002CR101Direitos de Autor

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  • 8/3/2019 002CR101Direitos de Autor

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    Nota: O estudo deste mdulo requer cerca de 5 horas. Se voc no dispuserdesse tempo, divida seus estudos em duas partes, encerrando a primeira aps oterceiro segmento de udio.

    Mdulo 2: Direitos de Autor

    Objetivos

    Depois de ter estudado este mdulo, voc poder:

    1. Definir direitos de autor e dar exemplos de tipos de obrasprotegidas pelos direitos de autor.

    2. Explicar em cerca de 250 palavras os direitos cobertos pelosdireitos de autor (direitos de reproduo, direitos derepresentao e de execuo, de traduo e de adaptao).

    3. Descrever em 250 palavras as limitaes que podem existir aosdireitos descritos no item anterior.

    4. Indicar a durao geral dos direitos de autor de acordo com a

    Conveno de Berna, com as normas da Unio Europia e dosEstados Unidos da Amrica.

    5. Explicar como possvel obter-se titularidade sobre direitos deautor e como estes direitos podem ser transferidos.

    6. Enumerar 5 medidas que podem ser usadas para a efetivaproteo dos direitos dos direitos.

    7. Em um estudo de caso envolvendo direitos de autor, identificar primeira vista as questes relativas a tais direitos e, ento,

    indicar as disposies dos respectivos tratados aplicveis a cadaponto.

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    Introduo

    Este mdulo explica os tipos de criaes suscetveis de proteo sob ottulo de direitos de autor, os direitos reconhecidos ao titular de direitos de autore como estes direitos podem ser utilizados visando a vantagens comerciais.Grande parte da legislao relativa aos direitos de autor semelhante em todosos pases signatrios de convenes internacionais e acordos comerciais sobreo tema. Entretanto, para a resposta definitiva de qualquer dvida sobre direitode autor, voc dever consultar a legislao de seu pas. Este mdulo farreferncias Conveno de Berna e ao AcordoTRIPS, cujos textos seroexplicados mais detalhadamente ao final. Por enquanto, basta saber que so osdois acordos internacionais mais importantes na rea dos direitos de autor.

    O mdulo aborda, ainda, os recursos que os titulares de direitos de autorpodem usar contra qualquer abuso de seus direitos. Esses recursos tambm sodisponveis na maioria dos pases, mas voc deve consultar a sua legislaonacional para se assegurar da situao no seu pas.

    Qual o objeto dos Direitos de Autor?

    Como em todos os campos da propriedade intelectual, os direitos deautor dizem respeito proteo de criaes do esprito humano. O domnio dosdireitos de autor a proteo das obras literrias e artsticas. Nesses tipos deobras incluem-se os textos, msicas, obras de arte, como pinturas e esculturas,e obras tecnolgicas, como, por exemplo, os programas de computador e asbases de dados eletrnicas.

    Note que os direitos de autor protegem obras, ou seja, a expresso depensamentos, e no as idias. Assim, se voc imagina uma trama para umaestria, esta, enquanto idia de trama, no recebe proteo. Por exemplo, aidia de uma trama consistindo na estria de um jovem casal que se apaixona,

    apesar da discordncia de suas famlias e tradies no receberia proteo.Diferentes escritores poderiam criar estrias baseadas numa trama bastantesemelhante. Mas quando voc a coloca sob a forma de sinopse ou, digamos, deum texto curto, ou de um roteiro, a expresso da trama imaginria nessasinopse, texto ou roteiro estar protegida. Portanto, exemplificativamente, apea Romeu e Julieta de Shakespeare seria considerada uma expresso criativadaquela trama. Ainda assim, outros escritores podero criar novas estrias apartir de uma trama semelhante.

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    A Conveno de Berna (1886), a mais antiga das convenesinternacionais que regem os direitos de autor, estabelece o seguinte no seuArtigo 2:

    "Os termos obras literrias e artsticas abrangem todas as produes dodomnio literrio, cientfico e artstico, qualquer que seja o modo ou a formade expresso, tais como livros, brochuras e outros escritos; as conferncias,alocues, sermes e outras obras da mesma natureza; as obras dramticasou dramtico-musicais; as obras coreogrficas e as pantomimas; ascomposies musicais, com ou sem palavras; as obras cinematogrficas eas expressas por processo anlogo ao da cinematografia; as obras dedesenho, de pintura, de arquitetura, de escultura, de gravura e de litografia;as obras fotogrficas e as expressas por um processo anlogo ao dafotografia; as obras de arte aplicada; as ilustraes e os mapas geogrficas;

    os projetos, esboos e obras plsticas relativos geografia, topografia, `aarquitetura ou s cincias. [.....] So protegidas como obras originais, semprejuzo dos direitos do autor da obra original, as tradues, adaptaes,arranjos musicais e outras transformaes de um obra literria ou artstica.[.....] As compilaes de obras literrias ou artsticas, tais como enciclopdiase antologias, que, pela escolha ou disposio das matrias, constituemcriaes intelectuais, so como tais protegidos, sem prejuzo dos direitos dosautores sobre cada uma das obras que fazem parte dessas compilaes."

    No necessrio que a obra literria e artstica seja de qualidade ou apresente

    mrito artstico. Ela deve, entretanto, ser original. O sentido exato desserequisito varia de um pas para outro, e, muitas vezes, determinado pordecises judiciais. Em termos gerais, pode-se dizer que, nos pases comtradio de common law (direito no escrito), muito pouco se exige alm dacircunstncia de que a obra no seja cpia de uma outra obra e que seu autortenha empregado mnima habilidade, trabalho e escolha na sua elaborao.

    Nos pases com tradio de direito civil, os requisitos sofreqentemente mais rgidos, exigindo-se, por exemplo, que a obra deva

    levar a marca da personalidade do autor. Exigir-se-ia um esforo criativosuperior do autor, alm da mera habilidade, do trabalho e das escolhasrealizados.

    As obras que podem ser protegidas pela Conveno de Berna serestringiriam quelas listadas no seu Artigo 2?

    Deve-se ter em mente que as obras suscetveis de proteo pelaConveno de Berna no se restringem aos exemplos citados acima. Essalista no exaustiva. Voc vai notar que a Conveno de Berna especificaque a expresso obras literrias e artsticas deve incluir qualquer produo

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    no domnio literrio, cientfico e artstico, no importa o modo ou forma dessaexpresso, tais como... A expresso tais como abre as portas para outrascriaes alm daquelas mencionadas na lista. Por exemplo, decises

    judiciais, em diferentes pases, reconhecem proteo a materiais como:- cartas privadas;

    - um guia de divrcio;

    - um corte de cabelo;

    - uma decorao floral de uma ponte;

    - um show de sons e luzes;

    - o contedo de uma prova.

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    O que so obras derivadas?

    Outro ponto importante do Artigo 2 da Conveno de Berna a proteo das

    freqentemente denominadas obras derivadas. Tratam-se de obras que soderivaes de outras fontes pr-existentes. Exemplos de obras derivadasincluem:

    - tradues de obras em outras lnguas;

    - adaptaes de obras, como a realizao de um filme com base em umromance;

    - arranjos musicais, como a orquestrao de uma composio musicalinicialmente escrita para piano;

    - outras alteraes de obras, como, por exemplo, a abreviao de um romance;

    - compilaes de obras literrias e artsticas, como enciclopdias e antologias.Nesse caso, a originalidade reside na escolha e arranjo dos contedos.

    Voc deve ter em mente que, antes de embarcar em uma obra derivada, vocdeve respeitar os direitos de autor da obra inicial. Por exemplo, um autor quedeseja traduzir um romance numa lngua estrangeira deve procurar obter aautorizao respectiva do autor do romance que ser traduzido. A realizao de

    traduo sem a autorizao prpria exporia o tradutor a risco de ser processadopor violao de direitos de autor.

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    Segmento de udio 1: Que tipo de objetos podem ser protegidospelos direitos de autor?

    Os direitos de autor protegem as obras literrias e artsticas, conformeindica o ttulo da Conveno de Berna. Os dois conceitos devem serentendidos num sentido muito amplo. O termo literrias, por exemplo,no se aplica apenas a romances, poemas ou contos: pode tambm seraplicado a um manual de manuteno de automvel, ou mesmo a objetosescritos que no podem ser entendidos pela mdia dos seres humanos,tais como os programas de computador. Na realidade, a palavra chavedesta expresso obras. Isto significa que a expresso a expressohumana o fator determinante. Portanto, se eu imaginar pintar um

    entardecer no mar, qualquer pessoa pode ter a mesma idia, que no protegida. Mas desde que eu realmente faa um quadro que represente umentardecer no mar, a prpria obra constitui uma expresso, que pode serprotegida.

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    Questo de Auto-avaliao (QAA)

    QAA 1: Que obra intelectual importante, mencionada nosegmento de udio, no consta da lista das obras literrias eartsticas da Conveno de Berna?

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    Resposta QAA 1:

    A omisso mais importante da lista mencionada no segmento de udio

    a dos programas de computador. Tratam-se de produtos da criatividadeintelectual, os quais so considerados como obras. O que deve serressaltado que a enumerao da Conveno de Berna no pretende sercompleta e exaustiva. Ela serve unicamente para ilustrar a natureza dasobras literrias e artsticas. Outro recente gnero de obra nomencionado no Artigo 2 da Conveno de Berna, mas que estclaramente includo na noo de criao do domnio literrio, cientfico eartstico, a produo multimdia. Mesmo que ainda no tenha sedesenvolvido conceituao jurdica para esta, existe um consenso de quea combinao original de som, texto e imagens num formato digital,acessvel por um programa de computador, contempla uma expresso de

    autoria suficiente para justificar a proteo da produo multimdia sob ombito dos direitos de autor.

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    Quais so os Direitos Protegidos Pelos Direitos de Autor?

    Na introduo deste curso foi explicado que a caracterstica maisimportante da propriedade que o titular pode us-la com exclusividade, ouseja, como desejar, e que nenhum terceiro pode utiliz-la legalmente sem aautorizao do titular. claro que a expresso como desejar no significa queo titular pode utiliz-la com a inobservncia dos direitos e interesses legalmentereconhecidos de outros membros da sociedade. Por exemplo, o proprietrio deum automvel pode us-lo como desejar, mas isso no significa que possadirigir o carro imprudentemente, colocando terceiros em perigo, ou ignorar asregras de trnsito. O direito de autor um ramo da propriedade intelectual. O

    titular de direitos de autor sobre uma obra protegida pode usar a obracomo desejar, e pode impedir terceiros de utiliz-la sem a sua autorizao.Assim, os direitos concedidos pelas legislaes nacionais ao titular dosdireitos de autor sobre uma obra protegida so, geralmente, direitosexclusivos: o titular tem o direito de autorizar terceiros a fazer uso daobra, ressalvados os direitos e interesses reconhecidos legalmente aesses terceiros.

    Existem dois tipos de direitos cobertos pelos direitos de autor: direitospatrimoniais , que permitem ao titular dos direitos extrair um benefcio financeiroem virtude da utilizao de sua obra por terceiros, e direitos morais, que

    permitem ao autor adotar certas medidas para preservar o vnculo pessoalexistente entre ele e a obra. Agora oua ao prximo segmento de udio e tentediferenciar os diversos tipos de direitos patrimoniais que so descritos.

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    Segmento de udio 2: Que direitos tem o titular dos direitos de autor?

    O titular do direito de autor possui um conjunto de vrios direitos, regidosem parte pela Conveno de Berna, onde esto definidos os direitosmnimos, e em parte pela lei interna, que muitas vezes amplia essesdireitos. Tradicionalmente e do ponto de vista histrico, odireito dereproduo constitui a pedra angular do sistema, o que incidentementevem refletido na palavra inglesa copyrights. O direito de reproduoaplica-se, por exemplo, edio de livros assim como realizao defotocpias mas tambm aos mtodos mais modernos de reproduo, tais

    como a gravao de fitas e a reproduo dessas gravaes. aplicvel armazenagem de obras em memrias de computador e, claro, reproduo de programas de computador em disquetes, CD-ROMS, CD-ROMS regravveis, etc.

    O direito de interpretao e de execuo tem igualmente uma longahistria. Voc interpreta ou executa uma obra quando toca uma melodia,por exemplo, ou quando voc interpreta uma pea; e com o tempo, aqueledireito ir gerar vrios outros direitos, tais como o direito de radiodifusoe o direito de comunicao pblica, tendo este ltimo algumas vezes

    tratamento diferenciado entre as diversas legislaes nacionais: tantopode a radiodifuso fazer parte da comunicao pblica, como as duasnoes podem ficar vinculadas a conceitos paralelos, mas em regra geral,todos os tipos de comunicao esto protegidos por esse direito, sendo aradiodifuso um tipo de comunicao, a distribuio a cabo outro, e adistribuio pela Internet, ainda outro tipo.

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    Questo de Auto-avaliao (QAA)

    QAA 2: Quais foram os dois tipos de direitos mencionados nosegmento de udio? D um exemplo de cada um.

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    Resposta QAA 2:

    Foram mencionados dois tipos de direitos:

    O direito de reproduo por exemplo, o direito de autorizarfotocpias, cpias impressas ou cpias de cassetes.

    O direito de interpretao, de execuo ou de comunicao aopblico por exemplo, o direito de interpretar uma obra, tal comouma cano, e o direito de comunicar a obra ao pblico e proceder sua transmisso.

    Outro importante grupo de direitos, que no foi mencionado no segmento de udio,refere-se traduoe adaptao.

    Todos esses direitos sero examinados mais detalhadamente nas trs sees

    seguintes.

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    Direito de Reproduo

    O direito do titular de direitos de autor de impedir terceiros de realizarcpias de sua obra o seu direito fundamental . Por exemplo, a realizao decpias de uma obra protegida o ato praticado pelo editor, que deseja distribuirao pblico cpias de uma obra constituda por um texto, seja sob a forma decpias impressas, seja por meios digitais, tais como CD-ROMs. Do mesmomodo, o direito de um produtor de fonogramas de fabricar e distribuir CDscontendo gravao de interpretaes ou execues de obras musicais sebaseia, em parte, na autorizao dada pelos compositores dessas obras parareproduzi-las na gravao. Portanto, o direito de controlar o ato da reproduo

    o fundamento jurdico de muitas formas de explorao de obras protegidas.As legislaes nacionais reconhecem outros direitos alm do direito

    fundamental de reproduo. Por exemplo, algumas leis incluem um direito deautorizar a distribuiode cpias da obra; obviamente, o direito de reproduoteria pouco valor econmico se o detentor de direitos de autor no pudesseautorizar a distribuio das cpias realizadas com o seu consentimento. O direitode distribuio geralmente se exaure aps a primeira venda ou outra forma detransferncia de titularidade sobre a cpia, realizada com a autorizao do titulardos direitos. Isto significa que, tendo o titular dos direitos de autor vendido ou deoutro modo cedido a titularidade sobre uma determinada cpia de uma obra, o

    proprietrio dessa cpia pode dispor dela sem outras autorizaes do titular dosdireitos de autor, doando-a ou at mesmo vendendo-a.

    Entretanto, no que se refere ao alugueldessas cpias, um nmerocrescente de legislaes nacionais sobre direitos de autor (assim como o AcordoTRIPS) reconhecem existir um direito especial, aplicvel a programas decomputador, a obras audiovisuais e a fonogramas. O direito de aluguel sejustifica porque o progresso tecnolgico tornou extremamente fcil a reproduodesses tipos de obras; em certos pases, foi observado que eram realizadascpias pelos clientes das locadoras, e, portanto, que o direito de controlar oaluguel era indispensvel para a proteo do direito de reproduo do titular dos

    direitos de autor. Finalmente, algumas legislaes de direitos de autor prevemum direito de controlar a importaode exemplares, a fim de evitar a eroso doprincpio da territorialidade dos direitos de autor; ou seja, os interesseseconmicos do titular dos direitos de autor estariam ameaados se ele nopudesse exercer seus direitos de reproduo e distribuio sobre uma baseterritorial.

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    Existem alguns atos de reproduo de uma obra que se constituem emexceo regra geral, na medida em que no requerem autorizao do autor ououtro titular dos direitos; so as denominadas limitaes aos direitos de autor.

    Por exemplo, muitas legislaes nacionais, tradicionalmente, permitem arealizao de cpias individuais e unitrias de obras para fins privados, pessoaise no comerciais. O advento da tecnologia digital, que possibilita a realizao,sem autorizao, de cpias de obras com alta qualidade praticamenteimpossveis de se distinguir do original (e que, assim, substituem perfeitamente aaquisio ou outro acesso legtimo s cpias autorizadas), ps em questo acontinuidade das razes dessa limitao ao direito de reproduo.

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    Direitos de Interpretao ou Execuo Pblica,

    de Radiofuso e de Comunicao ao Pblico

    Em geral, as legislaes internas consideram como interpretao ouexecuo pblica toda interpretao de uma obra em um local onde o pblicoesteja ou possa estar presente, ou em um local no aberto ao pblico, masonde esteja presente um nmero considervel de pessoas fora do crculofamiliar normal e de suas relaes sociais mais prximas.

    Baseados no direito de interpretao e de execuo pblica, o autor ou

    outros titulares de direitos de autor podem autorizar a execuo ou ainterpretao ao vivo de uma obra, tal como a interpretao de uma pea numteatro ou a execuo de uma sinfonia numa sala de concertos. A interpretaoou execuo pblica compreende igualmente a execuo atravs de gravaes;assim, as obras musicais fixadas em fonogramas so consideradas executadaspublicamente se os fonogramas so lidos por equipamento de amplificao emlocais como discotecas, avies ou centros comerciais.

    O direito de radiofuso define a emisso por meio de comunicao semfio, para um pblico que estiver dentro do alcance do sinal, cujo equipamentopermita a recepo de sons ou de imagens e sons, seja por rdio, televiso ou

    satlite.Quando uma obra comunicada ao pblico, um sinal difundido atravs

    de fio ou cabo, que s pode ser recebido por quem tenha acesso aoequipamento conectado ao sistema de fio ou cabo.

    Segundo a Conveno de Berna, os titulares de direitos de autor tm odireito exclusivo de autorizar a interpretao ou execuo pblica, a radiofuso ea comunicao ao pblico, de suas obras. De acordo com algumas legislaesnacionais, o direito exclusivo do autor, ou de outros titulares de direitos, deautorizar a radiofuso substitudo, em certas circunstncias, pelo direito a uma

    remunerao justa, apesar dessa limitao sobre o direito de radiodifuso sercada vez menos freqente.

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    Direitos de Traduo e de Adaptao

    Os atos de traduo ou de adaptao de uma obra protegida por direitos

    de autor tambm requerem a autorizao do titular desses direitos. Traduo a expresso de uma obra num idioma diferente daquele da verso original.Adaptao geralmente entendida como a modificao de uma obra para criaruma outra obra, por exemplo, a adaptao de um romance para a realizao deum filme, ou ainda a modificao de uma obra para torn-la passvel dediferentes condies de explorao, tal como a adaptao de um manual deensino originalmente previsto para o ensino superior para um manual de ensinopara alunos de um nvel inferior.

    As tradues e adaptaes so obras protegidas pelos direitos de autor.Portanto, para reproduzir e publicar uma traduo ou adaptao, necessria a

    autorizao do titular dos direitos de autor sobre a obra original e do titular dosdireitos de autor sobre a traduo ou adaptao.

    Os direitos patrimoniais dos tipos mencionados acima podem sertransferidos ou cedidos para terceiros, geralmente recebendo o autor ou titularde direitos, em contrapartida, uma remunerao ou royalties, dependendo dadestinao proposta para a obra. Entretanto, o segundo tipo de direitos, osdireitos morais,jamais podem ser transferidos. Estes sempre permanecerocom o autor original da obra.

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    Oua agora o segmento de udio seguinte, que vai descrever os direitosmorais.

    Segmento de udio 3: O que so exatamente direitos morais?

    Os direitos que acabei de mencionar so conhecidos como direitospatrimoniais. Direitos morais so diferentes: so constitudos por doiselementos, sendo o primeiro o direito autoria. o direito de reivindicar aqualidade de autor de uma obra, e de ter a autoria reconhecida. fundamentalmente o direito a ter seu nome mencionado, por exemplo, nocaso de reproduo de sua obra. Se voc escreveu um livro, voc tem odireito, em virtude da lei, de ter o seu nome mencionado na qualidade de

    autor, assim como de ser citado quando a obra for utilizada, pelo menosdentro de limites razoveis. No se pode exigir que numa discoteca, odiscotecrio anuncie o compositor, o letrista, o arranjador e assim pordiante, de cada disco que ele toca; obviamente esse direito no vai tolonge assim, mas se voc tocar a obra num concerto um concertoclssico ou de msica moderna o compositor tem certamente o direito deter seu nome mencionado no programa. Estaria conforme a prtica para asobras mais importantes, tais como as tocadas em teatros e salas deconcerto; em princpio obrigatria a meno ao autor, qualquer que sejaa obra. O mesmo se aplica, em certos casos, radiodifuso, mas nosistematicamente. Ali ainda, a importncia relativa dos detalhes

    mencionados provm da legislao interna e, freqentemente, depende daprtica ou de precedentes.

    Os direitos morais so os direitos ao respeito, ou seja, o direito de se opor deformao ou utilizao da obra dentro de contextos suscetveis deprejudicar a honra e a reputao literria e artstica do autor. O autor pode,por exemplo, se opor utilizao de sua obra num contexto pornogrfico,se a obra no for, por natureza, pornogrfica. Pode ainda se opor umadeformao da obra que afete sua integridade cultural ou artstica.

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    Questo de Auto-avaliao (QAA)

    SAQ 3: Suponhamos que voc tenha se tornado um artistaproeminente em virtude de uma obra de arte internacionalmenteaclamada, reconhecida como tributo preservao da natureza,e que mais tarde voc descubra que essa obra est sendoutilizada, de modo pejorativo e sem a sua autorizao, por umgrupo poltico que apie organismos geneticamentemodificados. O que voc poderia fazer?

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    WIPO/OMPI

    Resposta QAA 3:

    Se voc tiver conservado os respectivos direitos patrimoniais, vocpoder impedir a utilizao da obra com base nesses direitos. Se voctiver transferido esses direitos antes dessa utilizao no autorizada, vocpoder ainda impedir a utilizao da obra invocando o direito moralreferente ao direito ao respeito.

  • 8/3/2019 002CR101Direitos de Autor

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    WIPO/OMPI

    Agora voc j deve conhecer os tipos de obras literrias e artsticas queesto protegidas por direitos de autor e os tipos de direitos que um titular de

    direitos de autor tem. Ento, voc pode estar se perguntando como o autoradquire direitos de autor sobre suas obras. Oua o segmento seguinte de udiopara descobrir.

    Segmento de udio 4: Voc pode nos falar um pouco sobre o modode aquisio do direito de autor?

    Claro; na realidade, muito simples. No h nada de especial a ser feito,pois segundo a Conveno de Berna, no existem formalidades a cumprir.Fundamentalmente, sua obra est protegida pelo simples fato de voc t-lacriado. Entretanto, de acordo com certas legislaes internas,principalmente nos pases com tradio de common law (direito noescrito), a obra deve ser fixada antes de poder ser protegida.

    O que voc quer dizer com fixada?

    Escrita ou gravada. No preciso grav-la pessoalmente: se voccompuser uma melodia, cantarol-la casualmente na rua e eu conseguir

    grav-la, ento estar fixada. Mas tambm significa que est protegida, demodo que se eu utilizar a gravao de sua melodia, para futura reproduopor exemplo, eu estarei infringindo seus direitos de autor. A diferena aquino to importante, basicamente uma questo do tipo de provanecessria perante um tribunal, nos raros casos de obras que no sofixadas de modo normal, como os nmeros de dana. Atualmente pode-sefixar um bal em vdeo e mesmo utilizar um tipo especial de escrita parafixar a coreografia, que todavia ainda no foi desenvolvida de maneiratotalmente adequada. Poderia haver um problema se voc afirmasse tercriado um bal sobre o qual foi realizada uma pea. O juiz poderia dizer,Bem, demonstre a prova da existncia de sua obra. Se a obra no tiver

    sido fixada sobre um suporte material, essa prova seria difcil de produzir.Nos pases com tradio de direito civil, a obra geralmente protegidadesde o momento de sua criao. De sorte que, se voc compuser umpoema sem o escrever, ele estar protegido. claro que voc teria deprovar que comps o poema, e como o comps. Segundo o commonlaw, em contrapartida, seria necessrio voc t-lo fixado de algum modo,ou seja, escrito ou registrado em fita.

    Existem locais, internacionalmente, onde devam ser cumpridasformalidades para a obteno do direito de autor?

  • 8/3/2019 002CR101Direitos de Autor

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    WIPO/OMPI

    Nos pases membros da Conveno de Berna, todos os titulares de direitosou autores estrangeiros, originrios de outros pases membros daConveno de Berna, tm direito proteo, em virtude da conveno,

    sem qualquer formalidade, de modo que no necessrio proceder aqualquer registro. Alguns pases impem formalidades para seus prprioscidados, pois tm esse direito, j que as convenes internacionais regemsomente o tratamento dos cidados estrangeiros. Em princpio, um paspode tratar livremente seus cidados, de modo que nos Estados Unidospor exemplo, desde h muito existem exigncias a serem cumpridas,constitudas, de um lado, pelo registro da obra no Departamento de DireitosAutorais (Copyright Office), que pertence Biblioteca do Congresso, e deoutro lado, pela reivindicao dos direitos de autor, atravs de avisorelativo aos direitos reservados, a letra c com um crculo em redor, quevoc provavelmente j deve ter visto em muitos livros, acompanhada do

    ano da primeira publicao.

    Esses elementos so particularmente importantes para as obrasamericanas. Assim, para as obras americanas, as exigncias especficasdos Estados Unidos devem ser consideradas; ademais, as obrasestrangeiras podem obter uma proteo que ultrapassa a prevista pelaConveno de Berna, e em conseqncia, pode valer a pena, para certasobras consideradas de particular interesse para o mercado americano,verificar as condies de registro definidas por aquele pas. Seja como for,em princpio a proteo existe, de modo que, na prtica, no precisofazer nada, e isto se aplica todos os pases membros da Conveno de

    Berna.

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    Questo de Auto-avaliao (QAA)

    SAQ 4: Imagine que voc seja cidado de um dos pasessignatrios da Conveno de Berna e que voc crie uma obraliterria. Que providncias voc deve tomar para obter direitosde autor sobre a sua obra?

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    Resposta QAA 4:

    Em termos gerais, muito fcil: no h nada a ser feito. A Conveno de Bernacria o princpio da ausncia de formalidades; criao igual a proteo.

    Na maioria dos pases com tradio de common law, a fixao umacondio: a obra deve ser escrita ou gravada. A ttulo de exemplo, os bals,antigamente, eram objeto de anotao coreogrfica, e, atualmente, so, muitasvezes, simplesmente gravados em vdeo.

    Nos pases com tradio de direito civil, as obras so protegidas a partir domomento de sua criao, o que certamente acarreta a questo prtica de se

    provar a criao perante os tribunais. conveniente notar, entretanto, que alegislao interna pode impor formalidades para fins da proteo de seusprprios nacionais. Nos pases signatrios da Conveno de Berna, todos osestrangeiros titulares de direitos, cidados de outros pases igualmentesignatrios da Conveno, beneficiam-se de uma proteo que no subordinada qualquer formalidade (sem necessidade de registro).

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    Transferncia dos Direitos de Autor

    Muitas obras criativas protegidas por direitos de autor requereminvestimento financeiro e habilidades profissionais para sua produo eposterior disseminao e distribuio em massa. Atividades como apublicao de livros, a gravao musical ou a produo cinematogrficaso, normalmente, realizadas por organizaes profissionaisespecializadas, ou por empresas, e no diretamente pelos autores.Geralmente, autores e criadores transferem seus direitos para essasempresas atravs de contratos, em troca de uma remunerao. Essaremunerao pode ter diferentes formas, tais como um valor fixo pr-

    estabelecido, ou royalties com base em um percentual sobre osrendimentos gerados pela obra.

    A transferncia (ou cesso) pode envolver todos os direitos patrimoniais,ou apenas alguns deles (cesso parcial). Por exemplo, um autor de umromance escrito em ingls pode ceder a um editor seus direitos dereproduo e de distribuio, como tambm seus direitos de traduo ede adaptao do romance. Mas o autor pode escolher agirdiferentemente: ele pode decidir dividir os direitos que tem entrediferentes pessoas. Ento, o autor de um romance pode ceder outransferir seus direitos de publicar e reproduzir o romance escrito

    originalmente em ingls a um editor. Ele pode ceder o direito de traduzir oromance em, digamos, francs, russo e rabe a trs outros editores. Almdisso, ele pode ceder o direito de adaptar seu romance em um filme (ouem uma pera ou pea teatral) a outras pessoas.

    A transferncia ou cesso pode ser dada por um perodo especfico e emum territrio limitado, ou por toda a durao dos direitos de autor e nomundo inteiro. Ento o titular de direitos de autor sobre um romance podeceder a um editor os direitos de publicar o livro em ingls, em um territrioespecfico, digamos, os Estados Unidos da Amrica, por um perodo de20 anos. Ou ele pode decidir ceder mesma pessoa os direitos de

    publicar o romance em ingls no mundo todo, durante toda a durao dosdireitos de autor. So muitas as combinaes possveis, as quaisdependem da negociao entre as partes.

    Como vimos, cesses e transferncias acarretam importantesconseqncias para o autor. Juridicamente, o cessionrio (a pessoa paraquem o direito ou os direitos foram cedidos) passa a deter os direitos quelhe foram contratualmente transferidos. Ele, ento, torna-se o novo titulardesses direitos pelo perodo e no territrio contratados. Assim, importante que o autor esteja bem ciente sobre as conseqncias dessaoperao. por isso que muitas leis nacionais de direitos de autor contm

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    provises requerendo que as cesses se dem por escrito e que sejamassinadas pelo cedente ou em seu nome, a fim de que tenham validade eeficcia. Esses requisitos ajudam a garantir que o autor esteja

    devidamente ciente sobre os direitos dos quais est se desfazendo, a quepreo e em que condies.

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    Voc pode agora estar se perguntando o seguinte: se j tenho direitos de

    autor sobre uma obra, por quanto tempo estarei protegido?Segmento de udio 5: Quanto tempo dura a proteo do direito do

    autor?

    Em princpio, pelo prazo determinado pela legislao interna, mas o prazomnimo segundo a Conveno de Berna, de 50 anos. O prazo calculado apartir do final do ano do bito do autor, o que, do ponto de vista legal tem umavantagem prtica: no preciso saber a data exata do bito, basta saber o ano.

    Entretanto, nos ltimos anos tem sido observada uma tendncia de prolongaressa proteo. Na Unio Europia e nos pases da rea econmica europia, oprazo atualmente de 70 anos a partir do final do ano do bito do autor, e omesmo prazo de proteo de 70 anos foi incorporado legislao americana.Observa-se portanto uma tendncia definitiva para prolongar a proteo, de 50para 70 anos.

    Contudo, note que h casos em que na Conveno de Berna o prazo mnimorequerido inferior a 50 anos aps a morte do autor. Por exemplo, para obrasfotogrficas e para obras de arte aplicada, o prazo mnimo de proteo de 25aps a realizao da obra.

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    Questo de Auto-avaliao (QAA)

    QAA 5: Qual a durao mnima da proteo dos direitos de

    autor segundo a Conveno de Berna? Como foi sua evoluo?

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    Resposta QAA 5:

    A durao mnima da proteo prevista pela Conveno de Berna de 50anos a partir da data do bito do autor. Este prazo foi prolongado para 70anos a partir do bito do autor por alguns pases, tais como os membrosda Unio Europia e os Estados Unidos da Amrica. Entretanto, emalguns casos, a proteo, de acordo com a Conveno de Berna, inferior a 50 anos aps a morte do autor.

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    Chegou a hora de examinar algumas das limitaes mais comuns aosdireitos de autor existentes em determinadas legislaes nacionais.

    Limitaes aos Direitos de Autor

    Em sentido estrito, a primeira limitao a excluso de certas categoriasde obras da proteo dos direitos de autor. Em alguns pases, como do seuconhecimento, as obras so excludas da proteo se no forem fixadas sobuma forma tangvel; assim, uma obra coreogrfica no ser protegida se osmovimentos no estiverem escritos em uma anotao coreogrfica ou gravados

    em vdeo. Alm disso, em alguns pases (mas no todos), os textos legais, asdecises judiciais e administrativas esto excludos da proteo dos direitos deautor.

    A segunda categoria de limitaes dos direitos dos autores e outrostitulares de direitos de autor se refere a atos especficos de explorao, os quaisnormalmente necessitam da autorizao do titular dos direitos, mas que podem,sob as circunstncias especificadas na lei, serem praticados sem autorizao.Existem dois tipos bsicos de limitaes nessa categoria:

    1) Utilizaes livres, que se constituem de atos de explorao deobras que podem ser realizados sem autorizao e sem aobrigao de remunerar o titular dos direitos pelo uso;

    2) Licenas no voluntrias, em virtude das quais os atos deexplorao podem ser realizados sem autorizao, mas comaobrigao de remunerar o titular dos direitos.

    Os exemplos de utilizaes livres abrangem: a realizao de citaes de umaobra protegida, desde que sua fonte, incluindo o nome do autor, sejamencionada e que a extenso da citao seja compatvel com as prticashonestas; a utilizao de obras a ttulo de ilustrao para fins de ensino; e autilizao de obras para fins de informao na imprensa. Quanto ao direito dereproduo, a Conveno de Berna contm uma regra geral, ao invs delimitaes explicitamente detalhadas: o Artigo 9 (2) estabelece que os Estadosmembros podem prever casos de reproduo livre em certas situaesespeciais em que esses atos no conflitem com a explorao normal da obra,nem causem prejuzos injustificados aos interesses legtimos do autor. Comomencionado acima, vrias legislaes contm dispositivos que permitem areproduo de uma obra para fim de uso individual, pessoal, privado e nocomercial. Entretanto, a facilidade e a qualidade dessas cpias individuais,tornadas possvel pelas gravaes de udio e de vdeo, bem como pelas maisrecentes evolues tecnolgicas, levaram certos pases a reduzir o mbito de

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    tais disposies. Alguns sistemas jurdicos permitem a reproduo, masincorporam um mecanismo de pagamento aos titulares dos direitos pelo danocausado a seus interesses econmicos, sob a forma do pagamento de uma taxa

    sobre a venda de fitas virgens e/ou de gravadores.Alm das utilizaes livres previstas especificamente pelas legislaes

    nacionais, certos pases reconhecem em seus textos legais a noo deutilizao justa ou de ato justo , que permite a utilizao de obras sem aautorizao do titular de direitos, levando em considerao fatores como: anatureza e o fim da utilizao, inclusive se a utilizao se d com finscomerciais; a natureza da obra utilizada; a poro da obra utilizada em relao obra como um todo; e os provveis efeitos da utilizao sobre o valorcomercial potencial da obra.

    Tal como mencionado acima, as licenas no voluntrias permitem autilizao de uma obra em certos casos, sem a autorizao do titular dosdireitos, nos quais, contudo, por fora da lei, necessrio o pagamento de umaremunerao referente ao uso. Essas licenas so denominadas novoluntrias porque so autorizadas por lei e no resultam do exerccio do direitoexclusivo de autorizar certos atos, por parte do titular dos direitos de autor.Licenas no voluntrias foram geralmente criadas em circunstncias quandouma nova tecnologia de divulgao de obras ao pblico desenvolvida, equando o legislador nacional teme que os titulares dos direitos impeam odesenvolvimento dessa nova tcnica, recusando-se a autorizar a utilizao desuas obras. Essa idia encontrada na Conveno de Berna, que reconhece

    duas formas de licenas no voluntrias: a primeira, para permitir a reproduomecnica de obras musicais, e, a segunda, para a radiodifuso. Vale notar,entretanto, que a justificativa para as licenas no voluntrias cada vez maisquestionada, j que atualmente existem alternativas eficazes para tornar essasobras acessveis ao pblico, com base em autorizaes dadas pelos titularesdos direitos, mesmo sob a forma de gesto coletiva dos direitos.

    Seja qual for a situao dos direitos de autor em seu pas, inevitavelmenteocorrero situaes que configurem infraes a esses direitos, sendo, portanto,importante examinar os vrios recursos de defesa do titular de direitos de autor.

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    Defesa dos Direitos

    A Conveno de Berna contm poucas provises referentes execuocoercitiva dos direitos, mas tem sido notvel a evoluo dos novos padresnacionais e internacionais de efetivao de direitos de autor, nos ltimos anos,devido a dois principais fatores. O primeiro a velocidade estonteante dos meiostecnolgicos para criao e uso (autorizado e no autorizado) de materialprotegido, e, em particular, a tecnologia digital, que torna possvel a transmissoe a realizao de cpias perfeitas de qualquer informao existente em formatodigital, em escala global, a incluindo-se obras protegidas por direitos de autor,em qualquer lugar do planeta. O segundo fator a crescente importnciaeconmica da movimentao de bens e servios protegidos pelos direitos da

    propriedade intelectual no campo do comrcio internacional; simplificando, acomercializao de produtos que envolvem direitos da propriedade intelectualexplodiu na atualidade, sendo um negcio mundial. O Acordo TRIPS, quecontm disposies detalhadas sobre a eficcia dos direitos, a grande provadeste novo vnculo entre a propriedade intelectual e o comrcio. Os pargrafosseguintes identificam e resumem algumas das disposies sobre a efetivaodos direitos, encontradas em textos recentes de legislaes nacionais, os quaispodem ser divididos nas seguintes categorias: medidas conservativas ouprovisionais; medidas civis; sanes penais; medidas a serem adotadas nasfronteiras; e medidas, recursos e sanes contra utilizaes abusivas dedispositivos tcnicos.

    Medidas conservativas ou provisionaisvisam a atingir dois objetivos:primeiro, para impedir a ocorrncia de infraes a direitos e, em especial paraimpedir a entrada de mercadorias infringentes de direitos nos circuitoscomerciais, incluindo a entrada de mercadorias importadas nas aduanas; esegundo, para preservar os relevantes elementos de prova relativos a umasuposta infrao. Assim, as autoridades judicirias de alguns pases podem terautoridade para ordenar a aplicao de medidas provisionais, sem a notificaoprvia do suposto infrator. Desse modo, o suposto infrator fica impedido detransferir de local o material suspeito de infringir direitos. A medida provisionalmais comum a busca nas instalaes do suposto infrator e a apreenso damercadoria suspeitas de infrao, do equipamento usado em sua fabricao ede todos os documentos relevantes e outros registros referentes s atividadescomerciais presumidamente em infrao a direitos da propriedade intelectual.

    Medidas civis indenizam o titular de direitos pelo prejuzo econmicosofrido em funo da infrao, geralmente na forma de danos pecunirios, ecriam uma efetiva dissuaso a infraes posteriores, muitas vezes atravs deordem judicial para a destruio das mercadorias infratoras e dos materiais eimplementos que tenham sido predominantemente usados em sua produo;caso haja risco da continuidade desses atos infratores de direitos, o juiz pode

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    ainda emitir mandados contra tais atos, cuja desobedincia sujeita o infrator aopagamento de multas.

    Sanes penaisse destinam a punir aqueles que voluntariamente tenhamcometido, em escala comercial, atos de pirataria no mbito dos direitos de autore dos direitos conexos, e, como no caso das medidas civis, para impedir futurasinfraes. A finalidade da punio obtida pela imposio de pesadas multas ede condenaes a penas de priso equivalentes s penas aplicadas para delitosde similar gravidade, especialmente nos casos de reincidncia. A finalidade dedissuaso e preveno compreende mandados de busca e apreenso, confiscoe destruio das mercadorias infratoras, assim como do material e dosimplementos predominantemente usados na infrao.

    Medidas a serem Adotadas nas Fronteirasdiferem das medidas de

    sano dos direitos acima mencionadas, porque demandam mais aes de partedas autoridades aduaneiras do que das autoridades judicirias. As medidas defronteira permitem ao titular de direitos requerer s autoridades alfandegrias asuspenso da entrada em circulao de mercadorias supostamente infratoras dedireitos de autor. A suspenso da entrada em circulao tem o objetivo de darao titular dos direitos um prazo razovel para iniciar os procedimentos judiciaiscontra o suposto autor da infrao, sem o risco das mercadorias alegadamenteinfratoras desaparecerem no mercado aps o desembarao aduaneiro.Geralmente, o titular dos direitos deve fornecer relevantes elementos de provapara convencer as autoridades alfandegrias de que aparentemente existe umainfrao, alm da descrio detalhada das mercadorias, para que possam ser

    reconhecidas, bem como prestar cauo para indenizar o importador, oproprietrio da mercadoria e as autoridades alfandegrias, caso fique provadoque a mercadoria no viola quaisquer direitos de autor.

    A ltima categoria das disposies relativas ao cumprimento das leis, queganhou importncia com o advento da tecnologia digital, abrange as medidas,recursos e sanes contra o uso abusivo de meios tcnicos. Em certoscasos, o nico meio prtico de impedir as cpias atravs dos sistemas ditosprotegidos contra cpia ou reproduo ou de gerenciamento de cpias, quepossuem dispositivos tcnicos que impedem totalmente a realizao de cpiasou tornam a qualidade das cpias to ruim que ficam inutilizveis. Os

    dispositivos tcnicos tambm so usados para impedir a recepo de programascomerciais de televiso criptografados, exceto com o uso de decodificadores.Entretanto, tecnicamente possvel a fabricao de dispositivos para driblar ossistemas protegidos contra cpia ou reproduo ou de gerenciamento decpia, assim como os sistemas de criptografia. A teoria que d suporte sdisposies sobre a utilizao abusiva desse tipo de dispositivos que suafabricao, importao ou distribuio devem ser consideradas infraes dedireitos de autor, e, como tal, sancionadas de modo idntico a outras infraes.

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    Acordos Internacionais Relativos aos Direitos de Autor

    Oua agora o seguinte segmento de udio, que descreve os principaisacordos internacionais no mbito dos direitos de autor.

    Segmento de udio 6: Quais so as principais convenes outratados internacionais que regem o mbito dosdireitos de autor?

    O tratado mais importante a Conveno de Berna para a Proteo deObras Literrias e Artsticas. Data de 1886, mas foi objeto de vrias revises,geralmente a cada 20 anos. A ltima verso foi adotada em Paris em 1971.

    A Conveno de Berna trata da proteo dos direitos de autor. Ela sefundamenta em princpios como o tratamento nacional, segundo o qual no podehaver qualquer discriminao de obras originrias de outros pases membros daConveno, em funo da legislao interna. Define as normas mnimas deproteo, muito importantes, que devem ser respeitadas pelas legislaesinternas, apesar de, certamente, estas ltimas poderem ir alm dessas normas,e define diversos outros princpios.

    Recentemente, foi adotado o Acordo TRIPS. Este Acordo trata dosAspectos de Direitos de Propriedade Industrial Relacionados ao Comrcio, e um dos acordos decorrentes das negociaes comerciais da Rodada do Uruguaie administrado pela Organizao Mundial do Comrcio.

    Entre outras coisas, o Acordo TRIPS se reporta s disposiesfundamentais da Conveno de Berna, excluindo os direitos morais, que no soconsiderados como relacionados com o comrcio. Segundo o Acordo TRIPS, ospases devem primeiramente se sujeitar Conveno de Berna, aps o queexistem vrias normas adicionais de proteo introduzidas pelo Acordo TRIPS,

    principalmente quanto a novas formas de explorao.

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    Assim, os pases que aderiram ao Acordo TRIPS ou o ratificaram, devemtambm respeitar a Conveno de Berna (apesar do Artigo 6bissobre direitos

    morais da Conveno estar expressamente excludo do TRIPS, por no sereferir ao comrcio em virtude da natureza inalienvel dos direitos morais); almdisso, o Acordo TRIPS tenta normatizar certos aspectos de direitos de autorrelativos a novas tecnologias, como a Internet..

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    Para ir um pouco alm do segmento de udio que voc acabou de escutar,em dezembro de 1996, teve lugar uma Conferncia Diplomtica que concluiu omais novo acordo internacional para a proteo dos direitos de autor, o Tratado

    da OMPI sobre Direitos de Autor (WCT). Este tratado respondeu necessidadede se proteger obras quando transmitidas por meios digitais, inclusive viaInternet. A matria a ser protegida pelo WCT atravs dos direitos de autorengloba os programas de computador, no importando o modo ou forma de suaexpresso, e compilaes de dados ou outro material (bases de dados) sobtodas as formas, as quais, em virtude da seleo ou da disposio doscontedos, constituem-se em criaes intelectuais. Os direitos dos autoresincluem os j mencionados direitos de distribuio, aluguel e comunicao aopblico, e o WCT deixa claro que o direito de comunicao ao pblico cobre atransmisso de obras por redes digitais como a Internet. Tambm estabeleceque o direito de reproduo, tal qual estabelecido na Conveno de Berna,

    aplica-se integralmente ao ambiente digital. Portanto, o armazenamento de umaobra em formato digital em um meio eletrnico (na memria de um computador,por exemplo) deve constituir reproduo da obra. Esses direitos, como regra,esto sujeitos a certas limitaes e excees.

    ________________________________________________________________

    (NOTA: na mesma Conferncia Diplomtica foi concludo outro tratado, denominado Tratado daOMPI sobre Interpretaes ou Execuo de Fonogramas (WPPT). Esse tratado discutido no mdulo deDireitos Conexos).

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    Questo de Auto-avaliao (QAA)

    QAA 6: O que est protegido pelo WCT?

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    Resposta QAA 6:

    O WCT surge porque os Estados signatrios reconheceram a

    necessidade de prover solues adequadas s questes trazidas pelosnovos desenvolvimentos econmicos, sociais, culturais e tecnolgicos.Refere-se, em especial, necessidade de proteo de obras literrias eartsticas transmitidas via Internet. As obras especificamentemencionadas pelo WCT incluem programas de computador e bases dedados. O WCT estende o escopo da proteo dos direitos de autor aexpresses e no a idias, procedimentos, mtodos de operao ouconceitos matemticos. Autores de obras cobertas pelo WCT tambmdesfrutam de direitos de distribuio, de aluguel e de comunicao aopblico.

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    Finalmente, para concluir este mdulo sobre direitos de autor, vamosabordar a questo da importncia de leis sobre direitos de autor nos pases em

    desenvolvimento.

    Quais so os benefcios da proteo de direitos de autor para ospases em desenvolvimento?

    Existem benefcios culturais e econmicos. No devemos esquecer, defato, que os direitos de autor esto tambm relacionados com a cultura. Todos

    os pases em desenvolvimento possuem comunidades artsticas de vulto. Noexiste povo no mundo sem criatividade, e se no houver a proteo dos direitosde autor, a comunidade artstica correr o risco de ser expropriada e impedidade se beneficiar financeiramente dos seus esforos. Atualmente, os conceitosde obras literrias e artsticas so entendidos de forma muito ampla, incluindo,sem dvida, os aspectos culturais, a comunidade artstica , mas tambm aindstria da tecnologia da informao, ou, mais especificamente, a indstria dosprogramas de computador.

    Verbas considerveis podem ser investidas na realizao de um programa

    de computador, de um filme ou de um programa de televiso. Mas, se, to logouma cpia seja colocada em circulao no mercado, qualquer indivduo possacopi-la, o potencial ganho econmico do programa se esgotaria e no haveriaincentivo a criar ou investir. Assim, a criatividade desencorajada, ao invs deestimulada, e a produo cultural adversamente afetada. Esse um aspecto.A soluo poderia ser estabelecer-se que obras locais deveriam ser protegidas,e que nenhuma proteo devesse ser dada a obras estrangeiras, porque nessecaso o dinheiro sairia do pas, preocupao comum aos pases emdesenvolvimento.

    Contudo, essa seria uma viso apenas de curto prazo. H alguns slidos

    argumentos que podem ser desenvolvidos em favor da proteo internacionaldas obras.

    Primeiro, se a proteo for limitada apenas s obras nacionais, obrasestrangeiras sero permitidas no mercado local sem qualquer custo de direitosde autor. Assim, poderiam ser vendidas a preos inferiores. Evidentemente,consumidores poderiam se beneficiar desses preos mais baixos. Mas essaprtica poderia afetar dramaticamente a venda de produtos feitos localmente,que teriam que competir com as obras estrangeiras distribudas a um preo maisatrativo. O perigoso resultado que os consumidores poderiam dar as costasaos produtos nacionais e comprar produtos estrangeiros mais baratos. A cultura

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    nacional, seja quanto a msicas, livros ou outras indstrias, poderia, ento,sofrer gravemente.

    Segundo, no se poderia estimular suficientemente os ganhos dos artistase criadores locais, seja em pases em desenvolvimento ou no, os quais,diferentemente, poderiam derivar da proteo de suas obras em outrosterritrios. Mercados locais podem ser limitados e h necessidade de se obterrendimentos de produtos culturais que so exportados e comercializados noexterior. Atualmente, e graas aos modernos meios de comunicao, obras soouvidas, lidas, assistidas no apenas na comunidade local ou no pas em queso criadas, mas tambm alm das suas fronteiras. Tanto assim que, muitasvezes, o resultado gerado pela explorao da obra em solo estrangeiro podeexceder substancialmente os rendimentos que so colhidos na exploraonacional. Esse fenmeno pode ser observado freqentemente nas reas da

    msica, dos programas de TV, dos programas de computador, dos filmes, doslivros, etc. A proteo no exterior, em mercados estrangeiros, , ento,extremamente importante para autores e criadores. E deve-se estar ciente queum artista ou um criador de um pas especfico no iria, provavelmente, obterproteo no exterior se autores e artistas estrangeiros no gozassem deproteo no seu pas.

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    Resumo

    Este mdulo abordou a estrutura geral da legislao de direitos de autor edeu uma viso geral dos seguintes elementos:

    (1) obras literrias e artsticas protegidas pelo direitos de autor;

    (2) os direitos concedidos ao titular de direitos de autor;

    (3) a titularidade e a transferncia de direitos de autor;

    (4) a durao da proteo;

    (5) as limitaes desses direitos;

    (6) o cumprimento desses direitos, e

    (7) os acordos internacionais em matria de direitos de autor.

    A Conveno de Berna enumera de modo genrico as obras literrias e

    artsticas e inclui todas as produes do domnio literrio, cientfico e artstico,qualquer que seja o modo ou a forma de expresso. Essa definio amplaengloba qualquer obra original, independentemente de seu mrito literrio ouartstico.

    O titular de direitos de autor sobre uma obra protegida poder utilizar aobra como desejar e impedir quaisquer terceiros de utiliz-la sem suaautorizao. Assim, sabendo-se que o detentor dos direitos pode impediralgum de agir contra seus interesses, esses direitos so considerados direitosexclusivos. Os direitos de autor englobam ainda dois outros tipos de direito: osdireitos patrimoniais e os direitos morais. A expresso direitos patrimoniais

    abrange diversos direitos e limitaes, que podem ser cedidos pelo detentororiginal. Os Direitos Moraissempre permanecero com o detentor original,mesmo que os direitos patrimoniais sejam transferidos.

    Alm das categorias de obras mencionadas acima, surgiu um novo gnerode obra a ser protegido pelos direitos de autor. Trata-se da produo multimdia.Apesar de ainda no haver uma definio legal, existe um consenso de que acombinao de som, texto, e imagem no formato digital, acessvel por intermdiode programa de computador, considerada uma expresso original de autoria,sendo, portanto, protegida pelo mbito dos direitos de autor.

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    Textos Legais:

    Conveno de Berna para a Proteo de Obras Literrias e

    Artsticas Acordo TRIPS

    Tratado da OMPI sobre Interpretaes ou Execuo deFonogramas (WPPT)

    Tratado da OMPI sobre Direitos de Autor (WCT)