração e recebe sangue rico em dióxido de carbono

(venoso) de três veias: veia cava superior, veia cava inferior e seio coronário. A veia cava

superior, recolhe sangue da cabeça e parte superior do corpo, já a inferior recebe sangue das

partes mais inferiores do corpo (abdómen e membros inferiores) e o seio coronário recebe o

sangue que nutriu o miocárdio e leva o sangue ao átrio direito. Enquanto a parede posterior

do átrio direito é lisa, a parede anterior é rugosa, devido a presença de cristas musculares,

chamados músculos pectinados. O sangue passa do átrio direito para ventrículo direito através

de uma válvula chamada tricúspide (formada por três folhetos - válvulas ou cúspides). Na

parede medial do átrio direito, que é constituída pelo septo interatrial, encontramos uma

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 70

depressão que é a fossa oval. Anteriormente, o átrio direito apresenta uma expansão

piramidal denominada aurícula direita, que serve para amortecer o impulso do sangue ao

penetrar no átrio. Os orifícios onde as veias cavas desembocam têm os nomes de óstios das

veias cavas. O orifício de desembocadura do seio coronário é chamado de óstio do seio

coronário e encontramos também uma lâmina que impede que o sangue retorne do átrio para

o seio coronário que é denominada de válvula do seio coronário.

8.3.2. Aurícula direita

O átrio esquerdo é uma cavidade de parede fina, com paredes posteriores e anteriores lisas,

que recebe o sangue já oxigenado; por meio de quatro veias pulmonares. O sangue passa do

átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo, através da valva bicúspide (mitral), que tem apenas

duas cúspides. O átrio esquerdo também apresenta uma expansão piramidal chamada aurícula

esquerda.

8.3.3. Ventrículo direito

O ventrículo direito forma a maior parte da superfície anterior do coração. O seu interior

apresenta uma série de feixes elevados de fibras musculares cardíacas chamadas trabéculas

carnosas. No óstio atrioventricular direito existe um aparelho denominado valva tricúspide que

serve para impedir que o sangue retorne do ventrículo para o átrio direito. Essa valva é

constituída por três lâminas membranáceas, esbranquiçadas e irregularmente triangulares, de

base implantada nas bordas do óstio e o ápice dirigido para baixo e preso às paredes do

ventrículo por intermédio de filamentos. Cada lâmina é denominada cúspide. Temos uma

cúspide anterior, outra posterior e outra septal. O ápice das cúspides é preso por filamentos

denominados cordas tendíneas, as quais se inserem em pequenas colunas cárneas chamadas

de músculos papilares. A valva do tronco pulmonar também é constituída por pequenas

lâminas, porém estas estão dispostas em concha, denominadas válvulas semilunares (anterior,

esquerda e direita). No centro da borda livre de cada uma das válvulas encontramos pequenos

nódulos denominados nódulos das válvulas semilunares (pulmonares).

8.3.4. Ventrículo esquerdo

O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração. No óstio atrioventricular esquerdo,

encontramos a valva atrioventricular esquerda, constituída apenas por duas laminas

denominadas cúspides (anterior e posterior). Essas valvas são denominadas bicúspides. Como

o ventrículo direito, também tem trabéculas carnosas e cordas tendíneas, que fixam as

cúspides da valva bicúspide aos músculos papilares. O sangue passa do átrio esquerdo para o

ventrículo esquerdo através do óstio atrioventricular esquerdo onde localiza-se a valva

bicúspide (mitral). Do ventrículo esquerdo o sangue sai para a maior artéria do corpo, a aorta

ascendente, passando pela valva aórtica - constituída por três válvulas semilunares: direita,

esquerda e posterior. Daí, parte do sangue flui para as artérias coronárias, que se ramificam a

partir da aorta ascendente, levando sangue para a parede cardíaca; o restante do sangue

passa para o arco da aorta e para a aorta descendente (aorta torácica e aorta abdominal).

Ramos do arco da aorta e da aorta descendente levam sangue para todo o corpo. O ventrículo

esquerdo recebe sangue oxigenado do átrio esquerdo. A principal função do ventrículo

esquerdo é bombear sangue para a circulação sistémica (corpo). A parede ventricular

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 71

esquerda é mais espessa que a do ventrículo direito. Essa diferença se deve à maior força

necessária para bombear sangue para a circulação sistémica.

8.4. Ciclo cardíaco

Um ciclo cardíaco único inclui todos os eventos associados a um batimento cardíaco. No ciclo

cardíaco normal os dois átrios se contraem, enquanto os dois ventrículos relaxam e vice-versa.

O termo sístole designa a fase de contracção; a fase de relaxamento é designada como

diástole. Quando o coração bate, os átrios contraem-se primeiramente (sístole atrial),

forçando o sangue para os ventrículos. Uma vez preenchidos, os dois ventrículos contraem-se

(sístole ventricular) e forçam o sangue para fora do coração. Para que o coração seja eficiente

na sua acção de bombeamento, é necessário mais que a contracção rítmica de suas fibras

musculares. A direcção do fluxo sanguíneo deve ser orientada e controlada, o que é obtido por

quatro valvas já citadas anteriormente: duas localizadas entre o átrio e o ventrículo -

atrioventriculares (valva tricúspide e bicúspide); e duas localizadas entre os ventrículos e as

grandes artérias que transportam sangue para fora do coração - semilunares (valva pulmonar e

aórtica).

Complemento: As valvas e válvulas são para impedir este comportamento anormal do sangue,

para impedir que ocorra o refluxo elas fecham após a passagem do sangue. Sístole é a

contracção do músculo cardíaco, temos a sístole atrial que impulsiona sangue para os

ventrículos. Assim as valvas atrioventriculares estão abertas à passagem de sangue e a

pulmonar e a aórtica estão fechadas. Na sístole ventricular as valvas atrioventriculares estão

fechadas e as semilunares abertas a passagem de sangue. Diástole é o relaxamento do

músculo cardíaco, é quando os ventrículos se enchem de sangue, neste momento as valvas

atrioventriculares estão abertas e as semilunares estão fechadas. Em conclusão disso podemos

dizer que o ciclo cardíaco compreende:

1- Sístole atrial

2- Sístole ventricular

3- Diástole ventricular

8.5. Inervação:

A inervação do músculo cardíaco é de duas formas: extrínseca que provém de nervos situados

fora do coração e outra intrínseca que constitui um sistema só encontrado no coração e que se

localiza no seu interior. A inervação extrínseca deriva do sistema nervoso autónomo, isto é,

simpático e parassimpático. Do simpático, o coração recebe os nervos cardíacos simpáticos,

sendo três cervicais e quatro ou cinco torácicos. As fibras parassimpáticas que vão ter ao

coração seguem pelo nervo vago (X par craniano), do qual derivam nervos cardíacos

parassimpáticos, sendo dois cervicais e um torácico. Fisiologicamente o simpático acelera e o

parassimpático retarda os batimentos cardíacos. A inervação intrínseca ou sistema de

condução do coração é a razão dos batimentos contínuos do coração. É uma actividade

eléctrica, intrínseca e rítmica, que se origina em uma rede de fibras musculares cardíacas

especializadas, chamadas células auto-rítmicas (marca passo cardíaco), por serem auto-

excitáveis. A excitação cardíaca começa no nó sino-atrial (SA), situado na parede atrial direita,

inferior a abertura da veia cava superior. Propagando-se ao longo das fibras musculares atriais,

o potencial de acção atinge o nó atrioventricular (AV), situado no septo interatrial, anterior a

abertura do seio coronário. Do nó AV, o potencial de acção chega ao feixe atrioventricular

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 72

(feixe de His), que é a única conexão eléctrica entre os átrios e os ventrículos. Após ser

conduzido ao longo do feixe AV, o potencial de acção entra nos ramos direito e esquerdo, que

cruzam o septo interventricular, em direcção ao ápice cardíaco. Finalmente, as miofibras

condutoras (fibras de Purkinge), conduzem rapidamente o potencial de acção, primeiro para o

ápice do ventrículo e após para o restante do miocárdio ventricular.

9. Sistema digestivo

9.1. Funções

Destina-se ao aproveitamento pelo organismo, de substâncias estranhas ditas alimentares, que asseguram a manutenção de seus processos vitais.

Transformação mecânica e química das macromóléculas alimentares ingeridas (proteínas, carbohidratos, etc.) em moléculas de tamanhos e formas adequadas para serem absorvidas pelo intestino.

Transporte de alimentos digeridos, água e sais minerais da luz intestinal para os capilares sanguíneos da mucosa do intestino.

Eliminação de resíduos alimentares não digeridos e não absorvidos juntamente com

restos de células descamadas da parte do trato gastrointestinal e substâncias

secretadas na luz do intestino.

Mastigação: Desintegração parcial dos alimentos, processo mecânico e químico.

Deglutição: Condução dos alimentos através da faringe para o esófago.

Ingestão: Introdução do alimento no estômago.

Digestão: Desdobramento do alimento em moléculas mais simples.

Absorção: Processo realizado pelos intestinos.

Defecação: Eliminação de substâncias não digeridas do trato gastrointestinal

9.2. Boca

A boca também referida como cavidade oral ou bucal é formada pelas bochechas (formam as

paredes laterais da face e são constituídas externamente por pele e internamente por

mucosa), pelos palatos duro (parede superior) e mole (parede posterior) e pela língua

(importante para o transporte de alimentos, sentido do gosto e fala). O palato mole se estende

posteriormente na cavidade bucal como a úvula, que é uma estrutura com forma de letra V e

que está suspensa na região superior e posterior da cavidade bucal. A cavidade da boca é onde

o alimento é ingerido e preparado para a digestão no estômago e intestino delgado. O

alimento é mastigado pelos dentes, e a saliva, proveniente das glândulas salivares, facilita a

formação de um bolo alimentar controlável. A deglutição é iniciada voluntariamente na

cavidade da boca. A fase voluntária do processo empurra o bolo da cavidade da boca para a

faringe – a parte expandida do trato digestiva– onde ocorra a fase automática da deglutição.

A cavidade da boca consiste em duas partes: o vestíbulo da boca e a cavidade própria da boca.

O vestíbulo da boca é o espaço semelhante a uma fenda entre os dentes e a gengiva e os

lábios e as bochechas. A cavidade própria da boca é o espaço entre os arcos dentais superior e

inferior. É limitada lateral e anteriormente pelos arcos alveolares maxilares e mandibulares

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 73

que alojam os dentes. O teto da cavidade da boca é formado pelo palato. Posteriormente, a

cavidade da boca se comunica com a parte oral da faringe. Quando a boca está fechada e em

repouso, a cavidade da boca é completamente ocupada pela língua.

9.3. Dentes

Os dentes são estruturas cónicas, duras, fixadas nos alvéolos da mandíbula e maxila que são

usados na mastigação e na assistência à fala. Crianças têm 20 dentes decíduos (primários ou

de leite). Adultos normalmente possuem 32 dentes secundários. Na época em que a criança

está com 2 anos de idade, provavelmente já estará com um conjunto completo de 20 dentes

de leite. Quando um adulto jovem já está com algo entre 17 e 24 anos de idade, geralmente

está presente em sua boca um conjunto completo de 32 dentes permanentes

9.4. Língua

A língua é o principal órgão do sentido do gosto e um importante órgão da fala, além de

auxiliar na mastigação e deglutição dos alimentos. Localiza-se no soalho da boca, dentro da

curva do corpo da mandíbula. A raiz é a parte posterior, por onde se liga ao osso hióide pelos

músculos hioglosso e genioglosso e pela membrana glossohióidea; à epiglote, por três pregas

da mucosa; ao palato mole, pelos arcos palato-glossos, e a faringe, pelos músculos constritores

superiores da faringe e pela mucosa. O ápice é a extremidade anterior, um tanto arredondada,

que se apoia contra a face lingual dos dentes incisivos inferiores. A face inferior possui uma

mucosa entre o soalho da boca e a língua na linha mediana que forma uma prega vertical

nítida, o frênulo da língua. No dorso da língua encontramos um sulco mediano que divide a

língua em metades simétricas. Nos 2/3 anteriores do dorso da língua encontramos as papilas

linguais. Já no 1/3 posterior encontramos numerosas glândulas mucosas e folículos linfáticos

(tonsila lingual).

Papilas Linguais - são projecções do cório, abundantemente distribuídas nos 2/3 anteriores da língua, dando a essa região uma aspereza característica. Os tipos de papilas são: papilas valadas, fungiformes, filiformes e simples.

Músculos da Língua - a língua é dividida em metades por um septo fibroso mediano que se estende por todo o seu comprimento e se fixa inferiormente no osso hióide. Em cada metade há dois conjuntos de músculos, extrínsecos e intrínsecos. Os músculos extrínsecos são: genioglosso, hioglosso, condroglosso, estiloglosso e palatoglosso. Os intrínsecos são: longitudinal superior, longitudinal inferior, transverso e vertical.

9.5. Faringe

A faringe é um tubo que se estende da boca até o esófago. A faringe apresenta suas paredes muito espessas devido ao volume dos músculos que a revestem externamente, por dentro, o órgão é forrado pela mucosa faríngea, um epitélio liso, que facilita a rápida passagem do alimento. O movimento do alimento, da boca para o estômago, é realizado pelo ato da deglutição. A deglutição é facilitada pela saliva e muco e envolve a boca, a faringe e o esófago. Três estágios:

Voluntário: no qual o bolo alimentar é passado para a parte oral da faringe. Faríngeo: passagem involuntária do bolo alimentar pela faringe para o esófago. Esofágico: passagem involuntária do bolo alimentar pelo esófago para o estômago.

Limites da Faringe: Superior - corpo do esfenóide e porção basilar do osso occipital Inferior - esófago

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 74

Posterior - coluna vertebral e fáscia dos músculos longo do pescoço e longo da cabeça Anterior - processo pterigoídeo, mandíbula, língua, osso hióide e cartilagens tiróide e

cricóide Lateral - processo estilóide e seus músculos

A faringe pode ainda ser dividida em três partes: nasal (nasofaringe), oral (orofaringe) e laríngea (laringofaringe).

Parte Nasal - situa-se posteriormente ao nariz e acima do palato mole e se diferencia

da outras duas partes por sua cavidade permanecer sempre aberta. Comunica-se

anteriormente com as cavidades nasais através das coanas. Na parede posterior

encontra-se a tonsila faríngea (adenóide em crianças).

Parte Oral - estende-se do palato mole até o osso hióide. Em sua parede lateral

encontra-se a tonsila palatina.

Parte Laríngea - estende-se do osso hióide à cartilagem cricóide. De cada lado do

orifício laríngeo encontra-se um recesso denominado seio piriforme.

A faringe comunica-se com as vias nasal, respiratória e digestiva. O ato da deglutição

normalmente direcciona o alimento da garganta para o esófago, um longo tubo que se esvazia

no estômago. Durante a deglutição, o alimento normalmente não pode entrar na via nasal e

respiratória em razão do fechamento temporário das aberturas dessas vias. Assim durante a

deglutição, o palato mole move-se em direcção a abertura da parte nasal da faringe; a

abertura da laringe é fechada quando a traqueia move-se para cima e permite a uma prega de

tecido, chamada de epiglote, cubra a entrada da via respiratória. O movimento da laringe

também simultaneamente puxa as cordas vocais e aumentando a abertura entre a parte

laríngea da faringe e o esófago. O bolo alimentar passa pela parte laríngea da faringe e entra

no esófago em 1-2 segundos.

9.6. Esófago

O esófago é um tubo fibro-músculo-mucoso que se estende entre a faringe e o estômago. Se

localiza posteriormente à traqueia começando na altura da 7ª vértebra cervical. Perfura o

diafragma pela abertura chamada hiato esofágico e termina na parte superior do estômago.

Mede cerca de 25 centímetros de comprimento. A presença de alimento no interior do

esófago estimula a actividade peristáltica, e faz com que o alimento mova-se para o estômago.

As contracções são repetidas em ondas que empurram o alimento em direcção ao estômago. A

passagem do alimento sólido, ou semi-sólido, da boca para o estômago leva 4-8 segundos;

alimentos muito moles e líquidos passam cerca de 1 segundo.

Ocasionalmente, o refluxo do conteúdo do estômago para o interior do esófago causa azia (ou

pirose). A sensação de queimação é um resultado da alta acidez do conteúdo estomacal.

O refluxo gastresofágico se dá quando o esfíncter esofágico inferior (localizado na parte

superior do esófago) não se fecha adequadamente após o alimento ter entrado no estômago,

o conteúdo pode refluir para a parte inferior do esófago.

O esófago é formado por três porções:

Porção Cervical: porção que está em contacto íntimo com a traqueia.

Porção Torácica: é a porção mais importante, passa por trás do brônquio esquerdo

(mediastino superior, entre a traqueia e a coluna vertebral).

Porção Abdominal: repousa sobre o diafragma e pressiona o fígado, formando nele a

impressão esofágica.

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 75

9.7. Estômago

O estômago está situado no abdómen, logo abaixo do diafragma, anteriormente ao pâncreas,

superiormente ao duodeno e a esquerda do fígado. É parcialmente coberto pelas costelas. O

estômago está localizado no quadrante superior esquerdo do abdómen (Ver quadrantes

abdominais no menu principal), entre o fígado e o baço. O estômago é o segmento mais

dilatado do tubo digestivo, em virtude dos alimentos permanecerem nele por algum tempo,

necessita ser um reservatório entre o esófago e o intestino delgado. A forma e posição do

estômago são muito variadas de pessoa para pessoa; o diafragma o empurra para baixo, a

cada inspiração, e o puxa para cima, a cada expiração e por isso não pode ser descrita como

típica. O estômago é divido em 4 áreas (regiões) principais: cárdia, fundo, corpo e piloro. O

fundo, que apesar do nome, situa-se no alto, acima do ponto onde se faz a junção do esófago

com o estômago. O corpo representa cerca de 2/3 do volume total. Para impedir o refluxo do

alimento para o esófago, existe uma válvula (orifício de entrada do estômago - óstio cárdico ou

orifício esofágico inferior), a cárdia, situada logo acima da curvatura menor do estômago. É

assim denominada por estar próximo ao coração. Para impedir que o bolo alimentar passe ao

intestino delgado prematuramente, o estômago é dotado de uma poderosa válvula muscular,

um esfíncter chamado piloro (orifício de saída do estômago - óstio pilórico). Pouco antes da

válvula pilórica encontramos uma porção denominada antro-pilórica. O estômago

apresenta ainda duas partes: a curvatura maior (margem esquerda do estômago) e

a curvatura menor (margem direita do estômago).

Funções Digestivas

Digestão do alimento

Secreção do suco gástrico, que inclui enzimas digestivas e ácido

hidroclorídrico como substâncias mais importantes.

Secreção de hormona gástrica e factor intrínseco.

Regulação do padrão no qual o alimento é parcialmente digerido e entregue

ao intestino delgado.

Absorção de pequenas quantidades de água e substâncias dissolvidas.

9.8. Intestino delgado

A principal parte da digestão ocorre no intestino delgado, que se estende do piloro até a

junção iliocólica (ileocecal), que se reúne com o intestino grosso. O intestino delgado é um

órgão indispensável. Os principais eventos da digestão e absorção ocorrem no intestino

delgado, portanto sua estrutura é especialmente adaptada para essa função. Sua extensão

fornece grande área de superfície para a digestão e absorção, sendo ainda muito aumentada

pelas pregas circulares, vilosidades e microvilosidades.

O intestino delgado retirado numa é de cerca de 7 metros de comprimento, podendo variar

entre 5 e 8 metros (o comprimento de intestino delgado e grosso em conjunto após a morte é

de 9 metros). O intestino delgado, que consiste em duodeno, jejuno e íleo, estende-se do

piloro até a junção ileocecal onde o íleo une-se ao ceco, a primeira parte do intestino grosso.

Duodeno: é a primeira porção do intestino delgado. Recebe este nome por ter seu

comprimento aproximadamente igual à largura de doze dedos (25 centímetros). É a única

porção do intestino delgado que é fixa. Não possui mesentérico. Apresenta 4 partes:

Parte Superior ou 1ª porção - origina-se no piloro e estende-se até o colo da vesícula

biliar

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 76

Parte Descendente ou 2ª porção - é desperitonizada.

o Ducto colédoco - provêm da vesícula biliar e do fígado (bile);

o Ducto pancreático - provêm do pâncreas (suco ou secreção pancreática);

Parte Horizontal ou 3ª porção

Parte Ascendente ou 4ª porção

Jejuno: é a parte do intestino delgado que faz continuação ao duodeno, recebe este nome

porque sempre que é aberto se apresenta vazio. É mais largo (aproximadamente 4

centímetros), sua parede é mais espessa, mais vascular e de cor mais forte que o íleo.

Íleo: é o último segmento do intestino delgado que faz continuação ao jejuno. Recebe este

nome por relação com osso ilíaco. É mais estreito e suas túnicas são mais finas e menos

vascularizadas que o jejuno. Distalmente, o íleo desemboca no intestino grosso num orifício

que recebe o nome de óstio ileocecal. Juntos, o jejuno e o íleo medem 6 a 7 metros de

comprimento. A maior parte do jejuno situa-se no quadrante superior esquerdo, enquanto a

maior parte do íleo situa-se no quadrante inferior direito. O jejuno e o íleo, ao contrário do

duodeno, são móveis.

9.9. Intestino grosso

O intestino grosso pode ser comparado com uma ferradura, aberta para baixo, mede cerca de

6,5 centímetros de diâmetro e 1,5 metros de comprimento. Ele se estende do íleo até o ânus e

está fixo à parede posterior do abdómen pelo mesocólon O intestino grosso absorve a água

com tanta rapidez que, em cerca de 14 horas, o material alimentar toma a consistência típica

do bolo fecal. O intestino grosso apresenta algumas diferenças em relação ao intestino

delgado: o calíbre, as tênias, os haustras e os apêndices epiplóicos. O intestino grosso é mais

calibroso que o intestino delgado, por isso recebe o nome de intestino grosso. O calibre vai

gradativamente afinando conforme vai chegando no canal anal. As tênias do cólon (fitas

longitudinais) são três faixas de aproximadamente 1 centímetro de largura e que percorrem o

intestino grosso em toda sua extensão. São mais evidentes no ceco e no cólon ascendente. Os

haustras do cólon (saculações) são abaulamentos ampulares separados por sulcos transversais.

Os apêndices epiplóicos são pequenos pingentes amarelados constituídos por tecido

conjuntivo rico em gordura. Aparecem principalmente no cólon sigmóide. O intestino grosso é

dividido em 4 partes principais: ceco (cecum), cólon (ascendente, transverso, descendente e

sigmóide), reto e ânus. A primeira é o ceco, segmento de maior calibre, que se comunica com

o íleo. Para impedir o refluxo do material proveniente do intestino delgado, existe uma válvula

localizada na junção do íleo com o ceco - válvula ileocecal (iliocólica). No fundo do ceco,

encontramos o Apêndice Vermiforme. A porção seguinte do intestino grosso é o cólon,

segmento que se prolonga do ceco até o ânus.

9.10. Cólons

Colo Ascendente – é a segunda parte do intestino grosso. Passa para cima do lado

direito do abdómen a partir do ceco para o lobo direito do fígado, onde se curva para a

esquerda na flexura direita do colo (flexura hepática).

Colo Transverso – é a parte mais larga e mais móvel do intestino grosso. Ele cruza o

abdómen a partir da flexura direita do colo até a flexura esquerda do colo, onde curva-

se inferiormente para tornar-se colo descendente. A flexura esquerda do colo (flexura

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Anatomia Humana II

Anatomia Humana II – exame teórico Página 77

esplénica), normalmente mais superior, mais aguda e menos móvel do que a flexura

direita do colo.

Colo Descendente – passa retroperitonealmente a partir da flexura esquerda do colo

para a fossa ilíaca esquerda, onde ele é contínuo com o colo sigmóide.

Colo Sigmóide – é caracterizado pela sua alça em forma de “S”, de comprimento

variável. O colo sigmóide une o colo descendente ao reto. A terminação das tênias do

colo, aproximadamente a 15cm do ânus, indica a junção reto-sigmóide.

o Flexura Hepática - entre o cólon ascendente e o cólon transverso.

o Flexura Esplénica - entre o cólon transverso e o cólon descendente.

O recto recebe este nome por ser quase rectilíneo. Este segmento do intestino grosso termina

ao perfurar o diafragma da pelve (músculos levantadores do ânus) passando a se chamar de

canal anal. O canal anal apesar de bastante curto (3 centímetros de comprimento) é

importante por apresentar algumas formações essenciais para o funcionamento intestinal, das

quais citamos os esfíncteres anais. O esfíncter anal interno é o mais profundo, e resulta de um

espessamento de fibras musculares lisas circulares, sendo consequentemente involuntário. O

esfíncter anal externo é constituído por fibras musculares estriadas que se dispõem

circularmente em torno do esfíncter anal interno, sendo este voluntário. Ambos os esfíncteres

devem relaxar antes que a defecação possa ocorrer.

9.11. Funções do Intestino Grosso

Absorção de água e de certos eletrólitos;

Síntese de determinadas vitaminas pelas bactérias intestinais;

Armazenagem temporária dos resíduos (fezes);

Eliminação de resíduos do corpo (defecação).

9.12. Peristáltismo

Ondas peristálticas intermitentes e bem espaçadas movem o material fecal do ceco para o

interior do colo ascendente, transverso e descendente. Á medida que se move através do colo,

a água é continuamente reabsorvida das fezes, pelas paredes do intestino, para o interior dos

capilares. As fezes que ficam no intestino grosso por um período maior perdem o excesso de

água, desenvolvendo a chamada constipação. Ao contrário, movimentos rápidos do intestino

não permitem tempo suficiente para que ocorra a reabsorção de água, causando diarreia.

9.13. Peritónio

O peritónio é a mais extensa membrana serosa do corpo. A parte que reveste a parede

abdominal é denominada peritónio parietal e a que se reflecte sobre as vísceras constitui o

peritónio visceral. O espaço entre os folhetos parietal e visceral do peritónio é denominada

cavidade peritoneal. Determinadas vísceras abdominais são completamente envolvidas por

peritónio e suspensas na parede por uma delgada lâmina fina de tecido conjuntivo revestida

pela serosa, contendo os vasos sanguíneos. A estas pregas é dado o nome geral de mesentério.

Os mesentérios são: o mesentério propriamente dito, o mesocólon transverso e o mesocólon

sigmóide. Em adição a estes, estão presentes, algumas vezes, um mesocólon ascendente e um

descendente. O mesentério propriamente dito – tem origem nas estruturas ventrais da coluna

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 78

vertebral e mantém suspenso o intestino delgado. O mesocólon transverso – prende o cólon

transverso à parede posterior do abdómen. O mesocólon sigmóide – mantém o cólon sigmóide

em conexão com a parede pélvica. O mesocólon ascendente e descendente – ligam o cólon

ascendente a descendente à parede posterior do abdómen. O peritónio apresenta dois

omentos: o maior e o menor. O omento maior é um delgado avental que pende sobre o cólon

transverso e as alças do intestino delgado. Está inserido ao longo da curvatura maior do

estômago e da primeira porção do duodeno. O omento menor estende-se da curvatura menor

do estômago e da porção inicial do duodeno até o fígado. Apêndices Epiplóicos – são pequenas

bolsas de peritónio cheias de gordura, situadas ao longo do cólon e parte superior do reto.

9.14. Órgãos anexos

O aparelho digestivo é considerado como um tubo, recebe o líquido secretado por diversas

glândulas, a maioria situadas em suas paredes como as da boca, esófago, estômago e

intestinos. Algumas glândulas constituem formações bem individualizadas, localizando nas

proximidades do tubo, como qual se comunicam através de ductos, que servem para o

escoamento de seus produtos de elaboração. As glândulas salivares são divididas em 2 grandes

grupos: glândulas salivares menores e glândulas salivares maiores. A saliva é um líquido

viscoso, claro, sem gosto e sem odor que é produzido por essas glândulas e pelas glândulas

mucosas da cavidade da boca.

Glândulas salivares menores: constituem pequenos corpúsculos ou nódulos

disseminados nas paredes da boca, como as glândulas labiais, palatinas linguais e

molares.

Glândulas salivares maiores: são representadas por 3 pares que são as parótidas,

submandibulares e sublinguais.

Glândula Parótida - a maior das três e situa-se na parte lateral da face, abaixo e

adiante do pavilhão da orelha. Irrigada por ramos da artéria carótida externa. Inervada

pelo nervo auriculotemporal, glossofaríngeo e facial.

Glândula Submandibular - é arredondada e situa-se no triângulo submandibular. É

irrigada por ramos da artéria facial e lingual. Os nervos secretomotores derivam de

fibras parassimpáticas craniais do facial; as fibras simpáticas provêm do gânglio

cervical superior.

Glândula Sublingual - é a menor das três e localiza-se abaixo da mucosa do assoalho da

boca. É irrigada pelas artérias sublinguais e submentonianas. Os nervos derivam de

maneira idêntica aos da glândula submandibular

9.15. Fígado

O fígado é a maior glândula do organismo, e é também a mais volumosa víscera abdominal.

Sua localização é na região superior do abdómen, logo abaixo do diafragma, ficando mais a

direita, isto é, normalmente 2/3 de seu volume estão a direita da linha mediana e 1/3 à

esquerda. Pesa cerca de 1,500g e responde por aproximadamente 1/40 do peso do corpo

adulto. O fígado apresenta duas faces: diafragmática e visceral. A face diafragmática (ântero

superior) é convexa e lisa relacionando-se com a cúpula diafragmática. A face visceral (postero

inferior) é irregularmente côncava pela presença de impressões viscerais. O fígado é dividido

em lobos. A face diagramática apresenta um lobo direito e um lobo esquerdo, sendo o direito

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 79

pelo menos duas vezes maior que o esquerdo. A divisão dos lobos é estabelecida pelo

ligamento falciforme. Na extremidade desse ligamento encontramos um cordão fibroso

resultante da obliteração da veia umbilical, conhecido como ligamento redondo do fígado. A

face visceral é subdividida em 4 lobos (direito, esquerdo, quadrado e caudado) pela presença

de depressões em sua área central, que no conjunto se compõem formando um "H", com 2

ramos antero-posteriores e um transversal que os une. Embora o lobo direito seja considerado

por muitos anatomistas como incluindo o lobo quadrado (inferior) e o lobo caudado

(posterior) com base na morfologia interna, os lobos quadrado e caudado pertencem mais

apropriadamente ao lobo esquerdo. Entre o lobo direito e o quadrado encontramos a vesícula

biliar e entre o lobo direito e o caudado, há um sulco que aloja a veia cava inferior. Entre os

lobos caudado e quadrado, há uma fenda transversal: a porta do fígado (pedículo hepático),

por onde passam a artéria hepática, a veia porta, o ducto hepático comum, os nervos e os

vasos linfáticos.

Aparelho Excretor do Fígado - é formado pelo ducto hepático, vesícula biliar, ducto cístico e

ducto colédoco. O fígado é um órgão vital, sendo essencial o funcionamento de pelo menos

1/3 dele - além da bile que é indispensável na digestão das gorduras - ele desempenha o

importante papel de armazenador de glicose e, em menor escala, de ferro, cobre e vitaminas.

A função digestiva do fígado é produzir a bile, uma secreção verde amarelada, para passar para

o duodeno. A bile é produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar, que a libera quando

gorduras entram no duodeno. A bile emulsiona a gordura e a distribui para a parte distal do

intestino para a digestão e absorção.

Outras funções do fígado são: Metabolismo dos carboidratos; Metabolismo dos lípidos; Metabolismo das proteínas; Processamento de fármacos e hormonas; Excreção da bilirrubina; Excreção de sais biliares; Armazenagem; Fagocitose; Activação da vitamina D.

9.16. Vesícula biliar

A vesícula Biliar (7 – 10cm de comprimento) situa-se na fossa da vesícula biliar na face visceral

do fígado. Esta fossa situa-se na junção do lobo direito e do lobo quadrado do fígado. A relação

da vesícula biliar com o duodeno é tão íntima que a parte superior do duodeno normalmente é

manchada com bile no cadáver. A vesícula biliar tem capacidade para até 50ml de bile. O

Ducto Cístico (4cm de comprimento) liga a vesícula biliar ao Ducto Hepático comum (união do

ducto hepático direito e esquerdo) formando o Ducto Colédoco. O comprimento varia de 5 a

15cm. O ducto colédoco desce posterior a parte superior do duodeno e situa-se na face

posterior da cabeça do pâncreas. No lado esquerdo da parte descendente do duodeno, o

ducto colédoco entra em contacto com o ducto pancreático principal.

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Anatomia Humana II – exame teórico Página 80

9.17. pâncreas

O pâncreas produz através de uma secreção exócrina o suco pancreático que entra no

duodeno através dos ductos pancreáticos, uma secreção endócrina produz glucagon e insulina

que entram no sangue. O pâncreas produz diariamente 1200 – 1500ml de suco pancreático. O

pâncreas é achatado no sentido ântero-posterior, ele apresenta uma face anterior e outra

posterior, com uma borda superior e inferior e sua localização é posterior ao estômago. O

comprimento varia de 12,5 a 15cm e seu peso na mulher é de 14,95g e no homem 16,08g.

O pâncreas divide-se em cabeça (aloja-se na curva do duodeno), colo, corpo (dividido em três

partes: anterior, posterior e inferior) e cauda.

Ducto Pancreático - O ducto pancreático principal começa na cauda do pâncreas e corre para

sua cabeça, onde se curva inferiormente e está intimamente relacionada com o ducto

colédoco. O ducto pancreático se une ao ducto colédoco (fígado e vesícula biliar) e entra no

duodeno como um ducto comum chamado ampola hematopancreática.

O pâncreas tem as seguintes funções:

Dissolver carboidrato (amilase pancreática);

Dissolver proteínas (tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase e elastáse);

Dissolver triglicerídios nos adultos (lípase pancreática);

Dissolver ácido nucléicos (ribonuclease e desoxirribonuclease).

10. Sistema urinário

10.1. Rim

Os rins são órgãos pares, em forma de grão de feijão, localizados logo acima da cintura, entre o

peritónio e a parede posterior do abdómen. Sua coloração é vermelho-parda. Os rins estão

situados de cada lado da coluna vertebral, por diante da região superior da parede posterior

do abdómen, estendendo-se entre a 11ª costela e o processo transverso da 3ª vértebra

lombar. São descritos como órgãos retroperiotoneais, por estarem posicionados por trás do

peritónio da cavidade abdominal. Os rins são recobertos pelo peritoneu e circundados por uma

massa de gordura e de tecido areolar frouxo. Cada rim tem cerca de 11,25cm de comprimento,

5 a 7,5cm de largura e um pouco mais que 2,5cm de espessura. O esquerdo é um pouco mais

comprido e mais estreito do que o direito. O peso do rim do homem adulto varia entre 125 a

170g; na mulher adulta, entre 115 a 155g. O rim direito normalmente situa-se ligeiramente

abaixo do rim esquerdo devido ao grande tamanho do lobo direito do fígado. Na margem

medial côncava de cada rim encontra-se uma fenda vertical – o HILO RENAL – onde a artéria

renal entra e a veia e a pelve renal deixam o seio renal. No hilo, a veia renal está anterior à

artéria renal, que está anterior à pelve renal. O hilo renal é a entrada para um espaço dentro

do rim. O seio renal, que é ocupado pela pelve renal, cálices, nervos, vasos sanguíneos e

linfáticos e uma variável quantidade de gordura. Cada rim apresenta duas faces, duas bordas e

duas extremidades.

Faces (2) - Anterior e Posterior. As duas são lisas, porém a anterior é mais abaulada e a

posterior mais plana.

Bordas (2) - Medial (côncava) e Lateral (convexa).

Extremidades (2) - Superior (Glândula Supra-Renal) e Inferior (a nível de L3).

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10.2. Anatomia interna dos rins

Em um corte frontal através do rim, são reveladas duas regiões distintas: uma área avermelhada de textura lisa, chamada córtex renal e uma área marron-avermelhada profunda, denominada medula renal. A medula consiste em 8-18 estruturas cuneiformes, as pirâmides renais. A base (extremidade mais larga) de cada pirâmide olha o córtex, e seu ápice (extremidade mais estreita), chamada papila renal, aponta para o hilo do rim. As partes do córtex renal que se estendem entre as pirâmides renais são chamadas colunas renais. Juntos, o córtex e as pirâmides renais da medula renal constituem a parte funcional, ou parênquima do rim. No parênquima estão as unidades funcionais dos rins – cerca de 1 milhão de estruturas microscópicas chamadas NÉFRONS. A urina, formada pelos néfrons, drena para os grandes ductos papilares, que se estendem ao longo das papilas renais das pirâmides. Os ductos drenam para estruturas chamadas cálices renais menor e maior. Cada rim tem 8-18 cálices menores e 2-3 cálices maiores. O cálice renal menor recebe urina dos ductos papilares de uma papila renal e a transporta até um cálice renal maior. Do cálice renal maior, a urina drena para a grande cavidade chamada pelve renal e depois para fora, pelo uréter, até a bexiga urinária. O hilo renal se expande em uma cavidade, no rim, chamada seio renal.

10.2.1. Néfrons

O néfron é a unidade morfofuncional ou a unidade produtora de urina do rim. Cada rim

contém cerca de 1 milhão de néfrons. A forma do néfron é peculiar, inconfundível, e

admiravelmente adequada para sua função de produzir urina. O néfron é formado por dois

componentes principais:

Corpúsculo Renal:

Cápsula Glomerular (de Bowman);

Glomérulo – rede de capilares sanguíneos enovelados dentro da cápsula glomerular

Túbulo Renal:

Túbulo contorcido proximal;

Alça do Néfron (de Henle);

Túbulo contorcido distal;

Túbulo colector.

10.2.2. Funções dos Rins

Os rins realizam o trabalho principal do sistema urinário, com as outras partes do sistema

actuando, principalmente, como vias de passagem e áreas de armazenamento. Com a filtração

do sangue e a formação da urina, os rins contribuem para a homeostasia dos líquidos do corpo

de várias maneiras. As funções dos rins incluem:

Regulação da composição iónica do sangue;

Manutenção da osmolaridade do sangue;

Regulação do volume sanguíneo;

Regulação da pressão arterial;

Regulação do pH do sangue;

Liberação de hormonas;

Regulação do nível de glicose no sangue;

Excreção de resíduos e substâncias estranhas.

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10.2.3. Glândulas supra-renais

As glândulas supra-renais (adrenais) estão localizadas entre as faces supero-mediais dos rins e

o diafragma. Cada glândula supra-renal, envolvida por uma cápsula fibrosa e um coxim de

gordura, possui duas partes: o córtex e a medula supra-renal, ambas produzindo diferentes

hormonas. O córtex secreta hormonas essenciais à vida, enquanto que os hormonas

medulares não são essenciais para a vida. A medula da supra-renal pode ser removida, sem

causar efeitos que comprometem a vida. A medula supra-renal secreta dois hormonas:

epinefrina (adrenalina) e norepinefrina. Já o córtex supra-renal secreta os esteróides.

10.2.4. Uréter

São dois tubos que transportam a urina dos rins para a bexiga. Órgãos pouco calibrosos, os

ureteres têm menos de 6mm de diâmetro e 25 a 30cm de comprimento. Pelve renal é a

extremidade superior do uréter, localizada no interior do rim. Descendo obliquamente para

baixo e medialmente, o uréter percorre por diante da parede posterior do abdómen,

penetrando em seguida na cavidade pélvina, abrindo-se no óstio do uréter situado no assoalho

da bexiga urinária. Em virtude desse seu trajecto, distinguem-se duas partes do uréter:

abdominal e pélvica. Os ureteres são capazes de realizar contracções rítmicas denominadas

peristaltismo. A urina se move ao longo dos ureteres em resposta à gravidade e ao

peristaltismo.

10.2.5. Bexiga

A bexiga urinária funciona como um reservatório temporário para o armazenamento da urina.

Quando vazia, a bexiga está localizada inferiormente ao peritónio e posteriormente à sínfise

púbica: quando cheia, ela se eleva para a cavidade abdominal. É um órgão muscular oco,

elástico que, nos homens situa-se directamente anterior ao reto e, nas mulheres está à frente

da vagina e abaixo do útero. Quando a bexiga está cheia, sua superfície interna fica lisa. Uma

área triangular na superfície posterior da bexiga não exibe rugas. Esta área é chamada trígono

da bexiga e é sempre lisa. Este trígono é limitado por três vértices: os pontos de entrada dos

dois ureteres e o ponto de saída da uretra. O trígono é importante clinicamente, pois as

infecções tendem a persistir nessa área. A saída da bexiga urinária contém o músculo esfíncter

chamada esfíncter interno, que se contrai involuntariamente, prevenindo o esvaziamento.

Inferiormente ao músculo esfíncter, envolvendo a parte superior da uretra, está o esfíncter

externo, que controlado voluntariamente, permitindo a resistência à necessidade de urinar. A

capacidade média da bexiga urinária é de 700 – 800ml; é menor nas mulheres porque o útero

ocupa o espaço imediatamente acima da bexiga.

10.2.6. Uretra

A uretra é um tubo que conduz a urina da bexiga para o meio externo, sendo revestida por

mucosa que contém grande quantidade de glândulas secretoras de muco. A uretra se abre

para o exterior através do óstio externo da uretra. A uretra é diferente entre os dois sexos.

10.2.7. Uretra Masculina

A uretra masculina estende-se do orifício uretral interno na bexiga urinária até o orifício

uretral externa na extremidade do pénis. Apresenta dupla curvatura no estado comum de

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relaxamento do pénis. É dividida em três porções: a prostática, a membranácea e a esponjosa,

cujas as estruturas e relações são essencialmente diferentes. Na uretra masculina existe uma

abertura diminuta em forma de fenda, um ducto ejaculatório.

10.2.8. Uretra Feminina

É um canal membranoso estreito estendendo-se da bexiga ao orifício externa no vestíbulo.

Está colocada dorsalmente à sínfise púbica, incluída na parede anterior da vagina, e de

direcção oblíqua para baixo e para frente; é levemente curva, com a concavidade dirigida para

frente. Seu diâmetro, quando não dilatada, é de cerca de 6mm. Seu orifício externo fica

imediatamente na frente da abertura vaginal e cerca de 2,5cm dorsalmente à glande do

clítoris. Muitas e pequenas glândulas uretrais abrem-se na uretra. As maiores destas são as

glândulas parauretrais, cujos ductos desembocam exactamente dentro do óstio uretral.