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1 CAPITÃO DA BRIGADA MILITAR www.apostilaeletronica.com.br DIREITO PROCESSUAL PENAL I. Fontes e Princípios Aplicáveis ao Direito Processual Penal................................................. 002 II. Lei Processual Penal e Sistemas do Processo Penal............................................................ 005 III. Inquérito Policial................................................................................................................. 006 IV. Processo e Procedimento.................................................................................................... 015 V. Juizados Especiais Criminais................................................................................................. 025 VI. Ação Penal........................................................................................................................... 028 VII. Ação Civil............................................................................................................................ 034 VIII. Jurisdição e Competência.................................................................................................. 034 IX. Questões e Processos Incidentes........................................................................................ 039 X. Prova.................................................................................................................................... 049 XI. Sujeitos Processuais............................................................................................................ 057 XII. Prisão e Liberdade Provisória............................................................................................. 069 XIII. Citações e Intimações........................................................................................................ 096 XIV. Sentença e Coisa Julgada.................................................................................................. 100 XV. Prazos................................................................................................................................. 103 XVI. Nulidades.......................................................................................................................... 105 XVII. Habeas corpus e Mandado de Segurança........................................................................ 110 XVIII. Procedimentos Especiais................................................................................................. 113 XIX. Legislação Especial............................................................................................................ 114

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    DIREITO PROCESSUAL PENAL

    I. Fontes e Princpios Aplicveis ao Direito Processual Penal................................................. 002

    II. Lei Processual Penal e Sistemas do Processo Penal............................................................ 005

    III. Inqurito Policial................................................................................................................. 006

    IV. Processo e Procedimento.................................................................................................... 015

    V. Juizados Especiais Criminais................................................................................................. 025

    VI. Ao Penal........................................................................................................................... 028

    VII. Ao Civil............................................................................................................................ 034

    VIII. Jurisdio e Competncia.................................................................................................. 034

    IX. Questes e Processos Incidentes........................................................................................ 039

    X. Prova.................................................................................................................................... 049

    XI. Sujeitos Processuais............................................................................................................ 057

    XII. Priso e Liberdade Provisria............................................................................................. 069

    XIII. Citaes e Intimaes........................................................................................................ 096

    XIV. Sentena e Coisa Julgada.................................................................................................. 100

    XV. Prazos................................................................................................................................. 103

    XVI. Nulidades.......................................................................................................................... 105

    XVII. Habeas corpus e Mandado de Segurana........................................................................ 110

    XVIII. Procedimentos Especiais................................................................................................. 113

    XIX. Legislao Especial............................................................................................................ 114

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    (...)

    III. INQURITO POLICIAL 1. CONCEITO DE INQURITO POLICIAL Inqurito policial procedimento administrativo informativo de carter investigatrio,

    que visa auferir elementos (autoria e materialidade da infrao penal) para que o titular da ao penal possa prop-la. Por simplesmente informar, no est submetido s garantias processuais do contraditrio e da ampla defesa e, portanto, qualquer vcio apresentado no acarreta nulidade a posterior ao penal.

    2. CARACTERSTICAS DO INQURITO PENAL As principais caractersticas do inqurito policial so a dispensabilidade, a forma

    escrita, o sigilo, a indisponibilidade e a forma inquisitorial: a) Dispensabilidade: o inqurito policial por ter o carter informativo e auxiliar na

    formao da opinio delicti do titular da ao penal importante, mas no imprescindvel. Se o autor da ao j possui os elementos suficiente para denunciar ou prestar queixa-crime pode dispensar o inqurito policial. Porm, se ao penal for baseada no inqurito policial, este deve fazer parte do processo (art. 12 CPP).

    Art. 12. O inqurito policial acompanhar a denncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. b) Forma escrita (art. 9, CPP): O inqurito policial objetiva a averiguao de

    elementos para amparar a propositura de ao penal e por isso no se admite a forma oral. Nos termos do Cdigo, as peas devem ser, portanto, escritas de prprio punho, ou datilografadas (atualmente leia-se digitadas). Neste caso, impe-se a rubrica da autoridade.

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    Art. 9. Todas as peas do inqurito policial sero, num s processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. c) Sigilo (art. 20, CPP): a autoridade policial deve assegurar o sigilo necessrio

    apurao dos fatos ou exigido pelo interesse da sociedade. A restrio a publicidade no se aplica ao juiz e ao Ministrio Pblico, j que aquele quem analisa a legalidade dos atos em ltima anlise e este, na ao penal pblica. J o advogado pode examinar em qualquer repartio policial, mesmo sem procurao, autos de flagrante e de IP, findos ou em andamento, ainda que conclusos autoridade, podendo copiar peas e tomar apontamentos (art. 7, XIV da lei n 8.096/94). Se o advogado for impedido, poder impetrar mandado de segurana.

    Art. 20. A autoridade assegurar no inqurito o sigilo necessrio elucidao do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. Pargrafo nico. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial no poder mencionar quaisquer anotaes referentes a instaurao de inqurito contra os requerentes. d) Indisponibilidade (art. 17, CPP): o inqurito policial no pode ser arquivado pela

    autoridade policial. Encerrada as investigaes, deve encaminhar os autos ao juiz. O arquivamento, inclusive, atribuio do juiz, aps manifestao do titular da ao penal.

    Art. 17. A autoridade policial no poder mandar arquivar autos de inqurito. e) Forma inquisitorial: o inqurito policial tem natureza inquisitiva, ou seja, o

    procedimento se concentra nas mos de uma s autoridade. No passvel de contraditrio e ampla e defesa, mas o ofendido e o indiciado podem requerer diligncias (art. 14 CPP).

    Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado podero requerer qualquer diligncia, que ser realizada, ou no, a juzo da autoridade. Nos termos do art. 4, CPP, e do art. 144, 4, CF, compete Polcia Civil, chefiada

    por delegados de carreira, a apurao das infraes penais e de sua autoria. No mbito federal, tal incumbncia da Polcia Federal (art. 144, 1, CF). A despeito de no haver contraditrio, podem o ofendido e o indiciado requerer diligncias (art. 14, CPP), que, por sua vez, podem ser indeferidas pela autoridade policial, salvo o exame de corpo de delito (art. 184, CPP).

    Art. 4 A polcia judiciria ser exercida pelas autoridades policiais no territrio de suas respectivas circunscries e ter por fim a apurao das infraes penais e da sua autoria. Pargrafo nico. A competncia definida neste artigo no excluir a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma funo.

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    3. NOTITIA CRIMINIS. Consiste no conhecimento, espontneo ou provocado, por parte da autoridade policial,

    de fato que aparenta ser criminoso. A doutrina classifica-a em: a) de cognio direta ou imediata: o delegado de polcia toma conhecimento do delito por meio do exerccio de suas atribuies. Nela se insere a denncia annima, tambm denominada apcrifa ou notitia criminis inqualificada; b) de cognio indireta ou mediata: a autoridade policial toma conhecimento atravs de algum ato jurdico, como comunicao de terceiro (art. 5, 3, CPP delatio criminis), requisio do juiz ou do Ministrio Pblico (art. 5, II, CPP), requisio do Ministro da Justia, representao do ofendido (art. 5, 4, CPP); c) de cognio coercitiva: ocorre nos casos de priso em flagrante (art. 8, CPP).

    Art. 5. Nos crimes de ao pblica o inqurito policial ser iniciado: I - de ofcio; II - mediante requisio da autoridade judiciria ou do Ministrio Pblico, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para represent-lo. 1. O requerimento a que se refere o no II conter sempre que possvel: a) a narrao do fato, com todas as circunstncias; b) a individualizao do indiciado ou seus sinais caractersticos e as razes de convico ou de presuno de ser ele o autor da infrao, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; c) a nomeao das testemunhas, com indicao de sua profisso e residncia. 2. Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inqurito caber recurso para o chefe de Polcia. 3. Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existncia de infrao penal em que caiba ao pblica poder, verbalmente ou por escrito, comunic-la autoridade policial, e esta, verificada a procedncia das informaes, mandar instaurar inqurito. 4. O inqurito, nos crimes em que a ao pblica depender de representao, no poder sem ela ser iniciado. 5. Nos crimes de ao privada, a autoridade policial somente poder proceder a inqurito a requerimento de quem tenha qualidade para intent-la. Art. 8. Havendo priso em flagrante, ser observado o disposto no Captulo II do Ttulo IX deste Livro. 4. FORMAS DE INCIO O CPP determina que o inqurito policial pode iniciar: a) De ofcio (art. 5, I, CPP) a pea investigativa instaurada por iniciativa

    exclusiva da autoridade. Deve fazer isso quando tomar conhecimento da prtica de alguma infrao penal, seja no desenvolver se duas atividades, seja atravs da comunicao de

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    algum. O ato pelo qual o delegado de polcia instaura o inqurito policial chamado de portaria.

    b) Por requisio do juiz ou do Ministrio Pblico (art. 5, II, CPP) - Se for

    requisitada a instaurao por juiz ou membro do Ministrio Pblico, est o delegado obrigado a atender porque assim a lei determina a instaurao nessas hipteses.

    c) Por requerimento do ofendido (art. 5, II, CPP, e 4 e art. 19) a vtima

    solicita formalmente da autoridade a instaurao do inqurito policial. Em crime de ao pblica o inqurito policial pode ser instaurado de ofcio ou a requerimento da vtima. Contudo, na ao privada o requerimento necessrio para a instaurao tendo em vista que ao fica disposio da vontade da prpria vtima. O delegado de polcia poder indeferir o pedido, cabendo, neste caso, recurso ao Chefe de Polcia (Secretrio de Segurana Pblica ou Delegado Geral de Polcia, conforme entendimentos existentes).

    d) Por representao do ofendido (art. 5, 4, CPP) nos delitos que exigem

    representao para o incio da ao penal imprescindvel que esta ocorra para que o inqurito policial seja instaurado.

    e) Pelo auto de priso em flagrante (art. 8, CPP) trata-se de instaurao

    compulsria. Quando algum preso em flagrante, lavrado o auto respectivo, considera-se instaurado o inqurito policial.

    5. PROVIDNCIAS (ART. 6, 11, 13 E 15 DO CPP). Instaurado o inqurito policial, o delegado de polcia deve: a) Dirigir-se ao local dos fatos, providenciando para que no se alterem o estado e

    conservao das coisas, at a chegada dos peritos criminais. Trata-se da preservao do local do crime para que no haja interferncia que possa prejudicar a percia.

    b) Apreender os objetos que tiverem relao com o fato, aps liberados pelos peritos

    criminais. Tais objetos devem acompanhar o inqurito policial enquanto interessarem percia (art. 11, CPP).

    c) Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas

    circunstncias. a permisso legislativa para a produo de provas lcitas, a fim de apurar o delito, como requisitar documentos e ouvir tantas testemunhas quantas sejam necessrias para a investigao.

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    d) Ouvir o ofendido porque a vtima, muitas vezes, pode trazer elementos importantes

    para a apurao do delito. e) Indiciamento: trata-se da imputao a algum, da prtica de um ilcito penal, por

    haver razoveis indcios de sua autoria. Art. 6. Logo que tiver conhecimento da prtica da infrao penal, a autoridade policial dever: I - dirigir-se ao local, providenciando para que no se alterem o estado e conservao das coisas, at a chegada dos peritos criminais; II - apreender os objetos que tiverem relao com o fato, aps liberados pelos peritos criminais; III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstncias; IV - ouvir o ofendido; V - ouvir o indiciado, com observncia, no que for aplicvel, do disposto no Captulo III do Ttulo Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareaes; VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras percias; VIII - ordenar a identificao do indiciado pelo processo datiloscpico, se possvel, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condio econmica, sua atitude e estado de nimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contriburem para a apreciao do seu temperamento e carter. Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem prova, acompanharo os autos do inqurito. Art. 13. Incumbir ainda autoridade policial: I - fornecer s autoridades judicirias as informaes necessrias instruo e julgamento dos processos; II - realizar as diligncias requisitadas pelo juiz ou pelo Ministrio Pblico; III - cumprir os mandados de priso expedidos pelas autoridades judicirias; IV - representar acerca da priso preventiva. Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe- nomeado curador pela autoridade policial.